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ELEONORA
Ah, que quebrem as tigelas! Para sempre o espírito solto voa! Que dobrem os sinos! Uma alma santa sobre o rio Estige1 flutua; Guy De Vere2, teus olhos secaram? Última oportunidade de chorar agora! Em um distante, triste e rígido ataúde levaram teu amor, Eleonora!
Venha! Que os ritos fúnebres sejam lidos e a canção fúnebre, cantada! Um hino para a morta mais majestosa cuja vida cedo foi ceifada, Uma elegia para a duplamente morta, pois cedo sua vida foi ceifada.
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“Miseráveis! A amaram por sua riqueza e por seu brio a odiaram, Mas quando sua saúde virou fraqueza, ela morreu e a abençoaram! Como pode agora o rito ser lido? O réquiem ser cantado de forma honrosa Por vós, com olhos malignos; por vós, com língua caluniosa, Que levaram à morte uma inocente, cuja vida cedo deixou de ser ditosa?”
1 Na mitologia grega, é uma ninfa e um rio infernal dedicado a ela. É também o nome do rio da invulnerabilidade. 2 Noivo de Eleonora.
Pecamos, mas não delire, então! E deixe uma sabática canção Chegar a Deus solenemente que a morta pode sentir sua imperfeição! A doce Eleonora já partiu com a esperança de companhia Deixando-o louco, pois dessa doce criança tua noiva faria, Por ela, a bela e jovial, que lá embaixo agora jaz, A vida sobre seu cabelo celestial, mas em seus olhos não encontra paz, A vida ainda lá, em seu cabelo celestial, mas a morte em seus olhos jaz.
“Avante! Esta noite meu coração está leve! Nenhuma elegia irei suscitar, Mas que o anjo sobre seu voo um hino aos velhos dias possa soprar! Não deixe o sino dobrar! Temendo que sua doce alma, no meio de sua bendita alegria, Possa segurar a nota, enquanto ela flutua por sobre a Terra sombria. Aos amigos de cima, dos demônios de baixo, O fantasma indignado está rasgado, Do inferno para um lugar no céu abençoado, Do pesar e padecer, ao lado do Rei do céu, em um trono dourado.”