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PEÃ
I pea1
Como deveria a liturgia funerária ser lida? A canção solene ser cantada? O réquiem para a mais querida, Que teve tão cedo sua via encurtada?
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II
Seus amigos a admiram Em sua sepultura vistosa, E choram! Ó, assim desonram A beleza morta com uma lágrima!
1 Na Grécia antiga, hino em louvor, exaltação, agradecimento ou invocação cantado em cerimônias públicas.
III
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A amaram por sua riqueza – E a odiaram por personalidade altiva – Mas ela cresceu com saúde indefesa E eles a amam – o que não impediu sua partida.
IV
Enquanto comentam de sua cara Mortalha bordada Me falam que minha voz está ficando fraca Que canção não deveria por mim ser cantada.
V
Ou que meu tom devesse estar somente Em sintonia com tão solene canção Tão pesarosamente – tão pesarosamente Que a falecida não estranharia a situação.
VI
Mas ela para cima se foi Com jovem esperança ao seu lado E eu bêbado de amor estou Pela falecida – minha noiva, fora decretado.
VII
Pela falecida – que morta jaz Lá toda perfumada Com a morte sobre seus olhos em paz E a vida sobre seus cabelos lembrada.
VIII
Assim, alto e intensamente o caixão Eu esmurro – o murmúrio enviado Pelas cinzentas câmaras da minha canção Deverá ser acompanhado.
IX
Morreste na flor da idade – Mas não morreste muito bela, Nem morreste muito cedo, Nem com um ar muito calmo.
X
De mais do que terrenos demônios Tua vida e amor foram arrancados Para se juntar ao júbilo imaculado De mais do que celestiais tronos.
XI
Por isso, essa noite, pela falecida Réquiem não entoarei Mas em teu voo soprar-te-ei Com uma peã de épocas rescindidas.