Na comemoração dos 30 anos de existência da ABEAD, estamos oferecendo ao público técnico e aos demais interessados esta obra, resultado do trabalho e da experiência de todos aqueles que se dedicam ao tema. Editoras Analice Gigliotti Angela Guimarães
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Dependência Química
Organizadores das Diretrizes Farmacológicas Ana Cecilia P. R. Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski
Diretrizes Gerais para Tratamento da
Diretrizes Gerais para Tratamento da Dependência Química é uma síntese do conhecimento científico atual. Nele estão contempladas as diretrizes farmacológicas e as psicoterápicas para o tratamento da dependência de substâncias lícitas e ilícitas.
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odos os segmentos sociais experimentam a mesma rápida aproximação com a realidade dos transtornos relacionados com o uso de substâncias psicoativas. A repercussão se faz notar nas notícias sobre acidentes de trânsito, criminalidade, analfabetismo, desemprego, doenças de todos os tipos, desordens familiares, transtornos escolares e outras.
Editoras
Analice Gigliotti Angela Guimarães Outros títulos de interesse Abram Eksterman Interlúdios em Veneza – Os Diálogos Quase Impossíveis Entre Freud e Thomas Mann Analice Gigliotti Angela Guimarães Dependência, Compulsão e Impulsividade Décio Tenenbaum Investigando Psicanaliticamente as Psicoses, 2a ed. Gustavo Teixeira Drogas – Guia para Pais e Professores Gustavo Teixeira O Reizinho da Casa – Entendendo o Mundo das Crianças Opositivas, Desafiadoras e Desobedientes Gustavo Teixeira Transtornos Comportamentais na Infância e Adolescência Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site: www.rubio.com.br Mais um lançamento
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A editora e os autores deste livro não mediram esforços para assegurar dados corretos e informações precisas. Entretanto, por ser a medicina uma ciência em permanente evolução, recomendamos aos nossos leitores recorrer à bula dos medicamentos e a outras fontes fidedignas, bem como avaliar, cuidadosamente, as recomendações contidas no livro em relação às condições clínicas de cada paciente.
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Diretrizes Gerais Para Tratamento da Dependência Química Copyright © 2010 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-7771-038-6 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em partes, sem a autorização por escrito da Editora. Produção Equipe Rubio Editoração Eletrônica ô de casa Capa Bernard Design Gigliotti, Analice (ed.) Diretrizes gerais para tratamento da dependência química. – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2010. Bibliografia ISBN: 978-85-7771-038-6 1. Dependência química – Tratamento. 2. Psicologia – Dependência química. 3. Psiquiatria – Dependência química. I. Guimarães, Angela (ed.). II. Título. CDD 616.86
Editora Rubio Ltda. Av. Churchill, 97 sala 203 – Castelo 20020-050 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: (21) 2262-3779 • 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil
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Editoras Analice Gigliotti Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD). Diretora da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (APERJ). Chefe do Setor de Dependência Química e Outros Transtornos do Impulso da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP. Membro do Committee Global of Society for Research on Nicotine and Tobacco (SRNT). Professora de Psquiatria da Universidade Gama Filho.
Angela Guimarães Psicóloga Clínica. Especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Terapia Familiar Sistêmica. Especialista em Psicoterapia de Grupo. Supervisora de organizações não governamentais para tratamento da dependência química. Consultora para programas de prevenção ao abuso e dependência de substâncias psicoativas em população escolar.
Organizadores das Diretrizes Farmacológicas Ana Cecilia Petta Roselli Marques Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médica-Psiquiatra e Pesquisadora do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas (INPAD) – Responsável pela Área de Tabaco. Ex-Presidente e Membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD) – 2003-2005. Atual Coordenadora do Departamento de Dependência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – Gestão 2007-2009. Atual Presidente do Comitê de Droga Dependência da Associação Paulista de Medicina (APM) – Gestão 2008-2011. Atual Supervisora Técnica do CAPS – AD III Centro (São Paulo).
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Marcelo Ribeiro Araújo Doutor em Medicina (Psiquiatria) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médico-Psiquiatra e Pesquisador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP.
Ronaldo Laranjeira Professor Titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas (INPAD). Coordenador da Unidade de Pesquisa do Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (UNIAD/UNIFESP).
Marcos Zaleski Médico-Psiquiatra. Pós-Graduado em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM). Mestre em Psicofarmacologia do Sistema Nervoso Central pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutorando em Ciências Médicas (Área de Concentração em Psiquiatria) pela UNIFESP – EPM.
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Aos nossos pacientes, por nos ensinarem a cada dia, e aos nossos colegas, por compartilharem seu conhecimento.
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Agradecimentos
Aos autores que participaram deste livro, pela contribuição à qualidade final do trabalho. Aos revisores técnicos, pelo rigor científico e pela criteriosa atenção com que buscam o aperfeiçoamento de nossa prática profissional: Ana Cecilia P. R. Marques Angelo Campana Dagoberto Requião Irani I. L. Argimon José Manoel Bertolote Marco Bessa Raul Caetano Sérgio de Paula Ramos
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Colaboradores
Christiane Farentinos Médica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Dependência Química desde 1994, trabalhou na Clínica ChangePoint, tornando-se uma das treinadoras nacionais em Entrevista Motivacional e no Modelo Matrix. Colaboradora em Projetos de Pesquisa do National Institute on Drug Abuse. Cristiane Lopes Psiquiatra. Especialista em Dependência Química. Psiquiatra da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) – Três Corações/MG. Psiquiatra do Hospital São Lucas – Três Corações/MG. Elizabeth Carneiro Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutoranda pela Escola Paulista de Medicina. Especialista em Dependência Química, Psicoterapia Focal e Terapia Familiar Sistêmica. Pioneira na adoção e ensino da Entrevista Motivacional. Gisele Aleluia Psicóloga, formada e pós-graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Terapeuta de Família e especialista em adicções. Fundadora e docente do Instituto Integração da Família (INIF). Professora da Pós-Graduação da PUC-Rio. Irani I. de Lima Argimon Doutora em Psicologia. Professora Adjunta do Programa de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
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Bolsista Produtividade do CNPq. Psicóloga da Equipe da Unidade de Dependência Química do Hospital Mãe de Deus. Vice-Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD). Tadeu Lemos Médico formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Dependência Química. Mestre e doutor em Neurociência pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professor de Psiquiatria e Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Preceptor da Residência Médica em Psiquiatria do IPq/SES (SC).
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Prefácio
Há exatos 31 anos foi fundado um grupo de estudos do qual originou-se a atual ABEAD. Durante todos estes anos, a Associação sempre esteve à disposição para colaborar com o debate das questões pertinentes ao consumo de substâncias psicoativas e propor medidas que, ao final e ao cabo, redundassem em melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Esforços foram engendrados tanto no âmbito municipal, quanto nos âmbitos estadual e federal, resultando em diferentes projetos; alguns exemplos são o PRONAL (Ministério da Saúde, 1979), o Programa Valorização da Vida (Ministério da Educação, 1989) e sua implementação em Porto Alegre (Secretaria Estadual de Educação, 1992-1994), e o projeto de padronização dos serviços de atendimento aos usuários de drogas (Ministério da Saúde, 1998 & SENAD, 1999). Mais recentemente a ABEAD deu suporte técnico tanto às políticas de redução do tabagismo quanto às de acidentes de trânsito relacionados ao consumo de álcool por motoristas. Outra área de atuação da ABEAD nos últimos anos foi produzir consensos no campo dos tratamentos (ver Introdução, História da ABEAD). De fato, por um lado, o acelerado ritmo da produção científica – a partir dos anos de 1980 – agudizou a necessidade dos profissionais de saúde de se manterem atualizados. Tantas foram as descobertas e os desenvolvimentos que algumas vezes pode-se questionar sobre em que ponto se está, bem como sobre o que de melhor resta a fazer. Por outro lado, definitivamente chegou ao país a questão dos processos contra profissionais de saúde que, se tendem a qualificar os tratamentos feitos, também
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podem trazer insegurança para os terapeutas. O presente livro é uma síntese do conhecimento científico atual, que possibilita chegarmos nas DIRETRIZES. Seguindo-as, o colega estará oferecendo o mais adequado tratamento sentindo-se protegido em possíveis demandas judiciais. Em tempo de dúvidas a respeito do melhor caminho terapêutico a seguir e de apreensões sobre direitos e deveres dos profissionais, DIRETRIZES surge como porto seguro, apresentando ao leitor os últimos achados neuroquímicos e da psicologia úteis para os tratamentos do dependente químico e de sua família. Boa leitura! Sérgio de Paula Ramos
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Apresentação
O uso, o abuso e a dependência de substâncias psicoativas têm se expandido sob diversos aspectos ao longo da história. Desde os seus primórdios o ser humano conhece e utiliza tais substâncias, mas na realidade contemporânea, e principalmente após o advento da internet, a informação transita em alta velocidade e um número cada vez maior de pessoas tem acesso ao conhecimento acerca da existência de uma quantidade também cada vez maior e mais diversificada de drogas lícitas e ilícitas. Com frequência encontramos dados sobre a precocidade com que crianças e adolescentes têm iniciado suas relações com as substâncias psicoativas, muitas vezes para evoluir da experimentação ao abuso e dependência de forma vertiginosa, comprometendo tristemente suas expectativas de desenvolvimento físico, mental, cultural, profissional e social. Todos os segmentos sociais experimentam a mesma rápida aproximação com a realidade dos transtornos relacionados ao uso de substancias. A repercussão se faz notar nas notícias sobre acidentes de trânsito, criminalidade, analfabetismo, desemprego, doenças de todos os tipos, desordens familiares, transtornos escolares e outros. Cada um de nós tem alguma experiência de proximidade com os problemas decorrentes das drogas para compartilhar. Felizmente, a ciência não é menos veloz. As pesquisas e as descobertas em Neurobiologia apresentam suas contribuições continuamente, de maneira progressiva, consistente e efetiva, sempre baseada em evidências.
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A Psiquiatria avança no entendimento e no acúmulo de recursos para o diagnóstico e o tratamento tanto das dependências, compulsões e transtornos do impulso, quanto das comorbidades que frequentemente os acompanham. A Farmacologia responde às necessidades da Medicina de pronto, oferecendo opções medicamentosas para o tratamento de pacientes de todos os perfis. A Psicologia segue desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas e estratégias para o enfrentamento dos problemas que vulnerabilizam os indivíduos, interferindo na evolução da gravidade dos quadros de abuso e dependência de forma positiva. A Neuropsicologia integra medidores neurológicos e psicossociais de maneira inédita para a compreensão da natureza e da profundidade das dificuldades encontradas em usuários, abusadores e dependentes de substâncias, fornecendo subsídios nunca antes disponíveis para o planejamento mais realista de seus programas de tratamento. Especialidades como Sociologia, Serviço Social, Pedagogia, Educação Física, Nutrição, Medicina do Trabalho e outras incluíram em suas listas de prioridades a atenção ao assunto, tecendo intersecções indispensáveis para o sucesso da reabilitação e da reinserção do paciente em tratamento. Profilaxia e prevenção dos quadros de abuso e dependência de tabaco, álcool e outras drogas são assuntos de pauta em Congressos científicos, mesas de parlamentares e círculos sociais dos mais diversos, o que impulsiona a criação de programas multidisciplinares mais efetivos para a abordagem precoce e a melhora do prognóstico dos quadros de abuso e dependência, assim como das comorbidades associadas. Uma sociedade tão complexa quanto a nossa tem a possibilidade e, ainda mais, a responsabilidade de atualizar-se com a mesma agilidade e abrangência com que os veículos modernos facilitam o acesso às drogas e observam seus prejuízos. Para tratar e, também, para cada vez mais prevenir as doenças. Este livro existe pela intenção desta contribuição. Boa leitura. Analice Gigliotti Presidente da ABEAD
Angela Guimarães
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Sumário
INTRODUÇÃO História da ABEAD Marcelo Ribeiro Araújo
01
PARTE I 1. Da neurobiologia ao tratamento biopsicossocial da dependência química
15
Tadeu Lemos Analice Gigliotti Angela Guimarães
PARTE II 2. Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de álcool
35
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski 3. Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de maconha
59
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
4. Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de cocaína
69
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski 5. Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de anfetamínicos
87
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski 6. Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de nicotina
97
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski
PARTE III 7. Introdução à abordagem psicossocial da dependência química
117
Ana Cecilia Petta Roselli Marques 8. Diretrizes para a terapia cognitivo-comportamental no tratamento da dependência química
129
Irani I. de Lima Argimon 9. Diretrizes para entrevista motivacional no tratamento da dependência química
139
Elizabeth Carneiro 10. Diretrizes para terapia familiar no tratamento da dependência química 149 Gisele Aleluia
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11. Diretrizes para psicoterapia de grupo no tratamento da dependência química
169
Angela Guimarães 12. Diretrizes para avaliação cognitiva no tratamento da dependência química
193
Irani I. de Lima Argimon 13. Diretrizes para terapia dialética comportamental no tratamento da dependência química
205
Christiane Farentinos
INTRODUÇÃO • HISTÓRIA DA ABEAD SUMÁRIO
19
Cristiane Lopes 14. Modelo Matrix para tratamento da dependência química
219
Christiane Farentinos Cristiane Lopes
ANEXO Resumo dos principais debates sobre anfetaminas no Brasil
233
ÍNDICE
245
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Introdução História da ABEAD
Marcelo Ribeiro Araújo
A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD), uma associação científica sem fins lucrativos, congrega profissionais que trabalham no campo da dependência química no Brasil, com afiliados e representações no País e no exterior. Seu quadro associativo é composto de psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, advogados, líderes comunitários, consultores, professores, entre outros. A ABEAD participa ativamente do debate nacional relacionado com o consumo do álcool, do tabaco e de outras drogas, como disseminadora de conhecimento leigo e especializado acerca do tema e como colaboradora e consultora em projetos elaborados por órgãos governamentais e da sociedade civil. Apesar de sua relevância, consolidada nas últimas três décadas, a ABEAD é pouco conhecida do grande público, tendo em vista a especificidade de sua missão. Pretendemos, aqui, preencher essa lacuna, expondo, de modo sucinto, informações sobre o histórico da Associação e sua estrutura administrativa e formas de atuação.
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Histórico Os primórdios da ABEAD datam de 1978, a partir da fundação do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Álcool e do Alcoolismo (GRINEAA). O primeiro encontro nacional sobre o tema aconteceu em 1979 (Botucatu – SP), contando naquela ocasião com cerca de 40 participantes. Desse encontro, foi criada a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e do Alcoolismo (ABEAA). Nesse período, a ABEAA percebeu a impossibilidade de restringir suas discussões ao tema álcool. Em 1989, durante o seu VIII Congresso (São Paulo), a Associação passou a se chamar Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD), por decisão de seus associados. A partir de então, ganhou assento junto ao Conselho Federal de Entorpecentes (COFEN), hoje Conselho Nacional Antidrogas (CONAD). Atualmente, as atividades da ABEAD não se resumem a congressos domésticos e internacionais: a entidade tem participação efetiva na elaboração e implementação de políticas públicas e projetos de prevenção e tratamento dos transtornos relacionados com o uso de substâncias psicoativas em todas as esferas do Estado.
Missão e objetivo O debate informado e a ação permanente na área de álcool, tabaco e outras drogas é a missão da ABEAD. São seus objetivos: ๏ Divulgar e incentivar o debate informado das políticas e novas tendências sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas no País. ๏ Disseminar informação e promover conhecimento científico capaz de embasar a prática dos profissionais ligados ao campo da dependência química. ๏ Otimizar o acesso ao tratamento do usuário de drogas, bem como o apoio aos seus familiares, parceiros e amigos. ๏ Identificar novos desafios no campo da dependência química e ser uma plataforma independente, que integre as questões científicas, políticas e sociais.
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๏ Renovar ideias, consolidar práticas e ajudar a desenvolver estratégias de prevenção e tratamento que venham a reduzir o custo e os danos associados ao uso de tabaco, álcool e outras drogas na sociedade.
Estrutura administrativa A ABEAD é composta de uma diretoria executiva, eleita pelo voto direto de seus associados em assembleia geral, para um mandato de dois anos. Além da diretoria, a ABEAD tem cinco secretarias regionais, representando as regiões brasileiras. Os presidentes de exercícios anteriores (Tabela A1.1) passam a compor o conselho consultivo. Desde 2003, a assembleia geral elege também o conselho fiscal, constituído por três sócios da ABEAD. A gestão atual, mostrada na Tabela A1.2, foi eleita em setembro de 2007 com mandato até setembro de 2009.
Tabela A1.1 • Presidências anteriores GESTÃO
PRESIDENTE
2006 a 2007
Sérgio de Paula Ramos
2004 a 2005
Ana Cecilia P. R. Marques
2002 a 2003
Ronaldo Laranjeira
2000 a 2001
João Carlos Dias da Silva
1998 a 1999
Evaldo Melo de Oliveira
1996 a 1997
Angelo Américo Martinez Campana
1994 a 1995
Arthur Guerra de Andrade
1992 a 1993
Dagoberto Hungria Requião
1990 a 1991
Sérgio de Paula Ramos
1988 a 1989
Jandira Masur
1986 a 1987
Ernani Luz Junior
1984 a 1985
Vicente Araújo
1982 a 1983
José Manoel Bertolote
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Tabela A1.2 • Estrutura administrativa na gestão 2007 a 2009 GESTÃO 2007 A 2009: PRESIDENTE ANALICE DE PAULA GIGLIOTTI
1o Vice-Presidente: Marcos Zaleski
Conselho Consultivo:
o
Ana Cecilia P. R. Marques
o
3 Vice-Presidente: Marco Bessa
Angelo Américo Martinez Campana
Secretária: Selene Barreto
Dagoberto Hungria Requião
Tesoureiro: Joaquim Melo
José Manoel Bertolote
2 Vice-Presidente: Irani Argimon
Raul Caetano Ronaldo Laranjeira Sérgio de Paula Ramos
ASSOCIADOS DA ABEAD E O ATUAL PANORAMA DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO BRASIL A ABEAD possui mais de 750 associados, em mais de 23 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Em geral, são estes profissionais que chefiam serviços de atendimento e de pesquisa nas principais universidades, coordenam serviços de renome ou integram órgãos governamentais e conselhos estaduais e municipais sobre drogas. Apesar de bem representada entre os formadores de opinião da área, a ABEAD não consegue ainda que tais indivíduos sejam a regra no Brasil, tendo em vista que o estudo sistemático e cientificamente embasado da dependência química tornou-se mundialmente relevante e consistente há pouco mais de 30 anos. Para se ter uma ideia, há cinco anos os serviços especializados no tratamento da dependência química, salvo raras exceções, ainda estavam restritos às universidades públicas. Por outro lado, há uma rede de serviços espalhada por todo o País composta de comunidades terapêuticas, Alcoólicos e Narcóticos Anônimos e associações de pais e escolas. Na maioria das cidades brasileiras, tais serviços são a única opção de tratamento disponível. Muitos desses profissionais, apesar de não formalmente especializados, possuem vasta experiência na área e poderiam contribuir e se beneficiar do conhecimento cientificamente embasado.
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Desse modo, a ABEAD vem direcionando esforços para incluir em seu quadro associativo profissionais oriundos de tais centros de atenção e tratamento. A ABEAD reflete a realidade nacional: há 30 anos os serviços e profissionais especializados em dependência química eram exceções, e até o momento são pouco frequentes fora das regiões Sul e Sudeste. No entanto, há uma rede de profissionais que se dedica à prevenção e ao tratamento da dependência química (comunidades terapêuticas, Alcoólicos e Narcóticos Anônimos, associações de pais e escolas) que poderia contribuir e se beneficiar do conhecimento científico acerca do tema, desenvolvido nas últimas décadas. A criação, em 2003, de Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS – AD) nas principais cidades brasileiras implicou a necessidade de contratação de profissionais capacitados. Desse modo, alguns dos desafios encontrados pela ABEAD nos últimos anos estiveram relacionados com o aumento do número de associados e com a ampliação de sua presença para além das fronteiras sul e sudeste. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS – AD) estão presentes hoje em mais de 60% das cidades brasileiras com população acima de 300 mil habitantes. Os profissionais da saúde que atuam nessas unidades necessitam ser altamente capacitados, pois, além do tratamento, os CAPS–AD são responsáveis pelo gerenciamento de toda a rede de atenção ao dependente químico em seus municípios. Preocupada com a formação desses profissionais, a ABEAD tem procurado incluir as associações de CAPS–AD em seu quadro de associados, bem como produzir trabalhos de qualidade e fundamentados em evidências científicas, capazes de auxiliar a prática clínica desses profissionais. Assim, há dois grandes desafios para a ABEAD para os próximos anos: 1. Ampliar seu quadro associativo, tanto em número quanto em tipo de profissionais na área da dependência química.
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2. Diminuir as discrepâncias na distribuição regional dos profissionais, hoje mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste, mesmo sabendo que tamanha diferença reflete a existência de poucos serviços e profissionais especializados em outras regiões.
Produção científica Especialmente nos últimos anos, a ABEAD vem produzindo e publicando trabalhos de qualidade técnica e científica voltados para profissionais de todas as áreas e níveis de especialização. Os trabalhos mais relevantes estão listados a seguir:
PERIÓDICOS Jornal Brasileiro de Dependências Químicas (JBDQ): Periódico semestral da ABEAD (2000), que reúne artigos científicos de pesquisadores brasileiros acerca de temas relacionados com o uso indevido de álcool, tabaco e outras drogas.
CONSENSOS E DIRETRIZES ๏ Consenso brasileiro sobre síndrome de abstinência do álcool e seu tratamento (2000): desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), apresenta aos psiquiatras e médicos generalistas as condutas necessárias para o manejo adequado dessa patologia. Publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria [RBP 2000; 22(2): 62-71]. Disponível online: www.scielo.br. ๏ Abordagem e tratamento do fumante (2001): organizado e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Ministério da Saúde. A ABEAD participou a convite do INCA. Disponível online: www.inca.gov.br. ๏ Usuários de substâncias psicoativas – abordagem, diagnóstico e tratamento (2002): diretriz organizada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Trata-se de uma publicação com 120 páginas e
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nove capítulos, nos quais são discutidos o diagnóstico e o tratamento da dependência química, bem como as complicações específicas de cada substância. A AMB e o CREMESP reuniram profissionais das principais instituições de pesquisa e associações médicas paulistas. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e a ABEAD também participaram da elaboração dessa diretriz. Publicado pelo CREMESP (distribuição gratuita). Disponível online: www.amb.org.br. ๏ Comorbidades – transtornos mentais + transtorno por uso de substâncias de abuso (2004): o consenso, organizado pela ABEAD e desenvolvido por seus associados, descreve e discute o diagnóstico e o tratamento dos principais transtornos psiquiátricos associados ao uso indevido de substâncias psicoativas. Publicado pela ABEAD (distribuição gratuita). ๏ Prevenção ao consumo de drogas – um guia prático para educadores e profissionais da saúde (2004): elaborado em parceria com o Centro Municipal de Prevenção Primária ao Uso de Substâncias Psicoativas da Prefeitura Municipal de Santos (CEMPRI) e a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Distribuído aos educadores da rede pública de ensino do município de Santos. ๏ Consenso sobre dependência de álcool (2004): organizado em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), reuniu profissionais da área da saúde de todo o Brasil. Foi publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, que lhe dedicou um suplemento especial – RBP 2004; 26(sup1). Disponível online: www.scielo.br. ๏ Consenso sobre maconha (2005): organizado em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), levantou os principais avanços nos campos da neurobiologia, do diagnóstico, da prevenção, do tratamento e das tendências de saúde pública relacionadas com essa substância. Resultados preliminares foram divulgados durante o Congresso Brasileiro de Psiquiatria de Belo Horizonte (MG), em 2005.
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Projetos e posicionamentos no campo das políticas públicas A ABEAD, membro permanente do Conselho Nacional Antidrogas (CONAD), tem um histórico considerável de parcerias de políticas públicas com o governo federal. Dentre estas, destacam-se o Programa Nacional de Tratamento do Alcoolismo (PRONAL – Ministério da Saúde, 1979); o Projeto Valorização da Vida (Ministério da Educação, 1989), implementado em Porto Alegre (1992 a 1994); o Projeto de Padronização dos Serviços de Atendimento aos Usuários de Drogas (Ministério da Saúde, 1998 e SENAD, 1999); assim como inúmeras consultorias em projetos desenvolvidos nos âmbitos federal, estadual e municipal. Também teve participação ativa em campanhas e elaboração de projetos, que culminaram na proibição da propaganda de cigarros no Brasil (2000). Nos últimos anos, vem ampliando a participação em eventos internacionais: aceita como membro do Colégio Ibero-americano de Transtornos Adictivos, participou ativamente de seus dois congressos. Em novembro de 2005, foi convidada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para participar da I Conferência Pan-Americana de Políticas Públicas sobre o Álcool (Brasília – DF). O encontro reuniu especialistas de 15 países para discutir e trocar experiências sobre o combate ao consumo abusivo da droga lícita mais usada nas Américas. Considerando a experiência e a relevância adquiridas pela Associação no campo das políticas públicas, a ABEAD tem direcionado sua atenção para as seguintes questões: ๏ Propaganda do álcool: a ABEAD, em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entende que o álcool não é um mero produto comercial. Muito longe de defender sua proibição, propõe que este deva receber tratamento diferenciado, tendo em vista os danos potenciais que enseja. Assim, se posiciona contrariamente a qualquer iniciativa que estimule o uso indiscriminado, especialmente quando este atinge menores de idade. A ABEAD é parceira do Movimento Propaganda sem Bebida. Apesar de consensual e consolidado na maior parte dos países desenvolvidos, o comportamento de beber e dirigir é pouco
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INTRODUÇÃO • HISTÓRIA DA ABEAD
discutido e fiscalizado no Brasil. A ABEAD defende maior conscientização acerca dos riscos envolvidos, fiscalização e punição para esse tipo de conduta. ๏ Regulamentação do comércio de bebidas alcoólicas: mesmo se posicionando fortemente contra qualquer medida proibitiva com relação ao álcool, a ABEAD entende que o comércio do álcool é mal regulamentado, com venda indiscriminada para menores de idade e pouca ou nenhuma atenção quanto à abertura e fiscalização de postos de venda. ๏ Políticas públicas para a maconha: o debate acerca do uso da maconha, ao lado dos danos potenciais que acarreta, sempre foi pautado por discussões com alto teor emocional. Com a proposta de preencher importantes lacunas e que se promova um debate equilibrado, a ABEAD vem elaborando um consenso acerca dos efeitos e das complicações secundárias ao consumo da maconha, bem como dos modelos de políticas públicas existentes, direcionadas para essa substância. ๏ Organização de serviços e rede de atendimento: a atenção ao usuário de substâncias psicoativas melhorou nos últimos 10 anos. No entanto, questões como o planejamento das estratégias de prevenção e tratamento, tipos de serviços mais adequados e a formação de redes de tratamento ainda se encontram em estágios embrionários. A ABEAD quer discutir essas políticas com a sociedade e os órgãos de governo.
Congressos e eventos A ABEAD organiza congressos nacionais sobre dependência química desde a sua fundação, em 1978. A partir do VIII Congresso Brasileiro (1989), tais encontros passaram a ser realizados bienalmente, voltando a ser anuais a partir do XV Congresso, ambos realizados em São Paulo (SP). Paralelamente, um simpósio é realizado todos os anos, organizado por uma de suas secretarias regionais. O encontro de 2006 foi realizado em Florianópolis (SC), com o tema “Simpósio da ABEAD sobre drogas – maconha e ecstasy”, para aprofundar o debate acerca das duas substâncias mais em voga no cenário nacional.
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
CONGRESSOS DA ABEAD ๏ 1978: Fundação do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Álcool e do Alcoolismo (GRINEAA) ๏ 1979: I Congresso (Botucatu – SP) ๏ 1980: II Congresso (Porto Alegre – RS) ๏ 1981: O GRINEAA passou a se chamar Associação Brasileira de Estudos do Álcool e do Alcoolismo (ABEAA) ๏ 1981: III Congresso (Curitiba – PR) ๏ 1982: IV Congresso (São Paulo – SP) ๏ 1983: V Congresso (Rio de Janeiro – RJ) ๏ 1984: VI Congresso (São Paulo – SP) ๏ 1986: VII Congresso (Curitiba – PR) ๏ 1987: I Congresso Internacional (Gramado – RS) ๏ 1989: A ABEAA passou a se chamar Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) ๏ 1989: VIII Congresso (São Paulo – SP) ๏ 1991: IX Congresso (Salvador – BA) ๏ 1993: X Congresso (Florianópolis – SC) ๏ 1995: XI Congresso (Belo Horizonte – MG) ๏ 1997: XII Congresso (Recife – PE) ๏ 1999: XIII Congresso (Rio de Janeiro – RJ) ๏ 2001: XIV Congresso (Gramado – RS) ๏ 2003: XV Congresso (São Paulo – SP) ๏ 2004: XVI Congresso (Florianópolis – SC) ๏ 2005: XVII Congresso (Ouro Preto – MG) ๏ 2006: XVIII Congresso (Santos – SP) ๏ 2007: XIX Congresso (Rio de Janeiro – RJ) ๏ 2008: XX Congresso (Florianópolis – SC)
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INTRODUÇÃO • HISTÓRIA DA ABEAD
O I Congresso da ABEAD (então GRINEAA) reuniu cerca de 40 profissionais. Os últimos congressos, no entanto, vêm atraindo cada vez mais participantes: o encontro de 2005, em Ouro Preto (MG), reuniu mais de 850 profissionais da área da saúde e educação. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, prestigiou o evento com sua presença em uma das cerimônias. A partir de Ouro Preto, as cidades-sede passaram a ser escolhidas com dois anos de antecedência, com a finalidade de melhorar a preparação dos congressos subsequentes. Desse modo, Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ) sediaram, respectivamente, os Congressos da ABEAD de 2006 e 2007. Desde o XV Congresso (São Paulo), os anais acerca dos temas discutidos encontram-se disponíveis on-line no site da ABEAD (www.abead.com.br) e podem ser consultados por qualquer interessado. A meta para os próximos congressos é ampliar o campo de discussão acerca da prevenção, do tratamento e de políticas públicas para o consumo de álcool, tabaco e outras drogas, envolvendo os associados de todo o Brasil e atraindo novos participantes: estudantes, educadores, profissionais da saúde fora do meio acadêmico ou de centros especializados, bem como profissionais de outras áreas, que também estudam ou convivem com o problema do álcool e outras drogas em sua prática cotidiana (sociólogos, historiadores, urbanistas, advogados, entre outros). Com esse intuito, a ABEAD visa ultrapassar a marca dos mil participantes nos subsequentes congressos brasileiros da instituição. Mantendo sua missão, consolidada após 30 anos de história, a ABEAD pretende ser cada vez mais um fórum sintonizado com a realidade brasileira e as tendências mundiais, capaz de proporcionar aos diversos segmentos sociais o “debate informado e a ação permanente na área do álcool, do tabaco e de outras drogas”.
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CAPÍTULO
1
Da neurobiologia ao tratamento biopsicossocial da dependência química
Tadeu Lemos Analice Gigliotti Angela Guimarães
Introdução Conjugar as recentes descobertas neurocientíficas ao conjunto de conceitos psicológicos e sociais inerentes à compreensão do comportamento humano é um desafio contemporâneo. Esta integração de saberes é imprescindível para o entendimento, diagnóstico e tratamento da dependência química. Conforme Laranjeira & Ribeiro: “Contemplando o caráter multifatorial da gênese e da manutenção do uso indevido de substâncias psicoativas, o conceito atual de dependência química considera que qualquer padrão de consumo é constantemente influenciado por uma série de fatores de proteção e risco, de natureza biológica, psicológica e social.”1
Nestas afecções, os fatores determinantes interagem de maneira tão complexa que se torna difícil determinar um agente etiológico presente em todos os indivíduos afetados.2,3
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Sendo a dependência química uma síndrome multifatorial, podese prever alguns conjuntos de fatores envolvidos no seu desenvolvimento: os aspectos genéticos e neurobiológicos; as comorbidades psiquiátricas; a estrutura psicológica do indivíduo e os seus recursos de defesa para o manejo de emoções e situações desestabilizadoras; a oferta e a disponibilidade da droga; o tipo de substância e a via de administração escolhidos; o histórico familiar e suas disfunções; a presença de hereditariedade, de estresse e de eventos traumáticos de vida; e vários outros fatores. Um dos atuais desafios científicos é descobrir quais elementos neurobiológicos e diferenças individuais são capazes de vulnerabilizar pessoas para a dependência química.
Genótipo e fenótipo em dependência química Por genótipo entende-se, de maneira geral, o conjunto de tendências biológicas que as pessoas apresentam individualmente. A ação do meio ambiente sobre as condições biológicas do indivíduo produz a expressão do fenótipo. Conforme Messas & Vallada:4 “O estudo do componente genético na dependência química sofre da mesma dificuldade experimentada pelos demais transtornos tratados pela psiquiatria: a indefinição fenotípica, ou seja, a dificuldade de delimitar fronteiras claras para as categorias diagnósticas. (…) Assim como ocorre com várias doenças chamadas ‘complexas’, na dependência química (…) o efeito genético é proveniente de vários genes atuando em conjunto para a produção de uma situação de vulnerabilidade que, em conjunto com a ação ambiental, produzem o fenótipo final. Ou seja, a herdabilidade efetiva é das condições de vulnerabilidade e não da doença ou do transtorno em si. No caso da dependência química, portanto, devemos falar, em nome do rigor linguístico, de genética das condições de vulnerabilidade ou suscetibilidade.”
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
PADRÃO DE CONSUMO O padrão de consumo de álcool é um aspecto relevante na avaliação inicial de qualquer paciente. Além de detectar os níveis de gravidade, a investigação detalhada do padrão de consumo permite a observação de rituais de uso e auxilia no estabelecimento de estratégias de mudanças. A Tabela 2.2 possibilita visualizar esta investigação.
Tabela 2.2 • Equivalência das bebidas alcoólicas
Concentração sanguínea equivalente à dose de álcool ingerida de acordo com o peso corporal* Dose da bebida alcoólica 60kg
70kg
80kg
1 lata de cerveja 1 copo de vinho tinto 1 dose de uísque
0,27g
0,22g
0,19g
2 latas de cerveja 2 copos de vinho 2 doses de uísque
0,54g
0,44g
0,38g
3 latas de cerveja 3 copos de vinho 3 doses de uísque
0,81g**
0,66g**
0,57g
* Concentração sanguínea de álcool meia hora após a ingestão da bebida alcoólica. ** Dosagem já superior ao limite permitido por lei (0,57g de álcool por litro de sangue). Fonte: Formigoni e cols.38
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CAPÍTULO 2 • DIRETRIZES FARMACOLÓGICAS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL
Figura 2.4 • Gravidade e duração dos sinais e sintomas da SAA
Figura 2.5 • Períodos da SAA mais prováveis para o aparecimento de tremores, hiperatividade e convulsões
O sintoma de abstinência mais comum é o tremor,32 acompanhado de irritabilidade, náuseas e vômitos. De intensidade variável, tais sintomas aparecem algumas horas após a diminuição ou parada da ingestão e são mais observados no período da manhã. Os tremores são acompanhados de hiperatividade autonômica, desenvolvendo-
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Hora:
PA:
Pulso ou FC:
Náuseas leves e sem vômitos
Náuseas recorrentes com ânsia de vômitos
Náuseas constantes, ânsia de vômitos e vômitos
1
4
7
Não visível, mas sente
Moderado, com os braços estendidos
Grave, mesmo com os braços estendidos
1
4
7
Facial
Profusa
4
7
Pouco
Muito pouco
1
2
Não
0
6
5
4
Extremamente graves
Alucinações graves
Alucinações moderadas
TEM VISTO COISAS QUE NÃO ESTÃO PRESENTES?
6. AS LUZES TÊM-LHE PARECIDO MUITO BRILHANTES? DE CORES DIFERENTES? INCOMODAM OS OLHOS? TEM VISTO ALGO QUE O PERTURBA?
5. OUVE SONS À SUA VOLTA? ALGO PERTURBADOR, SEM DETECTAR NADA POR PERTO?
4. SENTE COCEIRAS, SENSAÇÃO DE INSETOS ANDANDO NO CORPO, FORMIGAMENTOS, PINICAÇÕES?
Não
0
3. TEM SUDORESE?
Não
0
2. SENTE TREMOR COM OS BRAÇOS ESTENDIDOS E OS DEDOS SEPARADOS?
Não
0
1. VOCÊ SENTE MAL-ESTAR NO ESTÔMAGO (ENJOO)? TEM VOMITADO?
Data:
Nome:
Tabela 2.8 • Escala da Clinical Institute Withdrawal Assessment Revised (CIWA-Ar)
DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
metidos têm geralmente tabagismo associado, são coronariopatas e utilizaram cocaína nas últimas horas que antecederam o IAM.21 A investigação laboratorial31 e eletrocardiográfica32 da angina de peito induzida pela cocaína produz habitualmente resultados que podem confundir o diagnóstico. Desse modo, em razão da baixa incidência de IAM entre esses indivíduos, associada à alta incidência de resultados falso-positivos, têm surgido diversos protocolos de tratamento, sem que haja um consenso sobre o tema. Ficam apenas contraindicados os betabloqueadores,26 por reduzirem o fluxo sanguíneo e aumentarem a resistência coronariana.
Figura 4.3 • Ação da cocaína sobre o sistema cardiovascular
COMPLICAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Cerca de um terço dos acidentes vasculares encefálicos (AVE) em adultos jovens está associado ao consumo de drogas. Entre os indivíduos de 20 a 30 anos de idade, este índice chega a 90%.33 A cocaína é a substância ilícita mais associada a distúrbios cerebrovasculares.34
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CAPÍTULO
5
Diretrizes farmacológicas para tratamento da dependência de anfetamínicos
Ana Cecilia Petta Roselli Marques Marcelo Ribeiro Araújo Ronaldo Laranjeira Marcos Zaleski
Introdução As anfetaminas foram sintetizadas na década de 1930, para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e da hiperatividade (THDA), então denominado hiperatividade ou disfunção cerebral mínima. Atualmente são indicadas para o tratamento da THDA, da narcolepsia e da obesidade, com restrições.1 Nos últimos 20 anos, anfetaminas modificadas têm sido sintetizadas em laboratórios clandestinos para serem utilizadas com fins não médicos (Tabela 5.1). A mais conhecida e utilizada no Brasil é a 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), o ecstasy, uma metanfetamina inicialmente identificada com os clubbers em suas festas, conhecidas por raves.
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Tabela 5.1 • Anfetaminas de uso médico e não médico ANFETAMINAS DE USO MÉDICO (NOME DO PRINCÍPIO ATIVO)
๏ ๏ ๏ ๏ ๏ ๏ ๏ ๏ ๏
D-anfetamina Metanfetamina HCL Fenfluramina Metilfenidato Pemolide Fenproporex Mazindol Dietilpropiona Anfepramona
ANFETAMINAS DE USO NÃO MÉDICO (NOME DO PRINCÍPIO ATIVO E NOME CORRENTE)
๏ 3,4-metilenodioximetanfetamina – MDMA (ecstasy) ๏ 4-metilaminorex (ice) ๏ Derivado metanfetamínico (crystal)
Fonte: Ellenhorn e cols. (1997).2
Epidemiologia As anfetaminas são consumidas por 0,6% da população mundial, sendo alguns países asiáticos responsáveis por 50% deste consumo. Na Europa e nos EUA, que respondem por um terço da anfetamina utilizada,3 a produção é feita clandestinamente e destina-se ao consumo ilícito. O consumo no Brasil é pouco conhecido. Entre estudantes, o uso das anfetaminas predomina na população feminina, provavelmente com o intuito de perder peso.4 É evidente a existência de diferentes tipos de usuários, cujo consumo de anfetamina tem propósitos diversos5 (Tabela 5.2).
Tabela 5.2 • Tipos de usuários de anfetamina USUÁRIOS INSTRUMENTAIS
Consomem anfetamina com objetivos específicos, como melhorar o desempenho no trabalho e emagrecer
USUÁRIOS RECREACIONAIS
Consomem anfetamina em busca de seus efeitos estimulantes
USUÁRIOS CRÔNICOS
Consomem anfetamina com a finalidade de evitar o desconforto dos sintomas de abstinência
Fonte: OMS (1997).5
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Exemplos de modelos cognitivos de uso/recaída de diferentes drogas são apresentados nas Figuras 8.2, 8.3 e 8.4.
Figura 8.2 • Modelo cognitivo de uso/recaída de cocaína
Figura 8.3 • Modelo cognitivo de uso/recaída de maconha
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Figura 12.2 • Descrição qualitativa do desempenho do paciente
Avaliação de aptidão
CAPÍTULO 12 • DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO COGNITIVA NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Figura 12.1 • Resumo – determinação do processo de avaliação
Alguns problemas clínicos podem estar centrados nas habilidades, nas capacidades e nos conhecimentos especiais. Assim, por meio de instrumentos de aptidões é possível responder a questões sobre comportamentos passados e futuros, pela medição do comportamento presente. Existem testes de aptidão numérica, verbal, musical, de
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1. Jones AW. Age and Gender-related differences in blood amphetamine concentrations in apprehended drivers: lack of association with clinical evidence of impairment. Addiction 2007; 102:1085-91. 2. Uekermann J, Channon S, Winkel P, Schlebusch P, Daum I. Theory of mind, humors processing and executive functioning in alcoholism. Addiction 206; 102:232-40. 3. Cairney S, Clough A, Jaragba M, Maruff P. Cognitive impairment in aboriginal people with heavy episodic patterns of alcohol use. Addiction 2007; 102:909-15. 4. Brand M, Roth-Bauer M, Driessen M, Markowitsch H. Executive functions and risky decision-making in patients with opiate dependence. Drug and Alcohol Dependence 2008; 97:64-72. 5. Rigoni M, Oliveira M, Moraes JF, Zambom LF. O consumo de maconha na adolescência e as consequências nas funções cognitivas. Psicologia em Estudo 2007; 12(2):267-75. 6. Almeida PP, Novaes MAF, Bressan RA, Lacerda ALT. Revisão: Funcionamento executivo e uso de maconha. Revista Brasileira de Psiquiatria 2008; 30(1):60-76. 7. Rodrigues VS, Caminha RM, Horta RL. Déficits cognitivos em pacientes usuários de crack. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva 2006; 2(1). 8. Cunha, JA. Fundamentos do psicodiagnóstico. In: Cunha JA. Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas Sul 2000. p. 23-31. 9. Werlang BG, Argimon IIL. Avaliação Psicológica na Prática Clínica. In: Neto AC, Gauer GC & Nina Rosa Furtado. Psiquiatria para Estudantes de Medicina. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. 10. Pasquali L. Testes Psicológicos: conceitos, história, tipos e usos. In: Pasquali L. Técnicas de Exame Psicológico – TEP. Vol. I: Fundamentos das Técnicas de Exame Psicológico. São Paulo: Casa do Psicólogo/Conselho Federal de Psicologia 2006. p. 13-56. 11. Cronbach L. Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Mé-
CAPÍTULO 12 • DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO COGNITIVA NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Referências
dicas, 1996. 12. Andretta I, Moraes J, Oliveira M, Rigoni M. Validação do Teste Figuras Complexas de Rey na População Brasileira. Avaliação Psicológica, Porto Alegre 2004; 3(1).
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DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
13. Jamus DR, Mader MJ. A Figura Complexa de Rey e Seu Papel na Avaliação Neuropsicológica. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology 2005; 11(4):193-8. 14. Wechsler SM. Princípios éticos e deontológicos na avaliação psicológica. In: Pasquali L. Técnicas de Exame Psicológico – TEP. Vol. I: Fundamentos das Técnicas de Exame Psicológico. São Paulo: Casa do Psicólogo/Conselho Federal de Psicologia, 2001. p. 171-193. 15. Anastasi A, Urbina S. Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
204 Diretrizes ABEAD.indb 204
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Índice
bases neurobiológicas, 43
A ABEAD, 1-12 associados da, e o atual panorama
e sintomatologia, 44 conceito, 43
da dependência química no Brasil,
critérios de gravidade, 46
4
e seu tratamento, consenso
congressos e eventos, 9 estrutura administrativa, 3
brasileiro sobre, 6 períodos da, para o aparecimento
história da, 1
de tremores, hiperatividade e
missão e objetivo, 2
convulsões, 45
produção científica, 6
quadro clínico, 44
projetos e posicionamentos no
tratamento, 50
campo das políticas públicas, 8 Abstinência, 6, 91 da cocaína, síndrome de, 79 da maconha, sintomas de, 65 da nicotina, 100 de anfetaminas, sinais e sintomas de, 91 do álcool, síndrome de, 43
Diretrizes ABEAD.indb 245
clínico e medicamentoso, 52 farmacológico, 53 local para, ou setting, 50 estabelecendo a, através da promoção de mudança, 213 suportando a, por meio de aceitação, 214 Ácido gama-aminobutírico (v. GABA)
13/10/2009 10:34:50
DIRETRIZES GERAIS PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Adesivo de nicotina, 104 Agentes psicotrópicos, 234 Agitação, 91 e abstinência de anfetaminas,
Alucinações em usuários de cocaína, 77 Ambivalência, 180 Ambulatório e internação domiciliar, 53
91 em usuários de cocaína, 77 Alcaloides, 60 Álcool, 38 dependência de, 35-58 avaliação inicial, 37 consenso sobre, 7 considerações importantes acerca do consumo, 37
American Psychological Association, 202 Anfetamínicos, 88 de uso médico e não médico, 88 debates sobre, no Brasil, 233-243 adolescentes e adultos jovens, 237 considerações dos
epidemiologia, 36
representantes da ABP e da
intoxicação aguda, 41
ABEAD, 240
níveis plasmáticos, 42
diferenças do gênero, 238
padrão de consumo, 38
pontos relevantes, 235
recaída, 133
definição, 235
síndrome de abstinência, 43
epidemiologia, 236
bases neurobiológicas e
farmacologia, 236
sintomatologia da, 43 conceito, 43 critérios de gravidade, 46 e seu tratamento, consenso brasileiro sobre, 6 períodos da, mais prováveis para o aparecimento de tremores, hiperatividade e convulsões, 45 quadro clínico, 44 tratamento, 50 triagem ou rastreamento, 39 unidades de álcool em cada dose de bebida, 39 herdabilidade do alcoolismo, 18 predisposição genética para o alcoolismo, 18 propaganda do, 8
prevenção e detecção do abuso de substâncias prescritas, 238 papel dos farmacêuticos, 239 papel dos pacientes, 239 papel dos profissionais de cuidados primários com a saúde, 238 quando o risco é maior que o benefício, 233 realizados com especialistas, 233 síntese de evidências, 233 tratando o dependente de estimulantes, 239 dependência de, 87-95 abstinência, sinais e sintomas de, 91
246 Diretrizes ABEAD.indb 246
13/10/2009 10:35:06