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nutrição e exerCíCio físiCo
Introdução
Os padrões de estilo de vida que envolvem comportamentos sociais e de saúde passaram por mudanças no último século em decorrência dos processos de industrialização e urbanização, os quais resultaram no aumento de doenças e agravos não transmissíveis (DANT),1 estritamente relacionados com a inatividade física e os hábitos alimentares inadequados.2 Dentre essas doenças e agravos, destacam-se doenças cardiovasculares, acidente vascular encefálico, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, os quais têm aumentado ao redor do mundo e trarão graves consequências sociais, econômicas e de saúde se não forem abordados com urgência.3
A boa notícia é que os principais fatores de risco associados às DANT são modificáveis e, desde 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS), composta por 194 estados-membros, tem adotado estratégias para implementar ações que estimulem bons hábitos alimentares e a prática regular de exercícios físicos.4 O documento denominado Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde estabelece que os estados-membros elaborem, apliquem e valorizem ações que promovam modos de vida saudáveis, cumprindo objetivos e metas em âmbito global, nacional e regional.4
Para entender os benefícios da prática regular de exercício físico, algumas definições se fazem necessárias:5
Atividade física: qualquer movimento realizado pelo sistema esquelético com gasto de energia.
Exercício físico: é uma categoria de atividade física representada por um conjunto de movimentos físicos repetitivos, planejados e estruturados para melhorar o desempenho físico.
Aptidão física: presença de atributos relacionados com a habilidade no desempenho de atividades físicas.
Treinamento ou condicionamento físico: compreende a repetição de exercícios, durante períodos de semanas ou meses, com o objetivo de melhorar a aptidão física.
Esporte ou desporto: é um exemplo de atividade física sistematizada que está sujeita a determinados regulamentos e geralmente visa à competição entre praticantes. Além disso, há envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras, jogo e competição, mesmo que seja apenas lazer ou recreação.
O Ministério da Saúde5 adota essas definições e busca, conjuntamente com a OMS, estimular a atividade física e a prática regular de exercícios
tabela 1.1 Classificação dos alimentos quanto ao grau de processamento
Tipos de alimentos Exemplos
Alimentos in natura e minimamente processados
Legumes, verduras e frutas in natura ou embalados, porcionados, refrigerados ou congelados
Arroz branco, integral ou parboilizado; outros cereais
Farinhas (mandioca, milho ou trigo); massas frescas ou secas feitas com essas farinhas e água
Raízes e tubérculos
Cogumelos frescos
Frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias
Oleaginosas sem sal ou açúcar
Especiarias e ervas frescas ou secas Feijão e outras leguminosas
Carnes, aves e peixes frescos, resfriados ou congelados
Leite e iogurte (sem adição de açúcar)
Ovos
Chás, cafés, infusões de ervas, água
Alimentos processados
Conservas e enlatados preservados em sal, vinagre ou salmoura
Extrato ou concentrados de tomate (com sal e/ou açúcar)
Frutas em calda e cristalizadas
Carne seca e toucinho
Sardinha e atum enlatados
Queijos
Pães feitos com farinha de trigo, leveduras, água e sal
Alimentos ultraprocessados
Pães, biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral
Cereais matinais açucarados
Barras de cereal
Bolos industrializados e misturas para bolo
Sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, molhos
Salgadinhos industrializados
Refrigerantes, refrescos
Iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados
Bebidas energéticas
Produtos congelados e prontos para aquecimento
Salsichas e outros embutidos