Revista Estilo Editorial Edição n. 5

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Revista da Editora UFSM ∙ Edição n. 5 ∙ Novembro 2018 ∙ ISSN 2359-4713

QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE Através de pesquisas acadêmicas, servidores da Editora e da Livraria UFSM buscam crescimento para as marcas da Universidade

PARCERIA DE SUCESSO Grife UFSM produz materiais exclusivos criados por alunos do curso de Desenho Industrial

Escrita Acadêmica

Os desafios de um texto com qualidade



Editorial É com grande satisfação que apresentamos à comunidade acadêmica o quinto número da Revista Estilo Editorial, a qual se consolida como um importante canal de divulgação sobre o mercado editorial e a produção da Editora UFSM. Nesta edição, a matéria principal da revista aborda a escrita acadêmica. Mediante a colaboração de pesquisadores com reconhecimento nacional e internacional, trata-se dos desafios de um texto com qualidade e se elucidam questões relacionadas à construção de um texto acadêmico que seja claro, objetivo e que atraia o maior número de leitores. Também nesta edição, são apresentados alguns dos trabalhos de mestrado que já foram e outros que estão sendo desenvolvidos pelos servidores técnico-administrativos em educação lotados na Editora, Livraria e Grife. São dissertações que versam sobre questões relacionadas ao marketing digital, tomada de decisão, fidelização de clientes, entre outros temas. Convém destacar que, até o final de 2019, mais de 90% dos servidores da Editora, Livraria e Grife terão especialização concluída e/ou mestrado em andamento ou concluído, um número significativo que nos enche de satisfação e mostra a preocupação constante com a qualificação e a capacitação da nossa equipe. Outro destaque é a parceria entre a Editora UFSM e o Curso de Desenho Industrial, a qual possibilita à comunidade ter acesso a produtos mais modernos e com melhor design, bem como permite aos acadêmicos colocarem em prática várias das teorias aprendidas em sala de aula. Neste ano de 2018, temos muito a comemorar, pois, mesmo com um cenário de contração econômica, mantivemos em dia a publicação dos livros e realizamos várias ações visando estar mais perto da comunidade, tais como a Feira da Grife, a participação nas feiras dos livro de Santa Maria, Porto Alegre e Silveira Martins e também na Bienal do Livro de São Paulo. Outros importantes eventos e atividades que contaram com a participação ou realização da Editora foram a Caça aos Ovos, a Oratória Solidária e a primeira edição do Propague. Os resultados dessas ações são uma maior sinergia com a comunidade acadêmica, mais qualidade nas publicações e aumento do número de livros eletrônicos publicados, superando a marca de 50 e-books. Também se faz pertinente destacar a menção honrosa que recebemos da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU) pela publicação do livro Farmacologia Aplicada à Aquicultura, organizado por Bernardo Baldisserotto, Levy de Carvalho Gomes, Berta Maria Heinzmann e Mauro Alves da Cunha. Enfim, temos muito a fazer, mas o que fizemos até aqui mostra que estamos no rumo certo. A todos, os meus mais sinceros agradecimentos, principalmente, e de forma muito especial, carinhosa e respeitosa, a todos os servidores lotados na Editora, Livraria e Grife da UFSM, bem como aos nossos bolsistas, pelo seu comprometimento institucional e dedicação. Tenham todos uma boa leitura!

Prof. Dr. Daniel Arruda Coronel Diretor da Editora, Livraria e Grife da UFSM


ISSN 2359-4713

Universidade Federal de Santa Maria Reitor Paulo Afonso Burmann

Vice-Reitor Luciano Schuch

Diretor da Editora UFSM Daniel Arruda Coronel

Expediente Jornalista responsável Luciane Treulieb

Preparação dos textos e organização Tagiane Mai

Projeto gráfico e publicidades da revista Gustavo de Souza Carvalho

Reportagem Katiana Campeol e Paulo César Rodrigues Ferraz (acadêmicos de Jornalismo)

Colaboração Andressa Motter e Caline Gambin (acadêmicas de Jornalismo)

Fotografias Arquivo Editora, Grife e Livraria UFSM e Pexels

Artigos de convidados Daniel Arruda Coronel, Gilson Volpato, Gustavo de Souza Carvalho, Laís Viera Trevisan, Leandro Souza da Silva, Nelson Guilherme Machado Pinto, Rudi Weiblen, Shani Carvalho Ceretta e Valtencir Zucolotto

Revisão de texto Maicon Antonio Paim e Tagiane Mai

Sobre a Editora UFSM

Criada em 1981, a Editora da UFSM tem por finalidade implantar e executar a política editorial da Instituição. Assim, cabe à Editora desenvolver esforços com vistas à edição e divulgação de trabalhos que interessem ao exercício das atividades de ensino, pesquisa e extensão nos diversos campos do conhecimento ou que sejam relevantes ao progresso socioeconômico e cultural das comunidades regionais e do país. Ao longo dos seus 37 anos, a Editora da UFSM tem publicado conteúdos que contemplam cada uma das suas cinco linhas editoriais e, assim, tem colaborado para a difusão cultural e intelectual do conhecimento produzido dentro e fora da Universidade.

Sobre a Revista Estilo Editorial

A Revista Estilo Editorial surgiu em 2014, com o

Editora da Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1000 – Prédio da Reitoria, 2º andar Campus Universitário – Camobi

propósito de divulgar as ações desenvolvidas pela Editora, promover a discussão de temas relacionados ao meio editorial acadêmico e servir como uma ferramenta de aproximação

Santa Maria-RS – 97105-900

entre a Editora e o seu público. Desde a

Telefone: (55) 3220-8610

sua primeira edição, a publicação preza

E-mail: editufsm@gmail.com

pela relevância e qualidade das matérias,

Site: www.editoraufsm.com.br

entrevistas e artigos apresentados e pela qualidade gráfica das suas edições.

Distribuição gratuita Impressão: Gráfica e Editora Copiart Tiragem: 800 exemplares

Dessa forma, a publicação contribui para a propagação de ideias e saberes relacionados ao mercado editorial brasileiro.


NESTA EDIÇÃO

17

Desenho Industrial e Grife UFSM: projetando criatividade

Parceria com o curso de graduação une teoria e prática para fortalecer a marca da Universidade

07

Escrita acadêmica: os desafios de um texto com qualidade

Importantes nomes da escrita acadêmica nos ajudam a entender como se aperfeiçoar na área

19

Criatividade e conhecimento marcam os eventos promovidos pela Editora UFSM

De ações divertidas a palestras educativas, a Editora UFSM fez de 2018 um ano de interação com o público

11

Reconhecimento feminino na pesquisa científica

Cristina Nogueira fala sobre os desafios da pesquisa científica e o reconhecimento feminino na área

25

Excelência e variedade marcam os lançamentos do ano

Em 2018, a Editora UFSM mantém o compromisso de qualidade e diversidade em suas publicações

14

Trajetória do periódico Ciência Rural: o ontem, o hoje e o amanhã de um editor

Das gavetas do CCR para a publicação digital, a revista hoje alcança reconhecimento no cenário internacional

31

Grife UFSM: novidade e qualidade em produtos únicos

Em 2018, a marca lançou camisetas com novas estampas, além de utensílios para a hora do estudo e lazer


45

Por que a publicação científica virou problema?

33

Curiosidade e nostalgia: o passado de Santa Maria em crônicas pitorescas

Gilson Volpato analisa o atual cenário da produção acadêmica no Brasil

Crônicas escritas por Romeu Beltrão viram livro que mostra a beleza histórica do coração do Rio Grande

57

34

Conselho Editorial

Cores e sinais: a didática da primeira coleção de livros da Editora UFSM com versão em Libras

A obra “Mamíferos Brasileiros em Extinção” busca igualar o acesso aos conteúdos literários produzidos na Instituição

36

Pesquisando para avançar

Profissionais da Editora e da Livraria UFSM se qualificam academicamente à procura de melhorias em suas áreas de atuação

40

O perfil dos gestores das editoras universitárias federais associadas à ABEU

Pesquisa colabora para pensar a importância de bons gestores à frente das editoras universitárias federais

Integrantes da UFSM compõem o órgão consultivo e deliberativo da Editora UFSM

$

$

59

Pareceristas

Os pesquisadores, externos à UFSM, que dão o aval para que um livro seja publicado pela Editora UFSM

62

Distribuidores

Os diversos locais, em todo o país, onde podem ser comprados os livros da Editora UFSM


os desafios de um texto

Escrita acadêmica

Escrita acadêmica:

com qualidade

Importantes nomes do ensino da escrita acadêmica ajudam a entender os desafios da produção científica reconhecida e aceita A escrita acadêmica permeia a vida de alunos da graduação e pós-graduação e de pesquisadores em geral, que buscam avanços em uma determinada área ou subárea. Para serem reconhecidos, devem publicar as descobertas em revistas científicas renomadas, a fim de que os pares e o público tenham acesso aos resultados. Dessa forma, a divulgação dos avanços passa necessariamente pelo processo de escrita de artigos científicos. Assim entende o professor e doutor em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo (USP) Valtencir Zucolotto, que já publicou capítulos de livros e artigos em revistas internacionais, além de ministrar cursos on-line sobre escrita científica. Junto a ele, o professor Gilson Volpato, doutor em Ciências Biológicas por universidade israelense e autor de artigos, livros e vídeos sobre escrita acadêmica, ajuda a sanar dúvidas que acompanham os pesquisadores no que tange ao texto científico: como escrever um bom trabalho? Quais são os principais equívocos cometidos? Quais os efeitos de um texto com qualidade? Para Volpato, a redação acadêmica é a forma como os cientistas conversam entre si e, portanto,

deve expressar toda a força científica da argumentação. Dessa forma, o professor defende que fazer pesquisa científica e publicar artigos são elementos necessários, mas não suficientes para a construção da ciência: a redação acadêmica merece especial atenção, já que ela é a interface entre as ideias do autor e o entendimento dos leitores. Volpato defende ainda que qualificar a escrita acadêmica é o mesmo que qualificar o cientista para debater com seus pares. “O conhecimento que entrará na ciência não é todo aquele que está publicado, mas somente aquele que, após a publicação, é lido e aceito por parcela significativa da comunidade científica”, afirma o professor. Zucolotto concorda ao sustentar que os efeitos de uma escrita acadêmica com qualidade são inúmeros: “desde minimizar problemas de rejeição do artigo pelas revistas, até aumentar a visibilidade e acesso do artigo”.

Como produzir um texto com qualidade?

A escrita acadêmica, conforme Volpato, é um setor da comunicação humana e, como tal, requer respeito ao idioma, à ciência e à criatividade. Como idioma, ciência e criatividade estão sujeitos

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a mudanças ao longo do tempo, na escrita acadêmica também são esperadas transformações. Nesse sentido, o professor, que é sócio-fundador do Instituto GilsonVolpato de Educação Científica (IGVEC), explica que algumas evoluções na maneira de escrever podem ser identificadas atualmente. Com o aumento das publicações científicas disponíveis na internet, particularmente a partir da década de 1990, uma das condutas mais comuns é que os textos tentem facilitar a vida do leitor. Assim, o que valia para a época das revistas impressas pouco vale para as revistas digitais, embora a ciência praticada seja basicamente a mesma. Além disso, “a globalização trouxe para o brasileiro a percepção de que ciência nacional não existe, mas existe ciência, que é, por natureza, uma atividade internacional”, comenta Volpato. Em qualquer tempo, no entanto, “a escrita científica possui características próprias de estrutura e linguagem, que devem ser conhecidas pelos escritores. Esse conhecimento é fundamental”, defende Zucolotto. Para ele, ética, boas práticas e clareza no texto são a base, além da necessidade de levar em conta as particularidades de cada área. Volpato explica que as regras da escrita podem variar de acordo com o formato das revistas, mas a parte lógico-estrutural do discurso científico, seja na pesquisa qualitativa ou quantitativa, é a mesma em qualquer área. Umas usam o tradicional IMRD − introdução, métodos, resultados e discussão −, enquanto outras têm estrutura mais livre. Porém, todas usam estruturas lógicas para a demonstração de conclusões baseadas em evidências ou em raciocínio lógico-matemático. O pesquisador percebe que os principais problemas na redação científica não decorrem de alguns erros de escrita, que, se corrigidos, não representariam empecilhos. “A questão é mais profunda, pois precisamos exercer ciência de alto nível. A escrita deveria ser consequência”, sustenta o professor. Nesse contexto, Volpato ressalta: no texto científico não há espaço para opiniões, mas para argumentações lógicas e científicas. “Pesquisas que não geram conclusões, não geram ciência. Fazer ciência não é levantar problemas (isso ocorre na

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Filosofia), mas resolver problemas. Isso também diferencia os textos científicos daqueles puramente opinativos”, afirma o pesquisador.

Espaço em publicações internacionais

Discutir o espaço da escrita acadêmica nacional em publicações internacionais implica entender as diferenças entre produzir ciência e produzir pesquisa. Gilson Volpato entende que, no cenário brasileiro, é feita muita pesquisa e pouca ciência. Um erro disseminado é a ideia de que qualquer trabalho, desde que seguindo a metodologia correta, tem seu valor e já entra na ciência. Porém, não deve ser assim: a ciência é mais arrojada e depende de um pensar científico mais elaborado. Para Valtencir Zucolotto, são dois os fatores que influenciam na publicação de estudos em revistas internacionais: a qualidade e importância da pesquisa para a área e a estrutura e organização de um texto. Volpato corrobora essa afirmação, destacando que, para adentrar em uma revista internacional, além da boa escrita, é preciso que o trabalho traga conclusões que acrescentem à ciência. Para ele, o foco é no ganho futuro que haverá com a publicação, como avanço científico, utilidade prática do conhecimento, novidade e originalidade. “Tudo isso implica saber fazer ciência. Quando não sabemos fazer isso, ficamos apenas na pesquisa”, defende o professor. Nesse sentido, Volpato aconselha: “temos que lembrar que, ao focarmos nosso estudo na solução local de problemas, temos menor alcance social. Ao fazer ciência, muito mais pessoas serão favorecidas”. Ele pontua que essa visão equivocada impede que publicações brasileiras entrem na ciência internacional e complementa: “toda pesquisa que ajuda a ciência também resolve problemas locais”. Zucolotto também reconhece impasses. Para ele, quando a pesquisa é relevante e o idioma não é um obstáculo − Volpato inclusive considera a língua como um falso impedimento, diante dos bons serviços de revisão da escrita em inglês existentes −, a falta de conhecimento da estrutura de artigos científicos surge como um dos problemas mais sérios.


ESCRITA ACADÊMICA

Erros mais comuns em textos científicos

1

FALTA DE CONHECIMENTO DA ESTRUTURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS.

2

DESCONHECIMENTO SOBRE COMO A CIÊNCIA PRODUZ CONHECIMENTO.

3

INCOMPREENSÃO DAS ESTRATÉGIAS COMUNICACIONAIS PARA O MELHOR ENTENDIMENTO DO TEXTO PELO LEITOR.

4

INCAPACIDADE DE PRODUZIR CONCLUSÕES DE NÍVEL GERAL NECESSÁRIAS PARA A CIÊNCIA.

5

DESCONHECIMENTO DOS ELEMENTOS ESTILÍSTICOS DE COMPOSIÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO PARA TRABALHAR COM ÊNFASES E CONEXÕES LÓGICAS.

Volpato enumera os principais erros cometidos em textos científicos

Qualidade ou quantidade?

Zucolotto e Volpato concordam ao defender que a produção em quantidade exagerada pode comprometer a qualidade da escrita. Essa prática, para ambos, não traz implicações diretas na redação, mas afeta a possibilidade de uma pesquisa aprofundada, prejudicando, inicialmente, o pensamento científico e, em consequência, a escrita acadêmica. “Avaliar qualidade científica por meio do número bruto de produções é um sério equívoco”, pontua Volpato, justificando-se em fatos históricos: antes da popularização dos computadores e do advento da internet, a contagem do número bruto de publicações era mais fácil de ser vista e acabava sendo usada como medida de qualidade − realidade que mudou a partir de 1990. O professor defende ainda que o produtivismo exagerado é um produto da ideia de que não é necessário se atualizar na ciência e na maneira de produzir, “pois visa proteger quem não tem qualidade e, muitas vezes, nem ética para aceitar autoria em publicações das quais não participou ou não teve relevância adequada para ser autor”.

Desafios dos jovens pesquisadores

Formar-se pesquisador é uma tarefa complexa, sobretudo atualmente. Para Volpato, existe uma

verdadeira poluição de publicações científicas disponíveis e, nesse contexto, construir artigos que se sobressaiam aos demais é ainda mais difícil. “A chance de ficarmos desconhecidos é grande. Por isso, o primeiro passo é aprender como pensa um cientista de alto nível”, defende o professor, que dá dicas: “um caminho é ler artigos em revistas de alto nível internacional, buscando neles o raciocínio dos autores. Porém apenas ler não resolve; é necessário saber o que observar”. Volpato esclarece que esse é um processo demorado, que exige maturidade com a ciência e a ação conjunta com o orientador, considerada fundamental. Além disso, de acordo com Zucolotto, é necessário levar em conta as particularidades de cada área. Na UFSM, a Jornada Acadêmica Integrada (JAI), em sua 33ª edição em 2018, representa um dos maiores incentivos à pesquisa científica na universidade. O evento busca promover a troca de experiências entre os alunos e seus professores, divulgar trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, e assegurar o reconhecimento institucional dessas ações. O Coordenador de Iniciação Científica da UFSM, professor Paulo César Piquini, observa que “o papel da JAI é iniciar os alunos no mundo científico de produção e de divulgação de conhecimento, sendo extremamente importante para sua formação integral”.

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A JAI possibilita que os próprios alunos analisem a importância de seus trabalhos e percebam o impacto dos resultados para a sociedade na qual estão inseridos. Dessa forma, para Piquini, debater criticamente ideias em um ambiente livre e aberto é o que faz do mundo acadêmico o celeiro de ideias e novidades em nossa sociedade. Diante da formação de novos pesquisadores no Brasil, Volpato tece uma crítica: “sinto que nossa pós-graduação, embora forme muitos doutores a cada ano, não está formando cientistas necessários. Temos vários orientadores e alunos não vocacionados para a ciência e, pelo sistema de avaliação que normalmente adotamos, desestimulamos cientistas potenciais”. Na mesma linha, Zucolotto, por meio de seus cursos sobre redação científica, tenta preencher a lacuna “que aparentemente existe no sistema de formação de pesquisadores, já que a maioria dos programas de pós-graduação não aborda esse tema”. Como outro ponto, Volpato entende que não apenas os jovens pesquisadores devem se inteirar da ciência: “Ainda não temos a humildade necessária para reconhecermos que mesmo pessoas com muitos anos na pesquisa ou altos cargos no sistema científico também possam necessitar aprender o bê-á-bá”.

“Em 2013, pelo Index Nature, ficamos em 50º lugar entre 53 países na capacidade de converter dinheiro investido em pesquisa em publicação de bom nível internacional. Pelos valores divulgados, havíamos gasto cerca de US$ 45 milhões para cada artigo em revistas de alto prestígio no meio científico (prestígio, pois eram escolhidas por entrevista com cientistas, e não por índices puramente quantitativos). Em 2011, nos aclamamos com bom desempenho quando conquistamos o 15º lugar em termos de número de publicações e o 20º em número de citações recebidas; mas não foi tocado pelos nossos grandes gestores de ciência que, em termos de eficiência (citações recebidas/artigos publicados), tínhamos apenas 50% da eficiência do 20º colocado, o que nos jogaria para as últimas posições. Em 2016, ficamos em 14º lugar em produção bruta de artigos e 16º em citações recebidas, mas em 144º em eficiência de que nossos artigos fossem convertidos em citações. Ou seja, fazemos muito, mas conseguimos pouco. E criar mais revistas para publicar essa ciência apenas nos engana. Em todas as áreas já há revistas suficientes no cenário internacional. O que falta é ciência suficiente para adentrá-las.” Gilson Volpato

VALTENCIR ZUCOLOTTO: É professor titular no Instituto de

GILSON VOLPATO: É professor livre-docente aposentado

Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Pau-

do Departamento de Fisiologia, do Instituto de Biociências

lo (USP). É também presidente da comissão do Portal da

de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Escrita Científica da USP São Carlos e membro titular do

Em sua carreira científica, estudou fisiologia e compor-

Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Edito-

tamento animal, obtendo reconhecimento internacional.

res Científicos (Abec). Desenvolveu e ministra anualmente

Paralelamente às atividades de pesquisa, dedicou-se ao

o curso de Pós-Graduação em Técnicas de Escrita Cientí-

ensino da redação científica e do processo de fazer ciência,

fica em Inglês. Desenvolveu DVDs e cursos on-line sobre

recebendo grande reconhecimento na área. Até hoje, já

escrita científica e ministra minicursos sobre redação e

ministrou mais de mil cursos no Brasil e exterior, publicou

editoração científica em várias universidades do Brasil e

12 livros e disponibilizou na internet 31 artigos e 92 vídeos.

do exterior. Já publicou mais de 160 artigos em revistas in-

Em 2017, tornou-se cofundador e presidente do Institu-

ternacionais e 14 capítulos de livros. Possui mais de 3 mil

to GilsonVolpato de Educação Científica (igvec.com), que

citações e fator H 32. É editor associado da revista Journal

visa difundir a mentalidade científica para todo o sistema

of Biomedical Nanotechnology e editor da série de livros

educacional, da pré-escola à universidade, com desdobra-

Nanomedicine and Nanotoxicology (Springer).

mentos para toda a população.

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Reconhecimento feminino

Reconhecimento feminino na pesquisa científica Única bolsista mulher Pq 1A da UFSM atualmente, a pesquisadora Cristina Nogueira fala sobre os desafios da pesquisa científica e o reconhecimento feminino na área Cristina Wayne Nogueira faz parte do corpo docente da UFSM há 23 anos e foi a única mulher da Instituição a atingir o nível 1A de excelência de produtividade em pesquisa pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Formada em Farmácia pela UFSM, com doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ela é pesquisadora na área da Bioquímica, com ênfase em Bioquímica Toxicológica. Em 2017, Cristina recebeu o Prêmio de Pesquisador Destaque UFSM e o Prêmio Pesquisador Gaúcho Destaque em Ciências Biológicas. As conquistas dela retratam o nível de excelência do trabalho de uma mulher que busca

espaço em meio a um universo de reconhecimento predominantemente masculino. Em entrevista à Estilo Editorial, Cristina revela as dificuldades na pesquisa acadêmica e a sua influência para outras mulheres no meio universitário.

Estilo Editorial: Você é a única pesquisadora a atingir o nível 1A de excelência de produtividade em pesquisa pela UFSM. O que a diferencia?

CRISTINA: Inicialmente, gostaria de deixar claro que a distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa que encontramos na UFSM segue o cenário nacional, apontando as dificuldades das

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mulheres em acessar os níveis mais altos da hierarquia das bolsas de produtividade, possivelmente devido aos entraves na manutenção da carreira científica em nível altamente competitivo. Acho difícil responder a esta pergunta, mas acredito que o sucesso na minha carreira acadêmica e científica se deva ao prazer e à satisfação que sinto no que faço. Sou uma profissional identificada com as atividades acadêmicas (as aulas) e científicas (as atividades no laboratório de pesquisa, assim como o complexo processo de orientação). Algumas características pessoais talvez também tenham sido importantes para a minha trajetória, das quais eu destacaria o foco, a disciplina e a organização. Acredito que para dar conta das diferentes atividades que envolvem a docência e a carreira científica, é preciso persistência e muita disciplina.

EE: Quais prêmios você já recebeu? O que esses prêmios representam?

CRISTINA: Fui agraciada com o Prêmio Scopus Brasil/2010, Medalha do Cinquentenário da UFSM/2010, Prêmio Pesquisador Destaque UFSM/2017, Prêmio Pesquisador Gaúcho Destaque em Ciências Biológicas/2017. A importância desses prêmios está não somente no reconhecimento do nosso trabalho, mas também na divulgação do nome da Instituição no estado e no país. Destacaria também que, a cada premiação, a equipe toda que trabalha comigo, meu grupo de pesquisa, está sendo reconhecida. Ninguém faz ciência sozinho, nosso grupo é formado por mim, pelos professores João Batista Teixeira da Rocha e Gilson Zeni e pelos inúmeros alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Portanto os reconhecimentos são para toda a equipe. Outra questão relevante é que, embora nas universidades a carreira dos homens e das mulheres seja igual, isto é, não haja diferença de salário nem de carreira, em termos de reconhecimento vejo que as mulheres são muito menos premiadas e/ou indicadas para premiações, associações e sociedades científicas. Então esses prêmios têm também essa função.

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Uma das grandes satisfações da minha vida profissional é ter formado em torno de 30 doutores, que em sua maioria estão empregados em instituições de ensino superior (públicas ou privadas), contribuindo na formação de pessoas e na difusão do conhecimento no Rio Grande do Sul e no Brasil. EE: Você percebe que a sua trajetória acadêmica e os prêmios conquistados influenciam outras mulheres a ingressarem nas universidades e a buscarem a área da pesquisa?

CRISTINA: Acredito que eu possa servir de inspiração para as jovens meninas que ingressam na graduação e na pós-graduação da UFSM e em outras instituições de ensino superior. Saliento que talvez a minha trajetória chame a atenção e possa influenciar os alunos da Instituição a buscarem a área da pesquisa, mas servir de estímulo para outras mulheres fora do ambiente acadêmico, acho difícil. Isso porque as pesquisas ainda estão muito restritas ao ambiente universitário. Em termos de divulgação, nem mesmo as premiações são amplamente divulgadas para a comunidade.

EE: Qual o valor, para você, do trabalho desenvolvido pelos alunos e pelo seu grupo de pesquisa?

CRISTINA: Todos os alunos do grupo de pesquisa (tanto os ex quanto os atuais) são extremamente importantes para o desenvolvimento do nosso trabalho. Os alunos que trabalham (ou trabalharam) no meu grupo de pesquisa se identificam com a minha forma de trabalho, aceitam os desafios propostos e, efetivamente, carregam o “piano”, isto é, são os que executam os projetos de pesquisa.


RECONHECIMENTO FEMININO

Portanto, eles são fundamentais! Procuro valorizar cada um deles, buscando, no processo de ensino-aprendizagem, valorizar as características de cada um, estimulando o que eles têm de melhor e trabalhando aqueles pontos que podem ser melhorados. Uma das grandes satisfações da minha vida profissional é ter formado em torno de 30 doutores, que em sua maioria estão empregados em instituições de ensino superior (públicas ou privadas), contribuindo na formação de pessoas e na difusão do conhecimento no Rio Grande do Sul e no Brasil.

criatividade e buscar parcerias para manter os seus trabalhos em andamento. Os cortes nas verbas públicas destinadas à área de ciência, tecnologia e inovação prejudicaram não só o presente, mas também o futuro do país, impactando negativamente na retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento social.

Os cortes nas verbas públicas destinadas à área de ciência, tecnologia e inovação prejudicaram não só o presente, mas também o futuro do país, impactando negativamente na retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento social. EE: O que você entende por ciência e inovação tecnológica?

CRISTINA: Tecnologia e ciência são termos indissociáveis, temas amplos, que, se tomados juntos, poderão contribuir para que tenhamos um país mais sustentável e socialmente justo. De forma simples, ciência é a geração de conhecimento, a mola propulsora do desenvolvimento de um país.

EE: Nos últimos anos, o orçamento em ciência e tecnologia no país vem diminuindo, contudo existem pesquisas em andamento que precisam desses recursos. Nesse sentido, quais são as alternativas para os pesquisadores manterem a qualidade das suas pesquisas?

CRISTINA: Os cortes em pesquisa nos últimos anos são sem precedentes e não temos uma perspectiva de que esse quadro se altere, pelo menos não a curto prazo. Os pesquisadores precisam usar a

EE: Na sua opinião, quais os desafios para quem quer ser pesquisador no Brasil?

CRISTINA: A falta de uma política de financiamento a longo prazo, que permita aos pesquisadores um planejamento estratégico, é um fator desafiador; bem como os cortes nos orçamentos, que vêm afetando as agências de financiamento em todo o país. Além dessa questão, destacaria o fato da multiplicidade de funções que o pesquisador tem que desempenhar (cientista, professor, orientador e administrador) e as dificuldades para se dedicar integralmente à pesquisa.

EE: Que conselhos você daria para os jovens que estão iniciando sua trajetória na pesquisa acadêmica na UFSM?

CRISTINA: Que ao ingressar nessa carreira dediquem-se de corpo e alma para aquilo que escolheram e que trabalhem com ética, moral e muita perseverança.

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Trajetória do periódico Ciência Rural

Trajetória do periódico

Ciência Rural: o ontem, o hoje e o amanhã de um editor

Por Rudi Weiblen Professor Titular do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UFSM, Bolsista de Produtividade do CNPq e Editor Chefe da Revista Ciência Rural – área Animal. E-mail: rudiweiblen@gmail.com

Leandro Souza da Silva Professor Titular do Departamento de Solos da UFSM, Bolsista de Produtividade do CNPq e Editor Chefe da Revista Ciência Rural – área Vegetal. E-mail: leandrosolos@ufsm.br

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TRAJETÓRIA DO PERIÓDICO CIÊNCIA RURAL

Ciência Rural (CR) é um periódico científico fundado em 1971 pelo Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil. A CR foi criada por um grupo de professores dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Veterinária e Zootecnia. Até 1990, era chamada de Revista do Centro de Ciências Rurais e, em 1991, teve seu título modificado para Ciência Rural. O formato inicial da revista era 14×21cm e, com o novo nome, passou para um novo formato (21×28cm), tendo sido publicada na sua forma impressa até o final de 2015, quando se tornou exclusivamente digital. Alguns fascículos chegaram a ter tiragem de 5 mil exemplares, que eram distribuídos para assinantes, para patrocinadores, em permutas e como doações. Toda a tiragem envolvia uma logística e um custo bastante alto. Em abril de 2002, a revista foi aceita no SciELO (Scientific Electronic Library Online) e, desde então, sua publicação em formato eletrônico acompanha uma tendência mundial de menor custo e maior praticidade de acesso, aumentando a sua visibilidade.

O início

Assim se expressou o prof. Derblay Galvão, decano do CCR, em seu editorial junto ao primeiro fascículo da revista, em 1971: Com imensa satisfação temos a honra de apresentar esta revista, fruto do trabalho de uma equipe que não mediu esforços para sua realização. É um marco novo nas atividades do Centro de Ciências Rurais, eis que abrirá novos caminhos para um intercâmbio de conhecimentos científicos.

Na época de sua criação, os fundadores da CR sentiam a necessidade de divulgar as pesquisas realizadas no CCR, mas também recebiam para publicação trabalhos de autores sem vinculação com a UFSM. Segundo relatos, os primeiros anos foram muito difíceis. O número de trabalhos recebidos era pequeno e praticamente todos eram publicados. Assim, muitas vezes, textos de baixa qualidade e impacto recebiam espaço na revista. Até 1990, a revista do CCR publicou pouco mais de 1.300 trabalhos. Todos eram datilografados e

impressos na gráfica da Universidade. O periódico apresentava poucas indexações, portanto, os artigos praticamente circulavam apenas na UFSM e acabavam “escondidos em gavetas”. Havia, no entanto, uma pequena distribuição de exemplares para bibliotecas conveniadas. Hoje todos esses trabalhos antigos estão também disponíveis em formato eletrônico, na página da revista, em www. ufsm.br/ccr/cienciarural.

Mudança do título e formato

Durante os anos 1980, houve muitas tentativas de modernização da CR, incluindo mudança do nome, formato, normas, tipos de submissão etc. Havia, por exemplo, a proposta de que deveriam ser recebidos artigos científicos, notas e revisões. Uma comissão foi nomeada para avaliar a revista, e houve a sugestão da mudança do título e do formato, a inclusão de leitura das provas tipográficas pelos autores, a inserção de patrocínio, a tentativa de indexação nas principais bases bibliográficas etc. A comissão recomendou essas alterações ao Conselho do CCR, no entanto, a implantação de mudanças só aconteceu efetivamente a partir de 1991, com a publicação de três números do fascículo 21 da revista já sob o nome de Ciência Rural. No primeiro ano com o novo nome, a revista recebeu 33 trabalhos; posteriormente, chegou a receber entre 1.900 e 2.000 artigos em um ano. Mais recentemente, e com a necessidade da tradução dos trabalhos aprovados para a língua inglesa, a média de manuscritos recebidos tem sido entre 900 e 1.200 por ano, sendo publicados em torno de 240 artigos. Os primeiros anos da Ciência Rural foram muito difíceis, devido à pouca experiência da equipe, à falta de equipamentos, ao desconhecimento da CR pelos pesquisadores nacionais e internacionais, entre outros fatores. Lentamente esses obstáculos foram sendo superados, pela substituição da máquina de escrever por um computador, a troca das anotações em cadernos e folhas de papel almaço por programas desenvolvidos na própria Instituição e, posteriormente, pelos gerenciadores eletrônicos.

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Apoio da Universidade e CNPq e entrada na base SciELO

A partir do ano 2000, já publicando seis fascículos por ano, houve um crescimento exponencial. A revista começou a receber apoio anual, por concorrência em edital público, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além do auxílio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM, dos programas de pós-graduação do CCR e, principalmente, do próprio CCR. A entrada no CNPq se deu após várias tentativas frustradas. O ano de 2002 foi um marco histórico para a CR, pois a revista foi indexada no sistema SciELO, o qual proporcionou grande visibilidade aos artigos publicados. O SciELO retirou os trabalhos científicos “das gavetas” e permitiu a leitura e a pesquisa dos artigos pela comunidade científica nacional e internacional, possibilitando que a CR atingisse uma média de quase 5 mil downloads diários.

Editoração Eletrônica de Revistas). Tendo em vista algumas dificuldades de uso, principalmente porque naquela época esse programa não era “muito amigável” para os autores e revisores, mais recentemente a revista aderiu ao programa Scholar One da Web of Science.

Adesão ao sistema de detecção de plágio e sistema de créditos aos revisores

Em 2015, a revista começou a empregar softwares para detecção de plágio; em 2016, incluiu também o “reviewer locator”, que é um sistema de localização de revisores disponibilizado pela base Web of Science; e, em 2017, aderiu aos sistemas “reviewer credits” e “Publons”, os quais dão crédito para trabalhos revisados. A tarefa de revisão de artigos científicos é pouco reconhecida pelas agências financiadoras brasileiras, o que não estimula os pesquisadores a executarem tarefas de revisão. Assim, com a adesão ao sistema “Publons”, os créditos por revisão realizada são Indexação nas principais bases referendados automaticamente para revisores de dados bibliográficas e cadastrados. Provavelmente, isso poderá estimugerenciadores eletrônicos lar revisores a realizarem essa tarefa, pois serão A Ciência Rural é hoje indexada nas principais bases de dados nacionais e internacionais. Em 2006, reconhecidos pelos sistemas de progressão insfoi aceita no Scopus e, em 2007, na Web of Scien- titucional, pelo CNPq, pela Capes e demais agências financiadoras. ce (WOS). A indexação nessas duas bases resultou Em resumo, hoje a revista está consolidada em reconhecimento internacional ao periódico. como um dos principais periódicos brasileiros na Outro marco histórico durante esse período foi a área das Ciências Agrárias e, a cada ano, a interdesignação do DOI (Digital Object Identifier) pela nacionalização da revista é mais evidente. Cabe às CrossRef, organização internacional que normaliza a designação de um número único de identifica- futuras gerações do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria e dos pesquição do artigo científico. Em 2008, a Ciência Rural sadores brasileiros e internacionais manter e alafoi uma das primeiras revistas brasileiras a adotar o gerenciador eletrônico Open Journal System (OJS), vancar cada vez mais a revista no cenário nacional e internacional. na época mais conhecido como SEER (Serviço de

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projetando criatividade

Desenho Industrial e Grife UFSM

Desenho Industrial e Grife UFSM: Parceria com o curso de graduação une teoria e prática para fortalecer a marca da Universidade O curso de Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria é um dos mais antigos do país. Embora tenha recebido o atual nome no ano de 1988, foi em 1970 que essa graduação de fato começou. Em quase 50 anos de existência, muitos profissionais se formaram e produtos foram criados. Mas afinal, você sabe o que faz um desenhista industrial? Utilizando suas habilidades, esses profissionais projetam e gerem os mais diversos artefatos, ambientes e comunicações, transformando uma ideia criativa em um produto único. E é por esse motivo que a parceria “Desenho Industrial + Grife UFSM: Aprendizagem Baseada em Projetos” surgiu. Por meio da elaboração de objetos inovadores, a iniciativa visa enaltecer a Universidade, fortalecer a marca da Instituição e trazer experiências dinâmicas aos alunos do curso.

Ao longo de cada semestre, acontecem definições do que precisa ser criado ou melhorado na loja da Instituição. Após isso, seguem-se meses de preparação das ideias, até a apresentação final para a equipe da Grife. Carolina Iuva de Mello, uma das professoras responsáveis pela iniciativa, conta a importância da experiência para os estudantes envolvidos: “Para os alunos é um cliente real. É uma coisa mais próxima do que eles vão fazer depois de formados”. Iniciado em 2018, o projeto também conta com a participação das professoras Marilaine Pozzatti (Departamento de Desenho Industrial) e Luciana Battistella (Departamento de Ciências Administrativas), juntamente com Daniel Coronel, diretor da Editora UFSM. Além de aproximar os estudantes da prática profissional, a parceria também busca desenvol-

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ver os conceitos dos artigos fornecidos pela marca UFSM. Ampliar a diversidade cultural, étnico-racial e de gênero dos produtos, além de trazer inovação, geração de conhecimento e gestão ambiental são algumas das ideias colocadas em prática. Carolina de Mello afirma: “É um ganho dos dois lados. Para o curso poder fortalecer essa vinculação e para a Grife, para a Universidade, ter produtos personalizados”. Entre os produtos criados pela parceria estão camisetas e canecas com estampas desenhadas pelos estudantes, papéis de presente com ilustrações de locais e monumentos da Instituição, organizadores para materiais de estudo, entre outros. Pensados para ter mais de uma aplicação, os utensílios também se caracterizam por ser personalizáveis. A ideia das estudantes responsáveis é de que cada comprador tenha a chance de adaptar o objeto para o seu espaço e necessidade. Daniel Coronel, diretor da Editora UFSM, reconhece os benefícios trazidos pela iniciativa: “Esta parceria é muito importante, pois irá propiciar à comunidade o acesso a novos produtos, com novos e diferentes designs, produzidos e organizados pelos acadêmicos do curso”.

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Para as alunas participantes da iniciativa, trabalhar com a marca da Instituição aproxima a UFSM de seus alunos e cria uma relação cada vez melhor. Gabrielle Borges, acadêmica do 5º semestre de Desenho Industrial, relata: “Acho importante essa aproximação dos estudantes com a Universidade, principalmente porque a gente faz parte dela. É muito interessante ter esse contato, tanto com a comunidade, quanto com as pessoas dentro da Instituição”. Para Milena Kosciuk, do 7º semestre, a oportunidade traz mais do que apenas aprendizado: “Traz esse orgulho da Universidade. A gente se apega às coisas. Eu estou esperando para ir comprar as camisetas”. Com pretensão de durar pelo menos cinco anos, o projeto atualmente conta com bolsas do Fundo de Incentivo ao Ensino (Fien) e da Editora da Universidade. Além da Grife UFSM, espera-se que no futuro os resultados possam ser aplicados em outros órgãos da Instituição, como o Planetário, o Museu Educativo Gama d’Eça e a Orquestra Sinfônica. Quanto ao destino do projeto dentro do curso de Desenho Industrial, Carolina de Mello acredita em uma expansão: “A ideia é que essa parceria possa se consolidar. Que com o tempo várias outras áreas do nosso curso possam se agregar ao projeto”.


Eventos

Criatividade e conhecimento marcam os eventos promovidos pela Editora UFSM Desde ações comemorativas até palestras educativas, a Editora da Universidade fez de 2018 um ano de interação com o público A Editora UFSM busca também trazer novidaAo longo de cada ano, a Editora UFSM busca promover eventos que aproximem a Instituição da co- des e enfoques diferentes ao seu público. Exemplo disso foi o “PROPAGUE: A Arte da Escrita Científica”, munidade. Realizações como a “Caça aos Ovos” e que teve sua primeira edição em 2018. Denise oba “Mateada da Semana Farroupilha” são exemplos serva que os eventos estão alinhados, continuaque marcaram 2018. Denise Bortolotto, assessora mente, a partir do papel da Editora e sua missão: de comunicação da Editora, explica que as ações são definidas a partir de alguns objetivos do setor: “Inspirar pessoas para transmitir o conhecimento.” A seguir, você confere os eventos que marca“Promover interação com o público, divulgar o traram o ano. balho da Editora e gerar conhecimento.”

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Volta às aulas

Juntamente com a Grife e a Livraria UFSM, a Edi-

tora participou de várias atividades de recepção aos calouros. No campus de Santa Maria, um estande esteve em frente ao Restaurante Universitário, onde foram distribuídos materiais de divulgação e expostos produtos da Grife, que puderam ser adquiridos com descontos especiais. Quem passou pelo espaço ainda pôde concorrer a um kit com brindes no final da semana. Já em Frederico Westphalen, durante a realização da "Mateada de Volta às Aulas", a Grife também esteve presente. O evento que acolheu novos e antigos alunos ocorreu no dia 5 de março, no Centro de Convivência da UFSM-FW.

Oratória Solidária

No dia 23 de março, a Editora UFSM promoveu

a terceira edição da palestra “Oratória Solidária: a comunicação faz a diferença”, com a fonoaudióloga Carla Viegas. O evento, organizado em parceria com o Centro de Comunicação e Voz, abordou aspectos da boa comunicação, importantes para uma boa performance em apresentações orais e entrevistas. O material arrecadado com o evento foi doado à Escola João Link Sobrinho.

Ação de Páscoa: Caça aos Ovos

Neste ano, a Editora UFSM realizou a 3ª edição

da “Caça aos Ovos”. Entre os dias 26 e 29 de março, os ovos feitos de papel foram espalhados pelos Restaurantes Universitários (I e II) e pelo bosque em frente ao Planetário. Os contemplados puderam retirar o seu brinde na sede da Livraria e Grife UFSM. Apoiaram esse evento: Confeitaria Querência, L’amore Moda Masculina e Feminina, Padaria da Ju, Restaurante Etnias, Sebo Camobi, Seu Zé Hamburgueria, Sou Mais Camobi, Spall Estúdio e Eventos, CVI Refrigerantes, Ford Superauto, Restaurante Pitadella e Veterinária Camobi.

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EVENTOS

Feira da Grife UFSM

A primeira edição da Feira da Grife de 2018 ocorreu

entre os dias 9 de abril e 29 de maio. Já no segundo semestre letivo, a Feira aconteceu entre os dias 13 de agosto e 18 de outubro. Um estande percorreu todos os Centros de Ensino do campus de Santa Maria, bem como esteve presente nos campi de Cachoeira do Sul, Palmeira das Missões e Frederico Westphalen. Além da exposição e comercialização dos produtos da Grife, nesta edição, também foram expostos alguns títulos e distribuídos materiais com esclarecimentos sobre o processo de submissão e publicação de obras pela Editora.

45ª Feira do Livro de Santa Maria

De 28 de abril a 13 de maio, a Editora e a Livraria

a Editora UFSM promoveu a sua sessão coletiva de

UFSM estiveram presentes com seu tradicional estan-

lançamentos, com seis livros impressos e três e-books.

de na Praça Saldanha Marinho. A campanha da Edito-

Nas duas ocasiões, os autores e organizadores estive-

ra para a feira deste ano teve como tema a (des)cons-

ram presentes para a sessão de autógrafos.

trução promovida pela leitura. Com base no slogan “Leitura que (des)constrói”, a campanha buscou refletir sobre como a leitura promove a independência dos sujeitos, permite adquirir novos conhecimentos e transformar os conceitos construídos durante a vida. Além da exposição de livros, foram realizadas outras atividades:

Lançamentos da Editora

No dia 28 de abril, aconteceu a sessão de lança-

mento do livro O movimento criativo e pedagógico de Frida Kahlo. Na mesma data, o Laboratório Investigativo de Criações Contemporâneas em Dança (LICCDA) da UFSM, coordenado pelo Professor Odailso Berté, apresentou uma performance coreográfica com trechos do espetáculo “FeridaCalo”. Já no dia 9 de maio,

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Lançados no dia 9 de maio:

Em formato impresso: Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida!, do

Como publicar

A Editora promoveu, no dia 10 de maio, o “Bate-

-Papo: Como Publicar?”. Profissionais da equipe da

autor Romeu Beltrão e dos organizadores Silvia Car-

Editora estiveram presentes no evento para elucidar

neiro Lobato Paraense e Valter Antonio Noal Filho;

dúvidas acerca do processo de publicação das obras, desde a forma de entrega dos originais, até a análi-

Cunicultura: didática e prática na criação de coelhos,

se dos conteúdos, as linhas editoriais, o processo de

das autoras Ana Carolina Kohlrausch Klinger e Geni

editoração e os trabalhos gráficos que culminam com

Salete Pinto De Toledo;

a impressão das obras.

Ensaios sobre o pensamento de Amartya Kumar Sen:

Exposição de obras do patrono da Feira

contribuições teóricas e aplicadas à Economia, dos organizadores Sirlei Glasenapp e Solange Regina Marin;

Ainda dentro da programação da Feira, foram ex-

postas à comunidade as obras de autoria, organização ou participação de Valter Antonio Noal Filho, que

Farmacologia Aplicada à Aquicultura, dos organizado-

esteve presente na exposição para conversar com os

res Bernardo Baldisserotto, Levy de Carvalho Gomes,

visitantes da Feira e tirar dúvidas sobre sua trajetória.

Berta Maria Heinzmann e Mauro Alves da Cunha; Três volumes da obra Mamíferos Brasileiros em Extinção, da autora Melânia de Melo Casarin e do ilustrador Augusto Zambonato; Reflexões sobre a Filosofia Prática de Kant, dos autores Gustavo Ellwanger Calovi e Rafael da Silva Cortes. Em formato e-book: Formas de Escrever Região e Paisagem em Geografia: contribuições teóricas e práticas, dos organizadores Benhur Pinós Da Costa e Meri Lourdes Bezzi; Crítica e Dialogicidade em Psicologia Social: saúde, minorias sociais e comunicação, da organizadora Adriane Roso; Linguística de Nosso Tempo: teorias e práticas, das organizadoras Amanda Eloina Scherer, Caciane Souza de Medeiros e Simone de Mello de Oliveira.

27ª Edição do "Encorte"

A Editora e Livraria UFSM estiveram presentes na 27ª Edição do "Encorte", evento mais antigo sobre pecuá-

ria promovido por uma universidade federal no Brasil. O encontro ocorreu no Centro de Convenções da UFSM, entre os dias 14 e 16 de maio.

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EVENTOS

Reunião da ABEU

Integrantes da equipe da Editora participaram do 1º Seminário Brasileiro de Edição Universitária e Acadê-

mica e da 31ª Reunião Anual da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU), de 22 a 25 de maio em Petrópolis, Rio de Janeiro. Simultaneamente aos eventos, aconteceu o ABEU Técnico, em que os profissionais da Editora puderam dialogar e trocar experiências sobre as rotinas de gestão e produção de livros, com vistas à atualização profissional e ao incremento qualitativo do fazer editorial acadêmico.

Acerte e Ganhe na Copa do Mundo

Durante a Copa do Mundo FIFA de Futebol, a Edi-

tora realizou uma promoção que deu 40% de desconto para os participantes que acertassem o placar de cada partida da Seleção Brasileira na competição. Após a eliminação do Brasil, ainda houve mais uma oportunidade de acertar e ganhar, no jogo da final.

PROPAGUE: A Arte da Escrita Científica

O "PROPAGUE: A Arte da Escrita Científica" aconte-

o Laboratório Investigativo de Criações Contemporâ-

ceu nos dias 10, 11 e 12 de setembro de 2018, no Centro

neas em Dança (LICCDA) apresentou trechos do espe-

de Convenções da UFSM, com apoio da Revista Saúde,

táculo “FeridaCalo”.

Revista Ciência Rural e Pró-Reitoria de Extensão da

A Livraria e Grife UFSM estiveram presentes no

UFSM. Em sua primeira edição, o curso foi ministra-

evento com um estande de livros e com a exposição e

do pelo professor Gilson Volpato, palestrante com

comercialização de produtos da Grife.

reconhecimento nacional na área de redação científica. Foram abordadas questões como a educação e a mentalidade científica no campo acadêmico, além de aspectos práticos para a elaboração e publicação de um texto científico. Integrando a programação cultural do evento, o artista plástico Lutiere Dalla Valle levou a exposição “Anatomias Híbridas: Inventando Eus”, que ocorreu no mezanino do Centro de Convenções. Em dois momentos, Lutiere esteve presente para uma visita guiada à exposição. Na tarde do dia 11 de setembro,

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Mateada da Editora UFSM

Em comemoração à Semana Farroupilha, a Editora

UFSM realizou, no hall do prédio da Reitoria, a 5ª edição da "Mateada da Editora UFSM". No evento, foram oferecidos descontos especiais no estande da Livraria e Grife UFSM e expostos livros relacionados à cultura e história do Rio Grande do Sul. Houve sorteio de brindes e distribuição de erva-mate e água quente aos visitantes, que puderam assistir à apresentação de danças tradicionalistas do DTG Noel Guarany. O evento contou com o apoio da Casa do Gaúcho, Lojão Total, Frizzo Pilchas, SB Pilchas, Erva-Mate Elacy e DTG Noel Guarany.

Descubra UFSM

A Editora, Livraria e Grife UFSM estiveram presen-

tes no "Descubra UFSM", durante os dias 4, 5 e 6 de outubro. O estande contou com brindes, danças, além da comercialização de produtos da Grife UFSM e sorteio de uma cesta de produtos com a marca UFSM.

Feira do Livro de Porto Alegre

A Editora e Livraria UFSM participaram da 64ª Feira

Técnicas Multivariadas Exploratórias: teorias e apli-

do Livro de Porto Alegre. No estande, foram expostos

cações no software Statistica®, dos organizadores

os títulos da Editora UFSM com desconto promocio-

Adriano Mendonça Souza, Lorena Vicini, Fidel Ernesto

nal de 20%. A sessão de lançamentos da Editora UFSM

Castro Morales e Francisca Mendonça Souza;

aconteceu no dia 13 de novembro e contou com a presença dos autores e organizadores das obras e de

O Movimento Criativo e Pedagógico de Frida Kahlo, do

membros da Editora. Na cerimônia, foram lançados

autor Odailso Berté;

sete livros. A Feira ocorreu entre os dias 1º e 18 de novembro, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.

Produção de Sementes e Mudas: um enfoque à silvicultura, dos organizadores Maristela Machado Araújo,

Lançamentos:

Marcio Carlos Navroski, Lauri Amâncdio Schorn;

Ensaios sobre o pensamento de Amartya Kumar Sen: contribuições teóricas e aplicadas à Economia, dos or-

Reflexões sobre a Filosofia Prática de Kant, dos auto-

ganizadores Sirlei Glasenapp e Solange Regina Marin;

res Gustavo Ellwanger Calovi e Rafael da Silva Cortes;

Lenhos de Gimnospermas: atlas microscópico e chave

Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida!, do

de identificação, dos autores Anelise Marta Siegloch e

autor Romeu Beltrão e dos organizadores Silvia Car-

José Newton Cardoso Marchiori;

neiro Lobato Paraense e Valter Antonio Noal Filho.

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Lançamentos de 2018

Excelência e variedade marcam os

lançamentos do ano Em 2018, Editora UFSM mantém o compromisso de qualidade e diversidade em suas publicações Desde 1981, a Editora UFSM busca incentivar a produção acadêmica e levar conhecimento para além dos muros da Instituição. No ano de 2018, foram diversos os lançamentos que cumpriram com esse objetivo. Entre as obras, destacam-se Farmacologia Aplicada à Aquicultura e O Movimento Criativo e Pedagógico de Frida Kahlo. Embora tenha sentido os resultados que a crise econômica do país gerou no mercado editorial,

a Editora UFSM manteve a qualidade e a diversidade de suas publicações. “A comunidade recebeu muito bem os lançamentos e as atividades da Editora durante este ano devido à qualidade das capas, revisão, diagramação e principalmente à credibilidade do selo Editora UFSM”, conta Daniel Coronel, diretor da Editora. Nas próximas páginas, você confere os lançamentos do ano.

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Cunicultura: didática e prática na criação de coelhos A cunicultura é uma ciência de fácil aplicação, sobretudo em pequenas propriedades rurais. Se bem planejada, proporciona aos criadores excelentes lucros com baixo investimento inicial. Por existirem poucas obras sobre o assunto no mercado brasileiro e a fim de abordar conceitos da área, a professora Geni Salete Pinto de Toledo e a zootecnista Ana Carolina K. Klinger preocuparam-se em organizar este livro, que apresenta, clara e objetivamente, um tema significativo para a academia e para os leitores de diversas áreas do conhecimento. Autoras: Ana Carolina Kohlrausch Klinger | Geni Salete Pinto de Toledo Edição Impressa (2018): 978-85-7391-308-8 | R$ 28,00 E-book (2017): 978-85-7391-296-8 | R$ 19,60

Ensaios sobre o Pensamento de Amartya Kumar Sen: contribuições teóricas e aplicadas à Economia Dividido em dez capítulos, este livro representa um esforço de exposição teórica da Abordagem das Capacitações (AC) de Amartya Sen e de sua aplicação a temas caros à Economia, como, por exemplo, educação, saúde, justiça, diferenciação de gênero, pobreza como privação de capacitações e adaptação das pessoas à condição de privação, além de destacar a importância das questões ambientais e do tratamento de problemas da seca para a vida das pessoas. Organizadoras: Sirlei Glasenapp | Solange Regina Marin Edição Impressa (2018): 978-85-7391-306-4 | 320 p. | R$ 48,00 E-book (2018): 978-85-7391-296-8 | R$ 32,00

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LANÇAMENTOS DE 2018

O Movimento Criativo e Pedagógico de Frida Kahlo Neste estudo, Odailso Berté mergulha no projeto artístico da pintora mexicana Frida Kahlo para investigar seus processos criativos e pedagógicos, temas esses pouco explorados com a especificidade a que este livro se propõe. Enfatizando as relações entre corpo, experiência e imagem como gênese da arte de Kahlo, o autor articula uma bricolagem entre as áreas da cultura visual e da dança, e elementos de outras áreas afins, considerando o processo de criação como movimento, como ação do corpo que cultiva imagens, forma imagens a partir de suas interações com o mundo e dá a ver imagens em suas criações. Autor: Odailso Berté Edição Impressa (2018): 978-85-7391-313-2 | 384 p. | R$ 60,00 E-book (2018): 978-85-7391-314-9 | R$ 40,00

Reflexões sobre a Filosofia Prática de Kant Neste livro, os autores se propõem a discutir uma parte do legado filosófico de Kant, qual seja, suas contribuições para a compreensão do agir humano. O leitor encontra neste título não só um valioso e importante material de divulgação das ideias do filósofo de Könisgsberg, mas, principalmente, estudos aprofundados de pesquisadores que há anos se dedicam a perscrutar o pensamento filosófico de Kant e, dessa maneira, melhor compreender questões ainda atuais. Organizadores: Gustavo Ellwanger Calovi | Rafael da Silva Cortes Edição Impressa (2018): 978-85-7391-310-1 | 248 p. | R$ 45,00 E-book (2018): 978-85-7391-309-5 | R$ 29,90

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Linguística de Nosso Tempo Pensar a história da Linguística e suas inclinações, tomando como marco os cem anos de publicação do Curso de Linguística Geral, inclui inevitavelmente retomar autores e conceitos e observar os caminhos que foram sendo construídos em diferentes eixos que articulam parte do atual cenário acadêmico-científico dos estudos linguísticos. Para tanto, esta obra identifica-se pela ousadia premeditada de trazer a público 19 capítulos que materializam percursos teóricos variados, práticas de pesquisa já estabelecidas em uma amostragem vigorosa de trabalhos em: Fonética e Fonologia, Linguística Aplicada, Psicolinguística, Dialogismo e Ensino, Tradução e Léxico, Sociolinguística e Letramento, Análise de(o) Discurso e História das Ideias Linguísticas. Organizadoras: Amanda Eloina Scherer | Caciane Souza de Medeiros | Simone de Mello de Oliveira E-book (2018): 978-85-7391-316-3 | R$ 35,00

Produção de Sementes e Mudas: um enfoque à Silvicultura Este título foi organizado com intuito de disponibilizar, em um único material, temas relacionados à produção de sementes e mudas. Para isso, contou com a colaboração de especialistas em melhoramento; coleta, dormência, armazenamento e análise de sementes de espécies florestais; planejamento de viveiro; produção de mudas por sementes e por propagação vegetativa; substratos e adubação; produção de plantas ornamentais; pragas e doenças em viveiro; gestão e legalização de viveiros; e qualidade de mudas no viveiro e no campo. Espera-se, com essa publicação, contribuir para a maior disponibilidade de material bibliográfico nesta importante área das Ciências Florestais e auxiliar estudantes, professores, pesquisadores e profissionais, em suas atividades inerentes à produção de sementes e mudas. Organizadores: Maristela Machado Araujo | Marcio Carlos Navroski | Lauri Amândio Schorn Edição Impressa (2018): 978-85-7391-315-6 | 448 p. | R$ 85,00

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LANÇAMENTOS DE 2018

Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida! Esta obra apresenta um resgate de crônicas do historiador Romeu Beltrão publicadas na imprensa, a maioria no jornal A Razão, entre as décadas de 1950 e 1970. O livro se destina especialmente àqueles que gostam de recordar o passado de Santa Maria, pois resgata curiosidades sobre a fundação da cidade, a implantação do ensino público, os embates entre membros do clero e figuras da sociedade, o vai e vem da política, a incessante troca de nome das ruas, o teatro, o carnaval, o cinema, entre tantas outras. Através de uma prosa leve e inteligente, os textos revelam o ar poético e a sutileza de olhar de Romeu Beltrão sobre os momentos pitorescos e significativos do passado de Santa Maria. Autor: Romeu Beltrão Organizadores: Silvia Carneiro Lobato Paraense | Valter Antonio Noal Filho Edição Impressa (2018): 978-85-7391-311-8 | 240 p. | R$ 50,00

Lenhos de Gimnospermas: atlas microscópico e chave de identificação Neste livro, são anatomicamente descritas e ilustradas 50 espécies de gimnospermas, das subclasses Cycadidae, Ginkgoidae, Gnetidae e Pinidae, a maioria das quais é exótica ou cultivada no Rio Grande do Sul. Também integram esta obra uma chave para identificação anatômica das espécies envolvidas e um glossário ilustrado dos termos utilizados, com o objetivo de facilitar a consulta a estudantes e a pesquisadores da área. Autores: Anelise Marta Siegloch | José Newton Cardoso Marchiori Edição Impressa (2018): 978-85-7391-318-7 | 168 p. | R$ 45,00 E-book (2018): 978-85-7391-319-4 | R$ 31,50

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Técnicas Multivariadas Exploratórias: teorias e aplicações no software Statistica® Este material didático traz, com simplicidade e clareza, métodos e procedimentos computacionais que viabilizam uma análise completa de um banco de dados com características multivariadas. Devido ao crescente número de aplicações e pesquisas realizadas no campo multivariado, apresentam-se as técnicas de análise de agrupamentos, análise de componentes principais, análise fatorial, análise fatorial de correspondência e análise discriminante com saídas do software Statistica, para o acompanhamento rápido das etapas necessárias da aplicação dos métodos, desde a importação até a etapa final de análise. Organizadores: Lorena Vicini| Adriano Mendonça Souza| Fidel Ernesto Castro Morales | Francisca Mendonça Souza Edição Impressa (2018): 978-85-7391-322-4 | 240 p. | R$ 45,00 E-book (2018): 978-85-7391-323-1 | R$ 31,50

Paisagens: educação e arte na impermanência da margem Acontecimentos em arte e educação proliferam no plano de composição desta escrita, compondo interlocuções com a literatura e a filosofia. Move a escrita a vibração última de encontros ocorridos no ambiente acadêmico e fora dele, atravessados pela força do tempo. Postais elaborados por artistas/professores compõem paisagens ao longo do texto, que questionam a arte como linguagem e modos de ensinar sobre e com arte. Entre margens territoriais marcadas como arte e educação, a escrita tece o conceito de arte como perceptos e afectos e, portanto, como linguagem das sensações, propondo à educação um pensamento à deriva que se abre às forças do fora, ao acaso e ao devir de seus encontros. Autora: Elaine Schmidlin Edição Impressa (2018): Consulte Disponibilidade E-book (2018): Consulte Disponibilidade

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Grife UFSM: novidade e qualidade

Grife UFSM:

novidade e qualidade em produtos únicos Em 2018, a marca lançou camisetas com novas estampas, além de utensílios para a hora do estudo e lazer Criada em dezembro de 1996, a Grife da Universidade Federal de Santa Maria busca divulgar a identidade visual da Instituição. A partir de produtos já concebidos para o mercado em geral, a marca inclui personalizações alusivas à Universidade. Em 2018, a Grife UFSM lançou produtos inéditos para os seus clientes: o risque e rabisque e o squeeze 500ml com tubo para gelo. As novidades vieram também por meio de produtos já existentes, agora redesenhados com o intuito de alcançar um público maior, como a garrafa de alumínio, caneca, bóton redondo, ecobag, chaveiros, porta-cartões e porta-canetas. De acordo com o professor Daniel Arruda Coronel, Diretor da Editora, Livraria e Grife UFSM,

a nova licitação prevê a confecção de outros produtos inéditos, atendendo à demanda dos clientes por novidades. Estão previstas cadernetas do tipo moleskine, pasta post-it, nécessaire, chapéu, relógio de parede, garrafas térmicas e cartões-postais. Gabriela Olívia, estudante de Publicidade e Propaganda na UFSM, conta que, em 2017, decidiu comprar alguns produtos da marca da Universidade para presentear a mãe, a veterinária Valquíria Welter, formada na Instituição. A futura publicitária comprou itens como pin, caneta e uma garrafa plástica. “Ela tem um saudosismo e ficou muito contente com os produtos”.

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Feiras itinerantes

Ao menos uma vez por semestre, a Grife UFSM promove feiras itinerantes. O evento é um dos principais meios de divulgação dos produtos da Universidade e permite que os interessados conheçam a variedade de itens vendidos pela marca. A feira acontece no campus sede e também circula pelos demais campi da UFSM, permanecendo entre um e dois dias em cada unidade universitária, conforme a demanda do campus. Durante as feiras, a Grife UFSM fornece descontos de até 20% para os consumidores, incentivando a compra de alguns produtos. Segundo Fabiano Severo, assistente em administração da Grife, os produtos mais vendidos são camisetas, mochilas e jalecos. Embora a principal forma de venda seja através da loja física, situada na entrada do campus sede, as feiras são excelentes meios de comprar com desconto e ficar por dentro das novidades da marca UFSM.

Produtos sustentáveis

Por entender a necessidade de se diminuir o uso de plástico no dia a dia, desde 2017 a Grife UFSM inovou e oferece para seus clientes alguns produtos sustentáveis, como ecobags. Esses itens ainda representam uma parcela reduzida do repertório da marca, principalmente devido à ausência de demanda explícita dos clientes. Porém, Fabiano salienta enxergar potencial para expandir a oferta desses produtos: “Pretendemos disponibilizar canetas e blocos de notas feitos de material reciclado”, conta ele. Quer levar a UFSM sempre com você? Os produtos disponibilizados pela marca UFSM podem ser conferidos, além da loja física e das feiras, no site da Livraria e Grife UFSM. Bastam alguns cliques para adquirir, sem sair de casa, materiais exclusivos e de qualidade.

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o passado de Santa Maria em crônicas pitorescas

Curiosidade e nostalgia

Curiosidade e nostalgia:

Composto por crônicas escritas pelo falecido historiador Romeu Beltrão, Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida! apresenta narrativa única da história da cidade Santa Maria guarda em seu passado inúmeros fatos curiosos. Você algum dia já se perguntou o porquê do nome da cidade? Ou imaginou que a Universidade Federal de Santa Maria quase foi construída nos arredores da antiga estação ferroviária? Essas e outras informações podem ser encontradas no livro Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida!, organizado por Silvia Paraense e Valter Noal Filho. A obra traz em suas páginas crônicas publicadas na imprensa, a maioria no jornal A Razão há mais de 60 anos, e ilustra um passado não muito conhecido da cidade centro do Rio Grande do Sul. Nascido em 1913, o santa-mariense Romeu Beltrão foi um exímio médico, historiador, paleontólogo e botânico. Embora tenha se dedicado à medicina profissionalmente, foi no passado da cidade natal que ele encontrou inspiração para escrever suas crônicas. Curioso e querendo evitar o esquecimento de fatos antigos do local que tanto amava, dedicou anos de sua vida na busca por dados valiosos do município. Com suas palavras, Beltrão não só contava fatos por muitos esquecidos, como também se dedicava a corrigir informações inverídicas da cidade.

Com o auxílio de um dos filhos do escritor, Valter Noal Filho e Silvia Paraense iniciaram a pesquisa dos textos que hoje compõem o livro. Valter revela que o fato de ter interesses semelhantes aos de Romeu Beltrão o levou a organizar este trabalho: “Eu nasci aqui e vivo aqui. Acredito que essa vinculação com Santa Maria me estimula a ter uma curiosidade especial sobre todos os conteúdos e a pesquisar o passado da cidade com tanta voracidade”. Além de curiosidades sobre as ruas, praças e estabelecimentos do município, a publicação também apresenta personagens marcantes e traz fotos que retratam a cidade no passado. A importância da obra, para Valter, “é trazer as informações antigas às pessoas que vivem o tempo atual. Ao ter acesso a esse material, achei que seria injusto não levar adiante este livro”. Em mais de duzentas páginas, Santa Maria: o passado pitoresco, em prosa fluida! destaca as palavras vívidas de Romeu Beltrão para contar sobre períodos comoventes da cidade. Traz aos leitores memórias alegres e detalhes impressionantes de uma Santa Maria quase esquecida no tempo.

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Cores e sinais

Cores e sinais: a didática da primeira

coleção de livros da Editora UFSM com versão em Libras A obra Mamíferos Brasileiros em Extinção busca igualar o acesso aos conteúdos literários produzidos na Instituição

A Editora UFSM, em parceria com o Projeto Mãos Livres, lançou em 2018 suas primeiras publicações com versão em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os três volumes da coleção Mamíferos Brasileiros em Extinção possibilitam que a comunidade surda tenha acesso a questões como biodiversidade e preservação dos animais silvestres do Brasil. Com o objetivo de alertar os leitores sobre as espécies ameaçadas, cada um dos livros apresenta quatro mamíferos brasileiros que correm perigo de extinção. Juntamente com o conteúdo educativo, a trilogia oferece figuras interativas desses animais, que podem ser recortadas e montadas, colaborando para a assimilação do assunto tratado e potencializando o aprendizado. As obras também contam com DVDs que trazem encenações com os personagens e a versão em Libras das narrações. A dramatização dos vídeos conta com a participação de integrantes da Associação de Surdos de Santa Maria. Segundo a professora do Departamento de Educação Especial Melânia de Melo Casarin, que é a coordenadora do Projeto Mãos Livres, o processo de produção e desenvolvimento da trilogia foi marcado pela preocupação com cada detalhe: “foram vários meses pensando a dramatização, figurino e maquiagem dos personagens até partir para a gra-

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vação”. Quanto à ilustração dos livros, o designer Augusto Zambonato, responsável pelo projeto gráfico da publicação impressa, afirma que a coleção foi pensada para ser universal, e não possui um elemento especialmente projetado para pessoas surdas. Contudo, as ilustrações têm um caráter bastante pedagógico e auxiliam na compreensão e contextualização das obras. A coleção Mamíferos Brasileiros em Extinção atende, assim, à necessidade de produções bilíngues e se destaca no mercado editorial porque está no caminho da crescente inclusão de pessoas surdas na sociedade.


CORES E SINAIS

O Projeto Mãos Livres

Desde 2002, o Projeto Mãos Livres pesquisa a produção de artefatos bilíngues e promove conhecimento para a comunidade surda. A iniciativa está ligada ao Centro de Educação da UFSM e conta com várias parcerias, dentro e fora da Universidade. Com os trabalhos desenvolvidos, o projeto visa garantir o acesso da comunidade surda a conteúdos literários. Entre as produções, estão: yy Artefatos educativos em Libras – livros, apostilas, jogos, objetos de aprendizagem, mapas geográficos etc. São artefatos que tratam sobre diferentes áreas do conhecimento, como matemática, geografia, história e preservação cultural. yy Livros bilíngues – as obras são apresentadas em formato impresso e digital e abordam literatura popular e erudita. yy Vídeos de literatura em Libras – gravações sobre temas científicos, filosóficos, culturais e contemporâneos, interpretação, tradução e dramatização de lendas, mitos e contos clássicos do país e do mundo. yy Vídeos de narrativas de vida em Libras – relato de protagonistas surdos sobre suas histórias de vida. Vídeos sobre personagens surdos da comunidade nacional e internacional.

VOCÊ SABIA?

Diferentemente do que o imaginário popular faz presumir, a Língua Brasileira de Sinais não se constitui apenas de mímicas e gestos. Ela possui uma estrutura gramatical própria e também apresenta diferenças de uma região para a outra, como regionalismos e dialetos, o que reforça ainda mais a sua legitimidade como uma língua de uma cultura surda.

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Pesquisando para avançar

Pesquisando para avançar Profissionais da Editora e da Livraria UFSM se qualificam academicamente à procura de melhorias em suas áreas de atuação O conhecimento acadêmico, cada vez mais, projeta-se para além do ambiente universitário, alcançando também as editoras e livrarias, pelo viés da comercialização de livros técnicos e científicos. As pesquisas relacionadas à venda de livros em editoras universitárias são de extrema importância para conhecer melhor o mercado, avaliar a satisfação dos clientes e buscar novas formas de circulação de produtos. Entre as pesquisas já realizadas na área, estão as dos servidores da Editora e Livraria UFSM Daiane Fri-

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go, Zélide Zucheto e Gustavo Carvalho. Daiane aprofundou seus estudos no marketing de relacionamento, analisando resultados e buscando melhorias na área. Zélide, por sua vez, fez uma análise pela ótica das livrarias, observando como ocorrem a satisfação e a fidelização com as editoras universitárias. Já Gustavo, em sua dissertação em andamento, pesquisa novas maneiras de se fazer marketing digital na Editora UFSM a partir de outras editoras universitárias. Confira, a seguir, informações detalhadas sobre as pesquisas desenvolvidas por eles.


PESQUISANDO PARA AVANÇAR

Editoras universitárias e livrarias:

proximidade, confiança e fidelidade Pesquisa acadêmica mostra como funciona o relacionamento entre o mercado editorial universitário e as livrarias Apesar de as editoras universitárias terem se consolidado apenas na década de 1980, esses órgãos, que são de extrema importância para o mercado dos livros, já começavam a surgir no ano de 1955, na Universidade Federal de Pernambuco. Além de incentivar a produção acadêmica, o mercado editorial universitário tem uma significativa atuação no alcance do conhecimento para além dos muros das instituições de graduação. E, por esse motivo, foi o objeto de estudo da administradora do setor de distribuição da Editora UFSM, Zélide Zucheto, durante seu mestrado em Administração na Universidade de Santa Cruz do Sul, em 2012. Tendo em vista o aumento do número de universidades no país e uma demanda cada vez maior de livros didáticos, Zélide buscou entender a relação entre os clientes (livrarias) e os fornecedores dos produtos (editoras universitárias) através do trabalho intitulado Avaliação da satisfação e fidelização nas editoras universitárias na ótica das livrarias. Durante a pesquisa, clientes de vários locais do país responderam questionários para avaliar as editoras universitárias através de suas experiências com os serviços oferecidos por essas empresas. Ao longo de sua dissertação, Zélide percebeu que a maioria dos participantes da pesquisa estava há mais de nove anos nesse mercado e avaliava de forma positiva as empresas que publicam e fornecem livros acadêmicos. Fatores como editoração, qualidade gráfica, confiança, preço e satisfa-

ção geral em relação ao produto fornecido foram os pontos que, segundo a pesquisa, atendiam às expectativas dos participantes. Entre os pontos fracos, Zélide notou que a divulgação que as empresas faziam de seus produtos precisava ser melhorada: “[...] com relação à promoção, identificou-se a necessidade de adotar novas ações relacionadas a esse fator. Para atender aos anseios expostos na pesquisa […], buscou-se o desenvolvimento de uma maior demanda em campanhas promocionais, visando atender às pretensões visualizadas”. A pesquisa também buscou classificar, por ordem de importância, os aspectos que influenciam na fidelização do cliente com as editoras. De acordo com o questionário respondido, o produto fornecido pelas empresas é o fator mais importante, seguido pela demanda do consumidor, a disponibilidade de informações, o relacionamento com o cliente, o atendimento, a credibilidade, a flexibilidade, o prazo e a logística. Em décimo e último lugar, o preço foi classificado como o fator menos importante para os clientes continuarem a parceria com as editoras. Seis anos após a conclusão de seu mestrado, Zélide conta como os resultados da pesquisa foram aplicados em seu trabalho na Editora UFSM: “Buscou-se desenvolver e aplicar várias ações com a finalidade de divulgar as publicações, mas creio que esse continue sendo um dos pontos fracos [...]. Porém, acredito que estamos em um crescimento, e a cada novo capítulo, avançamos”.

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Livros técnicos e acadêmicos: o que influencia a comprá-los? Livraria UFSM aposta em parcerias e marketing de relacionamento para ampliar a comercialização de livros técnicos e acadêmicos A ampliação do conhecimento perito se dá pela busca de materiais técnicos e científicos em cada campo de pesquisa. Para captar o interesse dos leitores por algo novo e, principalmente, para que adquiram determinados livros físicos, é necessário haver alguns tipos de intermédios guiando suas necessidades até efetivar a compra. Essas influências, recebidas, em especial, por consumidores de livros técnicos e acadêmicos, foram o tema de pesquisa da dissertação de Daiane Frigo, cujo trabalho intitulado A influência dos grupos de referência no processo decisório do consumidor de livros técnicos e universitários foi defendido em 2012 na Universidade de Santa Cruz do Sul. A pesquisadora é assistente em administração na Universidade Federal de Santa Maria e atua na Livraria UFSM, onde é responsável pela realização das atividades administrativas, analisando os resultados de vendas de livros e buscando melhorias com ações de marketing. “O processo de decisão de compra de livros técnicos e universitários é bastante complexo e recebe inúmeras influências”, observa Daiane em sua pesquisa. Segundo ela, professores ou pessoas com vasto conhecimento na área de interesse são os que mais instigam a compra de livros técnicos e acadêmicos. Desde uma primeira motivação de compra até a sua legitimação, há o reconhecimento da necessidade de determinado produto, a busca de informações e a avaliação de

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alternativas. Cada fase pode ser facilitada com uma parceria entre influenciadores, editoras e livrarias, com um maior conhecimento dos livros indicados pelos professores em sala de aula, repassando tal necessidade a livrarias e editoras. A partir da pesquisa, Daiane constatou que, para as livrarias que trabalham principalmente com livros técnicos e acadêmicos, é de suma importância entender algumas das ações que incidem sobre o processo de decisão de compra. Além dessas influências, o trabalho de marketing é um grande aliado na captação do interesse dos consumidores, assim como a necessidade de estreitamento das relações entre livrarias e profissionais da área acadêmica. “Conhecer os livros que são indicados em aula pelos professores é uma ação que precisa ser melhorada”, afirma Daiane. Uma das principais questões a serem trabalhadas atualmente, segundo Daiane, é a compra de livros técnicos e acadêmicos pela internet: “o grande desafio hoje de qualquer livraria é atrair e manter os clientes, tendo em vista as opções de custo e envio que são ofertadas por lojas virtuais”. A Livraria UFSM possui um site atualizado periodicamente, que foi criado pensando em uma maior aproximação com o leitor/consumidor, possibilitando a ele visualizar as editoras parceiras da UFSM, solicitar encomendas, orçamentos de livros e indicar livros utilizados em aula. Outras ações sugeridas pela pesquisadora consistem em aplicar ferramentas do marketing de relacionamento, como realizar promoções de vendas, intensificar o relacionamento com professores, criar parcerias com editoras de livros técnicos e universitários e manter o site da livraria atualizado. Daiane destaca ainda que uma iniciativa que vem dando certo na área literária e traz inúmeros benefícios para livrarias e editoras são as feiras de livros e sessões de lançamento. Esses eventos ajudam a divulgar produtos e serviços, e também a difundir culturas. A Livraria UFSM cresce em participação nas feiras e eventos promovidos na cidade de Santa Maria, do mesmo modo que realiza feiras internas na Universidade e nos campi, semestralmente, com o intuito de aproximar os livros do público acadêmico.


PESQUISANDO PARA AVANÇAR

Marketing digital na Editora UFSM: modernizar para evoluir Dissertação pesquisa as práticas mais adequadas de marketing digital para a Editora UFSM Gustavo de Souza Carvalho é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Franciscana e trabalha, desde 2014, na Editora UFSM, atuando principalmente como produtor editorial de livros e revistas, em formato impresso e digital, e eventualmente como publicitário na área de Direção de Arte. Em 2017, Gustavo ingressou no mestrado em Gestão de Organizações Públicas pela UFSM, com o projeto Marketing digital em organizações públicas: um estudo de caso na editora da Universidade Federal de Santa Maria, que visa pesquisar estratégias e meios eficientes de se fazer marketing digital na Editora UFSM. A pesquisa se insere no atual cenário do mercado digital de livros no Brasil, que tem apresentado expressivo e gradativo crescimento, o que demonstra a necessidade de transformações e aprimoramentos em diversos campos da prática de gestão das editoras universitárias, em especial as públicas, que trabalham com restrição de recursos. Sempre apreciador de meios inovadores e diferenciados de fazer publicidade, o servidor conta que, em meio aos trabalhos de editoração, sempre se colocou à disposição para ajudar os demais setores da Editora: “em geral eu auxiliava o setor de distribuição na organização de campanhas e desenvolvimento de peças gráficas”. Então, ao criar alguns materiais gráficos para o site e as redes sociais do setor, Gustavo percebeu que “as peças em geral possuíam identidade própria da campanha ou do livro, e que nem sempre estavam alinhadas estética e textualmente com as outras ações desenvolvidas, mesmo que estivessem muito boas”. Além disso, ele conta que algumas das estratégias usadas no processo de divulgação não tinham continuidade.

A partir dessa demanda de tornar as ações de marketing digital contínuas e alinhadas, de maneira a comunicar com uma mesma linguagem, é que se desenvolveu a pesquisa de mestrado. Por meio de um Plano de Marketing, o trabalho − embora não finalizado − já aponta soluções práticas que poderão ser modificadas ou implantadas na Editora, como a utilização de uma identidade visual bem marcada e de uma persona para as ações nas mídias socias, com o objetivo de melhorar a identificação da Editora com o seu público-alvo. Gustavo entende que a área de marketing tradicional e digital é muito importante, pois “é possível fazer estudo de mercado, com o objetivo de entender os públicos, as vendas e os produtos, além de possibilitar a melhoria da estratégia e de contribuir para o desenvolvimento da organização”. Para entender melhor essa dinâmica on-line, o publicitário tem utilizado, em sua pesquisa, artigos e livros que são referência em marketing digital, além de analisar casos de sucesso de outras empresas. Assim, foi possível realizar o chamado benchmarking, que consiste em um processo de comparação de práticas e produtos de empresas reconhecidas como líderes ou inovadoras no segmento, com o objetivo de identificar as melhores práticas. Pensando não só em seu crescimento pessoal, mas também em seu setor, Gustavo reconhece que a pesquisa é importante para o desenvolvimento da Editora. Para ele, estudar casos de sucesso de outras empresas, assim como pesquisar métodos mais eficazes de comunicar e vender melhoram o know-how da Editora UFSM diante do concorrido mercado de livros técnicos-científicos.

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O perfil dos gestores

O perfil dos gestores das editoras universitárias federais associadas à ABEU Por Shani Carvalho Ceretta graduação em Administração pela UFSM/RS

Laís Viera Trevisan graduação em Administração pela UFSM/RS

Gustavo de Souza Carvalho graduação em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela UFN/RS

Nelson Guilherme Machado Pinto doutorado em Administração e professor da UFSM/RS

Daniel Arruda Coronel doutorado em Economia Aplicada e professor da UFSM/RS

As editoras universitárias brasileiras caracterizam-se, de modo geral, por corpos profissionais distintos, conforme o tamanho de sua estrutura; no entanto, algumas funções são básicas e indispensáveis para o seu funcionamento. Segundo Rocha (2014), a maioria das equipes conta com editor, redator, revisor de textos, programador visual e profissionais do setor administrativo, de vendas e comunicação. A função de chefia é ocupada por um coordenador editorial ou diretor. Segundo Rosique (2010), o editor é responsável pela manutenção da qualidade da comunicação acadêmica, pela estratégia comercial e pela identificação de segmentos potenciais, mas também deve ser capaz de estimular e apoiar autores a

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transformarem seus trabalhos em livros. Contudo, a autora observa que a maioria dos responsáveis pelas publicações acadêmicas não são profissionais da área, tampouco conhecem a fundo a indústria editorial. Rosique destaca que, nos Estados Unidos, sobretudo após a década de 1950, muitos docentes tornavam-se editores “improvisados”, por necessidade da instituição, além de alternarem sua nova atividade com a pesquisa e a docência; ou, ainda, eram editores profissionais sem vínculo com a instituição, contratados unicamente para o desempenho da função. Ainda, o editor é quem garante a qualidade e a aplicação da política editorial e, nessa função, perpassa todo o processo editorial. No entanto,


O PERFIL DOS GESTORES

conforme Gomes (2010), são poucas as oportunidades e os espaços de formação de editores, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. Além disso, embora a função do editor esteja atrelada à atividade do jornalista, não há especificidade ocupacional, e a função é exercida, geralmente, por professores, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas de conhecimento.

PERFIL PESSOAL, FORMAÇÃO ACADÊMICA E PERCURSO PROFISSIONAL

No contexto das instituições públicas brasileiras, o número de editoras universitárias federais filiadas à Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU) chega a 43. Destas, a região brasileira com maior representatividade é a Sudeste, com 13 editoras, representando 30,20% do total. Em segundo lugar, estão as regiões Sul e Nordeste, com 9 editoras. O Centro-Oeste é a região brasileira com menor quantidade de editoras universitárias federais. Região brasileira

Frequência

Porcentagem válida

Sul

9

20,90%

Sudeste

13

30,20%

Centro-Oeste

4

9,30%

Nordeste

9

20,90%

Norte

8

18,60%

Total

43

100%

A partir de dados obtidos no portal das editoras e na plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), verifica-se a ocorrência de cinco diferentes nomenclaturas para o cargo de gestor das editoras universitárias federais associadas à ABEU: diretor, coordenador, editor-chefe, superintendente e gerente, sendo a denominação mais utilizada a de diretor, percentual que atinge quase 74%.

Nomenclatura do cargo

Frequência

Porcentagem válida

Diretor

31

73,80%

Editor-chefe

2

4,80%

Coordenador

7

16,70%

Superintendente

1

2,40%

Gerente

1

2,40%

Total

43

100%

Os dados coletados também revelam que, dos 43 gestores, 27 são do sexo masculino e 16 do sexo feminino. Esses números vão de encontro com os apresentados em pesquisas realizadas pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em 2015, as quais revelam que há um número expressivo de mulheres trabalhando no Serviço Público Federal. Contudo, esse estudo é corroborado quando se considera a estrutura inferior de cargos de confiança, em que se evidencia equivalência no percentual entre homens (54%) e mulheres (46%), principalmente para idade inferior a 31 anos, quando os percentuais começam a se igualar. Já quanto ao quantitativo de mulheres ocupantes de Direção e Assessoramento Superiores (DAS), essas compõem 37,5% dos cargos, ou seja, não se verifica a mesma equivalência, comprovando uma desigualdade entre homens e mulheres no exercício de cargos superiores de direção. Em relação ao perfil acadêmico e ao percurso profissional dos gestores das editoras universitárias federais associadas à ABEU, em torno de 74% dos gestores já concluiu o doutorado, sendo que apenas três gestores possuem o menor grau de instrução observado – especialização. Ainda, 13 gestores encontram-se em estágio pós-doutoral, um gestor possui livre-docência, e outro ambas as titulações. Quanto a aspectos de formação, a maioria dos gestores da pesquisa tem graduação em Ciências Sociais (8 gestores), 6 são formados em Letras, 4 em Administração, 3 em História e a mesma quantidade em Comunicação e Biblioteconomia. Ademais, 8 gestores possuem mais de uma graduação.

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Caracterização

Frequência

Porcentagem válida

Especialização

3

7%

Mestrado

6

14%

Doutorado em andamento

2

4,7%

Doutorado

32

74,4%

Pós-doutorado

13

30,2%

Estágio pós-doutoral e

Livre-docência

1

2,3%

livre docência

Ambas as titulações

1

2,3%

Não possui essas titulações

28

65,1%

Tipo de vínculo com a

Docente

37

86%

instituição

Técnico Administrativo em Educação (TAE)

6

14%

Ciências Humanas

14

33,3%

Ciências Sociais Aplicadas

14

33,3%

Linguística, Letras e Artes

8

19%

Ciências Agrárias

4

9,5%

Engenharias

2

4,8%

Atua na pós-graduação

30

69,8%

Não atua na pós-graduação

13

30,2%

Até 5 anos

7

16,7%

De 6 a 10 anos

16

38,1%

Tempo de vínculo como

De 11 a 15 anos

4

9,5%

servidor público na

De 16 a 20 anos

2

4,8%

instituição atual

De 21 a 25 anos

3

7,1%

De 26 a 30 anos

2

4,8%

Mais de 30 anos

8

19%

Sim

24

57,1%

Não

18

42,9%

Até 4 anos

26

70,3%

Tempo de exercício como

De 5 a 10 anos

10

27%

gestor na editora atual

De 11 a 15 anos

1

2,7%

Informação não localizada

6

-

Grau de formação acadêmica

Área de conhecimento da pós-graduação

Atuação na pós-graduação

Experiência prévia em gestão

Entre os 43 gestores pesquisados, foi possível perceber que a maioria atua na docência (86%), enquanto os demais 6 gestores são técnicos administrativos em educação (TAEs), com formação nas áreas de jornalismo, biblioteconomia, tecnologia em gestão pública, administração e informática, desenho e, ainda, filosofia e direito.

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A respeito da área de conhecimento da pós-graduação, a maioria dos docentes tem aprofundamento acadêmico em Ciências Humanas ou Sociais Aplicadas, somando 66,6% da amostra. Essas áreas são compostas pelos estudos em filosofia, sociologia, antropologia, arqueologia, história, geografia humana e regional, psicologia, educação,


O PERFIL DOS GESTORES

política, direito, administração, economia, arquitetura e urbanismo, comunicação, entre outros. Dos demais, 19% têm pós-graduação na área de letras, linguística e artes e, em menor percentual, de ciências agrárias ou engenharias. Ademais, quase 70% dos gestores das editoras universitárias federais vinculadas à ABEU continuam atuantes na pós-graduação, e 7 gestores são bolsistas de produtividade do CNPq (níveis 2, 1D, 1C e 1B), correspondendo a pouco mais de 16% da amostra. Essa iniciativa do CNPq visa valorizar os pesquisadores pela sua produção científica, tecnológica e de inovação, conforme a área de conhecimento de cada pesquisador, fomentando, assim, uma produção de qualidade. Entre os gestores pesquisados, em torno de 55% possuem até 10 anos de vínculo como servidores públicos na instituição em que atuam. Outro percentual relevante é que 19% já estão vinculados há mais de 30 anos à universidade. Já em relação ao tempo de exercício na função de gestor da editora atual, 70% estão há até 4 anos na administração das editoras.

Nesse sentido, é possível perceber que há uma rotatividade na gestão das editoras universitárias, reflexo do período de administração da reitoria, em que, a cada novo mandato, quando não há reeleição, em geral os diretores são substituídos, uma vez que os gestores de unidades universitárias federais são nomeados pelo reitor. Ainda assim, 57% dos gestores possuem experiência prévia em gestão. Com base nos números, a diferença entre gestores com e sem experiência é de 6 gestores, o que leva à conclusão de que possuir experiência anterior como gestor é importante, mas não é o único critério para a nomeação ao cargo de diretor ou gestor de uma editora universitária pública. No que se refere ao contato pessoal com a publicação de livros, observa-se que em torno de 74% dos gestores já publicaram e/ou organizaram um livro durante sua trajetória, sendo que, desses, 54% assumiram a publicação de seis ou mais títulos distintos. Ademais, quase 81% já publicaram algum capítulo de livro, sendo o maior percentual com até cinco artigos nesse formato.

Publicações Possui livros publicados/organizados ou edições

Quantidade de livros publicados/organizados ou edições

Quantidade de capítulos publicados em livros

Frequência

Porcentagem válida

Sim

32

74,4%

Não

11

25,6%

Até 2

6

18,2%

De 3 a 5

9

27,2%

De 6 a 9

11

33,3%

10 ou mais

7

21,3%

Até 5

11

25,6%

De 6 a 10

6

14%

De 11 a 15

5

11,6%

De 16 a 20

2

4,7%

De 21 a 25

3

7%

De 26 a 30

2

4,7%

Mais de 30

6

14%

Não possui

8

18,6%

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PANORAMA ATUAL E DESAFIOS FUTUROS

Como pontos positivos, ressalta-se que, na maioria das editoras universitárias públicas brasileiras, existe um número significativo de gestores que possuem experiência prévia em gestão e em organização e publicação de livros, bem como alto grau de qualificação. Em contrapartida, a maioria dos gestores continua mantendo vínculo com as atividades docentes na pós-graduação, fator que faz com que a atividade de diretor não seja desempenhada com dedicação exclusiva. Ademais, o tipo de vínculo institucional e o caráter de nomeação ao cargo podem ter implicações no desenvolvimento de uma gestão continuada. Diante desse contexto, é possível verificar a boa governança que esse cargo estratégico dentro de uma instituição universitária possui. O bom desempenho de uma universidade e, consequentemente, de sua editora passa por uma gestão que busque eficiência e eficácia para o atendimento das demandas da comunidade local. Entretanto, alguns aspectos dessa relação ainda precisam ser melhorados. É necessário, por exemplo, que os dirigentes tenham uma preparação adequada e que adquiram conhecimento sobre a indústria editorial, aspectos que muitas vezes não são levados em consideração na indicação desses profissionais e que podem ser cruciais no desenvolvimento das editoras.

REFERÊNCIAS GOMES, V. P. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 1, p. 147-172, jul./jun. 2010. ROCHA, M. A. A contribuição à educação para além da publicação de textos: perspectiva histórica do trabalho da editora da Universidade Federal de Uberlândia. 2014. 197 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014. ROSIQUE, J. A. Editar en la universidad: paradojas y retos. Medelín: Universidad de Antioquia, 2010.

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Publicação científica

Por que a publicação científica virou problema? Por Dr. Gilson Luiz Volpato IGVEC – Instituto GilsonVolpato de Educação Científica – igvec.com gilsonvolpato@igvec.com

1. Introdução

A tese defendida neste texto é de que a publicação científica é parte integrante e natural da vida dos cientistas, expressando sua essência de ciência. É como o cantar para um cantor, a produção de quadros para o pintor, o conserto de veículos para o mecânico, a cura de pacientes para o médico, o entendimento do aluno para o professor, entre tantas outras ações das atividades profissionais. Assim, escrevo-o motivado pela busca de correção de rota num percurso que tem transformado a publicação científica num problema. Ela não é problema, mas desejo que vem do fundo da alma do cientista. Cantor que não quer cantar? Pintor que não quer pintar? Mecânico que não quer consertar veículos? Professor que não quer ensinar? Cientista que não quer publicar? Com essa tese e esse objetivo em mente, vamos primeiramente entender por que essa problemática é ainda importante no Brasil, enquanto em

alguns países mais desenvolvidos a discussão já está em outro patamar. Para isso, reportarei algumas informações de senso comum dentro da academia científica. É no contexto da avaliação da atividade científica que a publicação científica tem recebido as maiores críticas em nosso país. Se a publicação científica é um desdobramento não apenas natural, mas necessário para o “fazer ciência”, e está entre os passos finais da geração de conhecimento (objetivo último da ciência), é também natural que faça parte de sistemas avaliatórios da atividade científica. Não fosse a avaliação, possivelmente ninguém estivesse muito preocupado com a publicação científica e talvez nem este texto fosse necessário. Por entender que tal publicação é uma atividade natural do cientista, e que a avaliação de qualquer atividade profissional é necessária, precisamos melhor equacionar as críticas sobre o papel da

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publicação na vida do cientista. Tal entendimento deverá nos trazer um melhor convívio com a publicação científica, bem como seu ensino na graduação e pós-graduação, deixando as avaliações para as esferas que querem nos avaliar. A forma como temos encarado a publicação científica, particularmente frente à necessidade dela para sermos bem avaliados, mostra um profundo distanciamento de nosso entendimento dentro do processo mais global de produção de conhecimento científico. Aqui busco esclarecer pontos que podem ajudar num melhor posicionamento do cientista dentro desse sistema chamado ciência. Grande parte disso será focada na pós-graduação, pelo fato de ser francamente o setor de maior produção de ciência em nosso país, mas as constatações possivelmente se arrastem para outros setores de nossa ciência. Além disso, sem desconsiderar o valor que outras formas de publicação possam ter, focarei no artigo científico, visto ser a unidade que mais se usa atualmente na comunicação científica em todas as áreas da ciência. Nessa jornada, além de mostrar o que a ciência nos solicita, será inevitável olharmos alguns de nossos equívocos. Enquanto discorro sobre tais equívocos mantidos na ciência aqui no Brasil, vistos pelas suas expressões em artigos em nosso meio, posso ser interpretado como alguém que seja contra a “ciência brasileira”. Se o fosse, não estaria me vergando em questões de correção de rota de nossa comunidade científica. Tal distorção na interpretação nasce também da incompreensão sobre o desenvolvimento profissional. O crescimento nessa esfera não se dá principalmente pelo olhar dos acertos, sendo imprescindível a constatação de equívocos para correções de rota. Ufanismos para aquilo que reforça nossas ideias significam não mais do que dados que corroboram nossas hipóteses. Ou seja, mostram o que queremos ver, mas não confirmam nossa hipótese (vide o sistema Modus Tollens na avaliação de hipóteses). A busca pelo incômodo é necessária, da mesma forma como é a busca do diagnóstico exato de alguma doença antes de sermos tratados. Por exemplo, o que dizer dos diversos meios ilícitos usados em alguns momentos em nossa ciência

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para burlar o Fator de Impacto do JCR (por ex., VAN NOORDEN, 2014), os desempenhos no relatório Capes (ação conhecida como “maquiagem do DataCapes”), a classificação em avaliações comparativas entre países, a inserção de revistas no sistema Qualis? Além das burlas já relatadas nas grandes mídias internacionais e nacionais, há os equívocos avaliatórios que percorrem nossa academia científica e cuja velocidade de correção é lenta e incompatível com o padrão que vem ocorrendo nos países mais desenvolvidos em ciência. Por fim, outra ressalva é que meu panorama é da pesquisa brasileira num ambiente de norte a sul, leste a oeste, entendendo perfeitamente que não posso buscar as excelências pontuadas em exceções para representar a ciência feita na academia brasileira. A expansão quantitativa da ciência no Brasil, ocorrida neste século, foi a uma velocidade incompatível com o crescimento qualitativo correspondente e necessário. Apesar disso, nosso foco daqui para a frente deve ser numa melhor equalização entre quantidade e qualidade dentro do nosso meio acadêmico. Obedecendo à tese central deste texto, inicialmente mostrarei conceitos que sustentam o que deve ser a publicação na vida do cientista. A partir disso, ficará evidente o espanto em percebermos que a publicação científica tenha se transformado em problema. Ao final, mostro mais claramente a relação entre conceitos científicos e redação científica, culminando com algumas considerações sobre nossos passos futuros na ciência.

2. O que é um artigo científico?

O artigo científico é uma publicação de menor extensão que os livros e, portanto, de divulgação mais rápida. Por isso, substituiu gradativamente o livro como o principal meio de publicação científica em praticamente todas as áreas da ciência. O artigo científico é feito visando resolver alguma questão, seja mais ou menos ampla. Assim, ao final o autor deverá apresentar, no mínimo, uma resposta conclusiva sobre o que pretendia responder. Nesse sentido, percebemos que a essência do artigo científico é a conclusão, e não o objetivo ou a retórica.


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Além de mostrar as principais conclusões, o artigo científico descreve uma argumentação científica. Nesse caso, deve apresentar as bases empíricas que substanciam as conclusões e inferências do autor. No caso de pesquisas na ciência chamada de formal (Lógica e Matemática), as evidências empíricas não são necessárias, mas a argumentação deve envolver alto nível de fundamentação lógica e matemática, conforme o caso. Friso que em nenhum dos casos o artigo é um texto opinativo, no qual a argumentação científica esteja ausente. Embora cada conclusão científica seja a forma como o autor interpretou os resultados e, portanto, seja passível de mudança (toda conclusão científica é por natureza provisória), o texto opinativo não prioriza ou carece de tal rigor lógico e empírico. Assim, frente a uma ou mais perguntas, o cientista faz a investigação e consegue chegar a alguma(s) conclusão(ões) que considera a(s) mais válida(s) no momento frente às evidências já conhecidas e também àquelas obtidas na investigação. A Discussão no artigo científico não é mais do que mostrar como a lógica, os conhecimentos já aceitos na ciência e as evidências obtidas no estudo nos permitem indicar quais são, no momento, as conclusões válidas para cada indagação inicial. Por fim, o artigo científico é publicado após ser aprovado pelos pares, geralmente por uma análise anônima, o que procurar dar maior valor à aceitação para publicação. Assim, aceita-se que seja uma publicação cuja aprovação pelo corpo editorial recaia apenas no teor científico, e não mercadológico. Uma vez publicado, o próximo desafio será convencer os demais cientistas de que a resposta trazida à questão apresentada é a melhor opção no momento (até que se prove o contrário).

3. Qual o papel do artigo científico na vida do cientista?

Considerando o exposto sobre o artigo científico, ele é a “fala” do cientista dentro da comunidade científica. Apesar do desenvolvimento das mídias sociais, elas ainda não são o lugar exato para as discussões mais aprofundadas na ciência. Cada artigo traz essa discussão, com todos os detalhes necessários, mesmo respeitando a brevidade im-

perativa. Ele é um texto que pretende mostrar como o autor raciocinou para chegar às conclusões. Assim, diferentemente do que normalmente se alude, defendo na atualidade que o objetivo e a satisfação do autor com a publicação são ser entendido. O leitor poderá não aceitar a argumentação do autor, mas primeiro deverá entendê-la em sua essência. Por isso a construção do texto é mais do que Lógica... É uma Arte! Em resumo, os cientistas conversam por meio dos artigos. Publicamos para passarmos por um primeiro teste com os revisores da revista, podendo corrigir falhas, e atingirmos outros cientistas que podem se interessar pelo foco do nosso estudo. Notem que isso ocorre num cenário internacional. Afinal, cada especialidade de ciência que temos no Brasil, temos também em outros países, mesmo que possa haver raríssimas exceções. É nesse sentido que um texto redigido em português dentro de uma problemática científica não tem sentido. São de longa data as confusões que surgem sobre o papel do artigo científico para levar conhecimento não apenas aos especialistas da área, mas também para outras pessoas da sociedade. Embora tenhamos transformado a óbvia interdisciplinaridade da ciência numa área de pesquisa, ela continua sendo algo inerente a qualquer cientista, e o grau dessa interdisciplinaridade dependerá das questões e dos objetivos de nossas pesquisas. Assim, não apenas cientistas de sua especialidade podem se interessar por seu estudo. Você nunca conseguirá definir os limites do conhecimento que produz. Na plataforma da revista Nature, eles escrevem: “The journals are read mainly by professional scientists, so authors can avoid unnecessary simplification or didactic definitions. However, many readers are outside the immediate discipline of the author, so clarity of expression is needed to achieve the goal of comprehensibility.”1 Caso deseje ler algum tema que seja mais distante de sua especialidade, principalmente algum que envolva conhecimento técnico mais complicado (por ex., a Física para pessoas que não sejam das Exatas), lerá numa revista científica da espe1 Disponível em: <https://www.nature.com/authors/author_ resources/how_write.html>.

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cialidade? Provavelmente não, pois não entenderá. É aí que entra a necessidade também da comunicação com cientistas de áreas mais distantes. Digo mais, a necessidade de que aquele conhecimento atinja até mesmo não cientistas. Numa análise classificatória, posso definir quatro nichos de leitores: 1) cientistas da especialidade; 2) cientistas de especialidades correlatas; 3) cientistas de especialidades bem distantes daquela do artigo; e 4) os não cientistas. As revistas científicas são destinadas aos dois primeiros perfis, enquanto as revistas de divulgação científica são mais apropriadas para os dois últimos perfis. A separação nesses dois blocos implica que deve haver diferença fundamental na forma de expressão no texto, incluindo o idioma escolhido. O debate entre cientistas travado pelo artigo científico é necessário, pois o nível técnico das pesquisas impediria que outras pessoas entendessem toda a força e validade da argumentação. Para que o artigo não fique destituído da força necessária para sustentar as conclusões, cada uma de suas premissas deve ser entendida pelo leitor. E isso requer conhecimento específico mais profundo. Assim, esse universo de debate entre especialistas (nichos 1 e 2) é necessário, pois tem melhor aporte para críticas que podem validar ou não as publicações. Ressalto, então, que uma conclusão importante é reconhecer as diferenças entre a publicação do artigo científico e a divulgação da ciência. A questão citada segue uma rota normal na construção de qualquer conhecimento que exija certa especificidade. Primeiro é feita uma pesquisa que gera um artigo argumentativo, buscando mostrar por que os autores chegaram a certas conclusões. Esse artigo é, então, debatido entre cientistas da especialidade, pois isso evita erros técnicos que outros poderiam não perceber. Para isso usam jargões técnicos e literaturas internacionais. Passada essa fase, os cientistas se sentem mais autorizados para facilitar que a essência dessa publicação seja também lida por não especialistas, sejam ou não cientistas. Tal situação não é diferente do que ocorre em diversas outras áreas. Um mecânico de automóvel pode nos dar uma explicação simples sobre algum defeito no veícu-

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lo, mesmo que você seja um cientista, mas falará com outro grau de especificidade caso converse com outro mecânico. Conversas entre comerciantes também seguem caminhos diferentes daquelas entre comerciante e não comerciante (apenas clientes). Esse é um processo natural na comunicação humana.

4. A ciência como uma rede de conhecimento

Todo conhecimento científico (conclusões) que é publicado e aceito por cientistas passa a ser usado por outros cientistas, como suporte para novas conexões ou mesmo para questionamentos. Esses conhecimentos são interligados de alguma forma, mesmo que por meio bastante indireto trazido pelas teorias mais globais. Esse é o universo do conhecimento científico e costumo chamá-lo de “rede de conhecimento”. O termo “rede” não é casual, mas proposital para indicar a conexão entre as informações contidas na rede. Não é um aglomerado de conhecimento, como se concebia no século XVII (vide Francis Bacon). Rede significa conexão entre pontos. Cada ponto e cada conexão são expressões simbólicas de conhecimentos aceitos pela comunidade científica (ao menos a mais especializada). Podemos incluir um mecanismo desconhecido, uma variável anteriormente não considerada em certo fenômeno, alguma associação ou interferência entre variáveis, ou mesmo a caracterização de algo de interesse para a ciência. Seja qual for a novidade de cada estudo, ela deve ser incluída nessa rede. As principais conclusões do artigo devem penetrar na rede existente de conhecimento científico, tornando-a melhor. Para isso, podem auxiliar no fortalecimento de um dos lados de alguma questão controversa, ou mostrar algo realmente novo (um mecanismo, uma variável, uma associação, uma interferência etc.), o que não é mostrar algo que já se sabe ou é bastante esperado. Percebam, então, que a Discussão do artigo não tem como objetivo comparar os dados com a literatura, mas mostrar a validade de suas conclusões e como elas entram nessa rede de conhecimento, aprimorando-a.


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5. Existe ciência nacional?

A ciência é, pelo lado epistemológico, a rede de conhecimentos considerados válidos pelos cientistas em ação, incluindo controvérsias ainda em debate. Tais conhecimentos se destacam de questões geopolíticas ou geográficas e permitem que conheçamos os processos, os fenômenos, a partir de pesquisas locais. Cada descoberta científica foi obtida com evidências de algum lugar; mas ela revela algum padrão que se conclui acerca de parte do mundo. Mesmo que sejam fenômenos que variem por condições culturais ou geográficas, por exemplo, devemos detectar a essência de algum padrão. Do contrário, não ajudaria a construir ciência em seu sentido de rede de conhecimento. É nessa construção que a alegação de “ciência nacional” como produção de conhecimento destoa. Costumo, neste caso, separar claramente a diferença entre fazer pesquisa, fazer pesquisa científica e fazer ciência. Pesquisa é qualquer atividade que envolva algum raciocínio no sentido de encontrar resposta a alguma pergunta. Uma parte das pesquisas é feita com o método científico, principalmente por ser o melhor método que conseguimos triar nos últimos 400 anos. Essas seriam, então, as pesquisas científicas. Podemos usar a pesquisa científica para nos dar respostas a questões que não tratam exatamente da problemática de melhorar a rede de conhecimento científico. Assim, um eletricista, um mecânico, um engenheiro, um construtor, um médico, um advogado, um policial etc., todos podem usar o método científico para solucionar suas dúvidas na profissão. Por exemplo, se estiver em discussão a participação de uma determinada indústria na poluição de um rio, podemos coletar evidências para testarmos a hipótese de que essa indústria seja a principal causadora da poluição. Para isso, podemos fazer pesquisa com todo o rigor da metodologia científica e obtermos uma resposta que nos pareça adequada, seja corroborando ou falseando nossa hipótese. Muito provavelmente, essa conclusão não se agregará ao conhecimento científico, dessa forma não “fazendo ciência”. O uso do método científico foi escolhido

para nos dar mais confiabilidade na resposta obtida. Então, vemos que o método científico é uma ferramenta e que a ciência depende dele, mas o conhecimento científico precisa ser construído a partir dele. O uso parcial do método científico, como no exemplo citado sobre a indústria, implica desconsiderar elementos mais teóricos desse método. Por exemplo, as abordagens epistemológicas nos conduziriam a produzir ciência e, portanto, a pesquisa teria que ser modificada em alguns aspectos. Independentemente disso, o conhecimento trazido pela pesquisa sobre a indústria é de interesse local, pois solucionaria uma importante dúvida de uma cidade ou região, fortalecendo as medidas que deveriam ou não ser tomadas. Por outro lado, se quisermos, além dessa pesquisa científica local, entendermos o processo pelo qual tais tipos de indústria poluem rios, então teríamos que agregar ao sistema informações de outras indústrias similares, ou mesmo informações que, de alguma forma, nos permitissem alguma generalização. Para isso também servem os dados da literatura, pois constroem conclusões científicas válidas seja por artigos sólidos de revisão da literatura, seja por artigos com dados originais com os quais juntamos a literatura para elaborarmos saltos teóricos conclusivos (é o que mais se vê nas revistas de bom nível internacional). Isso agrega valor à rede de conhecimento chamada ciência. Portanto, ciência nacional se confunde com pesquisa nacional de foco conclusivo nacional, sem que se busquem o entendimento e o fortalecimento da ciência como um todo. O fato de os dados serem de algum lugar específico, e sempre o serão nos estudos que não usam laboratórios ou similares para coleta de dados, não é o problema, pois toda pesquisa é feita em algum lugar. O problema é não ter mentalidade científica para, partindo de dados necessariamente locais, construir ciência. A tendência de pesquisadores que não adentram a ciência é focar na questão local, inclusive alardeando que, por esse motivo, ela é uma pesquisa de interesse local. Quantas soluções locais são trazidas pelas questões de interesse científico? Além disso, se

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de dados locais conseguimos concluir sobre o fenômeno mais geral, atingimos não apenas as populações de onde vieram os dados locais, mas quaisquer outras cuja similaridade permita estender a generalização de nossa conclusão. Ou seja, atingimos mais pessoas fazendo ciência do que focando na questão local.

6. A globalização e a resposta brasileira

O processo de globalização na humanidade caminhava de forma gradativa, mas progressiva. Foi na década de 1990 que esse caminhar ficou irresistivelmente acelerado, particularmente pelas facilidades trazidas pela informática e internet. Tratou-se de um fenômeno mundial, ao qual só nos restava acomodar-se. Afinal, globalização traz uma desvantagem e uma vantagem bem nítidas. A desvantagem é que somos colocados em competição, lado a lado, com pessoas e sistemas de histórias muito diferentes do nosso e, no caso da ciência, geralmente com muitas vantagens sobre nós. Óbvio que essas diferenças podem significar apenas o caminhar, guiado pelas opções, de cada país. Mesmo assim, fica a ressalva. A vantagem é que ela nos traz novos referenciais, novos perfis, novos modelos, que servem para nos indicar onde estamos bem e onde precisamos melhorar. Com todas as possíveis dificuldades que enfrentamos, poderíamos ter melhor equacionado a globalização, pois ela não foi um processo que chegou e passará logo. Essa permanência pode ser muito duradoura, pois seu oposto seria o isolamento relativo com outros países, o que parece não estar na pauta de negociações. Esse movimento foi mais intenso de meados da década de 1990 para a frente. No caso da ciência, significou maior trâmite com estudos e debates ocorridos em outros países, particularmente naqueles mais tradicionais e de maior força dentro da ciência. Isso adentrou este século e não mostra sinais de retroceder. Portanto, temos que enfrentar a globalização com competência para que suas vantagens nos impulsionem para uma ciência maior. Afinal, gradativamente, todas as nossas áreas da ciência começaram a conviver com o que se praticava em outros países.

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Isso levou a um maior contato presencial de nossos pesquisadores com cientistas de outros países. Lógico que a barreia do idioma priorizou, para a Europa, nossas idas a Portugal e Espanha. Ainda na primeira década do presente século, cerca de 50% das bolsas para o exterior na área de Agrárias eram dirigidas a esses dois países. Algumas outras áreas, particularmente nas Humanas, resistiram mantendo um ensino por meio quase que exclusivo das publicações em português. Embora questões políticas também permeassem essas respostas, o fato é que a globalização é uma realidade e não conseguimos meios adequados para usufruirmos de suas vantagens em algumas áreas. Um setor que nos permite ver nossa reação à globalização é o das revistas científicas. A criação do Scielo, em 1998, foi uma tentativa de “globalizar”. A falha dessa medida foi que tentamos mostrar para o mundo nossa ciência, mas cujas publicações tinham, na maioria, apenas o resumo em inglês, uma restrição que dificultava que outros cientistas pudessem usar nossos artigos. Em algumas áreas, a resistência era até mais precoce: resistiram em adotar publicações on-line, nitidamente preferindo as impressas. Mas na primeira década de nosso século atual já havíamos percebido que as revistas deveriam ser on-line, uma constatação com cerca de dez anos de atraso. Com esses equívocos (textos em português e em revistas impressas, visando à construção da ciência brasileira), resistimos ainda mais à franca globalização. A metodologia Scielo, que deveria levar nossa ciência para o mundo, fez essa tarefa, mas assim mesmo com muitos artigos em português, o que impedia que fossem lidos pela vasta maioria dos cientistas do mundo. Na evolução das publicações em inglês nessa biblioteca on-line, caminhamos aumentando a taxa de artigos em inglês, chegando a cerca de 60% em 2018, o que é ainda muito tímido. A resistência dos editores à publicação em inglês tinha vários formatos, desde ideológico até operacional, dado o custo de tais correções ou mesmo a fuga de manuscritos que, uma vez estando em inglês, poderiam ser enviados para revistas do exterior e mais bem conceituadas. Mas tudo isso refletia nossa incompreensão sobre o momento que


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vivíamos e o papel de nossas pesquisas na ciência, bem como nossa ideia sobre o que é ciência. Mesmo assim, como reflexo de um fenômeno mundial, no final da primeira década deste século, conseguimos incluir mais revistas no JCR-Web of Science.2 Se tínhamos menos de 20 revistas nessa base de dados até a década de 1990, em 2017 já possuíamos 129 revistas. Mas note que esse avanço, de cerca de 20 para 130 (129 com cálculo do Fator de Impacto) em 2017, teve uma deflexão positiva em 2009, quando aumentamos mais de três vezes o número de revistas nessa base, ultrapassando 100 revistas em 2010. A mesma curva do número de revistas no JCR (Journal Citation Reports) ocorreu também na América Latina, mesmo quando excluímos os dados do Brasil; mais ainda, reflete também a curva considerando as revistas de todos os países do mundo. Por isso, foi um fenômeno mundial, e não uma ação específica do Brasil. Mas, evidentemente, tivemos incentivos internos para submetermos essas revistas ao JCR. Porém, é possível que nesse período tenha havido uma certa facilitação na avaliação para o JCR, visto o surgimento, em 2004, de seu maior concorrente, o Scopus, da Elsevier (veja VOLPATO, 2013, p. 148-153). Ao sermos colocados ao lado de outras instituições e ao vermos a atribuição das classificações entre países e universidades, nossa posição incomodava. Novamente, demos mais visibilidade aos índices que melhor nos classificavam, perdendo, assim, a chance do lado bom da globalização. Segundo o site sciencewatch.com, em 2011, o Brasil era o 15º país em termos de número absoluto de publicações científicas. Nessa análise, ficamos em 20º em relação ao número de citações recebidas. Isso nos mostrava um patamar muito bom, a ponto de nosso então ministro da Ciência e Tecnologia justificar tal desempenho em função dos fartos investimentos do governo nessa área. Mas há o que não foi dito. Nesse mesmo sistema classificatório, no entanto, conseguimos apenas 50% do desempenho do 20º classificado (Irlanda) quando avaliamos a eficiência de nossa ciência, isto é, o número de ci2 Veja detalhes e gráficos das informações deste parágrafo em Volpato (2013).

tações dividido pelo número de artigos publicados. Essa análise é fundamental quando se busca avaliar desempenho, pois mostra o quanto conseguimos em relação ao esforço que despendemos. Um quadro similar foi divulgado em 2014, quando, avaliados pelo Index Nature em 2013, ficamos no 50º lugar entre 53 países, no quesito de eficiência do uso do dinheiro para convertê-lo em publicações em revistas de alto prestígio científico internacional.3 Pior, em 2017 fomos classificados pela Scimago, entre 230 países, em 14º em número de artigos publicados, 16º em número de citações recebidas, 17º em autocitações e 163º na relação citações/publicações.4 Ou seja, fazemos muito, mas nossa eficiência é baixa para converter as publicações em citações, pois deve-se considerar também que boa parte de nossas citações recebidas ainda são de brasileiros. Reflexo dessa falta de olhar para as nossas deficiências e excesso de ênfase nos pontos positivos foi que criamos uma bolha de qualidade. Investimos em “visibilidade”, quando deveríamos ter investido na formação de cientistas para publicarem nas boas revistas internacionais que já existiam (VOLPATO, 2017). De fato, o número de revistas brasileiras aumentou absurdamente de meados da década de 1990 até os dias atuais, particularmente na primeira década deste século. Hoje temos alguns milhares de revistas científicas aqui no Brasil. Ou seja, minha interpretação, particularmente de meu convívio semanal com centenas de pessoas de diferentes universidades brasileiras, é que investimos em criar revistas para publicar nossos artigos, em vez de melhorarmos nossas pesquisas para adentrarmos as boas revistas internacionais que já existiam. Visões fragmentadas de ciência também contribuíram para esse equívoco, pois imaginavam que cada pesquisa deveria ser publicada em revistas exatamente do tema tratado no objetivo do estudo. Rechaçavam a ideia de que a 3 Dados sintetizados por Gabriel Alves, na Folha de S. Paulo, Ciência, 17 nov. 2014. 4 Embora essa relação seja enviesada pela presença de países com baixíssimas publicações anuais (o que pode elevar a relação de forma não consistente), a relação de ranking entre o Brasil e os Estados Unidos é 2,5 pior para o Brasil (78º) em relação à 31ª posição dos Estados Unidos (comparação clássica dada a predominância desse país na ciência internacional).

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ciência é interdisciplinar e que os conceitos ultrapassam especificidades. A busca por uma ciência também foi outra vertente para esse equívoco. Sejam quais tenham sido os motivos, criamos uma verdadeira poluição de revistas científicas que, segundo alguns, foi também estimulada pela ideia de que cada programa de pós-graduação deveria ter uma revista científica para melhor pontuar nas avaliações Capes. De tudo isso, fica que, em várias áreas da ciência em nosso país, a solução foi no sentido de nos proteger, o que pressupunha que tínhamos ciência forte, mas que éramos discriminados no exterior. Hoje, depois de mais de 30 anos trabalhando na área de redação científica, já tendo reestruturado mais de 250 artigos nas três áreas do conhecimento e analisado uma soma que ultrapassa 1 mil artigos, mantenho a impressão de que não era apenas perseguição, mas também a forma como mostrávamos a ciência em várias áreas que era estranha para o cenário internacional. Até hoje é comum que o brasileiro que tem um artigo de bom nível científico busque enviá-lo para revistas do exterior, e não para as nossas revistas. Aliás, é bem possível que enviem para nossas revistas apenas aqueles manuscritos de menor chance de publicação em periódicos de bom nível internacional. Ou seja, o processo é autodestrutivo. Disso posso resumir a ideia de que, frente à globalização, investimos em criar meios de aumentar nossa produção bruta, ignorar avaliações de eficiência, evitar a internacionalização em alguns setores e buscar vias escusas para aumentar nossas citações (há reportagens que mostram propostas de que, para aumentarmos nossas citações no exterior, devemos publicar junto com autores famosos), além de fraudes no Fator de Impacto de algumas revistas, o que mostra sempre o caminho da visibilidade. E todo esse sistema se manteve devido à busca incessante de melhora da qualidade do brasileiro por meio de inclusão quantitativa. Faltou-nos percepção e coragem para que, na ciência, investíssemos em corrigir nossos equívocos para entrarmos com competência no cenário internacional, onde repousa a boa ciência de que a humanidade necessita. E é exatamente esse ponto que deve ter colaborado de forma rela-

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tivamente forte para que a publicação virasse problema, quando, na realidade, é algo extremamente natural na vida do cientista.

7. A redação científica como indicadora da ciência praticada

A redação científica, como mostrei anteriormente, é a expressão do cientista sobre a ciência que pratica. Assim sendo, ela deve espelhar o pensamento científico do artigo. No “Método Lógico para Redação Científica”, que criei há mais de 10 anos, culminando com sua publicação em formato de livro (Método lógico para redação científica, Botucatu: Best Writing, 2011), a proposta é óbvia e é exatamente esta: as dúvidas de redação científica devem ser resolvidas por conhecimento de ciência e comunicação. Mostrarei a seguir, brevemente, a adequação dessa afirmação. Intuitivamente, perceba que, se alguém não sabe construir a Introdução de um trabalho, é porque não sabe expor qual a problemática que motivou o trabalho e como chegou ao objetivo proposto dentro desse escopo. Essa é a base mais íntima de uma “Introdução”, seja aqui ou em qualquer lugar do mundo onde se faça ciência. A Discussão não é o lugar de comparação com a literatura, mesmo porque comparação é meio e não fim, além do que nem toda pesquisa pode necessitar de comparações. Ela é o lugar onde mostramos ao leitor as raízes mais íntimas de nossa argumentação lógica que valida nossas conclusões. O leitor deve entender como chegamos a essas conclusões, para poder julgá-las. E tudo isso que falo não vem de nenhum autor famoso que escreveu e eu copio. Vem de um simples pensar a partir do que entendemos por ciência e comunicação. Quando vemos nos artigos relatos do tipo “considerando a metodologia de nosso estudo, nossas conclusões são...”, percebemos que mostram erro primário. É óbvio que cada conclusão está atrelada à metodologia da pesquisa, mas é óbvio também que as conclusões podem ir além das evidências. Erros dessa natureza são equívocos de Epistemologia e até mesmo de Lógica (por ex., Modus Tollens, Dedução, Indução e as várias falácias). E pior, por detrás desse equívoco vem toda uma amarra con-


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ceitual que evita que os autores avancem para áreas correlatas ou mesmo além dos seus dados, mesmo que com suporte da literatura. E tal falha conceitual sustenta também discursos sobre “ciência nacional”. No lado oposto, há os casos em que faltam as evidências e os autores avançam descabidamente por teorias e elucubrações gerais. Há uma frase que reúne bem o pensamento científico empírico: “Theory without data is fantasy, but data without theory is chaos” (LAWLER, 1971). A ciência é a fala temperada entre a força dos dados e a interpretação do cientista. Essa interpretação é regulada pelos dados, mas necessária. Em alguns casos, os dados são extremamente claros e indicativos, de forma que convencer os outros cientistas é mais fácil. Porém, há casos mais difíceis e temos que nos esmerar para evidenciar o que vislumbramos. Veja, por exemplo, que o bóson de Higgs levou 50 anos para ser detectado (produção de resultado); mas mereceu prêmio Nobel. Toda a teoria estava descrita, mas faltavam dados. No caso de Darwin e Lamarck, ambos mostraram mecanismo da evolução biológica, pois os dados já estavam disponíveis (variabilidade das formas vivas). Mas os mecanismos que propuseram para a evolução foram diferentes, sendo o último (seleção natural) mostrado por Darwin, que, em termos gerais, ainda sobrevive. E, mesmo assim, não se conhecia a genética necessária para dar sustentação à seleção natural, mas a argumentação era ainda a mais plausível na época. As principais questões de redação científica não são gramaticais, mas de pensamento. Erramos na estruturação do artigo porque erramos em nosso pensamento científico. Vamos considerar o texto científico como dois argumentos lógicos, isto é, um conjunto de informações (premissas) que sustenta uma conclusão. No caso do argumento dedutivo, a conclusão está contida, de certa forma, nas premissas. Por exemplo: se Sócrates é homem e se todo homem é mortal, então Sócrates é mortal. A conclusão final é mais restrita que uma das premissas (todo homem é mortal), de forma que a conclusão não traz muita novidade, mas é forte. No argumento indutivo, particularmente por enumeração, observamos casos se repetirem e, depois de algumas re-

petições, somos levados a generalizar a conclusão. Por exemplo, toda vez que você tomou chá de erva cidreira, ficou mais calmo. Seu amigo relata a mesma coisa. Outras pessoas também... Com isso, logo passamos a aceitar que esse chá tem efeito calmante. Nesse caso, a conclusão é mais geral que cada uma das premissas (ultrapassa a individualidade do conjunto de premissas), porém mais incerta. Ou seja, avançamos mais na generalidade do conhecimento, mas a conclusão é mais suscetível a erro. Afinal, nada garante que a repetição do passado ocorrerá no futuro (POPPER, 1972). Mesmo assim, até que se mostre o contrário, aceitaremos a indução. Ou seja, dois argumentos com diferentes graus de abordagem e força... E a ciência precisa, no mínimo, dos dois. Vamos levar isso à redação científica. A primeira parte do texto é o que conhecemos em Lógica como “contexto da descoberta”, que é a Introdução do estudo e onde mostraremos como e por que escolhemos esse estudo (o que nos fundamenta propô-lo como projeto, como objetivo da pesquisa). A segunda parte é formada pela Metodologia, Resultados e Discussão. Essa é uma parte composta de três segmentos cujo objetivo é mostrar que as conclusões são válidas e devem ser aceitas. É chamada de contexto da justificação. Isso posto, então consideraremos o texto científico como dois argumentos lógicos. Um deles está na Introdução, cujas premissas devem justificar (dedutiva e/ou indutivamente) o objetivo da pesquisa. O outro está no contexto da justificação, onde cada elemento dos métodos, dos resultados e da literatura é premissa usada para uma argumentação que indique por que as conclusões devem ser aceitas. As palavras usadas, os objetivos almejados, a forma de argumentação, as conclusões apresentadas indicam claramente o nível filosófico de ciência que o autor pratica. E não importa em qual idioma estiver, pois os acertos e os equívocos não decorrem da língua praticada. Se nossa base metodológica e filosófica de ciência é fraca, nossos textos espelharão tais falhas. Nossa grande dificuldade é que muitos foram iludidos de que praticamos ciência de alto nível, mas existe preconceito contra nós no exterior. Mesmo que haja tal preconceito, qual deveria ser a atitude? Se impor,

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mação científica não faria na redação científica: por meio da competência. O desafio pode não ser fácil, mas temos muitos cientistas brasileiros que “meu texto não deveria ser escrito no impessoal?”, conseguiram e são hoje lembrados no cenário in- “o que deve conter o título do meu trabalho?”, “que critérios usar para incluir autores num artigo?”, “o ternacional. Por que apenas eles conseguiriam? que devo colocar no resumo do meu estudo?”, “quantas páginas deve ter meu trabalho, ou cada 8. Desafios para as próximas décadas “Antes tarde do que nunca”, esse é um bom di- parte dele?”, “que informações devo apresentar tado. “Não adianta chorar sobre o leite derrama- para caracterizar o sujeito/objeto do meu estudo?”, “por que quando testo hipóteses devo gedo”, outro ditado pertinente. Vamos olhar para o futuro, mas tendo aprendido com nossos equívo- ralmente preferir apresentar dados numéricos em gráficos, e não em tabelas?”, “quais dados devo cos do passado. Para isso, precisamos entender que a visibilidade não nos interessa mais. Preci- incluir no meu estudo?”, “por que devo preferir samos de competência científica, pois dela des- escrever na voz ativa?”, “quando devo usar a voz passiva no texto científico?”, “numa oração, onde dobrará naturalmente a visibilidade honesta que devo colocar a informação mais importante?”, “até todos podem merecer. No caso da Saúde Pública, uma ação pertinen- que ponto posso avançar nas conclusões além te é a saúde preventiva. Ela certamente economi- dos meus resultados?”, entre tantas outras. Assim, no contexto específico da formação de zaria dinheiro público em Saúde, pois reduziria preventivamente doenças. Mas estamos acostu- cientistas, precisamos reverter nossa pós-gramados a atacar a doença, quando a melhor ati- duação para que se preocupe mais em ensinar o processo de fazer ciência, do que nutrir pesquisas tude seria a prevenção. Assim, quando sentimos dor ou algum incômodo maior vamos ao médico, e currículos com volumes de publicações. A pósque nos receita algum tratamento, e esperamos -graduação está sob comando da Capes (Coordeficar curados. Mas a saúde preventiva não age di- nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que fica sob o teto do Ministério da retamente na doença e isso nos dá uma noção de Educação, sendo uma instituição voltada à formadistanciamento. Por exemplo, ela pode investir ção de pessoal. Não está no Ministério da Ciênem melhores condições de saneamento básico, de cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações e isso instrução escolar, de alimentação... Não estamos tem uma razão. A pós-graduação stricto sensu é vendo a doença nem a tratando diretamente. Esse uma escola para formar principalmente cientistas. quadro também ocorre na redação científica. A pesquisa é o meio; o fim é o cientista formaNos cursos de redação científica, é comum as pessoas quererem regras de redação, proto- do. Mas invertemos isso. Embora em países mais desenvolvidos cientificamente o foco maior na colos, meios automáticos para se conseguir um pesquisa possa também ocorrer, a realidade fortexto de excelência. Sim, se você é um cientista mativa dos alunos é diferente da nossa. Temos de alto nível, algumas questões gramaticais, ou mesmo de estilo, podem lhe ajudar. Mas as prin- que ensinar o raciocínio lógico na pós-graduação, porque nos anos precedentes isso não foi aprocipais e mais frequentes reclamações ou dúvidas na redação científica expressam erros de ciência. priadamente aprendido. Além disso, temos no Brasil uma inversão Assim, se quer aprender redação científica, estude as bases filosóficas do pensamento científico, estranha. Queremos produzir ciência de alto nías bases metodológicas mais restritas e comu- vel, tecnologia e inovação de primeira linha, com pessoas que vêm, muitas delas, de um ensino de nicação. É aprendendo isso que teremos feito péssima qualidade. O ensino público, de responnossa medicina preventiva para que os sintomas sabilidade dos nossos governos, ficou largado não apareçam. Vou citar, a título de provocação, alguns exem- desde seu desmonte iniciado na época da ditaduplos de perguntas que uma pessoa de boa for- ra militar. Hoje o quadro é triste e as soluções são

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PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA

paliativas e populistas. Os três níveis mais eviden- REFERÊNCIAS tes, ensino fundamental, ensino médio e ensino LAWLER, E. Pay and organizational effectiveness: superior (institutos, faculdades e universidades), a psychological view. New York: McGraw Hill, 1971. estão seriamente comprometidos. Os dois primeiros completamente largados, enquanto a univer- POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. São sidade ainda recebeu os maiores aportes relativos Paulo: Cultrix, 1972. de dinheiro e tem a maior liberdade para agir e organizar sua instituição. VAN NOORDEN, R. Brazilian citation scheme ouToda essa ênfase na universidade significou, ted. Nature, v. 500, n. 7464, p. 510-511, 2013. Doi segundo entendo, tentar construir o prédio a par- 10.1038/500510a tir do terceiro andar. É difícil, pois as falhas nos ensinos anteriores enfraquecem nossa capacida- VOLPATO, G. L. Ciência: da filosofia à publicação. 6. de de melhor aproveitar ou aprimorar o potencial ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. dos alunos que chegam desse ensino. Não acho também que o ensino pré-universitário particular VOLPATO, G. L. Ciência além da visibilidade. Botuesteja melhor, pois ele é mais focado no diploma catu: Best Writing, 2017. e no vestibular, além de ter baixo poder de reprova (este também no ensino público). Com isso, VOLPATO, G. L. Método lógico para redação científica. temos uma estrutura educacional que não conse- Botucatu: Best Writing, 2011. gue produzir os melhores profissionais que nossa população mereceria. Nossa alternativa não será Notas de fim dando título de doutor a mais de 200 milhões de i. Antes do artigo, ainda predominavam, além dos livros, brasileiros, mas formando-os, nos níveis que con- as cartas pessoais entre cientistas, que deveriam atenseguirem, a serem, no mínimo, cidadãos dignos, der à necessidade de troca mais rápida de ideias sem que consigam ler, entender plenamente, escrever ter que esperar o demorado processo de editoração e coerentemente e dialogar e propor ideias. Esse é o publicação de livros. Ao contrário dos artigos, que são básico necessário a qualquer aluno que chegue na públicos, as cartas pessoais eram dirigidas pelo cientista 8ª série (nem precisaria da 9ª). aos que queria atingir; possivelmente muitos evitavam Essa falácia revela nossa dificuldade em ter trocar cartas com cientistas de correntes contrárias. Com ciência volumosa e de bom nível. A alternativa a publicação do artigo, isso desaparece e o acesso à acaé começar a investir nos níveis básicos para ter- demia é mais amplo, permitindo um debate mais interesmos, primeiro, cidadãos de bom nível educacio- sante e necessário. nal. Embora esse sistema seja tido como o mais complexo e difícil de ser mexido, não vejo dessa ii. É por meio do artigo que o cientista debate com seus forma. Falta-nos vontade política e competência pares, podendo conseguir sua participação na rede de educacional. Portanto, as falhas de redação cien- conhecimento chamada ciência (sentido epistemológico tífica continuarão a existir e os dramas da publi- – vide item 4). Algumas vezes, a resposta de outro cientiscação científica, por decorrerem de falhas de pen- ta pode vir mais rápida e direta na forma de uma carta samento científico, permanecerão. Teremos que ao editor. Com isso, ele pode discordar do artigo, total ter a coragem, a ousadia e a paciência para ini- ou parcialmente, e mostrará de forma breve sua fundaciarmos a reforma de nosso sistema de educação. mentação nessa carta. Sendo essa carta aceita pelo ediE isso não significa mudar disciplinas ou cargas tor, ela é enviada ao autor do artigo criticado, o qual terá horárias, mas promover a reciclagem dos forma- a chance de respondê-la, sendo as duas cartas (crítica e dores. Do contrário, os números brutos atestarão resposta) publicadas juntas. Geralmente os editores não que somos um país de ciência, mas a realidade permitem que essa troca de cartas continue, pois o ideal nunca será essa, apenas visibilidade. é que isso se siga por meio de outros artigos. No meio

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acadêmico brasileiro, como parte de nossa formação cul-

quisa não é um tópico à parte, mas parte integrante da

tural e educacional mais ampla, a crítica não é vista com

Introdução do estudo (o autor justificará tanto a valida-

bons olhos. Porém, ela é fundamental para o processo

de da questão investigada quanto o objetivo pretendido,

científico e deve ser vista como chance de crescimento.

mostrando-o). Os Métodos nos dizem como fizemos a

É comum vermos em debates científicos em nosso país

pesquisa para obter nossas evidências (bases empíricas),

as pessoas iniciarem dizendo que não serão “críticas” os

as quais são apresentadas nos Resultados. A Discussão

comentários que apresentarão.

é o local em que o cientista mostrará ao leitor como sua pesquisa e os resultados obtidos sustentam suas conclu-

iii. No nicho 1, os leitores entendem tudo do trabalho (que

sões mais imediatas e como essas conclusões se agregam

deve estar escrito em inglês) e julgam desde a fundamen-

no conhecimento científico atual, de forma a melhorá-lo.

tação, a metodologia e os resultados, até mesmo a dis-

Embora essas seções (IMRD) possam ser juntadas com se-

cussão, as conclusões e as bases de literatura usadas. No

ções adjacentes (por ex., as mais comuns são M+R e R+D),

nicho 2, as técnicas mais específicas (ou eventualmente

ou mesmo eliminadas, ou ainda com ordens invertidas, a

alguma literatura também específica) nem sempre são

sequência IMRD é comum e se tornou a mais usada por

conhecidas desses leitores, o que faz com que precisem

melhor refletir o processo natural da pesquisa empírica.

aceitá-las a partir da qualidade da revista em que o arti-

Temos nessa pesquisa uma sequência bastante geral, em-

go está publicado (também em inglês). No nicho 3, a base

bora haja exceções, que é a seguinte: temos uma pergun-

científica ajuda apenas no entendimento de expressões

ta (questão) que nos leva a pensar e estabelecer algum

gerais de ciência e suas conexões com teorias mais amplas,

objetivo de pesquisa para resolvê-la. De posse do objeti-

mas sem qualquer capacidade para julgar aspectos mais

vo, temos condições de escolher o melhor procedimento

específicos ou correlatos, cujas validades passam, então,

compatível para realizar a pesquisa. Após essa realização,

a ser aceitas a partir da qualidade da revista. No nicho 4,

obtemos nossas evidências (resultados), as quais anali-

geralmente os aspectos científicos gerais também não são

samos e a partir das quais elaboramos nosso discurso

adequadamente avaliados, de forma que elementos de

explicativo, que deve, no mínimo, responder à questão

várias naturezas, inclusive crenças pessoais, influem bas-

inicial, mas que pode ultrapassá-la, pois isso deverá ser

tante na aceitação das conclusões da publicação; porém,

agregado à rede de conhecimentos chamada ciência.

o fato de ser científico pode também contribuir para facilitar a aceitação para aqueles desse público que conside-

v. A ciência ajuda a humanidade exatamente por nos dar

ram a ciência como porta-voz de conhecimento adequado.

melhor entendimento sobre o comportamento dos ele-

Para os leitores dos nichos 3 e 4 (e faremos parte deles

mentos do mundo, incluindo desde as formas vivas até

em certos contextos), existe a divulgação científica, que

elementos inanimados e conceituais. Quanto mais co-

é um tipo de publicação que aparece após a publicação

nhecemos como esse mundo funciona, mais temos chan-

do artigo e que trata de desvendar, geralmente por espe-

ce de agir nele a nosso favor. Se conhecemos o que cau-

cialistas nesse tipo de escrita (sejam jornalistas ou não),

sa determinada doença, teremos mais chance de buscar

em palavras e expressões simples, no idioma do público

como eliminá-la ou preveni-la. Se sabemos quais os prin-

foco, a essência da pesquisa publicada. Encontramos aqui

cipais componentes que facilitam a aprendizagem, pode-

revistas nacionais como Ciência Hoje e Pesquisa Fapesp,

mos melhorar nossos sistemas de ensino-aprendizagem.

bem como a internacional Scientific American (mesmo

Se conhecemos as relações entre condições climáticas e

que em versão em português).

tempestades, temporais ou tantos outros fenômenos, podemos nos proteger nos antecipando a eles. Essa é a fun-

iv. Por que o sistema IMRD é o mais usado, mas não o úni-

ção da ciência. Ela nos esclarece sobre o mundo que vive-

co, na redação de artigos? O sistema IMRD representa a

mos, podendo nos dar conhecimento para escolhermos

sequência Introdução, Métodos, Resultados e Discussão.

e aplicarmos ferramentas em defesa de nosso interesse,

Esses quatro tópicos envolvem tudo o que deve haver

bem como para simplesmente sairmos da ignorância e

dentro do texto científico argumentativo que defende

entendermos o mundo minimizando os subterfúgios que

conclusões. Veja, por exemplo, que o objetivo da pes-

a mente humana é expert em nos apresentar.

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O Conselho Editorial é o órgão consultivo e deliberativo da Editora UFSM, responsável, por exemplo, por definir a política editorial da Universidade, analisar e aprovar o plano anual de atividades da Editora e o relatório anual do Diretor. O Conselho Editorial é composto por um representante docente de cada centro de ensino, além de representantes dos campi da UFSM de Frederico Westphalen, de Palmeira das Missões e de Silveira Martins; um representante dos servidores técnico-administrativos e um representante estudantil. Os membros do Conselho Editorial são indicados pelos diretores de Centro e assumem

Conselho Editorial

Conselho Editorial essa função, inicialmente, por dois anos, sendo possíveis duas reconduções. Em 2018, foram aprovadas mudanças nos artigos 6º, 7º e 9º do Regimento Interno da Editora, que definem o número de conselheiros de cada unidade de ensino e suas respectivas funções. Nos primeiros meses de 2019, a Editora UFSM passará a contar com três representantes dos servidores técnico-administrativos em educação e três representantes dos estudantes, sendo um da graduação e outros dois do mestrado e/ou doutorado, da Universidade. Os atuais conselheiros da Editora UFSM podem ser conhecidos a seguir.

Presidente do Conselho: Daniel Arruda Coronel Professor adjunto do Departamento de Economia e Relações Internacionais e dos programas de Pós-Graduação em Gestão das Organizações Públicas, em Agronegócios e em Economia e Desenvolvimento da Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente é Diretor da Editora UFSM. Representante da Associação dos Servidores da UFSM: Adão Antonio Pillar Damasceno Assistente de aluno no Colégio Técnico Industrial de Santa Maria/CTISM. Representante do Centro de Artes e Letras: Gil Roberto Costa Negreiros Professor adjunto do Departamento de Letras Vernáculas da UFSM.

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Representante do Centro de Educação: Marilda Oliveira de Oliveira Professora associada do Departamento de Metodologia do Ensino da UFSM. Representante do Centro de Educação Física e Desportos: Carlise Scalamato Duarte Professora adjunta do Departamento de Desportos Individuais da UFSM. Representante do Centro de Ciências Naturais e Exatas: Adriano Mendonça Souza Professor titular do Departamento de Estatística da UFSM. Representante do Centro de Ciências da Saúde: Rosmari Horner Professora associada do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da UFSM. Representante do Centro de Ciências Rurais: Alisson Vicente Zarnott Professor adjunto do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural da UFSM. Representante do Centro de Ciências Sociais e Humanas: José Renato Ferraz da Silveira Professor associado do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM. Representante do Centro de Tecnologia: Marcelo Battesini Professor adjunto do Departamento de Engenharia de Produção da UFSM. Representante do Campus de Cachoeira do Sul/RS: Glauber Rodrigues de Quadros Professor adjunto da Universidade Federal de Santa Maria, do Campus de Cachoeira do Sul/RS. Representante do Campus de Frederico Westphalen/RS: Melina de Souza Mota Professora adjunta do Departamento de Ciências da Comunicação, do Campus de Frederico Westphalen/RS. Representante do Campus de Palmeira das Missões/RS: Thales de Oliveira Costa Viegas Professor adjunto e Chefe do Departamento de Ciências Econômicas, do Campus de Palmeira das Missões/RS. Representante do Diretório Central dos Estudantes: Lucas Reinehr Acadêmico do Curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da UFSM.

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$

Pareceristas Responsáveis por darem o aval para que a Editora UFSM publique ou não uma obra, os consultores ad hoc – também chamados pareceristas externos – são pesquisadores com notável conhecimento sobre a temática tratada no livro. O trabalho deles se inicia depois que a obra é analisada e considerada adequada pelo Conselho Editorial. Para essa tarefa, são selecionados dois consultores, a partir do tema específico de cada livro. Eles realizam uma minuciosa análise de aspectos, como a

Pareceristas

$

relevância e a qualidade do conteúdo, a atualidade do tema, o potencial mercadológico e o público-alvo. No caso de autores vinculados à UFSM, os pareceristas devem ser externos à Instituição. Quando os autores são externos, os consultores podem ser da própria Universidade. Para todos os casos, os consultores devem possuir título de doutor. A seguir, são apresentados os pesquisadores que colaboraram com a Editora UFSM como pareceristas externos em 2018.

Alice Farias de Araújo Marques Doutora em Educação (2010), na linha de pesquisa Subjetividade e Complexidade na Educação, pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. É professora efetiva do Centro de Educação Profissional − Escola de Música de Brasília desde 1991. Aline Weber Sulzbacher Doutora em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp (2015). É professora no Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais, no Curso de Especialização em Ensino de Geografia e no Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Ana Lúcia Goelzer Meira Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). É professora da graduação e pós-graduação no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Angelo Rondina Neto Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Maringá (2018), com período sanduíche na Bryant University, Estados Unidos (2017). Sua área de interesse de pesquisa é na Economia, sobretudo nas subáreas de Macroeconomia e Economia.

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Celia Nonata da Silva Doutora em História das Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004). Atualmente, é professora do curso de História da Universidade Federal de Alagoas, onde também coordenou o curso de Pós-Graduação lato sensu “História Social do Poder”. Claudimar Pereira da Veiga Doutor em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2014). É professor na Escola de Administração da Universidade Federal do Paraná, em cursos de graduação, especialização, educação executiva e pós-graduação. Cristine Koehler Zanella Possui doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Gent (UGent), Bélgica. É professora do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Eliane Pinheiro de Sousa Possui doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (2010) e pós-doutorado em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP). É professora associada do Departamento de Economia da Universidade Regional do Cariri (URCA). Etiene Fabbrin Pires Oliveira Pós-doutora em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Atualmente, é professora da Universidade Federal do Tocantins, atuando na graduação (modalidades Bacharelado e Licenciatura) e na pós-graduação (Mestrado em Biodiversidade, Ecologia e Conservação). Gilka Martins de Castro Campos Doutora em Educação pela Universidade Federal de Goiás (2015). É professora da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás desde 1992. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Ensino Superior de Música. Janaína Rigo Santin Pós-doutora em Direito Administrativo pela Universidade de Lisboa, Portugal (2011). É professora da Graduação e Pós-Graduação lato sensu da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo. Atua também como professora convidada do Mestrado em Ciências Jurídico-Econômicas e Desenvolvimento e do Mestrado em Governação e Gestão Pública da Universidade Agostinho Neto, em Luanda, Angola-África. João Hélio Ferreira Pes Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na especialidade Ciências Jurídico-Políticas (2016). É analista judiciário da Justiça Federal de Santa Maria, RS, e professor do Curso de Direito da Universidade Franciscana.

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PARECERISTAS

Luciana Santos Costa Vieira da Silva Doutora em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (2016). Participa de projetos de pesquisa na área pública, bem como pesquisa na área de inovação e tecnologia. Faz parte do núcleo de Economia Industrial, das Instituições e da Tecnologia (NEIITEC). Luciana Witovisk Gussella Doutora em Geologia (Paleontologia − Paleobotânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Atualmente, é professora de Paleobotânica no Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional – UFRJ e coordenadora do curso de Especialização em Geologia do Quaternário. Maria da Penha Casado Alves Pós-doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de Campinas (2015). Atua na graduação e na pós-graduação – Programa de Estudos da Linguagem – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordena nacionalmente o Mestrado Profissional em Letras-ProfLetras. Paulo André Niederle Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2011), com doutorado-sanduíche pelo CIRAD-Montpellier (UMR Innovation)/Universidade de Lyon II. Professor do Departamento de Sociologia e dos Programas de PósGraduação em Sociologia e em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rejane Meireles Amaral Rodrigues Doutora em História pela Universidade Federal de Uberlândia (2011). Atualmente, é professora da graduação e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Montes Claros. Sergio Marley Modesto Monteiro Doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999). Atualmente, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do Conselho Editorial das revistas Cadernos EBAPE.BR e Análise Econômica. Sheila Maria Doula Pós-doutora no Programa Postdoctoral de Investigación en Ciencias Sociales, Niñez y Juventud da CLACSO. Atualmente, é professora da Universidade Federal de Viçosa, coordenadora do Observatório da Juventude Rural e membro da Câmara de Assessoramento da área de Ciências Sociais Aplicadas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais.

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Distribuidores

Distribuidores A Editora UFSM está inserida no mercado editorial, distribuindo os livros disponibilizados em seu catálogo em todas as regiões do Brasil, por meio de sua participação no Programa Interuniversitário para Distribuição de Livros (PIDL), promovido pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU). A Editora UFSM é também associada à Associação Nacional de Livrarias (ANL), sendo de suma importância para seu crescimento, forta-

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lecendo e ampliando suas relações comerciais e buscando uma inserção no panorama editorial brasileiro. A Editora UFSM busca, ainda, o contato com novas livrarias comerciais e distribuidoras, a fim de viabilizar uma maior divulgação e comercialização dos seus livros. Os livros da Editora UFSM encontram-se distribuídos em diversos parceiros pelo Brasil, concentrados na sua maior parte nas regiões Sul e Sudeste.


DISTRIBUIDORES

Nordeste

BOOKPARTNERS DISTRIBUIDORA

LIVRARIA UFRN

Endereço: Rua Vitor Ângelo Fortunato, 439

Endereço: Campus Universitário S/N.

Bairro Jardim Alvorada

Bairro Lagoa Nova

CEP: 06612-800

CEP: 59072-970

Jandira – SP

Natal – RN

Telefone: (11) 4772-0000 | (11) 4772-0024

Telefone: (84) 3215-3261

Site: www.bookpartners.com.br

PONTUAL DISTRIBUIDORA LTDA

CORUJET IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA

Endereço: Praça de Casa Forte, 426

Endereço: Rua Prof. Rocca Dordal, 12

Bairro Casa Forte

Bairro Vila Pompeia – CEP 05026-030

CEP: 50061-420

São Paulo – SP

Recife – PE

Telefone: (11) 2776-7658

Telefone: (81) 3241-6985

E-mail: compras2@corujet.com.br

E-mail: pontualdistribuidora@live.com

Site: www.corujet.com.br

Centro-Oeste

DE OLHO NO LIVRO DISTRIBUIDORA

ADEPTUS

Endereço: Rua Dr Augusto Miranda, 1322

Endereço: Rua General Neves, 177

Bairro Vila Pompeia

Bairro Duque de Caxias

São Paulo – SP

CEP: 78043-256

CEP: 05026-001

Cuiabá – MT

Telefone: (11) 3729-3550

Telefone: (65) 3627-6666

E-mail: compras@deolhonolivro.com

E-mail: adeptus@bol.com.br

Site: www.deolhonolivro.com

Sudeste

DISTRIBUIDORA LOYOLA DE LIVROS LTDA

ACD LIVROS DIGITAIS LTDA

Endereço: Rua Lopes Coutinho, 74

Endereço: Av. José Maria de Faria, 470 – Complemento: SL 110

Bairro Belenzinho

Bairro Lapa de Baixo – CEP: 05038-190

CEP: 03054-010

São Paulo – SP

São Paulo – SP

Telefone: (11) 2102-9825

E-mail: compras02@distribuidoraloyola.com.br

E-mail: nfedigital@acaiaca.com.br

EDITORA DA UFSCAR ARC LIVRARIA E IMPORTADORA LTDA

Endereço: Rodovia Washington Luis, 235 – Km 235

Endereço: Rua Clóvis Amaral, 300A

Setor de Eventos

Bairro Liberdade – CEP: 35502-638

CEP: 13565-905

Divinópolis – MG

São Carlos – SP

Telefone: (37) 3215-9246

Telefone: (16) 3351-9622

E-mail: adriano@livrariamais.com.br

E-mail: eventos-edufscar@ufscar.br

ATLANTIS LIVROS LTDA

ÊXITO DISTRIBUIDORA

Endereço: Rua Joaquim Guarani, 322

Endereço: Rua Conselheiro Ramalho,713-71

Bairro Jardim das Acácias – CEP: 04707-061

Bairro Bela Vista – CEP: 01325-001

São Paulo – SP

São Paulo – SP

Telefone: (11) 5183-5377 | (11) 5183-8205

Telefone: (11) 3101-6701 | (11) 3101-5816

E-mail: atlantis@8415.com.br

Site: www.exitolivros.com.br

Estilo Editorial | Edição 5 | 2018 63


FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV

LIVRARIA DA FÍSICA

Endereço: Rua Jornalista Orlando Dantas, 44

Endereço: Rua Enéas Luis Carlos Barbanti, 193

Bairro Botafogo – CEP: 22231-010

Bairro Freguesia do Ó

Rio de Janeiro – RJ

CEP: 02911-000

Telefone: (21) 3799-4426 | (21) 3799-4427 | (21) 3799-4428

São Paulo – SP

E-mail: marcelo.pontes@fgv.br

Telefone: (11) 3936-3413 | (11) 3459-4323

Site: www.portal.fgv.br

Site: www.livrariadafisica.com.br

FUNEP

LIVRARIA DA UNESP

Endereço: Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, S/N.

Endereço: Praça da Sé, 10

Bairro Rural – CEP: 14884-900

Bairro Centro – CEP: 01001-900

Jaboticabal – SP

São Paulo – SP

Telefone: (16) 3209-1300 | (16) 3209-7100

Telefone: (11) 6604-5816

Site: www.funep.org.br/index_livraria.php

E-mail: fabio.igaki@editora.unesp.br

GD DISTRIBUIDORA

LIVRARIA E DISTRIBUIDORA MENTE SANTA LTDA

Endereço: Avenida Clara Nunes, 25 – Complemento: Loja B

Endereço: Av. Afonso Pena, 952 – conj 311/313

Bairro Renascença – CEP: 31130-680

Bairro Centro

Belo Horizonte – MG

CEP: 30130-003

Telefone: (31) 3421-9693 | (31) 3423-1736

Belo Horizonte – MG

E-mail: comprasgddistribuidora@gmail.com

Telefone: (31) 3347-7861

Site: www.gdlivros.com.br

Site: www.mentesana.com.br

IMPRENSA OFICIAL

LIVRARIA INTERCIENCIA

Endereço: Rua XV De Novembro, 318

Endereço: Rua Hermengarda, 560

Bairro Centro

Bairro Meier – CEP: 20710-010

CEP: 01013-000

Rio de Janeiro – RJ

São Paulo – SP

Telefone: (21) 2242-9095 | (21) 3242-7787

Telefone: (11) 3105-6781 | (11) 3101-6473 | (11) 2799-9673

E-mail: inter@home.cybernet.com.br

INOVAÇÃO

LIVRARIA UFV

Endereço: Rua Conselheiro Ramalho, 719

Endereço: Edif. Francisco São Jose, S/N

Bairro Bela Vista

Campus universitário

CEP: 01325-001

CEP: 36570-900

São Paulo – SP

Viçosa – MG

Telefone: (11) 3262-1380

Telefone: (31) 3899-2143

Site: www.inovacaodistribuidora.com.br/site

Site: www.editoraufv.com.br E-mail: editoraconsignacao@ufv.br

JULIANI COMÉRCIO DE LIVROS EIRELI Endereço: Rua Alice Alem Saadi, 855

PLD LIVROS

Bairro Nova Ribeirânia

Endereço: Rua José Pires De Godoy, 40

CEP: 14056-570

Bairro Jardim Santa Rosa – CEP: 13414-124

Ribeirao Preto – SP

Piracicaba – SP

Telefone: (16) 3975-6409

Telefone: (19) 3421-7436 | (19) 3423-3961

E-mail: compras02@julianilivros.com.br

Site: www.pldlivros.com.br

64 Estilo Editorial | Edição 5 | 2018


DISTRIBUIDORES

SUSAN BACH COMERCIO DE LIVROS

ATHENA LIVRARIA E PAPELARIA - CENTRO

Endereço: Rua Visconde de Caravelas, 17

Endereço: Rua Marechal Floriano Peixoto, 1112

Bairro Botafogo – CEP: 22271-021

Bairro Centro – CEP: 97015-370

Rio de Janeiro – RJ

Santa Maria – RS

Telefone: (21) 2539-3590

Telefone: (55) 3307-4000

Site: www.sbachbooks.com.br

Site: blog.athenalivraria.com.br

TECHNICAL BOOKS

ATHENA LIVRARIA E PAPELARIA - SHOPPING PRAÇA NOVA

Endereço: Rua Gonçalves Dias, 89 – Sala 207

Endereço: Shopping Praça Nova – Lojas 1171/1172/1173

Bairro Centro – CEP: 20050-030

BR 287, Km 245 (com Rua Irmã Dulce)

Rio de Janeiro – RJ

Bairro Patronato – CEP: 97070-150

Telefone: (21) 2224-3177 | (21) 2252-9299

Santa Maria – RS

Site: www.tblivraria.com.br

Telefone: (55) 3032 0160 Site: blog.athenalivraria.com.br

TERRA SAPIENS COMÉRCIO DE LIVROS LTDA Endereço: Rua José Salvador Cozer, 103

CAMPUS LIVRARIA – MOURA E HEINEN

Bairro Jaguaribe – CEP: 06065-240

Endereço: Av. Independência, 2293

Osasco – SP

Centro de Convivência – Unisc – CEP: 96815-900

Telefone: (11) 3609-0942

Santa Cruz do Sul – RS

E-mail: vendas@terrasapiens.net

Telefone: (51) 3717-7433 | (51) 3717-7432

Site: www.terrasapiens.net

E-mail: campus.livraria@compusat.com.br

Sul

CESMA

A PÁGINA DISTRIBUIDORA DE LIVROS

Endereço: Rua Professor Braga, 55

Endereço: Rodovia BR 116, 14056

Bairro Centro

Bairro Fanny

CEP: 97015-530

CEP: 81690-200

Santa Maria – RS

Curitiba – PR

Telefone: (55) 3221-9165

Telefone: (41) 3213-5600

Site: www.cesma.com.br

Site: www.apaginadistribuidora.com.br

DISTRIBUIDORA CURITIBA AGROLIVROS

Endereço: Marechal Floriano Peixoto, 1762

Endereço: Av. Ivo Lessa Silveira, 562

Bairro: Rebouças

Bairro Chácara das Paineiras

CEP: 80230-110

CEP: 92500-000

Curitiba – PR

Guaíba – RS

Telefone: (41)3330-5191

Telefone: (51) 3403-1155

E-mail: compras17@livrariascuritiba.com.br

Site: www.agrolivros.com.br

Site: www.livrariascuritiba.com.br

ANATERRA

LIVRARIA CULTURAL

Endereço: Rua Dr. Bozano, 329 – Sala 02

Endereço: Av. Unisinos, 950

Bairro Centro

Bairro Cristo Rei

CEP: 97015-001

CEP: 93022-000

Santa Maria – RS

São Leopoldo – RS

Telefone: (55) 3226-4016

Telefone: (51) 3590-4888 | (51) 3509-8850

Site: anaterralivros.livronauta.com.br

Site: www.culturalstore.com.br

Estilo Editorial | Edição 5 | 2018 65


LIVRARIA LIVROS E LIVROS LTDA

SEBO TERRA LIVROS – ESPAÇO CULTURAL

Endereço: Centro Cultural e Eventos, S/N/

Endereço: Rua Sete de Setembro, 282, Apto. 02

Campus universitário – Caixa Postal 5167

Bairro Centro – CEP: 97400-000

CEP: 88040-535

São Pedro do Sul – RS

Florianópolis – SC

Telefone: (55) 3276-1083

Telefone: (48) 3222-1244

E-mail: seboterralivros@gmail.com

E-mail: marcelo@livroselivros.com.br

Site: www.estantevirtual.com.br/seboterra

Site: www.livroselivros.com.br

SORVIL LIVROS LIVRARIA UFPR

Endereço: Rua Londrina, 145

Endereço: Rua Dr. Faivre, 405 – Bairro Centro

Bairro da Velha – CEP: 89036-610

CEP: 80060-140

Blumenau – SC

Curitiba – PR

Telefone: (47) 3325-2992 | (19) 3531-5700

Telefone: (41) 3360-5214

E-mail: sorvil@terra.com.br

Site: www.editora.ufpr.br/portal/livrarias

Site: www.sorvillivros.blogspot.com.br

LIVRARIA UFSM

TERRITÓRIO DO LIVRO COMÉRCIO DE LIVROS LTDA

Endereço: Av. Roraima – Conjunto Comercial, 12

Endereço: Rua São Lucas, 115

Bairro Campus Universitário

Bairro Sagrada Família

CEP: 97105-900

CEP: 94198-253

Santa Maria – RS

Gravataí – RS

Telefone: (55) 3220-8115

Telefone: (51) 3085-0461

Site: www.livrariaufsm.com.br

E-mail: territoriodolivro@terra.com.br

SEBO CAMOBI

USEB – JAILTON GONÇALVES FERNANDES

Endereço: Rua Dezessete de Maio, 128 - Loja 2

Endereço: Rua Tancredo Neves, 156

Bairro Camobi – CEP: 97105-070

Bairro: Areal

Santa Maria – RS

CEP: 96085-520

Telefone: (55) 9979-0110

Pelotas – RS

E-mail: sebocamobi@gmail.com

Telefone: (53) 9954-1371 E-mail: useb.brasil@hotmail.com

SEBO CAPITU Endereço: Rua Acampamento 239 Bairro Centro CEP: 97050-003 Santa Maria – RS Telefone: (55) 3029-2485 Site: www.estantevirtual.com.br/sebobancadolivro

A Editora UFSM conta com distribuidores em diversas regiões do Brasil

66 Estilo Editorial | Edição 5 | 2018


ETAPAS PARA PUBLICAÇÃO PELA EDITORA UFSM

1

ENTREGA DE ORIGINAIS e documentos O primeiro passo é entregar os seguintes documentos na Editora: - Duas vias impressas e uma eletrônica do seu livro, na extensão “.doc”; - Correspondência ao Diretor da Editora, solicitando a análise do material pelo Conselho Editorial; - Uma ficha* com as informações do autor (ou dos autores); - Declaração* de que a obra é inédita e não será submetida a outra editora. * Os modelos de documentos estão disponíveis em nosso Guia do Autor.

ANÁLISE preliminar da obra pelo Conselho Editorial

2 3

De acordo com suas áreas de conhecimento, são escolhidos dois conselheiros para este processo. O trabalhos deles será analisar cinco pontos principais: - O enquadramento nas linhas editoriais da Editora; - A adequação e a relevância do conteúdo abordado; - A atualidade no tratamento do tema e também a coerência com o título do livro; - A viabilidade técnica e econômica; - O potencial mercadológico da obra.

PRIMEIRA AVALIAÇÃO - Conselho Editorial Nesta etapa, o livro pode ser enquadrado em três situações: - Adequado: a obra será encaminhada para a segunda avaliação; - Inadequado: a obra será devolvida ao(s) autor(es), juntamente com sugestões de readequações; - Rejeitado: neste caso, o processo de publicação é encerrado, sem possibilidade de recurso.

SEGUNDA AVALIAÇÃO - pareceristas

4

Esta é a etapa de avaliação da sua obra por consultores ad hoc, também chamados de pareceristas. Eles não fazem parte de um quadro fixo. Em vez disso, são escolhidos porque apresentam amplo conhecimento sobre o tema específico abordado, devendo possuir o título de doutor. Eles irão análisar, mais uma vez, os itens já considerados na análise preliminar dos dois conselheiros da Editora UFSM, mas também, de modo mais específico, a relevância e a qualidade do conteúdo apresentado, considerando também a atualidade do tema e qual seria o público-alvo do livro. Se os pareceres emitidos forem divergentes, o Conselho poderá optar por enviar a obra a um terceiro consultor. No entanto, se ambos os pareceres forem desfavoráveis, a obra não será publicada e será emitida a justificativa para a recusa, mas não caberá recurso na decisão.

análise e parecer defitivo pelo conselho editorial

5

Após a avaliação dos pareceristas, eles irão enviar à Editora um parecer, por escrito, com todas as suas considerações. Elas darão suporte para que o Conselho Editorial decida qual posição tomará sobre a publicação do livro. Se os dois pareceres forem positivos e houver alterações a serem feitas, os originais poderão retornar ao autor, para que ele faça as correções indicadas. Caso não haja alterações, o autor será informado, e a obra será encaminhada diretamente ao Setor de Editoração, responsável pela revisão, diagramação, capa e tratamento de imagens.

Ficou com alguma dúvida sobre alguma DAS ETAPAS? Algumas exceções e casos específicos não foram descritos, mas todos eles podem ser conferidos em nosso Guia do Autor.

PARA MAIS INFORMAÇÕES: Avenida Roraima, 1000 – Prédio da Reitoria – 2º andar Camobi – CEP: 97.105-900 – Santa Maria-RS Telefone: (55) 32220-8610 – E-mail: secretaria.editufsm@gmail.com

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Nosso acervo conta com Mais de

200 e

Livros impressos

Mais de

50 E-books

Inspirando pessoas para transmitir conhecimento Editora UFSM

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