Este livro resulta da aplicação de uma proposta metodológica fundamentada na hermenêutica filosófica, de Hans-Georg Gadamer, na interface com a invenção do cotidiano, de Michel de Certeau. Ao longo do texto, pensamos a fronteira como um espaço praticado, um terceiro lugar, na medida em que ela se situa entre dois fragmentos de uma totalidade formada, no caso aqui investigado, pelo Brasil e pelo Paraguai. Isso implica partir do pressuposto hermenêutico de que, na época pré-cabraliana, não existia tal divisão. A América podia ser considerada como uma totalidade não fragmentada pelas fronteiras nacionais. A investigação desse tema conduz ao TEKOAGUAÇU dos Guarani, território que abrange toda a área não andina da América do sul, desde a Argentina até as Guianas. Opondo-se à constituição desse terceiro lugar, havia um pretenso território ancestral dos tupis PINDORAMAque compreendia, aproximadamente, a região das palmeiras. A fronteira entre o Brasil e o Paraguai foi constituída a partir de