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Não atire a primeira pedra

Arrastada pelas ruas, ao som lhe atirarem pedras até a morte. Era o de acusações e julgamentos. que eles acreditavam que ela merecia. E Forçada a fi car de pé, exposta, no acreditavam que era a vontade de Deus. meio de muitos, enquanto eles a olhavam Hoje, muitos de nós lemos esse texto e faziam suas próprias avaliações sobre e pensamos: “Que barbaridade, como sua aparência, suas atitudes, seu pecado. esses homens foram cruéis”.

Usada por aqueles para mostrar que ela Vem comigo para 2021, para nossos era impura, mas eles seguiam a Lei de dias, e vamos pensar em outra situação.

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Deus. Já sabe de quem estou falando, Uma mulher bonita, inteligente, bem certo? Sim, a “mulher adúltera” do resolvida. Estudou, tem um bom emprego, episódio narrado no Evangelho de João tem muitos amigos. Além disso, é casada (8:1-11). com um homem que a agride — com

Uma mulher que errou, pecou. E foi palavras pesadas e ofensivas e, muitas humilhada diante de homens prontos a vezes, com empurrões, tapas, chutes... 14 www.upbooks.com.br Foto: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/mao”>Mão foto criado por wirestock - br.freepik.com</a>

Alguns de nós prefere não “se meter”. Afi nal, em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher, diz o ditado. Outros de nós a olhamos e levantamos pedras para atirarmos. “Jamais faria isso”, você deve estar pensando. “Não existe mais esse negócio de apedrejamento”, pode ser outro de seus pensamentos.

Mas preciso te contar uma coisa: muitas das mulheres que sofrem qualquer tipo de violência doméstica não têm coragem de pedir ajuda por medo de serem apedrejadas. Como? Com declarações do tipo:

“Já sabia que ele era desse jeito e mesmo assim se casou.”

“Tão inteligente para certas coisas, mas burra quando o assunto é relacionamento.”

“Não sei por que uma mulher tão bonita assim ainda está com um homem desse.”

“Ele deve ter motivos para fazer isso.”

“Deve estar colhendo o que plantou.”

“É preciso pagar um preço de oração para esse homem mudar.”

Abaixemos nossas pedras. Mulher nenhuma merece ou gosta de sofrer violência. E quem está dentro de um relacionamento abusivo geralmente não consegue sair sem ajuda.

Precisamos olhar para essas mulheres como Jesus as olha: como fi lhas amadas do Senhor. Precisamos ser ouvidos para essas mulheres que precisam desabafar e contar o que passam e sentem.

Precisamos ser boca para as que não conseguem sozinhas fazer uma denúncia. Precisamos ser Igreja que acolhe, que cura, que cuida.

O que não precisamos é de pedras.

Isso não.

Angélica Pina é escritora na Upbooks. Sigam no Instagram @angelicamspina

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