Revista Literária Upbooks Novembro 2020

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REVISTA LITERÁRIA

NOV 2020 - EDIÇÃO 2 - ANO 1

DESTAQUE

Hezaro Viana

A ficção cristã pode ser relevante na história da Escravidão?

VAND PIRES Inspirando mulheres a vencer um dia de cada vez!

VIDAS NEGRAS IMPORTAM A S VIDAS NEGRAS “CRIADAS

NO EVANGELHO” IMPORTAM AOS EVANGÉLICOS? por Jackson Augusto

FÁBIO PEREIRA BATISTA apresenta uma matéria sobre os impactos das Redes Sociais

REPRESENTATIVIDADE NA LITERATURA

por ELLEM BARBOSA


... 2020 mostrou para todo o mundo o que o ódio [ainda] é capaz de fazer contra um povo por conta da cor de sua pele. Como não dizer nada?”

C

hegamos à segunda edição da Revista Literária UPBooks e foi incrível ver o engajamento e participação de cada colega que colaborou para que esta edição finalmente saísse. Em especial, louvamos a Deus pela vida da Carla Montebeler, nossa editora, que celebrou mais um ano de vida em 19 de Novembro e que sempre faz um esforço muito grande para que esta revista seja realidade. Fica registrado nosso feliz aniversário para esta colaboradora tão especial e dedicada; saúde e paz! E esta edição tem outro motivo para ser tão especial. Precisamente hoje, o dia de publicação desta edição, é o dia da Consciência Negra. Que data! E que alegria ímpar poder olhar para nossa lista de autores e ver o peso da contribuição dos autores negros que fazem esta editora acontecer. Não, esta editora não nasceu através da causa nem para a causa. A motivação para o nascimento desta editora foi outra: impulsionar a carreira de novos autores cristãos e colaborar da melhor forma possível para tirar o sonho do papel - ou trazê-lo para o papel - como queira. Independentemente da cor da pele. Mas 2020 chegou e trouxe dores intensas e mostrou para todo o mundo pela TV e por todas as outras mídias o que o ódio [ainda] é capaz de fazer contra um

povo por conta da cor de sua pele. Como não dizer nada? Foi então que despertamos para a riqueza aqui dentro de casa. E as páginas 4 e 5 desta edição nos mostram [parcialmente] quem são eles. É o negro e a negra crente de [muito] valor e conteúdo. Gente que compartilha valores através da ficção cristã e de estudos valiosíssimos tanto nas áreas de teologia, psicologia e também através de textos devocionais que encorajam o leitor a vencer seus desafios diários e se aproximar do Pai. Gente que sabe o que é a dor da rejeição, da porta fechada e da negligência nos seus mais diversos âmbitos. Unimos nossos talentos e seguimos afirmando nossa fé nesse Deus que nos fez pouco menor do que os anjos, mas que nos coroou de glória e de honra; adorando a Quem nos alcançou com Sua graça e nos fez Sua habitação através do Espírito Santo. Desejamos prosseguir publicando obras de quem confessa Jesus como Senhor; esses que são vasos de barro, mas que em tudo expressam a excelência do Criador! No amor de Cristo, Eneas Francisco Diretor Executivo cpbereana@gmail.com


Sumário

falar de Inclusão? 07 Vamos por Tânia Gonzales 09 Lançamento de Dezembro, Kelen Amparado Sociais: Os reais impactos nas relações 10 Redes humanas por Fábio Pereira Batista

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A ficção cristã pode ser relevante na história da Escravidão? entrevista com Hezaro Viana

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O prejuízo da falta de representatividade na literatura por Ellem Barbosa

vidas negras “criadas no Evangelho” im18 Asportam para os evangélicos? por Jackson Augusto

com Vand Pires 24 Entrevista por Emanuelle Silva

28 Resenhas literárias 31 Autores Internacionais 34 Edital antológico aberto: Negro Crente Diretor Executivo Eneas Francisco Sócio-Diretor Pedro Henrique C. Silva Editora Carla Montebeler Loja Virtual www.upbooks.com.br

Atendimento ao leitor pedidos.upbooks@gmail.br Atendimento ao autor carlamontebeler@gmail.com Atendimento ao revendedor revenda.upbooks@gmail.com Anuncie cpbereana@gmail.com

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Celebramos com

nossos Escritores

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20 de Novembro

Dia da ConsciĂŞncia Negra

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TOP 5

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O U TU B RO

RECOMECE A VIVER - EDVALDO OLIVEIRA E GABRIEL OLIVEIRA Curar as feridas emocionais e sentimentais que foram acumuladas ao longo de sua história, uma vez que, mesmo sendo novas criaturas em Cristo, potencialmente ainda guardamos resquícios do velho homem, é a proposta dessa obra incrível.

QUANDO CHEGA A PRIMAVERA - JANNETE OKE Depois de um ano ensinando em uma escola na fronteira ocidental, Elizabeth começa sua nova vida no extremo Norte. Ela não está preparada para a solidão e os rigores da vida sem nenhuma das conveniências a que estava acostumada. Seu profundo amor por Wynn e sua fé em Deus parecem ser tudo o que ela tem. Mas, isso será suficiente?

CASAMENTO FIRMADO NA ROCHA - EDVALDO OLIVEIRA Oramos para que este livro chegue ao maior número de casais possível, para que a Palavra de Deus possa trazer arrependimento, cura, perdão e restauração a todas as famílias que serão alcançadas por essas mensagens.

MINUTO COM DEUS - EDVALDO OLIIVEIRA Este devocional traz um diferencial: uma vez por semana você poderá escrever o que Deus falou com você em seu “Minuto com Deus”, desta forma, interagindo com a proposta do Pastor Edvaldo, que além de oferecer uma mensagem para sua edificação pessoal e fortalecimento de sua fé, o encorajará a desenvolver sensibilidade à voz de Deus.

QUANDO CHAMA O CORAÇÃO - JANNETE OKE Elizabeth Thatcher é jovem, bonita, culta e educada. Mas quando viaja para o Oeste para ensinar na escola no sopé das Montanhas Rochosas canadenses, ela está completamente despreparada para as condições que encontra. Ainda assim, ela está determinada a ser bem-sucedida na formidável tarefa de se adaptar ao local e moldar os corações e mentes dos alunos sob seus cuidados.


Vamos falar sobre inclusão? CONHECER PARA AJUDAR... Há algum tempo, durante um trimestre da escola bíblica dominical, estudamos sobre alguns transtornos que afetam as pessoas e foram aulas muito enriquecedoras. Uma frase chamou a minha atenção: “Conhecer para ajudar”. Quanto mais você conhece a realidade de uma pessoa, mais tem condição de ajudá-la. Concorda? Há vários anos, aconteceu uma experiência interessante com meu marido. Em seu trabalho, ele atendeu um cliente que emitia sons estranhos. Alguns olhavam sem entender, mas meu marido sabia o motivo. E por quê? Porque ele assistiu ao filme “O Líder da Classe” (recomendo muito!) que conta a história de Brad Cohen, que foi diagnosticado com a síndrome de Tourette. Ele logo notou que era a mesma síndrome e comentou sobre isso, mas com gentileza. O cliente ficou surpreso e, por alguém conhecer qual era a origem de seus sons involuntários, sentiu-se melhor. Ao conhecer o problema, meu marido pôde ajudá-lo com a sua compreensão, isso fez um ser humano se sentir aceito e com isso a ansiedade diminuiu. Ao conhecer a história de alguém, a empatia nasce e algo lindo acontece, por isso peço que você aproveite as oportunidades para conhecer muitas histórias. Há várias baseadas em fatos (o filme que citei é uma delas) e também histórias de ficção que nascem com o objetivo de criar empatia e assim ajudar a desfazer preconceitos. O autor, ao criar um personagem cego, por exemplo, deseja que o leitor conheça um pouco a sua realidade, o respeite e assim

compreenda quais são as suas limitações e também se alegre com suas conquistas. Escrevi uma história de inclusão chamada “Reino de Aequalis” e agradeço muito ao “Enigmático” (é assim que os habitantes de Aequalis se referem a Deus) pelo privilégio de contribuir pelo menos um pouco para que esse conhecimento aumente. Durante uma leitura coletiva de meu livro, tive a oportunidade de saber as reações de leitores e foi uma experiência enriquecedora. Não irei transcrever as frases, mas posso resumir os sentimentos desses leitores ao ler sobre uma história de inclusão. Afirmaram que a história os ensinou a não olhar as pessoas com deficiência com pena e nem tratá-las como coitadas, mas com igualdade, porque elas têm muito a nos ensinar. Já recebi comentários falando sobre a importância da empatia e que conhecer mais sobre esses seres humanos as ajudou nisso. Saber disso dá uma alegria enorme e um sentimento de dever cumprido. Já recebi comentário de leitor que se sentiu representado ao ler a história de Aequalis e isso é gratificante! Convido você a conhecer essas histórias... “Conhecer para ajudar!” Você aceita o convite?

Tânia Gonzales é teóloga e escritora na Upbooks, autora do livro Reino de Aequalis.


QUANDO DEUS TE CONVIDA A PERDER Autora: Ellem Possmozer 204 Pรกginas - 14x21cm Categoria: Vida Cristรฃ


Sou casada, cristã, mãe de dois filhos: João Gabriel e Clara. Passei pela separação, fiquei três anos separada do meu esposo, mas pela graça de Deus tivemos nosso casamento restaurado. Nesse tempo de separação, conheci Jesus e tive minha vida transformada. Sou formada em Direito, mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial,professora universitária e coach. Descobri minha missão de vida: ajudar outras pessoas a realizar os seus maiores sonhos, colocando Deus em primeiro lugar e buscando desenvolvimento pessoal. Hoje, meu esposo e eu somos líderes de uma célula de casais, onde ministramos a Palavra de Deus e ajudamos outros a não passarem pelo que nós passamos.

SEMPRE FOI DEUS 100 Páginas - 14x21cm Categoria: Testemunho

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REDES SOCIAIS

Quais os reais impactos das redes sociais em nossas relações humanas? Muitos impactos têm causado as redes sociais no Brasil e no mundo, positivos e negativos. As redes sociais têm sido redes de plataformas de interações entre pessoas de todos os lugares, línguas e raças em tempo real. Ela, assim sendo, constitui-se em um importante passo para o globalismo. Se o mundo seguia tendências globais antes do advento da internet, depois das redes sociais essas tendências evoluíram mais ainda. Mas as famílias, quais efeitos das redes sociais têm sofrido e quais benefícios delas têm extraído? Ainda não se pode mensurar quais os efeitos negativos dessas ferramentas digitais, mas alguns deles existem e podem ser constados por especialistas, seja da área da saúde, pedagogia e da área das relações humanas. Essas ferramentas estão sendo instrumentos de muitas propagandas comerciais, onde o excessivo marketing digital tem predominado nesses meios, fomentando o materialismo e consumismo. Pode-se dizer que as redes sociais são, na verdade, redes 10

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de anúncios. Hoje se anuncia tudo nas redes sociais. A excessiva exposição de propagandas tem intoxicado muito as pessoas. A forma como as redes sociais atraem e prendem a atenção de seus usuários é interessante. É muito mais fácil gastarmos horas a fio diante de um smartphone conectado às redes que lendo por exemplo um livro, ou fazendo outras atividades relevantes. Mas preciso destacar aqui alguns cuidados com as redes sociais: Como deve ser o relacionamento dos cristãos com os incrédulos nas redes sociais sem que fira os princípios de comunhão no corpo do Senhor? •

Não concordar com tudo o que eles postam

Cumprimente-os na incoerente (Mt 5.47)

Se a pessoa posta mensagens agressivas, obscenas, conteúdos sensual e etc, evite seguir essa pessoa, e se necessário, exclua; (Tg 4.4; Ef 5.10-13).

rua,

não

seja


Quais estratégias sutis e explícitas que o inimigo usa nas redes sociais? •

Ferramentas de elogios (recompensas imediatas)

e

críticas

A rápida propagação de fake news

Os comentários tóxicos

Materialismo e consumismo

Manipulação da informação e de pessoas

• Pornografia implícita e explícita Como o jovem cristão e os demais crentes devem se expor nas redes sociais? •

Modéstia

Humildade

Com a verdade

Com pudor

Moderação (domínio próprio)

A relação do suicídio com as redes sociais O PHD Nyu Stern (Psicólogo social da área da administração nos EUA) disse em um documentário recente que passa na Netflix, “O Dilema das Redes Sociais”): “Houve um aumento gigantesco do número de casos de depressão e ansiedade em adolescentes americanos que começou entre 2011 e 2013. Todos os anos a taxa em cada 100 mil adolescentes do sexo feminino dando entrada em hospitais porque se cortaram ou se feriram era bem estável até por volta de 2010

e 2011. Depois começou a subir muito. Está acima de 62% para meninas adolescentes; e está acima de 189% para as pré-adolescentes, ou seja, quase o triplo. Ainda mais preocupante, o mesmo padrão com suicídio. As adolescentes mais velhas de 15 a 19 anos de idade tiveram um aumento de 70% comparado à primeira década deste século. As pré-adolescentes, que era uma taxa bem baixa no começo, tiveram um aumento de 151% e esse padrão aponta para as redes sociais. A geração z (as crianças nascidas após 1996) é a primeira geração da história que teve redes sociais antes do ensino médio. Como eles passam seu tempo? Chegam da escola e ficam em seus smartphones. Uma geração inteira de pessoas mais ansiosas, frágeis, mais deprimidas. Eles se sentem menos à vontade para assumirem riscos. O número de carteira de motorista dessa geração vem caindo. Aqueles que já tiveram um encontro ou algum tipo de interação romântica está caindo rapidamente. Isso é uma grande mudança em uma geração. E, lembre-se, para cada um deles, para cada internação em hospital, há uma família traumatizada e apavorada.”

Fabio Pereira dos Santos é um exímio pesquisador na área teológica e escritor na Upbooks.

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A ficção cristã pode ser relevante na visão sobre a história da

escravidão?

Como foi a pesquisa para essa obra? Li livros escritos na época em que ambientaria a minha história e assisti a filmes e séries, além de documentários. Busquei artigos e TCC’s em sites. Procurei saber das roupas, tecidos, acessórios, armas e animais. Andei pelo centro histórico da minha cidade, berço da civilização paranaense, e por isso mesmo cheia de arquitetura e informações da época. Nesses lugares, buscava imaginar como viviam nossos ancestrais, e criava diálogos aleatórios buscando colocar palavras e expressões que eles usavam. Quais documentos encontrou?

Alguns de nossos autores foram desafiados a se aventurarem em outras categorias de escrita, e foi com surpresa que recebi o texto de Hezaro Viana, escritor de Um Sonho de Amor e outros excelentes títulos publicados de forma independente. Ver a protagonista enfrentando situações difíceis por desejar ensinar letras para pessoas que viviam em situação de escravidão agregou três coisas importantíssimas: a fala sobre a igualdade de todas as etnias entre os seguidores de Cristo, o tratamento com dignidade e honra sem acepção de pessoas e a importância do acesso à educação. No processo editorial da obra Todos Os Nossos Amanhãs, conversamos sobre a desconstrução de palavras racistas, tão entranhadas em nosso vocabulário que passaram a ser normalizadas no Brasil. Isso despertou ainda mais a responsabilidade do autor sobre pesquisa para uma obra de ficção histórica quando acendeu uma luz para vários leitores: os brasileiros podem falar sobre escravidão e racismo, em quaisquer âmbitos de suas atuações, sejam no púlpito, seja nas ruas, seja em suas obras publicadas. A Upbooks deseja que uma obra cristã, ambientada em 1888, trazendo uma protagonista forte, que depois de uma tragédia familiar precisa se posicionar contra convenções estabelecidas que vão contra à sua interpretação da Palavra de Deus, possa inspirar muitos leitores. Vamos descobrir quais sentimentos o Hezaro experimentou nesse processo? 12

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Encontrei coisas belas como documentos e manchetes que garantiam e anunciavam o fim da escravidão; relatos e histórias de negros que não tinha ouvido falar na escola (e quase nunca se ouve mesmo!) que se destacaram por terem liderança e didática, mesmo em meio às atrocidades que viviam. Até mesmo convites originais para bailes e informações de como era uma ceia de Natal, além de documentos sobre a Bíblia e de sua saga até chegar a nós. E encontrei algumas coisas que não posso revelar aqui para poder usar em um novo projeto. (Risos) O que o levou a escolher esse tema? Eu queria escrever sobre esperança e sobre uma jovem cheia de fé. A princípio, exploraria somente um texto bíblico, mas, logo que veio o tema, pensei que a Bíblia poderia ter um papel maior na história, então decidi


Em “Um sonho de amor” você aborda a violência contra a mulher, em TONA, a escravidão. Qual papel você atribui à literatura nesses temas? Na minha casa, sempre fui ensinado pelos meus pais a respeitar as pessoas, a tratá-las bem, inclusive mulheres (e eu recebia castigos severos se não obedecesse). Meu pai dizia: antes de começar algum relacionamento com uma moça, lembre-se que ela é filha de alguém, e o tratamento que der a ela afetará toda sua família, e a você próprio, que um dia será pai. Também vi meus pais tratarem bem as pessoas, independente de sua cor ou religião, e nossa casa, não raro, tinha hóspedes que vinham de longe, até do povo indígena, e todos eram bem tratados e comiam conosco. E é esse o papel da Literatura: informar e levantar discussões sadias, quebrar estereótipos e fazer com que olhemos para os outros e enxerguemos gente antes de tudo.

que poderia falar de sua chegada ao Brasil. Assim que escolhi esse pano de fundo, soube que a trama deveria se passar no ano da libertação dos escravizados, onde minha protagonista, que sempre ouviu falar em esperança e amor, apesar de suas próprias dores, teria oportunidades perfeitas de praticar essas duas virtudes com aquelas pessoas que viviam tão marginalizadas. Eu não queria escrever mais um livro sobre torturas ao povo negro nem ecoar gemidos e protestos pelos corredores de senzalas, queria mesmo era falar de seu novo desafio para viver com dignidade agora que estavam libertos, queria enfatizar que o povo africano nasceu livre e que poderia estar onde quisesse, desde que livre, como deve ser também nos dias de hoje e para sempre.

Que conselho daria a novos escritores de ficção cristã? Meu conselho é para que sejam obedientes àquela voz que fala no fundo da mente e do coração. Quando somos guiados por ela, não tem como dar errado, pelo contrário, seremos autênticos, e é disso que o mundo precisa, pois não é sobre nós, nem muito menos para nós. É sobre Ele e para o crescimento do Reino dEle que trabalhamos. Mas, mesmo guiados pela voz do Senhor, devemos fazer a nossa parte. Estudar, pesquisar, investir tempo querendo mais qualidade, ler e escrever muito, mas muito mesmo, porque contar uma história exige bem mais do que apenas colocar palavras no papel.

Percebeu, na sua escrita, palavras de cunho racista? Como lidou com elas? Sempre tive por costume anotar palavras que lia ou ouvia e não conhecia e depois pesquisava seu significado, mas não fazia o mesmo com as expressões e ditados, e até usava alguns da maneira errada. Ao escrever TONA, essa curiosidade acendeu, e sim, descobri (decepcionado) que usava expressões racistas. Anotei-as para nunca mais esquecer, compartilhei em grupos e com amigos e parentes, e as tirei do meu original tanto quanto pude fazer sem perder a veracidade da narrativa. Qual o feedback de seus leitores quanto a este tema? Tenho sido surpreendido com a aceitação dos leitores com a história e com o casal “fofo”, “lindo”, como eles mesmos me falam nas minhas redes sociais. Tem sido animador e sou grato por isso. 13


O Prejuízo da falta de representatividade na literatura Desde criança eu sou apaixonada por livros... me lembro de passar horas lendo e relendo as mesmas histórias. Através dos livros conheci princesas, heroínas, sereias, rainhas... mas, infelizmente, nenhuma delas se parecia comigo. Naqueles universos e reinos encantados, eu não existia. Essa é a realidade da maioria das pessoas negras. Crescemos acreditando que os nossos traços não são bonitos o suficiente para estarem nos livros, nas revistas, na TV. Então queremos mudar esses traços; queremos apagar as características que nos fazem únicos. A primeira vez que li um livro com protagonista negra foi uma sensação tão incrível que eu nem consigo explicar 14

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direito, uma sensação de acolhimento, pertencimento e identificação. Depois desse dia, eu passei a buscar ativamente livros que me representassem, mas, como vocês já devem imaginar, foi

“Através dos livros conheci princesas, heroínas, sereias, rainhas... mas, infelizmente, nenhuma delas se parecia comigo.” extremamente frustrante. Fiz uma pequena pesquisa e constatei que as grandes editoras têm pouquíssimos autores negros no seu catálogo.


“Se somos a maioria da população, por que não estamos nos livros?”

E ficam algumas perguntas: se somos a maioria da população, por que não estamos nos livros? Como vamos acabar com o racismo se não nos permitem contar as nossas histórias? Se somos constantemente apagados? Será que as gerações futuras terão material suficiente pra saber da nossa existência? É preciso pensar nisso!

E se você é escritor branco e quer incluir pessoas negras nas suas histórias (o que eu recomendo MUITO), você precisa ir além dos estereótipos, porque nós já estamos cansados de ver o negro associado apenas à pobreza, à escravidão e ao sofrimento. Nós somos diversos e plurais, não nos resuma a um estereótipo. Talvez você esteja neste momento se perguntando como fazer isso e a minha resposta é, novamente: consuma pessoas negras, pare e nos escute, se inspire em pessoas negras reais. Se fizer isso, eu não tenho dúvidas de que você fará um bom trabalho. Em resumo, o meu objetivo com esse texto é fazer com que você pense um pouco a respeito da falta de representatividade na literatura e como isso é extremamente prejudicial. Espero que as minhas palavras tenham trazido um pouco de luz ao tema e que, aos poucos, possamos mudar essa realidade. Beijos, Ellem Barboza

É preciso mudar isso! E o primeiro passo é consumir os livros desses poucos autores já lançados, pois só assim a indústria vai entender a importância deles. Infelizmente, é assim que as coisas funcionam no mundo real.

“Crescemos acreditando que os nossos traços não são bonitos o suficiente para estarem nos livros, nas revistas, na TV.”

Ellem Barboza é pernambucana, formada em medicina e criadora de conteúdo literário no Instagram @ colecionandoprimaveras

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Livros da Upbooks com PERSONAGENS NEGROS

Se vocĂŞ quer ver personagens negros protagonizando papĂŠis relevantes e retratados na beleza da diversidade com que Deus criou toda a humanidade, abra um livro da Upbooks!

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E

stamos na Década Internacional de Afrodescendentes da ONU (2015-2024), isso significa que a comunidade internacional deve incentivar e promover os direitos humanos a partir do combate do racismo anti-negro no mundo, e que as vidas do povo negro na diáspora africana devem ser protegidas. Somos mais de 200 milhões de pessoas negras nas Américas, então por aqui o racismo é uma lógica que opera fortemente através da linguagem da violência contra os corpos negros. Isso acaba atingindo todas as esferas da nossa vida. Levando em consideração os contextos das Américas, os EUA e o Brasil são os países que têm a maior quantidade de pessoas negras, também são os países que mais assassinam a população negra. Estamos imersos em um mar de violência. É só lembrar dos casos de Mário Andrade, do Ibura, em Recife, da chacina do Cabula, em Salvador, com 12 jovens assassinados ou de Marcos Vinícius, no Rio de Janeiro. Apesar desse contexto de violências, também existe o crescimento dos coletivos organizados do movimento negro no Brasil, nos últimos anos grandes intelectuais negros surgiram e escreveram livros, construíram espaços na comunicação, influenciaram nas produções intelectuais da academia e tivemos em 2019 o surgimento da Coalizão Negra por Direitos e a reativação da Articulação Negra de Pernambuco. O Brasil, a partir de 2016, sofreu com diversos retrocessos na política partidária, nas conquistas dos direitos, nas 18

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No contexto partidário, o Brasil e os EUA elegeram Trump (2016) e Bolsonaro (2018), os dois com um discurso religioso, supremacista e racista, um fator decisivo para isso foi o apoio explícito de uma ala hegemônica da igreja evangélica nas Américas. Os EUA e o Brasil, quando se trata de evangélicos e racismo, têm ligações muito fortes. As primeiras missões batistas no Brasil eram norteamericanas do sul dos EUA, lado dos escravagistas, por isso vamos ver na história do Brasil cartas de 1859 como a do missionário Crabtree, dizendo: “o Brasil era como os Estados Unidos, tem escravos e os missionários enviados pela Convenção Batista do Sul não podiam sentir-se constrangidos a combater a escravatura e assim envolver-se na política do país”¹. Isso foi escrito para a Junta missionária da Convenção Batista do Sul. Ele tranquiliza as missões, dizendo que aqui no Brasil o sistema escravagista era muito parecido com o Sul dos Estados Unidos, e que por isso os missionários não precisariam ser confrontados ou constrangidos a combater a escravidão, ou envolver-se na política brasileira a favor da abolição. Ele também relata que os primeiros batistas do Brasil também eram Senhores de Escravizados: “Depois de dormir uma noite na Capital Paulista, os missionários tomaram o trem para Sta. Bárbara, onde chegaram sob forte aguaceiro. Na estação os aguardavam os enviados da Sra. Ellis, com dois cavalos e um escravo, para carregar a bagagem. A estrada até o sítio estava bem lamacenta, mas, ao chegar, foram carinhosamente recebidos”². Percebemos aqui que o evangelicalismo hegemônico brasileiro já chega com uma lógica religiosa que não se importa com a escravização e objetificação dos nossos corpos. A lógica supremacista sempre

...nos últimos anos grandes

intelectuais negros surgiram e escreveram livros, construíram espaços na comunicação...”


afirma que a luta pela libertação do povo negro é algo político e abominável, enquanto todo discurso, teologia ou produção de conhecimento que silencia as vítimas do racismo e das opressões, ou que justifica todas as violências contra vidas negras, é algo neutro, santo e apolítico. O protestantismo hegemônico que chega no Brasil é cúmplice do maior crime da história brasileira, e ele é forjado a partir da experiência norte-americana. Uma experiência extremamente supremacista, branca e que nunca se importou ou se posicionou a favor dos negros no país. Nas últimas semanas vimos situações que atravessaram violentamente a comunidade negra tanto nos EUA quanto no Brasil. Tivemos o caso do George Floyd em Minneapolis, que foi assassinado por um policial em plena luz do dia, com tudo filmado e legalizado, enquanto agonizava dizendo que morreria. Ele tinha 46 anos, era evangélico e atuava integralmente como missionário num projeto do campo habitacional, era muito atuante e um dos líderes em sua igreja. No Brasil, tivemos o caso do João Pedro no Rio de Janeiro, adolescente assassinado com um tiro disparado pela polícia dentro da própria casa. Ele tinha 14 anos de idade e segundo seu primo era “do grupo de jovens da igreja, sempre criado no Evangelho”.

Analisando nesse exato momento o contexto brasileiro, me pergunto se esse Evangelho se importa...”

Analisando nesse exato momento o contexto brasileiro, me pergunto se esse Evangelho se importa com João Pedro, ou com George Floyd, dois negros evangélicos, assassinados pelo Estado, que moravam nos países que mais encarceram e assassinam pessoas negras no mundo. Qual tem sido a pauta da hegemonia evangélica no país? Por que ainda não vimos os grupos evangélicos que apoiaram Trump

A igreja não pode dizer que vidas negras importam se ela nunca valorizou e reconheceu seu papel na construção do racismo brasileiro.

ou Bolsonaro se posicionarem e se articularem para gritar por justiça e denunciar o racismo que acontece e atinge as pessoas negras evangélicas? Será mesmo que as vidas negras importam para a igreja evangélica nas Américas? A igreja não pode dizer que vidas negras importam se ela nunca valorizou e reconheceu seu papel na construção do racismo brasileiro. Uma igreja que nunca se posicionou oficialmente sobre o seu lugar na escravização do povo negro – que é uma das maiores violências da humanidade – é uma igreja que não vai conseguir enxergar o racismo no cotidiano, na sua estrutura, nos seus projetos legislativos como o pacote anti-crime, a redução da maioridade penal, a tentativa de realizar o ENEM, mesmo em meio a uma pandemia, onde os mais atingidos são os negros. Todas essas ações fazem parte do genocídio de um povo, que não ocorre só quando morremos fisicamente, mas quando a nossa existência é atingida, quando nossos corpos são presos, passam fome e são levados a julgamentos injustos; quando não levam em conta nossas condições socioeconômicas e que uma grande parcela da população negra não tem acesso a internet; e mesmo assim querem manter a maior prova de ingresso ao Ensino superior público do país. Olhando para essa igreja brasileira vemos que ela não serve para consolar as mães negras que choram as mortes de seus filhos, essa igreja não se importa com as vidas dos nosso primos, dos nossos filhos, dos nossos sobrinhos, dos nosso pais, das nossas tias, das nossas famílias. A igreja que elegeu Bolsonaro, pode até estar falando sobre racismo neste últimos dias, mas elegeu um governador que afirmou: “A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo!”. Quem matou João Pedro e George Floyd foi cada pastor que, diante de sua igreja branca e de classe média, passou anos no púlpito demonizando as políticas de ações afirmativas, fugindo do debate racial dentro da igreja, apoiando explicitamente presidentes com falas extremamente racistas. O Evangelho mais branco que a neve que chegou no Brasil pode ser hegemônico, mas não tem um compromisso com a radicalidade da luta pela libertação dos Oprimidos. 19


Temos que lembrar que segundo o Datafolha de 2019, cerca de 60% dos evangélicos são negros, então precisamos urgentemente dar visibilidade a experiências que não são hegemônicas. Existe uma construção religiosa, a partir dos evangelhos, que promove a vida, que se importa com a luta dos negros desse país, que se levanta e mobiliza pessoas em favor da luta antirracista. Um Evangelho que ocupa as ruas contra governos racistas, que acolhe a revolta do povo silenciado. O Evangelho que se importa com vidas negras nasce da própria experiência negra, que sabe o que é ser perseguido pelo Estado desde criança. É só observar a história de Maria e José, que fogem do império-militar romano que persegue e quer exterminar seu filho – essa história parece com a de muitas famílias negras que fogem com suas crianças com medo de perdê-las.

Não existe nada mais negro do que morrer da pior forma que o Estado pode te matar. A experiência de um homem que passou por um julgamento injusto, de um homem que não foi digno da comoção dos religiosos nem da sociedade de seu tempo, encarna perfeitamente na experiência negra. O corpo negro não é digno de choro ou comoção, ele habita nesse nãolugar, por isso a negritude de Jesus não está somente na Sua cor, mas também na Sua profunda experiência com a violência através do poder do império. Se Jesus nascesse no Brasil no século XVIII, com certeza morreria em um tronco, sendo açoitado, chamado de herege, sem pena e sem comoção da igreja, do Estado ou da sociedade hegemônica. O Evangelho que não se importa com as vidas negras, é o Evangelho da branquitude, que é forjado através da escravidão, da violência e do acúmulo, que produz uma igreja supremacista, que forma discípulos infernais. 20

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Existe uma construção religiosa, a partir dos evangelhos, que promove a vida, que se importa com a luta dos negros desse país, que se levanta e mobiliza pessoas em favor da luta antirracista.”

Então devemos olhar para a luta pela justiça como um caminho para um novo mundo. Não é possível melhorar uma igreja que nasce escravocrata. Não é possível melhorar um mundo – o mundo dos brancos – que já surge a partir de nosso extermínio. Temos que dar voz a um novo mundo, a uma nova forma de produzir a espiritualidade evangélica, a uma outra igreja que nasce a partir dos pobres, dos negros, das mulheres, dos LGTBQIA+, dos condenados desta terra. Uma igreja que não vai somente chorar pelo extermínio da população negra, mas que vai se levantar e lutar contra qualquer forma de opressão, que vai ser instrumento de libertação para todos os povos desta terra, uma igreja que não quer uma paz superficial e branca – que na verdade é o silenciamento dos oprimidos enquanto são mortos, mas que luta por justiça, uma justiça profunda e concreta que é irredutível perante os opressores deste mundo. Afinal, não existe paz sem justiça, e não existe um mundo novo sem luta pela libertação. Fontes: 1. CRABTREE, A.R. História dos Batistas do Brasil até 1906. Rio de Janeiro. Casa Publicadora Batista.1962, p.5 2. CRABTREE, A.R. História dos Batistas do Brasil até 1906. Rio de Janeiro. Casa Publicadora Batista.1962, p.5 Foto:<a href=’https://br.freepik.com/fotos/cidade’>Cidade foto criado por freepik - br.freepik.com</a>

Jackson Augusto é um jovem batista, integra a coordenação nacional do Movimento Negro Evangélico do Brasil, membro do colegiado nacional do Miqueias Brasil, articulador social no Usina de Valores, produtor de conteúdo no projeto Afrocrente e ativista da teologia negra no Brasil. Sigam @afrocrente no Instagram


Ela acredita que já sentiu tudo. Especialmente quando o assunto é dor, sofrimento, angústia e revolta. Agora, o que ela definitivamente não se sente é: amada. Ele tem certeza que já perdeu tudo. Um relacionamento, um emprego, um motivo para viver e, principalmente, sua dignidade. Ela prefere a companhia de um livro ou de uma série na TV, já que as pessoas fazem muitas perguntas. Até que acaba sendo convencida que merece uma nova chance de ser feliz. Ele começa a despertar quando passa a ouvir sobre uma pessoa que nunca viu e sobre um Deus de quem acha que já ouviu o suficiente. Um Deus que tem Sua própria forma de agir, de cruzar caminhos e unir propósitos. Mas é preciso ouvidos atentos... Você já O ouviu falar?

EM DEZEMBRO!




@filha_leitora entrevista

VAND PIRES

Carreira literária, inspirações e planos para o futuro.

pensar: “Mais um livro de devocionais? Já existem muitos no mercado!” Eu queria algo diferente. Um dia eu estava na casa de uma amiga e estávamos fazendo almoço para alguns amigos, e um irmão

Vand, nos conte um pouco sobre sua história. Meu nome é Vanderléia Pires Silva, mas sou conhecida como Vand Pires. Sou casada com o Pastor Eneas Francisco da Silva há 21 anos e juntos temos duas filhas, Victoria (19) e Lorena (6). Nossa família é tudo para nós. Nascida em São Paulo, mas hoje moro em Campinas, interior de SP.

americano da nossa igreja nos USA estava ali conosco. No final do almoço ele pediu para orar e me disse: “Você vai escrever um livro! Você crê?” Eu respondi que cria. Mas, na verdade, no fundo do meu coração eu fiquei rindo, pois pensava em fazer qualquer coisa, menos escrever um livro. Isso aconteceu em 2011 ou 2012. Voltando... conversando com essa mesma amiga (que é uma amiga há muitos anos), comentei sobre a proposta do Eneas e ela ficou super empolgada, mas repeti que eu gostaria de um livro diferente, não queria nada tradicional e ela me encorajou a avançar com o projeto e sugeriu algumas amigas que seriam

Eu amo cantar, mas só canto em casa e na igreja. Apesar desse nome que papai me deu, não sou famosa. (risos) Eu sempre gostei de ler, mas posso dizer que nunca fui aquela leitora voraz. Como tudo na minha vida, gosto de ler quando quero. Faço da leitura um momento só meu, então, não me sinto obrigada a ler só para dizer que leio mil livros por ano. Tenho aprendido ao longo do tempo a ler livros de outros gêneros (eu era muito focada em um apenas um gênero) e isso tem sido uma aventura muito legal! Como foi que se tornou escritora?

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Minha história como escritora surgiu em uma conversa com meu marido. Ele me fez a simples pergunta: “Por que você não escreve um livro de devocionais?” No momento fiquei empolgada, mas logo comecei a www.upbooks.com.br

convidadas. Como surgiu o Inspirações? Em nossa igreja temos por costume ouvir uma mensagem de inspiração antes da mensagem principal com duração de 15 minutos. Eu tinha algumas escritas,


mineiras e tivemos uma experiência linda. Deus sempre nos surpreende! Em Agosto de 2018 lançamos na Bienal de São Paulo o volume quatro com autoras de vários estados brasileiros e duas norte-americanas. Nunca imaginei na minha vida lançar um livro em uma Bienal.

pois procurava estar sempre preparada caso fosse chamada. Então, eu disse para minha amiga: é isso! Vamos fazer um livro de Inspirações, um livro com testemunhos, aquilo que vivemos em nosso cotidiano. E assim surgiu nosso primeiro livro. Lançamos em Maio de 2017 o Inspirações para o seu dia – vol. 1 e, em homenagem à inesquecível Mother Dagmar Mariano, colocamos este primeiro livro no nome dela, mas o Senhor a chamou antes do livro ficar pronto. Ela foi alguém muito importante na vida de todas as autoras do primeiro volume. A falta que sentimos dela é inexplicável! No mesmo ano, em Dezembro de 2017, lançamos o volume dois com mulheres de vários Estados brasileiros e uma amiga do Chile. Todas elas escreveram com muito carinho e muitas delas – que até então não tinham escrito nada – já até publicaram seus próprios livros. É lindo o trabalhar de Deus. Em Janeiro de 2018 lançamos o volume três na cidade de Sete Lagoas/MG. Todas as autoras são

Em Abril de 2019 me aventurei no espanhol e com minha amiga chilena, a Pastora Betty Albarrán, lançamos nosso primeiro volume no Uruguai – Inspiraciones para su día. Foi uma aventura e tanto! Vi de perto o cuidado de Deus em cada detalhe. Em 2020 eu realizei mais um sonho. Publiquei o livro Inspirações para o seu dia Teen (um livro que eu gostaria de ter lido quando era adolescente), então eternizei para minhas filhas terem esse privilégio. Reuni algumas moças e algumas jovens senhoras para escrever com foco no público adolescente e juvenil e foi grande um desafio, mas valeu muito a pena. Eu agradeço ao meu Deus por todas essas conquistas. Ele me sustenta e guia meus passos, e mesmo quando estou fraquejando, Ele estende suas mãos poderosas e me traz de volta para o estado de ânimo para poder cumprir o propósito que Ele designou para a minha vida. Eu louvo a Deus pelas autoras de todos os volumes; sem elas esse projeto não sairia do papel. Deus as escolheu para esse propósito e oro para que a alegria do Senhor seja a força de cada uma delas a cada amanhecer. Que continuemos inspiradas para inspirar e que todos esses livros continuem atingindo seu objetivo: impactar a vida das leitoras levando-as a crer que é possível vencer, um dia de cada vez. Emanuelle Silva, Fundadora do blog literário @filha_leitora, projeto iniciado pela sua necessidade de compartilhar sobre suas leituras e tudo aquilo que Deus falava ao seu coração. 25


Coloque mais fé, ânimo e força em todos os momentos da sua vida! Nos quatro volumes dessa série, Vand Pires reuniu mulheres plenamente comprometidas com uma vida cristã que faz a diferença e apresenta textos resultantes de experiências e meditações, com principal motivação inspirar mulheres batalhadoras (e a homens também) a enfrentarem seus gigantes de cada dia com uma atitude correta de fé, esperança e de compromisso com Deus. A expectativa é que a cada leitura cada mulher seja impactada e inspirada a enfrentar cada novo dia com uma dose mais forte de ânimo e esperança. Vand deu continuidade ao propósito de levar as leitoras a sentirem a inspiração divina na vida de cada autora convidada pelos volumes 3, 4 e no próximo ano Inspirações para seu dia deseja abençoar as leitoras ainda mais trazendo o volume 5 e Devocional Anual!


Chegou a hora de você mergulhar em um livro diferente. Inspirações para o Seu Dia Teen é uma obra que reúne dezessete autoras que decidiram compartilhar suas experiências, desafios e percepção sobre a vida, sobre Deus e tantos outros assuntos que precisam ser abordados.

O objetivo é que as experiências das jovens participantes (e de algumas um pouco mais experientes) possam trazer encorajamento, renovar a esperança e trazer inspiração para você continuar. Elas falam sobre tristeza, rejeição, ausência paterna, dentre outros assuntos como o amor de Deus, futuro e propósito, que levarão o leitor a saber que mesmo em meio aos inúmeros desafios da adolescência e juventude, existe um Deus que ama e que deseja te ver inspirada e inspirando quem estiver ao seu redor a experimentar a vida abundante em Cristo Jesus! Cada autora traz sua identidade, sua experiência e de um jeito muito especial compartilha uma dose especial de inspiração para o seu dia. 27


UMA NOVA CHANCE

Autora: FABIANA Categoria: Romance ISBN: 978-85-66941-91-3 129 páginas - 16x23cm - R$30,00

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Esse livro mostra a história da Carmem, uma jovem que nasceu no interior da Flórida e tinha um sonho de se tornar uma grande cantora. Depois de enfrentar muitas dificuldades, ela consegue realizar o seu grande sonho. No auge do sucesso, diante de muitas dificuldades, ela se vê sozinha, sem um ombro amigo, ninguém para buscar um apoio.

MINH’ALMA CANTA

Desde adolescente ela já ouvia falar de Deus , mas não tinha conhecido verdadeiramente como aqueles que depositam sua fé e vivem com total confiança nEle, depois que ela soube que Jesus morreu na cruz para nos salvar de todo sofrimento. Vocês estão convidados a ver o que Deus vai fazer na vida dela após ter um encontro com Ele.

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Esse livro é muito bom, Deus falou profundamente ao meu coração, dando vida a sonhos que eu achava ser impossíveis de realizar, e me fez crer que tenho um potencial para cumprir aquilo que Deus sonhou para mim.

Organizadora: Cris Paes Leme Categoria: poesia ISBN: 978-65-5006-021-3 104 Pág – 14x21cm – R$35,00

Ha uns dias atrás eu trouxe uma poesia linda extraída de um livro fantástico. Hoje vim apresentar pra vocês o livro! Ele é um compilado de várias poesias e textos de vários autores. .

Leiam... vocês serão abençoados através deste lindo livro de uma escrita enriquecedora.

A linguagem poética vem embalar as canções da alma que se encantou com a liberdade de ganhar novos horizontes. Neste livro a poesia é o berço e o aconchego da espiritualidade, uma vez que a experiência do novo nascimento em Cristo nos presenteia com o sobrenatural dom da alegria e do contentamento no Espírito Santo. O livro foi organizado pela autora Cris Paes Leme e reúne poesias e textos de diversos autores. Eu o achei sensacional! São poesias que adentram nossa alma. Que falam de uma maneira tão linda ao nosso coração. Eu fiquei apaixonada por esse livro! Recomendo a todos!

Cinara Abreu é de Fortaleza/ CE, esposa e mãe, formada em Serviço Social. É criadora do Instagram Leitora Cristã Oficial desde 2019.

Eula Paula Braga é de Recreio/ MG. Esposa,mãe,pedagoga, amante de ficção cristã e Criadora do Instagram Leitora Flor de Cristo.

Sigam no instagram: @leitoracristaoficial

Sigam no instagram : @leitora_flordecristo



Autores Internacionais Quem é seu pai e de onde você é? Em todo lugar que eu ia, eu respondia, “você provavelmente não o conhece”, mas eu nunca dizia o que estava pensando... “nem eu o conheço”. Você ganha sua identidade através do seu pai. Ele te diz quem você é e te dá seu nome. Ele comunica o que significa ser um membro da família e incute um senso de orgulho sobre quem você é. Mas, quando você não o conhece ou não foi afirmado por ele, como você recebe sua identidade? Minha resolução não veio ao encontrar o homem cuja imagem nunca vi, mas da Sombra que sempre esteve presente. Em Feito à sua imagem: encontrando identidade na ausência do pai biológico você é convidado a viajar com Micaiah Young em sua longa busca pelo pai biológico e também por si mesmo. Talvez sua jornada te leve às suas próprias descobertas pessoais. Ele começou buscando um resultado, mas o que encontrou mudou sua vida para sempre.

Michaiah J. Young

Um homem dedicado a capacitar pessoas para vencerem os desafios da vida e cumprirem o propósito que receberam de Deus. Michaiah J. Young viaja pelo mundo compartilhando uma mensagem de esperança. Ele é pastor e fundador da igreja The Life Center em Milwaukee, WI, onde indivíduos de diversos estilos de vida frequentam semanalmente para receber uma palavra de cura e restauração. Ele já foi capelão hospitalar, coordenador de programas para a terceira idade e atuou em programas contra a deliquência juvenil. Trabalha integralmente como capelão prisional, oferecendo cuidado e apoio espiritual para quase dois mil homens. Ele é formado em psicologia e tem mestrado em divindade. É um marido dedicado e pai de dois filhos.


Um dia, numa reunião de mulheres, uma irmã compartilhou que estaria disponível para nos apoiar e a passar conosco o tempo que precisássemos. Então ela disse: “mas, quando Boaz vier...” respeitosamente fez uma pausa e todas nós sabíamos o que ela queria dizer. As coisas mudam quando Boaz chega. Mas, eu tive que perguntar para mim mesma: “Quem é esse Boaz, afinal?”. Fui para casa e li o livro de Rute. Boaz parece ser o tipo de homem que eu realmente desejaria ter como marido. E, acredite, quando você o conhecer, você o desejará também! Nas páginas deste livro eu exploro a história de Rute e Boaz e forneço algumas ideias sobre o que você deveria fazer enquanto se prepara para... quando Boaz vier!

Tiffanie Y. Lewis

Tiffanie Y. Lewis, fundadora do Ministério Love 1, já aconselhou centenas de adolescentes e adultos, ajudando-os a vencer em seus relacionamentos de forma a criarem um lindo triângulo espiritual com Deus. Ela é uma palestrante muito procurada, líder de estudo bíblico e facilitadora de workshops. Uma das coisas que mais ama é ajudar adolescentes e jovens adultos a descobrirem seu potencial através do autoconhecimento e da aplicação prática de princípios bíblicos. Ela é formada em psicologia e negócios. Saiba mais sobre Tiffanie visitando o site www. whenboazcomes.com



Programação

NOVEMBRO

Editorial Brasileiro 20 Mercado com Eneas Francisco e Carla Montebeler 15h

Virtual do livro 26 Lançamento Quando Deus te convida a perder com Ellem Possmozer 20h

DEZEMBRO

Virtual do Livro 03 Lançamento Todos os nossos amanhãs com Hezaro Viana 15h

10

Bienal Virtual do Livro de São Paulo A autoria cristã no Brasil: narrativas e representatividade Enéas Francisco, Carla Montebeler, Frank Ribeiro e Moisés Martins 10h (Youtube na Bienal)

17

Entrevista com Stefanie Lima O amor e a carta 15h

19

Lançamento do livro Olhai para os lírios do campo sarau com os poetas

http://www.youtube.com/upbooks


E temos edital antolรณgico aberto!


A

Upbooks é uma editora brasileira em crescimento, que tem hoje no catálogo 119 titulos, 60% não ficção, e 40% de ficção cristã. Nosso intuito é promover e valorizar a Literatura Cristã Brasileira, seus variados gêneros e profissionais, destacando o potencial que há no país de gerar grandes escritores e obras de alta qualidade.

A editora Carla Montebeler convidou 8 escritores relevantes no assunto para contribuírem nessa obra, e abre oportunidade para mais autores que desejem fornecer conteúdo para consulta e legado posterior, registrando a vivência e a memória histórica do tempo que vivemos como Igreja no Brasil.

Os textos apresentados precisarão estar alinhados com a história do negro na igreja evangélica brasileira, prezar pela valorização da educação antirracista, da cultura da paz e respeito pela diversidade religiosa, além do combate à misoginia e intolerância, em qualquer grau de violência.

EDITAL COMPLETO NO SITE WWW.UPBOOKS.COM.BR


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STEFANIE LIMA


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