Guitar Player 215 Março / 2014 BR

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situagio bastante comum é alguém comegar a tocar guitarra motivado por algum rnsico que tenha escutado. Esse msico torna-se idolo do guitarrista iniciante e, entio, urn carninho natural é a curiosidade dc saber quais foram as inuéncias desseido1o.Assim, 0 estudante vai absorvendo cada vez mais informa<;6es e adquirindo consisténcia ao tocar.

E-mail: guitarplayer@guitarplayer.c0m.br Te(:(11)3044-1807

ASSINATURAS Servigos de Atendimento ao Cliente (SAC) Para renovagéo, mudanga de enderego,

Pensando nisso, nos perguntamos: quem

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inspirou os grandes mestres brasileiros? Que instrumentistas ajudaram a forrnar o atual panorama da guitarra nacional? Fomos a campo e entrarnos em contato com 50 guitarristas brasileiros. Pedimos a eles que citassem uma de suas inuéncias e explicassem por que se sentiram arraidos pelo msico citado. O resultado é uma vasta colego de depoirnentos que traz importantes referéncias musicais, dicas incriveis de élbuns e can<;6es e onih' t6 ' . U d di ;‘;§be;;;jf; fo.““‘ as °°§ 9"? “Ye 1 que o gu arms a nao

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EDIQOES ANTERIORES grande ser Pumano. Tive a oportunidade de enzrevisré-lo no passado e me pareceu uma pessoa calma. paciente e pronta para

“ New Cobrado é O da Umma echgao 57“ banca (sempre que hou‘/9"

ponibmdade no e5tOqU9)~Fa§a 59‘-' Iedido pelo site www-guitarplayer_c0m.br

ajudax. Como guitarrista. acompanhei sua carreira descle os tempos de Harppia. .\'¢ Golpe de Estacio. ccnsoliiou sua re;utaeio de grande criador Cl-e riffs. bases e solos melédicos. No Mobilis Szabilis. iei-

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enorme

te da comunidade da guitarra. A imagem . que I-Iélclo sempre me passou fo1 de um

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V3.1'i€d3.d€ dC GSIHOS. AgO!'3. é C011’! VOCéZ

Pesqmse’ °“‘?a ° t°q"'°! - Por falar em idolos e referéncias, quei chocado quando soube da morte de Hélcio Aguirra assim Como grande Pap

3044-1807

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podia escolher uma inuéncia que jé tivesse sido mencionada por outro. Portanto, 50 grandes instrumentistas brasileiros comentam sobre 50 msicos diferentes. Trata-se de uma riquissima selegio - um total de quase cem nornes distintos — que serve como excelente guia para vocé se aprofundar em suas pesquisas musicais. Para comp letar, e p ara vocé conhecer um pouco melhor quem faz a sua Guitar Pla er a e ui e da revista também sele~ cionou seus itarristas ins iradores. gu . P . Lembre~se de que O11V1I' msxca é um exercfcio importante na arte de tocar — podemos aprender muita coisa sem que estejamos corn a guitarra plugada. Embora esta no seja uma matéria recheada de partituras, nio deixa de ter seu ca.réter didético, anal, apresenta ao leitor

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MENSAGEM no MES

“Grande Kotzen! Arrebentando no Winery Dogs." — José Carlos Zee

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"Os trabalhos de Richie Kotzen esbanjam bom gosto e criatividade. E a revlsta ainda vem com um poster que traz a trajetoria do Erlc Claptonl Bom demais!" Gustavo Rodrigues

-

“B.B. King na transcrigao! Obrigadoi"

air"

Gabriel de Moura “Richie Kotzen é referéncia musical para todo musico. Capa mals do que merecida." — Lourengo Bogado "Kotzen toca muito e esta arrebentando junto com os mestres Mike Portnoy e Billy Sheehan, no Winery Dogs." — Fabrfcio Santos

Apos ler a matéria com ele, pesqulsei e achei demais. Q Winery Dogs é show!"

“Achei sensacionai as matérias da GP de feverelro, prlnclpalmenteafoto de Bonnie Raitt e JJ Cale. Gostaria de sugerir uma matérla com a Bonnie, que toca e canta muito. Eia merece essa homenagem.”

Johnny Machado

Davlno Gongalves Jr.

“Naoconheciaotrabalhode Richie Kotzen.

-

-

Gostaria de agradecer a toda equlpe de Guitar Player pelo belo trabalho de todos os meses. Sou ieitor assfduo desde 2010 e nao perco nenhuma edigao. Aos poucos, estou comprando também as anterlores. A revista é o melhor meio de atualizagao, nao apenas para guitarristas, mas para musicos de todas as areas e estiios. Mas escrevi esta mensagem para reveiar minha opiniao sobre um assunto que considero muito importante. Somos brasileiros e, muitas vezes. vejo guitarristas céplas de americanos e europeus, pois consomem apenas a musica oriunda desses lugares. N30 vemos a beleza e genlalidade da nossa propria musica. Estrangeiros de todas as partes do mundo vém para ca com 0 intulto de estudar essa arte. Vejo muitos guitarristas se dlzerem brasileiros, mas nao conhecem as caracterlstlcas do baiao, samba. frevo, choro, maxixe e a grande variedade de géneros do pals. Muitos nao sabem quem sao Robertinho de Recife, Armandinho Macédo e Pepeu Gomes, que sao legitimos guitarristas brasileiros, pois misturam 0 rock com a nossa muslca e, a partir dlsso, construiram uma ldentidade prépria. Espero que meu toque seja valldc. Abraco!

Daniel Pinto

iéillé ill,

lliiiliillil iilii

Sempre sonhei em ser iogador de futebol, mas, devido a uma cirurgia que me impediu de seguir em frente, descobrl a maravilha que é tocar guitarra. Comecei com o violao e. com o tempo, passei a querer aigo mais radical. Minha primeira guitarra, que ganhei de presente de meu irmao Valdomiro, fol uma Tonante. Era simples, mas toda vez que a pegava. eu me sentla um astro do rocki Hole, tenho uma ibanez RG350DX, um amp Warm Music HD65 e uma pedaleira DigiTech RPSOO. integro a banda de forré Caciques do Nordeste. Sou autodidata, pois nunca tive professor. Aprendi lendo revistas, especicamente a Guitar Player. Sem saber ler partitura, eu procurava aprender por meio da tablatura. Foi com a revlsta que fiquei sabendo 0 que é sweep. Obtenho meu sustento com a musica e, mais importante, sou fellz fazendo 0 que amo: tocar guitarra. Gildo Silva

Se vocé tem uma histdrla legal sabre sua experléncla como gultarr/sta, se/a de equ/pamento, estudo, showou outrp assunto, envle para gu/ta/player@gultarplayer com.br Vocé pode aparecer na segao Comunidadel


[il|iTTF|l|ET DIRETORAGERAL

Teresa Melo David Hepner

EDITOR-CHEFE

DESIGJ GRAFICO

FMEBUUK DEBATE ' iT1.§§7~??'T F r\i,»"1~,,=;;,;> Y ~ zeur .. .. .§aisTr>,e> T <;>u_ ¥_'1‘;‘l'?}';=;f_l' me QLJAL x/c§i:i:r¥ Merszl e

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EDITDRTECNICO DE EQLIPAMENTOS

EJITORTECNICO ms UQDES COM AIDIO

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Dourado, Diego Albuquerque, Fabio Can'ilho, Guilherme

5;

Zanini, Henrique lnglez de Souza, Henry Ho, Heverton Nascimento, Homero Blttencourt, Kiko Loureiro, Mr. Fabian, Ricardo Giuffrida, Ricardo Vital e Tatiana Para.

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tocar guitarra.

Tocando 0 me-

Bento, dos

Explorou sons

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F0105: Adriano Lima, Alexandre Dadalto, Alysse Ga<jen,

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a maneira de

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Randy Rhoads.

Tenho a curio-

lhor do blues,

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Se em pouco

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Assassinas,

antes tocados e

admlradc com

tempo de car-

saber o que ele

experimentados.

boa parte

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com que o som

guitarrlstas.

da guitarra

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sua incrlvel

relra fez discos

estaria tocando

slmpllcldade,

tao marcantes,

hoie em dia.

bom gosto e

imagine o que

feeling.

teria felto se

A

se nos lares de

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todo o Brasil.

Bruno Maia. Caio Lanziani, Celso Wolfe, Cesar de Labio, Cezar Femandes, Clarissa Lambert, Claudio Freitas, Cristiane Ribeiro. Cristine Rochol Egler Cordeiro, Eric Gomes, Felipe Oliveira, Femanda Cardozo, Gustavo Arrais, lwo Sakihara, Jessica Pettyjohn, Juliana Crelier, Leandro Almeida, Liberthai Fotograa, Lucas Bori, Marcelo Oischinger, Morgade, MRossi, Pepe Brandao, Rafael Avancini, Ricardo Zuppa, Rob Shanahan, Rodrigo Hypolitho, Tony Sampaio, Vanessa Saad.

Kurt Cobaln. John Lee

ele influenclou

vf ,

revolucionou

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Albert King e

Flavio Gutok

COLABORARAM NESTA EIIQAO TEXT05: Alexandre Spiga. André Martins, Camila

Jimi Hendrix

O bom e velho

Luiz Zonzini e Renato Canonico Jaques Molina

TRADUCAO: Vera Kikuti.

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estivesse vivo

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Antonio Gomes E-mall: guitarplayer@guitarplayencom.br

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MARKETING ASSINATURA NUMEROS ANT ERIORES E VENDA DIRETA Tel: m) 3o44»rao1 E-mall: sac@editoramelody.com.br Coordenadom: Mara Simies

Cinthia Alves

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Randy Rhoads, .¢.

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disco chamado

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Gary Moore.

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foi a musica.

Virtuoso, de Joe

Stevle Ray

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DJSTRJ BUIQAO EXCLUSIVA

PARA TODD O BRASIL

2' :s:s

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Acompanhei

como guitarra

Ajudou Ozzy a

Pass. Muslcas

Vaughan. Dos

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escutarS:i.“5 Got

bre magnico.

guagem muslcal.

Black Sabbath.

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FC Comercial e Dlstribuidora

Guitar Player (ISSN I413-4721) é uma pub icagao mensal da Editora Melody Ltda., sob licenga da Newbay Media (USA). Tel: (11) 3044-1807 Os editores nao se responsabilizam pelas 2

opinioes emitidas por colaboradores em artigos assinados.

/ /awrarre Ele se foi, mas

seu blues cou.

sicalidade e

um exemplo

frases que nos

para todos os

levam a outra

gultarristas.

dimensao.

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the Blues.

SITE GIITAR PLAYE!

Editordo contadoe Henrique lnglez de Souza Web Designer/Web Master: Gustavo Sazes Siga a Guitar Player Onllnez

guitarplayer.mm.hr

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GUITAR PLAYER USA EDITOR IN CHEF Mid1aelMolenda MANAGNG EDITOR Kevin Owens SEJIOR EJITOR Art Thompson ASSOCIATE EJITORS Matt Blackett, Barry Cleveland, Jude Gold CONSILTING EDITORS Jim Campilongo, Joe Gore, Jesse Gress, Henry Kaiser, Michael Ross, Leni Stem, David Tom, Tom Wheeler


IMAGENS DA

NAMMZO14 waisfamosa

exposigéo

:2 equlparnentos do mundo

a::>ntece anualmente em Anaheim, California. Veja 0 que Ulou na NAMM deste ano.

A Fender Custom Shop é um colirlo para os olhos dos amantes de gultarras clésslcas. lnstrumentos maravllhosos. A Stratocaster complete 60 anos de vlda em 2014 e a Fender aproveltou para celebrar o anlversérlo com multa classe. Um dos grandes destaques fol o modelo signature de Yngwle Malmsteen.

A Marshall langou uma sérle de ampllcadores lnsplrados em tatuagens. Showl

*3“?


As gultarras slgnature da lbanez séo sempre um ponto de parada obrlgatérlo na NAMM, como as de Steve Val, Joe Satriani, Paul Gilbert, Kiko Lourelro e da banda DragonForce. A empresa também apresentou sua nova linha de ampllflcadores, com vlsual vintage.

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A EVH oferece dlversos produtos que levam a assinatura de um dos maiores guitarristas de todos os tempos, Eddie Van Halen. A empresa revelou ao pbllco um novo modelo de guitarra.

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Com seu estande temétlco e funclonérlos vestldos a caréter, a Emle Ball dé um show A parte todos os anos. A empresa recebeu grandes nomes da sels-cordas, como Steve Morse e Albert Lee. Entre os langamentos. a nova gultarra de John Petruccl.

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fabrlcante de cordas e acessérlos, a D'AddarIo é uma presenga sempre lmportante. Uma das novldades fo! o capotraste NS Artlst.

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Na Ellxlr,

visitantes puderam experimentar as cordas com a exclusiva tecnologla antiferrugem da empresa.


A Crafter exp6s belos vloles, Inclusive um modelo com magnlca lncrustago de drago na escala.

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A Zemaltls é outro exemplo de fabrlcante para aqueles que curtem exotismo.

0 magnfco violo resonator washburn R60 Richie Owens slgnature, com plntura felta é mic por James Wlllis. Com usuérlos famosos, como Dave Mustalne, a Cleartone vem conqulstando seu espago no mercado de cordas.

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cues.»

Gultarras exétlcas da Peacemaker, exemplos de arte em forma de gultarra.

Os modelos Tom Anderson s§o conhecldos pela elegéncla e qualldade, mas os pregos n50 so para qualquer um, pols custam mals de 4.000 délares.


O concelto vintage é téo cultuado que

Os atraentes lnstrumentos da marca Diamond.

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Hiwatt “P55

com orgulho o

ampllflcador orlglnal que Davld Gllmour utlllzou no comeqo de sua carrelra.

lnovages no faltam na NAMM. A Phil Jones atralu a atengéo do pbllco com um instrumento que possul metade da escala com trastes e metade sem trastes.

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A Baudler Guitars mostrou bellsslmas gultarras de boutique. Algumas delas pareclam ter surgido ap6s 20 anos de estrada pelos desertos amerlcanosl


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Vérlas empresas apresentaram gultarras de olto cordas. Uma delas fol a Legator.

Modelo Cort que leva a asslnatura de Matthlas Jabs, do Scorpions.

A B.C. Rich néo alterou 0 desenho da Mockingbird e as guitarras da empresa mantém-se dedlcadas ao metal, mas dé uma olhada na madelra e acabamento do modelo da foto. Que dlferengal

Nem to laranla asslml A Orange langou a classuda llnha Dark.

Gultarras femlnlnas da Dalsy Rock, com o cor-de-rosa sempre em alta.


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Os pedals GNI, marca lnternaclonal da NIG, foram repre sentados na NAMM por talentosos artlstas, como Andy Tlmmons.

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Rlcky Furlani tocou no estande da Santo Angelo

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Silas Fernandes mandou ver no estande da Nux.

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Tem de tudo na NAMM, alnda mals quando se trata de entretenlmentol

Multos gultarrlstas brasllelros vlsltaram a exposlgéo deste ano, para tocar em estandes, saber das novidades do mercado de equlpamentos e fazer contatos. Fol o caso de Alex Martlnho, Sydnel Carvalho, Kiko Lourelro, Ricky Furlanl e Ricardo Prlmata (da esq. para dlr.).

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AMPUFICATION

Alex Martlnho se apresentou na Alblon.

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Glbson: estande slmples para grandes gultarrasl

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A Glannlnl é uma empresa brasileira que trabalha no mercado amecano hé muitos an°s_

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Sydnei Carvalho e o luthler Mércio Zaganln e5c°lhe'am c°mp°"entes de quaudade pa“ mar uma llnha de gultarras asslnada por ambos. O langamento esté prevlsto para 2014.

Charvel e Jackson: marcas multo lmportantes para o mundo do metal.

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Fabrlcante que crlou uma ponte revoluclonérla, a Floyd Rose comemorou 35 anos de vlda.


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POUCOS GUITARRISTAS POSSUEM o 1'oque, a elegancia e a sensibilidade de George Benson. O norte-americano, nascido em Pittsburgh, em 1943, celebra em 2014 os 50 anos do lancamento do seu primeiro disco, The New Boss Guitar of George Benson. De la para ca, Benson

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conhecido mundialmente pelo fra-

seado cristalino na guitarra jazz, além de seu timbre e solfejos inconfundiveis. Nos anos 1970, levou sua seis-cordas as posicoes mais altas das paradas de sucesso ao gravar albuns de requinte pop, como Breezin’ (1976), e cancoes que foram parar até nas pistas de danca, como On Broadway e Give Me the Night. Mesmo transitando pelo pop e tocando para multidoes, Benson nunca abriu mao de ser um estudioso da guitarra. Em seu mais recenre disco, Inspiration: a Tribute to Nat King Cole, George Benson presta homenagem a um de seus idolos. Apesar de 0 album ser calcado nas interpretacoes vocais, o guitarrista nao deixa de brindar os féis com solos magnicos de jazz e até de bossa nova. Em meio a turnés mundiais e participacoes em programas de televiséio, o musico conversou com Guitar Player. Durante a entrevista, ele admitiu que ainda pretende gravar um disco no Brasil e fez um pedido especial aos miisicos do nosso pais. Conra.

Como surglu a ideia de homenagear Nat Klng Cole em um élbum? Realizei uma série de shows com repertério formado, basicamente, por cangoes de Nat King Cole. A sensacao de tocar msicas de um dos maiores artistas de todos os tempos foi muito boa. Sua voz era incrivel, assim como seus arranjos, naquelas gravacoes originais. Pensei que seria interessante mostrar isso em shows para as novas geracoes, mas nunca pensei em gravar esse material. Ento, meu produtor chegou até mim apés uma apresentaco e disse: “George, vamos gra— var isso.” Na hora, pensei que nao queria competir com Nat King Cole [risos], mas aceitei e gravamos 0 que virou Inspiration.

Acho que as pessoas gostaram. Unforgettable é uma das musicas mals regravadas da hlstérla e, mesmo assim, vocé consegulu dar um toque diferente a ela, com levada de bossa nova e um belfsslmosolodegultarra. Como vocé mesmo disse, essa cancéo tem muitas versoes. Algumas sao excelentes; outras, nem tanto. Decidi colocar meu estilo proprio, para néio ser apenas uma execucao, mas minha prépria versio. Escolhi uma tonalidade diferente, mais alta, e convidei o trompetista Wynton Marsalis para tocar junto e dividir os solos comigo. Eu me diverti muito com ele. Vocé reallzou um dos shows mais adamados da ltlma edlgo do Rock In Rlo, em 2013, ao lado de Ivan Llns. Qual fol sua

sensagio sobre aquela nolte em especial, jé que vocé também tocou na prlmelra edlgéio do festival, em 1985? Achei este festival bem diferente em comparacao a primeira edicao, principalmente na quantidade de pblico que esteve no show de 1985, que foi maior do que neste ultimo show. Mas oespirito era o mesmo. O publico que foi no ano

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O JAZZ MANOUCHE E DAQUELES GENEros musicais que exercem grande fascinaqio sobre as pessoas. N50 sao poucos os guitarristas que deixaram de lado os esti~ los em que eram especialistas, mesmo que nao denitivamente, para mergulhar de cabega na linguagem do belga Django Reinhardt (1910-1953), gura maior do género. E o caso de Mauro Albert. Curitibano radicado em Florianopolis (SC), Albert tinhaumtrabalho instrumental consolidado de viola caipira, porém, de uns tempos para ca, vem mostrando novas facetas de sua musicalidade com seu grupo inspirado na sonoridade do lendério Quintette du Hot Club de France. O resultado esté no album jazz Manouche Brasil, no qual ele revela grande habilidade no violo manouche e dominio desse tipo de interpretagio. Na entrevista a seguir, 0 musico conta detalhes desse trabalho.

Como surglu seu lnteresse pelo vlolao manouche? Comecei tocando guitarra, depois me interessei por ana<;6es alternativas em violo de seis cordas e fui parar na viola caipira, instrumento ao qual me dediquei por dez anos. Gravei quatro CDs instrumentais autorais, com inuéncias da mtisica do sul do Brasil e outros estilos brasileiros. Conhego a obra de Django Reinhardt ha cerca de 15 anos, mas foi durante uma turné pelo sul do Brasil que z com meu amigo Guinha Ramires, em 2009, que sugeri tocarmos alguns temas de Django. A partir dai, nunca mais parei, cada vez mais encantado e envolvido corn a msica e 0 universo manouche. Anos depois, em 2011, tive a honra e satisfaQ50 de conhecer Louis Plessier, guitarrista francés que conviveu por quase 40 anos com a familia de Django. Com ele, pude

conhecer a essencie. ca:‘a::e:':'sticas e detalhes nicos da vicla e r.:";;si:a manouche. Vocé la tinha as msicas prontas ou as comp6s especificamente para o CD? Depois cle interpreter tertas is Django Reinhardt e classicos dc ‘;.".i'.'erso cigano por um bom tempo. as iieias e es temas comegaram a surgir. .\'ur.:a fui mt'1sico de me dedicar a covers 2 ass; coisa de tirar nota por nota. rencani: se: um clone. Sempre acredizei na :::si:a auroral, que é o que pode fa:-er 5 iiferenea. O disco é cem por :e::: is .*:";_<i:as proprias. Atualmente, ha varios guitarristas brasileiros migrando para o violéo manouche. Que dlferengas vocé apontaria, em termos de tocabilidade e sonoridade. de um violao cigano para um violao folk com cordas de ago e uma guitarra acstica? E um instrument: :::aI:e:te dit'erente, tanto em terrnos ie scncridade como em aspectos técnicos. conic zcrnprimento da escala e angulagao do bra; relagao ao corpo do instrumento. Te: rnenos brilho que um violao folk e rnais brilho do que a guitarra acustica. A linguagem do lazz manouche exige um tlpo especfflco de lnterpretagao. Como seria essa interpretagao? Uma das caracteristicas principais desse tipo de jazz é a liberdade. tanto para exposigao dos temas como para harmonizagao. Muitas vezes, o tema é algo que ca em segundo piano. Tudo vai de acordo com 0 momento e 0 foco é a improvisaqao e interpretagao de cada um. Django Reinhardt nunca tocou uma frase idéntica durante um improviso. Em um detenninado tema, mesmo tendo gravado diversas vezes, é incrivel a quantidade de ideias, motivos e criatividade que ele tinha. Django Reinhardt era unico. Aformago de seu grupolembraolendé-

rio Qulntette du Hot Club de France, do qual Dlango Reinhardt e o vlollnlsta Stéphane Grapelll foram fundadores. Como conheceu os msicos quelntegram sua banda? Elesié eram fas delazz manouche? Na verdade, odisco foi quase todo gravado em formato de quarteto. O Hot Cub tinha dois guitarristas na base. Na formagao do CD, tocamos com um guitarrista ritmico, contrabaixo acustico, violino e o meu violao. Os msicos sao amigos que conheci em Londrina. Nenhum deles sabia nada de jazz manouche. Alguns nunca haviam ouvido falar. Fui apresentando a eles os artistas, a musica e o universo desse género, que é muito envolvente e cativante. Como todos eram instrumentistas experientes, nossos momentos de fazer um som, reuni6es e festas foram forjando a sonoridade do quarteto. Suas mslcas trazem certa carga nostélglca. Quando vocé compoe, ha uma Intengao de fazer uma“v|agem no tempo”? Minhas composigées sairam todas naturalmente, sem pensar em nada. Vieram da inspi1"a<;é'1o e momentos do dia a dia. Sou inuenciado por mestres e estilos que sempre escuto, como 0 préprio Django, Angelo Debarre, Jimmy Rosenberg, musicacigana romenae outras inspira<;6es. Poroutrolado, hafalxas com cllmasque vao além do manouche, como Céu Llmpo, que tem umafaceta mals pop.OvIol§o manouche esté abertoaoutras sonorldades? Com certeza. Quando se toca um acorde ou algumas notas, percebe-se claramente aquele timbre peculiar. Em algumas situagoes, o som funciona muito bem; em outras, nao. O violio tem um timbre bem rude, de coisa antiga. Seria como se comparéssemos uma vitrola a um CD remasterizado. Existem algumas opgoes de captagio, como o Stimer, que


0 proprio Django Reinhardt usou na fase pos-Segunda Guerra. Esse pickup gera um timbre mais préximo ao de uma guitarra acustica. Em algumas apresentacoes, costumo optar por esse sonoridade. Como é sua conversa com Celso Pacheco, que faz o vlolo rltmlco, e os balxlstas Jorge Lulz e Ricardo Penha? O baixista que gravou 70% do CD foi Ricardo Penha. Toco muito com ele e com Celso Pacheco em momentos informais, festas em casa de amigos e coisa do tipo. Acho que esse desprendimento foi fundamental para a naturalidade com a qual o trabalho foi concebido e gravado. Qual lnstrumento vocé usa? Quals caracterlstlcas séo mals atraentes? Tenho alguns violoes manouche, feitos por luthier francés ou fabricados em série. O que mais gosto, pois possui tocabilidade e sonoridade incriveis, é um construido pelo luthier brasileiro Fabio Moffato. E um violio signature inspirado nos modelos Busato da década de 1930. Ele tem a caixa um pouco maior que a dos Selmer tradicionais, o que aumenta a resposta dos graves. E feito com 80% de madeiras nacionais e nio deve nada aos instrumentos europeus. Pelo contrario, tem feito a diferenca quando se junta a outros vio16es manouche. '1

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Tonho Melra: ldeallzador do proleto Guitar Friends.

Por uma boa causa (da esq. para dlr.): Veco Marques, Paullnho Supekovla, Hernan Gonzalez, Rlchard Powell, Angelo Prlmon e Carlos Steln partlclparam da coletanea.

COMO AJUDAR NA FORMAQAO DE NOVOS mdsicos? O produtor gacho Tonho Mei-

ra convidou oito conceituados guitarristas de Porto Alegre (RS) para uma iniciativa que pode gerar bons frutos: uma coletanea com nalidade social. O CD instrumental Guitar Friends contém oito faixas e o dinheiro que for arrecadado com as vendas seré totalmente rcvertido para a compra de instrumentos musicals a serem utilizados no ensino de criancas carentes. Guitar Player conversou com Meira, que explicou a nalidade do projeto. Como surglu a ldela do dlsco Guitar Friends? Pensei no formato de coletanea, pela riqueza e diversidade que um trabalho como este proporcionaria. A intencéo é que o élbum contribua de diversas formas, nio apenas transferindo 0 dinheiro arrecadado em benecio de iniciativas de incluséo, mas também como um ncleo ativo e dinamico de guitarristas conectados com o projeto, que interagem com acoes, repercutindo e divulgando os objetivos. A causa é esta: despertar para a importancia de valorizar e estimular o ensino de msica para criancas e jovens, especicamente para os mais carentes, de familias de baixa renda.

Estudos ja comprovaram que quem estuda msica na infancia recolhe os beneficios na idade adulta, processando de forma avantajada os sons da fala. Pormacéo de é um dos objetivos desse projeto. Sempre considerei que o acesso a msica pode contribuir para a formacao de plateias, e nio apenas de futuros msicos. Por que um dlsco de gultarrlstas? Minha produtora, Lado Inverso, e seu selo, lma Records, tém um historico re-

pblico também

lacionado com a miisica instrumental. Ja haviamos lancado dois albuns de guitarristas. Pensei na reuniao de vérios guitarristas porque queria temasinstrumentais. Como fol a adesao ao proleto por parte dos mslcos? A lma Records ja havia lancado os a1buns Dom, de Richard Powell, e Imagens, de Paulinho Supekovia. Veco Marques, Carlos Stein e Hernan Gonzalez trabalham comigo e todos os outros ja trabalharam também. Portanto, foi uma acao entre amigos, gerada pela nossa relacio de conanca. Uma vez mostrado o projeto, a adesio foi imediata. Todos absorveram a iniciativa como algo necessario e inadiavel. Como seré a dlstrlbulgao e comerclallzaqao do CD? Em Porto Alegre, 0 objetivo é conci-

liar as vendas com acoes de divulgacio e interacao, ou seja, nao é uma venda sica padrao, na qual os consumidores interessados pagam pelo album nas lojas e assunto encerrado. Com o Guitar Friends, as vendas sao feitas em sessoes de autografos, pocket shows, workshows, palestras e assim por diante. Além de uma iniciativa de voluntariado, este disco precisa ser um instrumento de difusio de sua causa, um impulso para reexio e um incentive para outras iniciativas. Como a intencao é se tomar uma edicao anual, 0 élbum so entra de fato em “distribuicao padrao” cerca dez meses apos seu lancamento, quando seu sucessor ja esta sendo preparado. Qual o destlno do dlnhelro arrecadado? Seré doado para escolas, conservatorios, recicladores de instrumentos, ocinas e associacoes que possibilitem a aproximacao de criancas e jovens carentes com a msica. A cada acio, o valor arrecadado sera destinado para uma instituicao. Realizamos um pocket show com autografos em dezembro de 2013, em Porto Alegre, e vendemos 70 CDs. O dinheiro obtido foi repassado a um conservatorio da capital gacha, que é voltaclo a formacao de m1’1sicos de orquestra e oferece aulas a estudantes de baixa renda.


i$i‘2E%i’s

lllTAlllllST|S IIIIIIIIIS Depoimentos dos mrisicos que participaram da coletxinea bmecente

CARLOS STEIN (Nenhum de Nos) DOIS SAPATOS

Apesar de eu ter algum material instrumental guardado, meu trabalho sempre se voltaa pro-

dugao de can;6es.Tem sido asslm nesses quase 30 anos de Nenhum de Nos. Minha musica

na coletanea tem uma espécle de historia embutida. Acabei nao resistindo e inserl algumas falas no arranio, mesmo que lncompreensivels. Avoz tem um valor insubstituivel. Na contramao da maiorla das lnlciatlvas que buscam aprovar proietos para obter recursos por meio de renuncia fiscal, Tonho Meira concebeu uma ideia marcada pela generosldade. O disco Guitar Friends nasceu puramente para ajudar. lnlclatlva rara nos dias de hole. E uma honra estar nesse time.

PAULINHO SUPEKOVIA (artista solo) SAUDAVEL SAUDADE Quando eu tlnha seis anos de idade, meus vizinhos na Praia de Plnhal (RS) tinham um grupo de musica instrumental e. um dia,seapresentaram na garagem para a criangada. Fol a prlmelra vez que ouvi uma guitarra ao vivo. Foi asslm que osonho come<;ou.Oestilo deSaudévelSaudade é influenciado pelos grupos The Ventures, The Shadows e Os incriveis. A musica que compus parao proieto representa ‘0 allmentar de um 50nho'.Assim como sonhel aos seis anos, espero, neste projeto, contrlbulr para os sonhose necessldades de outras pessoas.

HERNAN GONZALEZ (Vera Loca) NAVIDAD DEL 85 Quando compus essa muslca, eu estava obcecado por Tom Joblm e ficava estudando a maneira como ele encadeava os acordes. Esse tema surgiu desses meus estudos. Sac acordes descendo e sublndo cromaticamente. Eles vao criandocadavezmalstensao até chegar, deformamuito natural,at6nica. Em cima disso, crieia melodla que meu instinto pedia. Estou muito orguihoso de partlcipar deste proleto ao lado de grandes nomes da guitarra do Rio Grande do Sui. Nossas criancas devem ser educadas desde cedo a ouvir musica de qualldade.

Guitar Friends.

MARCELO CORSETTI (artista solo) EM ALGUM LUGAR Quando 0 Tonho me convidou para participar desse proleto, aceitei de cara. Compus e gravel a musica logo no dia seguinte. Eu tlnha uma ideia inicial de violao, mas logo perverti tudo. Usei uma PRS Custom 2410Top, uma semiacustica Maya, que é copia de Gibson ES-175, e um vlolao Cort de cordas de ago. Utlllzel um amplificador valvulado ERA de 32 watts ligado a uma caixa Mesa/Boogie 1x12. Gravel com EBowe quatro pedals: wah, Boss Blues Driver, Boss Giga Deiaye um flltro Moogerfooger.

VECO MARQUES (Nenhum de Nos)

DUCA LEINDECKER (Cidadao Quem)

ANGELO PRIMON (artista solo) MANDALA SOLAR Esta composigao traz uma clara intencao de brincar com a duracao das notas. Na introdugao, ha uma conciugao com vlolao de cordas de ago afinado em DADGAD. Este violao conduz o tema inteiro e, aos poucos, sao aplicados violao de cordas de nailon, para exposicoes melodicas, e guitarra com pads e filtros, para texturizagao das pontes do tema. A estrutura funclona com paralellsmos de discursos musicais pequenos, dispostos em

ARVORES

Compus a musica exclusivamente para o proieto e coioquei muita esperanga nas notas. Para enfatlzar a pegada, nao usei palheta. A musica apresenta varias passagens livres para improvlso. Gravei com uma Strato felta pelo luthler Walter, de Sao Gabriel (RS). Toquel a base com um violao Yamaha. O pro]eto é Incrivel, pois, além de seu carater social, tem o mérlto de iuntar varios guitarristas em um mesmo disco.

NATAL 21

Trata-se de uma composigao com espirito natalino, composta em homenagem a minha lha Duda. Gravei com violao Crafter de 12 cordas, um violao Martin de seis e um ukulele. Contei com a participagao de Nico Bueno, no baixo fretless. Tenho orgulho por participar do proieto Guitar Friends, por seu obletivo de aiudar a quem deseia se lniciar na carreira de musico e nao tem condigoes financeiras para comprar um instrumento. E também uma honra estar ao lado de grandes gultarristas, que se doaram pela mesma causa.

clclos de seis e oito compassos e suas ligaRICHARD POWELL (artista solo) IN MEMORIAM

Utillzo somente vioiao nesta composicao. A lnspiragao veio da vontade de homenagear meu pal, falecldo pouco tempo antes do inicio das gravacoes do meu album Dom. O mals interessante é que nenhuma melodla estava composta até o memento em que entrei no estudio para registrar a falxa, na qual utilizei um violao de cordas de nailon da Tagima, captado por um mlcrofone AKG C414 XLII. O resultado final veio do clima que se criou dentro do estudlo — meus dedos estavam sendo guiados unicamente pela emocao. Estar no album Guitar Friends é uma grande possibilldade de aiudar a proporcionar o estudo de musica para um pubiico carente. O combustivel para a continuidade sac as infinitas posslbilldades em que o projeto se encaixa."

goes. A musica se desenvolve em sequéncias

clrculares nas quals, aos poucos, como em uma mandala, cada volta traz um colorido sutilmente distinto de tlmbres. Como musico, ha tempos venho refletindo sobre nosso papel social. Musica “enga]ada" nao preclsa ser uma regra, mas enxergo como algo urgente a acao e reflexao do artista como agente social. Sinto—me honrado em participar do proleto. Assim, por meio da musica, contribuimos para a mudanca. -I


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NOVACARADOBLUE5 ROCKDESLOPAULO (SP), 0 Balls carrega anos de estrada por conta de seus integrantes, especialmente os guitarristas Pi Malandrino e Fernando Gargantini. Conversamos com eles para passar a limpo esse inicio de banda, cujo ponto de partida aconteceu em 2011. De lé para ca, participaram do festival Lollapalooza Brasil

de 2012, realizaram gravagées para projetos especiais e lancgaram o disco de estreia. Balls saiu em margo de 2012 e traz um belo apanhado de riffs, timbres e levadas. Ouvidos mais atentos detectam a devogao pelo vintage. O grupo conta ainda com Danilo Martire (vocal), Lauro Santhiago (batea) e Paulo Pascale (baixo).

Embora a banda sela nova, vocés dols tém décadas de estrada. No que acompanharam o avanqar dos anos e no que permaneceram éls ao passado? Pi Malandrinoz Meu primeiro contato com a seis-cordas foi com 0 violio da minha mac. Gostava de mexer, brincar, tentava tirar algum tipo de som. Jé era fa de


entendi que a musica precisa ter respiros e uma dinamica e que um solo de guitarra precisa apresentar pausas, deve ser sentido e que apenas velocidade niio diz nada. Sempre gostei do ritmo, da batida da mao direita. Sou muito fa de Keith Richards, Malcolm Young e Rich Robinson, e também de Ace Frehley, Mick Taylor e jimmy Page. Isso permanece intacto. Femando Gargantini: Comecei a tocar aos 12 anos, com um viola'o Di Giorgio classico, de cordas de nailon. Porém, desde o inicio, estava bem claro para mim que meu objetivo era a guitarra. Ja toquei metal, hard rock e varios covers que me dao rncdo até hoje. O que permaneceu foi 0 meu amor pelas raizes do rock e blues. Gosto muito dos guitarristas britanicos de blues rock, como Paul Kossof Eric Clapton, Jimmy Page, Gary Moore, entre tantos outros. O que nunca deixei de acompanhar foi a evolucao dos computadores, principalmente na questao de audio. Nosso album é independente e, se nao fosse o Pro Tools e as interfaces de éudio, jamais teria saido como saiu. O disco mostra bastante slntonla com levadas modernosas, embora mantenha o ar de blues e classic rock. E uma tentativa de ampllar o publico? Pi: Compusemos e gravamos o disco sem nenhuma pretenséo de agradar a um publico especico. Fizemos tudo pensando primeiro em agradar a nos mesmos. As musicas sao o reflexo do que gostamos de ouvir e tocar. Nada é programado. E 0 tipo de som que sabemos fazer — o que sai naturalmente quando criamos. Fernando: Temos muitas inuéncias distintas e tinhamos certeza de que o trabalho seria em portugués e direcionado para as guitarras. O resultado foi 0 mais honesto possivel em relacao a nossa experiéncia musical. Jé escutamos muita “groselha” de gente entendida do meio musical e, se tivéssemos seguido seus conselhos, estariamos hoje, provavelmente, tocando em micaretas universitarias. Amslcalndependenbe no Brasll,emespeclalorock,temalgode curlosozvoltouaser Beatles na época. Em 1985, aos 12 anos, ganhei minha primeira guitarra, uma Giannini Sonic. Era o auge do hard rock e heavy metal. Aprendi o basico sozinho e, depois de uns trés anos, procurei um professor. Queria solar e me desenvolver. Ja havia descoberto Rolling Stones, Led Zeppelin, os anos 1970 e 0 blues, com o qual

baslcamente underground. Para quem quer

vlverdoquefaz, qual éo camlnho em 2014? Pi: O caminho é sempre acreditar naquilo que vocé faz e gostar do seu som, das suas musicas e de sua banda. N50 existe formula ou regra. O negécio é niio esmorecer e seguir em frente. Fernando: Nao temos a ilusao de que

nos tornaremos rockstars. Se alguém quer seguir uma carreira e ser respeitado como musico, nunca almeje apenas 0 sucesso ou o reconhecimento instantaneo da grande midia. Claro que todos desejam ser famosos, mas prero ter o meu trabalho reconhecido a virar um sucesso descartavel na mao de gente inescrupulosa. Como um completa o outro em relacao ao trabalho das gultarras no Balls? Pi: Conheco o Fé ha quase 20 anos, mas so fomos tocar juntos uns cinco anos atras. O entrosamento foi perfeito e natural desde o primeiro dia. Mesmo fazendo coisas diferentes na musica, ha momentos em que parece so haver uma (mica guitarra. Isso é fantastico! Hoje, nao me vejo tocando com outro guitarrista. Fernando: Adoro tocar com o Pi. Temos uma forma de tocar juntos que nunca tive com outro guitarrista: a preocupacao com a msica e em como podemos encaixar coisas diferentes em tempos distintos, no respiro da outra guitarra, sem destruir ou embolar nada. E 0 mais bacana é que tudo sai naturalmente. Nunca sentamos e forcamos a barra para construir algo nota a nota. No CD, minha guitarra esta no canal esquerdo e a do Pi, no direito. Da para notar que tentamos fazer o que Keith Richards chama de “ancient art of weaving” — traduzindo, seria algo como “a antiga arte da tecelagern”. Qual é a férmula da banda parasernanter vlva, atlva e com gas para segulr em

frente? Pi: Tem horas que é muito dificil. Banda é um casamento de trés ou quatro pessoas, com suas manias e ideias. Brigas e desentendimentos acontecem em qualquer relacionarnento. Todos devem ceder um pouco e, o mais importante, nao perder 0 respeito entre si. Sempre compor coisas novas e nunca deixar de se divertir tocando sao boas dicas para nao deixar a peteca cair. Senao, perde 0 sentido. Femando: Sou um cara apaixonado por guitarra e nao me vejo longe dela de modo algum. Mas 0 que mantém uma banda viva sao as novas composices e a espontaneidade. Qual a perspectlva do Balls para 2014? Pi: Iniciamos a pré-producao do segundo disco no nal de 2013 e comecamos as gravacoes no nal de fevereiro de 2014. Até maio ou junho, 0 material deve estar nas lojas sicas e virtuais. S50 dez miisicas com a pegada classica do Balls,


mas soando um pouco mais blues rock

EQIIIPMIEIITIJS PI MALANDRINO

FERNANDO GARGANTINI

Guitarras Gibson Les Paul Studio Faded (customizada para Alpine white),Gibson SG Standard (com captadores Gibson ‘57

Guitarras Gibson Les Paul Historic 1958, Gibson Les Paul Studio Joe Bonamassa Goldtop, Gibson Les Paul Classlc (com captadores Seymour Duncan Pearly Gates), Gibson Les Paul Studio Deluxe e Fender Stratocasteri989 Japonesa. Amplificador Laney vc3o (com val-

Classlc ), Gibson Les Paul Special Junior, Gibson Midtown CustomeGibson Nitrous Les Paul Studio (com captadores Sey— mour Duncan SH-i '59). Ampllficador Peavey Valveking 'i'i2 (com valvulas JJ Tesla) Pedals MXR Super Badass Distortion, MXR Carbon Copy Delay, Boss Blues Dri— ver,wah Vox V845, Electro-Harmonix Doctor Q Envelope Filter, lbanez AP7 Analog Phaser, Marshall Bluesbreaker (booster) e afinador TC Electronic PolyTune Mini. Cabos Monster Cable e Planet Waves (para os pedais) Palhetas Dunlop Ultex 1,40 e i,‘i4mm Cordas Gibson Brite Wires .010

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vulasii Tesla) Pedals Suhr Riot, Tonebone Classlc Distortion, Marshall Guv‘nor (década de 1980), MXR Super Badass Distortion, MXR Phase 90, Visual Sound Dual Tap Delay, BBE Boosta Grande,wah Vox V847, aflnador TC Electronic PolyTune Mini e, ocasionaimente, um Line 6 M9. Cabos Tecniforte e George L’s (para os pedais) Palhetas Dunlop 2,0 mm Cordas Elixir .010

2";Z¢§”§Z“Zli?§ib?;T,;§Yi"§‘2551?’?/‘i‘§§ e Aerosmith. O segundo seré mais Free, ZZ Top e Stones. Vamos continuar 2014 na batalha, buscando shows e divulgacio, fazendo clipes e, é claro, compondo mL'1sicas novas.

Fernando: Estou bastante empolgado com nosso novo trabalho. E sempre um deso nio se repetir sem se perder pelo processo. Podemos garantir muitas guitarras e belos timbres no préximo langamento. Espero que seja tio divertido para 0 pblico quanto é para mim!

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Affonso ]r. éguitarrista das bandas Revenge GPTrio e Hard 5’ Wood. Foi aluno Mozart Mello. Foi colunista de Guitar Player durante seis anos. Fundador do Institute Guitar Point, onde leciona hei mais de 20 anos.

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Diégumiaantus ldade: 28 anos Quando comegou a tocar: Aos 12 anos de ldade ' Tempo de aula: Estuda com Affonso Jr. hé quase clnco anos. Estllo: Rock Instrumental Por que toca hem: “O Diego tem um senso de fraseado e harmonia multo apurado", dlz Affonso. “Suas frases transmltem nao apenas uma otima técnica, mas também multo sentlmento e musicalldade. Ele esta constantemente evoluindo, porque dedlca multas horas a gultarra todos os dlas.” Banda: Enigma X Gultarrlstas preferldos: Klko Lourelro, Edu Ardanuy, Guthrie Govan, Andy Tlmmons e Mozart Mello. Gultarras: Jackson Dlnky Reverse, Taglma Edu Ardanuy e Dean Strat. Ampllflcador: Blackstar HT Stage 60 Pedals: Wah da Morley, Tom Tone Back to the Future (delay) ,Tom Tone Mr. Boogie (drlve) e Tom Tone Baby Booster. Cordas: NIG Cabos: Santo Angelo Sonho: Diego responde: “Ser um musico completo que conslga passar algo de bom para as pessoas com a minha arte." -I

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GWT-O1, da Lyco, proporciona ao guitarrista liberdade total de movimento no palco. Esta disponlvel em duas versiiesz 90° (estilo Gibson) e 135° (estilo Fender). Ambas oferecem fécil sincronizagao de frequéncia, via infravermelho. Com seu pequeno circuito alimentado por uma Linica pilha AAA (palito), o transmissor funciona por mais de seis horas e possui alta qualidade sonora. O receptortem

design especial, com tamanho compacto. Lyco - Tel.: (11) 3675-2335 - www.lyco.com.br

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Antes do Golpe de Estado, Aguirra jé era conhecido no meio roqueiro por fazer parte do Harppia, um dos grupos pioneiros do heavy metal no Brasil, formado na década de 1980. Quem no se lembra dos riffs de Salém, a Cidade das Bruxas? “Quando entrei no Harppia, bem depois que o Hélcio havia saido, as msicas que eu mais gostava de tocar eram as dele. Uma delas era Asas Cortadas”, revela Xando Zupo, guitarrista do Pedra que chegou a substituir Aguirra em um show do Golpe, porque Hélcio estava com brago quebrado. “Lembro também dos primeiros shows do Golpe. Era uma época muito dicil em se tratando de equipamentos e 0 Hélcio jé. sabia como tirar som de uma guitarra. O Golpe foi a grande banda de hard rock do Brasil”. Ainda nos anos 1980, o guitarrista

montou 0 Golpe de Estado, com Paulo Zinner (bateria), Nelson Brito (bateria) e André Catalau (vocais). “Conheci o Hé1cio em um sébado a noite, numa festa na casa do Paulio, baterista do Centrias e do Baranga", conta Zinner. “Havia um estdio por la e rolou um som. Eu tocava bateria muito alto. Quando o Hélcio pegou a guitarra, percebi que ele tocava muito alto também. Gostei daquilo. Imaginei que seria bom tocar com ele, porque conseguia ouvi-lo. Na volta da festa, ele me deu uma carona e eu disse que estava montando uma banda. Ele disse que estava no Harppia, mas que tinha gostado de fazer um som comigo e estaria em qualquer banda que eu montasse”. Grande amigo de Aguirra, o baixista Nelson Brito arma que aprendeu com o guitarrista até o ltimo momento. “Tudo

o que vocé quiser fazer na vida, faga hoje.

Nio deixe para amanhé, porque pode nio dar tempo. Essa foi mais uma 1i<;§o que o Hélcio me deixou”, ressalta Brito. “Temos muitas msicas para um novo disco ainda por terminar. Vamos nalizé.-las. Ele nao vai me deixar em paz se eu nio concluir a historia. Foi uma honra conviver com o Hélcio. Tudo 0 que aprendi como msico e como homem foi com ele”. Aguirra também ajudou no desenvolvimento dos amplicadores da marca brasileira Meteoro. “Hélcio foi um m1'1sico que eu admirava muito, por seus xiffs repletos de uma forga contagiante. Sua sonoridade traduzia todo 0 seu sentimento”, diz José Luiz Ferreira, presidente da Meteoro. “Nos encontramos vérias vezes e, um dia, conversamos sobre a Meteoro fazer amplicadores valvulados de palco.


Ele sempre foi urn entusiasta e possuia um conhecimento fantastico nessa area. Conhecia as nuancas eletronicas da amplicaco. Convidei-o para trabalhar em nosso primeiro cabecote e ele aceitou imediatamente. Demonstrava paixo em tudo que fazia e isso nos contagiou. Desenvolvemos o cabecote que leva sua assinatura, o MHA 2000 Destroyer. 0 mais importante foi a amizade, parceria e respeito ao longo de mais de 20 anos”. O virtuose da guitarra Faiska também se recorda da habilidade de Hélcio na area da eletronicaz “Ele sempre foi muito solicito. Quando eu tinha um problema eletronico, ligava para ele e recebia ajuda por telefone. Acompanhei toda a saga da construcio dos primeiros amplicadores Meteoro e da importancia disso para ele." Além do Golpe de Estado, Aguirra integrava a banda de rock instrumental Mobilis Stabilis, ao lado de I050 Luiz Braghetta (guitarra e citara), amigo de Hélcio desde os 13 anos de idade. “Poi meu irmao quem deu a ele seu prirneiro violo, um Del Vecchio. Ele era disciplinado e tinha a coisa da musica dentro dele. Desenvolveu rapids", coma Braghetta. "Depois, fez curso de eletronica e cornecou a trabalhar na area de amContinuei acornpanhanplicadores. do sua carreira no Golpe de Estado e, quando o Catalau saiu, aconselhei fazer um trabalho solo e comecamos a fazer algumas jams. Dai nasceu o Mobilis Stabilis. Incentivei o Hélcio a revelar seu lado melodico. Ele tinha uma criatividade absurda. Vocé assobiava trés notas e ele desenvolvia um tema de dez minutos. Ele era criador de riffs, 0 maior do Brasil, em minha opiniio”. No nal de 2012, 0 Golpe de Estado lancou 0 album Direto do Fronte, que trouxe uma nova formacio. Além do etemo parceiro Nelson Brito, foram recrutados Roby Pontes (bateria) e Dino Linardi (vocais). Durante o segundo semestre do ano passado, o grupo realizou shows cle divulgacio e Guitar Player acompanhou dois ensaios para coletar informacoes para uma matéria com Aguirra, com quem conversamos. Alguns temas foram deixados para serem respondidos em um préximo encontro, que, infelizmente, nao iré mais acontecer. Como homenagem, decidimos pu-

blicar a ltima

- e inédita - entrevista

que Hélcio Aguirra concedeu

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revista.

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OGolpedeEstado|étem quase3O anos evocés tém reallzado shows de lan;amento do disco Dlreto do Fronte. O pbllco que val&sapresentag6es mudoudelépara cé? Houve uma renovacao. Tem aquela coisa de os lhos e sobrinhos da galera mais antiga passarem a assistir aos shows. E,

claro, ha o pblico que nos acompanha desde 0 inicio. O album anterior, Pra Poder, fol langado em 2004.0que zeram durante esse Intervalo de olto anos? Nunca paramos, apenas camos fora da midia. Para divulgar esse trabalho, continu-


|-|é|.c|o AG_UlRRA Hélclo Agulrra com o Mobllls Stabllls.

amos a fazer shows pelo interior e litoral. Como vocé encontrou um novo baterIsta e um novo vocallsta para o Golpe? Por indicagoes. Um cara que ajudou bastante foi o Xando Zupo. Ele ja conhecia o Dino e realizamos um teste no Overdrive Studio, do Zupo. Eu no imaginava encontrar caras com pers tao

legais. Nao poderia ter escolhido melhor. Para mim, 0 Golpe representa uma veia artistica na qual posso extravasar. A banda tem a ver com minha losoa de guitarrista e composigéo. Como foi o processo de criagéo das cangoes de Dlreto do Fronte? Algumas faixas vierarn de demos que eu jé estava fazendo com o Kiko Miiller [ex-vocalista do Golpe de Estado]. Marymoon foi

inspirada na guitarra do Dino, que era azul metélica, e faz uma analogia entre a garota e um personagem. Na faixa A Bolha, tive um insight, fui para 0 estdio e comegamos a trabalhar nela As coisas simplesmente uem. As msicas passam por transformagoes, mas, quando componho, ja fago

harmonia, riff e letra. Sai algo meio pronto. Quando compe, vocé grava as ldelas em casa? Sim. Gravo riffs no celular e, as vezes, eu os reaproveito. Mergulho fundo no terna sobre o qual quero falar e isso me consorne de um jeito que tenho de orgzmizar "pastas rnentais”. Por exemplo, tudo que vejo na rua e pertence a um tema entra em sua pasta especica. Além disso, canto internamente as melodias. Com quem vocé aprendeu a tocar gultarra? Minha historia com a guitarra comegou com meu pai, que tocava bandolim em casa. Ele gostava de ouvir discos cle 78 rota<;6es em agulha de a;o, com aparelho valvulado. Lembro de quando eu era bem pequeno e cava mexendo nas coisas dele e ouvindo meu pai tocar bandolim. Com ele, aprendi também o ritual de escutar msica. Meu pai tinha essa coisa de deixar uma meia-luz e colocar coisas de Carlos Gardel, Francisco Alves, Mario Reis... Guitarra mesmo, demorei um pouco para aprender. Aos seis

anos, fui estudar piano. Como eu nao era alfabetizado, aprendi por cores. O Mobllls Stabllls tem uma vela de rock progresslvo. De ondevem essa caracterfstlcaem seu estllo? O Harppia derivou do Via Lactea, que era uma banda progressiva, formada em 1979 ou 1980. O Mobilis é um quinteto, formado pelo Nobuga, que é percussionista, ojoao Luiz Braghetta, que toca guitarra e citara, o Alaor Neves, na bateria, e Ney Haddad, no baixo. Vocé toca gultarra dlarlamente? Sim, é inevitavel. Sempre estou en-

saiando, gravando, tocando, experimen-


tando ou consertando. Por falar em consertos, com quem aprendeu a mexer em gultarras, amplIfIcadores e pedals? Eu mexia com eletronica desde pequeno. Quando tinha 16 anos, comecei a consertar prossionalmente. Trabalhava em uma ocina, onde eu montava radio amador, mesa de som, som de carro e até radio de barco. Aprendi bastante nessa época. Montava mesa de som e inventava painéis de controles para ligar dois gravadores, dois toca-discos... Trabalhei dois anos para comprar 5. prestagéo minha primeira guitarra, uma Giannini SG preta, no Mappin. Eu tinha 18 anos. Gostava daquela Giannini. Coloquei nela captadores de Ibanez e arrumei 0 brago. Deixei bem legal. Vocé usava SG no Harppla e no lnlclo do Golpe de Estado. Por que mudou para Flying V? Por causa do Michael Schenker. Além disso, gosto do fonnato, da ergonomia e do fato de ser levinha Tem genre que nan consegue

nem pegé.-la no colo, mas me acostumei.

DepolsveloaStrato. Eu sabia que o Seizi Tagima fazia orimas Tele e Strato. Pedi uma Tele, por ser diferente. No comeqo, nao tinha nem alavanca, mas fui envenenando a guitarra. O que utlllzou para gravar Dlreto do Fronte? O album foi gravado no esnidio Mosh. Usei uma caixa Marshall com quatro alto-falantes Celestion G12H de 12” e 30 watts. O cabegote foi um Meteoro MHA. De guitarras, utilizei uma Fender Stratocaster American Standard 1996 e duas Flying V. Uma delas é a Arbiter vermelha, feita por urn luthier inglés. A outra é preta e branca, construida pela Tagima a partir do modelo Arbiter. Mesmo mexendo com ampllcadores hé tanto tempo, vocé mantérn um tlmbre caracterlstlco. No procura outros sons? Quando z 0 MHA, em 1993, pensei em um amplicador para usar a vida inteira. E inspirado em modelos da Marshall. O MI-IA 2000 esta em produgao até hoje, a


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l‘léE§'9see5°rH,!EBA galera gosta. E um cabecote de 100 watts e a caixa correspondente tem quatro falantes de 12”. Pode ser usado também com duas caixas. O MHA representou o retorno dos arnplicadores valvulados no Brasil. No inicio dos anos 1980, pararam de produzir esse tipo de amp no pais. Aprendi ainda mais sobre amplicadores a partir dai a falta de amps valvulados gerou muita procura por manutencao e eu consertava. Arrmnei amps de quase todas as bandas e artistas da época, desde Salério Minimo, Virus, Ratos de Porio, Mascara de Ferro e Inocentes até Lulu Santos, Herbert Vianna, Faiska e Roberto de Carvalho. Eu trabalhava de madrugada nos aparelhos. Chegava em casa e havia uma pilha de 20 amps, fora os meus! Pegava amps amigos e desmontava, para comecar do zero. Mexi em muitos Marshall dos anos 1970. Tive um que foi dos Mutantes e chapei. Fui atras do Claudio César Dias Baptista, irmio do Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Ele escrevia na revista Nova Eletrnica, publicada na década de 1970. La, ele disponibilizava kits para

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montar modulos sintetizadores. Foi muito louco virar amigo e conversar com ele sobre essas coisas. O cara é um génio. Vocé ainda fazessetlpo de trabalho? Sim, mas bem menos. Diminui muito nos ltimos anos, para me dedicar a tocar. Eu também alugava amplicadores, principalmente para o programa do Serginho Groisman. Aluguei também varios amps para o pessoal do selo Plug, da gravadora RCA, que registrou muitas bandas do sul, como Replicantes, Engenheiros do Hawaii e Garotos da Rua. Eles cavam com os amps por um més ou mais. O que vocé tem em sua pedaleira ? E uma doideira! Tenho um Cry Baby de 1970 com bobina Maestro. A sonoridade varia de acordo com a bobina e esta Maestro tem o som de que gosto. N50 é muito aberto nem muito fechado, é mediano. Esse wah conta também com true bypass. Minha pedaleira tem ainda um Marshall Guv’nor, aquele primeiro modelo lancado, que esta na contracapa do disco Still Got the Blues, do Gary Moore,

com botoes coloridos. Também uso um Rocker Distortion, da Boss, que tem pedal acelerador, volume e tonalidade. A distorcao é controlada no acelerador. Esse pedal nio exlste mals? Nio. O Gary Moore o usava no inicio de sua fase hard rock. Fiz 0 mesmo com 0 Guv’nor: adaptei um pedal de expressao, tirei 0 controle de drive e passei para um volume auxiliar. Ficou perfeito. A gravadora Substanclal relanqou discos do Golpede Estado. Qualssioeles? Nem Policia Nem Bandido, Quarto Golpe e Zumbi. Os dois primeiros da banda nio foram relancados porque sio da Baratos Ans. Quals sio os proxlmos planosdo Golpe? Estamos escrevendo mlisicas para um novo disco e planejando um DVD. Qualfalxa de Dlreto do Fronte melhorrepresenta o seu estllo de tocar? Feira do Rato. No YouTube, hé muitos comentérios dizendo que 0 rock nacional nao tem mais riifs. As pessoas elogiam bastante o riff e a letra dessa msica. -1



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Luciano Magno CAMILA DOURADO VALORIZAR OS RITMOS BRASILEIROS é 0 papel que Luciano Magno vem desempenhando na guitarra ao longo de seus quase 25 anos de carreira. A exaltagao a estilos nordestinos, como frevo e baiao, é a caracteristica marcante de seu trabalho autoral, mas ele também passeia pelo samba, bossa nova, choro, maxixe... tudo com uma boa pitada de jazz. Executar ritmos originalmente tocados em outros instrumentos é um desao a quem se dedica a seis-cordas. Incorporar o frevo — um género marcado pelo naipe de

metais — a guitarra é tun bom exemplo. Armandinho Macédo é um grande representante dessa juneao e Magno, por sua vez, vem desenhando com brilhantismo sua historia por essa tn'lha — um universo natural para ele, que carrega as principais referéncias nordestinas em seu vocabulario. Nascido em Paulo Afonso (BA), o guitarrista teve contato com as manifestagoes culturais tipicas da regiao logo na infancia, sobretudo por inuéncia de seu pai, o acordeonista pernambucano Luiz Tenério (seu Lula). Aos 17 anos, no inicio da década de 1990, foi para o Recife (PE), onde viu sua carreira ganhar forma e constmiu um extenso curriculo. Magno tem seu nome vinculado as cole-

taneas Recife I-‘revoé. do produtor Carlos Fernando. Panicipou de diversos discos de André Rio, do DVD Marco Zero, de Alceu Valenga, e do album comemorativo 100 Anos de Frevo, que traz grandes nomes da musica brasileira, como Gilberto Gil, Eclu

Lobo e Luiz Melodia. Como arranjador e produtor, Magno gravou e produziu trabalhos de Dominguinhos, Elba Ramalho, Nana Vasconcelos, entre outros artistas. O guitarrista langou oito élbuns solo e ganhou uma representativa quantidade de prémios. Costuma também realizar tumés pela Europa, EUA e América do Sul, onde divulga os ritmos brasileiros. No ano passado, Magno laneou 0 método Guitarra no Frevo (editora DPX), 0 primeiro do género no Brasil. No livro, o guitarrista detalha 0 sotaque caracteristico do estilo. Ele sugere que o aluno amplie o conhecimento das técnicas musicais por meio da estrutura do frevo, pois é um conceito que pode ser aplicado em outras vertentes, como samba e jazz. Para 2014, Magno prepara um novo album instrumental, Estrada do Tempo. Segundo o musico, sera um trabalho repleto de referéncias e arranjos contemporaneos, que valorizarao nio apenas os ritmos, mas a linguagem da guitarra brasileira.


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LUCIANO MAGNO 0 espaco com o trio elétrico, que também tocava frevo, mas com outra cara eletrizada e com sotaque baiano. Eram duas correntes musicais e eu gostava de ambas. Quando fui morar em Recife, logo comecei a tocar nos Carnavais. Dai, foram surgindo gravacoes e o frevo sempre teve seu espaco. Nos nais de ano, a gente jé comeca a produzir muito para 0 Camaval, mas tem o frevo instrumental, que vai além da folia e segue durante o ano todo. Este talvez seja 0 modelo que mais me encanta, pois o ptiblico pode apreciar a qualidade da composicio, do arranjo, do

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solista virtuoso.

Para falar da evolugao do frevo, gostarla de cltar o compositor e produtor Carlos Fernando, que morreu recentemente. Qual asua lmportancla para o género? Carlos Fernando proporcionou ganhos signicativos para a diisao do frevo no pais. Além de compor classicos, como Banho de Cheiro, trouxe grandes nomes da MPB para as suas gravacoes, desde o primeiro disco da série Asas da América, em que teve Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jackson do Pandeiro, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Alceu Valenca. Ele contou também com Robertinho do Recife e Paulo Rafael, grandes nomes da guitarra brasileira. Carlos Femando tinha essa capacidade de somar e trocar experiéncias. Era ousado na busca por sonoridades modemas e trabalhava com os melhores arranjadores. Eu o conheci nos anos 1990, em Recife, por meio do amigo e também produtor Tovinho. Carlos Fer-

nando me convidou para gravar um frevo de Dominguinhos, Onze de Abril, que estava dando dor de cabeca para quase todos os musicos que participavam da gravacao. E um frevo de dicil execucao. Quando cheguei ao estudio, deparei-me com apartitura. A parte era extensa e eu precisava gravar naquele momento. Enquanto terminavam os saxes, fui com a guitarra para o patio do estdio e coloquei tudo na p0nta dos dedos. Acho que me sai bem, pois fui convidado para todos os outros projetos que ele produziu a partir de entao. De quebra, Dominguinhos me convidou para gravar em seus discos e realizar shows. De que forma vocé entrou na cena do frevo? Meu interesse pelo frevo, assim como por outros géneros brasileiros, vem da infancia, movido pelos bailes de Carnaval em minha cidade natal, onde o frevo reinava absoluto até, mais tarde, dividir

Quem sao os grandes representantes e suas prlnclpals Insplrages no frevo? Nomes lendarios como Capiba, Nelson Ferreira, maestro Duda, Alceu Valenca. Cito também os da nova geracao, como maestro Spok, maestro Forré e André Rio. Além deles, Dominguinhos e Sivuca sao nomes que me inspirararn muito. Um dos discos que mais ouvi quando garoto foi Forré e Frevo, de Sivuca, em que ele ja fazia um frevo bem modemo, com o esquema de solos improvisados que temos hoje. Uma das caracterfstlcas do frevo é o andamento répldo. Esse é o prlnclpal desaflo? O frevo é uma mtisica de dicil execucao para o solista. Além da boa técnica exigida, 0 guitarrista deve prestar atencao nas guras ritmicas do género. Pausas, sincopes e contratempos sio muito utilizados e, além disso, 0 msico tem de observar a dinarnica e expressao. Sao pontos que podem dar certo trabalho para quem deseja se adaptar ao estilo. Uma dica é tocar o tema em um andamento mais lento, prestando atencio em todas essas nuan<;as citadas, e ir acelerando progressivamente, até chegar ao andamento correto com seguranca e conforto. Os metals sio os prlnclpals Instrumentos do frevo, portanto, fol necessérlo adaptar para a gultarra as llnhas escrltas para outros lnstrumentos. Que habllldades envolvem essa adaptacao? Frevos tradicionais sio compostos, em sua maioria, com pergunta e resposta entre a secao dos saxofones e a dos metais, mas, em geral, da para 0 guitanista tocar ambas as linhas. Uma forma de resolver isso é reduzir a duracio de algumas notas da melodia ou até mesmo omitir um pequeno trecho de uma das sec6es. Outra maneira seria gravar duas ou mais guitar-


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ras, fonnando um naipe. Quando estou criando, decido logo no inicio o rumo que darei a composicao. Escolho se vou escrever um arranjo em que a orquestra estaré em primeiro plano ou se vou fazer um frevo para um solista, que pode ser a guitarra, enquanto a orquestra vai preenchendo os espacos, fazendo os contrapontos. Exlste um tlmbre especfflco para que a gultarrase mlsture aos metals? Em meus discos, prero utilizar guitarra acstica. Acho o som clean mais elegante e charmoso. No palco, tocando

junto com orquestra, vejo que a distorcao faz com que a guitarra ganhe mais forca para poder se sobressair junto 21 massa. sonora dos sopros. E uma questao de gosto. Como vocé pensou o método Guitarra no Frevo? Em primeiro lugar, pensei na construcéio de frases que podem ser utilizadas sobre um determinado acorde. Depois, vou ampliando a ideia e sugerindo mudancas ritmicas e melédicas. Mais adiante, levo essas ideias para uma progressao maior de acordes. A partir dai, surgem varios exemplos melédicos interessantes, que podem possibilitar ao msico uma grande uéncia na improvisacao e ser utilizados em outros géneros musicais. Finalizo o livro com exemplos de improvisacao em cadéncias que podem ser encontradas em frevos tradicionais e nos mais contemporaneos. Que dlcas darla para que o material do método sela bem explorado? ‘ Para aqueles que nao tém habilidade com leitura musical, 0 livro traz a tablatura de todos os exemplos. Também gravei o audio de todos os exercicios, o que facilita a compreensao e ajuda aqueles que quiserem tirar de ouvido. Para um aprendizado sélido, é necessério trabalhar os exemplos iniciais, para que 0 guitarrista ganhe embasamento e, como resultado, o estudo possa ser inteiramente enraizado. O estudante tera também um avanco signicativo no campo da harmonia, pois os exemplos possuem a cifra com os acordes dos temas. S50 situac6es encontradas em todo tipo de

frevo, samba, choro e standards de jazz. Em sua méslca sac evldencladas outras sonorldades, como nas cangoes Que xote! e BaI5o Experimental, ambas do élbum Llberdade (2000). Outro exemplo é a verséo do choro Noltes Carlocas, de Jacob do Bandolim, que apresenta velocidade e caracterlstlcas do frevo. como chegou a essa abordagem? Comecei cedo, em meados dos anos 1980, tocando um pouquinho de tudo. Gostava de choro, rock, samba, jazz, baiao e MPB. N50 havia métodos a disposicao, entao era necessério praticar o ouvido, tirando msicas. Sempre dei muita. importancia a mtisica brasileira, principalmente MPB e msica instrumental. Gosto muito da riqueza harmonica e ritmica e da diversidade de estilos de cada regiao do pais. Isso me ajudou a ter um entendimento e uma visao sem amarras — toco naturalmente aquilo que me sensibiliza. Ampliei minha linguagem estudando jazz, e é assim que deixei de ser regional para ter uma linguagem mais universal. E 0 caso das composicoes Que Xote! e Baio Experimental, do meu primeiro disco. Elas foram concebidas nesse periodo de imerséio no mundo jazzistico. Noites Cariocas é um choro que toco desde garoto. Ao longo do tempo, fui rearranjando essa obra, modicando uma coisinha aqui, outra ali. Hoje, tenho uma verséio mais pop para ela. Noites Cariocas é uma composicéio que arma nossa identidade e, ao mesmo tempo, é global e jazzistica. Jacob ja era tudo isso! Em 2012, vocé fol condecorado com o Titulo de Cldadao Pernambucano pela Assemblela Legislatlva do Estado de Pernambuco. Esperava essa homenagem? Fiquei muito orgulhoso. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Eu estava ali, perante guras importantes da sociedade, familiares, amigos, politicos,

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artistas e admiradores, com direito a uma jam session ao lado dos meus parceiros. Posso atribuir esta comenda a todos os anos de trabalho, dedicacao e respeito com que tratei minha trajetéria musical, contribuindo para a difusao da msica pernambucana no Brasil e exterior. Naquele momento, pude ver um lme da minha carreira: minha chegada a Recife, o periodo com a primeira banda, minha passagem pelo Conservatorio Pernambucano, 0 inicio nos estdios até me tornar produtor e arranjador, os artistas que produzi e com quem gravei, 0 an-.

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LUCl,l~\iflMOWMAGNO

Equipamentn Gultarras: Condor JCi6O, JCi6, CPR Pro ll e GX4O.

Violes: Condor CN53O e Condor M by Martinez (nailon); Condor BCiO de 6 cordas e DC7O de 12 cordas (ago).

Ampllflcadores: Meteoro MGV30 (palcos menores) e Reactor Drive MV500 (amblentes malores). Pedals: NIG Easy Drive'n Booster, Hot

\|EliSllll Mlllllllllll

Cabos: Santo Angelo Vintage, Premium Pro e klt VC.POD 5. Palhetas Lost Dog personallzadas.

Carnaval, a festa de S50 Joio do Nordeste, o momento em que iniciei a producio e divulgacio dos meus discos, as turnés internacionais... Tudo isso com Pernambuco sempre na bagagem — o frevo, o for-

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Drive, Shred Pro, Analog Stereo Dual Chorus, Analog Tap Tempo Delay e AS-i Amp Simulator. Pedalboard da Fire Custom Shop. Cordas: NIG .010 (guitarras), .011 (semlacustlcas) e .012 llsas (acusticas).

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ré, o instrumental. A composlqao Esquentadlnho. de sua autoria, ganhou letra de Moraes Morelra. Como se deu essa parcerla? Em sua construcao, Esquentadinho traz inuéncia musical de Moraes Moreira, mas tem muito do frevo pernambucano, das orquestras. Naquela época, decidi compor um frevo com uma ligacao entre Pernambuco e Bahia, haja vista que trago referéncias dos dois estados. Em 2009, fui ao Rio de Janeiro para iniciar a gravacao do CD Rapsédia Nordestina, em parceria com o cantor

pernambucano André Rio. Convidamos o Moraes para ir ao estiidio nos mostrar uma musica. Gravamos uma inédita de sua autoria, Chamego de Muié, uma mistura de samba do reconcavo com baiao. Na ocasiio, mostrei Esquentadinho e ele me pediu uma cépia. Alguns meses depois, entregou-me a letra. Fiz alguns shows com ele durante aquele periodo e tocamos juntos em 2011, na semana pré-carnavalesca de Recife. Queoutrasparcerlasvocédestacariaoomo asmalsrepresentatlvasemsuacarreira? Meu contato com Dominguinhos,

Nana Vasconcelos, Alceu Valenca, André Rio, Heraldo do Monte, Roberto Menes~ cal, Spok, Tovinho, entre outros grandes artistas, trouxe coisas bacanas, com um incremento musical de alta qualidade para mim. Tenho outros parceiros também, letristas com quem componho, como I050 Arajo, que mora na Alemanha, Gilton Della Cella, de Salvador, e Marsel, de Recife. Nos ultimos anos, compus musicas com outro parceiro maravilhoso, o autista e saxofonista carioca Marcio Resende, radicado em Fortaleza. O que pode adlantar sobre seu novo al-

bumlnstrumental? Esta praticamente pronto. Estou empolgado com 0 resultado das composicoes. Boa parte das miisicas foi feita em turnés na Europa, no tempo livre, em meio aquela atmosfera de festivals. Volto a tocar de uma forma mais parecida com o meu inicio, atrelado a minha brasilidade, mas com a experiéncia de quem chegou aos 40 anos. Melédica e harmonicamente, é um album bastante eclético e rico. Para este trabalho, recebi um grande presente, Samba Magno, composta para mim por Roberto Menescal, um grande amigo e incentivador. Gravei a msica junto com ele, em um clima bem descontraido. O disco traz ainda ritmos como maracatu, xote, baiao e frevo, sempre com uma vibe de jazz brasileiro, recheado de improvisos. 1


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A HIST6R|A DA GUITARRA TRAZ superconhecidos de inuéncias que geraram verdadeiros mitos. Eddie Van Halen é f declarado de Eric Clapton e tudo o que ele queria era soar como 0 Slowhand da fase Cream. O nao menos do que genial Yngwie Malrnsteen se veste como Ritchie Blackmore, usa guitarras escalopadas e evoca frases do ex-integrante do Deep Purple. Ainda assim, costuma dizer que uma de suas principais inuéncias é Mozart. Em entrevista publicada algum tempo atras em Guitar Player, o talentoso Andy Timmons arrnou que o mais importante professor de guitarra que teve foi um sujeito que o ensinara a ouvir musica, apre~ sentando artistas importantes do poncasos

mi?

to de vista conceitual. Naquela mesma conversa, Timmons citou o australiano Tommy Emmanuel como um dos maiores instrumentistas do mundo. Outro exemplo é Joe Bonamassa. Quando oouvimos, pode-se perceber que ele escutou Jimmy Page, Eric Johnson e até Gary Moore, mas 0 resultado é uma mistura dessas e muitas outras influéncias, em uma obra que nio é feita por ninguém a nio ser Bonamassa. Cada musico temasuainuéncia. Unica e singular. N50 signica copiar, mas, sim, ser tocado e inspirado por aquele som. A ideia desta matéria foi levantar as inuéncias que moldaram 0 panorama da seis-cordas nacional. Entramos em contato com 50 representatives nomes da his-

téria da guitarra brasileiraepedimos: cite um guitarrista que te inuenciou ou que te chamou a atengao em algum momento da vida e diga por que. Para evitar repetigoes, os convidados tinham de informar o escolhido e, caso alguém ja tivesse mencionado 0 guitarrista apontado, outro nome deveria ser selecionado. No ranking de citag;6es,Jimi Hendrix foi o lider, seguido de Eric Clapton, Jimmy Page e Jeff Beck. Além de contar de maneira sucinta a histéria da guitarra no Brasil, 0 resultado é uma espécie de guia, que pode servir como porta de entrada para guitarristas que vocé desconhece ou tuna referéncia para vocé ouvir de forma diferente os mestres com os quais ja esta familiarizado.


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“S50 muitos os idolos e maior ainda 0 ntimero mas nenhuma delas foi marcante quanto a do guitarrista Rick Vito. Ele tocou com John Mayall (seu solo na faixa Sitting on the Outside, do album New Year, New Band, New Company, é um abuso de pericia e timbre de Telecaster), Bonnie Raitt, Jackson Browne e foi guitarrista do Fleetwood Mac. Vito é um mestre do bottleneck. Foi ele quem me ensinou cada detalhe e nuanca dessa técnica fabulosa. De Robert Johnson a Robert Nighthawk, de Earl Hooker ao slide malandro de Muddy Waters ou o classico estilo de Elmore James, do lirismo modal de Duane Allman as anacoes de seu contemporneo Ry Cooder, Vito me mostrou tudo sem jamais esconder um unico truque. E dele a verdadeira gema preciosa do bottleneck na historia da guitarra mundial: seu solo em Like a Rock, do disco homonimo de Bob Seger. é um tratado antologico de timbre, tempo e toque. Desde meus primeiros registros com os I-lerois do Brasil, Rita & Roberto, Raul Seixas e Marcelo Nova até meus solos de grandes inuéncias,

tio

nos discos Mandinga,

A

Touch

of Glass,

The 2120

Sessions. Catharsis e Banzo, carrego a sombra de sua arte comigo. Busco essa qualidade, entrega e paixio. Eric Clapton me inspirou a tocar guitarra e Pat Martino e John McLaughlin me apontaram o caminho do estudo perene do instrumento, mas é a meu amigo querido Rick Vito que devo

minha carreira de sideman neste paisl”

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“Grande mestre inventor do heavy metal. Foi o primeiro guitarrista genuinamente pesado, cru, violento e maravilhoso. 0 disco de estreia, Black Sabbath, de 1970, traz um Iommi misturado a elementos de jazz e blues, com varios improvisos. A banda gravou tudo ao vivo, como se estivesse no palco, e Tony esté dark, misterioso e mistico. O tema de abertura, que da nome a banda, é simples e sinistro, uma verdadeira revolucao na musica. Iommi também compos lindos temas acusticos em sua carreira, sejam introducoes para musicas pesadas, como Children of the Sea, ou pequenos interldios, como Orchid. Seus solos so nicos, talvez pelo problema que tem nas pontas dos dedos. Seu timbre é inconfundivel - puro e direto. Sem Tony Iommi, 0 heavy metal nao existiria e a mtisica seria mais pobre.”


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“Quem viveu a virada dos anos 1960 para os 19/O sabe que o marco na historia da guitarra é Jimi Hendrix, principalmente para mim, que tocava instrumentos que foram eletricados, na década de 1940, por Dodo e meu pai e grande mestre Osmar. No Brasil, dada a importante traducio do rock incorporado a msica brasileira, escolho Pepeu Gomes. Com o grupo Novos Baianos, ele realizou a grande fusao de rock, samba e bossa nova. A prova esta nos discos Acabou Chorare e Novos Baianos EC., que, no comeco dos anos 1970, fora.m um marco para mim. Pepeu tocava chorinho, frevo, Beatles, Hendrix...”

BHnMARr1Nx-.lR1r[lAP1uN “Eu poderia citar varios guitarristas: Hendrix, Harrison, Santana, Beck... Mas 0 que mais me impressionou foi Eric Clapton na fase Cream. Essa banda foi responsavel pela fusiio entre blues, rock e jazz. Usavam improvisos para voar alto e o resultado era uma explosao de criatividade e quebra dos padrées.”

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llNDiU0.lERRr1_. PMMARIINU "Um dos meus guitarristas favoritos continua sendo Pat Martino. Meu primeiro contato com esse grande musico foi em uma versao de Insensatez, na qual dava para sentir a inuéncia de Wes Montgomery, mas com frases repletas de personalidade. Mas o trabalho mais marcante para minha formacao musical foi joyous Lake, vinil lancado em 1976, em que Martino, acompanhado por Delmar Brown (Rhodes, synth), Mark Leonard (baixo) e Kenwood Dennard (bateria), mostrou seu lado criativo e inovador, tocando em uma onda supermoderna, cheia de vitalidade e com ideias musicais muito interessantes. Adoro todas as seis faixas do album, mas uma em especial que vale destacar é Mardi Gras, pelo suingue brasileiro na levada e o improviso maravilhoso de Pat. Uma coisa que sempre me chamou a atenco em seu jeito de tocar guitarra foi a consciéncia musical - seu dominio quando esta improvisando é impressionante. Passa do modal para voos cromaticos com elegancia e criatividade. N50 ha aquela coisa chata de querer forcar a barra com notas bizarras e sem sentido. Ele é muito cerebral, mas, ao mesmo tempo, cheio de musicalidade. Em 1980, sofreu um aneurisma cerebral que ocasionou graves sequelas. Talvez a pior tenha sido a amnésia que o deixou sem a menor lembranca da guitarra e de sua carreira musical. Com muito esforco e a ajuda de amigos, conseguiu reaprender a tocar guitarra. Seu retomo a carreira musical aconteceu em 1987, com a gravacao do album The Return. Esse homem é um exemplo de vida e perseveranca. Deus perrnita que possamos aprender muito mais com a guitarra genial de Pat Martino.”


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‘A0 contar minha histéria musical, uma gura é imprescindivel: Hélio Delmiro. Lembro-me de andar de moto e reduzir a pilotagem para ouvir 0 solo de Cagador de Mim [Milton Nascimento] no Walkman. Pegada ‘malaca’, na unha, como é bom! E ha os bends unissonos que Pat Martino também faz, mas Pat nio ‘chora’ tanto quanto meu idolo brasileiro,

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que, sem saber, ja me deu conselhos e aulas pelas esta<;6es e especiais de Elis e Tom. Nosso padrinho jazzista, que todos vierarn visitar e tirar 0 chapéu. Hélio Delmiro merece nosso maior respeito e admirago, em honra a guitarra universal.”

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“Quando comecei a tocar, nao se dava muito valor a guitarra ritmica. Com 0 passar do tempo, entendi essa importante fun<;§o e foi ouvindo Keith Richards que aprendi a desenvolver 0 conceito de guitarra ritrnica em uma banda. A precisio, rmeza e balanqo dos riffs e acordes de Keith me envolveram. Esse clima de magia me inspira quando estou no palco e sempre tento reproduzir essa vibe. A guitarra de Richards joga a musin ca para cima, com alegria.

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iiirlnurmi “Jé rive varias fases. Fui introcluzido a musica via rock nacio-

nal oitentista e a trilha sonora do lme La Bamba, quando eu tinha uns nove anos. Na adolescéncia, foi 0 punk e metal. Depois vieram os classicos... Sempre admirei guitarristas que soassem mais como inscrumentistas musicais e que comunicassem em conjunto. Nunca liguei muito para solos, nunca liguei para virtuose. No AC/DC, acho que f*** mesmo é 0 Malcolm, saca? Com a maturidade, aprendi a amar, e amo cada vez mais, o Edgard Scandurra. Sei la como ele faz aquelas coisas na guitarra. Vocé nio consegue nem prestar atengio no que ele esté fazendo com as mios, porque 0 que sai da guitarra é hipnotizante. E selvageria pura. Eu o coloco junto de Pelé, Anderson Silva, Svio Santos, Miles Davis e Jorge Ben Jor. No Brasil, hoje, é dele que tenho tentado ‘roubar’ 0 méximo possivel. Como 0 restante da raga humana, esrou apenas engatinhando em busca da conexio com o universo, e Edgard jé esta la faz tempo.”


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“Um dos caras que mais me inuenciou, principalmente pela sua postura, foi Pete Townshend, do The Who. Quando escutei 0 album Who’s Next, quei impressionado com aquele som. Keith Moon era 0 malucao e todos achavam que 0 doidio era 0 Pete, mas ele era 0 mais centrado, o agregador da banda. Minha primeira guitarra foi uma SG 1982, igualzinha a dele — foi o Flévio Venturini quem me deu —, e possuo essa guitarra até hoje. E uma das melhores que tenho. N50 por acaso, se vocé abrir 0 segundo disco do 14 Bis, estou no palco com essa SG e vestindo um macacao branco, como o do Pete. O cara me inuenciava tanto que, sem perceber, eu me vestia como ele e fazia os mesmos gestos. Mas eu gostava rnesmo era daquele som cru! Até hoje, para variar, continuo na trilha do Pete, tanto que continuo usando a velha Gibson e amplicadores Hiwatt."

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“No nal dos anos 1970, entre muitos guitarristas que busNu?

cavam novos timbres em seus instrumentos, surgiu a revolucionaria banda The Police e seu experiente guitarrista Andy Summers, que tinha 0 conhecimento do jazz, a pegada do

rock

e 0 desejo de transgredir a sonoridade vigente, criando solos minimalistas e acordes maravilhosos. Ele introduziu conceitos de pegada e timbres totalmente novos no rock e foi

uma dos caras mais imitados desde ent§o.Aque1e chorus virou uma marca registrada do som que fazia. Andy Summers vem da escola do jazz e da experimentaco, portanto, se dava bem com artistas inventivos e fez trabalhos com Brian Eno e Robert Fripp. O Police foi uma grande banda, que revolucionou 0 mundo, introduzindo 0 reggae na msica pop de uma maneira muito especial.”

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“Meu grande guru da harmonia foi Barney Kessel. Alias, ele foi o professor de todos da minha geracao. Fui assistir ao lme Sabes 0 que Quero (1956) no Cine Maraba e sai de la comentando sobre uma mulher linda que cantou e um cara que a acompanhou com um som de guitarra impressionante. Era ajulie London com Barney Kessel tocando Cry Me a River. Na época, ninguém imaginava como se faziam aqueles acordes. Antigamente, podiam-se ver vérias sess6es seguidas, e eu entrava no cinema ao meio-dia e assistia a diversas sess6es so para tirar aquele som. Nio havia gravador

nem tocava no radio. Eu tinha de gravar na cabeca. Depois de um tempo, saiu 0 disco e todos tiramos os acordes.”


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i.-‘E5? Emu “E muito dicil encontrar algum guitarrista da minha geracio que nao tenha sido inuenciado por Eddie Van Halen. Alguns com mais intensidade, outros com menos, mas quase todos foram. Como disse Frank Zappa, Van Halen revolucionou a guitarra elétrica. Ninguém sonhava em tocar daquele jeito antes dele. Seu timbre, técnica, originalidade, iria, peso, groove, bom gosto, humor, fraseado e senso ritmico estavam muito 5. frente de seu tempo. Ele popularizou o tapping, mas isso estava longe de ser sua (mica qualidade. Em minha opiniéio, ele é o maior guitarrista de rock de todos os tempos. Nio basta ser bom, tem de ser original, e Van Halen é nico.”

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‘Ykssim que descobri o Black Sabbath, cheguei até a carreira solo de Ozzy,

que contava com Randy Rhoads como compositor, intérprete e instrumentista virtuose. Infelizmente, isso aconteceu pouco depois de sua morte, em 1983. Rhoads era urn msico superdedicado. Exemplo disso era a sua formacio no violao classico, em paralelo loucura do Madman. Sua inuéncia musical e dedicacéio zeram de mirn o que sou no Hangar.” £1

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“Nos anos 1970, ouvindo 0 disco Got the Blues, do violinista Don ‘Sugar Cane"Ha.rris, um guitarrista me chamou muito a atencao. Ele to cava jazz, mas com forte inuéncia psicodélica e melédica. Era Terje Rypdal, um noruegués que ja tinha uma carreira notével em seu pais. Terje gravou diversos trabalhos fundamentais pela gravadora ECM, ao lado de grandes nomes do jazz europeu. Recentemente, redescobri a obra deste grande guitarrista, que foi uma inuéncia muito importante em minha adolescéncia, quando comecei a estudar guitarra e a aprender a ouvir jazz. Em meu trabalho mais recente com o Invisible Opera Company of Tibet, veio a tona o experimentalismo e a improvisacéio climética de Terje Rypdal, que carrega elementos de vérios dos meus guitarristas preferidos: o som da Strato de David Gilmour, a1avancadas, feedbacks e sonoridades estratosféricas a la Hendrix e utilizacao de eco com muita originalidade. Alguns discos, como Odyssey (1975) e Descendre (1979), sio exemplos de como Rypdal estava anos-luz a frente da cena do rock/jazz/fusion, fazendo msica muito avancada e atemporal. Nos anos 1980, com o trio The Chasers, Rypdal mostrou 0 vigor de sua guitarra em um power trio. Dono de um estilo pessoal e com uma discograa variada, ele é um guitarrista que inuenciou muita gente e vale a pena dar uma conferida em seu som.”


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“Ritchie Blackmore foi minha major inuéncia no rock. Quando ouvi Deep Purple pela primeira vez, pirei em seus solos, riffs e timbre de guitarra até hoje invejével. Quando escutei Lazy, enlouqueci e resolvi que tinha de saber tocar aquela miisica. Aprendi de ouvido, é claro, tirando de ouvido nota por nota do vinil. Naquela época, informa950 era zero por aqui. Sei que essa msica é um blues e, provavehnente, Ritchie improvisou, até porque ele fez um solo diferente no élbum Made in japan. Mas esse solo foi tio bem feito, que, para mim, acabou fazendo parte do arranjo. Quando toco rock, seja qual e de quem for, costumo improvisar os solos, mas acho quase impossivel improvisar nos do Ritchie. Como tocar Smoke on the Water e Bum e néio fazer os solos originais? Seria a mesma coisa que tocar Beat It e nio fazer 0 solo do Van Halen. E como sempre digo: em solos do Blackmore nio se mexe, tanto no Purple como no Rainbow.”


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Amemw lMllH FRANK lUlARI “A dupla de guitarristas do Iron Maiden, Adrian Smith e Dave Murray, fez minha cabega em meu comego com a guitarra. Foi uma vitoria quando consegui tirar o solo de Aces High com uma guitarra Tonante. Eu cava analisando as fotos do album Live After Death para ver a inclinagio da palheta dos guitarristas e coisas assim. Quando descobri aquele ligado de mao esquerda com corda solta, foi outra vitéria. Depois veio Malmsteen, por causa do erudito, Van I-Ialen e muitos outros, que no entravam em meus ouvidos como guitarristas, mas, sim, como bandas. Veio o Rock in Rio de 1985 e conheci outras bandas, como Ozzy e Whitesnake. Mas 0 Adrian Smith era 0 diferencial no Iron Maiden. Eu enxergava um guitarrista de rock fazendo solos que eu nao conseguia fazer. S50 solos muito claros, com velocidade e bons vibratos. Até hoje, quando vou fazer uma improvisagao partindo do nada, é capaz que eu toque uma uma frase inicial, conte uma historinha e dé uma puxada no nal, que é bem 0 padrio dos guitarristas do Iron, principalmente o Adrian Smith."

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“O primeiro cara que me impressionou foi Robertinho . de Recife. Vi um show quando tinha 13 anos, transmitido pela TV Bandeirantes, quando ele tinha o Metalmania, um grupo de heavy metal. Tirei algumas coisas dele na época. A tecnologia era ruim e nao tinhamos acesso a nada, mas Robertinho ja tinha equipamento legal e fazia shows com peso. Lembro que olhei para o chao e nao vi pedal algum. Fiquei encucado em como ele tirava um som pesado como aquele sem pedais, mas era porque ele ja tinha os Plexi e tirava muito som. Era so guitarra direto no amplicador. Mais tarde, comegamos a descobrir 0 instrumento, 0 volume, a valvula... A gente deve ao Robertinho essa coisa de colocar o amplicador para falar e tirar 0 som da mao, como voltou a ser hoje em dia.”

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“Meu guitarrista de referéncia éjimi Hendrix, porque tocava o que cantava, cantava o que tocava e tocava e cantava coisas

diferentes simultaneamente. Charno isso de interaco total com o instrumento, mais do que conhecimento técnico. Como guitarrista, ele tinha um lado mais objetivo nos discos de esttidio e de grande improvisador nos shows e discos ao vivo. Além disso, é o representante méximo da guitarra roqueira, pois, artisticamente, seu trabalho apresentou o instrumento cle uma maneira diferenciada.”

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“Meu jeito de tocar nio se parece com 0 dele, porque tenho outro temperamento, mas meu guitarrista preferido é Jim Hall. Como tive formacio teorica antes de pegar no instrumento, sei quando um cara é so intuitivo quando o ouco. Jim é um musico de solida formacao e isso é notavel quando vocé o escuta. Sem falar no bom gosto e o som que ele tira quando escreve para orquestra. Seu toque é quase sempre suave. As notas sao poucas, mas pensadas uma boa fracao de segundo antes de tocadas. Ele mostra responsabilidade ao se expressar musicalmente. Nao a toa é o preferido de tanta gente boa, inclusive de geracoes posteriores, como John Scoeld, Bill Frisell e outros grandes nomes.”

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dos ultimos heréis da guitarra com detalhes de técnica a precisao aleméi na palhetada. Além do rock, suas inuencias vinham da musica classica. Ouca, por exemplo, como ele explora 0 wah em Lost Horizons, do Michael Schenker Group. E tem 0 lance de ele usar escalas menores e diminutas. Ele lancou um trabalho apenas de violoes, intitulado Thank You, em quatro volumes. S50 viol6es que vio costurando e arpejando. Vale muita a pena ser ouvido violoes cléssicos com fraseados lindos e melédicos. Ele usa um setup simples, com drive direto do amplicador Marshall. Adoro todas as suas fases - no Scorpions, no UFO, no Michael Schenker Group e no supergrupo Contraband.”

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“Tomei-me fa de carteirinha logo na primeira vez que ouvi Jeff Beck. Com sua genialidade associada a um total desprendimento de formulas guitarristicas e livre para ertar com vérios estilos musicais, Beck produziu trabalhos que, para mim, foram e continuam sendo referéncia em musicalidade, feeling e bom gosto. Inuenciou geracoes, inclusive a minha. Em poucas palavras, eu deniria Jeff Beck como um musico muito a frente de seu tempo.”

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KIKU Nova) “La pelo nal da década de 1970 ou inicio dos anos 1980, Serginho Herval [baterista do Roupa Nova] chegou com um LP que me chamou muito a atencao, por causa do trabalho do guitarrista. A forrnacéo da banda era a mesma que a nossa, com dois tecladistas, muita harmonia e detalhes que complementavam a musica, deixando pouco espaco para 0 guitarrista. Ou seja, eu sofria com isso, mas para 0 guitarrista daquela banda era fécil, pois ele se colocava nos intervalos certos e sempre com bom gosto. Essa qualidade e os solos foram 0 que me zeram prestar atencao em Steve Lukather e no Toto. Ele passou a fazer parte da minha vida. Na época, era dificil obter material individual dos integrantes de um grupo. Conseguia-se alguma coisa da banda, mas eu queria saber mais do Luke — quais instrumentos tocava, 0 que usava de equipamento em gravac6es e tudo mais. Por meio do Moogie Canazio [produtor], quei sabendo que eles gravavam com muitos artistas nos Estados Unidos. Segundo ele, mais ou menos como o Roupa Nova no Brasil. Em 1983, ouvi no radio o solo de On the Rocks, da Rita Lee. Achei perfeito, com pegada de americano. Liguei para o Max Pierre, diretor da Som Livre na época, e ele me deu a noticia de que era o Luke. E ainda me contou que ele chegou com uma van lotada de equipamento: rack, caixas para tudo que era lado e a guitarra era uma Valley Arts feita especialmente para ele. Tentei comprar a Valley durante muito tempo. Uns dois anos depois, fui para Nova York comprar equipamento e procurar a Valley Arts do Luke. Descobri que a guitarra so era vendida em Los Angeles e sob encomenda, mas nio perdi a viagem, pois adquiri informacoes de tudo que podia — tas cassete e VHS com videoaulas, principalmente as dele. A partir de ento, dediquei-me bastante ao trabalho do Luke. Eu ja havia tirado alguns solos ouvindo LPs, mas, vendo e escutando bem devagar, corrigi e aprendi cada vez mais. Alguns anos mais tarde, ele saiu da Valley Arts e assinou com a Music Man. Poi quando comprei minhas primeiras Luke. Além de ser 0 msico maravilhoso que conhecemos, é um ser humano espetacular. Minha maior referéncia. Se consegui alguma coisa musicalmente no Brasil, agradeco ao talento desse rapaz. Quando escuto uma While My Guitar Gently Weeps tocada por ele, concluo que escolas estio espalhadas pelo mundo todo, mas, se o aluno nao tocar com o coracio, sera apenas um grande tocador de notas. Sou uma pessoa de sorte pelo privilégio de ter ouvido esse grande artista. Obrigado, Steve Lukather!"


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“Quando tinha uns 12 a.nos, peguei emprestado na audioteca do colégio 0 album Led Zeppelin III. Sem nenhuma foto ou informaco e naquela ‘pré-histérica’ vida sem intemet, restava apenas a minha imaginacio para viajar na msica desta banda tio singular. Algo me fascinou no som misterioso de Immigrant Song, que abre o élbum. Um som pesado e enigmatico, com melodias vindas do blues e rock, mas também com um toque oriental. Os solos, riffs e combinacoes folk de violoes de 12 cordas e anacoes abertas me transportavam para vérios lugares desconhecidos. Ali comecava uma admiracao por Jimmy Page que dura até hoje. Fui atrés da discograa e devorei 0 Led Zeppelin IV, Physical Grafti, Houses of the Holy e a trilha do lme The Song Remains the Same. Todos os trabalhos possuem msicas que atravessaram geracoes, criadas e tocadas por um quarteto de talentos individuais impressionantes, cada um com sua propria personalidade, que, quando unidos, transcendiam e formavam uma das bandas mais interessantes da historia do rock. Quando, por coincidéncia, em minha primeira aula de guitarra o professor decidiu me ensinar o riff de Black Dog e, depois, 0 solo de Stairway to Heaven, senti a satisfatéria certeza de que a guitarra seria meu caminho de vida. Posso dizer que descobri com Page a paixio pela msica e o meu instrumento. Sem o disco Led Zeppelin III, eu provavelmente teria outra historia em relacao msica.” £1

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“Um dos guitarristas que mais me inuenciaram foi Larry Coryell. Pela técnica, harmonia e born gosto, eu 0 considero um guitarrista perfeito. Ele é um instrumentista que ja chegou na msica pura, fazendo acompanhamento, base e solo. O disco Spaces, que ele gravou junto com John McLaughlin, é muito bom."


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“La em casa sempre tinha todo tipo de mlisica — cléssica, italiana, brasileira. Mas o que me deu um choque foi quando ouvi Beatles no radio. Ento, meu irmao me clisse que havia LP no Brasil, em uma loja chamada Hi-Pi. Pedi 0 disco a ele e ouvi o dia inteiro. Eu tinha anos. Depois, com a maturidade, fui percebendo por que eu gostava tanto dos Beatles e um dos motivos, sem duvida, era a. guitarra do John Lennon. Acho que tem a ver com o fato de eu gostar muito de ritmo. A guitarra do Lennon sempre foi muito ritmica e o curioso é que, na época, isso era considerado uma coisa menor. Acreditava-se que guitarristas que faziam somente bases eram incapazes de solar, mas nunca pensei assim. Até solo um pouco, mas jamais quis fazer apenas solos. Gosto de fazer ritmo, e é isso que me alimenta. E a guitarra do john, além de ritmicamente muito forte, é melédica. Ouca, por exemplo, I Feel Fine. Aquilo éjohn Lennon. Ele segura uma base e, dentro de ... , cada acorde montado, executa um fraseado. Quando ele nao esta fazendo essa parte, ele toca uma guitarra sincopada, quase como um ska, e o efeito é muito bom, porque deixa sempre um vazio. Uma das coisas mais interessantes na msica é o siléncio - depois de uma pausa vem alguma coisa, e isso é o que chama a atencio. Se preencher 0 tempo todo, niio se nota nada. Lennon usa muito 0 siléncio, como na parte de guitarra de She’s a Woman. Hoje, com a possibilidade de separar uma mtisica em canais, é possivel perceber a importante contribuicao da guitarra de John Lennon.”

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[ARHNI -_> JUHNNY WiNllR “Johnny Winter é meu idolo desde a infincia. Demorei 35 anos para vé-lo e consegui abrir dois shows dele no Brasil. E um cara que admiro desde que ouvi Live johnny Winter And, com Rick Derringer. Foi o disco que disparou em minha cabeca o lance da guitarra. Eu jé tocava, estava comecando, mas quando ouvi esse disco e as versoes de jumpin’ jack Flash e johnny B. Geode, quei louco! Foi ai que pegou mesmo! Johnny Winter é um branco, albino, texano e com voz de negro. Ouco até hoje seus discos dos anos 1970. Além da pegada nervosa do rock, ele tem um lado romantico nas melodias e frases, que sio lindas. Seu amor pelo blues é imenso e ele produziu albuns de Muddy Waters, também impressionantes. Ha ainda um disco dele com seu irmao Edgar Winter. Chama-se Together e tem os dois albinos na capa. Outro album maravilhoso. Todos devem ouvi-lo. Tem um pot-pourri com varios classicos do rock. Pode ser considerado 0 maior medley da historia. Johnny Winter é um fenémeno e continua na estrada. Ele nao enxerga mais, mas continua tocando. E so pele, osso e tatuagem. Os dedos de Johnny Winter niio precisam mais de Johnny Vlfmter, eles vao sozinhos para onde tém de ir!”


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HOWE MAMHO “Greg Howe foi uma grande inuéncia, porque sempre considerei mais importante encontrar uma voz propria no instrumento do que ter técnica e desenvoltura. Isso signica ter uma impressao digital, de maneira que quem ouca pense: ‘E fulano quem esta tocando.’ Greg é um camarada que surgiu junto com uma leva de guitarristas que tocavam de maneira muito parecida, mas ele j é tinha uma identidade que foi se solidicando. Migrou para o fusion bem cedo, antes dos outros. Mesmo quando fazia rock, ele empregava alguma coisa de fusion, com ritmica e escolhas de notas mais interessantes. E um cara que admiro muito e, depois, acabei tendo aulas com ele. Ficamos amigos e nos falamos até hoje. Mas essa admiracio foi a causa de nossa amizade, e nao a consequéncia dela.”

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lmmsnw J MARELU iuss ([A[HURRU BRANBE) M) Rmtm “Robert Johnson pode nao ter inventado o blues, mas mudou os padr6es do estilo e seu trabalho deniu 0 que mais tarde seria chamado de rock and roll. Comprei meu primeiro disco dele, Complete Recordings, quando era adolescente. Mudou minha vida e me despertou para querer tocar naquele estilo. Mas, por causa de sua técnica peculiar, tocar como Robert Johnson nao é para qualquer um. Seus ritmos so 1

complexos e os acordes dio sempre aquela entortada. Sempre que ouco, tenho a impressao de que tem mais de uma pessoa tocando, pois 0 trabalho com a rnao direita faz com que ele toque o solo e a base ao mesmo tempo, extraindo do violio um som que parece uma banda completa. Sempre me pergunto o que ele seria capaz de fazer com uma guitarra elétrica, jé. que, em 1938, quando morreu, ela ainda nio havia sido inventada. Johnson é um dos maiores artistas de todos os tempos. Suas cancoes, voz e técnica no violao estavam a frente do seu tempo e suas gravacoes estio impregnadas de um feeling impressionante. E 0 artista preferido de todos os nossos idolos, de Jimmy Page a Eric Clapton, de Jeff Beck a Keith Richards. O rock sempre teve seus mitos, e Robert Johnson foi o primeiro deles. As historias sao muitas, como a de seu pacto com o diabo em uma encruzilhada ou de sua morte, causada por beber uisque envenenado com estricnina, colocada pelo dono do bar em que ele tocava, enciumado por Johnson estar supostarnente ertando com sua mulher. Mas 0 que realmente importa é o legado e a transformacao do blues que ele propos em suas 29 msicas, inuenciando até hoje muita gente boa e lancando as bases do rock.”


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“Jamais esqueci de uma apresentacio que vi na TV Cultura quando eu era garoto. Tinha uns 13 anos e assisti ao Heraldo do Monte tocando. Ele estava fazendo um duo com Ulisses Rocha e foi muito marcante, porque descobri que era aquilo que queria fazer. Eu pegava meu irmio, que também tocava e é musico amador até hoje, e a gente cava imitando o duo do Heraldo com o Ulisses. Percebi o quanto queria fazer musica brasileira e 0 quanto aquilo me desaou. Nunca esqueci como 0 Heraldo tocou naquele dia e, inclusive, queria uma guitarra igual a dele. Meu desejo era tocar com aquele sotaque e fazer um instrumental daquele jeito. Muito marcante pra mim.”

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“Era inicio dos anos 1980 e urn dos primeiros discos que comprei foi Greatest Hits, do Queen. A banda estava no auge e, com esta coletanea, pude conhecer vérios de seus sucessos da década anterior. Identiquei-me com a guitarra de Brian May logo de cara. Solos melodicos e feeling absurdo! As dobras também eram - e so até hoje - fantasticas! Sempre adorei aquele tipo de solo em que se ‘canta’ cada nota e 0 ambiente de rock de arena era perfeito para May e seu estilo britanico."

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“Mark Knoplfer é o guitarrista com quem mais tenho anidade. Eu tinha 14 anos quando assisti ao videoclipe daquela versao estendida de Sultans of Swing, no programa Som Pop, da TV Cultura. Na época, eu estava comecando no violao, mas, depois do clipe, infernizei meu pai por uma guitarra e, depois, fui atrés dos discos. Knoper sempre me passou imagens com seu som. E uma sonoridade grande, cada nota é em 3D e cada solo conta uma histéria. Sinto isso até hoje. Viajei no ano passado e assisti ao show de Knoper no Royal Albert Hall, na Inglaterra. Eu me senti como quando eu tinha 15 anos. N50 é o tipo de som que faco, mas é o que me inspira. Sempre busco esses solos com nais apoteoticos, até a ltima nota. Timbre perfeito, resolvido, que emociona as pessoas. Knoper me passou que composicao e bom gosto sio mais importantes do que técnica. Ensinou-me a buscar a nota perfeita, e ainda estou buscando... Ha outros que adoro, como Eric Clapton e Buddy Guy, mas Mark Knoper foi uma relaco para a vida.”


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“Eu jé estava tocando coisas como Beatles, Rolling Stones e Jimi Hendrix, mas, quando Steve Howe apareceu, quei assustado com a inuéncia de musica erudita que ele trouxe. Sempre gostei muito de cravo, que lembra um pouco o violio de 12 cordas. Eu jé estava familiarizado com cadéncias da escala menor harmonica e a plagal, porque eu escutava cravistas, mas Steve Howe estava fazendo aquilo na guitarra e violio. Mas foi em Soon que me apaixonei de verdade pelo seu som. Nessa musica, ele utiliza pedal steel inclusive, tenho um igual, na mesma cor. Esse ins-

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trumento aparece em The Steve Howe Album, um disco cuja capa abre e mostra todos os instrumentos. Howe rem uma elegancia para tocar e escolher instrumentos. Ele usava um Coral Sitar e teve dc fazer furos para coloca-lo no suporte, porque usava esse instrumento ao vivo. E ele toca também steel guitar, que possui aqueles pedais que alteram a tonalidade e é muito dificil tocar — seria como dirigir um carro com trés embreagens. Além disso, Howe é um guitarrista que usa o pedal de delay da maneira mais bonita que ja ouvi. E lindo o uso do delay em Soon. A inuéncia classica no rock, a classe ao tocar, as palhetas e o pouco uso de ligados... Ele trouxe para o cenario o violao de cordas de néilon, o Coral Sitar, 0 bandolim... E um instrumentista impressionante.”

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“Ouco pouquissimos guitarristas, mas conhego o som de muitos e procuro manter-me informado. Mas o que mais vejo surgir sio copias, o que me faz voltar sempre a ouvir os que nao tém medo de tocar aquilo que é esséncia. Entre estes guitarristas, sempre escuto Allan Holdsworth. Para falar a verdade, eu o ouco como se fosse mrisica vinda de outro instrumento, senao traumatiza.. Gosto de escutar caras que fazem algumas coisas que nao entendo, que sejam instigantes. O exemplo de dedicacao e paixio pela msica desse musico maravilhoso me faz querer estudar e tocar mais. Inuéncia, a meu ver, nio esta em querer copiar. O que me atinge é o exemplo de busca, coragem

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rlflén ?i§‘:?l rllirma F i1» “Scott Henderson é um cara que admiro por ele ter transitado pelo rock, fusion e blues com a mesma intensidade. Conheci Scott quando eu cursava 0 GIT, em Los Angeles, em 1980 e 1981. Ele aparecia por acaso e dava um show para nos, pobres mortais... Armado com sua G&L, disparava linhas ferozes de fusion. Na Liltima vez que o vi tocando, em Sao Paulo, estava com um power trio de primeira, e tocou alguns blues pesados de tirar o folego. Para quem nao 0 conhece, recomendo ouvir os discos Dog Party e Well to the Bone.”


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“N50 tenho um guitarrista favorito. S50 muitos e de praias diferentes, porém, destaco John McLaughlin, pelo conjunto da obra: Mahavishnu Orchestra, Shakti, trio com 0 Paco de Lucia e Al Di Meola, duo com Carlos Santana e outros duos, trios e quartetos de jazz e fusion, além de um duo com 0 piano de Katia Labéque e o trabalho com a Orquestra Sinfonica de Londres. Tem ainda a msica brasileira, que aparece no disco Belo Horizonte. McLaughlin tocou com Egberto Gismonti, Miles Davis, Jimi Hendrix... A gente nunca sabe como seré. seu préximo lancamento. E sempre uma surpresa. N50 creio que tenha alguém tao eclético e devemos a e le grande parte do que o fusion é hoje em dia.”

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NUNU M|N[1EllS_>AlBERlK|N “Albert King é o mais inuente dos guitarristas de blues. Sua inuéncia gruda e vocé sucumbe, sem perceber, mesmo que néo queira. Stevie Ray Vaughan, Michael Bloomeld e centenas de outros que 0 digam! Todo mundo toca como ele, mesmo que nao saiba. No terreno da guitarra blues, Albert é incrivel. E tudo com trés notas que se repetiam. Ele era canhoto e nio invertia as cordas, dai vem aquele bend famoso que foi copiado a exaustio por todos. Além de faixas como Born Under a Bad Sign, I ’ll Play the Blues for You e Blues at Sunrise, Albert King tem uma fase bastante proficua na gravadora Stax, de 1967 a 1974, com o backup de luxo de Booker T. & The MG’s — que era a ba.nda desse selo lendario —, Otis Redding, Carla Thomas e outros artistas. Em minhas andangas, tive a oportunidade de conversar com varios musicos americanos e europeus, como Derek O’Brien, Steve James, Uncle john Tumer, entre outros, e a grande maioria considera a inuéncia de Albert King a mais inescapével e virulenta. Mais até do que B.B. King, mesmo que este ultimo ocupe um lugar mais alto no panteao da histéria do blues. Se considerarmos que Steve Ray Vaughan foi macicamente copiado em determinado momento, as novas geracées potencializaram essa informacao mesmo sem saber, porque SRV era uma sintese muito identicével de Albert King, Jimi Hendrix e Lonnie Mack, mas com énfase maior para Albert, que é 0 que mais salta em seu estilo. Isso, de certa forma, reeditou Albert relativamente pouco tempo atras. Outra coisa comum ocorre em gigs ‘relampago’ — aquelas em que vocé é convidado a fazer uma gig inesperada de outro msico, sem ensaio algum. Vocé costuma ouvir ‘pense Albert King’ para denir 0 tipo de inexao no tema que vem a seguir. Alias, este é um conselho a quem esta no estdio fazendo um overdub e aparece aquela falta de rumo em relacao a guitarra que sera gravada. Se for um blues, pense Albert King e é bem provavel que vocé saia do impasse.”


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BAAAAA VAA EPA UAAAA SAAAAAA “George Van Eps foi um pioneiro na guitarra de sete cordas e tocava na orquestra de Paul Weston. Escreveu um livro chamado Guitar Method. Sempre gostei de chord me~ lody e Van Eps foi quem desenvolveu esse conceito. Ele fazia harmonias e acordes diferentes. Dentre os meus varios guitarristas favoritos, como Berney Kessel, Jim Hall e Tal Farlow, George Van Eps e um dos mais irnportantes.”

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“Meu guitarrista preferido é Armandinho Macédo, com quem tive o privilegio de aprender a tocar guitarra baiana. Nos conhecemos desde nossa inféncia, em Salvador, Bahia, e temos uma amizade muito sincera. Destaco sua importancia no cenario da guitarra no Brasil. Ele é nico, porque toca de maneira incrivel um instrumento elétrico de cinco cordas, que virou sua marca registrada. Salve o grande mestre e irrnio Armandinho!"

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RAAAAA BIHENWURIA DAAAAEAAAAAA “Pela sua entrega a msica e pelo quanro parece estar em transe quando toca, David Gilmour foi o guitarrista mais importante para minha formagao. Ele coloca a msica em pmeiro plano, e nio a roupa que esta usando ou suas poses. E muito dicil alcangar esse nivel de entrega quando tocamos. Gilmour parece estar a servigo da msica, como um culto a uma grande deusa. Vejo muitos msicos se utilizando da msica a seu proprio ser-

vieo, apenas para aparecer ou enaltecer seu préprio ego. Msica é um instrumento para criagio de um momento sagrado. Para isso, devemos nos esquecer de quem somos, abr méio cla nossa existéncia, das coisas que gostariamos de provar, de nos autoarmar. 'l11do isso deve ser secundério. Temos de procurar nos fundir com o universo através dela, admirando a beleza dos sons e das manifestagoes naturais. Quem toca e quem assiste devem ser uma coisa so. Nossas diferengas devem ser esquecidas. As emogoes comuns, coletivas e inconscientes é que devem ser reverenciadas nesse momento. Me fascina esse tipo de momento que a msica é capaz de proporcionar. Sem nomes, sem explica-

Gilmour me inspirou a buscar algo assim em minhas composigoes e interpretagoes — algo espiritual, quase medinico, na maneira de lidar com a msica e o instrumento. David Gilmour é o caral”

goes, sem religioes, apenas pessoas sentindo a vida juntas.


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“Frank Zappa é meu guitarrista favorito por varios motivos. E um excelente compositor: a musica vem em primeiro lugar, sem apego a formulas, ou seja, vale tudo; é um arranjador fenomenalz escreveu para todos os instrumentos de sua banda e também para orquestras sinfonicas, em suas composicoes eruditas; nao se preocupa com a duracio de seus solos, que sao verdadeiras histérias e chegam a ter

mais de dez minutos; as bases dos solos podem ser simples, de apenas um acorde, ou modular até cinco vezes; 0 ritmo pode ir do mais elementar 4/4 até formulas complexas em 11, 13 ou até 19/8. Ele tem mais de 80 discos, sendo uns 30 ao vivo, e nao costuma repetir seus solos — um cardapio incrivel! Um solo de Frank Zappa pode comecar com uma simples pentatonica, passar pela menor melédica, menor harmonica, escala de tons inteiros e, de repente, ter todas as notas, como em Filthy Habits, que é em 5/4, no modo frigio de B. Zappa usava palheta de metal, que tem menos exibilidade, mas da mais brilho ao som. Um grande guitarrista, compositor e arranjador que sabia tudo de msica. Dicas de musicas para quem deseja conhecer Zappa: Inca

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Roads, The Torture Never Stops, Zombie Woo Black Napkins, Filthy Habits, More ‘Double Every Day, The Deathless Horsie, Montana, Purple Lagoon, Penguin

In Bondage, Zoot Allures, The Illinois Enema Bandit, I Pr0miseNottoComeInYourMouth,Drowningwitch.”

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JHB Ra Rasnmm “Houve uma geracao de guitarristas no Brasil que ouvi muito. Era 0 pessoal da Jovem Guarda. Além do Aladim, guitanista do grupo The Jordans, 0 cara que escutei muito foi 0 Risonho [Waldemar Mozema], dos Incriveis. Eles eram fantasticos. Eu tocava tudo do Risonho! E dicil escolher um, porque nio existia guitarra brasileira antes desses caras."


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“Eu o conheci em 1997 ou 1998. Ainda morava em Rondonia e pirei com o som do Mr. Big, naqueles shows no Japao, com Paul Gilbert fazendo loucuras na guitarra. O que maiS me chama a atengao é a precisio com que ele conseguia tocar, mesmo usando a guitarra pendurada la embaixo. Pensei na hora: ‘Quero ter esse vibrato, timbre e precisao’. Ele toca coisas absurdas de palhetada altemada com ligado — um lance diferente. Curti tanto que comprei tudo quanto era disco do Mr. Big e, até 2001, tirei tudo do cara, inclusive

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de videoaulas. Foi importante para meu vibrato e palheta-

muito estudando os solos dele. Depois, tive a oportunidadedeconhecé-loeatétoqueicomeleemuma jam, no inicio dos anos 2000. Fiquei ainda mais fa, pela sua da. Evolui

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simplicidade e o carinho com que tratou a todos.”

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“Para mim, 0 melhor é George Harrison. Todo solo que fez é melhor do que a melodia da propria msica. Um génio. O melhor do mundo. Ele é um beatle por alguma razao concreta.”

“Carlos Santana foi importante para mim por varios motivos. Em pmeiro lugar, sempre se preocupou com a melodia e acho muito bacana quando 0 solo passa a fazer parte da msica. Procuro fazer solos pensados, como se fossem a composigao. Santana faz isso brilhantemente, e com uma grande latinidade. Santana é um cara que esté sempre na ativa e atualizado. Une-se aos mais jovens e é admirado por todos os guitarristas. Independente de estilo e época, é um cara que se perpetuou. Assisti a um show no Maracanizinho, na década de 1970, e lembro que ele usou um amplicador valvulado pequeno e o baterista era um moleque bem novo que tocava muito.”


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Svmm [ARVALHUJBUARUANUY “Falar sobre o Eduzinho nio é dificil, menos ainda escolhé-lo como um de meus guitarristas favoritos. E evidente que eleger 0 rnelhor, em qualquer area do conhecimento, é um conceito radical e injusto. Nio vou citar aqui o Edu como 0 ‘melhor guitarrista’, mesmo ele estando no topo da pirémide mundial em se tratando de rock, mas, sim, como um guitarrista extremamente virtuoso. Vale ressaltar que a palavra ‘virtuose’ cou erroneamente conhecida como tocar répido. No! Ser virtuose é ter virtudes, e o Eduzinho esbanja qualidades guitarristicas. Seu senso ritmico é algo natural e uido. Seu suingue esté sempre cravado na cozinha da msica. E incrivel a facilidade com que ele altera divisoes e faz guras quebradas parecerem simples. Aliado a esse senso n'tmico fantastico esta uma técnica impressionante, nio apenas linear, mas com inmeros recursos. Suas habilidades sempre surpreendem os ouvintes — do tapping at palhetada alternada, dos arpejos as radicais tiradas de corda para fora do braco da guitarra, das alavancadas aos harmonicos quase impossiveis. Seus recursos melédicos também nio sao apenas a pentatonica e os modos maiores — é corriqueiro ouvir as escalas dom-dim, alterada, lidio 7b e até mesmo frases outside em suas performances. Alias, isso sempre me chamou atencao ao ouvir esse grande guitarrista: Edu sempre teve muita facilidade para assimilar novidades em seu arsenal. Quando aparecia alguém novo, la estava ele exibindo, com sua uidez de costume, frases e ideias melodicas cle quem quer que fosse a ‘bola da vez’. Ele fez isso com Eddie Van Halen, Yngwie Malmsteen, Scott Henderson, Allan Holdsworth, Steve Morse, Steve Val, Matias “IA” Eklundh e muitos outros. Ai reside uma das grandes qualidades desse msico: ele consegue incorporar vérias linguagens e recolocar esse material como seu, de forma reinterpretada e pessoal, sempre soando como ele mesmo. Mas a maior virtude do Edu é fazer msica da fonna como ela deve ser feita, ou seja, emocionando a todos. O coracio desse virtuose da guitarra é enorme e ele faz nosso coraco apertar quando ou\n'rnos sua guitarra se transformar em arte. Se vocé gosta de guitarra, curte rock e suas ramicacoes e quer se emocionar, basta ouvir esse heroi da guitarra, que é um grande exemplo de que técnica deve sempre estar a servico da arte e que a msica é mais importante que o rniisico."

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“Eu escolheria dois guitarristas. Comecei a ouvir jazz muito menino e lembro de um guitarrista que tocava com meu innio. Foi 0 primeiro que me deu uma luz de harmonia. O nome dele é Chiquito Braga, um cara fenomenal, pelo qual tenho 0 maior respeito, e ele esta ai até hoje. Mas tenho de falar de um cara que foi outra grande inspiracio para mim: Lanny Gordin. Eu ja estava maduro no instrumento e o conheci nos anos 1970. Escutei-0 tocando com a Gal Costa, naquele show chamado Fatal, com o Novelli no baixo e 0 Tiitty Moreno na bateria. Lanny foi um cara que me surpreendeu. Ao mesmo tempo em que tinha aquela pegada de rock, com muita categoria, dinamica e forca, ele fazia uma harmonia surpreendente. Aos 17 anos, foi tocar com Gilberto Gil e, depois, com a Gal. E um cara que inuenciou muitos msicos. Devo ao Lanny muita coisa de harmonia que uso hoje, de ouvir os discos dele. E claro que tocarnos de maneira diferente, e ele também acabou se tomando fa do meu trabalho. Nos apresentamos juntos recentemente, em um festival em Minas Gerais, e z dupla no ensaio quando ele tocou Baby. Fiquei emocionado.”


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Mtlmusu MARWNDES “Em meados dos anos 1980, o inglés Robbie McIntosh tocava nos Pretenders e também trabalhava como msico de estudio. Gravou com diversos artistas. Ele charnou minha atengao pela primeira vez em um disco do Roger Daltrey (The Who), chamado Under a Raging Moon (1985). Esse album tem um solo de slide que é uma obra-prima, na musica The Pride You Hide. Timbre perfeito, melodia emocionante e interpretagio impecével. Desde entéo, passei a acompanhar o trabalho de McIntosh. Em 1993, tive o prazer de ve-lo ao vivo ao lado de ninguém menos que Paul McCartney, com quem Robbie tocou de 1988 a 1994. Ele é um exemplo perfeito da guitarra a servieo da canzgio. Um msico que sempre demonstrou maturidade para dosar suas interven<;6es, empregando a linguagem nadlclonal do blues e do rock and roll, mas sem soar datado. Nao a toa ele ainda é um dos guitarristas mais requisitados da amalidade, colaborando em discos e shows de arustas como John Mayer, Joe Cocker, Norah Jones, entre muitos outros.”

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‘iAdoro Rita Lee, a deusa do rock! No disco Fruto Proibido, com 0 Tutti Frutti, Luiz Carlini fez um dos mais

memoraveis solos da mnisica brasi1eira, na cangéo Ovelha Negra. Faz pane da historia. O solo é melodioso, simples, direto e ca na cabega. Genial! praticamente o nico solo brasileiro do qual as pessoas se lembram. Temos muitos guitarristas bons no Brasil, mas Carlini fez hiSt(§1’i3.. E mna campio com mais de 30 anos e, quando vocé a escuta, quer ouvir até 0 nal para ouvir aquele solo ma.ravilhoso." 15$

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DAv1nH£PN&n_>ANausY0uue “Tive vontade de aprender a tocar guitarra depois que ouvi os primeiros acordes da mtisica Go Down, do disco Let There Be Rock. Os responsaveis? Os irmaos Angus e Malcolm Young. Se pudesse, escolheria ambos para esta matéria. Juntos, eles criaram um estilo pesado e sem rulas, derivado de Chuck Berry e outros pioneiros do rock and roll. O AC/DC é a evolucao direta desse som primordial - trés acordes, groove e alta voltagem. Se Malcolm segura tudo la atrés com incrivel precisao e garra, é Angus quem p6e a cara para bater. Seus solos, baseados na escala pentaténica, séo energia pura. Ele no toca apenas com as méios, usa 0 corpo todo, e é assim que 0 blues e 0 rock devem ser tocados. Intensidade! Podem-se ouvir Chuck Berry, B.B. King, Freddie King e Muddy Waters em suas frases e em seu vibrato arrebatador, mas Angus rem algo diferente, uma picardia, ao tocar. Ouca, por exemplo, 0 solo de lbu Shook Me All Night Long: timbre gordo, groove insinuante e um fraseado malicioso, que reete muito bem a letra da musica. Os albuns Let There Be Rock, Highway to Hell e Back in Black séo essenciais. Além disso, existe imagem roqueira mais legal e engracada do que um escolar encapetado que sobrevive ao tempo?”

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HENRIUUE ma l0UZA ._> Sum mmm “Embora nao seja do time original do Thin Lizzy, Scott Gorham tornou~se uma peca vital a banda. A0 lado de Brian Robertson, esse guitarrista californiano encontrou uma maneira muito peculiar de abordar as chamadas guitarras gemeas (harmonizadas). De modo geral, a quimica com Phil Lynott (baixo e vocal) e Brian Downey (bateria) resultou em um rock regado a riffs e solos majestosos. E isso vale para todas as fases que atravessou, marcadas por dobradinhas com Gary Moore, Snowy White e John Sykes. Por conta da dificil escolha de somente algumas can<;6es, prero sugerir a1buns:]ailbreak (1976), Iohnny the Fox (1976), Bad Reputation (1977), Live and Dangerous (1978), Black Rose: A Rock Legend (1979), Renegade (1981) e Thunder and Lightning (1983). Seja na alta ou na baixa temporada de inspiracao, ha material de sobra com o qual se divertir em qualquer um dos trabalhos que gravou. O visual etemizado especialmente pelas Gibson Les Paul, a atitude e a abordagem de Gorharn 0 tornaram um grande heréi ainda na minha infancia. Hoje, essa fera mantém a garra em dia com 0 Black Star Riders.”


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lvmu HENRY Hn “E dificil selecionar guitarristas em qualquer tipo de lista. Seja qual for 0 tema, é ingrato citar apenas um musico. Para fugir do ébvio, escolhi 0 guitarrista americano George Lynch — reconhecido mundialmente pelo seu trabalho na banda Dokken, na década de 1980. Lynch sempre me impressionou em duas caracteristicas que considero unicas: uma delas é o fraseado que mescla técnica apurada e senso melédico incomum, de muito born gosto; a outra caracteristica sio os timbres matadores. Lynch é um expert em equipamentos e sempre aju-

dou as empresas no desenvolvimento de proclutos. Fui seu técnico de guitarra em duas ocasioes — um privilégio imenso cuidar das guitarras e de toda a aparelhagem. A experiéncia de vé-lo em acio e ajuda-lo no palco endossa minha escolha. Mr. Scary, como ele é conhecido, é um dos guitarristas da velha escola que continuam com uma carreira sélida e ainda tém muito frigio para improvisar!”

RI[ARIJ[lV|IAl_>FRHAI “Roberto Frejat é gura essencial do rock brasileiro. Parceiro musical do maior poeta de sua geracao, Cazuza, conseguiu se superar apos a saida do carismético vocalista e dar novo folego ao Bario Vermelho, que seguiu em frente ainda melhor. Prej at assumiu a posicio de frontman, aprimorou as habilidades de composicio e, mais tarde, iniciou uma bem-sucedida carreira solo que dura até hoje, enleirando hit atras de hit e lotando shows. O que o universo dos guitarristas nem sempre esta ciente é do extremo bom gosto e exceléncia que ele imprime ao compor, arranjar e improvisar. Timbres saborosos, que ajudaram o Baro a se tornar a mais roqueira das bandas que surgiram no boom do rock brasileiro nos anos 1980, mas com generosas pitadas de pop de boa qualidade. Vérios de seus solos sio mernoraveis, com uma habilidade impar na almejada capacidade de contar uma histéria com notas musicais, de criar uma minicomposicao dentro da cancéio. Exemplos nio faltam, mas destaco os solos de Bete Balango e Pro Dia Nasser Feliz, que trazem melodias que se sobrepoem a melodia principal e capturam de forma genial a esséncia da canciio, tornando-se parte integrante e indivisivel dela. Frejat deixa o ego de lado e coloca a guitarra a servico da musica, uma licio que deve ser aprendida por muitos de nos. Seu bom gosto musical me capturou desde a infancia e continuo seguindo com interesse 0 trabalho desse auténtico guitar hero brasileiro.”


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lUBAMBU “Romero é um cara que mistura sem pudores suas inuéncias musicais e, a partir dai, cria uma assinatura sua. E um msico de jazz, mas com elementos nio apenas da guitarra jazz, mas também de violo brasileiro, rock e blues. Sua interpretacio me atrai, porque contém muita expressividade, seja com 0 violao ou a guitarra. E transitar pelos dois instrumentos também faz a diferenga. E algo que os brasileiros fazern bem, porque o violio acstico esté presente em nossa musica popular. A técnica usada por Lubambo é calcada no erudito, mas ele a adapta muito bem a guitarra elétrica. E isso que busco em meu som enquanto guitarrista: processar minhas inuéncias de diversos estilos e maneiras de tocar para criar algo préprio, pessoal. Gosto muito do album de Lubambo em duo com César Camargo Mariano e de seus discos com o Trio da Paz.”

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J/touts Mnumx _,AunvlAvu1R “Foi no inicio dos anos 1980 que

mtisica passou a ser algo vital em minha vida, mas eram tempos estranhos, nos quais uma avalanche de sintetizadores e sequenciadores tirou a guitarra do foco principal. Bandas consagradas, como Genesis e Rush, que até entao reinavam absolutas na era setentista, estavam se repaginando a todo custo para se adequar a tal new wave e a um enorme tsunami de novos grupos e tendéncias musicals. Na crista dessa enorme onda estava o Duran Duran. Apesar de todo o apelo comercial, as msicas do grupo eram boas e as apresentagoes ao vivo deixavam claro que se tratava de msicos competentissimos. Parando para pensar, foi o baixo de John Taylor que me inspirou a ser musico. Um fato curioso é que o primeiro exemplar de Guitar Player que comprei na vida — a edicéo arnericana de julho de 1985 - foi por causa de uma matéria com John Taylor. Era um tempo em que no havia Bass Player e baixistas apareciam na revista. Como sou luthier, fui me apaixonando cada vez mais pela seis-cordas. Sem falar que era 0 tempo de ouro das Floyd Rose e seus pilotos, e nao consegui evitar de substituir meu amado baixo por uma envenenadissima guitarra. Como minha banda do coracio sempre foi 0 Duran Duran, passei a prestar muito mais atenco no trabalho do guitarrista Andy Taylor. Tirei tudo do cara, pois minha primeira banda ‘prossional’ foi de covers do Duran Duran. O peso das guitarras de Andy é vital em hits como Hungry Like the Wolf, Careless Memories e Wild Boys. Além disso, o bom gosto nos timbres e frases era notavel — ouca a melodia principal de Planet Earth, por exemplo. Andy é um grande rebelde, mas é por isso que gosto tanto dele. E claro que existem caras muito mais técnicos, mais rapidos e até mesmo mais iconicos que Andy, mas esse é o ponto. Nio curtia o cara porque ele era ‘mais isso’ ou ‘mais aquilo’, mas, sim, por sua funcio vital na banda, que era apimentar um pouco as coisas. E uma pena que a tentativa de sua reintegracao at formacao original do Duran Duran tenha falhado. Foram poucos os guitarristas que conseguiram impor seu estilo em hits pop dos anos 1980. Steve Stevens é um deles, mas Andy Taylor, para mim, foi simplesmente ‘o cara’!” a


HlV|[lUl[lK_>AlBERllEE “Como muitos garotos, comecei a tocar guitarra inuenciado por guitanistas de rock e construi uma carreira nesse segmento. Apesar de, em certo momento, ja ter uma trajetoria consolidada nesse género, segui o que mandava meu corago, que era um estilo até entio pouco divulgado no Brasil. Eu jé. gostava muito do trabalho de Albert Lee, um artista excepcional, que tem uma histéria de sucesso e um jeito de tocar muito diferente e personalizado. Quando resolvi me dedicar ao country, foi como aprender a tocar novamente. Era outra linguagem, uma nova técnica e um feeling peculiar. Albert Lee foi e ainda é fundamental em minha musica. Sua maneira de improvisar e o suingue que ele imprime nas cangoes fazem dele urn musico unico. Em se tratando de country, Lee vem inuenciando varias geragoes de guitarristas.”

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Htvumm NASUMENIIJ —> Vm “Um cara nascido em 1976 tinha 14 anos em 1990. Com nio se impressionar pela gura de Slash. Mas se foi o cabeludo do Guns N’ Roses que acendeu minha vontade de ser guitarrista, em meus primeiros momentos corn 0 instrumento surgiram Jimmy Page, Eddie Van Halen e Randy Rhoads, além de Wander Taffo e Hélcio Aguirra - até hoje, esses dois guitarristas brasileiros siio referéncias para mim. Mais familiarizado com musicos, lembro-me de uma importante — revolucionéria, eu diria — tarde de sébado de 1993, em que me apresentaram o disco Passion and Warfare, de Steve Vai. Era mtisica para msico e, naquele dia, também rolou Joe Satriani, Larry Carlton e Stanleyjordan. Um pouco rnais tarde, reencontrei Larry Carlton, a bordo do Steely Dan, e digo que é meu guitarrista favorito. Mas o impacto causado por Steve Vai e suas estripulias com o instrumento naquele primeiro contato foi inesquecivel. Para um iniciante no instrumento, ouvir For the Love of God foi uma inspiragio divina.” essa idade, gostando de rock, era impossivel


uitarrahred O ESTILO TECNICAMENTE AVAN§ADO DE TOCAR CONHECIDO COMO

“frita<;ao” deve muito ao lancamento do primeiro album do Van Halen, em 1978, e ao produtor Mike Vamey, que descobriu ins:rumentistas talentosos nos anos 1980. Com a coluna Spotlight. que ele escrevia para a GP americana, e os élbuns que lancou pela sua gravadora, Shrapnel, Varney apresentou ao mundo icones "iri:adores" como Jason Becker, Marty Friedman, Paul Gilbert, Vinnie .\Icore e Yngwie Malmsteen. Shredders, é claro, precisavam de guitarras que facilitassem legaros absurdamente velozes, sweep picking e outras técnicas arrojadas. C om exceco de Yngwie (que permaneceu com uma Fender Strarocaszer). muitos desses instrumentistas passaram valiosas informa<;6es para empresas como Charvel, Jackson, ESP, Carvin e Ibanez, que responderam prontamente a demanda por guitarras que apresentassem elementos essenciais para “frita<;io”, como braco com acabamento natural, shape no e escala plana, corpo “aerodin§.mico" com dois cutaways bem delineados e captadores que tivessem forca e deniciio. No nal da década de 1980, praticamente quase todas as grandes empresas ofereciam guitarras que preenchiam esses requisitos e tinham headstocks pontudos para deixar isso bem claro. Avance para 2014 e vocé vera que nada mudou na cena da “fritac§o”. A velocidade e barreiras técnicas quebradas por Yngwie e Becker 26 anos atras ainda servem como marcos do estilo shred e guitarras do género ainda equivalem aos carros de Formula 1 do universo das seis cordas. Este teste traz cinco guitarras “fritadoras” da Carvin, ESP, EVH, Ibanez e Jackson. Todas elas carregam um DNA que pode ser rastreado até trés décadas atras, apesar de a ESP EC-1000 marcar pontos na tabela da evolucio por contar com a revolucionaria ponte EverTune. Avaliamos estas guitarras com um combo EVH 5150 III 2x12 e um PRS 2-Chanell 1x12. Cada modelo foi analisado levando-se em consideracéio 0 timbre, tocabilidade, construgao e relacao

custo-beneficio.

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Testes

CARVIN JBZOOC JASON BECKER TRIBUTE

AS PESSOAS QUE ASSISTIRAM AOS VIDEOS DE JASON BECKER MINISTRANDO UM workshop no Atlanta Institute of Music, nos Estados Unidos, testemunharam duas coisas importantes: primeiro, um dos maiores shredders de todos os tempos em sua melhor forma; segundo, ele tocando frases velocissimas, baseadas em escalas e arpejos, com uma Carvin DC200 azul sara. Décadas depois, a Carvin hornenageou Becker com seu préprio modelo signature: ]B2O0C. Testei esta maquina de alta per-

formance com um combo EVH 2x12, um PRS 2-Channel e um Fryette Sig:X. Também conversei com 0 préprio Becker, para incluir algumas de suas lembraneas. Ficamos impressionados logo de cara com a vibe elegante e 0 belo visual da JB. O tampo de maple é lindo, o acabamento em degradé azul é sensual e impecével e o braeo de maple tratado com oleo de tungue possui uma pegada incrivel e se destaca no conjunto formado pelo corpo azul escuro e ferragens pretas. O braeo e seu acabamento foram especicamente requisitados por Becker naquela época. “Eu adorava a DC200 roxa que ganhei quando Marty Friedman e eu visitamos a Carvin pela primeira vez”, diz Becker, “porque a sensagao ao tocé-la era otima e eu conseguia timbre de Les Paul e de Strato com uma tinica guitarra. Pedi a mesma coisa em minha guitarra azul, mas com um brago no de amed maple e acabamento acetinado, de modo que minha mao nio casse presa na tinta”. Suas observagoes levaram a um brago com

acabamento acetinado até a C388 18, onde a pintura do corpo entra em cena. Essa guitarra é macia, veloz e facil de tocar. Shape no, raio plano e regula.~ gem impressionante a tornam uma guitarra dos sonhos para “fritadores”. Amplicada, a JBZOOC oferece um grande variedade de timbres, todos eles musicais e titeis, abrangendo desde sons enormes e parrudos de humbuckers até sonoridades magras e funkeadas de single-coils. A Carvin alcanea esse objetivo por meio de um engenhoso layout de controles. O ajuste padrao da guitarra é o modo ativo, que apresenta um volume master e bot6es de boost/corte de agudos e boost/corte de graves, além de op;6es de cancelamento de bobina e uma


chave de fase. Esse modo oferece muitos sons legais, tanto limpos quanto sujos. Se vocé puxar o boto de volume, entra no modo passivo, que também fornece cancelamento de bobina e chave de fase, mas, desta vez, com um controle convencional de tonalidade. Gostei de todos os timbres, e os fora de fase possuem um étimo ataque agudo A la Brian May. “Eu adorava os sons de cancelamento de bobina”, diz Becker. “Também usava a opgio de fase, como na musica Thousand Million Suns, do CD Raspberry jams.” A alavanca Floyd Rose foi ajustada em

uma conguragio utuante com bastante alcance em ambas as dire<;6es. Consegui arrancar harménicos na corda G até um tritono acima (!) e depois descer até

profundezas do inferno. Muito legal! O raio plano facilita a execuqéo de bends e nio houve nenhum tipo de trastejamento, mesmo em bends de uma terga maior ou mais. Esta guitarra é incrivelmente macia de tocar e, mesmo que a maioria de nos no tenha 0 nivel absurdo de Becker quando ele empunhava este modelo, todos nés seremos capazes de levar as coisas um degrau acima graeas étima construgio e caracteristicas que a Carvin colocou nesta guitarra. Como Becker relembra de sua apresentaeio no workshop em Atlanta: ‘ikquela guitarra deixava tudo mais fécil e divertido! A sensagio era de que eu e ela éramos um so. Podiamos fazer qualquer coisa jun-

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MATT BLACKETT


TESTES

ESP LTD EC-1000 EVERTUNE QUANDO A PONTE EVERTUNE APARACEU NO MERCADO, TRES ANOS E MEIO ATRAS, estava disponivel apenas como item avulso e exigia instalago um tanto complexa. Todo guitarrista a quem mostrei essa ponte cou impressionado com sua capacidade de permanecer anada indenidamente néio importando as mudangas de temperatura, bends violentos etc. -, e sua entonagéio mostrava-se perfeita em toda a extenséo do brago. Porém, vérios msicos disseram algo como “N510 quero reformat minha guitarra. Gostaria que essa ponte viesse de fébrica em um modelo de produgéo". Bem, a ESP deve ter escutado esse pedido, porque a empresa tomou a corajosa deciséo de langar nio somente um, mas dois modelos LTD equipados com a EverTune, incluindo a belezura que vocé vé aqui. A ESP é conhecida pela impressionante qualidade e cada detalhe da EC-1000 foi muito bem cuidado. Os elementos visuais séio belos, sensuais e classudos, com lindos frisos que delineiam no somente 0 corpo e 0 brago, mas também a escala de rosewood, proporcionando a quantidade exata de luxuosidade sem cair no exagero. A estrela das ferragens, a ponte Eveflime, combina perfeitamente e parece que foi feita para esta guitarra. As cavidades abaixo do seletor e dos knobs sio arredondadas com precisio, assim como o cutaway estiloso. O nut e as extremidades dos trastes s50 suaves e reforqam a sensagio de renamento. Como todas guitarras equipadas com ponte EverTune, a EC-1000 mostrou-se muito bem anada desde 0 segundo em que a tiramos da caixa. Ajustei as tarraxas

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até chegar ao ponto em que a tenséio das cordas estava para superar a tensio das molas da EverTune. A partir de entio, eu podia executar bends normalmente sem que acordes ou notas soassem fora da anagéo. Pluguei a guitarra e ouvi os impressionantes timbres de rock associados a uma guitarra de mogno equipada com pickups EMG: precisos, agressivos, acordes detalhados e linhas melodiosas. E tem mais. Como a EverTune permanece sempre precisamente anada, todas as minhas partes ritmicas caram com uma clareza fora do comum, mesmo aquelas com distorgio raivosa. E indescritivel a sensago de seguranga transmitida pela capacidade de tocar qualquer abertura em qualquer


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posigio - mesmo com corda solta. Sem brincadeira, toquei um acorde de A com desenho de D na posiqao 19 junto com um A grave solto e soou como um piano. Mesmo minhas guitarras que anam melhor teriam alguma diculdade com isso. A EC é uma maravilha para solar, com agiio baixa e trastes gordos para facilitar os bends. Alguns bends monstruosos exibiram, acusticamente, um pouco de trastejamento - isso nao apareceu no som que saia do amp —, mas até mesmo bends na corda G com intervalo de uma quarta ou mais retornaraxn sempre 100% anados. Esta guitarra (ou sua irméi com dois cutaways, a MH~1000 EverThne) se sairia rnuito bem como arma secreta na es-

trada e em estdio. Vocé poderia leva-la de um gelado quarto de hotel para um palco quente com total tranquilidade. Poderia dobrar canais de base sem ao menos pensar em olhar para um anador. As guitarras ESP sao sélidas como rocha e a EverTune as melhoram ainda mais. E verdade que 0 guitarrista precisa aprender a crocar as cordas e ajustar o sistema, e existem étimos videos explicativos no site da EverTune que rnostram tudo 0 que vocé necessita saber. Mas esta é uma tecnologia que pode mudar as regras do jogo e vocé, com certeza, precisa experimentar essa guitarra. Parabéns a ESP por ser a primeira a oferecer essa ponte inovadora em seus belos instrumentos. - MATT BLACKETT


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EVH STRIPED SERIES INSPIRADA NAS GUITARRAS QUE EDDIE VAN HALEN MONTOU COM VARIAS PARTES E pintou de maneira tao pessoal, a linha EVH Striped oferece modelos em trés esquemas de cores: branca com listras pretas, preta com listras amarelas e a versao vermelha com listras pretas e brancas, avaliada aqui. Apesar de, obviamente, nao ser uma réplica exata da guitarra que Eddie construiu — nio ha chave de trés posigoes na cavidade central, nem moeda de 25 centavos de délar abaixo da alavanca, nem single-coil desligado na posigio do brago -, a Striped oferece os elementos basicos necessérios para botar para fora o Van Halen que existe dentro de vocé: corpo estilo Strato, brago parafusado de

maple, humbucker montado

direto no corpo, um nico controle (de volume, mas com knob com inscrigio “Tone”) e sistema de trémolo com trava dupla. Os pinos de correia sao do tipo vintage e 0 acabamento é muito mais lustroso do que 0 trabalho original feito com lata de spray. A alavanca Floyd Rose da EVH é ajustada somente para mergulhos para baixo, de acordo com a preferéncia de Van I-Ialen, e as cordas passam sob um abaixador em for~ mato de barra antes de chegarem as tarraxas cromadas. A ponte funciona com suavidade mesmo em dive-bombs extremos e 0 D-Tuna faz 0 que dele se espera — pega a corda E grave e baixa com precisao para D quando vocé puxa o pino serrilhado e retorna a E

quando 0 empurra. NO entanto, 9. ponte gera alguns ruidos de vibragao, que parecem causados por ela nio estar completamente assentada ao corpo. N 0 headstock, as tarraxas também vibravam quando 0 brago era agitado. O bra<;o tratado com éleo possui 6tima pegada. A escala de raio composto, os trastes muito bem polidos e instalados e a regulagem de agao baixa fazem com que tocar a Striped seja uma experiéncia inspiradora. Um pouco de ruido foi percebido quando a guitarra chegou, mas foi facil resolver isso ajustando o tensor, cujo acesso se encontra no nal do brago. O humbucker Wolfgang possui resposta balanceada e saida moderada. Pro-


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duz timbres com bastante grave e a quantidade exata de brilho para se sobressair em uma mix de palco. Além disso, fornece o famoso “brown sound” que é marca registrada de Van Halen. Plugada no canal do meio de um combo EVH 5150 III 2x12, a Striped gerou bastante sustain e uma caracteristica camuda e cortante, com excelente denigao de nota. Nesta conguraqao, vocé pode diminuir 0 volume na guitarra para obter um timbre mais iimpo para bases (esse controle mantém os agudos quando abaixado), o que ja no é tio possivel de fazer quando vocé muda para o terceiro canal do 5150, no qual o ganho é simplesmente absurdo. No entanto, a Striped conseguiu manter

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sua personalidade intacta em meio a uma avalanche de harménicos oriundos de val-

vulas torturadas. A Striped foi projetada para metal e hard rock, e nio ha muito mais o que se possa fazer com uma guitarra como esta, a nao ser, talvez, usa-la em uma banda de reggae ou algo assim. Mas, para fis de Van Halen, é uma excelente maneira de chegar mais perto da guitarra que Eddie tocava. E mesmo que vocé simplesmente a pendure na parede com medo de exigirem que vocé “frite” como Van Halen se leva-la para tocar em pblico, a Striped ainda é uma homenagem apropriada para uma das guitarras mais icénicas jé construidas. — ART 'rHOMPsoN

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IBANEZ S|R27FD IRON LABEL SERIES DE SETE CORDAS

A IBANEZ TEM UMA S(§L|DA REPUTAQAO NO SEGMENTO SHRED E A SETE-CORDAS SIR27FD, da nova série Iron Label, demonstra por qué. Com prego atraente, trata-se de uma méquina de triturago bem projetada e equipada, e ela revela cada vez mais seu charme sombrio A medida que vocé se aprofunda em seus atributos. A SIR27FD possui o corpo no da linha S da Ibanez — uma versio mais delgada do cléssico desenho de super-Strato —, que é muito confortével de tocar. Com os captadores sem capa, montados diretamente na madeira, os controles minimalistas e o jack rebaixado no corpo, a Ibanez mantém a integridade estética, apesar de a localizagéio do jack ser perigosa caso vocé pise no cabo sem que este esteja apoiado no pino da correia. O acabarnento Iron Pewter e as ferragens escuras cromadas (a Ibanez as chama de Cosmo Black) enfatizam as intengoes desta arma, enquanto um no friso branco ao redor do tampo e do headstock proporciona um qué de tradigio.

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0 brago Nitro Wizard da Ibanez C011siste em trés pegas de maple/bubinga/mw ple e possui shape bem no e plano. Esse brago jé. demonstrou eciéncia em outras armas de guerra e apresenta 0 desenho certo para répidas manobras de “fritagio”. A regulagem da guitarra pareceu correta assim que a retiramos da caixa, apesar de algumas bordas da pestana terem se mostrado um pouco ésperas quando entraram em contato com a mo da escala clurante execugoes nas regi6es graves. Além disso, _-.._.....

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fas de bragos super retos talvez queiram

apertaro tensor um pouquinho. Quanto ao poder de fogo, a Ibanez sabiamente equipou a SIR27FD com dois humbuckers DiMarzio PAF 7. Assim, evitou o ditado “quanto mais quente melhor”. Esses captadores vintage, que mal chegam a 7kohms em qualquer posigao, oferecem com facilidade a clareza e dinamjca que humbuckers muito enrolados se esforgam para alcangar, mas, ainda assim, os PAF 7 sio capazes de produzir mas— sacres em grande quantidade se forem usados com um amp de alto ganho ou pedal de distorgio. Os controles de volume e tonalidade sao simples, enquanto 0 seletor de cinco posigées, além das trés conguraeées usuais, acrescenta op<;6es de cancelamento de bobinas em paralelo com o captador do brago. A ponte Gibraltar Standard, da Ibanez, permanece uma impressionante pega de hardware, fornecendo sustain prolongado com seu design de cordas que atravessam 0 corpo, embora eu tenha percebido um leve jogo lateral que em alguns saddles.

Ligada a amps Bogner Goldnger -la Z Remedy com pedal Providence Stampede, a SIR27FD primeiramente recompensa 0 guitarrista com timbres limpos que sao, muitas vezes, considerados dispensaveis em uma maquina de thrash. Apesar de seu visual incendiario, esta guitarra produziu timbres detalhados que soariam perfeitos em blues rock tradicional ou baladas atmosféricas, e solos ardentes estavam a apenas um footswitch de distancia. Combinada as mais altas opgoes de ganho do Bogner, a SIR27FD foi massacrante, levando-me a tocar linhas estrondosas nas cordas graves, power chords poderosos e solos incendiarios. Plugada no Dr. Z com 0 overdrive Stampede, foi uma mo na roda obter sons de metal classico dos anos 1970. Sustain encorpado e microfonias musicais surgiram naturalmente de ambos os equipamentos. Resumindo, a SIR27FD é confortavel de tocar e contém todas as qualidades para um resultado sonoro mais do que satisfatorio, além de oferecer uma otima relagao custo-benecio. - n/we HUNTER e Dr.


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JACKSON DKZM DINKY PRO SERIES GROVER JACKSON INICIOU SUA CARREIRA NA INDUSTRIA DA GUITARRA TRABALHANDO na ocina cle Wayne Charvel, em Glendora, Califémia. Jackson comprou o negocio em 1978 e ele e sua equipe comecararn a produzir as guitarras Charvel, que se tornaram muito populares na década de 1980 junto a msicos de metal do sul da California. A primeira guitarra com o nome Jackson no headstock foi 0 modelo Concorde que Grover fez para Randy Rhoads em 1980. A partir daquele momento, seu nome se tornou sinénimo de modelos como Kelly, Soloist, King V, Double Rhoads e a Dinky de braco parafusado. A Dinky atual, que incorpora a estratégia cléssica de Jackson em construir guitarras de precos acessiveis visando o mlisico “trabalhador”, exibe um visual limpo e discreto, com suas ferragens pretas e corpo e headstock com acabamento preto acetinado (também clisponivel em pinturas que a empresa chama de Chlorine Burst, Transparent Red, Transparent Black, Silver Burst e White). A escala de maple combina muito bem com o conjunto, devido ao friso preto que percorre suas bordas. O braco de maple, reforcado com grate, possui shape no e acabamento natural acetinado, o que proporciona uma étima pegada. A tocabilidade da Dinky se toma ainda melhor gracas aos trastes polidos, que so bem instalados e suavizados nas extremidades, e a escala plana, a qual, com raio composto de 12” a 16", é uma superficie ideal para “frita<;a'1o". Cordas leves e bai-

xas e a(;5,0 sem trastejamento completam uma regulagem magnica para aqueles que gostam de tocar em alta velocidade. A ponte Floyd Rose rebaixada permite manobras para cima e para baixo, e seu movimento é suave e preciso, sem vibracio ou ruidos mecanicos indevidos que as vezes podem surgir quando as cordas sao atacadas acusticamente. Os captadores Seymour Duncan “zebra” (‘59 no braco e]B na ponte) alimentam um seletor de cinco posicoes que oferece os ajustes de trés hmnbuckers (ponte, ambos, braco) e duas conguracoes de cancelamento que mantém acionadas as bobinas internas dos pickups. Plugada no combo EVH 5150 III 2x12, a


Dinky gerou um som brilhame e ressoante, rico em detalhes. As notas saltam com muita clareza e excelente ataque, e a guitarra é muito responsiva as dinamicas de palheta e soa com consisténcia em todas as regioes da escala. Se vocé prefere bragos mais gordos, a Dinky talvez nao seja 0 que vocé procura, mas é ideal para quem deseja uma pegada de toque leve e facil. Em termos sonoros, esta Jackson é otima para rock, metal e fusion, e a variedade de sons que ela produz serve também a outros estilos. O captador da ponte tem sonoridade impetuosa, com étimo equilibrio entre peso e ataque, e o pickup do brago soa gordo, claro e muito legal para bases ou solos de tim-

bres guturais. O som da Dinky se expande na posigao dos dois captadores combinados, mas, com somente um controle de volume, nao ha muito o que fazer para alterar 0 som, além de cortar os agudos com 0 botao de tonalidade. Dito isso, gostei dos timbres estalados que se obtém nas posigées 2 e 4, que produzem sons levemente fora de fase (mais sombrios e mais brilhantes, respectivamente), que soam étimos em bases funkeadas e solos limpos de timbre estalado. E legal ter essas op<;6es em uma guitarra como esta, pois ampliam a paleta sonora e tornam a Dinky adequada para diversos outros estilos, e nio apenas rock e metal. ART THOMPSON 3

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A BUGERA N50 E APENAS UMA MARCA de amplicadores. Na realidade, é uma espécie de grife da Behringer dedicada a producio de modernos amps valvulados que, a exemplo de toda uma extensa linha de equipamentos que a gigante Behringer produz, apresentam tecnologia avancada a precos convidativos. Avaliamos 0 BC3O212 da série vintage, um belo exemplo do que a Bugera tem produzido de melhor. O BC30 é um combo concebido no

estilo “boutique”. Em termos visuais, ele impressiona, pois seu elegante painel frontal (com detalhes em vinil creme, que contrasta com 0 vinil preto predo-

minante — uma combinacao que causa um efeito vintage e “black tie”) ganha vida quando 0 aparelho é ligado e todas as palavras do painel se acendem, juntamente coma luz piloto e o grande iogotipo Bugera que ca préximo a grade — um resultado visual impactante. Mas niio é somente na aparéncia que 0 BC3O-212 se garante, pois 0 conceito “de boutique” é levado a extremos nesse combo classudo. Trata-se de um legitimo amp do tipo classe A, caracteristica tipica dos melhores aparelhos do género. Possui 30 watts de poténcia e dois alto-falantes de 12" (formula utilizada no cléssico Vox

AC3O). No projeto do BC3O, a Bugera empregou solucoes puristas e bastante renadas, como utilizacéio de vélvulas também no estagio de reticacao. Além disso, ha duas opcoes de vélvula reticadora: uma SAR4, fornecicla com 0 aparelho, ou duas SU4 (nio inclusas), para quem deseja um ataque mais suave. O amp possui dois canais com entradas distintas ambas com duas opcoes de ganho de entrada e cada urna com seu préprio send/return - e essa conguraciio nio possibilita a troca de canais via footswitch, mas permite que 0 amp possa ser compartilhado com algum gui-

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tarrista convidado em uma emergéncia. Entretanto, tal limitacio em relacao a troca de canais pode ser driblada com a utilizaco de um A/B box. O canal 1 possui apenas controles de volume, graves e agudos, e o canal 2 consegue ser mais simples ainda, pois coma apenas com volume e uma chave rotativa de selecio com seis p0si<;6es. Os bot6es da secéio de poténcia compartilhados por ambos os canais sio volume master e um knob denominado Cut, que atenua sutilmente os agudos, caso necessério. Apesar da aparente limitacio dos controles, é impressionante a complexidade de timbres crunch que 0 BC3O proporciona. O canal 1 é mais tranquilo e, com ele, podemos descolar timbres bem limpos, mas com bas— tante punch e volume — 0 poder de quatro EL84 trabalhando juntas no power é incrivel. Jé o canal 2 mostra-se somente um pouco mais agressivo em termos de ganho, mas 0 suciente para extrair drives matadores e com bastante sustain, sobretudo em ajustes generosos de volume master. Felizmente, o BC3O mantém intacta a vibe de amp de boutique, sem tentar se aventurar em um territorio de alto ganho.

Seja qual for 0 canal utilizado, seu volume correspondente (que é o volume real, e néio o ganho/drive) trabalha em total interatividade com o ajuste de volume master, o que signica utilizar volumes generosos para que ocorra tal simbiose. E o tipo de amp que implora por altos volumes, porém, como nem sempre isso é possivel ou aconselhavel, o BC3O conta com uma utilissima chave no painel traseiro que corta a poténcia pela metade, tornando a busca por overdrive e sustain bem menos sangrenta. Muitos podem achar pouco, mas 30 watts em um amp classe A falam muito alto! A medida que ia testando este Bugera com vibe de boutique, plugando vérios modelos de guitarra, assim como um ou outro pedal de distorcio para tornar seus drives ainda mais intensos — sempre com étimos resultados -, eu cava cada vez mais fascinado por sua simplicidade em matéria de ajustes e facilidade para produco de sonoridades quentes para estilos como blues, rock classico e britpop. O seletor rotativo do canal 2 oferece seis variacoes sutis de timbre, mas uma delas sempre cai como uma luva para a guitarra

utilizada. A auséncia de reverb toma esse combo um tanto seco, mas achei uma caracteristica coerente com sua proposta purista — em um amp tio legal, é bem melhor nio ter reverb algum do que um circuito digital para esse efeito ou um reverb de mola barato.

A Bugera acertou a mao no BC3O, pois criou umcombo com tudo o que os amps de boutique oferecem de melhor em tennos de timbre e requinte, mas por um preco bem mais possivel de ser encarado por quem sempre sonhou com uma joia dessas. ‘J


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SEM DUVIDA, A COR DA MODA EM GU|tarras e violoes é o preto fosco ou, pelo menos, é 0 que fabricantes tém apresentado de novidade nesse sentido. A

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tonalidade ganhou notoriedade mundial gracas a roupa do Batman e a lataria do seu Batmével, conferindo ares de moder. . nidade e, ao mesmo tempo, sombnos. Ganhou as ruas da vida real com varios fabricantes de automoveis pintando seus carros recém-langados nessa cor e, ago ra, volta a telona na armadura irnponente do Robocop no lme hollywoodiano do brasileiro José Padilha. No mundo das seis cordas, o preto fosco segue fazendo escola, a exemplo dos viol6es J. White AH-106BKM-40 e AH-lO6BKM-41, avaliados nesta edicao.

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AH-106BKM-40 Este violéio com cutaway possui dimens6es menores do que modelos dreadnought ou jumbo. Esta mais proximo do Grand Auditorium, da Taylor. E um instrumento bem construido, anatornico e leve. As medidas do seu corpo séo as seguintes: 46,5 cm de comprimento, 38 cm de altura e 11 cm de espessura. O tampo é levemente inclinado na regiao superior direita, facilitando o repouso do antebraco do musico e o toque da mao direita (o instrumento que recebemos era para destros). O acabamento preto fosco cobre toda a caixa de ressonancia, inclusive 0 fundo, a parte posterior do braco e 0 headstock. Ha poucos detalhes visuais, como os frisos claros, as faixas e a roseta de mogno e 0 cavalete escuro de rosewood. Com um corte interessante, 0 headstock traz o logotipo da empresa e, em suas laterais, tarraxas pretas blindadas. O braco possui 20 trastes de alpaca e a escala apresenta marca¢6es em formato de boli-

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nha de abalone. O violio possui tampo de laterais e fundo de nato/mogno e

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braco de cedro rosa. O 40 é um instrumento confortavel de empunhar, seja tocando sentado ou em pé. Neste ultimo caso, vocé deve providenciar uma correia que se prende ao headstock, pOlS ha apenas um ponto de xacao no violao. A largura do corpo é mais estreita, portanto, é mais facil “abraca-lo" e o instrumento ca mais préximo do peito, propiciando um contato maior. Quanto a rocabilidade, 0 40 veio muito bem ajustado de fabrica, nao apresentando trastejarnentos e com as cordas na altura ideal para tocar com os dedos ou com palhera. O braco néio cansa a mo da escala, facilitando a montagem de acordes e execugao de escalas. A pintura fosca do braco da a sensaco de uma agilidade major em rnudancas de posicao. As tarraxas blinda»


das sao rmes e precisas, mantendo sempre uma anacao certeira. A sonoridade acstica deste J. White é boa e esta de acordo com um instrumento de preco acessivel. Deve-se ter critério nesse ponto, pois nao ha como coloca-lo na mesma balanca sonora de um Martin, por exemplo. A projecao é moderada e serve satisfatoriamente para ensaios cameristicos de voz e violao ou duo instrumental de viol6es. Usando dedos ou palheta, o 40 agradou bastante. Proporciona um som suave e com boa deniciio. E um violac bacana para estudo, inclusive para guitarristas, pois funciona como uma guitarra aciistica. Alias, sua largura é parecida com a de uma guitarra de jazz. Devido a seu peso, transporta-10 pode ser tranquilo, 0 que o torna interessante também para viagens. Mas vocé tera de providenciar um bag leve, pois este J. White vem “pe1ado" de fabrica. A parte elétrica é da B-Band e consiste em pré-amplicador T35 e captador de rastilho da série UST. O pré-amp possui equalizador de trés bandas (graves, médios e agudos), controle de volurne, botio Phase (para reduzir microfonias) e anador eletronico cromatico. Neste ultimo, o nico ajuste possivel é 0 de 44OHz. A

saida é P10 (cabo de guitarra comum; nao-balanceada) e 0 circuito funciona com bateria comum de 9 volts. O amplicador utilizado no teste foi um Roland Acoustic Chorus AC-60, que é bem el ao som acustico. Para conseguir um timbre proximo ao natural, a captacao foi honesta, nao puxando a equalizacao para nenhum sentido. Para conseguir um timbre satisfatorio, bastou deixar todos os ajustes na posicio central, inclusive no amplicador. Obviamente, quem dita aequalizacaoé asituacao em que oviolao esta inserido. Para tocar sozinho, ajustes at foram convincentes. Com banda, vale a pena destacar os agudos ou diminuir os graves, para o violao aparecer na mix junto com o baixo e a percussao. A captacio de rastilho, via de regra, oferece um som seco, sem sustain. Sendo assim, invista algum tempo fucando no equalizador do violao, amplicador ou mesa de som para encorpar o som elétrico. Um pequeno problema notado tem relacao com o volume individual das cordas. A terceira e quarta cordas apresentaram volume inferior ao das demais. Esta foi a (mica falha notada na parte elétrica, que, no geral, é bem silenciosa. Mas é uma imperfeicao que pode ser corrigida por um luthier especialista em viol6es.

o .|. Whlte AH-IOGBKM-40 vem equlpado com slstema B-Band 1'35, que apresenta captadorderastllhodasérle usr.

AH-IOBBKM-41 Se 0 modelo 40 era menor e facil de ser “abracado”, o 41 é um grandalhao no melhor estilo folk (dreadnought). Ambos sio irmaos no sentido de terem praticamente 0 mesmo DNA de construcio. As madeiras usadas no 41 sao similares, exceto na escala e cavalete, nos quais foi empregado o pau-ferro. O acabamento também é idénrico, com roseta, frisos e braco seguindo a linha do 40. A diferenca basica esré no seu desenho. Trata-se de um folk, ou seja, sua caixa de ressonancia é bem maior, medindo 50 cm de comprimento, 40 cm de altura e 12,3 cm de espessura. A largura da escala é a mesma, 43 mm (35 mm da primeira a sexta corda), similar a de uma guitarra elétrica. O tarnpo também é inclinado na regiio superior direita, o que, neste folk, colabora para diminuir a sobrecarga sobre o braco direito, ja que a espessura do corpo é maior. Apesar de seu tamanho, é tranquilo tocar com o 41. A escala é confortavel e facil de tirar som. Houve um pouco de trastejamento por volta do traste 12 nas duas primeiras cordas, algo que 0 fabricante deixou passar, mas que pode ser resolvido por um luthier. As tarraxas blindadas sao muito precisas. Por possuir mais madeira em sua construcao, é um instrumento mais pesado que o 40 esteja preparado quando for tocar em pé. Assim como seu irrnao menor, 0 41 veio de fabrica sem bag, portanto, reserve um dinheiro extra para comprar um. No quesito sonoridade, este J. White possui timbre encorpado e profundo, com mais harmonicos. Agradou bastante para tocar sem palheta, desde sons pop até jazz e, inclusive, pecas de violio. Também soou interessante com palheta e segurou a onda em fraseados rapidos e intensos, mantendo a denicio sonora. Tem volume moderado, servindo mais para estudo, ensaios e gravacoes simples. Quanto a captacao, ha uma diferenca em relacao ao 40. Este folk possui sistema T65, da B-Band. Diferentemente do T35, possui dois captadores, sendo um de rastilho (UST) e um cle contato (AST), posicio-

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pré-amplicador


ESIES apresenta controle Mix para dosar 0 som vindo de cada um dos pickups, além de

botoes de graves, médios e agudos, controle Notch (para reduzir microfonias) e equalizador cromético embutido. O violao tem dois tipos de saida, P10 e XLR (balanceada), posicionadas uma do lado da outra, proximas ao acesso da bateria de 9 volts, que alimenta o sistema. O amplicador utilizado na avaliacéio foi 0 mesmo, urn Roland Acoustic Chorus AC-60. Com toclos os ajustes na posicio at, o captaclor de rastilho apresentou um som exageradamente brilhante, o que gerou problemas de rnicrofonias ocasionais. Para conseguir um som agradavel com esse captador, foi necessario reduzir dras[lC3.1'I'1€I'1tE OS 3.gl.1dOS 6 acrescentar gl‘21\'€S (no proprio violao), pois, além de brilhante, 0 timbre da posicéo flat é bem magrinho. O lado bacana é que nao foi notada diferenca de volume entre as cordas, ao contrario do que aconteceu no modelo -LO. Jé 0 captador de contato rem caracteri stica sonora oposta. Oferece um som gordo, cheio e repleto de harmonicos muito mais proximo do timbre natural. O ponto negativo foi que a captacio da sexta corda (E) estava em um nivel bem acima das demais, gerando desequilibrio de volume. Apesar das diferencas sonoras entre si, o AST e UST apresentaram bons timbres quando combinados. O ajuste que mais agradou foi com o controle Mix voltado mais para o AST, algo como 75% do AST e 25% do UST. Outra maneira de conseguir um som bacana foi usando a saida XLR do 41. Se 0 seu amplicador possui esse tipo de entrada, nao pense duas vezes em utiliza-la, pois 0 sinal apresenta ganho e qualidade superiores.

por um luthier. S50 instrumentos voltados para iniciantes ou para musicos que desejam viol6es nio muito caros, porém funcionais. Quanto a parte elétrica, o modelo 41 mostrou maiores possibilidades de recursos sonoros e timbre superior. Ja o 40 é ligeiramente mais confortével de tocar.

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BALANQO GERAL

Ambos os modelos da série AH-106BKM sao muito bem construidos e, além de boa tocabilidade, oferecem uma sonoridade acustica de acordo com sua faixa de preco. Apresentaram pequenos deslizes na captacao, que poderiam ser resolvidos com uma inspecao mais detalhada do fabricante, e houve algum tfastejamemo no modelo 41, mas sao problemas que podem ser facllmente resolvidos

OAH-106BKM-41contacomeletrnlca B_Band -|-65, que Poss“ captador de rastllho UST e plckup de contato AST.


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llitas da Estrada: Endorsement NESTA EDIQLO, VOU DEIXAR UM POUCO de lado as questoes técnicas das apresentacoes e, atendendo a muitos leitores,

abordarei um tema um tanto polémico: endorsement. Colocar o pé na estrada e tocar ao vivo, mesmo que esporadicamente, requer praticidade e facilidades. Uma dessas facilidades é o patrocinio de equipamentos. O termo “endorsement” signica endosso. No mercado musical, refere-se a transferéncia de equipamentos, do fabricante para 0 msico, e utilizac5o da imagem do artista, mediante condices preestabe1ecidas. O mercado apresenta diversos pers de empresas e varios escaloes de artistas e musicos. Para cada segrnento ou nivel, as condiciies de patrocinio s50 diferenciadas. N50 existe uma legislac5o ocial que determine regras ou procedimentos. As préprias empresas denem uma politica prépria com relac50 ao patrocinio. E tal politica n50 é, necessariamente, de dominio publico, ou seja, 0 contratante se reserva o direito de ser soberano em relac5o ao candidato a0 acordo. Fabricantes e representantes de marcas priorizam artistas renomados e musicos do primeiro escal5o. Além da cess5o de equipamentos, os guitarristas podem receber cotas por exibic50 de imagem, percentual de vendas, caché extra, bonus e percentagem referente ao merchandising. Os contratos podem ser duradouros, com eventuais multas em caso de rescis5o. Nos escalées inferiores, as condices contratuais s50 muito mais singelas. O tempo de contmto é de médio ou curto prazo. Na maioria das vezes, a empresa fornece 0 equipatnento e 0 artista autori-

za o uso de sua imagem - trata-se de uma simples troca. O rnusico participa de uma quantidade de eventos pré-agendados e as clausulas contratuais s50 mais exiveis. Em determinados casos, a ernpresa disponibiliza os equipamentos corn desconto, ou seja, n50 s50 cedidos gratuitamente. QUEM PODE SER PATROCINADO?

N50 existe regra, mas é irnprescindivel estar atuante no mercaclo. Seja msico, artista ou técnico, é importante manter-se na ativa. Um portfolio com boa apresentac50 faz tnuita diferenca - n50 existe uma segunda chance para uma ma primeira impress50. Muitos guitarristas querem ser patrocinados para se tornarem famosos. N50 é assim que funciona. Empresas buscam justamente o contrario: guitarristas ja conhecidos que possam ajudar a divulgar os produtos. O patrocinio é uma m50 de via dupla, deve sempre beneciar ambas as partes envolvidas. NOVATOS PODEM SER PATROCINADOS?

Existem dois tipos de novatos: 0 guitarrista principiante, cujas chances s50 remotas, eoguitarrista iniciado com bom potencial, que possui boas possibilidades, principa1mente quando empresas promovem concursos culturais com 0 objetivo de revelar novos talentos. N50 existe formula mégica. E como praticar um fraseado: é preciso treinar, lapidar e tocé-lo com perfeiciol VIRTUOSISMOEGARANTIA DE CONTRATO?

N50 basta ser um guitarrista virtuose para conseguir ser patrocinado. Empresas n50 procuram “fritadores”, elas que-

rem 0 pacote complete: musicalidade, imagem e atitude. QUESTAO TECNICA

Fabricantes e importadores preferem guitarristas comprometidos com a ques1:50 técnica - musicos que conhecam equipamentos e valorizem 0 desenvolvimento de produtos. Isso aproxima o artista do fabricante. N50 precisa ser um expert, mas saber manipular 0 equipamento é fundamental. Boa parte dos guirarristas que possuem patrocinio ajudou diretamente no desenvolvimento dos produtos que endossa. ETICA

N50 questione se determinado artista merece ou n50‘ 0 endorsement. Minha caixa postal vive lotada de depoimentos indignados de msicos contra msicos. N50 é ético nem saudavel entrar nesse tipo de quest5o. Use 0 espirito de competitividade e seja leal. Faca contatos, interaja com as empresas de maneira educada e, acima de tudo, seja ético! f

VALOR DE CUSTO

Recebo muitas mensagens de guitarristas que se sentem indignados quando empresas, em resposta a solicitacio de

patrocinio, oferecem equipamentos com descontos. Todos querem ganhar instrumentos, amps, pedais e acessérios sem custo. Mas n50 ha nada de errado quando 0 fabricante ou importador oferece uma boa condic5o de compra. N50 esqueca que 0 equipamento possui um valor agregado, que envolve a fabricacio do produto e a questao burocrética, como taxas e


tributos.

Se a empresa oferece

uma boa

condigéio de compra, aceite! Quem sabe,

em um futuro proximo, o fabricante ceda 0 equipamento sem custo, fruto do born trabalho de parceria? O mercado mudou. Thdo é mais égil, répido e dinémico. Somente artistas do primeiro escalio sio beneciados com polpudos dividendos, mas mediante forte uso da imagem. Jé com relago ao escalio

intermediério, a realidade é outra. Conheci e trabalhei com guitarristas renomados que recebiam apenas uma cota de produtos como pagamento anuall Pode parecer pouco, mas isso os mantém evidentes na midia e, assim, conseguem novos contratos e, principalmente, trabalhos.

Llgado a Glbson e Marshall, Slash é um fenmeno de vendas e um formador de opinlao com grande poderlo de fogo.

Gus 6., atual gultarrlsta de Ozzy Osbourne, é patroclnado pela Blackstar e ESP. Novo garoto prodlglo da gultarra, deve despertar o

lnteresse de multos fabrlcantes e empresas. IDENTIFICAQKO

A identicagéo com o fabrlcante é muito importante. O perl do guitarrista que “atira para todos os lados" nio é bem visto pelas empresas contratantes. Pesquise George Lynch é patroclnado pela ESP e Seymour Duncan ha bastante tempo. Re-

antes de fazer abordagens. Jé presenciei cenas constrangedoras de msicos entregando material em feiras de msica sem

sequer saber onde esravam pisando. Aproveitando a deixa, feiras de milsica néio sio o melhor lugar ou ocasiio para tal procedimento. Fazer um primeiro contato sem nenhum compromisso é a melhor estratégia. COISA

centemente, asslnou parcerla com os ampllcadores Randall. Lynch desenvolve produtos para essas empresas e possul sua préprla grlfe de gultarras.

Assoclado a Fender, Erlc Clapton faz parte do templo sagrado da gultarra.

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Patrocinios de guitarras e arnplicadores, na maioria das vezes, apresentarn c1éusulas de exclusividade no contrato. Efeitos e acessorios possuem um formato contratual mais exivel em alguns aspectos. Endorsement para fornecimento de cordas é um dos mais visados por guitarristas e um bom ponto de partida. Patrocinio é coisa séria e facilita muito a vida do guitarrista

na estrada‘ Mamet um comrato é mmto mais dicil do que conquisté.-lo, e uma relagio prossional por vérios anos é certeza de vida longa na estrada.

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Steve Val mantém uma duradoura e bem-sucedlda relagao com a lbanez, Carvln e DlMarzlo. Talvez sela o gultarrlsta que mais agregou seguldores as marcas a que se vlnculou.

Guitar hero brasllelro, Edu Ardanuy possul uma relagao de multos anos com a Taglma. Ele também tem endorsement com as marcas lbox, Blackstar, Sparflex e Solez, além de possulr pedals signature da Zoom e Flre.


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MIVASFRBNTEIRASSUNURAS Enagaragemqueasrevulugesatnntetem:Bamgeand(panel) GARAGEBAND. UM NOME FORTE E SlMples, que implica uma ideia de rebeldia

liberdade. Foi em 2004 que Steve Jobs anunciou 0 software que estava nascendo no Macintosh (na verdade, o GarageBand é um irmao mais novo do Logic, que foi comprado pela Apple em 2002). Ao lado de Jobs, John Mayer ajudou a mostrar as potencialidades do GB. Com um conceito revolucionario para a época, a Apple introduziu um software sucientemente poderoso para 0 usuario mais avancado gravar, editar e criar sonoridades digitais e, ao mesmo tempo, facil e intuitivo de mexer para os iniciantes. E o melhor, nao tinha custo algum. Originalmente, 0 GB vinha como parte do iLife, um pacote de aplicativos nativo no sistema operacional do Macintosh. Hoje, a versao para Mac do GB custa cerca de 15 délares e o app para iOS tem 0 valor de 5 délares. Mas o que é 0 GarageBand? Trata-se de um DAW (digital audio workstation) eciente e simples de usar que oferece a possibilidade de trabalhar com MIDI, loops, gravacao multicanal de 24 bits e edicao e correcao de audio digital (a funcao Flextime é oriunda do Logic Pro e realiza correc6es de tempo sem alteracao de anacao, por exemplo). Possui ainda soft synths e simulacoes de amplicadores e pedais de efeito. O GB permite uma série de aplicacéesz gravar, editar, sobrepor, cortar, misturar e mixar diversos canais diferentes; criar loops de bateria e teclados, com alguns sons ja oriundos do proprio software ou usar uma interface MIDI para sincronizar sons de um modulo ou teclado externo; tocar ao vivo utilizando seus simuladores de amps e pedais de efeito, por meio de uma simples interface de audio via USB, no Mac, ou iOS, no telefone ou iPad; gerar e editar partituras; escrever msica por intermédio de um teclado virtual; fazer correcoes e aplicar efeitos simples de mie

xagem, como equalizacao e compressao; gerar um arquivo nal estéreo que pode ser exportado; e até mesmo criar um

ringtone novo para seu celular. As possibilidades do GarageBand séio intimeras e, ainda assim, sua interface é bastante facil de usar. Nesta coluna, iremos nos concentrar na utilizacao do GB com guitarra, principalmente para producao de sons e timbres. Agora, vamos dar uma olhada geral na versao do GarageBand para computador: COMEQANDO UMA SESSAO

Ao iniciar o GarageBand, vocé deve escolher 0 trabalho que deseja realizar com 0 software. Na parte de Novo Projeto, vocé pode escolher o tipo de gravacao que pretende realizar: piano, guitarra elétrica, voz, instrumento act’: stico, composicao de cancao, podcast, loops, colecao de teclados e synths ou lme. O GB oferece ainda outras opc6es,

como licoes basicas de guitarra e piano e licoes corn artistas, como Alex Lifeson (Rush), Norah Jones e Sting. Uma secao muito interessante é o Magic GarageBand, que traz estilos como rock, blues, reggae e jazz, com arranjos pré-formatados, separados por canal e instrumento e totalmente reconguraveis pelo usuario. Por ultimo, vocé pode ainda criar ringtones para iPhone, sendo totalmente compativel com todos os modelos desse smartphone. O passo seguinte é criar uma secao para trabalhar com guitarra elétrica. A0 clicar em Novo Projeto e escolher a opcao Guitarra Elétrica, o programa abre uma caixa para que vocé possa nomear seu arquivo e escolher 0 andamento, a tonalidade e a formula de compasso. Veja na flgural uma secao para guitarra elétrica que acabou de ser criada. Do lado direito da imagem, aparecem um amplicador e dois pedais de efeito. Tudo pode ser con-

gurado, basta clicar nos pedais para mudar a ordem, adicionar ou retirar efeitos. Os stompboxes inclusos no GB (gura 2) sao Phase Tipper, Vintage Drive (overdrive classico), Grinder (distortion mais nervoso), Fuzz Machine, Retro Chorus, Babe Flanger, The Vibe (excelente modulador e vibrato), Auto Funk (auto-wah), Blue Echo (delay digital que simula sonoridade analégica), Squash Compressor, Hi-Drive (drive/distortion classico), Rawk! Distortion (mais pesado, mais ainda classico), Heaven Chorus, Candy Fuzz e Wah-Wah (com quatro opc6es de wah e um pedal de volume). A lista de simulacao de amplicadores também é variada e de boa sonoridade. A0 todo, sao 58 presets que abrangem os principais estilos ligados a guitarra, como funk, punk, hard rock, grunge, heavy metal, rock and roll, jazz, classic rock, blues e muitos outros. Cada preset vem com a equalizacao do amp pré-ajustada e uma conguraco de pedais de efeito, também regulada para 0 estilo em questao. Vocé pode modicar praticamente tudo, desde o ajuste de equalizacao e volume do amp até a ordem ou a inclusao/exclusao de pedais. Pode-se também controlar a quantidade de compressao, trémolo e reverb de cada amplicador, além do volume de canal limpo ou crunch e o volume master. Cada controle possui dezenas de padroes de fabrica para reverb e tremolo. Ha ainda a possibilidade de ajustar o volume geral do eco e do reverb separadamente. Para isso, basta clicar com o mouse sobre a ilustracao de cada amp para abrir uma nova janela de controles na parte inferior (flgura3). Estao disponiveis diversos amplicadores, que nao utilizam os nomes das marcas famosas, mas as ilustracoes indicam claramente 0 modelo simulado. As sonoridades disponiveis sao de Vox AC60, Fender Twin Reverb, Fender


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pela UMESP (Universidade Metodista de So

Paulo). Trabalhou com Frank Gambale e lan§0u trés dlbuns instrumentais, além de livros divid-

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videoaulas. E sideman da cantora Fafd

de Belém e 09¢ L}f{-§{=--l§i\EJ_'

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aluno de mestrado em mlisica na

ECA/USP! Site: www.andremartinsmm.bn

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0fatnr“EAgura?” Defina os Obietivos Antes de seu Projeto NEST ES TEMPOS DE REDES SOCIAIS E YouTube, parece no haver limites para a lista de contatos de um msico. Bandas . A que costumam reahzar tumes podem se

planejar para ter contato direto com 0 pblico e isso pode resultar em uma boa base de fis. Por exemplo, tenho tido a sorte de conhecer muitos mtisicos ao re~ dor do planeta e, assim, muitos colegas guitarristas e cantores/compositores me pedem para produzir seus CDs. Porém, antes de aceitar um trabalho de produgao, fago duas perguntas a mim mesmo. A primeira é: “Gosto da msica?” Preciso sentir se vale a pena gravar as cangoes e se realmente quero gastar minha energia, conhecimento e tempo naquele trabalho. Anal, romo produtor, ajudar um artista a documentar suas melhores msicas,

arranjos

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performances de es-

tt’1dio é uma grande responsabilidade.

A segunda pergunta é: “Esse artista é diferente de todos os outros guitarristas e cantores compositores que estao por ai?” Se um artista nao tem algo nico a dizer, meu interesse costuma diminuir. N50 faz sentido gastar um tempo valioso fazendo algo que jé foi feito, certo? Se as respostas para as minhas duas quest6es forem positivas, é hora de fazer ao artista uma pergunta que envolve o que chamo de fator “E agora?” — algo sobre o qual pouquissimos mt'1sic0s jovens pensam. E uma questiio simples, mas muito importante: "Vocé compos as msicas, dedicou seu tempo com um produtor para arranja-las, ensaiou com

Michael Bloomeld nao

dormia quando estava 3""=“’a"d°

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la"§a'“°""°5sua banda, gastou dinheiro com tempo de esttidio, gravou os canais basicos, contratou msicos para registrar o restante dos

instrumentos, gravou os vocais e os solos, mixou os canais, rernixou os canais. sequenciou e masterizou o CD e, ou vinil, concebeu a arte da capa, fez a sesséo de fotos, completou 0 encarte e terminou de prensar 0 produto nal. E agora?”

Anal, vai chegar o dia em que vocé tera mil ou mais cépias de seu novo lanqamento estocadas em caixas na sua casa ou disponibilizadas em diversas lojas online. Como vocé planeja recuperar seu investimento? Como ira promover sua msica? Que estratégias lhe permitiréio transformar em dinheiro a msica na qual vocé trabalhou tio duro? Como sua obra sera divulgada? Resumindo, e agora? Lembre-se: a parte criativa — a composigo e gravagio da mlflsica — é geralmente dicil, mas também divertida e recompensadora. Michael Bloomeld, um dos meus guitarristas favoritos, no conseguia

dormir quando estava envolvido em um projeto. Apesar de eu nio usar as drogas que ele usava, posso entender sua insonia. No meio de uma gravago, a msica esta correndo pelo meu cérebro sem parar. Quando estamos em um estdio, vivemos as can<;6es 24 horas por dia, sete dias por semana. Apesar de ser étimo criar boa mitsica, o trabalho duro comega de verdade na fase dois, quando vocé deve se tomar uma pessoa que faz parte da indstria musical e precisa divulgar, vender, construir estratégias e conquistar um ptiblico — e uma fonte de renda — para seu produto nal. Portanto, a menos que planeje gastar bastante tempo, energia e dinheiro fazendo algo que nunca ira sair daquelas caixas amontoadas em sua casa, recomendo que vocé se pergunte “E agora?” antes mesmo de compor sua primeira msica. Carl Verheyen é guitarrista, vocalista, compositor, arranjador, produtor, professor e um mestre do timbre com 12 dlbuns, dois DVDs ao

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dais livros lan§ados no mundo todo.

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Tatlana Para é bacharel em gultarra pela FAAM desde 2003. Leclona em seu home studlo e pela Internet. lntegra a banda Crats (www. cratsmuslc.com.br), que lancou recentemente seu primeiro album Instrumental. Atua também como freelancer, acompanhando artlstas e bandas. Vlslte: www.tat|anapara.com.

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llobhen Ford ROBBEN FORD TEM UM ESTILO SINGULAR, SOFISTICADO E ELEgante de tocar. Ele iniciou seu aprendizado musical aos dez anos de idade, com 0 saxofone. Aos 13, comecou a tocar guitarra, inuenciado por Michael Bloomeld e Elvin Bishop, da banda The Paul Buttereld Blues Band. Eclético, Ford bebeu de vérias fontes do blues, rock e jazz, como Jimi Hendrix. Cream, Led Zeppelin, Albert King, B.B. King, Dave Brubeck, Ornette Coleman, John Coltrane, Wayne Shorter e Miles Davis. Ele jé tocou corn diversos artistas, como Joni Mitchell, George Harrison, Miles Davis, Bonnie Raitt, Claus Ogerman, Bob Dylan, John Mayall e John Scoeld, entre muitos outros. Nesta aula, estudaremos um trecho do solo de Help the Poor. Trata-se de um blues em D menor com forma AABA. A parte A tem 16 compassos e a B, oito compassos. O primeiro solo acontece sobre a estrutura da pane A. No Ex. 1, Ford explora a pentatonica de D menor. No terceiro compasso, faca um bend de meio-tom e release na nota E. Essa nota pertence ao modo D eolio, tarnbém utilizado sobre o acorde de Dm7.

No inicio do Ex. 2, para facilitar a digitacio, toque a nota G (casa 5, corda D) com o dedo 3, a nota D (casa 5, corda A) com o dedo 2 e 0 slide para a nota A (casa 7, corda D) com o dedo 3. Execute 0 slide para a nota D (casa 7, corda G) com o dedo 1. Ford aplica novamente a nota E (segunda maior), que proporcio-

na um colorido especial quando adicionada a pentatonica de D menor. A blue note (G#) aparece no terceiro compasso. Preste muita atencao na divisao ritmica do Ex. 3, principalrnente na frase que antecede o acorde de G7. O guitarrista utiliza sornente a pentatonica deD menor. Ele exibe licks caracteristicos e ritrnica precisa, criando o clirna para o proximo acorde. No Ex. 4, Ford aplica 0 modo mixolidio 4# (ou lidio b7) sobre o acorde de Bb7 (13), gerando uma tensio especial que resolve no acorde de Dm7, com outra frase construida com a escala pentatonica. As notas do modo mixolidio 4# de Bb sao Bb (tonica), C (segunda maior), D (terca maior), E (quarta aumentada), F (quinta justa), G (sexta maior) e Ab (sétima

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Homero Blttencourt é muslco proflssional e professor. Realiza workshops e deve langar em breve seu primelro CD instrumental de jazz fusion. MySpace : www.myspace.com/homerobittencourt e—mail: homero@hbaguitar.com.

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Now’: the Time, detharlie Parker A MCISICA NOW5 THE TIME CAPTURA CHARLIE PARKER EM UMA de suas melhores gravagoes. Al Haig (piano), Percy Heath (baixo) e Max Roach (bateria) contribuem imensamente para este registro classico. Uma das caracteristicas que torna essa sesséo uma referéncia do bebop é a excelente qualidade de gravagao ouve-se cada musico com uma clareza incrivel. Now’s the Time é um blues em F, uma tonalidade muito comum no blues. Outros exemplos famosos de blues em F sio Bags’ Groove, Billie’s Bounce e Blues for Alice. Portanto, vale muito a pena estudar Now’s the Time se vocé pretende se aprofundar no blues jazz. O blues é uma das formas mais comuns no jazz e foi adoraclo também por outros géneros musicals, como rock e country. Jazzistas adaptaram 0 blues ern seu proprio estilo ao longo do século passado. Acrescentaram harmonias mais cornplexas e transformaram o blues ern uma plataforrna para irriprovisagéo

Praticar o blues é um empreendimento tanto para iniciantes como prossionais — um estudo para a vida toda. E importante ouvir as primeiras formas do blues, como os de Robert Johnson e outros mestres, para compreender suas origens. Como msico de jazz, é também importante escutar e analisar os grandes nomes do género que rinham conhecimento magistral do blues, como John Coltrane, Miles Davis, Wes Montgomery, entre outros. Uma dica para comegar a entender essa linguagem é transcrever solos e memorize-los na guitarra. Recomendo escutar e tirar de ouvido os solos de Charlie Parker nesse estilo, uma vez que ele incorpora o blues as suas inovagoes do bebop — uma mistura que se tomou cléssica. Aconselho ainda prestar atengao na melodia quando vocé pensar ern solos. Isso deve acontecer em todas as musicas e especialmeme no blues. A melodia deve ditar como vocé expressa o seu solo no insrrurnento. '1

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Flévio Gutok é musico profissional. Trabalha com workshops e gravacoes. Com 0 primelro llvro de country langado no Brasil e uma videoaula, vem divulgando a guitarra country por todo 0 pars. Langou 0 CD Country Rock em 2010. E-mail: flavlogutok@terra.com.br.

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cio anterior. No Ex. 1, Anderson trabalha 0 baixo junto com a hannonia, portanto, utilize palheta ou dedeira para executar os baixos e os dedos 2, 3 e 4 para fazer os acordes (D9, D13, B129 e A9). Aplique palhetada alternada no Ex. 2. No comeco do segundo compasso, utilize técnica de sweep. No Ex. 3, use a palheta e os dedos 2 e 3, simultanearnente, para realizar os double-stops sobre 0 acorde de D9. No Ex. 4, 0 guitarrista intercala o baixo com os acordes. Utilize palheta para executar os baixos e os dedos 2, 3 e 4 para tocar os acordes. No Ex. 5, aplique palheta, 0 dedo 2 e, em seguida, o 3 (técnica de banjo rolls). Pesquise bastante a respeito de Scotty Anderson, pois sera de grande valia para sua formacio musiH cal. Divirta-se!

que é dono de uma técnica unica. Vamos dar continuidade ao estudo do tema iniciado na edi-

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NESTA EDIQAO, VAMOS ESTUDAR A SEGUNDA PARTE DA AULA sobre o estilo de Scotty Anderson. Com sua técnica assustadora, ele foi eleito em 2001 um dos dez melhores guitarristas dos Estados Unidos. Inuenciado por Jerry Reed e Chet Atkins — idolos de sua infancia e por big bands de jazz, Anderson conseguiu realizar uma fusao surpreendente, pois ele domina os truques tipicos do country e os aplica com maestria em temas de jazz. Sua técnica de double e triple-stops é de cair 0 queixo. Scotty Anderson gravou trés discos solo ao longo de sua carreira. Nomes consagrados, como Albert Lee, Chet Atkins, James Burton e Danny Gatton, rasgaram elogios a este grande musico,

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delambdu Bandnlim DANDO CONTINUIDADE A AULA DA EDIQAO ANTERIOR, APREsentarei aqui a segunda parte do choro Assanhado, do bando1inista e compositor Jacob do Bandolim (1918-1969). A primeira parte possui a explanagéo do tema, jé a segunda tem sabor de improviso, com maior nivel de diculdade técnica. A melodia baseia-se no modo mixolidio de cada acorde e explora arpejos, com alguns cromatismos. Ritmicamente, ela é construida com sequéncias de semicolcheias. Nos compassos 17 a 24, ocorre a repetigio de um motivo ritmico de quatro semicol-

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acorde deA6(9), que tem umacaracceristicah1’bridaentreA7M (que, pela presenga da sétima maior, possui uma caracteristica voltada escala maior) eA7 (forte sonoridade do modo deA mixolidio). Para garantir uma execu<;5o limpa, o segredo é a repetigo incansével do trecho, sempre em andamentos lentos, com aumento gradual até alcangar a velocidade proposta. Bom estudo! -1 :21

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Rock Mr. Fabian é gultarrlsta e compositor. Graduado pela EM&T. Professor de guitarra e violao no lnstituto de Moslca Guitarisma, em Bauru (SP). Atualmente, dedlca-se a seu trabalho-solo instrumental. Em 2010 langou o album Solo Guitar Vol. 7. Visite: www.mrfabian.com.br.

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V|v|an£amphell VIVIAN PATRICK CIAMPBELL NASCEU EM BELFAST, IRLANDA DO Norte, e comegou a tocar guitarra por volta dos 15 anos de idade. No nal da década de 1970, integrou o grupo Sweet Savage. Em 1982, juntou-se a banda Dio, do vocalista Ronnie James Dio, com quem gravou os albuns Holy Diver (1983), The Last in Line (1984) e Sacred Heart (1985), que apresentam riffs e solos incriveis. Apés deixar o Dio, excursionou com 0 Whitesnake em 1987 e 1988. Depois, montou o Shadow King, que contava com o vocalista Lou Gramm (ex-Foreigner). O grupo obteve sucesso com can<;6es como One Dream, I Want You e Russia. Em 1992, aceitou o convite para entrar no Def Leppard, banda que integra até hoje. Em 2005, laneou seu unico album solo, Two Sides ofIt, que traz releituras de classicos do blues. Campbell foi também membro do Thin Lizzy, de maio de 2010 a novembro de 201 1. O Ex.1 mostra 0 riff da cangao Rainbow in the Dark. A tonalidade é Am eélio. Apesar de parecer simples, contém muitos detalhes, como os bends de um quarto de tom nas notas graves. Tome cuidado com os harmonicos nos compassos 2, 4 e 6. O power

chord de G deve ser executado com os dedos 1, 3 e 4 na casa 3. Aproveite o dedo 1 para fazer uma pestana que engloba as notas G e D das duas primeiras cordas (E e B). Campbell aplica divisoes ritmicas de seminima e colcheia. Para facilitar os harmonicos, utilize 0 captador agudo da guitarra. O Ex.2 traz a introdueao de Holy Diver. Ane meio-tom abaixo. Esta passagem encontra-se no tom de C#m. Para nio embolar os graves, aplique palm mute nos momentos indicados na partitura/tablatura. Para deixar o som mais encorpado, faga os power chords sempre com trés notas - inclua a oitava da tonica, que deve ser digitada com o dedo 4. Cuidado com as acentuaeoes dos compassos 1, 2 e 3. Toque com palhetada para baixo. O Ex.3 ilustra o riff principal de Stand Up and Shout. Esta na tonalidade de Am dérico (G). Campbell trabalha com colcheias em extrema velocidade e aplica palhetadas para baixo para obter a acentuaeio adequada. Para nao embolar 0 som, utilize palm mute na corda A solta. Comece em velocidade lenta e utilize me1-I tronomo. Born divertimento!


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Wesley “Lély" Caesar ensina gultarra desde 1981. Fundou e coordenou 0 prlmelro lG&T, em 1987. E autor de vérios métodos dldétlcos e videoaulas. Leciona no Conservatorlo Souza Lima, em S50 Paulo, desde 1997. Visite: www.wesleycaesar.com.

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lntrndugiolécnica NA AULA ANTERIOR, REALIZAMOS UMA BREVE |NcuRsAo POR alguns dos principais aspectos do nosso curso. Agora, vamos fazer uma introducao a tecnica do instrumento. A denico mais comum para 0 que chamamos de “técnica" talvez seja a soma dos estudos mecanicos para a execucao de intervalos, escalas, ac0rdes etc. Porém, a técnica de um guitarrista engloba vérios outros aspectos. O conhecimento geral de msica - por meio da educacio e audicio musical, assim como 0 convivio social — conta mui~ to. Dos anos 1960 para ca, 0 carater do timbre que o guitarrista extrai do instrumento virou condicao obrigatéria para a criacio de uma marca propria. Thdo isso pertence a estética musical e, no universo da guitarra, existem conceitos que se tornaram padroes. Um guitarrista atua em duas praticas possiveis: ou esta so~ lando ou acompanhando (ou fazendo ambos simultaneamente). Porta.nto, existem duas areas bésicas de estudo: solo (que abrange uma série de exercicios mecanicos e uma visao conceitual daquilo que se pretende tocar) e acompanhamento (que envolve o groove, que, por sua vez, contém o ritmo e os acordes). Nesta licao, vamos estudar os aspectos preliminares da técnica que se aplica em solos. Determinadas articulacoes de méio esquerda (ou direita, para os canhotos) podem ser estabelecidas como 0 DNA de todo movimento mecanico escalar (notas consecutivas). Essas articulacoes so mostradas no Ex.1, que traz todas as combinacoes de execucao. Vale lembrar a seguinte nomenclatura: dedo 1 (indicador), dedo 2 (médio), dedo 3 (anular) e dedo 4 (minimo).

Os exercicios de dois dedos totalizam 12 combinacoes e os de trés dedos perfazem 24 combinacoes. Todas elas devem ser praticadas diariamente com palhetada alternada (ataques consecutivos para cima e para baixo — veja os sinais acima das notas da pauta) e, de preferéncia, com metronomo. Aplique os principais grupos ritmicos, mostrados na licio anterior. Inicie com uma nota por tempo, aumente para duas notas por tempo e assim por diante. As combinacoes de quatro dedos totalizam 24 e as veremos em outra ocasiao. Além desses exercicios, é de extrema importancia o estudo de elementos técnicos caracteristicos da guitarra (Ex. 2). As ligaduras (hammer-on e pull-off) sio movimentos dos dedos que fazem com que as notas soem sem a necessidade de palheté-las. O slide consiste em “deslizar” 0 dedo sobre a corda. O bend corresponde a acao de “arquear” a corda para atingir uma nota mais aguda. O vibrato corresponde a uma série de movimentos répidos consecutivos de “tor<;ao” da corda, com 0 objetivo de embelezar a execucao. O harmonico de palheta tem como intencio alcancar uma nota mais aguda. Estes sio apenas alguns dos elementos da técnica de guitarra, mas vocé so conseguira executa-los com propriedade, naturalidade e maturidade apés um treinamento diario adequado. E muito importante que vocé acompanhe esta licao no video disponibilizado no site de Guitar Player. Na proxirna edicao, nao perca uma introducao aos intervalos e escalas. Até la!

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O ALBUM MACHINE HEAD FOI LAN§ADO

em 1972 e é um dos maiores cléssicos do rock. O Deep Purple estava no auge de sua criatividade e entrosamento. A banda contava com sua formagio tradicional, chamada pelos fas de Mark II: Ritchie Blackmore (guitarras), Ian Gillan (vocal), Ian Paice (bateria), Jon Lord (teclados) e Roger Glover (baixo). A musica Space Duckin’ fecha 0 album com chave de ouro. Comeea com uma inesquecivel introdugo de baixo e orgao Hammond. A guitarra entra no primeiro verso, juntamente com os vocais, e faz uma levada tipica e bem marcada de blues rock, enquanto 0 teclado executa uma linha mais suingada, ou seja, um complementa a sonoridade do outro. A estrutura da cango é simples e nio apresenta grandes diculdades. O grande barato aqui é o resultado que se consegue tocando em grupo. Alias, é justamente a forea do conjunto, aliada ao talento individual de seus integrantes, que fez grandes bandas, como 0 Deep Purple, se tornarem historicas. No famoso riff do refrao, Blackmore explora cromatismo. Os quatro primeiros compassos trazem a tonica em A, e 0 ri‘ baseia-se na pentaténica de Am (A, C, D, E, G). Observe que as notas que nio pertencem a pentaténica passam entre as notas da escala e, assim, recebem 0 nome de “notas de passagem". Nos compassos 22, 23 e 24, Blackmore repete a mesma ideia uma quarta justa abaixo e naliza 0 reio com uma passagem cromatica ascendente, que prepara 0 prc'>ximo verso. No terceiro verso, a levada de blues rock dé. lugar a um efeito percussivo muito interessante, com aplicagao de notas abafadas, representadas pela letm “X”. O solo de guitarra acontece entre os

compassos 53 e 60. A escala urilizacla é a boa e velha pentatonica cle .—lm (A. C. D, E, G), com insergao da blue note D=. que aparece nos compassos 54 e 59. Trata-se de um solo bastante suingado e preciso. Apesar de curto, transmite o recado. Repare na pegada aada, na pronuncia das notas e na ritmica apurada de Blackmore durante todo 0 solo. A primeira frase dura apenas urn compasso (53) e se divide em duas partes com trés notas cada. A resposta dessa frase acontece nos dois compassos seguintes (54 e 55). Note que ela possui comego (os dois bends iniciais), meio (0 passeio pela pentaténica com blue note) e m (as notas C e G). Na frase que acontece nos compassos 56 e 57, Blackmore aplica double-stops com slides. Vale destacar também as notas D que aparecem na corda G (casa 7). Elas sélo praticamente subentendidas (meio abafadas), 0 que proporciona um efeito

muito bacana. Na frase nal, preste atenna parte n’tmica e articulagao das notas. Esse solo foi feito provavelmente no primeiro take, pois soa muito espontineo. Durante toda a musica, 0 timbre de Q50

guitarra é claro e sem rulas. Use a saturaeo do préprio amplicador ou um pedal de overdrive, mas sem exagerar na regulagem. No solo, utilize o captador da ponte. Apés 0 solo de bateria, surge uma ponte que contém uma longa sequéncia cromética. Esta sequéncia cria tensio e expectativa e cuhnina no refrio de encerramento da msica. Divirta-se!

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E ESTA

ideia? Desaar a ciéncia e a realidade de que passamos pela Terra por muito pouco

tempo... A imortalidade pode, sim, existir quando se deixa um legado, uma marca no mundo e na humanidade. Randy Rhoads morreu de forma abrupta e tragica, em um acidente aéreo, quando vivia seu auge criativo, 32 anos atras, em pleno sucesso com Ozzy Osbourne. A partir de entio, surgiu a lenda e ainda hoje seu nome, imagem e inuéncia estao presentes no coragao e dedos de inumeros guitarrista de rock ao redor do planeta. Uma noite para celebrar a heranga musical deste icone incontestavel da guitarra aconteceu no inicio deste ano, em Anaheim, California, no show tributo Randy Rhoads Remembered: A Celebration of a Legend. Convidado, nao hesitei em aceitar. Como recusar subir ao palco ao lado de colegas de prossao que tanto admiro? Ron “Bumblefoot” Thal (Guns N’ Roses), Nuno Bettencourt (Extreme), Marty Friedman (ex-Megadeth), Gus G. (Ozzy Osbourne), Alex Skohqick (Testament), Phil Demmel (Machine Head), Brad Gillis (Night Ranger), Rowan Robertson (ex-Dio) e Tracii Guns (ex-L.A. Guns), com a companhia do idealizador do evento, 0 baterista Brian Tichy (ex-Whitesnake) e os baixistas Rudy Sarzo (ex-Ozzy Osbourne e Quiet Riot) e Phil Soussan (ex-Ozzy). Randy Rhoads deniu sua imortalidade nos antologicos albuns Blizzard of Ozz e Diary of a Madman, mesmo em uma época em que o mundo guitarristico era so olhos e ouvidos para Eddie Van Halen. Cada convidado executou uma musica de sua preferéncia e estas duas obras-primas foram tocadas na integra, para delirio do publico que lotou acasa The Observatory. Escolhiacangio Flying High Again, que sempre me chamou atengao por aquele tapping durante 0 solo, que acontece sobre uma harmonia com as mediantes de Schoenberg, as quais, quando eu era garoto, deixavam-me intrigadissimo. Alias, os solos de Randy sempre foram concisos, ~

exatos, articulados e muito bem montados, com elementos que mostravam um

otimo conhecimento musical

uma busca intensa pela originalidade. Nao titubeei em tocar com a Flying V Polka Dot, a famosa guitarra de bolinhas de Rhoads, por mais que ela tivesse um brago que, de tao grosso, parecia uma enxada. O melhor da festa ca sempre as escondidas dos olhos do publico. Dividir o backstage com os ilustres da guitarra, antes idolos e hoje amigos, trocar experiéncias e historias, fazer jams e ouvir as palavras de gratidao da familia Rhoads — isso tudo no tem prego. Nos, artistas, temos a oportunidade e

de, por meio da musica, criar nossa histo-

ria e registra-la para, assim, deixar nossa pegada no mundo, nosso legado, e sentir um pouquinho dessa sensagao de imortalidade dentro de nos, pobres mortais. Como disse Goethe: ‘A vida é a infancia da imortalidade.”

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