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MELHOR CAMPANHA NA FASE DE GRUPOS NÃO SATISFAZ A TORCIDA

Um ano atrás, o Palmeiras chegava às quartas de final da Libertadores com oito vitórias em oito jogos. O time de Abel Ferreira mirava um feito que nem o Santos de Pelé ou o São Paulo de Telê conseguiram: três títulos consecutivos da Libertadores. O sonho acabou nas semifinais, contra o Athletico Paranaense de Felipão. Acelerando o tempo até o presente, os números deveriam indicar um ambiente tranquilo nas imediações do Allianz Parque. Ninguém fez mais pontos entre os 32 times que disputaram a fase de grupos que os 15 do Palmeiras. A única derrota foi para o Bolívar na altitude de La Paz utilizando uma equipe reserva. Se na Libertadores a campanha é sólida, o time faz um Brasileirão irregular e amargou pelo segundo ano seguido a eliminação para o rival São Paulo na Copa do Brasil. Mal-acostumada com o rodízio de taças servido pelo time nos últimos anos, a torcida também esperava ver na presidenta Leila Pereira a postura de “Mamãe Noel” dos tempos em que era apenas a patrocinadora do clube. Só que Leila passou a ser no Palmeiras a mesma administradora austera das empresas que comanda, e defende que o elenco

ELIMINAÇÃO PARA

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O SÃO PAULO NA COPA DO BRASIL GEROU COBRANÇAS ainda é um dos melhores do Brasil e não tem urgência por reforços.

Abel Ferreira caminha para completar três anos à frente do Palmeiras e soma oito títulos. Na primeira coletiva após a greve de silêncio que jogadores e comissão técnica fizeram para protestar contra arbitragens, o treinador português transbordou arrogância e deu a entender que o futebol brasileiro precisa dele e não o contrário. A postura “nós contra eles” adotada por Abel agrada em cheio à torcida do clube, mas aumenta cada vez mais a animosidade entre ele e rivais, árbitros e jornalistas. A relação com a diretoria também é delicada na hora de pleitear reforços. As saídas de Gustavo Scarpa e Danilo não receberam reposição à altura, e segundo o diretor de futebol Anderson Barros, Abel cobra contratações o tempo inteiro.

Em defesa de Leila Pereira, o investimento feito nas categorias de base finalmente tem dado os frutos esperados. Entre revelar joias e vencer títulos, o Palmeiras está fazendo as duas coisas. Endrick já foi vendido para o Real Madrid, mas ainda há tempo de desfrutar seu futebol na América do Sul.

Kaiky Naves, Vanderlan, Fabinho, Jhon Jhon, Luis Guilherme, Giovani e Garcia são outros exemplos de jogadores produzidos pelo Palmeiras que já estão ocupando seus lugares no elenco profissional. Mais do que economizar em contratações, o clube passa a faturar com seus crias. Essa é uma mudança importante observada no momento recente do Palmeiras.

Se a juventude pede passagem, o Palmeiras continua dependendo (e muito) de seus medalhões. Weverton, Gustavo Gómez, Raphael Veiga, Dudu e Rony são remanescentes do time bicampeão da América em 2020 e 2021 e continuam sedentos por conquistas e recordes. Dudu se tornou o primeiro jogador a disputar oito edições da Libertadores pelo clube. Weverton quebrou o recorde de jogos de São Marcos na competição (58x57) e Rony disparou como maior artilheiro do clube na Libertadores com 20 gols. É um grupo que fez, faz e ainda pode fazer muito mais história no Palmeiras.

Treinador

Abel Ferreira

Abel Fernando Moreira Ferreira

22/12/1978, Penafiel (POR)

Clubes: Sporting B-POR (13-14), Braga B-POR (15-17), Braga-POR (17-19), PAOK-GRE (19-20), Palmeiras (desde 20)

Dois títulos nas primeiras três Libertadores que disputou. Os números respaldam o bom trabalho do treinador português, que chegou em 2020 para substituir Vanderlei Luxemburgo pouco antes dos mata-matas da Libertadores.

A grande virtude do ex-lateral do Sporting de Lisboa é a capacidade de engajar igualmente titulares e reservas em seu projeto. No entanto, o trabalho já apresenta alguns sinais de desgaste com a diretoria e o mantra “Cabeça Fria, Coração Quente” já não condiz com a conduta explosiva à beira do gramado.

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