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PARAGUAIOS TROCAM DE TÉCNICO CONTRA A CRISE (E O FLAMENGO)
O primeiro semestre do Olimpia fez lembrar a antiga história de “O Médico e o Monstro”, clássico de Robert Louis Stevenson. O pacífico Doutor Jekyll e o desgovernado Mr. Hyde habitavam o mesmo corpo. E o Olimpia de Diego Aguirre era o monstro na Libertadores (segunda melhor campanha entre os 32 times da fase de grupos) e manso no Campeonato Paraguaio, onde ficou 20 pontos atrás do campeão Libertad. O fator decisivo para a queda de Diego Aguirre foi a eliminação na Copa Paraguai diante do San Lorenzo, da segunda divisão. Após 0x0 no tempo normal, o Olimpia perdeu por 7x6 nos pênaltis e deu adeus à competição. Sem perder tempo, a diretoria prontamente anunciou a chegada de Francisco “Chiqui” Arce, ex-lateral de talento que atuou no Brasil por Grêmio e Palmeiras e jogou duas Copas do Mundo pela Seleção Paraguaia. Embora seja profundamente identificado com o maior rival do
Chiqui Arce J Venceu Duas Libertadores Como Jogador
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Olimpia, o Cerro Porteño, Arce já trabalhou no Decano anteriormente e venceu um campeonato paraguaio em 2015 (Clausura). A primeira dificuldade a ser sanada é a ausência do bom goleiro titular, o uruguaio Gastón Olveira. O camisa um fraturou o antebraço num jogo do Campeonato Paraguaio e vai ficar quatro meses longe dos gramados. A posição foi herdada por Juan
Espínola, que vem sendo convocado como reserva para a Seleção Paraguaia.
A gestão do elenco, especialmente dos jogadores mais experientes do grupo, também pode ser um problema. Após ser demitido, Diego Aguirre deu entrevista a uma rádio AM uruguaia onde explicou que havia uma ruptura entre os líderes do elenco e a diretoria por contra de prêmios não pagos pelas metas alcançadas na Libertadores. Segundo Aguirre, nos dias que antecederam a estreia do Olimpia no torneio Clausura do Campeonato Paraguaio, os jogadores decidiram que não iriam se concentrar antes do jogo contra o Tacuary como forma de protesto.
Arce estreou com derrota para o Nacional do Paraguai e segue tentando acertar a equipe a tempo de enfrentar o Flamengo. A única boa notícia é a volta do lateral direito argentino Victor Salazar, que não jogava desde maio e finalmente se recuperou de uma lesão no joelho.
Apesar de ter o mesmo número de títulos de Libertadores dos rubro-negros (venceu em 1979, 1990 e 2002), o clube de Assunção está a anos-luz dos cariocas em termos de orçamento. Na última vez que mediram forças pela competição sul-americana (quartas de final, 2021), o Flamengo meteu acachapantes 9x2 no placar agregado, com goleadas por 4x1 em Assunção e 5x1 no Rio de Janeiro. O elenco do Flamengo mudou pouco de lá para cá, e pelo que os dois times estão jogando, dificilmente o Olimpia conseguirá escrever uma história diferente na Libertadores 2023.
Treinador
Chiqui Arce
Francisco Javier Arce Rolón
2/4/1971, Paraguarí (PAR)
Clubes: Rubio Ñú-PAR (07-11, 12), Seleção Paraguaia (11-12, 16-17), Cerro Porteño-PAR (13-14, 20-23), Olimpia-PAR (15-16, desde 23), Guaraní-PAR (16), General Díaz-PAR (18), Ohod ClubARA (18), Nacional-PAR (19)
Embora tenha grande ligação com o Cerro Porteño (maior rival do Olimpia), Chiqui Arce teve uma primeira passagem vitoriosa como treinador do Decano (venceu o Campeonato Paraguaio de 2015 - Clausura). Dono de duas Libertadores como jogador (1995 e 1999), Arce pode ser o primeiro paraguaio a vencer a competição como técnico e jogador. Nas três vezes que o Olimpia ergueu o troféu, o clube era dirigido por um ex-jogador campeão da Libertadores: Luis Cubilla (uruguaio, 1979 e 90) e Nery Pumpido (argentino, 2002).