Edição 76 outubro

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Produção de nanocristais de celulose se www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, outubro de 2019 - Ano 7 - Nº 76 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

aproxima da escala industrial

O uso de nanocristais de celulose tem despertado o interesse

de diversos países. Canadá, Finlândia e Estados Unidos têm investido pesadamente na área

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Suínos: Suínos: Cotações se elevam no mercado independente

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Logística e transporte:

Cabotagem precisa de soluções conforme tipo de carga, avalia MInfra

Aquicultura e pesca: GESTÃO DE RISCOS: Governo vai incentivar maior oferta de seguro aquícola em 2020

Turismo rural:

Turismo de natureza é chave para desenvolvimento econômico regional

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Artigo:

Produção de nanocristais de celulose se aproxima da escala industrial


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Pesquisa:

Pesquisadores da UFLA utilizam fungos típicos da Serra da Canastra

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Gestão:

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Feiras e eventos: EXPOMEAT 2019 supera expectativas com otimismo e geração de negócios

Cooperativismo acelera acesso dos pequenos produtores

Cultura caipira:

Homenagem a João da Prancha pelos 13 anos de dedicação à cultura sertaneja

Receitas Caipiras: Espeto de rojão REVISTA 100% CAIPIRA |

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SUÍNOS

Suínos: Cotações se elevam no mercado independente

Brasil, outubro de 2019 Ano 7 - Nº 76 Distribuição Gratuita

EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®

www.revista100porcentocaipira.com.br

Fonte: Cepea

A intensificação das compras de novos lotes de animais para abate por parte de grandes agroindústrias integradoras, devido à expectativa de incremento nas exportações da proteína à China A intensificação das compras de novos lotes de animais para abate por parte de grandes agroindústrias integradoras, devido à expectativa de incremento nas exportações da proteína à China, impulsionou os preços do suíno vivo no mercado independente. Dessa forma, os valores do animal já acumulam três semanas de sucessivas altas, chegando a um dos maiores patamares do ano – atrás apenas dos valores praticados em junho e julho, quando o rit6 | REVISTA 100% CAIPIRA

mo acelerado das exportações elevou com força as cotações de todos os produtos suinícol a s . Va l e l e m b r a r q u e a C h i n a continua sofrendo com os imp ac tos da Peste Suína Af r icana (PSA), tendo em vista que a oferta doméstica de carne caiu drasticamente. A situação não tem previsão para s e n o r m a l i z a r, o q u e m a n t é m aquecido o mercado internacional suinícola, uma vez que o país asiático tem comprado grandes volumes de carne suí n a n o e x t e r i o r.

Diretora geral: Adriana Reis - adriana@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.


BOVINOS DE CORTE

Período das Águas: Por que é importante fazer a suplementação de bovinos?

O sistema de criação de bovinos baseado na exploração de forragem é preponderante no Brasil. Por este motivo, pecuaristas que não compreendem a relação e a interação (solo – planta –animal), dificilmente utilizarão os recursos disponíveis de maneira eficiente

Bovinos manejados em regime de pasto têm como principal fonte de alimento a forragem, que possui oferta e valor nutricional (qualidade) variável ao longo do ano. A estação da seca (outono e inverno) é marcada pela menor oferta de forragem - consequência da quantidade reduzida de água, baixa temperatura e menor fotoperíodo. Em adição, o valor nutricional desta forragem normalmente é inferior (menores teores de proteína, energia e minerais), pois quase sempre é oferecida aos animais com idade de crescimento mais avançada. Para evitar a perda de bovinos manejados em regime de pasto, neste período, pecuaristas investem em tecnologia de suplementação a pasto e substituem minerais linha branca pelos proteicos, proteico-energéticos ou rações de semiconfinamento. Estes suplementos disponibilizam além dos macros e microminerais, carboidratos não estruturais, proteína e aditivos melhoradores de desempenho. Como resultado, o ambiente ruminal é enriquecido com nitrogênio e nutrientes digestíveis totais fermentescíveis. Os microrganismos se tornam mais eficientes ao degradar fibra, os animais aumentam a ingestão de alimento e ganham mais peso. A suplementação com fontes protéicas na estação da seca é mais disseminada e compreendida no campo, quando comparada ao mesmo procedimento adotado no período das águas.

(baixa taxa de desfolha, onde há maior presença de material senescente). Neste caso, é necessário o aporte de proteína verdadeira (aminoácidos), o que resultará em maior consumo e digestibilidade do alimento. O incremento de desempenho é necessário, visto que a constante valorização da terra, maior preço da reposição e o incremento dos custos de produção obrigam a atividade pecuária a se tornar cada vez mais eficiente. Apenas o aumento do teor de proteína bruta e dos nutrientes digestíveis totais (NDT) do capim, no período das águas, não é suficiente para um ganho de peso adicional dos animais. A suplementação resultará em maior investimento, porém a compensação virá com o aumento de peso (mérito individual) e da produtividade (@/hectare/ano). O período de engorda de um animal suplementado com proteinado, em comparação ao ruminante que recebe apenas mineral linha branca, é inferior. Este sistema acarreta no ganho indireto de poder retirar o animal mais cedo do pasto, disponibilizando o espaço para outro bovino, que iniciará o processo de recria ou engorda. É fundamental que o produtor de proteína de origem animal avalie não somente o quanto investirá na alimentação complementar, mas o retorno do capital investido quando a suplementação é realizada de maneira correta.

Na estação chuvosa a forragem se apresenta verde e abundante, o que reduz consideravelmente o uso de suplementos proteicos, proteico-energéticos e rações. Na estação das águas, o fornecimento de 80 g de suplemento mineral contendo macro (cálcio, fósforo, magnésio, enxofre e sódio) e microminerais (manganês, zinco, cobre, iodo, cobalto, selênio e ferro) propiciará aproximadamente 400 a 500 g de peso vivo (PV)/ animal / dia, caso não haja restrição de qualidade e oferta de alimento volumoso. Este é o principal motivo pela menor suplementação protéica nas águas, porém a eficiência alimentar e desempenho dos animais poderiam ser bem superiores. É importante ressaltar que a adoção de suplementos que forneçam somente minerais no verão não é uma prática incorreta, pelo contrário, o não fornecimento destes minerais resultaria em perdas produtivas e reprodutivas. No entanto, a suplementação com fontes adicionais de proteína e carboidratos de rápida degradação ruminal resultam em: • Maior desempenho em pastagens manejadas intensivamente - estas áreas são normalmente muito adubadas e apresentam elevados teores de nitrogênio. É necessário fornecer carboidratos visando à sincronização com a porção solúvel e de rápida degradação ruminal da proteína disponível na forragem. • Maior desempenho em pastagens manejadas de maneira mais leniente

Fonte: José Leonardo Ribeiro – gerente de produtos ruminantes do Grupo Guabi

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ARTIGO

Produção de nanocri aproxima da es

O uso de nanocristais de celulose tem países. Canadá, Finlândia e Estados na á

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istais de celulose se scala industrial

m despertado o interesse de diversos s Unidos têm investido pesadamente área Por: Joana Silva - Embrapa Instrumentação REVISTA 100% CAIPIRA | 9


Pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) e da empresa Bio Nano começam a testar a produção de nanocristais de celulose (CNC) em escala industrial. A partir da manipulação de macromoléculas, os cientistas criaram a base para desenvolver esse material retirado de fibras vegetais como as de algodão e de eucalipto. Agora, eles pretendem escalonar a produção e acelerar o processo de obtenção de modo economicamente viável. Semelhantes a grãos de arroz ou agulhas, porém com espessura cerca de 200 mil vezes m e n o r, o s n a n o c r i s t a i s s e enquadram no conceito dos chamados green materials (materiais

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verdes), provenientes de fontes renováveis e sustentáveis. Pesquisas da Embrapa, que trabalha na obtenção desse produto desde 2007, demonstram que eles podem ser extraídos a partir de fibras lignocelulósicas de bagaço de cana, cascas de coco e de arroz, algodão, eucalipto, entre outras, e até de resíduos como madeira de reflorestamento descartada pela indústria. Tão rígido quanto o aço “A importância de extrair nanocristais de celulose é obter um material muito resistente da natureza, que apresenta rigidez da ordem de grandeza do aço e ainda permitir

a sua adição em outros materiais, mudando suas p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s ”, esclarece o pesquisador da Embrapa José Manoel Marconcini. As características dos CNC têm atraído indústrias no mundo todo. Somado a isso, os nanocristais incorporam propriedades físicas, químicas e biológicas e começam a ser empregados em diversas áreas (veja quadro abaixo). No entanto, existem grandes desafios para sua adoção mais ampla: alto custo, baixa produtividade, longo tempo de produção e ainda pouco material disponível no mercado. Diante do potencial, a startup Bio Nano aliou seus conhecimentos à infraestrutura do


Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), da Embrapa Instrumentação, para extrair nanocristais de celulose em escalapiloto. Diversas aplicações As vantagens dos nanocristais de celulose são amplas: apresentam elevadas propriedades mecânicas, baixa densidade, alta cristalinidade, leveza, biodegrabilidade e biocompatibilidade. Sua aplicação se estende da área médica ao agronegócio, na qual podem ser empregados na produção de fertilizantes e defensivos agrícolas visando ao aumento da eficiência, usando menores quantidades em

uma mesma área. “É importante lembrar que para apresentar todas essas propriedades é necessário que os CNC estejam bem dispersos e de forma homogênea no produto. Desse modo, poucas quantidades (cerca de 1%) são suficientes para grandes m e l h o r i a s ”, garante Ana Carolina Bibbo, engenheira de materiais da Bio Nano. Nanocristais têm sido incorporados para reforço em matrizes poliméricas, em sensores da indústria de petróleo e gás, em curativos especiais e próteses, em tintas, revestimentos, cosméticos e, com acréscimo de outras substâncias, na indústria eletroeletrônica. Ainda podem ser

recobertos com polímeros solúveis em água para inibir a aglomeração dos nanocristais e utilizados posteriormente para recobrimento da superfície de folhas de papel a fim de melhorar as propriedades superficiais, como brilho e textura mais lisa e uniforme, além de aumentar a resistência mecânica. De gramas para quilos A meta da empresa é aumentar em 20 vezes a produção e passar dos atuais 50 gramas obtidos experimentalmente no LNNA para quilogramas no processo industrial. A proposta é encurtar o tempo de extração do material de 20 dias para apenas um dia. REVISTA 100% CAIPIRA | 11


Em escala laboratorial, os nanocristais de celulose foram obtidos a partir de algodão, sisal, curauá, macaúba, gravatá, bagaço de c a n a - d e - a ç ú c a r, resíduos do dendezeiro e polpa de eucalipto. Na etapa de escala-piloto industrial, a obtenção vai envolver fibras de eucalipto branqueadas pelo processo Kraft ou polpa de celulose devido à sua disponibilidade em grande volume. Para viabilizar os testes em escala, a engenheira de materiais da Bio Nano, Ana Carolina Correa Bibbo, buscou apoio de agências de fomento. O projeto foi contemplado pelo programa de Pesquisa 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Novos materiais com desempenho diferenciado e produtos brasileiros com CNC poderão surgir como impacto desse projeto, promovendo agregação de valor com matérias-primas de fonte renovável do agronegócio do País, além de gerar emprego e r e n d a ”, avalia a especialista, que foi orientada pelos pesquisadores da Embrapa Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini durante o doutorado pela Universidade Fe dera l de

São Carlos (UFSCar). Mercado promissor para a celulose O uso de nanocristais de celulose tem despertado o interesse de diversos países. Canadá, Finlândia e E st ados Unidos têm investido pesadamente na área. O novo produto pode substituir matériasprimas atuais e servir de base para a elaboração de novos produtos. As estimativas indicam que o preço dos cristais de nanocelulose poderá ser mais de 20 vezes que o da celulose. A consultoria norte-americana Market Research Store calcula que o mercado de


nanocelulose foi de US$ 65 milhões em 2015. A empresa avalia que esse valor subirá para US$ 530 milhões em 2021, um aumento de 30% ao ano. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de celulose. Com investimentos científicos na área, a nanocelulose é uma grande oportunidade de agregação de valor à commoditie e de geração novos negócios para o País. Para cada formato

uso,

um

Em escala nanométrica, a celulose tem dois formatos, nanofibrilas e

nanocristais de celulose. As nanofibrilas (CNF) têm forma de espaguete, facilmente entrelaçáveis e mais destinadas ao reforço de embalagens plásticas ou adicionadas como espessantes. Já os nanocristais de celulose têm a aparência agulhada ou de arroz e são considerados um material mais nobre porque apresentam alta cristalinidade e resistência mecânica, com módulo elástico teórico semelhante ao do aço. De acordo com a pesquisadora, podem ter carga elétrica na superfície, serem

insolúveis em água e na maioria dos solventes orgânicos e ainda apresentarem excelentes propriedades ópticas e eletrônicas devido às suas dimensões. Eles medem de 5 a 20 nanômetros (nm) de largura e de 100 a 500 nm de comprimento. Os nanocristais de celulose podem ser utilizados para diversas aplicações, como na confecção de papéis especiais e na modificação de superfícies de papéis; em nanocompósitos poliméricos; em cosméticos; como reforços mecânicos em tintas, entre outras aplicações.

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MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

6 curiosidades sobre pneus agrícolas que você nem imagina

Os pneus de veículos agrícolas contribuem para que o agronegócio seja um dos motores da economia brasileira A ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) lista seis curiosidades e dicas de manutenção sobre eles. Confira: 1. Pneus agrícolas podem usar água em seu interior A água também pode ser utilizada para adicionar peso ao trator para que haja um bom equilíbrio entre peso e potência, também conhecido por lastro líquido. Assim, é possível assegurar a tração e reduzir a patinagem, diminuindo o consumo de combustível. 2. São versáteis Além de auxiliar na regulagem do lastro, os pneus podem auxiliar os tratores agrícolas a adaptarem-se com relação a distância entre o centro das rodas (bitola) possibilitando o tráfego nas entrelinhas de variadas culturas e o acoplamento de diferentes implementos. 3. Nem todos os pneus agrícolas são iguais Há cinco tipos de pneus agrícolas: • Diagonais - utilizam a carcaça com as lonas sobrepostas em diferentes ângulos, formando um aspecto diagonal. Pneus diagonais têm como características a alta resistência a impactos e elasticidade. 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

• Radiais - as lonas são dispostas no sentido radial da circunferência do pneu, dando mais resistência à banda de rodagem, além de restringir seu crescimento e dar estabilidade às barras quando em contato com o solo. São normalmente feitos com lonas de poliéster e/ou Nylon, resultando em menor resistência a impactos, porém com maior rendimento quilométrico. • Alta Flutuação - são pneus de menor secção (rebaixados) e com grandes larguras, visando minimizar a compactação do solo, de forma a não interferirem no crescimento das raízes saudáveis. • De implemento - usados em grande parte de rebocadores, como vagões, tratores de plantio e semeadoras, têm raias longitudinais que contribuem para melhorar a dirigibilidade. • Florestais - como o nome indica, são usados em máquinas florestais. Por circularem em áreas com objetos cortantes, como galhos e pedras sua estrutura é reforçada de forma a aumentar sua resistência a avarias. 4. Calibragem é essencial Assim como qualquer pneu, os pneus agrícolas também precisam ser

Fonte: PUBLICIS CONSULTANTS

calibrados para manter sua performance e durabilidade. A calibragem deve ser feita periodicamente, sempre de acordo com a recomendação do fabricante e com especificações como terreno, carga e operação. 5. Pneu certo para o piso certo Pneus agrícolas são fabricados para circularem em solos mais macios, como terra e lama. Pisos duros tendem a elevar as distorções na área de contato, acelerando o desgaste dos pneus. Existem pneus radiais, que podem trabalhar tanto em solos macios como em estrada. Porém, é muito importante levar em consideração as recomendações de cada fabricante. 6. Cuidado até na hora de não usar os pneus Não vai usar os pneus? Se estiverem no aro da roda, reduza a pressão para 10psi e deixe-os na vertical. Isso também vale caso estejam em máquinas que vão ficar paradas por um longo período de tempo. Nessa situação, idealmente o veículo deve estar em um cavalete. Se não for possível, movimente o veículo periodicamente para não forçar a área de contato com o piso.


LÁCTEOS

A indústria 4.0 no setor lácteo: quais os desafios?

Não há dúvidas de que o agronegócio é a locomotiva da economia brasileira

Fonte: IMAGE Comunicação

E o setor lácteo, um dos principais vagões desta locomotiva, está passando por desafios internos há anos, sobretudo, em razão dos custos de produção e logística, afetados pela ausência de políticas públicas estruturantes e efetivas. Além disso, as indústrias de laticínios e as cooperativas de produtores, elo crucial do setor, nunca se viram em uma ‘saia justa’ no sentido de orquestrar estratégias a fim de atender os dois públicos exigentes, que estão posicionados em extremos - o produtor rural e o consumidor final. A indústria de derivados do leite, em alguns casos por meio de cooperativas agroindustriais, possui o papel de combinar a oferta e a demanda, uma equação bastante complexa. E, no meio do caminho, há uma série de agentes intermediários como as transportadoras, consultorias, fábricas de insumos, atacadistas, varejistas, entre outros. Somada a essa questão, enfrentamos também o desafio de tornar o agro 4.0. Ou seja, analisar minuciosamente a cadeia produtiva do leite a fim de mapear os processos, iden-

tificar os gargalos e aplicar as tecnologias necessárias para a automação em todos os elos da cadeia. Estamos diante da mola propulsora do processo de Transformação Digital do Agronegócio em todos os âmbitos, desde o campo (fazenda), passando pela logística, indústria, processo de produção industrial, distribuição até chegar no varejo. Citando o ditado popular do meio rural “o que engorda o gado é o olho do dono”, essa premissa não mudará, continuará viva nos produtores rurais. Porém, com o advento das tecnologias e em frente aos novos desafios, este olhar do dono precisa se tornar digital. Em outras palavras - mais urbanas - o “olhar do dono” se fará presente por meio de processos automatizados nas fazendas, como a irrigação, o consumo de energia elétrica, o monitoramento microclimático, o controle zootécnico, os sistemas automatizados de ordenha, o sensoriamento dos animais e ativos, entre outros. Uma vez que o fator determinante do sucesso atualmente é a batalha pelos preços na prateleira dos supermercados, surge a indagação: em qual

momento eu posso atenuar custos para majorar os lucros? A resposta são os investimentos em tecnologia com o objetivo de alcançar uma gestão efetiva a partir dos dados coletados de forma automatizada, que se tornará uma condição indispensável até mesmo em razão da necessidade de cumprir as normas de segurança alimentar e melhorar as métricas da produção. A ideia é que as informações direcionem como simplificar, automatizar e controlar as operações com maior assertividade nos custos e na garantia de qualidade por meio da implementação de tecnologias como Analytics, Inteligência Artificial, Machine Learning, IoT, Chatbot, entre outros. O Brasil é um gigante do agronegócio sob o ponto de vista mundial e essa posição pode ser ampliada se repensarmos as tomadas de decisões e baseá-las em dados, não em achismos, ou seja, adotar uma cultura> James Cisnandes Jr. é Head de Agribussiness da Engineering, companhia global de Tecnologia da Informação e Consultoria especializada em Transformação Digital REVISTA 100% CAIPIRA | 15


LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Cabotagem precisa de soluções conforme tipo de carga, avalia MInfra

Fonte: Portos e Navios

O ministério da infraestrutura avalia que existem diferentes tipos de cabotagem e, por isso, as soluções para expandir a atividade precisam ser específicas conforme o segmento de mercado O diretor do departamento de navegação e hidrovias do ministério, Dino Antunes, reafirmou que o governo está debruçado sobre a cabotagem que pode retirar cargas das rodovias, focando no transporte marítimos de contêineres pela costa brasileira e deixando a cabotagem de granéis líquidos de fora do BR do Mar num primeiro momento. O desafio do programa de estímulo ao modal, segundo ele, é fazer um ajuste 16| REVISTA 100% CAIPIRA

fino para assegurar o crescimento e criar condições de afretamento sem desestruturar um segmento que está performando bem. “Trabalhamos para que armador — em mercados novos ainda não atendidos — possa trazer embarcações sem lastro para fazer esse teste de mercado. Facilitaremos o afretamento na substituição de embarcações que estejam em construção, no Brasil ou exterior”, detalhou

Antunes. “Fomos atacando vários tipos de mercados, avaliando que nem todos os clientes da cabotagem têm potencial de estruturar suas operações com lastro em contratos de longo prazo. Se outros não têm essa possibilidade, precisamos trazê-los ao mercado”, completou Antunes, que participou na última semana do VIII Congresso Nacional de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro. O evento foi organizado pela comissão de direito


portuário e marítimo da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF). O representante do ministério disse que, apesar de os estaleiros nacionais terem se destacado na construção de embarcações de apoio e navegação interior nos últimos anos, houve poucas entregas de navios de cabotagem. Ele comparou que somente dois estaleiros sul-coreanos entregaram 212 embarcações desse porte em 2016. O diretor declarou que a cabotagem ‘stricto sensu’ precisa de atenção especial, sobretudo para ampliação da oferta de embarcações que, nesse momento, não poderia ser oferecida pela indústria naval brasileira. Antunes ressaltou que o ministério da infraestrutura tem como competência trabalhar a política da navegação, enquanto a indústria naval hoje está associada ao ministério da economia. No mesmo painel, a presidente do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), Nicole Terpins, defendeu que o governo precisa atacar diversos aspectos para indústria ser competitiva. Ela citou estudo de ITF (International Transport Worker’s Federation) que apontou que a maioria dos 140 países da Organização das Nações Unidas (ONU) que possuem legislação de cabotagem estabelecendo a proteção de bandeira nacional e estímulo à indústria naval. Nicole comparou que, enquanto países asiáticos sempre tiveram estímulo a suas indústrias navais e os Estados Unidos adotaram postura protecionista a partir do Jones Act (1920), a indústria naval no Brasil nunca foi objeto de um programa de Estado, apenas de programas de governo. Ela acrescentou que em países asiáticos os próprios governos colocam novas encomendas quando existem gaps na demanda. Para a presidente do EAS, a questão produtividade não é problema para construção de navios, porém o Custo Brasil atinge diretamente a competitividade da indústria naval brasileira. “Se houvesse política industrial que endereçasse essas assimetrias competitivas, [o governo] poderia chamar a indústria naval a competir com preço, pois já competimos com prazo”, ressaltou. Nicole alegou que o Custo Brasil representa em torno de 40% dos custos dos navios construídos no país. Além dos

custos trabalhistas, a política anti-dumping eleva os custos para compra de aço. Ela defende que vale a pena investir na construção naval brasileira, a fim de recuperar os mais de 50 mil empregos diretos perdidos nos últimos cinco anos. Para isso, é preciso colocar a indústria brasileira no mesmo nível de competição de seus concorrentes estrangeiros. Segundo Nicole, a construção naval brasileira tem vivenciado de alguma forma uma política de desindustrialização, inclusive já sendo possível observar estaleiros inadimplentes com o Fundo da Marinha Mercante (FMM). Ela avalia que retirar a demanda da indústria nacional, que poderia ser absorvida localmente, cria risco sistêmico. Nos últimos 10 anos, a cabotagem brasileira cresceu 12,8% ao ano. De acordo com a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem, o incremento chegou a 20% no segundo trimestre deste ano em comparação com mesmo período do ano passado, ao passo que a economia brasileira cresceu 0,6%. Nesses 10 anos, sem considerar o sistema Petrobras/Transpetro, foram incorporadas 20 novas embarcações à frota nacional de cabotagem. A Abac destaca que o segmento conseguiu avançar, apesar das condições adversas do mercado, e que vê a greve dos caminhoneiros ocorrida no ano passado como um divisor de águas para alavancar a navegação de cabotagem. A associação entende que o programa deve ter como objetivo a regularidade de serviços e maior racionalidade na matriz de transportes. Para entidade, qualquer política de cabotagem precisa se submeter a uma lógica econômica nacional. “A indústria de navegação no mundo trabalha num modelo simples: toda empresa de navegação tem embarcação própria, embarcação afretada a longo prazo e a curto prazo. Quando se mexe na dinâmica disso, tentando intervir ou regular ou definir um marco regulatório, isso deve ser feito sobre essas alavancas”, disse o presidente da Abac, Cleber Lucas. A Abac entende que uma empresa brasileira de navegação (EBN) é outorgada para operar porque se reconhece nela responsabilidade pelas consequências que podem ser geradas por sua

atividade. O presidente da associação considera que a EBN deve ser capaz de responder pelos seus atos. “No momento em que, levemente que seja, se deixa passar uma empresa brasileira que não tem embarcação, estamos subvertendo a figura da EBN e de uma empresa de navegação”, alerta Cleber. Ele disse que as empresas de navegação no mundo precisam ter navios próprios, investimentos altos e escala e que navios com volume de cargas relevante para transportar é que remuneram os investimentos. “Essa equação de alto investimento e alta escala que leva ao movimento de concentração de mercado porque o tamanho dos navios no mundo aumenta. Tem que aglomerar e criar uma escala de alguma maneira com estrutura de custo menor”, explicou. O ministério da Economia considera que não faz sentido liberar totalmente a cabotagem brasileira a embarcações com bandeiras estrangeiras, sobretudo porque os atuais custos trabalhistas pesam e geram assimetria. “Arvorar bandeira estrangeira com legislação estrangeira deve ser [uma ação] feita de forma muito controlada”, ponderou o secretário de advocacia da concorrência e competitividade do ministério da economia, César Mattos. Mattos falou que grande parte do incremento da produtividade brasileira ao longo da década de 1990 tem a ver com a abertura da economia, inclusive na área de navegação. Ele avalia que a antiga Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) não teria embarcado na onda de prosperidade da década passada se não houvesse optado pela importação de navios de maior capacidade. Para o secretário, o que traz regularidade às empresas é o contrato, e não encontrar barreiras de entrada e saída. Na visão da pasta, a estratégia para os diversos segmentos da economia passa por medidas que contribuam para redução do Custo Brasil. O ministério concorda que o anti-dumping no Brasil tem removido a competitividade de várias indústrias nos últimos anos. “Concorrência é ingrediente fundamental nas políticas de incentivo. Quanto mais barreiras de entrada ou de saída, mais difícil”, resumiu Mattos. REVISTA 100% CAIPIRA |17


FRUTICULTURA

Cacau pode reflorestar 557 mil hectares no Parรก

Sistema Agroflorestal do cacau recupera รกreas degradadas e ainda garante maior rentabilidade aos produtores 18| REVISTA 100% CAIPIRA


O p otenci a l d a c ac au p ara ref lorest ar áre as deg rad ad as na Amazôni a lo c a lizad as s omente no Pará é g igantes c a. O E st ado p ossui 557,5 mi l he c t ares de áreas desmat ad as e deg rad ad as que p o dem s er rest aurad as com o Sistema Ag rof lorest a l (SAF) do c ac au, o que cor resp onde a 750 mi l c amp os de f uteb ol, s egundo d ados d a maior Organizaç ão Não-G over nament a l (ONG) de cons er vaç ão mundi a l - The Nature C ons er vanc y (TNC). Atu a lmente, o Pará p ossui 170 mi l he c t ares com pl ant io de c ac au. E ss as infor maçõ es le vam em consideraç ão ap enas os municípios que j á p ossuem pro duç ão de c ac au, ou s ej a, o p otenci a l em to do o E st ado é aind a maior. Os d ados foram exp ostos durante o ú lt imo p ainel no Fór um do C ac au, at iv id ade que aconte ceu no VI C ho col at Amazôni a - Fest iva l Inter naciona l do C ho col ate e C ac au, que encer ra neste domingo (22), no Hangar - C ent ro de C onvençõ es d a Amazôni a, em B elém. Atu a lmente, a ag r ic u ltura fami li ar é resp ons ável p or aproximad amente 35% do desmat amento de áre as no Pará, que s ão volt ad as p ara a cr i aç ão de p asto p ara gado. Por out ro l ado, a c ac auic u ltura não pre cis a der r ub ar ár vores. O c u lt ivo do c ac au a li a a pro duç ão do f r uto com a existênci a de out ras ár vores f r ut íferas e esp é cies d a reg i ão amazônic a. Por s er uma pl ant a natura l d a Amazôni a, o c ac au (The obroma c ac ao) est á tot a lmente ad apt ado ao clima, à reg i ão e à v id a com as out ras esp é cies de pl ant as e ins etos. E ss es siste mas ag rof lorest ais aind a for mam zonas de micro climas com temp eraturas mais amenas. O novo C ó digo Florest a l resp a ld a o pro dutor p ara ut i lizar o SAF de C ac au p ara re c up erar as áre as que foram deg rad ad as. O ut ro b enef ício é que o Sistema Ag rof lorest a l do c ac au aind a garante maior rent abi lid ade p ara as famí li as do que a p e c u ár i a. D e acordo com estudos de v i abi li-

d ade f inanceira divu lgados p el a TNC, em aproximad amente cinco anos, um p asto r uim come ç ará a gerar retor no f inanceiro, enqu anto que o c ac au cons egue p agar o invest imento na met ade deste temp o, em dois anos e meio. E ap ós ess e temp o, j á come ç a a gerar lucro p ara o pro dutor. A rent abi lid ade d a SAF do c ac au chega a s er de s ete a de z ve zes maior do que a p e c u ár i a. S e a áre a for b em manej ad a, tem p otenci a lid ade p ara s er pro dut iva p or 60 anos. O p or tunid ade - “At ravés do fomento à c ac auic u ltura com integ raç ão de out ras c u lturas ag r ícol as e f lorest ais é p ossível mel horar a rend a do ag r ic u ltor, mel horar a diversid ade a liment ar d a famí li a, ao mesmo temp o em que s e re c up eram áre as deg rad ad as ou de b aixa pro dut iv id ade. É uma lóg ic a do des envolv imento sustent ável com cl aro b enef ício s o ci a l, e conômico e ambient a l. A c adei a d a c ac auic u ltura é uma g rande op or tunid ade p ara o Pará, p orque tem to d a uma est r utura pro dut iva. Há uma demand a s oci a l p elo aumento de pro duç ão no c amp o, e as indúst r i as est ão c ad a ve z mais querendo comprar c ac au d aqui”, explic a o v ice-gerente d a est ratég i a de rest auro f lorest a l d a TNC, R o dr igo Freire. R o dr igo este ve na noite de s ext a-feira (20) convers ando com vár ios ag r ic u ltores fami li ares no p ainel “Sistema Ag rof lorest ais com c ac au como for ma de mel hor i a de v id a no c amp o, cons ervaç ão e rest auraç ão d a f lorest a Amazônic a”, do Fór um do C ac au, que aconte ce no VI C ho col at Amazôni a Fest iva l. A TNC t rab al hou com mais de 50 famí li as ajud ando a rest aurar 500 he c t ares de p astos ant igos p or sistemas ag rof lorest ais nos municípios de São Felix do X ingu e Tuc umã. Uma d as ag r ic u ltoras assist id a p el a TNC, Va lci lene dos Santos Pr imo, de São Félix do X ingu, conf ir ma os b enef ícios p ara os p e quenos pro dutores. Para el a, a c ac auic u ltura t rouxe t am-

b ém auto est ima p ara os pro dutores r urais p or s ab erem que est ão pro duzindo e pres er vando a nature za. “Nós pre cis amos ref lorest ar as áre as deg rad ad as. E les [TNC] le varam o con he cimento na prát ic a, qu ando vo cê vai no c amp o com a mão na mass a é out ra histór i a. E les t rouxeram ess e con hecimento e este impu ls o. Não existe nen huma cl ass e d a s o cie d ade que não dep end a d a ag r ic u ltura fami li ar. Mas os ag r ic u ltores aind a hoj e s ão menospre zados. E ss a é uma for ma de nós s er mos con he ce dores dos noss os va lores”, garant iu. Ent ret anto, el a dest ac a que aind a existe uma aus ênci a de con he cimento e de incent ivo p ara que o homem do c amp o consiga pro duzir de maneira sustent ável. “Eu t amb ém t in ha vont ade de t rab a l har com c ac au, mas não t in ha con he cimento e s em a té cnic a f ic a muito dif íci l, f ic a inv i ável”, enfat iza. O ap oio d a ONG com incent ivo e ajud a té cnic a ajudou Va lci lene a ter uma pro duç ão de c a c au. A cr is e ambient a l d a Amazôni a acentu a a ne cessid ade de mud anç a de p aradig ma. No ent anto, o pro cess o p ara mud ar a t radiç ão pro dut iva p araens e aind a tem longos c amin hos a p ercor rer. O v ice-gerente d a TNC p ontu a que aind a s ão ne cess ár i as muit as açõ es gover nament ais e pr ivad as p ara at ing ir o p otenci a l p araens e. “E st amos fa l ando de um p otenci a l de novos 557 mi l, mas iss o não é do di a p ara a noite. É um pro cess o natura l d a c adei a pro dut iva. O que fa lt a mais é assistênci a té cnic a no c amp o, s ej a públic a ou pr ivad a, t ro c a de con he cimento ent re os pro dutores, for t a le cimento d as co op erat ivas e sindic atos p ara s e organizarem mais p ara bus c arem o con he cimento, t ro c arem exp er iênci as e des envolverem b o as prát ic as no c amp o e o invest imento de b ancos interess ados em foment ar c adei as pro dut ivas na Amazôni a”, list a R o dr igo. Fonte: Livia Cabral Assessoria REVISTA 100% CAIPIRA | 19


GESTÃO

Pecuaristas investem em Nutr agregar valor aos animais ter Fazendas que prestam serviço aos produtores, como

o

Grupo

Mantiqueira,

reforçam

a

importância dos processos de certificação para abrir oportunidades de mercado e exportação Fonte: Grupo Publique

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rição, Sanidade e Gestão para rminados em confinamentos Aproximar cada vez mais os produtores de carne bovina que utilizam fazendas modernas de terminação dos anseios da indústria frigorífica e dos mercados nacionais e internacionais mais exigentes. Apostar ainda mais em dieta de primeira qualidade, investir em estruturas bem montadas nas propriedades, focar na premiação alcançada com certificações e procurar fornecer a frigoríficos mais experientes, que trabalham com vários protocolos. A receita de sucesso vem sendo perseguida com rigor pelas empresas que oferecem os serviços de finalizar a engorda de rebanhos de terceiros, como comprovam as atividades da terceira edição do ‘Dia de Campo do Grupo Mantiqueira’, realizada na Fazenda Guaicuí, no município de Várzea da Palma (MG). Evento que apresentou várias novidades sobre Pecuária e Agricultura a quase quatrocentos criadores, lavradores e profissionais de empresas de Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia, Bahia e São Paulo. O Grupo Mantiqueira atua em diversas áreas do Agronegócio no país. Na Pecuária de Corte, engorda mais de 50 mil animais por ano, em três unidades localizadas na Região Norte de Minas Gerais e em Mato Grosso. Investe sem parar em novas tecnologias, como a parceria que mantém com o Serviço Brasileiro de Certificações (SBC) há quase dois anos, empresa líder de mercado no Sistema Sisbov, protocolo exigido para exportação à Europa, e que atende 780 propriedades e quase dois milhões de cabeças. O SBC também é credenciado para as certificações de Uso de Energia Renovável, Selo da Cadeia de Fornecimento e Protocolo Rúbia Galega, além de possuir acreditação ABNT NBR ISO/ IEC 17065:2013 no escopo GLOBALG.A.P. em Frutas, Vegetais e Grãos. “É um período curto de parceria, mas que já se mostrou muito proveito-

so, para todos os atores envolvidos. E a primeira participação do SBC no Dia de Campo foi muito bom. Pudemos conversar sobre o mercado da China e Europa, os selos, a demanda dos consumidores no Brasil e no mundo, os protocolos e as marcas que mais atraem os clientes atuais e como funciona o processo do Sisbov”, explicou Sérgio Ribas Moreira. O executivo do SBC foi um dos palestrantes convidados, ao lado do Médico Veterinário Marcos Mallaco, Gerente Técnico de Bovinocultura da Ceva Saúde Animal; Luis Marcelo, Mestre em Medicina Veterinária e Coordenador de Território da Boehringer Ingelheim Health, e Pedro Veiga, Mestre, Doutor e Pós Doutor em Nutrição e Produção de Bovinos de Corte e Gerente Global de Corte da Cargill Nutrição Animal. Os quatro profissionais falaram sobre a área de atuação de cada um, em sanidade, nutrição, mercado, agregação de valor com processos de certificação, oportunidades de mercado e exportação. Sérgio Ribas Moreira tratou dos protocolos de certificação, como funcionam o Sisbov e o GlobalG.A.P., os procedimentos com os inventários de animais e a auditoria interna, os protocolos de adesão voluntária, a estrutura instalada do SBC no Brasil, a classificação dos animais no abate, Cota Hilton, o Software de Gestão Integrada SBC, os prazos e a vistoria técnica exigidos, as instruções normativas e o fluxograma de certificação. E os produtores mergulharam como nunca em novos conhecimentos. Ouviram sobre como funciona uma unidade moderna de terminação, as oportunidades de participar enquanto investidores e parceiros com as indústrias que negociam com altos volumes, a importância de utilizar a melhor dieta possível, conduzir o negócio com uma equipe de excelência de zootecnistas e médicos veterinários, perseguir padrão máximo

de sanidade, nutrição, processos de certificação e escala, otimizar a capacidade dos colaboradores e ter atenção máxima com o bem-estar animal. Tanto entusiasmo vem embalado pela ótima performance da bovinocultura de corte brasileira neste ano. A produção do segmento está crescendo e as exportações podem chegar a 7% de elevação sobre 2018, passando de 1,6 milhão de toneladas. O exigente mercado europeu também sinaliza ótima performance, com possibilidade de incremento entre 10% e 12%, atingindo mais de 120 mil toneladas em 2019. E os programas de certificação de carnes, outro atrativo caminho de fornecimento, já contam com cerca de 60 frigoríficos credenciados espalhados no Brasil, envolvendo aproximadamente cinco milhões de cabeças. “O panorama realmente é promissor apesar de todas as turbulências internas e externas. Os oito primeiros meses do ano foram ótimos para nosso trabalho e devemos terminar 2019 com um crescimento perto de 15%”, revela Sérgio Ribas. De olho em atender cada vez mais a demanda de pecuaristas e da indústria frigorífica, a empresa vai incrementar a participação em eventos que reúnam os profissionais do segmento. “Estamos participando cada vez mais de dias de campo assim, encontros do segmento, congressos e seminários. Assim como estamos recebendo muitos convites. E queremos estar no maior número deles. A cada ano vêm mais pedidos para darmos palestras e gostamos demais de conferir o que os clientes estão fazendo, contribuir com informações, conferir as novas questões sanitárias e nutricionais, aprender coisas novas, obter informações tecnológicas. Sempre absorvemos muita informação nova, nos aprimoramos, conhecemos mais detalhes sobre todas as áreas do sistema produtivo”, completou Sérgio Ribas Moreira. REVISTA 100% CAIPIRA |21


AQUICULTURA E PESCA

GESTÃO DE RISCOS: Governo vai incentivar maior oferta de seguro aquícola em 2020

Tema foi debatido em Congresso internacional do setor, em Foz do Iguaçu O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) organizou um debate sobre gestão de risco e contribuições para viabilizar o seguro aquícola, durante o International Fish Congress & Fish Expo Brasil, realizado na semana passada em Foz do Iguaçu (PR). A iniciativa foi uma ação conjunta da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) e da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa. No encontro, o secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Jr, e o diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Pedro Loyola, anunciaram que em 2020 a Secretaria de Política Agrícola vai encaminhar ao Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural a proposta de destinar recurso específico para a subvenção do seguro aquícola. O objetivo é despertar o interesse no mercado para que mais companhias seguradoras ofereçam o seguro aquícola, ampliando canais de distribuição de corretores, cooperativas e instituições financeiras que atendam a cadeia produtiva. Como encaminhamento, foi acordada a realização de um workshop para um maior refinamento das informações. Governo e o setor produtivo farão uma coleta de dados regionais, por espécies e tipo de sistemas para serem 22| REVISTA 100% CAIPIRA

apresentados às seguradoras. As empresas deverão informar quais os dados e documentos que necessitam, e quais os fatores que interferem na precificação do Seguro. Com o desenvolvimento do seguro rural, pretende-se uma maior estabilidade do fluxo de caixa e da renda dos produtores, além de maior eficiência de produção e de produtividade pela indução ao uso de tecnologias para melhorar a competitividade do setor e contribuir para que o Brasil possa se tornar um grande exportador de pescado de aquicultura. No encontro com o Mapa, participaram as entidades representativas do setor produtivo como a Associação Brasileira de Piscicultura - PeixeBR e a Associação Brasileira dos Criadores de Camarão-ABCC, e da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) com seis companhias seguradoras, além de técnicos de aquicultura, produtores e cooperativas. Dados do setor O Diretor de Aquicultura da SAP, Maurício Pessôa, apresentou dados que retratam a situação do setor. Con-

forme o censo do IBGE, em 2017 havia 455.541 unidades de estabelecimentos de criação de peixes e camarões, sendo que mais de 95% são pequenos empreendimentos. A cadeia produtiva Aquícola movimenta cifras superiores a R$ 10 bilhões ao ano. Segundo Pessôa, a FAO estima que o mercado mundial, necessitará 30 milhões de toneladas a mais de pescado nos próximos 10 anos. E o Brasil, por meio da Aquicultura, é um dos países que podem prover de forma competitiva este nobre alimento. As entidades representativas apresentaram o agronegócio da piscicultura nacional e da carcinicultura (criação de crustáceos) e as oportunidades de desenvolvimento dessa cadeia produtiva. O evento teve também a participação de especialistas em seguros internacionais. Martin Tellez, representante da FIRA (Los Fideicomisos Instituidos en Relación con la Agricultura), demonstrou o funcionamento dos fundos mútuos de seguro aquícola no México. O especialista português em aquicultura Rui Gomes Ferreira, da empresa Longline, de Londres, apresentou a experiência internacional com seguro Fonte: MAPA aquícola.


AGRICULTURA

Novas variedades de tomate impulsionam o setor

Fonte: Agrolink

Setor busca alternativas para inovar Novas var ie d ades de tomate que est ão s endo l anç ad as ao re dor do mundo vêm impu lsionando o s etor e mov iment ando o comércio do f r uto ao re dor do mundo. Fazem dois anos, p or exemplo, des de que a HM.C l aus e, uma d as líderes em s ementes hor t ícol as, apres entou a marc a de tomate Adora® na Fr uit Att rac t ion. “Noss o pr incip a l obj et ivo com est a nova marc a de tomate era t razer de volt a o s ab or do p ass ado e atender às demand as do consumidor, e cons eguiu convencer to dos e c ad a um dos elos d a c adei a: pro dutores, té cnicos

ag r ícol as, comerci antes, sup ermerc ados e, cl aro, o consumidor “, af ir ma Manuel Fer rer, chefe de merc ados d a HM.CL AUSE IBÉRICA. D e acordo com os resp ons áveis p or ess a marc a, que foi cr i ad a p ara o s eg mento mar rom de Mar mande, dizem que el a atende às exp e c t at ivas esp e cíf ic as de c ad a elo d a c adei a. “O des af io p ara as c adei as de sup er merc ados e prof issionais de market ing é atender aos re quisitos do consumidor. O mel hor coment ár io que ouv imos é que a marc a Adora® atende às exp e c t at ivas de um consumidor c ad a ve z mais exi-

gente”, diz Manuel Fer rer. D e qu a lquer for ma, eles dizem que o c amin ho não foi fáci l. “E ss a var ie d ade p ossui a ltos requisitos té cnicos. Para obter os mel hores resu lt ados, os pro dutores de vem s eguir uma s ér ie de esp e cif ic açõ es. Iss o garant irá que ess es f r utos de qu a lid ade sup er ior p oss am s er comerci a lizados de novembro a maio. O pro duto é c u lt ivado em áre as t radicionais de c u lt ivo de tomate. ess es re quisitos, a qu a lid ade s of rer i a. C om mais de 7 g raus Br ix, ner vuras e uma b o a cor, s eu t aman ho não é um fator pr imár io; ap enas o s ab or “, diz Manuel Fer rer. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


CAPACITAÇÃO

Dia de campo apresenta inovação para o controle de aveia e azevém no trigo Produtores conferiram no campo genética superior em qualidade industrial e a primeira cultivar de trigo com a tecnologia Clearfield lançada no Brasil. Evento aconteceu em Tibagi (PR)

Fonte: Assessoria de Imprensa Biotrigo Genética

Antes mesmo de terminar a colheita de trigo de 2019, os produtores do Paraná já estão planejando as safras dos próximos anos. Em busca de novidades, aproximadamente 150 multiplicadores de sementes, recomendantes e profissionais da indústria moageira do Paraná participaram na última terça-feira (24), do segundo dia de campo institucional da Biotrigo na safra 2019. O evento aconteceu em Tibagi (PR), município que possui a maior área de trigo semeada do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que é referência na produção do grão. Entre as atividades, os participantes tiveram a oportunidade de avaliar o desempenho de mais de 20 cultivares e linhagens à campo e de participar de palestras temáticas, entre elas a evolução do melhora24 | REVISTA 100% CAIPIRA

mento genético e o legado da introdução da genética francesa na cultura do trigo no Brasil, o mercado de trigos especiais, a importância do escalonamento da semeadura e o manejo integrado de plantas daninhas. Segundo o supervisor comercial da Biotrigo para a região, Deodato Matias Junior, a vocação da região para o cultivo do trigo é beneficiada pelas suas características ambientas, como altitude, solo e clima, além do alto nível de conhecimento dos produtores que acreditam na cultura buscando cultivares com a qualidade industrial demandada pelo mercado local e adaptadas à sua realidade. “Um exemplo é o do trigo branqueador, que segregado, é utilizado como trunfo dos produtores da região por possuírem a seu favor uma excelente es-

trutura de recebimento nas cooperativas e cerealistas. Além deste fator, possuem uma localização próxima a moinhos que atendem grandes centros consumidores”, explicou. Para atender a esse mercado, foi apresentada a cultivar TBIO Duque, primeiro filho de TBIO Noble cruzado com a cultivar mais semeada do Brasil, TBIO Toruk. “Além da qualidade industrial para panificação, TBIO Duque se diferencia entre outros trigos branqueadores pela excelente sanidade inédita nesse segmento - especialmente pela resistência às manchas foliares, bacteriose, germinação na espiga e Brusone”, destacou. Rodrigo Tomazzoni Namur, coordenador de sementes da Castrolanda, participou do dia de campo e comentou sobre os resultados das pesquisas reali-


zadas com a cultivar nas áreas da cooperativa. “Uma boa parcela da área de trigo dos nossos cooperados é cultivada todos os anos com trigos branqueadores, porém as cultivares disponíveis no mercado antes do TBIO Duque, embora apresentassem produtividades satisfatórias, tinham alta suscetibilidade às principais doenças da cultura e também elevado índice de germinação na espiga sob clima adverso. Os resultados de pesquisa obtidos por nós até agora demonstram que o TBIO Duque, além de ser branqueador e de apresentar produtividades significativamente superiores quando comparado aos seus concorrentes, apresenta uma boa tolerância à germinação na espiga e às doenças que ocorrem na região, reduzindo riscos e os custos de produção, o que deve maximizar a rentabilidade de nossos cooperados e clientes”. Mais Força de Glúten para as regiões frias Com a preocupação de atender o mercado – tanto moageiro, que busca boa qualidade industrial e estabilidade, como triticultor, que mesmo atento ao mercado comprador, tem como foco a produtividade e resistência às doenças o programa de melhoramento da Biotrigo chegou ao TBIO Astro, considerado o melhor trigo do portfólio. A cultivar foi apresentada pelo gerente comercial para a América Latina (Latam) da Biotrigo Genética, Fernando Michel Wagner. “O TBIO Astro tem ciclo superprecoce, bom nível de resistência à Giberela, alta resistência às doenças de espiga, ao acamamento e à germinação na espiga. Possui ainda dois grandes diferenciais que especialmente beneficiam os produtores da região dos Campos Gerais, que é a boa manutenção de PH e ainda traz na sua genética a capacidade de entregar uma proteína mais alta. É o nosso recordista no ranking de Força de Glúten (W), com valores médios de W entre 550 até 800 10-4J em algumas amostras”, explicou. Para o controle de plantas daninhas Novas estratégias para o controle de plantas daninhas também foram foco do evento. O melhorista da Bio-

trigo, Francisco Gnocato, apresentou o TBIO Capricho CL, primeiro trigo do Brasil com a tecnologia Clearfield CL - já utilizada em países produtores de trigo, como Canadá e Austrália e, no Brasil, na cultura do arroz. Segundo Francisco, a cultivar é promissora para o manejo de plantas daninhas resistentes, como o azevém, aveia e nabo. “Introduzimos na cultivar, derivada de TBIO Sinuelo, a tolerância aos herbicidas do grupo das imidazolinonas, mais precisamente ao ingrediente ativo imazamoxi (Raptor 70DG®), o que ajuda, por exemplo, no controle de biótipos de azevém resistentes ao glifosato, aos inibidores da ACCase (graminicidas) e aos inibidores da ALS. Além de preservar as lavouras de trigo, a tecnologia também traz benefícios para todo sistema de produção”, explicou. Para o gerente técnico de pesquisa da Fundação ABC, Luis Henrique Penckowski, e a pesquisadora do setor de herbologia da instituição, Eliana Fernandes Borsato, a tecnologia permite utilizar de forma seletiva o herbicida Raptor, além de controlar com eficácia os biótipos de azevém resistente ao glifosato e/ou inibidores da ALS. “A dificuldade no controle de azevém com resistência ao herbicida glifosato estava inviabilizando a utilização da cultura como parte do sistema de rotação. O trigo CL e a utilização de Raptor na pós-emergência do trigo se mostraram eficientes nos testes viabilizando a cultura porque permite a aplicação seletiva de herbicidas do grupo das imidazolinonas”, comentaram. O doutor em fitotecnia e professor na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Giliardi Dalazen, explicou que a tecnologia deve ser considerada uma ferramenta na propriedade, introduzindo-a num cronograma de rotação de cultivares. “Para a tecnologia funcionar corretamente, o produtor deve utilizar em no máximo 1/3 da área cultivada com trigo a cada ano, sem repeti-la na mesma área no ano seguinte. Assim, se dificultará a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes ao herbicida utilizado, prolongando a vida útil da tecnologia”, complementou Giliardi. A cultivar TBIO Capri-

cho CL, que será comercializada já na próxima safra para a multiplicação de sementes, é resultado do programa de melhoramento genético da Biotrigo em parceria com a BASF - detentora da tecnologia Clearfield. Ciclos distintos oferecem maior segurança A importância de conhecer os ciclos das cultivares e os benefícios do escalonamento de semeadura e da colheita foram temas da apresentação do gerente comercial regional norte da Biotrigo, Bruno Alves. Segundo ele, uma preocupação importante na região dos Campos Gerais, no Paraná, é escapar da geada no espigamento e na floração do trigo e uma estratégia eficiente é abrir a semeadura com uma cultivar de ciclo médio/tardio e finalizar com uma cultivar precoce ou superprecoce, ou ainda, o inverso. “Ao semear TBIO Ponteiro, que possui ciclo vegetativo mais longo e reprodutivo rápido, se reduz os riscos de geada nos períodos de maior histórico de ocorrência e, combinado com cultivares de outros ciclos, as chances de perda por estiagem e chuva na colheita também ficam reduzidas”, explicou. Bruno comparou as características da nova cultivar com o TBIO Sinuelo. A cultivar possui as mesmas características de ciclo, padrão de produtividade e resistência ao acamamento, porém, possui diferenciais marcantes, como sanidade tanto de folha como de espiga, tolerância ao Alumínio tóxico em anos de estiagem, qualidade industrial superior, além de possuir o maior nível de resistência ao Oídio do portfólio. Outras novidades No dia de campo, também foram apresentadas cultivares de trigos especiais voltadas para nutrição de gado de leite e corte - Linha Energix (Energix 201 e Energix 202) e Lenox (trigo para pastejo). Para o mercado de panificação, foi apresentado o TBIO Noble e, para biscoito, TBIO Alpaca, ambos em projetos especiais dadas as suas características de qualidade industrial. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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TURISMO RURAL

Turismo de natureza é chave para desenvolvimento econômico regional em áreas naturais bem conservadas Iniciativas desenvolvidas na Mata Atlântica e no Pantanal usam a gestão qualificada de áreas naturais protegidas como meio para a geração de empregos e renda ao longo de 13 anos no projeto de Esteros Del Iberá, na Argentina. A proposta defende que a produção da natureza seja a base para o desenvolvimento econômico e social de áreas que preservam importantes patrimônios naturais. Dessa forma a natureza passa a oferecer produtos e atrativos para serem comercializados de forma sustentável pelo ecoturismo. Inspiração internacional

Duas iniciativas em andamento na Mata Atlântica e no Pantanal têm demonstrado que grandes remanescentes naturais em bom estado de conservação representam uma oportunidade única para impulsionar a economia regional. Além disso, os patrimônios cultural e histórico dessas regiões também são ativos importantes para fomentar o turismo e despertar o interesse em proteger e gerir adequadamente as 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

áreas naturais. A Grande Reserva Mata Atlântica e o Alto Pantanal têm como base a metodologia desenvolvida pelo biólogo espanhol Ignácio Jiménez-Pérez, apresentada no livro Produção de Natureza: Parques, Rewilding e Desenvolvimento Local, lançado neste mês no Brasil. O conceito de “Produção de Natureza” foi desenvolvido por Jiménez-Pérez quando trabalhou na Conservation Land Trust (CLT)

Junto ao governo argentino e à província de Corrientes, Jiménez-Pérez participou da criação do maior Parque Natural do país, recuperando espécies selvagens extintas, como veado-campeiro, tamanduá-bandeira, cateto, anta, arara e onça-pintada. Além do impacto ambiental positivo sobre a biodiversidade, a experiência de Iberá serviu para gerar novas opções de desenvolvimento para uma região marginal dentro da economia e política argentinas. A criação do Grande Parque Iberá não só gerou novas oportunidades de emprego como também


promoveu a valorização da cultura local e a criação de uma nova Secretaria de Turismo em uma província que antes não se via como turística. Em paralelo, a mídia internacional começou a falar sobre a região, o que fez com que o The New York Times e a revista National Geographic elegessem Iberá como um dos 50 principais lugares de natureza no mundo para se visitar, expondo-o como um destino turístico e como um exemplo de restauração ecológica e cultural. Potencial brasileiro Apesar das características singulares do Brasil, dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam que as taxas de crescimento do turismo internacional no País foram de 0,6%, em 2017, e 0,5%, em 2018. Já no Peru e na Argentina, segundo informações do Ministério do Comércio Exterior e Turismo do Peru e do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina, o crescimento em 2018 foi de 10% e 7,5%, respectivamente. Além disso, cada turista gastou, em média, US$ 53,96 por dia durante a passagem pelo Brasil, sendo que os três destinos mais procurados têm a natureza como um forte ponto em comum: Rio de Janeiro (atraindo 29,7% dos turistas), Florianópolis (17,1%) e Foz do Iguaçu (12,9%). Já dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o consumo interno de turismo teve um aumento de 3,2% entre os meses de janeiro e julho de 2019 quando comparado ao mesmo período do ano passado. “Se levarmos em conta que o Brasil tem atrações naturais que incluem as cataratas mais visitadas da América, o Pantanal e a Mata Atlântica, chama atenção a escassa visitação em relação a países vizinhos”, analisa Jiménez-Pérez. “Isso nos mostra claramente como o Brasil é um gigante territorial que está ‘comercializando’ seus

enormes atrativos naturais (incluindo Parques Nacionais e outras áreas protegidas) de uma maneira muito inferior a outros países da região. Se compararmos a esses padrões, parece evidente que há uma oportunidade perdida de valorizar e aproveitar a riquíssima biodiversidade brasileira”, ressalta. A força da biodiversidade O trabalho desenvolvido por Jiménez-Pérez estimulou o lançamento de dois movimentos no Brasil que prezam pelo desenvolvimento territorial a partir da conservação da natureza e dos atrativos turísticos, históricos e culturais que pequenos municípios localizados em meio a grandes áreas naturais oferecem. O Brasil abriga a maior biodiversidade mundial, cerca de 20% das espécies do planeta. Dessas, a Mata Atlântica – bioma cujo território foi reduzido a 7% da sua cobertura original, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente – concentra 35% da biodiversidade vegetal nacional, além de cerca de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes. “A conservação da natureza não é um empecilho para o desenvolvimento, mas sim um meio econômico que gera uma série de bens e serviços de qualidade, com alto valor agregado. Os atrativos naturais e culturais são oportunidades para geração de emprego e renda, principalmente para os jovens, que se sentirão motivados a permanecerem no local onde nasceram e cresceram”, explica o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), instituição idealizadora da Grande Reserva Mata Atlântica, Clóvis Borges. O local é um grande remanescente do bioma, formado por 2 milhões de hectares localizados nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina e conectados por um mosaico de Unidades de Conservação (UC) públicas estaduais e federais e Reservas Particulares

do Patrimônio Natural (RPPN). A região abriga espécies endêmicas, como o mico-leão-da-cara-preta e o papagaio-de-cara-roxa, e animais ‘topo de cadeia’ que indicam a qualidade ecológica do local, como a onça-pintada. O objetivo da iniciativa, que envolve uma grande rede de atores do empresariado local, poder público, academia, gestores de unidades de conservação, ONGs e pessoas sensibilizadas, é tornar a região um destino turístico de natureza como mecanismo para o desenvolvimento regional. “O patrimônio natural que temos é um importante ativo para o desenvolvimento econômico e social. É preciso fortalecer a imagem da Mata Atlântica como destino turístico e estimular a visitação para que todos compreendam a importância da conservação e que a comunidade local aprimore cada vez mais os serviços oferecidos”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que também está à frente da iniciativa. Assim como a Grande Reserva Mata Atlântica, o Alto Pantanal também reúne instituições e pessoas que atuam na região, como pesquisadores, empresários e a própria comunidade, para pensar em oportunidades de negócios e melhorias para a cadeia do turismo regional do bioma mais bem preservado do País. O projeto é liderado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e pela Rede do Amolar. “A despeito da principal atividade econômica do homem pantaneiro ter sido, historicamente, a pecuária, a fauna foi protegida no processo de ocupação que é, hoje, um exemplo para o mundo. Com a metodologia de Produção de Natureza conseguimos enxergar novas possibilidades, trazendo um olhar e foco mundial ao turismo com base nas exuberâncias locais”, diz o diretor do IHP, Ângelo Rabelo. Fonte: Pg1 Rio Mergulhão Rio Mergulhão, na Reserva Matural Guaricica, mantida pela SPVS em Antonina (PR).Credito:Reginaldo Ferreira/SPVS.

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PESQUISA

Pesquisadores da UFLA utiliza

Canastra para melhorar a qu

Estudo inédito utiliza leveduras con

para produzir queijos com mais sabor Fonte: Comunicação UFLA

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am fungos típicos da Serra da

ualidade do queijo artesanal

nhecidas como fungos unicelulares

r, textura e características funcionais

N

ão é novidade a utilização de bactérias e fungos em queijos. Esses microrganismos são responsáveis por proporcionar características como aroma, sabor, cor e textura únicas ao alimento. Porém, a utilização de leveduras próprias do Brasil - como os denominados fungos unicelulares - em queijos nacionais têm sido inovação de uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Conforme explica o professor Whasley Ferreira Duarte, do Departamento de Biologia (DBI), os fungos utilizados de forma controlada em queijos no Brasil são originários de outros países e não são característicos de climas tropicais. “Na Europa, vários estudos já foram feitos sobre a utilização e a influência dessas leveduras em queijos, esses microrganismos são, inclusive, comercializados lá. No Brasil, temos uma grande diversidade de queijos e sabemos que parte dessas características do nosso queijo é proveniente da ação microbiana, principalmente em queijos artesanais aqui de Minas Gerais. ” O projeto de utilização dessas leveduras regionais em queijos teve início em 2014, no mestrado da doutoranda Rafaela Pereira Andrade, e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fape-

mig). A pesquisadora foi até a Serra da Canastra, região conhecida por seus queijos artesanais premiados internacionalmente, e coletou amostras de um queijo referência, com o intuito de descobrir quais eram os papéis que as leveduras desempenhavam naquele queijo. No laboratório, as leveduras foram isoladas, identificadas e caracterizadas quanto a seus aspectos tecnológicos. A partir de então, foram produzidos diversos lotes de queijos com essas leveduras. “Após identificadas e caracterizadas, as leveduras foram adicionadas aos queijos de diversas formas e foi possível observar que essa adição proporcionou ao queijo melhoria de qualidade e aspecto sensorial, o que originou no contexto do projeto uma patente e três publicações em revistas de renome internacional ”, diz Rafaela. O queijo obtido em laboratório é macio por dentro e com casca firme, bem parecido com o queijo Canastra, foi aprovado em análise sensorial. Além de agregar padrão de qualidade ao queijo, os pesquisadores também avaliam o potencial funcional dos microrganismos. “Essas leveduras estão no queijo Canastra e, como comemos o queijo de leite cru, ingerimos também esses microrganismos. Estas leveduras têm potencial probiótico (microrganismo probiótico é aquele que quando ingerido traz benefícios à saúde, como por exemplo, a regularização do intes-

tino) e já realizamos diversos testes, inclusive em ratos. Em um futuro breve, esperamos poder testar essas leveduras em humanos e, se comprovados os benefícios, seria algo inédito em queijos no mundo. Além disso, essas leveduras degradam a lactose, então os queijos produzidos com elas não precisam ser adicionados de lactase, o que diminui o custo de produção”, destaca o professor. A pesquisa continua em andamento, por enquanto somente na região da Canastra, mas poderá ser ampliada para outras regiões. “Embora sejam queijos artesanais de Minas, cada localidade tem uma característica de clima, solos e até de microrganismos próprios daquele local, que influenciam no sabor e no aroma do queijo”, explica o professor Whasley. Produção de queijo na UFLA - Recentemente, a UFLA recebeu do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) um parecer favorável para a construção de uma usina de beneficiamento do leite e uma queijaria no Centro de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologias da UFLA, que fica na Fazenda Palmital, em Ijaci. Para o professor Whasley, esta é uma grande oportunidade para produzir queijos artesanais com o status UFLA. “Não temos só o potencial para uma queijaria, como também já possuímos pesquisas na Universidade que mostram como é possível fazermos queijos com excelente qualidade.” REVISTA 100% CAIPIRA |31


GESTÃO

Cooperativismo acelera acesso dos pequenos produtores as grandes tecnologias Por meio de parceria com as cooperativas, empresas como a J.Assy tornam acessíveis suas soluções a todas as categorias de agricultores As t e c n o l o g i a s s ã o i mp or t a n t e s a l i a d a s p a r a s e pro du z i r c om a máxima eficiência. Os grandes pro dut ore s , qu e s ã o a p ont a d a pi r â m i d e , j á d i s p õ e m e f a z e m u s o d e l a s , e c om i s s o, a l g u n s d e l e s , i n c lu s i v e , j á c o l h e m at é t rê s s a f r a s p or a n o. Ma s , p a r a o s a g r i c u lt ore s d e m e n or p or t e , o a c e s s o a e s s a s t e c n o l o g i a s mu i t a s v e z e s t or n a - s e m a i s re s t r it o. Pa r a re v e r t e r e s t e c e n á r i o, u m a d a s s o lu ç õ e s m a i s e f i c i e n t e s e qu e v e m g a n h a n d o f orç a n o c a mp o é o c o op e r at i v i s m o. A i n i c i at i v a op or t u n i z a a c e s s o a o s a g r i c u lt ore s f a m i l i a re s , a l é m d a ot i m i z a ç ã o d a c ompr a d e i n s u m o s , f a c i l i d a d e p a r a a c om e rc i a l i z a ç ã o d e pro dut o s a g r í c o l a s , a mp l i a ç ã o d a c ap a c i d a d e d e a r m a z e n a g e m e c l a ro, a s n ov a s f e r r a m e nt a s d i s p on í v e i s h oj e n o m e rc a d o e m u m a prop orç ã o qu e j a m a i s c on s e g u i r i a m s o z i n h o s . D e a c ord o c om o l e v a nt a m e nt o d a O r g a n i z a ç ã o d a s C o 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

op e r at i v a s B r a s i l e i r a s ( O C B ) , atu a l m e nt e h á 1 . 6 1 8 c o op e r at i v a s d o r a m o a g rop e c u á r i o no Brasil. São mais de 198 mil p e s s o a s e mpre g a d a s e m a i s d e 1 m i l h ã o d e pro dut ore s r u r a i s a s s o c i a d o s qu e d i s p õ e m d e s oj a , m i l h o, c a f é , t r i g o, c a r n e , ov o s , l e it e e out ro s . Vi s a n d o e s s e n i c h o d e m e rc a d o, e a f i m d e l e v a r s u a s t e c n o l o g i a s pr i n c ip a l m e nt e a o s p e qu e n o s e m é d i o s pro dut ore s , é qu e a J. As s y, e s p e c i a l i s t a n o d e s e nv o l v i m e nt o d e s o lu ç õ e s t e c n o l ó g i c a s p a r a o a g ron e g ó c i o, a mp l i a s u a s p a rc e r i a s c om a s m a i ore s c o op e r at i v a s d o B r a s i l . C om a e s t r at é g i a , a i d e i a é qu e e s s e s a g r i c u lt ore s s e j a m o s pr i m e i ro s a i mp l e m e nt a re m e d i f u n d i re m a s n ov a s t e c n o l o g i a s . Um a s d e s s a s p a rc e i r a s é a C o op e r at i v a Ag roi n du s t r i a l d o s P ro dut ore s Ru r a i s d o Su d o e s t e G oi a n o, m a i s c on h e c i d a c om o C om i g o, d e R i o Ve rd e / G O. Fo -

c a d a n o b e n e f i c i a m e nt o, i n du s t r i a l i z a ç ã o e c om e rc i a l i z a ç ã o d e pro dut o s a g rop e c u á r i o s , a c o o p e r at i v a c ont a atu a l m e nt e c om 7 , 5 m i l c o op e r a d o s c om f atu r a m e nt o n o ú lt i m o a n o d e R $ 4 , 3 bi l h õ e s . D e a c ord o c om Eu r íp e d e s S o a re s d e O l i v e i r a , g e re nt e a d m i n i s t r at i v o d a C om i g o, u m a d a s m a n e i r a s m a i s e f i c i e nt e s d a c o op e r at i v a l e v a r a o s s e u s pro du t ore s o qu e h á d e m a i s m o d e rn o d e t e c n o l o g i a é p or m e i o d e p a rc e r i a s c om e mpre s a s . “E l a s s ã o i mp or t a nt e s p orqu e n o s d ã o t r a n qu i l i d a d e p a r a f a z e r a v e n d a , p oi s a f á br i c a n o s a s s e g u r a em termos pós-venda e garant i a”, d e s t a c a . A c o op e r at i v a i n i c i ou a a l i a n ç a c om a J. As s y h á 9 a n o s , c om a c ompr a d o s d i s c o s d e p l a nt i o Ap o l l o, qu e f oi a g r a n d e p or t a d e e nt r a d a . S at i s f e it o s c om o d e s e mp e n h o d o pro dut o n o c a mp o, a C om i g o t a mb é m s e


i nt e re s s ou p or out r a t e c n o l o g i a d a e mpre s a , o d o s a d or m e c â n i c o Tit a n iu m . “Q u a n d o e s s e e qu ip a m e nt o f oi l a n ç a d o c om e ç a m o s a o b s e r v a r o s e u f u n c i on a m e nt o e d e v i d o a o s b on s re s u lt a d o s , o s c o op e r a d o s c om e ç a r a m a p e d i r. Fom o s at r á s p a r a a d qu i r i r e d i s p on i bi l i z a m o s a o s pro dut ore s , p oi s j á c on h e c í a m o s e s a bí a m o s a qu a l i d a d e d o f a br i c a nt e”, d i z Oliveira. Um d o s d i f e re n c i a i s d o Ti t a n iu m , s ã o o s t rê s or g a n i z a d ore s i nt e r n o s , q u e c on du z e m a s s e m e nt e s n o s f u ro s d o d i s c o, g a r a nt i n d o u m a d i s t r i bu i ç ã o pre c i s a e m i n i m i z a n d o o s d a n o s m e c â n i c o s . A l é m d i s s o, o Tit a n iu m t a m b é m c ont a c om o v i s or, qu e p e r m it e v i s u a l i z a r o d i s c o e a c omp a n h a r o d e s e m p e n h o du r a nt e o p l a nt i o. O d o s a d or g a r a nt e u m a d i s t r i bu i ç ã o e f i c i e nt e p a r a d i v e r s a s c u ltu r a s c om o : s oj a , m i l h o, f e ij ã o, s or g o, a l g o d ã o, a m e n d oi m , c a n o l a e g i -

rassol. D e a c ord o c om o g e re nt e , o Tit a n iu m f oi u m a re v o lu ç ã o e m t e r m o s d e p l a nt a bi l i d a d e e d i s t r i bu i ç ã o d e s e m e nt e s a o s c o o p e r a d o s . Is s o p orqu e o s f a br i c a nt e s d e p l a nt a d e i r a a c a d a a n o m o d e r n i z a m o s e qu ip a m e nt o s , m a s e m t e r m o s d e d i s t r i bu i ç ã o n ã o h av i a mu it a e v o lu ç ã o. “Q u a n d o s a iu o Tit a n iu m v i m o s qu e h ou v e u m a g r a n d e mu d a n ç a n o p l a nt i o, qu e aju d ou mu it o o pro dut or, pr i n c ip a l m e nt e n o m i l h o, qu e é u m a s e m e nt e c a r a , qu e pre c i s a s e r d i s t r i bu í d a p e rf e it a m e nt e h om o g e n i a p a r a n ã o t e r f i l a s dup l a s e n e m f a l h a s . A l é m d i s s o, c om e s s e e qu ip a m e nt o, a s p l a nt a d e i r a s m e c â n i c a s f i c a r a m t ã o b o a s qu a nt o à s pn e u m át i c a s”, d i s s e O l i v e i r a . Mais parcerias Atu a l m e nt e , a s c o op e r at i vas têm grande protagonismo

d e n t r o d o s n e g ó c i o s d a J . A s s y. Além da C omigo, a empresa fornece seus produtos a outras gigantes como a C oamo, C . Va l e , C o c a m a r, C o o p a t r i g o e C ooperalfa. “Hoje as cooperativas estão entre os nossos 10 maiores clientes. A Comigo, p or exemplo, é a nossa maior compradora do Titan i u m n o E s t a d o d e G o i á s ”, d i z We l l i n g t o n C a s a t i , c o o r d e n a dor de vendas da empresa. Ainda de acordo com o coo r d e n a d o r, a l é m d e t e r u m número relevante de vendas, as cooperativas são propagadoras de tecnologia para o pro dutor c o op e r a d o. “C omo elas realizam muitos eventos, estão sempre mostrando o que tem de melhor no mercado e oferecem essas tecnologias com as melhores condições dando poder aos pequenos e m é d i o s p r o d u t o r e s ”, d i z C a s a ti. Fonte: RuralPress

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Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas

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Cachaça Leandro Batista

O sommelier de cachaças Leandro Batista escolheu a premiada Weber Haus para elaborar as cachaças que levam sua chancela. O especialista começou sua trajetória no restaurante Mocóto /SP. Formado mestre alambiqueiro pelo Centro de Tecnologia da Cachaça, também fez curso de Análise Sensorial na USP de São Carlos e de Bartender no SENAC. No ramo a mais de oito anos, é responsável pela seleção de cachaças do Restaurante Barnabé, além de realizar degustações orientadas e palestras. A cachaça Leandro Batista é um Blend de madeiras brasileiras que envelhecem durante um ano em cada barril de amburana, bálsamo e canela sassafrás, resultando em uma cachaça leve, com notas de especiarias, destacando no aroma baunilha, anis e um leve sabor marcante de canela.

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CULTURA CAIPIRA

ZUCAM TROFÉUS homenageia João da Prancha pelos 13 anos de dedicação à cultura sertaneja na Vila Barros em Guarulhos. Homenagear em vida é muito importante, é reconhecimento! E para prestigiar este evento várias duplas de cantores sertanejos marcaram presença.

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FLORICULTURA

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FEIRAS E EVENTOS

EXPOMEAT

2019

supera expectativas com

otimismo

e

geração de negócios Foram 03 dias intensos de um público seleto e especializado da indústria da carne que movimentaram negócios em mais de 140 expositores que representaram 250 marcas nacionais e internacionais. A Expomeat 2019 - Feira Internacional de Processamento e Industrialização de Aves, Bovinos, Ovinos, Suínos e Pescado, se consolidou como referência do setor sendo a feira completa da indústria da carne. A organização conseguiu juntar uma seleção de primeira linha de expositores que atendem todos os setores da complexa indústria da carne, com visitantes especializados, com foco na tecnologia e nas novidades que fa42 | REVISTA 100% CAIPIRA

zem a diferença quando o assunto é investimento para garantir a eficiência e a competitividade no mercado. A feira foi muito além de alinhar, prospectar e fechar bons negócios que ainda tem o reflexo no curto e no médio prazo. A Expomeat recebeu 6232 visitantes especializados durante os três dias, além de mais de 100 horas de conteúdo, uma imersão de qualidade com especialistas da indústria da carne, tudo isso com a participação gratuita. Compartilhar informação é uma das missões da Expomeat para o desenvolvimento cada vez maior da indústria da carne, envolvendo todos os atores deste mercado.

Para a diretora da feira, Maria Antônia S. Ferreira, a Expomeat provou que um evento de resultado tem que ser com visitação qualificada e com a participação de toda a cadeia de proteína animal. “Representantes de um frigorífico quando visitam uma feira tem que encontrar toda parte de ingredientes, aditivos, tripas, embalagens, refrigeração, logística, automação, produtos e serviços. Conseguimos colocar nesta feira a indústria completa da carne. E compartilhamos gratuitamente conteúdo inovador com mais de cem horas de conhecimento. O resultado vem na renovação imediata de 80% dos expositores.”


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ARTIGO

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GESTÃO

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RECEITAS CAIPIRAS

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Espeto de Rojão INGREDIENTES

2kg pernil suíno moido Suco de 1 limão e meio 1 xícara de farinha de milho 2 ovos Cheiro verde a gosto 4 dentes de alho triturados 1 cebola picada Sal e Pimenta do reino a gosto PREPARO

Misture todos os ingredientes até formar uma massa de carne bem homogênea. Junte a carne grudando-a no cabo de madeira, imitando o formato de um rojão e enrole o barbante em espiral para deixar tudo bem preso ao cabo. Asse em forno a 200 graus por cerca de 1 hora, ou na churrasqueira. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz

Baias amplas e higienizadas Pista de treino Ambiente familiar Transporte especializado de animais

Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA


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