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DOS “PADRÕES DE BELEZA” NA AUTOIMAGEM

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Eu, objeto?

Como os "padrões de beleza" e a objetificação do corpo impactam na saúde dos adolescentes

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PODE-SE DIZER QUE o espelho é um dos objetos mais comuns do nosso cotidiano. Há quem passe os primeiros momentos de cada dia olhando o próprio reflexo para decidir o que vestir, maquiar-se ou identificar o que gosta ou não no próprio corpo. Para muitos, esse momento não passa de minutos dentro da rotina, mas, para outros, é uma batalha diária que toma bem mais tempo.

Paula Macena, estudante da Southern Adventist University, no estado do Tennessee, nos Estados Unidos, passou por uma experiência assim. Ela conta que, certa vez, se viu chorando diante do espelho: “Uma voz dentro de mim me perguntou: ‘Por que você está chorando? O que você está fazendo?’”. A estudante sofria de anorexia nervosa, transtorno alimentar que faz a pessoa enxergar o próprio corpo de forma distorcida (em geral, muito acima do peso). Paula admite que essa conversa consigo mesma foi determinante para que ela mudasse a forma de ver sua aparência e de enxergar os outros. Mas a jornada para chegar a esse ponto não foi fácil.

Paula não está sozinha quanto a isso. Em 2012, um estudo feito por pesquisadores no Brasil com adolescentes de 14 e 15 anos mostrou que 51% dos meninos e 65,6% das meninas se encontravam insatisfeitos com sua imagem corporal (link.cpb.com.br/138f09). Quase uma década depois, outra pesquisa brasileira, realizada em 2020 com jovens entre 15 e 24 anos, também revelou que 79,5% dos entrevistados mostravam insatisfação com a imagem corporal, sendo a maioria deles do sexo feminino (link.cpb.com.br/acdf49).

A verdade é que a aparência tem sido objeto de discussão há séculos. Pinturas e esculturas mostram o quanto a aparência e o corpo foram importantes na história da humanidade. Psicólogos e antropólogos estudam esse tema há anos e a conclusão sempre é a mesma: o ser humano se importa com as aparências e não é pouco.

Cuidar da aparência não é um problema, obviamente. O excesso de cuidado é o que torna isso nocivo. “A partir do momento que as pessoas não querem mais tirar uma foto sem uma boa maquiagem ou uma roupa de grife, mesmo que estejam em seu dia a dia, podemos já nos preocupar”, comenta o doutor Jarbas Henrique Barbosa, médico psiquiatra. “A aparência é algo necessário, nunca obrigatório. A obrigatoriedade de se sentir como um objeto de desejo já é vista como algo patológico”, conclui.

Quando esse é o ponto, podemos chamar de objetificação do corpo. Ao definir o termo, o dicionário diz que a objetificação do corpo é um processo que atribui ao ser humano a natureza de um objeto material, tratando-o como um objeto ou coisa. Para o professor de psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Reynaldo Thiago da Silva Rocha, podese ir além na definição: “O problema é quando os limites em relação ao que eu determino como certo e errado para mim são ultrapassados”. Falar sobre o corpo é falar de algo muito maior e mais complexo do que apenas padrões de beleza. Ao discutir sobre esse tema, descobre-se um mundo inteiro escondido dentro do ser humano. Ao objetificar-se, a pessoa rejeita esse mundo escondido e passa a olhar apenas a superfície. Isto engloba questões raciais e de gênero também.

“Foi muito difícil para eu dissociar a ideia do corpo como algo sensual. Por outro lado, demorou para eu aprender que a objetificação do corpo também é minha responsabilidade, uma vez que tenho que aprender a não me objetificar e não objetificar os outros”, Paula diz.

Quando se olha apenas a cor da pele, isso é objetificação do corpo. Quando se julga a pessoa pelas roupas que ela veste, pelas boas ou más aparências; quando, ao se olhar no espelho, o indivíduo não gosta do que vê, isso é objetificação do corpo. “Tratar alguém como objeto, sem considerar seu emocional ou psicológico, resulta em perda de afeto e em desequilíbrio psíquico que pode levar a quadros depressivos ou ansiosos”, argumenta o doutor Barbosa.

Esse desequilíbrio pode ocorrer tanto com quem objetifica os outros quanto com aqueles que objetificam a si mesmos. “As pessoas que não aceitam e maltratam o próprio corpo, lutando para modificar arbitrariamente a aparência mediante cirurgias, são mais vulneráveis a alguns transtornos mentais e alimentares como anorexia, bulimia e até o transtorno dismórfico corporal”, atesta Alison Ribeiro Souza, professor de psicologia da Faculdade Espírito Santo (FAES) e da Faculdade de Tecnologia e Ciência (UniFTC).

Infelizmente, esse problema tem sido diagnosticado em muitas pessoas. Mas há tratamento e formas de ajudar quem necessita e vai em busca de ajuda. Paula Macena é um exemplo disso. Quando mais precisou, sua família, seus amigos e médicos estavam lá para ajudá-la. Hoje ela usa suas experiências para auxiliar outros. “Procuro conscientizar as pessoas a respeito da imagem corporal por meio do meu Instagram e de músicas que escrevo. Acho bom saber que talvez eu possa confortar alguém a respeito da realidade dessas coisas”, ela conta.

A obrigatoriedade de se sentir como um objeto de desejo é algo patológico

MENTE, CORPO E ESPÍRITO Pode até parecer inútil dedicar esse espaço para falar da objetificação do corpo, quando, no fim das contas, tudo parece estar indo bem mesmo com o tal problema apresentado. Não é verdade? Não. A forma pela qual a pessoa enxerga seu corpo e o do outro afeta e é afetada diretamente pelas dimensões mentais e espirituais. O ser humano é composto por três dimensões: mental (emoções e afeto), física (corpo) e espiritual (relacionamento com Deus). Souza também apresenta uma quarta dimensão: a social, que são os relacionamentos. Todas são interligadas e uma influencia a outra. “Vamos pensar em uma pessoa que está em um quadro depressivo. Tem gente que pensa que a depressão é uma doença psicológica. Não. A depressão é uma doença biopsicossocial-espiritual porque vai abranger todas as nossas dimensões”, explica o psicólogo. A ideia de que é possível cuidar apenas do corpo e das aparências sem se preocupar com as outras dimensões do ser humano é, “Sempre lutei na verdade, impossível. “Sinto que, na maioria das vezes, com a minha focalizamos mais em uma dimensão. imagem Pensamos ‘vou cuidar da minha saúde corporal desde criança e, na adolescência, mental’ e acabamos deixando de lado nossa saúde física e espiritual. Mas, para chegar em um ponto em que você esteja verdadeiramente saudável e bem comecei a ter consigo mesmo, é importante manter o problemas equilíbrio dessas três dimensões”, Paula com anorexia” expõe. Viver bem é cuidar do corpo, da mente e do espírito, considerando as três dimensões como uma só. Ao enxergar o ser humano como um ser integral (mente, corpo e espírito), o cuidado com o outro e consigo é transformado. E por meio de conversas e projetos a respeito do corpo e da saúde podemos encontrar soluções para o atual dilema.

ESPELHO DA SOCIEDADE

Ninguém nasce objetificando a si mesmo nem aos outros. Esse conceito, de acordo com Souza, começa na infância, quando a criança passa a observar os arredores, as conversas, os comentários, as imagens da TV e as músicas. “O que a criança anda observando? São esses comportamentos que ela irá reproduzir no decorrer da vida”, diz o psicólogo. “Uma criança que presencia outras pessoas supervalorizando determinado padrão de beleza e desvalorizando outros padrões irá internalizar isso. E se essas emoções não forem bem trabalhadas, principalmente pela família, ela vai reproduzir isso no futuro”, complementa.

Esse futuro não demora para chegar, pois já na adolescência se vê os resultados de uma infância que foi exposta a ideias negativas do corpo. “Sempre lutei com a minha imagem corporal desde criança. Na adolescência, comecei a ter problemas com anorexia e passei muito tempo no hospital por conta disso”, lembra Paula Macena.

“Quando a criança se tornar adolescente, ela não vai conseguir entender que existem múltiplos padrões de beleza formados, por exemplo, pela sua estatura, cor de pele, vestimenta, entre outros aspectos. Provavelmente enxergará apenas um padrão. A verdade é que não existe um padrão e muito menos um padrão correto. No entanto, saber disso não é a mesma coisa que entender isso e muito menos de internalizar isso”, o professor analisa.

Infelizmente, temos visto, por exemplo, a onda de “gordofobia” se fortalecer especialmente nas mídias sociais. A ponto de, em março de 2020, o periódico científico Nature Medicine publicar, com base numa extensa revisão de estudos acadêmicos, um consenso internacional, apoiado por mais de 100 instituições, pelo fim do estigma ligado ao excesso de peso (link.cpb.com.br/730272). Foi constatado que, entre adultos obesos, de 19 a 42% sofrem discriminação, o que tem se refletido principalmente no bem-estar emocional das vítimas. Entre os adolescentes, os efeitos podem ser ainda piores devido ao bullying. De acordo com especialistas, adolescentes acima do peso apresentam uma tendência bem maior a desenvolver ansiedade e depressão (link.cpb.com.br/0d4468). A ideia do corpo como algo sensual e, portanto, como objeto também é fruto de um pensamento infelizmente enraizado na cultura ocidental. Através de filmes, seriados e músicas, a criança e o adolescente são constantemente envolvidos na cultura de objetificação. Aliás, o professor Alison Ribeiro Souza considera que esse seja um dos maiores problemas quanto ao tema. “Internalizamos, absorvendo as coisas da mídia sem analisar criticamente”, ele observa.

No entanto, também é preciso dizer que a mídia tem feito autocríticas, percebendo os problemas sociais decorrentes desses estereótipos e buscando oferecer ajuda. Além disso, nos últimos anos, movimentos como o “Body Positive” vem lutando contra o corpo objetificado, isto é, a ideia de que a aparência importa mais do que todos os outros aspectos que definem o ser humano. O corpo tem sua importância e sua função; jamais será apenas um objeto. “O nosso corpo conta a nossa história. Ele fala da nossa subjetividade e do nosso eu mais íntimo. Na medida em que a gente tenta transformar aquilo a partir de uma história que não é nossa, por exemplo, da modelo da revista, de um fisiculturista, a tendência é que surjam conflitos”, conclui Reynaldo Rocha, professor de psicologia na USP.

Curiosa

Texto Bruno Flávio Carmo Lopes O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE A DIETA VEGETARIANA?

Pense comigo: para que alguém coma carne é necessário que um animal morra. Vamos também lembrar que a morte e o sofrimento são inimigos de Deus trazidos pelo pecado (1Co 15:26). Juntando esses pontos é fácil perceber que comer carne não era plano de Deus. Basta dar uma olhada nos alimentos disponíveis no Éden (Gn 1:29-31): ervas, frutas e sementes. Também dá para perceber isso nas descrições da nova Terra como um lugar em que até os animais carnívoros comerão vegetais (Is 65:25).

De maneira semelhante, Deus descreve o cardápio do Seu povo após diversas libertações. Ele fala, por exemplo, de fartura de cereais, frutas, pão, azeite, vinho, leite e mel (Dt 8:7-10 e 11:14; Am 9:14; Jr 29:5). Isso mostra que, geralmente, Deus não pensa em carne quando o assunto é um final feliz.

Também é importante notar que foi somente depois do Dilúvio (Gn 9:3-4) que Deus permitiu que Noé e sua família comessem carne. Eles e sua descendência poderiam comer dos animais puros, que foram preservados em maior quantidade (Gn 7:2, 3).

No contexto do Novo Testamento, Paulo fala de judeus convertidos que pararam de comer carne porque não sabiam se ela vinha de animais sacrificados a ídolos ou abatidos incorretamente (Rm 14:2; 1Co 8). Pelo fato de serem frágeis na fé (1Co 8:4; Rm 14:2), ele se mostrou disposto a abandonar completamente os alimentos cárneos para não lhes causar má impressão (1Co 8:13). Já em outro momento, Paulo fala de alguns que seguiriam enganos, proibindo a ingestão de alimentos que não haviam sido, necessariamente, proibidos por Deus (1Tm 4:1-4). Esses textos mostram que é preciso evitar o extremismo e o julgamento.

Alguns personagens bíblicos foram vegetarianos por um tempo. Daniel e seus amigos, por exemplo, adotaram uma dieta sem carne quando chegaram em Babilônia (Dn 1:8) e, anos mais tarde, o profeta abandonou a carne em um período de oração (Dn 10:3).

Deus nunca desejou ou planejou a morte. Portanto, nunca desejou que comêssemos carne. Por isso, é bom começar a se acostumar com a ideia de que no Céu haverá muita festa, mas sem churrasco.

Fonte: Artigo “World religions and the vegetarian diet”, publicado por Jo Ann Davidson no Journal of the Adventist Theological Society (2003).

Ponto de vista

Texto Bruno Flávio Carmo Lopes

FÉ E AUTOMUTILAÇÃO

A foto vencedora do Pulitzer de 1963 chocou o mundo. Nela o monge Tich Quang Duc está sentado como se meditasse, mas seu corpo arde nas chamas que ele mesmo ateou como protesto contra o governo do Vietnã do Sul. Ele praticou o ritual budista da autoimolação, no qual se queimar (completa ou parcialmente) é uma forma de demonstrar o desejo de abandonar o corpo. Duc fazia parte de um grupo incomum, que acredita que causar dor em si mesmo é um modo de exercer sua fé.

Sim

Os budistas não são os únicos que adotam a automutilação religiosa. Por exemplo, alguns muçulmanos xiitas imitam um antigo mártir se cortando, a fim de mostrar que estão prontos para se sacrificarem. Já o movimento sincrético filipino “catolicismo do calvário” acredita que ser surrado e crucificado concede poderes de cura. Aliás, esse grupo não é reconhecido pelo Vaticano, mas surgiu a partir de uma prática católica comum no país: a mortificação da carne. A mortificação ensina que algumas formas de autoflagelação (como se chicotear) são um meio de fugir das inclinações carnais e resistir às tentações. A flagelação católica também pode ocorrer como penitência, ou seja, usada como reparação por um pecado. Apesar de incomuns, essas práticas persistem.

Depende

Outros grupos têm um modo mais sutil de autoflagelação, que não envolve mutilação. É o caso de um rito do judaísmo hassídico que admite suaves chicotadas. Seu objetivo é semelhante ao da penitência católica, mas sua prática é simbólica. Há protestantes que aceitam a mortificação da carne, mas sem mutilação ou propósito salvífico. A Confissão de Augsburgo, por exemplo, reconhece que labores físicos e o jejum são formas de mortificação que ajudariam a não dar ocasião ao pecado. No entanto, alguns protestantes rejeitam a mortificação da carne, mas defendem a mortificação do pecado. A diferença é que ela não seria feita pelo homem, mas sim pelo Espírito Santo, que afastaria as inclinações pecaminosas. Sendo assim, práticas como o jejum seriam meio de se conectar com o Espírito e submeter-se a essa transformação.

Não

Finalmente, há quem rejeite qualquer tipo de mortificação. Os adventistas, por exemplo, recomendam o jejum para humilhação diante de Deus, a fim de buscar forças e perceber a vontade do Senhor. Contudo, é comum que quando publicam sobre o assunto destaquem que jejuar não deve ser uma forma de mortificação ou penitência.

Fontes:New Catholic Encyclopedia, 2ª ed., v. 4, 5 e 9 (Gale, 2003); Artigo “Starvation and self-mutilation in religious traditions”, de Liz Wilson, no livro The Oxford Handbook of Religion and Violence (Oxford University Press, 2013); Negotiating Charisma: The Social Dimension of Philippine Crucifixion Rituals, de Peter J. Bräulein (Brill, 2009); Shia Muslim Processional Performances, de Peter Chelkowski (Cambridge University Press, 1985); The Book of Customs, de Scott-Martin Kosofsky (HarperCollins, 1869); The Augsburg Confession: A Commentary, de Leif Grane (Augsburg Fortress Publishing,1987); Mortification of Sin in Believers, de John Owen (Johnstone & Hunter, 1850-53); “Santo de casa faz milagre”, istoe.com.br.

Do cuidado do corpo à classificação indicativa de filmes e séries

VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ percebeu que a edição do primeiro trimestre de 2022 trouxe novas seções (veja, por exemplo, as p. 28-3 1). Esta é uma delas. E o objetivo aqui é oferecer sugestões de temas atuais que possam contribuir para discussões nas aulas de cultura geral e religião, capelas, entre outras atividades espirituais da rede educacional adventista. Então, seguem aí duas dicas que esperamos ser úteis nesse propósito.

O PESO DAS ESCOLHAS NA NOSSA SAÚDE

Seguir os princípios para uma vida saudável também é uma forma de adorar a Deus com o nosso corpo. Isso lembra as palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31, NTLH). Por isso, ao trabalhar com a ideia de que “Viver Bem é Cuidar do Corpo”, o tema do Plano Mestre de Desenvolvimento Espiritual (PMDE) do primeiro bimestre procura dar uma dimensão mais ampla do cuidado com a saúde. Dentro dessa proposta, é interessante compreendermos, por exemplo, como a noção de saúde integral se desenvolveu ao longo da história, tornando-se parte da prática educacional adventista. Isso vai nos ajudar a entender melhor, inclusive, porque nossas cantinas não vendem alimentos cárneos ou refrigerantes, por exemplo. No mundo de hoje, estamos cercados de informações sobre como ter um estilo de vida saudável. Mas como era na segunda metade do século 19, quando a educação adventista estava apenas começando? Hoje será que temos aproveitado o conhecimento disponível para colocar em prática ensinamentos que nos ajudarão a viver mais e melhor? Quando o tema é saúde, conforme escreve Ellen White, “não existe acaso” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 29). Qualidade de vida também tem que ver com as nossas escolhas.

esse e outros conteúdos nos leva a pensar sobre: (1) a importância de observar a classificação indicativa de filmes, séries, jogos, apps, etc., que é proposta pela Secretaria Nacional de Justiça (acesse o Guia Prático de Classificação Indicativa: link.cpb.com.br/5e59dd); (2) quais critérios são levados em conta por esse órgão na classificação de conteúdos; (3) os cuidados que especialmente crianças, adolescentes e jovens, que estão em fase de desenvolvimento, precisam ter ao consumir entretenimento. A Bíblia diz que “os olhos são como uma luz para o corpo” (Mt 6:22, NTLH), isto é, o que colocamos diante de nós, fatalmente irá nos afetar de alguma forma.

A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA, O ENTRETENIMENTO E A BÍBLIA

Em setembro de 2021, da noite para o dia, o assunto do momento entre os estudantes passou a ser a série Round 6, considerada a mais vista de todos os tempos da Netflix. Por influência dessa produção, que acaba de entrar em sua segunda temporada, até crianças começaram a brincar de “Batatinha frita 1, 2, 3” nos intervalos. O problema é que o conteúdo envolve cenas de tortura psicológica, suicídio, palavrões, tráfico de órgãos, além do assassinato a sangue frio daqueles que são os perdedores nas brincadeiras. No Brasil, a classificação indicativa da série sulcoreana era de 16 anos. Depois, foi atualizada para 18. Entretanto, o fácil acesso que até as crianças têm a

#FICAADICA

1. Como eram as condições sanitárias e hábitos de saúde durante os anos 1840-1860?

O período abrange a fase formativa do adventismo. A partir daí, o cuidado com a saúde se tornou uma preocupação para a igreja e, consequentemente, para a educação adventista. É interessante pensar sobre isso, tendo em vista os hábitos “estranhos” das pessoas e as condições sanitárias daquela época, inimagináveis para a maioria hoje.

2. Como são nossos hábitos hoje, uma vez que temos tanta informação sobre como cuidar melhor da saúde?

Consumo excessivo de fast-food, sedentarismo, uso de bebidas alcóolicas, exposição contínua às telas de TV, smartphones e tablets são alguns dos piores hábitos a ser mencionados. Só que hoje em dia os maus hábitos de saúde não são resultado de desinformação, como eram, muitas vezes, séculos atrás. Há vários vídeos no YouTube que podem ser usados para ilustrar as consequências das nossas escolhas (link.cpb.com.br/e62ae6).

3. Por que Deus Se preocupa com a minha saúde?

A Bíblia diz que o nosso corpo é o “templo do Espírito Santo” (1Co 6:19). Por essa razão, a vontade de Deus é que os seres humanos cuidem da dádiva do corpo, por meio de hábitos corretos, para que tenham uma “vida completa” (Jo 10:10, NTLH).

#FICAADICA

1. Qual é a classificação indicativa das séries mais assistidas atualmente?

Quando apliquei essa proposta no Colégio Adventista de São Caetano do Sul (SP), onde trabalhei como capelão antes de ser chamado para ser pastor da escola de Mauá (SP), selecionei o pôster de algumas séries para saber se os alunos assistiam

Stranger Things, Lucifer, Peaky Blinders e a própria Round 6. Apesar da confirmação quase unânime, mais de 90% deles não tinham idade suficiente para as classificações dessas séries e se preocupavam pouco com isso. Observar os “top 10” da Netflix dá uma boa noção do que os alunos têm assistido.

2. Como os conteúdos são classificados?

O Guia Prático de Classificação Indicativa mostra de maneira detalhada os critérios utilizados em cada um dos eixos norteadores (sexo e nudez, violência e drogas). É interessante conhecer esses critérios porque eles nos ajudam a entender por que, por exemplo, os filmes da franquia Vingadores têm classificação para 12 anos e os da franquia Jogos Vorazes para 14, uma vez que ambos contêm violência.

3. Que princípios bíblicos podem ser considerados para a escolha dos entretenimentos?

Existem vários. Mas pode-se destacar três muito importantes: (1) tempo. O tempo gasto poderia ser mais bem aproveitado (Ef 5:16); (2) conteúdo. A Bíblia diz claramente o que precisa ocupar a minha mente (Fp 4:8); (3) aprendizado (1Ts 5:21).

Se eu não consigo extrair nenhum aprendizado valioso pra minha vida cristã, talvez não seja a melhor escolha.

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