Perfil de Projeto - Torrefação e moagem de cafe

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Série Perfil de Projetos

Torrefação e moagem de café

Vitória, Dezembro/1999


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SUMÁRIO Página 1- Apresentação

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2- Introdução

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3- Enquadramento Técnico do Negócio

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4- Projeto

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5- Mercado

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6- Detalhamento dos Investimentos

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7- Aspectos Econômicos e Financeiros

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8- Resultados Operacionais

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9- Incentivos e Fontes de Financiamento

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10- Fontes de Referências

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1- APRESENTAÇÀO Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que se propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental relevância para o bom desempenho do negócio. A Série Perfil de Projetos tem como objetivo suprir de informações o empreendedor disposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio ao investidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cada situação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e dar as condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bem estruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado. Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à atividade, previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas informações relevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se pretende atuar, contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e com consideráveis perspectiva de sucesso.


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2- INTRODUÇÃO As oportunidades para se investir em um bom negócio não acontecem normalmente ao acaso. Elas podem ser buscadas ou mesmo construídas a partir de informações levantadas e conhecimentos adquiridos com o tempo. Sempre, no entanto, é necessário que o investidor faça os seus cálculos sobre o quanto ele vai distender – imobilizar – e sobre os resultados esperados do empreendimento. Mesmo no meio da incerteza que o cerca e conseqüentemente do risco do negócio, fazer cálculos sobre os ganhos esperados da aplicação dos recursos é tarefa indispensável. Esse exercício de prospecção de um negócio é chamado de projeto. Na verdade, um projeto procura sistematizar informações, trabalhá-las e analisá-las de tal forma a permitir concluir se determinada decisão de investimento é viável ou não. Enquanto tal, o projeto pode ser elaborado obedecendo diferentes níveis de complexidade e detalhamento. A idéia básica de perfil de projeto que servirá de orientação para o presente trabalho busca simplificar a tarefa de sistematização de informações e dos cálculos econômicos que servirão de subsídio à conclusão final sobre a viabilidade do investimento. O perfil aqui apresentado, uma unidade para Torrefação e Moagem de Café, obedece os roteiros tradicionais de projeto, sem no entanto aprofundar em detalhes técnicos. Serve, dessa forma, como orientação metodológica e de gestão do processo de tomada de decisão. Há uma preocupação com os pré-requisitos necessários para um bom negócio, como alguns atributos do empreendedor, o conhecimento do mercado, a visão prospectiva, alguns aspectos dimensionais do negócio (tamanho, montante de recursos, etc.) e projeção de resultados. É bom deixar claro que os números refletem momentos, situações e locais específicos, o que permite afirmar que para cada local ou conjuntura, existiria um projeto. Isso não invalida o processo de cálculo e conclusões decorrentes. O perfil de projeto reflete uma situação e local genéricos. O tamanho, por exemplo, é definido pela quantidade mínima de produção necessária para viabilizar um empreendimento de Torrefação e Moagem de Café com as características técnicas e operacionais aqui definidas. O presente perfil tem por finalidade mostrar a viabilidade de se estruturar comercialmente uma unidade industrial de Torrefação e Moagem de Café, considerando-se os recursos necessários, condicionantes existentes e perspectiva de mercado. A primeira parte faz o enquadramento do negócio (dados gerais e conceito do projeto); em seguida é feita uma abordagem sobre o mercado potencial, principalmente em termos de orientação sobre quais variáveis ou fatores a serem analisados. Já a parte econômica e financeira centra atenção nos aspectos de receitas e custos. A viabilidade do projeto é definida pela taxa interna de retorno, tempo necessário para a amortização do investimento e o valor presente líquido do fluxo de caixa. Considerando os 16 municípios pesquisados na primeira fase, a indicação da necessidade de uma Unidade para Torrefação e Moagem de Café foi detectada com maior ênfase no município de Baixo Guandú. Isso não invalida, no entanto, a adequabilidade do projeto para outros municípios ou localidades. As adaptações que porventura se fizerem necessárias ocorrerão por conta das especificidade de cada localidade.


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3- ENQUADRAMENTO TÉCNICO DO NEGÓCIO 3-1 TIPO DE NEGÓCIO Torrefação e Moagem de Café 3-2 SETOR DA ECONOMIA Secundário 3-3 RAMO DE ATIVIDADE Industrial 3-4 PRODUTOS A SEREM OFERTADOS Pó de café 3-5 INVESTIMENTO PREVISTO Investimento Total Investimento Fixo Capital de Giro Reserva Técnica

R$121.845,45 R$101.900,00 R$ 14.143,29 R$ 5.802,16

3-6 FATURAMENTO ANUAL ESPERADO R$ 416.907,00 (quatrocentos e dezesseis mil novecentos e sete reais) 3.7-

ÍNDICES DE AVALIAÇÃO Ponto de Equilíbrio Valor Presente Líquido (a 15%) Taxa Interna de Retorno (anual) Pay-Back Time (anos) Índice de Lucratividade das vendas

26,09% R$98.354,98 33,48% 4 anos 8%


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4- O PROJETO 4-1 OBJETIVO O objetivo do presente perfil de projeto é sistematizar e trabalhar um conjunto de informações que permita ao investidor potencial analisar a oportunidade de implantação de uma unidade de Torrefação e Moagem de Café, com produto final destinado ao consumo humano. 4-2 REQUISITOS DO EMPREENDEDOR O empreendedor é geralmente um agente econômico especial, as vezes sonhador, que tem a capacidade de transformar boas idéias em um negócio rentável. É importante lembrar que ninguém nasce com todas as habilidades desejáveis de um empreendedor, ou seja, muitas das características pessoais positivas são adquiridas ou lapidadas com o passar do tempo, seja pela vivência, seja por estudo e observação daquilo que acontece no mundo em sua volta. No entanto, é sempre aconselhável que se disponha de um mínimo de conhecimentos gerenciais e técnicos para levar à frente um empreendimento; Dentre os aspectos fundamentais da personalidade desejados de um empreendedor destacam-se: -

Criatividade : aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de problemas.

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Liderança: capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir , aceitar opiniões, elogiar e criticar construtivamente pessoas.

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Perseverança: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar de enxergar os limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em situações adversas.

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Flexibilidade: poder de controle dos seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar mudanças, rever posições, estar aberto para estudar e aprender sempre.

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Vontade de trabalhar: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo e envolvimento pessoal, lembrando-se que um negócio é sempre tocado com inspiração mas também com muita transpiração.

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Auto-motivação: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados.

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Formação permanente: capacidade de buscar um processo de permanente atualização de informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências econômicas em todos os níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais.


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-

Organização: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e administrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas mudanças.

-

Senso crítico: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-os friamente através de questionamentos que levem a indicações de possíveis alternativas de solução.

O empreendedor necessita possuir um visão global do negócio, que implica tanto o conhecimento do mercado fornecedor, quanto do mercado final, canais e regras de convivência com o mundo dos negócios. É importante que o empreendedor defina a sua estratégia de atuação de tal modo a garantir de um lado o fornecimento de sua matériaprima e insumos indispensáveis e de outro, os canais de comercialização. É importante, que o futuro investidor não seja levado pelo excesso de otimismo e entusiasmo com expectativas de rápido retorno financeiro, deixando de lado a real necessidade de um aprofundamento básico do negócio que se quer atuar e principalmente sobre a tecnologia mais apropriada (fundamental o apoio de um profissional especializado) para o desenvolvimento desse negócio, volume de investimento necessário e recursos humanos para sua operacionalização.

4-3 CONDICIONANTES LOCACIONAIS A viabilidade da implantação de uma indústria de torrefação e moagem de café, como de qualquer outro negócio, está condicionada a uma análise detalhada sobre os aspectos locacionais mais importantes para esta geolocalização. No caso específico da torrefação e moagem de café, seu local de instalação não apresenta maiores exigências, fora daquelas condições mínimas para o funcionamento de qualquer atividade industrial, ou seja, boa disponibilidade de água, e existência de uma infra-estrutura mínima composta de boa rede de energia elétrica; estradas de acesso em bom estado de conservação, e relativa proximidade dos mercados consumidores. É importante ainda que se disponha de um terreno de preferência plano e que possua área suficiente para a montagem do estabelecimento industrial com área de manobras que facilitem o processo de carga e descarga de caminhões. Outro aspecto importante a ser observado diz respeito às normas de controle de poluição ambiental. Nesse caso é fundamental a observância da lei de zoneamento municipal e das normas de controle das Secretarias estadual e municipal de meio ambiente.


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4-4 PROCESSO PRODUTIVO 4-4-1 O FLUXOGRAMA COMPOSIÇÃO (MIX) DO “BLEND” DO CAFÉ

TORREFAÇÃO

MOAGEM

EMBALAGEM

ARMAZENAGEM 4-4-2

DESCRIÇÃO DO PROCESSO

O processo de fabricação do pó de café é relativamente simples consistindo basicamente nas seguintes etapas: Composição do “Blend” do Café, Torrefação, Moagem, Embalagem e Armazenagem. Ainda que esse processo de fabricação de pó de café pareça ser a primeira vista um processo simples, esse requer como qualquer outro processo uma prática intensa e largos conhecimentos técnicos. Dessa forma aos iniciantes aconselha-se primeiro a busca de um auxiliar químico para orientar o processo, ao mesmo tempo em que deve-se ir testando em laboratório, ou em pequenas escalas o processo de fabricação, e principalmente as várias composições de mistura possíveis de acordo com o paladar do público consumidor desse produto. COMPOSIÇÃO DO “BLEND” DO CAFÉ Essa etapa é considerada a mais importante porque requer um grande conhecimento do processo de formação do “Blend” ideal por parte do empreendedor, ou de seu técnico. O “Blend” ideal é definido como sendo aquele que utiliza a mistura correta das variedades de grãos de café conilon e arábica, de tal forma a se obter como resultado um pó de café que tenha um padrão de cor e de sabor que seja bem aceito pelos mercados que se queira atingir. Adicionalmente a este aspecto, deve-se também levar em consideração que devido aos preços diferentes dos cafés conilon e arábica esta mistura para a formação do “Blend” será também responsável, em grande parte, pela formação dos custos do produto final. TORREFAÇÃO É o processo em que o café já misturado para a formação do “Blend” desejado é aquecido até o ponto de torra. Neste caso deve-se buscar um equipamento para processar a torra do café que seja mais ou menos compatível com a escala de mercado que se queira produzir. Como nem sempre isso é possível, recomenda-se a compra de um silo para a guarda do café torrado na própria empresa.


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MOAGEM É o processo em que os grãos torrados são triturados até se transformarem em pó fino. Devido ao fato de que é bem mais fácil de se estocar grãos torrados que o café moído, essa etapa só deve ser realizada com a perspectiva concreta de perda do produto no mercado evitando-se assim o seu armazenamento após a moagem. Alguns equipamentos são integrados realizando automaticamente as tarefas de moagem e empacotamento. EMBALAGEM O produto pó de café é então empacotado por processo a vácuo ou não, em embalagens de polietileno, ou polipropileno bi-orientado, em unidades de 250 e 500 gramas. Após seu enchimento no peso determinado esses sacos são fechados por uma máquina seladora. Para facilidade de estocagem assim como de distribuição essas pequenas unidades são então acondicionadas em caixas de papelão contendo em média 10 quilos. ARMAZENAGEM Estas caixas de papelão são então guardadas na área de armazenagem da fábrica onde ficam aguardando a hora de embarque para o estabelecimento do cliente comprador.


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5- O MERCADO 5-1 MERCADO OBJETO O mercado objeto para o pó de café que se pretende produzir nessa unidades tal como proposto por esse perfil concentra-se na unidades familiares com poder aquisitivo do tipo classe média e média baixa, que não fazem muita exigência quanto à qualidade das embalagens tendo uma compra muito definida pelo preço. Outros segmentos de consumo importantes podem ser listados como unidades comerciais (bares, restaurantes, lanchonetes) ; unidades industriais e empresas prestadoras de serviços de lanches que atendem a clubes, hospitais, indústrias, governo entre outros. É um mercado de certa forma exigente, principalmente devido as opções de escolha que o mercado oferece. O bom mercado para esse produto está nas proximidades da unidade produtora, quando se terá o diferencial do frete. Contudo, e principalmente devido a necessidade de se buscar escala, é desejável atingir os mercados delineantes das periferias dos grandes centros urbanos e de regiões mais afastadas. É importante ressaltar que a entrada de um produto em um mercado, já de certa forma ocupado por concorrentes que produzem o mesmo produto ou produtos similares, vai requerer estratégias bem definidas e bem trabalhadas de vendas. Portanto, ter um produto de características e qualidade pelo menos igual às já comercializadas no mercado é de fundamental importância. Em segundo lugar, a concorrência no mercado desses produtos, que não podem ter uma grande diversificação ou que, pela escala pequena, não suportariam um grande investimento em marketing, é inegavelmente realizada pela via do preço. Neste caso, o conhecimento das políticas comerciais usualmente empregadas pelos concorrentes e principalmente das alternativas de “blend” possíveis para atender um padrão de sabor desejado pelo grande público, são condições essenciais para que se viabilize o lado mercadológico do produto. Por outra lado, o grande ganho do produtor somente será obtido com uma firma postura empresarial de manutenção um padrão de qualidade do produto, formando uma boa imagem junto ao público consumidor, ao mesmo tempo em que se estabelece uma política permanente de busca de ganhos de produtividade e por decorrência de redução de custos.

5-2 PERSPECTIVAS DO MERCADO A primeira pergunta que um potencial investidor precisa fazer a si próprio antes de entrar no mercado de industrialização de café em grão para a produção de pó de café, é para quem ele vai vender o seu produto, e principalmente quais as características, gostos hábitos, e desejos destes consumidores. Assim, o mercado como sempre, é que irá determinar não só o tamanho inicial do empreendimento como também o tipo de produto a ser oferecido e as suas formas de comercialização. A grande perspectiva do mercado para o pó de café está na possibilidades de se produzir um produto a preço mais baixo que o oferecido pela concorrência, e estar atuando em um mercado mais regional e com um produto direcionado para as preferências dessa região. Nos grandes mercados a concorrência é normalmente também muito grande com a oferta formada por empresas de médio e grande porte, produzem uma boa variedade de misturas. Esse não é com certeza o grande nicho de mercado em que deve atuar o pequeno produtor de pó de café.


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5-3 CLIENTES POTENCIAIS Os clientes potenciais para a comercialização do pó de café é formado por unidades familiares que adquirem o produto de estabelecimentos comerciais (supermercados, mercearias, armazéns e quitandas); unidades comerciais e de serviços (hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes); unidades industriais e empresas prestadoras de serviços de lanches que atendem a clubes, escolas, hospitais, indústrias, governo (cesta básica) entre outros.

5-4 FORNECEDORES Os equipamentos e máquinas necessários para a implantação da unidade industrial podem, e devem, ser adquiridos diretamente com os fabricantes, após um processo de análise de preço, capacidade e compatibilidade técnica e operativa dos mesmos. No caso das matérias primas, especificamente dos vários tipos de café em grãos, sua compra deve obedecer ao critério de qualidade e preço, incluindo nesse último item a frete, ou seja a despesa com transporte até a unidade industrial. Seria importante tentar amarrar um processo de compra direto com pequenos e médios produtores, ou através de cooperativas de produtores de café, para a garantia de abastecimento e preço.


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– DETALHAMENTO DOS INVESTIMENTOS

6-1 ESPECIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS FIXOS O quadro 01 abaixo lista, quantifica e orçamenta o conjunto das obras civis, máquinas, equipamentos, móveis e utensílios necessários para a implementação de uma unidade de torrefação e moagem de café. Deve-se atentar para o fato de que na hipótese do investidor já possuir alguns destes itens aqui listados, estes deveriam ser retirados para não influir nas análises de desembolso, ou pelo menos considerá-los ao preço de mercado para que não seja superestimado o valor do investimento total e conseqüentemente estes dados adicionais não reduzas os índices de rentabilidade apresentados. Quadro 01 Investimentos Fixos em R$1,00 Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Discriminação Qtde Valor Unitário Valor Total Terreno (400m2) 1 5.000,00 5.000,00 Construção Civil Galpão (150m²) 1 30.000,00 30.000,00 Elevador de café cru 1 4.000,00 4.000,00 Conjunto torrador 1 26.500,00 26.500,00 Moinho elétrico 1 4.300,00 4.300,00 Empacotadeira 1 3.000,00 3.000,00 Elevador para café torrado 1 7.200,00 7.200,00 Silo para grãos torrados 1 6.000,00 6.000,00 Balança de Chão (300 Kg) 1 900,00 900,00 Equipamentos de Escritório 1 3.000,00 3.000,00 Veículo Utilitário 1 10.000,00 10.000,00 Equipamentos de Laboratório 1 2.000,00 2.000,00 Total 101.900,00

6-2 ESTIMATIVA DO CAPITAL DE TRABALHO O Capital de Trabalho, também chamado de Capital de Giro ou Circulante, compreende o volume de recursos financeiros necessários para sustentar o processo operacional da industria, aí compreendido desde a compra das matérias primas, seu processamento industrial e a sistemática de comercialização dos produtos finais. É o oxigênio da empresa. Tecnicamente ele é calculado tendo como base premissas a respeito dos vários itens que geram necessidade de caixa e de outros que geram recursos, calculados para um período de 30 dias. Os cálculos dos valores do capital de giro necessário para o financiamento das vendas, e produtos em processo de elaboração foram realizados tendo como base o custo total menos a depreciação. O Caixa Mínimo está estimado como sendo um volume de recurso suficiente para cobrir 1 (um) dia de faturamento. O processo de comercialização proposto para este empreendimento prevê um prazo médio de vendas de 15 dias. O estoque está estimado em: 21 dias para matéria-prima,


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30 dias para embalagens, de 7 dias para produto acabado e de 1 dias para os produtos em processo de elaboração. No processo operacional também são gerados recursos que podem ser assim considerados. A compra da matéria- prima principal, o café em grão, deverá será feita com um prazo médio de 15 dias, enquanto as embalagens deverão ser compradas com um prazo médio de 30 dias. A proposta básica para a operação deste negócio é a de se evitar o desconto de duplicatas para também fugir dos altos custos financeiros. Os itens Impostos, Energia, Mão de Obra e Encargos são pagos com um prazo médio de 15 dias - considerando que há utilização de mão de obra, energia, vendas, e conseqüentemente impostos, do dia primeiro até o dia 30, e que os desembolsos correspondentes a estes fluxos econômicos só ocorrem após esta data final. O valor estimado como Capital de Giro necessário para a boa operacionalidade do empreendimento nos moldes das políticas de Estoque, Produção e Comercialização propostas é definido pela diferença entre o Subtotal Necessidades e o Subtotal Recursos, conforme Quadro 02 abaixo. Quadro 02 Estimativa do Capital de Giro em R$1,00 Item 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

Discriminação Necessidade Caixa Mínimo Financiamento das Vendas Estoque Matéria Prima (café) Estoque Embalagem/Caixas Estoque Produto Acabado Produtos em Processo Sub- Total

2 2.1 2.1.1 2.1.2 2.2 2.3

Recursos Fornecedores Matéria-prima (Café) Embalagens/Caixas Desconto de Duplicatas Outras Despesas Sub-Total

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Capital de Giro Adicional

Prazo Médio em dias Capital de Giro 1 15 21 30 7 1

1.158,08 13.644,63 15.984,76 1.162,00 6.367,50 909,64 39.226,60

15 30

22.835,37 1.162,00 1.085,95 25.083,32

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Base de cálculo p/financiamento de venda e produtos acabados

14.143,29

27.289,27

6-3 ESTIMATIVA DA RESERVA TÉCNICA O presente perfil propõe que no cálculo dos Investimentos Totais, seja incluída uma Reserva Técnica, como garantia de qualquer eventualidade de sub-estimativa de necessidade de capital (seja de capital fixo ou de trabalho), equivalente a 2% da soma do Capital Fixo mais o Capital de Trabalho.


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6-4 QUADRO DE INVESTIMENTO TOTAL O Investimento Total necessário para a implantação deste negócio é estimado pela soma dos Investimentos em Capital Fixo, Capital de Giro mais a Reserva Técnica conforme apresentado no quadro 03 abaixo. É importante lembrar, que este investimento é um quase máximo, porém não representa necessariamente o desembolso pois na hipótese do empreendedor já possuir alguns destes bens os mesmos não serão obviamente adquiridos novamente. Quadro 03 Estimativa do Investimento Total em R$1,00 Item 1 2 3

Discriminação Investimento Fixo Capital de Giro Reserva Técnica Investimento Total

Valor Total 101.900,00 14.143,29 5.802,16 121.845,45


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7- ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS 7-1 PREVISÃO DOS CUSTOS A definição de custos trabalhada no presente perfil considera como tal a “remuneração de todos os recursos efetivamente utilizados no processo produtivo”. Por outro lado, para efeito da classificação dos custos do empreendimento será utilizada a metodologia clássica da subdivisão dos custos em custos fixos e custos variáveis. 7-1-1 CUSTOS FIXOS Serão classificados como Custos Fixos a remuneração dos recursos efetivamente utilizados no processo, e que não dependam da quantidade produzida. Como primeiro elemento de conformação dos Custos Fixos, derivado da remuneração legal dos investimentos fixos, temos a Depreciação, que é calculada de acordo com os percentuais anuais permitidos pela legislação fiscal. Estes valores aparecem no quadro 04 a seguir. Quadro 04 Depreciação anual em R$1,00 Vida Depreciação %Depreciação Valor Total Útil Anual 1 Terreno (400m2) 0 5.000,00 2 Construção Civil Galpão (150m²) 25 4 30.000,00 1.200,00 3 Elevador de café cru 10 10 4.000,00 400,00 4 Conjunto torrador 10 10 26.500,00 2.650,00 5 Moinho elétrico 10 10 4.300,00 430,00 6 Empacotadeira 10 10 3.000,00 300,00 7 Elevador para café torrado 10 10 7.200,00 720,00 8 Silo para grãos torrados 10 10 6.000,00 600,00 9 Balança de Chão (300 Kg) 10 10 900,00 90,00 10 Equipamentos de Escritório 5 20 3.000,00 600,00 11 Veículo Utilitário 5 20 10.000,00 2.000,00 12 Equipamentos de Laboratório 5 20 2.000,00 400,00 Total 101.900,00 9.390,00

Item Discriminação

O quadro 05, a seguir, apresenta de forma discriminada todos os itens que compõem os Custos Fixos Mensais do empreendimento, a partir das propostas básicas de funcionamento do negócio.


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Quadro 05 Custos Fixos Mensais em R$1,00 Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discriminação Valor Total Depreciação 782,50 Pessoal c/ encargos escrit. 400,00 Honorários Contador 270,00 Aluguel Energia Elétrica escrit. 50,00 Água 50,00 Telefone (aluguel e conta) 100,00 Manutenção 101,90 Retirada Proprietário 500,00 Despesas Administrativas 100,00 Total 2.354,40

7-1-2 CUSTOS VARIÁVEIS As premissas básicas do funcionamento deste negócio e os coeficientes técnicos utilizados para o estudo de determinação de seus custos variáveis serão demostrados a seguir no quadro 06. De acordo com esses dados diariamente a fábrica produzirá 350 quilos de pó de café, empacotados em embalagens de 250 e 500 gramas. O regime de trabalho proposto para o processo produtivo é de 8 horas por dia 20 dias por mês, o que resultará numa produção mensal de 7.000 quilos de pó de café.


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Quadro 06 Coeficientes técnicos para torrefação e moagem de café Produção diária em quilos Dias por mês de produção Produção mensal em quilos

350 20 7000

Relação técnica Café conilon Café arábica

70% 30%

Preço saca de 60 quilos café conillon Preço saca de 60 quilos café arábica

135,00 220,00

Índice de perda na torrefação Caixa de papelão envasa pó café em quilos

18% 10

Consumo mensal total de café em grão em quilo Consumo mensal do café conilon em quilo Consumo mensal do café arábica em quilo

8537 5976 2561

Produção envasada em pacotes de 250 gramas Produção envasada em pacotes de 500 gramas Produção mensal em quilos pacotes 250 gramas Produção mensal em quilos pacotes 500 gramas

70% 30% 4900 2100

Produção mensal em pacotes de 250 gramas Produção mensal em pacotes de 500 gramas

19600 4200

Os custos variáveis podem ser assim desagregados. Primeiro, pessoal (e seus respectivos encargos) que atende diretamente os setores da produção. Em segundo lugar, e item de maior expressão econômica, a matéria prima e embalagem que juntos representam 92,5% dos custos variáveis por ano. Considerando a produção de vinte dias por mês, ou seja, 7 toneladas de pó de café, teremos uma situação de custo variável mês conforme descrita no quadro 07.


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Quadro 07 Custos Variáveis mês em R$1,00 Item

Discriminação

1 Técnico 2 Ajudante 3 Encargos Sociais(%) Pessoal Total Discriminação Produção por mês em quilo 1 - Café Conilon (kg) 2 - Café Arábica (kg) 3 - Energia e óleo 4 - Embalagem 5 - Caixa de papelão Total

Qtde 1 2 60%

Qtde 7.000 5976 2561 1 23800 700

Salário Custo Unitário Mensal 400 400 150 300 420 1.120 Salário Custo Unitário Mensal R$ R$ 2,25 13.445 3,67 9.390 600 600 0,04 952 0,3 210 24.597

Custo Variável/mês em R$ Discriminação Pessoal total Outros custos diretos/mês Total

Custo Mensal 1.120 24.597 25.717

7-1-3 CUSTO TOTAL ANUAL E UNITÁRIO O custo total mensal do empreendimento e o custo unitário por quilo de pó de café produzido está explicitado no quadro 08 pela soma dos custos fixos e dos custos variáveis. O cálculo do custo unitário foi realizado a partir das seguintes premissas. Produção total de pó de café em quilo por mês é igual a produção em quilo por dia de operação vezes o número de dias no mês em que se produzirá pó de café, totalizando 7.000 quilos por mês. Considerando que o produto será embalado em pacotes de 250 e 500 gramas, em proporção de 70% e 30% respectivamente, o total de pacotes a ser produzido por mês será de 23.800 pacotes. Desta forma encontra-se o custo unitário por quilo dividindo-se o custo total operacional mensal conforme aqui proposto pela produção mensal em quilos.


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Quadro 08 Custos Totais Anuais em R$1,00 Item Discriminação 1 Custos Fixos 2 Custos Variáveis 3 Custo Totais Operacionais Mensais

Valor Total 2.354,40 25.717,37 28.071,77

Produção de pó de café por mês em quilo Produção envasada em 250 gramas em quilos Produção envasada em 500 gramas em quilos Custo mensal total de produção envasado em 250 gramas em R$ Custo mensal total de produção envasado em 500 gramas em R$ Custo de produção por unidade de 250 gramas em R$ Custo de produção por unidade de 500 gramas em R$ 7-2

7.000 4.900 2.100 19.650,24 8.421,53 1,00 2,01

PREVISÃO DA RECEITA 7-2-1 DETERMINAÇÃO DAS MARGENS DE VENDA

O quadro 09, a seguir, apresenta a composição da margem de venda, englobando as despesas tributárias – impostos estaduais e federais – as despesas de comercialização e a margem de lucro bruta esperada pelo empreendedor. Considerando-se a faixa de faturamento do empreendimento optou-se por enquadrá-lo no Sistema Simples de tributação - Estadual e Federal – para efeito de determinação dos percentuais de taxação. Quadro 09 Margens de Comercialização Item 1 1.1 1.2 2 2.1 2.2 3

Discriminação Tributos Simples Federal Simples ICMS

Percentual 8,7% 6,2% 2,5%

Comercialização Comissões s/ vendas Publicidade

2,5% 2,0% 0,5%

Margem de lucro Total

8,0% 19,2%


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7-2-2 DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS BÁSICOS DE VENDA Para o cálculo dos preços de venda dos produtos foram considerados os seguintes critérios: a- Os custos unitários, ou custos médios por embalagens de 250 e 500 gramas; b- A margem de venda definida no quadro 09 ( mark-up); c- Preço de venda nos pontos finais de mercado de produtos semelhantes. Assim, o quadro 10 apresenta como sugestão os seguintes preços de venda para o pó de café de 250 e 500 gramas. Quadro 10 Preço de Venda Sugerido Custo Item Discriminação Unitário Mark-up Operacional 1 Pó de café em 250 gramas 1,00 0,808 2 Pó de café em 500 gramas 2,01 0,808

Preço de venda sugerido 1,24 2,48

7-2-3 ESTIMATIVA DA RECEITA TOTAL A receita total, anual, foi calculada levando-se em consideração os preços definidos no quadro 10 e a produção anual de pó de café por tipo de embalagem obtida conforme quadro 06. A receita total operacional anual é então calculada pela multiplicação do volume produzido pelos preços médios, conforme quadro 11. Quadro 11 Receita Total Operacional Anual em R$1,00 Item Discriminação 1 2

Pó de café 250 gramas Pó de café 500 gramas Total

Quantidade Preço Mensal Unitário 19.600 1,24 4.200 2,48

Receita Mensal 24.320 10.423 24.320

Receita Anual 291.835 125.072 416.907


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8- RESULTADO OPERACIONAL ANUAL 8-1 QUADRO DE RESULTADO O resultado operacional do empreendimento aparece discriminado no quadro 12 abaixo. Deve-se também ressaltar que a capacidade de pagamento de um empreendimento é encontrada pela soma do resultado líquido operacional após os impostos adicionados ao valor da Depreciação, pois esta não representa saída de caixa. Quadro 12 Resultado Operacional Anual em R$1,00 Item 1 2 2.1 2.2 2.3 2.4 3 4

Discriminação Receita Operacional de Vendas Custos Totais Custos Fixos Custos Variáveis Custos de Comercialização Custos Tributários Lucro Operacional antes IR Imposto de Renda(SIMPLES)*

Valor Total 416.907,41 383.554,82 28.252,80 308.608,39 10.422,69 36.270,94 33.352,59 -

5 Lucro Líquido 33.352,59 6 Depreciação 9.390,00 Resultado ou Capacidade de Pagamento 7 42.742,59 * Na opção pelo Simples, o Imposto de Renda está incluído nos custos tributários 8-2 - FLUXO DE CAIXA DO EMPREENDIMENTO Os seguintes critérios foram utilizados para a elaboração do quadro 13, que apresenta o fluxo de caixa anual do empreendimento: a- Vida útil para a análise financeira de dez anos; b- O valor total do investimento inicial, dado pela soma dos investimentos fixos, investimentos em capital de trabalho e a reserva técnica. c- Valor residual do investimento fixo ao final de 10 anos, considerando as taxas legais de depreciação no quadro 04; d- Resultado líquido anual - capacidade de pagamento -, conforme quadro 12; e- Cálculo da produção anual levou em consideração, a produção de 350 quilos por dia, média de 20 dias de operação por mês e 12 meses por ano do ano 1 em diante; f- O saldo líquido anual foi calculado tomando-se como base o resultado líquido mais o valor residual do investimento e menos o investimento total; g- Os valores do fluxo de caixa descontado foram encontrados a partir da utilização de uma taxa de juros imputada de 15% ao ano, denominada custo de oportunidade.


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Quadro 13 Fluxo de Caixa do Empreendimento em R$1,00 Investimento Valor Residual Total do Investimento 0 121.845,45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 23.000,00

Ano

Resultado Fluxo de Caixa Saldo Líquido Líquido Descontado (121.845,45) (121.845,45) 42.742,59 42.742,59 37.167,47 42.742,59 42.742,59 32.319,54 42.742,59 42.742,59 28.103,95 42.742,59 42.742,59 24.438,22 42.742,59 42.742,59 21.250,62 42.742,59 42.742,59 18.478,80 42.742,59 42.742,59 16.068,52 42.742,59 42.742,59 13.972,63 42.742,59 42.742,59 12.150,11 42.742,59 65.742,59 16.250,56

VPL TIR Custo de Oportunidade (Anual) Tempo de Recuperação do Capital

98.354,98 33,48% 15% 3,99

8-3 ÍNDICES FINANCEIROS DO EMPREENDIMENTO

8-3-1 PONTO DE NIVELAMENTO O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui definido pelo nível de produção (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece a gerar lucros. Na formulação matemática este ponto é encontrado pela divisão dos Custos Fixos pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis. Para o presente perfil temos que o ponto de nivelamento está estimado em 26,09%, Quadro 14, mostrando uma boa relação entre os custos fixos e os variáveis que permite uma boa flexibilização do processo de produção e comercialização.

8-3-2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade de 15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando um desejo do empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A partir da determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou descontado) de todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então somados para encontrar o Valor Presente Líquido. Para o presente perfil o VPL está calculado em R$98.354,98 , conforme Quadro 14, significando que os resultados obtidos remuneram o valor do investimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da empresa daquela importância.


23

8-3-3 TAXA INTERNA DE RETORNO É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de remuneração anual do empreendimento. Neste perfil a Taxa Interna de Retorno é de 33,48% ao ano, conforme Quadro 14, representando um caso em que o investimento do empreendedor será remunerado a esta taxa anual. Significa que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre o investimento inicial feito superior a taxa média de atratividade do mercado. Em síntese o projeto pode ser considerado viável.

8-3-4 PAY-BACK TIME OU TEMPO DE RECUPERAÇÃO DESCONTADO Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença é que seu cálculo é realizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima de atratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem deste indicador sobre o simples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo. Assim, de acordo com os dados apresentados do Quadro 14 o Tempo de Recuperação do Capital (Descontado) do presente perfil é de 4 anos, indicando o período de tempo que seria necessário para a recuperação do capital investido.

8-3-5

ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE DAS VENDAS

É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do Lucro Líquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. Com base nos dados anuais, este perfil apresenta um “índice de lucratividade das vendas” de 8%, conforme explícito no Quadro 14. Quadro 14 Índices Financeiros do Empreendimento Item

Discriminação

1

Ponto de Equilíbrio ou Break-Even Point

2

Resultado % do faturamento

26,09

Valor Presente Líquido para i anual de

15%

98.354,98

3

Taxa Interna de Retorno

anual

33,48%

4

Tempo de Recuperação Descontado ou Pay Back Time

em anos

3,99

5

Índice de Lucratividade das Vendas

em %

8%


24

9- INCENTIVOS E FONTES DE FINANCIAMENTO 9-1 INCENTIVOS FISCAIS POTENCIAIS Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos do FUNRES Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado de Incentivo Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedade anônima, requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis com este tipo de empreendimento. A disponibilidade de recursos FUNRES para micro e pequenas empresas é para financiamentos, conforme explicado em seguida.

9-2 FONTES DE FINANCIAMENTO POTENCIAIS As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente não apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fonte básica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassados por bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas não diferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa básica de juros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano. A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que é operada pela maioria dos bancos públicos( Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e também pelos bancos privados. No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ, orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o valor de R$ 25.000,00. A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento.

9.2.1- BNDES/AUTOMÁTICO Agente Operador Operado por Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados.

Objetivo Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giro associado ao investimento fixo. Beneficiários Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades da administração pública direta e indireta, e demais entidades que contribuam para os objetivos do Sistema BNDES.


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Itens Financiáveis Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes; máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequenos porte poderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais para revenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro associado ao investimento fixo. Despesas pré-operacionais. Condições Operacionais Limite Máximo:: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano. Participação: Equipamentos nacionais ou importado: até 100%. Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas de desenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está limitada a 50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do Patrimônio Líquido Ajustado do BANDES, o que for menor. No caso de Bancos privados não há esta limitação. Neste caso, o financiamento será analisado de acordo com os interesses e reciprocidades apresentados pelo Banco. Prazo: O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo econômico. Taxas de Juros: Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP. Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP. IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação. Custo de Análise de Projeto: Isento. Garantias Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados como garantia deverão ter seguro. Pessoais: Aval ou fiança de terceiros. Fundo de Aval 9.2.2- FUNRES/PROPEN/MIPEQ Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Agente Operador Somente o Bandes. Objetivo Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos setores industrial, agroindustrial, de comércio e serviços, visando implementar política de geração de empregos e renda. Beneficiários Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual, relativa ao último exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão


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da receita, da mesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados, observados os seguintes parâmetros: a. Micro empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e tenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e serviços; b. Pequenas empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e até 750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a 49, no caso de comércio e serviços. Itens Financiáveis Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados. Condições Operacionais Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador. Participação: Até 80% do total financiável, condicionado à política de risco do BANDES. Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses. Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP. Obs: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela de Ressarcimento de Custos, com exceção das micro empresas. IOF: Isento. Utilização do Crédito Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físicofinanceiro do empreendimento. Forma de Pagamento Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período da carência, trimestralmente. Garantias Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os bens dados em garantia deverão ter seguro.

10-

FONTES DE REFERÊNCIA

PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO – David Lord Tuch (SENAC/CEATEL)


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