07/12/2020 / / SEGUNDA-FEIRA / / Nº 03
TÔ EM CASA O JORNAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS VISA INTERAÇÕES COMUNITÁRIAS E FORTALECER A CIDADANIA.
Editorial EVANILDES TEIXEIRA DA SILVA 07/DEZ/2020
Luta, trabalho e estudo são palavras que traduzem o cotidiano dos estudantes da EJA. Essas experiências mostram os dilemas enfrentados diante das desigualdades sociais e raciais, uma vez que ser pobre neste país também tem relação com a ausência de uma reparação histórica e cultural da escravidão. Negar a forma como o país foi construído não resolve os problemas gravíssimos da sociedade brasileira. Na esperança de ampliar as discussões da cidadania, saúde e meio ambiente, os jovens, adultos e pessoas idosas da EJA, “dizendo a vida”, como nos diz a professora Mazé, publicam suas reflexões críticas para não deixar de esperançar em tempos de festas natalinas e Ano Novo. Boa leitura para todos! Cuidem-se porque a pandemia não acabou e boas festas!!! #FiqueEmCasa
Rosemeire de Jesus, estudante da EJA, Eixo V, Escola Professor Jecelino José Nogueira.
Um Hitler interior ROSEMEIRE DE JESUS 07/DEZ/2020
A guerra do racismo é um conflito global, que começa no nascimento de uma criança, seja ela preta, branca ou parda. Podemos dizer que há vários mecanismos que movem esse conflito! Alguns são: ódio, egoísmo, imaturidade, falta de amor e indecência. Esses são apenas alguns dos mecanismos que evidenciam o racismo. Habitam no coração de pessoas que trazem em sua mente uma ideologia de superioridade predominante, por sua cor ou pelo seu status na sociedade. Esse Hitler interior que existe em cada racista resiste contra o seu semelhante de forma fajuta, cruel e covarde.
Para acabar com esse nazista, é preciso dar lugar ao sentimento de amor que o SENHOR JESUS CRISTO a nós ensinou - e ensina - em todos os seus mandamentos! Amai o próximo como a ti mesmo. Assim diz nosso PAI CELESTIAL. E, por mais que isso pareça absurdo, é uma grande realidade. A guerra de 1939, por exemplo, tinha por finalidade destruir tudo que era bom e honesto, além de implantar um sentimento frio e corrupto em todo o globo terrestre. Ainda não acabou, ela está, sutilmente, enraizada na mente racista do ser humano que não aceita o seu semelhante.
AMAR É VERBO E VERBO É AÇÃO! CHEGA DE RACISMO!!! PÁGINA 1
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CÂNCER DE PELE
Notícia sobre a Campanha do Dezembro Laranja MAIARA M. DE ABREU DE JESUS 07/DEZ/2020
A exposição solar em excesso e sem proteção adequada pode acarretar o desenvolvimento do câncer de pele. Esse é o tipo de doença mais incidente no Brasil, porém, quando descoberto precocemente, tem 90% de chance de cura. Por isso, a Sociedade Brasileira de dermatologia (SBD), promove desde 2014 a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, utilizando como referência a cor laranja que remete à coloração do sol e ao tom dos corpos bronzeados. Sempre no último mês do ano, dezembro, são concretizadas ações em parcerias com instituições públicas e privadas para alertar a população a respeito das formas de prevenção, diagnóstico precoce tratamento da
HIV/AIDS
Dezembro Vermelho: tratamento e prevenção contra o HIV/Aids EVANILDES TEIXEIRA DA SILVA 07/DEZ/2020
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CwoB uz5U0qM Acesso: 23 nov. 2020.
da doença. Dessa forma, a campanha do Dezembro Laranja tem como objetivo principal diminuir a ocorrência dessa doença e a sua taxa de mortalidade. No ano de 2020, as crianças serão responsáveis por conscientizar a população sobre esse tema, ressaltando a importância de pensar e debater sobre isso desde a infância.
Previna-se inteiro!!!
o
ano
Setembro Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul são exemplos de campanhas de conscientização da saúde por meio dos nomes dos meses coloridos. Mas você conhece o Dezembro Vermelho? Esse mês foi escolhido para a prevenção e tratamento contra o HIV, sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, e a Aids, uma vez que 1º de dezembro é a data mundial do combate desta doença. O HIV e a Aids são coisas diferentes. HIV é o vírus e a AIDS é uma doença causada por esse vírus. Uma pessoa pode ter HIV e não desenvolver a AIDS que é um efeito colateral. Porém, ela pode transmitir o vírus. É importante que aproveitemos o mês temático para falar sobre o cuidado que precisamos ter em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), a prevenção ao vírus HIV (uso de preservativo, seringas e agulhas descartáveis, luvas para manipular feridas e líquidos corporais e teste previamente do sangue e hemoderivados para transfusão), o tratamento da doença, bem como a solidariedade e combate ao preconceito, pois ninguém deseja ficar doente. Participe e colabore com mais essa causa justa! PÁGINA 2
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RELEITURA DA OBRA DE ARTE “OPERÁRIOS” DE TARSILA DO AMARAL
Os operários da cidade de Catu-BA ADRIANA REZENDE CARVALHO MONTONI 07/DEZ/2020
Operários (1933), de Tarsila Do Amaral. Disponível em:
https://br.pinterest.com/pin/799811215050823426/ Acesso: 23 nov. 2020.
A arte faz parte do nosso cotidiano e podemos percebê-la através das nossas músicas, danças, teatros, poesias, pinturas, artesanatos, entre outras linguagens espalhadas pela escola. Respiramos arte, ela está em nossa volta, não apenas na disciplina, mas agindo interdisciplinarmente entre todas as áreas do conhecimento. O conhecimento faz parte do todo na formação do aluno e nos debruçamos sobre a leitura dos textos visuais, de forma abrangente, sempre atentos aos sinais do artista. É um longo PALAVRA-CHAVE percurso em busca do desenvolvimento de um olhar criativo, o olhar que amplia o nosso repertório cultural. Nesse contexto, os objetivos do trabalho foram apreciar diversas obras; realizar leituras de grandes clássicos; despertar no aluno o olhar crítico; e, por fim, proporcionar uma vivência artística através da realização de uma determinada atividade, o aprendizado e a reflexão.
Releitura de José da Mata Santana, Eixo V, escola Gilberto Alves de Araújo.
Este trabalho realizado na EJA, Eixo V, na Escola Municipal Gilberto Alves de Araújo, no município de CatuBA, com o aluno José da Mata Santana sob a orientação da arte educadora Adriana Rezende C. Montoni, é o resultado do projeto interdisciplinar, com o tema gerador: “Dimensão Social: Trabalho em Grupo, vida em Sociedade e relação com o Mundo”, na perspectiva do olhar da leitura visual e contextualização da realidade inserida na Obra: Operários (1933) da artista modernista brasileira: Tarsila Do Amaral (1886/1973). Nosso planejamento foi organizado da seguinte maneira: - Leitura de textos e imagens da artista Tarsila Do Amaral, dentre elas a obra Operários (1933); -Atividades individuais e coletivas de leitura e interpretação de textos com imagens; - Escolha pessoal de uma obra de arte da artista renomada;
Encontrar uma conexão com a obra escolhida, contextualizando com o momento social que estamos vivendo; - Construir um espaço cênico, dedicar tempo e investimento no processo da releitura; - Usar a criatividade, uma vez que é uma releitura, não uma réplica; - Registrar a atividade através de uma fotografia. -
Com esta consigna conseguimos dialogar com o outro sem necessitar das palavras. O momento fotografado virou memória e se eternizará a cada olhar registrado. É assim a vivência e a convivência da arte através da leitura de imagem, sempre carregada de grandes experiências. PÁGINA 3
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Dizendo a vida: educação, trabalho e cidadania CLEÓPATRA GUARANI ALVES SANTANA 07/DEZ/2020
Claudenice Defensor de Oliveira Santos, 18 anos, casada e estudante da EJA, Eixo V, da escola Gilberto Alves de Araújo.
No ano de 2019, estudava no ensino regular, mas acabei desistindo, por optar em assumir um relacionamento, no qual fiquei dividida entre as atividades domésticas e a escola. Em 2020 retornei a escola para o curso da EJA, e consegui que meu marido me acompanhasse. Estávamos gostando muito de estudar a noite, porém chegou a pandemia ao Brasil e ficou tudo mais difícil. Vieram as aulas remotas que nos ajudou em parte, pois sentimos falta das aulas presenciais, e espero que retorne o mais rápido possível. Fora as atividades de casa, busquei ocupar o meu tempo fazendo lanche para vender e assim ajudar a pagar algumas contas, não é muita coisa, mas tem ajudado meu marido no orçamento familiar. Então eu agradeço a Deus por tudo.
Me chamo José da Mata e quando jovem parei de estudar por dar preferência ao trabalho e assim poder ter condições de bancar minhas necessidades, pois as coisas não eram fáceis para minha mãe. Agora permitir a mim mesmo agarrar toda oportunidade para concluir os meus estudos, mesmo diante dessa pandemia. Devemos enfrentar as dificuldades e nunca parar de lutar.
José da Mata Santana, estudante da EJA, Eixo V, escola Municipal Gilberto Alves de Araújo, autor da releitura da obra de arte “Operários” de Tarsila do Amaral.
Ser um vencedor é voltar a estudar, criar sonhos e não desistir de ser um cidadão responsável. A EJA parabeniza todos vocês que se dedicam aos estudos e não desistem de lutar por melhores condições de vida.
Jacson de Jesus Roma, estudante da EJA, Eixo V, escola Municipal Gilberto Alves de Araújo
Contrate, recomende e compre os serviços dos estudantes da EJA!!!
Sai da escola por falta de apoio pelos estudos. Isso aumentou meu desinteresse. Por ser jovem, acreditava que o melhor para mim era viver de curtição, costumava ter amizades que assim como eu, não focavam nos estudos, e isso de certa forma me prejudicou muito. Como a maioria dos jovens eu pensava em bebida, festa e namoro, o que me afastava cada vez mais da escola. Complicando minha situação, procurei família, além de trabalhar para manter a casa e minha esposa, acabei sendo pai, aumentando assim meu custo de vida. Com o tempo me separei e logo em seguida acabei perdendo meu filho. Agradeço a Deus, porque hoje convivo com uma pessoa que me incentivou a voltar a estudar e juntamente com os professores tem me ajudado a superar minhas dificuldades de aprendizagem. No momento estou desempregado, trabalho de ajudante de pedreiro e aceito qualquer atividade que estiver ao meu alcance. Espero que essa pandemia passe logo para que nossa vida volte ao normal. PÁGINA 4
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MEIO-AMBIENTE
O uso não sustentável dos recursos naturais, promove a extinção de vidas! LUCIENE DE JESUS SILVA 07/DEZ/2020
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=ecossistema s+prejudicados+pela+exploração Acesso: 24 nov. 2020.
Quanto mais moderno, urbanizados e tecnológicos precisamos ser, tanto mais precisamos consumir. E conseqüentemente exigimos mais da terra, tudo que ela pode oferecer! Explorar a sua biocapacidade esgotando seus recursos naturais sem o devido cuidado tem causado um colapso de vários recursos naturais em ecossistemas diversos, numa velocidade assustadora e essa dinâmica tem comprometido a vida da flora e da fauna. Segundo o Global Footing Network, para continuar sustentando dessa maneira o consumismo da humanidade, seria necessário 1,7 Terra. Se continuarmos com ritmos desenfreados de consumos, sem o uso sustentáveis dos recursos do planeta e se nada for feito para equalizar essa pressão ecológica, até 2050 a humanidade vai precisar de duas terras. E desse recurso não dispomos! A água fonte crucial de vida para todos os seres vivos é um recurso natural renovável e indispensável, porém, seu uso insustentável com desperdícios, eliminação das matas ciliares, poluição dos rios, nascentes, lagoas e do próprio solo, tende a
agravar a escassez de água doce. Sem o uso sustentável da água, a preservação de vidas está comprometida. Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 225, dispõe que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo e um direito de todos os cidadãos, das gerações presentes e futuras, estando o Poder Público e a coletividade, obrigados a preservá-lo e a defendê-lo. Então, além de uma obrigação para com a preservação do meio ambiente, precisamos entender que sem o equilíbrio no uso dos recursos que a natureza nos oferece, o planeta adoece e nós humanos também. Pensando em amenizar e/ou desenvolver consciências mais ecológicas, “membros das Nações Unidas - ONU incluindo o Brasil comprometeram-se a adotar a a chamada Agenda Pós2015, considerada uma das mais ambiciosas da história da diplomacia internacional. A partir dela, as nações trabalharão para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
E como nós brasileiros estamos comprometidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil? Segundo informações dispostas no site da UNICEF, esses objetivos são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Disponível em: https://www.slideshare.net/midianh/salveo-planeta-5713700
É urgente a causa de proteção dos recursos naturais de forma sustentável! Os objetivos do milênio eram 08, passou para 15 e agora são 17. Conheça um pouco os símbolos de cada um deles! Apóie essa causa! É uma questão de sobrevivência, o Planeta agradece!!
Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid PÁGINA 5
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NOTA DE REPÚDIO AO ASSASSINATO DE JOÃO ALBERTO
TÔ EM CASA ESCRITA DE SI
Voz da EJA EVANILDES TEIXIERIA, LUCIENTE E MARIA JOSÉ MAURÍCIO 07/DEZ/2020
A EJA manifesta repúdio ao assassinato de João Alberto Silveira de Freitas, mais uma pessoa negra agredida até a morte, no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro. Os estudantes nos grupos do WhatsApp e colaboradores manifestaram a sua indignação. Como ensina Martin Luther King, os bons não podem ficar em silêncio. Assim, a EJA luta todos os dias contra o discurso que não muda a história do racismo e todo tipo de violência. Um absurdo! Só porque ele é negro ñ teve chance de se defender. (Eliene Ferreira dos santos, Eixo V, Escola Professor Jecelino José Nogueira.) Pró, eu achei uma barbaridade muito triste, o que eu vi, isso não existe uma pessoa ser espancada até a morte . (Denise Vieira, Eixo V, Escola Professor Jecelino José Nogueira). Se João não fosse negro, ele seria tratado melhor. Ele foi espancado porque era negro e as pessoas têm preconceito com os negros. Acho que João falou algo que eles não gostaram. Mas nem por isso deveria passar por esse sofrimento brutal. Iria cumprir a sentença dele numa boa, não precisava morrer. (Edvanilda Gomes Bispo, Eixo IV, Escola Dom Justino José de Santana). “O racismo existe e não basta falar de amor. Precisamos de uma educação antirracismo”. (Evanildes Teixeira).
Cloves dos Santos Soares, Eixo IV, Escola Dom Justino José de Santana.
Cristiane da Conceção Silva, Eixo IV, Escola Municipal Professor Jecelino José Nogueira.
O Brasil é um país onde o racismo está entranhado na cultura. Uma nação em que ser negro é sinônimo de bandido. Um exemplo disso é o que aconteceu com o portoalegrense João Alberto, porque se fosse uma pessoa de pele clara, os seguranças não teriam agido do mesmo jeito. É óbvio que nada justifica o que fizeram. Tiraram a vida de um homem. Práticas racistas existem desde que o mundo é mundo. Mas se não mudarmos esse conceito, nosso modo de pensar, passando a nos amar e nos respeitar, esse problema continuará presente na nossa sociedade. Eu me sinto muito triste e envergonhada porque o Brasil é um pais genuinamente negro. Isso não deve acontecer aqui nem em qualquer outra parte do mundo.(Christianne, Eixo IV, Escola Municipal Professor Jecelino José Nogueira). Dado o exposto, faz-se preciso AGIR contra o RACISMO ESTRUTURAL por meio de políticas públicas. VIDAS NEGRAS IMPORTAM!
Meu trabalho é com plantas, ipê branca, ipê rosa, caroba, palmeira, várias espécies diferentes. Trabalho no Horto do Açai, em Pau Lavrado, e aqui tem pé de açaí também, planta nativa, ipê branca, ipê rosa. Eu mesmo produzo a muda. Sou da Chapada Diamantina e cheguei aqui em 2005, mas antes não trabalhava nesse negócio de plantação. Trabalhei na Lapa, mas quando o contrato acabou vim para Catu. Cheguei e fiquei trabalhando no campo, foi quando meu patrão me chamou e disse que tinha uma boa ideia para mim, que era trabalhar no horto. E nisso de trabalhar no horto eu fiz 15 anos, no dia primeiro de setembro. Eu parto as folhas, peneiro, as mulheres enchem o saco... Criei amor as plantas e estou até hoje trabalhando. A mensagem que deixo aqui é que é muito importante a gente ter uma plantinha dentro de casa. A gente cria amor, entendeu? A gente olha para ela, conversa ... Eu mesmo quando eu estou meio apavorado, vou ali no pé de planta, pego uma flor e na mesma hora meu estresse acaba. É muito importante a gente entender de planta, porque a gente cria amor, lembra: “ô quem me deu essa plantinha aqui foi fulana”. É bom cuidar, é bom ter uma plantinha dentro de casa, a casa fica alegre, entendeu? Eu tenho uma mão boa para rosa. PÁGINA 6
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MOMENTO EM LIBRAS Estrangeiros em seu próprio país ALINE NEPOMUCENO XAVIER 07/DEZ/2020
Os estudantes surdos, filhos de pais ouvintes, geralmente chegam à escola sem saber a Língua Brasileira de Sinais (Libras)1 e a Língua Portuguesa (LP). Isso acontece, principalmente, porque eles vivem cercados por pessoas que falam Português2, não sabem Libras e se comunicam com eles através de "mímicas". O desconhecimento das duas línguas de instrução do Brasil, a Libras e a LP, por sua vez, acaba resultando num prejuízo muito grande ao aprendizado e ao desenvolvimento escolar do aluno surdo, que inclui: perda significativa do conteúdo ensinado em sala de aula, mesmo com a presença do Tradutor e Intérprete de Libras-Português (TILSP)3; rendimento escolar insatisfatório em relação aos demais alunos ouvintes; perda de interesse nos estudos, e em alguns casos, até mesmo, a evasão escolar. Diante desta triste realidade, o que pode ser feito para que a criança, o adolescente e o adulto surdo não se sintam estrangeiros dentro do seu próprio país, sem serem compreendidos e sem compreenderem os outros ao seu redor? Nesse momento entra em cena a Educação Bilíngue, que em parte propõe o ensino da Libras e da modalidade escrita da Língua Portuguesa como línguas de instrução para estudantes surdos desde as séries iniciais até a educação profissional; estabelece a importância da capacitação continuada dos profissionais da Educação, para que estes possam oferecer metodologias de ensino que atendam às necessidades educacionais específicas do aluno surdo; e fala do uso e da difusão da Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos (Art. 14, Decreto 5.626 de 22/12/05). Sendo assim, percebe-se que a promoção da Educação Bilíngue pode ser um divisor de águas no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes surdos e para a formação de uma sociedade mais inclusiva. 1. Língua espaço-visual, estabelecida como meio de comunicação dos surdos do Brasil (Lei n° 10.436/02). 2. Língua oral-auditiva, inacessível aos surdos que são desprovidos de audição. 3. Profissional que traduz os conhecimentos proporcionados na escola e faz a mediação da comunicação entre surdos e ouvintes da língua oral para a Libras e vice-versa (Lei n°12.319/10)
Disponível em: https://orcoaching.com.br/libras/ Acesso: 24 nov. 2020.
DESCUBRA OS NOMES
Disponível em: https://www.libras.com.br/alfabeto-manual-descubraos-nomes-1 Acesso: 24 nov. 2020.
Para saber o significado destes nomes, pesquise o alfabeto em Libras.
Respostas
Você acertou? Abel, Edson, Jussara e Silmara.
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DIÁLOGO POÉTICO MARIA JOSÉ MAURÍCIO DOS SANTOS 07/DEZ/2020
A SERVENTIA DA PANDEMIA Nos últimos dias, todo mundo tem aprendido demais, até o que não deve. Quem aprende um pouco de tudo termina adquirindo conhecimentos variados, de razoável qualidade. Daí a primeira afirmação. Todas as pessoas estão mais sabidas, com informações para dar, vender e emprestar. A pandemia do coronavírus foi bastante útil, em especial para as aquelas que têm habilidades e desejos um pouco estranhos. Houve gente fugindo das orientações da Organização Mundial de saúde Foto: Arquivo pessoal (OMS), como o diabo foge da cruz! Enquanto alguns incomodados apelidaram a máscara de fucinheira e não a usaram de jeito nenhum, outros aderiram ao uso de todos os recursos indicados para evitar a contaminação. Fizeram isso de maneira cuidadosa e criativa, deixando a inveja pairar no ar. Penduraram a máscara no pescoço, no braço ou nos óculos, sempre tomando cuidado para que ficasse perto da cara. Portanto, essa época não foi menos importante do que todas as outras, que também deixaram sua marca. Por tudo isso, uma coisa tenho a dizer: a COVID-19 não perdeu tempo mesmo. Saiu arrasando corações. A danada teve realmente grande serventia. Muito serviu sem medir esforços nem distanciamento, mesmo para desfazer laços matrimoniais. Os casais deixaram de beijar e cultivar o amor, como medo do vírus. E ainda se colocou à disposição para administrar o emocional de todos que a confrontaram. Uma jovenzinha, por exemplo, ao se olhar no espelho, não gostou da imagem e lhe deu uma porrada. O bichinho rachou no meio. Tenho um tio que nunca havia usado o fogão. Foi esquentar o feijão, ligou o fogo sem suspender a tampa. Ora, o que aconteceu?! Claro que estourou tudo. Foi vidro pra todo canto. Até hoje acham pedacinhos. E os talheres, xícaras, pires e bules de porcelana? Saíram do armário. As famílias quiseram aproveitar melhor o momento, mas não adiantou. O que houve foi quebra-quebra. Também, sem educação nada dá certo. Até o corona soube disso. Pessoa educada se preveniu e teve história pra contar. Olhe eu aqui! E tem mais: televisão deu defeito, o dono não pode consertar e nem outra comprar? Como ia sair? O computador de minha vizinha, não aguentando mais os dedos grandes e pesados da dona, deu um piripaque. Já era! Não aguentou o trampo! Também ninguém é de ferro. Não acha? Teve até gente deixando de comer pra economizar. Porque, quando a coisa pegou mesmo, difícil foi poder ir ao mercado. Bastava botar a cara na porta que a sirene tocava e aparecia um carro equipado. Homens e mulheres parecendo robôs, mandando entrar. Para muitos, o melhor a fazer foi dormir. Pelo menos não viu nem sentiu nada. O pior foi pra quem não conseguiu tirar uma soneca de dia nem de noite. Mas se existisse uma solução para isso, minha mãe teria sido a primeira a tomar. Vivia pendurada na janela, e quando tinha chance, abria a porta e ficava no passeio dando uma olhadinha na rua, e em quem passava, sempre querendo uma novidade. Ainda bem que hoje também tem história pra contar, porque a verdade é que cada qual serve como pode!
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SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ENTREVISTA CONCEDIDA PELO MÉDICO JOÃO VITOR À EJA 07/DEZ/2020
EJA: O que dizer da maneira como muitas pessoas usam a máscara: no bolso, no cotovelo e no queixo, por exemplo? Dr. João Vitor: Os equipamentos de proteção individual devem ser usados corretamente. É uma questão de educação e bom senso, as pessoas sabem o jeito certo de usar, sabem os riscos da doença, mas às vezes não querem enxergar, ignoram ou não reconhecem como verdade. EJA: Quais os impactos da pandemia na vida profissionais da saúde?
João Vitor Vieira Carvalho de Oliveira. Residente de Clinica Medica do Hospital Geral Roberto Santos. Médico formado pela Universidade do Estado da Bahia.
EJA: Bem-vindo, Dr. João Vitor ao jornal TÔ EM CASA da EJA. Primeiramente, sinta-se à vontade para se apresentar e falar da sua atuação. Dr. João Vitor: Estudei na Fundação José Carvalho e depois realizei o curso de medicina na Universidade do Estado da Bahia (UFBA). Hoje estou trabalhando como Residente de Clínica Médica do Hospital Geral Roberto Santos. Também atuo na clínica AMECA (Catu-BA). EJA: Na sua opinião, o que a COVID-19 tem ensinado a diversos brasileiros? Dr. João Vitor: A pandemia ocasionada pelo COVID 19 pegou todo o mundo de surpresa. Na história da humanidade já foram descritas doenças que eliminaram boa parte da população de uma determinada região como a peste bubônica e a gripe espanhola, mas vivenciar isso torna-se algo totalmente diferente. Diversos brasileiros sentiram não só os sintomas como a falta de ar, febre, coriza etc. Para muitos também foi luto, tristeza e medo. Ensinou sobre a importância das medidas de saúde pública e higiene pessoal mostrando o quanto elas são importantes para diminuir o número de infectados pela doença.
Dr. João Vitor: No início da pandemia havia um grande medo dos profissionais de saúde devido ao pouco que se sabia sobre a doença, houve maiores cobranças, problemas enfrentados com os equipamentos de proteção. Devido à alta exposição muitos profissionais tiveram que se afastar de seus familiares para evitar a exposição de terceiros. EJA: Quais são os maiores desafios para as pessoas idosas neste contexto de pandemia? Dr. João Vitor: Compreender que a infecção pelo SARS-COV-2 é algo tem um potencial risco de letalidade nessa população, porém a reclusão social é algo extremamente difícil, surgem outras demandas psicossociais bem como a dependência de familiares para resolução atividades cotidianas como fazer compras, pagar contas ou ir ao banco. EJA: Em relação à saúde pública, que ações considera essenciais para as vítimas da Covid-19 que ficaram com sequela? Dr. João Vitor: Esse é o conceito de prevenção terciária, infelizmente, o indivíduo que contraiu a doença teve manifestações clínicas da doença e alterações patológicas e esse indivíduo precisa ser reabilitado a sociedade. Felizmente, uma pequena parcela da população tem manifestações mais graves, mas para esse grupo que teve sequelas entram as políticas de atendimento especializado e reabilitação com fisioterapia e acompanhamento psicossocial. EJA: Agradecemos Dr. João Vitor e que Deus te ilumine nesta missão. PÁGINA 9
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ESPAÇO SOCIAL
TÔ EM CASA RECORDAR É VIVER
Felicitações, premiações... IVANILDES CONRADO 07/DEZ/2020
Escola Dom Justino José de Santana
Concurso de Memes, projeto de natureza educativa, artístico e cultural – SMEC – Edna dos Santos Cardoso, Eixo V, 3º lugar.
A EJA mais uma vez se destacou no Concurso de Memes, promovido pela SMEC (02/ 09 a 15/10) nas redes sociais, cujo objetivo a seleção e premiação de criações de memes inéditos com a temática: Projeto de vida: campos de possibilidades. A estudante Edna dos Santos Cardoso, orientada pela professora Evanildes, conquistou o terceiro lugar. No entanto, o êxito desta atividade está no desafio de romper as dificuldades do distanciamento social e do uso das novas tecnologias. O filho de Edna contribuiu imensamente para auxiliar a sua mãe no uso das novas tecnologias. Assim, a estudante conseguiu divulgar o seu ponto de vista sobre a relevância do estudo na vida da mulher negra, apontando este caminho para a construção de um PROJETO DE VIDA em busca de dignidade e respeito.
Escola Professor Jecelino José Nogueira
“[...] Estou feliz por ter me tornado a mulher que sempre quis ser”. Escola Gilberto Alves de Araújo PÁGINA 10
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RECEITAS COM O TOQUE DA EJA CÁSSIA SÃO PAULO 07/DEZ/2020
A EJA criou esta seção especial para tratar da culinária na promoção da alimentação saudável. Nesse sentido, a professora Cássia São Paulo criou um espaço na aula online da turma do Tempo Formativo I para falar sobre uma alimentação com nutrientes de forma equilibrada. Após a discussão, os alunos foram incentivados a produzir uma receita com o seu toque especial. Vamos conferir e defender a ideia de uma educação voltada para a alimentação saudável que valorize também os saberes populares. Ah! Que tal produzir uma das receitas? Aproveite.
Pizza com recheios diversos Ingredientes 1 colher de sopa de manteiga 1 colher de chá de sal 250 ml de água 1 Kg e ½ de farinha de trigo 2 pacotes de fermento biológico 2 colheres de açúcar Leizinalva Correia Mendonça, Eixo II, Escola Gilberto Alves de Areaújo.
Ana Lúcia dos Santos, Eixo III, Escola Gilberto Alves de Areaújo.
Modo de fazer:
Canjica de milho verde
Mistura os ingredientes, amassa até ela ficar soltando da mão. Depois abre a massa, unta a forma com um pouco de óleo e coloca os recheios (diversos e nutritivos). Deixa por 20 minutos no forno e depois pode servir.
Ingredientes: 1 xícara de milho verde 1 xícara de açúcar ½ l de leite de coco Um pouco de cravo Um pouco de canela 1 pitada de sal ½ xícara de leite integral
Pão simples Ingredientes: 1 kg de farinha de trigo 1 xícara de leite morno ½ xícara de óleo 5 colheres de açúcar 1 colher de sal 2 ovos 30g de fermento
Modo de fazer: Bate o milho no liquidificador, coa e coloca numa panela. Acrescenta o açúcar, o leite de coco, o leite integral, o cravo, a canela e o sal. Leva ao fogo e mexe até cozinhar. Despeja numa forma, povilha canela em pó e deixa endurecer. Agora, é só esperar um pouco, chamar a família e saborear essa delícia!
Modo de preparo: Primeiro, misture o leite morno, o açúcar, o sal, o fermento e deixe fermentar por 20 minutos. Acrescente o óleo e a farinha e divida a massa. Depois modele os pães e aguarde crescer. Em seguida, asse por 40 minutos no forno de 180 graus. “Faça um pão caseiro, pois ele será sempre melhor do que o pão industrial”. Luiz Américo Camargo. PÁGINA 11
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ENTRETENIMENTO MARCELO MATTOS 07/DEZ/2020
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MENSAGENS PARA ESPERANÇAR E VIVER ORGANIZAÇÃO COORDENADORAS DA EJA 07DEZ/2020
Queridos (as) estudantes e equipe, Louvo a Deus pela vida, saúde, paz, livramentos... Embora as dificuldades, podemos afirmar que até aqui o Senhor nos ajudou! A todos que permaneceram, confiaram e colaboraram para que esse ano letivo acontecesse, minha sincera gratidão. Que em 2021 nossos planos adormecidos possam ser realizados. Boas Festas! Ivanildes Conrado Coordenadora da EJA
UM NATAL PANDÊMICO Um Natal diferente de todos que já vivemos É tempo de distanciamento Mas o Natal é tempo de família unida Podemos estar unidos mesmo distantes Dar um pouco de calor humano, mesmo estando longe; Ceiar mesmo que seja virtual Nesse Natal é para evitar aglomerar corpos físicos; Mas é tempo de reunir as forças, o amor, a atenção, o carinho... E distribuir esperança, paz e alegria Afinal é tempo de agradecer...
Rita de Cássia Alves Pereira, coordenadora da EJA.
Mais um ano que estamos terminando, na certeza de que tivemos momentos difíceis que ficarão, para sempre, registrados em nossas vidas e na nossa história. Gostaríamos de agradecer por mais essa etapa. Juntos compartilhamos os saberes da vida e muito aprendizado. Que o Novo Ano venha sequenciado de muitas vitórias e sucessos em todos os âmbitos das nossas vidas. Muitas bençãos para cada um de nós, familiares e amigos. O nosso muito obrigado e abraços! Cássia São Paulo, professora da EJA. PÁGINA 13
07/12/2020 / / SEGUNDA-FEIRA / / Nº 03
TÔ EM CASA
CLASSIFICADOS DA EJA MARIA JOSÉ MAURÍCIO DOS SANTOS E DJALMA MUNIZ 07/DEZ/2020
Olá, gente! Sou Rosimary Araújo, estudante da EJA.
Vim aqui divulgar meu trabalho. Que tal um joguinho americano pra deixar seu banheiro ainda mais charmoso! (75) 99972-5473
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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CONSELHO EDITORIAL Coordenadoras: Ivanildes Pereira Conrado Santos, Lucidalva Álvares SMEC – CATU – BA dos Santos e Rita de Cássia Alves Pereira. Telefone: (71) 3641 – 2185 Professores: Ana Maria da Silva, Djalma Diniz, Evanildes Teixeira , E-mail: smec@catu.ba.gov.br Luciene Silva, Maiara Abreu, Marcelo Mattos, Maria José Maurício, Cleópatra Santana. Avenida Geonísio Barroso, s/n, Centro Admiistrativo. CEP: 48110-000, Catu – Bahia .
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