25/08/2020 / / TERÇA-FEIRA / / Nº 02
TÔ EM CASA O JORNAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS VISA A INTERAÇÕES COMUNITÁRIAS E FORTALECER A CIDADANIA.
Editorial EVANILDES TEIXEIRA DA SILVA 25/AGO/2020 Em tempos de pandemia da Covid-19, os educadores da Educação de Jovens e Adultos são desafiados a desenvolver uma educação popular, contextualizada em um momento completamente flutuante. As incertezas em relação à doença, a dificuldade da sociedade em cumprir o isolamento social, o negacionismo crescente da ciência, o desgoverno que até o momento encontra-se sem o Ministro da Saúde, ampliam as desigualdades sociais e econômicas. Isso requer ações estratégicas para continuar a ação efetiva da modalidade de ensino dos jovens e adultos. Nessa perspectivia, apresenta-se o jornal Tô em casa e te convida para uma boa leitura.
Fonte: https://br.blastingnews.com/brasil/2020/08/ex-vereador-e-investigado-como-mandante-do-assassinatode-marielle-franco-diz-tv-003187820.html Acesso: 23 ago. 2020.
Por que há desigualdades? EDNA DOS SANTOS CARDOSO 25/AGO/2020 A desigualdade social é a diferença existente entre as diferentes classes sociais, que tem relação direta com o ser negro. Mas por que será que existe tanta desigualdade? Bons exemplos para responder são: Má distribuição de renda, preconceitos raciais, falta de oportunidade de trabalho, corrupção, má administração dos recursos. São diversas as causas das desigualdades, mas é insuficiente apenas apontar as razões para os problemas que ocorrem, pois é preciso encontrar soluções para derrotá-las. Como acabar com a desigualdade? Talvez investindo mais na educação, na saúde, se preocupando mais com a população mais necessitada e formação étnica racial.
Ok, já sabemos como podemos reverter ou pelo menos amenizar isso. E como população, o nosso dever e nosso direito é saber selecionar melhor nossos governantes, exigir com mais potência os nossos direitos. Diante das injustiças, não podemos ficar calados, omissos e nem fingir que o problema não existe porque ele é real e, principalmente, atinge as pessoas negras e gera preconceitos. Para encerrar, quero dizer que aquilo que você leva no bolso, não te torna melhor do que ninguém, o que nos torna diferente de muitos, é o que carregamos dentro do nosso coração. Então, lembre-se sempre: se você quer a diferença, faça ela! Se você quer um mundo melhor, melhore!!! #VidasNegrasImportam Estudante, Eixo V, Escola Dom Justino José de Santana.
NESTA EDIÇÃO ARTIGOS, ATUALIDADES, A VOZ DA EJA,
MOMENTO EM LIBRAS, DIÁLOGO POÉTICO,
ENTREVISTA, ESPAÇO SOCIAL,ENTRETENIMENTO
DIREITOS HUMANOS
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#DIGA NÃO A TODA FORMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES, IDOSOS E CRIANÇAS! LUCIENE DE JESUS SILVA 25/AGO/2020 Segundo o Ministério da Saúde, “a violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e repercute de forma significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas. Configura-se um problema de saúde pública relevante e um desafio para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).” Podemos entender por violência toda e qualquer forma de desrespeito ao próximo, e como violação de direitos. Quando esse próximo está no seio da família sejam mulheres, crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência, e de forma contínua sofre algum tipo de violência, isso torna-se um grande problema capaz de afetar a sociedade como um todo. “Também conhecidos como violência intrafamiliar, neste período de calamidade pública por conta da pandemia de COVID 19, crimes de violência doméstica podem ter as penas aumentadas em um terço (1/3). Essa medida está prevista em projeto de Lei nº 3374/2020 apresentado pela senadora Rose de Freitas, que altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006)”. Nada justifica a violência que alguém pode cometer contra outra pessoa. “Com a decretação de quarentena em vários municípios, vítimas e agressores passaram a viver juntos 24 horas”. De acordo com os dados do Fórum Nacional de Segurança Pública, neste momento de isolamento social no Estado de São Paulo, por exemplo, houve aumento de 44% no número de ocorrências de violência contra a mulhe, e no Estado do Acre o aumento de registros de agressão no mês de maio atingiu 600%. São números inadmissíveis dentro do contexto social, democrático e de direitos. Não podemos ser omissos, nem indiferentes à tamanha agressividade cometida contra as Mulheres.
TÔ EM CASA Há diversas subnotificações em relação à violência contra as crianças, uma vez que houve uma queda nas denúcias. Essas ações protetoras ocorrem principalmente no contexto educacional. E o descontrole da pandemia tem impossibilitado o retorno às aulas.
Fonte:http://www.sertaohoje.com.br/noticias/imprimir/116082019/08/18/
O Governo Federal em parceria entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e o Ministério da Cidadania lançou no mês de maio/2020 Campanha que visa incentivar as denúncias de violência contra a mulher, idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes. Tendo em vista que a população, devido à pandemia do Coronavírus, tem ficado mais tempo em casa e que o isolamento social por motivos diversos, tem sido mais difícil para as camadas menos favorecidas da sociedade. Um contraponto do isolamento neste panorama “é que as vítimas, em vez de estarem protegidas em seus lares, ficaram sob o alvo direto de agressores 24horas por dia”, o que exige campanha e denúncia. O tema da campanha é “Denuncie a violência doméstica. “Vamos ter que encarar a violência doméstica durante a pandemia. E de que forma a gente encara? Denunciando. Esse é o objetivo da campanha”, declarou a Ministra da Mulher Damares Alves.
Fonte: https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistenciasocial/2020/06/no-dia-internacional-das-criancasinocentes-vitimas-de-agressao-ministra-destacaimportancia-da-denuncia Acesso: 23 ago. 2020.
E nós, como podemos colaborar com a campanha e impedir que tais agressões continuem acontecendo? Não podemos e não devemos ser indiferentes ao percebermos que algo estranho está acontecendo contra crianças, jovens, mulheres, idosos e pessoas com deficiências. É uma questão de cidadania e de respeito à vida!
Fonte: http://www.saosebastiao.sp.gov.br/noticia.asp?I D=N2462020143059 Acesso: 23 ago. 2020.
Canais de atendimento: Disque 100 e o Ligue 180 são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e no final de semana. Acionando os órgãos competentes será possível estabelecer o flagrante, garantir os direitos humanos e salvar vidas! Seja solidário, denuncie!
Fonte: https://www.gov.br/ptbr/noticias/assistencia-social/2020/05/ministeriodisponibiliza-adesivos-para-divulgar-disque-100-eligue-180 Acesso: 23 ago. 2020. Fonte: https://www.gov.br/mdh/pt-br/denuncie-aviolencia-domesticaAcesso: 21 ago. 2020.
Fonte: http://respeiteamulher.blogspot.com/2013/06/atores-e-atletas-participam-de-campanha.html Acesso: 23 ago. 2020.
Vários artistas apoiam e entendem a importância de se combater a violência doméstica. Seja Homem de verdade você também! Diga não a toda forma de violência contra as Mulheres!
Dados oficiais da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos mostram que houve um aumento médio de 14,1% no número de denúncias feitas ao Ligue 180 nos primeiros quatro meses de 2020 em relação ao ano passado. As principais violações registradas são de exposição de risco à saúde, seguida por maus tratos e ausência de recursos para sustento familiar decorrente do impedimento ao deslocamento e acesso a locais públicos e privados.
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TÔ EM CASA FIQUE POR DENTRO
ATUALIDADES DJALMA DINIZ 25/AGO/2020
Mobilidade urbana
Continuação No seu Estado / Município onde buscar ajuda? Conforme disposto no portal do servidor do Estado da Bahia/notícias, as denúncias podem ser feitas pelo Disque 180 da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ou pelo telefone 190 da Polícia Militar. Em Salvador, as Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM) continuam funcionando 24 horas, ainda que com a equipe reduzida. Os casos emergenciais de violência doméstica e sexual são atendidos na DEAM de Brotas e Periperi. O estado possui outras 12 delegacias especializadas, que funcionam nos municípios de: Alagoinhas, Barreiras, Camaçari, Candeias, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Porto Seguro, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. Nos demais municípios, as mulheres devem procurar uma delegacia comum. Há informações disponíveis no Portal do Servidor da Bahia. Como você pode perceber, o município de Catu ainda não dispõe de delegacia especializada de atendimento à Mulher em Situação de Violência. “Pensada em razão do mês em que foi sancionada a Lei Maria da Penha, para além de lembrar a necessidade de combate à violência contra a mulher, a campanha Agosto Lilás, no atual contexto de pandemia, vem para reforçar a necessidade de que mulheres violentadas não deixem de buscar ajuda”.
Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/oque-e-mobilidade-urbana/Acesso: 13 ago. 2020.
Ao passo que o índice populacional aumenta, o registro de veículos também aumenta, chegando a existir 1 carro por cada 1,8 habitante em Curitiba. Essa é a capital com mais carros do Brasil. Uma das soluções apresentadas é o rodízio, o qual é adotado em São Paulo. Nessa cidade, conforme o final das placas, há um dia da semana (em horários determinados) em que carros e caminhões não podem circular. Além do rodízio, a deslocação por meio de bicicletas ou transportes públicos é outra medida que visa atenuar essa situação.
Fake news
Fonte: http://catu.ba.gov.br/noticia.php?noticia=336 Acesso: 23 ago. 2020.
Segundo informações disposta no site de notícias de Catu, a Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e da Secretaria de Saúde, está intensificando ações de combate à violência contra a mulher em decorrência da campanha Agosto Lilás/2019. A campanha que visa assegurar os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, a mulheres de todas as idades, raças, etnias e classes. Também foram diagnosticados pelo CREAS os bairros onde acontecem os maiores índices de violência contra a mulher em Catu: Bairros Boa Vista, Barão de Camaçari e Santa Rita. Ações de conscientização e promoção ao enfrentamento da violência contra a mulher precisam ser uma constante neste combate. “Em briga de marido e mulher não feche os olhos, disque-denúncia 180 para falar com a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. O serviço é de utilidade pública e preserva o anonimato. Você também pode discar 190 – Polícia Militar – ou prestar queixa na delegacia mais próxima”. Prefeitura de Catu, uma cidade de todas. Fonte: http://www.portaldoservidor.ba.gov.br/noticias/2020-08-04/violencia-domestica-como-buscarajuda-em-periodo-de-isolamento-social.
Fonte: https://blogs.correiobraziliense.com.br/papodeconc urseiro/quem-espalhar-fake-news-sobrecoronavirus-nao-podera-participar-de-concursos-noac/ Acesso: 13 ago. 2020.
É preciso estar atento ao que se compartilha nas redes sociais. Uma tarefa simples é desconfiar, se a matéria vem sem assinatura do jornalista. Vale também copiar alguns trechos e pesquisá-la no Google. O mesmo acontece com as imagens que nem sempre retratam a realidade. Fonte: https://www.todamateria.com.br/atualidades-enem/ Acesso: 13 ago 2020.
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DEPOIMENTOS
Voz da EJA MAIARA ABREU 25/AGO/2020
#Fiqueemcasa
José da Mata Santana (Eixo VN1)
Rosemary de Araújo Figueredo (Eixo IV N1)
O “Isolamento Social” é uma medida de grande importância para conter o avanço da COVID-19. Confira o depoimento dos (as) estudantes da EJA - Tempo Formativo II, da escola Municipal Gilberto Alves de Araújo, após discussão na aula online de Ciências, com a Professora Maiara Abreu. Débora da Glória dos Santos (Eixo IV N1) É importante o isolamento para proteger a família, amigos e a comunidade em geral, além de diminuir a propagação do vírus. Mantenha contato com a família e amigos por telefone ou por meio das mídias sociais. Não é momento de passear! Maise de Jesus Santos (Eixo VN1)
Eu acho que o isolamento social é muito importante para nossa saúde, para não sermos infectados. Por isso acredito que o decreto municipal, que entrou em vigor na semana de 13 a 19/07, para fechar tudo, poderia ter acontecido bem antes, pois, assim, menos pessoas teriam pegado a COVID-19. Além disso, a população deveria se conscientizar do perigo para todos nós. Genilda de Jesus Silva (Eixo VN1)
No meu entendimento, muitas pessoas não procuram atendimento médico e, sendo assim, acabam contaminando outras pessoas. O que temos que fazer é nos unir e ficar em casa. Aqueles que puderem, e os demais, quando forem sair devem se prevenir usando máscara e levando consigo álcool em gel. Só assim iremos nos proteger e aqueles que amamos.
A quantidade de pessoas infectadas pelo coronavírus está cada vez mais aumentando, pois sabemos que uma só pessoa é capaz de infectar mais de 100 pessoas. Então, o decreto municipal, do período entre 13 a 19 de julho, para fazer a sua parte, determinou o fechamento de alguns locais que não são de funcionamento essencial para essa época crítica, como também definiu o horário de fechamento e/ou somente entrega de mercadorias, o delivery. Isso é muito importante, pois dessa forma mantemos o controle, quanto menos pessoas estiverem nas ruas, menos esse vírus se espalhará.
Leonardo dos Santos Sacramento (Eixo VN2)
Edigevan da Silva Almeida (Eixo VN1)
Além de ajudar a controlar o número de casos numa determinada região, a quarentena auxilia no controle da doença, visto que as restrições de circulação impedem que o vírus se espalhe para outras regiões.
Nem todos podem ficar em casa porque precisam trabalhar. Mas devem tomar todo cuidado: distanciamento, uso de máscara e álcool.
O importante do isolamento é que você se protege e protege sua família, porque a pandemia está se agravando muito. É sempre bom estar se protegendo, lavando as mãos, usando álcool em gel e máscara. Assim, você vai colaborar para diminuir os riscos. PÁGINA 4
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TÔ EM CASA MOMENTO EM LIBRAS CÍNTHIA MEDEIROS 25/AGO/2020
CANAL COM LIBRAS CÍNTHIA MEDEIROS – INCLUSÃO SOCIAL COMEÇA EM CASA
Nova postagem: Regionalismo em Libras https://youtu.be/F7i_ti2ezlc PÁGINA 5
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DIÁLOGO POÉTICO MARIA JOSÉ MAURÍCIO 25/AGO/2020
A perda de uma Riqueza Natural Rio Catu Em suas águas cristalinas e brihantes, inúmeras vezes, tive o privilégio de me banhar, de, por incrível que pareça, sentir a maciez e delicadeza das chamadas quedas d’água. Quando criança, sentia prazer, alegria e muita paz, ao ouvir minha mãezinha dizer que iríamos lavar no rio, na barragem. Era assim que chamávamos o nosso tão belo, saudável e generoso Rio Catu. Nessa época, vivi momentos de grande felicidade. Como era delicioso estar ali. Hoje, percebo, com maior clareza, o quanto foi mágico e importante para a minha vida ter a oportunidade de registrar na memória tal vivência. Lembro-me como tudo naqule lugar tinha suavidade e sentido especial. E muito serviu de lição de vida, mesmo quando se corria risco de ser levado pela correnteza, ou, infelizmente, alguém se afogava. O que era bastante comum, até porque muita gente gostava de desafiá-lo. Durante todos os instantes, a forte torrente sempre se colocava à disposição da minha e de diversas outras famílias. Além dos banhos que nos dava com satisfação, oferecia uma grande bacia d’água para a lavagem de muitas roupas. Com minha guerreira e vitoriosa mãe, chegava bem cedo e só retornava para casa à tardinha. Eu sempre ajudava a cuidar de todas as peças de roupa, mas também desfrutava, extasiada, de toda aquela beleza. Sinto-me grata por ter vivido tudo isso. Todavia, hoje, já não mais podemos afirmar que esse rio, visto por muitos como algo sagrado, como uma bênção de Deus, de onde várias famílias tiravam seu sustento, ainda vive bravamente. As ações humanas, inclusive de moradores da região onde está localizado, fizeram o possível para dele sugar quase toda a força e, assim sendo, deixaram de contribuir para sua preservação. Enquanto alguns fizeram construções próximas às margens, até por necessidade de sobreviência, outros usaram e abusaram de suas riquezas, sem contar que o tornaram depósito para despejo de lixo e entulho, diminuindo seu leito e dificultando ainda mais a luta pela sobrevivência. Mesmo assim, jamais deixarão de fazer parte da minha memória, da minha vida, todos os ensinamentos e lembranças dessa Riqueza Natural que o Pai Supremo me permitiu conhecer. E estou aqui a me questionar: o que você fez, ou ainda pode fazer, pelo rio que te ajudou a viver? Mazé Maurício, 15.ago.2020.
NUNCA TIVE UMA VIDA FÁCIL Nasci na Fazenda Lama Branca, que fica situada no município de Catu, em 28 de fevereiro, no ano de 1988. Nunca tive uma vida fácil. Quando ainda bem pequena, minha mãe me deu para que fosse criada por outra família. Se eu já sofria, a partir desse momento o meu sofrimento só fez aumentar. Por isso não gosto muito de falar do meu passado, e muito menos de minha parentela. Com apenas 17 anos, me tornei mãe de uma linda menina ( meu anjo azul). Deixei de estudar, não por ter sido mãe cedo, e sim, porque precisava me sustentar e sobreviver. Aos 19 anos, nasceu a minha segunda filha. Com 22, tive a terceira, daí percebi que precisava ser mãe em tempo integral. Parei de pensar mim e passei a olhar mais para elas. Sempre procurei dar às minhas filhas o suficiente. Posso até não dar o que elas querem, mas tento dar o que realmente é necessário, o meu exemplo de mãe e mulher guerreira que acorda às 4 horas da manhã, que não abaixa a cabeça e não deixa de lutar por um futuro melhor.
Hoje, no auge dos meus 32 anos, retorno à escola para continuar um sonho que estava na gaveta, de um dia me formar, e ser uma advogada, se Deus quiser. Sei que não será fácil, mas com muita fé e força de vontade, chegarei lá. Minhas filhas torcem muito, muito mesmo, pelo meu sucesso, e eu pelo delas. Sonhamos em ter nossa própria casa, nosso próprio cantinho, pra chamar de nosso. Por isso peço às minhas meninas que, mesmo com todas as dificuldades que temos, elas não deixem de sonhar, de acreditar que dias melhores virão. E digo também que o mundo é delas e que podem chegar aonde quiserem. Elas só não podem se esquecer de onde vieram e nem aonde querem chegar. Fonte: http://c atu.ba. gov.br/ noticia. php?no ticia=61 Acesso: 23 ago. 2020.
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DIÁLOGO POÉTICO SOMOS TODOS EJA!
Negros ou não negros?
Chega!
Negros ou não negros O que isso conta? A cor negra te amedronta? Não é culpa de ninguém Boa conduta é um bem Estampada na pele a cor Seja de qual raça for. Gente que encanta tem sempre a pureza na alma que te espanta.
Basta de preconceito! Vamos criar amor e paz Todo preconceito é cruel Chega de dizer "macacos! Cuidado com as palavras Racismo é preconceito. Chega de ironia A vida dos negros vale sim Todos têm direitos Chega de racismo! Todos merecem uma vida boa Não humilhe o seu povo. Basta de humilhação! Somos todos iguais. Merecemos respeito.
Larissa Cailane Silva Santos, Eixo V, Escola Dom Justino José de Santana.
Geovana Silva Santos, Eixo V, Escola Dom Justino José de Santana.
No caminho Na estrada indo para a escola, havia uma menina xingando seus irmãos. Os nomes eram tristes, horríveis e feios. Passei por ela e perguntei: - Por que você está xingando seus irmãos? - Eles estão me abusando, respondeu a garota. Falei com a menina: - Se você não tiver educação, como poderá ensinar aos seus irmãos? Agora seja educada e depois peça desculpa para eles. - Muito obrigada, senhora. Tchau! Quando cheguei à escola, me lembrei dos meus filhos, pensei em um sonho... Queria que as professoras ensinassem usando computador. A escola do meu sonho é simples como aquela da gente, mas com salas de informática e segurança. E assim o meu texto termina.
Meus lindos filhos, minhas bênçãos! Edvanilda Gomes Batista
Edvanilda Gomes Bispo, Eixo IV, Escola Dom Justino José de Santana.
São João Vida de estudante Com carinho, respeito e devoção. Reconhecimento de todo o seu potencial. Uma singela homenagem por sua inocência. Por seu entusiasmo e busca intelectual. Do jardim à faculdade, ou melhor, por toda a vida. O aprender não tem limite. A cada passo uma nova acolhida. Ingressa num universo desconhecido. Muito diferente da ambiência familiar. Inúmeras são as novidades, e pessoas para dialogar. Tudo isso o fortalece e torna paciente. Aprende a agir com sabedoria. Supera os desafios lançados e cultiva a cidadania. Estudar é adquirir liberdade, conhecimento e poder de expressão. Marcando o próprio espaço, tornando-se, de fato, cidadão. Mazé Maurício, 2020.
Neste novo ano, está tudo muito diferente. E sendo mesmo difícil, né, minha gente!? Ninguém está a acender fogueiras. E nem fogos a soltar! E nesse momento delicado, muito menos a bailar. É um tempo de pandemia, a nível mundial. Mas uma coisa veio a calhar. A internet estamos a usar. Assim, das pessoas estamos a nos aproximar. Ainda que longe umas das outras, venhamos a tecnologia adotar. Ela chegou pra nos ajudar. Esperamos que isso venha acabar. E no próximo ano, possamos melhor festejar. Texo produzido por Chrystianne, Eixo IV, Escola Municipal Professor Jecelino José Nogueira PÁGINA 7
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SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
COMO MANTER A SAÚDE EMOCIONAL EM PLENA PANDEMIA ENTREVISTA CONCEDIDA PELO PSICÓLOGO SAMUEL COSTA À EJA 25/AGO/2020 A EJA das escolas municipais de Catu, reconhecendo o impacto na convivência escolar causado pelo necessário isolamento social, imposto há mais de 5 meses, pela pandemia de COVID-19, e a forma como este mudou radicalmente o cotidiano de seus estudantes, professores do ensino e da aprendizagem nesta modalidade, convidam o psicólogo Samuel, para falar sobre a importância do equilíbrio emocional neste momento adverso. Em entrevista exclusiva ao “Tô em casa”, o psicólogo destacou a importância do acolhimento profissional, da resiliência, e deu dicas para controlar o estresse e a ansiedade em plena pandemia. EJA: Quais são os efeitos psicológicos do distanciamento social e de uma quarentena? Samuel: Está em casa neste momento é conviver com as relações entre o eu e o outro. Neste contexto, várias funções psíquicas estão envolvidas, seja consciente ou inconsciente, tais como os sinais de sentimentos, fragmentos e mudanças de comportamentos. Os sintomas mais constantes são falha na comunicação, dificuldade na escuta, vitimíssimo excessivo, raiva, medo constante, insônia, dores musculares, disfunções alimentares, inquietação, tristeza, pânico e ansiedade. Compreendo que a latência emocional, cristaliza o potencial espontâneo, devido a seu estado de alerta e sofrimento com acontecimentos do futuro. Neste caso é importante procurar acolhimento profissional. EJA: Os impactos são maiores para as pessoas idosas? Samuel: Sinto que devemos refletir a respeito da vida do idoso antes da pandemia. É importante saber: como eram suas rotinas? Existia algum fator de vulnerabilidade? Como era sua dinâmica mês antes de toda crise? Nosso dever de cidadania é compreender as características pessoais, familiares, sociais e econômicas. Essa inquietação adere princípios e valores na atenção integrada à saúde do idoso. Alguns dos principais riscos são o isolamento, acidentes domésticos, o mau uso de medicamentos, comportamentos agressivos ou passividade em outros casos. Comprometendo no estimulo físico, cognitivo e nas relações interpessoais. Esse contexto é um desafio histórico que precisa desdobrar esses travamentos. Daria para escrever mil páginas a respeito dessa realidade. O trabalho com a pessoa idosa é intersetorial, possibilitando o direito de vida, respeito, interação familiar e comunitária. EJA: Como manter o equilíbrio emocional em tempos de pandemia? Samuel: Nas consultas pergunto aos meus pacientes como eles eram antes de tudo isso? Em algum momento da vida não parou para refletir sobre si mesmo? Promovia sua própria qualidade de vida? Tinha autocrítica? Tinha o tempo desconexo por conta de rotina de trabalho? Convivia pouco com a família? Se você se identificou com alguma dessas perguntas é importante compreendermos sobre o impacto do autoconhecimento. Não somos apenas históricos, mental, nem só sentimentos ou comportamentos. O nosso corpo gera sinais neste momento e precisamos respeitar a si mesmo. É fato saber que o travamento físico em vivencias de grupo era rotineiro. A inquietação nas práticas de respiração, o contato
físico ainda era tabu. Não generalizo, mas é incrível perceber que hoje um dos pilares primordiais neste momento de isolamento é a respiração. Ficamos incomodados em ter que colocar máscaras, reclamamos de sufocamento, aperto e inquietação. Concordo com a Psicóloga Gilmara Barroso quando ela diz: Busque não se cobrar tanto. O cuidado de si mesmo não é como uma receita de bolo. Necessita de assumir escolhas e gerar sua permissão no tempo. Oriento você, leitor, que se organize para 20 minutos de seu dia estar presente consigo mesmo. Viva o agora, climatize o ambiente onde você mora, faça exercícios físicos em casa, mantenha sua alimentação saudável, busque dicas com um profissional de técnicas de respiração, relaxamento fisico ou meditação. Acredito na teoria da simplicidade, sei que cada pessoa tem seu estilo de vida, sua rotina e arte dramática. Porém, ao invés de ficar escravo de pensamentos negativos, invista em você! EJA: Existem alguns sinais de risco em relação à saúde mental? Samuel: Sou fã de carteirinha do Charles Chaplin, o filme Tempos modernos é muito atual, principalmente neste contexto. Trata-se, especialmente, em relação à maneira desumana e cruel com que o trabalhador é tratado. O desequilíbrio humano parece ser resumido por cobranças de hierarquias. Mas deixamos de lado outros valores com relação entre nós e a tecnologia, o trabalho remoto em casa, a imposição do tempo, a desigualdade social, a fome, a criminalidade, o número de contaminados, os lutos e ter que lidar com toda subjetividade neste caos. Acredito que a essência de Chaplin em seu cinema mudo foi gerar impacto da lei do consumo e o ser que prioriza o ter e não o ser. Porém, de nada vale se a gente não se cuidar diariamente. Então, se neste viés você apresentar sensação de fraqueza, dores espalhadas pelo corpo, oscilação de humor e vontades, agitação mental, nervosismo, ataque de pânico ou insônia, é melhor procurar um médico e acompanhamento psicológico. O cinema de Chaplin foi mudo, mas aqui toda voz é importante, fale o que estiver sentido para alguém lhe auxiliar. EJA: Quando a pessoa ou familiares devem optar por procurar um especialista? Samuel: A sociedade precisa compreender melhor sobre nosso trabalho. Existem estereótipos de que psicólogo é para loucos. Há uma grande diferença entre ser normal, anormal, loucura ou patologia. Creio que ninguém aqui está mais normal ou queira está. Todos sentimos o impacto da pandemia. Caso alguém diga que não tenha sofrido em algum momento, sinto em dizer que este nega não só a si mesmo, mas também ao externo para si próprio. A convulsividade de querer sair de casa, a evitação frente aos problemas existentes, latências de desejos extremos, confronto ao trabalho ou qualquer situação fora do equilíbrio que coloque a pessoa em risco deve ser tratado com cuidados. Gosto da música composta por Lenine Paciência, serve como uma oração para a inquietude em geral. EJA: O que sugere ao leitor fazer em casa para reduzir o estresse e manter a mente relaxada? Samuel: Esteja presente para você. Compreendendo que tudo em excesso vai prejudicar. Fazer leituras leves, como a obra O pequeno príncipe, O menino do dedo verde, Vidas secas ou contos que levem à boa infância. Ou por que não cozinhar? Fazer um cinema em casa com a família? Indico: Comer, rezar e amar, Elza e Fred, O amor é contagioso ou As aventuras de Pi. Alimente sua espiritualidade, tenha momentos de orações, estude um curso, faça artesanato, dance, veja fotografias antigas, conte piadas ou simplesmente não faça nada. PÁGINA 8
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TĂ” EM CASA
ESPAÇO SOCIAL 25/AGO/2020
Continuação da entrevista...
Desafio Junino
EJA: O que diria ao nosso leitor, nesse momento? Samuel: Uma vez minha mĂŁe me disse que quando se aposentasse ela ia sair pelo mundo viajando. Que jamais ficaria em casa vendo a morte chegar e fazendo crochĂŞ. Resmungou com ironia, nem ela ou eu saberĂamos que um vĂrus fatal chegaria ao nosso alcance. EntĂŁo, tivemos que mudar de rotina e nos precaver. Certo dia, fui almoçar em sua residĂŞncia e, ao abrir a porta, me deparei com minha mĂŁe sentada no sofĂĄ tricotando uma belĂssima toalha de mesa. Tinha formato de flores coloridas e variaçþes de detalhes. Tomei um susto! Como a vida foi generosa com ela. Vejamos aqui como ĂŠ a teoria do encontro, a nova consciĂŞncia do eu interior e o despertar da criatividade. É da negação que podemos construir e evoluir. Onde antes era lixo, hoje ĂŠ a maior riqueza. Acredite!
Vencedores JĂĄ tĂĄ na hora de aqui dizer. Da minha felicidade em algumas pessoas conhecer. Gente que vida fĂĄcil nunca teve, e nem por isso de sonhar se absteve. HĂĄ quem, depois de muito tempo, pra escola conseguiu voltar. Erguendo a cabeça e transmitindo alegria. Com esforço e dedicação, começou a estudar. Na Jecelino, Gilberto e Dom Justino. Como Cristiane, Roque e Edna, lutando por novo destino. Estudantes que medo nĂŁo tĂŞm de quaisquer desafios enfrentar. Participaram do Concurso Desafio Junino. Com vĂdeos na rede a circular. SĂŁo motivos de orgulho. Por isso a todos queremos parabenizar. Agora, nem pensar numa garfe cometer. Das madrinhas e padrinhos esquecer. Da sua paciĂŞncia e motivação, pra que desistissem jamais. E com garra, entusiasmo e talento, cada um mostrasse do que ĂŠ capaz. Mas o momento da despedida chegou. Queremos os demais estudantes tambĂŠm saldar. Com carinho, respeito e amor. AlĂŠm de todos os colaboradores da Eja, pela disposição, entusiasmo e empatia. Buscando ministrar aulas com calma e sabedoria.
EJA: Foi uma satisfação conversarmos e agradecemos por sua contribuição para o nosso jornal. Samuel: Peço para cada um de vocĂŞs que ore, que possamos transmitir boas vibraçþes para o universo. Estou feliz por cada escrita, vindo da minha essĂŞncia, sentido no meu coração e carinho para todas as pessoas na terra. Grato pelo convite, pela jornada de convĂvio e conhecimentos. Conte-me uma histĂłria e logos mais estaremos unidos para vivenciamos dias de harmonia. Samuel Costa: É Psicologo, Psicodramatista Didata. Desenvolve trabalhos em instituiçþes com vivĂŞncias, dinâmicas de grupos e palestras envolvendo arte, sensibilidade do corpo como interação social. É co-criador do "O cordel dramĂĄtico", possibilitando mĂŠtodos socioeducativos e terapĂŞuticos, e entre outros como a magia do amor, a poesia da vida e o teatro solo. Atua com a psicoterapia da (Relação), usando sĂmbolos do sertĂŁo, energias da natureza, psicomĂşsicas xamânicas, pinturas em xilogravuras e jogos motivacionais. Apresentou trabalho em outro paĂs da AmĂŠrica latina e tem experiĂŞncia na atuação do centro de referĂŞncia de assistĂŞncia social (CRAS), estratĂŠgias educacionais para professores e apoio cultural.
Classificados Este espaço Ê destinado à divulgação de informaçþes relacionadas aos trabalhadores da EJA sobre a venda, aluguel, troca, oferta de serviços especializados, bem como o anúncio de oportunidades de emprego.
MazĂŠ MaurĂcio, 23.ago.2020. Segue a classificação/premiação: Eixo IV: 1° lugar: Cristiane da C. Silva-Escola Jecelino J. Nogueira , 63 đ&#x;?ž Eixo V: 1° lugar: Roque de Jesus-Escola Gilberto Alves de AraĂşjo, 65 đ&#x;?ž Eixo V: 2° lugar: Edna dos Santos Cardoso-Escola Dom Justino J. de Santana. 23 đ&#x;?ž
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TÔ EM CASA
25/08/2020 / / TERÇA-FEIRA / / Nº 02
ENTRETENIMENTO ANA MARIA DA SILVA 25/AGO/2020
DATAS PARA LEMBRAR 2º dom. Agosto - Dia dos Pais
09/08 - Dia Internacional dos Indígenas
11/ 08 - Dia dos Estudantes
25/08 - Dia do Soldado 07/09 - Dia da Independência do Brasil
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CONSELHO EDITORIAL Coordenadora pedagógica: Lucidalva Álvares dos Santos Coordenadora pedagógica: Rita de cássia Alves Pereira Coordenadora da EJA: Ivanildes Pereira Conrado Santos
SMEC – CATU – BA Telefone: (71) 3641 – 2185 E-mail: smec@catu.ba.gov.br
Avenida Geonísio Barroso, s/n, Centro Admiistrativo. CEP: 48110-000, Catu – Bahia.
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