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Avanço da Ciência
Sênior
Fevereiro de 2011
Mistérios do universo na mira dos cientistas Telescópio de proporções gigantescas instalado nas profundezas da camada de gelo do Pólo Sul analisará os neutrinos para revelar a origem e o futuro do universo
U
m telescópio de enormes dimensões, situando no centro geográfico do pólo sul, está prestes a entrar em atividade. Não é um telescópio convencional. Ele não aponta para o céu, está enterrado na camada de gelo e é fisicamente composto por um conjunto de 86 poços com 46 centímetros de diâmetro e 2,4 KM de profundidade. Um cabo de aço contendo dezenas de sensores do tamanho de uma bola de basquete é introduzido em cada um dos 86 poços. O telescópio, chamado de IceCube, destina-se a avaliar partículas chamadas “neutrinos” com vistas a desvendar segredos do universo. O descomunal equipamento de 2.400 metros, totalmente enterrado na camada de gelo do Pólo Sul, faz parte de um projeto cientifico de vários países liderados pelos Estados Unidos. O objetivo primordial do projeto é o estudo dos neutrinos, substân-
Foto: NSF/Universidade de Wisconsin cias originadas de eventos cósmicos como a explosão das super novas (estrelas que explodem antes de minguar e morrer) ou até mesmo pelas reações nucleares do sol. Cruzam o cosmo em linha reta em velocidade próxima à da luz. Trilhões de neutrinos cruzam a Terra a cada segundo sem deixar rastro algum. O IceCube é um telescópio que investiga a origem dos neutrinos que chegam à Terra. Assim, torna-se possível identificar eventos cósmicos que facilitam a pesquisa sobre a origem e o futuro do universo. O observatório trabalha de seguinte forma: o conjunto de 86 poços de 46 centímetros de diâmetro e 2.400 metros de profundidade perfurados no gelo da Antártica, através dos sensores ópticos ali instalados Módulo que abriga o IceCube, telescópio que avalia neutrinos capta a luz emitida pelo choque dos neutrinos e a transformam em sinais viados para uma estação de coleta de lite que os repassa para instituições elétricos. dados na superfície. Digitalizados, científicas dos países participantes Esses sinais são ampliados e en- os dados são enviados para um saté- do arrojado projeto.
A surpreendente Célula da Esperança O promissor desenvolvimento das pesquisas e experiências com células-tronco
C
ientistas de todo mundo, den- terapêutica. As células-tronco ainda tro de seus laboratórios, tentam quebrar a “patente” da criação da vida. Eles não querem ser deuses e dar origem ao ser humano. Estão ávidos para descobrir como as células funcionam e como elas se transformam em cada órgão do corpo. Buscam desvendar o surgimento das doenças e encontrar uma maneira de tratá-las. As conhecidas células-mãe são capazes de se transformar em qualquer tecido humano. Com o domínio sobre elas, falam da terapia chamada de celular, que permitiria substituir as células defeituosas por outras novinhas em folha. Bastaria reprogramá-las e elas dariam origem a outras totalmente saudáveis. Quando se fala em células-tronco, mistura-se o fascínio do controle sobre a natureza, a esperança e as dúvidas. Embora o empenho do mundo científico, ainda será preciso testar o comportamento dessas células em la- Células-tronco são capazes de boratório antes de ser uma realidade transformar tecido humano
não foram totalmente “domadas” e, em alguns casos, podem causar danos se forem injetadas no corpo. No entanto, o uso terapêutico delas está mais próximo do que se imagina. Os especializadas falam em uma prazo entre 5 ou 10 anos para que a terapia celular seja efetivamente aplicada em seres humanos. Até lá, pode-se dizer que as pesquisas estão cada vez mais avançadas em todas as áreas, inclusive com aplicações que já apontam resultados bem-sucedidos. Para entender o funcionamento da célula-tronco de maneira simplificada, tente responder à seguinte pergunta: como é possível que um corte seja cicatrizado ou um osso seja regenerado? A resposta é que existem, em todos os 216 tecidos do corpo, células que podem se transformar, a qualquer momento, em outra com uma função específica. Assim, seria possível substituir uma célula danificada, desde que a célula-mãe fosse reprogramada com
a orientação de corrigir o erro. O que ainda não se sabe explicar exatamente é o mecanismo que desencadeia a diferenciação dessa célula. O que faz com que ela se transforme numa célula do sangue e não numa do músculo, por exemplo? Outra questão que ainda está em aberto é como interromper tais modificações. Para injetar uma célula-tronco no organismo com o objetivo de que ela se transforme em um determinado tipo de célula, é necessário ter segurança no momento em que o processo será concluído. É preciso, então, desenvolver um sistema que faça com que a célula-tronco se incorpore à parte do corpo desejada como se fosse parte dela. Caso contrário, poderá transformar-se em estruturas perigosas e se diferenciar em tumores. _ Esta matéria foi elaborada pela reportagem local, contando com dados do Caderno Ciência e Saúde do Correio Brasiliense, do DF
Sênior Jornal da 3ª Idade
Ano II - Número 13 - Santa Catarina - Fevereiro de 2011
Calçadas são obstáculos
para os nossos idosos O transporte coletivo também sacrifica pessoas de idade avançada A presidente da Ordem dos Advogados fala sobre o dever de proteger o idoso
Profº Matheus: Idosos integrados pela tecnologia Página 7
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Os cães e os idosos Página 5
A população idosa queixa-se (e com razão) das dificuldades a que está submetida para transpor os obstáculos que as calça-
Dia Internacional da Mulher
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Remédios de graça para diabéticos e hipertensos
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Página 12
Dra. Reti Jane Popelier, Presidente da OAB-SC-BC
Leia mais na Página 3
Atendimento geriátrico para público do centro da cidade
Prevista para a Praça Higino Pio, a unidade de assistência geriátrica atenderá portadores do mal de Alzheimer, diabéticos e hipertensos
O Conselho Municipal de Saúde de Balneário Camboriú tem desenvolvido intensa atividade com vistas a cumprir sua finalidade que é, entre outras, de articular a participação dos vários segmentos da sociedade na política municipal de Perfil Mariana Tanchella saúde. Página 13 O presidente do órgão, Luiz Fernando Michels Brito, afirmou que o COMUS (sigla do con-
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das da cidade apresentam. Declives e aclives acentuados, além de degraus e dificuldades causadas pelas rampas de entrada de automóveis para as garagens.
selho) está cumprindo intensa atividade, trabalhando em várias frentes no âmbito da política de saúde de Balneário Camboriú. A abertura e o efetivo funcionamento do Hospital Ruth Cardoso é uma das tarefas a que se ocupa, tendo em vista a complexidade a que chegou esse problema. Leia mais na Página 3
Luiz Fernando Michels Brito