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Mistério Babilônia Após o dilúvio, a rebelião contra Deus teve um novo começo. O líder desse movimento levou o povo a construir a famosa Torre de Babel: ―Ninrode, neto de Cão, um dos filhos de Noé, foi quem os levou a desprezar a Deus, desta maneira. Ao mesmo tempo valente e corajoso, ele os persuadiu de que deviam unicamente ao seu valor, e não a Deus, toda a sua boa fortuna. E como ele aspirava ao governo e queria levá-los a escolhê-lo para seu chefe e deixar a Deus, ofereceu-se para protegê-los contra Ele (se Ele ameaçasse a terra com outro dilúvio), construindo uma torre para esse fim, tão alta que não somente as águas não poderiam chegar-lhe ao cimo, mas que ainda ele vingaria a morte dos seus antepassados. O povo insensato deixou-se dominar por essa estulta persuasão, de que lhe seria vergonhoso ceder a Deus e começou a trabalhar nessa obra, com ardor incrível‖.281 ―Os moradores da planície de Sinear não criam no concerto de Deus de que não mais traria um dilúvio sobre a Terra. Muitos deles negavam a existência de Deus, e atribuíam o dilúvio à operação de causas naturais... Um objetivo que tinham na ereção da torre era garantir sua segurança em caso de outro dilúvio... E, como pudessem subir à região das nuvens, esperavam certificar-se da causa do dilúvio. Todo o empreendimento destinava-se a exaltar ainda mais o orgulho dos que o projetaram, e desviar de Deus a mente das futuras gerações e levá-las à idolatria‖.282 ―Os homens de Babel tinham-se decidido a estabelecer um governo que fosse independente de Deus. Alguns houve entre eles, entretanto, que temiam ao Senhor, mas tinham sido enganados pelas pretensões dos ímpios, e arrastados aos seus desígnios. Por amor a estes fiéis, o Senhor retardou os Seus juízos, e deu ao povo tempo para revelar o seu verdadeiro caráter‖.283 Como o objetivo final foi frustrado pela intervenção divina - com a confusão das línguas - o alvo de um governo mundial e uma religião universal sem Deus foi adiado por cerca de 4.000 anos. Necessário era agora desenvolver um sistema religioso onde o segredo fosse usado como elemento protetor. As religiões de mistério foram, então, a partir da Babilônia se espalhando pelos povos da Terra. Nelas havia três colunas principais: a tradição, a iniciação, e o segredo. Só os que fossem iniciados é que se tornavam conhecedores dos mistérios. E uma vez conhecedor, não podia transmitir os segredos a ninguém mais fora do círculo dos iniciados.
281
Flávio Josefo, História dos Hebreus, p. 53, CPAD. EGW, Patriarcas e Profetas, p. 119. 283 Ibidem, p. 122. 282