Maio 2013 | Ano XIX | Nº118
Um jornal para novos tempos
Eficiência energética Tecnologia em prol da sustentabilidade Págs. 6 e 7
Panificação
Voluntariado
Negócios
Cooperação
Nova fonte de renda
Empresa mobiliza empregados
Investimentos somam R$ 5,6 bi
Em busca da energia do lixo
Pág. 3
Pág. 8
Pág. 9
Pág. 11
2 editorial
Compromisso com a sustentabilidade A Eletrosul inaugurou, em abril, seu primeiro prédio sustentável de uso administrativo. A construção, que abriga o Setor de Manutenção de Campos Novos, no interior de Santa Catarina, foi certificada pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (Inmetro/Procel) com nível A em conservação de ener-
gia. Com esse e outros projetos semelhantes, destaques desta edição, a estatal reafirma seu comprometimento com os conceitos de sustentabilidade empresarial e interesse em difundir as tecnologias de eficiência energética e para o uso racional dos recursos naturais. Boa leitura.
EXPEDIENTE
Diretoria Executiva Diretor-Presidente Eurides Luiz Mescolotto Diretor de Engenharia e Operação Maio 2013 | Ano XIX | Nº118
Um jornal para novos tempos
Eficiência energética Tecnologia em prol da sustentabilidade
Ronaldo dos Santos Custódio Diretor Financeiro Antonio Waldir Vituri
Págs. 6 e 7
Diretor Administrativo Paulo Afonso Evangelista Vieira PANIFICAÇÃO
VOLUNTARIADO
NEGÓCIOS
COOPERAÇÃO
Nova fonte de renda
Empresa mobiliza empregados
Investimentos somam R$ 5,6 bi
Em busca da energia do lixo
Pág. 3
Pág. 8
Pág. 9
Pág. 11
Eletrosul Agora na versão digital A partir desta edição, os empregados da empresa receberão por e-mail a versão digital do Eletrosul Agora. O jornal impresso será mantido, em quantidade reduzida, para atender o público externo como ferramenta de comunicação com o setor elétrico, governos, imprensa e entidades da sociedade civil com as quais a empresa se relaciona.
Conselho Editorial Cleiton Luis Rezende Cabral Laércio Faria Luiz Ricardo Machado Renato Bunn Rubem Abrahão Gonçalves Filho Gerente ACS Sadi Rogério Faustino sadirf@eletrosul.gov.br Coordenação Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br Edição Andréa Lombardo andrea.lombardo@eletrosul.gov.br Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br Textos Anahi Gurgel Andréa Lombardo Cleusa Frese Gilberto Del Pozzo Tatiana Lima Umberto Caletti Edição de Fotografia Hermínio Nunes Fotos Alexandro Albornoz André Batistela Ribeiro Arquivo Conilixo Arquivo DDOM/DGI Arquivo Energia Sustentável do Brasil Arquivo UHE Teles Pires Augusto Ribeiro Isara Foto Xanxerê Hermínio Nunes Jocelim Costa Nélio Pinto Nestor Lincon Freitas Fonseca Oscar Martins Filho Rafael Muhlmann Silvia Valdez
Chegada do reator 1 de 525 kV na Subestação Campos Novos (SC), que estava em implantação. A unidade foi inaugurada em 13 de setembro de 1982, com o objetivo de interligar Areia, no Paraná, a Gravataí, no Rio Grande do Sul.
Projeto Gráfico Agenciamob Conteúdo e Projeto Editorial Giusti Comunicação Integrada Tiragem 4.500 mil exemplares Periódico editado pela ACS – Assessoria de Comunicação Social e Marketing Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 999, Pantanal Florianópolis/SC CEP 88040901 Fone (48) 3231.7269 / 3231.7075 www.eletrosul.gov.br
Operadores durante período de trabalho na Sala de Operação da Subestação Campos Novos, em fevereiro de 1984.
responsabilidade social 3
Eletrosul agora - Maio de 2013
Mão na massa
Produção local e reforço na renda Mulheres quilombolas usam cozinha comunitária equipada com apoio da Eletrosul para preparar e vender produtos de panificação nha desde que foi inaugurada, no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro de 2011. As mulheres que atuam no CCP participaram de cursos de capacitação em manipulação de alimentos, panificação, conservas e outros ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Além de abrir perspectivas para uma nova atividade profissional, a renda da venda dos produtos ajuda a reforçar o orçamento familiar.
Moradores das comunidades quilombolas de Palmital dos Pretos e de Sete Saltos de Cima, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, já incorporaram um novo hábito: comprar pães, massas, doces e compotas produzidos na própria região. Há cerca de um ano e meio, dois grupos de mulheres usam a cozinha de um Centro Comunitário de Produção (CCP), equipado pela Eletrosul, para preparar e comercializar os produtos, o que representa um importante reforço na renda familiar. As comunidades quilombolas estão na área rural, distante cerca de 60 quilômetros de Campo Largo. Com a produção local, os moradores não precisam mais se deslocar até o centro da cidade para comprar produtos de panificação. “A gente mudou a vida de todo mundo. Antes, só fazendo pão e outros quitutes em casa mesmo, ou tinha que ir longe comprar. Agora, nós vendemos pertinho. O pessoal está gostando bastante. A procura é grande”, contou Elenita Aparecida Machado de Lima, que trabalha na cozi-
Inclusão Para a analista da Assessoria de Responsabilidade Social da Eletrosul, Kátia Siqueira, o projeto está alinhado às políticas afirmativas de inclusão da mulher, em especial àquelas oriundas de comunidades tradicionais, que foram historicamente excluídas do processo de desenvolvimento. “O resultado do projeto, após um ano de implantação, ratifica o propósito da Eletrosul de contribuir para o desenvolvimento do nosso País, promovendo a transformação da realidade social por meio do empreendedorismo, educação e qualificação das comunidades no entorno das suas instalações”, acrescentou. O secretário de Agricultura de Campo Largo, Celso Vedam, destacou que agora a intenção é que os produtos sejam comercializados por meio dos programas Nacional de Alimentação Es-
colar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), do Governo Federal, que fornecem alimentos a escolas, creches, asilos e hospitais, entre outras entidades assistenciais do município. O apoio da Eletrosul viabilizou a aquisição de cerca de 20 equipamentos, como forno e liquidificador industrial, freezer, processadora de alimentos, seladora a vácuo, exaustor e bancadas de inox. A Associação Beneficente de Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil de Combate à Fome, à Miséria e Pela Vida – Comfomi também auxiliou na estruturação do espaço, com a doação dos materiais para a construção da casa que abriga o CCP. O espaço, com cerca de 100 metros quadrados, foi construído pela própria comunidade, em mutirão. A implantação do CCP ainda contou com o apoio da Prefeitura de Campo Largo e Emater-PR.
4 canteiro de obras
Eletrosul agora - Maio 2013
MAIO de 2013 PCH João Borges
19 MW
Com o enchimento do reservatório de aproximadamente 4 km2, as obras avançam para a fase final. A maior parte das obras civis, como a barragem, o canal de adução, a tomada d’água e condutos forçados já foi concluída.
AMPLIAÇÃO DO COMPLEXO EÓLICO CERRO CHATO
78 MW
RS N
Capacidade de atendimento: 447.000 habitantes
Diretores da Eletrosul, Eurides Mescolotto (presidente) e Ronaldo Custódio (Engenharia e Operação) visitaram obras dos novos parques, em Sant’Ana do Livramento, que irão ampliar em 78 MW a atual capacidade instalada.
SC N
Capacidade de atendimento: 156.000 habitantes
COMPLEXO EÓLICO GERIBATU
258 MW
Prosseguem os trabalhos de abertura de acessos e terraplenagem das áreas onde serão instalados os aerogeradores.
RS N
Capacidade de atendimento: 1.600.000 habitantes
canteiro de obras 5
Eletrosul agora - Maio 2013
canteiro de obras UHE TELES PIRES
UHE JIRAU
3.750 MW
Capacidade de atendimento: 34.100.000 habitantes
RO N
1.820 MW
Nivelamento e centralização do cotovelo do tubo de sucção da Unidade Geradora 1.
Capacidade de atendimento: 6.500.000 habitantes
PA MT N
Detalhe mostra uma das duas casas de força e o vertedouro.
48
UHE SÃO DOMINGOS
MW
Capacidade de atendimento: 570.000 habitantes
MS N
Vista da tomada d’água da Usina Hidrelétrica São Domingos. Testes para o primeiro giro da máquina já começaram.
LINHÃO DO MADEIRA
LT Salto Santiago a Rio Grande
600 Cravação de mastro central da torre 2418/1, no município de José Bonifácio (SP), trecho onde 232 estruturas já estão prontas.
kV
N
Maior LT de 600 kV do mundo, com 2.412 Km de extensão
As obras já estão em andamento nos quatro principais trechos da obra e se concentram nas fundações das torres de transmissão: serão 1.628, no total. Na foto, os serviços de fundação de torre autoportante de 525 kV, nas proximidades da SE Nova Santa Rita (LT 525 kV Itá-Nova Santa Rita).
525 230
kV kV
781 Km de extensão: RS N
494 Km em 525kV 287 Km em 230 kV
6 ESPECIAL Construções sustentáveis
Arquitetura aliada à eficiência energética Eletrosul investe em soluções e tecnologias para o uso racional de recursos naturais em suas instalações A Eletrosul tem materializado em suas novas instalações o compromisso com a sustentabilidade. A empresa inaugurou, em abril, seu primeiro prédio de uso administrativo, que obteve a etiqueta de nível A em eficiência energética, do Programa Brasileiro de Etiquetagem (Eletrobras/Procel – Inmetro), na fase de projeto e com o prédio construído. As instalações do Setor de Manutenção de Campos Novos (SC) dispõem de recursos arquitetônicos para melhor aproveitamento da luz natural, isolação térmica e uso racional da água. A referência para o novo projeto foi a Casa Eficiente, construída em 2004 pela Eletrosul, ao lado do edifício sede, em Florianópolis, em parceria com o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina. A residência foi a primeira do Brasil a conquistar a classificação, recebendo três etiquetas nível A nas etapas de Projeto, Simulação e Edifício Construído. “A partir da excelência dos resultados comprovados na Casa Eficiente, que funciona como um laboratório, a Eletrosul vem aumen-
Projeto do Centro de Visitação Cerro Chato
tando a aplicação de soluções de eficiência energética em suas instalações. A intenção é que todos os projetos arquitetônicos sejam avaliados e ajustados dentro desses conceitos”, explica o gerente da Divisão de Eficiência Energética e Novas Tecnologias, Henio de Oliveira Bez. Outros três projetos previstos para este ano já passaram pela análise e receberam recomendações do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética (DPE) para se buscar a certificação – as instalações da Divisão Regional de Rondônia, do Setor de Manutenção de Livramento e do Centro de Visitação do Complexo Eólico Cerro Chato, ambos em Sant’Ana do Livramento (RS). “Uma construção sustentável, hoje, tem custo quase equivalente ao de uma construção convencional. Dependendo das tecnologias adotadas, esses valores podem variar até 10% a mais – um investimento adicional rapidamente revertido em decorrência da economia no custo operacional”, avalia o gerente do DPE, Jorge Luis Alves. A redução no consumo de energia e de água pode ser de até 60% e 40%, respectivamente.
Casa Eficiente (SC) Área: 206 m2 Características: projeto arquitetônico baseado em estudo aprofundado das condicionantes bioclimáticas no bairro Pantanal, em Florianópolis, onde a residência foi construída. Possui sistemas e soluções integradas para eficiência energética e conforto térmico, incluindo tecnologias como geração fotovoltaica de energia interligada à rede, de condicionamento de ar, aquecimento solar de água, aproveitamento da água da chuva, reúso de água para irrigação e uso de equipamentos que proporcionam baixo consumo.
Projeto Centro de Visitação Cerro Chato (RS) Área: 345 m² Características: sistema híbrido de geração de energia (eólico e solar) composto por painéis fotovoltaicos e um aerogerador de aproximadamente 10 metros de altura. O projeto prevê, ainda, a implantação de reservatórios para água potável e captação da água de chuva, coletores solares para aquecimento da água e um telhado “verde”, conhecido como teto jardim, que ajudará no isolamento térmico. A estimativa é de que o espaço entre em funcionamento em 2014.
especial 7
Eletrosul agora - Maio de 2013
Setor de Manutenção de Campos Novos
Soluções simples e eficazes
Edifício-Sede (SC) Área: 26.110,40 m² Características: Entre 2005 e 2007, os sistemas de climatização e iluminação do prédio foram modernizados com a instalação de luminárias de alto brilho e reatores eletrônicos em todas as áreas. Os banheiros foram reformados e ganharam equipamentos para redução do consumo de água, como sensores para as torneiras e mictórios, e sistemas de descarga diferenciados para resíduos sólidos e líquidos. Está em andamento o processo para etiquetagem do projeto pelo método de simulação.
Setor de Manutenção de Campos Novos (SC) Área: 558 m² Características: emprego de luminárias e aparelhos de ar condicionado eficientes, aproveitamento de luz natural, uso de blocos de concreto celular autoclavado, janelas com vidros duplos e telhas especiais para isolação térmica. Anexa ao prédio, uma Torre Sustentável reúne reservatórios de água potável, de água da chuva e de água quente, cujo aquecimento é feito por coletores solares. Os efluentes são tratados em fossas sépticas e tanque de zona de raízes. A inclinação do telhado propicia melhor aproveitamento dos raios solares para o futuro sistema de geração fotovoltaica.
mercial e público são responsáveis por aproO emprego de técnicas construtivas de efiximadamente 45% do consumo de energia ciência energética sempre esteve presente elétrica no Brasil, que se dá principalmente nos projetos da Eletrosul. Nas unidades reem forma de iluminação artificial e climatigionais e subestações mais antigas, foram zação de ambientes. É o que revela o engeadotados recursos como a aplicação de abas nheiro Márcio Damasceno, técnico do Prode proteção solar, mantas térmicas nas lajes, grama Brasileiro de Etiquetagem. Para ele, sombreamento e elementos vazados para a etiqueta para edificações, criada em 2009, facilitar a ventilação e iluminação indireta, está mudando as rotinas do mercado imoque contribuem para a redução do consumo biliário e pode determinar de energia elétrica. A eso aparecimento de uma trutura do edifício sede da nova geração de construempresa, por exemplo, foi As vantagens vão ções mais sustentáveis. projetada na década de 70 desde a economia “O que se tem verificado é já considerando a minimiaté a disponibilidade uma grande procura do sezação de impactos com fude mais conforto tor imobiliário para a aquituras reformas. aos usuários sição da etiqueta, mesmo Para a arquiteta do Deparsendo voluntária sua adetamento de Engenharia do Raquel May Serafin são ao programa”, aponta. Sistema, Raquel May SeraAssim como os eletrodofin, são inúmeros os benefímésticos, os projetos de arquitetura são anacios do investimento nesse tipo de construlisados pelo Inmetro e recebem as etiquetas ção. “As vantagens vão desde a economia até com graduações de A a E, conforme a eficiêna disponibilidade de mais conforto aos usucia energética. Há ainda um bônus quando ários e a disseminação das boas práticas de o projeto agrega tecnologias de uso racional projeto aos seus empregados, que poderão da água, aproveitamento de água de chuva, utilizar esses princípios em suas próprias reaquecimento solar da água, geração fotovolsidências”, observa. taica e tratamento dos efluentes. As edificações dos setores residencial, co-
Edificio Sede
Casa Eficiente
8 geral Mobilização
Em busca de voluntários Sensibilização quer ampliar número de empregados engajados em causas sociais
mento e ajudam a construir as ações que buscam transformações sociais e ambientais. Um dos exemplos é o trabalho iniciado, no ano passado, na Vila Aparecida, uma comunidade carente da região continental de Florianópolis. Com o voluntariado de um grupo de emA Área de Responsabilidade Social da pregados e apoio da Eletrosul, a associaEletrosul está buscando um maior engação de moradores foi reformada e foram jamento dos empregados em trabalhos adquiridos equipamentos para uma pavoluntários em comunidades dos mudaria e cozinha comunitária. nicípios onde a empresa está presente. As ações junto à comunidade estão tenDesde março, estão sendo realizados do continuidade com a oferta de cursos e encontros de motivação e capacitação treinamentos em panifina sede, em Florianócação e culinária, tanto polis, e áreas descenpara as pessoas que vão tralizadas de Santa Nosso objetivo trabalhar nesses espaCatarina, Rio Grande é apresentar o ços, como para qualifido Sul, Paraná e Mato programa e sensibilizar Grosso do Sul. trabalhadores a se engajar cação profissional para o mercado de trabalho. “Nosso objetivo é em ações sociais Também são realizadas apresentar o programa atividades de capacitae sensibilizar trabalhaValmir Wrublak ção de lideranças com o dores, familiares, exobjetivo de fortalecer a -empregados e demais auto-organização da comunidade. colaboradores a se engajar em ações sociais Segundo Valmir, os trabalhadores da e causas comunitárias para contribuir na Eletrosul já têm uma tradição no voluntransformação da realidade social”, explica tariado. “O que está sendo feito agora é o coordenador do Programa de Voluntariapotencializar isso e envolver uma nova do, Valmir Wrublak, lembrando que a capageração de trabalhadores que chegaram citação conta com a consultoria do Sesi. à empresa recentemente.” Os voluntários passam por treina-
Novo centro de saúde para Florianópolis A Eletrosul cedeu à Prefeitura de Florianópolis um terreno de 1,1 mil metros quadrados, anexo à sede da estatal, para construção de um novo centro de saúde, no bairro Pantanal. O presidente Eurides Mescolotto e o diretor administrativo, Paulo Afonso Evangelista Vieira assinaram o termo de cessão, em solenidade realizada no dia 3 de maio, na presença do prefeito Cesar Souza Júnior e do secretário de Saúde, Daniel Moutinho Júnior, entre outras autoridades e lideranças comunitárias da capital. “A Eletrosul faz parte da história desta cidade e tem o dever de contribuir para que Florianópolis cresça e sua população tenha melhor qualidade de vida”, declarou Mescolotto, fazendo menção às diretrizes de responsabilidade social da empresa. O prefeito de Florianópolis lembrou das dificuldades em obter uma área no bairro Pantanal para o projeto do novo centro, que atendesse às exigências do Ministério da Saúde. “Eu agradeço este gesto da Eletrosul em ceder esse terreno, de forma absolutamente gratuita, em favor da saúde da população.” Segundo ele, o desafio, agora, é conseguir recursos para começar a obra ainda este ano.
Eurides Mescolotto, Paulo Afonso Vieira e o prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior.
geral 9
Eletrosul agora - Maio de 2013
Plano de investimentos
Obras somarão R$ 5,6 bi até 2017 Planejamento inclui empreendimentos já contratados e perspectivas de contratação nos próximos leilões A Eletrosul pretende investir aproximadamente R$ 5,6 bilhões, até 2017, em novos projetos de geração e transmissão de energia e em melhorias e ampliações de ativos já existentes. Desse montante, R$ 3,4 bilhões já estão contratados e incluem os investimentos em usinas hidrelétricas, eólicas e solar, além de sistemas de transmissão em andamento. Considera, ainda, as perspectivas de contratação de empreendimentos nos próximos leilões. Este ano, a Eletrosul irá colocar em operação duas usinas hidrelétricas: uma de pequeno porte – a PCH João Borges, de 19 megawatts (MW) de capacidade instalada, em Santa Catarina, e a Usina São Domingos (48 MW), em Mato Grosso do Sul. Está previsto, ainda, o início da operação de mais cinco parques eólicos (78 MW), junto ao Complexo Cerro Chato, no Rio Grande do Sul, que já tem 90 MW em operação, e da usina fotovoltaica Megawatt Solar, em instalação na sede da empresa, em Florianópolis.
Eletrobras investirá R$ 52,4 bilhões
Para 2014, está prevista a conclusão de outros dois complexos eólicos – Geribatu (258 MW) e Chuí (144 MW) – no extremo Sul gaúcho, além das obras de transmissão, que integrarão essas usinas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Ainda no segmento de transmissão, a Eletrosul colocará em operação, até o próximo ano, as linhas que interligarão a Usina Salto Santiago (PR) à Subestação Quinta (RS), melhorando o intercâmbio de energia entre o Sudeste e o Sul. Em 2012, a Eletrosul investiu aproxima-
damente R$ 2,4 bilhões na área de transmissão e geração de energia – montante 14,3% superior ao investido no ano anterior. Cerca de R$ 1,8 bilhão corresponde a aportes nas obras da Usina Hidrelétrica Jirau (3.750 MW), e do segundo circuito da Linha de Transmissão Porto Velho-Araraquara – o Linhão do Madeira (2.412 km), além dos investimentos em complexos eólicos no Rio Grande do Sul. Mesmo com o montante considerável de investimentos, o lucro líquido da Eletrosul, no ano passado, foi de R$ 65,8 milhões.
O Plano Diretor de Negócios e Gestão da Eletrobras prevê que, até 2017, a empresa investirá R$ 20,3 bilhões em novos projetos de geração, transmissão e distribuição, que se juntarão aos R$ 32,1 bilhões já contratados (e que incluem os empreendimentos da Eletrosul), totalizando R$ 52,4 bilhões. A expectativa da holding é de expandir a geração em 13 mil MW e construir mais 19,4 mil km de linhas de transmissão. Já
estão em andamento projetos de geração, que totalizam 23,2 mil MW – considerando os corporativos e em parceria, sendo 88% de fonte hidráulica, 8,6% de fonte térmica e 3,4% de eólica ou solar. Nos próximos anos, entrarão em construção mais 570,6 MW – todos de fonte eólica – e avançarão os estudos de mais 20 mil MW, dos quais 18,9 mil MW são oriundos de aproveitamentos hidrelétricos.
10 GERAL Transferência de tecnologia
Programa fomenta produção de leite O desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares de Alta Floresta e Paranaíta, em Mato Grosso, tem sido uma das ações do Programa de Apoio à Reinserção e Fomento das Atividades Econômicas Locais, que integra o Projeto Básico Ambiental (PBA) da Usina Hidrelétrica Teles Pires – empreendimento no qual a Eletrosul tem 24,5% de participação. A Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) levou para esses municípios o Programa Balde Cheio, da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa). A proposta básica é capacitar profissionais de extensão rural e produtores e promover a troca de informações sobre as tecnologias aplicadas para incrementar regionalmente a produção de leite. Em abril, quatro propriedades de Alta Floresta foram selecionadas como Unidades Demonstrativas e servirão de referência para a propagação das tecnologias. Os cursos de capacitação acontecerão nessas propriedades. Os
O trabalhador que pensava em abandonar sua propriedade, agora percebe que é possível ter uma vida digna e sustentável no campo Alysson Miranda
produtores interessados em participar do programa devem procurar as secretarias de Agricultura dos municípios de Alta Floresta e Paranaíta. Além da Embrapa, o programa tem a parceria do Sebrae/MT e das prefeituras. Para o gerente de Socioeconomia da
Pequenos produtores de municípios da área de abrangência da Usina Teles Pires recebem capacitação
CHTP, Alysson Cássio Miranda, ao estimular o incremento da atividade, o programa acaba contribuindo para melhoria da qualidade de vida do produtor rural. “O trabalhador que pensava em abandonar sua propriedade, agora percebe que é possível ter uma vida digna e sustentável no campo.” O programa Balde Cheio será desenvolvido ao longo de quatro anos e irá priorizar, inicialmente, técnicas de correção do solo, formação e recuperação de pastagem. Posteriormente, os produtores serão orientados quanto ao manejo de pastagem, irrigação, manejo de rebanho, ordenha e qualidade do leite.
Incentivo à leitura A ONG Transmissão da Cidadania e do Saber, criada e mantida por empregados da Eletrosul, tem promovido, mensalmente, uma feira de livros usados, na sede da estatal, em Florianópolis. A ideia foi bem recebida, pois, somente nas duas primeiras edições, mais de 200 publicações foram vendidas. Além de arrecadar fundos para as ações sociais desenvolvidas pela instituição, a iniciativa acaba estimulando o hábito da leitura. “No hall da empresa, temos uma seção do ‘sebo’, onde recebemos doações de livros e revistas que, na feira, são vendidos a R$ 5,00 e R$ 2,00. A iniciativa foi elogiada pelos empregados, pois o valor é acessível e as obras estão em excelente estado de conser-
vação”, informou a diretora-presidente da ONG, Cristina Rabelo. Outra maneira de incentivo à leitura na Eletrosul são as bibliotecas – uma delas localizada na sede da empresa e outra na Divisão Regional do Rio Grande do Sul, em Gravataí, idealizada este ano em parceria com o Sesc. A biblioteca da sede reúne um acervo de 620 títulos e vários filmes em DVD. O acervo também está disponível aos empregados das unidades fora da capital, que podem fazer o empréstimo eletronicamente. Envio e devolução são feitos por malote. “A ideia da Biblioteca Central surgiu, em 2005, como alternativa de leitura aos empregados que procuravam ocupar seu
tempo durante o intervalo do expediente. A experiência foi positiva e a empresa passou a investir nessa forma de promover o conhecimento”, conta a bibliotecária Maria Stela Homem.
MEIO AMBIENTE 11
Eletrosul agora - Maio de 2013
Cooperação técnica
Aproveitamento energético do lixo Técnicos da Eletrosul e da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) – instituição vinculada ao governo do Rio Grande do Sul – trabalharão em conjunto na elaboração de um projeto para geração de energia a partir do tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos. Essa será a primeira ação já acordada entre as duas instituições, que firmarão um protocolo de intenções para cooperação mútua em estudos e projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no segmento de energia. A proposta de aproveitamento energético de resíduos de processos de reciclagem provenientes de 52 municípios do interior do Rio Grande do Sul já vinha tendo participação da Eletrosul, que realizou o estudo de viabilidade técnica e financeira e passou a articular parcerias para tirar o projeto do papel. A ideia partiu do Grupo Creluz (Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia) e da Associação de Municípios da Zona de Produção (Amzop). O projeto foi batizado de Seberi, que é o município sede do Cigres, um dos três consórcios intermunicipais de gestão de resíduos envolvidos no projeto. Conilixo, de Trindade do Sul, e Citegem, de Bom Progresso, também participam. O estudo de viabilidade apontou que
a geração de resíduos na região de abrangência do projeto, em 2013, deve atingir 15 mil toneladas – volume que, em 20 anos, pode chegar a mais de 21 mil toneladas/ano, considerando apenas o crescimento populacional. O potencial de geração de energia seria de 1,2 megawatt (MW) ou o suficiente para atender o consumo de quase 10 mil habitantes. O gerente do Departamento de Planejamento do Sistema da Eletrosul, Rafael Takasaki, adiantou que os estudos prévios apontaram a gaseificação como alternativa tecnológica mais adequada para tratamento dos resíduos e geração de energia. Na pesquisa que será realizada, agora, em parceria com a Cientec,
Projeto de pesquisa ajudará municípios a avançar nas metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos
esses estudos serão aprofundados para estabelecer a melhor alternativa tecnológica e certificar a funcionalidade e desempenho dessa alternativa. O gerenciamento de resíduos sólidos urbanos é um dos principais desafios das administrações municipais. A Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece que a gestão deve priorizar a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. O uso de tecnologias de recuperação energética é uma das possibilidades de reinserção dos resíduos no processo produtivo previstas na legislação.
Espaço da Gestão Ambiental
Sustentabilidade empresarial Evidenciando seu comprometimento com as tendências mundiais de sustentabilidade empresarial, a Eletrosul formalizou sua adesão ao Compromisso da Eletrobras sobre Mudanças Climáticas, que estabelece diretrizes que visam contribuir com a transição para um novo modelo de desenvolvimento baseado em uma economia de baixo carbono.
A agenda associada a esse tema foi elencada como um dos principais desafios a serem enfrentados pelas empresas Eletrobras. O primeiro passo para a institucionalização desse compromisso foi dado com a sistematização do processo de elaboração do Inventário Anual de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Além do inventário, a Eletrosul já vem
atendendo outras diretrizes da mencionada declaração como a priorização de fontes de energia renovável em sua carteira de projetos, com ações de gestão das emissões de GEE (adotando procedimentos de melhoria contínua com relação ao SF6 – segunda maior emissão das empresas Eletrobras), e com a busca por novas tecnologias, especialmente nas áreas de geração eólica e fotovoltaica, para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
12 especial Registro histórico
Livramento no mapa eólico Livro reúne textos e fotos do primeiro empreendimento eólico da Eletrosul O registro histórico sobre como a cidade de Sant’Ana do Livramento, no extremo Sul gaúcho, passou a figurar no mapa eólico brasileiro está reunido no livro Usina Eólica Cerro Chato, iniciativa dos santanenses Nereo Rodrigues Mendes, Cleber Dioni Tentardini e Sérgio Rosa de Paiva, que contou com o apoio da Eletrosul, empresa responsável pelo empreendimento. A publicação de 48 páginas contextualiza em textos e fotos o surgimento dos primeiros parques eólicos e faz uma correlação com os aspectos culturais e ambientais da região. Tentardini conta que a ideia de reunir em um livro a evolução da construção do complexo eólico surgiu depois que ele produziu uma série de reportagens para o Jornal Já, de Porto Alegre. “Foram mais de 40 matérias, que trataram da implantação da usina, desde a fase de projeto. Entrevistei trabalhadores, diretores, proprietários rurais, repre-
Lançamento do livro Usina Cerro Chato
sentantes de órgãos ambientais, e acumulamos um material muito bom, com fotos feitas, também, pelo próprio pessoal que trabalhou nas obras da eólica”, lembrou o jornalista. Participaram, ainda, da produção do livro, Vera Reis e Antonio Henriqson. Para o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio, santanense e um dos idealizadores do Complexo Eólico Cerro Chato, a publicação materializa um marco na história da empresa: a retomada da geração a partir de um empreendimento eólico. “O livro tem um significado forte para a Eletrosul, mas também para o município, pois registra um dos mais importantes empreendimentos da história recente de Sant’Ana do Livramento e mostra as novas possibilidades de desenvolvimento para a região”, acrescentou o executivo. O lançamento do livro aconteceu no dia 22 de abril, na Casa de Cultura Ivo Caggiani, em Sant’Ana do Livramento, quando foi assinado termo de doação de mil exemplares à prefeitura. Os livros serão repassados às escolas e à biblioteca municipal.
Na vanguarda do crescimento O Complexo Eólico Cerro Chato, com 90 megawatts (MW) de capacidade instalada ou o suficiente para abastecer cerca de 490 mil habitantes, foi o primeiro empreendimento eólico do leilão exclusivo de eólica realizado pelo governo federal, em 2009, a entrar em operação. Os primeiros aerogeradores começaram a operar em maio de 2011, uma antecipação de 14 meses em relação ao prazo estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No entorno, estão em construção mais cinco parques eólicos, com 78 MW, que deverão entrar em operação ainda este ano. Outros dois empreendimentos eólicos estão em fase inicial de implantação no litoral Sul gaúcho – Geribatu e Chuí – e somam mais 402 MW. Esse conjunto de investimentos coloca a Eletrosul na dianteira do crescimento da energia eólica no País, consolidando a empresa como um dos maiores players do mercado eólico da América Latina.