Revista Plano Brasília Edição 65

Page 1

Plano

Fevereiro de 2010 · 2ª Quinzena Ano 7 · Edição 65 · R$ 5,00

BRASÍLIA

w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

E agora José? ENTREVISTA João Oliveira

PONTO DE VISTA Francisco Caputo

POLÍTICA BRASÍLIA Paulo Tadeu








Sumário 46 Vida Moderna

48 Esporte

56 Comportamento

12 Cartas 13 Entrevista 16 Panorama Político 18 Brasília e Coisa & Tal 20 Política Brasília 22 Economia 24 Capa 28 Cidadania 30 Gente 32 Cidade 36 Educação 38 Tecnologia

40 Cotidiano 42 Planos e Negócios 44 Automóvel 46 Vida Moderna 48 Esporte 50 Personagem 52 Saúde 54 Nutrição Alternativa 56 Comportamento 58 Moda 60 Cultura 62 Artes Plásticas

64 Gastronomia 66 Mundo Animal 68 Jornalista Aprendiz 70 Música 72 Propaganda e marketing 74 Ta lendo o quê? 76 Frases 77 Justiça 78 Diz aí Mané 80 Ponto de vista 82 Charge



DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias CHEFIA DE REDAÇÃO Luciana Vasconcelos Reis GERENTE COMERCIAL Roberto Thomé thome@planobrasilia.com.br FOTOGRAFIA Estúdio Dephot DESIGN GRÁFICO Rodrigo Dias, Daniel Sihler COLABORADORES Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Luis Turiba, Amauri Pessoa, Renato França, Wilson Sampaio, Marcos Wilson, Flávia Umpierre, Juliana Mendes, Valtemir Rodrigues, Ana Helena Melo, Cintya Feitosa, Mariana Rosa, Sabrina Brito, Gabriela Rocha, José Badaró, Jean Costa, Felipe Moraes, Stéffany Santos, Wesley Mcallister, Flávia Geraldine Trindade, Julia Salustiano, Marcos França, Rafael Ribeiro REVISÃO Juliana de Oliveira Castro DISTRIBUIÇÃO EM BANCAS Distribuidora Jardim DIRETOR POR MAILING Vip Logística IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares CAPA Foto: Edílson Rodrigues / CB / D.A Press REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1257 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

CARTA AO LEITOR

Expediente E agora José Roberto Arruda?

Já são três meses de crise desde que o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, divulgou uma fita de vídeo, em que você, governador de Brasília, recebia uma suposta doação de campanha, revelada na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, popularmente chamada de Mensalão do DEM. Mas só o vídeo não era suficiente para que fosse impeachmado ou preso. E como uma coisa puxa a outra, para se safar, ou pelo menos tentar, exercitou todo o seu poder econômico e de influência oferecendo um parco valor de R$ 200 mil ao jornalista, Edmilson Edson Santos, mais conhecido como Edson Sombra, no intuito de prestar falso testemunho para que mais uma vez, o povo e as autoridades, fossem ludibriadas crendo ser o vídeo uma armação para prejudicá-lo. Mas o tiro saiu pela culatra e tudo veio à tona quando Sombra não aceitou o ‘mimo’. A OAB não se omitiu. No dia nove de fevereiro, pediu a Procuradoria Geral da República seu afastamento ou prisão preventiva, alegando que as evidências eram claras de que você, Arruda, tentava obstruir as investigações e subornar testemunhas. Dois dias depois, 11 de fevereiro, o STJ decretou sua prisão preventiva. E para não ser literalmente caçado, se entregou. Como cordeiro mudo levado ao matador! Esses 18 dias de confinamento têm sido ‘cruéis’, são lanchinhos especiais e sala exclusiva, tudo que um suspeito merece. Mas a crise é ainda pior, até mesmo alguns de seus advogados o abandonaram alegando foro íntimo. E seu sucessor imediato, o vice, Paulo Octávio, também citado em um dos vídeos da “Durval Filmes” perdeu apoio e foi literalmente abandonado, levando-o a renunciar. A população torce para que a justiça seja feita, principalmente por estarmos a poucos meses das eleições. Prova disto é que o maior tema do carnaval brasiliense foram os escândalos e a piada em que se transformou sua “panelinha”.



Cartas Fiquei feliz pela reportagem sobre o parquinho do hospital de Sobradinho, recebi vários telefonemas de pessoas pedindo a reabertura do parque. Outra reportagem que gostei muito foi a da homeopatia com o Dr. Amauri, ele é um profissional muito competente. Obrigada! Wildna Oliveira Sobradinho Adorei a matéria sobre a horta comunitária do Guará. Seria muito bom se outras regiões que têm áreas que servem como depósito de lixo, fizessem o mesmo ao invés de ficar esperando providências do governo. Parabéns pela matéria. Juana Mascarenhas Asa Norte A matéria sobre vestibular da edição passada veio em boa hora, ajudou a me tranquilizar para fazer a prova. Adorei. Parabéns! Fabiana Zanini Lago Sul Obrigada pela matéria e divulgação do Cricket. Isso é muito importante para o nosso time. Ficou excelente. Adorei! Karina Lagôa Asa Norte

12

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 revista@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva o direito de selecioná-las e resumí-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas. Erramos A Plano Brasília Kids se desculpa por alguns erros visualizados na edição 62. Entre eles ressaltamos: 1) Página 54 - O nome da aniversariante, de 12 anos, da Festa da Beleza é Maria Eugênia. 2) A empresa responsável pelas delicadas lembrancinhas é a Scrap’n’Stuff e seus telefones são: 9552-4646 ou 7813-3733


Entrevista

Por: Flávia Umpierre | Fotos: Brasiliatur

Brasília, muito mais que

política Para João Oliveira, presidente da Brasiliatur, existe uma Brasília encantadora por trás das mazelas políticas tão exploradas pela mídia Na véspera dos 50 anos da Capital, o presidente da Brasiliatur falou à Plano Brasília sobre os rumos do turismo na cidade. João Oliveira disse que pretende torná-la referência nacional e internacional no turismo, modificando a imagem que o turista tem. Não só de política vive Brasília. Durante o ano, a ocupação da rede hoteleira é de 30%. Destaca-se o turismo cívico e de negócios. Mas João Oliveira garante que podemos ir além, conquistando o turista estrangeiro que busca belezas naturais, arquitetônicas e culturais. Para tanto, começa-se a investir em infraestrutura e capacitação de trabalhadores ligados ao turismo. Grandes eventos culturais e esportivos prometem movimentar a cidade, chamando a atenção do Brasil para o que acontece na Capital. Para o carnaval, foi negociado junto a Beija Flor, escola de samba do Rio de Janeiro, exaltar Brasília no enredo desse ano. A comemoração dos 50 anos da cidade é esperada com ansiedade, visto a grandiosidade do projeto da festa. Depois de todo o burburinho, foi descartada a hipótese de trazer um artista internacional. Os organizadores apostam agora nos shows de grupos de renome nacional do axé e do sertanejo.

13


Revista Plano Brasília: O que o turista brasileiro acha de Brasília? João Oliveira: Tenho visto uma ótima aceitação do turista, que acha a cidade maravilhosa. Porém, a mídia costuma mostrar Brasília pelo Congresso Nacional, esquecendo que temos uma população com mais de dois milhões de habitantes. Há uma incrível diversidade cultural e uma história belíssima de um desbravador que trouxe o desenvolvimento do litoral para o interior, fazendo o País crescer. Devemos falar mais sobre isso, pois a mídia só tem oportunidade de falar de Brasília pela política. Isso é negativo para a imagem e acaba vendendo pelas mazelas, esquecendo o que de bom existe aqui. Quais as atuais estratégias de divulgação de Brasília para o resto do país e para o exterior? Fizemos uma pesquisa e constatamos que o Brasil é representado lá fora pelo carnaval e pelo futebol. Não consideramos isso negativo, pois temos que assumir o que a gente tem. Estamos investindo em projetos que mostrem que Brasília pode receber grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de Futebol. Buscamos divulgação também junto a escolas de samba do Rio de Janeiro, no caso a Beija Flor, para que ela contasse no seu samba enredo a história da cidade. Com isso, tivemos a oportunidade de sermos vistos por 160 países e pelo Brasil todo, que assistiu o carnaval. Foram mais de 120 minutos na mídia.

Iniciamos no ano de 2009 o importante projeto para fazer do natal brasiliense um dos melhores eventos do país. Fizemos a maior vila do Papai Noel do Brasil e conseguimos uma visitação média de 50 mil pessoas por dia. Ao todo, um milhão e meio de pessoas passaram por lá. Queremos fortalecer a ideia para que o brasileiro se programe para vir passar o natal aqui. Queremos transformar Brasília na cidade do Natal. Para tanto, a principal estratégia é fazer uma boa organização, com atrações que despertem o interesse do turista. E, chegando aqui, encontrem toda estrutura e segurança. Nesse momento de crise política e escândalo no governo local, o que muda na imagem da cidade? Considero essencial afastar a crise política da gestão do estado. Acredito que a população local esteja vendo isso. Essa recente crise política afetou a imagem da cidade, mas não o turismo. Quem tem interesse em visitar ou conhecer Brasília não deixou de vir. No foco interno a crise está afastada da gestão do estado e é ela que dá o resultado à população. O povo percebeu que a cidade não parou. E no que tange as pessoas que não moram aqui, a crise no DF não é só o problema, a crise política geral é, e sempre foi, a grande vilã. Já chegamos nessa gestão, preocupados com os problemas políticos, que aqui existiam, de José Sarney (PMDB-AP), Michel Temer (PMDB-SP) e de outros grandes escândalos na esfera nacional. Então começamos com a intenção de divulgar a cidade por outro parâmetro.

A intenção é divulgar a cidade por outro parâmetro, que não o da política

14

A crise política chegou a afetar de alguma forma o turismo? Não tecnicamente. A crise afetou a imagem, mas não os números. Tenho percebido que ela atrapalha no sentido de que, em outro estado, Brasília reporta a questão dos escândalos políticos. Mas aquele que tem interesse em viajar e conhecer o DF, não é influenciado. O que atrapalha realmente e afeta o turismo é a questão sociopolítica, e principalmente o fator ambiental. O que tem sido feito para mudar a imagem de uma cidade política para uma mais humana? Brasília hoje é reconhecida como a quarta maior cidade de turismo de negócios do Brasil, por concentrar a rede hoteleira muito próxima ao centro de negócios, político e comercial. Trabalhamos muito para que se mantenha a hospitalidade e a gastronomia de alto nível. E ainda, um dos maiores centros de convenções, que atrai grande número de congressos. Nossa intenção é exaltar também as belezas naturais e a diversidade da Capital, que é patrimônio da humanidade e possui a maior exposição arquitetônica a céu aberto. Em campanhas publicitárias mostramos que temos o mais belo e maior lago artificial do país, com a terceira maior frota náutica. A beleza do cerrado também é divulgada. Por isso estamos fortalecendo roteiros integrados com a Chapada dos Veadeiros (GO), Pirenópolis (GO), Bonito (MT) e Pantanal (MS).


“ A crise afetou a imagem, mas não os números do turismo. Aquele que tem interesse em viajar e conhecer o DF, não é influenciado

Paralelo a isso, estamos criando uma nova Feira da Torre. Vamos fazer daquela região um pólo cultural, unindo a Feira, o Clube do Choro e o Planetário. A torre digital também é um novo projeto, onde teremos um mirante de 220 metros, com um restaurante e uma feira de artesanato no ponto mais alto na cidade de Sobradinho. Brasília também está se tornando um novo roteiro ligado à moda. A cidade está buscando investir em indústria. Já temos faculdades e um grande festival deste segmento, reconhecido no país. Qual o projeto e a expectativa para o aniversário de 50 anos de Brasília? Quando aqui cheguei, na função de gestor público, área da política do turismo, trouxe a indignação brasiliense de saber que o nosso país, e consequentemente o mundo, conhece Brasília através da política. Dei muita sorte de chegar às vésperas dos 50 anos. Me articulei junto ao governo para que essa festa não seja apenas a comemoração do aniversário de uma cidade, mas que a gente aproveite essa comemoração para divulgar Brasília para o Brasil e para o mundo. A partir daí, montamos um comitê executivo, lançamos isso na mídia e recebemos vários projetos que podem promover a cidade. Nosso esforço agora é para trazer grandes atrações nacionais. A comissão executiva do cinquentenário de Brasília descartou em definitivo a participação de um artista internacional. O custo é muito alto, em média, R$ 6 milhões, algo impensado neste momento. Para tanto, busca-

mos bandas de sertanejo universitário, além das meninas do axé, Daniela Mercure, Cláudia Leitte e Ivete Sangalo. E é claro, manter toda a estrutura que já estamos promovendo na cidade. Soma-se a estas atrações musicais, 50 obras importantes para a cidade, que serão inauguradas na semana que antecede o aniversário. Brasília tem estrutura para receber esse turista que virá com o aniversário de 50 anos, e mais tarde para a Copa do Mundo de Futebol? Para os 50 anos sim, mas para a copa do mundo temos que avançar em várias coisas. Nas questões estruturantes já começamos a avançar com as obras de reformas de estradas e viadutos, buscando melhorar o transporte urbano. Também com investimentos como o Veículo Leve sobre Trilhos - VLT e a licitação para o novo estádio. Hoje recebemos R$ 775 milhões do PAC para a Copa. Estamos trabalhando também em vários projetos importantes, como a ampliação do aeroporto Juscelino Kubistchek até 2014. O projeto está pronto e a licitação prevista para esse ano. Temos uma preocupação com a mão de obra especializada que deverá atender a esse turista. Iníciaremos dia 30 de janeiro, junto com a Secretaria do Trabalho do Distrito Federal, uma campanha de capacitação de trabalhadores que atuam na área do turismo. Começaremos capacitando 500 taxistas, com orientações de como receber o turista, inclusive em outras línguas. Depois vamos treinar recepcionistas, garçons, entre outros.

15

Já começamos, inclusive, a discutir com a rede hoteleira sobre qual é a necessidade para alcançar e manter o padrão desejado. Não podemos esquecer que depois da Copa do Mundo estaremos com toda essa estrutura aqui e ela não pode ser uma estrutura falida. Para tanto, o BNS já investiu um bilhão na rede hoteleira local. A Brasiliatur participa do projeto “O Brasil visita Brasília”, que pretende trazer estudantes de todo o país para conhecer a Capital. Qual a importância de trazer o jovem estudante? O turismo através do estudante é importantíssimo, e queremos ir além. Nossa intenção é colocar a Capital na grade curricular das escolas de todo o país. Mas isso é uma discussão que está sendo feita junto ao MEC. Esse projeto é interessante, pois o jovem que visita Brasília e conhece a importância de sua história, passa isso adiante, em casa para a família. A festa de reveillon de 2009 teve um público abaixo do esperado... A que se atribui esse desinteresse? Não vejo desinteresse do público que costuma frequentar esses eventos. A festa do reveillon foi abaixo do esperado por causa das chuvas. Infelizmente esperávamos 500 mil pessoas, mas segundo a polícia militar compareceram aproximadamente 160 mil.


Panorama Político Tarcísio Holanda

A briga pelo vice de Dilma O presidente Lula já demonstrou que não considera o nome do deputado Michel Temer como o mais indicado, eleitoralmente, para ser o vice da ministra Dilma Rousseff. No final do ano passado, em viagem pelo Maranhão, o presidente defendeu a tese de que o PMDB deveria apresentar uma lista tríplice para que Dilma tenha a oportunidade de escolher o nome que lhe pareça mais conveniente. Sua declaração provocou forte reação no PMDB, mas o presidente não retirou nada do que sugerira naquela viagem ao Maranhão. Agora, o presidente voltou a propor que o PMDB apresente uma lista tríplice, argumentando que a candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, tem o direito de dar palpite na escolha de seu vice. Pelas conversas que Lula mantém em seu círculo íntimo, os três nomes seriam, além de Michel Temer, dos senadores Hélio Costa – que teria a vantagem de resolver o conflito entre PMDB e o PT na disputa pelo governo mineiro - e Edison Lobão, ministros, respectivamente, das Comunicações e Minas e Energia.

Choques nos estados O conflito entre o que pensa o presidente e o seu principal aliado pode se agravar e até colocar em risco a aliança, uma vez que o deputado Michel Temer acaba de demonstrar que não está pleiteando a indicação para vice de Dilma sem o apoio de seus companheiros. Em

jantar realizado no dia 20 de janeiro, com seus aliados da Câmara e dos senadores José Sarney e Renan Calheiros, Michel assegurou sua recondução à presidência do partido e conseguiu antecipar a Convenção Nacional, que seria realizada em março, para o dia 6 de fevereiro. Com isso, o deputado Michel Temer manda um claro recado para Lula: qualquer decisão do PMDB a respeito da aliança com o governo, terá de passar por ele. E parece também ficar claro que a aliança poderia ser revista, tendo o partido o direito de definir outro caminho, como apresentar candidato próprio e até apoiar a candidatura oposicionista de José Serra. Quando Lula insiste na tese de que Dilma Rousseff tem o direito de exigir a apresentação de uma lista tríplice, pode estar levando o PMDB a trilhar outro rumo. Ao decidir antecipar a Convenção Nacional, que seria realizada em março, para o dia 6 de fevereiro, a cúpula do PMDB também resolveu advertir o presidente Lula de que exige uma solução para os conflitos que persistem entre o partido e o PT na sucessão governamental de alguns Estados. Tudo indica que o partido decidiu conferir absoluta prioridade às sucessões estaduais de Minas Gerais, Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul e Ceará. O PMDB quer o apoio do PT para encaminhar soluções políticas harmônicas nesses estados. Em Minas Gerais, o PMDB tem como candidato a governador, favorito em todas as pesquisas, o atual ministro das Comunicações e senador Hélio

16

Costa. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, disputam o governo mineiro. Na Bahia, há a candidatura do deputado Geddel Vieira Lima a governador contra o atual governador petista Jacques Wagner, que quer a reeleição. No Pará, o PMDB quer o apoio da governadora petista Ana Júlia Carepa para a candidatura ao Senado de Jader Barbalho. E em Mato Grosso, deseja-se que o ex-governador Zeca do PT desista da candidatura em favor da reeleição do governador André Puccinelli. São conflitos de interesse entre os dois maiores partidos do país, que podem minar a aliança nacional que o presidente Lula pretende manter em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff. São problemas localizados, mas afetam interesses concretos e poderão influir em uma decisão interna desfavorável à aliança com Lula e o PT. Afinal de contas, o PMDB, através de suas principais lideranças, se jacta de ser o maior partido do país, aquele que tem o maior número de governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores.

Entre Serra e Dilma Já foi anunciado que o PSDB decidiu estabelecer uma estratégia de campanha contemplando uma comparação entre as biografias do governador de São Paulo, José Serra, e de Dilma Rousseff. Vai enfatizar as nítidas diferenças


entre um e outro, a começar pela rica experiência eleitoral do governador de São Paulo e a condição de neófita nesse quesito da atual chefe da Casa Civil de Lula. A cúpula tucana não aceita a tese do plebiscito, que Lula defende como a mais conveniente para permitir a transferência de prestígio dele para a sua candidata a presidente da República. O que se pretende mostrar é que Dilma, inexperiente em matéria eleitoral, representa uma tentativa de continuísmo de Lula, ao passo que a longa e rica experiência de Serra representa uma garantia de que os programas sociais serão mantidos e aperfeiçoados e aquilo que não deu certo será corrigido. O PSDB também pretende mostrar ao eleitorado que, na disputa pela Presidência da República, em 2010, não estarão presentes nem Luiz Inácio Lula da Silva nem Fernando Henrique Cardoso, devendo o eleitor decidir entre o experiente Serra e a novata Dilma.

Comparações táticas Serra e seus companheiros não vão renegar os programas sociais de Lula, como o aplaudido Bolsa-Família, que hoje atinge mais de 10 milhões de famílias. Pelo contrário, não só o adotarão como prometem aperfeiçoá-los. E dirão que esse programa social vitorioso foi concebido no governo de Fernando Henrique Cardoso, sendo ampliado por Lula. Outro objetivo é demonstrar que Dilma Rousseff não é a gerentona competente que Lula tenta

pespegar em sua testa, mas que sob sua gestão muitas coisas não estão funcionando bem, inclusive as obras do PAC. Outra tática de campanha é mostrar que as obras de infraestrutura estão mais na propaganda do que em curso real – isto é, a maioria ou está paralisada ou caminha sob ritmo bastante lento. Até o programa que está sob o comando da Caixa Econômica, “Minha Casa, Minha Vida”, os tucanos prometem demonstrar que envolve mais propaganda do que real construção e entrega de moradias ao povão. Enfim, o que ressalta das intenções de José Serra e de seus amigos do PSDB é mostrar que as realizações do governo Lula são mais obras de marketing do que realidade. As principais lideranças do PSDB não acreditam na chance de sobrevivência da candidatura do deputado Ciro Gomes que, segundo essa visão, estaria sendo isolado no PSB pela tática de Lula. E também julgam limitada a capacidade de Lula de transferir prestígio e voto para sua candidata, de modo especial no Nordeste. No Sul e no Sudeste, ainda é menor essa capacidade de transferência de votos do presidente petista. E nessas regiões, os tucanos acreditam que terão condições de compensar largamente a maioria que os nordestinos darão a Lula e a Dilma.

Serra faz mistério Embalados pela liderança de José Serra nas pesquisas, nas quais seus

17

percentuais chegam a 40%, os tucanos acham que nem o crescimento de Dilma representará qualquer ameaça ao candidato do PSDB. E recordam que a presença constante de Lula nos palanques de Marta Suplicy não evitou a derrota eleitoral contundente que ela sofreu para o prefeito Gilberto Kassab, na eleição municipal de 2008. E também lembram que ganhou a Prefeitura de Natal Micarla de Souza, apoiada pelo pefelista José Agripino, apesar da presença de Lula no palanque adversário. Os principais dirigentes e líderes do PSDB continuam divergindo de José Serra quanto à melhor oportunidade para o lançamento de sua candidatura presidencial. Ansiosos, como os seus aliados do DEM e do PPS, os tucanos acham que janeiro já seria uma boa hora para começar a deslanchar a campanha. José Serra, contudo, continua se agarrando à tese de que sua decisão só será anunciada em março, já próxima da data fatal para a desincompatibilização. José Serra acredita que, se decidir pela candidatura a presidente da República, terá muito o que mostrar ao povo em campanha. Mas até o momento, não garante que será candidato. Poderá ser ou não, dependendo das circunstâncias, o que, convenhamos, não oferece qualquer garantia aos seus correligionários. O governador de São Paulo faz mistério sobre sua candidatura.


Brasília e coisa & tal Romário Schettino

Quadro sinistro O governador José Roberto Arruda, o vice Paulo Octávio e a Câmara Legislativa, estão em maus lençóis. Nunca antes na história deste país um governador eleito tinha sido preso desta forma. As pressões para uma intervenção federal continuam fortes. Paulo Octávio ameaçou renunciar, voltou atrás e, por fim, renunciou mesmo. Enquanto isso, a Câmara Legislativa tenta se salvar do julgamento popular de outubro deste ano apressando as decisões sobre o impeachment do governador Arruda e a cassação de mandatos de, pelo menos, três deles: Eurides Brito, Leonardo Prudente e Junior Brunelli, flagrados nos filmes de Durval. Eles podem renunciar antes. É nesse quadro sinistro que o eleitor vai às urnas em 2010. É preciso pensar no futuro da cidade ao votar. A intervenção federal pode não ser uma solução ideal, mas pode ajudar a mudar os parâmetros da população na escolha de candidatos. Todo cuidado é pouco!

Haiti é aqui I A tragédia que se abateu sobre o Haiti não tem parâmetros. Como não tem parâmetro o abandono a que o País foi entregue. A repressão e a intervenção estrangeira ao longo dos anos permitiram a existência do sanguinário Papa Doc e seu filho playboy Baby Doc e impediram qualquer avanço social e econômico na ilha. O herói da revolução haitiana, Toussaints de Louverture liderou uma história pouco conhecida, mas de grande repercussão. O Haiti foi o primeiro país de população negra a declarar sua independência – em 1791 –, na América Latina e essa condição de pioneiros e revolucionários foi boicotada pelos EUA, que impediram seu desenvolvimento de maneira perversa. O terremoto é tão cruel quanto a política imperialista dos EUA na região.

P.O. enrascado

Haiti é aqui II

Acabou-se o tempo das vacas gordas para Paulo Octávio. O sonho de ser governador acabou. As más companhias são sempre más até que se tornem insuportáveis. A mãe de P.O. já havia dito mais ou menos isso. Arruda e P.O. apostaram na briga com Joaquim Roriz e perderam. E os brasilienses, o que pensam?

O advogado João Luis Duboc Pinaud cobra mais responsabilidade com o Haiti. Ele registra, em artigo, aspectos da crise que precisam ser conhecidos pela comunidade internacional: “A ‘Missão Humanitária’ mantida pela ONU (o Brasil figura como seu chefe) significou repressão aos movimentos sociais haitianos nas suas legítimas reivindicações por condições mínimas de sobrevivência e dignidade. Existem atualmente 18 zonas francas na ilha onde estão instaladas as chamadas ‘indústrias da agulha’ (têxteis). Tais indústrias pagam salários vis (30 dólares mensais) para manter altas taxas de lucro e competitividade no mercado mundializado. Não pagam nenhum imposto ao governo haitiano e são fortemente guardadas por seguranças armadas. Qualquer movimentação por melhores salários é violentamente reprimida. No 1º de maio de 2009, manifestação popular registrou mortes de trabalhadores. 80% da população haitiana está desempregada e vive abaixo da linha da pobreza. Qualquer movimento partindo dessas massas desesperadas e criminalizadas provoca violenta repressão apoiada pela Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti). Permanecendo tais condições imorais nas indústrias das zonas francas, sob guarda da Minustah, o povo haitiano não conseguirá obter nenhum avanço em direção a uma vida digna. Espera-se que, pela gravidade revelada pelo terremoto, ingresse finalmente na pauta internacional das urgências, o apoio imediato ao Haiti”.

O golpe fatal O ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz conseguiu o que mais queria, eliminar seus novos opositores da cena política do DF. As denúncias da “Durval Filmes” foram fatais. Agora, Roriz deve rezar para que as denúncias não cheguem até ele, já que Durval também operou no seu governo. A esquerda tenta se reagrupar, mas os ressentimentos ainda são muito grandes. A cidade só vai ganhar se as lideranças assumirem suas responsabilidades.

2010 é “dilmais” A onda no Palácio do Planalto é cumprimentar os colegas com um “bom Dilma” em vez do tradicional “bom dia”. Assim, 2010 ficará “dilmais”! É o que dizem.

PT e PC chinês O Partido dos Trabalhadores e o PC chinês promoveram, em Brasília, debate sobre a influência do Brasil e da China na América Latina, na Ásia e na África. Iniciativa oportuna e necessária para o momento, pois a economia mundial depende da China.

Adeus a Zilda Arns O Brasil lamenta a morte de Zilda Arns, coordenadora internacional da Pastoral da Criança. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) lembra que foi ela que, como médica, revolucionou a política pública de saúde infantil e “ensinou às famílias pobres a enriquecer a alimentação com aquilo que existe na região onde habitam”. Zilda Arns morreu no terremoto do Haiti, onde ajudava os pobres a saírem da miséria.

Cristovam se articula O senador Cristovam Buarque já decidiu, quer mesmo ser senador de novo. Está fazendo de tudo para reconquistar espaço entre os petistas. O primeiro passo foi declarar apoio a Dilma Rousseff. Pronto, agora é só esperar para ver quais serão os candidatos às duas vagas do Senado à esquerda e à direita.

18


Comunicando Resultados da Confecom I

TV Brasil em rede

Entre os dias 14 e 17 de dezembro de 2009, a I Confecom, com participação de cerca de duas mil pessoas - entre delegados, convidados e observadores - constituiu-se num momento histórico que pode representar avanço de grandes proporções, especialmente na radiodifusão brasileira. Tudo vai depender dos desdobramentos que serão dados às deliberações. Como a Conferência não tem caráter impositivo, as propostas serão fruto de debates e decisões no Congresso Nacional e no Poder Executivo.

Conforme o aprovado na I Confecom, a ideia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é comandar uma rede nacional de TVs públicas digitais com investimentos captados por meio de uma Parceria Pública Privada (PPP). A empresa vencedora terá financiamento do BNDES. O valor exato será levantado a partir do edital lançado este ano para receber proposta dos possíveis parceiros. Estima-se algo em torno R$ 2,8 bilhões em 20 anos, ou seja, até R$ 160 milhões por ano para equipar 273 municípios com população acima de 100 mil habitantes para transmissão e produção pelo sistema de radiodifusão digital.

Rádios do P.O. O jornal Folha de S. Paulo informa que três das quatro rádios do ex vice-governador Paulo Octávio não têm registro no Ministério das Comunicações com os nomes que utilizam para ir ao ar. Segundo a reportagem, as emissoras recebem recursos públicos (R$ 3,8 milhões entre 2007 e 2009) para divulgar propaganda do GDF.

Confecom II Das cerca de 700 resoluções, algumas são essenciais, como: garantir a proibição da concentração e da propriedade cruzada dos meios de comunicação; criação de Conselhos de Comunicação em todos os níveis: federal, estadual, distrital e municipal; fim da criminalização das rádios comunitárias, com anistia aos processados ou condenados e devolução do equipamento apreendido, ou indenização pelo material perdido; criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento da Radiodifusão Comunitária; defesa da regulamentação da profissão de jornalista; garantir a laicidade na exploração dos serviços de radiodifusão; instituir o Operador de Rede Nacional de TV Digital e muitas outras.

Apoio Eu apoio o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), o original e o revisto. É uma carta de intenções abrangente, de grande importância, recupera no debate nacional temas relevantes e é justo cobrar responsabilidade dos torturadores. Quanto ao acompanhamento da mídia, é tempestade em copo d’água.

19


Política Brasília

Por: Flávia Umpierre | Fotos: Marcos Wilson

Governabilidade em tempos de crise Trocas sucessivas de governador e a iminente intervenção federal no DF

Desde o despontar da crise política, e agora, administrativa, que assola o Distrito Federal, a tática do governo foi separar a gestão do Estado da crise política. Porém, com a sucessão dos fatos, fica cada vez mais claro que isso não é possível. Em menos de 15 dias, o DF trocou duas vezes de governador, demonstrando que a instância máxima do Poder Executivo está altamente instável. O troca-troca de secretários, entra e sai de parlamentares e suplentes, suspensão de contratos com empresas supostamente envolvidas no mensalão e o andamento das mais de 1,5 mil obras, que precisam ser concluídas o mais rápido possível, preocupam o brasiliense, que tem a expectativa da conclusão de algumas delas, para antes do aniversário de Brasília. A palavra da vez é governabilidade. Isto é, garantir que a ordem e os servi-

ços prestados à população transcorram normalmente e que o representante do Palácio do Buriti tenha apoio suficiente na Câmara Legislativa para governar. A bancada do PT na Câmara deixa claro que não apoia Wilson Lima (PR) no poder. Afirma que não se pode falar em governabilidade perante o que ele representa no novo cargo. Mas pode ser que isso não seja um empecilho para Wilson Lima, ex-presidente da CLDF e aliado de Arruda, agora Governador do DF.

dência da CLDF corroborou ainda mais com o descrédito da idoneidade das investigações de corrupção realizadas pela Casa. Assim, tem-se uma ideia do impacto que causa o deputado no novo cargo. Wilson Lima assumiu o comando como um deputado investigado. Isso é negativo para ele e para a imagem das instituições que comanda. Agora cabe garantir a continuação do governo, administrando com a maior transparência possível.

“Com as articulações que elegeram o deputado Wilson Lima presidente da CLDF, Arruda estabeleceu seu poder e sua maioria no Legislativo. Com Wilson Lima, perpetua essa influência”, afirma o líder da bancada do PT na CLDF, deputado Paulo Tadeu.

Contudo, o Ministério Público Federal está de olho, colocando em pauta uma possível intervenção federal no governo do DF. Muitos parlamentares não gostam de ouvir falar nisso e defendem a livre sucessão do cargo de governador, assim como manda a constituição.

Com a saída de Leonardo Prudente (sem partido), Wilson Lima foi eleito por 15 votos para presidir a Casa. Desses, sete foram votos de parlamentares citados nas investigações de corrupção. Em seu terceiro mandato, Lima se elegeu em 2006 com 8.983 votos, a terceira menor votação entre os 24 deputados distritais. Consta ainda, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que sua campanha à Câmara Legislativa recebeu recursos do comitê de campanha de Arruda, candidato ao governo do DF.

Mas para evitar a intervenção, também prevista em Lei, a Câmara precisa mostrar que está trabalhando e investigando com seriedade todos os parlamentares citados no inquérito da Polícia Federal. De início, a base governista “arrastava” as comissões que julgavam o envolvimento de parlamentares e os pedidos de impeachment. Mas a intenção da oposição é correr com os processos de investigação, pedidos de impeachment e quebra de decoro parlamentar. Isso para evitar a intervenção federal, ou impunidade aos envolvidos, caso Arruda volte ao cargo.

A eleição do deputado Wilson Lima, aliado do governador Arruda, à presi-

20


Diante desse quadro, o PT considera que uma possível intervenção não ameaçaria a autonomia política de Brasília, sendo a medida saneadora no combate à corrupção no DF. O deputado Paulo Tadeu demonstra uma postura de descrédito em relação à investigação e punição por parte da Casa. “Estou pessimista com o Poder Legislativo. Pouco ou quase nada foi feito até agora no sentido de apurar as denúncias e punir os culpados”, afirma.

decoro parlamentar contra os deputados Eurídes Brito (DEM), Leonardo Prudente (sem partido) e Junior Brunelli (PSDB). Todos aparecem nos vídeos de Durval Barbosa recebendo dinheiro. Os processos foram abertos com os votos dos 21 parlamentares. Isso demonstra uma mudança de comportamento iniciada com a prisão do governador Arruda. Passageira ou não, o fato é que isso corrobora para que os processos de impeachment contra Arruda voltem a andar.

Porém, ainda precisam dar andamento à Comissão Especial e CPI, por onde tramitarão todos os processos de impeachment. “Nós esperamos que a Casa corresponda à crise, e deixe de fazer alianças cínicas com tudo que aconteceu. O Judiciário está assumindo a situação por incompetência da Câmara”, declarou o deputado.

Na semana do carnaval, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram, por unanimidade, quatro processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda. Falta agora a indicação do presidente para a CCJ. “Nós notamos mudanças de comportamento na base governista que se confirmaram hoje”, avaliou o líder do PT, deputado Paulo Tadeu.

Só na última quinta-feira foram abertos três processos por quebra de

21

“A prisão de Arruda fez desmoronar a sustentação do governador na Câmara Legislativa, o que piorou depois do pedido de intervenção federal no DF”, acrescentou o parlamentar. “A Câmara tem mesmo que mudar sua postura e deixar de se comportar de maneira lamentável, como estava fazendo. Assim, perde a oportunidade de se reciclar. Essa legislatura corrupta dará um triste fim aos trabalhos desse governo. A população precisa aprender a escolher de maneira diferenciada. Revendo a coligação e o partido, de seu candidato”, conclui. Resta agora observar se essa nova postura é realmente reflexo do fim da influência de Arruda, ou da pressão popular sofrida pelos parlamentares na proximidade da campanha eleitoral.


Economia Mauro Castro

Vai Melhorar 2010 chega com grandes esperanças nas finanças pessoais do brasiliense. Após um ano de intensa fuga da crise é possível perceber que os resquícios negativos são poucos. A cidade respira aliviada, apesar da consternação política que movimentou o fim de ano. Sai a crise econômica entra a crise política, e o que fica é a certeza de que vai melhorar. Só que a melhoria não é para todo mundo. O que não chega a ser uma má notícia. Para algumas pessoas, em matéria de dinheiro, nem a melhor economia do mundo pode ajudar. 2009 já fechou com recorde de cheques devolvidos e com um endividamento próximo a três mil reais. Foi uma apoteose do fim da crise. Todo mundo achou que podia gastar o que tinha e o que não tinha. O resultado não poderia ser outro, muita gente pendurada, com comunicados urgentes dos bancos solicitando que cobrissem o saldo devedor da conta corrente. Mesmo com espanto de muitos, a crise acabou, mas o assalariado continua com o mesmo poder de compra. Para as pessoas indisciplinadas 2010 vai piorar. Nem é preciso lembrar que o ano acolhe uma copa do mundo, eleições e muitos novos projetos para a cidade. Para essas pessoas a notícia de que tudo vai bem é uma verdadeira motivação para o consumo. Há uma crença de

que tudo será resolvido no futuro, mesmo que distante e mesmo que a um alto custo. Existem índices que apresentam o perfil evolutivo da maturidade socioeconômica de uma população. Para 2010 há uma expectativa de aumento destes índices: taxa de inadimplência, cheques devolvidos, volume de empréstimo pessoal e uso do cheque especial – que nos níveis atuais poderia indicar um clima de crise. É a situação positiva que cria os resultados negativos, para as pessoas com excesso de autoconfiança ou baixa responsabilidade, exagerarem na dose dos gastos. Em uma visão prática, com a economia crescendo e apresentando cenários positivos para o futuro, não haveria razões lógicas para comentar esses índices. No entanto, o que se vê é uma avalanche de pessoas inva-

22

dindo lojas, prestadores de serviços e outras ofertas sem qualquer cuidado com o orçamento pessoal. Para muitos nem há entendimento sobre o que é orçamento pessoal. 2010 vai melhorar para aquelas pessoas que sabem tirar proveito da situação positiva da economia. Utilizar bem o salário e ainda fazer poupança sinaliza um comportamento equilibrado e planejado. Não significa que seja errado usar cheque especial eventualmente, quando pequenos incidentes na vida levem a uma emergência. Bom senso em tempo de crescimento econômico leva a prosperidade. Aproveitar o melhor de 2010 é aumentar o patrimônio pessoal com imóveis e investimentos financeiros. Para quem quer, 2010 vai ser melhor.



Capa

Por: Flávia Umpierre, Luis Turiba e Sabrina Brito | Fotos: Flávia Umpierre e divulgação

A identidade brasiliense cantada no carnaval Mesmo sob problemática situação política, Brasília é destaque no carnaval. Enquanto escolas de Samba do Distrito Federal e de outros estados fizeram belíssimos desfiles em homenagem à cidade, o Pacotão, bloco de rua, se empenhou nas bem-humoradas críticas

24


Foto: Divulgação

Pacotão: muita alegria e irreverência no bloco mais tradicional de Brasília O Pacotão sai às ruas da Capital cantando marchinhas cheias de duplo sentido. Há 40 anos sobra gozação para tudo que enfeia e envergonha a cidade, principalmente os escândalos políticos. O brasiliense, ao contrário do que muitos imaginam é engajado até mesmo no carnaval, e se preocupa com o futuro de sua cidade. Um verdadeiro dia das bruxas. A incorporação daquilo que enoja e entristece. Os moradores da Capital saem travestidos de líderes sem pudor, que tentam fazer do povo, palhaços. Quem sai hoje no Pacotão carrega consigo o repúdio aos maus políticos, a corrupção e ao desrespeito com a população. As marchinhas são recicladas a cada ano e o que não falta são escândalos e falcatruas. Carregam faixas mal criadas e bem humoradas. Criticam e ridicularizam os maus governantes, que durante todo o ano ignoram a opinião do povo. Apesar de toda a temática política, o Pacotão é um bloco essencialmente familiar. Adultos, crianças e idosos brincam fantasiados de ladrões, com bolsas cheias de dinheiro falso e panetones. É o bom humor do brasiliense na sua essência mais politizada. No bloco é possível ver a tradição da inquietação passar de pai para filho. Esse ano não faltou inspiração. O atual escândalo político, o mensalão do DEM, deu pano para manga para os criativos compositores. “Ô seu Arruda, cadê o panetone? Lá em casa a dispensa está vazia, lá em casa todo mundo está com fome...” É assim que cantava Charles Preto, um dos fundadores e presidente – fictício - do Pacotão, cantando a marchinha “Panetone do Arruda”. Esta é apenas uma entre mais de oito letras inscritas para o concurso que decidiu o tema-enredo para o carnaval de Brasília em 2010. Entre as atrações do carnaval de rua, bandas e orquestras dos blocos Pacotão, Baratinha, Mamãe Taguá, Raparigueiros, entre outros. Fantasias, brincadeiras,

Pacotão na W3 pela contramão bonecos gigantes, axé, frevo, maracatu, afro e samba. Ao todo foram 32 apresentações de blocos em todo o DF. Segundo os organizadores, participaram do desfile pelas ruas da W3, pelo menos seis mil pessoas por dia. “Os preparativos dos blocos sofreram muito com a falta de recursos e o atraso nos repasses da verba do GDF”, desabafa Jean Costa, presidente da Liga dos Blocos.

em política. Cristina Ribeiro, 45 anos, é um exemplo. A dona de casa pula no bloco desde que tinha 17 anos. Ano sim, ano não, ela reveza os carnavais de rua da cidade. “Eu me divirto muito porque é alegria ao ar livre. É por isso que prefiro o Pacotão aos bailes dos clubes, por exemplo”, conta a moradora da Asa Norte, que espera o bloco passar por sua quadra para se juntar a festa.

Jean ressaltou que o carnaval de rua está crescendo, entretanto, pede por maiores participações da iniciativa privada. “As despesas do carnaval de rua são muito altas, precisamos de mais incentivadores já que o projeto tem a capacidade de gerar empregos, incrementar o turismo local e aquecer a economia do DF em diversos segmentos”, enfatiza. “Só fala mal do carnaval de Brasília quem não participa, pois oferecemos diversas opções, as pessoas que ficam aqui elogiam bastante o nosso trabalho”, conclui.

Cristina comenta ainda que é uma brincadeira tranquila e mais inocente que os outros carnavais. “Tem muita segurança e não tem briga. Vemos famílias inteiras fantasiadas, cantando e dançando sossegadas”, afirma, confirmando a estatística da polícia.

Jean disse ainda: “A segurança foi feita pela Policia Militar, que não deixou a desejar, tem sido muito boa durante as festas. O carnaval de rua do DF é muito tranquilo. Além disso, os blocos costumam contratar seguranças particulares”. Já para a criançada a PM sempre faz o serviço de identificação através de carteirinhas em diversos pontos da cidade. O que tornou a folia desse ano sem registro de ocorrência até o fim dos desfiles do bloco. Porém, nem todos os foliões do Pacotão são necessariamente interessados

25

Aos 68 anos, Vilma da Costa Durães não deixa de curtir a folia nem um ano sequer. A maranhense veio para Brasília nos anos 70, e sai no Pacotão desde sua criação. Nos últimos anos ela preferiu esperar o bloco na altura do shopping Pátio Brasil – ela e mais umas 200 pessoas – que esperam na sombra para encontrar com os foliões que percorrem a W3 desde a Asa Norte. Em meia hora de conversa com Vilma é possível traçar um paralelo entre os mais marcantes carnavais do Pacotão. Em 40 anos de história o bloco presenciou fatos decisivos na política nacional. Da ditadura ao mensalão do DEM, passando pela vaquinha de ouro do Roriz e a cueca cheia de dólares. Para Vilma, o carnaval mais marcante foi aquele em que a marchinha cantava críticas ao governo


Figueiredo. “Geisel você nos atolou. O Figueiredo também vai atolar. Ai atolá, Ai atolá! Venha nos salvar. Que esse governo já ficou... Gagá, gagagagiesel...”. O refrão acima marcou o início do Pacotão no carnaval de 1979 e virou o hino informal do bloco. No Brasil, o general João Figueiredo substituía Ernesto Geisel, na Presidência da República, a luta era para derrubar a ditadura. Mas para a jovem que passou dos 60, o que importa mesmo é a diversão: “Só vou para casa depois que acaba! Tenho uma turma de cinco amigos que encontro todo ano no pacotão. E já falei para todo mundo que só não venho ano que vem se eu estiver morta”, confessa Vilma.

A história do Pacotão O Pacotão foi criado no Clube da Imprensa, palco do nascimento dessa manifestação cultural que se transformou

em um dos cartões postais de Brasília. “Numa tarde qualquer de um sábado de verão de 1978, um grupo de jornalistas jogava conversa fora numa mesa do bar do Clube da Imprensa, recheada de garrafas e mais garrafas de cerveja, quando, no meio da conversa, alguém teve a ideia: vamos fundar um Bloco de carnaval - todos concordaram”, conta Charles Preto. Surgia aí, oficialmente, a Sociedade Armorial Patafísica Rusticana - o Pacotão, que desde então, contagia os brasilienses que optam por curtir o carnaval na Capital. Na cabeça desses fundadores, o Pacotão seria apenas um bloco de jornalistas que queriam se divertir no carnaval brasiliense. Longe das regras, da organização das Escolas de Samba e do carnaval oficial. “Como além de boêmios festeiros, eram politizados e tinham em diferentes graus, compromissos com a luta pela redemocratização do país, juntaram a essa ideia um toque irônico

de sátira política. Por isso, o objetivo do bloco é criticar a política e os políticos, seja de qualquer partido ou de qualquer governo”, explicou Charles. Segundo ele, existem várias versões para o símbolo do bloco. “Preferimos ficar com a oficial - uma tartaruga sacana, representando o ritmo da abertura pretendida por Geisel (lenta, gradual e segura, criação de Alexandre Lobão)”. No Pacotão os desfiles não têm hora certa e acompanham o ritmo do folião - sem pressa, com direito à pausa para descanso, e seguem pela noite com alegria. Como de costume, os foliões acompanham a “bagunça” pelas pistas das W3 Norte e Sul (como forma de protesto, o trajeto é feito sempre pela contramão), que atravessa todo o Plano Piloto. Serviço: www.ligadosblocos.com.br


O novo paradigma do samba carioca Brasília brilhou no Sambódromo

Muitos brasilienses torceram pela vitória da escola de samba. Primeiro, porque Brasília precisa elevar seu alto astral e seu valor. Os recentes escândalos políticos marcaram negativamente a imagem da Capital, que está acima de toda essa bandalheira e seu povo precisa se elevar. Não deu. A escola de samba ficou em terceiro lugar. O jurado castigou a escola em função dos escândalos dos corruptos. Tirou pontinhos aqui e ali. Muito bem, vida que segue. Venceu o bom senso e uma nova proposta de valor estético para o carnaval carioca.

A construção de um enredo Os carnavalescos da Beija-Flor, Alexandre Louzada, Bira e Fran Sérgio, foram recebidos em Brasília para conhecer todos os segredos da história da construção da cidade. Visitaram diversos lugares, do florido do cerrado ao Açougue Cultural T-Bone. Voaram de helicóptero, surfaram no Lago Paranoá, mergulharam em todas as dimensões da história da cidade. A comissão carioca veio também ouvir os sambas dos compositores de Brasília. Alguns deles, foram classifica-

Foto: Wallace F. Menezes

O cinquentenário de Brasília esteve presente no maior e mais brilhante espetáculo da Terra - o desfile das escolas de samba na Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro. A apresentação retratou a construção da nova capital, suas lendas e suas glórias, e foi assistido por mais de meio bilhão de pessoas em todo o mundo. A Beija-Flor emocionou com seu brilho, seu canto e seus encantos. Ao final, na Praça da Apoteose, o povo gritava: “É campeã! É campeã!”. Não teve choro nem vaias. O carioca soube separar a Beija-Flor do Governo do Distrito Federal, que patrocinou parte do desfile.

dos aqui e chegaram a ser cantados na quadra em Nilópolis. Comissões formadas por brasilienses também foram ao Rio inúmeras vezes. Puderam ver o quanto a Beija-Flor é uma instituição respeitável, grandiosa, socialmente integrada ao povo da Baixada Fluminense. O documentarista Maxtunay filmou tudo em todos os detalhes. Documentou os carros alegóricos ainda nas armações de ferro. A emoção da escolha do samba enredo, os ensaios na Sapucaí, a escola se preparando para o desfile. Mais de 20 horas de filmes. Poetas e moradores de Brasília ajudaram a construir o enredo deste ano da Beija-Flor de Nilópolis. "Brilhante ao Sol do Novo Mundo, Brasília: do sonho à realidade, a Capital da Esperança".

Instalações humanas substituem plumas e paetês Há três anos acompanhamos o trabalho plástico e evolutivo do carnava-

27

lesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca. Acabou o carnaval das plumas e paetês. Agora, vale o humano, a instalação de corpos, seus movimentos, suas cores. Surge um novo conceito de desfile e beleza para as escolas de samba do Rio de Janeiro. A Unidos da Tijuca vinha na cola deste campeonato há três anos. Venceu e mereceu vencer. Os demais carnavalescos terão agora que repensar suas propostas, seus conceitos, suas ideias. Valeu a beleza, a ousadia, a nova estética do samba carioca, que ganhou certo ar planetário e universal. Daqui pra frente o espetáculo do carnaval carioca tem novo paradigma. Viva a Paulo Barros e suas instalações humanas. A Beija-Flor falou de Brasília, mas de uma maneira antiga. A Grande Rio, vice-campeã, contou magistralmente a história do Sambódromo. Também nada de novo. Quem fez mesmo magia e diferença neste 2010 foi Paulo Barros e sua experimental Unidos da Tijuca.


Cidadania

Por: Flávia Umpierre | Fotos: Flávia Umpierre

Bordadeiras do DF buscam valorizar o cerrado por meio de seus trabalhos Elas bordam a diversidade de plantas e animais para aumentar a renda da família

Leila Muniz com o grupo de Samambaia Norte

A cada trabalho concluído nascem delicados símbolos da fauna e flora locais. Entre pontos cheios, correntes e rococós, árvores e bichos do cerrado tomam forma. São almofadas, toalhas e camisetas, colchas desenhadas em ponto matriz, haste, nozinho francês e ponto russo. As peças contam histórias de sertanejos e da vida no interior. Um artesanato colorido e cheio de vida. Cerca de 40 bordadeiras de Brazlândia, Candangolândia, Riacho Fundo, Sobradinho, Samambaia e Taguatinga, fazem parte do grupo ‘As Três Baianinhas’, formado em 2001. O nome surgiu do primeiro motivo bordado por elas, que adoravam bordá-lo. Com o tempo as senhoras foram

aprimorando sua arte e hoje são capazes de produzir trabalhos finos e bem acabados. A fundadora e designer do grupo, Leila Muniz, explica que existem muitos grupos de bordadeiras no Distrito Federal e que por isso é tão importante uma identidade: “São vários grupos produzindo coisas de qualidade. O que fazemos é justamente valorizar o que de mais bonito temos, buscando também um diferencial para o nosso trabalho”, explica. Leila morou 20 anos na Europa, onde deu início ao seu contato com o artesanato e já há alguns anos se dedica ao hobby de estudar o cerrado. O gosto a faz criar os desenhos da fauna e da flora para os

28

bordados, trabalho que já desempenhava no exterior. O projeto de bordar a fauna e flora do cerrado proporciona também ganho cultural para as artesãs. Muitas delas passaram a reconhecer e admirar plantas e animais que antes desconheciam ou ignoravam. O encontro do grupo principal das bordadeiras se reúne de 15 em 15 dias, na expansão da Samambaia Norte, onde cerca de 20 mulheres se reúnem para trocar informações e trabalhos. Tranquilas e concentradas, elas passam a tarde bordando e conversando, fazendo do trabalho uma terapia. Antes da criação do ‘As três baianinhas’ o grupo de Samambaia vivia


por mês com os bordados, sua única fonte de renda. Mas esse valor varia de acordo com o tempo e a disponibilidade de cada uma. “É muito trabalh e ,às vezes, chega a ser muito desgastante. Tem que ter muita disposição e gostar do que faz”, conta Ivonete.

da produção e venda informal de seus bordados, sem garantir uma margem certa de lucro. Muitas confeccionavam produtos sem acabamento e por falta de técnica, vendiam a um preço muito abaixo do mercado. Hoje elas são capazes de produzir grande variedade de peças finas e bem acabadas. Muito valorizadas e elogiadas no mercado. Boa parte das bordadeiras sustenta a família com a renda proveniente desse artesanato. Ivonete Lima da Fonseca, 27 anos, é casada, tem uma filha de seis anos e uma sobrinha de 15 que moram com ela. No grupo há quatro anos, é uma das que mais produz, chegando a ganhar R$ 650

O primeiro contato das senhoras de Samambaia Norte com o bordado ocorreu em um curso oferecido há 10 anos pelo Banco do Brasil juntamente com o SEBRAE. Francisca, 64 anos, foi uma das precursoras do grupo. Foi ela quem procurou o apoio de Leila Muniz para fundar o ‘As três baianinhas’. Casada, mãe de quatro filhos e dois netos, disponibiliza sua casa para as reuniões das amigas bordadeiras. “Somos um grupo muito unido, sempre nos ajudamos”, ressaltou. Para ela, as bordadeiras têm capacidade de expandir a produção e formalizar o grupo como uma associação. “Queremos também dar cursos. Lutamos para ter nosso trabalho valorizado e ganhar mais com o que fazemos”, afirma. Elas planejam também estabelecer pontos fixos de venda dos bordados, como lojas e feiras, para que as vendas se tornem mais constantes. Hoje o que produzem é vendido na feira permanente da Academia de Tênis de Brasília. Elas estão lá todos os finais de semana, das 17 às 22h. A organização estabelecida com a criação do grupo foi essencial para o ganho atual das participantes. Rosineide

Serviço: www.astresbaianinhas.com.br

29

Pinheiro, 28 anos, também do grupo da Samambaia Norte, é casada, tem quatro filhos e ajuda no sustento da família com o que ganha bordando. “Antes a gente vendia os bordados de porta em porta, por um preço que não dava para pagar o material que a gente gastava fazendo. Hoje recebemos por mês e às vezes, até antes de vender tudo”, comemora Rosineide. “Hoje eu ganho um salário mínimo, antes não conseguia ganhar dinheiro”, destacou Maria da Conceição. Ela está no grupo desde o começo e faz dos encontros de trabalho uma terapia. Ciça, como é chamada, teve câncer em 1997 e na época, os médicos recomendaram que ela se dedicasse aos trabalhos manuais. Treze anos depois, o bordado tem função essencial na vida da senhora de 49 anos. “Não tomo mais meus remédios, porque agora ocupo minha cabeça com o trabalho e as amizades que fiz aqui”.


Gente

Por: Edson Crisóstomo

Passando bastão

o

Chico Vigilante entregando a presidência do PT-DF a Roberto Policarpo, que garante levar o partido unido ao pleito de outubro.

Andréa Carvalho, Tâmara Almeida e Benigna Venâncio

Happy Birthday Para o aniversáio de Débora, os pais Tâmara e Antônio Almeida reuniram um imenso número de amigos.

Tâmara ladeada por Miranda Casto, sua filha e o marido Antônio Almeida Antônio Almeida, Tâmara, Débora e Rebeca

Política

Caixa Rápido

Pimenta no olho do outro é afrodisíaco...

Durval Barbosa e sua atual esposa, a empresária Kelly Melchior, aguardam a chegada da cegonha em breve.

Paulo Octávio, o primeiro a ser enganado

Com apoiadores de campanha (publicitários, empresários e arrecadadores) José Roberto Arruda divulgava pesquisas onde ele era imbatível como candidato do PFL (hoje DEM) na corrida ao GDF. Quando o candidato apresentado era Paulo Octávio a eleição ficava complicada para o partido. Sugeriam uma preferência de quase 20% a mais a favor de Arruda em relação ao seu, hoje, ex vice-governador. Na verdade, essa diferença não chegava a 5%. P.O descobriu isso alguns meses depois de eleitos, e naturalmente não engole o grupo de amigos de Arruda, e lógico alguns já fizeram parte e outros ainda estão no governo. Para dar veracidade à essas pesquisas, elas foram realizadas por um Instituto de pesquisa local e outro nacional.

30

Tá bem e vai melhorar

Essa é a leitura feita pelo Goldman Sachs, elevando a taxa de crescimento do Brasil para 2010 de 5,8% para 6,4%, assina Jim O’Neil economista chefe.

Claro Park Fashion

O Park Shopping realiza a 6ª edição do Claro Park Fashion entre os dias 08 e 12 de março. Por imenso interesse de produtores e público plugado em moda, Cilene Vieira, gerente de marketing, não tem duvida do sucesso dessa edição.


Grande Família Helena e Marco Assunção felizes por realizarem mais uma festa em torno da família. À esquerda envolvidos pelos netos e bisnetos, à direita os filhos Ivone, Susi, Mone, Marina, Ida, Mário, Marcelo e Renato Assunção.

Vai ou não vai?

Muito a comemorar Marisa Makiyama, Eduardo Vieira e Marcus Fabius Leal receberam 250 convidados em evento assinado por Renata La Porta e Ana Flavia Coelho, para apresentar a área de pronto atendimento do Hospital Santa Luzia que foi triplicada.

O casal Edlaine e Alexandre Costa em evento na Ciempre/Lago Sul. Após proveitosa experiência com a candidatura a distrital, ele vem recebendo pressão do PSDB nacional para lançar-se Deputado Federal pela legenda.

Geléia Geral Vai comprar uma cota?

A passos largos o segmento de consórcios experimentou um crescimento de 10,9% em relação a 2008, com destaque para o setor de imóveis.

Faturamento em expansão

Todos os segmentos ligados ao turismo estão com balanço muito positivo do ano que passou e aguardam para 2010 mais um incremento de no mínimo 10%. Sinal claro de que as classes C e D podem usufruir de férias fora de casa.

Para continuar rindo Os comediantes Welder Rodrigues e Ricardo Pipo, da CIA Melhores do Mundo, abrem temporada do Jogo de Cena 2010.

Super esperada, mas chegou... A exposição dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo chegou ao CCBB. “Vertigem” fica, no mês de março, de terça a domingo de 9h às 21h.

Passarela O esperado Capital Fashion Week chega com muitas novidades. É o que promete a inquieta empresária Márcia Lima. Vale conferir!

31


Cidade

Por: Mariana Rosa | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis

Melhorias ou promoção eleitoral? A Capital se transformou em um canteiro de obras. Motivos não faltam para a realização delas, o difícil é determinar a data para o fim dos transtornos

A comemoração dos 50 anos da cidade e a Copa do Mundo em 2014 foram um incentivo a mais para dar início às inúmeras obras em Brasília. São 2.034 intervenções que o Governo do Distrito Federal - GDF, a secretaria de obras e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital - Novacap estão fazendo. São intensas as transformações nas vias de trânsito: reforma dos principais monumentos e ações tapa buracos. “Nunca antes na história do DF tivemos tanta melhoria na área viária”, admite o secretário de obras, Jaime Alarcão, adaptando o bordão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Linha Verde, na EPTG, Estrada Parque Taguatinga, irá encurtar em até 30 minutos a distância do Plano Piloto. Serão seis faixas, uma exclusiva para ônibus e outra para bicicletas. Entretanto, as modificações no trânsito têm gerado transtorno para quem passa pela via diariamente. A funcionária pública Juliana Nunes, 26 anos, moradora do Guará, lembra: “era uma sexta-feira, por volta das 23 horas e ao voltar para casa fiquei

32


sim de asfalto e de transporte. Mas, principalmente, de lazer no final de semana”, ressaltou. Nesse ponto entram: a revitalização da Torre de TV, orçada em R$ 33 milhões, divididos entre a recolocação da Feira de Artesanato, a estrutura física da Torre e as novas fontes luminosas. A Torre Digital, que além de ser um monumento de Oscar Niemeyer no Setor Colorado, irá melhorar o uso da nova tecnologia para televisão e rádio. O Beira Lago, integrante do Projeto Orla, será uma espécie de novo Pontão do Lago destinado ao mercado gastronômico de luxo próximo a Ponte JK. A reforma da Catedral, um forte pedido dos católicos de Brasília, terá as duas camadas de vitrais trocadas. Quem vem de outros estados acaba se assustando um pouco com o cenário. O gerente comercial Fabrício Ronconi, 24 anos, é de Pindamonhangaba, interior de São Paulo e mora em Brasília há seis meses. “Eu já esperava que algumas reformas começassem, afinal, estamos em ano de eleições. Quanto às obras referentes aos 50 anos, elas são importantes. Vamos atrair os olhos do Brasil e precisamos passar uma boa imagem”, opina.

mais de 40 minutos simplesmente parada na via. Ninguém se mexia desde a passarela da Octogonal”. Este relato faz parte da realidade de muitos brasilienses e é apenas um dos longos engarrafamentos causados pelo fechamento de faixas próximas ao viaduto em construção, no Setor de Indústrias e Abastecimento. “Eu sei que vai ficar bom quando terminar, mas por enquanto é o caos” desabafou Juliana.

Entretanto, o aniversário da cidade é dia 21 de abril e até essa data, apenas o Projeto Orla está com a inauguração agendada. O motivo do atraso das outras mais uma vez foi a chuva. “A grande maioria ficará pronta ainda esse ano. Mas algumas, por serem de grande complexidade ficarão para os próximos governos finalizarem”, ressaltou o secretário Alarcão.

Estaria pronta em abril, mas a nova EPTG será conhecida apenas em junho. A culpada pelos atrasos foi a chuva. A ação tapa buracos, um pedido de todas as comunidades, também atrasou devido a este fator. Segundo o secretário, “as pessoas querem asfalto porque ele representa qualidade de vida. Não tem lama nem poeira, o ônibus passa, o carro da polícia chega”. Para os representantes do GDF, a principal conquista dessas obras foi ter transformado a invasão da Estrutural em cidade. Com o asfalto vieram as escolas, o restaurante comunitário, e em breve, a vila olímpica.

Entre os projetos que não serão finalizados está o do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a reforma do Estádio Mané Garrincha e a nova Rodoviária do Plano Piloto. Essas três últimas obras possuem um ponto em comum: visam receber bem os turistas durante a Copa do Mundo de 2014 e, portanto, não são emergenciais. “A menina dos olhos do governo, o VLT, junto com a revitalização da W3 Sul, transformarão o DF em uma comunidade com melhor gerando qualidade de vida”, afirmou o secretário de obras.

Do outro lado da cidade, na DF-150, que liga o Balão do Colorado ao Setor Habitacional Fercal, o secretário ressalta ser uma transformação ainda maior que na EPTG. “Ali a questão é comercial. Existem muitas fábricas de cimento na região, por exemplo, e caminhões de carga passam a todo instante seguindo até Formosa, Goiás. Além dos 20 mil carros diariamente que vêm dos condomínios”. Há mais de um ano em andamento, a via ainda não tem previsão de término. Problemas judiciais com os moradores locais que se recusaram a sair das casas próximas atrasaram as obras.

Duplicação da BR 020 - Sobradinho

50 anos Brasília completar meio século de existência foi um incentivo para que os monumentos, há mais de 12 anos sem conserto, fossem repaginados. Para o secretário de obras, melhorar a aparência deles aumentará a qualidade de vida da população. “Os brasilienses precisam

33




Educação

Por: Milena Pimenta | Fotos: Divulgação e Luciana Vasconcelos Reis

Método inovador de ensino une música e educação Escola infantil bilíngue é referência em qualidade e bom atendimento aos pais e alunos A educação infantil é um pré-requisito para uma boa educação e a alfabetização o ponto de partida para toda a saga educacional, por isso deve ser bem feita. Não é à toa que as escolas infantis além de estarem em alta, trazem cada vez mais novidades.

A escola é um centro educacional internacional, que possui três programas distintos por faixa etária. O primeiro é o pré-escolar, antes da alfabetização, entre dois e quatro anos. Esta etapa é de extrema importância, pois as crianças passam por um processo de assimilação, compreensão e consolidação da segunda língua. Desta forma passam a aprender o idioma separadamente e de modo natural, simulando o que ocorre em uma família bilíngue com pais que falam dois idiomas.

E pensando nos pais que podem proporcionar o melhor para seus filhos a pré-escola Affinity Arts, no Lago Sul, inovou o sistema educacional unindo o ensino a música. A instituição proporciona aos alunos de dois a dez anos uma educação sólida e estruturada.

Para a instituição quanto mais os sentidos forem estimulados, mais a criança reage a estes estímulos. Automaticamente, melhor será sua base para os estudos acadêmicos e para seu raciocínio abstrato. “O programa de música é inédito. São aulas de musicalização onde é feito um ensino de ritmo e solfejo, permitindo o desenvolvimento do ouvido musical nas diferenciações entre notas musicais através de gestos com as mãos (método Kodály)”, explica a Coordenadora Pedagógica da Affinity Arts, Karem Von Frasunkiewicz.

Quando está aprendendo a ler, a criança precisa identificar os sons e a música ajuda no desenvolvimento dessa percepção auditiva. O método utilizado pela escola explora o ritmo da leitura, que é aperfeiçoado na música. Mas não é só pela música que a escola se destaca. Ela também educa por meio da arte, e do ensino bilíngue e mostra seu diferencial com atividades que envolvem inglês, português, literatura, teatro, artes e a psicomotricidade básica, além de proporcionar interação com instrumentos como violino, piano entre outros.

As crianças cantam em ambas as línguas, ajudando a desenvolver as corretas entonações. Karem afirma que a

Alberto, Andrea e sua filha Victoria Goulart

36


música é uma ferramenta de aprendizado linguístico de extrema eficácia. “Muitas vezes os alunos cantam em inglês primeiro antes de falar. Tudo isto ocorre com o acompanhamento de um pianista e professores mestres na música”, conta. A fórmula mágica é a junção do programa de música e artes plásticas. Os alunos passam a desenvolver suas habilidades diariamente através das artes, obtendo resultados espetaculares, pois as múltiplas inteligências das crianças são estimuladas. Também por meio da música as crianças desenvolvem noções matemáticas, ciências, coordenação motora fina e grossa, compreensão temporal e espacial, aquisição de linguagem e uma série de conteúdos indiretos da forma mais natural. Segundo o advogado e consultor legislativo Adalberto Nader, pai de Victoria Goulart Nader, de três anos, essa experiência na pré-escola é única. “A proposta de ensino lúdico de inglês

aliado ao contato diário das crianças com instrumentos musicais os mais diversos proporciona maior rapidez no aprendizado”, afirmou Adalberto. Para ele e a esposa, Andrea Goulart, as atividades artísticas ao som de música clássica, a atenção e o carinho da equipe conquista a todos. “Testemunhar o enorme sorriso estampado no rosto de nossa filha e sentir o progressivo ganho na sua segurança individual é maravilhoso. A naturalidade e desenvoltura ao ouvir e tentar falar o Inglês, além do enorme gosto que ela vem adquirindo pela música, aos três anos de idade, não tem preço”, destacou o pai, cheio de orgulho. “A música traz júbilo ao coração das crianças, esse gosto e amor pela música trazem o entendimento e apreciação pelas artes como um todo, pois sensibiliza as crianças em situações cotidianas, umas com as outras, e também em grandes questões da vida”, conclui a pedagoga da escola, Suzanne Von Frasunkiewicz.

37

Ela completa explicando o quanto o método é importante: “É o aprendizado de uma segunda língua. “Mesmo sem falar ainda, as crianças conseguem cantar com facilidade em outro idioma, mas claro que também usamos canções folclóricas brasileiras pela mesma razão de desenvolver a língua portuguesa”, conta. Serviço: SHIS QI 9 Conj 16 Cs 7 - Lago Sul (61) 3248.2966


Tecnologia

Por: Ana Helena Melo | Fotos: Divulgação

Revolução tecnológica ao alcance de todos Empresa viabiliza a popularização da tecnologia GPS na Capital Federal violência. Para se precaver, as pessoas investem cada vez mais em equipamentos que proporcionam maior segurança. Nesse sentido, a tecnologia GPS é uma grande aliada, pois permite a exata localização de pessoas, objetos e veículos, em tempo real. Ao instalar um rastreador GPS em veículos, por exemplo, a probabilidade de um automóvel roubado ser encontrado é de praticamente 100% e em tempo recorde. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF, Wellington Luiz, afirma que já houve vários casos em que veículos foram recuperados rapidamente e os criminosos foram presos por ainda se encontrarem de posse daquele bem: “Sem dúvida a tecnologia GPS é uma grande aliada da Segurança Pública. Recomendo o uso desse equipamento, pois além de facilitar a ação policial, permite que os proprietários de automóveis não tenham que desembolsar dinheiro para comprar outro veículo ou pagar franquias de seguros, sem contar o desconforto de ficar sem seu meio de locomoção”.

Graças à presença de um rastreador, um veículo furtado no Gama pôde ser recuperado em menos de 24 horas, além de todos os pertences da vítima, que estavam dentro do carro. Eis uma das aplicações da tecnologia GPS (sigla proveniente do nome em inglês Global Positioning System), que chega de uma vez a Brasília e oferece, a preços acessíveis, não só aparelhos modernos, mas segurança, comodidade e economia. A popularização da tecnologia no DF veio como resultado da iniciativa do empresário Tiago Brom Ferreira, que há cinco anos criou a Robotron Automação e Tecnologia, uma pioneira do segmento. Em 2010 a empresa comemora a disseminação de um senso acerca da tecnologia GPS por todas as esferas da sociedade brasiliense e a consolidação de um mercado que hoje tem acesso a softwares e aparelhos de ponta a preços acessíveis.

Pensando na segurança dos milhares de motoristas da Capital e do país, a Robotron Automação e Tecnologia lançou o Rastreador TRK, ideal para qualquer tipo de veículo, seja particular ou frotas. Instalado em local escondido permite monitorar o veículo 24 horas por dia. O monitoramento é feito pela internet, por meio de senha. Assim, é possível verificar a velocidade em que o carro está trafegando, o histórico de percursos, checar se o carro está ligado ou não, em movimento, entre outras informações.

Tecnologia GPS auxilia na Segurança Pública É difícil encontrar alguém que nunca tenha sido vítima de assaltos, roubos ou qualquer outro tipo de

Um dos itens fundamentais do Rastreador TRK é

38


o botão de pânico, que ao ser acionado, a central de monitoramento Bsb Track, localizada em Brasília, imediatamente entra em contato para tomar as providências cabíveis. Ou seja, são inúmeras as utilidades desse equipamento com a tecnologia GPS que trazem segurança e tranquilidade para seus usuários. Além disso, a Bsb Track oferece serviços de logística gratuitos, que podem ser programados pelo proprietário, como delimitação de área, percurso e limite de velocidade. Ou seja, caso o motorista se desvie da rota designada, saia da área demarcada ou exceda a velocidade, o proprietário recebe um aviso por e-mail. Tudo isso por apenas R$ 90 por mês.

GPS para iPhone com vantagens características do Lince como: ajustar tempo de aviso do sinal luminoso e sonoro, ou seja, o usuário escolhe o tempo para que o alerta apareça, independente da velocidade do veículo, é possível também ajustar o volume do beep, conciliando o volume do aviso sonoro com o volume de sua música. Outro benefício do Lince é a informação sempre precisa sobre a distância que falta para chegar até o ponto registrado.

A mais recente novidade da empresa é o software Lince GPS para iPhone, que avisa o usuário, por meio luminoso e sonoro, da aproximação de pardais e barreiras eletrônicas. Este, já é um sucesso. Mais de 10 mil pessoas baixaram o software por meio da App Store ou iTunes e hoje dirigem com tranquilidade pelas ruas do DF e de todo o país. Os pardais e barreiras eletrônicas que chegam a mais de 700 somente no DF e aproximadamente oito mil em todo o país são previamente marcados pela Robotron e disponibilizados mensalmente pelo site da empresa: www.robotron.com.br.

A boa notícia é que para ter toda essa comodidade e rodar tranquilo pelas ruas e cidades do Brasil o cliente instala o Lince GPS em seu iPhone a custo zero por 30 dias, pelo iTunes (veja o link de acesso no site: www. lincegps.com.br/celulares ou diretamente do iPhone, ao acessar App Store e buscar a palavra “Lince”). Após o período de testes, pelo próprio iPhone, caso fique satisfeito com o serviço, é possível fazer a assinatura anual, no valor de R$ 130.

Por meio de uma interface fácil e intuitiva, o Lince GPS permite também que o usuário do iPhone marque pontos de acordo com sua conveniência, como buracos, quebra-molas, faixas de pedestre, entre muitos outros. Além disso, o aparelho funciona como um computador de bordo, registrando a velocidade média, máxima, latitude, longitude, entre outras funções.

Vale ressaltar que o LINCE GPS – Sinalizador de Pontos Lince GPS é um equipamento utilizado em várias capitais do país e está totalmente dentro da lei, de acordo com a Resolução 242 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Ao instalar o Lince GPS no iPhone o cliente conta

Serviço: Robotron Automação e Tecnologia (61) 3962.9350 SRTVN Qd. 701 Conj. C Sl. 536/537 Ala A Ed. Centro Empresarial Norte – Asa Norte www.robotron.com.br

39


Cotidiano

Por: Cíntya Feitosa e Juliana Mendes | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis e Wesley Mcallister

Cafeterias se modernizam e ganham espaço na capital do Brasil Com cardápios variados e ambientes agradáveis, as cafeterias conquistam os brasilienses

O café se tornou conhecido na Europa no século 17. Viajantes que vinham do Oriente Médio traziam a iguaria. Numa época em que os pensamentos afloravam e as mudanças corriam depressa, as cafeterias surgiram como ponto de encontro de artistas, intelectuais, mercadores e banqueiros. Era

a nata da sociedade, de onde as ideias surgiam. Ainda hoje os cafés são locais associados à cultura e inteligência. O requinte e a qualidade desse ramo estão cada vez mais presentes em Brasília. Em 1996 o italiano Antonello Monardo trouxe para a Capital uma grife de cafés especiais. Premiado com medalha de ouro pelo International Coffee Tasting 2008. Além de um ambiente agradável e sofisticado, Antonello, oferece muito mais que saborosos cafés. Na cafeteria, ele também releva alguns dos segredos da bebida que encanta gerações sem perder o charme. Basta participar do curso de barista que a empresa oferece. E as cafeterias de Brasília estão combinando requinte com modernidade. Em funcionamento desde novembro de

2009, a cafeteria e bomboniere Art Café et Chocolat, no Sudoeste, é uma das alternativas. Com produtos de qualidade e certificação a empresa caiu no gosto dos brasilienses. O café vem de Guaxupé, uma cidadezinha no interior de Minas Gerais. Os bombons, de Gramado, no Rio Grande do Sul. Além do espaço aconchegante e atendimento personalizado, a casa oferece os pedidos tradicionais e uma variedade de drinks exclusivos. Sem contar os lanches. A empresa tem ainda, licores e bombons para venda. “Nós oferecemos uma loja diferenciada para um público de perfil diferenciado”, diz Raphael Pinho, proprietário e mâitre do café. De acordo com Pinho, o local está aberto para quem quer mergulhar na leitura. Junto com o café, são servidas deliciosas pastilhas de chocolate. O proprietário está ampliando o espaço com revistas para os clientes que desejarem passar mais tempo lendo ou estudando. Pertinho dali, também no Sudoeste, a Torteria di Lorenza tem o ambiente

Nós oferecemos uma loja diferenciada para um público de perfil diferenciado

O que antes era sinônimo de café da manhã, hoje vai além e lembra happy hour com os amigos. Mesas bem postas, decoração perfeita, trufas, salgados, som ambiente, e claro, um bom café. Esse é o lugar perfeito para encontrar amigos, ter novas ideias e mergulhar em uma boa leitura. Se você pensa que é preciso ir muito longe para encontrar ambientes assim, enganou-se. Brasília tem cada vez mais opções para quem busca esse espaço.

40


das tradicionais confeitarias européias e de cidades brasileiras mais antigas e tradicionais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Com uma infinidade de tortas e doces, o local é perfeito para uma boa conversa com amigos no fim da tarde. Você também pode desfrutar das delícias nas lojas da Asa Sul e da Asa Norte.

rada a Estação dos Pães. Um espaço rústico, rodeado de plantas e que chama a atenção de quem passa pela comercial da 116 Norte. Sua beleza e tranquilidade são inegáveis. Ao entrar no local os clientes são conquistados com simpatia, um belo cardápio e ótimo atendimento.

“O espaço está ai, é agradável e as pessoas gostam”, afirma Edimir Passos, proprietário da Grão Mestre Cafeteria. Mais uma opção para quem busca um lugar tranquilo para tomar café e se distrair lendo uma revista. Há seis anos na 207 Sul, a Grão Mestre já conquistou sua clientela e há três meses lançou uma novidade: serve grelhados e saladas no almoço. Uma mostra de que os empresários do ramo, em Brasília, estão inovando.

Apesar do nome, é um lugar diferente que pretende atender e agradar os diversos públicos, desde os que passam rapidinho para tomar o café da manhã ou o lanche da tarde até aqueles que querem se distrair com os amigos após um longo dia de trabalho. A Estação dos Pães está oferecendo também Happy Hour. E a ideia dos proprietários, Sandra e Valdeci Fernandes é ir além. Em breve, os fanáticos por futebol poderão ainda assistir aos jogos em uma TV de plasma e tomar aquele chopp gelado.

Esses recantos têm se adequado à modernidade e ganhado espaço na Capital. Há quatro meses, foi inaugu-

Serviço: Art Café et Chocolat CLSW 105 – Bl. C – Lj. 104 – Sudoeste (61) 3234.0206 artcafeetchocolat@terra.com.br

Estação dos Pães CLN 116 – Bl. F – Lj. 61 – Asa Norte (61) 3964.3016

Torteria di Lorenza CLSW Qd. 303 Bl. B Lj. 16/21 (61) 3344.4600 www.torteriadilorenza.com.br

Grão Mestre CLS 207 – Bl. C – Lj. 03 (61) 3242.9491 graomestre@graomestre.com.br

41


Planos e Negócios Alex Dias

Brasal e Coca-Cola se unem para homenagear os 50 anos de Brasília

candangos pioneiros em Brasília. A carreata saiu do Eixo Monumental pelo Plano Piloto e cidades satélites.

A Brasal Refrigerantes, ramificação da empresa referência no ramo automobilístico, se uniu à Coca-Cola Brasil e promoveu, um grande evento para homenagear Brasília.

Serviço: Brasal Refrigerantes: 3356.9999 www.brasal.com.br

O evento contou com a presença de empresários e autoridades, executivos da Brasal e da Coca-Cola Brasil. Entre as ações para homenagear os 50 anos da cidade, foi apresentada a lata de Coca-Cola comemorativa. Houve também um desfile de 50 caminhões envelopados com fotos de Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e dos

Construtora IPE OMNI A IPE OMNI, uma das incorporadoras e construtoras líderes no mercado de Brasília, é referência de qualidade, eficiência e profissionalismo. Em 1997, através de uma parceria entre duas importantes empresas, a Construtora Ipê, pioneira no setor imobiliário da Capital e a OMNI, tradicional precursora no setor de tecnologia da informação foi criada a IPE OMNI. O alto nível técnico e a excelente qualidade dos produtos e serviços foram atestados pela ICQ BRASIL com a Certificação do PBQP-H Nível A, motivando a alcançar padrões de excelência cada vez maiores. O esforço em sempre realizar um trabalho acima da média, foi reconhecido também por meio do Prêmio Construir Brasília em 2007. Já em 2008, o premio veio

pelo melhor Faturamento anual na Categoria de 10 a 40 milhões na modalidade de Construção Residencial 01 Quarto. Serviço: SIA Tr. 3 Qd. 02 Lts. 2010/2020 2º andar 3462.8900 / 3462.8902 www.ipeomni.com.br


Tradição e sofisticação do café de Antonello Monardo

la de Gastronomia de Brasília. As aulas serão no dia 05 e 06 de março. O curso não se restringe a chefs, mas a todo amante do inconfundível sabor do café.

O italiano que vive desde 1992 em Brasília, fixou aqui sua marca e indústria referência no ramo do café. A grife Café Expresso Antonello Monardo seleciona os melhores grãos produzidos no Brasil, além de comercializar o mais fino café para as maiores cafeterias da cidade.

Serviço: Parlando Italiano – Escola de Gastronomia de Brasília SCS - 201 Sul - Bl B - Lj 9 (61) 3425.3566 / 9971.7349 www.monardo.com.br

A figura de Antonello representa o resgate da cultura do café no Brasil, unindo novamente brasileiros e italianos ao apresentar o café nacional, processado em máquinas italianas, como um dos mais apreciados do mundo. Ele é delegado da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria. Torrefador de café gourmet e especiais, ganhador da medalha de ouro do International Coffee Tasting 2008. Antonello Monardo abre novas turmas para o 34º Curso de Barista de Brasília, na Parlando Italiano, Esco-

Virtual Imobiliária Uma história de sucesso de quase 50 anos. A empresa especializada em assessoria de transações imobiliárias realiza excelente trabalho em Brasília e em outros estados. A experiente equipe desenvolve métodos diferenciados: marketing aprimorado e moderno, baseado nas grandes organizações do segmento. Trabalham com locação e vendas de imóveis residências, comerciais e rurais, oferecendo consultoria, intermediação e pesquisas de propriedade. Serviço: SRTV Sul – Qd. 701 – Bl. O Sl. 495 Ed. Multi Empresarial (61) 3322.6644


Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Ele chegou para ficar Moderno e tecnológico, o novo Doblò 2010 promete agradar aos proprietários mais exigentes do mercado automobilístico A Fiat inovou com o lançamento da nova versão da sua van mul-

tiuso. O novo Fiat Doblò 2010 ganhou visual mais moderno e opção de motor 1.4. A nova versão é composta por seis modelos – quatro de passageiros (responsável por 60% das vendas, e agora com sete assentos) e dois de carga – com a motorização de 1.4 ou 1.8 Flex. Além do visual, o veículo ganhou 85 cv de potência (100% gasolina) e 86 cv (100% álcool). O propulsor é para as versões 1.4, Cargo e ELX. O visual do Doblò que já dividiu a opinião dos consumidores ganhou com a nova linha, um “corpo” com aspecto mais imponente, principalmente pelas alterações dianteiras. Novos faróis, o para-lamas mais acentuado e o conjunto de para-choques compõem o novo estilo da família Fiat, desta forma, todos os carros da marca por mais diferentes que sejam, terão uma mesma identidade. A versão Adventure, a mais vendida (55% da preferência do público), ganhou um novo suporte para o estepe, além de faróis com um par de máscaras negras.

44


A reformulação do automóvel não aconteceu apenas no exterior, o grande orgulho da Fiat encontra-se no novo espaço interno, que visa o conforto e a funcionalidade do veículo. Colunas revestidas, computador de bordo, display digital, contagiros, marcador gradual de temperatura, novo quadro de instrumentos, painéis dinâmicos nas portas são apenas alguns dos inúmeros destaques oferecidos pela nova linha. Além do motor 1.4, a gama 2010 do Doblò oferece um sexto banco suplementar para as versões ELX, HLX e Adventure Locker, que pode ser rebatido caso o usuário necessite de mais espaço para as bagagens. As características multiuso do novo Doblò são tantas que tornam o modelo uma ameaça a outras marcas do mercado automobilístico. Reúna a família, pois a diversão e espaço estão garantidos!

O invejável modelo Europeu Ficou impressionado com os novos recursos do Doblò 2010? Na Europa a linha não para de inovar. Para aumentar os adeptos da marca no Velho Continente, a Fiat apresentou na Itália a segunda geração do modelo: Em uma plataforma inovadora, uma das maiores características são os faróis dianteiros com formato irregular e a linha de cintura em diagonal, recurso semelhante ao do recém-lançado Kia Soul.

aspectos, traz um novo motor 1.3 Multijet de 90 cv a diesel, com menor nível de emissão de CO2, que futuramente será substituída pelo “Natural Power” biocombustível (gasolina e gás metano).

Com inúmeros recursos, o Doblò europeu dispõe do sistema "hill holder", que segura o automóvel nas saídas, em subidas quando o motorista tira o pé do freio, airbags frontais, freios com ABS, sistema de distribuição de frenagem (EBD) e de tração (ESP), e "Start&Stop", que desliga o motor automaticamente quando o veículo para, reduzindo a queima de combustível e as emissões de CO2, e muito mais. Consciência ambiental aparentemente define a nova linha, que entre outros

Serviço: ESAVE Aeroporto (Lago Sul) (61) 2195.2111

45


Vida Moderna

Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Evandro França

Bijuterias? Não. BIOJOIAS! Reconhecida internacionalmente, designer transforma sementes nacionais em joias que arrebatam fãs aqui e no além-mar Em um mundo globalizado, a moda, os objetos e costumes tendem a ficar cada dia mais homogêneos e impessoais. Na contra mão dessa produção em série, a empresária Suzana Rodrigues produz um artesanato completamente original: biojoias confeccionadas com sementes brasileiras. Os acessórios, já fazem parte do look de dezenas de celebridades que desfilam pelos tapetes vermelhos exibindo colares, pulseiras, brincos, bolsas e carteiras. Tudo com muito glamour e sofisticação, detalhes que somente as grandes marcas oferecem.

a atividade sem grandes pretensões: “Em 2002, estava desempregada e não dava para ficar parada. Então comecei a produzir bijuterias para ajudar no orçamento familiar, mas até então, eram peças com matérias-primas industrializadas. Meu primeiro experimento com sementes foi um cinto feito com tento, recolhidos do chão de nossa fazenda por meu pai. Quando mostrei o acessório que fiz com elas, ele disse: “Danada, você faz arte de tudo”. A partir daí, despertei para este universo maravilhoso e que está tão pertinho de nós”, ressaltou Suzana.

Criadas a partir de matérias-primas naturais ou recicladas e de acordo com critérios de responsabilidade sócio-ambiental, cada biojoia é cuidadosamente pensada e elaborada pela talentosa artista, que iniciou

A trajetória desta guerreira foi lapidada por muita perseverança e superação: “Não foi fácil definir com quais sementes poderíamos continuar trabalhando, pois foram muitas descobertas e muitas decepções”, destacou Suzana, que diz ter aprendido muito ao longo do tempo: “Comecei tímida, mas com vontade. Aproveitei o dom que Deus me deu e hoje colho frutos desta persistência. Nossas peças conquistaram não só os brasileiros, mas o público internacional em países como os Estados Unidos e outros tantos da Europa. Isso é gratificante!”

Crescimento e ação Social A empresária é criativa e vê beleza em praticamente tudo. Dois meses depois de descobrir o universo rico e surpreende das sementes, ainda em 2002, Suzana se ofereceu como voluntária, para dar um curso de produção de bijuterias às detentas da Penitenciária Feminina de Brasília. No primeiro mês, participaram 12 detentas e rapidamente foi necessário criar outras turmas, pois os bilhetes das internas pedindo que ela ampliasse se avolumavam. Durante os quatro anos em que continuou ministrando aulas e trabalhando em sua oficina dentro da penitenciária, mais de 300 mulheres se profissionalizaram, receberam de acordo com sua produção e tiveram ainda, a cada dia trabalhado um dia a menos na prisão. “Foi um grande prêmio, pois pude realizar o projeto em sua totalidade, dando emprego

46


para algumas delas na minha empresa, quando libertas”, concluiu. A ebulição de criatividade e a garra ímpar fazem Suzana enxergar peças e acessórios quando estes estão ainda informes e não têm valor algum: “Costumo olhar para tudo como se estivesse com uma lupa, sempre vejo mais do que a primeira impressão me impõe. Busco a riqueza natural, impensada e ao mesmo tempo ignorada”, afirmou entre sorrisos. Com simpatia e ‘dedos de Midas’ transforma não só sementes, mas madrepérolas, escamas de peixe, chifres, fibras, casca de coco e lacres de latinhas em peças únicas, de beleza inconfundível, alta qualidade e extrema originalidade. Não é à toa que as sementes depois de tratadas deixam o simples status de grão e alcançam o patamar de joias, conquistando os mercados da Espanha, Alemanha, Suiça, Dinamarca, França, Itália e Estados Unidos. O fato comprova mais uma vez que os empresários que apostam no artesanato como importante indústria cultural tendem a crescer cada vez mais. Principalmente se agregado a essa valorização artesanal houver consciência ecológica. Nossa heroína, legitimamente brasileira, contribui também com um mercado formal responsável pelo sustento de comunidades indígenas que oferecem a matéria-prima de forma sustentável ao meio ambiente. Neste ciclo, pais e filhos agregam trabalho e renda. Participam ainda da atividade sócio-ambiental, as comunidades ribeirinhas e os caboclos, que também descobriram esta fonte de renda. A empresária fala com orgulho da parceria: “Estou feliz com a troca, eles já

são nossos fiéis fornecedores. O objetivo é incentivar a prática do artesanato, que significa sustento para inúmeras pessoas e de quebra, mostra o que há de melhor da nossa rica terra brasileira”. Ressaltou cheia de entusiasmo.

Sucesso é consequência! Segundo pesquisa realizada recentemente pela britânica Taylor Nelson Sofres – TNS, terceiro maior grupo de pesquisa sobre hábitos do consumidor, as empresas que têm responsabilidade ecológica, são as preferidas dos consumidores, mais de 50% deles optam por produtos reciclados - ecologicamente corretos. Já que está na moda se preocupar com o meio ambiente, a iniciativa de valorizar o que é nosso tende a aumentar. Entre as sementes de tento, jarina, açaí, jupati, fibra de patauá, babaçu, paxiubão, baru e tucumã, a beleza do Brasil é propagada aos quatro cantos. Com raça, criatividade e muita disposição, Suzana saiu na frente criando, produzindo e reaproveitando. A designer já teve seus produtos expostos durante três meses no “Grand Palais”, em Paris, ocasião em que seu trabalho foi destaque no jornal Le Monde. A exposição fez tanto sucesso que a empresária foi convidada para uma exibição individual na Embaixada do Brasil em Roma. O evento foi noticiado no jornal Corriere Della Sera. A artista também representou o Distrito Federal na mostra do Ano do Brasil na França e participou ainda do “Salão Internacional de Produtos Naturais” em Bologna. Recebeu o “Selo Internacional do Consórcio de Tutela do Trabalho

Justo, Ético e Solidário de Milão” e participou do Salão Internacional de Moda de Madri. Mas não para por aí, desde maio de 2009, suas peças entraram para a lista de produtos oferecidos nas renomadas lojas do MoMA, em Nova Yorque. Serviço: Suzana Rodrigues CLS 115 Bl B Lj 10 - Asa Sul (61) 3245.8250 www.suzanarodrigues.com.br biojoias@suzanarodrigues.com.br artebrasilsementes@hotmail.com


Esporte

Por: Sabrina Brito | Fotos: Estúdio Dephot

Brasília tem um representante de peso no Triathlon juvenil:

Paulo Maciel

A Capital está repleta de atletas que colecionam títulos e lutam por um espaço nas Olimpíadas, mas a garra e a dedicação destes jovens ainda não são o suficiente. É preciso recurso e patrocínios. A bolsa atleta faz toda a diferença na hora de seguir em frente e representar o país

Próximo ao Pontão do Lago, mesmo sob céu nublado e tempo chuvoso, o incansável e jovem atleta Paulo Roberto Maciel repete exaustivamente o mesmo movimento. “As competições exigem um percurso de 1.500 metros de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida”, diz. A persistência e disciplina do menino com pernas compridas e músculos bem definidos vão além dos limites do corpo, atravessando obstáculos em busca de um sonho: “Quero ser um Campeão Olímpico”, ressalta. Paulo tem 19 anos e compete no triatletismo na categoria elite. O jovem coleciona conquistas: é vice-campeão brasileiro de duathlon (Rio de Janeiro), campeão do 17º troféu Brasil na categoria 17 a 19 anos, 2º colocado no ranking Brasileiro Júnior Elite 2008, campeão da 1ª etapa do Brasileiro de longa distância na categoria Sub-23 (Fortaleza - CE), 2º lugar na Segunda Etapa do Campeonato Brasileiro de longa distância (Meaipe - ES), 3º lugar no Campeonato Sul americano de Sprint Triatlhon (Vila Velha - ES) e ainda, campeão Mundial de Triathlon de longa distância (Perth - AU). Segundo o atleta, sua vida resume-se em esporte: “Treino o dia todo, geralmente começo com o ciclismo, por volta das sete e vou até às 10horas, nado e corro à tarde, o que totaliza um treino completo de quatro a seis horas diárias”, explica. Durante as fotos, ele teve apenas alguns minutos para iniciar sua rotina: O clima imprevisível da Capital, por vezes frio, faz os raios de sol cintilarem suavemente nas pistas de “ciclismo” da cidade que, em parte, favorecem o treinamento do atleta. Para este ano, Paulo faz planos: “Quero acumular pontos em campeonatos eventuais para ter o direito de correr o Circuito Mundial de Triathlon Olímpico (World Cup), em

48


seguida, pretendo conseguir pontos durante o Circuito para que eu fique bem colocado no Ranking Mundial e, quem sabe, disputar as Olimpíadas de 2012”, revelou cheio de otimismo. Quanto aos próximos campeonatos, Paulo participará no dia 2 de fevereiro do Itu Pan American Cup, em Salinas, Pernambuco e no dia 28 de fevereiro estará no Triathlon Internacional de Santos (Santos - SP), além de mais 13 campeonatos já agendados até o final do ano. “Tenho muitos campeonatos em vista, mas, preciso captar verba para participar”, ressaltou. Paulo é um, entre centenas de atletas que possuem potencial, porém, se veem impedidos de concretizar seus sonhos olímpicos por falta de recursos. O Brasil fala em Olimpíadas de 2016, o GDF fala em Vilas Olímpicas, em incentivo aos jovens atletas, mas para conseguir a bolsa atleta não é tão simples, o processo é burocrático e tem uma série de exigências. Detalhe que faz com que boa parte dos atletas brasilienses contem somente com o apoio de patrocinadores empresários e, quando podem, tiram dinheiro do próprio bolso para representarem o país. Normalmente só quando o atleta é reconhecido nacional ou internacionalmente é que o Governo trata de ajudá-lo financeiramente.

Top Sports. “Minha maior dificuldade é a falta de verba necessária para participar dos campeonatos, pois, o triathlon, assim como muitos esportes, é uma modalidade na qual a carência de patrocínios fixos impede que o atleta consiga ter uma carreira promissora”, disse afirmando ainda: “Já cansei de treinar para uma determinada competição e, em cima da hora, não poder ir por falta de dinheiro, isso é muito frustrante”, desabafa. Para os interessados em patrocinar Paulo, basta ligar para (61) 9976.7711 / 3322.9440 ou por e-mail tripaulo@ hotmail.com. O atleta precisa arrecadar cerca de 46 mil reais para participar de todas as competições previstas para o ano de 2010. Com relação às Olimpíadas de 2016 no Brasil (RJ), ele tem ótimas expectativas e já está em ritmo de treinamento. “Estarei com 26 anos, é uma ótima idade para a modalidade, mas, primeiro penso nas Olimpíadas de 2012 em Londres. Estou treinando visando às Olimpíadas sim, pois, a partir do dia primeiro de julho deste ano, todas as competições do Circuito Mundial contarão pontos para este grande evento esportivo”, concluiu.

Paulo aguarda deferimento do pedido de bolsa atleta, mas até o momento conta apenas com os patrocinadores: A Farmacotécnica, a empresa Agil e a loja

49

Curiosidade O triathlon surgiu em San Diego, Estados Unidos, em 1974 em um clube de atletismo que, ao dar férias para seus atletas, passava uma planilha de treinamentos que constava principalmente, exercícios de natação e ciclismo. Ao voltarem das férias, os treinadores faziam um teste de resistência física para comprovarem se os atletas haviam cumprido a planilha. Com o tempo, esta brincadeira passou a ser levada a serio e até os salva-vidas do clube tinham de cumpri-la. Até que um dia, os próprios salva-vidas sugeriram uma avaliação mais rígida que consistia em natação, ciclismo e corrida. Assim surgiu o triathlon, que passou por diversas modificações até chegar à forma olímpica atual. Já o Ironman surgiu no Havaí e a modalidade tem as distâncias de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida.


Personagem

Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis

Hitoshi Ono, essa FIGURA é do Japão! Cada pessoa tem uma estrutura, um jeito próprio de amar, se defender e de ser curada. Ono descobre essas nuances e ajusta-as para uma vida mais integrada e melhor O imigrante Hitoshi Ono vindo de Okinawa, uma província ao sul do Japão, na época da guerra fria, é conhecido pelo povo como ‘Ono cura tudo’. O produtor rural e massagista, chegou ao Brasil com 22 anos acompanhado de seus pais e oito irmãos. “Viemos com a esperança de melhorar, diziam que no Brasil a gente ia ganhar terra e sementes para plantar, tudo propaganda! Mas fomos à luta”, afirmou dizendo ainda: “A cultura japonesa é forte. Nossa família se estabeleceu e conquistou seu lugar ao sol, ainda que não estejamos na terra do sol nascente”. Aqui, teve a oportunidade de formar a sua própria família ao conhecer, em São Paulo, a jovem Keiko. A partir de então foi impossível se afastar da doce e inteligente mulher, que é formada em administração e economia pela USP. Resultado: se casaram em 1982 e tiveram sete filhos. “No Japão, desde pequenos somos ensinados a lidar com a terra, minha família chegou aqui e se dedicou à agricultura, tirando dela seu sustento. Nós, japoneses, não temos medo de trabalho. Ensinei isto a meus filhos, três já se formaram, mas continuam comigo e ajudam na lavoura”, ressaltou o produtor, mostrando as mãos calejadas pela lida. Ono aprendeu com seus antepassados riquezas incontáveis. Formou-se no Japão em naturopatia oriental (cura por plantas aquáticas e terrestres) e hoje é um especialista, que com o passar dos anos aperfeiçoou-se ainda mais, sendo capaz de diagnosticar algumas doenças como estresse e anemia, só de olhar para a pessoa. Segundo ele, o homem pode se curar sozinho, basta saber viver e usar a farta natureza. De uma estética única e inconfundível, o senhor que tem uma enorme trança que vai até a cintura feita de sua barba branca, caminha mansamente pela grama fofa, em um espaço que comunga sombra, área de lazer e muita serenidade. De fala mansa e com muita sabedoria, nos recebeu com simpatia em sua propriedade de 5,5 hectares, onde atualmente cultiva temperos e ervas medicinais. Ao con-

50


versar com este ‘poço de tranquilidade’, foi fácil perceber como os conhecimentos milenares da natureza do Japão e do amor ao próximo se fundem. Budisda declarado, ele fala entre sorrisos que seu prazer é ajudar os outros: “Teve um dia que me ligaram de madrugada, dizendo que eu tinha que atender uma pessoa, senão ela morreria, eu disse: traga-a. Quando ela chegou vi que faltava circulação e seu pulmão não conseguia funcionar direito, fiz uma massagem e logo ela voltou ao normal”, relatou. Com olhar de alguém realizado e passos firmes, nos conduz até o lago onde alegremente bate palmas e chama os peixes para um lanchinho básico. A água de um verde cristalino é um convite para o mergulho. A imagem dos peixes a bailar é de deixar qualquer pescador com água na boca. São tilápias indonésias, algumas com um colorido intenso, semelhante ao das famosas carpas japonesas, há também pacus e tambaquis. Mas quando pergunto se a criação é rentável, Ono é enfático: “Não. Isso aqui é para diversão dos filhos e alguns amigos que vêm de vez em quando se refrescar. Também é um escape para o estresse, além de uma saborosa refeição, quando desejamos”. Cheio de vivacidade, o ‘amigo da natureza’ mostra estar em ótima forma e dá a receita: “Acordar cedo, fazer exercício físico, ter a família por perto e utilizar com sabedoria tudo que a terra nos oferece. Nada de química!”, ponderou. Um detalhe nos chamou a atenção: os aparelhos utilizados para fazer ginástica, são todos desenvolvidos pelo próprio Ono. Um deles é utilizado para automassagem – na verdade, são dois pedaços de madeira devidamente lixados com os quais ele bate sem delicadeza nas pernas, braços, costas e ombros. “Isso aqui é um ótimo exercício, deixa homem em forma”, revelou. O jovem senhor fala com orgulho da família, uma de suas grandes paixões: ”Já tenho netinho! No Brasil os filhos completam 18 anos e dizem para o pai que vão sair de casa. Talvez por isso tenham tantos velhos doentes e sem forças. Para os japoneses é um prazer ter a família por perto, independente

da idade dos filhos. A família é a nossa base”, concluiu. Além dessa estrutura familiar, o cidadão naturalizado brasileiro e que vive em Brasília há mais de 20 anos, tem também uma estrutura ética de dar inveja. Já ajudou durante anos escolas no Setor Oeste e Vargem Bonita. Ensinou, forneceu sementes, levou trator para arar a terra e assim formar hortas, dando aos alunos e professores conhecimento sobre plantação orgânica. Até hoje, o massagista e curandeiro participa de atividades junto a igrejas e associações, doando frutas, verduras e hortaliças, ou simplesmente apoiando tecnicamente a agricultura. Sempre baseado em sua origem familiar japonesa. Contudo, notamos uma pontinha de decepção em nosso amigo, decepção com a pessoa humana: “Ajudo muitas pessoas com enfermidades diversas, entre elas psoriasis, pedra nos rins, úlcera, sinusite, problemas de coluna e muitas outras, mas em todos esses anos que estou no Brasil, somente uma pessoa agradeceu. Acho que é uma questão cultural mesmo, vem de berço. As pessoas chegam aqui, são massageadas, algumas levam um remédio tópico ou uma garrafada... Melhoram e se esquecem que estiveram doentes. O mais engraçado é que vêm por indicação de outra pessoa que já foi curada”, lamentou Ono. Muito mais do que uma simples massagem, o serviço prestado por ele é uma terapia de reequilíbrio físico e energético, agindo no fluxo de energia vital que circula pelo corpo. Quem não gosta de uma relaxante massagem? Com certeza, esta é uma das melhores forma de recarregar as baterias. E, diga-se de passagem, as massagens originadas e desenvolvidas na Terra do Sol Nascente são famosas, baseiam-se na simples pressão digital, a pressão das mãos, dos cotovelos, joelhos, pés ou mesmo o peso do próprio corpo do terapeuta, tratando as necessidades do paciente. Estimular a circulação linfática e sanguínea, tonificar ou desbloquear e estimular a energia do corpo. Serviço: (61) 3380.1719

51


Saúde

Por: Ana Helena Melo | Fotos: Divulgação

Cuidados com a pele após o sol A pele, a parte do corpo que mais sofre neste período do ano, merece ser revigorada com uma série de passos simples

o único responsável por manter uma pele saudável após longos períodos de exposição ao sol. É o que afirma a cosmetóloga da farmácia de manipulação Farmacotécnica, Leandra Sá: “O protetor solar é o grande responsável pela manutenção de uma pele saudável após o sol, mas mantê-la bem limpa e hidratada e beber bastante água são cuidados vitais”. O primeiro passo para a obtenção de um bronzeado saudável é o protetor solar, que deve ser algo bem escolhido e que não se deve economizar. Leandra Sá afirma que hoje grande parte dos protetores solares existentes no mercado contêm diversas substâncias químicas que podem agredir a pele e o organismo. “Uma das substâncias comuns nesses produtos é a benzophenone-3. Potencialmente canceríSol, mar, piscina... O período de

nada desejáveis como uma pele res-

geno, o ingrediente já é proibido em

férias costuma deixar boas recor-

secada, descascada, além de manchas

alguns países”, ressalta Leandra. Uma

dações, como os momentos de des-

desagradáveis por toda a extensão

das opções disponíveis em Brasília

contração, diversão e descanso. Mas

do corpo. Ao contrário do que muita

para a manipulação, que é apresen-

também pode deixar algumas marcas

gente pensa, o protetor solar não é

tada como uma forma de fugir destes

52


do sol é o Gel 30 não-estrogênico. “O protetor solar manipulado deve ser usado corretamente, como indicado pelo médico. Ele é ideal para todas as pessoas que prefiram um tratamento personalizado”, indica a farmacêutica. Outro fator importante que deve ser considerado na hora de adquirir um protetor solar é a especificidade para cada tipo de pele.

O Gel-30,

por exemplo, é indicado para peles oleosas, acneicas e sensíveis, para gestantes e crianças. “O Gel 30 é associado à base de toque seco, o que minimiza o efeito esbranquiçado de outros filtros”, explica Leandra. Para quem se descuidou durante a viagem e se expôs ao sol sem proteção, Leandra afirma que esfoliação e hidratação são as palavras de ordem para recuperar a beleza e maciez da pele do corpo e, principalmente, do

Quatro passos são fundamentais para suavizar marcas, proporcionar uma cor uniforme e um aspecto saudável à pele após os longos períodos de exposição ao sol: 1º. Passo Higienização Facial: dar preferência aos sabonetes equilibrantes à base de extrato de arroz, isoflavonas e camomila, indicado para peles sensíveis e com propriedades hidratantes, calmantes, purificantes e que devolvem a luminosidade natural da pele.

(informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia)

elementos cancerígenos e se proteger

2º. Passo Esfoliação Facial: o mais indicado são os peelings suaves e com ativos que possuem propriedades suavizantes e de clareamento como, por exemplo, argila verde e quartzo. 3º. Passo Tonificação Facial: para repor os líquidos essenciais à pele, aplicar uma loção à base de extrato de arroz, ácido glicirrético e isoflavonas que, juntos, devolvem a luminosidade, hidratam e acalmam. 4º. Passo Hidratação Intensa: durante o dia usar um hidratante facial com propriedade calmante, revitalizante, clareadora, remineralizante e com fator de proteção solar. O especialista recomenda algum produto à base de extrato de bambu, rico em sílica, polissacarídeos, proteínas e vitaminas A, B1, B2 e C. Pelo fato da pele estar extremamente desidratada em decorrência da exposição excessiva ao sol, o cosmetólogo recomenda ainda o uso de algum produto à base de moist 24 que proporcionará hidratação prolongada 24 horas. Lembrando que o hidratante diurno é obrigatório conter fator de proteção solar (FPS).

rosto - que é a região mais delicada e também a mais exposta. “Como o organismo perde mais água do que repomos, a pele vai ressecando e as células da superfície vão descamando, provocando o ressecamento e a aspereza”, enfatiza Leandra.

são as loções hidratantes, ricas em

e o uso de hidratantes corporais se

emolientes

hidratantes

torna fundamental. A linha RLMT2

que, além de manter o nível adequa-

conserva a pele e hidratada por 24

do de hidratação da pele, ajudam a

horas, diminuindo os efeitos do clima

combater as consequências de uma

seco”, explica Leandra Sá de Lima.

e

agentes

exposição inadequada ou acentuada

O clima seco, constante em Brasí-

ao sol. Para completar a hidratação,

lia, o vento em excesso, as mudanças

existem sabonetes específicos, como

bruscas de temperatura e a água

o recentemente lançado pela Farma-

quente do banho deixam a pele mais

cotécnica, o RLMT2. “A novidade eli-

suscetível ao ressecamento, às racha-

mina do banho a incômoda sensação

duras e alergias. Nesta época do ano,

de repuxamento, normalmente obtida

os cuidados para manter a pele bonita

com o uso de sabonetes comuns”,

devem ser maiores.

afirma Leandra, que complementa:

Boas opções para o tratamento dos

“O sabonete é o par perfeito da loção

danos causados pelo meio ambiente

hidratante. A baixa umidade do ar causa um sério ressecamento na pele

53

As ocasionais manchas que também surgem nesse período podem ser provocadas por agentes químicos ou mesmo em consequência de alguma disfunção do organismo. “À medida que a pele é exposta ao sol, fica mais morena, alterando o pigmento natural na camada superficial, devido ao processo que as radiações ultravioletas A e B desencadeiam no organismo”, explica a cosmetóloga.


Nutrição Alternativa Por: Dr. Renato França

Nutrição Esportiva Quando uma pessoa decide iniciar a prática de algum exercício físico, frequentemente se depara com algumas questões, como: “Agora tenho que mudar algo na minha dieta?” ou “O que posso fazer para otimizar meus resultados?”. Independentemente de quais sejam os objetivos almejados com a prática do exercício, sejam estéticos, de reabilitação corporal ou melhoria da saúde, deve ser dada uma atenção maior à dieta. Muitas vezes essa atenção não é dada, o que pode levar a riscos para a saúde e também dificuldade para alcançar as metas, que desestimula inclusive o seguimento dos treinos. Não são raros em academias casos onde os alunos durante o treino relatam fraqueza, indisposição, ânsia de vômito, podendo chegar a desmaios. Isso na maioria das vezes não se dá por falta de preparo físico nem pela intensidade muito alta do exercício, mas sim por hipoglicemia, ou seja, quando a glicose sanguínea fica mais baixa que o normal. O mais lógico de se pensar é que isso aconteceu porque o indivíduo foi treinar em jejum ou passou um longo período sem se alimentar antes do treino. Porém, há outra situação que também pode levar a episódios de hipoglicemia. Caso a pessoa consuma uma refeição composta apenas por

alimentos de alto índice glicêmico (Ex.: doces, mel, pão francês ou pão de forma branco), ocorrerá um aumento rápido da glicemia, que acarreta como resposta uma liberação rápida de insulina - hormônio responsável por retirar glicose do sangue para os tecidos - pelo pâncreas, visando normalizar a concentração de glicose no sangue. No entanto, às vezes a liberação de insulina excede o necessário para normalizar a glicemia. Se acontecer durante o exercício, onde a demanda por glicose está aumentada, isso pode levar a uma hipoglicemia, com sintomas desde sonolência e fraqueza nos casos mais brandos, até desmaios em hipoglicemias mais severas. Para prevenir a hipoglicemia durante os treinos, deve-se evitar na refeição pré-treino: pão branco puro (francês ou de forma), macarrão ou outra massa puros, doces. A refeição pré-treino deve ser composta por alimentos de médio ou baixo índice glicêmico como frutas, sanduíches com salada e alguma fonte protéica (Ex.: presunto, queijo, carne), biscoitos. Outro ponto importante a ser discutido é que o exercício físico é um fator de stress ao nosso corpo, pois com o aumento de consumo de oxigênio pela

aumento da respiração são produzidos mais radicais livres do que em repouso. Por isso, com a prática de exercícios há uma maior demanda por antioxidantes. Eles atuam “combatendo” o excesso de radicais livres e impedindo que o stress fisiológio gere danos à saúde. Dessa forma, atletas e praticantes de exercícios físicos devem garantir que sua alimentação supra suas necessidades energéticas e de vitaminas e minerais, de acordo com sua composição corporal e seu treino. Para isso, pode-se utilizar: frutas, hortaliças, cereais integrais, sementes oleaginosas (castanhas, linhaça, etc.) e proteínas magras. O profissional mais capacitado para orientá-los sobre esses aspectos é o nutricionista. Assim, você conseguirá usufruir dos benefícios proporcionados pelo exercício, melhorando sua capacidade cardiorrespiratória e sua composição corporal, sem que seu nível de stress fisiológico seja aumentado. (*)Dr. Renato França CRN/1 5340 Nutricionista Funcional e Esportivo Graduado em Nutrição pela Universidade de Brasília – UnB Membro do The Institute for Functional Medicine – EUA renato@clinicasalute.com (61) 8152.6767



Comportamento Por: Marcos França | Fotos: Divulgação

Sexo e plástica Duas atitudes que caminham juntas Cirurgião e sexóloga trabalham juntos para devolver à mulher a beleza e a essência feminina Ela, terapeuta e conselheira sexual. Ele, cirurgião plástico. Dois profissionais que aparentemente tratam de problemas distintos. Mas não é isso o que pensam a sexóloga Iara Nárdia e o amigo e cirurgião Dr. Getúlio Coelho. Para eles, o motivo que leva tantas pessoas a procurarem ajuda em seus consultórios é o mesmo: baixa autoestima, um problema que muitas vezes só é solucionado por uma ação conjunta entre esses dois profissionais. Pensado nisso, eles desenvolveram uma série de palestras focadas nas potencialidades da cirurgia plástica e da terapia sexual para o desenvolvimento da autoestima e a consequente reconstrução da essência feminina. “Uma mulher pode ser bonita e não ser segura”, afirma a sexóloga, atualmente curada de uma aguda depressão que quase lhe tirou a vida há 15 anos. Para ela, a beleza, por si só, não garante que nenhum homem ou mulher tenha a autoestima elevada. É preciso sentir-se belo e esse sentimento muitas vezes depende mais de questões internas, psíquicas e comportamentais do que de uma aparência física atraente. Da mesma forma, é possível que uma mulher bem resolvida, segura e determinada não se sinta satisfeita com seu corpo e deseje remodelá-lo a sua maneira. O público alvo das palestras são justamente essas mulheres que, por algum motivo, não estão satisfeitas consigo mesmas, seja com o seu corpo ou com sua vida afetiva. A sexóloga, a despeito de críticas de diversas feministas, explica que cada vez mais a mulher tem abandonado seus instintos de fêmea, deixando para trás a

essência que a torna única entre todas as outras. Iara atende homens e mulheres, sem distinção. Já em suas palestras para o público feminino, a entrada de homens é estritamente proibida. Quando chega a sua vez de falar ao público até mesmo o amigo cirurgião é convidado a aguardar do lado de fora. A plateia atenta fica completamente à vontade e o momento não diverge muito de uma conversa franca e descontraída entre boas amigas. Entre as ouvintes, mulheres de todos os tipos e profissoes, brancas, negras, loiras e morenas, militares e consulto-

56

ras de cosméticos. Em seu consultório Iara ensina desde coisas básicas, como vestir-se e caminhar, até falar de maneira indiscutivelmente elegante e sensual. Também ensina técnicas avançadas de sedução, etiqueta e postura sexual, além do tantra e pompoar, práticas milenares de origem oriental que, segundo a sexóloga, conferem à mulher, competências invejáveis quando o assunto é sexo. Mas isso tudo só depois de uma terapia intensiva baseada em injeções generosas de autoestima.


Uma história digna de Hollywood Iara Nárdia é uma verdadeira autoridade no que diz respeito às Artes Sensuais. Aos 42 anos, a terapeuta e consultora sexual conhecida pelo olhar profundo e enigmático de naja, conta que nem sempre foi a mulher segura e determinada que ensina diariamente homens e mulheres de todas as idades, o caminho para o amor próprio e a felicidade a dois, não apenas na cama, mas também fora dela. Somente após o fim do primeiro casamento e já com 27 anos, que ela deu

os primeiros passos em direção a este futuro presente, tão distante do passado, marcado pela submissão total a um homem que retribuiu todo o seu amor com dez anos de infidelidade absoluta. Ainda jovem, abandou a recém-iniciada carreira de modelo e casou-se aos 17 anos com Rômulo, um belo e assediado professor a quem ela, segundo suas palavras, amou mais que a Deus. Naquela época, completamente entregue e extremamente dedicada ao lar, Iara passava os dias todos em casa, lavando, passando e cozinhando para o marido. Uma esposa perfeita. O que ela não sabia, porém, era que lhe faltava algo que hoje considera essencial: ser amante. “Ninguém nos ensina a ser amante. O preconceito em cima disso é muito grande. O que é um absurdo, porque se eu sou esposa e amante, a probabilidade de ser traída é bem menor. Mas não, nos ensinam a ser Amélia”, brinca a entrevistada referindo-se ao clássico Ai que saudades da Amélia, de Mário Lago. “Sempre inicio minhas palestras com essa música. Naquela época eu era exatamente assim, única e exclusivamente esposa. “Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia que era a mulher de verdade”, cantarola. É quase impossível para quem não a conheceu nessa época, acreditar que seja a mesma mulher que hoje atrai olhares por onde quer que passe. Durante dez anos, suportou calada a dor de incalculáveis traições. Preferia fingir que não sabia. Apenas a ideia de perder o marido já era insuportável. Depressiva, engordou até quase dobrar o peso. Foi quando aos 27 anos, logo após ter realizado o sonho de ser mãe, acabou descobrindo que o marido havia engravidado também uma de suas amantes. Foi a chamada gota d’água. Pediu o divórcio e utilizou, provavelmente pela primeira vez, o olhar penetrante de serpente e disse ao marido que um dia ele ainda ouviria falar em Iara Nárdia: “Não que eu acreditasse nisso naquela época”, brincou dizendo ainda: “Mas eu disse e foi o que aconteceu”.

57

A depressão piorou e somou-se à anorexia e bulimia. Juntas, as três fizeram com que ela perdesse mais de 50 quilos em poucos meses, obrigando-a a voltar a morar com aos pais em Recife. Para ela, era o fim da linha, não restava mais nada no mundo que lhe alegrasse, não fosse o filho ainda bebê. Sua vida perdera o sentido. “Eu cheguei a programar o meu suicídio. Decidi me matar na segundafeira, fina como sou, afogando-me na praia de Boa Viagem, mas felizmente não fui muito bem sucedida. Descobri que é praticamente impossível morrer afogado alguém que sabe nadar”. O que a salvou, na realidade, foi um programa de televisão, uma reportagem sobre prostituição, onde várias garotas de programa revelaram que a maioria dos homens que as procuram são casados. E naquela mesma segunda-feira, em casa, completamente frustrada, pediu ao pai e ao irmão que a levassem à casa de prostituição mais sórdida da cidade. A reação de ambos foi a pior possível, claro, mas diante dos últimos acontecimentos acharam melhor não contrariá-la e satisfazer seu desejo. Chegando lá, procurou a prostituta mais velha da casa e perguntou quanto ela cobrava pelo programa, R$20 a hora. Era esse o preço de Vitória Régia, como era conhecida na região. “Ofereci todo o dinheiro de que dispunha naquele momento pra que ela apenas conversasse comigo. R$ 300,00 reais pra que ela me escutasse e respondesse apenas uma pergunta: em que elas, prostitutas, são melhores mulheres do que nós, esposas? A resposta: em tudo”. Foi aí que tudo começou. Desde então, conversou com várias outras garotas de programa, de todos os tipos, caras e baratas, bonitas ou não. Estudou cada uma delas, fez vários cursos, até se tornar o que é hoje: Iara Nárdia – Consultora e Conselheira Sexual. A mais chata, segundo algumas feministas, mas a melhor, segundo suas pacientes.


Moda

Por: Gabriela Rocha | Fotos: Divulgação

Compras virtuais Não é apenas nos shoppings ou nas entrequadras que estão os bons achados. Em lojas virtuais também existem opções para montar os looks do dia a dia A internet é uma fonte rica pelas possibilidades de escolha, pesquisa e promoções. Itens exclusivos ou peças de coleções mais antigas são os alvos dos viciados pelo mundo cybernético.

Americanas - Vestido com Babado Preto - Santa Renda R$74,90

Sapatonline - Sandália Corelli R$149,90

Khoris - Vestido kya R$312

58

Sapatonline - Peep Toe Marjorie R$129,90


É claro que existem pontos negativos. Às vezes, é difícil comprar uma roupa sem prová-la ou não poder sentir o tecido e checar os acabamentos. Mas nada que não possa ser resolvido com olho clínico e paciência.

Khoris - Camiseta Acervo Pessoal R$60

Sapatonline - Rasteira Corelli R$79,90

Khoris - Bracelete Romana Diana R$345

Francesca

Sapatonline - Peep Toe Maria Lya R$129,90 Americanas - Bolsa Ama - Alexandre Herchcovitch R$ 119,90

Americanas - Cinto Feminino Verniz Show - Preto e Cinza R$69,90

Sapatonline R$99,90

-

Abotinado

Nefertari

Americanas - Bolsa Jacquard Rosa Alexandre Herchcovitch R$ 129,90

Americanas - Camisa Tricoline 100% Algodão Pakalolo R$ 64,90

59

Serviço: www.khoris.com www.sapatonline.com.br www.americanas.com


Cultura

Por: Luis Turiba | Fotos: Luis Turiba

Tchau, Tchê, até logo, até logo Ariosto “Até logo, até logo, companheiro, guardo-te no meu peito e te asseguro: o nosso afastamento passageiro é sinal de um encontro no futuro.

político, frequentando o Comitê de Imprensa da Câmara. Sabia que cursara Ciência Política, tal a sua paixão ‘científica’ pela área. Que gostava de caiaques. Principalmente sabia que era elegante, discreto, firme em suas convicções. E que sabia sorrir um riso tímido, reservado. Não me recordo da última vez que o vi às gargalhadas. Eram raras. Também nunca o vi triste, mesmo quando a doença já o devastava, e os sinais eram visíveis nas faces pálidas, encovadas. Mas os olhos – ah, os olhos do meu amigo! – sempre foram vivos, alegres e argutos. E sua voz tinha uma tranquilidade e uma segurança que atordoavam, principalmente quando recitava”.

Adeus, amigo, sem mãos nem palavras. Não faças um sobrolho pensativo. Se morrer, nesta vida, não é novo, Tampouco há novidade em estar vivo!” Serguei Iessiênin, Poeta russo (1895-1925) - Tradução de Augusto de Campos Ariosto Teixeira, 56 anos, poeta e jornalista, se foi num começo de noite chuvosa e sem graça do final de janeiro, depois de uma luta de mais de 10 anos contra uma hepatite C, contraída ainda na juventude. Ele, o nosso Tchê, encarna realmente a figura do jornalista que chegou quase cru do Rio Grande do Sul, um foca recém-saído da universidade e aqui cresceu, amadureceu com a democracia brasileira, teve participação ativa em todos grandes episódios da recente história política nacional, produziu poesia afiada como a ponta de um punhal, lutou pela vida como um leão nos últimos anos, mas também viveu intensamente enquanto pôde, com amores, bons vinhos, obras de arte, livros indispensáveis, viagens, filhos, generosidades. Ariosto foi um gentleman em vida, um beatnik on the road que aprendeu a ter bons modos. Recorro a dois poetas da nossa geração para descrevê-lo. “Eu o conheci, nas palavras do amigo/ Na estirpe do poeta-fidalgo/ Sócio-fundador da Ordem Dos Cavalheiros Meigos”, escreveu Luiz Martins, professor de Comunicação da UnB. Já o poeta e também professor Paulo José Cunha, assim o homenageou ao saber do seu falecimento: “Juntos, nos iniciamos no jornalismo

60


Um poeta à flor da pele Sim, assim era Ariosto. De vez em quando nos deparamos com um poema de sotaque diferenciado. Um desses “inutensílios” que surgem de repente para nos desnudar quer pelos toques linguísticos da levada, ou pelas verdades intrínsecas contidas em suas mensagens. Poemas que, como diria Drummond, “falam alheiamente do sentimento do mundo”. Foi o que nos aconteceu – a todos - quando ouvimos pela primeira vez o poema “O Niilista Medroso”, de sua autoria. Senti sua força no recital “Palavra Solta”, um encontro de poetas que acontece no Café Martinica, na 103 Norte. Ali, Ariosto leu pela primeira vez seu ‘poemão’ e, repórter que sou, fotografei o momento que compartilho agora com vocês.

Vamos conhecer um pouco de “O Niilista Medroso” Medo da China capitalista De milho transgênico De buraco negro De carne vermelha Medo da falta de limite da física quântica Do aquecimento global Da inteligência artificial De velocidade acima do permitido De remédio de quinta geração Da globalização Do fim da globalização Da falta de sentido Medo de que Deus provavelmente não exista De não haver outra vida Você tem medo de ficar sozinho Sem ninguém nem final feliz Ah, mas você confia no amor O terno e doce amor Do homem pela mulher Do homem por outro homem Da mulher por outra mulher Do homem pelos animais Da humanidade pela natureza Você confia no amor das criancinhas

O “Niilista Medroso” faz parte da produção de um novo livro de poemas em preparação e que deve ser lançado ainda este ano. Ariosto Teixeira publicou em 2006 “Poemas do Front Civil”, RJ, Ed. 7 Letras, contos e poemas nas revistas brasilienses Bric-a-Brac e Há Vagas (anos 80), participou da antologia Poemas (1990), do Coletivo de Poetas do DF.

61


Artes Plásticas

Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Acervo pessoal

Glenio Lima faz da arte uma missão de vida O desafio é fazer um trabalho que transpareça não só a experiência vivida e o olhar subjetivo do artista, mas as transformações pelas quais o mundo passa O tocantinense nascido em Babaçulândia vive na Capital a nada mais nada menos que 50 anos! Ainda criança, teve o privilégio de ver a cidade ser inaugurada. Esta experiência só enriqueceu e conquistou a pulsante alma do artista, que teve como incentivadores os pais. A mãe já pintava em vidros e o pai fazia poesia e contava histórias com o foco em suas viagens, pescarias e antigas memórias.

Serviço: Casa Studio - Cond. Ville de Montagne - Lago Sul Q. 2 Cs 27, (61) 9982.8118 glenio@gleniolima.com.br www.gleniolima.com.br

“Sempre gostei do simples, minha ideia é tranformar o trivial em algo diferente, para que as pessoas vejam que há uma riqueza infinita em reaproveitar e não somente em criar o novo”, afirmou o artista plástico que produz de tudo: esculturas de diversos materiais e de infinitas formas, grandes painéis, objetos de decoração com um toque irreverente e definitivamente pessoais. Mas os talentos desta mente prodigiosa vão além, ele também é fotógrafo, designer gráfico, letrista e professor. Em seu atelier com uma belíssima vista para o Cerrado, ele descansa, recebe visitas e trabalha. Olha, que tornar arte aquilo que ninguem liga ou percebe, não é tarefa fácil, principalmente visando a sustentabilidade!

62


O artista consegue nesse espaço aconchegante e só dele, materializar suas criações que refletem o cuidado e a interação do homem com o meio ambiente. “Esse lugar é maravilhoso, é uma satisfação ter uma vista como esta! Não só para me inspirar, mas principalmente para viver, e esse tipo de coisa só Brasília proporciona”. Sempre traçou seus riscos, elaborou cores, experimentou texturas... A mente de Glenio, que não deixa de ser um arquiteto, sempre trabalhou em alta rotação. Já era artista desde criança, mas ao chegar à Capital, com nove anos, jamais imaginaria que 33 anos depois estaria se formando em Artes Plásticas pela Faculdade Dulcina. O título alcançado pelo curso superior só veio agregar mais valor à força, à estrutura intelectual e psíquica que Glenio possui, pois o espírito do artista é de um homem bem resolvido, que vive sem medo e recorda com alegria suas andanças, sua família, netos e claro, as conquistas pelo mundo.

“O que me encanta nas artes é poder não só deixar nossa marca para o mundo e contribuir com a leitura de cada época vivida pela humanindade, mas conseguir que outras pessoas, independente de raça, profissão ou idade, olhem, interajam e ainda por cima deem sua interpretação a obras subjetivas. Essa é a maior realização do artista”

63


Gastronomia Galeteria e Chopperia Box 16: Requinte e simplicidade no mesmo prato Por: Juliana Mendes | Foto: Flávia Geraldine Trindade A casa de shows que virou ícone em Brasília e durante oito anos abalou as noites da Capital está de cara nova. Desde julho do ano passado, o point foi transformado em uma charmosa galeteria e chopperia. Já conquistou o paladar de empresários e moradores do Cruzeiro, Sudoeste e arredores. Também, como resistir ao cheirinho que se espalha e fisga quem passa? O cardápio, tipicamente gaúcho, é preparado por uma equipe nota 10. Liderados pelo maître Osmar Zago, os garçons servem galeto com um tempero dos deuses, acompanhado de salada verde, maionese deliciosamente preparada, massa caseira, farofa, polenta fria e molho de ervas... Humm, ele dá um toque excêntrico e extremamen-

te especial ao prato. Apenas R$ 25,90 o rodízio por pessoa. E para acompanhar, um bom vinho nacional. Curta a agradável varanda, que também é um atrativo para as tardes de bate papo com amigos, regada a chopp e petiscos com sabor de quero mais! Experimente o pastel de carne seca com catupiry a R$10,90 e durante as noites de sexta-feira o cantinho fica mais atraente, tem voz e violão com a cantora brasiliense Thais Moreira, que representou a cidade no reality show Ídolos do SBT. Serviço: Box 16 Galeteria e Chopperia SIA Tr 10 – Lt 10/05 – Lj 16 Multifeira/Ceasa (61) 3234.4299

Café com Vinil, casa de amigos, boa música e... DELÍCIAS! Por: Juliana Mendes | Foto: Júlia Salustiano Achei o Belchior! Em uma coleção de discos de vinil no meio de outras feras do Jazz, Blues, Rock e MPB das décadas de 40 a 90. A polêmica Amy Winehouse também está lá. Isso mesmo, em vinil! O acervo está à disposição no charmoso Café com Vinil, na 413 Norte, ideia dos amigos Juan Rodrigo, Peter Black e João de Carvalho, que acertaram na mosca ao apostar em um espaço onde os brasilienses sentem-se em casa. Mas não para por ai, se o menu musical é uma relíquia, o cardápio assinado pela chef Marilde Cavaletti é uma obra de arte! Neste cantinho especial da Capital e por apenas R$27,90 você saboreia o inusitado Chet Backer, hambúrguer de cordeiro, acompanhado de cuscuz marroquino feito com castanha de baru. É exatamente pela visão,

64

que Marilde, hipnotiza seus clientes. Ornamenta com minúcia cada prato, tornando-o especial. E o aroma? Ah... Inenarrável! O menu de cafés também é de dar água na boca! Imagine um café com calda de chocolate de sabor encorpado e exótico, resultado da mistura de noz moscada e canela, especialmente preparado pelo barista Juscelino Medeiros. Este merecidamente se chama Tim Maia. Com certeza, neste recanto de todas as épocas e etnias, o pecado da gula é perdoado. Serviço: Café com Vinil – Aberto de segunda a sábado, das 17h às 00h. CLN 413 – Bl. E – Lj 03/05 (61) 3556.3776


As maravilhas do Nordeste... Ki Filé Por: Juliana Mendes | Foto: Luciana Vasconcelos Reis Sabor de dar água na boca! Fomos até a 405 Norte para descobrir as maravilhas da cozinha nordestina. Há 25 anos o restaurante Ki Filé oferece o que há de melhor. Em um ambiente despojado e aconchegante, você pode degustar desde o cassoulet com dobradinha à tradicional e premiada feijoada da sexta-feira e sábado. A cada dia da semana, um prato típico para satisfazer os mais exigentes paladares. Cansado das carnes comuns? Que tal apreciar um carneiro, preparado pelo chef e proprietário, Raimundo Vasconcelos. Ele faz questão de colocar a mão nas panelas e temperos, e olha que já são anos na mesma rotina! Tudo começa com a escolha da carne. Raimundo ressalta que quanto mais nova, mais macia e apetitosa. Ela chega na terça-feira e é colocada para marinar no alho com vinho. No dia seguinte,

após esse delicioso banho, está no ponto para ser cozida, acompanhada com batatas selecionadas. E o produto final? Faltam palavras para descrever tal iguaria! São R$36,00, bons motivos para duas pessoas saborearem este maná do céu. O prato acompanha arroz branco, feijão preto, farofa de ovo e pirão - preparado com o suculento caldo da carne. Você não gosta de carneiro? Não se preocupe, experimente a rabada ou qualquer outro prato, eles fazem até santo cometer o mais saboroso pecado capital: a gula. Salivando? A casa funciona todos os dias das 12h às 16h e das 18h à meia noite. Serviço: Restaurante Ki Filé CLN 405 – Bl A – Lj 55/69 (61) 3274.6363

Foi Assim... O sabor do passado Por: Juliana Mendes | Foto: Flávia Geraldine Trindade Inspirado nas décadas de 40 e 50 e nos restaurantes europeus, o Foi Assim, localizado na 115 Norte é um túnel do tempo. A decoração com objetos antigos, o som ambiente com músicas de época e o cardápio, remontam a história. O ambiente minuciosamente pensado para o público com mais de 30 anos, caiu no gosto dos mais jovens. Também não é para menos, a gastronomia é sensacional! Assinada pelo chef e sócio proprietário Mauricio Saraiva, dá direito, inclusive, a drinks personalizados. O cardápio conta a história de uma época que deixou saudades e o ambiente aguça nosso apetite! De entrada sugiro a salada Caprese, receita trazida da Itália e França, preparada com a delicadeza que o prato exige. Uma deliciosa Muçarela de búfala regada com azeite de oliva e um molho pesto, que dá ao prato um delicado sabor, além de tomate e rúcula. Simplesmente divino! E para acompanhar, a bartender Martha Ribas

65

me serviu o drink Foi Assim. Refrescante e feminino, com três opções de sabores: maça verde, tangerina e xarope de romã. Servido com ou sem álcool. O filé Chateaubriand, prato muito apreciado na França do final do século 19, é um dos mais pedidos e Maurício não economizou. São 270 gramas de filé alto, extremamente macio, dourado na manteiga. A iguaria deve ficar crocante por fora e ser acompanhada por molho madeira e champion, além de purê de batatas, ou, se o cliente preferir, batata souté ou à dorê, tudo pela bagatela de R$35,90. Aberto de terça a sexta-feira das 16h à meia noite, aos sábados das 10h à meia noite e aos domingos das 11h às 16h. Serviço: Restaurante Foi Assim SCLN 115 – Bl. C – Lj. 41 (61) 3033.8832


Mundo Animal

Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Rafael Ribeiro

Cansados de serem ‘brinquedos’,

eles querem BRINCAR! A falta de tempo e de atenção dos donos, podem causar estresse, depressão e problemas de obesidade nos cães. Uma opção para resolver a questão é contratar um dog walker Quem não se sente completamente derretido por estas criaturinhas? Eles trazem alegria, dão prazer e ainda por cima aliviam o nosso estresse. Estes são os pensamentos iniciais ao comprar ou ganhar um cãozinho, principalmente quando são pequenos, já que passam a maior parte do tempo brincando. Mas logo crescem e seus donos diminuem as horas de interação. E agora, o que fazer com este ‘brinquedo’, que tem vida própria? Ele também quer brincar e se divertir! Para quem não tem tempo de dar umas voltas com seu cão, mas se preocupa com ele, o serviço de dog walker,

que já é sucesso nos Estados Unidos e na Argentina, proporciona momentos divertidos e prazerosos pelas ruas e parques da cidade. Mas não pense que o serviço se resume em passear, na verdade, a saída vai muito além, como atesta a professora de filosofia, Luciana de Mello Gomide, que utiliza o serviço do canil Macedo há mais de nove anos: “tenho quatro cães, um deles, uma fêmea da raça buldogue campeiro, precisa se exercitar constantemente, pois é castrada e está acima do peso. Sei que a frequência dos exercícios trará mais saúde a ela, então, na hora de escolher o profissional observei com cuidado a

capacitação e o trabalho oferecido por eles, responsabilidade faz toda a diferença”, ressaltou Luciana. No DF já existem pelo menos quatro empresas que oferecem o serviço, mas há predominância de profissionais autônomos. Alguns vão além, treinam, condicionam e até hospedam os cães, atendendo à necessidade e solicitação do dono. “A procura aumentou bastante de cinco anos para cá”, afirmou Anderson Macedo, que atua na Capital há dez anos, mas há 15 desenvolve atividades ligadas aos cães, proporcionando não só passeios recreativos e de condicionamento físico, como adestramento e hotelaria. “Em muitos casos os animais ficam horas e horas sozinhos e, na maioria das vezes, em pequenos espaços, o que geralmente ocasiona estresse e depressão. Me especializei em psicologia canina para correção de vícios e socialização de cães de todas as idades”, afirmou Anderson. Segundo o veterinário Dr. Luiz Fernando Machado, que há sete anos atende no hospital Oliver, as atividades físicas são importantíssimas para todo e qualquer animal: “O cão precisa de atividades que o façam gastar energia, enquanto eles correm e brincam, o corpo produz endorfina, que dá a sensação de prazer e lógico, se acalmam. Aí chegam em casa mais leves e contentes, este é um bom mecanismo para evitar problemas comportamentais”, afirmou

66


o especialista dizendo ainda: “Animais que levam uma vida mais sedentária e rotineira, costumam engordar e muitas vezes desenvolvem outros problemas de saúde como diabetes e pressão alta”. “Com o aumento populacional e a aglomeração nos grandes centros urbanos, a cada dia, mais pessoas moram e criam cães em apartamentos. O mundo pós-moderno obriga os donos a extensas jornadas de trabalho, diminuindo ainda mais, os já raros, passeios pela quadra e, quando eles acontecem, não são suficientes para gastar a energia do animal, resultado: ele volta ao confinamento, à ociosidade e muitas vezes se deprime, ou então, destrói sapatos, rói a mesa, faz sujeira fora do lugar e se lambe até que o corpo tenha várias feridas - um tipo de autodestruição. É importante que os donos percebam essas alterações no comportamento”, destacou o veterinário. Cristiane Froio é designer visual e proprietária de três cadelas sem raça definida. Ela é outra cliente que utiliza os serviços do dog Walker. Apesar de morar em uma casa, na Asa Sul, afirma que os passeios são fundamentais para manter a saúde das ‘meninas’: “Ter espaço não é suficiente. Se os cães não têm alguém para dirigir algum tipo de atividade, ficam parados, deitados e automaticamente estressados pela mesmice. O serviço de um passeador também ajuda a socializar, eles ficam mais educados. Para minhas cadelas, gastar energia é fundamental! Ratificou Cristiane com a satisfação do dinheiro investido.

• O passeador leva petiscos e água fresca para o animal; • As atividades podem ser feitas individualmente ou em grupos de três cães; • Os lugares escolhidos normalmente são próximos e arborizados; • Depois dos passeios o cão é entregue escovado, em casa; • Há planos especiais para mais de um cão. “Quem pensa que somente pessoas sofrem de estresse, engana-se. Muitos de nossos companheiros de quatro patas vivem à beira de um ataque de nervos, e o pior é que os sintomas nem sempre são percebidos pelos donos. Apesar de ser um comportamento humano tem afetado boa parte dos amigos de estimação. Tivemos um pastor alemão, que chegou a emagrecer depois que parou de passear”, concluiu Paulo. Luiz Fernando ressalta que o sedentarismo pode ocasionar diabetes, obesidade e acúmulo de gordura visceral, resultando em ataques cardíacos e problemas renais. “Animais que vivem em apartamentos têm chances muito maiores de se estressar, já que o espaço é limitado, sem contar que os cães gostam de demarcar território e apesar de serem criados como domésticos, são em sua essência selvagens. Ao saírem, farejam inúmeros odores, não só de outros cães, mas do ambiente à sua volta, esta atividade por si só, traz condicionamento físico ao animal, além de contribuir com a socialização”,

Recheado de brincadeira, exercícios terapêuticos, recreativos e de socialização o passeio que dura em média uma hora, traz contentamento e garante saúde e bem-estar para seu cão. “O contato com a natureza e com outros animais é muito importante para uma vida saudável e feliz”, garante Paulo César, que está aposentado e ajuda o filho Rafael Maciel, professor de educação física no trabalho de treinamento e passeio com os cães em todo o DF. No mercado brasiliense há mais de quatro anos, Paulo relata que há casos em que os animais se habituam tanto com o passeio e brincadeiras, que ao ser suspensa a atividade, eles ficam tristes e chegam a adoecer.

67

afirmou o veterinário. O passeio, quando respeita a capacidade de cada animal, é muito positivo, basta iniciar aos poucos e ir aumentando o tempo e a distância. Quanto à preocupação com pulgas e carrapatos, relaxe, atualmente o mercado de pets está guarnecido de produtos eficazes na prevenção desses parasitas. Então por que privá-los de um prazeroso passeio?

Serviço: Hospital Veterinário Oliver SAIS Lt 15 – Próximo ao zoológico (61) 3445.2000 Canil Macedo Cond. Belvederes Green Conj 12 – Lt 24 - Lago Sul (61) 3339.2898 / 9818.4999 adbatista@ig.com.br Rafael Maciel CLS 310 Bl B Sobreloja 20/22 (61) 3443.3209


Jornalista Aprendiz

Por: Felipe Moraes e Stéffany Santos | Foto: Felipe Moraes

Lances esquecidos As origens futebolísticas da cidade que nasceu com vocações políticas Wander Abdala, hoje com 72 anos, recorda-se com muito carinho do ano de 1959. Ele veio de Uberaba para Brasília e participou da semeadura do futebol brasiliense, que nascia timidamente, enquanto a cidade erguida do nada se preparava para ser capital do país. Abdala vestia a camisa número 4 e "atuava no meio, ao lado do camisa 10". "Na época, os times eram muito ofensivos. Jogávamos no 4-2-4. Então eu fazia companhia ao armador, mas ficava mais na defensiva", ele justifica, verbalizando a satisfação de ter atuado pelo clube tricampeão brasiliense em 1960/61/62,

o Defelê. Houve um campeonato em 59, vencido pelo Grêmio Esportivo Brasiliense do Núcleo Bandeirante, quando ainda não existia um órgão que organizasse o calendário de partidas. A então chamada Federação Brasiliense de Desportos (FBD), hoje Federação Brasiliense de Futebol (FBF), foi criada em 1960. Três anos depois, construiria, graças aos esforços de Hugo Mosca e Wilson de Andrade, presidente da federação por cinco mandatos: 1964/1966 e 1970/1977, o Estádio Nacional de Brasília, no Guará,

hoje rebatizado de Pelezão: o primeiro e único gramado particular da Capital, administrado pela federação. "Houve vários jogos, grandes jogos. Jogaram lá Botafogo, Santos... o Pelé já jogou lá. O Milton Santos também. O Garrincha, em partida do Flamengo contra a seleção amadora de Brasília. Partidas memoráveis aconteceram lá, como também de clubes daqui", lembra Paulo Araújo, o Paulinho, vice-presidente da FBF. Wander parou de jogar cedo, aos 26 anos, rumou para a gestão do futebol, onde ele afirma "tem mais habilidade". Com a memória de um historiador, Wander se lembra até mesmo da data de fundação do primeiro clube da Capital, o Clube de Regatas Guará: 9 de janeiro de 1957.

A profissionalização Com capacidade para abrigar mais de 20 mil torcedores, o antigo estádio, demolido em 2004, abrigava jogos do clube do CEUB (Centro Universitário de Brasília). Fundado em 1968, o time marcou o início da era profissional no futebol brasiliense e conseguiu disputar o Campeonato Brasileiro, em 1973. Naquele ano, em que o Palmeiras ganhava seu primeiro triunfo nacional, o CEUB terminaria em 33º. Nos anos seguintes,

68


37º, em 1974 e 31º, em 1975. O primeiro clube da Capital a alcançar a elite venceu o regional em 1973 e ficou em segundo em 1974. No início, os jogadores do CEUB eram os próprios estudantes da instituição. Por ser um dos times mais influentes de Brasília, abriu muitas portas para os jogadores. O então presidente do clube, Adilson Peres, apresentava caras novas que fizeram sucesso em times maiores, como Péricles, que jogou no Atlético Mineiro e Dário, no Palmeiras. Raimundo Ribeiro Campos, o Marreta, foi massagista do clube nos anos 70 e enumera grandes atletas que passaram pelo CEUB. "Vieram jogadores de fora. Claudio Garcia, que era do Fluminense, e Rildo, que jogou no Santos e na seleção brasileira. Além de muitos outros", revela o meio-campista que se tornou massagista de inúmeros clubes na cidade, inclusive do pioneiro Defelê.

Stéffany Santos

No entanto, a vida do CEUB foi curta: oito anos. O clube que disputou por três vezes a primeira divisão do Campeonato Brasileiro chegou ao fim em 1976. O time enfrentava problemas financeiros, pois a instituição já não o financiava como antes. Uma determinação da Federação Brasiliense deu o apito final na história do clube. No ano em que foi extinto, o CEUB era líder da edição do Campeonato Brasiliense. No meio da terceira e última rodada, a Federação determinou que fosse disputado um quadrangular final para decidir quem iria representar a Capital no nacional. O clube já se considerava vencedor e não aceitou a nova determinação. A FBD não voltou atrás e o CEUB, já imerso em problemas administrativos e financeiros, deixou de existir.

Felipe Moraes

são alunos da Universidade Católica de Brasília QS 07 - Lt 01 - EPCT Águas Claras – Taguatinga Coordenador responsável: André Carvalho (61) 3356.9000 / 3356.9318

Contudo, quando se trata do Campeonato Brasiliense, Paulo Araújo fala orgulhoso do poder de atração que as três divisões alcançaram junto à torcida. "Há quatro, cinco anos atrás, a segunda divisão não tinha visibilidade alguma. Hoje já tem. E a terceira também é uma realidade no futebol daqui", valoriza.

O futuro O futebol de Brasília alcançou visibilidade nacional a partir de 1999, ano em que o Gama subiu da segunda para a primeira divisão do Brasileirão. O ápice foi em 2002, quando o Brasiliense terminou vice-campeão da Copa do Brasil. O futebol voltou a agitar os estádios locais. Apesar de ainda apaixonados pelos clubes cariocas, mineiros e paulistas, os brasilienses também passaram a ter orgulho do futebol local.

Para Paulo, a melhora do futebol brasiliense é reflexo de uma administração organizada. Tudo tende a melhorar com a proximidade da Copa do Mundo de 2014. "Brasília tem um planejamento maravilhoso, bem estruturado para a copa. Além disso, os estádios de todas as cidades satélites serão reformados - fora o Bezerrão, que já está pronto. As seleções não gostam muito de centros de treinamento. Preferem treinar em um estádio", explicou.

Hoje, os principais times de Brasília continuam sendo o Brasiliense e o Gama, que estão na segunda e terceira divisão do Brasileirão, respectivamente.

69


Música

Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Sônia Palhares

Popularizando a ópera Conhecida como celeiro de grandes talentos e palco das mais variadas manifestações Brasília vai além, oferece uma inusitada ópera nas ruas A Capital de todos os sabores e costumes produz talentos culturais que vão além dos já consagrados rock e choro. O maestro, compositor e professor da UnB, Jorge Antunes, quebrou o protocolo e apostou na popularização da ópera, levando para as ruas do DF a percussão medieval com violões, tiorba, flautim, clarineta, clarone, flauta, teclado, violinos, um baixo-elétrico e vozes afinadíssimas! A Praça Vermelha Ary Para-Raios, no CONIC, ficou pequena, as pessoas se espremiam para não perder nenhum ato do irreverente espetáculo: “Auto do pesadelo de Dom Bosco”. “Finalmente alguém conseguiu enxergar nas mazelas políticas uma forma de divertir e levar cultura à população. Achei maravilhosa

essa ideia, poucas são as oportunidades de assistirmos apresentações como esta, principalmente ópera, que não faz parte de nossa cultura. Parabéns para os organizadores”, destacou a escrituraria, Josiane de Moraes, moradora da Asa Sul. A proposta do maestro é transformar as ruas em palco de protesto políticocultural. Em cada apresentação são distribuídos libretos com ilustrações de Jô Oliveira, para que as pessoas acompanhem e ao longo da ópera interajam. Só na primeira apresentação aproximadamente 600 pessoas assistiram em pé, sentadas em cadeiras emprestadas ou mesmo no chão. O público se divertiu a valer com o texto criado em apenas um mês. Escrito em forma de cordel e carregado de bom humor, Antunes não

70

poupou ninguém, os corruptos eram julgados um a um. E o coro do povo entoava: Gran Vizir Ben no Início Tavares Esse até já confessou, vimos aquela vergonha no vídeo. Sua história acabou, ele merece é ir pro presídio, presídio, presídio, presídio, presídio. A galera simplesmente foi ao delírio: riam muito e vaiavam mais ainda quando entravam em cena os personagens políticos que comandaram o escândalo em que a Capital mergulhou. Os aplausos só apareciam diante das condenações, parece mesmo que o povo está cansado de tanta impunidade. “O público está antenado com os vilões da política nacional e regional, percebiam com facilidade as


eleitores brasilienses, que muitas das vezes são mal falados e recebem ‘a culpa’ por conta de tantos escândalos promovidos por pessoas sem ética e moral, denegrindo a imagem de todo o povo. Que o brasiliense proteste, não se cale e que venham outras mais. Esse é um momento histórico da cidade”, declarou.

Entendendo o espetáculo A história se passa em um Tribunal da Idade Média, na ocasião, são julgados corruptos e todos têm o direito de se defender. O povo, como em todos os tempos da história humana, acusa, faz burburinho e se inflama, gritando e sorrindo a cada condenação dada pelo juiz.

figuras não gratas”, destacou Elisabeth Azeredo Santana, participante do Coro do Povo. Para o compositor, o que mais chama a atenção e agrada o público é a proximidade com a realidade do cenário político atual: “A ideia da ópera surgiu quando vi os vídeos na TV, dos políticos do suposto mensalão do DEM, recebendo propina. As imagens são tão cômicas que pensei que mereciam uma ópera-bufa”, confessou Antunes, cheio de empolgação. Segundo ele, outro ponto forte da obra é que a equipe não é formada somente por profissionais, o grupo é democrático. “Não queria elitizar nada, precisávamos de pessoas que vestissem a camisa e fizessem com amor. A convocação dos 70 atores, músicos e dançarinos foi feita pela internet”, concluiu.

“Sempre nos oferecem palco. Dispenso: esclareço que a ‘ópera de rua’ é para ser representada na rua, no chão”, afirma Jorge Antunes, que não pretende levar a ópera para nenhum espaço fechado ou palco. O maestro disse ainda que a obra mistura a estética medieval e a nordestina brasileira, com a linguagem musical do modalismo. “Quero algo novo, que mescle o popular com o erudito, desta forma tento recuperar as atuações dos menestréis e cantadores. Automaticamente aproximo o povo da cultura brasileira e centenária da ópera”, concluiu. Para Alan Viggiano, escritor e poeta, participar da ópera de rua foi gratificante: “Além de popularizar o gênero musical, a iniciativa trouxe mais consciência aos

Normalmente, nos espetáculos de ópera tradicional é comum ser promovida uma audição - um concurso para selecionar os melhores, atores e cantores. Entretanto, Antunes inovou também neste quesito: “Não faria isso de modo algum, porque todos são voluntários, com vontade de participar não só pela bela realização artística, mas também como cidadãos, do ato cultural de protesto contra a corrupção que grassa nos poderes constituídos do DF. Então, para não discriminar ninguém, fiz com que os solistas se alternassem nos papeis. E em cada apresentação um fará o papel principal, enquanto os outros cantarão no coro”, destacou.

71

Resumindo, galhardas e motetos se alternam a repentes e baiões, como afirma Antunes: “A obra se constitui em uma atividade cultural na rua, um trabalho de democratização da cultura, de estetização da prática da cidadania, de contestação e de crítica e protesto contra a corrupção local nos poderes constituídos”. Perdeu o espetáculo? Então anote aí outros lugares onde o grupo pretende se apresentar: em frente à Assembléia Legislativa, em frente ao Palácio do Buriti, em frente ao Buritinga, no campus da UnB, no teatro de arena e na concha acústica da UnB, no Jardim Zoológico, no Setor Comercial Sul, na Praça do Relógio de Taguatinga e em outros lugares do DF. Serviço: antunes@jorgeantunes.com.br


Propaganda e Marketing Agências de Brasília ou agência em Brasília? Quem trabalha com propaganda em Brasília sabe bem o que representam as contas publicitárias de autarquias, ministérios, secretarias, bancos e empresas estatais coordenados pelo governo federal. O volume de trabalho é imenso e os investimentos que as agências devem fazer para isso também. Obviamente, também é grande o desejo e a vontade de atender clientes desse porte. E é nessa hora que percebemos que existem agências que pensam muito no investimento que devem fazer para isso. Mas, infelizmente, ainda existem as que pensam somente no quanto podem faturar. A Propeg, empresa que comando aqui em Brasília, possui mais de 45 anos de mercado. É originária da Bahia, onde a nossa matriz está presente, manténdo-se forte e como uma das agências mais importantes do Norte-Nordeste. Mas a empresa

foi além. Possui hoje unidades importantes espalhadas em São Paulo, Fortaleza e Brasília. Estamos na capital federal há nada menos do que 25 anos. E sem fechar as portas em nenhum momento durante todo esse período. Digo isso porque é muito comum empresas aportarem por aqui, ganharem contas, abrirem uma sala, instalarem um fax, contratarem uma secretária e desenvolverem todos os trabalhos em suas unidades de origem. Depois fecharem as portas e sumirem. Ora, o que ganha o mercado publicitário brasiliense com isso? Nada. O que ganha o cliente com isso? Também nada. É preciso lembrar que os editais de concorrência para contas do governo federal estabelecem que a unidade de Brasília deve ter uma equipe completa, com departamento de criação, atendimento, mídia,

produção, RTV e estúdio aptos a atender às demandas do cliente com a agilidade que ele precisa. Na Propeg Brasília, já somos 65 profissionais. E temos um quadro de gente muito criativa e experiente. E sem essa de usar estagiários ou profissionais juniores para “constar” que a equipe está completa! Aqui, os estagiários e juniores desenvolvem funções que estão de acordo com os seus níveis de experiência. Eles dão suporte e aprendem. Mas os grandes jobs estão nas mãos de profissionais que têm experiência para isso. Simples assim. Manter essa estrutura é caro e difícil, pois os profissionais são sempre muito requisitados e garimpá-los é sempre um desafio. Mas vale cada centavo e esforço quando vemos a satisfação do cliente em ser bem atendido, grandes problemas serem solucionados, o mercado se desenvolvendo, vemos que é possível fazer um trabalho premiável, criativo e com brilho profissional fora do eixo RioSão Paulo. Isso é o correto a ser feito.

José Badaró

Vice-presidente da Propeg e ganhador do Prêmio Colunistas Brasília

72



Foto: Tadeu Prado

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Luciana Vasoncelos Reis

Tá lendo o que?

Higino França

Ivana Valim

Joe Valle

Virna Smith

Empresário

Empresária

Deputado Distrital

Atriz e Cineasta

Livro: Todos os caminhos vão dar a Roma

Livro: “Comer, Rezar, Amar”

Livro: “O mundo é o que você come”

Livro: A Paixão Segundo Shakespeare

Autor: Kimberley Hahn e Scott Hahn

Autor: Elizabeth Gilbert

Autor: Barbara Kingsolver

Autor: Theófilo Silva

Simplesmente comovente e fantástico: testemunho da conversão de um pastor protestante e sua esposa ao catolicismo. Hoje, o Dr. Scott Hann é professor de teologia católica em São Francisco, CA. E sua esposa Kimberley Hann é uma convicta e atuante fiel católica, que trabalha ativamente em favor da família. Recheado de citações e grandes debates, muito fundamentado, um grande testemunho de Fé.

O livro conta a história real de uma jornalista que aos 30 anos decide mudar de vida, livra-se dos bens que possuía e sai em busca da felicidade. Viaja para conhecer todas as coisas da vida em lugares como Itália, Índia e Indonésia. Cada um com um aprendizado diferente. Uma leitura bem divertida.

“O consumo responsável é a grande saída para a sustentabilidade do planeta. É possível se alimentar apenas com a produção local? Com alimentos orgânicos? Viver de forma simples gastando o mínimo de energia não renovável! Esse é o tema do livro que recomendo para todas as pessoas que querem viver em um mundo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável”.

Para Shakespeare o mundo é imperfeito, o ser humano inacabado e todos nós estamos sempre fugindo de alguma coisa. E que se fizermos tudo certo as coisas poderão terminar bem, mas se forem feitas da maneira errada a probabilidade de terminarem mal é inevitável. É um pouco disso que estou apreendendo no Livro A Paixão Segundo Shakespeare de Theófilo Silva. É um livro contendo dez Ensaios enfocando toda a obra do maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare.



A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar

O importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre

Sun Tzu

No casamento, cada pessoa deve realizar a função que lhe compete. O homem deve ganhar dinheiro, a mulher deve economizar

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário

Martinho Lutero

Atender a quem te chama é belo. Lutar por quem te rejeita é quase chegar à perfeição

Honoré de Balzac

Charles Chaplin

Não há dor que o sono não consiga vencer

Albert Einstein

Waldemar Valle Martins

Frases “

A única forma de vencer uma discussão é evitá-la

A felicidade às vezes é uma bênção, mas geralmente é uma conquista

Dale Carnegie

Paulo Coelho

76


Justiça

Dr. Wilson Sampaio (*)

As principais mudanças ocorridas nas locações de imóveis urbanos A Lei n° 12.112, de 09 de dezembro de 2009, trouxe mudanças significativas nas locações de imóveis urbanos (tratadas na Lei 8.245/91) – as quais merecem destaque na presente oportunidade, uma vez que as dúvidas sobre as principais alterações ainda permanecem para alguns com a mesma intensidade de quando se divulgou o advento da referida lei, mormente quando albergar as atuais e novas relações locatícias. Pois bem, a primeira delas serviu para aclarar a impossibilidade do locador de reaver o imóvel durante o curso do prazo estipulado e, em relação ao locatário, a possibilidade de devolvê-lo, submetendo-se, todavia, ao pagamento da multa disposta no contrato (na sua falta, poderá ser fixada judicialmente). Ressalte-se, por oportuno, que mesmo tendo sido pactuada em contrato, o valor da multa poderá ser discutido em juízo, pois o que se almeja é sua proporcionalidade em relação ao tempo de aluguel contratado, razão pela qual se conclui que o recebimento das chaves não se condiciona ao pagamento da multa. Demais disso, a lei estabelece que a locação residencial prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer ocupando o imóvel, independente da anuência do locador, nos casos de separação, divórcio ou dissolução da união estável. Contudo, nos casos de falecimento do locatário, a continuidade pelo cônjuge ou companheiro sobrevivente, herdeiro, etc., deverá ser comunicada ao locador e fiador. Em ambos os casos, o fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades,

desde que o faça da forma prescrita em lei, restando, todavia, sua continuidade por determinado prazo legal e, diante disso, a nova lei faculta ao locador exigir nova garantia do locatário e, quando não cumprida, poderá ensejar sério risco de ser despejado em caráter liminar. Um dos grandes méritos da lei em apreço é o de esclarecer os limites e a extensão das obrigações do fiador nas relações locatícias, tentando colocar uma pá de cal nas discussões que vinham sendo levadas a juízo, especificamente nos casos em que a locação se prorroga por prazo indeterminado, hipótese em que essa nova lei determina a continuidade da responsabilidade do fiador, salvo se houver disposição contratual em contrário, ou sua expressa rejeição. No entanto, atrai especial atenção a criação de novas hipóteses em que se autoriza a concessão de liminar judicial – independente de realização de audiência – para a desocupação do imóvel em 15 (quinze) dias, mediante caução prestada pelo locador no valor equivalente a três meses de aluguéis, vejamos: Primeiro - Quando houver necessidade de reparações necessárias e urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, e que sejam impossíveis de realizá-las com a permanência do locatário no imóvel, ou acaso ele se recuse a consenti-las; Segundo - Quando expirar o prazo de notificatório do fiador (hipótese legal do parágrafo único do art. 40 – exoneração do fiador nos casos de prorrogação do contrato por tempo indeterminado), sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança do contrato;

77

Terceiro - Nos casos de locação não residencial, quando houver findada a relação jurídica, ou seja, na prática, temos agora a possibilidade de concessão de liminar nos casos de “denúncia vazia”, se a demanda for proposta em até 30 dias do vencimento original, ou ainda, no contrato por tempo indeterminado, após o prazo da notificação; Quarto - Nos casos de despejo por falta de pagamento de aluguel e acessórios, nos contratos desprovidos de garantia. Nesse último caso, poderá o locatário evitar a retomada liminar do imóvel se, no prazo concedido para desocupar, independentemente de cálculos, deposite judicialmente a totalidade do valor devido (incluindo-se: atualização monetária, os juros de mora, multa, custas processuais, e honorários advocatícios). Entretanto, essa purga da mora será vedada ao locatário que já houver utilizado dessa faculdade nos 24 meses anteriores. Vê-se, pois, que as considerações acima realizadas, apesar de não esgotarem o tema, uma vez que a lei trouxe uma série de inovações no âmbito das locações de imóveis urbanos, tornam nítidas importantes situações que devam levar ao acautelamento maior das partes envolvidas no contrato de aluguel, principalmente o fiador. Por fim, sem dúvida alguma, devemos lembrar que é preciso o bom senso das partes para garantir a satisfação e a boa continuidade dessa relação locatícia. *Wilson Sampaio é Advogado e Assessor Jurídico da FIBRA


Diz aí mané Pérolas do vestibular

“A harpa é uma rosa que toca”. “Os hermafroditas nascem unidos pelo corpo”. “O Brasil é um país abastardo com um futuro promissório”. “O maior matrimônio do país é a Educação”.

“É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas”. “O hino nacional francês se chama La Mayonèse”. “Tiradentes, depois de morto, foi decapitulado”. “A capital de Portugal é Luiz Boa”.

“Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que almenta (sic)”. “E o presidente onde está? Certamente em sua cadeira, fumando baseado e conversando com o presidente dos EUA”.

“As constelações servem para esclarecer a noite”. "(...) quanto à opinião pública, podemos dizer que ela é mutável. Por exemplo: na hora do parto, a mulher pode optar pelo aborto”.

78

"O problema da comunicação social no Brasil é que ela é dirigida por brasileiros, deveríamos trazer os americanos”. "Eu acho que a resposta é não. Como o professor deve ter pensado numa armadilha, respondo que é sim”. "O público mixto é composto por aquelas pessoas que entram e saem da empresa. Ou seja nunca estão totalmente dentro, nem totalmente fora”. "O fidibeque é a mesma coisa que a retroinformação, ou seja a informação que vem por trás”.



Ponto de Vista Por: Francisco Caputo (*)

OAB/DF: 50 anos de lutas Este ano, a Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal completará 50 anos. O exame de seu primeiro cinquentenário confirma a importância de uma entidade plural para a sociedade civil, sempre a partir de um retrospecto marcado pela bravura e coerência republicana dos seus membros. Quando falamos de coerência republicana, hoje, estamos falando de um conceito que não nos permite relativizar a defesa do Estado de Direito, mesmo que tal posição não pareça simpática a todos. Somos a OAB que se apresenta como a defensora da lei que ampara a todos, indistintamente. Somos a OAB que enfrentou a ditadura, lutou pela anistia, esteve na vanguarda do processo de impeachment de um Presidente da República, faz vigília pelo ordenamento jurídico brasileiro e não se calará diante dos abusos que afligem a advocacia. A instituição que tem um passado de 50 anos de lutas é a fiadora de um futuro com novos e relevantes serviços à serem prestados à advocacia e ao povo brasileiro. Ao lado das conquistas já consolidadas no curso da história, a OAB/DF que preconizamos se apresenta como correia de transmissão por um padrão mínimo de dignidade e bem-estar social para os brasileiros.

A OAB que enfrentou a polícia da ditadura não pode se calar diante da transgressão dos mais elementares direitos, previstos pela Constituição Federal. Com um PIB brasileiro crescente mostramos força para crescer ainda mais. Mas nos falta o crescimento na defesa do humano direito à comida, ao emprego, ao bem-estar social. Ainda que estejamos entre as 10 nações mais produtivas do planeta, persistimos como um país profundamente desigual, com cerca de 100 milhões de seres humanos na pobreza. Pobreza que, aliás, nos envergonha e avilta os mais elementares dispositivos constitucionais Estivemos, e sempre estaremos, na defesa de uma doutrina orientada pelo interesse coletivo (o interesse comum acima dos interesses particulares), pela equidade (o primado da lei, com garantia de imparcialidade e igualdade na sua aplicação), pelo laicismo (a separação entre a igreja e o estado), pela legitimidade democrática (o exercício do poder periodicamente legitimado pelo voto), pelos direitos civis, o império da Lei, o Estado Democrático de Direito entre tantos outros caros postulados da nossa história republicana. Postulados que, aliás, já estão, de fato, incorporados ao nosso patrimônio político e cultural. Sedimentadas nestes 118 anos de regime, as conquistas re-

80

publicanas do Brasil sempre trazem as digitais dos nossos bravos advogados. O mais superficial exame de nossos registros confirma a permanente disponibilidade da advocacia para o debate republicano. Sempre coube ao advogado destacado papel no processo histórico deste país, sobretudo quando o contexto diz respeito ao interesse público e os direitos civis. A vocação vanguardista do advogado brasileiro fez de sua ação política uma referência para as mudanças. A natureza combativa da OAB fez da advocacia a expressão da vigília que preserva as mais importantes conquistas da nossa sociedade. Quando o advogado Aristides da Silveira Lobo e os jornalistas Saldanha Marinho e Quintino Bocayuva lideraram uma meia centena de idealistas, entraram para a história com a publicação do “Manifesto Republicano” em 1870. Naquele instante, o país já compreendia o papel vanguardista do advogado para a nação brasileira. O exemplo Aristides Lobo, e de outros tantos bravos advogados, inspirou os últimos 50 anos da OAB/DF e, certamente, orientará o legado que marcará nossa passagem pelas trincheiras da advocacia brasileira.

*Francisco Caputo é presidente da OAB-DF



Charge

Eixo Monumental

82


UniCEUB: A INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR MAIS DESEJADA PELOS VESTIBULANDOS. A Opinião Consultoria dos perguntou aos vestibulantras da UnB: “Para quais ou des faculdades ou universida você prestou ou pretende prestar vestibular?”

UniCEUB 2ª. Colocada 3ª. Colocada 4ª. Colocada 5ª. Colocada 6ª. Colocada

23,2% 6,6% 5,0% 4,6% 4,2% 3,5%

O Diretor Superintendente do CEUB agradece ao corpo docente e a seus colaboradores por este excelente resultado. Afinal, são vocês que fazem do UniCEUB o Melhor Centro Universitário do Centro-Oeste conforme o INEP/MEC e o Guia do Estudante, pela 4ª vez consecutiva, e o segundo Centro Universitário do Brasil com mais estrelas, conforme o Guia do Estudante, pela 3ª vez consecutiva. Professor Edevaldo Alves da Silva Diretor Superintendente

Metodologia: pesquisa quantitativa amostral, com candidatos ao vestibular da UnB, com idade inferior a 22 anos, residentes em Brasília. Conheça mais dados da pesquisa acessando www.uniceub.br

Doutor Getúlio Américo Moreira Lopes Diretor Presidente



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.