Plano
JUNHO de 2010 · 2ª Quinzena Ano 7 · Edição 72 · R$ 5,00
BRASÍLIA w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r
Elas na política Atrás de uma grande mulher está ela mesma
Entrevista Eurides Brito Personagem Lúcia Garofalo PONTO DE VISTA Cristovam Buarque
Sumário
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44
26 46 10 Cartas
54
38 Cotidiano
64
62 Gastronomia
11 Entrevista
40 Planos e Negócios
64 Meio Ambiente
14 Panorama Político
42 Automóvel
66 Mundo Animal
16 Brasília e Coisa & Tal
44 Vida Moderna
68 Jornalista Aprendiz
18 Política Brasília
46 Esporte
70 Artes Plásticas
20 Dinheiro
48 Personagem
72 Propaganda e marketing
22 Capa
50 Saúde
74 Ta lendo o quê
26 Cidadania
52 Nutrição
76 Frases
28 Gente
54 Comportamento
77 Cresça e Apareça
30 Cidade
56 Moda
78 Diz aí Mané
32 Mercado Imobiliário
58 Cultura
79 Opinião
34 Educação
60 Música
80 Ponto de vista
36 Tecnologia
61 Cultura II
82 Charge
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PLANO BRASÍLIA 2ª QUINZENA JUNHO 2010
Expediente
Carta ao leitor
DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br
Plano
BRASÍLIA Gerente Comercial Gustavo Sasse
DIRETORA DE REDAÇÃO Célia Chaves CHEFE DE REPORTAGEM Alessandra Germano PROJETO GRÁFICO Sandra Crivellaro DIRETOR DE ARTE Rodrigo Dias DESIGN GRÁFICO Diego Fernandes, Eward Bonasser Jr e Theo Speciale Fotografia Estúdio Dephot e Gustavo Lima EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Germano, Clarice Gulyas, Daniela Lima, Flávia Umpierre, Juliana Mendes e Tássia Navarro COLABORADORES Adriana Marques, Cristovam Buarque, Gabriela Rocha, Letícia Almeida, Luciana Vasconcelos Reis, Luiz Turiba, Mauro Castro, Renato França, Romário Schettino, Salejandra Santos, Talita Diniz, Tarcísio Holanda DISTRIBUIÇÃO EM BANCAS Distribuidora Jardim MAILING Vip Logística IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Administração: 61 3202.1257 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
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Após o final da Copa do Mundo e, mais uma vez, frustrado o sonho de ver a seleção brasileira consagrar-se hexacampeã mundial de futebol, nos resta agora torcer para que o Brasil e Brasília tenham uma disputa eleitoral que eleve a qualidade dos confrontos políticos e contribua para o esclarecimento da sociedade sobre as plataformas políticas dos candidatos e suas propostas para melhorar a qualidade de vida em nosso país e em nossa capital. Plano Brasília, veículo consolidado no cenário midiático da capital federal, com circulação quinzenal e 60 mil exemplares distribuídos, não pode se omitir acerca do acontecimento político mais importante deste ano. Nesta edição, sua contribuição ao debate vem por meio das opiniões e sensibilidade de seis mulheres expoentes da política em Brasília, candidatas ao próximo pleito, que entre outras coisas, avaliam a ainda exígua representação feminina no parlamento e os desafios para conciliar as atribuições de mães e donas-de-casa com as funções públicas que desempenham. As discussões envolvendo a Lei do Passe Livre, de um lado protagonizadas pelo GDF, que propõe um limitador social de quatro salários mínimos para manter o benefício a estudantes da rede privada, e de outro, por partidos oposicionistas (PT, DEM e PMDB) que não concordam com o limitador e propõem a manutenção do benefício a todos os estudantes, ampliando inclusive aos da zona rural, também são destaques desta edição. Assim como outro assunto polêmico: a cassação da deputada distrital Eurides Brito (PMDB-DF). Ela reforça a versão de que o crime a ela atribuído teria ocorrido em 2006, antes de assumir o mandato, e que por esta razão não deveria ter sido punida. Mais uma vez faz declarações que comprometem Joaquim Roriz, este sim, segundo ela, a fonte para a qual iria todo o dinheiro guardado na bolsa. Mas enquanto alguns escondem dinheiro público na bolsa, outros estão bem intencionados e demonstram preocupações com a sustentabilidade de nosso planeta. Ainda bem! Temos um bom exemplo na indústria automotiva e no mercado reparador de automóveis nos quais, progressivamente, vem sendo introduzida a tinta à base de água para pintura e repintura de veículo, com potenciais elevados de produtividade e de redução dos impactos ambientais decorrentes da emissão de gases na atmosfera. Exemplos parecidos também partem de artistas comprometidos com um planeta mais saudável. É o caso do artista plástico Tunico Lages, ele dá formas originais e modernas às madeiras mortas do cerrado, transformadas em mesas, acentos, cabideiros, armários, luminárias e outros objetos. O artista mostra ser possível produzir sem destruir - e declara: “Para trabalhar não é necessário derrubar árvores”. Além dos assuntos relacionados à política e ao meio ambiente também trazemos para você um tema curioso e inusitado: carrapatos. São aqueles bichinhos, aparentemente inofensivos, mas que são transmissores da erliquiose e babesiose, doenças que podem acometer seus animais domésticos e levá-los, inclusive, à morte. Confira, nesta edição, as dicas de prevenção e tratamento dessas doenças. Boa Leitura e até a próxima.
Cartas Tenho em mãos a revista Plano Brasília. Ótima, positiva e de grande impacto local. Felizmente, alguém ou alguns se interessaram no histórico político-urbanístico e cultural de nossa cidade. Mais uma vez, parabéns! Agora, tenho a necessidade de solicitar a essa revista uma reportagem sobre o Lago Norte. Local onde moro e tenho grande admiração por sua história e desenvolvimento. Gostaria que levassem em conta este meu pedido e, na certeza de que todos da revista se orgulhariam do assunto, espero uma resposta favorável. Não reparem o meu entusiasmo e meu “atrevimento”, mas, falo de coração e de um sentimento comunitário. De antemão, agradecida. Eileen de Paiva e Mello Clube da Melhor Idade do Lago Norte
Refiro-me ao artigo publicado na edição 66 pág. 77 dessa revista, que trata da intervenção federal em Brasília. O autor do artigo apenas relata uma parte da questão. Seria de bom alvitre perguntar ao povo se acha correto que haja corrupção dos governantes e representantes. Ser contra a intervenção é no mínimo não querer que os processos de corrupção venham à tona, eis que, os próprios corruptos é que vão julgar se houve ou não delito, pois, quem é que julga governador? Quem julga deputado? Assim, penso que chega-se à seguinte posição: o que é preferível? Cometer uma eventual injustiça contra algumas pessoas (poucas) ou ter a sociedade governada ou representada por canalhas? Os que se manifestam contra a intervenção, com a palavra. José Perez Brasília/DF
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Entrevista
Por: Flávia Umpierre | Fotos: Gustavo Lima
Eurides Brito,
a deputada cassada
Citada no escândalo do mensalão do DEM, a deputada que aparece nas imagens de Durval colocando dinheiro na bolsa foi cassada no mês passado por quebra de decoro parlamentar
A
deputada Eurides Brito (PMDB) teve o seu mandato cassado na Câmara Legislativa do Distrito Federal por 16 votos a três por quebra de decoro parlamentar. Flagrada em um vídeo colocando maços de dinheiro na bolsa, é a primeira parlamentar cassada após o escândalo do mensalão do DEM. Em entrevista a Plano Brasília, Eurides reforça a versão de que o crime atribuído a ela teria ocorrido em 2006, antes de assumir o mandato, e que por isso não poderia ser punida. A deputada distrital declara ainda que o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), seria a fonte do dinheiro que ela colocou na bolsa. Ela afirma não ter ficado surpresa com sua cassação, pois colegas da Casa já vinham dando sinal de que ela não teria apoio. “Desde o primeiro momento eu estava convicta que seria cassada, porque a cassação era política e todo mundo estava querendo livrar a sua cara”, conta. Os ex-deputados Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC) renunciaram ao mandato para escapar da cassação. Ela aparece em um vídeo da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal recebendo maços de dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa. Uma liminar concedida pelo desembargador Natanael Caetano, do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou que a votação fosse secreta. A votação aberta estava prevista na Emenda à Lei Orgânica do DF, de 2006, em casos de perda de mandato. No entanto, Eurides pediu que o Supremo aplique ao caso o mesmo entendimento que teve em maio de 2005: ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade (Adin), a Corte declarou inconstitucional um trecho da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que fixava o voto aberto na Assembléia Legislativa na votação relativa à perda de mandato de parlamentar.
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Plano Brasília> A que a senhora credita o fato do vídeo, que afirma ter sido gravado em outro contexto, ter sido usado nessa investigação? Eurides Brito> No ano passado eu ocupava uma função importante, de destaque na Câmara Legislativa, como líder do governo Arruda. Durval diz que tem mais de 400 vídeos, mas só apareceu ali quem foi dissidente do PMDB apoiando o Arruda ou quem depois, já no cargo, aderiu ao governo. Foi uma gravação escolhida intencionalmente pela minha posição de líder do governo. Reafirmo que aquele dinheiro era um ressarcimento de eventos que eu havia custeado e promovido, na fase pré-campanha, para informar aos eleitores as intenções de apoio do governador Roriz. Que tanto fazia votarem no Arruda ou na Abadia, isso não o desagradaria, mas que o importante era votar no Roriz para senador. Essa era a mensagem que eu fui incumbida de passar, tudo isso a pedido dele. PB> Por que Roriz nega o envolvimento dele? EB> Não sei. Eu quis que déssemos uma oportunidade para ele falar, nós dois juntos com a relatora do processo, assim eu poderia lembrálo do dia que, na sala de sua casa no Park Way, nós combinamos isso. Agora, ele negar, eu entendo que ele esqueceu, e eu poderia ajudar a lembrá-lo da ocasião e da minha preocupação, no início de 2006, da indefinição dele com os candidatos a governador. PB> Não é um fato muito grave para ele se esquecer? EB> Ele certamente foi orientado a dizer que ninguém é obrigado a construir prova contra si. E eu tenho que reconhecer que certamente ele estaria produzindo uma prova contra ele. Esse é um princípio elementar do Direito. Mas eu concordo com você, que é um fato tão marcante para a pessoa esquecer.
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PB> A senhora não se interessou em saber a origem do dinheiro que recebia? EB> Em nenhum momento me preocupei com isso, visto que Roriz é um homem rico, um dos maiores pecuaristas do Brasil. Como ele me mandou fazer, disse que me pagaria e demorou a pagar, eu cobrei. Nunca pensei que fosse ilícito, até porque o governador, um homem de posses, não precisa trabalhar com dinheiro ilícito. PB> Por que a senhora não conseguiu provar sua inocência na comissão de ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal? EB> Eu acho que a resposta está dada pelo deputado Paulo Tadeu (PT) em discurso no dia da minha cassação, que disse: “Aqui não é um julgamento jurídico, é um julgamento político”. O que é julgamento político? Isso não existe! Significa que se eu não gosto de você, você saia da frente que eu posso ficar com seus votos, posso me projetar em cima de você, te colocar para fora da Câmara e ficar com todo o mérito que isso pode proporcionar. Durante a conversa que a deputada Érika Kokay (PT), relatora do processo na Comissão de Ética, teve sozinha com o Durval, toda a degravação da conversa teve interrupções, conversas fora das gravações. Eu quero saber o que isso significa. Mas eu entrei com um pedido que não teve resposta. PB> Como é sua relação com a deputada Érika Kokay? EB> Nunca foi um relacionamento bom. E eu poderia ter alegado as nossas desavenças quando ela foi sorteada para ser relatora do meu processo. Justamente pelo fato de que, quando ela era líder do PT e eu do governo, nós tivemos muitos embates. Mas não o fiz para não dar mais motivos para que ela usasse meus atos em um discurso contra mim. PB> Antes defendida, agora traída? O que aconteceu com seu poder na Câmara? EB> Nunca tive poder, ao contrário. Várias vezes colegas me falaram que
Você pode roubar, mas se não for fotografado e nem filmado, fica tudo bem as coisas aconteciam comigo porque eu não tinha grupo, enquanto eu pensava que tinha. Nunca fui enturmada. Os votos contra mim surgiram por medo do ano eleitoral, e não pode se dizer que as cenas não foram marcantes para a sociedade inteira. Minha família e eu ficamos chocados com as imagens, tanto que eu não me reconheci em um primeiro momento. Porque, com esses acontecimentos chega-se a uma conclusão terrível: você pode roubar, mas se não for fotografado e nem filmado, fica tudo bem. PB> Não tinha poder, mas foi poupada durante muito tempo antes da cassação. EB> Não, os outros deputados citados
é que saíram antes, que escolheram o caminho fácil, o caminho da renúncia. Eu não, e mostrei que seria como o comandante do navio, se o navio afundar eu vou junto. O bom é que a próxima fase que virá, o momento da justiça, que trabalha em cima de provas, mostrará a verdade, e que eu não tenho nada a temer. PB> A senhora não renunciou por que tinha certeza da absolvição? EB> Não renunciei mesmo sabendo, desde o início, que na Câmara, me cassariam. Mas eu não teria tido chance de falar, de começar a escrever essa história de resistência e grandes feitos que vou deixar escrita para os meus netos. [choro] Renunciar é fraqueza, é comungar culpa. Eu não faria isso. A Câmara me deu muitas alegrias... Recebi nos últimos dias mais de 300 mensagens das mais expressivas personalidades do DF solidarizando-se comigo. [choro] PB> Por que o recurso para que os votos fossem secretos na sessão que a iria cassar? EB> Porque sou brasileira que cumpro a Constituição. Ela é peremptória nisso! O dia em que levarmos ao brasileiro que ele, por sua vontade, pode cumprir ou não a lei, nós deixamos de ser uma república. PB> O resultado teria sido diferente? EB> Acredito que não. Desde o primeiro momento eu estava convicta que seria cassada, porque a cassação era política e todo mundo estava querendo livrar a sua cara. Eu não estava atrás de resultado. Essa comissão foi uma farsa. Eu não tive direito de defesa, e mesmo que tivesse, acredito que a opinião pública não mudaria o resultado. PB> Não pensou na possibilidade de se reeleger? EB> Eu não iria me candidatar. PB> Encerrou sua carreira política? EB> Vou descansar agora uns dias
na Bahia e vou voltar para entrar na campanha do PMDB. PB> Quando teve início seu relacionamento com o governador Roriz? EB> Eu não conhecia o governador Roriz até ele vir para o DF. Trabalhei para ele em sua primeira eleição para governador no DF. Nós nos conhecemos nessa época porque ele pediu abrigo para se candidatar no nosso partido, porque o PMDB rejeitou a candidatura dele nos anos 90. Então essa história de PMDB rejeitar
Esses acontecimentos não vão me deixar uma mulher triste. Enganam-se os que pensam que eu morri
a candidatura dele não é de agora para ele ficar com raiva da gente. E nós o abrigamos no nosso pequeno partido, à época o PTR. Na campanha de 2006, quando ele me deu a incumbência de fazer as reuniões, eu dizia que a gente tinha que definir um candidato, mas ele trabalhava com os dois. A Abadia foi traída. Quando ele sentiu que Arruda ganharia, ele quis nos tirar da campanha porque assim o Arruda não ficaria devendo favor a ele. Eu, Odilon e Benício. E eu não deixei porque não sou mulher de duas palavras. Aí ele virou pra mim, colocou o dedo em riste no meu rosto, coisa que nunca ninguém fez, e disse que eu não ia ganhar a eleição. Depois disso, nós voltamos a conversar normalmente... Porque política você sabe... Briga hoje, amanhã está tudo bem. Mas esse episódio me marcou. PB> A senhora tem alguma magoa? EB> Não cultivo magoa, a minha formação cristã não me permite isso. A Câmara Legislativa é “um rio que passou em minha vida”, lembrando Vinícius de Moraes. Minha saída não vai afetar em nada minha vida comunitária, minha vida pública. Esses acontecimentos não vão me deixar uma mulher triste. Enganam-se os que pensam que eu morri. PB> Pensa em usar tudo o que sabe sobre do governo Roriz? EB> Não fiz e não faria, pois isso não faz meu gênero. Eu detesto as pessoas que veem coisa errada e não denunciam na hora. É covardia usar em um momento de fraqueza. Não esperem que em campanha eu esteja atacando o Roriz. Só acho que há muito Roriz candidato, uma “penca” de Roriz por aí! Só de Roriz tem uns cinco; é muito candidato. Mas eles escolheram assim, isso os prejudica no próprio partido. Mas não vou falar mal do ex-governador.
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Panorama Político
tarcísio holanda
O PRAGMATISMO
DE LULA
O
presidente Lula deu mais uma prova de seu pragmatismo ao conceder o reajuste de 7,7% aos aposentados e pensionistas do INSS, a partir da folha de pagamento de julho, com pagamento em agosto, contrariando a opinião da equipe econômica, que sugeriu o veto puro e simples. O valor é retroativo a janeiro, pois os aposentados recebiam o reajuste de 6,14% desde então. O presidente deu um sonho de valsa aos aposentados com uma mão e com a outra vetou o fator previdenciário, que evita as aposentadorias precoces. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou a concessão do aumento originalmente aprovado pelo Congresso, apesar do empenho do governo em evitá-lo, revelou que o impacto sobre as contas públicas será de R$ 1,6 bilhão. Advertiu que, para manter o equilíbrio das contas públicas, serão feitos cortes em custeio e emendas parlamentares. “O presidente Lula nos liberou para fazer os cortes necessários, que vão compensar os 7,7%”, disse. A medida reconcilia Lula com os aposentados. Claro que fatores eleitorais pesaram na decisão de Lula, que não poderia transferir o ônus de uma decisão antipática para sua candidata, Dilma Rousseff. Convém lembrar
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que a Medida Provisória enviada pelo presidente Lula ao Congresso Nacional concedia aumento de 6,14%, que era o limite admitido pela equipe econômica. O governo, sob pressão dos aliados, admitiu dar 7%. A base governista, sob pressão dos aposentados e de olho, principalmente, nos seus interesses eleitorais, aprovou o reajuste de 7,7%. O presidente Lula, sob pressão da equipe econômica, aferrava-se à idéia de dar só 7% de aumento, o que corresponde à inflação de 2009 mais dois terços de alta do PIB de 2008. Os deputados e senadores e as categorias de classe insistiram na concessão do reajuste de 7,7%, o que corresponde à inflação do ano passado, acrescida de 80% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2008. Curioso é que Lula emitia sinais de que vetaria esse aumento, chegando a dizer que não se deixaria levar por “qualquer extravagância”, sublinhando: “Não pensem que eu me deixarei seduzir por qualquer extravagância que alguém queira fazer por conta do processo eleitoral. Minha cabeça não funciona assim. A eleição é uma coisa passageira e o Brasil não jogará fora no século XXI as oportunidades que jogou fora no século XX. Eu acho que este momento é muito bom e eu não vou estragar. Todo mundo sabe o cari-
nho que eu tenho pelos aposentados. Eu vou fazer aquilo que eu acho que é melhor para o Brasil, para os aposentados. Eu não vou estragar minha relação com os aposentados, não vou estragar minha relação com ninguém”, disse. Pelo que se viu, o presidente acabou rendido pelos interesses eleitorais e resolveu fazer a extravagância, que chegou a condenar. Afinal de contas, são sete milhões de aposentados, que estão muito bem informados sobre a sua situação e dispõem de um poder eleitoral avassalador.
O fator previdenciário O fator previdenciário foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de evitar as aposentadorias precoces, que contribuíam para aumentar o déficit do sistema da Previdência Social. Trata-se de uma equação usada para calcular a aposentadoria do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), levando em conta a idade ao se aposentar, o tempo de contribuição e a expectativa de vida. A tábua de mortandade do IBGE (divulgada em dezembro de 2009) calcula a média de idade do brasileiro em 72,8 anos. Acabar com o fator previdenciário representaria agravar o déficit do sistema previdenciário nos próximos
20 a 30 anos, segundo o ex-ministro da Previdência, José Pimentel, um técnico na matéria. Basta dizer que o sistema público de aposentadorias custa ao Tesouro Nacional 47 bilhões de reais anuais, embora tenha sido criada a contribuição previdenciária de 11% para os servidores federais, no governo de Fernando Henrique Cardoso. A população brasileira, de quase 200 milhões de habitantes, está envelhecendo de forma acelerada e isso constitui uma ameaça à sobrevivência do sistema previdenciário e ao equilíbrio das contas públicas no Brasil. Foi por isso que o economista Delfim Netto previu que, se não houver a reforma das aposentadorias, o Brasil vai para uma crise fiscal sem perspectiva de solução.
A SUCESSÃO NO RÁDIO E TELEVISÃO Nada menos do que 13 candidatos concorrem às eleições presidenciais deste ano, a maioria deles apresentados por partidos nanicos, mas sete terão de ser obrigatoriamente convidados para os debates em rádio e televisão, ainda que sem expressão e representatividade. De acordo com a lei, candidatos de partidos que elegeram deputados federais na última eleição (2006) terão de ser convidados: PT, PSDB, PV, PTC, PSOL, PT do B e PHS. Estamos nos referindo à Lei n° 9.504, que fixa normas para as eleições. Essas regras valem para rádio e televisão, mas deixam a internet de fora, o que deverá ser aproveitado pelos can-
didatos. As grandes redes de televisão que estão programando debates entre os candidatos pretendem convidar apenas os três mais expressivos - Dilma Rousseff, do PT, José Serra, do PSDB, e Marina Silva, do PV -, mas estarão sujeitos à ação da Justiça Eleitoral. As estações esperam resolver o problema por sua conta, oferecendo aos excluídos dos debates entrevistas a serem transmitidas em suas programações. O candidato aceita a oferta e é levado a assinar um contrato em que abre mão de seu direito em troca de uma entrevista na estação de televisão. Mas os candidatos de partidos pequenos, com deputados eleitos em 2006, como Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, não aceitarão o acordo.
Celeiro do mundo
O Brasil se consolidará como o grande celeiro do mundo, na próxima década, de acordo com as projeções de produção, consumo, estoque, comércio e preços, entre 2010 e 2019, revelam relatórios da FAO (Agência para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas) e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). As agências esperam maior expansão econômica, registrando-se e aumento da demanda e do comércio, além de preços em alta dos produtos agrícolas. FAO e OCDE avaliam que os países em desenvolvimento elevarão a produção agrícola, deslocando exportadores de tradição. Porém, julgam que o
crescimento da produção no Brasil será muito superior à dos demais produtores. A estimativa é de que será quatro vezes maior do que o aumento de 10% a 15% de seus grandes concorrentes (Canadá e os Estados Unidos), entre 2010/2019. Os países que integram a Comunidade Europeia terão aumento de 4% na sua produção agrícola.
Um terço do comércio mundial O Brasil assumirá posição dominante na produção e comércio de carnes e açúcar e registrará substancial aumento de sua participação em outras áreas. A exportação de carne brasileira poderá crescer, nesse período, 22%. O país deverá ser responsável por 63% das vendas fora dos países desenvolvidos e um terço do total mundial. O Brasil promete assumir papel de formador de preços no mercado mundial de açúcar, devendo sua produção crescer 11 milhões de toneladas, ou 31%. Segundo o estudo, o Brasil tem uma arma adicional para aumentar a produção, em curto prazo, utilizando o complexo produtivo do açúcar e do etanol, tendo a cana como matéria prima. A maior parte da produção mundial de oleaginosas, como a soja, virá do Brasil, Estados Unidos e Argentina. Os Estados Unidos manterão a condição de maior produtor mundial, mas estima-se que quase 70% do aumento nas exportações serão do Brasil, que elevará sua participação de 26% para 35% no comércio mundial, até o ano de 2019.
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Brasília e coisa & tal
Romário Schettino
Rosso atropelado Com o enterro da intervenção no Supremo Tribunal Federal, o governador tampão Rogério Rosso continua tocando obras. Os tratores nas ruas, pareciam pavimentar sua tentativa de reeleição. O problema de Rosso é que Filipelli e Michel Temer cortaram seu caminho com uma nova e polêmica aliança: PT-PMDB-DF.
O gole do Gim O senador Gim Argello quer beber em qualquer bica. Tentou articular com Rogério Rosso um palanque para Dilma Rousseff, mas não descartou montar o seu próprio. Está na melhor posição, tem mandato por mais quatro anos e tudo o que vier é lucro. Já Agnelo Queiroz (PT), aliado a Filipelli, terá que dizer como fará para carregar as malas do PMDB-DF envolvidas na Caixa de Pandora.
Nuclear, de 1967, não foi assinado por Israel, Paquistão e Índia, países que já têm ogivas nucleares. A Coreia do Norte assinou, mas se retirou em 2003. EUA, Reino Unido, Rússia, França e China assinaram o TNP, mas já tinham suas bombas – no total, são cerca de 15.000 ogivas espalhadas pelo mundo. Qual é, então, o problema? O desejo das potências em controlar os demais países. O Itamaraty está certo, o mundo exige equilíbrio e fóruns multilaterais para tomada de decisão.
Irã x EUA - II
Roriz e Frejat O ex-governador Joaquim Roriz acertou com o ex-secretário de Saúde e deputado Jofran Frejat a chapa para concorrer ao GDF. Roriz se movimenta, mas com um pé no freio, atento que está ao lixo que insiste em aparecer, depois de aberta a Caixa de Pandora.
Esquisita, nesse imbroglio sobre o Irã, é a posição da maioria dos articulistas da grande mídia. Com o objetivo de desqualificar a política externa de Lula, eles chegam ao cúmulo de torcer pelo grandão do Norte. No dia em que a ONU aprovou novas sanções contra o Irã (9/6), o comentarista de uma grande emissora de rádio, na hora do almoço, não escondia sua satisfação com a "derrota" do Brasil, pelo atrevimento de se meter em assunto de gente grande. Seria só complexo de vira-latas, não fosse tão antipatriótica - e antipática - essa posição.
Pesquisas eleitorais Toda hora chega alguém dizendo que a pesquisa disse isso, disse aquilo, que fulano está na frente para deputado federal e que fulana está na frente para deputada distrital. Ainda é cedo. Não confio em voto corporativo e muito menos em pesquisa fora de hora. Por mim, não deveria ser permitido divulgar pesquisa eleitoral. Pesquisa só interessa a quem a contrata, serve de base para suas ações políticas. E não deveria servir para manipular os votos. Por isso sou contra publicação de pesquisa eleitoral, qualquer uma, em qualquer momento.
Irã x EUA – I A polêmica em torno da suposta bomba atômica do Irã não passa de uma disputa geopolítica dos EUA. O Tratado de Não Proliferação
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A cabeça de Eurides A cabeça da deputada distrital Eurides Brito (PMDB-DF) foi entregue para tentar salvar os outros pemedebistas da Caixa de Pandora. O que não se sabe é se os eleitores vão concordar.
O voto dos jovens Onde andam os jovens nas eleições de 2010? O seu filho tirou o título de eleitor? Confira.
Comunicando TV Brasil na África - I Sob o comando da experiente Marilena Chiarelli, o Canal Internacional da TV Brasil inicia transmissões para a África. E já começa sendo captado em 49 dos 53 países africanos. Para marcar o início das transmissões, o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, trocou saudações com o presidente Lula. Essa iniciativa pretende divulgar, em língua portuguesa, a cultura, o povo, a riqueza e as oportunidades do Brasil. Haverá ainda, na grade africana, três programas criados especialmente para o canal internacional: o “Conexão Brasil”, que situa a posição do País em relação a grandes temas mundiais; o “Brasileiros no Mundo”, voltado para as comunidades de emigrados, e o “Fique Ligado”, uma agenda cultural para os mais de três milhões de brasileiros que vivem no exterior.
TV Brasil na África - II O satélite que está sendo usado já distribuía o Canal Integración, criado em 2003 pela antiga Radiobrás. Para esse trabalho, a TV Brasil firmou acordo com a Multichoice, que opera através dos sistemas DTH e cabo. Entre os países cobertos, estão os cinco de língua portuguesa: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe. Para o presidente Lula, a rede pública de televisão e sua expansão permitirão que “o Brasil seja desvendado para o mundo ao mostrar o que tem de melhor”. Em breve a TV Brasil Internacional será transmitida para América Latina, Estados Unidos, Canadá, Japão e Europa. O serviço é útil a todos, brasileiros e estrangeiros, e principalmente ao Brasil.
lugar de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho; Ana Maria da Conceição Veloso para o lugar de Isaac da Silva Pinhanta; e Takashi Tome, para o lugar de Rosa Lúcia Benedetti Magalhães. Eles tomaram posse na audiência pública realizada dia 1º de junho no Rio de Janeiro. Dos três, conheço o Jakobskind, melhor conselheiro não há.
Cadê as resoluções da Confecom? A I Conferência Nacional de Comunicação ocorreu em dezembro de 2009. De lá para cá, nem as resoluções aprovadas foram publicadas. O Ministério das Comunicações ficou mudo e o Palácio do Planalto ensaia respostas. É fato que mais de 35% das propostas são do âmbito do Congresso Nacional. Mas, e a parte que cabe ao Poder Executivo? Não vai acontecer nada? Vamos esperar passarem as eleições?
Governo despreza JK Fui ao lançamento do livro “Sem temer o ocaso – a luta em defesa de JK”, do jornalista Dilson Ribeiro. Concordo com ele na crítica que faz ao desprezo do Governo Federal ao fundador de Brasília. Do GDF não se esperava nada para o dia 21 de Abril, já que estava afundado na lama saída da Caixa de Pandora. “Os ministros da Educação e da Cultura tinham a obrigação de ressaltar a figura de JK nesses 50 anos de Brasília. É uma prova de que são incultos”. Dilson tem razão. A figura de JK é tão importante que mereceria mais atenção; não apenas nos discursos demagógicos quando certos políticos querem ser simpáticos. Francamente!
Em defesa de JK O livro do jornalista Dilson Ribeiro faz parte da série de biografias autorizadas pela Academia de Letras de Brasília, sob a supervisão do acadêmico Romildo Azevedo, e é uma valiosa contribuição à história. São relatos e análises de um jornalista experiente e comprometido com o movimento em favor de Brasília e do Brasil. As escolas de Brasília deveriam recomendar sua leitura.
A PEC do diploma A Câmara dos Deputados instalou a Comissão Especial encarregada de emitir parecer sobre a Proposta de Emenda à Constituição 386/09, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a PEC dos Jornalistas. O prazo para emendas à PEC está aberto e a expectativa é de que o parecer sobre a proposta seja apresentado no máximo até o dia 24 de junho.
Livro do Mário “A América que não está na mídia”, livro do jornalista Mário Augusto Jakobskind, está no mercado. É uma crítica ao comportamento dos diversos veículos de comunicação brasileiros e latinoamericanos com relação ao continente. Mário, que também é editor do jornal “Página 64”, do Instituto João Goulart, faz uma série de perguntas que nunca terão respostas, a não ser que passemos a ler, ver e ouvir notícias com o espírito crítico que ele prega, desconfiando das boas vontades e abrindo os olhos para as realidades que se impõem. Vale a pena ler os dois, o livro e o jornal.
Novos conselheiros da EBC O presidente Lula nomeou os três novos conselheiros da sociedade civil no Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação. São eles: Mário Augusto Jakobskind, para o
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Política Brasília
Por: Alessandra Germano | Fotos: Gustavo Lima
Nova lei para o
Passe Livre
Há um mês sem os créditos para recarga dos cartões, Câmara e governo se acertam e aprovam crédito garantidor
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uando foi sancionada a Lei 4.462, de 13 de janeiro de 2010, que dispõe sobre o Passe Livre Estudantil, o Governo do Distrito Federal estimava que o repasse dos recursos à Fácil Brasília Transporte Integrado (Fácil-DF) seria de R$ 3 milhões mensais. No entanto, de janeiro a maio, o valor do repasse ultrapassou R$ 23 milhões, sendo que, em alguns meses, o rombo chegou a R$ 8 milhões, mais que o dobro da expectativa mensal do governo. Mesmo com tanta verba disponível, na Fácil-DF, as filas quilométricas e o esgotamento relâmpago das recargas tornaram-se frequentes. Vale lembrar que uma das justificativas do GDF para aprovar a lei era que, com o repasse dos recursos às empresas de transporte público, não haveria aumento no valor das passagens até o final deste ano. No entanto, depois de três dias de greve dos rodoviários em junho, o governo decidiu analisar as contas das empresas para resolver se concede ou não o reajuste das tarifas.
Novas Regras O Projeto de Lei 1.245/09, de autoria do Poder Executivo e de iniciativa da Secretaria de Transportes, que foi aprovado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), por votos favoráveis dos 21 deputados presentes,
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previa a gratuidade para todos os estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior de instituições privadas e públicas. Assim como para os alunos de cursos pré-vestibular e pós-graduação presencial. Até então, o GDF tentava convencer os deputados a votarem a favor de propostas para alteração da lei em vigor. Uma delas é estabelecer um limitador social de quatro salários mínimos (R$ 2.040,00) para que estudantes da rede privada tenham direito ao benefício, que pode ser estendido até seis salários mínimos, havendo disponibilidade financeira e orçamentária. Aqueles alunos que excederem a renda familiar de R$ 2.040 mensais fariam jus ao desconto de dois terços do valor integral da tarifa, como era operado antes do Passe Livre Estudantil. Esse novo projeto do Passe Livre foi protocolado na CLDF junto a outro, que prevê crédito suplementar de R$ 20 milhões para garantir a recarga dos cartões até a votação da proposta. O crédito suplementar sairia de emendas parlamentares de eventos e de obras não iniciadas. Tal projeto foi encaminhado pelo governador Rogério Rosso no dia oito de junho, com pedido de urgência, “para evitar mais transtornos aos estudantes”, mas até o final de junho a votação não havia sido feita por falta de consenso entre os parlamentares.
Ainda segundo o texto do novo projeto, o controle do benefício ficaria sob a responsabilidade do DFTrans, que teria total acesso aos cadastros dos estudantes. A Fácil ficaria a cargo de repassar quinzenalmente um demonstrativo da relação dos créditos utilizados por cada estudante. O texto também prevê que os empresários do setor de transportes paguem pelas despesas do Passe Livre. Atualmente, o GDF paga integralmente as passagens dos estudantes e ainda repassa às empresas o valor do desconto de dois terços ao qual os estudantes tinham direito antes do Passe Livre.
Substitutivo As bancadas do PT, do DEM e do PMDB apresentaram, no dia 15 de junho, um substitutivo à nova lei do Passe Livre proposta pelo governo. Entre outras modificações, o texto propõe a exclusão do limitador social para concessão do crédito e que todos os estudantes, das redes pública e privada de ensino, tenham direito ao benefício, inclusive os da área rural. Outra alternativa proposta pelo substitutivo é que um terço da passagem seja paga pelo Distrito Federal, por intermédio da Secretaria de Fazenda, e que os outros dois terços sejam bancados pelo Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal (STPC/DF) ou pela
Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/ o substitutivo proposto pelas bancadas do PT, do DEM e do DF), sem aumento de tarifa. O texto também sugere que PMDB, e o crédito garantidor de R$ 20 milhões solicitados a recarga dos cartões seja automática por meio de sistema por Rogério Rosso. Foram 15 votos a favor e nove ausências. eletrônico, visando o fim das filas. Dessa reviravolta, pode-se inferir que o GDF voltou atrás A falta de sintonia entre o Legislativo e o Executivo já e acatou a proposta dos parlamentares de excluir o limitador somam um mês de suspensão dos créditos. De um lado, os social de quatro salários mínimos. Essa era a condição imposta parlamentares diziam que só liberariam o crédito garantidor pelos deputados para aprovar a liberação dos R$ 20 milhões com a divulgação da auditoria da Fácil, do outro, o GDF para a recarga dos cartões. Contudo, tanto o PL 1.588/2010 dizia que só liberaria a recarga quando o crédito fosse apro- quanto o crédito garantidor necessitam da sanção de Rogério vado. No meio ficam mais de 130 mil alunos impedidos de Rosso para entrarem em vigor. Segundo a assessoria do goverexercer seus direitos. A assessoria do governador afirma que nador, ainda não há previsão para isso e, portanto, não há prea auditoria já foi feita, mas Rogério Rosso não aprovou sua visão para a recarga dos cartões. Assim como não há previsão divulgação, e que ainda não há previsão de quando os dados para a integração de tarifas de ônibus e metrô. A justificativa serão liberados. para atenuar a situação são as férias letivas. Sobre a contrariedade ao limitador social, o líder do PT na CLDF, Paulo Tadeu declara: “Não concordamos que se transforme um instrumento de política educacional em instrumento de política social. O transporte dos estudantes é uma garantia constitucional, e o limitador social se volta contra o estudante e não guarda qualquer relação com o repasse de recursos. O que é preciso limitar é o ganho das empresas”. Questionado sobre a diminuição dos gastos com a criação do limitador social e, sabendo que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) constatou que mais de 70% das escolas estão sucateadas, se seria mais interessante investir esse dinheiro na reestruturação das instituições de ensino, Paulo Tadeu é enfático: Atípico fraco movimento devido à falta de crédito para recarga “O GDF tem no orçamento deste ano R$ 59,1 milhões para reforma ou reconstrução de escolas. Só Reajuste de tarifas executou até agora R$ 777 mil. Então, o problema não é usar Já no dia 1° de julho, o governador anunciou que as taos recursos do Passe Livre para reformar escolas. É fazer as rifas de transporte público passarão por reajustes. “Quando reformas com os recursos já disponíveis para essa finalidade. o governo arca com a tarifa integral e de repente dois terços Aliás, em anos anteriores, também havia somas consideráveis dessa tarifa vão para a passagem do usuário, há pressão de recursos para essa finalidade. O Governo não investiu na sobre o valor. É matemático”, disse Rogério Rosso. Desde o forma orçada. Preferiu a roubalheira da Caixa de Pandora. fim da greve dos rodoviários, vem sendo feita uma auditoria Vamos reformar as escolas e manter o Passe Livre”. junto às empresas de transporte, cuja conclusão está prevista para 24 de julho, quando o governo decidirá se concede ou não o aumento pedido pelos empresários. “Agora, com essa Férias parlamentares O recesso parlamentar começou oficialmente no dia 1° proposta de repassar dois terços da passagem ao usuário, de julho, mas até o dia 29 de junho, apenas nove projetos teremos uma nova variável para estudar”, afirmou Rosso. parados na Câmara haviam sido aprovados, restando mais O governador não concorda com a transferência de valor 31, entre eles o Passe Livre. Sem chegar a um consenso, os para as empresas de transporte, sua proposta era manter o deputados informaram que o novo projeto de lei do Passe limitador social. “Essa proposta pretende fazer justiça social Livre só seria votado no segundo semestre deste ano, pois aos brasilienses que pagam impostos. Quando a gente tira o projeto final de alteração da lei em vigor não havia sido o limitador, a regra passa a valer para alunos da escola mais enviado à Câmara pelo governo. No entanto, no dia seguinte pobre à mais rica. Não concordo com isso. Defendo o passe (30/06), os deputados aprovaram mais 12 projetos, entre eles livre para quem precisa”, concluiu.
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Dinheiro
mauro castro
Combinação Perigosa E
nquanto se comemora o aquecimento da economia, o frio do inverno se aproxima. O que não é surpresa para o consumidor, aumento de preço em vários produtos durante o inverno, vem associado a um fator raro que é a forte elevação do consumo e busca por crédito. O resultado dessa pequena e pontual combinação é o aumento de preços de forma intensa. Não se trata de um acontecimento grave. O que pode acontecer é que o consumidor pagará uma conta maior por conta de clima e desejos. A mecânica da economia não perdoa. E antes de por a culpa na economia, façamos uma correção de responsabilidade, a culpa é do consumidor – que move a economia. Tudo começa com uma equação simples: quanto mais procura
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por um produto, maior a chance de escassez e, portanto, maior o preço. Agora, soma-se a isso o fato de que no inverno vários produtos agrícolas ficam prejudicados com geadas, seca e dificuldades associadas à mão-de-obra. Acrescente a evolução do PIB que superou todas as expectativas do setor público e dos técnicos especializados na área. E para finalizar a equação, adicionase um consumidor médio tentado por diversas promoções com parcelamentos a perder de vista e cheio de vontade de comprar. Tudo isso resulta em uma enorme pressão nos preços. A lógica vem da prática. Todos sabem que um comerciante médio com uma noção razoável de negócios não faz promoção ou liquidação com loja cheia. O comércio de uma maneira geral não deixará que negócios se percam com a melhor rentabilidade. Por conta disso as opções de preços baixos serão escassas. As eventuais ofertas continuarão. A concorrência entre as empresas
funciona como vacina contra a inflação. Mesmo a mais acirrada concorrência percebe que pode tirar mais vantagens em relação ao mercado. Isso acontece quando estoques caem e as ofertas de produtos se tornam a grande vantagem, deixando o fator preço em segundo plano. Assim, tudo fica na mão do consumidor, que quanto mais procurar aumentar seu patrimônio e consumo diverso, mais cara terá sua conta. O comitê de política monetária não deixa para menos. Já toma providências para mais aperto na disponibilidade de crédito, algo discreto, porém eficiente. Elevou a taxa de juros Selic de 9,5% para 10,25% no início de junho. Para o consumidor, que já se acostumou com o juro aplicado no comércio, não terá qualquer surpresa. A elevação da Selic move muito pouco na taxa oferecida pelo comércio. Não tem para onde correr. A verdade é que as pessoas continuarão a comprar, o PIB a aumentar e o preço a assustar. Tudo isso com muita torcida para o mundo todo se comportar. A combinação perigosa passa. Tudo passa.
Capa
Por: Flávia Umpierre | Fotos: Gustavo Lima e Estúdio Dephot
Mulheres à frente da política
Convidamos seis mulheres com diferentes experiências na vida política local para discutir o tema
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esmo em face da 6ª eleição geral a se realizar no Brasil, desde o restabelecimento do voto direto, após o regime militar de 1964, a mulher ainda é minoria na representação política do país. Nem mesmo mudanças na legislação eleitoral foram suficientes para transformar uma cultura política sedimentada há mais de 40 anos. À medida que o país avança na conquista de um espaço igualitário para o gênero, vê-se ainda disparidade no reconhecimento das mulheres no mercado de trabalho e à frente de cargos de decisão. O parlamento brasileiro ficou em 107º lugar, pior colocado da América Latina, no ranking divulgado em março pela União Interparlamentar (IPU, da sigla em inglês), que analisou 187 países e apresentou uma tendência de
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crescimento na presença de mulheres nas Casas Legislativas de diversas partes do mundo. Os dados demonstram que a política brasileira continua sendo um espaço tradicionalmente dominado pelos homens, restrição que tem início nos próprios partidos políticos. O Congresso Nacional aprovou no ano passado a política de cotas para candidatura de mulheres. O que antes era apenas uma reserva de 30%, que não necessariamente precisaria ser preenchida, agora a lei determina o preenchimento de no mínimo 30% e no máximo 70% das vagas para as candidaturas de cada sexo às assembleias legislativas, câmaras municipais, à Câmara Legislativa e à Câmara dos Deputados. Porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não fala nada sobre punição para o partido que não preencher as cotas.
Em 2006, as mulheres somaram 13,94% de participação nas eleições para deputado estadual e 12,67% para federal. Esses percentuais representam praticamente o dobro dos registrados em 1994, respectivamente, 7,17% e 6,15%. Os números mostram que a participação feminina na política está longe de corresponder a uma situação próxima à igualdade. O Distrito Federal possui hoje apenas três, das 24 cadeiras da Câmara Legislativa, ocupadas por parlamentares mulheres. Nenhuma deputada federal e senadora na representação da região administrativa no Congresso. Não progride mais porque os políticos são muito resistentes à participação das mulheres no parlamento, bem como de outros segmentos que não estão na elite do poder.
Arlete Sampaio – candidata a deputada distrital pelo PT Arlete Sampaio é médica, baiana e está na vida pública desde o movimento estudantil. Participou da fundação do PT e da CUT no DF, tendo sido presidente do partido por três mandatos. Foi eleita vice-governadora no governo de Cristovam Buarque (PT) em 1994 e deputada distrital em 2002.
Celina Leão – candidata a deputada distrital pelo PMN Nasceu em Goiânia (GO), onde se formou em Administração de Empresas. Engajada na defesa do movimento jovem na política, liderou a Secretaria de Estado da Juventude no DF em 2006 e foi chefe de gabinete da deputada Jaqueline Roriz (PMN). Sua mãe foi uma grande ativista nas políticas publicas de gênero, e criou a Secretaria da Condição Feminina de Goiás.
Eliana Pedrosa – deputada distrital pelo DEM Eleita em 2002 e 2006, formada em Química pela Universidade de Brasília. É mãe de três filhos e avó de três netos. Antes de entrar para a vida pública, Eliana Pedrosa atuou na iniciativa privada. Em função da exigência legal da cota de 30% das vagas para mulheres, aceitou o convite do Partido Liberal, seu primeiro partido.
Erika Kokay – candidata a deputada federal pelo PT Começou sua vida política em 1976, quando ingressou na Universidade de Brasília. Eleita deputada distrital em 2002 e em 2006. Presidente do Sindicato dos Bancários por duas vezes consecutivas, presidente da CUT-DF, diretora da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e secretária-geral da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT).
Rejane Pitanga – candidata a deputada distrital pelo PT Foi militante do movimento estudantil e diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF). Possui uma história de militância política partidária e sindical. Fez parte do movimento pelas Diretas Já em 1984 e atuou na mobilização da Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Esteve presente também na luta pelo impeachment do então presidente Fernando Collor. Está no segundo mandato na presidência da CUT/DF, entidade que dirige desde maio de 2006.
Renata Fortes – candidata a deputada distrital pelo PV Nascida em Brasília em 1976, concluiu o ensino médio no Colégio Militar de Brasília, formada em Educação Física e pós graduada em Docência em Ensino Superior. Professora desde 2001 da Secretaria de Educação do Distrito Federal. É secretária da Mulher da Executiva do PV do DF e Conselheira Nacional do PV. Foi candidata a deputada distrital em 2006.
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O que elas pensam sobre... Mulheres no poder: Como trabalham e qual o espaço dado a elas As barreiras que o gênero feminino enfrenta não acabam após as eleições, mas se repetem no poder. Entre os relatos estão a exclusão de discussões influenciadas por uma forma sexista de trabalhar a política.
Arlete Sampaio O Brasil tem uma representação parlamentar feminina muito pequena, menor que outros países da América Latina, o que não reflete a participação da mulher na sociedade. É um espaço muito aquém da força social da mulher. A atual disputa política reflete o espaço de poder masculino nas diversas camadas da população, principalmente nas que detêm maior influência na vida política nacional. Por isso existem regras hoje para estimular essa participação. Mas não basta ter uma mulher candidata se os partidos não viabilizam as campanhas das mulheres e ainda ficamos colocadas em um plano inferiorizado.
Celina Leão
Érika Kokay Eu não acho ruim que as mulheres ocupem as comissões que tratam da dignidade humana e não ocupem as comissões de Economia e Finanças e Constituição e Justiça, que são de interesses intermediários, como ocorre no Congresso Nacional, pois não são mais importantes que as outras. No exercício do trabalho na CLDF tem discriminações que não podem ser medidas, como as ditaduras da perfeição, quando você adentra uma função culturalmente ocupada por homens e que você não pode errar.
Rejane Pitanga Temos poucas candidatas, não por falta de interesse nem por não achar que somos capazes de ocupar esse espaço. É que para ocupar esse espaço você tem que percorrer uma trajetória extremamente difícil e espinhosa. Além da dupla jornada de trabalho, tem uma desigualdade grande do ponto de vista da ocupação dos espaços de poder, que, de uma forma ou de outra, geram uma dificuldade econômica. Hoje em dia, para conseguir vencer uma campanha eleitoral que cada vez mais pressupõe o poder econômico, o que é muito ruim, deveria preponderar em uma disputa a sua trajetória.
Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política
Nós tivemos um retrocesso no DF no número de mulheres à frente da gestão pública. Em governos anteriores tínhamos quase metade do secretariado de mulheres, por exemplo. Isso era o ideal, visto que Por que o país elege poucas as mulheres estão estudando mais Michelle Bachelet (ex-presidente do mulheres e quais as dificuldades que os homens. O Brasil está forChile eleita com 71% de aprovação) enfrentadas para se elegerem mando mais mulheres que homens nas universidades. Por isso não tem por Eliana Pedrosa que haver essa distinção entre as demandas políticas por A primeira grande barreira de se lançar numa carreira assuntos dessa ou daquela área. política é enfrentar o desafio de compatibilizar a sua vida
Eliana Pedrosa Cada deputado é um voto, mas a predominância é dos homens, por isso a desigualdade de condições de desenvolver trabalhos na Casa. O que acontece é que as articulações ficam prejudicadas. Por serem maioria, é natural que eles se acertem mais e que as mulheres fiquem mais isoladas. Se o quadro fosse o inverso, isso aconteceria também. Os relacionamentos vão se fortalecendo pelo que os grupos têm em comum. Isso reflete nas articulações, e também no fato de as mulheres ficarem a cargo de comissões voltadas a temas mais humanos, que econômicos ou estratégicos.
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pública com a sua vida privada. Isso é mais fácil para o homem, que consegue, sem abalar muito a família, dedicar um tempo maior à vida pública.
Érika Kokay Temos o reflexo de uma sociedade que excluiu a mulher da vida pública. O espaço reservado a ela é o espaço privado. Ela adentra o espaço público assumindo as funções públicas por meio do trabalho, mas as funções domésticas continuam sendo quase que exclusivamente sua responsabilidade. É como se a sociedade dissesse “vai, assume o seu lugar na vida pública, mas não abandone a sua casa,
que tem que estar sempre limpa, seus filhos não podem adoecer e você tem que estar sempre disponível para ter relações com o seu marido”.
estimula muitas mulheres a se candidatarem, por vezes, mulheres que não eram do ramo da política.
Rejane Pitanga
Diferença na forma de trabalhar
Renata Fortes No DF nunca se ocupou o percentual de 30% das cotas porque não havia a obrigatoriedade e nem mulheres suficientes para esse pleito. Nós enfrentamos dificuldade de encontrar mulheres para que coloquem o seu nome à disposição para serem candidatas de fato. Os homens estão comandando o capital no DF, o eixo empresarial, com isso eles têm mais facilidade de captação de recursos.
Duas mulheres figurarem entre os três principais candidatos à presidência da República Arlete Sampaio A América Latina está amadurecendo para essa evidência, que as mulheres têm competência idêntica para assumir cargos dirigentes, e que há certo amadurecimento para que uma mulher possa se eleger presidente.
Rejane Pitanga Essas eleições trazem a real possibilidade de eleger uma mulher para presidir o Brasil, isso é importante num país onde as mulheres são mais da metade da população economicamente ativa, mas do ponto de vista dos espaços de poder são minoria. Representa um avanço, mas por outro lado observamos a forma com que essas mulheres são tratadas, especialmente pela mídia, uma frágil e a outra como se fosse uma sombra de um homem. Isso não é à toa, desproposital, é uma coisa que demonstra o preconceito por uma mulher dirigir o país.
Renata Fortes É uma mudança de paradigma. A maioria das mulheres pode se espelhar nessas candidatas. O crescimento delas vem mostrando essa mudança. Uma candidata
Arlete Sampaio A nossa maneira de conduzir o processo político é distinta, mais solidária, menos conflitiva, menos belicosa que a forma com que os homens trabalham.
Celina Leão A mulher é mais sensível, e quando ela se compromete, ela se compromete de verdade. Quando ela acredita, ela acredita de verdade. Tem um profissional diferenciado quando tem uma mulher capacitada. A mulher fica mais impactada por aquilo que vê na sociedade e isso pesa no trabalho político. Quando a mulher erra, as pessoas falam que ela errou porque ela é mulher. Isso é uma injustiça, porque todos nós somos passíveis de erro. Nós pensamos a política com o final, esquecemos o meio. Nós queremos ver a mãe com o filho na creche, queremos matar a fome da pessoa. E existe o fato da dupla, tripla jornada, que é real. E ainda carregamos culpa por nos dedicarmos à vida fora de casa.
Eliana Pedrosa Nós temos uma diferença básica, a mulher olha com mais afinco para as questões sociais. Se nós queremos um mundo com menos desigualdade, um país com mais justiça social, é importante que as representações políticas tenham um equilíbrio entre os gêneros.
Renata Fortes Nós temos um senso de responsabilidade muito intrínseco e, por conta da maternidade, somos preparadas para a responsabilidade de cuidar dos outros, e é isso que precisamos no nosso legislativo.
Mulheres legisladoras Média mundial - 16,6% No Brasil - 8,6%
Por gênero Índice de candidatos na eleição de 2006 Cargo
homens
mulheres
Total
Deputado Distrital
79.26%
20.74 %
646
Deputado Federal
84.91%
15.09%
106
Senador
100.0%
0.0%
9
Governador
50.0%
50.0%
6
Presidente
71.43%
28.57%
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Fonte: TSE
Mulheres nem sempre elegem mulheres, a discriminação é tão forte na nossa sociedade que muitas vezes elas próprias não acreditam no potencial que têm. Falta dar igualdade de condições às mulheres de participarem desse processo. Para ser candidata com viabilidade eleitoral tem que ter um histórico de uma trajetória política ou poder econômico. Temos dificuldade de obter financiamento de campanha, pois, além dos partidos não pensarem essa questão com corte de gênero, os financiamentos vão para os homens porque os espaços de poder são ocupados em sua maioria por homens.
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Cidadania
Por: Juliana Mendes | Fotos: Gustavo Lima e Evandro Fortuna
Bula do riso alegria não tem
contraindicação
O
Com fantasia de palhaço, músicas engraçadas e sorriso no rosto, jovens conseguem aliviar, pelo menos por alguns instantes, o sofrimento dos pacientes
médico norte-americano Patch Adams lançou uma forma inusitada de curar: com a alegria. Em 1998, sua história foi parar nas telas dos cinemas com o filme “Patch Adams – O amor é contagioso”, do diretor Tom Shadyac, e inspirou vários grupos pelo mundo afora. Hoje, existem pessoas que se vestem de palhaços, colocam alegria em seus rostos e vão aos hospitais tentar aliviar, pelo menos por um instante, o sofrimento e preocupações dos pacientes e de seus acompanhantes. O grupo mais famoso no Brasil é o Doutores da Alegria, formado por atores teatrais e circenses que são remunerados para realizar os trabalhos em hospitais de Belo Horizonte, Recife e São Paulo. Mas há outros grupos que são formados por voluntários, como o Bula do Riso que faz parte da Associação de Voluntários do Hospital Universitário de Brasília (AVHUB) e atua no HUB há oito anos. Eles se contentam em receber como pagamento “o sorriso de uma criança que está internada, ou o riso sincero de um adulto que não recebe a visita da família”.
alas de clínica médica, pediatria e póscirúrgico, com objetivo principal de se transformarem em palhaços para alegrar os pacientes internados e, consequentemente, todo o ambiente hospitalar. Ana Catarina Franco trabalha com produção de áudio visual, mas aos domingos se transforma na Dra. Amnésia e sai pelos corredores do HUB com as companheiras Dra. Caramelo e Dra. Raio de Sol para tentar arrancar sorrisos de pessoas abaladas pela dor. Muitas vezes elas sentem dificuldades em abordar pacientes, mas tentam por meio do
A receita Começou em 2002 e, atualmente, o Bula do Riso conta com cerca de 20 integrantes que se dividem em dois grupos para realizar as visitas aos sábados à tarde, e aos domingos pela manhã, nas
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A pequena Julia se diverte
sorriso e da brincadeira conquistar os mais arredios. E é justamente para saber como lidar com essas pessoas que há uma preparação para os novos voluntários, inicialmente chamados de “cabides”. Eles participam durante quatro visitas como observadores para aprender a abordar funcionários, acompanhantes e pacientes. O objetivo principal da preparação é fortalecer o emocional dos futuros palhaços.
Palhaçada As crianças, como esperado, se divertem. Ao avistar o grupo já saem correndo
Os adultos também entram no clima
para entrar na brincadeira. Em uma visita repentina à área da pediatria, as três doutoras, Amnésia, Caramelo e Raio de Sol, arrancaram sorrisos e chamaram a atenção dos pequenos que aguardavam na sala de espera. “Eu gostei delas. Vi as três brincando com o menininho. São tão doidas e palhaças”, diz a alegre Júlia Coura Baesa. Os adultos também entram no clima, e todos já conhecem as doutoras da graça. Ao caminhar pelos corredores são cumprimentadas por funcionários e pacientes. Cantando, fizeram dançar um rapaz que aguardava para ser consultado. “É a primeira vez que vejo o grupo. Apesar do mico, achei muito legal. Às
Grupo Bula do Riso
vezes as pessoas estão tristes. Trazer alegria é sempre bom. Com certeza essa receita funciona”, acredita Alexsandro Paixão Ribeiro.
Sorrir: o melhor remédio Os resultados são visíveis para os integrantes. “Notamos que a presença do grupo deixa os pacientes com um semblante melhor e a alegria se espalha no ambiente. Não temos o dom de levar a cura, mas tentamos, nesses momentos, abrandar o sofrimento”, afirma Catarina. Para Adriani Santos, que dá vida à Dra. Raio de Sol, participar do grupo é uma experiência positiva. “Tem feito com que eu veja a vida de outra forma,
tomando consciência de como ela é efêmera”, afirmou dizendo ainda: “Algumas pessoas acham que os pacientes é que ganham, pelo contrário, quem ganha mais sou eu. Não há dinheiro que pague cada sorriso, cada oração, cada gesto”. Para participar do grupo é necessário ser maior de 18 anos, ter paciência e bom humor. Os interessados devem entrar em contato com a AVHUB. Serviço AVHUB SGAN 604/605 – Ambulatório Principal do HUB – Sl. 74 (61) 3448.5378 / 3307.1598 acshub@unb.br
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Gente
Por: Edson Crisóstomo
José Luiz Valente, Tadeu Filippelli e Luiz Pitiman
Aline Lins e Adriana Blandim
Grand Prix Os diretores do cartão BRB, Paulo Renato Braga e Marcelo Amaral, com os premiadíssimos gerentes, no dia do lançamento dos novos produtos do cartão.
Política Arruma um bico aí, tio? O deputado distrital Roberto Lucena (PR), que recém reconquistou o posto de suplente da ex-parlamentar Eurides Brito (PMDB), passou pelo constrangimento de ser preso por causa de uma pensão alimentícia do filho de 21 anos, que está desempregado. Poderia ter colocado o filho na empresa do irmão, Link Net. Será que passa? O TSE já recebeu três pedidos de impugnação da candidatura do candidato ao governo do DF, Joaquim Roriz (PSC), acusado de incidir em uma das causas de inegibilidade prevista na lei conhecida como Ficha Limpa. Rodrigo Dantas (PSTU) também pode ter a candidatura negada, acusado de ter sido afastado fora do prazo legal.
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Caixa Rápido Consumidores lesados Você que já esperou tanto pelo bom senso dos empresários, por controle de preços, CPI dos Combustíveis, leia agora a diferença dos preços nos postos de combustível de Goiânia e Brasília. Etanol – R$ 1,12 (Goiânia) / R$ 1,89 (Brasília)
Rodrigo Rollemberg, Geraldo Magela e Cabo Patrício Renato Matos e Cristovam Buarque
A turma ansiosa do primeiro voto
Geléia Geral Gasolina Comum – R$ 2,24 (Goiânia) / R$ 2,89 (Brasília) O etanol em Brasília é 69% mais caro. Ainda é possível pagar em até 70 dias no cartão, no posto do hipermercado Carrefour. Em Brasília a palavra fica com as autoridades, mesmo que seja a policial. Digam alguma coisa, por favor.
Memorial João Goulart segue em andamento O Memorial João Goulart é outra obra grandiosa do arquiteto Oscar Niemeyer para o Eixo Monumental de Brasília e ficará próximo ao Memorial JK. O terreno foi cedido por Joaquim Roriz, em 2006, e sua execução teve o patrocínio da Petrobras e Eletrobrás, pela da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. A nave principal do Memorial João Goulart tem 1.760 m², enquanto o prédio anexo administrativo 450 m². Segundo Niemeyer, “quem conhece a história de João Goulart, sabe como ele foi violentamente afastado do seu cargo com o golpe militar de 64, que procurei marcar em minha arquitetura, da forma mais clara, com uma grande flecha vermelha a atingir a cúpula projetada”.
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Cidade
Por: Alessandra Germano | Ilustração: Rodrigo Dias
Direito de não pagar pelo que não se quer A venda casada é crime, e ainda assim, uma prática abusiva muito comum e recorrente
E
ssa maneira de induzir o consumidor à compra de um serviço ou produto indesejado é proibida expressamente pelo Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC), o qual define a conduta como crime contra a ordem econômica e contra as relações de consumo. Como especifica o CDC (artigo 39, inciso I), é vedado ao fornecedor condicionar a entrega de certo produto ou serviço à aquisição de outro. O consumidor tem o direito de escolher se quer ou não determinado serviço ou produto, no entanto, a maioria dos estabelecimentos só efetua a venda se esta estiver agregada a outra.
Agências bancárias Os bancos estão no topo das reclamações sobre venda casada. Na maioria das vezes que um cliente precisa contratar os serviços de empréstimo, financiamento, cheque especial ou aumento do limite de crédito, a ele são impostas condições como a contratação de um seguro, o que é ilegal. Andressa Pereira*, mesmo sendo funcionária de um grande banco federal há oito anos, também já teve que se submeter a esse tipo de prática. “Viajei e fiquei sem
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dinheiro. Liguei para minha agência e pedi um empréstimo. A pessoa disse que faria no dia seguinte, mas não o fez. Fiquei desesperada precisando de dinheiro e liguei de novo. Então, ele disse que faria empréstimo mais rápido se eu comprasse uns títulos de capitalização. Eu tive que comprar”, relata. O funcionário que fez a venda casada à Andressa, não era somente
um funcionário cometendo crime, ele era seu colega. Ela ainda acrescenta que ele fez o contrato sabendo que só poderia assiná-lo quando voltasse de viagem. Disso, pode-se inferir que essa
prática é muito mais que comum e recorrente, ela já foi assimilada aos modus operandi da instituição. Andressa justifica que a venda casada é tão comum nas agências bancárias por causa da pressão que os funcionários sofrem com a obrigatoriedade de bater as metas de vendas. “A agência dele batia todas as metas desse jeitinho”, fala sobre o colega que fazia venda casada. Segundo ela, hoje as regras são mais rigorosas, “inclusive nos contratos há a exigência de cláusulas falando da proibição de venda casada”. Contudo, ela afirma que ainda há problemas, principalmente com o financiamento habitacional. “Há a venda de seguro obrigatória para quem faz financiamento”, diz Andressa, explicando que nesses casos é por uma questão de segurança. No entanto, mesmo sendo uma questão de segurança para o banco, essa é uma conduta criminosa.
Academias de ginástica Operação casada é uma das atividades mais praticadas em academias, sob a denominação enganosa de pacote. Raro é conseguir optar apenas pela modalidade que se deseja executar. A estudante Amanda Rios conta indignada que no bairro onde mora, Sudoeste, não encontrou nenhum estabelecimento que lhe permitisse pagar somente pela atividade escolhida, musculação. “Para começar, algumas academias não
informam preços nem formas de pagamento por telefone. É necessário ir pessoalmente ao local para obter esses dados. Pesquisei em quatro lugares e todos obrigam a fazer pacotes mon-
O nosso conceito proporciona liberdade e um ambiente descontraído. O cliente não paga por outras atividades que muitas vezes não são sua preferência tados previamente por eles próprios. Eu só quero fazer musculação. Não me interesso por exercícios de ergonometria. Mas, se quiser me matricular, terei que pagar pelo que não vou usar”,
Leis • A Lei 8.137 / 90, artigo 5º, II, III, tipificou essa prática como crime, com penas de detenção aos infratores que variam de 2 a 5 anos ou multa; • E a Lei 8.884 / 94, artigo 21º, XXIII, define a venda casada como infração de ordem econômica. A prática de venda casada configura-se sempre que alguém condicionar, subordinar ou sujeitar a venda de um bem ou utilização de um serviço à aquisição de outro bem ou ao uso de determinado serviço; • Pelo Código de Defesa do Consumidor, a Lei 8078 / 90, artigo 39º, “é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos”; • E pela Resolução do Banco Central nº 2878/01 (alterada pela nº 2892/01), Artº 17, “é vedada a contratação de quaisquer operações condicionadas ou vinculadas à realização de outras operações ou à aquisição de outros bens e serviços”.
explica. Ela também afirma saber que essa é uma prática ilegal, mas disse que não sabe o que fazer para impor seus direitos. “Não tem conversa. Se eu não quiser fechar o contrato, outros tantos o farão no meu lugar. Se não houver algum tipo de fiscalização ou denúncias em massa, as academias não vão mudar essa prática tão cedo”, desabafa. A academia Smart Fit é uma das poucas exceções. “O nosso conceito proporciona liberdade e um ambiente descontraído. O cliente não paga por outras atividades que muitas vezes não são de sua preferência. Este é um conceito fácil de agradar a população e que cresce a cada dia no mundo inteiro. A Smart Fit veio preencher uma lacuna no mercado brasileiro”, explica o diretor Marco Lara.
Cobrança diferenciada Devido aos custos operacionais cobrados pelas administradoras de cartão, é muito comum os comerciantes só darem desconto a pagamentos à vista feitos em papel-moeda, mas isso é ilegal. Se o estabelecimento aceita todas as formas de pagamento (dinheiro, cheque e cartão) é obrigado a dar o mesmo desconto para cada uma delas. Juros só podem incidir sobre pagamentos a prazo. Também são proibidos valores diferentes para pagamento em dinheiro e cartão de débito, pois algumas lojas costumam embutir juros no pagamento com o dinheiro de plástico. A cobrança diferenciada em pagamentos à vista é vedada pelo CDC, expressa no artigo 39, inciso V, que a define como vantagem manifestamente excessiva exigida do consumidor. Serviço Smart Fit CLWS 300 A Sudoeste (A academia não divulga telefone) www.smartfit.com.br PROCON DF 151 * Nome fictício A entrevistada não quis revelar sua identidade
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Mercado Imobiliário Por: Daniela Lima | Fotos: Divulgação
Exemplo na
construção civil
O crescimento imobiliário no padrão de Brasília
O
mercado imobiliário de Brasília está no topo dos investimentos futuros, as projeções prolongam essa posição e, hoje, a capital federal é a segunda maior cidade do Brasil em faturamento e unidades vendidas. Um ponto importante a ser destacado para esse ramo é o crescimento da cidade como um todo. Setores como gastronomia, cultura, indústria, construção civil e serviço público geram, naturalmente, em Brasília, um fluxo migratório crescente. A demanda passa a ser maior que a oferta, levando o mercado imobiliário a atender esse crescimento
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populacional seguindo as exigências do governo instituídas pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). O que mais chama atenção no mercado imobiliário é a valorização, localidade dos imóveis e, consequentemente, o retorno financeiro a longo prazo. Brasília é uma cidade com características novas em razão das políticas públicas que elevam o padrão e a qualidade de vida dos moradores. As pessoas podem se programar no dia a dia, visto que o trânsito, comparado às grandes cidades, é ainda o mais tranquilo. E todas essas qualidades
fazem com que o mercado imobiliário local alcance investimentos altos. A projeção para a economia brasileira está crescendo, e em Brasília o retorno das aplicações em imóveis é maior que em outros investimentos financeiros. “A tendência é que continue crescendo 20% ao ano, nos próximos cinco anos”, explica Rodrigo Nogueira, sócio-diretor da empresa JC Gontijo.
Readaptação Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade requer alguns cuidados no setor da construção civil e, para
isso, são realizados estudos de impacto ambiental, crescimento populacional, trânsito, sustentabilidade, praticidade, qualidade de vida, entre outros. Esses estudos são precedidos de audiência pública com o objetivo de analisar cada metro quadrado, devido ao limite de espaço, repensando e preservando Brasília. “Brasília é patrimônio tombado, mas é um ente orgânico-dinâmico e é preciso readaptá-la e adequá-la a novos projetos”, ressalta Rodrigo. Além do fluxo migratório, a demanda da sociedade local não para de crescer. É a partir daí que o mercado se organiza por meio de projetos junto ao governo para atender a demanda de oferta e procura. O governo analisa o projeto e dentro das áreas autorizadas pelo Plano Diretor Local (PDL) as empreendedoras realizam construções obedecendo as exigências previstas.
A Empresa O diferencial parte da consciência empresarial e do atendimento ao gosto do cliente, regado a criatividade e autenticidade. Conhecer o trabalho da JC Gontijo é entrar no que há de melhor em mercado imobiliário. A empresa se preocupa com a qualidade de todos os produtos e, nos mínimos detalhes, acompanha novas tendências na área de imóveis com produtos exclusivos de despertar a curiosidade e aguçar nosso bom gosto. A JC Gontijo é completa no mercado imobiliário, prova disso é a faculdade própria de capacitação de funcionários, a fim de padronizar o trabalho com projetos, técnicas, equipamentos de última
geração e praticidade na conclusão da obra. “Não existe mais mão-de-obra barata devido ao nível dos equipamentos”, esclarece Rodrigo. A JC Gontijo se preocupa com a demanda do cliente de forma individual e coletiva (famílias). Entre essas demandas estão a segurança, qualidade de vida, lazer, praticidade e bom gosto em tudo que faz.
Questão ambiental e social A consciência empresarial é uma característica forte da JC Gontijo e é a partir daí que surgem os grandes projetos inteligentes, cuidadosamente pensados de maneira sustentável. Plantil de árvores, formas inteligentes de captação de água da chuva, aulas de educação ambiental para todos os funcionários envolvidos na construção são cuidados adotados pela empresa. Exemplo disso é a Reserva Santa Mônica, único empreendimento legalizado de Brasília com licenciamento ambiental. São três etapas para licenciamento ambiental: licenciamento prévio e análise de projetos; licenciamento de instalação (autorização para construir) e; fiscalização para a licenciamento de operação. É importante destacar que até agora já foram investidos R$ 35 milhões na implantação da infraestrutura da Reserva Santa Mônica e durante a execução das obras, foram gerados mais de mil empregos diretos e indiretos e, sobretudo, por àqueles que serão gerados com o início das obras nas residências, sendo estimados aproximadamente 11 mil novos empregos diretos.
Reserva Santa Mônica Bairro planejado com lotes a partir de 1.000 m² dentro de uma reserva ecológica com 50% de área preservada, valorizando sua topografia e flora, resultando em uma ocupação responsável, em que homem e natureza dividem o mesmo espaço. Sua localização é na DF-140, km 6,5, um empreendimento totalmente cercado com único acesso pela portaria. A facilidade de locomoção fica por conta dos traslados de ida e volta para o Plano Piloto por meio de vans exclusivas. Dentro do complexo do clube social, o Reserva terá amplos ambientes de lazer, esportes e de convivência fazendo um convite diário a diferentes atividades tais como: • Salão social com recepção; • Terraço de apoio social; • Piscina adulto com raia de 20 metros; • Piscina infantil; • Bar; • Vestiários de apoio à piscina; • Salão multiuso; • Quadra poliesportiva; • 2 saunas; • Quadra de tênis; • 5 quiosques; • Paisagismo e ampla área verde.
Equilíbrio ambiental: • Criação de um parque (unidade de conservação), em área adjacente ao empreendimento, garantindo a preservação de uma área de 600.000 m2; • Desenvolvimento de Plano de Áreas Degradadas (PRAD) em área adjacente ao empreendimento, promovendo o plantio de 300.000 mudas nos próximos 5 anos; • Desenvolvimento e implantação do Sistema de Abastecimento de Água, com ligações individuais, incentivando o uso consciente da água1; • Desenvolvimento e implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), com ligações individuais e esgoto 100% tratado1. Os sistemas de água e esgoto se encontram concluídos e foram doados à CAESB, que será responsável por sua operação.
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Educação
Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima
Fazer ou não pós-graduação
Especialistas afirmam que, atualmente, ter pós-graduação influencia na escolha do profissional
É
cada vez maior o número de pessoas que ingressam nos cursos de pós-graduação logo que terminam a faculdade. A busca pelo reconhecimento e crescimento profissionais é cada vez mais crescente, e cursar a pós pode ser uma ótima escolha para profissionais que almejam se qualificar e disputar um lugar no mercado de trabalho.
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A pós-graduação é um instrumento de formação de competências e proporciona as bases teóricas e as mais recentes informações sobre áreas de comércio e de serviços, de um lado, e de governança de estado, de outro. Atribuindo ao aluno um padrão técnico, científico e profissional mais elevado. Não é de hoje que o mercado de trabalho exige profissionais
qualificados e, nesse sentido, a pósgraduação pode ser um fator determinante em um processo seletivo. “O curso influencia na escolha do profissional, porque passa conhecimento e aproxima o profissional de sua área prática”, explica Richard Barros, coordenador acadêmico do Programa de Pós-Graduação do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).
Para Amélia Regina Alves, coordenadora geral de pós-graduação do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), “o mercado exige pós-graduação de acordo com a necessidade que as pessoas têm de adequar o seu perfil profissional ao mercado de trabalho”. O objetivo é complementar e aprofundar conhecimentos e habilidades técnicas, científicas e culturais em áreas específicas que formam o mercado concorrencial. “A pós estimula a capacidade criativa do profissional e proporciona conhecimento metodológico para um desempenho produtivo e eficaz no ambiente concorrencial. Além de incentivar o desenvolvimento do trabalho em equipe e a competência de tomar decisões amparadas pelos conceitos científicos e pelas técnicas
operacionais”, esclarece a coordenadora Amélia. Com duração mínima de 360 horas a serem cumpridas ao longo de dois anos, no máximo, é um programa aberto para quem é portador de diploma de nível superior e tenha concluído curso de graduação reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). O coordenador Richard Barros explica que existem dois níveis de pós – lato sensu e stricto sensu. O primeiro se refere aos programas abertos de especialização e de Mestre em Administração de Negócios (MBA). O nível engloba mestrado e doutorado e destina-se à formação de pesquisadores com amplo domínio de seu campo de saber. Além de melhor qualificá-las para sua área de atuação, a pós estimula a
competitividade e também se torna um diferencial no currículo. Cabe ressaltar que cada profissão não exige um tipo específico de pós-graduação. A pessoa não precisa, necessariamente, cursar a pós na área em que fez graduação. “O que existe hoje é uma tendência de trabalharmos as competências para as pessoas poderem atuar no mercado da hipercompetitividade”, conclui Amélia.
Serviço Ibmec SCN Qd 2 Bl. A Ed. Corporate Financial Center 2º andar (61) 3878.7777 Iesb SGAS 613/614 Lt. 97/98 Av. L2 Sul (61) 3340.3747
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Tecnologia
Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Divulgação
Impressoras sem fio, a onda que chegou para ficar Consumidor exigente quer muito mais do que equipamentos multifuncionais, ele quer se livrar do amontoado de fios e cabos
Q
uem nunca se viu às voltas com cabos, plugues e tomadas? São computadores, caixas de som, DVDs, TV a cabo, notebooks, netbooks, celulares, videogames de última geração, como o PS3 e o Xbox, além das impressoras. Liga aqui, conecta ali. Cabos que não acabam mais. Mas não desanime, o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) está ligado às necessidades dos consumidores e cada vez mais lança produtos com as tecnologias wi-fi e Bluetooth, reduzindo as conexões por fios. Wi-fi é uma abreviação do termo inglês wireless fidelity, que significa “fidelidade sem fio”, e este sistema opera em faixas de frequências que dispensam licença para instalação ou operação. O acesso à internet por meio de rede wi-fi só é possível se a pessoa que tenta se conectar estiver na área de abrangência ou no raio de ação de um ponto de acesso,
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conhecido como hotspot (ponto que transmite o sinal por meio de ondas a uma distância de até 100 metros). As impressoras já entraram nessa onda e há pelo menos cinco anos deixaram de estar diretamente ligadas aos PCs. Elas, que antes usavam antigas interfaces seriais, juntamente a cabos USB, evoluíram e agora são compartilhadas independentemente da estação ou do próprio PC estarem ligados. Graças ao fenômeno wi-fi, hoje é possível imprimir até de um celular. O sistema sem fio, muito usado em ambientes corporativos caiu no gosto dos consumidores que têm levado o equipamento para casa, mesmo pagando um pouco mais caro. O gerente comercial da CTIS, Alexandre Rocha Gonçalves, que há oito anos trabalha com informática, confirma que aumentou significativamente a procura pelas impressoras com essa tecnologia: ”30% dos nossos clientes optam por equipamentos wi-fi e não se incomodam em pagar de 30% a 50% a mais pelo produto”. O consumidor e técnico de suporte, André Romualdo, fala que as vantagens fazem o preço valer a pena: “Moro em uma quitinete, como meu espaço é pequeno, a tecnologia sem fio permite que eu coloque a impressora em qualquer lugar. E do netbook, deitado na minha cama, imprimo o
que quiser, essa comodidade não tem preço”, conclui André. Com a tecnologia também chamada wireless (sem fio), foi possível a comunicação sem conexão física direta entre os equipamentos. Segundo Alexandre, existem no mercado mais de 20 modelos de impressoras com o sistema, entre as marcas mais vendidas estão HP, Epson, Canon e Lexmark.
Vantagens: • Para compartilhamento da impressora, não é necessário novo planejamento e nem adição de novos cabos de rede; • Se for preciso realocar o equipamento, é necessário ter apenas uma tomada de energia; Desvantagens: • É necessário um modem sem fio previamente instalado e uma rede wireless devidamente configurada; • Observe se o local escolhido para a instalação da impressora tem uma boa cobertura pela rede wireless, evitando problemas de conectividade.
Serviço CTIS SEPN Q. 511, 511 - Conj. A - Térreo (61) 3448.9026 / 3448.9007
Cotidiano
Por: Clarice Gulyas | Fotos: Gustavo Lima
A idade só serve para a polícia, a santa casa de misericórdia e o cemitério Poetisa do Lago Norte desenvolve projetos sociais e culturais para a integração de idosos
"N
o circuito das 'combes' escolares, vans. Que vêm e que vão, recheadas de pequenos. E médios interlocutores. Das viagens diárias - da casa para o colégio. Do colégio para a casa...Uns amores! (...) O morador também vê os canteiros esquadrinhados. Da EPPN - orgia de cores e odores. Até parece uma eterna primavera. No bater das asas dos pas-
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sarinhos. Que aqui, no Lago Norte, são mais espevitados. E atrevidos" Este é o trecho de um dos diversos poemas que uma moradora apaixonada pelo Lago Norte coleciona entre seus trabalhos como escritora. Conhecida na região como “Poetisa do Lago Norte”, dona Eileen Guedes de Paiva se inspira no cotidiano e na vizinhança para homenagear o
lugar onde vive há 31 anos. "Eu sou aficionada pelo Lago Norte. Aqui é um complexo de amigos, gente hospitaleira que se relaciona, principalmente, com a Igreja Católica. É um lugar aprazível onde não se vê rivalidade nem violência”, relata a moradora da QL 5. Personagem atuante do bairro, que conta com a população de aproxi-
madamente 30 mil moradores, dona Eileen luta pela integração social dos idosos do Lago Norte e Varjão. Presidente do Clube da Melhor Idade do Lago Norte, a aposentada organiza encontros em shoppings, restaurantes e casa de amigos para cerca de 60 associados. Já no Varjão, desenvolve sozinha um projeto de alfabetização na Associação dos Idosos. “Tive uma empregada de lá que não sabia ler nem escrever. Visitei a Associação dos Idosos e notei que a maioria era analfabeta. Resolvi dar o curso como um de meus últimos movimentos em prol da mulher e dos idosos. Uma de minhas alunas chegou a dizer que sem saber ler, sentia vontade de morrer ao pegar um ônibus ou ir ao um supermercado”, se emociona. Sempre disposta e enérgica, a autora das obras “Questão de Tempo” e “Vou te contar” é a figura indispensável nos almoços mensais que acontecem na casa dos vizinhos do conjunto onde mora. Todo o primeiro domingo do mês os moradores se encontram na casa de um dos vizinhos, colaborando com pratos variados de comida. “Nossos encontros são ótimos. Para cada morador daqui já fiz uma poesia e, se não faço, sou cobrada”, conta, entre risos. Em um destes almoços, dona Eileen se esqueceu de preparar os versos exclusivos aos anfitriões Carmo e Lilia. Para sair da saia justa, pediu papel e lápis emprestado. “Ela é muito dinâmica e tem se destacado. Meu marido tem grande carinho
e amizade por ela. Tanto ela como nossos vizinhos, que são cerca de 30 ou 40 pessoas que comparecem aos almoços, temos uma relação muito boa”, elogia Lilia Hitomi Tanaka, 53 anos. A “Poetisa do Lago Norte” nasceu na cidade de Rio Branco, no Acre.
Resolvi dar o curso como um de meus últimos movimentos em prol da mulher e dos idosos. Uma de minhas alunas chegou a dizer que sem saber ler, sentia vontade de morrer ao pegar um ônibus ou ir ao um supermercado
Ao longo da vida, percorreu estados como Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas. Mas foi Brasília o lugar que ela escolheu para passar o resto de sua vida, junto ao marido (já falecido) e seus cinco filhos. Ao chegar à cidade, em 1966, residiu na Colina (Universidade de Brasília), e na W3 norte. Chegou ao Lago Norte em 1979, quando ainda não havia nenhum tipo de infraestrutura. “Aqui só tinha mato. Uma vez cheguei a me perder quando desci do ônibus para ir para casa. Era noite e estava chovendo muito, andei pela lama por muito tempo, tentando me guiar pelas luzes”, relembra. Segundo dona Eileen, um dos seus segredos para aproveitar a vida da melhor forma é escondendo a idade. “A idade só serve para a polícia, a santa casa de misericórdia e o cemitério. Parece que fecham a gente em um caixão, a pessoa fica ressentida pensando que estamos morrendo”, diz. E tem na ponta da língua o verso ideal para cada situação. “Idade? Nem segunda, nem terceira, nem quarta. Besteira. Idade é caminhar direito, bem vivendo. A esteira da existência, feita e refeita. De carinho, de anseios, de comunhão...É este respirar escaldante. Este tic-tac vibrante. Batendo desmedido. Esta vontade de cantar. Trá-lá-lá-lá-lá... De elevar a voz bem alto. Num grito de espanto e ressonância. Dizendo: Isso de morrer não tem importância: O importante é viver um pouco agitando, encantando e merecendo a vida”.
Planos e Negócios
alex dias
Iguatemi Brasília Inaugurado em Brasília, no dia 30 de março, o shopping Iguatemi Brasília reúne em um só lugar marcas inéditas, moda, lazer, gastronomia e entretenimento. Um dos diferenciais do Iguatemi Brasília será a sua gestão, que ficará a cargo da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, responsável por manter uma equipe de excelência reconhecida e atualizada nos principais conceitos internacionais. Sempre em busca do que há de mais inovador no mercado, o Iguatemi Brasília tem um mix de alto padrão com mais de 200 lojas em 32 mil metros quadrados de área bruta locável, sendo 29 lojas inéditas na cidade. Outro ponto alto do shopping é a gastronomia, que conta também com operações exclusivas e chega com o know-how da marca Iguatemi, a primeira a implantar o conceito praça de alimentação em shopping centers no Brasil. O shopping oferece também opções de arte e cultura e seis salas de cinemas, inclusive em 3D.
Serviço Iguatemi Brasília SHIN CA 4 - Lt. A - Lago Norte (61) 3577.5000 www.iguatemibrasilia.com.br
sindiatacadista df O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) foi criado em dezembro de 2001 e representa 24 segmentos da economia em Brasília. Dentre os quais estão o comércio atacadista de gêneros alimentícios, autopeças, drogas e medicamentos. Ao todo, já são mais de 1.200 empresas atacadistas instaladas no DF. No dia 15 de junho, a lei que criou o benefício do Regime Especial de Apuração (REA/ICMS) foi revogada após votação em turno único em sessão no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Os representantes do setor atacadista do Distrito Federal, liderados por Fábio de Carvalho, presidente do Sindiatacadista/DF, reivindicam agora esse benefício. Trata-se de um incentivo fiscal concedido, desde 2008, para as empresas atacadistas do DF.
Serviço sindiatacadista C 01 Lt. 01/12 Sl, 314/316 Edifício Taguatinga Trade Center (61) 3561.6064
World Study
Mr. Foot A Mr. Foot está no mercado de Brasília há cerca de 15 anos. São sete lojas espalhadas pela cidade, todas em um novo formato, mais conceituais, amplas e modernas. Seus calçados são da mais alta qualidade, o diferencial é o carinho com que são fabricados, utilizam o melhor material do mercado e são muito bem trabalhados. Trata-se de uma marca nobre que proporciona ao cliente qualidade no atendimento, produtos com maior durabilidade e variedade. Além de sapatos, também vende cintos e bolsas, tanto femininos quanto masculinos. Toda a equipe de funcionários recebe um treinamento de moda, para melhor atender o cliente. Para cada estação é lançada uma nova coleção, adequando o produto às necessidades do clima e às cores da temporada. O carro chefe dos produtos femininos da marca é a sandália Birc Mr. Foot, que entrou na moda e hoje vende em média dois mil pares por mês. Confortáveis e bonitas são adequadas para serem usadas em qualquer estação. Já para o público masculino, a especialidade da marca são os sapatênis feitos 100% em couro, macios e confortáveis combinam com tudo.
Serviço mr. foot Conjunto Nacional – Térreo (61) 3327.3009 www.mrfoot.com.br
O True Canadá 2010 é um intercâmbio para estudantes universitários, exclusivo da World Study, com duração de até 12 meses no Canadá. Durante esses 12 meses os estudantes participarão de duas atividades distintas - Trabalho e Estudo. Por três meses freqüentarão um curso de inglês em Vancouver ou Whistler (podendo trabalhar durante esse tempo) e nos demais nove meses, terão permissão para trabalhar em qualquer cidade do Canadá. Para 2010 são somente 25 vagas. Para participar do programa é necessário ter entre 19 e 35 anos, estar matriculado ou ter se formado há no máximo 12 meses em uma instituição de ensino superior ou pós-graduação aprovada pelo MEC, ter nível de inglês intermediário, flexibilidade, disposição e motivação para trabalhar e experiência prévia de trabalho prático com atendimento ao público.
Serviço World Study SCLN 201 - Bl. A - Lj. 7/1 (61) 3326.2255 brasilia@worldstudy.com.br www.worldstudy.com.br
Automóvel
Por: Clarice Gulyas | Fotos: Divulgação
Novo sedã Fiat Linea Com charme italiano e tempero brasileiro, o sucesso europeu promete conquistar os brasilienses
A
pós sucesso internacional em países como Alemanha e Portugal, o Fiat Linea chega ao Brasil trazendo novidades para quem tem estilo e busca a união entre conforto, segurança e tecnologia num só veículo. Dentre os itens de série, o novo top de linha da Fiat oferece recursos como airbag duplo, alertas de limite de velocidade e manutenção
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programada, condicionador de ar, CD player com leitor MP3, volante em couro com comandos de rádio e computador de bordo, que permite o monitoramento da distância percorrida, consumo médio e instantâneo, velocidade e tempo de trajeto. Já entre os itens opcionais, há o sensor de estacionamento, que permite maior comodidade na hora
de manobrar; de chuva, que aciona e controla o limpador de para brisa; e crepuscular, quando os faróis acendem automaticamente ao escurecer do dia ou ao passar dentro de um túnel, por exemplo. Além de seis airbags e condicionador de ar automático digital, que mantém o carro com a temperatura ideal, baseada no clima do lado externo.
Pensando no maior conforto para o motorista e passageiros, o Linea oferece recursos ultramodernos como câmbio Dualogic e o sistema Blue&MeTM, que permite operar o rádio e o telefone por meio de comandos de voz, porta USB e viva-voz Bluetooth. Há também o Blue&MeTM NAV, que oferece todas as funcionalidades anteriores e também navegador GPS integrado ao quadro de instrumentos. Para quem prefere uma visão privilegiada do trânsito, o carro possibilita a regulagem da altura do banco do motorista e do volante. Com 4,56 metros de comprimento, 1,73 de largura e 1,5 metro de altura, o sedã permite maior conforto para os passageiros. Além disso, o carro tem capacidade para até 400 kg. União entre o charme italiano e tempero brasileiro, o Fiat Linea conta com motor flex 1.9 16V, que garante economia e maior desempenho. Está disponível em seis versões com preços que variam entre R$ 57.450 e R$ 73.290. Serviço ESAVE Aeroporto (Lago Sul) (61) 2195.2111
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Vida Moderna
Por: Alessandra Germano | Fotos: Gustavo Lima
Acessibilidade
para todos Se não é possível se divertir em bares e casas noturnas, aos cadeirantes é garantido todo acesso e conforto nos motéis
O
direito de ir e vir é assegurado pela Constituição Federal há 22 anos, mas há certos brasileiros que não conseguem exercer tal direito nem mediante pagamento. Esse é o caso dos portadores de necessidades especiais, parcela da população esquecida por grande parte das casas comerciais. Os estabelecimentos que negligenciam totalmente a acessibilidade desse público são inúmeros, como bares, restaurantes e casas noturnas que não disponibilizam banheiros adaptados nem rampas para uma mobilidade adequada. No Brasil, estima-se que cerca de 15% da população tenha algum tipo de deficiência, aproximadamente 30 milhões de cidadãos cujos direitos são explicitamente desrespeitados, moral e fisicamente.
Na sua cadeira ou na minha Pensando nesses potenciais clientes, alguns motéis de Brasília resolveram se
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adaptar. O Flamingo Motel, da Rede Playtime, dispõe de três suítes Grupo Especial, as quais possuem garagens mais amplas que as comuns para facilitar a mobilidade com a cadeira de rodas. Para evitar constrangimentos, esses quartos também não têm escada, sendo construídos no térreo. As adaptações seguem pelo interior da suíte que tem uma mesa para refeições rebaixada e cadeiras sem braços. O móvel principal, a cama, também tem altura reduzida. No banheiro, além das barras de apoio ao redor do vaso sanitário e do assento do chuveiro, todas as louças, como a pia e a banheira de hidromassagem foram instaladas ao alcance e para o conforto do cadeirante. Nem mesmo o secador de cabelos ficou de fora. Segundo a gerente do Flamingo Motel, Valdirene Rodrigues, a acessibilidade para os deficientes físicos é proporcionada desde a inauguração do
motel, há dez anos. Os valores da suíte Grupo Especial variam de R$ 68 a R$ 79, para duas e quatro horas, respectivamente, de permanência. O Altana Motel é outra casa do ramo que também prioriza o atendimento para deficientes físicos. A Suíte Especial conta com TV de LCD 27”, som, frigobar, condicionador de ar e banheira de hidromassagem, tudo instalado para agradar e atender as necessidades dos clientes. De segunda a quinta, os preços variam de R$ 54,50 (duas horas) a R$ 65,50 (quatro horas), e de sexta a domingo, os valores giram entre R$ 65,50 e R$ 76,90, respectivamente pelo mesmo tempo de permanência.
Espelhos A publicitária Juliana Carvalho, cadeirante há 19 anos, explica que, no caso específico das mulheres, há maior dificuldade de lubrificação. Por isso, a
existência de espelhos em motéis é muito importante para esse público. "Com ele dá para explorar as partes que não se sente. O estímulo visual ganha uma atenção especial. Falar coisas sensuais também atiça os ânimos. Conseguimos ter orgasmo mesmo sem sentir os órgãos sexuais, é possível atingir o clímax, sim”, afirma. No Flamingo Motel, além do espelho de teto, há outro na parede lateral à esquerda da cama. O Altana Motel também não economizou, na suíte há espelhos nas laterais, atrás e acima da cama.
Braille e SMS O Flamingo Motel também oferece tratamento especial e diferenciado para portadores de outras deficiências, como visuais e auditivas. Para os deficientes visuais, a casa disponibiliza cardápio em braille. Para os deficientes auditivos é informado um número de celular pelo qual se comunicam por meio de mensagens. “Há um casal de surdos-mudos que é frequentador assíduo do motel. Eles são nossos clientes há pelo menos sete anos. Foi a partir da primeira visita deles que implantamos o serviço por mensagem de celular”, conta Valdirene Rodrigues. Na primeira vez que o casal foi ao motel, as dificuldades começaram já na portaria, pois eles não entendiam o que a recepcionista dizia. Antecipando essa barreira de comunicação, eles anotaram em um papel a suíte na qual queriam se hospedar. Na hora de pedir a comida, outro empecilho: como ouvir e ser compreendido pelo telefone? “Eles ligavam e desligavam o telefone repetidamente. Pensamos que fosse brincadeira. Depois, quando tentaram falar, imaginamos que tivessem deixado o telefone fora do gancho enquanto faziam sexo (por causa da vocalização dos surdos-mudos). Até que decidimos ir ao quarto. Esmurrávamos a porta sem obter nenhuma resposta. De repente, a gavetinha da porta se abriu. Não vimos nada e empurramos de volta. Ficamos nesse empurra-empurra até percebermos um guardanapo escrito com batom: somos surdos, queremos dois pratos de picanha. Por causa desse episódio, agora nos comunicamos por SMS”, conta a outra gerente do Flamingo Motel Elza Bezerra.
Serviço FLAMINGO MOTEL SPM Norte Lt. 04 BR-020 Subida para Sobradinho (61) 3302.2525 ALTANA MOTEL STN Norte Lt. 02 BR-020 - Lago Norte (61) 3302.3005
Esporte
Por: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Divulgação
Brasília é o Havaí
dos pilotos de voo livre O céu de brigadeiro do Distrito Federal é uma tentação para os desportistas que praticam o voo livre. Apesar de ser considerado radical, o esporte leva às alturas os “voadores” de asa delta ou parapente
“V
oar, voar, subir, subir...”, quem nunca sonhou em dar uma olhada de cima, flutuar, chegar perto das nuvens? Ícaro, filho de Dédalo, voou com asas feitas de penas coladas com cera. Mas não foi só na mitologia grega que o homem revelou seu desejo de voar. Em muitas culturas o céu é considerado um lugar especial e desperta fascínio no homem, um ser inteligente que não se contentou em admirar o azul anil por onde flutuam nuvens e voam os pássaros. Ele buscou meios de chegar mais perto. Seu espírito astuto e aventureiro venceu limites e quebrou barreiras. Hoje é possível voar de asa delta, parapente, ultraleve ou de avião, basta escolher. Ao longo dos anos, novas técnicas e instrumentos foram criados para que pudéssemos realizar o sonho de ver o mundo do alto, e em Brasília não é diferente, existe uma galera que “vive voando”, literalmente. Criada em 2005, a Associação de Voo Livre de Brasília (AVLB), serve de point para os pilotos
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trocarem experiências, ficarem por dentro dos campeonatos e ainda coordenarem eventos estaduais e nacionais. A associação também é conhecida como “Clube de Voo do Paranã”. André Luís Grosso Fleury, um dos sócios-fundadores da AVLB, foi o precursor do vôo de parapente em Brasília. “Comecei a voar no final de 1993, mas antes disso eu já era paraquedista, servi o Exército em 1979, na Brigada Paraquedista no Rio de Janeiro. Gostei de saltar, então, fiz o curso civil de salto livre, aí não parei mais”, declarou cheio de entusiasmo. Mas Fleury, que tem sete recordes mundiais reclama da falta de incentivo no esporte: “Sou recordista mundial, saí no Guinness Book em 2006 e 2007, fui reconhecido e certificado pela Federação Aéronáutica Internacional (FAI), entidade que registra os feitos na aviação e aqui no Brasil, nenhuma bolsa, medalha, prêmio, nem ao menos um ‘muito obrigado’ nós recebemos“, lamentou. Fleury que é casado há 25 anos e
pai de três filhos declara ter o apoio da família: “Eles gostam, respeitam e participam dos eventos. De vez em quando voam comigo”. Além de atleta profissional, Fleury tem uma escola de parapente, a Fly Lift (voo sustentado), ele afirma que para voar não basta ter vontade, “o aspirante a piloto tem que ter antes de tudo tempo disponível para o treino, disposição, dinheiro e equilíbrio mental”. O equipamento para praticar voo livre não é barato, tanto para quem deseja voar de parapente ou de asa delta, o valor investido pode variar de R$ 8 a R$ 10 mil. Para praticar o parapente é preciso ter mais de 18 anos. Contudo, se os pais autorizarem é possível voar a partir dos 16. O equipamento que pesa em média 20 kg é fornecido pela escola e de acordo com o nível dos alunos: básico, intermediário e avançado. Fleury destaca que a partir da 15ª aula os alunos já podem fazer pequenos voos, “eles começarão a voar baixo, em morrinhos de cidades como Planaltina e São Sebastião”.
Voo de Asa Delta É, mas para aqueles que guardaram no seu imaginário o colorido das grandes e bonitas asas delta, enfeitando o céu do Rio de Janeiro, Brasília também oferece a você, amante das asas, não só as melhores condições de voo como excelentes associações no segmento. A Associação de Voo Livre do Distrito Federal (AVLDF), foi considerada pela Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), uma das melhores da América do Sul. Localizada às margens do Lago Paranoá, o lugar transmite paz e tranquilidade, tudo que o piloto busca quando pensa em voar. O ambiente é simplesmente delicoso. Lá é possível não só aprender, mas trocar experiências com outros pilotos, bem como se integrar à natureza. Presidida por Ricardo Ortega há oito anos, a AVLDF tem mais de cem associados. Ortega, que pratica voo livre há 30 anos, fala do perfil de quem busca o esporte: “São pessoas já resolvidas, sabem o que querem, têm dinheiro e tempo. Já que sem dedicação não é possível praticar voo livre. É tudo muito meticuloso, tem que montar a asa, verificar cada detalhe, ter veículo para carregar o equipamento, ter resistência física e, principalmente, equilíbrio emocional”. Se você se interessou pelo esporte, mas não tem tanto dinheiro ou tempo para investir, que tal fazer um voo duplo? Nas duas modalidades é possível voar, mesmo que não tenha feito o curso ou não seja proprietário do equipamento. A aventura custa entre R$ 250 e R$ 350. Se um voozinho não te satisfizer, faça o curso, que nas duas categorias são individuais. A duração depende de cada aluno, pode levar de um mês a um ano. “Quanto mais a pessoa voa, mais habilidade ela terá para tomar a atitude certa diante de um vento ou qualquer circunstância inesperada”, afirmou Ortega, dizendo ainda: “Brasília é o melhor lugar para o voo livre, vêm pessoas de todo o Brasil e do mundo, só para voar aqui. É o Havaí para os pilotos”. O esporte está sujeito às leis de espaço aéreo Nº RBH104 da Aeronáutica e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). E para qualquer evento promovido é necessário a presença de um grupo de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, bem como a licença dada pelo Intituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Governo do Distrito Federal (GDF).
Competições 2010 - Brasília Asa Delta - 3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Asa Delta De 22 a 28 de Agosto (http://www.abvl.com.br/) Parapente – 1ª competição de Parapente de Brasília no Vale do Paranã 04, 05 e 06 de Setembro (http://openbsb.blogspot.com/) Campeonato em Jaraguá/GO - Muito bom e frequentado pelo pessoal de Brasília (http://www.goiasesparapente.com.br)
Campeonato Brasileiro e Internacional de voo livre, Brasília, 2009
Serviço Escola Fly Lift - Parapente André Fleury (61) 3242.0521 / 8405.4859 Associação de Voo Livre do Distrito Federal Ricardo Ortega QL 12/14 - Lago Sul (61) 9982.0199
Personagem
Por: Juliana Mendes | Fotos: Gustavo Lima e arquivo pessoal
A paixão pelo que se faz
é uma realimentação
A Rádio Brasília Super FM foi inaugurada com benção papal
Mário e Lúcia foram amigos e companheiros em todas as horas
Forte, Lúcia deu continuidade ao sonho do amado
Simpática e humilde, Lúcia Garofalo mostrou que com garra é possível ir além na realização de um projeto de vida
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aulista de São José do Rio Preto, Lúcia Garofalo veio a Brasilia em 1968 e se apaixonou pela cidade. Voltou para sua terra natal disposta a deixar tudo para trás e vir de vez para a capital do Brasil. Com o apoio da família se mudou e veio morar na oca da Universidade de Brasília (UnB), onde cursou a faculdade de direito e mais tarde de jornalismo, graças às influências que receberia. Como já tinha terminado a faculdade de pedagogia em São Paulo, contribuiu muito como professora em Planaltina (DF), e no UniCEUB. Além
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de ter colaborado para a fundação do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen). Mas a maior contribuição para a cidade, Lúcia daria alguns anos depois. Aproveitando os anos de ouro da UnB, a menina do interior paulista conheceu um pioneiro ítalocearense que se apaixonou por ela. Ela, muito arredia, só queria curtir a faculdade, os amigos e realizar o que pensava ser seu grande sonho, ingressar na carreira diplomática. Aos poucos, com seu jeito carinhoso e envolvente, Mário Garofalo também conseguiu conquistá-la.
A partir daí, nasceu uma grande história de amor e de sucesso. Lúcia Garofalo ganhou um grande companheiro, amante, amigo para todas as horas. Nem a diferença de idade, Mário era 25 anos mais velho, impediu que os dois construíssem uma vida repleta de felicidade, companheirismo e confiança. “Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. No caso desse casal, o ditado é verídico. Mário, apaixonado por rádio, ouviu a ideia de um amigo para que tentasse a concessão de uma emissora, conversou com Lúcia, de quem partiu seu maior apoio. Ela não pensou duas Ao lado de Mário, Lúcia comemorou grandes conquistas
vezes, topou o desafio e seguiram em busca da realização desse projeto. Prepararam toda a documentação, seguiram todos os passos e enfrentaram grandes desafios. Quando tudo estava encaminhado para a conquista da concessão, algo errado aconteceu. Mário pensou em desistir, foi quando Lúcia entrou em campo para impor sua positividade e deu seu veredicto: “Não, agora você não vai desistir. Agora vamos até o final, a gente ganha ou perde”. E com esforço e um pouco de ousadia conseguiram a emissora e, em junho de 1980, Mário e Lúcia Garofalo inauguraram, com a benção do Papa João Paulo II, a Brasília Super Rádio FM (89,9), hoje tradição na capital. Uma rádio criada, segundo Lúcia, com a nobre missão de levar aos brasilienses muita cultura com uma programação de qualidade. Nos primeiros anos da rádio, Lúcia precisou ir à luta, pois, só com Mário, era operadora, locutora, atendia aos ouvintes, ajudava o companheiro na escolha das músicas, pelo simples fato de acreditar no sonho daquele que conquistou seu coração como ninguém. A Brasília Super Rádio FM foi um trampolim para a vida social, com Mário, que era muito fluente, e por conta desse sonho, Lúcia viveu grandes aventuras, viajou o mundo e conheceu autoridades nacionais e internacionais. Entre reis, embaixadores, presidentes e figuras ilustres da alta sociedade, ela cir-
culava com toda sua elegância e carisma, preservados com o passar do tempo. Um filme passou diante de Lúcia enquanto contava suas aventuras, seus momentos de alegrias e dificuldades junto de seu grande amor. Em apenas três horas, ela falou de uma vida, que ficou pela metade em setembro de 2004, quando Mário faleceu. “Eu fiquei um pouco zumbi. Vinha pra rádio e tinha que escutar o povo comentando que a rádio ia acabar. Então tive que tomar uma decisão, ou eu me aliava ao rádio ou ficava por fora. Então o negócio foi me aliar”, lembra. Desse dia para cá, sem perder a elegância, a simplicidade, o espírito solidário e a alegria de viver, Lúcia tem levado adiante o sonho do inesquecível Mário, com o apoio de seus funcionários e da população ouvinte da rádio, que em nenhum momento a abandonaram. “O reconhecimento dos ouvintes é tão emocionante. Me sinto uma pessoa tão amada, tão querida, tão feliz. Já sou feliz por conta própria, mas é de um encantamento, de uma beleza que não sei te explicar”, diz sobre o carinho que recebe, mostrando que para ser feliz não precisamos de muito. Lúcia Garofalo, um exemplo de que quando existe um sonho, por mais maluco que pareça ser, se acreditar, tiver garra e fé, consegue-se realizá-lo e leválo além. E a paixão pelo que se faz é o que realimenta esses sonhos enquanto o tempo passa.
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Saúde
Por: Juliana Mendes | Ilustração: Rodrigo Dias
Dietas da moda são
vilãs da saúde
Em busca do padrão de beleza que a sociedade impõe como ideal, as pessoas colocam a saúde em risco adotando dietas que prometem milagres em tempo recorde
D
ieta da lua, da sopa, da proteína, da água, dos pontos, do suco de limão e até do tipo sanguíneo. Essas são algumas das dietas malucas, ou da moda, que são anunciadas livremente pelo vasto mundo da internet e prometem milagres em poucos dias, mas que privam o consumo de várias fontes de nutrientes essenciais para uma vida saudável. Tanta promessa acaba fisgando quem está desesperado para perder peso, e o sexo feminino é o alvo principal. Mulheres com corpos esculturais, segundo o padrão ideal ditado pela sociedade, costumam ilustrar as propagandas dessas dietas, chamando a atenção e levando as que não se encaixam nesse modelo à loucura.
O que dizem os especialistas Segundo a nutricionista do Instituto São Paulo de Análise do Comportamento (Inspac), Joyce Isidro, quando uma pessoa faz dietas muito restritivas perde peso, mas sofre o efeito sanfona, causando a frustração. “O corpo tem em relação ao peso um ponto de equilíbrio. Ele acha que aquele peso é o ideal para aquela pessoa, então se ela começa de forma abrupta a restringir o fornecimento de energia e nutriente, ela até perde peso, mas o organismo encara isso como problema de saúde,
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desencadeando processos hormonais e neurológicos para compensar quando ela parar com a dieta.” Especialistas tentam conscientizar as pessoas de que a melhor forma para emagrecer com saúde e manter o peso é por meio da reeducação alimentar. Segundo Joyce é necessário aprender a lidar com a alimentação. E não adianta tentar emagrecer do dia para a noite, o ideal é que se faça isso de forma gradual. “As pessoas precisam entender que se alimentar é um hábito como qualquer outro, como escovar os dentes, dormir, acordar, para tudo isso temos hora e local certo para fazer e acho que a alimentação é da mesma forma, a gente tem que ter hora para comer e saber o que comer”, afirma.
Dietas malucas Liana Moreira Lima, 20 anos, aprendeu a lição depois de sentir sua saúde ficar fragilizada com esse tipo de dieta. Passou um período no exterior e de volta ao Brasil começou uma luta para perder os quinze quilos ganhos lá fora. Tentou a dieta da sopa, conseguiu perder peso, mas sentia muita tontura e dores de cabeça. A dieta da água, segundo ela, é ineficiente e só piora o estado de fraqueza. Porém, há uma dessas dietas que não tem contraindicação e ajuda na reeducação alimentar, desde que feita com consciência. A dieta dos pontos consiste em uma tabela na qual cada alimento, de lanches à sobremesas, recebe uma pontuação de acordo com a quantidade consumida. É possível comer de tudo, mas controlando a quantidade e os horários. “Não é a mesma coisa de uma dieta feita por nutricionista ou por profissionais capacitados, mas acho que dentre todas as dietas da moda é a mais consciente”, informa Joyce. Liana afirma que dentre todas que tentou, a dieta dos pontos foi a mais eficaz. Foi com a da sopa que perdeu peso mais rápido, porém ficou fraca, teve dores de cabeça e tonturas, provando que nem sempre a melhor forma de emagrecer é a mais rápida. “Percebi que a melhor maneira de perder peso é se controlando e
fazendo exercícios. É mais saudável, porque o corpo precisa de energia e essas dietas malucas a tiram”, afirma. Outro ingrediente ao qual as pessoas costumam recorrer na tentativa de perder peso com facilidade é o chá emagrecedor. Uns até ajudam, outros só colaboram para desencadear problemas de saúde. “Alguns chás têm propriedades que ajudam e são até incluídos em um processo de educação alimentar, mas varia muito. Cada organismo reage de uma forma, na verdade eles não vão emagrecer sozinhos. E não são indicados para todos, pois podem ocasionar algum problema por conterem cafeína”, esclarece Joyce.
PSICOLÓGICO Outro fator que influencia na hora de recorrer a uma dieta é a ansiedade que pode desencadear distúrbios alimentares e causar problemas maiores. Segundo Juliana Raulino, especialista em psicologia clínica comportamental do Inspac, a ânsia em se modelar de acordo com o padrão exigido pela sociedade aliada à correria do dia a dia causam pressões psicológicas, fazendo com que recorram a tratamentos milagrosos, os quais não passam de fantasias de resultados rápidos, nada duradouros e muito perigosos. “O comportamento é aprendido e pode ser modificado, para isso é necessário alterar o ambiente que influencia o comportamento. As pessoas associam frustrações à alimentação, não
conseguindo encontrar o seu estado de saciedade. Com isso há uma gratificação com sensação de alívio, mas passado algum tempo, sente culpa”, explica Juliana. A melhor forma de emagrecer é fugindo das promessas de dietas rápidas e milagrosas e reeducando a alimentação. Mas para quem não consegue estabelecer isso sozinho pode procurar ajuda de uma equipe multidisciplinar com nutricionistas, que ajudam a estabelecer uma meta saudável de emagrecimento de acordo com cada situação; um endocrinologista, para receitar um tratamento em casos de problemas hormonais que dificultam a perda de peso; e de psicólogos que trabalham a ansiedade no intuito de evitar que a pressão por um emagrecimento rápido cause distúrbios alimentares. Além das dicas comuns para um emagrecimento gradual e saudável, como se alimentar nos horários corretos, pode-se consumir frutas, legumes, carnes magras e muita água e não restringir nenhum alimento. “As pessoas esquecem que o corpo precisa de todos os nutrientes que existem. O cérebro, por exemplo, se alimenta de glicose, proveniente do carboidrato. As gorduras também são essenciais, a gente precisa delas para produzir hormônio. É uma questão de equilíbrio. Pode-se comer de tudo, mas tem que ter equilíbrio e moderação como tudo na vida”, afirma Joyce.
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Nutrição
dr. renato frança*
Existe uma dieta ideal? C
om bastante frequência são divulgadas na mídia novas dietas, uma mais promissora que a outra, que resultam em grandes perdas de peso ou ganhos de massa muscular em tempos cada vez menores. Pelo menos é o que tentam vender. Podem ser dietas com baixíssimas quantidades de gordura, ou muito reduzidas em carboidratos, como a de Atkins, dieta da sopa, da lua, do tipo sanguíneo, do mediterrâneo etc. Para cada tipo de dieta da moda que é lançada existem indivíduos que acreditam piamente que aquela é a melhor opção para si e procuram aderir o tratamento ao máximo. Realmente alguns obtêm bons resultados e alcançam seus objetivos. Mas será que pelo fato de ter dado certo para alguns, isso pode ser extrapolado para todos? É aí aonde quero chegar. Nossos corpos produzem as mesmas enzimas, hormônios, neurotransmissores, exceto em casos de algumas doenças específicas. Isso é característico da espécie humana. Porém, apesar disso, essas substâncias não se encontram nas mesmas concentrações e quantidades em todas as pessoas. Partindo desse princípio, surgiu o conceito de individualidade bioquímica. O metabolismo e a fisiologia de cada indivíduo têm suas peculiari-
dades, o que é determinado pela sua genética e pelos seus hábitos de vida. Um bom exemplo para isso é o café, que alguns tomam uma pequena porção à tarde e têm insônia à noite, e outros tomam logo antes de dormir e não têm nenhuma alteração no sono. Tudo o que somos, cada estrutura, célula, órgãos no nosso corpo e tudo que é produzido por essas estruturas é composto por nutrientes, advindos da alimentação. E hoje em dia, com os avanços nos estudos em nutrição, genética, biologia molecular e celular, cada nutriente presente nos alimentos tem tido suas funções no corpo melhor definidas, tornando possível utilizá-los para prevenir e auxiliar no tratamento de diversas doenças e disfunções orgânicas. Há muito tempo já é difundida a ideia de que uma dieta rica em frutas e verduras, equilibrada, previne diversas doenças. Porém, é totalmente diferente, comer 300g de salada composta apenas por alface e tomate, do que 300g de salada composta por rúcula, brócolis, tomate, alface, cebola e cenoura. A dieta deve ser adequada e nutrientes específicos devem ser priorizados de acordo com o estado de saúde e a individualidade bioquímica de cada paciente. Isso pode ser identificado em uma consulta com um
nutricionista por meio de avaliação física e solicitação de exames laboratoriais, onde é possível identificar deficiências nutricionais e avaliar o perfil inflamatório e hormonal do paciente. Mas já que existe toda essa complexidade por trás da alimentação, por que algumas dietas da moda promovem bons resultados para alguns? É exatamente porque empiricamente aquele tipo de dieta se adequou bem às necessidades daquele indivíduo, apesar de não ser o único meio de alcançar o resultado almejado. Então, a dieta ideal existe sim, para cada indivíduo, não sendo única e genérica para todos. O que deve ser procurado é uma dieta individualizada, sob orientação de um nutricionista, que faça você alcançar seu objetivo e manter esse resultado a longo prazo. (*)Dr. Renato França CRN/1 5340 Nutricionista Funcional e Esportivo Graduado em Nutrição pela Universidade de Brasília – UnB Membro do The Institute for Functional Medicine – EUA Clínica Renato França Setor Terminal Norte, Bl. N Sl. 117 Ed. Jaime Leal Contato: renatonutricao@gmail.com (61) 8152.6767
Comportamento
Por: Tássia Navarro | Colaborou: Mariana Menezes
Proibição de animais em circos Sofrimento para os animais e perigo para as pessoas são as razões alegadas pelos ativistas para legalizar a proibição de animais em circos
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de água, às condições naturais de cada espécie. “A questão mais cruel é o treinamento, a violência vai de gritos a choque elétrico. Existem animais que morreram eletrocutados, e falam que foi a cerca de proteção que os matou, mas na verdade não se sabe”, relata Antoniana. Organizações de defesa dos animais como a ADI têm reforçado nas campanhas os resultados de investigações e estudos científicos realizados para mostrar e comprovar os maus tratos aos animais de circos. Os mais maltratados são os domésticos, porém, os mais difíceis de provar os maus tratos. “Esses animais já são domesticados e acostumados
a ficarem quietos, sentados, presos, parados. É mais fácil provar os maus tratos com animais maiores como elefante, leão. Mas todos os animais sofrem”, afirma. Em uma das investigações feitas pela ADI foi encontrado um cachorro da raça pinscher que era obrigado a pular de paraquedas cerca de 20 metros. “Por mais que o animal estivesse acostumado a fazer aquilo todos os dias, ele sofria, tremia de medo”, conta Antoniana. Em outro caso, um menino em Pernambuco foi devorado por um leão. A criança observava o animal, que não comia há dias, quando o atacou e o devorou em questão Foto: ADI
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história de captura e treinamento de animais exibidos em circos envolve muita violência e tratamento inadequado, além do descumprimento de tratados internacionais como a Convenção Internacional sobre o Comércio da Flora e Fauna Selvagens. O Projeto de Lei 7291/06, em forma de substitutivo, propõe a proibição federal de animais em espetáculos circenses. Aprovado, por unanimidade, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, agora aguarda votação em plenário. Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e mais de cinquenta municípios no Brasil já proibiram animais nos circos. Esse fato não é uma questão apenas das entidades de proteção dos animais, é um movimento popular que já existe há muitos anos. Os projetos mais antigos são da década de 1990. As normas para manter animais em circos limitamse a exigir um local onde possam ficar em pé e se virar. Porém, além da má condição de vida que os animais levam enjaulados e presos, eles oferecem perigo para o público e para os trabalhadores do circo. Antoniana Ottoni, ativista que trabalha com as campanhas da Animal Defenders International (ADI) no Brasil, explica que esses animais sofrem por vários motivos, como o transporte impróprio, o confinamento, a alimentação inadequada, ou quando não inexistente, e a falta
Foto: Gustavo Lima
Antoniana Ottini Defensora dos direitos dos animais
de minutos. Em 2008, houve uma grande apreensão no Le Cirque, em Brasília, onde girafas morreram de insuficiência renal por falta de água. Os animais viviam em confinamento, acorrentados em espaço pequeno comparado a seu habitat natural. Um animal selvagem em um picadeiro fazendo o que um homem quer, é “considerado deprimente”, pois eles sofrem muita violência até aprenderem tudo o que apresentam no circo. Existem inúmeras evidências de que um circo não precisa de animais para fazer sucesso. Exemplos são o Circo Popular do Brasil, do ator Marcos Frota, Circo da Alegria, Circo Espacial, entre vários outros. A Bolívia foi o primeiro país do mundo a abolir qualquer tipo de
animal em circo. Por todo o Brasil existem associações e organizações lutando por essa causa. O PL7291/06 originalmente era para regularizar a atividade circense, mas alterações foram feitas para melhor adaptar a proibição do uso de animais em circos e também para que os circenses possam se adaptar. Os circos vão ter até oito anos após a lei entrar em vigor para abolir a exploração de animais em seus espetáculos. Pelo trabalho da ADI, os animais recolhidos em circos são alocados em santuários, o que é considerado mais adequado para os animais. Quando não, são levados para zoológicos. Para Antoniana a discussão da não existência de animais em circos é uma evolução natural das coisas. “As pessoas vão se conscientizando no decorrer do tempo”, conclui.
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Moda
Por: Gabriela Rocha | Fotos: Divulgação
Helio Diff Unhas especiais para a Copa
Patriotismo só entra na moda
durante a Copa Com a desclassificação do Brasil nas quartas de final, será que a moda ainda pega?
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ara fugir da tradicional camisa canarinho, as marcas investiram na cartela de cores e em acessórios que lembram o time. Camisetas ganham estampas divertidas e o verde e amarelo aparecem com força. Acessórios são uma ótima opção para quem quer dar um toque às produções. Colares que remetem à bandeira e até unhas personalizadas ajudam a torcer com estilo. Nem os pequenos escapam da produção. Tip tops, macacões e camisetinhas também são bordados e temáticos.
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Baby Boom Macaquinhos e camisetinhas
Pinky Colar de pedras naturais
Miranda Castro Colar da Copa do Mundo
Thaís Joi Colar amarelo com broche
Gisele Barbosa Blusa verde
Serviço THAÍS JOI Fone: 61 – 78148679 BABY BOOM CLS 410 Bloco B Loja 30 – Asa Sul Fone: 61-32427054 MIRANDA CASTRO JOALHERIA Centro Comercial Gilberto Salomão - QI 05, Lago Sul Fone: 61-32485891
Los Dos Bola Futebol Especial Copa 2010
PINKY SCLN 109 Bl. A loja 14 Fone: 61-30394233 GISELE BARBOSA Deck Brasil QI 11 loja 17, Lago Sul Fone: 61-34685572 HELIO DIFFUSION DES COIFFEURS SHIS Ql 8 Conjunto 2 Fone: 61-33272242 LOS DOS Park Shopping Fone: 61-33618300 PLANO BRASÍLIA 2ª QUINZENA JUNHO 2010
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Cultura
luis turiba
Foto: Diego Bresani
FILHOS DE JK
VEM AÍ O CD “ADORA-RODA”, SAMBA DE RAIZ CANTADO POR MENINOS
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o início do século passado, o sociólogo Gilberto Freyre, autor do clássico “Casa Grande & Senzala”, foi do Recife ao Rio de Janeiro – naquela época uma viagem quase transcontinental – para uma “visita cultural” a fim conhecer a tão falada “música dos pretos”. O escritor Sérgio Buarque de Hollanda, pai do sambista Chico, marcou então uma ida do intelectual e pensador pernambucano a uma casa de música no centro do Rio, onde se apresentavam uns negros, entre eles o jovem saxofonista Pixinguinha, João da Bahiana e Donga, autor de “Pelo Telefone”. Assim, num lance de dados, a intelectualidade branca conheceu e apadrinhou a genialidade crioula, que tocava e cantava alegremente aquilo que hoje consideramos a alma
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da cultura brasileira, o samba. O DNA do nosso melhor ritmo passa por esse encontro. Depois, surgiram Cartola, Assis Valente, Noel Rosa. Esse lindo capítulo da história da cultura nacional é contado com riqueza de detalhes pelo antropólogo Hermano Viana, no livro “O Mistério do Samba”. O grupo Adora-Roda, mesmo sem saber, mantém viva essa tradição. Eles se acostumaram a cantar samba “à moda antiga” e fazem isso genialmente. Por isso, enchem o Bar Calaf todas as terças-feiras com gente que adora curtir o ritmo que Gilberto Freyre saboreou a convite do autor de “Raízes do Brasil”. Para o jornalista Luiz Carlos Azedo, carioca e pé de valsa das rodas brasilienses, os guris do Adora-Roda cantam sem culpa, porque o samba que eles conheceram não teve de enfrentar os
obstáculos e as polêmicas como o rock, a bossa-nova, a MPB, o tropicalismo. “Para eles, samba é samba e o que manda é a qualidade rítmica, a melodia, o lamento, a riqueza das letras. Por isso, ouvimos sambas de Candeia, de Silas de Oliveira”, afirma Azedo. É mesmo: com eles o samba sempre começa lento, manhoso, quase como quem não quer nada. Logologo esquenta e de repente está todo mundo cantando Martinho da Vila, Cartola, Paulinho da Viola, Arlindo Cruz e outros bambas. Agora, eles resolveram gravar um CD, o primeiro do Adora-Roda, com gravações de sambas de raiz e alguns autorais, além de uma homenagem a Luiz Carlos da Vila, recordarão também João da Bahiana, Candeia, Jurandir da Mangueira e Wilson Batista. Sem falar da Velha Guarda
brasiliense, com músicas de Sérgio Magalhães e Carlos Elias. Maravilha! Breno Alves, Vinícius de Oliveira e Kadú Nascimento sustentam o vocal, com o apoio do cavaco esperto de Tito Silva, o sax de Bruno Patrício, o sofisticado violão sete cordas de Vinícius Magalhães, a percursa esperta e marcante de Guto e Dinho. O samba do Adora-Roda é frequentado por amantes de samba da capital. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, sempre marca presença quando está na cidade (ultimamente, ele anda mais pela África do Sul do que pelo Brasil); assim como o colunista político Ilimar Franco, de O Globo.
UM MOVIMENTO ADORA-RODA Além de um grupo de samba, é também um projeto musical-cultural que existe desde o começo de 2007
com o objetivo de enaltecer o autêntico samba de raiz e suas manifestações mais espontâneas. O grupo tem participado frequentemente da cena musical da cidade. Já acompanhou o Mestre do Partido-Alto Almir Guineto, abriu o show de Zeca Pagodinho e também toca em diversas festas, desde projetos de samba como o “Todos os Sambas” do Clube do Choro, até casamentos e aniversários. Tudo isso é reflexo de um projeto que garante a oportunidade de ter o contato com estudos de raízes culturais genuínas em forma de música de qualidade. Terça-feira pode parecer um dia pouco provável para uma boa noite de samba, porém muitos ficam até o final da roda, que começa às nove da noite e vai até duas da manhã no Bar Calaf. Feita em volta de uma mesa, com formação oficial de oito músicos,
o grupo se apresenta com um repertório diverso, que mescla sucessos de grandes mestres conhecidos da mídia e outros tantos esquecidos ou ainda não tão conhecidos como é o caso das músicas de sua autoria. Frequentadores de todas as idades, classes sociais, cor ou credo se encontram, dançam e participam, batendo palma, cantando em coro, ou até mesmo músicos profissionais e amadores que enriquecem o movimento cultural, a alegria e tudo mais que o universo do samba pode oferecer.
Serviço Produção: Marcelo Barki (61)8433.4288 / 8402.3992 3344.0541 / 7814.1464 / 88*9722 marcelobarki@gmail.com adoraroda@gmail.com
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Música
Por: Daniela Lima | Fotos: Gustavo Lima
Ritmos percussivos O contemporâneo na música brasileira
“T
udo quanto quero quando tudo é o tanto que a vida pode me dar. Tudo quando nunca quero a vida sempre bate à porta a me cobrar”. O trecho de “Além do quintal”, feita em parceria com Atan Pinho, demonstra bem a peculiaridade na forma de compor de Alberto Salgado. O brasiliense de 30 anos, nunca pensou em ser músico, entrou no mundo da música, por acaso, quando começou a praticar capoeira. Foi então que aprendeu a dominar seus primeiros instrumentos musicais, como o pandeiro, o atabaque e o berimbau. Além dos muitos instrumentos que já tocava, o músico queria aprender mais e após um tempo de autodidatismo no violão, resolveu estudar violão clássico com o professor Maurízio Martins. Ganhou 11 troféus
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em festivais que participou pelo Brasil afora e esses reconhecimentos lhe deram a certeza de estar seguindo o caminho certo. Atualmente o que rege sua carreira musical é a Música Popular Contemporânea Brasileira. Alberto Salgado demonstra características próprias em suas músicas, as composições são originais e trazem consigo diferentes harmonias, melodias e ritmos, misturando de forma curiosa e criativa, ritmos percussivos com distorções e samples, novos elementos da música contemporânea. “O diferencial na maneira de tocar violão está na mão direita, responsável pelas divisões rítmicas”, explica. É comum perceber em suas músicas compassos compostos e alternados com influências rítmicas que se encontram na bossa nova, samba, afrosamba e sons mantras percussivos, unindo-se a uma identidade dentro dessa atmosfera moderna, forte e marcante da própria música experimental e contemporânea. Suas influências vão da capoeira aos compositores clássicos como: Bach, Ferdinando Caruli, Villa Lobos, Chopin, Tom Jobim, Toquinho, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, João Gilberto, João Bosco; e contemporâneos como: Chico Science, Lenine, Arnaldo Antunes, Bad Assad, Otto, Lula Queiroga, Kiko Klaus, Adriana Defentti, Alessandra Leão, Kiko Dinucci, entre outros grandes artistas com trabalhos únicos no cenário musical brasileiro. Músicos, bandas e intérpretes da MPB gravaram suas composições, e muitos deles virara compositores m parceiros de composição, como por exemplo, o compositor e produtor
musical pernambucano, Kiko Klaus. Indiana Nomma, cantora renomada em Brasília, gravou sua música “A Palavra”; a cantora Ana Reis gravou o samba “Cruz Credo”; a cantora goiana Camilla Faustino gravou a música “Meu Catavento”; e a banda Forró Lunar, conhecida em Brasília, gravou “Sambaião”. A música “Cabaça d’água” faz parte do repertório da rádio Canta Brasil FM, na Califórnia (EUA), interpretada por ele mesmo. Atualmente Alberto Salgado está envolvido com projetos culturais na área de música, como compositor e produtor, buscando promover e divulgar o seu trabalho. “O que eu espero atualmente é conquistar o meu público”, concluiu o artista, que também é professor de violão (clássico e popular) e dá aulas particulares. Além do quintal (Alberto Salgado e Atan Pinho) Tudo quanto quero quando tudo é o tanto Que a vida pode me dar Tudo quando nunca quero a vida sempre Bate à porta a me cobrar Pague caro pelo ar que você poluiu Isso não foi segredo, pois todo mundo viu e sentiu Refrão: Veja tudo que tem Saiba o que te faz mal Plante um mundo também Muito além do quintal... (2X)
contato (61) 8467.2837 / 9174.7208 contato.albertosalgado@gmail.com www.myspace.com/albertosalgadobr
Cultura II
Por: Flávia Umpierre | Fotos: Divulgação
G7 lança novo espetáculo Paixão Nacional: Bunda, Cerveja, Futebol e Carnaval
U
m espetáculo cômico em forma de simpósio. Não fosse a insignia de um dos melhores grupos de comédia de Brasília, animaria pouca gente a sair de casa. Mas a cada peça, os ingressos são esgotados e o retorno do público são garantidos. No mês em que a atenção do brasileiro voltou-se a Copa do Mundo de futebol, a Cia de Comédia G7 lançou o espetáculo teatral: “Paixão Nacional: Bunda, Cerveja, Futebol e Carnaval”, comédia que faz uma sátira bem humorada das principais paixões dos brasileiros. O espetáculo em formato de esquetes se apresenta como o “I Simpósio Cultural Nacional”. E traz o questionamento: “O que faz o coração do brasileiro bater mais forte?”. A peça apresenta elementos que tradicionalmente representam a cultura brasileira são abordados de
forma a não apenas gerar o riso, mas de levantar a questão do que realmente nos representa como brasileiros. A peça conta ainda com um cenário abstrato e permeado por influências da natureza brasileira. “Paixão Nacional nasceu da maturidade cênica do grupo, que especialmente neste espetáculo mexe com as impressões sensoriais do público e apresenta muita interatividade”, relata o ator da trupe, Benetti Mendes. A trupe explica que para colocar a ideia de misturar símbolos tradicionalmente brasileiros nos palcos se baseou em ampla pesquisa de livros e artigos e realizou entrevistas com especialistas nas áreas de antropologia, sociologia e história. O grupo afirma que desta forma conseguiu aliar o olhar bem humorado das mazelas brasileiras às qualidades inerentes ao país, e ainda desmistificar padrões e
tradições considerados estáticos pelo povo brasileiro. O ator Rodolfo Córdon acha que a peça é de certa forma uma provocação ao povo brasileiro, já que incita os espectadores a refletirem sobre o próprio país e seus problemas, seja através das piadas ou por gags humorísticas. Tanto o público cativo quanto o iniciante no mundo do G7 irá se surpreender com a variedade de recursos de audiovisual e de improviso que incrementam o espetáculo. Formada pelos atores brasilienses Frederico Braga, Rodolfo Cordón, Felipe Gracindo e Benetti Mendes, a Cia de Comédia G7 possui oito anos de existência. Já são 16 espetáculos montados que somam mais de 600 mil espectadores e mais de um milhão de acessos em vários vídeos no Youtube. O espetáculo fica em cartaz ao sábados e domingos, às 21h, no teatro La Sallle.
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Gastronomia
Por: Alessandra Germano | Fotos: Gustavo Lima
Da faculdade para a cozinha O Le Jardin segue a linha contemporânea da gastronomia franco-italiana. “É uma cozinha leve e descontraída, sem muito rebuscamento. Com forte presença de carnes exóticas e tendência mediterrânea, assim como da comida brasileira”, define o proprietário. O cardápio oferece saladas, carnes, aves, peixes e frutos do mar, risotos, pastas e sobremesas. O prato de maior aceitação é a Picanha Le Jardin que é acompanhada por pesto de hortelã, purê de damasco turco e cuscuz marroquino. “Essa carne, que fica 12 horas curtindo em baixa temperatura, você não acha em nenhum outro lugar”, garante. Outro destaque do cardápio é a entrada de carpaccio de polvo, que leva finíssimas lâminas de polvo vinagrete de manga, conserva de gengibre e geleia de pimenta, acompanhados por uma cestinha de pães artesanais. Para beber, além 1200 garrafas de 200 rótulos de vinhos, a casa serve grande variedade de cervejas, uísques, conhaques, licores, vodcas, cachaças e drinks.
Divulgação
O
casal Carlos Augusto e Christine Veloso, proprietários do Le Jardin du Golf, tiraram as mesas do quintal de sua casa e se mudaram para o Clube do Golfe de Brasília para oferecer mais espaço e conforto aos seus comensais. Agora de casa nova, o restaurante expandiu sua capacidade de atendimento em quatro vezes, para 120 pessoas. O Le Jardin nasceu de uma cozinha semi-industrial montada na casa do pediatra e da dentista para receber amigos. “Não fazíamos propaganda do restaurante. Tudo funcionava no boca a boca. Deu tão certo que precisávamos de um lugar maior para ampliar nossa cozinha e periodicidade de atendimento ao público”, conta Carlos Augusto. O espaço é amplo, confortável e com estacionamento seguro. Além de uma belíssima vista para a Ponte JK, o restaurante ainda oferece uma sala reservada para reuniões e eventos com capacidade para dez pessoas.
Tournedos Poivre
Kobe Beef, a carne mais cara do mundo
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ocê só encontra no BSB Grill, que há três anos começou a investir nesse novo filão: os sócios Issa Attie e Lúcio Bittar importaram da Austrália embriões da raça Wagyu e, atualmente, já têm os próprios animais. Segundo Attie, “todo Kobe é Wagyu, mas nem
todo Wagyu é de Kobe”, porque os animais genuínos são exclusivos dessa região japonesa. “Os animais que temos vêm de um cruzamento com Aberdeen Angus, que são alimentados com rações cuidadosamente balanceadas, com alta concentração de proteína de soja e milho.
No pasto, há casinhas de madeira para os bois descansarem, além de árvores frutíferas que dão muita sombra. Até a água que eles bebem tem a concentração certa de oxigênio”, explica. O grau de marmoreio (gordura infiltrada entre as fibras musculares) varia
de 1 a 12, mas, no Brasil, o grau máximo é 10. O corte é padrão, de 350g a 400g. O preço é ajustado de acordo com o marmoreio. O grau 4 sai por R$ 90, e o 10, por R$ 190. É essa gordura que confere à carne um sabor único. “As características desse corte é a carne rósea, a maciez, a suculência e a tenrura”, afirma Attie. O BSB Grill, no mercado desde 1998, é uma casa completa no que se refere ao cardápio de steak house, um dos destaques é o TBone, cuja peça pode chegar a um quilo. Além dos bovinos, a carta oferece cortes de carneiro, suínos, aves, peixes. Há também opções de frios e petiscos, e uma grande variedade de pratos árabes, entre eles o Kafta Wagyu. Do dia 19 de julho a 1º de agosto, a casa participará do Restaurant Week, no qual servirá um corte especial de Kobe Beef.
Kobe Beef
Ao sabor das festas juninas
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m Brasília, nem se esperam chegar o mês de junho, aqui as festas juninas já são celebradas desde o mês de maio. Entrando nesse clima festivo o restaurante Severina, que, há três décadas, prima pela cozinha nordestina, preparou um cardápio especial inspirado nos tradicionais arraiais. Das comidas típicas à decoração, nada ficou de fora. Para quem é apreciador da gastronomia caipira, o Severina é o lugar ideal. O restaurante oferece um buffet completo de comidas e bebidas típicas, como cachorro quente, bolo de milho, escondidinho, paçoca de pilão, canjica, entre outras várias iguarias servidas em
festas juninas. Com capacidade para 300 pessoas, o espaço é perfeito para recepções festivas. Mas as festas juninas do Severina não se restringem apenas ao espaço físico do restaurante. A estrutura da casa também pode ser levada a empresas, clubes, casas, enfim, aonde o cliente solicitar. O preparo dos pratos fica a cargo da própria equipe do restaurante, que oferece canjica de coco fresco ou amendoim, paçoca de carne-de-sol, caldo de macaxeira com carne-de-sol, escondidinho, cachorro-quente, cuscuz, tapiocas, churrasquinho, cural, pé-de-moleque,
bolos e doces, entre outros. Entre as variedades de bebidas há leite queimado, café, quentão, sucos, água e refrigerante. O buffet por pessoa custa a partir de R$ 27. A capital do forró, Caruaru, que se cuide.
Serviço SEVERINA CLS 201 - Bl. B - Lj. 25, Asa Sul (61) 3224.6362
LE JARDIN DU GOLF SCES Tr. 02 – Lt. 17 Clube de Golfe de Brasília (61) 3321.2040
BSB GRILL CLS 413 - Bl. D - Lj. 36, Asa Sul. (61) 3346.0036 CLN 304 - Bl. B - Lj. 19, Asa Norte (61)3326.0976
Meio Ambiente
Por: Célia Chaves | Fotos: Gustavo Lima
Tinta ecológica para veículos Inovação a serviço da sustentabilidade do planeta
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esde o início da década 1990, após a Conferência Mundial de Meio Ambiente (Eco-92), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e realizada na cidade do Rio de Janeiro, o conceito de ecoeficiência vem ocupando espaço crescente em grandes empresas e corporações que buscam adequar os seus processos produtivos a padrões de desenvolvimento econômico compatíveis com princípios ambientais alinhados com a sustentabilidade do planeta. Na indústria automotiva, a aplicação prática do conceito de ecoeficiência está associada, entre outras coisas, à introdução de tecnologias inovadoras capazes de, por um lado, potencializar os processos produtivos, e por outro, reduzir os impactos
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ambientais decorrentes da emissão de gases poluentes na atmosfera. Nesse contexto, de surgimento de tecnologias modernas e ambientalmente responsáveis, que a tinta à base de água para pintura e repintura de veículos vem se tornando uma alternativa ecológica ao uso, ainda predominante, da tinta produzida com solvente, cujos impactos sobre o meio ambiente são comprovadamente maiores. O produto foi lançado na Europa e nos EUA no início da década passada, e introduzido no mercado brasileiro na atual década, principalmente nas concessionárias e oficinas reparadoras. Sua inserção no mercado de Brasília teve início no final de 2008. A concessionária Esave (Rede
Fiat), uma das pioneiras a aderir ao produto na capital federal, atualmente só trabalha com essa linha (Sikkens Autowave), fornecida pela multinacional holandesa AkzoNobel. Para explicar por que a tinta à base de água tem um baixo impacto ambiental, ao mesmo tempo conservando potenciais de produtividade e de qualidade equivalentes ou até superiores ao das tintas tradicionais produzidas à base de solvente, o diretor-presidente da empresa fornecedora, Almir Gozzi, ressalta vários aspectos. Mas o principal é que “em sua formulação são reduzidos, significativamente, os materiais solventes e voláteis responsáveis pela emissão de gases poluentes na atmosfera”. Esses gases levam ao agravamento
do efeito estufa e ao tão temido aquecimento global, já considerado uma séria ameaça à estabilidade da temperatura do planeta. A tinta à base de água entra no mercado automotivo para dizer não a esse processo de degradação ambiental. Além de não agregar metal pesado em sua composição, nada deixa a desejar em termos de produtividade (aplicação, acabamento e qualidade do produto final) se comparada às tintas tradicionais. A conjugação desses fatores é que torna o produto ecoeficiente: “Eco, porque ajuda a preservar o meio ambiente, e eficiente, porque tem o mesmo nível de produtividade das tintas tradicionais”, ressalta Gozzi. Segundo o diretor de Marketing Pós-Vendas da Fiat/MG, Airton Vicente Rosendo, a montadora tem estimulado suas concessionárias aderirem a padrões de sustentabilidade por meio de programas de incentivo à qualidade dos serviços de funilaria e de repintura. Apelo que faz eco com a tendência atual do mercado, onde a demanda por tinta à base de água está aumentando. “Consideramos tratar-se de uma tinta de alto segmento, que traz maior benefício à rede de concessionárias em relação às tintas tradicionais ou de médio segmento”, diz. O produto, ecologicamente correto e economicamente viável, não apresenta nenhum tipo de incompatibilidade. Segundo Biagio Lanzillotti, gerente de Serviços Técnicos da AkzoNobel, um veículo pintado com tinta à base de solvente pode ser repintado com tinta à base de água, e vice-versa, sem que isso acarrete problemas ao próprio veículo e ao seu proprietário. Embora seja a tendência no mercado nacional, principalmente nas oficinas reparadoras, o Brasil ainda não possui legislação específica para essa questão, como ocorre na Europa e nos EUA, onde os poluentes decorrentes da pintura de veículos obedecem a rigorosos padrões de emissão.
Não confunda tinta à base de água com sistema à base de água De acordo com Jorge Luiz de Almeida, consultor técnico da AkzoNobel, e Robson Rodrigues de Oliveira, chefe da oficina de funilaria e pintura da concessionária Esave, o processo de repintura compreende várias etapas. Começa com o diagnóstico do veículo, seguido do mascaramento (isolamento das partes do veículo que não serão pintadas); depois é feita a aplicação da massa (quando houver necessidade) e do prime (base de proteção); posteriormente, vem o lixamento do prime e um novo mascaramento para proceder à pintura; na última etapa, ocorrem o desengraxe (retirada de todos os contaminantes), a aplicação da tinta e do verniz e, finalmente, a secagem da superfície pintada.
Segundo Oliveira é importante esclarecer que, por enquanto, apenas a tinta é à base de água. Os demais elementos do sistema (massa, verniz, prime, entre outros) continuam sendo produzidos à base de solvente, embora acredite que há tendência de conversão do sistema como um todo num futuro próximo. Na avaliação de Rosendo, a demanda por tinta à base de água tende a crescer no mercado, sobretudo nos processos de repintura. Já, na linha de produção, ainda prevalece o uso da tinta à base de solvente. Ele afirma que, no caso da Fiat, o diferencial está no tratamento ao qual são submetidos os gases expelidos da cabine de pintura, evitando que haja impacto ambiental nas operações da montadora.
O passo a passo da conversão O processo de introdução da tinta à base de água na concessionária Esave ocorreu de forma gradual. A empresa ficou testando por um ano as cores de maior giro (as mais procuradas no mercado) e pelos excelentes resultados alcançados, decidiu aderir, definitivamente, ao produto, abandonando de vez a tinta à base de solvente. “Primeiramente testamos as cores branca, prata, amarela e preta”, ressaltaram Oliveira e Almeida, demonstrando passo a passo como foi o processo de conversão de um produto para o outro. “O primeiro passo foi fazer a adequação da linha de ar, o principal componente para se movimentar uma oficina de pintura” afirma Almeida. Segundo ele, o ar não pode ser contaminado e tem que ter uma pressão muito boa. Além disso, foi necessário adequar a cabine de pintura e treinar o profissional para aplicar o produto, além da adequação das pistolas para aplicação. O profissional, que já domina o manuseio do produto e sua aplicação, foi capacitado pelo centro de treinamento da AkzoNobel. Atualmente a concessionária já trabalha com todas as cores da frota nacional, atendendo a uma média de 250 a 270 carros (grandes e pequenos) ao mês. As batidas sofridas pelos carros populares comprometem, no máximo, quatro peças. Existe tinta suficiente para atender a demanda? Sim, pois a AkzoNobel fornece tintas à base de água que permitem a confecção de mais de 80 mil cores e podem ser elaboradas pela própria oficina de funilaria e pintura da concessionária.
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Mundo Animal
Por: Clarice Gulyas Gulias || Foto: Fotos:Clarice ClariceGulias Gulyas
Carrapatos ? Os carrapatos são responsáveis pela transmissão de doenças nocivas a cães e gatos que podem, inclusive, causar a morte
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les costumam se esconder entre os pelos, os dedos das patas e nas orelhas. A presença do carrapato em cães e gatos é comum, mas não deve ser ignorada. É que, apesar do tamanho, eles podem transmitir doenças graves aos animais, como a erliquiose e a babesiose. Não importa o número deles. Qualquer carrapato pode transmitir essas doenças caso esteja contaminado pelo parasita erliquia ou pelo hematozoário da babesiose. A transmissão ocorre quando um carrapato hospeda um cão doente e depois pica um animal sadio. Os carrapatos são encontrados em lugares diversos como na casinha do cachorro, em muros e, principalmente, na grama. É preciso saber lidar com a praga para que seu animal não corra risco de morte. Segundo o veterinário Sidnei Bergamaschi, ambas as doenças apresentam sintomas parecidos. “Geralmente o cachorro apresenta anemia, apatia, falta de apetite, às vezes febre e costuma ficar deitado. “A erliquiose pode provocar hemorragia porque a doença ataca o fator de coagulação do
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Fernanda e Skazi agora dormem e juntos
sangue, diminuindo muito o número de plaquetas”, explica. Não há vacina para essas doenças. E, no caso da erliquiose, há o período de dois anos de encubação. Segundo o veterinário, a prevenção é a melhor forma de evitar que seu animal de estimação adoeça, principalmente os filhotes e idosos. “As pessoas têm que ter a consciência de que os carrapatos são uma praga e, portanto, deve ser controlada com o uso regular de carrapaticidas nos cães e dedetização dos ambientes interno e externo da casa, pelo menos, de seis em seis meses” diz. No ano passado, Fernanda Cristina dos Santos, 22 anos, assustou-se ao encontrar diversas “pintas” escuras no seu cachorro Skazi, um shit-zu de dois anos. Enquanto dava banho nele em sua casa, Fernanda chegou a arrancar cem carrapatos, mas, como eram muitos, resolveu levar Skazi a um pet shop. “Não acreditei que tudo aquilo fossem carrapatos. Contei mais de cem e no pet shop ainda tiraram mais e tosaram ele”, conta. A estudante de moda ainda teve outra surpresa ao chegar em sua casa. Nas paredes e no chão de seu quarto,
Sidnei aconselha não arrancar os carrapatos
havia vários carrapatos. “Eles apareceram de repente e estavam andando em tudo quanto é lugar. Até na minha cama tinha. Fiquei com bastante nojo e medo de pegar alguma doença” relata. Fernanda pediu ajuda a uma colega que comercializa cães. Deixou Skazi por uma semana na casa da colega e
dedetizou todo o local. Com o ambiente limpo e o cachorro tratado à base de carrapaticidas, Skazi voltou para casa. “Ele é como um filho para mim, agora só fica dentro de casa e dorme comigo na cama”, diz. O veterinário chama a atenção para que os donos evitem arrancar ou espremer os carrapatos dos animais, pois além de causar lesões na pele que provocam coceiras, a prática contribui com a infestação do ambiente. “O carrapato fêmea (maior que o macho) consegue produzir quatro mil ovos por dia. Ao espremer ou pisar neles, os ovos são espalhados. O ideal é usar carrapaticidas que matarão os carrapatos ao picarem o cachorro e, se arrancar, jogar no álcool ou fechar em algum recipiente. Estas larvas conseguem ficar no ambiente por mais de um ano sem se alimentar, aguardando um hospedeiro”, alerta.
O tratamento é sintomático e não há duração determinada. No caso de suspeita dessas doenças, Sidnei recomenda a procura de um veterinário para que sejam realizados exames específicos que diagnosticarão as doenças. “Há o ‘ponta de orelha’, pela qual o sangue da extremidade é levado para análise em laboratório, o sorológico (exame de anticorpo) e o PCR (espécie de DNA do parasita). Mas geralmente é feito um hemograma com contagem de plaquetas e pesquisa de hematozoário”, conclui. Serviço Pet Stop - veterinária, banho e tosa SHIN CA 5 Cj. C - Bl. 2 - Lj. 54 Lago Norte (61) 3468.4831 www.petstopvet.com.br
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Jornalista Aprendiz
Por: Letícia Almeida e Talita Diniz | Fotos: Gustavo Lima
O terror das empresas Paulo Procon, como é conhecido, já ganhou mais de 90 ações na justiça
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aulo Vinicius Bastos, servidor público, aparentemente é só mais um cidadão de Brasília. No entanto, esse jovem senhor, 58 anos, tem uma peculiaridade que serve de exemplo para todos os consumidores brasileiros. Ele é o campeão de causas ganhas junto aos órgãos de defesa do consumidor. Paulo Procon, como ficou conhecido, tem 99 vitórias no seu currículo. Paulo Procon explica que a sua “luta” começou em 1977, quando ainda não existia o Código de Defesa do Consumidor. Em novembro daquele ano, foi a uma concessionária de Brasília para comprar um veículo novo. O automóvel veio com defeito
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de fábrica. Paulo deixou-o na oficina autorizada para reparação do defeito. Alguns dias depois, ao retirar o carro da autorizada, percebeu que o problema ainda persistia. Indignado, ele tentou negociar a substituição do veículo por um novo. Foram dez dias de muitas brigas e negociações até a empresa ceder e trocar o automóvel defeituoso por um novo. Uma de suas maiores conquistas foi contra um banco multinacional em 1992. A instituição inseriu o nome dele no Serasa, empresa privada que possui banco de dados de maus pagadores, sem qualquer justificativa ou aviso. Paulo entrou com ação no Procon e o órgão, que na época não tinha tantos poderes como atualmente, orientou-o a procurar a justiça. Resultado: o banco foi obrigado a indenizá-lo em cerca de R$ 37 mil. Até mesmo coisas simples, do cotidiano, não passam despercebidas pelo “homem-Procon”. Por várias vezes, Paulo retornou ao supermercado para substituir produtos que apresentavam alterações, mesmo dentro do prazo de validade. Quando perguntado se ele considera-se chato devido a tantas reclamações, Paulo explica: “Nós, brasileiros, que não pertencemos à classe dos banqueiros ou políticos, dispomos de um único aliado na defesa dos nossos direitos como consumidores: o Código de Defesa. Por isso, precisamos usá-lo para lutar contra a opressão e o descaso das grandes corporações.”
Ele lembra que isto é previsto na Constituição Federal que, portanto, é direito de todos. E complementa citando uma frase de Ibrahim Sued: “Os cães ladram e a caravana passa...” O “servidor público” não para. Paulo Procon diz que torce para não ter mais nenhum problema, mas se tiver não hesitará em procurar seus direitos. O seu legado já tem sequência. As filhas, ainda adolescentes, exercem com autoridade o direito assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor. “Desde pequenas que eu já as ensino a reclamarem quando estiverem certas”, explica. “Acho que todos deveriam fazê-lo para ajudar a construir um país melhor, mais honesto”, conclui Paulo Procon, considerado pelo órgão como “um exemplo de consumidor”. Segundo os funcionários do Procon “Paulo Vinicius é nosso conhecido através dessa infindável luta pelos direitos, sempre está aqui no Procon, é um exemplo de consumidor.” O assessor jurídico do Procon-DF, Iure Brito Pereira, explica que o órgão é de suma importância para a sociedade, pois é o principal mediador para resolver as demandas levantadas pelo consumidor. E reforça que a instituição deveria receber mais incentivo do governo, com a liberação de verbas orçamentárias para que assim possa criar mais postos de trabalho e melhorar o atendimento da grande demanda de reclamações que aparece no Instituto.
Procedimento Interno do Procon-DF Munido de documentos pessoais, o consumidor deve relatar o problema ao funcionário do Procon, este fará o atendimento preliminar por meio de telefonema à empresa ou ao fornecedor de produtos ou serviços para que dê informações pertinentes ao impasse relatado pelo consumidor, e sendo procedente o pleito do consumidor, que aquele solucione o problema relatado. Carta de Informações Preliminares (CIP) é um outro passo a ser dado. Ocorre quando o atendimento preliminar se torna inviável ou quando o fornecedor de produtos/serviços não responder ao atendimento preliminar feito pelo Procon. Se enviada a CIP e o fornecedor de produtos ou serviços apresentar resposta a esta, então o setor de conciliação envia um Termo de Notificação (TN). Este documento é enviado por Aviso de Recebimento (AR), em que é dada a oportunidade do lojista/fornecedor apresentar as razões de sua escusa à pretensão do consumidor deduzida no órgão. Após dez dias da chegada do AR ao órgão, a reclamação vai virar processo, sendo este autuado no setor de protocolo e enviado ao Jurídico para elaboração de parecer que irá embasar o presidente do Procon na aplicação da decisão (multa). Depois da decisão exarada pelo presidente do Procon, o último recurso cabível à empresa é endereçado ao Conselho de Administração do Fundo de Defesa dos Direitos do Consumidor, composto por vários representantes da sociedade. Vale ressaltar que tal recurso não sendo provido, o processo que culminou com a multa volta ao setor do jurídico para inscrição da multa na dívida ativa.
Contato: Letícia Almeida e Talita Diniz São alunas do UniCeub – SGAS Quadra 613/614 – Av. L2 Sul Coordenador Responsável: Henrique Tavares Moreira (61) 3966 1385/3966 1384
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Artes Plásticas
Por: Clarice Gulyas | Fotos: Divulgação
“Não é
necessário
derrubar árvores
para trabalhar”
Um dos maiores designers e artistas plásticos do Brasil conta como a profissão o escolheu
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esde a infância as pessoas já têm expectativas de qual profissão seguir. A decisão, muitas vezes, parte da influência da família. Também se leva em consideração a identificação, a oportunidade, o salário e, até mesmo, a intuição na hora de escolher o que se quer. Mas foi por meio de um sonho que o mineiro do Vale do Jequitinhonha, Tunico Lages, 60 anos, resolveu ser marceneiro, profissão à qual se dedica há 30 anos. A criatividade e a ousadia com que trabalha suas peças fizeram com que Tunico se destacasse entre os principais artistas plásticos e designers do país. Ele dá formas originais e modernas às madeiras mortas do cerrado, produzindo mesas, acentos, cabideiros, armários, estantes, luminárias e tantos outros objetos únicos que estão espalhados por todo o mundo. Segundo ele, o mercado ainda é restrito, mas agrada a quem tem personalidade. “Com a competitividade industrial, temos que ser cada vez mais criativos. Eu vendo para um determi-
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nado nicho, que são pessoas que não precisam de ninguém dizendo a elas o que ter em casa”, afirma. O artista não tem preferência por nenhuma matéria-prima. Preocupa-se, apenas, em utilizar madeiras mortas já derrubadas e provenientes de demolições ou replantios. “Eu consigo dar função a quase qualquer tipo de madeira. Faço coisas lindas com o Eucalipto Citriodoro, por exemplo. Não é necessário derrubar árvores para trabalhar, há muita madeira morta na mata sendo utilizada para fazer carvão em vez de móveis”, defende.
Do pesadelo ao sonho
Cabideiro estilizado
Mas quem vê o sucesso profissional do designer, não imagina que, na verdade, foi a profissão que o escolheu, por meio de um sonho. Aos 20 anos, Tunico sofreu uma grande decepção financeira quando trabalhava como operador na bolsa de valores, em 1970, uma experiência que durou três anos. Cansado e estressado, chegou até a desmaiar
Tunico aproveita árvores mortas para utilizá-las em suas obras
em serviço. “Em vez de ver as cotações projetadas nas telas das TVs, eu via meus pensamentos escritos e eles diziam para eu sair dali”, conta. Decidiu, então, largar o trabalho. Tentou cursar antropologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas para ter certeza do que realmente queria, Tunico botou uma mochila nas costas e viajou sozinho por diversos países para encontrar algo que realmente o estimulasse, ou mesmo para se encontrar. Então, após percorrer Argentina, Peru, Bolívia e México, voltou para a casa dos pais, em Belo Horizonte. Entre tantas idas e vindas, em uma noite de 1979, sonhou com um garoto sentado que observava um carpinteiro talhar madeira. “Quando acordei, não tive dúvidas: queria ser marceneiro. Saí, comprei manuais e ferramentas, e procurei marcenarias que pudessem me ajudar”, lembra. A partir de então, Tunico sempre se inspirou em sonhos que traziam modelos inovadores para criar seus móveis. Todo o conhecimento adquirido nos últimos 30 anos de experiência, ele conquistou sozinho, desde quando começou nos fundos da casa dos pais: treinando, inventando e desenhando. “Nunca tive professor e criei minhas próprias técnicas. No começo dava errado. Inclusive, meu primeiro serviço (um armário) foi devolvido”, recorda entre risos. Quanto ao prestígio no cenário cult, o designer responde modesto: “Faço o melhor que posso, o resto fica por conta da vida”. Tunico desembarcou em Brasília na década de 1980, e chegou a expor seus móveis na Torre de TV. O amor pela cidade fez com que vivesse aqui até hoje, com sua esposa e seus quatro filhos. Os móveis de Tunico Lages são expostos todo o último final de semana de cada mês na Feira de Antiguidades, no Gilberto Salomão. Serviço Tunico Lagos (61) 3201.7802 www.tunicolages.com.br
As formas criativas de móveis e objetos são inspiradas em sonhos do designer
Cadeiras e assentos são as criações preferidas
Propaganda e Marketing Por: Salejandra Santos | Foto: Carleti
NOVOS DESAFIOS E
ste texto eu considero um desafio: falar sobre os novos rumos da comunicação partindo da minha experiência profissional. Na verdade, uma coisa puxa a outra. E para ligar as duas, resolvi passar em revista o mercado de propaganda e marketing, segmento no qual atuo há 20 anos. Como está o mercado hoje? Como foi o mercado ontem? E como será o mercado de amanhã? Logo que comecei a refletir sobre essas perguntas, lembrei de uma frase que ouvi um dia desses de um palestrante. Ele disse algo mais ou menos assim: “O mercado nunca foi melhor nem pior. O que existe são novos desafios para novos tempos”. As palavras ficaram na minha cabeça durante algumas horas daquele dia e, apesar de não acreditar em verdades absolutas, achei que essa citação poderia ou deveria fazer parte do rol das poucas verdades. Lembrome que há 20 anos as ferramentas de trabalho que possuíamos eram o lápis, a caneta, a prancheta e as cartelas de letra sete. Hoje, muitos dos meus colaboradores nem sequer viram uma cartela de letra sete. Logo depois, veio a primeira geração de PC’s, os 486. Imaginem que ficávamos uma, e às vezes duas semanas, para finalizar um folder, o que já nos deixava felizes da vida. Hoje em dia, conseguimos finalizar um folder em algumas horas, mas ainda tem anunciante que acha isso muito tempo. O acesso à rede e à democratização da informação potencializa o referencial do anunciante que passa a ter um nível de exigência cada vez maior. Isso cria uma distorção entre
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o que ele vê na rede e a sua relação com a realidade local. Costumamos dizer que está todo mundo bebendo da mesma fonte. Dessa maneira, o mercado ficou mais exigente, os prazos cada vez mais curtos e a informação cada vez mais instantânea. Então, voltando à pergunta lá de cima: Quais serão os desafios e quais estão sendo os novos desafios para manter vivas nossas agências? A cada ano, o mercado reduz os ganhos financeiros das agências. A mão-de-obra especializada está cada vez mais cara e o número de novas agências dispostas a cobrar menos pelos serviços prestados é cada vez maior. Mas vamos tentar focar nos desafios: menos dinheiro, menos prazo, menos comprometimento,
menos verba e menos retorno para o anunciante também. Vivemos em um mercado em que a telefonia móvel disputa espaço com o mercado de automóvel, e este com produtos de qualquer natureza. Isso significa que cada vez mais nossos clientes também encontram muitos desafios e maiores e melhores concorrentes. Saber enxergar e respeitar esses desafios, na minha opinião, já é um passo importante para sobreviver a esses novos tempos. Mas como fazer para driblar todos esses desafios? Isso é o que nós da RBM Comunicação estamos tentando aprender. Olhar para o futuro com os pés no presente é um grande desafio para quem busca sobreviver ou, quem sabe, prosperar nesses novos tempos. Estamos deixando de lado velhos modelos de comunicação e partindo em busca de algo novo, de maneira consistente e madura. Estamos tirando nossas ideias e nossos clientes para “fora da caixa”. Saindo em busca de novos canais de comunicação para acertar o público em cheio, direto, na linguagem que ele fala e entende. Criar afinidade com os produtos e serviços que estão sendo anunciados é a alternativa para o consumidor que se vê bombardeado por outras opções a todo instante. Daí a importância de criar uma identificação, uma tribo, uma espécie de selo de qualidade comum ao produto, ao público e ao cliente. Encarando os desafios. Pensando fora da caixa todos os dias.
*Salejandra Santos é sócia-proprietária da RBM - Comunicação Total
Tá lendo o que?
Tatiana Costa
Marcos Atayde
Marcelo Barbosa
Proprietária da Tatiana Costa Atelier de Modas Superintendente Terraço Shopping Proprietário GTR Instituto de guitarra
Livro O Evangelho segundo o Espiritismo
Livro O símbolo perdido
Autor Allan Kardec
Autor Dan Brown
Muito mais que meu livro de cabeceira, o ‘Evangelho segundo o Espiritismo’ é meu refúgio, meu guia espiritual. Nele encontro as repostas certas aos meus questionamentos e provações. Essa obra abençoada busca dar aos homens a interpretação da Doutrina Espírita aos ensinamentos de Cristo. Interpretação esta que me preenche e conforta. Portanto, é com muito carinho que recomendo a todos essa leitura.
Trama de histórias veladas, símbolos secretos e códigos enigmáticos, tecida com brilhantismo, ‘O Símbolo Perdido’ é um thriller surpreendente e arrebatador que nos espanta a cada página. Nesse livro o professor Robert Langdon, com sua habilidade para solucionar problemas do mundo da simbologia, se lança em uma corrida alucinada pelos principais pontos da capital americana para solucionar essa trama que ameaça a segurança nacional.
Jonatas Evangelista Dentista da Interface Odontologia
Livro Millennium - A menina que brincava com fogo Autor Stieg Larsson
Livro A cabeça de Steve Jobs
A trilogia ‘Millennium’ tem excelente trama e narrativa que fazem perder o fôlego. Estou lendo o segundo livro da trinca “A menina que brincava com fogo”. A história conta com alguns dos personagens do primeiro, mas pode ser entendida separadamente. A protagonista, Lisbeth, tem uma personalidade super elaborada e é acusada de três crimes. Mikael Blomkvist, jornalista e investigador sagaz, além de amigo/amante da acusada quer descobrir o que aconteceu. A história gira em torno dessa investigação. Pra quem gosta de tramas policiais, com reviravoltas surpreendentes.
O livro reúne as lições empresariais e revela os segredos do sucesso de grandes líderes, especialmente Steve Jobs: revolucionário, ambicioso, visionário. Mostra o homem por trás da figura,o que há de melhor e pior de Jobs, notável perfeccionista. O livro destrincha e revela detalhes sobre as descidas e subidas da Apple, mostra a face de um gênio que percorre diversas áreas aventurando-se desde a criação e desenvolvimento de soluções práticas na informática até a produção cinematográfica (criou a Pixar).Examinando o passado,vivendo o presente e prevendo o futuro, o livro torna-se peça imprescindível para líderes.
Autor Leander Kahney
Frases Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida
A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade
Platão
John Lennon
É engraçado. Quando acho que cheguei ao ponto máximo, descubro que é possível superá-lo
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende
Ayrton Senna
Valorize uma bela personalidade, pois a beleza exterior é como água exposta ao sol: Evapora! Tim Maia
Leonardo da Vinci
Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes Goethe
Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas idéias e a nobreza dos seus ideais
Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim
Charles Chaplin
Renato Russo
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Cresça e apareça
Adriana Marques*
Dicas de sucesso em tempos de “não aconselhamento...” Já dizia a minha avó: “Se conselho fosse bom a gente não dava...”
E
, como os tempos mudam... Que tal em vez de "conselhos" (com todo o peso que a palavra tem) nós falarmos de "dicas" que podem nos mostrar um atalho para o seu sucesso (a seu critério serem seguidas ou não...). A primeira dica é sobre a expectativa que você nutre sobre seu futuro. Estudos mostram que a maioria das pessoas espera coisas boas naturalmente acontecendo nas suas vidas, mas pouquíssimas esperam coisas extraordinárias... Ter expectativas que revigoram, que fazem sair da cama e trabalhar horas a fio sem reclamar, são o combustível ideal para uma cabeça e um corpo saudáveis. Lembre que todos nós temos as mesmas 24 horas diárias e podemos aproveitá-las da maneira que escolhermos. A segunda dica é ter metas claras em relação ao futuro. Por exemplo, não basta desejar comprar um carro. Transforme o sonho em meta. Qual o modelo? Ano? Cor? Quando isso irá acontecer? O que é preciso fazer para se preparar para que isso realmente aconteça? Ter metas claras significa que sabemos exatamente aonde queremos chegar, quando e como. A terceira dica é esquecer o passado...O passado não pode interferir nas conquistas futuras. É claro que você, mais do que ninguém, sabe de todas as dificuldades
que já enfrentou e como pode ter sido mais dura a sua jornada do que foi a dos seus amigos... Temos a tendência de nos apaixonarmos pelas nossas desculpas. E, é claro, elas são válidas. Mas é preciso que decida se vai continuar gastando energia angariando solidariedade ou vai entrar em ação rumo aos troféus. Justificativas do tipo ‘sou muito velho’, 'alguém já deve ter pensado nisso', ‘sou muito novo’, ‘não tenho dinheiro suficiente’ ou ‘não tenho tempo’, são frases que lhe fazem continuar no mesmo lugar. Encarar o mundo requer coragem, mas é a única forma de sair da zona de conforto e vencer os desafios da vida. A quarta dica é encarar que a responsabilidade é sua. Assuma total e irrestrita responsabilidade por tudo que acontece em sua vida. Muitas pessoas desejam, sinceramente, obter maior resultado nos relacionamentos, na vida profissional e financeira, mas não conseguem se sentir realizados simplesmente porque justificam as suas próprias derrotas com fatores externos. Por isso, pergunte-se regularmente: "Qual é a minha parte nessa situação?". Isso significa indagar o que pode ser feito por você. Fazer isso trará a sensação confortável de que você é o dono do seu próprio destino. A quinta dica é ter um planejamento específico com objetivos para um, dois, três, quatro e cinco anos.
Faça uma lista detalhada. Divida os objetivos em pessoais e profissionais. Entre em ação todos os dias pensando em obter os resultados planejados. A maioria das pessoas superestima o que pode fazer em um ano, mas subestima o que pode fazer em cinco. Ter esses objetivos especificados ajudará a perceber o que realmente pode acontecer dentro do tempo proposto. A sexta dica é investir em bons relacionamentos. Cerque-se de pessoas bem humoradas. Tenha por perto pessoas que considera como referências. Se importe com sua família, seus amigos e seus colegas de trabalho. Esteja atento às necessidades de quem é importante na sua vida... Tenha certeza que sabem que são importantes na sua vida. Construa amizades eternas, infalíveis. Opte pelo acordo, não pela discussão sem fundamentos. Use palavras positivas. Dê valor a quem merece ser valorizado. A sétima e última dica é simples e não precisa de muita explicação. Seja feliz. Isso basta.
* Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching. Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e Presidente do CoachingClub.
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Diz aí mané Pérolas do Futebol
Só existem três coisas que param no ar: Beija-Flor, Helicóptero e Dadá (Dadá Maravilha, ex-jogador)
Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar (Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense)
As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe (Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)
Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe (Jardel, atacante)
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Bom, eu não achei nada, mas o meu companheiro ali achou uma correntinha, acho que é de ouro, dá pra ele vender! (Josimar, ex-lateral direito do Botafogo, ao ser perguntado o que ele achou do jogo)
Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.’ (Claudiomiro, ex-meia do Inter, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida pelo Brasileirão de 72) O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom (Souza, meio-campo, em uma entrevista ao Jogo Duro)
Eu disconcordo com o que você disse (Vladimir, ex-meia do Corinthians)
No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias (Ferreira, exponta esquerda do Santos)
Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG (Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa)
A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto (Jogador Fabão, quando chegou ao Flamengo)
A bola ia indo, indo, indo… e iu! (Nunes, jogador do Flamengo da década de 80)
Ponto de Vista
cristovam buarque*
Vitória dos D
Cidanautas
esde 1986, o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso reúne no BNDES um grupo de pessoas para debater temas de importância nacional. Em maio, o Fórum Nacional realizou a sua 22ª sessão. Reunir pensadores ao longo de 22 anos é um feito. Debater de maneira aberta, sem preconceito, ouvindo todas as ideias, é um mérito do Fórum Nacional. Mérito ainda maior é preencher o vazio de ideias e propostas que caracteriza o Brasil atual. Em maio, o Fórum reuniu diversas pessoas para debater formas de fortalecer as instituições políticas do país. Uma das mesas foi sobre a modernização do Congresso. Uma observação nesta mesa foi afirmar que o Brasil tem o Congresso mais moderno do mundo, do ponto de vista técnico. Tem rádio, TV, computadores em rede, prédio confortável, jornal, profissionais competentes. A outra mostra de que o Congresso está atrasado do ponto de vista eleitoral, político e ético. Durante o debate foram apresentadas sugestões concretas de como fazer essa modernização: proibição de mais de uma reeleição consecutiva; redução da duração do mandato de senador; possibilidade de candidatura independente de partido; divulgação online de todos os gastos do exercício do mandato; realização de sessões plenárias em todos os dias úteis ao longo de três semanas, reservando uma semana por mês para visitas às bases elei-
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torais; perda do mandato para parlamentares nomeados para cargos no Executivo; criação de comissão permanente de inquérito e de comissões especiais provisórias para enfrentar os grandes problemas nacionais; obrigatoriedade do cumprimento dos mandatos de prefeitos, governadores e presidentes até o final, impedindo-os de disputarem eleição para o período seguinte; declaração de “moratória partidária” por seis meses para permitir a reorganização dos partidos como forma de dar-lhes mais identidade; campanhas eleitorais apenas com recursos de fundo público; programa eleitoral gratuito limitado às falas dos candidatos; caracterizar como quebra de decoro o uso de serviços privados de saúde e educação por parlamentares e seus familiares; submeter todas as declarações dos eleitos à fiscalização da “malha fina” da Receita Federal; proibir alianças eleitorais para cargos executivos no primeiro turno; separar as eleições federais das estaduais; substituir o título de “deputado” por “representante do eleitor”. Mas a grande modernização será entender, aproveitar e submeter o Congresso às possibilidades de interação com a “praça virtual” onde a “população está se reunindo”, por meio de e-mails, Twitter, blogs etc. A votação da lei da Ficha Limpa foi uma vitória da ética na política. Ainda maior foi o exemplo de como o poder direto do povo consegue
hoje penetrar, pressionar, conduzir os parlamentares. Foram milhões de assinaturas e dezenas de milhões de mensagens que conduziram o Congresso a decidir conforme a população queria e não apenas conforme os desejos e os temores dos parlamentares. Por meses, o Brasil esteve nas ruas e praças virtuais. A grande modernização da atividade congressual está na utilização dos modernos meios e técnicas de informática para tomar as decisões que o país precisa, sem abrir mão da reflexão que o Congresso permite. Obviamente, esta modernização exige uma revolução educacional que incorpore toda a população no acesso aos meios de comunicação. Se a democracia assegura, e até obriga, acesso de todos à urna, a nova democracia participativa exige que todos tenham acesso aos equipamentos de informática, tanto dispondo deles, como sabendo usá-los. É, portanto, na revolução educacional que está a chave da modernização política. Até lá, porém, cabe ao Congresso abrir-se ao contato com os “cidanautas” - cidadãos internautas - , a fim de definir políticas que ampliem o número destes novos cidadãos e aos assuntos de suas preocupações. A vitória dos “cidanautas” com o Ficha Limpa precisa ser ampliada para todos os brasileiros e a todos os temas que interessam ao Brasil. * Cristovam Buarque Senador pelo PDT
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