Magazine Curious Sapiens

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FemmeFatale _______________________________________________ Conheça as assassinas em série mais famosas da história.

cientistas conseguiram transformar energia solar em combustível líquido

SykTran, o sistema de veículos a levitação magnética, já é uma realidade

Fã de mario cria fase de nível insano e demora 3 anos para zerar

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Lente de contato telescópica faz zoom de 2,8 vezes P. 18



Ao Leitor

A favor do conhecimento A Curious não tem partido político nem posição ideológica - não somos contra ou a favor do governo. Não temos agenda oculta, não estamos tentando convencer você de nada. Nosso trabalho é todos os meses reunir informação diversa que ajude você a entender o mundo e a viver bem nele. Mas temos alguns valores nos quais acreditamos, que pautam nosso trabalho. Por exemplo, acreditamos no poder de difundir conhecimento. Acreditamos que, ao fazer isso, contribuímos para tornar o mundo um lugar mais racional e justo, inspirado por dados e não por preconceitos. Acreditamos na capacidade do nosso público de compreender as questões e de decidir o que é melhor para cada um. Levamos essas crenças à sério. Ao longo dos anos, elas praticamente nos forçaram a abordar temas tabu. Sempre que nos deparamos com questões que são tratadas de maneira irracional pela sociedade, supomos que é nossa obrigação revelar o universo de conhecimento que se esconde por trás do preconceito. É nosso dever com você tratar de temas tradicionalmente varridos para baixo do tapete, mesmo que isso nos cause problemas. Não podemos deixar de cumprir nossa missão por moralismo. Neste momento da história, um tema tem estado presente nas nossas páginas com frequência: drogas. Obviamente trata-se de um problema social sério, hoje cercado de certezas morais. Em meio a elas, o verdadeiro conheciento não circula. Dados são distorcidos, histórias são inventadas, pesquisas são omitidas. Para nós, isso gera uma imensa oportunidade editorial. Onde há tabu e manipulação, há matérias para fazermos revelando a verdade por trás dos mitos, as dúvidas por trás das certezas. Este mês, recebemos uma boa dose de reconhecimento desse trabalho. O Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, do Rio, resolveu premiar nossa cobertura. Deu o primeiro lugar do Prêmio Gilberto Velho de Mídia e Drogas ao Tarso Araújo pela reportagem “Tarja Verde”, sobre maconha medicinal, que inspirou o filme ILEGAL, além de uma menção honrosa para a nossa reportagem sobre o crack (a Curious dominou a premiação: o único vencedor de outro veículo foi o nosso ex-diretor Emiliano Urbim, hoje n’ O Globo). Para completar, o Prêmio Esso de Jornalismo escolheu o design da nossa reportagem sobre o crack, inspirado na clássic arevista MAD, como finalista na categoria “criação gráfica”. Outra notícia boa veio de Miami: a fundação do American Business Council deu o prêmio de “Arquitetas da Mudança” às cinco mães que estrelaram o longa-metragem ILEGAL, produzido pela Curious. Não é fácil falar de drogas - leva a mal-entendidos, pode ofender. Nós temos orgulho de fazê-lo com consistência. Não somos contra ou a favor da legalização ou da proibição. Somos é a favor do conhecimento. (*)

Fundada em 2015 VICTOR LACERDA (1994 - Still Alive)

ELIZABETH AGUIAR (1989 - Still Alive)

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(*) Texto retirado de uma edição da SuperInteressante, escrita pelo diretor de redação.

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Março 2015 | 2º edição | Curious Sapiens


sumário Curious News Descubra como a Lego dominou o Mundo! Desafios Insanos em Super Mario Bros Esqueletos Gigantes

reportagens Capa

Femme Fatale Skytran: Uma Realidade

Cientistas conseguiram transformar Energia em combustível Líquido

Cult Sapiens Eu, Robô - Resenha Sobre o Autor

curious tech Lente de Contato Telescópica Óculos Controlado pelo Olhar Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015


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femmefatale10 14 15 16 17 18 18 Março 2015 | 2º edição | Curious Sapiens


Descubra Curious News

como a dominou o mundo! A força da empresa de brinquedos é resultado de investimentos em dois pontos essenciais, investindo em marketing e na qualidade de seu produto. Veja em detalhes na página a seguir como isso aconteceu.

Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

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Curious News

“E o marketing constante virou regra, transformando a fortuna da Lego em uma marca com apelo permanente e força incomparável.”

2. licenciando marcas

1. Lego o Filme O bom resultado da marca foi resultado, principalmente, do êxito do seu filme “Uma Aventura Lego”. A animação agradou público e crítica e teve lucros surpreendentes: liderou bilheterias no mundo todo, foi indicado ao Oscar e chegou a ser o filme com o maior faturamento de 2014 no Reino Unido.

$$$ $$$ $$$ Mas o sucesso foi além das telas de cinema e transformou o longa em uma ferramenta de marketing eficaz. A técnica de stop-motion usada na animação, além de derivar diversos curtas de parcerias com franquias famosas do cinema, foi copiada em diversos vídeos amadores que viralizaram na internet.

Outra estratégia da marca foram os produtos licenciados. A combinação de Lego e Star Wars, por exemplo, provou-se irresistível para o público. “Lego Star Wars tornou-se uma enorme franquia de sucesso de video-games, demonstrando que Lego é mais que um veículo para outras marcas adoradas, sua imagem por si só é imensamente comercializável”

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5. Lego vs. green E nem quando ele produzia publicidade negativa, como no caso da controvérsia com o Greenpeace, a Lego perdeu o seu brilho. Jørgen Vig Knudstorp, CEO do Grupo Lego, disse em um comunicado que a campanha do Greenpeace usa a marca Lego para atingir a Shell.

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3. nostalgia O poder da Lego no mercado, entretanto, ainda é fruto do seu produto original, os brinquedos de montagem. Os tijolinhos coloridos atraem crianças e adultos, de ambos os sexos. Seu apelo atravessa gerações: os pequenos se interessam pela liberdade criativa que o brinquedo proporciona e os pais são atingidos pela nostalgia.

4. universalidade A marca também evita, geralmente, distinções de gênero na hora do marketing, o que amplia o tamanho de seu público-alvo e ainda agrada aos pais.

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6. sem erros

Para impedir o declínio, a companhia suspendeu a fabricação de produtos impopulares e passou a produzir apenas brinquedos compatíveis com seus modelos originais, ajudando a reestabelecer a identidade e aumentar o valor da marca.

Reportagem Época Negócios design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Reprodução

Março 2015 | 2º edição | Curious Sapiens


Curious News

Desafios Insanos em

Super Mario

O jogador PangeaPanga criou uma fase tão difícil que ele próprio levou três anos para terminá-la. Durante anos jogadores têm criado fases cada vez mais difíceis para o aclamado Super Mario World. Organizados em uma comunidade online, eles desenvolvem novos níveis e jogam os criados pelos outros. Agora, um usuário chamado PangeaPanga criou uma fase tão difícil, mas tão difícil, que ele próprio levou três anos para terminá-la.

conseguiu ser tão difícil quanto a terceira. Se você tiver coragem e quiser se aventurar em uma das fases mais difíceis de Super Mario World já criadas, basta baixá-la no site SMW Central.

Chamada de “Item Abuse 3”, ela exige que o jogador utilize todos os itens do mapa para conseguir escapar das armadilhas, pulando de um lado para o outro, fazendo malabarismo com cascos e matando o Yoshi repetidas vezes para não perder. Vale tudo para chegar até o final. Como relata o Kotaku, a verdade é que a fase ficou tão difícil que além de precisar de três anos para vencer, seu criador ainda teve que apelar para um programa especial, que sincroniza o botão com cada quadro do jogo, deixando a jogabilidade muito mais precisa. Além da Item Abuse 3, PangeaPanga criou duas outras fases repletas de armadilhas e que só podem ser terminadas com o uso dos itens, mas nenhum

Reportagem Canaltech design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Shigefumi Hino Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

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Imagem da fase Abuse 3, criada por PangeaPanga.


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Esqueletos Gigantes Instituto dos EUA divulga documentos sigilosos sobre esqueletos humanos gigantes.

Uma decisão da Corte Suprema dos EUA pediu que o Instituto Smithsoniano tornasse públicos documentos do final do século XIX e início do XX relacionados à descoberta de esqueletos de humanos gigantes. Acredita-se que o Instituto tenha, inicialmente, ocultado e, depois, destruído os fósseis remanescentes desses seres, com a suposta finalidade de preservar a ideia convencional da evolução humana. Os arquivos abertos mencionam a existência de antigos corpos humanos com mais de dois metros e meio de altura. Um dos textos, escrito em 1894 por pesquisadores da Oficina de Etnologia do Instituto Smithsoniano, descreve:

“Debaixo de uma camada de conchas (...) descansando sobre a superfície natural da Terra, havia um grande esqueleto em posição horizontal em toda sua extensão (...). O comprimento da base do crânio aos ossos dos dedos dos pés era de dois metros e meio. É provável, portanto, que esse indivíduo, quando vivo, chegasse a quase 2,70 metros de altura”. A respeito disso, as autoridades do Instituto negaram qualquer tipo de envolvimento com esses esqueletos, o que acabou gerando várias teorias conspiratórias, muitas das quais apontam para uma ocultação inescrupulosa da existência de seres humanos gigantes no passado de nossa civilização.

Reportagem History design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Reprodução

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Capa

femmefatale Serial killer mulher? Conheça as 10 maiores serial killers femininas da História! Histórias de serial killers sempre nos surpreendem. O caráter inescrupuloso que muitas pessoas possuem faz com que nós nos esforcemos para não acreditar que seus atos não passem de lenda, mesmo com toda a repercussão que ganham na mídia. Casos de mortes em série nos fazem refletir sobre a capacidade que muitos têm de matar pessoas por motivos cada vez mais fúteis – boa parte deles, en-

volvendo dinheiro. Pior do que tomarmos conhecimento de que um homem mata outro(s) homem(ns) é sabermos que dezenas de milhares de mulheres ficaram famosas pelos crimes que cometeram. É por essa razão que decidimos mostrar os 10 casos mais célebres de serial killers femininas – atrozes representantes do “sexo frágil”.

Apelidada de “Goeie Mie” – em holandês “Boa Mie” – por cuidar de crianças e adultos doentes – Maria Swanenburg envenenou 27 pessoas com arsênico entre os anos de 1880 e 1883. Seu plano de matar mais pessoas acabou quando ela tentou envenenar outros 50, valendo-se do mesmo método. A assassina era motivada pelo dinheiro do seguro de vida que receberia das vítimas, de quem cuidava. Sua primeira vítima foi sua própria mãe, em 1880, ano em que ela também matou seu pai. Maria foi presa quando tentava envenenar a família Groothuizen, em dezembro de 1883. Foi condenada à prisão perpétua, local onde morreu, aos 75 anos, em 11 de abril de 1915.

10 – Maria Swanenburg (18 39-1915) Nacionalidade: Holandesa Quantos matou: 27

Nascida Honora Kelley, Jane provinha de uma família com histórico de sérios problemas mentais. Em 1901, ela confessou ter matado 31 pessoas. Conta-se que seu maior desejo era o de matar mais pessoas que qualquer homem ou mulher já pensou em matar. Ela misturava uma combinação de drogas e os dopava; a seguir os deitava em uma cama e abraçava seus corpos enquanto eles morriam. Toppan foi julgada inocente por razões de insanidade mental e sentenciada a permanecer internada pelo resto da vida em um sanatório. 8) 09 – Jane Toppan (1854-193 na rica me te-A Nor : ade alid ion Nac Quantos matou: 31 Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

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Capa

Os amigos de infância de Vera Renczi diziam que ela possuía um desejo patológico por constante companhia masculina e era de natureza ciumenta e suspeita. Vera casou pela primeira vez com um comerciante mais rico e mais velho que ela. Teve com ele um filho chamado Lorenzo. Deixada constantemente em casa enquanto seu marido trabalhava, ela começou a suspeitar que ele a traía. Uma noite, dotada de muita raiva, Vera Renczi pôs arsênico no jantar de seu marido e começou a dizer à família, amigos e vizinhos que fora abandonada com o filho. Depois de 32 casamentos “fracassados”, ela nunca mais casou, mas continuou a se envolver com homens ricos – casados e solteiros. Vera Renczi foi condenada à prisão perpétua pelos 35 assassinatos.

08 – Vera Renczi (1903 – ?) Sem data exata Nacionalidade: Romena Quantos matou: 35

Catalina de Los Ríos foi uma aristocrática chilena do século XVII, proprietária de grandes lotes de terra. Possuía a alcunha “La Quintrala” devido ao seu cabelo vermelho. Durante o período colonial do Chile, ela ficou conhecida pela extrema crueldade que praticava contra seus inquilinos. La Quintrala foi acusada pelo assassinato de mais de 40 pessoas, o que fez dela um ícone do abuso e da opressão colonial. Sua figura ainda vive na cultura popular chilena, não só como o de exemplo máximo de mulher perversa e abusiva, mas também como da opressão do império espanhol. 07 – La Quintrala uer – 1604-1665) (Catalina de los Ríos y Lisperg Nacionalidade: Chilena Quantos matou: mais de 40

Belle Sorenson Gunness, nascida Brynhild Paulsdatter Størseth, foi uma das mais famosas mulheres Serial Killer na história dos EUA. Suspeita-se que ela matou os maridos que teve e todos os seus filhos. Porém, ela é mais conhecida por ter matado todos os seus namorados e duas de suas filhas, Myrtle e Lucy. Tudo indica que grande parte das mortes eram ligadas a interesses financeiros, como benefícios de seguro de vida por morte e afins. Há suspeitas que ela tenha matado mais de 40 pessoas no decorrer de décadas. 06 – Belle Gunness (1859-190 8) Nacionalidade: Norueguesa Quantos matou: mais de 40

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Capa

Amy Archer-Gilligan foi uma enfermeira, proprietária de uma casa de repouso. Inicialmente, ela matou 5 pessoas por envenenamento. Uma delas era seu segundo marido, Michael Gilligan, as demais eram pacientes. Estima-se que outras 43 pessoas tenham sido mortas por Amy, já que as mortes ocorreram em sua casa de repouso. Parentes dos pacientes acharam as mortes suspeitas – todas ocorridas em apenas 5 anos. Investigações foram feitas na casa e arsênico foi encontrado. A enfermeira alegou que o veneno havia sido usado para matar roedores, mas quando os corpos do segundo marido e dos clientes foram exumados, foi encontrada grande quantidade de arsênico. Amy foi presa em 1917 e condenada à prisão perpétua. Morreu na prisão em 1962, aos 89 anos.

1968) e María de 04 – Delfina González (? – ) Sem data exata 90? s ano – (? z Jesús Gonzále Nacionalidade: Mexicanas Quantos matou: 91

Conhecidas como “Las Poquianchis”, as irmãs mexicanas se instalaram no Rancho El Ángel, também chamado de “bordel do inferno”. A polícia deteve uma mulher de nome Josefina Gutiérrez, procurada por suspeita de sequestrar jovens garotas na área de Guanajuato. Durante o depoimento, ela implicou as duas irmãs Gónzalez no esquema. Oficiais de polícia procuraram pelas duas irmãs na propriedade e encontraram os corpos de 11 homens, 80 mulheres e vários fetos, um total de mais de 91. Julgadas em 1964, as irmãs González foram sentenciadas a 40 anos de prisão cada uma.

Foi uma parteira japonesa. Acredita-se que ela seja a serial killer que mais assassinou bebês no mundo. Miyuki não agia sozinha: ela tinha a ajuda de vários cúmplices. Estima-se que ela tenha matado entre 85 e 169 crianças (a maioria iria ser abandonada pelos pais após o nascimento), mas dados oficiais asseguram que o número total de vítimas é 103. Os crimes começaram a ser descobertos quando 5 corpos de suas vítimas foram acidentalmente descobertos em janeiro de 1948. Autópsias feitas nos bebês mostraram que eles não haviam morrido de causas naturais. O incidente é lembrado como a principal causa de o governo japonês começar a considerar a legalização do aborto no Japão, o que de fato ocorreu um ano depois.

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05 – Amy Archer-Gilligan (18 73-1962) Nacionalidade: Norte-America na Quantos matou: 48

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03 – Miyuki Ishikawa (1897?) Sem data exata Nacionalidade: japonesa Quantos matou:103


Capa

Saltykova foi uma jovem nobre de Moscou que se tornou conhecida por torturar e matar mais de 100 servos (em sua maioria mulheres e garotas). Ela casou-se jovem, teve dois filhos e enviuvou aos 26 anos. A nobre foi presa em 1762 e assim ficou por seis anos, enquanto as investigações sobre o caso corriam. A investigação contou no mínimo 138 mortes suspeitas. Ela foi considerada culpada de ter matado 38 servas por batê-las e torturá-las até a morte. Em 1768, Saltykova foi acorrentada a uma plataforma em Moscou por uma hora com os seguintes dizeres em volta do pescoço: “Esta mulher torturou e matou”. Muitas pessoas vieram vê-la durante a hora que ela ficou exposta. Depois, Darya Saltykova foi encarcerada em um convento.

hory (1560-1614) 01 – Condessa Erzsébet Bát Nacionalidade: húngara Quantos matou: mais de 500

02 – Darya Saltykova (17301801) Nacionalidade: Russa Quantos matou: por volta de 138

Erzsébet Báthory ficou conhecida por uma série de crimes hediondos que teria cometido, vinculados com sua obsessão pela beleza. Devido a isso, ela ficou conhecida como “A condessa sangrenta” e “A condessa Drácula”. Erzsébet casou com o conde Ferenc Nadasdy aos 15 anos. O conde era militar e ficava fora de casa por longos períodos. Nesse meio tempo, Erzsébet cuidava dos assuntos do castelo do marido. Foi a partir daí que suas tendências sádicas começaram a serem reveladas – com o disciplinamento de um grande número de empregados, principalmente mulheres jovens. Qualquer motivo era desculpa para ela infligir castigos, deleitando-se na tortura e na morte de suas vítimas. Presa no dia 26 de dezembro de 1610, logo depois, Erzsébet foi condenada à prisão perpétua em solitária, onde morreu, 3 anos depois.

. Não se engane com as aparências! Quando a letalidade de uma femme fatale é apresentada em um livro ou filme, ela é frequentemente retratada como a vítima manipulada por um “macho dominante”, uma figura influente do sexo masculino. Essa imagem é consistente com os tradicionais mitos relacionados ao gênero em uma sociedade que alega

que meninos são agressivos por natureza, enquanto meninas são passivas. Na realidade, tanto agressividade quanto passividade podem ser aprendidas através da socialização, pois não são específicas de cada gênero.

Reportagem Moises de Sousa design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Reprodução

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Tecnologia

SKYTRAN: Uma Realidade

O sistema de veículos à levitação magnética já começa a ser testado em Israel.

Parte Interior do Skytran vai ter telas de TV.

Simulação de como vai ser implantado nas cidades o novo meio de transporte.

As grandes cidades do mundo padecem diariamente dos efeitos uma densidade altíssima de veículos circulando pelas ruas; uma situação, que, longe de melhorar, piora a cada ano. Com um horizonte sem grandes expectativas e repleto de promessas, a empresa norte-americana SkyTran parece ter chegado para oferecer as primeiras alternativas concretas, viáveis e reais para o problema. Trata-se de um meio de transporte público inovador, baseado na levitação magnética, que consiste no desenvolvimento de uma via de trânsito elevada, através do qual circulariam veículos leves, como cápsulas espaciais, transportando até duas pessoas a velocidades que alcançariam os 240 km/h. Finalmente, após propostas infrutíferas de um projeto-piloto em diversos países, Israel decidiu te-

star esse sistema de transportes inovador. E os resultados serão fundamentais para a sua aplicação em outros países. O projeto prevê a instalação de uma rede fechada, de 500 metros de extensão, na sede da empresa israelita Aerospace Industries. Se tudo der certo, será montada uma rede comercial, que permitirá transportar passageiros em Tel Aviv de ponta a ponta. O sistema é completamente automatizado: qualquer passageiro pode solicitar um veículo de seu smartphone para que seja buscado em uma estação específica. No total, estima-se que 12 mil pessoas poderão viajar por hora em cada monotrilho. E esse número cresce exponencialmente, à medida que forem adicionados mais trilhos.

“Isso vai despertar o mercado para a produção de veículos autônomos.” Joe Dignan, Especialista. Reportagem History Channel design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Skytran.net Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

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Ambiente

cientistas conseguiram transformar energia solar em combustível líquido Cientistas dos Estados Unidos conseguem armazenar poder energético solar em álcool. Cientistas da Universidade de Harvard conseguiram modificar a composição genética de uma bactéria para produzir combustível líquido. No futuro, esse método poderá ser utilizado no abastecimento energético de veículos de transporte. Eles chegaram a esse resultado, segundo estudo publicado na revista Procedings of the National Academy of Sciences, ao alterar geneticamente uma bactéria denominada “Ralstonia eutropha” e utilizar o hidrogênio de água obtido a partir da energia solar. A bactéria é capaz de converter o dióxido de carbono, principal agente do aquecimento global, em um combustível alcoólico chamado isopropanol. Diferentemente de estudos prévios, os especialistas conseguiram implementar catalisadores a base de metais abundantes na natureza, como o cobalto, em vez de metais preciosos. “As células fotovoltaicas possuem um potencial considerável para satisfazer as necessidades futuras de energia renovável, mas

precisam de métodos eficientes para armazenar a eletricidade intermitente que produzem e poder gerar energia solar em grande escala”, afirma Daniel Nocera, autor principal do estudo.

As fontes e formas de transmitir energia estão sendo cada vez mais estudadas. Como seria se tivessemos uma forma de transmitir energia sem fios? já existem pessoas pensando nisso.

Reportagem History Channel design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Reprodução

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Sapiens Cult

Eu, Robô Do aclamado autor de ficção científica Issac Asimov, conheça agora um pouco desta história fascinante. O que mais me chamou atenção no livro em que Isaac Asimov se consagrou, Eu, Robô, foi acima de tudo a sutileza da narrativa. Digo isso tanto no sentido do conteúdo, quanto na forma de construir as palavras, permitindo uma leitura agradável em todas as histórias que compõem o livro. É diferente de Admirável Mundo Novo, 1984 e até mesmo Laranja Mecânica – particularmente costumo colocá-los, agora junto a este livro do Asimov, no topo da literatura de ficção científica –, os três falam sobre o futuro de uma forma até pesada e muito consistente, no sentido de que às vezes perdemos o prazer da leitura e passamos a analisar a obra quase que realista.

O que não acontece com Eu, Robô: O livro não tem uma narrativa contínua, isto é, não há um personagem principal, nem trama a prosseguir. A cada capítulo somos apresentados uma situação diferente, certamente envolvendo robôs, máquinas, homens e o conflito, alguns personagens aparecem mais vezes, outros não. Mas o interessante é que há um foco permanente em todo o livro. Este é o robô em si, pois analisando numa visão ampla do livro ao todo, concluímos que é um romance de formação, o chamado bildunsgroman, do próprio robô em si; começando sendo máquinas restritas à funções básicas, até seu apogeu sendo seres superiores ao homem capazes de até liderar nações. Acredito que algumas outras ressalvas sejam importantes para alguns dos contos (capítulos), quase como se Asimov inseriu uma vagueza proposital, para que nós leitores continuássemos a discutir a

“O aspecto mais triste da vida atual é que a ciência ganha em conhecimento mais rapidamente que a sociedade em sabedoria.” Isacc Asimov. Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

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Nova edição especial de “Eu, Robô”.

obra, concluindo ideias polêmicas. Um exemplo é o 3º capítulo, Razão, em que dois pesquisadores numa base espacial, Powell e Donavan, ficam sujeitos à vontade de um robô porque o mesmo se acha superior aos homens e acredita fielmente que é o messias de seu deus, ou Mestre, que vem a ser a máquina a qual os pesquisadores dependem, o Conversor de Energias. A tal máquina dá informações para continuar com os trabalhos no local, também direciona o fluxo de energia para si, a fim de não danificar a base e matar as pessoas lá dentro (ou algo assim). O robô, chamado Cutie, assume o comando da base espacial, enquanto um problema que estava previsto se aproxima. Acontece que os robôs são programados para jamais permitir que os homens se machuquem, esta é a 1ª Lei da Robótica, sendo assim Cutie acaba resolvendo o problema dos “raios nocivos” (podemos comparar com uma chuva de meteoros) talvez inconscientemente, achando que aquela ação foi vontade da máquina, seu Mestre. |→


Sapiens Cult

Então o que podemos pensar sobre isso? Que Cutie estava na razão o tempo todo, ele é uma máquina, afinal, não apresentava problemas para agir de forma errada, logo os homens podiam confiar. Cutie, um robô, por um lado é um “ser” superior ao homem, visto que suas capacidades físicas e mentais são melhores. Assim, surge a silhueta do que Asimov nos quis passar: seríamos a criação de um ser inferior e muitas de nossas ações sejam para um único propósito, mas através de vários meios que não percebemos. O livro é permeado por diversas outras metáforas e simbolismos igualmente fantásticos, mas que deixari-

am esta resenha demasiadamente grande. Em cada capítulo é uma experiência nova. Os diálogos são bem feitos, com pegadas irônicas e, como já disse, narrativa leve e compreensível – você, iniciante da leitura, é capaz de ler e se divertir! Outra coisa que vale ressaltar é que, não só nessa, como em suas outras obras, Asimov foi um visionário e acertou muito na maneira que estaríamos vivendo hoje. É por todos esses motivos que não posso recomendar mais a leitura, não creio existir um só ponto negativo, e, para completar, a tradução da Editora Aleph é impecável, sem falar também no design de capa caprichado.

sobre o autor O escritor nasceu em 1920 na cidade russa de Smolensk, que fazia parte do gueto Petrovichi. Sua família imigrou para os Estados Unidos quando ele tinha três anos, passando a viver no Brooklyn. O gosto pela leitura se manifestou precocemente. Seu pai, Judah Asimov, era um leitor voraz de escritores russos. Apesar de ter sido educado sob os preceitos do judaísmo ortodoxo, Judah não influiu na educação religiosa de seu filho, mas estimulou Asimov a cultivar o hábito da leitura. Judah deu a Asimov um cartão da biblioteca e foi assim que o escritor conheceu, ainda pequeno, obras sobre mitologia grega, clássicos de Shakespeare e livros de história. O contato com revistas de ficção científica que lia, ainda pequeno, na loja do pai levaram-no a seguir duas carreiras: a acadêmica e a de escritor. Asimov começou a escrever com 11 anos. Com apenas quinze ingressou na Universidade de Columbia, em Nova York, onde estudou química. Aos dezoito, vendeu a sua primeira história, “Marooned Off Vesta”. Seu primeiro grande sucesso foi Nightfall, de 1941, mas seu primeiro romance foi lançado somente dez anos depois, Pebble in the sky (1950). A obra mais famosa de Asimov é a trilogia Fundação, também da década de 50, seguida pela série de sucesso Histórias de Robôs. É autor de cerca de quinhentos livros para jovens e adultos, ultrapassando os domínios da ciência e da ficção científica, já que escre-

Isaac Asimov

veu também romances policiais, livros sobre humor e história, assim como alguns volumes sobre a Bíblia e Shakespeare. REPORTAGEM Italo Machado DESIGN Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Reprodução

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Março 2015 | 2º edição | Curious Sapiens


Curious Tech

Lente de contato telescópica faz zoom de 2,8 vezes Pesquisadores Suiços montam telescópio em uma lente de contato rígida.

Ainda não é a "super-visão" do Super Homem, mas já é possível ajustar o zoom de uma lente de contato até uma aproximação de 2,8 vezes. Além da lente de contato com zoom, pesquisadores suíços criaram óculos com sensores que permitem que a aproximação da visão possa ser controlada apenas com uma piscadela especial os óculos não se deixam enganar pelo piscar normal dos olhos. "Acreditamos que essas lentes são muito promissoras para pessoas com baixa visão e com degeneração macular relacionada à idade," disse Eric Tremblay, da Escola Politécnica Federal de Lausanne. A lente de contato com zoom incorpora um minúsculo telescópio reflexivo no interior de uma membrana de apenas 1,55 milímetro de espessura. Minúsculos espelhos manipulam a luz para expandir o tamanho percebido dos objetos e obter uma amplia-

Óculos controlados pelo olhar

O zoom das lentes de contato é controlado piscando os olhos, graças a um aparato eletrônico montado em óculos.

Curious Sapiens | 2º edição | Março 2015

O telescópio foi montado em uma lente de contato rígida.

ção que pode chegar a 2,8 vezes. O telescópio foi montado em uma lente rígida, conhecida como lente escleral, que tem um diâmetro maior do que as lentes flexíveis mais comuns, e são usadas em casos especiais, como pacientes com córneas de formato irregular. Como são rígidas, as lentes esclerais representam uma plataforma atraente para a incorporação de A equipe também desenvolveu uma técnica para controlar eletronicamente as lentes, permitindo que a pessoa altere entre visão normal, sem qualquer aumento, uma ampliação corretiva e a "visão telescópica". O sistema, constituído por um pequeno LED e um fotodetector, foi montado em uma armação de óculos. Ao piscar o olho direito, o usuário aumenta o zoom, diminuindo-o com uma piscada do olho esquerdo. O sistema é sensível

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outras tecnologias, incluindo sensores e eletrônicos, diz Tremblay. Um dos grandes desafios foi manter a lente porosa, uma vez que o olho precisa respirar. A permeabilidade da lente-telescópio foi obtida com pequenos canais de 0,1 mm, que permitem que o oxigênio do ar flua por baixo de toda a lente e atinja toda a extensão da córnea. o suficiente para não ser afetado pelo piscar normal dos olhos. Já existem no mercado óculos com pequenos telescópios, voltados para pacientes com degeneração macular, mas eles são grandes e não são ajustáveis, exigindo que a pessoa movimente a cabeça para encontrar o ponto ideal de visão.

Reportagem Inovação Técnologica design Elizabeth Albuquerque e Victor Lacerda IMAGEM Eric Trembley


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