Relatório GSA 2024

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GSA 2024

Relatório da 15a edição do programa

01 Introdução

Carta de Abertura

Sobre o Programa

A Jornada GSA

02 Mudança

A chegada de participantes

Caminho do Sim

Jogo da Abundância

Imersão GSA

Turma 2024

Comunidades 2024

Jogos da Natureza

03 Jornada

Conhecendo as comunidades

Shows de Talentos

Diálogos Elos

04 Liderança

Os Sonhos das Comunidades

Encontro de Sonhos

Encontro de Projetos

05 Legado

Mutirão e Transformação

Geração GSA

Elos na Liderança

06 Rede

Celebração

Encontro de Futuro

Encontro de Re-evolução

Caminho da Expansão

07 GSA & Comunicação

GSA na Imprensa

GSA nas redes sociais 08 Prestação de Contas

Orçamento

Parcerias 09 Time

Equipe GSA 2024

Equipe de Facilitação Convidada

Agradecimentos

Mudança01Introdução

25

anos depois de sua criação, o programa GSA segue provocando pequenas grandes revoluções

Aqui no Elos nos sentimos energizados pela carga de afeto, cooperação, pertencimento e esperança que estão entre os principais léxicos do Programa GSA (Guerreiros Sem Armas). Na edição deste ano, comemoramos 25 anos trazendo novas histórias de 45 participantes de 12 países, que se comprometeram a enfrentar dias de chuva, frio e incertezas para colocar o que vieram aprender em prática no programa. Como principal projeto de conclusão dessa etapa do curso, os participantes realizaram sonhos de duas comunidades da Baixada Santista - o Sítio Conceiçãozinha, no Guarujá, e o Jardim São Manoel, em Santos.

Comemoramos 25 anos trazendo novas histórias de 45 participantes de 12 países, que se comprometeram a enfrentar dias de chuva, frio e incertezas.

Durante o mesmo período do GSA, ainda tivemos a segunda edição do Geração GSA, nosso programa voltado a jovens adolescentes de 14 a 17 anos que também nos apresenta múltiplas possibilidades de engajar as juventudes de hoje e, por que não, as juventudes que também carregamos dentro da gente mesmo quando passamos da idade de pertencer ao grupo jovem estipulada pela OMS (24 anos).

Da mesma forma, este ano, também convocamos lideranças de empresas, institutos, fundações e do governo para participar de uma imersão de 5 dias voltada a quem está sentindo na pele os desafios da necessidade de novos modelos de gestão - mais humanizadas e coletivas. Uma oportunidade de, junto com o GSA, vivenciar na prática a potência da Metodologia Elos.

Vivemos um momento desafiador para inspirar as diferentes gerações a sonhar e a fazer junto por seus sonhos. Mas quando nos convidamos a expandir nossa escuta e nosso olhar sobre os saberes do mundo, podemos encontrar novas referências de projetos de comunidade e de bem-viver, que nos trazem pistas de como cultivar uma esperança potente e transformadora - especialmente nas novas gerações.

No Elos, anos de contato com cosmovisões indígenas e com a interculturalidade proporcionada por participantes do mundo todo da nossa Rede GSA têm resultado em projetos que provocam pequenas grandes revoluções em comunidades do Brasil e do mundo. Rede, inclusive, é uma palavra-chave importante para entender como a edição do GSA deste ano fez jus a nossa efeméride de 25 anos. Tivemos participantes motivados a conectar suas trajetórias com os sonhos de lideranças comunitárias e outras grandes pessoas fazedoras de sonhos nas comunidades da Baixada.

Rede

é uma palavra-chave importante para entender como a edição do GSA deste ano fez jus a nossa efeméride de 25 anos.

Eu, com meus primeiros fios brancos, rememoro a juventude da qual fiz parte e que criou o Elos, e com a expansão das redes e comunidades que construímos em Oásis criados por nossos projetos em todo o mundo, me questiono como podemos aumentar a abundância de juventudes e sonhos quando assumimos o compromisso de perseguir um mundo com mais justiça social, diálogo e colaboração.

Nas próximas páginas você poderá conferir como foi a experiência de 2024 e quem são as pessoas que disseram SIM para começar a transformar agora o mundo que vivemos no mundo que sonhamos!

Vamos lá? Boa leitura!

Rodrigo Rubido & Equipe Elos

Sobre o Programa

A história do programa Guerreiros sem Armas (GSA) antecede e dá origem à própria história do Elos, iniciada há 25 anos, para compartilhar o método que criamos e utilizamos desde a década de 1990.

Começamos, estudantes de arquitetura, com o objetivo de mobilizar a comunidade santista em torno da revitalização do Museu de Pesca de Santos, um patrimônio que estava fechado há mais de 10 anos. A experiência chamou a atenção do movimento de estudantes de arquitetura no Brasil e na América Latina por engajar mais de 150 pessoas no processo, de uma forma participativa e onde o aprender e o fazer aconteciam de forma simultânea. O projeto de recuperação fazia parte de uma estratégia para repensar o ensino de arquitetura, trazendo para a centralidade da discussão questões sociais e mobilização comunitária.

A experiência se tornou uma referência latinoamericana por seu caráter utópico conciliado com uma metodologia inovadora e uma grande dose de empreendedorismo e participação comunitária. Com participantes do Chile, Argentina, Paraguai e Brasil, foi realizada a primeira edição do GSA, nesta época chamado de Universidade Aberta de Verão, em 1999.

Com base em nossa própria experiência de aprendizagem, criamos um jeito diferente de despertar o potencial único de cada pessoa, consolidando-se neste programa, batizado de Guerreiros Sem Armas e cujo nome foi inspirado pelo mito Txucarramãe, trazido por Kaká Werá, responsável desde o princípio por integrar a sabedoria ancestral e indígena à metodologia do GSA, trabalhando assim a nossa conexão com os elementos da natureza.

Acreditamos que é preciso sair do transe da escassez predominante nas sociedades contemporâneas para encontrar soluções para as inúmeras crises mundiais.

Nosso compromisso é impulsionar e formar líderes com propósito, habilidades e proatividade suficientes para semear mudanças positivas onde quer que estejam, atuando na transformação deste contexto tão complexo e, assim, alcançarmos o melhor mundo para todas as pessoas.

No caminho do guerreiro, cabe a você discernir o que foi tecido pelos fios divinos e o que foi tecido pelos fios humanos. Quando você principia a discernir, você se torna um Txucarramãe - um guerreiro sem armas. Porque os fios tecidos pela mão do humano formam pedaços vivificados pelo seu espírito. Essa mão gera todos os tipos de criação. Muitas coisas fazem parte de você para se defender do mundo externo, geradas pela sua própria mão e pelo seu pensamento. Quando você descobre o que tem feito da sua vida e como é sua dança no mundo, desapega-se aos poucos das armas, que são criações feitas para matar criações. De repente, descobre-se que, quando paramos de criar o inimigo, extingue-se a necessidade das armas.

A Jornada GSA

Módulo 1

Caminho do Sim

(Etapa Eliminatória) - entre Outubro/2023 e Março/2024

Módulo 2

Jogo da Abundância entre Março e Junho/2024

Módulo 3

Imersão GSA

de 2 de julho à 29 de julho de 2024

Módulo 4

Caminho do Sim entre Agosto/2024 e Janeiro/2025

Mudança

Convocando agentes de mudança para o GSA

Decidir mudar, por mais que a mudança seja atraente e se faça necessária, exige energia e disposição. Acreditamos que participar do Programa GSA seja fazer uma escolha por mudança - em nossa forma de estar e enxergar a vida, em nossas relações e em nosso fazer no mundo - e, portanto, reconhecemos a energia e disposição que essa decisão exige.

Sabemos que dizer SIM para o GSA não é algo simples ou corriqueiro. Por isso, nossa equipe se dedica muito em divulgá-lo Brasil e mundo afora para se certificar de trazer as pessoas certas para cada edição do programa - pessoas que estejam prontas e disponíveis para a mudança.

Para a edição de 2024, realizamos as seguintes ações para promover o Programa GSA e convidar pessoas de contextos e realidades diversos:

Coletamos indicações da Rede GSA, de parceiros e da Equipe Elos - 349 pessoas indicadas no total.

Fizemos parceria com organizações para a divulgação no Brasil, na Europa, em África e na América Latina - 38 organizações parceiras.

Realizamos 07 atividades em diferentes contextos, dentre elas:

- 06 oficinas em parceria com participantes do GSA da edição de 2023 e de edições anteriores do programa na organização, divulgação e facilitação, sendo:

- 02 Workshops online em inglês, com foco em atrair participantes da Europa e Ásia

- 02 Workshops online em espanhol, com foco em atrair participantes da América Latina

- 01 Workshop presencial em Bauru/SP (Brasil), em parceria com a Seção de Jovens da Antroposofia, no Encontro Brasileiro de Juventudes

- 01 Workshop presencial no FIC - Festival de Invenção e Criatividade, em Vinhedo/SP (Brasil)

- 01 Workshop online em português, com foco em atrair participantes de países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

-01 roda de conversa online com Instituto Mahle.

No total, tivemos 1038 pessoas pré-inscritas em nosso site, de 31 países diferentes: África do Sul, Alemanha, Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, França, Gana, Guiné-Bissau, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Líbano, México, Moçambique, Paraguai, Peru, Portugal, Quênia, Reino Unido, Tailândia, Turquia, Uganda, Zambia, Zimbábue.

Organizações e pessoas que apoiaram na divulgação do Programa GSA: APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Ashoka, Atados, Be The Earth, CEASP, Em Movimento, Enactus RJ, Escola Comum, Fábrica dos Sonhos, FGV SP, FIC Vinhedo, Flor - Iguazú ONG, Girls Move, Global Shapers SP, Habitantes, Idealist, Imaginable Futures, Impact Hub BSAS, InCommon, Instituto Mahle, Jovens da Antroposofia, Kolibri, Kubadili, Kufunda, MET, Movimento Choice, NUA/Unidiversidade (Cacimba), Nina Valentini, Pedagogia da Emergência, Proportion, Projeto Cooperação, Raquel Rosenberg, Social Good Brasil, Tejeredes Argentina, Tejeredes Uruguai, TETO, UNWomen Chile, Wingu (Buenos Aires).

Números da prospecção

349

38

organizações parceiras

07 pessoas indicadas

atividades realizadas

1.038 pessoas pré-inscritas

31 países representados

Caminho do Sim

Antes mesmo do Caminho do Sim começar, o chamado se inicia com o preenchimento da chamada Rota do Autoconhecimento, um formulário com perguntas potentes que prezam pelo encorajamento do participante para que exerça uma visão auto-apreciativa, contemplando seus talentos e recursos, em um processo de autoconhecimento que passa por uma investigação para compreender habilidades e qualidades. Com essa primeira imersão em si, a pessoa reconhece ainda mais quais escolhas a levam a fazer parte do GSA. A Rota do Autoconhecimento contou com a participação de 311 pessoas.

Eu comigo, eu com as outras pessoas, eu com o mundo.

Esses três níveis de relação são a base do jogo colaborativo realizado ao longo do Caminho do Sim, o primeiro módulo do GSA - e também uma etapa eliminatória. No percurso, é possível aprender a desenvolver um olhar apreciativo, estendendo-o para si e para as outras pessoas e conectado à valorização do desenvolvimento de projetos coletivos.

Aplicado em três formatos (plataforma on-line, aplicação das atividades via whatsapp e entrevista individual), todas as versões do jogo são marcadas pela reflexão individual e aprendizagem através da troca, propondo tarefas que impulsionam à realização de ações no mundo real.

As primeiras atividades desta edição, aconteceram durante os meses de outubro e novembro de 2023, com novas rodadas em Janeiro, Março e Abril de 2024. Nas ações realizadas, participantes prototipam soluções para as crises presentes no mundo. Os casos a seguir buscam ilustrar um pouco da essência das 112 ações que impactaram mais de 7 mil pessoas ao redor do mundo.

1 - Caminho do Sim

Números do Caminho do Sim

184

7.005 participantes pessoas impactadas

112

ações realizadas

Yara General, Moçambique

Causa: Paz, justiça e instituições eficazes

O sonho de Yara é promover a comunicação inclusiva para a mediação e resolução de conflitos sociais. Hoje ela sonha em trabalhar com a população moçambicana que não teve acesso à educação - considerados analfabetos - para apresentar a eles os Direitos Humanos e leis de proteção ao cidadão, garantindo-lhes acesso a serviços e atendimentos básicos.

“Acredito que a sociedade é a base e que toda a mudança que queira ser operada deve começar daqui. Minha luta é por uma comunicação que gere mudança de comportamento e faça chegar a informação ao receptor capaz de sentir se impactado e ajudar na trans-

formação do seu círculo social. Mas sei também que isso não é possível sem que se faça a validação dos Direitos Humanos”.

No Caminho do Sim, Yara desenvolveu uma ação em Maputo para promover uma jornada de limpeza no Dia Mundial da Limpeza, para cuidar do meio ambiente e ampliar a conscientização sobre a importância de expandirem práticas de cuidado ambiental em suas comunidades. Participaram um total de 50 pessoas: 10 lideranças comunitárias, 25 membros de empresas, cinco participantes do Caminho do Sim, duas assistentes sociais, três ativistas ambientais, três jornalistas, um motorista e uma cozinheira da comunidade.

Acredito que a sociedade é a base e que toda a mudança que queira ser operada deve começar daqui. Minha luta é por uma comunicação que gere mudança de comportamento e faça chegar a informação ao receptor capaz de sentir se impactado e ajudar na transformação do seu círculo social. Mas sei também que isso não é possível sem que se faça a validação dos Direitos Humanos.

Yara General Participante do GSA 2024 de Moçambique

Jorge Teivelis, Brasil

Causa: Ação contra a mudança global do clima

O sonho de Jorge é viver em um mundo onde as pessoas “vivam em harmonia com a natureza e voltem a se considerar parte ao invés de superiores a ela”. Jorge quer promover vivências ao ar livre que estimulem essa reconexão e abram portas para as pessoas se relacionarem de uma maneira diferente com o mundo e, assim, com o tempo, incorporem mudanças (mesmo que pequenos atos) nas suas rotinas. “Sinto que no GSA estão as ferramentas cruciais que vou precisar se eu quiser manifestar meu propósito no mundo”.

No Caminho do Sim Jorge desenvolveu uma composteira em sua casa: “Foi muito

gostoso fazer essa composteira acontecer. Meu maior aprendizado foi ‘não deixe pra depois o que pode fazer agora’. A composteira estava fácil, era possível. Quero que essas pequenas mudanças que dependem apenas de mim aconteçam com mais agilidade. Acredito que [essa ação] teve um impacto positivo, lidar com meu próprio lixo e ver o tempo que ele demora pra se decompor certamente vai trazer aprendizados. Através dessa experiência vou estimular outras pessoas, meu lar será mais harmônico, e a redução do lixo é um pequeno gesto na direção de reduzir a sobrecarga no sistema de coleta”.

Foi muito gostoso fazer essa composteira acontecer. Meu maior aprendizado foi ‘não deixe pra depois o que pode fazer agora’. A composteira estava fácil, era possível. Quero que essas pequenas mudanças que dependem apenas de mim aconteçam com mais agilidade. Acredito que [essa ação] teve um impacto positivo, lidar com meu próprio lixo e ver o tempo que ele demora pra se decompor certamente vai trazer aprendizados. Através dessa experiência vou estimular outras pessoas, meu lar será mais harmônico, e a redução do lixo é um pequeno gesto na direção de reduzir a sobrecarga no sistema de coleta.

Paulo, Brasil

Linda Bengeza, África do Sul

Causa: Cidades e Comunidades Sustentáveis

O sonho de Linda é criar uma organização que possa ajudar a criar comunidades sustentáveis, economicamente e com acesso a outros recursos. “Meu sonho é ver comunidades capazes de aprender, colaborar, se transformar; e que também sejam capazes de criar oportunidades, negócios e riqueza”. Linda quer dar continuidade ao projeto de desenvolver uma escola onde os jovens de sua comunidade possam aprender as habilidades necessárias para desenvolver a si mesmos e os territórios onde vivem.

No Caminho do Sim decidiu criar um vídeo de conscientização, em parceria com

outro participante sulafricano, “para mostrar à minha comunidade a importância de cuidar do nosso meio ambiente. Minha intenção é convencer as pessoas que moram ali de como nossas comunidades podem mudar para melhor se cuidarmos dos problemas ambientais”. Linda ainda afirma que aprendeu neste processo que é possível encontrar maneiras concretas de desenvolver soluções, especialmente quando se colabora, “porque às vezes você tem ideias diferentes para resolver as coisas, pode somar com a ideia do outro e fazer algo novo.”

Viemos de comunidades onde não há desenvolvimento, apenas pobreza, crime, violência e outras coisas negativas. Queremos mudar tudo isso reunindo os jovens e encontrando maneiras de desenvolver e mudar nossas comunidades.

No nosso programa de Belas Artes estamos trabalhando nisso com 45 alunos/cocriadores há dois anos.

Linda Bengeza Participante do GSA 2024 da África do Sul

Jogo da Abundância

Aprender na prática como mobilizar sua própria rede para apoiar o seu propósito e a sua atuação no mundo é o foco desta etapa pedagógica do GSA.

No Jogo da Abundância, as pessoas participantes passam por processos de capacitação individual e coletiva, onde acessam e compartilham ferramentas para reconhecer, mapear e estabelecer parcerias.

A partir de uma série de estratégias voltadas para financiar os custos do programa e que poderão servir de base para projetos futuros, cada pessoa tem a oportunidade de ampliar suas redes de conexão e construir novas pontes fundamentadas em relações de confiança.

Números do Jogo da Abundância

79 participantes

05

rodadas do jogo

de captação individual* R$ 41.104

81

NFPs captadas pelo Programa Embaixador Nota Fiscal Paulista GSA 24*

* valores atualizados até 01/09/2024

Não faltam recursos. Os recursos, talentos e líderes que necessitamos já estão aqui. Existem em toda parte, é uma questão de identificar, mobilizar, compartilhar e colocá-los a serviço do fluxo da vida e de um propósito de bem comum.

Metodologia Elos

Cultura da Abundância

“O Jogo da Abundância me fez sair da minha zona de conforto, me fez utilizar o que eu tenho de melhor das minhas qualidades, fez eu enfrentar meu medo de pedir ajuda às pessoas. Me surpreendi com a disposição de algumas pessoas em me ajudar e torcer por mim.

Natalia Borges Participante do GSA 2024 de São Paulo, Brasil

Natalia mobilizou a rede de amigos, familiares, colegas de trabalho e da faculdade para captar NFP (Nota Fiscal Paulista) junto a sua meta de cadastros como embaixadora de Nota Fiscal Paulista GSA.

Eu pensei que no Jogo da Abundância eu deveria ‘pro-

duzir’ os recursos e me dei conta de que a idea era expressar a necessidade de uma ajuda e captar os recursos com outras pessoas, com o que elas já tinham disponível. Foi um desafio para mim porque não costumo pedir ajuda financeira, mas achei maravilhoso quando eu fiz isso, essa ajuda chegou a mim de uma maneira abundante.

Melisa se colocou em movimento e mobilizou a família e amigos através de uma rifa, onde captou R$ 1.300 em recursos financeiros para apoiar a sua vinda ao programa.

Participar do Jogo da Abundância realmente me levou a refletir profundamente sobre minha rede e comunidade. A resposta e o apoio impressionantes que recebi foram realmente comoventes. Pessoalmente, tive a sensação de superar um desafio porque ousei sair da minha zona de conforto e me envolver em ações que normalmente não faço. Foi uma experiência gratificante.

Tanishqa Rodrigues

Participante do GSA 2024 da Índia

Tanishqa mobilizou sua rede de amigos, familiares e trabalho através de conversas com as pessoas, contatos via e-mails, encontros presenciais e partilhando sobre seu sonho de mundo. Ela captou US$ 530, o equivalente a R$ 2.991,05, através das suas estratégias de captação e mobilização de recursos.

“O Jogo da Abundância alterou minha perspectiva e visão de cada obstáculo na vida. Além de um jogo, foi uma jornada de autoconhecimento, gratidão e alegria a cada vitória, sentindo o apoio de cada orientação [da equipe Elos] como um abraço acolhedor e direto.

Maria Clara Victor Muianga Participante do GSA 2024 de Moçambique

Maria Clara mobilizou sua rede para conseguir apoio com empresas, amigos e familiares. Entre suas estratégias de captação, ela decidiu vender cosméticos e fez tranças, captando um total de 10.000 mts (metical moçambicano), o equivalente a R$ 883,52.

Imersão GSA

As crises econômicas, sociais e ecológicas que se agravam atualmente não começaram hoje. E os caminhos que buscam possíveis soluções, também não! O GSA é um desses caminhos que, desde 1999, busca reunir pessoas dispostas a vivenciar uma jornada de transformação para, juntas, construir agora o melhor mundo que sonhamos.

Estamos celebrando o início de mais um capítulo desta história: 45 pessoas de 12 países*, 4 continentes** e 7 estados brasileiros*** chegaram em Santos no dia 02 de julho para a etapa imersiva da 15ª edição do programa, onde trabalharam junto com moradoras e moradores de duas comunidades da Baixada Santista. Foram 28 dias de muitos aprendizados, emoções, novas amizades, e, acima de tudo, de esperançar um mundo com mais diálogo e colaboração!

* África do Sul, Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Colômbia, Guiné-Bissau, Índia, Peru, Rússia, Moçambique e Zimbábue.

** África, America do Sul, Asia e Europa.

*** Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A comunidade como caminho, a diversidade como jeito de caminhar

Um dos pilares fundamentais do GSA é também um dos seus principais presentes para o mundo: a convivência em uma comunidade diversa! E foi assim que as participantes desta edição chegaram: de braços abertos para tudo de novo que estava por vir!

Através de Jogos Cooperativos, Danças Circulares, práticas diárias coletivas de cuidado com a comunidade, e de experiências de partilha e escuta, em um ambiente seguro para se vulnerabilizar, estimulamos o diálogo e abrimos o campo para que um grupo diverso como esse celebrasse suas diferenças e se conectasse a partir de suas comum-unidades.

Além das atividades promovidas entre guerreiros e guerreiras, ao longo do processo outros grupos foram se juntando e ampliando a composição de participantes nessa comunidade: moradoras e moradores do territórios, lideranças comunitárias, pessoas convidadas, representantes do Poder Público, pessoas da imprensa e outras que atuam em organizações parceiras.

O fio condutor da experiência é a Metodologia Elos e o convite é vivenciar na prática as sete disciplinas que a compõe: Olhar, Afeto, Sonho, Cuidado, Milagre, Celebração e Re-evolução. Com a condução da equipe Elos, é dessa forma que as participantes atuam nos territórios com o objetivo de materializar sonhos coletivos reais. Ainda faz parte da jornada a construção de

Causas abraçadas pelo grupo de participantes

Números da turma de participantes

45

07 participantes estados brasileiros

12

países

04 continents

Angélico Kassinda Luanda, Angola
Ayandson Melo Recife, Brasil
Carolina Queiroz São Paulo, Brasil
Carolina Vélez Cordoba, Argentina
Douglas dos Anjos Santos, Brasil
João Octávio Júlio Bissau, Guiné-Bissau
João Paulo Silva Altamira, Brasil
João Pedro Fragoso São Lourenço, Brasil
Jorge Teivelis Neto São Paulo, Brasil
Josefina Camuti Luanda, Angola
Lucas Asnis São Paulo, Brasil
Luciana Moreira São Paulo, Brasil
Maimuna Vieira Bissau, Guiné-Bissau
Sheila Marcela Quispe Cusco, Perú
Marijke Vermander Bruxelas, Bélgica
Natália Borges São Paulo, Brasil
Paula Castrillo São Caetano do Sul, Brasil
Rosangela Soares Gabriel São Paulo, Brasil
Sabrina Rete São Paulo, Brasil
Sara Rodrigues Belo Monte, Brasil
Vera Goshkoderia Kaliningrad, Russia
Vinicius Sakamoto Santos, Brasil
Vinicius Tavares Cubatão, Brasil
Yara General Maputo, Moçambique
Yolanda Victor Monteiro Bissau, Guiné-Bissau
Fátima Uaieca Maputo, Moçambique
Felix Taiobo Quelimane, Moçambique
Ishmael Machisi Harare, Zimbábue
Jeanie Dalila Diaz Cusco, Perú
Jetro Soares São Lourenço, Brasil
Juliana Ruiz Bortolani São José dos Campos, Brasil
Laurinda Gouveia Luanda, Angola
Lazarus Antonio Harare, Zimbábue
Linda Bengeza Cape Town, África do Sul
Luana Olave Porto Alegre, Brasil
Mariana Presti São Lourenço, Brasil
Maria Clara Muianga Maputo, Moçambique
Marina Schmitt Porto Alegre, Brasil
Melisa Zapata Medellin, Colombia
Natália Cristine da Silva Cubatão, Brasil
Sbusiso Songelwa Cape Town, África do Sul
Sonia Moura São Paulo, Brasil
Soraya Yassine Maputo, Moçambique
Tanishqa Rodrigues Mumbai, Índia
Tayane Duarte Gonçalves, Brasil

Comunidades parceiras

Todos os anos, a organização do GSA passa por um momento importante que é, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio: a seleção dos 2 ou 3 territórios junto aos quais iremos trabalhar durante o programa.

Esse processo segue uma série de critérios para que a parceria aconteça. Entre eles estão o desejo da comunidade em nos receber, a articulação com as lideranças comunitárias, a localização, o histórico e momento atual, os desafios mapeados e a disponibilidade de trabalhar em conjunto com dezenas de jovens e adultos animados para materializar sonhos coletivos!

Números das comunidades parceiras

comunidades parceiras em 2024

comunidades parceiras desde 1999

Jardim São Manoel, Santos - SP

Localizada na Zona Noroeste de Santos (SP), a comunidade Jardim São Manoel teve origem com uma ocupação há mais de 50 anos na região. Inicialmente, pouco mais de 10 famílias ocuparam uma área próxima ao mangue e, desde esse movimento inicial, hoje mais de 1.000 famílias residem no bairro que avançou sobre o mangue e formou o que hoje se conhece como “mangue seco”.

Movimentos iniciados por moradores e lideranças comunitárias estão gerando estruturas de articulação e qualificação dos serviços públicos e promoção de equipamentos e atividades para necessidades ainda não atendidas pelo Poder Público. Promoção de cidadania, pertencimento e cultura, garantia de dignidade e vida, assim como soberania alimentar, cidadania e sustentabilidade são eixos fundamentais das ações promovidas pelos grupos Associação Espírita Recanto da Paz Francisco de Assis, Associação de Moradores da Rua João Carlos da Silva, Associação de Moradores do Caminho São Manoel e Horta Comunitária Bons Frutos.

Temas como coleta de lixo, acesso à água, energia, regularização fundiária, remoções e programas habitacionais, estão recebendo incrementos e melhorias pelas ações promovidas por estes diferentes grupos locais.

Sítio Conceiçãozinha, Guarujá - SP

Na cidade do Guarujá (SP), há um território vizinho ao Porto de Santos onde hoje moram aproximadamente 14 mil pessoas, conhecido como Sítio Conceiçãozinha. Segundo os moradores mais antigos, a ocupação teve início no final da década de 1890 como uma comunidade de pescadores que trabalhavam nas margens do rio do entorno do território. Na época, não havia iluminação, nem acesso à água, e os moradores tinham que atravessar de barco para Santos para ter acesso à água potável e outros serviços básicos. As áreas ao redor eram cheias de florestas e manguezais e os moradores brincavam nas marés e caminhavam pelas florestas para colher goiabas e cocos.

O cenário do território começou a mudar com o desenvolvimento do porto e, a partir de então, para que qualquer coisa seja construída dentro da comunidade, os moradores precisam obter permissão e autorização da CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo - atual Autoridade Portuária de Santos), que reivindicam os direitos à terra. Os moradores têm um forte senso de unidade e hoje contam com o apoio das empresas no entorno para impactar positivamente o território.

Com o tempo, a comunidade foi se organizando e trabalhando em conjunto para que tivessem mais infraestrutura e acesso aos serviços básicos e hoje contam com uma padaria, uma escola, um posto de saúde, um campo de futebol e uma creche em funcionamento há 42 anos. Entre as iniciativas existentes, uma das mais destacadas com foco na preservação ambiental do território é o projeto Eco Comunidade, criado para incentivar a limpeza do espaço com o objetivo de reciclar todos os resíduos plásticos encontrados em troca de alimentos, materiais de limpeza ou brinquedos.

Jogos na Natureza

“Precisamos construir uma educação que contemple as diferentes visões de mundo e cultura dos povos indígenas, isto é, uma epistemologia que valorize os saberes ancestrais.” Kaká Werá

Do ponto de vista ecológico, vivemos uma era de instabilidade climática, previsões catastróficas e incerteza sobre o futuro. A temperatura do planeta segue aumentando, o nível do mar não para de subir devido ao derretimento das calotas polares, algumas áreas do Brasil estão em processo de desertificação e projeções mostram que, se seguirmos como estamos e a temperatura do planeta subir 2ºC até 2100, 18% das espécies terrestres e 30% dos insetos polinizadores estarão seriamente ameaçadas de extinção. Ao reconhecer o estado atual das coisas, é natural emergirem sentimentos de preocupação, medo e insegurança, bem como a vontade de fazer algo a respeito.

Esse é um dos principais motivos pelos quais, no GSA, trabalhamos para impulsionar o potencial, o pertencimento e o protagonismo das pessoas: nós acreditamos que a reflexão, a escuta e os acordos são essenciais para podermos trabalhar de maneira colaborativa. E, somado a isso, entendemos que também precisamos arregaçar as mangas e agir já para construir as transformações que sonhamos para o mundo.

Entendemos que os desafios e injustiças econômicas e sociais que acometem bilhões de pessoas pelo Brasil e o mundo não estão separados da destruição ecológica que estamos causando. É por isso que o programa pedagógico do GSA conta com o que chamamos de Pilar Essencial, que convida as participantes a aprenderem a partir de saberes ancestrais.

Para desenvolver as atividades deste pilar, contamos com a sabedoria e experiência do filósofo e escritor indígena brasileiro, Kaká Werá, que nos traz convites profundos e poderosos da Pedagogia Indígena através de jogos e atividades realizados na natureza. Na ciência indígena, Terra, Água, Fogo e Ar são os quatro elementos responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento do ser humano, bem como de todo o conjunto de vida e de todas as espécies que habitam o Planeta Terra.

E temos ainda um quinto elemento, que soma todos os quatro primeiros

e na língua tupi se chama Nhanderekó, cuja tradução aproximada seria “Essencialidade do Ser”, “Fogo Interior” ou “Eu Ancestral”. Esse elemento nos convida à conexão com a origem comum de todos os seres e à própria essência e potência individual que cada uma de nós traz consigo.

Falamos bastante sobre uma educação que apoie nosso desenvolvimento em três níveis: eu comigo, eu com as outras pessoas e eu com o mundo. Para um olhar desatento, pode parecer que estamos falando somente sobre relações humanas - conhecer a si, se relacionar com as outras pessoas e atuar no mundo humano que construímos, com regras, trabalho e instituições. Mas nosso olhar vai muito além disso.

Ao longo deste relatório, apresentamos as qualidades de cada elemento e quais habilidades poderiam ser desenvolvidas a partir dessa conexão com a natureza e o mundo externo, apoiando assim a jornada de autoconhecimento de cada participante do GSA.

Mas através deste Pilar Essencial e dos Jogos da Natureza queremos relembrar que somos natureza através da relação com os elementos - no mundo e em nós. Queremos honrar e valorizar os saberes ancestrais de povos que viveram em harmonia com o mundo natural por milênios e, onde isso é possível, ainda vivem. Queremos conhecer formas diversas de aprender que passam pelo intelecto, mas que também estão abertas à sensorialidade, às emoções e à capacidade imaginativa como formas de se aprofundar em conhecimentos de que tanto precisamos na atualidade.

“Precisamos construir uma educação que contemple as diferentes visões de mundo e cultura dos povos indígenas, isto é, uma epistemologia que valorize os saberes ancestrais.

Terra Água

Fogo Ar

Jornada

Pés no chão, raízes firmes: é o início da jornada com as comunidades.

Depois de passar uma semana criando vínculos e nutrindo-se como um grupo coeso de participantes do GSA, havia chegado a hora de se abrir para uma jornada de transformação pessoal e com as comunidades dos territórios.

No programa GSA, desde o princípio, sonhamos com um novo modelo de aprendizagem, mais prático, e que também considerasse a nossa interação com o mundo externo e a natureza. Para isso, buscamos na ancestralidade indígena a possibilidade de conexão com os elementos da natureza para desenvolver habilidades.

Junto com a expertise do filósofo e escritor indígena brasileiro, Kaká Werá, elegemos então sete qualidades para cada elemento (Terra, Água, Fogo e Ar), para apoiar a jornada das participantes nesta busca pelo autoconhecimento. No caso da Terra, aprendemos sobre:

Receptividade e Doação de vida para estar à serviço; Materialização para enraizar os sonhos que aparecerão; Autoconfiança e Reconhecimento de Limites para agir de maneira assertiva e cuidadosa; e União para fortalecer a capacidade de fazer junto.

“A Terra nos convida a tomar consciência da própria corporalidade, do desafio de agregar influências e ensinamentos, e moldar um pensamento acerca de situações, coisas e fatos da vida.” - Kaká Werá

Enraizadas na Terra, as participantes do GSA caminharam para reconhecer as belezas, os recursos e a abundância do território e se conectar com os corações das pessoas que ali vivem.

Pra mim é um recomeço. Eu voltei e me sinto mais forte. Me sinto uma mulher com capacidade de tudo para trazer melhorias para minha comunidade. Eu sou uma outra pessoa, uma mulher guerreira, mulher indígena, que vai conseguir realizar seus objetivo e ajudar minha comunidade.

Para Poty Participante do GSA 2024 e indígena da Aldeia Tekoá Pyau em São Paulo

“A certeza de viver no afeto”

Reconhecer o potencial das pessoas, dos territórios e das conexões é uma habilidade poderosa para impulsionar transformações - e são essas as duas primeiras Disciplinas da Metodologia Elos que as participantes são convidadas a praticar: o Olhar e o Afeto.

Durante o Programa GSA treinamos o nosso olhar para enxergar abundância no lugar da escassez - sem romantizar a existência da falta, mas abrindo espaço para legitimar as belezas e recursos que já existem e estão disponíveis.

Quando nos interessamos em descobrir as potencialidades, encontramos também os talentos e as histórias das pessoas. Se nos conectamos através daquilo que nos aproxima, exercitamos a presença genuína e a escuta profunda. E, assim, sem medo e sem julgamento, nos abrimos para encontros verdadeiros. É hora de conectar os corações!

“É muito louco quando você chega e ninguém te conhece, dá pra ver aqueles olhares de incerteza. Aí você vai conhecendo melhor o lugar, as pessoas, e o olhar de estranheza vira um sorriso sincero. Sabe aquela sensação boa quando você está conversando com alguém sobre algo que você gosta, alguém que você admira ou algo que você gosta de fazer? É essa sensação de felicidade, porque a gente aprendeu a escutar com o coração.

Na comunidade, eu vi que as pessoas estavam conectadas. Somos pessoas feitas de sentimentos e sentidos. Ao ter essa oportunidade de olhar mais profundamente para elas, ao reativar esse olhar, sei que serei capaz de criar um mundo melhor. Especialmente em uma existência diária de muito ódio e rivalidade.

Laurinda Gouveia Participante do GSA 2024 de Angola

“A abundância se comunicou comigo através das crianças. Passei por um grupo de crianças brincando de pipa em um lugar que, para mim, era muito pequeno para brincar de qualquer coisa. Eu pensava que as crianças não tinham onde brincar aqui, que seria impossível soltar pipa, mas elas me mostraram que eu estava errado, que era possível. Me fizeram pensar sobre minha criança interior, esse espírito de acreditar que as coisas são possíveis antes da gente aprender a limitar nossos pensamentos.

Uma das coisas que experimentamos e aprendemos foi o olhar sem julgamento. Falamos muito sobre empatia, mas no momento de realmente nos colocar no lugar de outra pessoa, geralmente não conseguimos. Nós nos permitimos nos aproximar de pessoas com nossos corações e ressignificar muitas coisas pelo nosso olhar. Foi como ir para a chuva e brincar na rua sem se preocupar com o resfriado. Aprendemos também a olhar o lado bom das coisas em meio a muito caos que vemos nos dias atuais. Sempre devemos olhar o lado bom das coisas sem preconceito e de coração aberto.

“Olhar sem julgamento”

Para experimentar conexão e afeto genuíno, é essencial muitas vezes deixar de lado ideias preconcebidas e crenças limitantes. Isso exige um esforço ativo de abertura e confiança em si e nas outras pessoas. Nesta etapa, é esse o exercício que as participantes experimentam a partir do convite para que encontrem a abundância, as histórias e talentos dos territórios, reconhecendo o potencial ali presente.

Jardim São Manoel, Santos

Recursos: Carro de som, caixa eletrônico, oficina de bicicleta, lava-jato, oficina de carros, entulho, rio, peixes, espaços, beira rio, espaços de hortas, associação, salão de cabeleireiro, clube de futebol, igreja, estúdio de tatuagem, loja de piercing, bares, restaurantes, espaços para brincar, caçamba, placas, cercas, carrinho de mão, barril, escadas, carrinho de compras, construções desocupadas, vassouras, terra, água, umidade, lama, cadeiras, geladeiras, máquina de lavar, tijolos, garrafas, canos, lonas, plástico, areia, folhas, pneus, cones de rua.

Beleza humanas: esperança, persistência, dedicação, amor, conexão, carisma, adaptabilidade, gentileza, receptividade.

Belezas construídas: azulejos, palafitas, plantas e paisagismo, construções, becos, vasos, igrejas.

Belezas naturais: jardins, nuvens, animais, montanhas, pássaros, espadas de São Jorge, imensidão, fertilidade da terra, manguezal, madeira.

Belezas culturais: casas abertas, gambiarra, versatilidade, esporte, comida, futebol, adaptabilidade, pinturas, personalidade, limpeza, organização, brinquedos.

Belezas artísticas: pinturas, grafites, estruturas das casas, becos, arquitetura engenhosa, a arte da população, palafitas.

Sítio

Conceiçãozinha, Guarujá

Recursos: Entulhos, bicicletas, ferragens, madeiras e paletes, pneus, blocos, carro público, carrinho de reciclagem, motos, garrafa pet e caixas de bebida, mesas e cadeiras, telhas, carrinho de mão, pedras, baldes grandes, material orgânico, areia, brita, tijolo, canos, piso e azulejo, pneus, bebidas, blocos em madeira luz, tintas coloridas, ferro-velho, caminhão de lixo, espelhos, fachadas, campo de futebol, praça de lazer, famílias que moram perto, festival de pipa, bandeirinhas de festa junina, escola de samba amazonense, grupo de carnaval, borracharia, mercado, igreja, restaurante, agropecuária, associação de pescadores, ferragem, hortifruti, farmácia, adega, loja de conveniência, bicicletaria, educação infantil, creche, oficina, terrenos abandonados, escola estadual, projeto amigos da comunidade, parquinho, espaço de esporte (balé, jiu-jitsu), máquina de cortar madeira, empilhadeira, lixeiras.

Belezas Humanas: Crianças brincando, sorrisos, histórias, fé, motivação, tempo para compartilhar, reconhecimento das ações na comunidade, famílias.

Belezas Artísticas: Fachadas das casas, baldes criativos nas casas para as plantas, caixa de música, artes gráficas, pintura nos fachadas.

Belezas Construídas: Bicicletário, parquinho para crianças, grafite no muro da estação ferroviária e próximo ao mar, palafitas, bar, lojas, telhados para proteger da chuva, casa para dar festas com piscina.

Belezas Culturais: Trabalhadores e trabalhadoras, futebol (crianças no campo), bairro centenário, crianças e jovens brincando de pipa, famílias conversando na porta e encontros.

Belezas Naturais: Flores, rosas, plantas, bananeiras, árvores com flores roxas e amarelas, manga, árvores frutíferas e plantas medicinais, ervas e hortaliças, sítio e casas com seu cultivo, peixes, galinhas, cachorro.

Show de Talentos

O Show de Talentos é o primeiro desafio que os GSAs enfrentam no processo de mobilização comunitária através da Metodologia Elos e o motivo é nobre: queremos conhecer e evidenciar os talentos e as histórias locais, muitas vezes desconhecidos até por pessoas da vizinhança que convivem há muito tempo.

Além disso, o evento tem muitos papéis: fortalecer a relação de afeto que estamos criando com a comunidade, proporcionar um momento divertido de mobilização comunitária e celebrar a diversidade e a cultura local.

No Jardim São Manoel…

Foram mais de 15 apresentações realizadas no total, incluindo artes marciais como Boxe, Muay Thai e Capoeira; danças como ballet e quadrilhas tradicionais, além das famosas “dancinhas do TikTok”. Teve ainda desfile de moda, apresentações musicais, recitação de poemas, exibição de maquiagem artística, tatuagem de henna, e apresentação de uma coleção de artesanatos, com pinturas, utensílios feitos de material reciclável e peças costuradas, como panos de prato decorados.

No Sítio Conceiçãozinha…

Talentos como desenhar, cantar, dançar, jogar capoeira, lutar jiu-jitsu, fazer concertos gerais, construir peças de marcenaria, pescar e cozinhar abrilhantaram a noite no Conceiçãozinha com 12 apresentações diferentes! Pessoas de diferentes grupos representativos do território participaram do show, foram cerca de 70 participantes entre crianças e adultos. A comunidade possui bastante conexão com trabalhos manuais e reciclagem, no geral; assim como jovens atletas medalhistas - um orgulho para as famílias.

Show de talentos no Jardim São Manoel

15

40 apresentações

pessoas presentes

Show de talentos no Sítio Conceiçãozinha

12

apresentações

70

pessoas presentes

Diálogos Elos

Como podemos nos apoiar para viver e agir em tempos tumultuosos? Esta foi a pergunta-guia para o Diálogos Elos 2024, mobilizando pensamentos e ideias de quem está na linha de frente da ação social brasileira e internacional. Este ano as palestrantes foram Helena Silvestre (MTST e Movimento Luta Popular), Bob Stilger (NewStories.org), Raquel Rosenberg (Engajamundo e Sumaúma) e Rodrigo Rubido (Instituto Elos). Costurando suas histórias de vida, as experiências que tiveram e os aprendizados pelo caminho, as pessoas convidadas buscaram apontar como promoveram os seus movimentos de transformação.

Os temas passearam entre a potência de se transformar, transformar à sua volta e do engajamento político; da esperança de dedicar a vida à utopia; do poder da escuta profunda.

Um mundo que convoca nossa atenção…

Parece que todos os dias recebemos notícias de um novo desastre. A vida de muitas pessoas em todo o mundo é perturbada por inundações, incêndios, tufões, tsunamis, guerra, fome. O impacto das chuvas que entre abril e maio deste ano assolaram o Rio Grande Sul deixando um rastro de morte e destruição, é a tragédia mais recente – mas não é a primeira nem a última.

Na Europa, no Oriente Médio, no Sudão, hoje, povos inteiros vivem os horrores da guerra. Nas periferias brasileiras e em outras tantas do mundo, a desigualdade e o descaso público, leva pessoas à convivência com catástrofes cotidianas, que seguem sendo normalizadas. A solução para esse cenário não parece simples e nem acessível para a maioria de nós, individualmente.

…e a nossa ação.

Quando pensamos em regeneração planetária, não está em jogo apenas as consequências do aquecimento global e questões relacionadas ao meio ambiente, mas também as relações humanas. É o que defendeu Helena, durante o bate papo, ao enfatizar a potência dos encontros humanos como algo que nos faz mais fortes e nos ajuda a elaborar saídas para nossos desafios.

A potência dos encontros, inclusive, foi uma temática recorrente entre as pessoas convidadas – e que no fundo é também uma das razões que motivou a criação do Programa GSA (Guerreiros Sem Armas), há 25 anos, como bem lembrou Rodrigo, um dos fundadores do Instituto Elos: “A utopia de reunir pessoas diversas em torno de propósitos comuns, de sonhos comuns, foi um elemento fundamental que permitiu que a gente criasse o GSA”, ele lembrou.

“Para a criação do GSA, foi fundamental uma transformação da luta combativa, sair da ideia de que tínhamos um inimigo para destruir, para a ideia de que a gente tinha uma ação tão poderosa e ativa quanto essa de luta, mas que fosse em direção ao convite. Como podemos influenciar pessoas para escolher fazer algo bom?”, explicou Rodrigo.

Raquel Rosenberg, criadora de uma das mais importantes organizações de juventudes e incidência política do país, o Engajamundo, falou sobre como a transformação coletiva também acontece através das transformações individuais. Sobre a criação do Engajamento, ela disse que “a gente precisava mostrar para cada jovem brasileiro que ao transformar a si mesmo, transforma também o seu entorno. E, se houver engajamento político, a gente pode transformar ainda mais”

A gente liga os pontos olhando pra trás.

Para Soraya, participante moçambicana do programa, os caminhos podem ser diferentes, mas em comum está a união das pessoas para materializar seus objetivos:

“Todas as pessoas aqui têm um propósito e atuam em diferentes áreas: a Raquel está no clima, o Bob e o Rodrigo na transformação de vidas, Helena na terra. Todas elas têm um percurso diferente, mas para poderem alcançar o que têm hoje tiveram que se juntar a outras pessoas”, afirmou. “E todas elas não sabiam ao certo o que estavam fazendo, naquela hora, só se deram conta ao longo do percurso que era algo grande”.

Para Bob Stilger a transformação social passa exatamente por este lugar, de dar-se conta ao longo do processo sobre o que é preciso ser feito: “Não construímos um caminho para o futuro com definições sobre o que será este caminho, nós construímos um caminho ao caminhar nele. Aprendemos a construir caminhos escutando as pessoas e caminhando com elas”.

O encontro entre as pessoas é muito poderoso. Ficamos mais inteiros e inteiras, mais fortes. Conseguimos dar força ao que cada um tem de melhor. A gente consegue imaginar saídas para os problemas. O encontro é uma pergunta e uma resposta para a gente construir de verdade um lugar melhor.

Helena Silvestre Escritora e Educadora Popular

Helena Silvestre é afroindígena, escritora, pluriarteira, educadora popular. Foi uma das fundadoras do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), de onde saiu em 2010 para criar o Movimento Luta Popular.

“A gente precisava mostrar para cada jovem brasileiro que ao transformar a si mesmo, transforma também o seu entorno. E, se houver engajamento político, a gente pode transformar ainda mais.

Raquel Rosenberg Cofundador do Instituto Elos

Raquel Rosenberg é ativista e empreendedora social, co-fundadora do Engajamundo, organização que já representou em diversas conferências em defesa da justiça climática. Atualmente trabalha na Sumaúma, contando histórias a partir da ótica dos povos da floresta e onde também atua com a capacitação de jovens comunicadores.

Não construímos um caminho para o futuro com definições sobre o que será este caminho, nós construímos um caminho ao caminhar nele. Aprendemos a construir caminhos escutando as pessoas e caminhando com elas.

Bob Stilger

Facilitador, Anfitrião de Diálogos

Bob Stilger é facilitador, anfitrião de diálogos e escritor. Apoia as pessoas a dar sentido às suas trajetórias nos tempos caóticos em que vivemos. É fundador e codiretor da NewStories, uma organização sem fins lucrativos que apoia lideranças e organizações a criar mudanças emergentes e transformadoras nos sistemas por meio de processos participativos contínuos. Desde meados dos anos setenta, Stilger tem trabalhado com pessoas, comunidades e organizações na América do Norte e em todo o mundo para ajudá-las a criar o futuro que realmente desejam, próspero e resiliente, usando o poder das histórias.

Para a criação do GSA, foi fundamental uma transformação da luta combativa, sair da ideia de que tínhamos um inimigo para destruir, para a ideia de que a gente tinha uma ação tão poderosa e ativa quanto essa de luta, mas que fosse em direção ao convite. Como podemos influenciar pessoas para escolher fazer algo bom?

Rodrigo Rubido

Elos

Rodrigo Rubido é arquiteto e cofundador do Instituto Elos, lidera projetos de desenvolvimento territorial e formação para o bem comum. Cocriador do GSA (Guerreiros Sem Armas) e do Jogo Oasis, é consultor internacional em diálogo e liderança participativa. Premiado com o Eliasson Global Leadership Prize em 2017.

Liderança

Movimentados pela potência das águas, é hora de convidar o protagonismo das comunidades para sonhar!

Depois alguns dias caminhando pelos territórios, se conectando com moradoras e moradores, participantes do GSA iniciam um novo capítulo muito especial: ouvir os sonhos coletivos de cada pessoa para suas comunidades. Para seguir neste novo fluxo, recorremos mais uma vez à sabedoria ancestral, agora em busca de aprendizados a partir do Água, que nos ensina sobre:

Flexibilidade e Adaptabilidade, para nos ajustarmos às situações e ambientes, com a intenção de nos mantermos presentes nas relações com as outras pessoas;

Liberdade com Direção, para usufruirmos de nossa autonomia sem perder de vista o objetivo comum;

Sensação e Emoção, para criarmos vínculos profundos;

Abundância, para deixar brotar o potencial de cada ser.

“A Água nos ajuda a manter o foco e a persistência. A importância de resistir à tentação da dispersão.” - Kaká Werá

Fluindo como Água, o grupo de GSAs seguiu em busca de colher os sonhos comuns que podem mobilizar as pessoas a trabalharem juntas muito em breve.

Acho que o programa é uma maneira muito interessante de aprender a trabalhar com comunidades para mobilizar pessoas e também para fazer a mudança da qual você quer fazer parte. Não paro de pensar em como vou adaptar isso ao meu contexto, à minha comunidade, meu país. Estou muito animada para voltar e experimentar!

Tanishqa Rodrigues Participante do GSA 2024

Sonhos das Comunidades

Sonhamos com a possibilidade de construir o melhor mundo - mais digno, solidário e justo para todas as formas de vida. E sabemos que é possível! Para nós, o ponto de partida para a transformação é o potencial presente nas pessoas e territórios: a abundância de talentos, belezas e recursos, e os sonhos coletivos que descobrimos.

“Me pareceu muito bonito perguntar para as pessoas sobre seus sonhos, porque, em geral, quando você trabalha em situação de vulnerabilidade social, as pessoas vão perguntar sobre os seus problemas”, reforçou Carol, participante argentina do GSA. “A energia dos problemas deixa as pessoas mal, é muito distinta da energia dos sonhos, que produz um impulso! Isso me pareceu incrível de descobrir. Talvez seja óbvio, mas pra mim não era”.

O Sonho é a terceira Disciplina da Metodologia Elos e reforça o convite para a construção de um novo futuro, com diálogo, diversidade, acolhimento e coletividade. É o primeiro passo para a materialização de um propósito comum!

Sonhos São Manoel (Santos/SP)

Reestruturação de deque com cobertura para sol e chuva, geladeiroteca, jardim; e também a estruturação da Associação Comunitária para receber mais atividades com conforto e equipamentos adequados;

Sonhos no Sítio Conceiçãozinha (Guarujá/SP)

Parquinho para as crianças, horta comunitária e jardim, espaço com cobertura para feira de trocas (roupas, alimentos, mobiliário de casa, etc) e para apresentações da comunidade Hip Hop.

Encontro de Sonhos

O Encontro de Sonhos é um evento aberto em que convidamos as pessoas dos territórios em que o GSA está trabalhando para escutar falas inspiradoras de pessoas convidadas, que compartilham suas experiências já consolidadas de realização de sonhos em seus próprios territórios.

Esse encontro tem o papel de inspirar e impulsionar as pessoas a sonharem - individual e coletivamente -, bem como oferecer melhores práticas de realização de sonhos que já se materializaram em lugares e contextos diversos.

As apresentações são seguidas por rodas de conversa, nas quais surgem muitas perguntas sobre como foi possível realizar tudo aquilo, quais os desafios enfrentados, por onde começaram. O resultado: uma sensação crescente de esperança de que "o nosso sonho também pode ser realizado!"

Nesta edição, participaram: Julie Lua (GSA 2022), apresentando seu trabalho com infâncias e literatura, materializado na biblioteca comunitária Conto de Fadas Periférico, na Praia Grande/SP; Caio Fiuza e Marina de Lima Schmitt (GSA 2024) - apresentando o Plano de Território da Bonja, comunidade de Porto Alegre, que foi construído de maneira participativa com a Metodologia Elos; Alex Santos de Lima - “Big-Z” (GSA 2023) e Dona Maria de Lourdes, do Voa Guará - apresentando sonhos de Vila dos Pescadores, de Cubatão/SP.

A gente vive numa sociedade que quer pensar para as crianças, não com as crianças. Se as mulheres e crianças projetassem as cidades, elas seriam melhores. A criança é criativa, ela não tem esse nosso limite para o sonho. As dificuldades da vida vão roubando o nosso direito de sonhar. Sonho multiplica. Sonho cresce. A nossa força motriz vem do sonhar. A gente tem que ter o direito de sonhar.

A cada GSA a esperança renasce

Poderosa, vibrante contida em cada sorriso

Cada olhar

A cada nova formação de guerreiros

O melhor mundo se constrói

Produzido com a energia da vida de quem acredita que é possível

Viver melhor compartilhando através da diversidade

Onde o olhar é essencial

O afeto revolucionário

O cuidado primordial

Pra que se possa sonhar

E sonhando junto realizamos milagres

Celebramos as lutas e conquistas coletivas

Sempre nos reevoluindo

Nesse ciclo poderoso e contínuo

Que começa mas não termina a cada formação de guerreiro

Um ciclo cheio de amor e esperança pra continuar.

Poema compartilhada por Julie Lua em 06/07/2024

“A gente viu na revitalização da Praça dos Anjos uma oportunidade de impulsionar esse desejo de melhoria da Bonja. E um processo muito importante é o fortalecimento de vínculos entre as pessoas. Nada disso teria acontecido se a gente não tivesse se juntado para pensar na comunidade. O saber comunitário, o saber popular, ele é tão importante quanto o conhecimento técnico.

Caio Fiuza e Marina Schmitt

Caio é Facilitador Elos e GSA 2017 e a Marina é Participante do GSA 2024

“Eu sempre tive essa ideia de educar, de conscientizar a partir do Hip Hop, só que eu não tinha esse pensamento amplo. Quando conheci o pessoal do Elos e o GSA consegui expandir esse pensamento.

Alex Santos Big Z Facilitador Elos e GSA 2023

Julie Lua - Arte educadora, contadora de histórias e empreendedora da biblioteca comunitária Conto de Fadas Periférico. É poeta periférica, mãe de quebrada, assistente social e sonhadora do melhor mundo! (GSA 2022).

Caio Fiuza - Urbanista e arquiteta graduada pela Universidade de Brasília. Desde 2012 se dedica a projetos participativos, de mobilização comunitária e assessoramento técnico envolvendo comunidades do DF e do Brasil. Desenvolve também projetos audiovisuais e de design relacionados à arquitetura e urbanismo e atualmente trabalha no Instituto Elos, com foco na facilitação de processos comunitários.

Marina Schmitt - Nasceu, cresceu e vive na Bom Jesus, comunidade periférica localizada na zona leste da cidade de Porto Alegre. É defensora dos direitos humanos, ativista social e comunitária desde muito cedo. Fundadora do Espaço Compromisso, negócio de impacto social que atua com os mercados de comunicação e moda e busca através da sua atuação impulsionar novas possibilidades de transformação pra comunidade Bom Jesus. Formada em Publicidade e Propaganda e Tecnóloga em Gestão Pública pela faculdade Estácio de Sá - PROUNI.

Big Z - Rapper, músico, produtor cultural e Beat Boxer. Atua há 14 anos na cena cultural da Vila dos Pescadores/Vila Siri, em Santos/SP, onde realiza ações sociais através do Hip Hop, utilizando a arte para promover mudanças positivas na quebrada.

Maria de Lourdes de Jesus Santana - É de Sergipe, costureira e ministra da Paróquia São Judas Tadeu, moradora da Vila dos Pescadores há 32 anos. Aprendeu a costurar com sua mãe, fez o curso de costura em Aracaju e trabalha como costureira há 40 anos. Atualmente está empreendendo a Voa Guará com suas amigas Ana Paula e Josélia.

Engajamos no cuidado para nutrir sonhos coletivos

Para realizar sonhos, um planejamento cuidadoso é fundamental: considerar quem são as pessoas (e expectativas!) envolvidas, os recursos necessários, a estratégia que será utilizada. Quando falamos de sonhos coletivos, esse cuidado precisa ser redobrado para garantir que a caminhada siga em conjunto - cuidando de si, das outras pessoas e do sonho comum ao mesmo tempo.

Na Metodologia Elos, a Disciplina do Cuidado contempla exatamente este movimento entre a descoberta, o mapeamento dos sonhos coletivos, e a sua materialização. Neste momento, o objetivo é reunir o grupo para decidir onde, o que e como fazer para que os sonhos se tornem realidade.

Considerando também os recursos e talentos mapeados anteriormente, o movimento seguinte para os participantes é captar recursos para viabilizar a realização dos sonhos. E como bem lembrou a GSA de Moçambique Maria Clara, "devemos manter a escuta ativa das sugestões da comunidade, eles são os sonhadores, e nos colocar como realizadores".

04 Liderança

Encontro de Projeto

Depois de coletar sonhos conversando com as pessoas do território, o Encontro de Projetos cumpre a função de apresentar tudo o que foi coletado para a comunidade, que pode então ter uma visão das características e da força dos sonhos que vivem ali.

Nesse encontro, convidamos as pessoas presentes a encontrar um consenso sobre os sonhos que querem realizar, a planejar os detalhes e a pactuar estratégias para a materialização desses sonhos. Esse processo acontece através da construção coletiva de maquetes representativas dos sonhos, uma forma de alimentar o ímpeto de colocar a mão na massa e já começar a materializar coisas em menor escala.

Encontro de Projeto no Jardim São Manoel, Santos

Depois de apresentar uma recapitulação do trabalho realizado no território até aquele momento, incluindo os achados e descobertas nos exercícios do Olhar e do Afeto, o time de GSAs apresentou a Árvore dos Sonhos, a partir da sistematização da escuta feita com moradoras e moradores sobre os sonhos coletivos para o território. Foram apresentadas três áreas de potencial intervenção para o mutirão de 3 dias, sendo: Queimados (área ocupada com moradias e que sofreu um incêndio recente), Travessia e Associação. As pessoas presentes manifestaram seu interesse em cada uma das possíveis áreas de intervenção e se dividiram em 2 grupos para projetar (1) a área da Travessia e (2) a

Associação Comunitária, sendo este último focado na reforma do segundo pavimento e no programa de atividades comunitárias a serem realizadas.

O grupo da Travessia apresentou o projeto de reforma e pintura da ponte, e de construção de uma área de espera, convivência e contemplação ao lado do comércio do Lucas. Já o grupo da Associação apresentou o projeto de conclusão do reboco e pintura das paredes internas, da construção de mobiliários para a biblioteca e para o teatro, e uma programação de atividades focadas em rodas de conversas, aulas de teatro, leitura e recreação com crianças, e aulas de capacitação profissional.

Encontro de Projeto no Jardim São Manoel

20

10 adultos presentes

crianças presentes

Encontro de Projeto no Sítio

Conceiçãozinha, Guarujá

Os moradores se juntaram ao time de GSAs para uma noite muito importante na jornada: a reunião de projeto para planejar a materialização dos sonhos coletivos . Para começar, foi apresentado tudo o que havíamos vivenciado no bairro até então: as belezas, talentos e recursos que havíamos encontrado em Conceiçãozinha; e, de maneira geral, a recapitulação dos passos de Olhar, Afeto e Sonho. Em seguida, a "Árvore dos Sonhos" foi novamente mostrada, agora organizada nas categorias: esportes, infraestrutura, educação, habitação, meio ambiente, segurança pública, arte e cultura e saúde.

Os moradores do território foram convidados

a se dividir em três mesas para identificar os sonhos mais poderosos e que poderiam ser realizados juntos, durante o mutirão na semana seguinte. As crianças do bairro desenharam seus próprios sonhos para a comunidade também. Com este processo, o espaço que foi identificado para ser usado era uma área aberta de 15m x 15m que estava sendo usada como depósito de lixo. No final, o encontro terminou com um único modelo que representava os sonhos das pessoas presentes, incluindo um jardim comunitário, um palco para batalhas de rimas, um playground para crianças e um sombrite (espaço com cobertura).

Encontro de Projeto no Sítio Conceiçãozinha

26

adultos presentes

25

crianças presentes

04Legado

Fogo para ação, cuidado e transformação!

É chegada a hora de se jogar na mais desafiadora e potente experiência de colaboração da Imersão GSA: o mutirão! É neste momento que os sonhos coletivos deixam de ser ideias e passam a se materializar nos territórios - num trabalho cuidadosamente planejado e que mobiliza toda a comunidade.

Para fazer sonhos se realizarem, aprendemos com a sabedoria ancestral que o Elemento Fogo pode fortalecer as nossas qualidades de:

Foco, Dinamismo e Ação, para ser eficaz e eficiente no tempo que temos; Ascensão e Transcendência, para ir além dos limites conhecidos; Transformação, para criar o novo mundo.

“O Fogo desenvolve a capacidade de focar em nossos propósitos, assim como reconhecer que a inspiração possui uma origem misteriosa e superior que deve ser respeitada e almejada.” - Kaká Werá

Cheias de luz, calor e energia como o fogo, as participantes seguem na construção de legado nos territórios: mais do que transformações físicas que serão visíveis nos espaços, estão atuando para o fortalecimento de vínculos e o sentimento de pertencimento entre moradoras e moradores.

Uma das coisas que a gente vai aprendendo e vai colocando em prática é isso de sonhar sem medo, né? Sonhar e com muita abundância. E saber que os sonhos que a gente sonha, as sementes que plantamos, a gente não controla - e não pode controlar, na verdade. Eles são muito maiores do que nós. A grande questão do legado é essa: lançar essas sementes, propor os sonhos, sonhar junto com as pessoas, mas não limitar esse sonho, precisamos permitir que eles possam ser maiores do que a gente

Mutirão e Transformação

Quando um coletivo entra em ação, fortalecido com todas as suas melhores qualidades e habilidades, é capaz de realizar feitos espetaculares. E foi isso que aconteceu nos três dias de mutirão no Jardim São Manoel, em Santos, e no Sítio Conceiçãozinha, no Guarujá!

Centenas de pessoas se reuniram nos dois territórios para materializar os sonhos coletivos, trabalhando muito para transformar espaços comunitários e de convivência. Nem sempre é fácil - os desafios aparecem ao longo dos dias e vão sendo superados com criatividade e cooperação; confiando na abundância e nos afetos cultivados. E é disso que se trata a Disciplina do Milagre!

Quando utilizamos a palavra Milagre, não estamos nos referindo a forças divinas ou a algo intangível, mas sim ao poder do coletivo de promover transformações e aprender em conjunto durante este processo.

Foram cerca de 200 pessoas, entre participantes do GSA, moradoras e moradores e também parceiros, trabalhando nos territórios e mais de 4.000 famílias sendo beneficiadas pelas ações realizadas. E mais uma vez duas comunidades estiveram reunidas para promover mudanças significativas que irão impactar positivamente a vida de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas!

Sonhos Realizados no Jardim São Manoel, Santos

Associação Sementes das Palafitas: limpeza e organização do espaço; reboco da parede interna; design e pintura das paredes internas e escada, incluindo a biblioteca; instalação de cortinas nas janelas e para o teatro; construção de móveis na Ecofabrica (parceria com a Prefeitura de Santos).

Programa de Atividades complementares ao calendário já existente: rodas de conversa entre mulheres; aulas de teatro; leitura de livros e contação de histórias para crianças; aulas de dança e instrumentos; aulas de capoeira; apresentações teatrais; aulas de capacitação profissional e treinamentos (como socorristas e brigadistas).

Travessia: reforma e pintura das tábuas da ponte (25m de extensão); pintura artística das paredes no entorno da área de espera; construção de jardim vertical; nivelamento do chão; construção de pergolado (estrutura com vigas de madeira e telhado), mesas e bancos para piquenique; instalação de pneus como barreira para a maré alta.

Limpeza dos becos e pontos críticos de resíduos: Retirada de entulhos nas ruas, becos e lotes em todo o bairro para realização do nivelamento da área da travessia.

Participações no mutirão

22

pessoas das comunidades

93

pessoas voluntárias

115

total de pessoas participaram

Sonhos Realizados no Sítio Conceiçãozinha,

Guarujá

Parquinho para as crianças, sombrite, jardim e horta, palco para apresentações

Nos três dias do Milagre, o foco foi na limpeza do terreno, preparação do espaço e construção de um espaço de convivência para a comunidade. No primeiro dia, foi realizada uma limpeza manual do terreno e, à tarde, com a ajuda de máquinas, o espaço ficou pronto para as próximas etapas. Um grupo também limpou todas as paredes para que pudessem ser pintadas no dia seguinte.

No segundo dia, divididos em grupos, os participantes do mutirão realizaram as seguintes ações: instalação do parquinho e do

sombrite (cobertura); montagem do jardim comunitário, com muitas plantas encontradas e doadas por moradoras e moradores; e pintura das paredes, com tintas bem coloridas e o apoio incansável das crianças.

O terceiro e último dia foi dedicado a finalizar e embelezar o local, com a construção de móveis, plantio de mudas e a instalação de uma nova entrada. A união de todas as pessoas envolvidas foi um ponto de destaque contínuo no mutirão.

Participações no mutirão

35

110 pessoas das comunidades

75

pessoas voluntárias

total de pessoas participaram

Depois do Mutirão

Antes do Mutirão

Antes do Mutirão

Depois do Mutirão

A etapa do mutirão foi um momento de muita energia para mim. Senti que consegui me colocar de corpo e mente no trabalho; me senti parte e capaz, fui ouvida, consegui contribuir para o processo e também pude aprender coisas novas. Olhando para fora, foi muito gratificante ver como todos trabalhamos em conjunto, como partes de um mesmo organismo, colocando os talentos de cada um para construir o que foi sonhado, deixando de lado algumas diferenças e focando nos objetivos principais.

A família GSA cresceu!

Sabia que, além do Programa GSA, temos o Geração GSA e o Elos na Liderança?

Aqui no Instituto Elos, valorizamos a diversidade. Acreditamos que conectar realidades distintas promove a transformação social que buscamos. Quanto mais pessoas de diferentes áreas trabalharem juntas pela mudança, mais efetivas e representativas serão as soluções. Por isso, neste ano de 2024 celebramos muito a consolidação da Família GSA!

Adolescentes também querem participar da criação do mundo que sonhamos!

Não começamos a questionar o mundo e o estado das coisas somente quando fazemos 18 anos e nos tornamos legalmente adultos. A propósito, a maioria das questões que nos movem na vida adulta começou a borbulhar nos anos de adolescência, quando estávamos descobrindo nossas paixões pela vida, expandindo nosso engajamento social com o mundo, explorando nossa criatividade e questionando a forma costumeira de se fazer as coisas.

Foi pensando na potência que permeia a adolescência que criamos um novo programa da Família GSA, voltado a adolescentes de 14 a 17 anos. O Geração GSA é uma experiência híbrida que mescla encontros online com uma imersão de 8 dias em Santos/SP, dentro do programa GSA, para que os jovens possam viver um período intenso de provocações e transformações diversas.

Durante a imersão, convidamos os jovens a experimentarem atividades que estimulam o autoconhecimento, que os apoiam a cultivarem relações saudáveis e diversas, que os estimulam a colocarem a mão na massa para gerar transformação social e que lhes oferecem oportunidades de se conectarem com a natureza - de dentro e de fora deles.

Em 2024, tivemos a segunda edição do programa com 24 adolescentes vindos de 8 cidades e 4 estados diferentes do Brasil.

Números do Programa Geração GSA

24

04 adolescentes participaram

08

cidades representadas

estados brasileiros representados

“Eu sempre tive isso muito inquieto dentro de mim, de que eu não ia conseguir viver, ter outro trabalho que não fosse algo que eu sentisse que estaria de fato ajudando alguém e eu visse isso acontecendo, sabe?

Eu tenho vontade de ser assistente social. E encontrar pessoas que pensam assim também dá um alívio, você pensa: ‘Nossa, eu não estou sozinha, tem muita gente querendo mudar o mundo também’.

Acho que eu vou sair daqui outra pessoa - estou só esperando para ver que pessoa vai ser essa. Porque para mim está tudo tão diferente, tão diferente, e de verdade estou mudando tanto em 8 dias… O mutirão também me ensinou que eu já tinha perdido um pouco da minha confiança no nosso mundo, com essas coisas todas que estão acontecendo tudo de uma só vez. E, nossa, eu senti que tinha ainda esperança para gente reconstruir tudo, recomeçar, mudar o mundo mesmo.

A escuta é um superpoder humano que também pode trazer muitos benefícios se aplicada ao mundo corporativo.

A experiência do Instituto Elos de mais de 24 anos trabalhando com organizações de médio e grande porte em comunidades confirma que a escuta é uma peça fundamental para sairmos da lógica conflituosa em que nos encontramos com recorrência e criar um espaço saudável de colaboração entre diferentes partes de um ecossistema. Não por coincidência, a escuta ativa está fortemente presente na Metodologia Elos e é direcionadora do nosso modo de estabelecer relações de confiança.

Esta percepção, somada aos pedidos de líderes organizacionais por uma experiência que oferecesse a oportunidade de vivenciarem de maneira prática essa forma diferente de navegar conflitos e realizar ações de impacto, nos levou a pensar em um programa que evidenciasse o poder da Metodologia Elos em contextos organizacionais.

Assim nasce o Elos na Liderança, um programa que oferece a líderes um caminho para repensar e redirecionar seus investimentos na área social e atuar com territórios em situação de vulnerabilidade a partir de um diálogo amplo e multisetorial, buscando gerar bem-estar às pessoas e resultados de negócio.

Na edição de 2024, recebemos líderes das seguintes organizações: Honda, Rumo, São Joaquim SA, Profile, Meraki Impact, Consórcio Nordeste/ AFS, FGV, nima Educação, WWF, Associação Acorde, Pacto/Simbiosc, XP Inc.

Durante 5 dias de imersão, de 17 a 21 de julho, numa experiência exclusiva dentro do programa GSA, os participantes experimentaram e discutiram novas perspectivas para gerenciar conflitos, engajar pessoas e liderar transformações eficientes.

Números do Programa Elos na Liderança

15

12 participantes

organizações representadas

“Por mais que tenha essa onda de ESG (Environmental, Social and Governance - em português Ambiental, Social e Governança), ainda tem uma dureza. Essa questão de: ‘a comunidade está ali, o meio ambiente lá’, eu acho que a integração disso tudo é importante e acho que ainda está faltando isso nas lideranças. Então eu acho que é um curso que na verdade todos os líderes deveriam fazer, por essa questão colaborativa e a integração de todos os meios que estão envolvidos.

Sílvia Azuma Gerente de Responsabilidade Social da Rumo Logística, empresa com atuação na Baixada Santista e parceira do Instituto Elos.

“Acredito que uma das grandes lições do mutirão é essa força do coletivo. É muito contagiante, não me senti cansado e fui me envolvendo. Acho que isso é um super aprendizado para qualquer trabalho, mesmo com uma equipe e às vezes até no contexto mais formal. Essa divisão de tarefas pode estar em todas as etapas de um trabalho de uma organização, ser mais coletiva, mais horizontal. E você precisa de algumas lideranças para apontar os caminhos, mas depois também essa liderança abre mão e vai fazer outra coisa - e isso é muito vivo aqui no Mutirão, mas também se aplica no desenvolvimento de um projeto.

Felipe Russo

Cofundador e Head de Impacto da Meraki Impact, empresa de capital de investimento para negócios de impacto na área socioambiental e capital filantrópico para organizações também com foco socioambiental, parceira do Instituto Elos. 118

Rede

Com a inspiração do que vivemos, expandimos nossos sonhos.

Depois de viver transformações milagrosas e materializar sonhos, chegou a hora de celebrar o poder do coletivo, reconhecer as pessoas que participaram dessa transformação, e abrir espaço para que novos desejos possam emergir.

Para isso, aprendemos com a sabedoria ancestral que o Elemento Ar pode fortalecer as nossas qualidades de:

Entrega e Vivificação, para seguir com firmeza e determinação nos caminhos que se apresentam; Inclusão e Solidariedade, para agregar e cuidar das pessoas;

Inspiração, Expansão e Comunicação, para sonhar coisas novas, reconhecer e convidar mais gente para caminhar junto.

“O Ar indica o poder de criar qualquer possibilidade a partir do pensamento, da fala, da respiração. Este elemento fala do poder criador que habita em cada um de nós e cabe a cada um sonhar, criar, crer, planejar.” - Kaká Werá

Expandindo como Ar, a partir deste momento, participantes do GSA passam a direcionar sua energia para absorver e se apropriar dos aprendizados, fortalecer a Rede e os elos que estão se formando, além de se preparar para encerrar o módulo de Imersão GSA e dar os primeiros passos em direção ao futuro - assim como moradores e moradoras dos territórios, que também passarão pelo processo de pensar sobre seus próximos passos.

Fazer parte da da rede GSA é um desejo muito grande. Tem um aspecto intercultural, multicultural, pessoas de diferentes lugares, com atuações diferentes e experiências diferentes. São 45 pessoas com quem eu estou convivendo e cada uma delas tem uma atuação muito impactante em seus países, suas comunidades, com suas expertises. Essa é uma rede de pessoas que não só falam sobre transformação social, que não só entendem conceitualmente, mas que já vivenciaram e sabem na prática o que são essas complexidades, as nuances específicas desse tipo de atuação.

Celebrar as conquistas e cultivar novos sonhos

Depois de muito trabalho, reconhecemos a contribuição de cada participante no processo para a materialização dos projetos coletivos dos territórios e, logo em seguida, começamos a impulsionar os próximos passos dessa jornada.

É assim que se definem as duas Disciplinas finais da Metodologia Elos: a Celebração e a Re-evolução.

Na Celebração partilhamos aprendizados e a alegria de testemunhar o poder do coletivo fazendo verdadeiros “milagres” acontecerem. Relembramos o percurso vivenciado, honramos os talentos disponíveis e vibramos por cada recurso conquistado.

O movimento de transformação segue agora em expansão. Na Re-evolução tomamos fôlego para dar novos passos, aproveitando a energia mobilizada, as conexões cheias de afeto estabelecidas e o desejo de seguir sonhando - e, claro, materializando!

Encontro

de Futuro

Depois de materializar sonhos em comunidade, percebemos que algo se transforma em nós, tanto quanto no território. Chega a hora, então, do Encontro de Futuro, um momento em que juntamos a comunidade para celebrar as realizações do mutirão e fazer encaminhamentos sobre os próximos passos que querem e podem dar de maneira coletiva.

Neste encontro, falamos sobre os cuidados dos espaços criados, planejamos novas ações e criamos times de moradores que vão seguir engajados em fazer as coisas acontecerem.

Jardim São Manoel (Santos)

Na primeira etapa do encontro foi apresentada uma para recapitulação do trabalho realizado no território até aquele momento, incluindo os achados e descobertas nos exercícios do Sonho até o Milagre e Celebração. A segunda etapa foi um convite para sonhar próximos passos de curto a médio prazo - considerando três janelas de tempo: de três meses, de seis meses e de um ano. Este momento incluiu também uma apresentação de referências inspiradoras protagonizadas por outros territórios.

As pessoas participantes da reunião se organizaram em três grupos e elaboraram os sonhos para o futuro, respondendo às perguntas: o que seria feito (infraestruturas, atividades e usos), como, quem seriam as pessoas responsáveis, e quando.

Resumindo, os projetos futuros podem ser divididos em duas categorias: 1. intervenções em infraestrutura e espaços físicos, como: reforma da biblioteca, implementação de equipamentos de ginástica, construção de uma outra quadra de esportes, melhorias em moradias vulneráveis, instalação de pontos de coleta de resíduos, abertura de uma lotérica, finalizar, reforma das praças Maré e Mangue; e 2. programas de atividades, pensando na ocupação e uso do espaço da Associação Comunitária, como aulas de zumba/dança, assim como skate e patins (incluindo a pista), alfabetização, reforço escolar, e assistência a pessoas com mobilidade reduzida.

Ambos os tipos de projetos buscam transformar tanto os espaços físicos quanto a vida dos moradores com atividades educativas e de lazer.

Números do Encontro de Futuro no Jardim São Manoel

crianças participaram 40

adultos participaram

15

Sítio Conceiçãozinha (Guarujá)

Para encerrar a imersão do GSA 2024 no território, foi realizado um Encontro de Futuro muito especial com as moradoras e moradores do Sítio Conceiçãozinha. Foram cerca de 30 participantes que se juntaram ao time de GSAs para cocriar os próximos passos e sonhos que serão realizados.

A noite começou com a apresentação de inspirações e possibilidades de projetos que poderiam ser implementados, com ideias já testadas por outros territórios. Muitas crianças também participaram desenhando suas próprias versões de como o futuro para o Sítio Conceiçãozinha poderia ser. As pessoas se envolveram ativamente na atividade e compartilharam seus sonhos para os próximos 3 e 6 meses, dando continuidade ao uso do espaço onde aconteceu o mutirão e cuidando do que já foi realizado.

Resumindo, o grupo apresentou os seguintes passos: 1. Para dar continuidade ao que já foi feito, é importante manter a limpeza do espaço, cuidar das plantas e garantir o envolvimento da comunidade. No aspecto de infraestrutura, é desejável a instalação de iluminação, portões, rampas de acesso, bancos e um bicicletário, além de melhorias como a criação de uma biblioteca móvel. Em termos de eventos e educação, há um plano de atividades mensais para crianças e jovens, hortas comunitárias, apoio escolar e cinema ao ar livre. A colaboração entre moradores, Prefeitura e outras parcerias será fundamental para manter o espaço vibrante e inclusivo, com valores como união, gratidão e cuidado com o ambiente sempre presentes.

2. Os sonhos para o futuro, nos próximos três meses, incluem melhorias na infraestrutura, como: implementação de compostagem, acesso à água, banheiros e lixeiras, além da criação de espaços culturais e educacionais. Eventos planejados incluem shows de marionetes, celebrações do Dia das Crianças e apresentações de cantores locais. Na área da educação, oficinas de diversos temas, como crochê, instrumentos recicláveis e idiomas, além de aulas de música e capoeira, são propostas. Fortalecer a convivência e parcerias com empresas para apoiar o projeto comunitário também são prioridades, junto a atividades para mulheres e idosos.

3. Os sonhos para o futuro em seis meses incluem melhorias na infraestrutura, como plantio de árvores frutíferas, bebedouros, acessibilidade para cadeirantes, mais áreas sombreadas e banheiros. Planejam-se também uma cozinha e centro comunitário, espaços para pessoas com autismo, melhorias nos campos de esportes, uma quadra multiuso, uma horta e equipamentos de exercícios, incluindo para cadeirantes. No campo de eventos, propõem-se atividades recreativas e festas tradicionais. Em educação, destacam-se a implementação de uma escola de música, oficinas de artesanato, cursos profissionais e de idiomas, alfabetização para adultos, além de projetos de geração de renda. A convivência segura poderia ser reforçada com bombeiros voluntários para prestar assistência sempre que necessário.

Encontro de Futuro no Sítio Conceiçãozinha

adultos e crianças participaram

“Para mim, eu resumo o que fica em três palavras: felicidade, amor e mudança. Olhar a garra de cada um que veio para nos ajudar e deu a força que precisávamos, deixou tudo lindo maravilhoso. Agradeço à Deus e a todos vocês.

Rosair moradora Sítio Conceiçãozinha

Ah! É realmente um sonho realizado que olhávamos lá

fora e agora aconteceu aqui. Somos gratos por cada um de vocês! Só Deus para retribuir o que foi feito!

Encontros Comunitários

Encontros comunitários podem ser uma ferramenta poderosa de mobilização social. Ao longo do Programa, participantes do GSA puderam vivenciar na prática a organização e realização de quatro encontros muito importantes no trabalho em conjunto com os territórios: Show de Talentos, Encontro de Sonhos, Encontro de Projetos e Encontro de Futuro.

O objetivo é que sejam espaços de diálogo e inspiração, em que moradoras e moradores tenham participação ativa, expondo ideias, trocando experiências entre si e se reconhecendo enquanto coletivo. Compartilham suas histórias, seus talentos e sonhos. A possibilidade de reunir vozes diversas e construir próximos passos em conjunto é transformadora, contribui para o desenvolvimento de confiança e senso de pertencimento.

São ferramentas como essa que o Programa GSA utiliza para estabelecer mudanças significativas nos territórios. Além de impulsionar o grupo como um todo - incluindo participantes do GSA, também acaba por transformar cada pessoa também no nível individual, ao evidenciar potencialidades, abrir espaço para a expressão autêntica e estimular conexões verdadeiras.

Encontro de Re-Evolução GSAs

Ao fim de uma experiência tão intensa quanto a Imersão GSA, as pessoas estão transformadas. A essa altura, também aparecem muitos novos sonhos e desejos, bem como muitas perguntas sobre como seguir engajadas na transformação do mundo. Por isso, organizamos o Encontro de Re-evolução, que junta GSAs de muitos anos diferentes que realizaram ações notáveis depois de sair do programa.

É um espaço para começar a sonhar seus próximos passos e se entender parte de uma rede diversa e global. A intenção é inspirar as participantes do GSA, alimentando seus sonhos, bem como oferecer referências diversas de caminhos que funcionaram para outras pessoas em seus processos de materialização de seus sonhos.

Este ano, contamos com a presença de Karinne Costa (GSA 2022), Marina Benini (GSA 2019), Tiago Pereira (GSA 2017) e Gut Simon (GSA 2018) para contar o quanto a experiência fez diferença para darem grandes saltos na vida e em seus projetos!

Karinne Costa, GSA 2022, é pernambucana, nascida em Catende & crescida na periferia de Jaboatão dos Guararapes. Poeta, arte-educadora e trabalhadora do campo social. Graduada em Comunicação Social, com especialização em Arte-educação e pós-graduanda em Urbanismo Social e Políticas Públicas. Durante 8 anos desenvolveu projetos sociais nas áreas de educação e cultura na comunidade de Entra Apulso, em Recife-PE. Em 2023, criou a iniciativa Museu dos Sonhos Vivos (@sonhosvivosmuseu), que tem foco na preservação da memória de territórios periféricos através da museologia comunitária e criações colaborativas.

Marina Benini, GSA 2019, é idealizadora do VemSer Eco (@ vemser_eco), uma plataforma / metodologia onde nos conectamos pelo brincar e avançamos para transformações ambientais práticas. Formada em Educação Ambiental em Geociências, com especialização em Pedagogia da Cooperação. Ama a natureza, animais, crianças e arte. É feminista, anticapitalista e mãe da peluda Manteiga.

Tiago Pereira, GSA 2017, é produtor cultural e articulador social, com experiência em facilitação de jogos cooperativos e mobilização comunitária. É presidente da Associação Unificação das Quebradas NIP ( núcleo de Inteligência Periférica - @unificacaodasquebradas) e fundador do Festival Cultural do Pinhal do Miranda. Também atua como poeta, escritor, grafiteiro, e organizador de eventos como Rap de Quebradas e Fim de Semana no Parque, além do Sarau da Unificaçãopelo Circuito SESC de Artes. Com graduação em Letras pela Unilins, tem passagem pela Falcons University; é articulador pela Grow Mobility e fez parte da fundação do Compre Dolado. Fez parte de projetos como o Quilombo Unificado e o Cine de Quebradas Itinerante.

Gut Simon, GSA 2018, é comunicador social, consultor e estrategista de mobilização e advocacy para causas e organizações sociais. Bissexual, homem cisgênero e cristão, é idealizador e coautor do livro "Semente de vida – rejeição e aceitação de filhos/as/es LGBTI+ em lares cristãos" (Ed. Saber Criativo, 2023 - @livrosementedevida) sobre a influência do discurso fundamentalista religioso nas famílias e suas implicações – políticas, sociais e culturais – para toda a sociedade.

Celebração

Para marcar o encerramento desta etapa do programa (e o fim da imersão), nada melhor do que celebrar e ritualizar esta passagem! É o momento de valorizar a vida de cada pessoa, suas contribuições para as conquistas coletivas, as transformações materializadas e fortalecer os vínculos que ali nasceram.

Este ano, ainda mais especial, também celebramos quem veio antes: os 25 anos de história do GSA! Contamos com a participação especial de moradoras e moradores de diferentes territórios em que atuamos ao longo das 15 edições do programa, assim como de guerreiras e guerreiros de todos os tempos. E o início da festa não poderia ser diferente: vibramos ao som da percussão do Coletivo Querô, diretamente do Instituto Arte no Dique, primeiro território onde o GSA atuou, em 1999.

Um encontro emocionante, divertido, que buscou agradecer e honrar o início desse sonho e quem estava lá: Alexandre, Edgard, Mariana, Natasha e Rodrigo, ainda jovens universitários inquietos que buscavam transformar o mundo, queriam unir sonhos e pessoas. E assim o fizeram. Hoje são mais de 700 participantes do GSA, espalhados em 58 países, que passaram por 38 territórios da Baixada Santista, trabalhando em conjunto por uma transformação que vai além de mudanças estruturais nos territórios - mas também (e principalmente) nas conexões e vínculos estabelecidos entre as pessoas.

Caminho da Expansão

O encerramento da imersiva do GSA diz muito mais sobre começos do que finais. A experiência de vivenciar um cenário de abundância somado à potência do fazer coletivo é a inspiração perfeita para a abertura da trilha rumo ao Caminho da Expansão.

Nos próximos 6 meses, as redes tecidas durante a Imersão vão escrever novas histórias com a mentoria do Instituto Elos - em cada território e com cada participante do programa. Autoconhecimento, profissional e pessoal, e a experimentação da cocriação seguirão presentes em cada capítulo dessas novas histórias.

Um jeito de lembrar que seguiremos conectados por muitos Elos.

06GSA & Comunicação

06 GSA & Comunicação

Imprensa

Guerreiros Sem Armas faz 25 anos: um projeto de impacto que nasceu em Santos

Juicy Santos | 13 de julho

Ativistas de 12 países fazem formação em favelas do litoral paulista Terra | 17 de julho

Lideranças internacionais participam de mutirão em comunidade do litoral Costa Norte | 18 de julho

Projeto Guerreiros Sem Armas completa 25 anos TV Tribuna | 20 de julho

25 anos do Programa Guerreiros Sem Armas

Jornal da Tarde - TV Cultura | 22 de julho

Mulheres negras são as que mais defendem o bem comum nas cidades UOL (Ecoa) | 25 de julho

Ativista americano diz que a filantropia está em crise no mundo

Folha de São Paulo | 25 de julho

Distribuição 100% gratuita @clubederevistas

ELES PODEM TRANSFORMAR O MUNDO

Programa educacional do Instituto Elos desenvolve pessoas para liderar organizações e comunidades com diálogo e colaboração

guerreiros sem armas é uma expressão que, na língua do povo Tapuia, txucarramãe, define os guerreiros que não têm ferramentas de combate. E, de acordo com o escritor Kaká Werá, em Terra de Mil Povos, o que era para ser uma afronta transforma-se em potência. “Não ter armas é guerrear para um mundo melhor munido de ferramentas mais poderosas”, diz, referindo-se a criações de defesa geradas por

mãos e pensamentos. “De repente, quando paramos de criar o inimigo, extingue-se a necessidade das armas”. Essa é a inspiração que dá nome ao programa Guerreiros sem Armas (GSA), do Instituto Elos, especializado em metodologias, tecnologias e mentorias para quem busca investigar e desenhar pistas de ação ao redor de desafios sociais. A cada ano, centenas de lideranças são formadas para atuar em proje-

tos de impacto social. Uma delas, Para Qyvoty (Rosângela Soares), que vive na aldeia Tekoa Pyau, em São Paulo, percebeu que não bastava lutar pela demarcação de suas terras. “Eu não sabia pensar no futuro da minha aldeia”, conta ela, que já construiu projetos que fazem a diferença na sua comunidade. - IDR

Eles podem transformar o mundo Vida Simples | 24 de setembro

FOTOS DIVULGAÇÃO
CALEIDOSCÓPIO
Além dos dias de trabalho, os participantes vivenciam momentos de diálogo e debate com facilitadores da ONG e com ativistas e especialistas na área de impacto social, como o próprio Kaká Werá, parceiro da instituição desde o seu início

Redes Sociais

Em 2024, o Instituto Elos utilizou suas redes sociais, principalmente o Instagram, para compartilhar a imersão do programa GSA 2024. As publicações mostraram os principais momentos da imersão e como a Metodologia Elos apoia o desenvolvimento de habilidades e competências, conectando atividades práticas com a sabedoria ancestral indígena brasileira.

O Instagram (@elosbrasil) foi a principal plataforma de comunicação, permitindo que o público acompanhasse de perto a rotina do programa. O conteúdo também foi compartilhado no Facebook e no LinkedIn, ampliando o alcance.

Números no Instagram

450

novos seguidores durante o período

36.289

pessoas alcançadas

6.876

interações, incluindo curtidas, comentários, compartilhamentos e mensagens diretas

198 cliques no link do site

723 compartilhamentos

Números no Facebook

pessoas alcançadas 23

novos seguidores durante o período

402

986

interações

06 GSA & Comunicação

Números no LinkedIn

66

1.190

pessoas alcançadas

7% reações

de engajamento, um resultado acima da média para a plataforma.

07Prestação de Contas

Fundo de Bolsas: Nosso compromisso com justiça social, equidade e diversidade

O GSA nasce do sonho de construir elos e favorecer a colaboração entre pessoas diversas de todo o mundo. Mas sabemos que num mundo injusto, desigual e excludente isso não acontece espontaneamente. Por isso, nos esforçamos para criar condições para que esse encontro improvável aconteça!

Começamos por conceder à todas as pessoas participantes um subsídio de 30% do valor total do curso. Isso é possível graças ao apoio de pessoas e organizações parceiras do Instituto Elos, que investem na formação de uma nova geração de lideranças diversas em todo o mundo.

Além disso, em nossa busca por justiça social, equidade, diversidade e inclusão, valores essenciais para o Instituto Elos e parte pedagógica fundamental do programa, trabalhamos para garantir 23 bolsas de 100%, 01 bolsa de 80%, 02 bolsas de 75%, 08 bolsas de 50% e 01 bolsa de 25% - priorizando pessoas de territórios, peles e culturas historicamente marginalizadas.

Entendendo que a transformação do mundo precisa incluir a todas e todos, expandimos a atuação dos nossos programas também para o público adolescente, através do Geração GSA. Nele, também nos certificamos de oferecer bolsas em busca dos objetivos de justiça social. 8 bolsas de 100% e 1 bolsa de 50%.

07 Prestação de Contas

Números de Bolsas Oferecidas para participantes do GSA e GGSA

36

bolsas para pessoas pretas e pardas

02

bolsas para pessoas indígenas

02

bolsas para pessoas de comunidades tradicionais

02

bolsas para pessoas de áreas afetadas por desastres climáticos

01

bolsa para demais grupos étnicos em situação de vulnerabilidade

07 Prestação de Contas

Despesas

Componentes do Orçamento

o orçamento está distribuído as seguintes etapas que contemplam os três programas: o GSA, o GGSA e o ENL.

1. Planejamento e Gestão GSA/GGSA/ENL: equipe de desenvolvimento e produção do programa, captação de parcerias e mobilização de recursos, relações institucionais, designer gráfico do conteúdo metodológico e assessoria de imprensa.

2. Caminho do SIM: divulgação, desenvolvimento e realização dos materiais de comunicação, atração de participantes, processo seletivo virtual e acompanhamento dos participantes.

3. Jogo da Abundância: criação e disponibilização do conteúdo do jogo em plataforma virtual e acompanhamento na captação individual de cada pessoa guerreira selecionada.

4. Imersão GSA/GGSA/ENL: despesas administrativas, alimentação, hospedagem, telefone, internet, kit saúde, adequação do espaço, transporte, materiais de papelaria, eventos externos, equipe de facilitação do processo e consultores externos contratados, impressão de material pedagógico e de comunicação.

5. Caminho da Expansão: manutenção da plataforma do caminho, acompanhamento virtual dos participantes e presencial das comunidades por 6 meses.brinquedos.

6. Despesas extras assumidas: apoio na busca de passagens, passaporte, deslocamentos etc)

Despesas Totais: R$ 1.251.911,67

07

Receitas

1. % do Benefício NFP revertido para bolsas GSA

R$ 452.180,00

2. Doação pessoa jurídica para o Fundo de bolsas

R$ 281.602,00

3. Pagamento participantes

R$ 181.558,00

4. Campanha NFP - Participantes

R$ 148.044,00

5. Programa TransformadoresElos PF e PJ

R$ 128.520,00

6. Doações pessoa física para o fundo de bolsas

R$ 30.818,00

Receitas Totais: R$ 1.251.911,67

Balanço Final

Despesas: R$ 1.251.911,67

Receitas: R$1.222.722,00

Saldo atual: - R$29.189,67

Parcerias GSA 2024

SOMOS ELOS! A realização de um programa como o GSA só é possível porque temos parcerias muito importantes que nos apoiam nessa caminhada, seja com recursos financeiros e/ou por meio de serviços prestados.

Gostaríamos de manifestar e nomear nosso imenso agradecimento às parcerias:

- Agência Brasileira de Cooperação pelos vistos concedidos e passagens viabilizadas para pessoas do Continente Africano e Ásia;

- Prefeituras de Santos e do Guarujá, pelo apoio no trabalho em conjunto com os territórios;

- Unimed Santos pelo suporte para garantir todo o atendimento médico às participantes quando necessário;

E também aos nossos doadores: Shambala Produtos Naturais, Flávia Risaliti, Maria Camila Gianella, João Queiroz; além de todas as pessoas que são doadores de Notas Fiscais Paulista.

Patrocínio

Parcerias no Jardim São Manoel, Santos

Nos territórios, contribuíram para a realização do Programa, antes e durante o período da imersão:

Prefeitura de Santos

Prefeito Rogério Santos e Ouvidor Rivaldo Santos

Liderança comunitária

Marco Antônio de Vasconcelos Ferraz Júnior

Associação Sementes de Palafitas

LE Santista - Materiais para construção, AUSAMAR - Loja de materiais para Construção, Padaria São Manoel, Mini Mercado São Manoel, Feira local, Bar do Damião, Atacadão das frutas Novas Aliança, Isabel blocos, Supermercado Krill de Santos, Estabelecimento da Lorena e Cleyton, Estabelecimento do Lucas, Borracharia Renascer, Prefeitura de Santos. Um agradecimento especial ao Marco Antônio de Vasconcelos Ferraz Júnior (conhecido como Marquinhos), liderança comunitária da Associação Sementes de Palafitas, que abriu esse espaço para nos receber e também Eder, Pedro e Márcio, que cozinharam todos os dias em que estivemos no território.

Parcerias no Sítio Conceiçãozinha, Guarujá

Nos territórios, contribuíram para a realização do Programa, antes e durante o período da imersão:

Prefeitura do Guarujá

Prefeito Válter Suman

Liderança comunitária

Sabrina Lima

Adega do Alemão, Adega do Sales, Tony’s Hortifruti, Loja da Zezinha, Mercado Sol Nascente, Mercadinho do Edivan, Material de Construção Pita, Mercado do Campo, Mercadoria da Patroa, Marcenaria Hadassa, Mercado e Adega do Filhote, Teg, SEMAM (Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Guarujá), Prefeitura do Guarujá. Um agradecimento especial à Sabrina Lima e à Tia Cris, lideranças comunitárias que viabilizaram todo o apoio necessário para estarmos no território e também nossa alimentação e também à Angélica Barbosa, que emprestou o espaço para que pudéssemos trabalhar com toda a estrutura necessária.

Equipe GSA 2024

Coordenação Geral

Mariana Gauche Motta

Núcleo de Gestão

Mariana Gauche Motta

Natália Torres Dittmar

Rodrigo Rubido Alonso

Núcleo Pedagógico

Daniella Dolme

Hannah Needleman

Jamerson Mancio

Natália Torres Dittmar

Natasha Mendes Gabriel

Rodrigo Rubido Alonso

Financeiro

André Pascoal

João Luiz Agapito

Yasmin Nascimento

Captação de Recursos

Bruna Bellandi Perchiavalli

Lara Rolim Schlittler

Mariana Gauche Motta

Rodrigo Rubido Alonso

Infraestrutura

Mariana Gauche Motta

Mirian Fonseca

Natália Torres Dittmar

Rebeca Alonso

Silvana Contreras

Comunicação

Ariane Lopes Mates

Daniella Dolme

Felipe Chammas

Henrique Neves

Lia D’Amico

Registro Audiovisual

Estúdio Barbarella:

Camilla Loreta

Jéssica "Jazz" Oliveira

Rayana "Ray" Azevedo

Tati Abreu

Claus Stellfeld

Carolina Gouveia

Tradução e interpretação

Hannah Needleman

Jade Chaib

Facilitação Caminho

do Sim

Francina Buonanotte

Jamerson Mancio

Apoio:

Daniella Dolme

Hannah Needleman

Mariana Felippe

Mirian Fonseca

Natália Torres Dittmar

Rodrigo Rubido Alonso

Val Rocha

Facilitação do Jogo da Abundância

Francina Buonanotte

Jamerson Mancio

Mirian Fonseca

Natália Torres Dittmar

Apoio:

Bruna Bellandi Perchiavalli

Lara Rolim Schlittler

Facilitação da Imersão GSA

Alexandre Alessio

Alex "BIG Z" Santos

Areen Attari

Daniella Dolme

Felipe Denz

Francina Buonanotte

Hannah Needleman

Jamerson Mancio

Priscilla Pereira

Rodolpho "Dodô" Martins

Rodrigo Rubido

Alimentação

Ana Paula Garcia Luize

Ana Macêdo Avelar

Diego Medina das Flores Gomes

Narjara Italene Saldanha Rosas

Aparecida Evangelista Dos Santos

Cláudia Regina Pinto

Gisela Evangelista Aquino

Oficinas do primeiro dia

Alex "BIG Z" Santos

Ana Macedo Avelar

Areen Attari

Ariane Mates

Bruno Matinata

Felipe Denz

Francina Buonanotte

Ronaldo Crispim

Rodolpho "Dodô" Martins

Silvana Contreras

Jogos na Natureza

Kaká Werá

Danças Circulares

Andrea Leoncini

Michelly Freitas

Comunicação e Confiança

Felipe Chammas

Val Rocha

Diálogos Elos

Bob Stilger

Jamerson Mancio

Helena Silvestre

Raquel Rosenberg

Rodrigo Rubido Alonso

Encontro de Sonhos

Julie Lua

Caio Fiuza

Marina Schmitt

Alex "BIG Z" Santos

Maria de Lourdes

Ana Paula

Encontro de Re-evolução

Gut Simon

Karinne Costa

Marina Benini

Tiago Pereira

Festa de Celebração

Rodolpho "Dodô" Martins

Aline Bento

Coletivo Querô Instituto Arte no Dique

Ficha Técnica

Realização da Publicação e Projeto Editorial

Instituto Elos

Coordenação

Mariana Gauche Motta

Fotografia

Estúdio Barbarella:

Camilla Loreta

Jéssica "Jazz" Oliveira

Rayana "Ray" Azevedo

Tati Abreu

Projeto e Produção Gráfica

Ariane Lopes Mates

Texto e Edição

Daniella Dolme

Felipe Chammas

Com a colaboração do times de facilitação dos territórios

Edição

Daniella Dolme

Revisão

Daniella Dolme

Felipe Chammas

INSTITUTO ELOS

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