Relatório Juntos Pelo Rio Doce

Page 1

Juntos Pelo Rio Doce Junho de 2016 a marรงo de 2017


O PROJETO •

O Projeto Juntos pelo Rio Doce ganhou vida através do apoio de 3051 pessoas, do Brasil e também do exterior, que se sensibilizaram a um chamado após o rompimento da barragem do Fundão em novembro de 2015, e doaram para uma campanha de financiamento coletivo organizada pela Juntos.com.vc, organização que nasceu justamente para unir pessoas e causas em que acreditam. A força da crença na reconstrução originou um fundo de aproximadamente 200 mil reais, que foi inteiramente aplicado em ações na comunidade de Mascarenhas (Baixo Guandu-ES).

O Elos atua há 15 anos com mobilização e desenvolvimento local e chegou à região a convite da Juntos para engajar moradores, poder público, comércio local, organizações e demais interessados em uma ação conjunta com o objetivo de realizar sonhos comuns, considerando como aspecto fundamental atividades que contribuíssem para a revitalização das relações humanas e ambientais. O projeto Juntos Pelo Rio Doce sensibilizou e mobilizou a população para construir fisicamente um sonho coletivo, fomentando processos que criaram um ciclo de desenvolvimento local sustentável. A estratégia encontrada foi realizar uma Vivência Oasis, que ocorreu de agosto a setembro de 2016. A ação mobilizou a comunidade de Mascarenhas e impulsionou a busca por voos mais altos.

De outubro a março, a equipe Elos realizou o acompanhamento remotamente e em 3 idas presenciais, onde articulou encontros comunitários, reuniões institucionais (como com a Prefeitura Municipal de Baixo Guandu e Instituto Terra) e apoiou atividades vinculadas às metas definidas coletivamente, como a regularização da associação de moradores, a Feira de Mascarenhas e o mutirão na escola local Aládia Trindade Paiva.


ETAPAS DO PROJETO 1. ARTICULAÇÃO LOCAL E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ATUAÇÃO Nessa etapa a equipe formada por pessoas do Instituto Elos e da Juntos se reuniu com organizações, grupos e governos que atuam na região.

2. FORMAÇÃO DE AGENTES LOCAIS – VIVÊNCIA OASIS Nessa etapa, um grupo de 30 participantes vivencia uma introdução à Filosofia Elos e Jogo Oasis com o objetivo de fortalecer as habilidades de mobilização comunitária e empreendedorismo da rede local e comunidade selecionada. Ao final, participantes e moradores materializam um sonho coletivo em uma ação no território.

3. RE-EVOLUÇÃO – SONHANDO NOVOS SONHOS 4. ACOMPANHAMENTO DO GRUPO FORMADO Nessa etapa, a equipe do Elos acompanha o grupo para impulsionar a realização de uma iniciativa comunitária e a multiplicação de novos Oasis na cidade.

Após a materialização de um sonho de curto prazo, os participantes e a comunidade planejam e definem novas ações de médio e longo prazo.


ARTICULAÇÃO LOCAL E DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ATUAÇÃO


ARTICULAÇÃO LOCAL Utilizamos a Filosofia Elos para identificar os principais atores locais, mapear os recursos presentes, reconhecer as histórias e realizar um levantamento preliminar de sonhos e desafios pré e pós desastre. Nos reunimos com representantes das prefeituras de Baixo Guandu e Aimorés, realizamos encontros de mobilização com atores locais para checar o interesse pelo projeto e compreender a melhor forma de inserção no contexto local junto a organizações, universidades e sociedade civil e visitamos 5 possíveis territórios de ação.


O CENÁRIO Visitamos comunidades pertencentes a Baixo Guandu (ES) e Aimorés (MG), ambas cidades que se desenvolveram de forma linear acompanhando o curso do Rio Doce, que já havia sofrido muitas intercorrências nas últimas décadas com as instalações de barragens. O rompimento da barragem do Fundão, além de alterar o ecossistema destruindo a vida animal, modificando a areia de suas margens e sua água, afetou diretamente a vida humana nessas cidades. Muitas pessoas abasteciam da água do Rio Doce para beber e também para as atividades cotidianas como limpeza das casas, lavagem de roupas e garantiam seu sustento por meio da pesca, agricultura, entre outras ocupações. O Rio Doce era um ponto turístico muito frequentado por moradores de ambos os estado, o que movimentava a economia local, além de ser acessível para a população de menor poder aquisitivo. Os moradores da região, tanto os que vivem nas comunidades às margens do rio como nos centros, referem-se ao desastre como a “morte do rio” e como uma ameaça à preservação da identidade da população e da vida como um todo. Além da sobrevivência física, o rio tem valor histórico e afetivo. Hoje, deixou de ser o lugar da contemplação, lazer e brincadeiras e tornouse um elemento nostálgico e que remete ao luto e insegurança sobre o futuro, uma vez que não há nenhuma sinalização de resolução para a questão.


POR QUE MASCARENHAS? Mascarenhas é um distrito de Baixo Guandu (desde 1950, é denominado oficialmente Quilômetro 14 de Mutum, porém o nome popular segue sendo mais utilizado) formado tradicionalmente por pescadores que foi o primeiro centro da Cidade, tendo abrigado todos os serviços públicos e até um cinema. Grande parte da população já tinha tido sua dinâmica de vida abalada na década de 1970 com a instalação da barragem e hidrelétrica inaugurada em 1974. Parte da população recebe uma indenização mensal atrelada à esta obra, porém muitos moradores dizem que os valores praticados já não são mais adequados, bem como não considera o crescimento das famílias. Abriga uma parada do trem que faz o trajeto Belo Horizonte-Vitória. Entendemos que Mascarenhas é um solo fértil e com grande potencial para seguir frutificando após os 3 meses de acompanhamento. Apesar de pertencer a Baixo Guandu, a comunidade é territorialmente muito isolada da cidade e se vê esquecida, abandonada. A prefeitura colocou-se disposta a articular seus serviços para que a ação aconteça e já há a sinalização de possíveis pontos de atuação, bem como do sonho macro – o reestabelecer a relação com a água/com o rio.


FORMAÇÃO DE AGENTES LOCAIS VIVÊNCIA OASIS


VIVÊNCIA OASIS Vivência Oasis é um convite para líderes de diferentes setores que lidam com ambientes urbanos e rurais altamente complexos e multiculturais, e desejam aprimorar competências para engajar grupos e comunidades numa iniciativa de alto impacto, seja uma intervenção em um espaço público, uma nova estratégia organizacional ou um novo projeto comunitário. Esta formação convida a comunidade parceira para, juntamente com sua rede, renovar, construir e estruturar relações afetivas através do olhar apreciativo e exaltação dos talentos, belezas e recursos presentes, essenciais na materialização de sonhos coletivos. Mais de 40 pessoas participaram da Vivência Oasis, entre moradores de Mascarenhas, Baixo Guandu e Aimorés, pessoas do Poder Público de Baixo Guandu, estudantes de universidades da região e do Núcleo de Estudos em Restauração Ecossistêmica (NERE) do Instituto Terra, além de interessados de outras partes do Brasil. Conheça um pouco do que foi vivido por meio dos 7 passos da Filosofia Elos.


OLHAR O primeiro passo da Metodologia Elos é o Olhar. Esse é o momento de desenvolver uma visão apreciativa sobre a comunidade, a praça e o ambiente onde ela está localizada, mapeando as belezas, a riqueza de recursos e possibilidades.


AFETO “Encontre a pessoa por trás da beleza e dos recursos: Que valores se escondem por trás das belezas, das histórias e da cultura local?” Este é o mote para que os jogadores comecem a se conectar com as pessoas da comunidade.


AFETO Na prática do Afeto Cristiano, um dos moradores mais ilustres de Mascarenhas e participante da Vivência Oasis, trouxe um album de fotos da sua familia e juventude, compartilhando historias e experiências de vida com os outros participantes.

Estou muito feliz de ver pessoas de tantos lugares que nós não podemos chegar, mas vocês vieram até aqui. Fiz novos amigos e sei que sempre temos a aprender. Seu Cristiano, morador e participante da formação


SONHO

Atividades Para jovens

Melhorar quadra

Segurança

Atividades para crianças

Limpeza das calçadas

Geração de Renda

Estudo

Recuperação do Rio Doce

Mirante Piscina Palco

Plantio de flores Quiosque

Reflorestamento e Paisagismo

Eventos comunitários

Cooperativa de pescadores


CUIDADO Após os moradores partilharem seus sonhos coletivos, foi chegada a hora de projetarem juntos as ações da etapa Mão na Massa, bem como planejar a captação de recursos e parcerias. Foram priorizados os sonhos comunitários relacionados às atividades realizadas na praça e à revitalização do mirante. Varios moradores prepararam os espaços para o mutirao, limpando os banheiros, o quiosque e o setor onde seria feito o parquinho.


Projeto esquemático – vista geral


Mobilização de Recursos Além da doação de mudas pelo Instituto Terra e o apoio nos serviços da Prefeitura Municipal de Baixo Guandu, o grupo de participantes da Vivência Oasis foi extremamente participativo e criativo no momento de mobilizar recursos: conseguiram apoio em comércios locais; empréstimo de ferramentas em obras do entorno e de moradores; doações de feijao, arroz, frango, carne, verduras e legumes no bairro; venderam bolos e tortas. Viva a abundância!


MILAGRE – mão na massa A etapa do Milagre convida jogadores, comunidade e voluntários a colocar a mão na massa para materializar os sonhos. Por meio do Jogo Oasis, todos dividem-se em grupos e definem frentes de trabalho. O convite é sempre para que cada pessoa ofereça seus talentos e venha em sua melhor versão. Ao final do dia pode-se notar o poder do coletivo em ação.


Time Parquinho No parquinho foram instalados balanรงo, gangorra, casinha e escorregador.


Time Mobiliário A praça ganhou a revitalização dos bancos e mesas existentes e novos mobiliários como mesas de piquenique, pergolado e espreguiçadeiras. Após a revitalização tudo esta bem ocupado!


Time Paisagismo e Mirante O primeiro passo foi limpar e preparar os canteiros com flores e forração de folhas. O time do Paisagismo tem se mantido muito ativo na rega dos canteiros, pintando os bancos e cuidando a delimitação do pedrisco no mirante.


Time Pintura No final de semana do mutirão, muitas pinturas surgiram e a praça que era cinza agora tem o piso da quadra colorido, as grades com desenhos e as paredes dos espacos comuns bem criativos!



CELEBRAÇÃO Depois de tantas realizações, nada melhor do que celebrar! A Celebração é a sexta disciplina da Filosofia Elos, momento em que todos se reúnem para ver o que construíram juntos na praça. É também mais um momento de apreciar os diferentes talentos da comunidade. Os moradores se organizaram para oferecer um grande churrasco comunitário, celebrando as conquistas coletivas, com apresentação da fanfarra da escola e forró.



RE-EVOLUÇÃO A Re-Evolução, último passo da Filosofia Elos, é um convite a impulsionar um novo ciclo de realizações a partir do que foi vivido. É o momento de pensar no futuro, de acolher os aprendizados e planejar ações a partir da iniciativa e autonomia de cada comunidade, de cada pessoa, encaminhando a energia mobilizada até aqui para materialização de novos sonhos. Dentre os primeiros passos na organização das frentes de trabalho do mutirão: Grupo da Pintura: Terminar o rodapé da quadra, meio-fio, grades do jardim, quiosque (lado de fora) e barco; Grupo do parquinho: Colocar o alambrado para impedir os animais de entrar (portãozinho), fazer o piso do pergolado, degrau na entrada da quadra (impedir areia de entrar), colocar um mourão para impedir a entrada de moto; Grupo do mirante: Contenção com bambu no barranco, terminar a cerca da entrada do rio; Lâmpada do mirante: Ver com prefeitura sobre iluminação; Almoço do mutirão: Fazer um almoço gostoso como sempre!; Barco: Colocar o barco na entrada da vila (bem vindos a Mascarenhas); Instituto Terra: Proposta de fazer a educação ambiental com a escola e creche (cuidar da horta e reflorestar com os alunos).


“Estou esperançosa de que a gente pegue gosto por essa semente que vocês vieram de longe para lançar e sejamos unidos” Nilcéia, moradora “Estou muito feliz com a presença desse grupo e acredito nesse projeto. Espero que cada um de nós passe essa mensagem adiante” Thiago, morador “Espero que nós possamos aproveitar essa vinda de pessoas de fora para nos motivar e realizar ainda mais sonhos” Inês, moradora “Estou muito feliz de conhecer uma nova família e tenho certeza de que o projeto vai pra frente porque tem muita gente com força e perseverança nessa comunidade” Daniele, participante da formação


ACOMPANHAMENTO DOS GRUPOS


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES Era muito presente na memória dos moradores o tempo em que Mascarenhas era conhecida por suas festas que reuniam os moradores, bem como atraíam pessoas de fora para o bairro. Constantemente, atrelavam estas realizações a existência de uma associação de moradores ativa e fortalecida que se mobilizava pelos direitos da comunidade. Estar novamente unidos por um objetivo comum despertou a vontade de regularizar a associação. O primeiro passo para isso foi a convocação da eleição. Houve inscrição de duas chapas e a data escolhida foi 4 de dezembro. Foram seguidas todas as regras vigentes como convocação antecipada e publicizada no bairro e fiscais de cada chapa presentes durante toda a votação.


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES Após vencer as eleições, os componentes da chapa 1 (que congregava muitas pessoas bastante ativas no Oasis) iniciaram um processo de regularização contábil e documental. Mesmo antes disso, esse grupo começou a capitanear a realização de festas comunitárias (como a de Dia das Crianças), campeonatos esportivos e cuidar de grande parte da organização da Feira de Mascarenhas e da manutenção das ações realizadas no mutirão comunitário (instalação e pintura das cercas doadas para proteger os jardins, instalação de lixeiras de lixo orgânico e seco produzidas com computadores inutilizados em parceria com a Jéssyca da Secretaria de Meio Ambiente e rega diária das plantas, pela manhã e à tarde).

Mensagem divulgada por Facebook e Whatsapp após o resultado das eleições


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES

Mudinha de trepadeira plantada em outubro de 2016 e na visita em março de 2017.


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES

A reforma da quadra estimulou a realização de novos eventos esportivos, além das aulas de zumba

Com os cuidados diários, a goiabeira que estava infértil há anos voltou a dar frutos


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES O quiosque reformado no primeiro mutirão virou o espaço para guardar materiais da associação e um ponto de referência de informações após termos pintado uma lousa mural em sua lateral. Pretendese que seja também um espaço de atividades para crianças e adultos. Agora com a associação regularizada, a diretoria planejará uma rotina de abertura para que as crianças possam utilizar os livros e jogos e uma agenda de oficinas. Elos solicitou formalmente à prefeitura que se retome a possibilidade de uma parceria oficial para as atividades itinerantes da Secretaria de Assistência Social no local. Ficou combinado que a diretoria pensará uma data para convidar a secretária Ana Paula para conversar.


1. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES METAS PARA O FUTURO: • • • •

Divulgar bastante a associação (vão conversar sobre criar uma página no Facebook) para todos os moradores; Começar a montar a barraca de venda de produtos com fundo revertidos para a comunidade em outros eventos além da Feira de Mascarenhas, como os campeonatos de esporte; Pensar novas atividades como bingos; Articular atividades no quiosque autonomamente e em parceria com a Secretaria e Assistência Social.


2. FEIRA DE MASCARENHAS O SONHO Na primeira visita de acompanhamento, realizou-se uma roda de conversa em que todos partilharam seus sonhos para a feira. Este foi o resultado:

“A Feira dos sonhos de Mascarenhas será montada na área entre a quadra e o mirante e vai ter uma divulgação maravilhosa, com porta a porta, idas no Queixada e apoio da Secretaria de Comunicação. Haverá atividades para crianças e Show de Talentos. Haverá grande variedade de produtos, somente de moradores de Mascarenhas, todos com um preço justo, com muitas comidas da terra, doces e artesanatos, embora terá público de muitos lugares e Guandu e região! As barracas serão organizadas em formato de ferradura com somente uma entrada e terão uma decoração linda! Cada participante organizará e decorará seu espaço/mesinha para vender seus produtos. Teremos lixeiras, mesas e cadeiras”.


2. FEIRA DE MASCARENHAS A primeira edição foi realizada em 10 de dezembro, um sábado, a partir das 17 horas. Mariana da equipe Elos apoiou no planejamento durante visita presencial e a comunidade cumpriu a agenda definida para próximas reuniões de organização. O evento foi documentado pela equipe de vídeo. Contou com a participação de 12 feirantes entre alimentação e artesanato e um grande show de forró que foi custeado com a venda de rifa. Houve ampla divulgação na cidade com faixas, moto de som, televisão e publicações na internet. Já neste momento, decidimos investir em alguns materiais que garantissem beleza e unidade às barracas, como toalhas de mesa e plaquinhas de identificação, que foram idealizadas pela equipe Elos e executadas e doadas pelo marceneiro João, que havia tornado-se parceiro durante o primeiro mutirão.


2. FEIRA DE MASCARENHAS Nas quatro primeiras edições, a secretaria de assistência social apoiou com a cessão das barracas, mesas e cadeiras. Em janeiro, a comunidade firmou seu compromisso com o evento e decidiu que queria aplicar parte do fundo semente na aquisição de uma infraestrutura que propiciasse a realização com autonomia. Outras secretarias também apoiaram como Serviços Urbanos (palco), Meio Ambiente e Comunicação. Hoje a feira conta com 16 feirantes fixos e já ocorreu 5 vezes em dois diferentes pontos do bairro na busca por abranger ao máximo a comunidade. A associação de moradores mantém uma barraca onde comercializa produtos doados e comprados com os valores das rifas realizadas. Além de gerar renda durante o evento, a Feira de Mascarenhas despertou muitas pessoas para a possibilidade de produzir e comercializar também em outros momentos, o que aqueceu o comércio local de forma ainda mais dinâmica e permanente.


2. FEIRA DE MASCARENHAS O Elos produziu material de comunicação para a feira até janeiro, mas, após aquele edição, os moradores passaram a desenvolver seus próprios materiais e métodos.


2. FEIRA DE MASCARENHAS A feira já chegou a reunir mais de 1000 pessoas que vem de toda a região e tem atraído muitos parceiros, embora os moradores seguem cuidando para que seja um espaço de comercialização para as pessoas residentes no local. Para eles, o evento é um espaço de encontro e celebração:

“A gente pode trazer a família da gente, passar a noite junto com todo mundo, comer, conversar. Tem vizinho que você sai de manhã e não tem tempo de dar ‘bom dia’. A feira é o encontro da comunidade e é muito divertido“ Monique e Cristiane “A comunidade estava há mais de 4 anos sem ver nada e agora está tendo um encontro todo mês” Seu Nelson "A feirinha aumentou muito o ânimo da comunidade e a autoestima do lugar. Todo mundo criticou quando o JP mudou o nome do lugar na propaganda, a gente quer que fale o nome de Mascarenhas" Nilceia


2. FEIRA DE MASCARENHAS METAS PARA O FUTURO: • •

• •

Pensar os meios de reforçar a subsistência do projeto, como colaboração mensal dos feirantes ou contribuição por porcentagem de lucro ou taxa de participação fixa em cada edição; Conversar na reunião de diretoria da associação sobre compra de mais equipamentos de infraestrutura, como pula-pula (uma dica foi cada feirante ganhar 2 fichas por edição da feira); Pensar estratégias para fidelizar os feirantes e ter o plano de compromissos e benefícios; Consolidar as informações de investimento e lucro dos feirantes.


3. PISCICULTURA E AQUAPONIA – MUDANÇA DE ROTA Parte da comunidade apontou interesse em realizar um projeto de criação de peixes e demos alguns passos nesse sentido, sendo: visita a um possível espaço, visita com um grupo de 30 pessoas ao setor de Piscicultura do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e visita da Fundação de Desenvolvimento Agropecuário do Espírito Santo (Fundagres) que fez o projeto Peixe na Mesa Planta na Mesa (https://www.facebook.com/projetopeixenamesaplantanamata/?fref=ts) e reunião para conversar sobre as necessidades para implantar-se um projeto similar. Os técnicos presentes apontaram claramente as necessidades para se implantar o projeto e entendeu-se que o grupo precisa amadurecer e buscar novas parcerias para colocar o plano em ação. Cogitamos realizar tanques domésticos, porém por conta do valor necessário a ser investido e o alto risco de perder os animais por conta do clima e escassez de água, o grupo comunitário decidiu adiar esse plano.


3. PISCICULTURA E AQUAPONIA – MUDANÇA DE ROTA METAS PARA O FUTURO: Caso a comunidade decida colocar este plano em ação, é necessário: • • • •

Conseguir uma área pública onde possam instalar-se os tanques; Conseguir um parceiro financiador disposto a investir na estrutura do projeto (segundo os técnicos, as mais básicas custariam de R$ 120 a 200 mil); Ter no mínimo 10 pessoas/famílias comprometidas a realizar capacitações e trabalhar diariamente por cerca de 6 horas; Buscar parcerias para manutenção do projeto, como com o setor de piscicultura do IFES.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA Quando decidimos não seguir com os planos da criação de peixe, foi conversado na reunião comunitária sobre que nova ação seria apoiada pelo projeto. Decidiu-se coletivamente investir em um mutirão na escola Aládia Trindade Paiva, que atende a todas as crianças da comunidade. Após conversas realizadas presencialmente e por telefone e whatsapp com a diretora Cristiane, a secretária de Educação Cenira, o secretário de Serviços Urbanos Waldir e atividades realizadas com os estudantes – onde eles compartilharam seus sonhos, construímos um plano de ação para ser executado em mutirão.

Crianças reunidas com professora Thaís para falar sobre os sonhos para o mutirão


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA A mobilização prévia foi realizada pela equipe da escola e com acompanhamento à distância da equipe Elos, bem como as articulações institucionais com a prefeitura. Houve um trabalho de pré-produção que incluiu a execução de um piso externo com cobertura para atividades (já estava previsto pela equipe da escola e havia recurso para parte dos materiais, interado pelo projeto Juntos Pelo Rio Doce) e pintura de alguns muros.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA Mobilização Comunitária: a diretora Cristiane investiu bastante na divulgação por meio a distribuição de panfletos, recados na agenda dos alunos, whatsapp e da fanfarra, que saiu às ruas para convidar os moradores.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA O mutirão promoveu a renovação da escola e, em 3 dias, tivemos por volta de 150 pessoas envolvidas em reuniões, divulgação, e colocando a mão na massa. Teve renovação da fachada da escola, da quadra, corredores, refeitório e criação de uma nova sala multiuso, com espaço para leitura, mesa de atividades, e arrumação dos instrumentos de música da fanfarra, além da instalação de parquinho, mesas e bancos em área de estar e plantio. É possível ver fotos e mais detalhes da atividade nesta postagem: https://www.facebook.com/InstitutoElos/posts/1498860623478313 .


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA Dada a experiência de sucesso ao convidar os jovens do ciclo 2016 do Núcleo de Estudos em Restauração Ecossistêmica do Instituto Terra, convidamos os jovens de 2017 para fazer parte do mutirão. Recebemos a turma na sexta-feira para apresentar a comunidade e a proposta de ação e encerramos as atividades com eles na segunda-feira nas atividades de pós-produção.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA MURALISMO – inspiração na vegetação local > ANTES

> DEPOIS


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA FACHADA DA ESCOLA – pintura geral

> DEPOIS

> ANTES


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA PÁTIO – criação da área coberta para atividades, área de convivência com mesas e bancos e instalação de parquinho.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA QUADRA DE ESPORTES – pintura interna e externa, com muralismo > DEPOIS

> ANTES


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA PLANTIO – implantação de jardins e mudas de árvores em diversas áreas.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA HORTA - A professora Neusa trabalhou com os alunos na limpeza e replantio na horta e os jovens do NERE apoiaram na rega e plantio de algumas mudas de ervas > DEPOIS

> ANTES


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA CORREDOR DE ENTRADA – pintura e instalação de luminárias > ANTES

> DEPOIS


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA SALA DOS PROFESSORES – pintura, remodelação do mobiliário e investimento em acessórios para uso da equipe.

> ANTES

> DEPOIS


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA SALA DE MATERIAIS – pintura e instalação de mobiliário para organização dos materiais.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA REFEITÓRIO – pintura, novas mesas e bancos para complementar o mobiliário e novas toalhas de mesa.

> ANTES

> DEPOIS


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA SALA MULTIUSO – pintura, organização e ambientação do espaço para uso como sala de leitura e outras atividades. > ANTES > DEPOIS


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA AMBIENTANDO OS ESPAÇOS – criamos alguns espaços especiais na escola, como a área com almofadas na sala multiuso, o varal para pendurar trabalhos no refeitório e a mesinha para água e café para a equipe.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA CAMPANHA DE LIVROS – As voluntárias Christina da Silva Gonçalves e Valentina Gonçalves estiveram presentes no mutirão da Vivência Oasis e retornaram dessa vez para apoiar na mão na massa e realizar a doação de muitos livros que coletaram em campanha realizada em Vitória. Ainda há mais material a ser levado a Mascarenhas.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA DESDOBRAMENTOS A nova sala multiuso passou a ter uma escala de uso por diferentes professores e está estimulando a criação de ideias envolvendo novos projetos e aprimoramento dos já existentes, como o de leitura. Ainda com recurso do projeto, foram plantadas as últimas mudas, instaladas as portas faltantes nos banheiros e trocados alguns vidros quebrados. A prefeitura finalizou a pintura da fachada da escola.


4. MUTIRÃO NA ESCOLA ALÁDIA TRINDADE PAIVA

“Hoje acordei até mais animada. Muitas pessoas não foram colocar a mão na massa mas colaboraram com alimento, água, lanche. Minha mãe foi praticamente de casa em casa pedindo e ninguém negou” diretora Cristiane “Abraçar a escola é o primeiro ato de amor pelas futuras gerações”, Natasha do Elos


ENCERRAMENTO DO PROJETO REUNIÃO COM A PREFEITURA A prefeitura foi uma importante parceira do projeto Juntos Pelo Rio Doce e no dia 13 de março, equipe Elos reuniu-se com a diretora da escola Aládia Trindade Paiva Cristiane, Jéssyca da Secretaria de Meio Ambiente, a secretária de Educação Cenira e o prefeito interino Eloy. Conversou-se sobre o mutirão na escola e seus encaminhamentos, bem como sobre a finalização do projeto Juntos Pelo Rio Doce em Mascarenhas, entendendo que novas parcerias podem continuar acontecendo, como os apoios a feira local e a implementação de atividades da secretaria de Assistência Social no espaço do quiosque. No dia seguinte, Eloy e o secretário Adonias estiveram novamente conosco na escola para apreciar o que foi realizado.


ENCERRAMENTO DO PROJETO ÚLTIMO ENCONTRO COMUNITÁRO Realizou-se o último encontro do projeto Juntos Pelo Rio Doce na segunda-feira 13 de março com a presença de cerca de 30 pessoas. Houve entrega dos materiais comprados com o fundo semente junto ao detalhamento dos investimentos e conversas sobre cada uma das ações acompanhadas ao longo dos meses. A comunidade ofertou um grande bolo que foi partilhado no final.


FUNDO SEMENTE O projeto previa um fundo semente que tinha o objetivo de impulsionar as frentes de ação e/ou projetos decididos coletivamente nos encontros comunitários. Assim sendo, esse recurso foi investido da seguinte forma: -

-

-

Compra de materiais, brinquedos e mobiliários para o mutirão da escola; Kit de materiais esportivos para serem utilizados na quadra e no campo da comunidade, contendo 2 bolas de futebol de campo, 4 bolas de futebol e salão, uma bola de vòlei, rede de vôlei e uma bomba para encher bolas; Kit audiovisual (projetor e caixa de som com autonomia de bateria) para ser utilizado nos encontros comunitários, sessões de cinema de rua, divulgação das ações comunitárias pelo bairro, festas etc; Infraestrutura para a Feira de Mascarenhas (tendas desmontáveis, mesas, cadeiras e toalhas de mesa).

Todos os materiais foram doados à Associação de Moradores.

*A consultoria para compra dos materiais esportivos foi feita pelo atleta Gabriel Serrachioli


ALGUNS NÚMEROS DO PROJETO

Mais de

40

Participantes na Vivência Oasis

5

edições da Feira de Mascarenhas

Mais de

Mais de

mudas plantadas na comunidade

secretarias municipais e outras organizações da região envolvidas

1700

10

4

pontos da comunidade revitalizados

Mais de

600

participações nas ações da comunidade


AGRADECIMENTOS

Todos esses resultados só foram possíveis graças aos 3051 doadores que decidiram investir no futuro do Rio Doce. Somos imensamente gratos! Agradecemos ainda ao Instituto Terra e, principalmente, à coordenação e estudantes do curso NERE 2016/2017 por toda a colaboração e amizade, à Prefeitura de Baixo Guandu e sua equipe, que desde o primeiro momento apoiou totalmente as ações e ao comércio local, que também colaborou com recursos em todas as etapas do projeto. Agradecemos, acima de tudo, aos principais protagonistas desta história: as moradoras e moradores que confiaram na proposta, abriram sua comunidade e suas casas para nós e doaram toda sua energia para construir a Mascarenhas que todos sonhamos! Temos certeza que este é só o começo!


SOBRE A JUNTOS.COM.VC A Juntos.com.vc já nasceu de pessoas se encontrando, se juntando para mudar a realidade com a qual conviviam. Nossos fundadores são pessoas que sempre foram voluntárias em instituições e sentiam a necessidade de ter algum outro meio para conseguir captar dinheiro para os projetos que queriam ver realizados acontecerem, sem ser pelos às vezes tão árduos patrocínios e editais. De outro lado, pessoas que eram doadoras e perceberam que não sabiam o que acontecia com o dinheiro que doavam para as instituições, queriam um meio de poder acompanhar os projetos acontecendo.

Essas pessoas se encontraram com essas ideias já na cabeça, e acharam que a melhor forma para colocar isso em prática era por meio do crowdfunding, que nada mais é do que uma vaquinha digital, várias pessoas doando pequenos valores para ver o projeto acontecer! Da união nasceu a Juntos!


SOBRE O INSTITUTO ELOS O Instituto Elos propõe soluções inovadoras para construir o melhor dos mundos de maneira coletiva e prazerosa através de uma fórmula simples: onde em geral se busca escassez, nós buscamos abundância. É cada dia mais evidente que a maior riqueza do planeta é a diversidade. Contamos com essa diversidade na hora de construir estratégias para transformar o mundo. Na nossa visão de mundo melhor, empresas e comunidades, adultos e crianças, governos e sociedade civil, trabalham, convivem, vivem lado a lado e oferecem o seu melhor para o melhor dos mundos.

Essa crença se reflete em uma equipe diversa, uma composição de experiências e um mosaico de saberes que vem sendo montado ao longo de uma história que começou no ano 2000. O Elos nasceu de um encontro de 5 jovens arquitetos e se tornou uma comunidade multidisciplinar focada em desenhar estratégias para construir o melhor dos mundos começando agora mesmo.

Conheça algumas instituições que fazem parte da história do Elos:


JUNTOS PELO RIO DOCE

Rua Correia de Melo – 85 - Sala 12 Bom Retiro – São Paulo – SP Brasil +55 11 41190038

www.juntos.com.vc

Rua Marechal Hermes – 37 Boqueirão – Santos – SP Brasil Cep 11025-040 +55 13 3326 4478

www.institutoelos.org contato:

natasha@institutoelos.org marianafelippe@institutoelos.org


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.