EMANUELA DANTAS
Distimia A FELICIDADE EM SER TRISTE
Distimia A FELICIDADE EM SER TRISTE
EMANUELA DANTAS
Distimia A FELICIDADE EM SER TRISTE
© 2017 Universidade do Porto © 2017 Faculdade de Belas Artes Todos os direitos reservados.
Distimia A Felicidade Em Ser Triste Diagramação e Composição: Emanuela Dantas Conteúdo: Coletânea de informações extraídas* de livros e pesquisas na área da psicologia, psiquiatria e sociologia.
*Os créditos devidos constam no fim deste livro.
Universidade do Porto Faculdade de Belas Artes Avenida Rodrigues de Freitas, 265 4049-021 Porto Portugal
Para: vocĂŞ De: mim
Sumรกrio
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ORIGEM E CONCEITO
SENTIMENTOS
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TRAÇANDO O PERFIL
INÍCIO, MEIO E FIM
TRATAMENTO
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A distimia se tornou uma doença tão comum quanto gripe mas com pouca informação por parte de quem sofre desse mal. Segundo o DSM-IV (2000), a distimia é caracterizada por humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades, causando prejuízo no funcionamento social, profissional, e outras áreas relevantes da vida do indivíduo.
Apesar de identificada já no século XIX, a distimia é, ainda hoje, pouco identificada pelo médico clínico e até mesmo pelo psiquiatra, em virtude de sua complexidade sintomática e, por vezes, pela confusão entre ser, efetivamente, um quadro clinico passível de diagnóstico e tratamento.
Abordar a Distimia é absolutamente essencial para todos os profissionais da área da saúde mental, particularmente para os psiquiatras que têm, em sua linha de frente, o paciente difícil e mal-humorado, mas que pode ser adequadamente tratado.
origem e conceito
De origem grega, o termo “distimia” etimologicamente significa “mal-humorado”. O radical grego dys (defeituoso, anormal) associa-se ao sufixothymia, referindo-se ao timo, órgão linfático torácico, que se acreditava estarassociado ao controle do humor. O distímico apresentaria um temperamento inclinado à melancolia, transliteração latina da palavra µελανχολια. Entre os gregos, a melancolia era considerada um problema mental, caracterizado por medo intenso e depressão. Nas palavras de Hipócrates: “se o medo e a tristeza duram muito tempo, tal estado é próprio da melancolia”. Areteus da Capadócia (primeiro a descrever o diabete, a enxaqueca e outros sinais semiológicos da medicina) observou a melancolia agita-
da e a proximidade com as semimanias em alguns casos de melancolia. Areteus propunha a verbalização dos sintomas pelo paciente como método de liberação do medo e da tristeza, diferenciando, ainda, a melancolia de causa biológica da “reação depressiva”, que seria psicologicamente determinada. Idade Média Com o fim de Roma o conhecimento médico europeu ficou restrito a algumas ordens religiosas, aos médicos medievais e aos barbeiros-cirurgiões. A dominância do clero sobre as questões humanas levou aos chamados 1000 (mil) anos de trevas. Ainda que hoje os historiadores relativizem a obscuridade da época, é inegável o re-
trocesso ocorrido nos conceitos sobre a mente humana e a saúde mental. Os árabes, entretanto, durante esse período, guardaram e aprimoraram o conhecimento médico. Surgiram importantes hospitais e escolas médicas no Cairo, em Bagdá e Damasco. Gondishapur, na Pérsia, que poderia ser considerado, na época, o maior centro médico do mundo, após a conquista árabe, passou a ser chamado de Universidade de Judi-i-Shapur, disponibilizando enfermarias psiquiátricas e psicoterapia aos pacientes. Pode-se dizer que o islã tratava seus doentes mentais com caridade e respeito não vistos na Europa, onde a reabilitação das almas perturbadas inicia-se somente no final da alta Idade Média.
Renascimento O Renascimento retirou da melancolia seu fardo de pecado. Marsílio Ficino (1433-1499), filósofo e religioso florentino, retoma a visão defendida por Aristóteles, aproximadamente no ano 300 a.C.: “Por que razão todos os homens de exceção na filosofia, na política, na poesia ou nas artes são manifestamente melancólicos?”. Ficino acreditava que intelectuais e filósofos, personalidades geralmente inclinadas ao temperamento melancólico, teriam nascido sob a influência de Saturno ou teriam assim se tornado pelo excesso em seus hábitos de leitura. No século XVI, na Espanha, Tereza de Jesus enfatiza a distinção entre melancolia – vista como
doença – e caráter melancólico, visto como traço deletério da personalidade: enquanto o primeiro merecia tratamento e compaixão, uma única freira com a perturbação caracterológica poderia incomodar profundamente a paz de um convento, tornando o convívio insuportável. Com o Iluminismo, características melancólicas passam a ser vistas como uma incapacidade em domar as emoções. Assim, a distimia passa novamente a ser encarada como um traço autoindulgente próprio de indivíduos pouco racionais. A Psiquiatria como especialidade médica O século XIX traz um crescente interesse nas formas menores da folie circulaire de Falret (1824-
1902), formas que, segundo o autor, um observador treinado poderia perceber como um continua à doença maior. O mesmo Falret escreve a respeito de formas atenuadas da doença circular, e C.F. Flemming, em 1844, utiliza o termo distimia pela primeira vez em uma publicação científica. Em 1863, Karl Ludwig Kahlbaum utiliza os termos ciclotimia para formas mais leves de flutuação do humor e distimia para formas da doença que apenas apresentavam uma fase de depressão atenuada. Para Kahlbaum, os distímicos não apresentariam formas flutuantes, nem episódios de mania, e as alterações crônicas das funções psíquicas não seriam evidentes, o que parece ter sido a primeira aproximação do termo distimia ao sentido médico.
Kurt Schneider, em diversas versões iniciadas em 1923 de sua monografia Die psychopatische Personlichkeiten (personalidades psicopáticas), incluiu o subtipo depressivo, que é geralmente considerado a definição empírica definitiva sobre o tema. Alguns autores consideram a personalidade depressiva equivalente ao conceito atual de distimia. Schneider subdivide os indivíduos com tal personalidade em melancólicos e mal-humorados, fazendo alusões sobre a “aristocracia do sofrer”, ou seja, certa sensação de orgulho que alguns apresentam em comparação à “superficialidade” das demais pessoas, a percepção de uma realidade mais profunda que não seria compartilhada por todos. Descreve-os como pessoas que deploram o passado e temem o
futuro, apresentando algumas características fundamentais: 1. pessimismo, tristeza, seriedade e incapacidade de sentir prazer ou relaxar; 2. preocupação com o sentido da vida; 3. noção extrema do dever, sendo operosos e rígidos; 4. ceticismo extremo; 5. autocrítica exagerada. A distimia torna-se mal-adaptativa quando favorece o afastamento das atividades rotineiras, com diminuição da capacidade de enfrentamento e da flexibilidade adaptativa, o que levaria a maior vulnerabilidade em alguns ambientes como o meio urbano do século XXI.
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Sentimentos
A Distimia afeta o corpo, o estado de ânimo e os pensamentos da pessoa, o que não impede que ela continue funcional apesar da tristeza que aperta no corpo e na mente na maior parte do dia. Geralmente a pessoa tem a sensação de que a distimia faz parte de seu jeito de ser e justifica dizendo sempre fui assim, achando que esse é seu modo normal de funcionamento, tem uma total ausência de reconhecimento da doença. As pessoas que cercam os distímicos acreditam que elas são daquele jeito, intolerantes, desanimadas, criticas, sem energia, mau humoradas e tristes. Por isso a qualidade de vida das pessoas distímicas é considerada pior que nos demais tipos de depressão.
Afetividade e Humor Afetividade pode ser definida como todo o domínio das emoções, dos sentimentos e dos estados de humor. Está relacionada com as sensações, impulsos, como todo tipo de vivência individual, e suas formas complexas de expressão.
Afetividade e Emoção Emoção é uma reação afetiva aguda, intensa e de curta duração. Geralmente é desencadeada por estímulos diversos, que podem ser externos ou internos. Por exemplo, ficar irritado em uma discussão ou lembrar de algo desagradável e sentir raiva ou sentir-se alegre na companhia de amigos. Afetividade e Sentimento Sentimento é um estado afetivo mais estável, mais duradouro e menos intenso que a emoção. Quem sofre deste transtorno sente geralmente um vazio, uma grande desesperança, uma falta constante de alguma coisa. Apresenta sofri-
mento individual, por causa da inadequação e do isolamento social, sempre carrega certa fadiga física e mental o que prejudica seu funcionamento profissional e sua maneira de pensar e concretizar as coisas. As pessoas distímicas tendem a acentuar os aspectos negativos da vida e minimizar os positivos, isto faz com que aproveitem muito pouco das coisas boas da vida.
Traรงando o perfil
A distimia é um transtorno de humor, parecido com a depressão, mais leve, acontecendo de forma crônica e mais prolongada, a persistência da tristeza é de pelo menos dois anos. Grande parte das pessoas vivem esta doença sem saber e sem compreender a razão do abatimento prolongado do estado, da falta de interesse pelas coisas e da apatia. Os distímicos padecem de perda de autocrítica quanto à doença, cansaço, mal-estar, apatia, anedonia, baixo interesse e insatisfação em várias áreas da vida, levando-os geralmente a ter uma vida limitada, com poucos relacionamentos sociais e com dificuldades nas áreas familiar e profissional.
As pessoas com distimia geralmente perdem o interesse nas atividades diárias normais, tem baixa produtividade, baixa autoestima, sentimentos de inadequação, alta criticidade com eles e com os demais, e irritabilidade. Também apresentam mau humor crônico, dificuldade de concentração, negativismo constante e alta taxa de frustração. São rabugentas e com dificuldade de sentir prazer ou de se divertirem. Os distímicos vivem numa insatisfação continuada, que reforça e retroalimenta a culpa e remorso pela falta de autocontrole em suas reações, assim como os sentimentos de baixa autoestima e autodesvalorização o que leva a cronicidade do transtorno.
3 a 6% por cento da p possuem
população no mundial m distimia
Consideram que a utilidade clínica das classificações multiaxiais são adequadas e inegáveis, e discutem estudos que delineiam achados prós e contras estas duas instâncias patológicas. Como a prática clínica limita-se a uma observação transversal do curso e evolução dos transtornos de personalidade e humor, consideram fundamental a avaliação da personalidade diante de pacientes com hipótese de distimia ou depressão. A afirmação “a ideia de que um transtorno de personalidade é imutável nunca foi testada” fica à avaliação dos leitores. Os sintomas físicos da distimia são: 1. Distúrbios alimentares: podem apresentar excesso ou falta de apetite;
2. Distúrbios de sono: insônia e sonolência diurna, assim como falta de sono reparador de cansaço físico e mental; 3. Distúrbios gastrointestinais: síndrome do intestino irritável, alternância entre obstipação e diarreia; 4. Dores: dor de cabeça e dores musculares, excesso de contração muscular involuntária; 5. Queixas intelectuais: desatenção, esquecimentos, falta de criatividade, etc. Pessoas distimicas são conhecidas como: 1. Melancólicas, depressivas, tristes e com sentimentos de desesperança; 2. Pessimistas, mau humoradas, rabugentas, inadequadas;
3. Perfeccionistas com baixa tolerância à frustração e aos defeitos dos outros; 4. Com baixa autoestima e alta autocritica; 5. Com dificuldade para ver o lado positivo da vida e baixo interesse em diversão e confraternização; 6. Com desenvolvimento profissional e familiar prejudicado pela isolamento social e pela apatia; 7. Com dificuldade de concentrar-se e de tomar decisões; 8. Com sentimentos de inutilidade, culpa e remorso excessivas.
InĂcio, meio e fim
A distimia freqüentemente começa cedo na vida, na infância, adolescência ou início da idade adulta, por isso facilmente confundindo-se com o jeito de ser da pessoa. Em crianças, muitas vezes expressa-se por irritabilidade e mau humor, ou então pode parecer “boazinha” demais, sendo uma criança que brinca e permanece quieta a maior parte do tempo, que não faz bagunça, não incomoda, e não raro, diz-se que esse é o “jeitinho” dela. Em adolescentes pode associar-se principalmente à rebeldia e irritabilidade, mas isolamento e abuso de drogas podem ocorrer. Sintomas da distimia geralmente vêm e vão ao longo de um período de anos, e sua intensidade pode mudar ao longo do tempo. Quando a
distimia começa antes dos 21 de idade, ele é chamada de distimia de início precoce. Quando começa depois disso, ele é chamada de distimia de início tardio. Já em crianças, a distimia pode ocorrer juntamente com distúrbios de comportamento ou de aprendizagem, transtornos de ansiedade ou deficiências de desenvolvimento. É perfeitamente normal sentir-se triste, chateado ou infeliz com situações estressantes da vida. Contudo, pessoas com distimia experimentam essas sensações constantemente durante por anos. Isso pode interferir nos relacionamentos, trabalho e atividades diárias.
Diagnosticando um distímico O diagnóstico é baseado nos sintomas da pessoa. No caso de distimia, esses sintomas devem estar presentes por um longo período de tempo e ser menos grave do que nos pacientes com depressão. O médico ou médico vai querer ter certeza de que os sintomas não são o resultado de uma
condição física, como hipotireoidismo. Dessa forma, podem ser pedidos alguns exames de sangue e imagem para descartar outras possibilidades. Será feita então uma análise psicológica completa, incluindo uma discussão com profissional da área de psicologia ou psiquiatria sobre os seus problemas, sentimentos e comportamento geral. Pode ser que você precise responder um questionário que ajuda no diagnóstico.
Tratamento
Comumente a pessoa com distimia não procura tratamento por esse problema. Porém, esta é uma doença freqüentemente associada a outras, como depressão, transtornos de ansiedade (principalmente transtorno do pânico), abuso de álcool e drogas e múltiplas queixas físicas (dores, por exemplo) de origem psicológica. Portanto, são pessoas que terminam por recorrer a vários tratamentos médicos, muitas vezes usando várias medicações, mas não tratando especificamente a distimia. Os dois principais tratamentos para a distimia são o farmacológico e o psicoterapêutico. Os fármacos mostram-se mais eficazes quando combinados com a psicoterapia. A terapia, por se tratar de um transtorno crônico, tem por
objetivo tentar controlar as emoções negativas, para poder permitir ao paciente uma melhor qualidade de vida. A terapia pode facilitar a compreensão de sentimentos, pensamentos e comportamentos, apreendendo habilidades saudáveis de enfrentamento e de tomada de decisões. Qual o tratamento se aproxima do seu quadro irá depender de fatores como: Gravidade dos sintomas 1. O desejo do paciente de resolver questões emocionais ou situacionais que afetam sua vida 2. Preferências pessoais do paciente 3. Capacidade de tolerar medicamentos 4. Outros problemas emocionais que podem ocorrer junto com a distimia.
Medicamentos para distimia Tipos de antidepressivos mais comumente usados para tratar a distimia incluem: 1. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs) 2. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN ou SNRI) 3. Antidepressivos tricíclicos Quando se tem distimia, é preciso fazer acompanhamento médico e tomar antidepressivos para manter os sintomas sob controle.
Psicoterapia para distimia A psicoterapia pode ajudá-lo a aprender sobre a sua condição e seu humor, sentimentos, pensamentos e comportamentos. Usando as ideias e conhecimentos que você adquire na psicoterapia, é possível aprender habilidades de enfrentamento saudáveis e gestão de estresse. A psicoterapia também pode ajudá-lo a: 1. Aprender a tomar decisões 2. Reduzir padrões de comportamento autodestrutivo, como a negatividade, a desesperança e a falta de assertividade 3. Melhorar a sua capacidade de funcionar em situações sociais e interpessoais de trabalho.
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