Ed22

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outubro 2005 :: ano 2 :: nº 22 :: www.arteccom.com.br/webdesign

R$ 7,90

e d i t o r a

arteccom

encontre o seu

público-alvo táticas de especialistas para identificar e atrair visitantes

foco no usuário “Não devemos nos preocupar em atender a todos que acessam, mas sim em atender bem àqueles a quem o site é direcionado”

publicidade online há fronteiras para a criação? Veja o que pensam os profissionais da área

e-cards personalização, baixo custo, marketing viral e interatividade numa única ferramenta

Marcos Nähr - Dell

Podcast e RSS Navegue sem moderação no novo site da , que aposta nestes recursos para dialogar com o consumidor num canal aberto e democrático


direitos autorais


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quem somos

Analisando o comportamento de nossos leitores e assinantes, a partir de emails recebidos, sugestões, solicitações e críticas, desenvolvemos o novo site da Revista Webdesign. E, pelo jeito, a metodologia funcionou!

Editorial

A vossa Majestade.

Equipe Direção Geral Adriana Melo adriana@arteccom.com.br

Direção de Arte Patrícia Maia patricia@arteccom.com.br

Ilustração Beto Vieira beto@arteccom.com.br

Essa edição trás, por isso, um assunto, a princípio, pouco atrativo, mas extremamente importante: público-alvo. Como o glamour das

Diagramação Leandro Camacho

Planejamento, que se encarrega de estudar o target de um site, ficam

Direção de Redação Andr é Philipp e Iunes andre@arteccom.com.br

nos bastidores, sem a fama merecida. Ma,s é justamente essa etapa, anterior ao layout, que dita as regras do jogo. Se analisarmos bem o nosso público, certamente a comunicação será eficaz e o projeto, um sucesso!

Redação Tatiana Serra tatiana@arteccom.com.br

Assinaturas Jan e Costa jane@arteccom.com.br

E vou concluir com uma frase de Paola Sales, pág. 37, que achei fantástica: “O usuário que perde seu tempo escrevendo um email ou aguardando em um 0800 para fazer uma reclamação, ou dar uma sugestão, deve ser tratado como um rei.”

Gerência de Tecnologia Fabi o Pinheiro fabio@arteccom.com.br

Webdeveloping Eric Nascimento eric@arteccom.com.br

Financeiro Luana Rocha

Boa leitura.

luana@arteccom.com.br

Abraços. A Arteccom é uma empresa de design, especializada na criação de sites e responsável pelos seguintes projetos: Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br Projeto Social Magê-Malien :: www.arteccom.com.br/ong

Criação e edição www.arteccom.com.br

Adriana Melo

Produção gráfica www.prolgrafica.com.br

Distribuição www.chinaglia.com.br

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:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.

leandro@arteccom.com.br

agências vai sempre para a área de criação, outros departamentos como


menu apresentação

matéria de capa

pág. 4 quem somos

pág. 20 entrevista: Marcos Nähr

pág. 5 menu

pág. 28 público-alvo: conhecer para conquistá-lo

contato

e-mais

pág. 6 emails

pág. 39 debate: publicidade online:

pág. 6 fale conosco

há fronteiras para a criação? pág. 45 estudo de caso: Kaiser

fique por dentro

pág. 50 e-cards

pág. 10 clipping

pág. 54 tutorial : Padrões Web 4 com a palavra pág. 58 webwriting: Bruno Rodrigues

portfólio

pág. 60 marketing: René de Paula Jr.

pág. 12 veterano: Divex

pág. 62 bula da Catunda: Marcela Catunda

pág. 18 calouro: Maurício Galasso

pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer

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emails Assunto: Incentivo

Oi povo da WD! Gostaria de ler algum estudo comparando os profissionais

Acho que deveria se estimular mais empresas a

superespecializados e aqueles que têm que saber

entrarem no ramo aqui em BH/MG. Pois, assim como o abraweb só cria oportunidades e cursos para SP... vemos a necessidade de

um pouco de tudo por estarem em empresas mais enxutas. Ainda na comparação até que ponto os freelancers

abrir a AWMG.

fazem de tudo?

Abraços Wagner wagner@w2designer.com

posicionado no mercado? Parabéns pelo trabalho de

Tem toda razão, Wagner! Por isso,

qualidade!

temos o curso online para criação de

Patricia Zisman pzdesign@globo.com

sites

Web

para

Designers

(www.arteccom.com.br/curso), para atender as demais cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Espero que ajude!

Marcelo e Patrícia, a próxima edição será especialmente para vocês! Falaremos sobre o profissional de internet, piso salarial,

Assunto: perfil do profissional

Assunto: Associações

Assunto: Cursos

Como cada grupo está

como anda o mercado, metologia de

Primeiramente, gostaria de

Gostaria de encontrar

parabenizar a equipe pela

maiores informações sobre

qualidade editorial da

cursos de animação e 3D

Webdesign.

principalmente em Curitiba.

Entendo que a revista ocupou

Mayara Christina Dias maywebdesign@yahoo.com.br

um espaço importante no propósito de informar sobre as melhores práticas desse

Mayara,

complexo universo que se

pode

em

constitui a “estética digital”.

(www.cadritech.com.br) - tel: (41)

procurar

Curitiba a

você

Cadritech

Aproveito para sugerir uma

3254-4620. No link www.curitiba-

trabalho dos freelancers etc.

matéria sobre a organização

parana.com/informatica-

Acho que vão gostar ;)

do setor de agências digitais,

computacao.htm você também

que começam a ter

encontrará outras instituições.

Gostaria de ver na revista um

representatividade a partir

debate sobre o perfil do

da formação de entidades

profissional de design que

como a AGADi (Associação

normalmente as agências têm

Gaúcha de Agências Digitais)

como preferencial para

e movimentos similares na

efetivar. Diploma dita a

Bahia, em SP e outros

Boa sorte!

Assunto: Tutorial

ordem ou não? Para ter uma

estados.

Olá. Sempre acompanho a

boa chance é preciso ter

Abs, Cesar Paz Diretor Presidente da AG2 | Presidente da AGADi (Associação Gaúcha de Agências Digitais)

revista Webdesign e só tenho

grandes trabalhos no portfólio? E quem tá começando? Por favor, galera da minha viciosa

elogios a fazer. Gostaria de pedir que fosse colocado na revista um espaço com tutoriais de algumas áreas

revista, tire essas dúvidas de

Cesar,

como Design, por exemplo.

vez da cabeça dos iniciantes!

com certeza será uma ótima matéria!

Grato.

A revista é show!

Então, aproveito para pedir aos

Marcelo S. Pereira marcelowd_ar@hotmail.com

leitores associados ou que conheçam

Youssef Abrahão yabrahao@hotmail.com

alguma instituição do gênero, que entrem em contato conosco pelo email arteccom@arteccom.com.br deixando sua sugestão.

Youssef, por enquanto estamos abordando o tema Tableless em nossos tutoriais devido ao grande número de pedidos, mas adoramos a sua sugestão e levaremos à reunião de pauta para ser discutida, muito obrigada ;)

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign :: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

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clipping

Lançamento:

Google lança ferramenta que faz pesquisa de blogs

seus assuntos favoritos”, o Blog Search foi criado com o objetivo

“Publicidade com Flash MX 2004 Banners”

de ajudar os usuários do site a explorar o universo da

Editora: Ciência Moderna

O Google lançou nesta semana uma nova ferramenta de pesquisa: um buscador de blogs. Com o lema “Ache blogs com

“autopublicação de maneira mais eficiente”.

Autora: Flávia Barbieri Soares

“Quer você esteja procurando análises sobre o Harry Potter,

Ainda que este livro tenha sido

comentários políticos, receitas de saladas de verão ou qualquer

desenvolvido com o intuito de aprofundar o conhecimento dos

outra coisa, a pesquisa de blogs permite que você descubra o que

leitores sobre o vasto (e novo) universo da publicidade na web;

está sendo dito sobre qualquer assunto”, afirma o Google em sua

sua didática acaba por facilitar o aprendizado da ferramenta.

página.

O livro, então, passa a ter dois objetivos: O desenvolvimento de

Segundo o site, além de pesquisas de blogs escritos em inglês, o

banners eficientes e interativos, e o aprendizado do programa

serviço procura endereços em francês, italiano, alemão,

Flash MX 2004 de forma agradável e simples.

espanhol, chinês, coreano, japonês e português, entre outros

(02)

idiomas. O banco de dados por trás do mecanismo vai fazer a indexação de todos os blogs existentes, e não apenas daqueles publicados por meio do site Blogger.com, do qual o Google é dono. Por enquanto, as buscas na versão beta trazem apenas resultados de mensagens publicadas a partir de junho de 2005, mas o Google disse que já trabalha para que a pesquisa também traga textos mais antigos. Endereço A ferramente está disponível em quatro endereços: blogsearch.google.com (interface com estilo do Google), search.blogger.com (interface com estilo do Blogger), Painel do Blogger e Navbar (em qualquer blog do Blog*Spot). A pesquisa em todos os lugares é a mesma, independente de como ela foi acessada. A Navbar, no entanto, tem dois botões: um para pesquisar o blog que estiver sendo visualizado e outro para pesquisar todos os blogs.

Blog sobre Jefferson pode render prêmio a internauta de Brasília O redator publicitário Ricardo Serran Lobo está entre os blogueiros brasileiros que participam do concurso internacional The BOBs (The Best Of The Blogs). Seu diário “Vizinho do Jefferson” foi indicado à categoria de melhor blog jornalístico escrito em português. A competição organizada pela Deutsche Welle, que no Brasil conta com a colaboração da Folha Online, está em sua segunda edição. Aqueles que produzirem os melhores diários virtuais jornalísticos —categoria que inclui nove línguas— ganharão um iPod Shuffle, toca-MP3 da Apple. Qualquer internauta pode sugerir blogs para o concurso. A etapa de inscrições vai de 1º de setembro a 23 de outubro. O “Vizinho de Jefferson” foi indicado por divulgar na internet comentários políticos de alguém que tem uma visão privilegiada — há cinco anos, Lobo mora no apartamento em frente ao do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em Brasília. Seleção Os blogs indicados devem se encaixar em uma das 13 categorias

(01)

pré-estabelecidas: melhor weblog, blog multimídia, podcast, Repórteres sem Fronteira (para aqueles engajados na liberdade de expressão) e weblog jornalístico (dividido em nove línguas). Um júri internacional formado por 12 jornalistas, pesquisadores de mídia e especialistas em blogs deve analisar, entre 24 de outubro e 20 de novembro, os nomeados de cada categoria. Durante o período, os internautas também podem fazer sua escolha no site

(01) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u18973.shtml

do The BOBs. O resultado sai no dia 21 de novembro.

(02) http://www.arquivofla.com/livro_banners (03) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u18958.shtml (04) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u18976.shtml (05) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u18972.shtml

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(03)


adote esta página clipping

Depois de mudança no Orkut, internautas devem redobrar cuidados

Pelo menos 13% dos internautas já buscaram romance na web

Os usuários do site de relacionamentos Orkut devem redobrar os cuidados nos próximos dias, alerta um especialista em segurança

Cerca de 13% dos

on-line. Isso porque piratas virtuais devem criar, nos próximos

internautas europeus já procuraram na internet um parceiro para

dias, golpes com base na mudança efetuada pelo Google. “Pessoas mal-intencionadas podem criar e-mails falsos, pedindo que os internautas façam a atualização do Orkut. Isto deve

relações amorosas. Isso é o que mostra uma pesquisa sobre estilo de vida digital encomendada pela Intel e divulgada pelo site

acontecer nos finais de semana, já que os estelionatários virtuais preferem ‘trabalhar’ aos sábados e domingos”, afirma Denny Roger, diretor da empresa de segurança Batori. Uma das possibilidades é que, ao

eMarketer.

fazer a falsa atualização, as vítimas

O número aumenta quando

instalem involuntariamente em

considera os hábitos apenas dos britânicos, como fez um estudo da empresa Nielsen//Netratings. De

seus micros programas maliciosos. Com eles, os piratas podem roubar as

acordo com a companhia, 33% dos internautas do Reino Unido

informações e fazer, por exemplo, transferências financeiras sem

já usaram a internet para encontrar um “parceiro em potencial”.

autorização do titular da conta corrente.

A porcentagem é a mesma entre aqueles que consideram o trabalho um bom lugar para encontrar alguém especial. No topo da lista ficam os bares e danceterias (53%) e os encontros em

(05)

que duas pessoas são apresentadas por um amigo em comum (também 53%). Ainda segundo a Nielsen//NetRatings, homens e mulheres divergem na maneira como procuram romance na internet. Elas focam suas atenções em amizades, que podem futuramente acabar em namoro. Eles, por outro lado, vão direto ao ponto: buscam pessoas para relacionamentos amorosos, incluindo aí relações duradouras e casamento.

(04)

Dica de leitura: “A arte de planejar o tempo” Editora: Literalis Autor: Jaime Wagner Com a aceleração dos eventos já não são mais as carrilhões a marcar as horas, mas bips eletrônicos a soar a cada segundo. A economia globalizada amarra todo o planeta numa malha de horários, que regula as trocas e interações mútuas. Em todas as esferas da vida, as pessoas estão

Selo Peixe Grande 2005 Estão abertas as inscrições para a segunda edição do concurso “Selo Peixe Grande”, promovido pela Revista Webdesign, que elege os melhores portfólios brasileiros de sites. Este ano, o Selo contará com as categorias Profissionais autônomos/freelancers e Agências. A votação será dividida em duas etapas, e as inscrições são gratuitas. Na primeira, o público escolherá os 30 melhores concorrentes

sincronizadas segundo a segundo, num ritmo único e cada vez mais acelerado, marcado por horários de trabalho, de estudo, de refeições, de reuniões, das bancas, das lojas, das bolsas, do noticiário, da TV, do esporte, do cinema e do teatro. “Sem perceber, o homem civilizado, como Gulliver em Lilliput, encontra-se preso por milhões de tênues filas. Isoladas, mal são percebidos; juntos, privam-no da sua liberdade”. Muitos se sentem como escravos da tempo. E você? Tem tido tempo para amar e para fazer diferença e na trabalho e na vida pessoal?

e, na segunda, o júri irá selecionar os 10 peixes grandes. Mais informações: www.arteccom.com.br/webdesign/peixegrande

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portfólio veterano :: Divex

Divex Desenvolvendo a “visão digital”

Por Tatiana Serra

Fazer de empresas predominantemente tradicionais, empresas com habilidades digitais, contando com a experiência de quem já percorreu o caminho centenas de vezes. Esta é a proposta da Divex, empresa de Porto Alegre que diz ter começado juntamente com a internet comercial no Brasil, em 1995.

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natural incorporação ao DNA da empresa – e o ganho de

desempenho de uma empresa. Os websites dificilmente

performance. “Ou seja: tanto otimizar, quanto transformar

deixarão de ser uma demanda, e têm sua importância.

processos, através do uso pensado da internet, produzirá

Entretanto,

influenciem

vantagens em relação à concorrência, além de proporcionar

diretamente processos que movem a empresa é o real foco do

um avanço tecnológico. Costumo dizer que uma empresa que

nosso interesse”, afirma Ricardo Formighieri de Bem, diretor

consegue olhar para si mesma e enxergar em que ponto a

executivo da empresa.

internet pode ser decisiva estará, ao aplicar essa visão,

desenvolver

sistemas

que

Quanto às principais conseqüências no funcionamento das empresas que optaram pelas habilidades digitais, Ricardo destaca a adaptação a uma realidade emergente – e sua

ganhando fôlego, força, agilidade e novas capacidades em relação àquelas que não tiverem essa condição”, explica ele. Classificando essa “virtude” como “Visão Digital”, o diretor executivo cita Nicholas Negroponte, diretor do Media Lab. do Massachusetts Institute of Technology: “no seu clássico ‘A

“Costumo dizer que uma empresa que consegue olhar para si mesma e

Vida Digital’, ele dividia o mundo entre átomos e bits e já projetava a venda de música na forma de bits – como hoje já ocorre com o iTunes, da Apple – ao invés de gravada em

enxergar em que ponto a internet pode ser decisiva estará, ao aplicar essa

pedaços de plástico – átomos. Isso é transformação de modelos. Esse é o maior poder da internet e ainda muitíssimo sub-utilizado. Verter átomos para bits, sempre que possível;

visão, ganhando fôlego, força, agilidade e novas capacidades em relação àquelas

migrar do físico para o virtual; inovar e transformar sempre terão diferentes graus, tanto de profundidade quanto de abrangência. Mas, o mais importante é enxergar”.

que não tiverem essa condição” Ricardo de Bem

Cliente é cliente no físico e no virtual O que é fundamental ao trabalhar a imagem de um cliente na internet? Para Ricardo, é manter e reforçar a imagem que o cliente tem no mundo físico. O grau de preocupação com o virtual, não raras vezes negligenciado, segundo ele, deve ser o mesmo que se tem com o real. “Não há razão que justifique desleixo em responder e-mails, quando a prática de retornar telefonemas é crucial e inquestionável. Ambos os procedimentos estão ligados a algo muito importante para a imagem: respeito. Assim como é impressionante o número de iniciativas na web que desqualificam, desprezam e depreciam o esforço de anos de construção de imagem e marca, seja pela simples ausência de unidade visual, seja pelos pecados na experiência de navegação proporcionada”. Concluindo, Ricardo enfatiza: “a imagem de um cliente não se restringe ao design, ao estético, ao belo ou ao feio, ao moderno ou ao

www.divex.com.br

tradicional, mas molda-se, sim, sobre uma equação formada

13 13

portfólio veterano :: Divex

“A Divex procura atuar em fatores que afetem o


portfólio veterano :: Divex

por variáveis tão distintas quanto postura perante ao consumidor, percepção transmitida em relação à concorrência,

Competência, reputação, adaptabilidade, vendas e atendimento Para o diretor da Divex, estes são os fatores que podem

leque de serviços online e força da marca”. Com o objetivo de se diferenciar da concorrência, a Divex

determinar o sucesso de uma empresa. A grande busca seria

adotou o e-builder como modelo de atuação. “A consultoria

por competência. “Só que competência, hoje, é algo mais

estratégica está à frente de qualquer iniciativa. Nenhum

amplo do que saber fazer bem feito. Ser competente é não

recurso tecnológico, por mais entusiasmante que seja, deverá

apenas saber fazer, mas ter proatividade, capacidade de

impor-se à lógica de um investimento que busca resultados.

resolução e, acima de tudo, comprometimento. O pior

O planejamento rege a subserviência dos recursos de TI

profissional é o profissional que busca apenas remuneração”,

aos propósitos de mercado do projeto. Nesse contexto, a

detalha Ricardo, que também dá dicas para os profissionais

comunicação interativa entra com o importante papel de

que estão começando no mercado: “escolha uma causa, uma

conseguir estabelecer um diálogo entre tudo o que foi

empresa que se identifique com essa causa e faça parte de um

proposto e aquele que é a razão de existir do projeto: o

time. Envolva-se. Senão, você será apenas mais um, dentre

público-alvo”, diz Ricardo.

muitos”. Falando em atendimento... A Divex atende diferentes

e-builder

X

Consiste na utilização integrada das atividades de Consultoria Estratégica, Tecnologia da Informação e Comunicação Interativa.

segmentos de mercado. “Essa é uma característica comum para quem trabalha com desenvolvimento para internet, principalmente quando um dos produtos é algo tão genérico e versátil quanto ‘websites’. Nosso diferencial reside justamente naquele fator que extrapola essa commodity chamada tecnologia: a visão estratégica do uso da tecnologia”, explica

“a imagem de um cliente não se

Ricardo.

restringe ao design, mas molda-se, sim, sobre uma equação formada por variáveis

Atendimento - História Curiosa

X

“Tivemos um caso em que um aviso sonoro deveria ser

tão distintas quanto postura perante ao

emitido, num sistema de atendimento on-line, que o cliente insistia em afirmar que não funcionava. Dizia que o aviso

consumidor, percepção transmitida em

sonoro não tocava. E o aviso era em MP3, bastante inconfundível, digamos. E horas de discussão ao telefone e de

relação à concorrência, leque de serviços

novas tentativas por parte do cliente passaram-se, até que alguém resolveu perguntar se o computador em questão tinha

on-line e força da marca”

caixas-de-som. Não tinha...”- Ricardo de Bem

Ricardo de Bem Com relação à política da empresa, Ricardo fala de duas realidades distintas: “quando o assunto é projeto, a Divex opta por trabalhar com uma carteira fixa e sempre mais em cada cliente. Isso garante profundidade no entendimento do negócio e evolução permanente; quando trata-se da nossa

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linha de produtos – SmartWeb – queremos ganhar em escala”. E com relação às principais metas, ele destaca a expansão da linha de produtos e a consolidação na área de projetos. “São, portanto, duas frentes, sendo a de produtos, a mais ambiciosa. Os atuais projetos envolvem um portal e uma comunidade online, ambos para o setor da saúde, duas customizações de CRM para a web e a ampliação da linha Smart”, conclui ele, lembrando que, quando a empresa atinge suas melhores expectativas, a melhor parte está em identificar, mais do que a satisfação do cliente, o orgulho na equipe.

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portfólio veterano :: Divex

Clientes com “visão digital” Dentre os clientes da Divex, Ricardo cita alguns exemplos em que a “visão digital” ajudou a melhorar processos e resultados:

a

Capa

Engenharia

é

uma

construtora que apostou no autoatendimento via internet e tem, em seu site, áreas especiais para os clientes consultarem seus extratos e verificarem sua posição financeira junto à empresa.

a automatização da versão online do a Self Engenharia utiliza a internet como mais um canal de vendas. A implementação do “Corretor Online”, da Divex, já viabilizou o encaminhamento

de

vários

Jornal do Comércio foi outra grande realização, pois, juntamente com o redesign do portal, permitiu-se que a própria redação do jornal pudesse publicar a versão digital.

negócios que culminaram em vendas.

Letras&Conceitos, papelaria

e

café:

livraria, iniciar

e

incentivar a geração de uma base de dados de clientes, estimular a interação com esse público e aumentar o volume de vendas

o Sinduscon-RS, hoje, informa seus mais

foram os maiores destaques desse

de quatrocentos associados, em todo o

projeto.

estado, com boletins digitais, eliminando custos com gráfica, papel e correio, além da economia de tempo de pessoal e controle dos envios.

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portfólio calouro :: Maurício Galasso

Plugado em idéias inovadoras

por Tatiana Serra

Maurício Galasso visa a união design-tecnologia como meio de expressão profissional e intelectual, investindo no trabalho diferenciado e milimétrico como filosofia. Formado em Comunicação Social e pós-graduado em Design de Hipermídia, este paulistano de 33 anos sempre quis trabalhar

tudo isso perdido, deve-se fazer um bom estudo de usabilidade e navegabilidade. O usuário agradece”.

com criação, independentemente da área impressa ou digital, e

“Design não é pizza, não insista”. Por incrível que pareça, o

define seu trabalho como diferenciado e milimétrico. “Milimétrico

trabalho de um designer ainda pode ser mal compreendido e mal

do ponto de vista das percepções e do que o cliente realmente

remunerado. “Muitos clientes ainda entram em contato comigo e

deseja”. De acordo com sua “filosofia de trabalho”, o designer tem

pedem, na hora, o valor do site, Digo site porque eles não vêem

a obrigação não apenas de realizar o projeto e sim orientar o

como projeto e talvez nem tenham essa obrigatoriedade. Eles

cliente na sua área de atuação. No caso de um cliente cujo

vêem como algo que necessitam e querem ver pronto o mais

público-alvo não acessa a internet e nem possui computador, por

rápido possível”, afirma ele.

exemplo, não é necessário criar um website só porque o mercado teoricamente exige.

Como seu melhor projeto, Maurício destaca o site do paisagista Gil Fialho (www.gilfialho.com.br), pelo alto nível de

Hoje, Maurício trabalha principalmente com web, mas

exigência que possibilitou a ele um crescimento no que diz

também desenvolve projetos de identidade visual, mídia impressa

respeito a raciocínio de projeto. Já o www.espaco2.com.br

e multimídia. “Geralmente, projetos digitais são menos

(empresa que fabrica luminárias) é destacado devido a

problemáticos do que a mídia impressa, que exige um maior

“impecável” relação clientexdesigner. Outros importantes

acompanhamento, gráfica, impressão etc. Prefiro web, mas não

projetos são o website da Secretaria de Segurança de São Paulo

deixo de lembrar que o resultado de um bom projeto impresso

(www.ssp.sp.gov.br) e o portal de serviços do Detran SP

também é fantástico. Temos que estar preparados para todos os

(portal.detran.sp.gov.br).

tipos de mídia”, diz ele, que, futuramente, pretende montar um studio que ataque em todas as frentes imagináveis. Como fonte de informação, Maurício se abastece da relação com as pessoas e da internet como confirmação e avaliação. Segundo ele, há muitos profissionais no mercado leiloando projetos, e pouca gente realmente boa e talentosa. “É claro que programações mais complexas exigem conhecimentos de profissionais especializados, mas, existem coisas que podem ser resolvidas pelos próprios designers de web. É claro que existe uma barreira por trás, estou tentando quebrar a minha”, admite ele, ressaltando também a falta de conhecimento em assuntos como usabilidade e ergonomia. “Um bom projeto deve ser baseado em ergonomia, estética, objetivos e, para não deixar

site do paisagista Gil Fialho (www.gilfialho.com.br)

O site de Maurício Galasso é <www.mauriciogalasso.com.br> e o email para contato, <mauriciogalasso@terra.com.br>. Para participar da seção portfólio, cadastre-se no site www.arteccom.com.br/webdesign.

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entrevista :: Marcos Nähr

PorAndré Philippe Iunes

Um dos passos mais importantes na concepção de um projeto online está na identificação e análise do público a quem ele se dirige. Se essa etapa não for bem definida, os objetivos finais podem se perder ao longo de todo o processo de elaboração. Para entender mais sobre o assunto, a Webdesign conversou com Marcos Nähr, webtechnologist do departamento de marketing da Dell Computadores no Brasil e responsável pelo desenvolvimento do site e loja online da empresa.

20 20


usuário na rede, o designer gaúcho, de 32 anos, analisa a evolução da internet e destaca também alguns dos benefícios do uso sócio-comercial das comunidades virtuais. Com trabalhos realizados para empresas como Telemig Celular, Amazônia Celular, Telefônica, entre outros, Marcos Nähr explica alguns métodos, como o Persona-Based Design (design

entrevista :: Marcos Nähr

Autor de vários artigos sobre o comportamento do

“a principal evolução percebida pelos usuários foi o fato de a internet ter se tornado um meio de educação, entretenimento, comunicação e expressão pessoal.”

baseado em personagens) e Epicenter Design (design de epicentro), referentes ao estudo sobre o público-alvo. Sendo

E, em algum lugar entre essas duas vertentes, temos os

assim, antes de planejar um trabalho para web, conheça um

usuários, suas necessidades e atividades cotidianas.

pouco mais sobre a ciência do usuário e aprenda a identificar suas reações e anseios. Wd :: Após 10 anos da popularização da internet no Brasil, quais foram, na sua opinião, as principais evoluções no que diz respeito ao comportamento do usuário na rede? Nähr :: É interessante analisar a evolução da internet neste período relativamente curto de existência. De um lado, temos a significação social desta evolução: o modo como alterou e ainda vai alterar a sociedade. De outro, as questões relativas à tecnologia:

O usuário, no entanto, está muito longe dos sonhos, utopias e visões das teorias especulativas sobre as alterações sociais em função do uso da internet, e também muito longe dos detalhes da evolução tecnológica dessa mídia. Neste sentido, a principal evolução percebida pelos usuários foi o fato de a internet ter se tornado um meio de educação, entretenimento, comunicação e expressão pessoal. Esta evolução deixou claras três formas particulares de comportamento no uso da web: busca (processo de localizar algo específico), navegação

o seu formato e possibilidades

(busca mais randômica e ampla de

para o futuro.

informações) e monitoramento (visitação repetida de uma página web,

por

exemplo).

Esse

comportamento é padrão em qualquer lugar do mundo, mas um aspecto começa a

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entrevista :: Marcos Nähr

chamar a atenção de vários pesquisadores e, talvez mais importante, de várias empresas: o Brasil vem se destacando na utilização de algumas ferramentas e serviços da internet, especialmente as comunidades virtuais. Wd :: Por falar em comunidades virtuais, percebese que hoje elas são grandes centralizadoras de pessoas com interesses comuns. Como as empresas

“ Devemos criar uma arquitetura da informação, uma interface que irá ser utilizada por pessoas que possuem sentimentos, que pensam, que tomam decisões e até mesmo cometem erros. ”

podem explorar esse nicho de mercado? Nähr :: Sabemos que o uso da internet tem basicamente dois propósitos: o social e o econômico. Mas também sabemos que hoje há um número maior de pessoas que usam comunidades virtuais do que as que compram ou fazem

Existem comunidades onde se pode comprar, vender ou aprender mais sobre determinados produtos, mas elas têm um conteúdo ou contexto social muito fraco. Poucas empresas estão integrando as comunidades virtuais em suas estratégias de marketing. Aspectos como a disseminação de “boca

a

boca”,

tráfego

nos

são

apenas

alguns

dos

benefícios do uso “sócio-comercial” das comunidades virtuais. Mas como este tipo de uso envolve uma empatia muito grande do público e causa uma exposição em

larga

escala,

somente empresas e serviços

realmente

focados nos usuários irão

conseguir

se

manter neste nicho de mercado. Talvez, seja

de públicos com necessidades diferentes? Quais métodos utilizar para isso? Nähr :: Às vezes, nos preocupamos mais em seguir fórmulas mágicas de gurus da internet do que em entender para quem estamos criando. Com isso, não quero dizer que

contrário,

websites,

fortalecimento da marca, entre outros,

arquitetura da informação que atenda a diversos tipos

não acredito em metodologias, pelo

segmentação de mercado, aumento do

aproveitando deste mercado. Wd :: Ao projetar um site, como trabalhar uma

transações comerciais online.

informações

por isto que ainda não existem tantas empresas se

acho

que

elas

são

fundamentais, mas estão longe de ser o foco no desenvolvimento. O foco é o propósito do projeto. Antes de tudo, é necessário entender o que está sendo desenvolvido e como deverá ser utilizado. Uma vez definido isso, fica muito mais fácil a adaptação da arquitetura para os seus públicos. E x i s t e m métodos, como o Persona-Based Design, que têm demonstrado bons

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resultados. O “design baseado em personagens” consiste na elaboração de alguns poucos personagens, baseados em dados etnográficos do público-alvo, e do desenvolvimento de uma interface que atenda a todos os anseios destes personagens levando em conta reações reais à navegação, usabilidade, interação e até aspectos estéticos do projeto. Devemos criar uma arquitetura da informação, uma interface que irá ser utilizada por pessoas que possuem sentimentos, que pensam, que tomam decisões e, até mesmo, cometem erros. Wd :: Como podemos prever qual será o público que acessará um determinado site? Nähr :: A definição de qual público acessará um determinado site depende muito mais de uma estratégia de marketing do que necessariamente de uma boa arquitetura ou usabilidade. Estas podem ajudar a manter este público por mais tempo em determinado site e fazer com que volte mais vezes, mas não são as ferramentas para trazê-lo até a página. Não devemos nos preocupar em atender a todos que acessam, mas sim em atender bem àqueles a quem o site é direcionado.

“ Não devemos nos preocupar em atender a todos que acessam, mas sim em atender bem àqueles a quem o site é direcionado. ”

23


entrevista :: Marcos Nähr

Wd :: A internet encontra-se cada vez mais

desafio, a resposta é apenas uma: simplifique. A simplicidade

segmentada. Como é possível se adequar a essa realidade?

pode ser o princípio mais importante e fundamental da

Nähr :: Seguindo o conceito da pergunta anterior, na

usabilidade. A simplicidade do design não só aperfeiçoa o negócio

segmentação é fundamental atender bem ao público-alvo. É

e a experiência do usuário, mas também o desenvolvimento

preciso identificar em detalhes as características que

tecnológico do projeto, sua manutenção e suporte. O

este nicho possui, entender sobre que interesse ele

design baseado no usuário nada mais é do que um

se aglutina e propor algo com o qual este grupo se

processo que nos leva à simplificação, à elegância e a um

identifique.

layout fácil de aprender, de usar, eficiente e ainda

Wd :: Como podemos saber se um site

agradável de ver.

atende às exigências do público-alvo?

Wd :: É possível prever o comportamento

Nähr :: Existe um método de design

que o público-alvo terá ao navegar em um

chamado de “Epicenter Design” ou

site?

design de epicentro, que tem por objetivo atender

exatamente às

Nähr

isto:

método

exigências

foca

Segundo

alguns

psicólogos cognitivos que se dedicam a estudar o uso de websites, o

fundamentais do público-alvo. Este

::

comportamento dos usuários é

o

semelhante ao de um animal

desenvolvimento do projeto

farejando por alimento em um

na verdadeira essência e,

bosque. Ele não está em

depois, constrói os demais

busca de um alimento

requisitos “de dentro

específico, mas sim por

para fora”. Isto significa

aromas. Sites famosos

não iniciar o projeto pela

como Amazon.com, já

navegação, cabeçalho e

utilizam esta estratégia. No

rodapés,

cores,

logo

caso da Amazon.com o

etc..Significa começar com a

“aroma” é criado por meio do

parte do site que, se for

uso

modificada ou retirada, mudará

de

programas

que

adivinham o que mais o usuário

completamente o seu propósito. Esta parte é exatamente o

deseja baseado em seu comportamento prévio. Uma vez

epicentro do projeto e o que deve ser levado em conta para

detectado o “gosto” do usuário, o site espalha os “aromas” pelos

atender ao público-alvo.

quais ele possa vir a se interessar.

Wd :: Do ponto de vista da usabilidade, há diferenças

Wd :: Que elementos do design são importantes ser

entre determinados públicos quanto ao uso de um site? Ou

trabalhados na hora de orientar um site ao seu público-

seja, dependendo do usuário, uma mesma informação pode

alvo?

gerar entendimentos diferentes?

Nähr :: Podemos usar elementos de “experience design”.

Nähr :: Existem sim diferenças do ponto de vista da

Experiências são as memórias mais importantes que nós temos e

usabilidade entre públicos diversos de um mesmo website. No

guardamos, e são as coisas com as quais mais gastamos tempo e

momento em que identificamos que será encontrado este tipo de

dinheiro. Experiências de sucesso são importantes, tanto

24


baseia em elementos de várias áreas. Da arquitetura da

Personagens

X

Como criar um website que satisfaça tantas pessoas

informação, ele utiliza a teoria da informação, os modelos

diferentes, com necessidades diferentes e diferentes processos

cognitivos, o design de navegação. Do design de interfaces,

de escolha e compra pela Internet, apesar de estarem dentro

absorve as metáforas, o comportamento do usuário e a

de um mesmo perfil de usuários? Persona-based design - este termo, que pode ser traduzido

usabilidade. Do design interativo, temos a interatividade, a

como “design baseado em personagens”, se sustenta na criação

participação, o feedback e a adaptabilidade, entre outros. Temos

de personagens baseados em dados etnográficos coletados

também aspectos como a improvisação, a narração, as emoções,

durante a pesquisa do público-alvo para o qual você irá criar uma interface. Os dados etnográficos compreendem aspectos

o desejo. Devemos pensar em todos estes aspectos quando

de comportamento que focam sua análise no que os usuários

trabalhamos elementos-chave como a estrutura, a organização,

fazem, no que os frustra ou lhes dá satisfação. Um personagem

o visual, a navegação, a interatividade. Wd :: Quais informações sobre o público-alvo são importantes para criar o layout de um site? Nähr :: Para entender os usuários, seus objetivos e como

é um arquétipo de usuário que pode ajudar você na tomada de decisões sobre ferramentas, navegação, usabilidade, interações em geral e, até mesmo, em aspectos estéticos. Uma técnica que você pode usar é a aplicação dos dados coletados (padrões de comportamentos, necessidades, anseios e modo de agir) na criação de quatro ou cinco personagens com

isso afetará a solução que iremos criar, é interessante usar, além

objetivos, tarefas a serem realizadas e habilidades diferentes.

dos aspectos demográficos, os psicográficos, as emoções, as

Com estas características únicas de cada personagem, elabore

habilidades, as experiências e as abordagens. Estes aspectos

pequenas histórias em formato narrativo sobre cada uma delas com detalhes que possam ser importantes para o design do

podem ser trabalhados em arquétipos de personagens. Tente

sistema. Isto irá ajudar a criar uma ligação emocional entre

criar personagens “reais” e resolver seus problemas “reais”.

você e os personagens. Quando você trabalha para “pessoas reais” com uma história, com necessidades, modo de agir real, você se livra das discussões superficiais e também corre menos o risco de acabar

“O design baseado no usuário nada mais

criando uma interface que agrade a você, mas que não será a ideal para quem realmente irá usar o website.

é do que um processo que nos leva à

Trecho retirado da coluna de Marcos Nähr, publicada na edição de julho de 2005

simplificação, à elegância e a um layout fácil de aprender, de usar, eficiente e ainda agradável de ver. ”

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entrevista :: Marcos Nähr

emocional como financeiramente. O design da experiência se


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27 27


Público-alvo

Público-alvo:

Por AndréPhilippe Iunes

conhecer para conquistá-lo Comunidades que ser formam a todo instante na rede, celulares e dispositivos móveis conectados à internet, conexões via fibra ótica aumentando a autonomia da web e encurtando distâncias nos negócios. Enfim, vivemos em uma grande aldeia global ligada por cabos, fios e, principalmente, por pessoas. Os impactos dessa nova realidade na sociedade podem ser sentidos no comportamento dos usuários, que depositam, cada vez mais, credibilidade ao meio online, definindo os padrões de comportamento e os conceitos de uso da mídia.

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Avaliação Heurística

usabilidade, Jakob Nielsen, abre um dos capítulos com a

Na avaliação heurística, especialistas estudam a interface em

seguinte afirmação: “o concorrente está a um clique de

profundidade e observam as propriedades que eles, por

distância”. Na briga pela audiência, vale lembrar que quanto

X

experiência, sabem que apresentarão problemas de usabilidade.

mais informações sobre o seu público-alvo, incluindo também a análise de como o concorrente o trata, maiores são as chances de obter um volume de acessos satisfatório em seu site. Neste

Análise de Tarefa Método que consiste na observação de tarefas no mundo real,

caso, as informações relativas ao perfil do seu visitante

que deverão ser transpostas para a interface que se vai

passam a ser valiosas, tornando-se balizadoras para as

projetar. Esta técnica serve para levantar possíveis modelos

decisões de layout, conteúdo e, principalmente, o elemento

X

mentais e aplicá-los para facilitar a compreensão das tarefas no sistema.

que propiciará a boa experiência do usuário. Primeiro passo: identificar o público-alvo Ao projetar um site, a primeira pergunta que pode rondar a cabeça do profissional é: quem vai acessá-lo e como? De maneira geral, obter essa resposta nem sempre é uma tarefa simples, pois implica em um trabalho de pesquisa que abrange desde a apuração sobre o negócio do cliente, e seus mercados de atuação, ao respeito aos critérios universais de acessibilidade que atendam ao maior número de pessoas. Logo de início, uma eficiente ferramenta para alinhar sua página aos seus públicos está nos canais de contato com o usuário. Por meio deles, é possível definir, qualitativamente, a experiência de uso do seu site, auxiliando em possíveis reformulações e ajustes na arquitetura da informação, caso seja necessário.

para bate-papos e por adolescentes para pesquisas. O usuário que não comprava nada na web, hoje já arrisca muito mais. A internet já faz parte do seu dia-a-dia e a tendência é que as tecnologias evoluam cada vez mais para facilitar sua vida. Entretanto, em muitos casos, as empresas ainda possuem dificuldade em disponibilizar realmente o que os visitantes querem ver, fornecendo informações padrões ou pouco interessantes para quem navega”, analisa a diretora. Paola Sales, gerente de conteúdo da agência E4W, destaca que os testes de usabilidade que incluem a a v a l i a ç ã o h e u r í s t i c a , a análise de tarefa,

Na opinião de Eliziane Rodrigues, diretora da agência Rage, conhecer bem o público-alvo requer, entre outras coisas, saber o sexo, a faixa etária, o grau de experiência com a marca do cliente, seu nível de exigência, estilo de vida, o que esse público valoriza, o que ignora e que tipo de informação prioriza. Para ela, o usuário da rede evolui a cada dia, depositando cada vez mais credibilidade ao meio, e saber identificá-lo é o primeiro passo ao elaborar um projeto online eficiente. “Antes, possuíamos a imagem de que a internet era usada por jovens

29 29

Público-alvo

No livro Projetando Websites, o especialista em


Público-alvo

“...as empresas ainda possuem o

card-sorting,

entre

dificuldade em disponibilizar real-

outros métodos, são ferramentas altamente eficazes para identificar e prever como será a navegação do internauta. Segundo

mente o que os visitantes querem ver” Eliziane Rodrigues, diretora da agência Rage

ela, dependendo do tamanho do projeto a ser desenvolvido, opta-se por um ou outro tipo de avaliação. “Independente desta etapa, ou da estratégia escolhida para estudar a usabilidade, é aconselhável iniciar esta análise com duas perguntas a respeito do site. Para isso, é preciso

Card-sorting

X

Técnica que consiste em escrever em pequenos cartões vários tópicos ou temas. Eles são distribuídos a um conjunto de pessoas, que tem de os ordenar em grupos para que façam sentido semanticamente, sendo depois analisados na procura por

saber como ele é utilizado pelos meus usuários e se as tarefas

similaridade. O resultado deste método pode ser considerado

mais importantes são fáceis e óbvias de serem cumpridas”,

como um protótipo de arquitetura de informação de um sistema.

ensina a gerente. Paola destaca que, se o projeto em questão não dispor de recursos financeiros ou viabilidade de investir em análises personalizadas de usabilidade, outras soluções precisam ser buscadas para que o projeto não continue sem o conhecimento do seu público-alvo. Ela lembra também que uma oportunidade de ter contato com o real público do site é analisando toda e qualquer tentativa de contato realizado por ele: via telefone, carta, e-mail ou mesmo pessoalmente. “No projeto do novo site corporativo da Companhia Vale do Rio Doce

vantagem dessa metodologia é a sua capacidade de adaptação aos mais diversos escopos de projetos, desde a simples preparação de uma proposta para concorrência, até uma iniciativa completa, contemplando inclusive um plano integral de manutenção. “Acredito que a principal maneira de conseguir um resultado de trabalho adequado à realidade de cada projeto é o cuidado com as primeiras etapas do desenvolvimento, que são o estudo do produto, do mercado, do público, para, só então, começar realmente a desenvolver

(www.cvrd.com.br), não dispúnhamos de tempo nem histórico de sistemas de análise de logs. A solução encontrada foi o estudo dos e-mails recebidos pela empresa por meio da

Benchmarketing

X

Estudo de mercado que tem o intuito de buscar referências que dêem subsídios para a elaboração de um determinado projeto.

ferramenta do Fale Conosco. Foram mais de duas mil mensagens analisadas com o propósito de conhecer quais

“Sou defensora da segmentação e

eram os assuntos mais procurados, identificando assim quais os públicos que precisavam ser atendidos”, exemplifica. Adequando a arquitetura da informação ao seu

acredito que não queremos ser bombardeados ao entrar na internet,

usuário Para o desenvolvimento de conteúdo de um portal, Paola explica que a E4W utiliza uma metodologia própria, que

portanto, quanto mais a web me conhecer, melhor será para mim.” Eliziane

abrange, entre outras etapas, a análise do conteúdo existente e o benchmarking. Segundo ela, a principal

30

Rodrigues, diretora da agência Rage


31


Público-alvo

a arquitetura. Dessa maneira, é possível conhecer não só a

Cuidados ao criar um site para o público infantil

empresa ou instituição que contrata a agência, mas também o seu público e o mercado no qual ele se insere”, completa. Eliziane Rodrigues destaca que, quando o briefing é

Eco Moliterno, diretor de criação do Studio

recebido do cliente, um dos principais aspectos que ele tem

Tesla, relata sua experiência no site da América

que informar é qual o target que se deseja atingir. Essa será

Online (AOL) e dá dicas importantes sobre como

uma informação que, segundo ela, será valorizada em todo o

elaborar projetos online para o público infantil.

restante do projeto. Toda a arquitetura de informação será

- O público infantil é um dos mais difíceis de serem

pensada para que esse target se sinta bem ao navegar. Na sua

trabalhados devido à alta segmentação existente

opinião, não há uma receita de bolo em relação aos métodos,

dentro dele. Ou seja, uma criança de oito anos é

mas, normalmente, é feita uma avaliação sobre o mercado que

totalmente diferente de uma de 12, e cada uma possui

envolve o cliente. “Tudo é minuciosamente pensado para

interesses e visões muito distinta do mundo.

compor a estratégia adequada. Usamos também facilitadores,

- Usar uma comunicação única para um público

objetos de atalho para que outros tipos de público que irão

infantil é muito arriscado, já que cada faixa-etária

freqüentar o site sintam-se à vontade, usando-o de maneira

demanda uma linguagem textual e visual específica.

agradável e solucionando suas necessidades, mesmo não

“Eu tive esse problema, por exemplo, quando

sendo considerado o público principal”, enfatiza a diretora.

coordenava a equipe de design da AOL e tivemos que

Segmentação: o bem necessário

criar o canal AOL Kids. Fizemos várias pesquisas

Um dos grandes trunfos da internet é exatamente o seu

antes para identificar a melhor forma de abordar o

poder de segmentação. Na visão de Eco Moliterno, diretor de

público infantil, e chegamos à conclusão de que seria

criação do Studio Tesla, já é possível hoje fazer ações

impossível agrupá-lo por idade. A saída foi dividi-lo

específicas para pessoas de uma mesma cidade, religião ou

por sexo, e criamos dois quartos: “Quarto do

hobby, por exemplo. Para isso, é preciso basear o projeto em

Meninos” (todo bagunçado, cheio de brinquedos

ferramentas de métrica confiáveis que consigam rastrear com

jogados pelo chão) e “Quarto das Meninas” (todo arrumadinho, com bichinhos de pelúcia sobre a cama, esmaltes e bonecas). E para atingir o público mais novo, de três a seis anos, criamos a ‘Porta Mágica’, com desenhos, brincadeiras e outros conteúdos para os pais navegarem junto com os filhos”. - Na idade entre três e seis anos, a criança ainda não tem autonomia para ligar o computador sozinha, é preciso fazer algo que faça os pais mostrarem para ela, usando uma linguagem didática e bastante instrutiva.

“Acredito que a principal maneira de conseguir um resultado de trabalho adequado à realidade de cada projeto é o cuidado com as primeiras etapas do desenvolvimento, que são o estudo do produto, do mercado, do público, para só então, começar realmente a desenvolver a arquitetura” Paola Sales, gerente de conteúdo da agência E4W

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traçar um mapa descritivo de navegabilidade

Público-alvo

Analisando dados estatísticos, poderemos

focar a informação correta à pessoa correta. “Sou defensora da segmentação e acredito que

e, principalmente, o perfil de quem acessa, caso esse público possa ser identificado de

não queremos ser bombardeados ao entrar na internet, portanto, quanto mais a web me conhecer, melhor será para

alguma forma, seja por cookies, logins ou outras formas de identificação

mim. Terei ao meu alcance informações que, provavelmente, me darão mais interesse, em vez de ser abordada por uma enxurrada de

Eliziane Rodrigues, diretora da agência Rage

coisas que não fazem sentido”, afirma Eliziane.

precisão os usuários que se enquadram em um mesmo perfil.

Para abordar essa questão, René de Paula,

“Há casos em que o próprio público faz isso, como nas

diretor de conteúdo do Yahoo Brasil, faz a

comunidades do Orkut, por exemplo”, complementa o diretor.

seguinte indagação: quem garante que um site só

Nas palavras de Eliziane Rodrigues, a segmentação é um

basta? Ou que uma arquitetura da informação

fator positivo tanto para o público-alvo como para o cliente.

única dê conta de públicos muito diversos? Ele

Ela explica que as informações em um site não precisam mais

destaca que, se você quiser focar um site a alunos

estar todas aparentes e sim segmentadas dentro do grau de

de primeira série e seus professores, por exemplo,

interesse do usuário. Isso proporciona agilidade e tende a

é muito provável que se crie duas URL’s diferentes, uma para a versão “kids” e outra focada nos professores, com sutis “pontes”

Pesquisa de opinião “A pesquisa de opinião junto ao público é feita

entre os dois sites. René explica que, atualmente, existem dois fenômenos que se

através de testes de usabilidade realizados por

complementam. Por um lado, existe uma

institutos especializados nesse tipo de análise. Para isso

pulverização crescente de blogs, sites de

são recrutadas pessoas, de várias faixas-etárias, que

nicho, podcasts etc., e, por outro, uma

são reunidas em uma sala e respondem a diversas

concentração considerável em alguns

perguntas feitas por um mediador sobre layout, tipo de

mega sites (de conteúdo, de busca,

conteúdo, relação com outros sites etc. Em seguida,

serviços etc.). “Em paralelo a isso,

elas navegam sozinhas enquanto são observadas por

temos ferramentas cada vez mais

analistas, que ficam atrás de um espelho falso anotando

sofisticadas

tudo: áreas mais clicadas, páginas visitadas e

tráfego, segmentar públicos,

dificuldades encontradas ao longo da navegação. Como

mensurar resultados. Em

resultado desse estudo o instituto faz um relatório

suma: nosso trabalho

detalhado apontando os pontos fortes e fracos do site,

está cada vez mais

e esse documento servirá de guia para a correção e o

sofisticado e

para

analisar

desenvolvimento das novas páginas”. Eco Moliterno

33


Público-alvo

Arquitetura da informação: que dados buscar? Liliane Arend Machado, supervisora de atendimento da Euro RSCG 4D, destaca quais informações buscar sobre o públicoalvo para elaborar um projeto na rede. Para isso, é preciso saber: - Quais as aspirações do público-alvo (sonhos, metas etc.); - Quais os aspectos motivacionais que esse público possui para navegar; - Qual o momento de vida do target (foco no profissional, pessoal etc.); - Quais as referências de consumo de mídia desse público (vê muita TV, quais programas, lê revistas, quais etc); - As características demográficas (idade, se homem ou mulher etc.); - Envolvimento do target com o meio online. Também precisamos considerar que tipo de envolvimento com a internet essas pessoas têm: - Nunca navegaram; - São apenas internautas esporádicos (visitantes); - São clientes de algum portal (clientes freqüentes, visitam constantemente os sites para buscar informações ou resolver problemas); - Possuem cadastro nos sites que visitam com freqüência, seja para receber informações ou usar serviços disponíveis no site (no caso de um site de cartão de crédito, para consultar faturas, é necessário realizar um cadastro, por exemplo). Nesse caso, pode-se solicitar o cadastro para serviços mais simples, até porque os internautas estão dispostos a “pagar este pedágio” para obter a informação que ele quer ou resolver algum tipo de problema; - As pessoas que só resolvem sua vida utilizando o meio online (esses são os clientes ideais, eles deixam de optar por outros canais, como o telefone, por exemplo, para resolver seus problemas na internet).

inteligente. Eu considero isso um bom problema”, analisa.

“Se você quiser se comunicar com o seu

De onde vêm os usuários? René de Paula explica: as pessoas chegam a um site por diferentes maneiras: digitando a URL que viram em algum

usuário com sucesso, é bom entrar na freqüência certa, falar sua língua,

lugar, digitando o endereço “no chute” porque conhecem a marca, por mecanismos de busca, por links em outros sites, por links em emails, por banners publicados, entre outras maneiras. Ou seja: parte do tráfego é resultado de um esforço de comunicação e, segundo ele, se é feito um plano de mídia bem pensado, não haverá muita surpresa quanto ao tipo de público. “Já o acesso espontâneo é mais difícil de prever, e cabe a nós tentar descobrir quem são essas pessoas, o que elas esperam e, sobretudo, se o seu perfil deve ser levado em

34 34

respeitar seus códigos” Christian Laurito, diretor de criação da agência E4W


Público-alvo

“Usuários não caem mais em papo furado, por mais que você peça de joelhos, eles só vão se ‘relacionar’ com você se esse relacionamento for minimamente relevante” René de Paula Jr., diretor de conteúdo do Yahoo Brasil

estrutura que permita o acesso a um mesmo lugar por diferentes caminhos. Assim, você pode fazer o internauta chegar à mesma página tanto pelo menu superior como por um combo que lista todos os assuntos do site em ordem alfabética. Logo, você dá liberdade pra que ele mesmo escolha

conta no próximo plano de mídia e até em uma nova versão do próprio site”, comenta.

por onde acha mais fácil navegar”, ensina o diretor. Compartilhando da mesma opinião, Eliziane Rodrigues

Por outro lado, Eliziane Rodrigues afirma que é preciso ao

defende também que o site precisa oferecer várias formas de

cliente criar uma cumplicidade com o público-alvo para que o

relacionamento e isso implica em uma usabilidade amigável que

seu usuário sinta-se bem na busca por informações. Ela

atenda a essa demanda. Sendo assim, usuários diferentes

destaca que só é possível saber quem irá verdadeiramente

poderão navegar de maneiras diferentes, todavia, a diretora

visitar uma página por meio da análise de estatísticas,

alerta que a usabilidade deve estar favorável a todos. Ela

ferramenta que, na sua opinião, é extremamente importante

explica ser fundamental que no projeto inicial tenha se

para qualquer produto na rede. “Analisando dados estatísticos,

pensado de forma lógica, baseado em experiências anteriores

pode-se traçar um mapa descritivo de navegabilidade em um

e padrões, em muitos casos, já estabelecidos pelo meio.

site e, principalmente, o perfil de quem o acessa, caso esse

“Inovar é preciso, usar artifícios de vanguarda é vital em

público possa ser identificado de alguma forma por cookies,

alguns casos, mas isso não pode confundir o usuário e

logins ou outras vias de identificação”, explica a diretora.

prejudicar sua relação com o site. Uma mudança sempre tem

Usabilidade a serviço do público-alvo

que ser para melhor, e, é claro que o público-alvo precisa de

Independente de qual público, atingir, respeitar os

tempo para se acostumar a isso”.

critérios de usabilidade é garantia de bom relacionamento com

Criar produtos distintos para públicos diferentes é uma

o seu usuário. Contudo, é possível identificar diferenças entre

prática eficiente até mesmo no meio offline. Na tentativa de

determinados públicos quanto ao uso de um site? Ou seja,

agradar a todos, a necessidade de atender ao maior número

dependendo do visitante, uma mesma informação pode gerar

possível de consumidores traz um pouco mais de trabalho, mas

entendimentos diferentes? Na opinião de Eco Moliterno, há

com retorno satisfatório. “Quando não há

diferença sim. “Em um site do Governo, por exemplo, você

denominadores

comuns,

pode ter usuários de diferentes graus de instrução acessando um mesmo conteúdo. Para resolver isso, basta elaborar uma navegação redundante. Ou seja, uma

35 35


Público-alvo

dividimos por dois. Não é pecado algum separar os públicos extremos em áreas separadas. Nos EUA, estão lançando livros impressos em fontes maiores para facilitar a leitura por pessoas mais velhas”, lembra René. Design orientado ao usuário Iniciar a criação de um layout sem algumas informações sobre o seu usuário torna-se uma tarefa difícil e

Diversidade de públicos:

estrategicamente arriscada. Sendo assim, deixar de trabalhar

como lidar com essa realidade?

no design certos elementos específicos de um determinado

Eco Moliterno resume: para conhecer o

público-alvo pode prejudicar a interação do visitante com o

público-alvo de um site, basta analisar o tipo de produto,

site. Christian Laurito, diretor de criação da agência E4W,

serviço ou assunto que ele irá abordar. No caso de grandes

ensina que formas, cores, texturas, tipologia, a escolha das

portais, por exemplo, ele lembra que fica mais difícil

imagens, a trilha sonora, o timing das animações, fazem parte

especificar qual será o tipo de audiência nos primeiros níveis,

do conjunto de orientações para criar uma interface. “A

como a homepage, que abrangem assuntos dos mais

variação da linguagem pode ser gigantesca, e cada público tem

variados. “Conforme vai se verticalizando a navegação rumo

a sua. Se você quiser se comunicar com o seu usuário com

aos canais segmentados, já é possível distinguir com mais

sucesso, é bom entrar na freqüência certa, falar sua língua,

facilidade o público e, conseqüentemente, direcionar melhor a

respeitar seus códigos”, destaca.

comunicação”.

Para dar um exemplo prático, Laurito explica que formas

Agradar a diversos públicos: esse foi um dos desafios

com pontas são mais agressivas e brushes de texturas do

que a equipe da E4W enfrentou no projeto do site para a

Photoshop podem “sujar” o layout, bem como o uso de cores

Companhia Vale do Rio Doce. Christian Laurito explica que,

fortes, ou o abuso na utilização do preto, pode ajudar a

nesse caso, o público-alvo era composto por diversos

compor um site radical para o público jovem. Por outro lado,

targets, como estudantes, investidores e fornecedores. “Foi

ele não aconselha esse caminho para transmitir uma mensagem

pensando em atender a cada um desses segmentos que

mais institucional, por exemplo. “Quando criamos o site da

desenvolvemos uma navegação rápida, por perfis. Logo na

banda de rock Sukhoi (www.sukhoi.com.br), cujo nome é uma

homepage, o usuário pode escolher em qual perfil se encaixa

homenagem a um caça de guerra russo e o símbolo uma turbina

e, assim, a página recarrega com notícias e links relevantes

de avião, decidimos fazer uma brincadeira. Colocamos uma

de acordo com seu interesse. Desta forma, fazemos com que

turbina no header da página, feito em Macromedia Flash, que

o usuário tenha acesso, em apenas um clique, a tudo aquilo

suga o cursor do usuário ao se aproximar muito da mesma. O

que realmente lhe importa”, detalha.

cursor é retalhado e some do navegador. Ele só volta a

Independente do tamanho do site ou relevância de um

aparecer quando o visitante se afasta da turbina. Agora,

projeto, após dez anos da popularização da internet no Brasil,

imagine o desespero de um usuário idoso ou pouco

compreender a evolução da mídia é também entender como

familiarizado com internet, se o cursor dele sumisse ao navegar

quem a usa se comporta neste meio. René de Paula destaca

por um site?”, indaga Laurito.

que os usuários hoje são mais exigentes. Fazendo uma comparação, ele destaca que, quem já comprou uma vez em

36 36


Público-alvo

um site decente espera que todos os outros se comportem

De olho no seu usuário

igual ou melhor. “Usuários são mais espertos, checam os preços online e depois vão negociar na loja física. Usuários são mais racionais, entram em sites de comparação de preço e analisam quem tem as melhores condições e ofertas. Usuários são mais poderosos, se ficarem muito descontentes, montam umacomunidade no Orkut com o título ‘eu odeio o site XYZ’, criam um blog, ou publicam queixas no jornal. Usuários não caem mais em papo furado, por mais que você peça de joelhos, eles só vão se ‘relacionar’ com você se esse relacionamento for minimamente relevante. Caso contrário, os esqueça: eles só vão se lembrar de você quando quiserem”, conclui René.

Mais importante do que ter vários canais de contato com o visitante de um site é mantê-los ativos. Para isso: - O público-alvo, quando se sente à vontade, “fala”. Ele usa os canais de comunicação oferecidos e expressa suas conclusões. Portanto, é vital manter um canal no site onde ele possa dar sua opinião, sugerir e criticar; - O acompanhamento do feedback dos usuários é a principa l maneira de identificar se o site está atendendo às exigências de seu público; - O usuário que perde seu tempo escrevendo um email ou aguardando em um 0800 para fazer uma reclamação ou dar uma sugestão deve ser tratado como um rei; - É possível acompanhar a satisfação dos clientes com testes de usabilidade, pesquisas no próprio site ou por meio das ferramentas de relacionamento.

37 37


Público-alvo

Participação dos assinantes Como você realiza pesquisas sobre o público-alvo de um site a ser desenvolvido?

Alisson Bitencourt dos Santos

Eduardo laghi Jr

alissonsantos@sinos.net

eduardo@elaghi.com

Estabeleço uma comunicação efetiva com o público,

Primeiramente procuro identificar com meu cliente

através de campanhas publicitárias ou pesquisas,

através de um bom briefing quais são seus

como por exemplo, “O que você espera encontrar

principais concorrentes, para que se possa

em um site do ramo de materiais de construção?”. O

identificar a semântica da mensagem e o respectivo

fato de mexer com a sensibilidade do público, importando-se como a sua

design que a integre totalmente. Após esta preciosa etapa, busco “sair a

necessidade, faz com que ele se torne um cúmplice de seus produtos ou

campo” na web, ou seja, identifico nichos de consumidores que mais se

serviços, ou seja, torna-se um defensor da marca.

adequem ao tipo de negócios que estamos oferecendo.

Éric Coutinho Fernandes

Carlos Henrique Pires de Souza

email@ericcoutinho.com

chcursos@yahoo.com.br

Pesquisa? Certa vez pretendia saber qual é,

Primeiramente verifico se o cliente já dispõe

atualmente, o uso estimado de resoluções de

destes dados, caso contrário, realizo uma

vídeo. Simplesmente não há informações

pesquisa “formal” utilizando mala-direta e até

acessíveis sobre tais dados no Brasil. Os dados de

mesmo, pesquisa de campo, estilo PaP (Porta a

uma pesquisa desse tipo custam por volta de 3 mil reais, se já tiver

Porta). Com os dados em mãos, faço gráficos de tendências e, junto

sido realizada. O freelancer ou a pequena empresa não têm acesso a

com o cliente, começamos a deliniar o desenvolvimento do site.

dados seguros, até porque não terão trabalhos online suficientes para cruzar dados obtidos dos usuários. Assim, minha “pesquisa de mercado” é minha própria vida, minhas experiências e minha ânsia por conhecimento, que faz com que eu possa estar atento e perceber em pequenos detalhes o pensamento do público que pretendo atingir.

Diego Guimarães Ferreira

Douglas L. Pedroso da Silva grafi@grafi.com.br

Antes de qualquer site ser desenvolvido, vale lembrar que o design, as cores e o contexto de uma página colaboram muito com o resultado final ao querer atingir o público desejado. Entre

diego@mcnet.com.br

as diversidades de público, é importante saber qual o objetivo de

Para um site empresarial ou comercial acho que a

cada cliente e o que exatamente ele quer expor e a quem se destinam

melhor maneira seja fazer pesquisas de campo

às informações. Traçar o perfil da empresa no trabalho a ser

com os clientes e até mesmo com os

desenvolvido pode ser uma alternativa, mas nem toda alternativa

fornecedores, pois são, certamente, o público-

corresponderá ao que se espera.

alvo da nossa campanha. Já num site como um portal ou um site jovem minhas pesquisas são feitas olhando a fundo a estrutura de vários sites que trabalham com o mesmo assunto, assim fica mais fácil de você conseguir montar desde os textos e layout até até a parte de developer do site. Cada estilo e assundo tem que ter um jeito próprio de pesquisa.

Alexandre dos Santos Andrade alexandretaz@uol.com.br

Faço pesquisas via e-mail, peço ao cliente uma lista de pessoas que se encaixam no seu público alvo e convido-as para fazer os testes de usabilidade e acessibilidade. Depois disso eu

Renato Augusto Carvalho Cruz

mesmo convido pessoas que eu acredito estarem no público-alvo do

renato@rinovare.com.br

site e preparo um relatório final com a observações dos dois grupos.

Como não compro pesquisas e não realizo testes de usabilidade, creio que esta seja a situação de grande parte dos desenvolvedores do Brasil, eu costumo analisar os hábitos de consumo, dados estatísticos fornecidos por órgãos competentes e paralelamente à isso, estar atento a alguns cases de sucesso e ao que vem sendo desenvolvido por grandes agências web no mundo. Estas ações são relativamente suficientes e acessíveis financeiramente para que seja feito um bom trabalho baseado em seu público-alvo.

38

Se você é assinante, participe desta seção pelo site www.arteccom.com.br/webdesign/clube


debate

Publicidade online: há fronteiras para a criação? Com o advento da banda larga e das tecnologias Rich Internet Aplication (RIA), são cada vez mais diversificados os formatos existentes de propaganda na web. Entretanto, certas particularidades do meio, como o espaço reduzido dos banners e o acesso discado à rede, vão contra algumas das tendências atuais da publicidade online, como o uso do vídeo, por exemplo. Dessa forma, qual postura o “e-publicitário” deve adotar com relação às limitações da mídia? Até que ponto viabilização e criatividade andam juntas na elaboração de uma peça publicitária de sucesso na internet?

“A primeira vez que vi um Telejogo fiquei impressionado. Podia controlar na minha tv os jogadores, mesmo que sendo

:: Fabio Bahia

meros “palitinhos” retangulares que apenas podiam mover na

Diretor executivo da Conextar

vertical. Ainda consigo lembrar da bolinha quadrada e seu

www.conextar.com.br

rastro iluminado emitindo um “bip” a cada vez que resvalava

Tecnologia e Projetos

“A tecnologia se encarrega de demarcar o

em algum canto, invariavelmente quadrado, da tela. Por incrível que pareça, aquela cena limitada em preto e branco causou altíssimo impacto. Decididamente,criatividade e

campo e estabelecer as regras, enquanto quem decide mesmo o vencedor é aquele que

tecnologia estavam juntas em campo, e dando espetáculo de interatividade. Quase 30 anos se passaram e procuramos criar experiências que seduzam e, de alguma forma, mexam com a

tiver mais criatividade” utilizando atalhos e dribles pra chegar ao objetivo. Conseguem tirar leite de pedra. Fazem a diferença. São craques.

imaginação das pessoas. Sempre enfrentaremos limitações

Na verdade, criatividade e tecnologia não são

como estas, que, no momento, praticamente inviabilizam o uso

adversárias, apenas fazem parte do jogo. A tecnologia se

em maior quantidade de recursos sedutores como áudio e vídeo.

encarrega de demarcar o campo e estabelecer as regras,

Por outro lado, estas mesmas limitações tornam-se desafios

enquanto quem decide mesmo o vencedor é aquele que tiver

instigantes que exercitam a capacidade criativa dos

mais criatividade. Portanto, o sucesso não está totalmente

profissionais e, de alguma forma, colocam em evidência aqueles

relacionado ao uso de novas tecnologias e sim ao fato de como

que realmente tenham algo para mostrar. São aqueles que, com

e quando utilizá-las juntas, aproveitando os espaços, na

o mínimo de elementos, conseguem extrair o resultado máximo,

medida certa.”

39


debate “ Além de ser criativo nas peças, você também precisa ser na escolha dos formatos. Tudo :: Cezar Calligaris

depende do seu objetivo, da sua verba e do

Coordenador de criação online da DPTO Propaganda

que você conhece sobre o seu consumidor.”

www.dpto.com.br

“De uma coisa não há dúvida: no campo das idéias, o

De toda a evolução da propaganda online, um fato é

nosso país é campeão absoluto na propaganda online. Na

muito positivo: o número de alternativas é cada vez maior. Você

internet existem condições em que as restrições técnicas

pode fazer um anúncio somente com texto, um banner simples

igualam as condições de competitividade. É o caso das

ou animado, um e-mail, um banner com vídeo, um hotsite, uma

campanhas de banners, em que o Brasil tem sido disparado o

intervenção na página inicial de um portal. Além de ser criativo

melhor em boa parte dos festivais.

nas peças, você também precisa ser na escolha dos formatos.

Porém, quando se fala em propaganda online, é preciso ir além dos banners. Um site, por exemplo, pode fazer parte de

Tudo depende do seu objetivo, da sua verba e do que você conhece sobre o seu consumidor.

uma campanha. É aí que a história muda bastante: devido às

Com os novos formatos, um ponto essencial é respeitar o

dificuldades técnicas e financeiras, as idéias começam a

seu consumidor. A publicidade online segue um ciclo perigoso:

encontrar barreiras para serem produzidas.

primeiro são criados novos formatos. Estes formatos começam

O Brasil está um passo à frente nas idéias, mas um passo

a ser evitados e, para chamar a atenção novamente, são

atrás em investimentos e em tecnologia. Basta ver que a

criados formatos mais invasivos, que chegam a mudar a cara

maioria dos brasileiros ainda usa, em casa, conexão discada. É

do navegador ou dificultam a visualização do conteúdo.

por isso que a publicidade online aqui está dividida atualmente

Os incômodos que a publicidade online causa não são

em duas frentes: aquela criada para festivais e aquela que

maiores que os dos outros meios. Assim como a publicidade na

realmente é veiculada.

rede atrapalha a navegação, nas revistas de notícias

A criada para festivais ignora todas as regras, ou seja,

semanais, os anúncios cortam as matérias. Assim como você

valem os mais variados pesos e formatos. Os limites, como dito

paga a conexão e faz o download de banners sem desejar, na

anteriormente, são os recursos para produção. Porém, é a

TV a cabo, em que você paga assinatura, os programas são

propaganda que realmente é veiculada que garante a

interrompidos por comerciais. O problema é que, na internet,

sobrevivência de agências, veículos e dos profissionais que

as pessoas se acostumaram a ter tudo de graça, sem nenhum

trabalham com ela. É aquela propaganda cheia de limitações,

sacrifício em troca. Não existe uma imagem clara de que é a

feita de acordo com as regras que os veículos estabelecem e

publicidade que possibilita receitas que permitem aos sites

que podem ser visualizadas pela maioria dos brasileiros que

oferecerem conteúdo ou serviços. Por isso, é preciso tomar

usam a conexão discada. Mesmo com tantas limitações, essa

cuidado para que as novas técnicas não tornem os anúncios

propaganda evoluiu muito. Os bons profissionais vêm

ainda mais invasivos ou chatos para os consumidores. Nada

aprendendo a usar novos recursos tecnológicos e a

que não possa ser resolvido usando a criatividade e um pouco

criatividade para conseguir bons resultados dentro dos limites

de bom senso.”

estabelecidos.

40


debate “os avanços tecnológicos na compressão de vídeo tornam o uso do vídeo e de formatos especiais não uma possibilidade, mas sim uma

:: Michel Lent Schwartzman Sócio e diretor de criação da agência 10’Minutos Interactive

obrigatoriedade na maioria dos planos de mídia.”

www.10minutos.com.br

“A publicidade online já entrou na era do vídeo.

com perfil sócio-econômico de meu interesse e ainda saber

Mensalmente, é enviado 1 bilhão de mensagens publicitárias

que tipo de equipamento ele tem e que tipo de peça vou

com vídeo pela internet (fonte Clickz.com). O avanço da

mostrar pra ele.

banda larga (5,3 milhões de usuários no Brasil em 2004, com

Não é dizer que não dá pra ser criativo com formatos

crescimento de 20% segundo o IBOPE), a melhoria dos

mais tradicionais e menores, mas já está comprovado que

computadores pessoais e, conseqüentemente, os avanços

formatos maiores são, muitas vezes, mais eficazes e permitem

tecnológicos na compressão de vídeo tornam o uso do vídeo e

muito mais criatividade.

de formatos especiais (rich media) não uma possibilidade, mas sim uma obrigatoriedade na maioria dos planos de mídia.

O fullbanner foi inventado em 1995, veiculado pela primeira vez pelo site da Wired, na veiculação de mensagens

A eficácia de peças de mídia online maiores, que fazem uso

para a AT&T. Nesta época, a resolução média dos usuários era

de rich media, é comprovada em todas as análises de

640x480 pixels. O full, com 468x60, ocupava, portanto, cerca

resultados de campanha. Estas peças são até 100 vezes mais

de ¼ da tela do usuário. Hoje em dia, com a maioria dos

eficientes do que formatos tradicionais como o fullbanner. Ao

usuários migrando para os 1024x768 pixels de resolução, o full

mesmo tempo, as tecnologias de publicidade online (AdMotion,

ocupa 1/10 da tela. Não faz sentido não pensar e não usar

Unicast, EyeBlaster), que fazem uso de rich media e vídeo,

novos formatos publicitários, uma vez que todo o resto

funcionam de forma inteligente devido ao fato de não aparecer

evoluiu.

para determinados usuários dependendo da conexão. É possível programar com cautela o que mostrar pra quem. E é esta possibilidade de programação que torna o uso da mídia online tão interessante. Seu potencial de

O sucesso publicitário na web é a combinação entre um ótimo planejamento de mídia com o uso de formatos diferenciados, com mensagens muito bem boladas. Tudo ao mesmo tempo, agora.”

segmentação é virtualmente ilimitado do ponto de vista tecnológico. Posso mostrar a peça que eu quero para o público

41


42


43


debate

debate

“O grande barato é achar possibilidades para trazer idéias :: Fábio Pierro Maca

que explorem tudo o que o meio oferece, seja só os 12k do

Redator da Euro RSCG 4D www.eurorscg.com

banner, seja o áudio e a interação do podcast”

“Não é de hoje que a publicidade na internet sofre com a miséria de peso e tamanho das peças. Apesar dos novos formatos, ferramentas, tecnologias e da banda larga, esquecer-se dos preciosos “kás” é criar sem compromisso e, portanto, sem resultado. Mas há uma pegadinha aí. É claro que devemos ter o peso em mente, mas não podemos ser escravizados por ele. Essa liberdade é, e sempre foi, a grande sacada. Para alcançar esse nirvana criativo, basta aceitar que há limitações. E, como num passe de mágica, dar menos importância para os “contras” e mais para o que realmente importa: as idéias. Em outras palavras, viramos o jogo porque aceitamos as limitações da internet, mas não os limites que encontramos. Assim, aprendemos que é preciso trabalhar com as limitações de um vídeo na intenert e, ao mesmo tempo, é preciso se esquecer delas para criar o videoblog. Tanto que hoje a discussão não é mais quanto ao peso ou formato da peça, se dá para fazer ou não. O grande barato é achar possibilidades para trazer idéias que explorem tudo o que o meio oferece, seja só os 12k do banner, seja o áudio e a interação do podcast. No fim, é mais ou menos como num comercial de TV. Os 30 segundos não têm nada a ver com podar a criatividade e, sim, o contrário: eles ajudam a balizar uma idéia.”

“Hoje a divulgação on-line é responsável por uma importante :: Daniel Gunji Diretor de planejamento da

parcela da verba publicitária, com aproximadamente 2% de

Tange Comunicação Digital www.tange.com.br

todos os investimentos”

“Nos últimos anos, o mercado publicitário viu o crescente potencial das mídias eletrônicas, que passaram a desempenhar um papel fundamental para o lançamento e diferenciação no mercado dos mais diversos produtos e serviços. Como resultado, hoje a divulgação online é responsável por uma importante parcela da verba publicitária, com aproximadamente 2% de todos os investimentos. Dos tradicionais pop-ups, banners e botões, aos inovadores superstitials e integrações com vídeos e SMS, os formatos estão cada vez mais criativos e interativos, sob medida para a comunicação com o público consumidor brasileiro. Fenômeno mundial, esta tendência pelo uso da publicidade online encontrou no Brasil um terreno amplamente fértil e receptivo. Os brasileiros estão no topo do ranking de todas as ferramentas de comunicação eletrônica, perdendo o primeiro lugar, em alguns quesitos, apenas para os Estados Unidos. Isso tem feito com que a publicidade em geral adote em sua estratégia e planejamento de mercado o uso da mídia online. A grande preocupação deste setor, que aos poucos está sendo ultrapassada, é com a utilização de recursos compatíveis com os computadores dos internautas brasileiros. Um exemplo desta evolução foi o Flash, animação hoje popularizada e de visualização acessível em praticamente todos os computadores do País. Para a publicidade online, o futuro reserva o emprego de novos recursos visuais e de áudio, sempre a favor de uma divulgação eficiente e com destaque na mídia.”

44


estudo de caso ::debate Kaiser

Navegue sem

moderação Nada melhor para fortalecer o novo conceito de uma marca, do que utilizar a internet como meio de divulgação. Quem aproveitou de forma criativa este tipo de pensamento foi a Kaiser, que lançou, em meados de julho deste ano, a nova versão de seu site (www.kaiser.com.br). Por Luis Rocha

45 45


estudo de caso :: Kaiser

Mas o que há de novo para se conhecer no espaço virtual de

X

Conar Organização não-governamental que visa promover a

uma cervejaria? Pois bem, a primeira novidade aparece

liberdade de expressão publicitária e defender as prerrogativas

justamente nos percursos disponíveis para a navegação, cujo

constitucionais da propaganda comercial.

guia são tubos transparentes carregando cerveja e que

Fonte: conar.org.br

interligam todas as seções do site. Nesta entrevista, Fábio Pierro, coordenador de criação da Euro RSCG 4D, agência responsável pelo trabalho de

Wd :: Como surgiu a oportunidade de se criar o novo

remodelação do site, revela os principais desafios envolvendo o

site da Kaiser e quais foram os principais desafios do

projeto, a aposta em novas tecnologias (Podcast e RSS), além

projeto?

de destacar a importância da Usabilidade e da Arquitetura da

Fábio :: Primeiro participamos de uma concorrência para escolha da nova agência da Kaiser na internet. A partir desse

Informação no desenvolvimento de sites. Confira.

momento, começamos a trabalhar a oportunidade de reposicionar Podcast

X

não apenas um produto num novo site, mas desenvolver uma

É uma forma de transmissão de arquivos de áudio pela web.

plataforma de comunicação que aproveitasse comportamentos e

Os programas, gravados em qualquer formato digital (MP3,

culturas, traduzindo o mote da campanha “Viver é a melhor coisa

por exemplo), ficam armazenados em um servidor na internet

do mundo” de forma única na internet.

e, através de RSS, o usuário é avisado da disponibilidade de

Wd :: Quantos profissionais participaram deste projeto

novos arquivos, que podem ser baixados automaticamente para o “tocador” de áudio.

e qual foi o prazo para que ele fosse cumprido?

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Podcasting

Fábio :: Esse foi um projeto excepcional em termos de prazo. Para lançarmos o site junto com a campanha, trabalhamos

RSS

X

durante aproximadamente 40 dias. O site passou por diferentes

Formato utilizado para compartilhar conteúdo web. Permite, por exemplo, que o administrador de um site de notícias crie um

profissionais da agência e por todas as áreas. Diria que foram

arquivo XML (Extensible Markup Language) com as últimas

cerca de 30 pessoas da Euro RSCG 4D, além de cerca de 10

manchetes publicadas, a fim de compartilhá-las mais

profissionais de terceiros, como produtora de som.

rapidamente com seus leitores. Fonte: RNP (www.rnp.br)

Wd :: Uma curiosidade: todos os sites de empresas que vendem cerveja possuem um aviso sobre a recomendação de acesso para maiores de 18 anos. Existe alguma determinação de órgão regulador sobre o assunto ou este é um acordo ético de mercado? Fábio :: Apesar de ser uma atitude bastante ética, ligada a questões de consumo responsável - o que para a Kaiser é de primeira importância -, esse aviso é uma determinação de órgãos reguladores, no caso, o Conar (Conselho Nacional de AutoRegulamentação Publicitária). Wd : : Qual é o perfil do usuário que acessa o site da Kaiser

e

como

estes

dados

desenvolvimento do projeto? www.kaiser.com.br

46

influenciaram

no


estudo de caso :: Kaiser

A internet é o único canal de mão dupla no qual uma marca pode dialogar com o consumidor e não só falar para ele ou apenas transmitir uma mensagem.

Fábio :: A internet é o único canal de mão dupla no qual uma

Wd : : Falando ainda em tecnologia, o lançamento do

marca pode dialogar com o consumidor e não só falar para ele ou

novo site traz como mote a promoção PodKurtir, através

apenas transmitir uma mensagem. Essa característica de canal

da disponibilização de um canal Podcast e o uso de RSS.

aberto e democrático, onde qualquer um pode se expressar, faz

Como surgiu a idéia de lançar tal campanha e quais motivos

surgir blogs e podcasts, recursos que rapidamente se

da escolha destas tecnologias?

transformam em hábitos e mudam comportamentos.

Fábio :: A escolha é muito conceitual e está totalmente

Perceber esse ambiente de troca e trabalhar nele são

ligada à estratégia de comunicação da Kaiser. Não existe uma

fundamentais para que sites de marcas e produtos reflitam mais a

aposta numa tecnologia chamada podcast: existe, sim, a

cara da internet como um canal de troca, em vez de páginas

tradução do mote da marca “Viver é a melhor coisa do mundo”

estáticas, cheias de textos. Esse pensamento foi fundamental

para a internet, de modo que as pessoas pudessem falar sobre as

para que desenvolvêssemos a promoção PodKurtir (em que

coisas boas da sua vida. Portanto, é mais que o PodKast com K de

usuários são convidados a criarem seus PodKasts, com K de

Kaiser, é mais que um “fim” isolado: é um meio combinado a uma

Kaiser).

idéia, utilizado para alcançarmos um objetivo estratégico.

Wd : : Por que a escolha combinada de ASP e Flash no

Wd : : O site é executado tão bem no Internet Explorer

processo de remodelação do site? Quais são as vantagens

como no Mozilla Firefox. Que tipo de medidas foram

destas tecnologias?

adotadas para que isso acontecesse?

Fábio :: O Flash é uma opção da área de criação da agência

Fábio :: Aqui na agência, essa busca pela compatibilidade é

por causa das possibilidades e recursos que permitem mais e

uma constante. É uma preocupação que já faz parte do

melhores movimentos, animações, interatividade, navegação

pensamento dos profissionais, das nossas planilhas e briefings. E

mais dinâmica. Em cima dessa decisão, a área de tecnologia da

essa cultura é a principal medida para que isso aconteça. De

agência optou pela ASP.NET por ser uma plataforma que se

resto, é moldar o processo de trabalho em torno dessa

integra bem com o Flash, moderna e com bons recursos.

necessidade com ações como, por exemplo, executar o trabalho

47 47


estudo de caso :: Kaiser

desde o início para que rode nas duas plataformas, e realizar testes em ambos os navegadores durante toda a sua execução. Wd : : A página principal do site privilegia as campanhas publicitárias e de marketing lançadas recentemente pela Kaiser, deixando seções tradicionais como “Institucional”, “Fale Conosco” e de “Produtos” em espaços menores. Como

Em termos de atualização, temos uma estratégia para longo prazo desenvolvida e virão muitas surpresas de peso como os PodKasts por aí.

foi definida a disponibilização dos elementos no site? Como os conceitos de Usabilidade e de Arquitetura da Informação foram inseridos no processo de planejamento e desenvolvimento do novo site? Fábio :: A Arquitetura da Informação (AI) é parte fundamental no trabalho da Euro. Muito mais que um departamento isolado que pensa em navegação, aqui, a AI é parte da criação e do planejamento. O processo é liderado pelo arquiteto de informação, mas é sempre realizado a quatro mãos. Todos aqui, como heavy users de internet ou como profissionais especialistas do meio, têm a obrigação de desenvolver e pensar navegação, enquanto criam textos, arte ou códigos. O resultado desse trabalho é o wireframe ou schematics: guias de conteúdo que vão ajudar os profissionais da criação a desenvolver layouts e idéias. É

48

página interna com informações sobre o produto


importante frisar que, da maneira que trabalhamos aqui, a arquitetura de informação não engessa nem limita a criação. Pelo contrário, ela ajuda e muito na coerência da navegação e usabilidade de um site. A opção de priorizar a área de campanhas, nesse momento do site, é um bom exemplo de arquitetura da informação. Mais do que distribuir conteúdos, é preciso pensar sobre eles e adequálos ao momento do cliente, do mercado ou outra necessidade.

página inicial do Podkast da Kaiser

Neste caso, a necessidade era aproveitar o lançamento da campanha de massa na tv. Como foi muito bem observado, seções como “Produto” têm um peso bem menor que a Promoção PodKurtir, por exemplo. Mais que um feito da agência, isso também demonstra a maturidade do cliente e do mercado quanto à necessidade de inovar e oferecer ao usuário o que ele realmente quer. Wd : : Como será feita a atualização do site? Já foi possível

mensurar

os

resultados

obtidos

pela

remodelação do site? Fábio :: Ainda é cedo para fazer uma análise quantitativa do site. Qualitativamente, entretanto, a repercussão tem sido muito boa. Temos recebido diversas críticas positivas sobre diferentes aspectos do site. Em termos de atualização, temos uma estratégia para longo prazo desenvolvida e virão muitas surpresas de peso como os PodKasts por aí.

49 49


E-cards

Por Tatiana Serra

Na web, convenie e interat

50

enviar ca nte, é ta

ividade n

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mbém ba uma únic

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urso de

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comunic

ação marketin g viral


E-cards Receber ou enviar cartão de aniversário, amor, amizade, ou mesmo um cartão de notificação, de convite e até de visita. Os cartões podem simbolizar romantismo, apresentação, boas ou más notícias, enfim, são várias as funções desta ferramenta de comunicação. Na web, então, as possibilidades são incontáveis. Chamados de e-cards, webcards ou, simplesmente, cartões virtuais, eles são um recurso muito utilizado para a divulgação de projetos, para marcar datas comemorativas, entre outros. A palavra-chave do e-card pode ser interação, já que aproxima, sutilmente, usuário e marca - uma opção, quase sempre, simples, de baixo custo e eficiente. “Mas, apesar da conveniência, o uso dessa ferramenta, em inúmeros sites, tem feito do e-card um conteúdo previsível. E, para ele continuar chamando a atenção do usuário, terá que se reinventar, estando cada vez mais adequado ao contexto conceitual da marca e disponibilizando recursos criativos cada vez mais interessantes e relevantes”, afirma Suzana Apelbaum, diretora de criação da rmg:connect Brasil

“Apesar da conveniência, o uso dessa ferramenta, em inúmeros sites, tem feito do e-card um conteúdo previsível. E, para ele continuar chamando a atenção do usuário, terá que se reinventar...” Suzana Apelbaum, da Rmg:connect Brasil

(www.rmgconnect.com). Ação viral como conseqüência

Tecnopop

Já na opinião de Luis Marcelo Mendes, diretor de

A Tecnopop desenvolveu os sites para as campanhas de

Negócios da produtora Tecnopop (www.tecnopop.com.br),

Aspásia Camargo (vereadora) e Cesar Maia (prefeito),

além do e-card ter um “custo baixíssimo” e ser um recurso

ambos eleitos pelo Rio de Janeiro.

X

muito simpático, “é muito mais eficiente que os outros recursos por haver um caráter de envolvimento pessoal”. Em 2004, a Tecnopop viveu uma experiência diferente com e-cards em

No caso do projeto de e-card realizado para a campanha

sites de campanhas políticas. “Realizamos nos sites da Aspásia

da vereadora Aspásia Camargo, a Tecnopop identificou que

Camargo e do Cesar Maia, sendo que, no do Cesar, não só

haveria muitos eleitores dispostos a recomendar o voto na,

tinha o que chamamos de webcard, como também permitia a

então, candidata. Assim, foi preparada uma ferramenta que

impressão de ‘cola’ de boca de urna com o número do vereador

lhes permitisse fazer isso através de um email pré-formatado e

em que o visitante quisesse votar, e ainda enviar para quem

com uma sugestão de texto pronta como, por exemplo: “Eu

quisesse”. Segundo ele, “ambos tiveram boa saída,

voto em Aspásia”, “Gilberto Gil apóia Aspásia”. De acordo com

especialmente o da Aspásia, cuja militância fez uso intenso da

o diretor da produtora, “o resultado foi uma ação viral, com os

internet. Aliás, se considerarmos as mudanças previstas para

próprios eleitores tornando-se vetores de divulgação da

as futuras campanhas políticas, notamos que a internet

campanha da candidata, mas com o valor especial de se tratar

passará a desenvolver um papel cada vez mais estratégico”.

de uma recomendação pessoal, assinada; melhor e mais

51 51


E-cards

Rodrigo Teco, da Grafikonstruct (www.grafikonstruct.com.br), também fala a respeito de e-cards com a participação direta do usuário, e destaca o projeto Graffiti Ecard Trattoria (www.gkarchive.com/works/trattoria/e-card). De acordo com ele, esse hotsite simula, em uma interface future/retrô, uma máquina de e-cards em que o próprio usuário monta seu cartão, escreve sua mensagem e, utilizando vários stencils (máscaras para grafitar), faz sua arte exclusiva nele. E-cards das campanhas de Cesar Maia e Aspásia Camargo

Boca-a-boca digital Apesar das inovações na utilização desse tipo de recurso e, talvez, justamente por causa dessas inovações, os

“É o e-card saindo só da função de marcar

“tradicionais” cartões virtuais de datas comemorativas continuam em destaque, com suas devidas reinvenções

presença em ‘datas comemorativas’ e trazendo um bom serviço como valor

criativas. Muitas vezes, os e-cards de Natal, por exemplo, funcionam para divulgar a própria empresa. A Tribo 12 (www.tribo12.com.br) confecciona, todos os anos, um cartão

agregado” Suzana Apelbaum

virtual da agência que, normalmente, é enviado no Natal para clientes, amigos e todos os que enviaram mensagens para a

convincente que qualquer tipo de propaganda”. Lembrando

Tribo por meio do Quadradinho da Tribo12 ou pela página

que houve quem enviasse os e-cards para centenas de

de contato (“Sinais de Fumaça”).

conhecidos. Personalização nos e-cards

X

Quadradinho da Tribo 12

Como se vê, os cartões virtuais estão inovando no

É o link, por meio do qual, os usuários enviam

quesito interatividade, incentivando a participação do

mensagens com sugestões de possíveis funções para

usuário, que pode dar seu “toque especial”. “Fiz muitos e-

esse

cards para Brasil Telecom, Credicard, Fiat e Brastemp (quando

aparentemente, não tem função).

quadradinho

existente

no

menu

que,

trabalha na Agência Click); depois, fiz outros para Bubbaloo, na JWT. Neles todos, a palavra-chave era personalização. Quanto mais o usuário pudesse dar o seu toque no layout, no

O cartão virtual de Natal da Tribo 12 é confeccionado em

texto e na trilha sonora, mais interessante ficava”, afirma

Macromedia Flash e sempre traz uma mensagem, alguma

Suzana Apelbaum, da rmg:connect Brasil. Recentemente, ela

brincadeira ou algo interativo que destaque a empresa. “A

desenvolveu uma campanha online para a Trident que, apesar

idéia de tema e features para o cartão, normalmente, surge da

de não ser um e-card tradicional, funcionava como tal, por ser

experiência que aplicamos durante o ano em nosso próprio

um vídeo divertido que os amigos repassavam entre si. “É o e-

site. Enviando o cartão, passamos a controlar as estatísticas

card saindo só da função de marcar presença em ‘datas

de acesso para verificar quaisquer alterações”, explica

comemorativas’ e trazendo um bom serviço como valor

Eduardo Vieira, diretor de criação da Tribo 12. Tal iniciativa,

agregado”, completa ela.

segundo ele, tem trazido boas respostas para a empresa. “Além do aumento de visitações ao site, esperamos que os

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E-cards Campanha online desenvolvida por Suzana Apelbaum para Trident. Apesar de não ser um e-card tradicional, funcionava como tal, por ser um vídeo divertido que os amigos repassavam entre si.

usuários enviem nosso cartão para outras pessoas, justamente por terem achado interessante. Desse modo, insuflamos um ‘boca-a-boca digital’, por assim dizer”, conta Eduardo. Ainda sobre esse tipo de divulgação, destaca-se a importância da lembrança deixada na mente do usuário ao se tratar de um bom projeto. “Lembro de um cartão desses que

“Além do aumento de visitações ao site, esperamos que os usuários enviem nosso cartão para outras pessoas. Desse modo, insuflamos um boca-a-boca digital” Eduardo Vieira, da Tribo 12

recebi, há uns três ou quatro anos, que tinha uma espécie de joguinho. Conforme você ia jogando, situações engraçadas iam prendendo a atenção e, ao final dos passos, havia uma surpresa. Eu, particularmente, nunca esqueci esse cartão, repassei a um monte de amigos e, até um tempo atrás, ainda o tinha em meu computador”, lembra ele. No ano passado, a Tribo passou a desenvolver um projeto de e-card para um de seus clientes, a Task Sistemas de Computação (www.tasksistemas.com.br), a qual percebeu o alcance que algo simples como um cartão virtual pode ter. Foi, assim, criado um cartão com um mensagem de final de ano, sem um ligação específica com o Natal ou com as festas de Reveillon. “Pois a idéia era transmitir uma mensagem positiva a todos os que colaboraram para o crescimento da empresa, e isso não deveria estar atrelado ou depender de qualquer credo, religião ou festa. O cartão foi enviado internamente na (empresa), para fornecedores, clientes, revendedores etc”, completa o diretor de criação da Tribo 12.

53 53


tutorial

Padrões Web 4

Prof. Everaldo Bechara e Prof. Maurício Samy Silva Professores do Centro de Treinamento iLearn falacom@iLearn.com.br

A ampliação do HTML desembocou na famigerada “guerra dos browsers”, na qual cada fabricante desenvolvia, ao seu juízo, uma solução própria para facilidades de renderização e interpretação da linguagem de marcação. O W3C, percebendo o rumo caótico para onde se encaminhava a internet, não vem economizando esforços para alcançar uma maior padronização. Padronização de softwares, de hardwares, de códigos de dispositivos, enfim, de todo componente relacionado a web. Uma padronização que garanta compatibilidade com dispositivos em uso, com dispositivos futuros, e que garanta servir um único código não só para diferentes navegadores e resoluções de monitor, como também para diferentes mídias, dispositivos especiais e agentes de usuários os mais diversos.

CSS – Uma Visão Geral O que é uma Folha de estilo?

CSS3 pretende ser uma especificação modular e vários dos

“Folha de estilo em cascata é um mecanismo simples para adicionar estilos (p.ex., fontes, cores, espaçamentos) aos documentos Web”.

seus módulos encontram-se, atualmente, em fase de rascunho, desenvolvimento e discussões. Como e por que surgiram as CSS?

Esta definição abre a Home Page das CSS no site do W3C:

Tim Bernes-Lee, o inventor da web, um pesquisador físico para partículas nucleares, trabalhando no CERN - Centro

http://www.w3.org/Style/CSS/ Dando sequência a nossa série de artigos sobre Padrões

Europeu de Pesquisas Nucleares, percebendo a dificuldade de

Web, nesta matéria, vamos conversar um pouco sobre as CSS –

trocar informações entre físicos do mundo todo, cada um usando

folhas de estilo em cascata.

um tipo de arquivo eletrônico, incompatíveis entre si, resolveu

Faremos um breve relato do que são as folhas de estilo, de como e porque surgiram, quais suas finalidades, vantagens de usar e, em seguida, mostraremos alguns exemplos práticos de

criar uma maneira de unificar em uma só linguagem tais arquivos. Assim, nasceu o HTML. Tim criou o HTML com a finalidade de unificar uma linguagem para arquivar e trocar informações técnicas e

uso corrente em web sites.

científicas por uma comunidade de pesquisadores.

O que significa CSS? CSS é a sigla em inglês para Cascading Style Sheet, que em

Algumas poucas tags para estruturar textos cumpriam a

português pode ser traduzido para Folhas de Estilo em Cascata,

contento a finalidade da linguagem. Ocorre que a descoberta de

uma tecnologia desenvolvida e incentivada pelo W3C, portanto,

Tim ultrapassou as fronteiras da comunidade científica e caiu no

uma web standard, cujo propósito maior é retirar da linguagem

domínio do público em geral. A nova maravilha fascinou o mundo,

de marcação (HTML, XHTML, XML, etc.)

toda definição

e, rapidamente, projetistas, designers, fabricantes e todos

destinada a apresentação ou formatação de um documento web,

envolvidos com a web clamavam por implementação de novas

como veremos adiante.

facilidades na linguagem. Cores, imagens, movimento, interação

As standards para CSS

e toda uma parafernália que hoje conhecemos foram

CSS1 é uma Recomendação estável do W3C desde 17 de

introduzidas na linguagem, tornando-a bem mais poderosa, é

dezembro 1996, revisada em 11 de janeiro de 1999. CSS2 é uma Recomendação estável do W3C desde 12 de maio de 1998.

verdade, mas a um preço muito alto, pois tudo isto desembocou na famigerada “guerra dos browsers” com códigos proprietários, versões de sites para este ou aquele navegador (até hoje,

CSS2.1 encontra-se atualmente em fase de rascunho de

encontramos grandes sites assim), scripts de detecção, avisos

trabalho, aberta para discussão pública, tendo sido sua última

de “melhor visualizado em...” e uma verdadeira bagunça (e que

atualização em 13 de junho de 2005.

bagunça!) no código HTML.

54


tutorial As CSS chegaram para botar ordem, unificar e facilitar o

Quer mais? Vamos lá. Já imaginou seu site sendo acessado por qualquer dispositivo e continuar a ser acessível mesmo em

desenvolvimento dos documentos web. Finalidade das CSS

dispositivos que você nunca testo? Outro dia, através de um PDA,

A idéia central é a de retirar do código de marcação, todos os

uma pessoa tentou mostrar para um colega, em um site de uma

elementos, tags e atributos destinados à apresentação, devolvendo

grande empresa, o automóvel que queria comprar. Acessou o site

ao código sua finalidade inicial de simplesmente marcar e estruturar os

pelo PDA. Resultado 1: o site não estava acessível, pois as

documentos.

marcações criadas neste site impediam que, por um PDA, pudesse

Assim, por exemplo:

acessar as informações. Resultado 2: um cliente insatisfeito com a

- o uso da tag <font> e seus atributos ‘face’, ‘size’, e ‘color’

marca!. Já pensou se o gerente de Marketing soubesse disso?! Bem, já deu para perceber a importância dos Padrões em

destinados a formatar família, tamanho e cor das fontes; - o uso fins

de

dos elementos <table>, <tr> e <td> para

posicionamento

e

apresentação

do

layout;

passam a ser vivamente desencorajados pelo W3C em favor de se obter aqueles efeitos de apresentação via CSS.

qualquer projeto Web. Vamos lá. Linca as folhas no documento e pronto! Nada de versões do site para PC, para PDA etc. Nada de criar uma versão para impressão.

Vantagens de se usar CSS

Nada de impor uma mídia em função da outra.

Enumeram-se várias e efetivas vantagens em se usar CSS para

Sei que aprender corretamente CSS e layout de CSS, para que

formatar os novos documentos produzidos para a web ou migrar os

possamos fazer o que acima mencionamos, leva tempo e dedicação.

documentos atuais, escritos em HTML com formatação no código.

No mínimo de 30 horas somente para este assunto.

E, dentre estas vantagens, destaca-se a facilidade de manutenção e atualização do site. Qualquer item de apresentação do site é controlado a partir de um único arquivo. Outra vantagem do uso das CSS para desenvolver sites é a possibilidade de servir a mesma marcação (X)HTML tanto para um PC quanto para um PDA, ou qualquer outro agente de usuário. Isto é possível graças as folhas de estilos específicas para uma determinada mídia.

A criatividade e as CSS Desenvolver sites em conformidade com as Web Standards, prefiro este termo por ser muito mais abrangente do que tableless. Não interfere em absoluto com a criatividade. Não limita e nem expande os horizontes do criador. Toda criação conseguida à maneira ultrapassada de projetar sites é possível de ser replicada em conformidade com as Web Standards.

Uma tag <link> colocada na seção HEAD do documento, define

A diferença está no fato de que as Web Standards facilitam e

a renderização da forma mais apropriada para o dispositivo que

simplificam a execução e manutenção dos efeitos criados pelo

solicitou o documento.

designer.

Você escreve uma folha de estilo para:

O domínio das técnicas XHTML e CSS em particular e das Web

- mídia print : impressão;

Standards em geral é fundamental para desenvolver sites sem

- mídia screen: tela de um monitor;

amarras à criatividade.

- mídia handheld: dispositivos portáteis;

Desenvolver CSS é substituir <td> por <div>

- mídia projection: projetores;

Esta é uma visão equivocada das CSS. O conceito de que um

- outras

layout CSS é um documento em que se substitua cada célula de uma

Outra vantagem é a rapidez no desenvolvimento, pois como o

tabela por uma DIV é uma afirmativa corrente, feita por total

estilo já está definido, o desenvolvimento e a manutenção de

desconhecimento das técnicas CSS de posicionamento.

projetos web passaram a ser menos trabalhosos e mais produtivos.

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tutorial Propriedades CSS, as mais variadas possíveis, permitem

e tem a sintaxe conforme mostrado abaixo:

manipular a aparência e posição de elementos e seletores em uma

seletor { propriedade: valor; }

página sem necessidade de criar divs simulando os mesmos efeitos

Seletor: genericamente, é o elemento HTML identificado por

criados por inúmeras células de tabelas. O correto emprego do posicionamento CSS torna o projeto da página muito mais fácil e prático do que o emprego de tabelas. Mas não se esqueça que as tabelas serão usadas, sim, mas apenas para exibição de dados tabulares. Aprenda CSS

sua tag, ou por uma classe, ou por uma ID, ou etc., e para o qual a regra será aplicada; Propriedade: é o atributo do elemento HTML ao qual será aplicada a regra; Valor: é a característica específica a ser assumida pela propriedade.

Normalmente, a primeira descoberta de quem se interessa por

Na sintaxe de uma regra CSS, escreve-se o seletor e, a seguir,

CSS é a clássica retirada do sublinhado dos links. A seguir, a

a propriedade e o valor separados por dois pontos e entre chaves { }.

descoberta de que é possível alterar o estado dos links com a:link,

Quando mais de uma propriedade for definida na regra, deve-

a:visited, a:hover, a:active. Na sequência, a descoberta das classes CSS e a conseqüente manipulação das propriedades das fontes. Tudo muito fácil de aprender e usar. Tudo trivial. A partir daqui, surge a primeira dificuldade:

se usar ponto-e-vírgula para separá-las. O ponto-e-vírgula é facultativo no caso de propriedade única, e facultativo também após a declaração da última propriedade no caso de mais de uma. No entanto, é de boa técnica usar-se sempre o ponto-e-vírgula após cada regra para uma propriedade.

Como estilizar de maneira diferente links em uma mesma página?

Exemplos de regras CSS

A maioria consegue resposta a esta dúvida.

body { background-color: #FF0000;}

Muitos páram por aqui e consideram estar usando todo o

Define uma cor de fundo vermelha para a página.

potencial das CSS.

h1 { font-size: 22px;}

Este é um grave problema das pessoas que estudam o CSS.

Define um tamanho de fonte de 18 pixels para os cabeçalhos de nível 1.

CSS é muito mais do que retirar sublinhados de links e mudar

a:link { text-decoration: none;}

cor de fonte. Alguns seguem adiante e ensaiam seus primeiros posicionamentos com CSS projetando e manipulando DIV’s. Destes,

Retira o sublinhado padrão dos links. #conteudo p { font-style: italic; color: #FF0000;} Define uma fonte em itálico e na cor vermelha para os

a maioria desiste por achar que é mais fácil posicionar com tabela. Os

parágrafos contidos na DIV denominada conteúdo.

poucos que ultrapassam esta fase projetam seus primeiros layouts

Vejamos um pedaço de um arquivo CSS.

sem tabelas e acabam por descobrir todo o potencial das CSS.

body {

A regra CSS e sua sintaxe

margin: 10px 0px; padding:0px;

Uma regra CSS é uma declaração que segue uma sintaxe

text-align: center; background-color: #fff;

própria e que define como será aplicado estilo a um ou mais elementos HTML. Um conjunto de regras CSS forma uma Folha de Estilos. Uma regra CSS, na sua forma mais elementar, compõe-se de três partes: - um seletor; - uma propriedade; - um valor.

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} Estes códigos são digitados em um arquivo texto, cuja extensão é .CSS Em nosso próximo tutorial daremos seqüência ao estudo do CSS. Até lá!.


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webwriting

Bruno Rodrigues Autor do primeiro livro brasileiro e terceiro no mundo sobre conteúdo online, intitulado “Webwriting - Pensando o texto para a mídia digital”. É coordenador de informação do website Petrobras e titular da primeira coluna sobre Webwriting no mundo, elaborada desde 1998 e hoje veiculada na revista online “WebInsider”. Ministra treinamento de Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. bruno-rodrigues@uol.com.br

O pesadelo de Flávia Pipoca Flávia Pipoca é antenada. Editora de conteúdo de um grande portal na internet, para Flávia não há dúvida quando o assunto é webwriting. Nossa colega participa de workshops sobre o tema no Brasil e no exterior, é figurinha fácil em listas de discussão, é mestre em criar textos objetivos, criativos e impecáveis. Informação digital é com ela, e o mundo online corre em suas veias. Ou seja, Flávia Pipoca é tudo! Mas – coitada! – Flávia Pipoca está angustiada. Suas noites têm sido um horror, terríveis pesadelos a atormentarem sua mente. A equipe de Flávia já percebeu que sua líder anda nervosa, estressada, irritada. Mas não há o que fazer – o Usuário a descobriu. Pelo que se ouve nos corredores, tudo teria começado com um e-mail, reclamação de um acionista sobre um texto do site. “Quanto blá-blá-blá”, ele esbravejava em letras garrafais. Foi então, que Flávia Pipoca pirou. Começou a falar sozinha, e muitos juram tê-la ouvido sussurrando frases que sempre terminavam em “... o meu conteúdo!”. Quem ousava encará-la era fuzilada com ódio, como um espião em território inimigo. A cada e-mail ‘abusivo’, novas olheiras, mais ranger de dentes, outros olhares. Contudo, na noite de ontem, anunciou-se a tragédia. Era final de expediente e mais uma mensagem adentrou a caixa de e-mails de Flávia Pipoca. “Nunca vi informações tão resumidas sobre um assunto tão importante”, reclamava um pesquisador sobre as páginas de responsabilidade social do site. Flávia Pipoca dispensou a carona do estagiário, mandou às favas o happy-hour com as amigas e rumou para casa. Sentou-se no sofá da sala, as luzes apagadas, e contou cada segundo no relógio até meia-noite. Havia um estranho sorriso em seus lábios quando saiu de casa, de volta ao escritório. Pelo que o faxineiro contou à polícia naquela madrugada, deve ter sido uma cena aterradora. Rodopiando entre os computadores, gargalhando alto, Flávia Pipoca comemorava a execução do recurso final: o envio de uma delicada mensagem de agradecimento pela constante visitação a cada um dos usuários cadastrados no site... Contudo, atachado ao e-mail, seguia, sorrateiro, o temido vírus tô_nem_aí.exe, pronto para a vingança – a partir daquela noite, nenhum usuário poderia mais enviar novas mensagens pelo ‘Fale Conosco’ do site da vitoriosa Flávia Pipoca! Ela estava livre: nenhuma sugestão, nenhuma reclamação. Nossa amiga foi internada em uma unidade de terapia intensiva da clínica de Figmund Seud, especialista em distúrbios da internet – aquele que, há alguns anos, cuidou de executivos em frangalhos com a quantidade indecente de e-mails a responder. Ao longo de várias semanas, o doutor Seud explicou à transtornada Flávia Pipoca os conceitos da nova realidade em que vivemos, na qual o usuário não só pode quanto deve interferir em todo o conteúdo informativo dos sites. A seguir, reproduzo três bons conselhos que surtiram efeito ao longo do tratamento da estressada Flávia, e que podem ajudá-lo a entender o novo momento:

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webwriting

“ Questione – sempre. Coloque-se no lugar do presidente da empresa e, ao mesmo tempo ,percebase como usuário”

O usuário é seu cliente. Não há como adivinhar do quê seu usuário precisa – há que perguntar a ele . A equação certa para

uma página web sem a participação do usuário, é como achar que o site está bom, apenas porque a informação está lá – em algum lugar...

disponibilizar um conteúdo sempre perfeito deve ser o equilíbrio entre o

O usuário é você. Questione – sempre. Coloque-se no lugar do

objetivo do site e qual tipo de informação o usuário – seu cliente –

presidente da empresa e, ao mesmo tempo, perceba-se como usuário.

necessita. Desta forma, todos saem ganhando: o site, que comunica o

O porquê de uma informação estar no site deve sempre ser dissecado.

que é essencial, e o usuário, que acessa um conteúdo sem excessos.

Errar no alvo da informação é dinheiro gasto à toa para a empresa e

O usuário é seu chefe. Como a informação deve ser

insatisfação sem dinheiro de volta para o usuário.

disponibilizada é tarefa que precisa envolver um trabalho árduo de

Subestimar quem está do outro lado do monitor não apenas é

arquitetura da informação e aplicação de testes de usabilidade ao site. O

demonstração de falta de conhecimento sobre internet, mas também faz

usuário deve mandar e desmandar em que posição deseja achar a

tremer um dos principais pilares da Rede - a credibilidade.

informação. Percebe-se, então, que construir a estrutura editorial de

Portanto, todo o cuidado é pouco!

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marketing

René de Paula Jr. Diretor de conteúdo do Yahoo Brasil, René é profissional de internet desde 1996, passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina.com”, portal focado no mundo online, e do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. rene@usina.com

Dicas de dança por um peso-pesado Você vai ficando mais velho e o que era elogio passa a te deixar com um pé atrás. Por exemplo: ser um profissional "sênior" indica uma trajetória profissional longa e rica ou quer dizer que... por decurso de prazo você já virou um "ex-jovem"? E ser um "peso-pesado"? Significa que você precisa retomar a dieta a-go-ra ou que a sua atuação é poderosa e faz diferença no jogo de forças? Pelo sim, pelo não, essa semana eu me inscrevo numa academia. :) Se você não for tão sênior assim, talvez nunca tenha ouvido falar de um peso-pesado magnífico, o Cassius Clay. Já? Não? Mohammed Ali, então? Também não? Céus... quem mandou eu ter 40 anos, enfim? Vamos lá: Mohammed Ali e Cassius Clay são o mesmo pugilista, e o nome árabe foi adotado quando ele se converteu ao islamismo como o Cat Stevens (o que, na pré-história da minha juventude, era um gesto anti-guerra e pacifista, pasme). Eu ia sugerir que você pesquisasse a respeito por conta própria, mas me esqueci que a tua referência de peso-pesado deve ser algo furioso e bestial como Mike Tyson, cuja colaboração artística para a humanidade foi arrancar com os dentes uma orelha alheia, e isso não deve te animar muito. Esqueça o Tyson. Cassius Clay era elegantíssimo no ringue, um dançarino. Mais: fora dos ringues era um ativista político, um negro consciente, um ídolo pop e, pasme, um belo frasista. É dele a frase que me inspirou esse artigo: "fly like a butterfly, but sting like a bee", voe como uma borboleta, mas ferroe como uma abelha. Lindo, não? Exceto, claro, para quem, confuso de ver aquele gigante dançando em torno de si, recebia o murro certeiro e beijava a lona. E o que tem a ver o conselho de um boxeur com nosso ofício de zeros e uns? Simples: muitos dos grandes tapas-na-cara digitais hoje, muitas das porradas nocauteadoras no digimundo são... simples. Não? Pense nas páginas de busca. Pense nos messengers. Pense nos blogs. Voam como borboletas, não? Você os acessa de todo lugar, em qualquer máquina, em palms, em celulares... Não importa onde, eles pousam com graça e leveza sempre. A hora que você os aciona, porém, são rápidos e certeiros. Como uma abelha. Viram só? Ou vocês pensavam que abelhinhas e flores só serviam pra (não) falar de sexo?

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marketing

“Pense nas páginas de busca. Pense nos messengers. Pense nos blogs. Voam como borboletas, não? Você os acessa de todo lugar”

Agora pense naquele site super instigante-originalmultimídia que você viu uma vez só, achou lin-do, mas nunca mais usou porque ele não te agregava em nada. Well, de cara me lembro de uns 3. Eu creio, porém, que o Cassius Clay não tenha jamais sido picado por uma abelha. Você já foi? OK, dói, mas como se não bastasse a picada, a abelha continua se batendo contra você insanamente, batendo, batendo, até morrer. Muito

favoritos usando metatags, você compra produtos baseado nos reviews de outros consumidores... É assim que os pesos-pesados do digimundo estão lutando hoje, num estilo que mistura leveza, rapidez e integração. Preste atenção, compare os campeões, estude seus movimentos. E torça fervorosamente, como eu, pelos milhões de usuários que estão ganhando asas.

estranho (e contra as regras do pugilismo, imagino). Sabe por que ela faz isso? Antes de morrer, ela vai te marcando com um odor que avisa às outras abelhas que você é um inimigo. As outras abelhas sentem o cheiro que ela deixou em você e te picam também. Aí que mora o perigo: uma picada leva a muuuuuitas outras. Tem outra grande lição aí: abelhas não só ferroam forte, mas também colaboram entre si, trocam informações, e assim derrotam qualquer inimigo. E as coisas mais bacanas que temos hoje no digimundo funcionam da mesma maneira: as "borboletas" digitais não só voam com elegância, mas também se comunicam entre si. Teu messenger te avisa do email que chegou e das últimas notícias, teu webmail te avisa por SMS de uma mensagem urgente, você escolhe quais fontes de notícia tua home vai "escutar" por RSS, você compartilha teus

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bula da Catunda

Marcela Catunda Trabalhou na TV Globo, TV Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e SBT. Foi redatora da DM9DDB e Supervisora de Criação de Mídia Interativa da Publicis Salles Norton. É sócia do site Banheiro Feminino, está no Orkut e trabalha como autônoma. marcelacatunda@terra.com.br

Eu tive Kikos Marinhos Comecei criando-os numa tigela de gelatina rachada. Minha mãe não admitia a hipótese de me dar um aquário pra esse fim. Então, papai deu um jeito na rachadura e comecei a minha criação de Kikos Marinhos. Na escola, a conversa era:

- Eu já tenho um vermelho com tridente. – dizia uma. - Igual o da embalagem? – dizia a outra. - Ahãm. E bem maior. – claro, ela tinha que esnobar. - E os seus Marcelinha? – me chamavam assim no primário. - Os meus morrem. Viram no máximo sapinhos coloridos. – respondi. - Sapos coloridos? – perguntou uma. - E com tridente, claro. – expliquei. - Tridente como o do Kikos da embalagem? – perguntou a outra. - Sim, mas só que beeeem maior. – esnobei. Ah, tão pensando o quê?

Meus Kikos não vingaram. Aliás, o único Kiko que eu tive contato na vida e pude provar que existia foi o Zambianchi. Mas isso, muitos anos depois, quando as pedras rolaram e minha tigela jazia em algum lixão da cidade. Depois dos Kikos tentei criar joaninhas, após assistir uma brilhante exibição do Circo de Pulgas no programa do Silvio (que eu tinha que assistir escondida). O pior é que é a mesma fita que eles passam até hoje, alguns vinte tantos anos depois... Meu circo não deu certo, alguns anos passaram e, então, resolvi criar peixes. Walter D’ ávilla foi minha primeira aquisição. Um desses peixinhos transparentes que a gente consegue ver por dentro. Ele navegava num gigantesco aquário, livre, solto, sozinho. É! Walter precisava de amigos. Daí, chegou Paula Saldanha, Eliza Cristina, Pluft, Plact e Zum. Eles se deram bem. Tão bem que se envolveram emocionalmente e logo meu aquário estava lotado de peixinhos. Fomos felizes por um longo tempo, mas o tal aquário dava o maior trabalhão e, com a morte de Walter e seus amigos, fui ficando sem estímulo e resolvi passar o aquário adiante dois dias depois de comprar Atchim & Espirro, dois peixes palhaço. Nada criado por mim em território líquido dava certo. Nem Mark Harris, meu escafandrista (nome dado em homenagem ao péssimo ator Patrick Duffy que interpretava o Homem do Fundo do Mar) sobreviveu após meu fracasso como criadora de peixes.

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bula da Catunda

“ Nem todo dia a cabeça acorda com vontade criativa o suficiente pra concluir raciocínios interessantes. Daí, o que eu dou de comer pro meu Blog?”

É! Definitivamente eu não era uma pessoa com talentos para criações. Será? Meus gatos sobrevivem felizes deslizando

meu monitor como quem vê seu aquário de peixinhos coloridos minguar. Tem pouco texto. Saco!

suas patas peludas pelo assoalho encerado do meu

O sol acorda radiante e resolvo abastecê-lo. Separo

apartamento. E eles se divertem pacas. Tudo que eles

antigos textos, dou um tapa em outros parados em pontos

precisam é de ração fresquinha, água e carinho para que seus

doc. e encaro a ferramenta: postar texto. E, claro, ela não

tufos de pelos se espalhem pelo ar como pluminhas de Dentes

funciona, ou pior, funciona e posta um texto cheio de erros de

de Leão.

português, alemão, francês... Socorro! Michel, como eu tiro

Depois de criar Kikos, joaninhas amestradas, peixes e

isso daqui?

alguns casos, agora eu criei um Blog que, assim como os Kikos,

Dias depois, encaro novamente o papel mãe de Blog e

não estou dando conta de fazer crescer. Ai Deus, onde eu

vou até lá postar um textinho e, pra minha surpresa, eu não

tava com a cabeça?

existo mais. Caraca! O que aconteceu? Morri? E daí, um pau na

Blog são Kikos Marinhos. A gente não sabe que bicho vai dar daquilo. A gente tem que alimentar, ficar olhando de

ferramenta me faz repensar a minha vida. Esse Blog já tá me enchendo, penso.

quando em quando, tornando a coisa interativa e suportando

Sobem créditos.

a culpa de não ser também uma boa criadora de Blog.

FIM.

Nem todo dia a cabeça acorda com vontade criativa o

ps – pra quem não conhece um Kiko Marinho ou o

suficiente pra concluir raciocínios interessantes. Daí, o que eu

Zambianchi, é só entrar no Google e dar uma buscadinha.

dou de comer pro meu Blog? Então, me pego olhando para

Você vai encontrar os dois na mesma palavra- chave.

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webdesign

Luli Radfahrer PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão de internet de algumas das maiores agências de propaganda e de alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje, é ProfessorDoutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor independente. Autor do livro ‘design/web/design:2’, administra uma comunidade de difusão do conhecimento digital pelo País. webdesign@luli.com.br

A pressa é a pior inimiga da refação Todo mundo quer tudo para ontem. Talvez seja por isso que tanta gente vire a noite procurando corrigir o que fez com pressa. Há algumas semanas, dormi fora de casa e larguei meu carro na rua. Quando fui buscá-lo no dia seguinte, para minha enorme surpresa, ele estava cercado por uma feira livre, exatamente entre uma das barracas de peixe e uma das de frango. Ao constatar que não sairia de lá nem se voasse – estava debaixo de uma árvore – minha primeira preocupação foi ver se havia incomodado alguém e, é claro, se tinha sofrido algum dano. Feirantes são versáteis: como não conseguiram encontrar o dono do carro, não se fizeram de rogados, formaram um grupo e o tiraram do caminho, sem maiores preocupações. Como não haveria nada a ser feito, não me sobrava nada para fazer. Me identifiquei, pedi milhões de desculpas e saí de lá disposto a pegar um táxi para meus compromissos e só voltar por volta das três da tarde. Foi quando me dei conta: que compromissos? Checando rapidamente a agenda, vi que tinha uma reunião cuja presença não era tão fundamental e um almoço que poderia ser adiado. Já que estava com o notebook e o celular, resolvi ficar por lá mesmo e adiantar o serviço. Fui a um café e pedi um sanduíche, só para descobrir que tanto o computador quanto o telefone estavam sem bateria. Não haveria nada para fazer senão esperar. Ao contrário do que imaginava, isso me deu uma profunda calma. Não seria tanto o tempo perdido: de manhã o telefone mal toca, são poucas as coisas que acontecem e tudo poderia ser facilmente resolvido com um trabalho mais concentrado à tarde. Larguei minhas coisas no carro (considerada sua imobilidade e o número de pessoas a olhar por ele, certamente estava bastante seguro) e fui passear pelo bairro. Fazia muito tempo que não andava a pé sem destino e tinha até me esquecido o quanto gosto disso. Sem pára-brisa e retrovisor, desaparecem as telas e as paisagens ficam tridimensionais, com as cores, cheiros e formas ao alcance. Mais do que isso, tudo fica mais lento, seguindo seus ritmos naturais. Um quilômetro ladeira abaixo pode significar 400 metros ladeira acima, 600 quando o vento está contra, 200 se chover... Com o tempo certo para se observar o ambiente, tudo pode ser degustado com maior cuidado. Como em uma pintura, escultura, fotografia, ou rosto: quanto mais se olha, melhor se vê. Subprodutos da tecnologia de informação, a velocidade e o imediatismo viraram uma obsessão nos dias de hoje. As pessoas são escravas do relógio e tudo tem que ser feito “para ontem”. A sobrecarga é tão grande que mal sobra tempo para comer, e dormir oito horas por noite ou ter dois dias de descanso no final da semana soam como um luxo desnecessário. Mas seriam mesmo? Será que a tecnologia eliminou a necessidade de lazer e a única possibilidade de trabalho para o futuro é voltar a regimes piores que os que antecederam a revolução industrial? Você já parou para se perguntar por que as pessoas chamam todos os elevadores disponíveis? Ou por que apertam duas ou três vezes o botão do andar desejado? Por que se comportam como cães

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webdesign

“ Desesperadamente, tentamos encontrar sentido e buscar novas formas de adaptação. Em vão. Não há tempo para isso. As pessoas estão tão tensas que clicam duas vezes em um interruptor para acender a luz.”

raivosos e mudam de faixa desesperadamente em um congestionamento ou tentam ocupar todas as filas das caixas de um supermercado ou banco? Por que estão sempre atrasadas e com pressa e, nessa pressa, tomam atitudes egoístas que tornam todos os processos ainda mais lentos? Por que raios correm tanto nas estradas a caminho da praia, se estão indo lá para descansar? Vivemos em um mundo sobrecarregado de estímulos: nas ruas, carros, casas, praias, jogos de futebol, há muita multimídia, muita instalação, muita interferência. Os antigos meios de transmissão de informação e cultura, das salas de aulas aos telejornais, agora pedem interação, participação, opinião. O mundo conectado e interligado corre a uma velocidade artificialmente acelerada pelos computadores e curiosamente chamada de “tempo real”, em que não

possível ver com calma o desafio proposto pelo trabalho e, a partir

há tempo para descanso, quanto mais para reflexão.

dele, criar uma solução criativa, relevante e sensata, de uma só

Desesperadamente, tentamos encontrar sentido e buscar novas

vez. Com calma para se ler o briefing e matar dúvidas com seu

formas de adaptação. Em vão. Não há tempo para isso. As pessoas

cliente, não se assumem decisões nem se repetem soluções

estão tão tensas que clicam duas vezes em um interruptor para

prontas e o resultado é que seu trabalho sai melhor, mais focado e

acender a luz.

eficiente.

Para piorar, enquanto exigimos dos nossos corpos a velocidade

Isso não significa ser folgado ou preguiçoso, mas focar a

de um carro de corrida, damos a eles a manutenção de um jipe

atenção e realizar uma tarefa de cada vez – responder a e-mails,

descuidado: alimentação inadequada, instabilidade afetiva e

falar com amigos via MSN, tudo isso tem sua hora e, nessa hora,

profissional, sexo inseguro ou de má qualidade, pouco sono, solidão

não deve ser interrompido por algo tão besta quanto trabalho.

e diversas outras formas de restrição ao prazer. Extraímos do solo

Acima de tudo, não se esqueça que tempo real é o que nós,

cerebral todas as suas riquezas e não nos preocupamos em repô-las,

humanos, usamos. Não aquele outro que os computadores tentam

achando que são infinitas. Nesse ambiente, o estresse é endêmico e

nos convencer que é o real.

inevitável, a aceleração tem limite e a qualidade de vida de ideal hippie passa a exigência obrigatória.

Quanto ao meu carro, o retirei sem problemas no final da feira. Ainda bem que não ofereceram nenhum lance por ele (se o

É preciso aprender a relaxar, a meditar no sentido mais literal e

fizessem, tomara que não fosse no fim da feira, em que os preços

menos místico da palavra, cuja origem vem de medir, refletir,

são mais baratos). O mais engraçado da história foi o feirante,

ponderar. Entender a situação em que se está, dar os pesos

que, ao posar para uma foto, disse que queria colocá-la no

devidos às circunstâncias e valorizar o que realmente faz sentido.

Orkut.

Organizar os fatos na mente e traçar caminhos, pois, se não entendemos o tempo, nos tornamos vítimas dele. Só assim será

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