Ed26

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fevereiro 2006 :: ano 3 :: n 26 :: www.arteccom.com.br/webdesign

fevereiro 2006 :: ano 3 :: nº 26 :: www.arteccom.com.br/webdesign

a voz em fOrmA dE imageM EntreviSTa: josé Bessa (elEsbão e HaroldinhO) “O verdadeiro profissional absorve e compartilha, para que o mercado cresça”

Estudo de caSo:

bondfaro.com Webdesign

Redesenho para facilitar a navegação dos usuários

Portfólio agência: Euro

RsCG 4D

Liberdade como estímulo no processo de criação

R$ 8, 90


direitos autorais



4 :: quem somos

Editorial

Do meu vô Luiz...

Equipe Direção Geral Adriana Melo adriana@arteccom.com.br

Direção de Redação

“Quem passou pela vida em brancas nuvens

Luis Rocha

E em plácido repouso adormeceu

luis@arteccom.com.br

Quem não sentiu o frio da geada

Criação e Diagramação

Quem passou pela vida e não sofreu

Camila Oliveira camila@arteccom.com.br

Foi espectro de homem, não foi homem

Leandro Camacho

Só passou pela vida, não viveu.” Saudades do meu vovô Luiz... essa poesia decorei de tanto ler o livro que ele nos deixou. Meu avô era um fazendeiro do interior de Minas e, cheio de amigos, tinha um caderno onde estes escreviam suas poesias ou de terceiros, enfim, deixavam ali uma recordação para ele. Em cada letra, desenhada à nanquim e bico de pena, dava praticamente para imaginar cada amigo do meu avô. “Este gostava muito dele, como caprichou nas capitulares... como dispôs de seu tempo”. Depois lia

Beto Vieira beto@arteccom.com.br

Assinaturas Jane Costa jane@arteccom.com.br

Gerência de Tecnologia Fabio Pinheiro fabio@arteccom.com.br

Desenvolvimento Web

outra, com um tipo mais corrido, uma escrita mais rápida, e imaginava:

Eric Nascimento

este deve ser um daqueles amigos políticos dele... seria um dos Canedo?

eric@arteccom.com.br

Fora o conteúdo das poesias, que também dizem muito das pessoas que as escrevem. Talvez digam até mais do que elas mesmas sobre si. Bem, de volta a 2006. É... as pessoas não escrevem mais poesias, não enviam cartas, não desenham mais letras. Mas continuamos interpretando o que é escrito da mesma forma. Já que não temos mais o prazer de desenhar cada tipo e cuidar para que não caia uma só gota de tinta no papel, vamos utilizar esse tempo para escolher muito cuidadosamente a fonte

Financeiro Cristiane Dalmati cristiane@arteccom.com.br A Arteccom é uma empresa de design, especializada na criação de sites e responsável pelos seguintes projetos: Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br Projeto Social Magê-Malien :: www.arteccom.com.br/ong

para que conteúdo seja transmitido eficazmente. Com certeza, ela vai te ajudar a transmitir sua mensagem e a atingir o objetivo de seu projeto.

Criação e edição www.arteccom.com.br

Produção gráfica

Boa leitura e um grande abraço!

www.prolgrafica.com.br

Adriana Melo

Distribuição www.chinaglia.com.br

:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.

leandro@arteccom.com.br

Ilustração


menu :: 5

apresentação pág. 4 quem somos pág. 5 menu

contato pág. 6 emails pág. 6 fale conosco

fique por den tro pág. 8 direito na web pág. 10 bloguices

portfólio pág. 12 agência: Euro RSCG 4D pág. 18 freelancer: Alex Leão

matéria de capa pág. 20 entrevista: José Bessa pág. 28 tipografia na web: como garantir o sucesso estético e funcional de seu projeto

e-mais pág. 39 debate: o poder das comunidades pag. 46 como administrar o tempo

com a palavra pág. 58 experience design: Claudio Toyama pág. 60 marketing: René de Paula Jr. pág. 62 bula da Catunda: Marcela Catunda pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer


6 :: emails

Assunto: Novidades para março

“Métricas e Mercado”, onde publicaremos novidades sobre

Assunto: Segurança na web Gostaria muito que vocês explicassem como fazer para sabermos se o site em que estamos é realmente seguro ou não. Sei que quando nós clicamos no cadeado que aparece no canto direito da página, há informações de certificados de segurança. Mas acabei de ler uma matéria sobre isso e já estão falsificando as informações bem como os cadeados que aparecem (“Curiosidades: Golpistas usam certificados digitais para phishing”, site Infoexame). Ah,

Parabéns pela organização do

emprego e estatísticas atualizadas

evento e pela maravilhosa revista.

sobre e-commerce, hospedagem,

Gostei muito da estética da última

segurança, navegadores, domínios

edição, estava mais bonita que o

etc. Qualquer sugestão adicional,

habitual. Tenho uma sugestão: por

fale conosco pelo site da

que vocês não deixam uma página

Adorei a seção de downloads!

Webdesign.

Minha vida de “freela” ficou

como mural de empregos, onde as empresas divulgam que tipo de profissionais estão precisando e informações para contato? Estou com uma dificuldade tremenda para encontrar algum profissional com conhecimento em WebStandards em Ribeirão Preto. Se essa seção existisse, seria muito mais fácil para as pessoas que passam pela mesma situação. Sucesso a vocês e até a próxima edição :-)

já ia esquecendo: sou leitora da

Caio Vinícius caio.audax@gmail.com

Webdesign faz pouco tempo,

Olá pessoal, com certeza não tem

acho que seis meses. Gosto muito

como se lembrar das pessoas que

da revista, mas às vezes não

mandam sugestões, pois creio

entendo nada de programas e

que sejam muitas. Mas já enviei

de certas palavras. É, eu sei que

“algumas”, rsrsrsrs. A de hoje não

tenho que fazer um curso bom

é específica sobre webdesign, nem

Assunto: Cadastro de portfólio

Assunto: Freelancer organizado

muito mais organizada. Parabéns a toda equipe ‘Webdesign’.

Na edição 24, havia um pequeno comentário sobre uma “divisão” feita no cadastro de portfólios. Mas não encontrei essa divisão no site. Fiz o cadastro, mas até agora nunca recebi um informativo sequer da revista, até para confirmar o cadastro. Tenho interesse em participar na parte de portfólio calouro! Um forte abraço, Roberto Fernandes roberto@fatordigital.com.br

Estou enviando esse e-mail por uma dúvida. Sou novo na

Cosme cosmefm@gmail.com

Oi, Cosme. A idéia é essa: ajudar nosso leitor em sua caminhada profissional. Lembrando que na seção “Downloads”, do site da revista, é possível obter os seguintes modelos: tabela referencial de custos de site, modelo de briefing, contrato de prestação de serviços de desenvolvimento de site, proposta e pesquisa de satisfação. Assunto: 11º EWD

profissão de webdesigner e não

Parabéns pelo excelente EWD-

tenho um portfólio grande. Então,

SP! O mercado de webdesign

gostaria de saber melhor como

realmente carece de ótimas

funciona o cadastro de portfólio

iniciativas como esta. Isso

do site. Espero respostas,

só fortalece nossa profissão.

de webdesign, mas não tenho

programação, e acho que pode

condições de “bancar” com as

chamar as pessoas a comprar a

mensalidades. Aqui, os cursos são

revista. A idéia é manter uma

Danilo Carvalho minotauro_nc@yahoo.com.br

caros. Vocês não teriam uma dica

lista de empregos na revista, se

Olá, Roberto.

para me dar? Sou iniciante.

possível os tão falados empregos

Implementamos essa “divisão” em

Juliana de Souza juliana.dsouza@bol.com.br

à distância, porém quase nunca

janeiro. Por favor, visite o site da

Olá, Juliana.

vistos. A maioria dos profissionais

revista (www.arteccom.com.br/

Na edição 21 (setembro), fizemos

(isto inclui eu) procura este tipo de

webdesign) e confira as mudanças.

uma longa abordagem sobre

emprego. Portanto, seria uma boa

Seu portfólio foi cadastrado com

o tema “Segurança”. Inclusive,

para os leitores e para a revista ter

sucesso. Essa área gera uma grande

há dicas de como identificar os

algo do tipo. Valeu e até mais. []’s

demanda e mensalmente vamos

sites “seguros”. Como você está

Juliano Nunes juliano.net@gmail.com

analisando os profissionais e as

iniciando, uma boa pedida é ler

Caio e Juliano, a participação

a “Cartilha de Segurança para

de vocês sempre é fundamental

Internet” (http://cartilha.cert.br/),

para que nosso trabalho evolua.

Danilo, para cadastrar seu portfólio,

preparada pelo CERT.br. Sobre

Depois do Bloguices (páginas

basta entrar no site da revista e

cursos, você pode conferir os

10 e 11) e da nova diagramação,

preencher seus dados no formulário

anúncios publicados nesta edição.

vamos trazer em março mais uma

localizado no lado esquerdo. Boa

novidade: uma seção chamada

sorte!

agências cadastradas. Aguarde!

O evento estava muito bem organizado, desde o local, stands e palestras. Aliás, excelentes palestras. Para terminar com chave de ouro, as premiações mostraram o que está sendo feito de bom neste mercado. Mais uma vez parabéns e muito sucesso a Arteccom! Tercio Strutzel tercio@mktable.com.br

Oi, Tercio. Muito bom receber esse tipo de

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign :: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

feedback, pois assim temos um parâmetro sobre a qualidade dos eventos. Aproveitamos para anunciar que a 11ª edição do EWD começará em maio. O novo site do evento já está quase pronto.



8 :: direito na web

Plágio Acho que a revista deveria falar sobre plágio na internet. Salve os criadores e diga não à pirataria. Bruno Neves - contato@brunofree.com.br

Muitas pessoas confundem a prática

Certo é que o elemento determinan-

de plágio com a de reprodução ou cópia

te na identificação da ocorrência da prá-

desautorizada de uma determinada obra.

tica de plágio é o fato de que nenhuma

De acordo com o Dicionário Houaiss da

criatividade oriunda do intelecto do então

Língua Portuguesa (2000), Plagiar signifi-

plagiador é acrescentado àquela criação

ca: “1. apresentar como da própria autoria

a que se recorreu para criar a “obra-plá-

(obra artística, científica etc. que pertence

gio”, aproveitando-se a própria estrutu-

a outrem); 2. fazer imitação de (trabalho

ração ou apresentação do tema da obra

alheio)”.

original.

Marianna Furtado é advogada com pós-graduação em Direito da Propriedade Intelectual pela

Assim é preciso esclarecer que plágio

PUC-Rio. Atualmente, pertence à equipe do escritório

não é necessariamente uma cópia servil,

Montaury Pimenta, Machado &

idêntica de obra alheia. O plágio é uma

Caçando os e-plagiadores

Lioce Advogados. Envie sua dúvida para: marianna@montaury.com.br

prática de caráter ofensivo maior do que a

"Vasculhar a internet em busca

cópia, vez que, ardilosamente, o plagiador

de conteúdos semelhantes ou copia-

apodera-se da criatividade da obra de um

dos sem autorização prévia é o ob-

terceiro, disfarçando-a para que aparente

jetivo principal do Copyscape (www.

ser uma obra nova.

copyscape.com).

Por isso, a diferenciação entre as mo-

Trata-se de uma ferramenta de

dalidades de infração em “usurpação” e

busca que pode ser utilizada para acom-

“contrafação”. Na usurpação, o infrator

panhar os caminhos de um conteúdo

apresenta como sua obra de outrem, fur-

publicado e descobrir se foi plagiado

tando do verdadeiro criador a sua autoria.

por algum website. O sistema também

Na contrafação a obra não é simplesmen-

pode ser usado para localizar citações

te copiada e sim recomposta de manei-

legítimas de conteúdo online."

ra a aparentar ser obra nova autônoma daquela em que serviu de origem para o plágio. Entretanto, há que se destacar que não constitui prática de plágio os casos em que ambas as obras - mesmo possuindo semelhanças oriundas das características comuns daquele determinado objeto - possuam cada uma criatividade própria.

Fonte: InfoGuerra (www.infoguerra.com.br)



10 :: blog

Bloguices

By Margarida Flores apareceu_a_margarida@hotmail.com

E como diria Jorge Benjor em Fevereiro tem carnaval. Janeiro é um mês que nasce morto. Nada pra fazer senão esperar o mundo voltar de férias enquanto o sol brilha para quase todos. Mas, ao contrário do lado daqui, o mundo Nasdaq não descansa, e quem vive a rotina digital não pode deixar de ler e saber que, deu pau na Nasdaq, o mundo www explode. E toma tabela. Pior que decorar tabuada. Quem vive a rotina digital não pode deixar de ler e conhecer o site mãe do mundo virtual, uma bolsa de valores em corretores. http://www.nasdaq.com/ - Fonte - By my self

Luzes! Câmera! Google!?! Como se não bastasse mandarem em um bom pedaço da internet, agora o Google vai entrar com pipoca nas salas de cinema bancando um filme independente. Serão dados US$ 500 mil a Reid Gershbein para que o cineasta possa terminar Broken Arrows. O roteiro narra a trágica história de um homem que perde sua mulher em um ataque terrorista e por conta disso resolve sair por aí fazendo justiça com as próprias mãos. - Fonte by Magnet

Portas e Windows Escancaradas para 2006 Dizem que se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Mas os caras do Internet Storm Center (ISC), do SANS Institute, não pensaram assim e lançaram um SOS:Se você é um feliz ou infeliz usuário do sistema operacional Windows, corra para instalar a correção de segurança não oficial imediatamente, tipo agora. A coisa toda é pra proteger você de ataques como os via e-mail compostos por títulos como “happy new year” (feliz ano novo), com um arquivo “HappyNewYear.jpeg”, que ao contrário de um voto de felicidades pra 2006 se trata de um arquivo WMF corrompido. A história agora é a seguinte, nem os JPEG estão livres do WMF. Resumindo, que se lixem os cartõezinhos de natal bonitinhos, deleta essas porcarias. Telefone tá aí é pra ser usado. Leia e entenda você mesmo o boletim da Microsoft: http://www.microsoft.com/technet/security/ advisory/912840.mspx . - Fonte by IDG Now

Tem uma Boquinha aí pra mim? E não é que na China jogar virou emprego? Em turnos de doze horas os sortudos chamados de “Fazendeiros do Ouro” se revezam enquanto brincam com jogos. A nova modalidade de mão-de-obra nada mais faz do que queimar etapas e vender personagens de games. São os mercenários do “start”. Eles enfrentam as mais sangrentas batalhas, sofrem nas mãos impiedosas de monstros, caçam os mais valiosos tesouros e depois vendem pra você. É isso mesmo, senhoras e senhores, é a terceirização chegando ao mundo dos games, inclusive os multi players. Se esse trabalho dá dinheiro? Por lá os caras tão tirando unsUS$ 250 por mês. Tô dentro. Fonte by Folha Online


blog :: 11

Nova seção!

LINKS BRINDES

A partir desta edição as notícias da seção clipping serão dadas por

Tá com sono? Tá com fome? Tá com dengue?

Margarida Flores!

Links brinde, em 2006 mais entretenimento pra vocês.

Todos os links estão no site da revista.

Esse é bisonho: plástico bolha. Estoure as bolhinhas e é só. Ploct! http://www. bossmonster.com/games/bubblepop.html

Prêmio Selo RIOfazDESIGN 2006. O Selo RIOfazDESIGN é um prêmio concedido a empresas e instituições instaladas no Estado do Rio de Janeiro que utilizam com regularidade o design como ferramenta em seus diversos setores e níveis de atuação: impressos e meios de comunicação, equipamentos e veículos, uniformes, embalagens, produtos e tudo mais que der pra fazer design. O Prêmio se divide em 7 categorias. Quem ganhar terá o direito de utilização do Selo RIOfazDESIGN 2006, um atestado de diferencial de qualidade e o direito de participar da III Exposição RIOfazDESIGN. As inscrições vão de 4 de janeiro a 4 de fevereiro de 2006. Pra saber mais: riofazdesign@sede.rj.gov.br

A pirataria tá comendo solta por aí, mas um seleto grupo de artistas nem deveria se preocupar com isso. http://www.zonicweb. net/badalbmcvrs/index.htm Vai dizer que não lembra daquelas baladas que os Scorpions faziam nos anos 80? Pode confessar, fala baixinho, ninguém vai ouvir. Músicas que embalaram namoros, violentos rompimentos, aquela profunda sensação de que ninguém te ama, ninguém te quer. Aqui uma versão acústica. http://crass.on.ru/ flash/bbird.html Alô? Alô? Alô? De onde falam? Em vez de atender o telefone normalmente, as pessoas levam à orelha os objetos mais variados e incomuns do planeta como animais, monitores de computador, cestos de lixo e muito mais. Área especial para brasileiros. Cheque pra rir. http://www.sidetalkin.com/ photos.html

Time elege as melhores fotografias de 2005

FLASH BACK

Veja você mesmo e não se choque. Nem tudo são flores no mundo.

DOCES LINKS DO PASSADO.

Uma dica, lencinhos de papel em mãos porque a coisa não vai ser fácil.

Dificuldade em se expressar? As pessoas dizem que você é insensível demais? Não se preocupe. Isso tudo pode simplesmente ser dificuldade em demonstrar emoção nas suas expressões faciais. Emotion Eric demonstra exemplos práticos para você. Entre nesse link pré-histórico e aprenda com o mestre:

Vale a digitação http://www.time.com/time/yip/2005/

Previsões de Michel Lent para o Web New Year 1. Os salários dos publicitários com conhecimento de internet vão inflacionar. Nas grandes agências, estes salários irão se equiparar ou passar os salários dos

http://www.emotioneric.com

publicitários ‘tradicionais’.

RÁDIO DO MÊS

2. Veremos um movimento migratório de contas online indo para agências

O papa é pop. O pop é caribenho.

especializadas. Grandes clientes, deixando grandes agências tradicionais sem

http://www.more94fm.com/

expertise em interactive, buscando agências focadas neste ferramental.

NOTA IMPORTANTE

3. Até o final de 2006, 2 ou 3 novas agências especializadas em online ganharão grande destaque no mercado brasileiro. Se transformarão em ‘hot shops’ queridinhos do mercado, num movimento parecido com o que já acontece nos Estados Unidos e Europa. E tem mais previsões. A fonte é do próprio. Digite e leia em http://www.lent.com.br/viu/

Dê olho nas prateleiras. Chega ao Brasil o Manual do Estilista Tá na moda ler. Aliás, sempre esteve. Não esqueça então (se o assunto te interessar) de ler Fashion Design - Manual do estilista, da britânica Sue Jenky Jones, uma bíblia para estudantes e interessados no tema. Completíssimo.

Margarida Flores sofre ataque de amnésia. Margarida Flores sofre ataque de amnésia. Perdi a cabeça e minha senha do Hotmail. E quem consegue decorar tanta senha? Eu não. Cadastrei e esqueci mesmo. Isso que dizer que, o margarida.flores@hotmail.com já era. Quer mandar uma email com dicas, elogios, elogios, elogios, elogios ou divulgar o seu evento, se for legal eu falo dele. Mande para: apareceu_a_margarida@hotmail.com

Teu Blog é legal? Manda o link. Dose dupla de prediletos. http://catarro.blogspot.com/ http://www.gardenal.org/ressacamoral/


12 :: portfólio agência - Euro RSCG 4D

O RECONHECIMENTO INTERNACIONAL DO TALENTO BRASILEIRO

Eles estão de olho em nosso talento. Não, a redação da revista Webdesign não foi contaminada pela mania de perseguição. É apenas uma constatação do crescente sucesso que os profissionais de internet no país vem fazendo no mercado gringo. Um bom exemplo desse cenário faz parte da história da Euro RSCG 4D (www.eurorscg4d. com.br) no Brasil. “A agência surgiu em 1999. Eu e minha sócia, a Roberta Raduan, tínhamos uma produtora de web (WBD) e prestávamos serviço para alguns clientes, entre eles a Intel. Foi por causa de uma promoção na internet que desenvolvemos para eles que o grupo Euro RSCG nos conheceu, gostou do nosso trabalho e nos convidou para fazermos parte da rede. Na época, chamamos Euro RSCG Interactive, depois Interaction e, há dois anos, somos 4D”, revela Alon Sochaczewski, sócio-diretor de criação da agência. A inclusão do termo “4D” foi uma estratégia ocorrida globalmente. “Ela representa mais do que uma troca de nome. Os 4D falam de quatro disciplinas que atuamos hoje em dia: Digital, Direct (Marketing Direto), Drive (promoções, ações no ponto de venda, eventos) e Data (trabalho inteligente com banco de dados). Ou seja, hoje nossa agência e as outras 44 do grupo Euro RSCG 4D fazem Marketing Services, integrando essas disciplinas e entregando um trabalho coeso e sempre muito criativo”, define.


portfólio agência - Euro RSCG 4D :: 13

“(A bolha da internet) foi uma overdose de desinformação, apostas despropositadas na web, tudo totalmente fora de controle, o que prejudicou demais o desenvolvimento da internet no país” Furando a bolha

durante os seis anos de existência é uma grande conquista.

O ano de 2001 deixou marcas profundas em alguns

Ele destaca também as importantes premiações recebidas

profissionais que trabalhavam com internet na época.

ao longo desse tempo.

Esse período ficou conhecido como “bolha da internet”,

“O ano de 2005 foi, particularmente, um período de

quando a supervalorização das empresas pontocom acabou

grandes conquistas, com mais de 60 prêmios ganhos em

se tornando um grande desastre comercial, após o boom

festivais nacionais e internacionais. Em Cannes, que é o

ocorrido entre 1999 e 2000.

Oscar do nosso mercado, levamos cinco leões e fomos a terceira agência interativa mais premiada do mundo. No

x

Brasil, também fomos a agência do ano no Prêmio About,

A entrada do século XXI foi um momento de força

peças isoladas. Destaco também os dois prêmios AMAUTA

na Internet. O bug do milênio não gerou prejuízos e

que recebemos, o mais importante festival de marketing

grandes empresas da era virtual que nasceram de pe-

direto da América Latina”.

Bolha da internet

quenas idéias como Hotmail, Google, Yahoo e Amazon contabilizaram lucros antes impensáveis. Ao mesmo tempo, teve início o tempo das grandes fusões de empresas, como a reunião dos grupos AOL e Time-Warner. A chamada “Bolha da Internet” estava inflando e não demoraria muito a estourar. Fonte: Terra Tecnologia (http://tinyurl.com/cx76q)

e a mais premiada no ABANET, que reconhece cases e não

Mas nem só de prêmios vive uma agência. “Outro destaque importante foi a conquista da conta das cervejarias Kaiser, um cliente muito aberto, maduro, que nos possibilitou colocarmos no ar grandes campanhas e projetos”, diz. Liberdade para se atingir a criatividade Uma dúvida muito comum de quem inicia na profissão envolve a formação de uma agência web. Na Euro, o perfil

“Enfrentamos a bolha da internet e, nessa época, as

é bem variado.

pessoas não tinham noção alguma de como a tecnologia

“ Te m o s v á r i o s p e r f i s d e n t ro d a a g ê n c i a . D e s d e

podia trabalhar para as suas marcas. Foi uma overdose

o fera em tecnologia, ao expert em mídia, passando

de desinformação, apostas despropositadas na web, tudo

pelo profissional de atendimento, planejamento, pelos

totalmente fora de controle, o que prejudicou demais o

criativos - diretor de arte, redator. Sempre oferecemos

desenvolvimento da internet no país. Mas sempre fomos

palestras e possibilidades para nossa equipe reciclar seus

muito sérios e comprometidos com o negócio dos nossos

conhecimentos e incentivamos isso o tempo todo. No mais,

clientes, por isso passamos por aquele período e estamos

nosso time também trabalha integrado, ou seja, buscamos

aqui hoje, fortes e crescendo e, melhor, ganhamos o

quebrar a divisão de trabalho on e off-line e incentivamos

respeito e a admiração do mercado”, afirma Alon.

a todos trabalharem em todos os jobs da casa”, explica

2005: o ano das premiações

Alon.

Dentre as principais realizações já alcançadas pela

Um aspecto fundamental para estimular a criatividade/

agência, Alon diz que manter um crescimento constante

produção dos profissionais que trabalham na agência


14 :: portfólio agência - Euro RSCG 4D

“Sempre oferecemos palestras e possibilidades para nossa equipe reciclar seus conhecimentos e incentivamos isso o tempo todo” CASES Kaiser - Videokast www.kaiser.com.br

www.eurorscg4d.com.br

envolve o planejamento do ambiente físico (estrutura, decoração, computadores etc). “O que damos aos nossos profissionais é liberdade. Liberdade para colocar pôsteres pela agência, para decorar seu ambiente de trabalho, para fazer suas pesquisas e dividir com o grupo as novidades que descobriu. Acredito que isso é motivador e ajuda a turbinar sua criatividade. Também propiciamos um ambiente alegre, jovial, um ambiente de equipe mesmo”, revela. Segundo Alon, o estímulo à criatividade representa o segredo para uma agência sobreviver no disputado mercado de internet. “Criatividade é a palavra-chave, é o nosso ‘segredo’ e o motivo pelo qual estamos aqui, crescendo, conquistando prêmios e clientes”, completa. E tudo isso vai ajudar também na consolidação dos diferenciais da agência. “Somos uma agência que faz Marketing Services, ou seja, não temos uma solução pronta para nossos clientes. Eles nos trazem seus problemas de comunicação, nós olhamos para ele e levamos a solução ideal, que pode ser na internet, ou uma promoção, uma ação no ponto de venda, um evento, ou tudo isso junto, i n t e g r a d o . Te m o s d i v e r s a s f e r r a m e n t a s e a s u s a m o s conforme a necessidade do cliente naquele momento. Trabalhamos comunicação integrada, sempre de forma muito criativa e ousada”, aponta.

Dando continuidade as inovações realizadas, em agosto de 2005, no site da cervejaria Kaiser, a Euro RSCG 4D implementou, no começo de janeiro, a tecnologia videocast, rebatizando-a de videoKast, com “K” de Kaiser. Para quem ainda não sabe, videocast são arquivos de imagens transmitidos pela web. No caso do site da Kaiser, a tecnologia permite que as pessoas transformem fotos em um vídeo dinâmico, editando-o com efeitos especiais, trilhas e outros recursos.


portfólio agência - Euro RSCG 4D :: 15

A ferramenta para edição do videocast foi desenvol-

Diante disso, a Euro RSCG 4D recebeu a missão de

vida pela agência. Entre as vantagens, o usuário pode sal-

desenvolver o site do “Concurso Garota Veet”, criado para

var seu videocast durante a produção, inserir frases (let-

ser a principal ferramenta de votação no concurso e princi-

terings), fazer quantos videocasts quiser e enviá-los por

pal mídia para as candidatas buscarem votos.

e-mail para os amigos, dividindo com eles seus melhores momentos.

O planejamento de mídia não poderia ter sido melhor: o site atingiu cerca de 70 mil cadastrados que votaram nas garotas participantes do concurso. O site contou com 69

Garota Veet

mil votos via internet e 750 votos por celular (SMS), além

www.veetbrasil.com.br/garotaveet

da inscrição de 700 garotas, das mais diversas cidades do Brasil.

A Reckitt Benckiser tinha como objetivo rejuvenescer o posicionamento dos seus produtos depilatórios Veet no mercado brasileiro. O objetivo da empresa era modernizar o produto, a partir de uma campanha que falasse, principalmente, com garotas a partir dos 13 anos, época em que se inicia a depilação juntamente com a primeira menstruação.


16 :: portfólio agência - Euro RSCG 4D

CASES Nokia Trends www.nokiatrends.com.br

O Nokia Trends é uma plataforma de marketing baseada na música e na arte multimídia, criada em 2004 para estimular as novas formas de consumo de informação por meios eletrônicos, não só tradicionais, mas, sobretudo, os móveis. A Euro vem cuidando do desenvolvimento do site desde sua primeira edição (2004). Criado para ser um elemento complementar na divulgação do evento, o site fez tanto sucesso que acabou se tornando a principal ferramenta de comunicação entre o Nokia Trends e seu público-alvo, justamente pelo fato de ilustrar, de maneira ampla, o conceito do evento. Os números refletem esse sucesso: no mês da última edição do evento, em setembro de 2005, o número de page views saltou de 200 mil para 718 mil (um crescimento de 257%). No mesmo período, o número de visitas teve um acréscimo de 235%. Numericamente, o valor de visitas subiu de 37 mil para 125 mil. Em números de visitantes únicos, compreendido entre agosto e setembro, o aumento foi de 32 mil para 110 mil, representando alta de 245%.



18 :: portfólio freelancer - Alex Leão

Site: www.aldesigner.com.br Email: info@aldesigner.com.br

Colocando a Bahia no mapa do design na web A expansão do acesso à internet pelo país começa

www.meligeni.com.br

a colher seus frutos. Um deles vem de Salvador, Bahia, e

a vez do desenvolvimento da nova versão do site do tenista

envolve o design na web. “Meu interesse pela área surgiu

Fernando Meligeni. “O contato surgiu com a pessoa que

quando a internet chegou lá em casa. Lembro bem quando

atualizava o site (Thiago). Ele tinha sido um cliente meu,

vi a web pela primeira vez, por volta dos 12 anos, em um

através da criação de um layout para um portal de tênis, que

curso de informática avançado. Pensei ‘que negócio é esse,

gostou do meu trabalho e me indicou para a empresária do

coisa de maluco...’, mas fascinava. Mal sabia que pouco

Meligeni”, revela.

tempo depois ia começar a brincar de fazer sites”, relata Alex Leão.

Para chegar no modelo atual do site, ele precisou desenvolver três esboços de layout. “Tivemos uma constante troca de idéias (através de Messenger e e-mail) para definir qual seria a estrutura e o orçamento final. A princípio pensei em um site com as cores do tênis e Brasil (verde, amarelo e um pouco de azul), que retratasse a nacionalização do Fernando. Mas a empresária e sua equipe queriam algo diferente e sugeriram um azul. Segui a linha de um site ‘flutuante’ com bordas arredondadas e tons fortes”, conta.

www.aldesigner.com.br

O esforço de Leão seria reconhecido: o projeto foi vencedor da categoria Pessoa Física do prêmio Plugin

A brincadeira se tornou algo sério e o baiano iniciou sua caminhada neste mercado tão disputado. “Em 2003, consegui um estágio no SERPRO, onde aprendi o famoso Flash, que até então era quase uma incógnita para mim, e me aperfeiçoei no Fireworks, Dreamweaver e programação ASP com SQL Server”, lembra. Além disso, Leão resolveu investir em alguns trabalhos não remunerados para tornar seu trabalho conhecido. “Dentre os que fiz, posso citar o Style Host, ScriptBrasil e F1 Mania. Com isso, comecei a ter mais visibilidade e contatos. O resultado foi a conquista de projetos remunerados. O Esporte Clube Bahia (http://www.ecbahia.com.br) foi o mais importante pela alta visibilidade aqui no Estado”. Mas o melhor ainda estaria por vir. Em 2005, seria

Website Awards 2005 (http://concurso.plugin.com.br). “Uma das grandes sacadas foi a criação do Espaço dos Tenistas, que funciona como um pequeno portal de informações sobre o universo do tênis e procura atrair usuários de forma permanente”, diz. Para o futuro, Alex diz que pretende investir cada vez mais em sua formação profissional. “Estudar, praticar e d e m o n s t r a r q u e s e r w e b d e s i g n e r é u m a p ro f i s s ã o importante que requer muita preparação e estudo. Passei para o último semestre do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Ruy Barbosa. Depois, pretendo ingressar em outro curso, Design ou Publicidade, ainda não sei qual, até lá decido, pois creio que ainda sou novo e tenho muito que aprender”.



20 :: entrevista - José Bessa

Os mais antigos não devem esquecer do Design de Bolso (http:// tinyurl.com/d7n4k), famoso manifesto experimental - em forma de fanzine - produzido por Elesbão (José Bessa) e Haroldinho (Cláudio Reston), entre os idos de 1997 e 2001. Mas a quantas anda a produção da dupla? A curiosidade é tamanha e a resposta você confere a seguir. Isso porque conversamos com Bessa, que fala sobre a evolução do trabalho da dupla (atualmente, eles lapidam suas idéias no Visorama Diversões Eletrônicas - www.visorama.tv), analisa o atual momento do mercado de design, desmistifica o processo de criação e revela os novos desafios que virão. Boa leitura!


entrevista - José Bessa :: 21

“Passados esses dois primeiros anos do novo escritório, a percepção é de uma fase de amadurecimento, afinando a expressão do conjunto” Wd :: Em algum momento, o uso dos personagens “Elesbão e Haroldinho” prejudicou a conquista de projetos/clientes?

uma segunda etapa o esclarecimento de outras áreas de trabalho, facilitando assim a “digestão”. Wd :: De 2000, quando vocês se apresentaram no

Bessa :: Excetuando uma ou duas situações pontuais

1º Encontro de Web Design, para os dias atuais, quais

no primeiro ano, creio que não tenhamos passado por qual-

foram as principais modificações ocorridas no trabalho

quer impedimento, ou pelo menos algo que nos tenha sido

da dupla?

externado. Se houve incompreensão ou má vontade, ela

Bessa :: Entre 1997 e 2001, atravessamos um período

provavelmente partiu de minorias conservadoras dentre

de intensa produção e exposição, principalmente a expe-

os próprios designers, procurando isolar-nos em um nicho

rimental, e, a partir de 2002, um platô que apontava para

pitoresco, humorado, como galhofeiros sem a devida co-

a necessidade de repensar e reforçar a geração de caixa,

notação profissional. Essa ignorância também pode advir

historicamente prejudicada pela nossa indisposição para

do nosso afastamento das chamadas “panelas”.

com os segmentos de prospecção e atendimento.

Um aspecto delicado, cuja percepção nos escapou nos

Trabalhávamos apenas os dois desde o início, com a

primeiros anos, foi a compreensão do risco da apresen-

breve passagem de uma estagiária que nos fez perceber,

tação de um escritório multifacetado, cuja proposta, pela

por exemplo, o quão difícil era delegar dentro daquela reali-

amplitude, poderia facilmente ser vista como pretensiosa.

dade. Entretanto, era necessário expandir para sobreviver.

Entendemos que era necessário setorizar a abordagem,

O ano particularmente fraco acelerou a busca de uma

com o foco inicial na solicitação do cliente, deixando para

saída, encontrando caminho na proposta de uma produ-

capas das edições do Design de bolso


22 :: entrevista - José Bessa

tora com a qual trabalhávamos, desejosa por nos unir ao departamento de arte para a composição de uma empresa de design para mídia eletrônica. Assim surgiu, no início de 2003, a Visorama Diversões Eletrônicas. A despeito dos descumprimentos do proponente que prejudicaram sobremaneira esse início, o natural rompimento com a empresa, meses depois, nos deu a chance de caminhar por conta própria e abandonar definitivamente um jogo de interesses onde vale mais rebolar para o mercado aplaudir. Não é o que pretendemos. Passados esses dois primeiros anos do novo escritório, a percepção é de uma fase de amadurecimento, afinando a expressão do conjunto. O portfólio ainda não é de nosso agrado, e é importante que essa percepção real, pragmática, sirva de objeto para extrairmos aquilo que trará brevemente a verdadeira cara da Visorama.

"A dinâmica do pixel permite abordagens estáticas e interativas, sem que isso necessariamente aponte para a similitude do impresso ou a pirotecnia computacional" Wd :: Nesta mesma apresentação, vocês enfatizaram que “...celulose é celulose, pixel é pixel...”. Apesar de não trabalhar com web, você podia apontar as principais diferenças entre o design impresso e o online? Bessa :: É um bom momento para rever e destrinçar a afirmativa, aí um tanto resumida e ortodoxa. A dinâmica do pixel permite abordagens estáticas e interativas, sem que isso necessariamente aponte para a similitude do impresso ou a pirotecnia computacional. O “papel eletrônico” já é uma realidade, cujo advento aproxima cada vez mais o byte ao pigmento. O ápice da tecnologia é não percebê-la. É importante o domínio técnico e conceitual do meio, precisando a abordagem para Pôster do Design de Bolso 8

um público e uma linguagem não necessariamente óbvias. Não somos extratos de estatísticas, mas usuários individualizados que dispensam a falsa intimidade automatizada.


entrevista - José Bessa :: 23

“A ‘travada’ funciona como o resfriado ou a ressaca: não há fórmula, apesar das receitas” Wd :: Em seu blog (www.bricabraque.com/blog), retiramos o seguinte pensamento: “Criar é sofrer. Não criar, é sofrer mais”. Como é o processo de criação de vocês? O que fazem quando ocorre uma “travada” no momento da criação? Bessa :: Não utilizamos conscientemente um método, uma fórmula de criação. Trabalhamos em cima das sensações imediatas a partir do briefing, e discutimos a seguir os primeiros resultados para avaliar a participação da equipe, ou mesmo a mudança de responsável ou de rumo. A “travada” funciona como o resfriado ou a ressaca: não há fórmula, apesar das receitas. Procuramos nos afastar do ambiente para deixar a cabeça despressurizar. Muitas vezes pode haver obsessão por um caminho sem potencial, bloqueando o pensamento para outras propostas. Wd :: Quais são as principais referências no trabalho da dupla? Bessa :: Nunca procurei identificar minhas influências,

Página de Junho do calendário promocional da V.ROM, feito com o número “6”

e não vejo relevância. Temo que alguma indicação, apontar um profissional ou processo histórico, teime por engessar ou preconceituar a percepção sobre o que eu produzo. Ousaria dizer que a identificação tende a acontecer com um design de exploração tipográfica e da forma. Por certo já flertei com outros caminhos, mas, no apanhado, é isso que sobressai. Wd :: Ainda no seu blog (http://tinyurl.com/92ul5), há uma passagem que diz: “A tipografia é um feudo por natureza, e o potencial arrogante entre seus entusiastas, enorme”. A interpretação de determinados tipos de fontes é a mesma de pessoa para pessoa? Como a tipografia influencia na transmissão da mensagem? Bessa :: Há uma consciência coletiva na sociedade contemporânea, mas a interpretação há de ser pessoal, ainda que determinadas convenções e preconceitos, muitas vezes travestidos como um ensino tipográfico, possam pas-

Página-dupla para a centésima edição da revista francesa de design gráfico Étapes


24 :: entrevista - José Bessa

teurizar a percepção do designer. Nesse aspecto, curiosamente, o usuário leigo pode apresentar maior autonomia. É um dado para demonstrar o quanto devemos nos ater à pesquisa pessoal, à importância de nossa própria opinião, historicamente fragilizada por dogmas estrangeiros ou tantos professores-profissionaisfrustrados. É natural que se respeite a experiência alheia, mas é fundamental que o designer experimente e procure entender por conta própria como a tipografia funciona. A prática é fundamental para a consistência.

“A prática é fundamental para a consistência” Wd :: Falando ainda sobre esse assunto, você acha que a tipografia afeta o significado de uma palavra? Bessa :: Sobremaneira. A leitura não-verbal trabalha em paralelo, e uma escolha impensada pode retardar a mensagem escrita. Ler, todos continuarão, mas o impacto será influenciado pela tipografia.

Cartaz-proposta para a 25ª Bienal de Artes de São Paulo

“O verdadeiro profissional absorve e compartilha, para que o mercado cresça, o nível melhore e todos sejamos mais respeitados” Vinheta de abertura do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, o Curta

Wd :: Nos projetos Design de Bolso e Tipopótamo, vocês colocaram em prática a busca por “novos caminhos de expressão”. Como você analisa a atual produção de design no Brasil? Bessa :: Não acompanho a produção nacional como um todo, mas tenho a felicidade de conhecer novas e vigorosas expressões como o Buraco de Bala (www.buracodebala.com) - e a Família, Colletivo (www. colletivodesign.com.br), Nitrocorpz (www.nitrocorpz.com) - entre outros, gente cujo talento e consciência profissional são proporcionais. Os próprios eventos estudantis aumentaram qualita e quantitativamente, gerando mais discussão e promovendo um intercâmbio necessário a um país continental e fragmentado. Há muita gente competente, mas é importante observar que rotineiramente o vigor acaba encapsulado pela reprodução de linguagens e tendências abraçadas pelo mercado publicitário. Mais e melhores profissionais surgem à medida que a profissão e a informação se expandem, mas o resultado ainda é tímido para o usuário final. É algo que leva tempo.

Cinema 2005


entrevista - José Bessa :: 25

É fundamental que o designer ou qualquer outro profissional tenha postura para negociar, relutar e saber onde dói o próprio calo, e que, acima de tudo, deixe a informação circular: de nada adianta proteger seus processos atrás de mecânicas obscuras e feudos intelectuais para a masturbação dos colegas. Repasse o aprendizado, compartilhe soluções. Ninguém é melhor por conta de um programa ou macete, isso é bobagem. O verdadeiro profissional absorve e compartilha, para que o mercado cresça, o nível melhore e todos sejamos mais respeitados. E aquilo que você ensina hoje pode ser reprocessado e retornado amanhã. Todos ganham.

“Não quero viver de passado, mas permanecer produtivo para que o meu discurso represente um momento atual e sincero” Uma das três paredes feitas para o ambiente (corredor) da arquiteta Vera Rupp no Casa Cor 99, utilizando poesias do Antônio Cícero

Wd :: Quais são os projetos futuros da dupla? Bessa :: Queremos lançar a última edição do Design de Bolso, fechando o ciclo, e um livro-portfólio que abrace toda a produção entre 1997 e 2002, fechando aquela tampa. É importante pontuar e entender o presente, e o que pretendemos daqui em diante. Não quero viver de passado, mas permanecer produtivo para que o meu discurso represente um momento atual e sincero. Estudar é preciso.


A



28 :: tipografia na web

L Linha de caixa alta

L Linha ascendente

Linha haa de base

Linha descendente L

Como sabemos, o desenvolvimento de um projeto de internet envolve algumas etapas (planejamento, conteúdo, design, tecnologia, entre outras). Na fase do design, é comum o foco dos debates entre os profissionais recair

“Tipografia: um dos fatores determinantes da personalidade de um projeto gráfico” Michel Lent (10’Minutos)

sobre temas como cores, layouts, imagens, arquitetura da informação e usabilidade. E a tipografia? Qual seria sua importância dentro deste contexto, ou seja, como ela ajudaria a alcançar o objetivo do site? “Ela é um dos fatores determinantes da personalidade de um projeto gráfico, independente em que mídia ele seja executado: impressa, eletrônica. A escolha da tipografia é determinante, tanto pelo aspecto estético, quanto pelo aspecto funcional”, diz Michel Lent Schwartzman, designer gráfico e sócio-diretor da agência 10’Minutos (www.10minutos.com.br). Ou seja, uma boa tipografia vai garantir unidade gráfica, determinando legibilidade, estilo e originalidade a uma peça gráfica. “Por isso, é importante estudar e conhecer tipografia tão a fundo. Antes do computador, desenhar uma família tipográfica era um processo meticuloso e detalhista, o que contribuía para a qualidade geral

da tipografia. Hoje, com a facilidade oferecida pela tecnologia e a distribuição em massa pela internet, é comum se encontrar fontes com péssimo design e erros grosseiros. É claro que ainda existem, e sempre irão existir, diversas fontes modernas muito bem desenhadas e de alta qualidade, afinal o computador não impede de forma alguma que o processo tipográfico continue sendo meticuloso, detalhista e bem trabalhado, mas é preciso saber identificar as verdadeiras obras tipográficas em meio a tantas opções dos mais variados estilos e padrões estéticos”, alerta Gui Borchert, diretor de arte da agência R/GA (www.rga.com). Outro fator a ser considerado envolve a influência que a tipografia exerce na transmissão da mensagem. “A tipografia é voz em forma de imagem. Não só influencia como também determina o tom e a própria forma


tipografia na web :: 29

Como garantir o sucesso estético e funcional de seu projeto

de se comunicar uma mensagem. A tipografia é um dos

tia de interpretação, pois as ‘lembranças’ do cérebro não

elementos mais importantes em um projeto gráfico,

vem de um único lugar”, analisa Rafael Apocalypse, desig-

quase um projeto à parte, se considerarmos que antes

ner gráfico e sócio-fundador do ideiadigital (www.ideiadi-

de ser uma fonte, cada letra de cada família tipográfica

gital.ppg.br).

foi criada e desenhada individualmente, dentro de um

Fonte mais indicada: com ou sem serifa?

padrão estético definido pelo tipógrafo, em um processo

Uma pergunta muito comum é se existe um tipo ideal

que pode levar meses e até mesmo anos para ser com-

para uso na internet. A escolha vai depender do projeto

pleto”, explica Borchert.

a ser desenvolvido. “Qual é a finalidade dessa fonte?

Lembrando ainda que a interpretação dos tipos leva

Texto? Título? Subtítulo? Legenda? É para leitura rápida

em conta a bagagem cultural da pessoa. “A interpretação

ou lenta? São estas e muitas outras perguntas que devem

varia de acordo com o contexto no qual ela está inserida

ser feitas para se escolher uma fonte mais adequada”,

e com a carga de informação que o receptor da mensa-

argumenta Marcio Shimabukuro, criador do laboratório

gem tem para associar a fonte a alguma ‘lembrança’. Fon-

digital tipográfico experimental Tipograma Fontes (www.

tes handscript ou handwrite remetem a coisas infantis.

tipograma.com.br).

Ao encontrar um texto escrito com esse tipo de fonte, a

As dúvidas se tornam mais freqüentes quando falamos

pessoa ‘lembra’ da época em que estava na escola, apren-

de fontes com ou sem serifa. “Existem estudos que indi-

dendo a ler, dos livros infantis que usam esse tipo de

cam a tipografia sem serifa para web, pois muitas serifa-

fonte etc. Mas, para que ocorra a associação, é necessário

das, em um tamanho reduzido, geram manchas desagradá-

que o visitante do site já tenha entrado em contato com

veis em suas letras. Não acredito que isso seja uma regra e

determinada família de fonte, por isso a interpretação

nem que haja algo mais ou menos indicado para esta mídia.

pode variar. Mesmo variando, é possível ter uma garan-

Tudo vai depender da finalidade do site”, explica Marcio.


30 :: tipografia na web

"A tipoGrafia e

voz

em forma de

imagem "

Gui Borchert (R/GA) A visão é compartilhada por Michel Lent, que aponta

e em como transmiti-la, mas também nas limitações espe-

ainda que o ideal é que a fonte tenha sido desenhada

cíficas desse meio. Toda fonte usada no site deve estar

para a tela. “Estas fontes já foram planejadas prevendo

instalada no computador do visitante. Caso contrário, o

seu comportamento quando representada em pixels, que

browser irá usar a fonte default para exibir o texto e o

têm uma resolução muito menor do que a mídia impressa.

efeito planejado pelo designer será perdido. Quer dizer

O padrão de resolução em PCs é de 72 pontos por pole-

que estamos limitados ao escolher tipos para web? De

gada, contra 150 pontos na impressão de jornal e 300 em

uma certa forma, sim, mas a tecnologia nos permite diver-

revistas”, relata.

sas outras maneiras de conseguir os efeitos desejados e usar a fonte que quisermos. Técnicas de image-replace-

“Já existem tipos com serifa de boa leitura

ment, via CSS, ajudam muito na hora de usar uma fonte diferente em um título. Outra alternativa, por exemplo,

em tela, mesmo sem anti-aliasing”

são os scripts server-side para gerar uma imagem, a par-

Gui Borchert (R/GA)

tir de um texto dinâmico, usando uma determinada fonte disponível no servidor do site”, explica Rafael.

Porém, novos tipos estão surgindo para tornar a visualização da serifa melhor em monitores. “Já existem tipos com serifa de boa leitura em tela, mesmo sem anti-aliasing. É o caso da Georgia, do tipógrafo Matthew Carter, por exemplo, desenhada para a Microsoft especificamente para leitura em tela. A exibição de fontes na tela vem evoluindo

Dessa forma, Borchert reforça a importância de se testar o projeto em diferentes monitores e resoluções, para ver qual será o resultado, e assim fazer os ajustes necessários. “Tenho uma visão otimista com relação ao

Anti-aliasinG Anti A nti-aliasing aliasing

X

Técnica que adiciona pontos to sombreados ao contorno da fonte

gradativamente. As técnicas de anti-aliasing estão se

(ou qualquer outra figura vetorial), de forma a borrar a imagem

desenvolvendo significantemente e a qualidade do texto

e tornar seu contorno mais suave.

em tela vem de certa forma se aproximando cada vez

Fonte: Dicas-l (www.dicas-l.com.br)

mais da tipografia impressa. Por isso, acho que o que irá determinar a tipografia escolhida, assim como em outras mídias, será justamente o projeto em si, e não o fato de ser ou não para web”, afirma Gui Borchert. No tutorial “Web Typography Tutorial”, Nadav Savio aborda justamente esta questão e explica que o problema envolvendo a tipografia online não envolve a web em si,

Web TypoGraphy Tutorial Web typography tutorial hotwired.lycos.com/webmonkey/01/45/index4a.html

ImaGe-replacement Image Image-replacement replacement

Técnica, ca em CSS CSS, muito usada para substituir textos por imagem, servindo tanto para facilitar o trabalho do

mas a forma como elas são dispostas em diferentes telas.

desenvolvedor quanto para aumentar acessibilidade dos

Então, como resolver esta situação?

usuários.

“O designer não deve pensar apenas na mensagem

X

Confira o tutorial do WebMonk WebMonkey, em inglês, no link: http://

Fonte: Porão da Taberna (www.pdt.2ss.com.br)

X


tipografia na web :: 31

assunto. Temos observado uma constante evolução da qualidade de exibição de tipografia em tela. A tendência é uma evolução gradativa que irá contribuir para a melhora da qualidade na exibição do design digital”, diz.

tipos alinhamento Tipos dede alinhamento

comprimentos diferentes para cada linha e facilita o usuário a não se perder na leitura.

Legibilidade e alinhamento do texto

- À direita: recomendado para parágrafos bem curtos, por

Além da fonte, outras questões influenciam o pro-

alguma opção estética e não aleatoriamente.

cesso de escolha da melhor tipografia de um site. A pri-

X

- À esquerda: visualmente mais confortável, pois resulta em

- Justificado: utilizado se o projeto pedir uma massa de texto quadrada ou retangular.

meira seria a legibilidade. “Não só na web, mas em qual-

- Centralizado: deve ser evitado para textos longos, pois

quer mídia, existem inúmeros fatores que podem influen-

dificulta bastante a leitura.

ciar na legibilidade. O segredo é saber balancear padrão

Fonte: Curso Web para Designers

estético com legibilidade, para que o projeto, além de

de representar a forma natural da escrita ocidental, forma

visualmente bem resolvido, seja também eficiente na

um bloco consistente, marcando bem o começo e o fim

comunicação”, aponta Borchert.

do parágrafo”, completa Rafael. Combinando fontes no site

“Elabore um plano cromático que evite

Um dos recursos para tornar a leitura de uma página agradável está na combinação de fontes. Porém, é preciso

um mau contraste entre letra e fundo”

tomar cuidado para que essa combinação não prejudique

Marcio Shimabukuro (Tipograma Fontes)

o projeto estético do site.

Para que isso aconteça, Michel recomenda que sejam respeitados os tamanhos para os quais as famílias foram

“Procuro não trabalhar com mais do que

desenhadas e evitar o uso de letras muito pequenas e cores

três tipos de fonte em um projeto gráfico”

de fundo que ofereçam pouco contraste em relação à cor

Michel Lent (10’Minutos)

do texto. “Elabore um plano cromático que evite um mau contraste entre letra e fundo. Tanto o alto quanto o baixo contraste devem ser evitados”, acrescenta Shimabukuro.

“Como a escolha das fontes ajuda a determinar a identidade do projeto gráfico, o ideal é que se deter-

Outro aspecto envolve a definição do alinhamento

mine um grupo de fontes que será respeitado durante o

dos elementos do site. “Ele costuma influenciar em muito

projeto. Novamente, não há uma regra específica, mas

a leitura. O ideal é que o texto seja desenhado de forma

eu procuro não trabalhar com mais do que três tipos de

que permita uma leitura cadenciada e linear. Para isso é

fonte em um projeto gráfico. Geralmente, é uma para títu-

importante escolher um tipo de alinhamento e mantê-lo

los, outra para texto corrido e uma terceira para detalhes

ao longo do texto, sem grandes variações”, relata Michel.

especiais. Ao combinar fontes diferentes, procuro também

“O ideal é utilizar o alinhamento à esquerda porque, além

alternar serifas e não serifas. Mas este é um pensamento


32 :: tipografia na web

mais clássico. Não dá para tomar como regra. Há proje-

semelhante, como é o caso do Photoshop, Illustrator,

tos editorais brilhantes que fogem completamente a essa

Flash etc. Em relação ao gerenciamento de fontes, exis-

padrão”, revela Michel. “Em alguns casos, é preferível usar

tem diversos programas, como o Suitcase, por exemplo,

variações tipográficas dentro da mesma família ao invés de

que permite testar, visualizar, ativar e desativar diversas

se introduzir uma nova tipografia que poderia afetar a coe-

fontes sem sobrecarregar o sistema”, relata Borchert.

são visual do projeto gráfico”, acrescenta Borchert. Ferramentas e dicas para se trabalhar com tipografia na web

Já para quem pretende se aprofundar no assunto, o especialista ressalta a necessidade do estudo contínuo. “Conhecimento tipográfico nunca é demais. Estude tipo-

Algumas ferramentas podem ajudar o designer na

grafia extensivamente. Desde a origem da escrita até

hora de definir qual será a tipografia utilizada em seu pro-

tipografia moderna; da caligrafia as fontes bitmap; tipó-

jeto. Uma boa opção é o Typetester, criado pelo croata

grafos tradicionais a type foundries modernas. Procure

Marko Dugonjic (confira, no Box abaixo, detalhes sobre o

estar por dentro de novas técnicas e novas famílias tipo-

Typetester), um aplicativo online que permite a compara-

gráficas, conheça as melhores type foundries, estude as

ção de fontes na tela.

diferenças de estilos tipográficos, analise cada letra pro-

Mas as opções não param por aí. “Para a criação de

fundamente, suas diferenças, variações, formas e deta-

fontes, existem programas específicos como Fontogra-

lhes. Não se limite a buscar somente fontes de graça na

pher, TypeTool e Fontlab, por exemplo, que permitem

web. O preço que se paga ao comprar uma família tipo-

a criação de fontes. Já no desenvolvimento de layouts

gráfica é um investimento justo, que além de garantir o

usando tipografia, cada programa tem sua forma de lidar

tratamento gráfico ideal para o seu projeto, significa tam-

com as fontes, mas que de uma forma geral acaba sendo

bém apoio ao desenvolvimento contínuo de fontes cada vez melhores para todos”, afirma.

Testando

seu (web ) t ip o

Ba te -p ap o: M ar ko D ug on jic , prof is si on al #leftCol) e cr de w eb da ag iador do Type ên ci a w eb .b tester (http: ur za (h tt p: // //typetester.m w eb .b ur za .h aratz.com/) r/ en /w ho /i s/ m ar at z/ Wd :: Como surgiu a idéi a do Typete ster? M ar ko :: O Ty pe te st er fo i a ev ol uç ão ne rs da ag ên na tu ra l da fe ci a em qu e tr rr am en ta de ti po s de se nv ab al ho (w eb .b ur za ). To do ol vi da in te rn coisa nova. Fu am en te pa ra s qu e ex pe ri m en i me empolg os de si gando consid ta va m o pr im eravelmente ei ro m od Assim, acabei el o, na pe qu di el am a época para at ficando com m ai s al gu m a ender todas uma longa lis ca ti vo . Q ua nd as sugestões. ta de funciona o ti nh a ce rc a lid ad es e comecei de 80 % da s a pensar mai fu nc io na lid ad todo mundo s seriamente es im pl em en . sobre o aplita da s, de ci di of er ec er Wd :: Como o Ty pe te st er o Typetester de gr aç a pa ra pode ajudar o trabalho do M ar ko :: Ti po webdesigner gr af ia pa ra a ? w eb te m m ui existentes in ta s lim it aç õe staladas em s. D en tre ou tr seu computa as : ne m to do dor e os nave us uá ri o te m gadores não to da s as fo nt “renderizam es ” as fontes da mesma form a.


Curiosidades

tipografia na web :: 33

Curiosida

des

Planta

Papiro aquátic : a da m esma fa da Tirir mília ica (Cy perus ro Era uti tundus) lizada p . rincipa produç lmente ão de p na apel no E g ito anti Fonte: go. http://p t.wikip edia.org / wiki/Pa piro

Tipos m No Oc idente óveis: , afirma de imp -se que ressão o proc foi inve esso Gutenb n tado p erg. Em or Joha 1455, e nnes chumb le criou o conh as letra ecidas s de como “ que de tipos m ram ori óveis”, gem às primeir as gráfi cas. Fonte: IBGE Te en

Linotip o: Inventa da em 1890 p fazia a or Ottm compo ar Merg sição m enthale através ecânica r, da fund dos tex ição de tos linhas ti caracte pográfi re s, form cas. Os ando numa c tipos e aldeira ram fu com ch ndidos forman u m bo derr do a lin etido, ha de m Já resf atriz em riadas, uma só as linha barra. bandeja s eram reunida , seguin s numa do apó impress s para ão. a máqu ina de Fonte: http://t inyurl.c om/d3 l95

Letrase t: Conhe cidas ta mbém transfe como le ríveis. tras São letr para se as pron r transf tas eridas desenh para o o, de v ários ta modelo manho se s. Fonte: http://t inyurl.c om/ey eh5

Máquin a de e screve Segund r: o o his toriado máquin r Micha a de esc el Adle r, a prim rever d por um ocume eira nobre ntada fo italiano i fabric volta d c h ada amado e 1808 P ellegrin . Ele fa o Turri, bricou uma am um art por iga, ce efato p ga, pud ara que Fonte: e ss e se co http://t rr espond inyurl.c er com om/d8 ele. phk

Freq üe nt em en te , m eu s am ig os de si gn er ri za da s” no s s/ ilu st ra do re na ve ga do re s fic am su rp s, Is so po rq re en di do s so ue , às ve ze s, os Ph ot os ho p. bre co m o as la yo ut s fic am fo nt es sã o “r en de co m pl et am en te di fe re nt es do D es sa fo rm a, qu e fo i fe it o o Ty pe te st er no po de aj ud áut ili za da . A ss lo s a vi su al iz im , el es ca pt ar fo nt es em ur am a te la um brow se r co m os aj us e de ci di r qu Dessa manei te s de se ja do al ti po de fo ra, eles têm s e co la m el nt e se rá um cenário m a co el m ho a r para iniciar no va di sp os O aplicativo iç ão no Ph ot o desenvolvi vem sendo m os ho p. mento. uito útil em co (li ne -h ei gh t mparar pequ no C SS ) ou te en os de ta lh st an do a le gi es, mostrando bi lid ad e do a distância en diata - não há te xt o. Fi na lm tre linhas de necessidade en te , o ge ra um tipo de saber com do r de o codificar co C SS Wd :: Quais cr ia o có di go de m o CSS, você são os projet fo rm a im epode ajustá-lo os futuros do no painel de Typetester? M ar ko :: A tu visualização al m en te , es ta prévia. m os te st an do çã o. A id éi a o si st em a de é qu e o us uá us uá rio co m ri o po ss a se um hi st ór ic o lo ga r - co m cias, ver seu e al gu m as op um no m e de histórico de çõ es de cu st us uá ri o e um atividades no om iz aa se nh a - pa site etc. ra pres er va r su as pref er ên -


34 :: tipografia na web

Eu sou "BrasilEro" Bate-papo: Crystian Cruz, designer criador da tipografia "Brasilêro" (www.promodesign.com.br/tipografia) Wd :: Como surgiu a idéia de criar a “Brasilêro”? Crystian :: A riqueza da escrita popular brasileira foi algo que sempre me fascinou, do desenho das letras à forma como elas estão dispostas. Afinal, como não apreciar uma placa com letras invertidas ou textos exprimidos no final por falta de espaço? Desta admiração nasceu a vontade de criar uma tipografia digital que fosse um retrato deste tipo de expressão visual genuinamente brasileiro. A inocência dos anônimos autores dos escritos populares merecia ser registrada. Dois anos depois dos primeiros estudos foi publicada a primeira versão da "Brasilêro", uma tipografia que busca mostrar a essência da nossa escrita popular. Wd :: Que tipo de estudo você realizou durante o processo de criação? Crystian :: Tudo começou com uma extensa pesquisa fotográfica. Para desenvolver a tipografia, precisava analisar um grande número de placas e muros que utilizassem em seus textos uma escrita feita à mão, a fim de identificar as principais características do desenho das letras e a forma com que estas estavam dispostas. Após ter tirado centenas de fotos em várias cidades do Brasil, comecei a identificar o que era pertinente para a criação da "Brasilêro". Como resultado da pesquisa, cheguei a importantes conclusões que me guiaram no desenvolvimento do alfabeto. Quase sempre os textos estão dispostos somente em maiúsculas, porém as letras ‘g’, ‘i’ e ‘j’ geralmente aparecem em minúsculas (é curioso ver como o autor destas placas não consegue imaginar como seriam estas letras em caixa alta). Outra constatação foi de que as letras ‘s’ e ‘n’, em muitos casos, aparecem invertidas. Por se tratar de uma tipografia estilo script (manuscrita), desde o início tive uma grande preocupação em fazer com que a fonte, ao ser digitada num computador, não ficasse com uma aparência artificial, um problema comum em fontes deste estilo. Tendo tudo isso em mente, parti para a fase de desenvolvimento do alfabeto. A primeira meia-dúzia de letras foi extraída de algumas placas. Já as demais foram desenhadas diretamente no computador. Wd :: A “Brasilêro” já foi utilizada em diferentes lugares (livros, anúncios, revistas, cinema, outdoors, websites etc.). Existe algum segredo no processo de criação para que uma determinada fonte seja legível, mesmo sendo utilizada em meios diversos? Crystian :: O sucesso da utilização de uma tipografia numa peça de design depende mais do designer que está utilizando a fonte do que de seu criador. Hoje em dia a maioria das tipografias comerciais são projetadas para usos específicos. As fontes Verdana e Trebuchet, por exemplo, foram desenvolvidas para uso em telas de computador, e não mostram


tipografia na web :: 35

abcdefghijklmn opqrstuvwxyz

1234567890 parte da família tipográfica "Brasilêro"

a mesma boa performance de leitura em tela quando aplicadas em materiais impressos.

se deve ao bom uso da fonte nestes projetos. A tipografia por si só não resolve nenhuma peça grá-

Outro exemplo interessante é a famosa fonte Times

fica, ela precisa estar em perfeita harmonia com os demais

New Roman, que aparece como default em alguns softwa-

elementos que compõem o layout para atingir o resultado

res de texto. Ela foi desenvolvida para o jornal londrino

esperado. Um exemplo de um bom resultado é o site do

“The Times”, em 1932, com a preocupação de se adequar

filme brasileiro “A Pessoa É Para o Que Nasce” (www.

aos padrões de impressão dos jornais da década de 30.

apessoa.com.br), onde a fonte está em perfeita harmonia

Apesar disso, hoje ela aparece também como fonte seri-

com a linguagem visual do site.

fada default de browsers como o Internet Explorer, para

Wd :: A “Brasilêro” está disponível gratuitamente

ser lida massivamente na tela de um computador, meio

na internet (observação: utilizamos ela na capa da

para qual não foi projetada.

revista). O que você acha da comercialização de fontes

Portanto, antes de utilizar uma fonte em algum pro-

na web?

jeto, vale a pena uma consulta no site do autor da fonte

Crystian :: Particularmente não confio em fontes

(ou ler os textos e PDFs que acompanham os arquivos

grátis que são distribuídas pela internet. A grande maio-

digitais das fontes) para ver se a fonte desejada se ade-

ria delas não reúne as qualidades técnicas necessárias

qua ao tipo de projeto que você está desenvolvendo.

para ser usada em projetos de design, além de que quase

Hoje, com os vários portais de fontes que existem na web

nunca são distribuídas com o "character set" completo

(como o www.myfonts.com), fica fácil procurar fontes que

(geralmente faltam os acentos e vários sinais de pontua-

se adequem às necessidades de seu projeto.

ção). Só decidi distribuir a “Brasilêro” gratuitamente pela

A “Brasilêro” é uma fonte display, ou seja, não foi

internet, porque o propósito desta fonte é fazer as pes-

projetada para ser usada em textos longos, mas sim para

soas refletirem sobre a cultura visual brasileira. Quero

pequenas frases, de preferência num tamanho de corpo

atingir o maior número possível de pessoas.

grande. Acredito que o sucesso massivo do uso da fonte em mídias tão distintas (capas de livros, aberturas de filmes, outdoors, websites, revistas, identidade visual etc.)


36 :: tipografia na web

Glossário GLOSSARIO Família: termo utilizado para definir um conjunto de tipos com as mesmas características. Fonte: conjunto de todos caracteres tipográficos compostos pelo alfabeto, sinais de pontuação, números e outros elementos. Serifa: linhas ou curvas que complementam o desenho de uma letra, nas suas extremidades. Tipo: caracter tipográfico. Tipografia: arte de compor um texto, visando torná-lo facilmente legível, adaptado ao contexto em que é lido e aos objetivos com que foi publicado. Tipologia: estudo da formação dos tipos. Fontes: Dicionário Publicitário Online, Wikipedia, LightSeed, UnB

Como você especifica o tamanho das fontes de seu site?

Total de votos: 331 Por pontos - 27% Em pixel - 64% Percentagem (%) - 9% acessa e participe! www.arteccom.com.br/webdesign


web 2.0:: 37

dicas de sites www.typophile.com www.promodesign.com.br/tipografia www.fontana-d.com www.tupigrafia.com.br www.fabrikadetypos.com.br www.tiposdoacaso.com.br misprintedtype.com/v3 www.emigre.com www.typography.com www.houseindustries.com www.t26.com www.linotype.com www.miniml.com studio.adobe.com/us/type/main.jsp www.p22.com www.korhoen.net/css_typeviewer.html www.stcassociates.com/lab/fontbrowser.html webtypography.net www.dsg4.com/04/extra/bitmap/index.html www.1001freefonts.com www.acidfonts.com www.fontfreak.com www.larabiefonts.com www.fontfile.com www.free-fonts.com www.coolarchive.com www.007fonts.com www.webfxmall.com/fonts www.fontshop.com www.fontface.com www.fontparadise.com simplythebest.net/fonts www.abstractfonts.com www.highfonts.com www.downloadfreefonts.com Fontes: Gui Borchert, Sobresites - Design, Curso Web para designers


38 :: tipografia na web

Participação dos assinantes Qual é a importância da escolha correta da tipografia para um site?

Éric Coutinho email@ericcoutinho.com

Do ponto de vista estético, a tipografia é uma extensão ou parte do design. Assim como cores e formas devem estar equilibradas, o uso de fontes pode contribuir ou inviabilizar esse equilíbrio visual. Com relação à usabilidade, a escolha das fontes vai permitir ou prejudicar uma fácil e rápida leitura, deixando o usuário confortável para navegar ou simplesmente “expulsando-o” de seu website.

Daniel Soares danielsrs@hotmail.com

O tipo vai ser responsável, em grande parte, pela apresentação do conteúdo de um site. Então, se a escolha do tamanho, forma e até cor do tipo não for feita com cuidado, o desinteresse pelo conteúdo do site será latente, pois dificultará na busca pela informação.

Mauro Cesar mauro@dataclick.com.br

Acho um fator básico e essencial para o conteúdo de um website. A relação entre ‘tipografia x usuário-alvo” e “tipografia x design” deve ter uma atenção redobrada e refinada para que a principal meta de todo desenvolvimento web seja alcançada: resultados!

Miriam Fernandes comercial@tecsite.com.br

A escolha da tipografia para um site vai depender muito do tipo de informação que se deseja passar e para que tipo de público se destina. Mas é fundamental que a escolha seja correta, pois a organização clara da tipografia em um site garante a legibilidade da informação e a identidade visual deste site.

Rafael Lopes tcherafa@yahoo.com.br

A tipografia está atrelada de certa forma à identidade do site. O processo de escolha passa por decidir desde se a fonte será aplicada diretamente no HTML ou se será renderizada em imagem ou mesmo flash. A escolha adequada da tipografia também importa para uma melhor legibilidade e leitura do site. Finalizando, a escolha de um tipo que complemente o design é importante, mas é preciso levar em conta também a acessibilidade, como, por exemplo, sites que disponibilizam o aumento da fonte dinamicamente.

Rodrigo Warzak rodrigo@warzak.com.br

A importância está relacionada ao processo de composição da tipografia que será disponibilizada ao usuário. Acredito que a tipografia correta deve ser legível, de fácil compreensão, padronizada e atingir os objetivos da publicação.

Se você é assinante, participe desta seção pelo site www.arteccom.com.br/webdesign/clube


debate - o poder das comunidades :: 39

O poder das

comunidades Qual é a dimensão dos bits e bytes gerados pelas comunidades virtuais no Brasil? A primeira constatação vem de um estudo do Ibope, divulgado em maio de 2005 (http://tinyurl.com/a3tcd), no qual ficamos sabendo que, “no final de 2004, os sites de comunidades respondiam por 19,5% do tempo total de uso da web nas residências brasileiras”. Mas as evidências não param por aí. Para se ter uma idéia, o Orkut, um dos principais responsáveis pela disseminação das comunidades / redes sociais no país, é visto pelo internautas brasileiros como uma poderosa ferramenta para “dividir interesses comuns em comunidade”, aponta pesquisa feita pelo Instituto QualiBest (http://tinyurl.com/ e36by). Dessa forma, fomos perguntar a alguns profissionais de internet se a opinião das comunidades / redes sociais já é capaz de transformar um produto ou serviço na web. Confira a seguir.


40 :: debate - o poder das comunidades

“As comunidades e redes sociais são atualmente o grande termômetro das marcas e da aceitação do público por determinado produto ou temas” “Sim, é capaz. Se não transforma é porque os ‘donos’

de um sem número de comunidades e vejo que a web dá

dos produtos não querem. E isso é uma grande chance des-

as ferramentas para cada um poder melhorar seu produto

perdiçada. As comunidades e redes sociais são atualmente

e serviço. Já vi grandes lojas virtuais mudarem seus proce-

o grande termômetro das marcas e da aceitação do público

dimentos quando são alertadas por funcionários que par-

por determinado produto ou temas. É importante que os

ticipam de comunidades. Acho que falta agora as marcas

departamentos de marketing das empresas tenham sem-

ganharem mais atenção na web, tal como fossem uma loja

pre alguém de olho nas comunidades que envolvem suas

de rua ou de shopping.”

marcas e transforme isso em um levantamento sistemático. Quando encontrar alguma opinião negativa, crítica ou sugestão, responda imediatamente. Não tente se defender, mas sim se colocar à disposição do internauta. São pequenos gestos como esse que transformam o crítico em aliado e em um multiplicador da sua marca. Vejam o exemplo da comunidade Sushi em São Paulo, criada pelo meu amigo Sergio Teixeira Jr., em abril de 2004. Em quase dois anos, o grupo soma mais de 11 mil pessoas que dão suas opiniões como consumidores e freqüentadores de restaurantes de comida japonesa. Muita polêmica surgiu desde então: vale restaurante rodízio? Para os puristas, não. Fico pensando sempre quando estou de olho nessas comunidades é se os donos também estão por dentro do que se passa na cabeça dos seus clientes. Alguns estabelecimentos são absolutamente desancados pelos consumidores. Alguém faz alguma coisa para melhorar? Outro exemplo é a lanchonete Memphis Burger, de São Paulo. Com uma comunidade criada pelo próprio dono, todos os consumidores são respondidos em tempo real e a sugestões, anotadas e, muitas vezes, adotadas. Faço parte

:: Aline Sordili Gerente - Portal Abril www.abril.com.br


debate - o poder das comunidades :: 41

“Sou amigo de um economista cujo chefe recebe visitas

Em um recente artigo que publiquei no www.carreira-

da equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI). O chefe

solo.org, falei sobre o que, para alguns, é o Éden deste tipo

da equipe americana, por sua vez, ao chegar em seu país,

de visão: as tecnologias e filosofias de desenvolvimento /

tem reuniões periódicas com... o presidente dos Estados

trabalho que estão sendo chamadas de Web 2.0. Na minha

Unidos. Ou seja: estou a quatro pessoas do, teoricamente,

opinião, o grande barato de tudo o que vem por aí, e é

homem mais poderoso do mundo. Esta teoria dos ‘sete-pas-

sempre muita coisa, é este novo olhar. Menos sistemas e

sos-de-qualquer-pessoa-no-mundo’, que se não me engano

mais interações. Menos tecnologia e mais empatia. Menos

surgiu de um experimento científico numa universidade dos

códigos e mais linguagens comuns. Enfim, o poder às pes-

EUA, é a base das redes sociais hoje em destaque. Sobre

soas. Ou você pode escolher a pílula azul.”

ela foram construídos mecanismos que nos colocam em contato com pessoas distantes, opiniões diversas, outras comunidades etc. Portanto, é verdade. A correta gestão de comunidades pode alterar um produto ou serviço na web. Podemos ofe-

:: Mauro Amaral Editor, Arquiteto de Informação e Estrategista de Conteúdo www.carreirasolo.org

recer uma corrente de opiniões mais ou menos igual sobre uma idéia ou produto e, através dela, obter resultados qualitativos no que se diz respeito a este grupo. Essa é a opinião mais corriqueira. Está nas revistas, nos papos de bar, nos planos de negócio. Mas podemos olhar a questão por um outro ângulo. E se a própria comunidade fosse o produto da vez? E se este mesmo fluxo de opiniões fosse o grande capital do momento? A partir daí o que conta não é mais o novo CD da Madonna, mas o que EU ACHEI, ou QUE PALAVRAS (emoções, interpretações, avaliações) eu associei a faixa de trabalho. Não importa se o espremedor faz suco mais rápido, mas sim que em meu Orkut existe a comunidade ‘Eu gosto de laranjada com biscoito maisena’. Enfim, saber surfar no fluxo de opiniões será o grande diferencial de profissionais de comunicação e áreas afins.

“...saber surfar no fluxo de opiniões será o grande diferencial de profissionais de comunicação e áreas afins”


42 :: debate - o poder das comunidades

:: Alexandre Magalhães Coordenador de Análise do IBOPE Inteligência

respeitadas por seus pares, do que partir para uma grande

www.ibope.com.br

comunicação de massa. Essa abordagem está sendo utilizada institucionalmente, funcionando como uma comunicação en-

“A resposta é simples: sim. As comunidades são a concretização de uma série de tendências que foram identificadas em um estudo realizado com pré-adolescentes em sete países, inclusive o Brasil, pela empresa inglesa Millward Brown. Esse estudo tornou-se um interessante livro em 2003, chamado Brand Child, assinado por Martin Lindstrom.

tre amigos. Alguém de uma comunidade faz um comentário sobre um produto, que através das conexões estabelecidas entre os membros da comunidade, ganha força e torna-se um movimento fora de controle de quem o criou. Tal abordagem institucional nasceu da observação do poder das comunidades como fórum de comentários e rei-

Entre as principais tendências apontadas no estudo, algumas explicam o sucesso das comunidades, especial-

“A corrida para fazer parte dessas redes sociais indica que as pessoas querem ver e serem vistas pelos amigos”

mente em países com internet jovem (63% dos internautas residenciais brasileiros têm menos de 35 anos - fonte: Nielsen//NetRatings), caso do Brasil. A primeira delas aponta que a língua formal de um país já não é o principal instrumento de comunicação entre os jovens. Quem freqüenta uma comunidade, sabe que muitas vezes é difícil entender o que está sendo escrito. Uma segunda tendência importante é o fato de os jovens necessitarem pertencer a um grupo. A corrida para fazer parte dessas redes sociais indica que as pessoas querem ver e serem vistas pelos amigos. Talvez, a tendência mais importante para explicar porque as comunidades são mecanismos capazes de transformar um produto ou serviço na internet é o uso de líderes de grupos para divulgação de novos produtos e marcas. Empresas já descobriram que, em muitos casos, é mais eficaz realizar ações via pessoas conhecidas e

vindicações espontâneas. Como sempre, as empresas tentam capitalizar esses movimentos espontâneos para seu interesse. No Brasil, particularmente, as comunidades têm uma força enorme, pois os internautas brasileiros se caracterizam por usar todas as formas de comunicação online, proporcionalmente acima dos outros países. O exemplo do Orkut talvez represente bem a maneira como o brasileiro é apaixonado por comunicar-se. No Brasil, em outubro de 2005, 6,2 milhões de pessoas visitaram a comunidade Orkut, o que representou 52,7% do total de brasileiros que navegaram a partir de suas residências. O segundo país com mais visitantes foi a Itália, com 68 mil ou 0,39% do total (fonte: Nielsen/NetRatings). Mas o sim definitivo à pergunta título está relacionado ao tamanho das comunidades no Brasil e nos outros países. Nove milhões de internautas residenciais, ou 72% do total de usuários domiciliares em novembro de 2005, visitaram ao menos uma comunidade no período, passando nelas 3 horas e 20 minutos, em média por pessoa (fonte: Nielsen// NetRatings). É inegável que esses mecanismos de rede social podem modificar um produto. Afinal, é muito mais fácil mobilizar pessoas online que fora da web.”


debate - o poder das comunidades :: 43

“...as recomendações de consumidores são fundamentais na formação de opinião sobre determinado produto e serviço”

:: Marcelo Sant’Iago Presidente da AMI (Associação de Mídia Interativa) www.ami.org.br

Em resumo: aquela história de ‘falem mal, mas fa“Graças à internet a informação trafega a uma velocidade espantosa e pode atingir pessoas ou pontos que jamais poderíamos prever. E esse é o grande desafio que o marketing boca a boca e as redes sociais propõem às empresas: nesse tipo de ambiente não há um elo central controlando as informações, além de como e a quem ela será distribuída. Desde sempre a publicidade utiliza-se de testemunhal de pessoas famosas com enorme sucesso,

lem de mim’ não funciona mais nos dias de hoje, onde a mídia está fragmentada, o mundo está conectado e o consumidor tem o poder de decisão em suas mãos. Como controlar os influenciadores? Como acompanhar o que está sendo dito sobre seu produto nos milhões de sites da rede? Essas são as dúvidas que nós, profissionais de marketing e publicidade, teremos que conviver a partir de agora.”

basta ver a longevidade das campanhas de Lux, que já foi chamado de ‘o sabonete das estrelas’. Mas, nesse mundo globalizado, nem só os famosos são formadores de opinião: uma pesquisa realizada pela Forrester e a Intelliseek mostra que as recomendações de consumidores são fundamentais na formação de opinião sobre determinado produto e ser-

saiba mais sobre comunidades,

viço. Ou seja, as pessoas tendem a confiar cada vez mais na opinião de um estranho que ele conheceu na internet do que em um anúncio ou comercial de TV. Pensando nisso, algumas empresas já oferecem serviços de criação de comunidades virtuais ou ‘aluguel’ de formadores de opinião para gerar interesse sobre determinados produtos e serviços. Mas é preciso muita atenção com essas ações, para não ultrapassar os limites da ética e enganar o consumidor. A Federal Trade Comission, agência reguladora norte-americana, está atenta para abusos e já recebeu protestos contra a Procter&Gamble, por exemplo, que contratou 250 mil jovens para elogiar ‘espontaneamente’ alguns de seus produtos.

na edição de março


44 :: como administrar o tempo

PLANEJAMENTO, PLANILHAS, AGENDAS ETC. A difícil tarefa de administrar o tempo (moderno). Reportagem sugerida pelo leitor Disnay Batista (disnay@hotmail.com)

Em mundo cada vez mais tecnológico, no qual as fronteiras se tornam quase inexistentes, saber administrar os 60 minutos de uma hora, 24 horas de um dia, os sete dias da semana, os 365 dias do ano, é imprescindível para garantir o sucesso no trabalho e tranqüilidade na vida pessoal.


Segundo Laert Yamazaki, diretor da Idéia 3 Digital, a questão da administração do tempo assemelha-se à administração financeira pessoal. “Se você não tem um controle de sua vida financeira e não sabe onde gasta seu dinheiro, provavelmente você terá grandes prejuízos ou, no mínimo, não saberá aproveitar ao máximo tudo o que o dinheiro pode fazer por você. Com o tempo é a mesma coisa. Se você não sabe onde, nem como gasta o seu tempo, a probabilidade de você reclamar que nunca tem tempo para nada é muito grande”, argumenta.

“Se você não sabe onde, nem como gasta o seu tempo, a probabilidade de você reclamar que nunca tem tempo para nada é muito grande” Laert Yamazaki (Idéia 3 Digital) Os aliados para se administrar o tempo Diante da quantidade de trabalho que recebe por mês, Laert procura dividir suas tarefas de acordo com a hierarquia de importância e urgência em que aparecem. “Na agência, fazemos reuniões para identificar essas prioridades. A partir daí, cada um planeja sua agenda da forma que se sente mais confortável em gerenciar o próprio tempo. Porém, a pauta nunca pode ser extremamente rígida, até porque a própria dinâmica da internet exige que haja espaços para trabalhos que chegam de última hora. Ser objetivo é fator determinante para a boa produtividade”, diz. Agenda e planejamento são outros aliados na administração do tempo e na organização de tarefas. “Trabalho com um planejamento mensal, onde as viagens são agendadas com algumas semanas de antecedência. Na rotina diária, utilizo o início das manhãs para responder e-mails, acompanhar e me reunir com os gestores da empresa. Dedico as tardes e início das noites para trabalhar em projetos específicos ou seguir uma agenda


46 :: como administrar o tempo

“Tento ser produtivo o tempo todo, me cobro muito isso pelo respeito que tenho ao meu tempo e das pessoas que interagem comigo” Cesar Paz (AG2)

de reuniões com clientes. No final do dia volto aos e-

aquilo que desejamos. Esse cenário se materializa

mails. Utilizo como apoio o Palm desktop que eu mesmo

na experiência vivida por Laert. “Uma das grandes

administro para agenda, contatos, tarefas e anotações”,

dificuldades que encontrei foi saber dizer ‘não’. Muitas

revela Cesar Paz, diretor da AG2 (Agência de Inteligência

vezes, aceitamos tarefas que seriam impossíveis de serem

Digital).

realizadas sem um planejamento e um prazo bem definido.

Além desses fatores, podemos citar a definição de

Mas, no impulso em querer resolver todos os problemas,

prioridades. No entanto, como definir prioridades diante

você acaba prejudicando outras atividades de grande

de tantas tarefas importantes, por exemplo? “Priorizar

importância em sua vida”, revela.

é o r d e n a r. O r d e m a s s o c i a - s e à n o ç ã o d e n ú m e r o e

No caso de Cesar Paz, os problemas são a quantidade

priorizar tarefas requer necessariamente um esquema

de reuniões. “A maior dificuldade é fazer apenas

de numeração. Entretanto, recomenda-se a priorização

a s re u n i õ e s e f e t i v a m e n t e n e c e s s á r i a s q u e , u m a v e z

em duas etapas. Primeiro classificar as ações em três

marcadas, devem ser produtivas. Tento ser produtivo o

categorias. Depois, dentro de cada categoria, numerar as

tempo todo, me cobro muito isso pelo respeito que tenho

tarefas de acordo com a sua prioridade. A recomendação

ao meu tempo e das pessoas que interagem comigo. É

adicional é de que se use apenas três categorias (vitais/

uma cobrança diária e necessária”, afirma.

necessários; importantes; triviais) para classificar todas as

O controle do tempo em suas mãos

tarefas que se tem a fazer, independente do assunto ou do

B u s c a r o e q u i l í b r i o . Ta l v e z e s s a s e j a u m a d a s

tipo de ação”, orienta Jaime Wagner, diretor da PowerSelf

principais lições para quem ainda não descobriu a fórmula

e autor do livro “A Arte de Planejar o Tempo”.

correta de gerenciar seu tempo. “O profissional hoje tem

Os empecilhos

várias demandas sobre si. Não há maneira de responder

Email, MSN Messenger, Orkut, telefone, celular

perfeitamente a tudo. Então, a chave é saber escolher

etc. Seriam estes alguns dos principais agentes que

de maneira equilibrada. Mas é muito difícil manter o

ocasionam o desperdício de tempo do profissional do

equilíbrio. Geralmente, as pessoas cedem às demandas

mundo moderno? “As ferramentas não são boas nem más

mais exigentes (às que mais gritam) e não necessariamente

em si. A questão está em saber usar as ferramentas e não

às mais importantes para si, para a sua saúde mental e

se deixar usar por elas. Muitas pessoas reagem ao celular

equilíbrio emocional. Para escolher melhor, é preciso

como se não pudessem desligá-lo. Ora, o fato de hoje

desenvolver a consciência de si, que se lapida pela prática

termos muito mais opções de contato, e de que podemos

sistemática da reflexão, do planejamento e da atenção.

dar respostas mais rápidas, é bom. Mas se formos tentar

Escolher é decidir o que vai esquecer, para poder se

ler e responder imediatamente a todas as demandas

concentrar no que é mais importante”, afirma Jaime.

que nos chegam pelos ´n` canais que nos conectam aos

"As ferramentas não são boas nem más

outros, deixaremos de levar a cabo qualquer tarefa, e deixaremos inclusive de dar respostas eficazes. Nem sempre a resposta mais rápida é a melhor”, diz Jaime. Uma das grandes dificuldades na batalha do tempo envolve justamente o fato de não podermos fazer tudo

em si. A questão está em saber usar as ferramentas e não se deixar usar por elas" Jaime Wagner (PowerSelf)


Nessa caminhada, a experiência será vital para determinar o que será feito. “Faço uma planilha de administração do tempo, não só para o trabalho, mas para o meu dia inteiro (isso pode ser feito também utilizando as tarefas do trabalho somente). Essa planilha me ajuda a identificar quanto tempo eu gasto em cada atividade que faço diariamente, como devo administrar o tempo para cada atividade e para melhorar minha qualidade de vida”, diz Laert.

A planilha do Laert “Na primeira coluna, relaciono as categorias de tempo na minha vida (profissional, desenvolvimento, sono, afetividade, alimentação, entretenimento, entre outras). Na segunda, estarão as horas que gasto em cada categoria relacionada na primeira coluna, perfazendo um total de 24 horas (ciclo de um dia). Na coluna seguinte, coloco a porcentagem que aquela categoria representa no dia (por exemplo: se você dorme oito horas por dia, você consome aproximadamente 33% do seu tempo com sono). Na coluna seguinte, descrevo o que devo fazer com a categoria em questão: aumentar, reduzir ou manter, de acordo com as minhas prioridades.”


48 :: como administrar o tempo

“Escolher é decidir o que vai esquecer, para poder se concentrar no que é mais importante” Jaime Wagner (PowerSelf)

Alguns ‘economizadores’ de tempo -Utilize uma agenda ou um calendário de reuniões. -Crie listas de afazeres. -Defina metas e prioridades. -Organize as tarefas. -Organize as informações usadas com freqüência. Fonte: Sebrae (http://tinyurl.com/cm3nn)

Alguns ‘desperdiçadores’ de tempo -Falta de planejamento. -Indisciplina. -Indefinição de objetivos na execução das tarefas. -Menosprezo ou ênfase inadequada em certas atividades. -Indefinição de prioridades. -Excesso de reuniões e burocracia interna. -Má utilização dos recursos (telefone, fax, xerox, computador). -Centralização de poder. -Resistências às mudanças. Fonte: Sebrae (http://tinyurl.com/cm3nn)

Soluções práticas para economizar tempo -Estabeleça metas: anuais, mensais, semanais e diárias. -Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em função dessas metas. -Identifique as atividades que levem aos resultados e concentre-se nelas. -Faça as coisas em ordem de prioridade. -Controle, diariamente, as atividades realizadas e os resultados alcançados; -Saiba onde seu tempo é realmente empregado. -Estabeleça data e hora para início e fim de cada atividade. -Elimine desperdiçadores de tempo. -Melhore suas rotinas e hábitos de trabalho. Fonte: Sebrae (http://tinyurl.com/cm3nn )


estudo de caso - Bondfaro :: 49

EM BUSCA DO

PREÇO PERFEITO Estudo de caso do site:

É tudo na casa dos milhões: 11 em pesquisas de usuários, 7,5 de page views, 5 em visitas e 1,7 de visitantes únicos. Esses números são mensais, impressionam e comprovam a eficácia no modelo adotado pelo Bondfaro.com (www.bondfaro.com.br), site de pesquisas de preços. Em outubro do ano passado, o serviço completou cinco anos de existência e trouxe algumas novidades em seu site. Para conhecermos todos os detalhes envolvendo o projeto e esse mercado, entrevistamos Gustavo Guida, diretor de produto da empresa.


50 :: estudo de caso - Bondfaro

Wd :: Como surgiu a idéia de criar o Bondfaro?

painel consultivo com experientes designers e profissionais

Gustavo :: A idéia surgiu na observação o processo

de usabilidade externos, que serviu para corroborarmos as

de compra online compartilhava as mesmas deficiências do offline. A saber: dificuldade de sabermos se estamos

soluções que tínhamos concebido internamente. Internet Archive

fazendo um bom negócio e alto custo de pesquisar preços de loja em loja, sendo necessário ir de estabelecimento em estabelecimento para obter estas informações. O Bondfaro procura solucionar este problema ao

Nesta página (http://www.archive.org), você poderá conferir as antigas versões de determinados sites de internet. Por exemplo: digitando www.bondfaro.com.br no campo “The Wayback Machine”, teremos uma lista das versões de 2000 a 2005.

oferecer ao consumidor a possibilidade de pesquisar preços em centenas de lojas simultaneamente, em apenas

Wd :: Em relação às antigas versões do site, hoje

um site. Nossa missão é gerenciar de forma inteligente

podemos destacar o uso de caixas para se dividir as

informações, conectando compradores e vendedores.

informações, um visual bem limpo e a valorização das

Wd :: Quais fatores influenciaram a decisão

imagens dos produtos, além da utilização de menos

para que fosse feita uma remodelagem do site? O

textos para se destacar as seções. Podemos considerar

desenvolvimento foi feito internamente ou uma agência

essas as principais modificações feitas no redesenho do

foi contratada?

site do Bondfaro.com?

Gustavo :: O último redesenho durou três meses e

Gustavo :: Buscamos oferecer uma página leve e

foi feito internamente envolvendo cinco profissionais das

organizada, de forma a facilitar a navegação dos usuários.

áreas de design e tecnologia. Além disso, formamos um

Nesse sentido, a eliminação de certos textos e o uso maior

Redesenho do site Bondfaro: o antes e o depois.


estudo de caso - Bondfaro :: 51

"Nosso mascote foi pensado juntamente com a marca para quebrar um pouco a idéia fria que um serviço de tecnologia avançado como o nosso poderia passar" o Bondvídeo, uma seção em Flash apresentando os produtos mais buscados)? Gustavo :: Acompanhamos a demanda de todo e qualquer clique e pesquisa feitos no site. Com base nessas informações, podemos criar conteúdos que atendam especificamente ao que o usuário tem interesse. O Bondvídeo, uma iniciativa inédita no segmento de pesquisa de preços, tem o objetivo de explicar um pouco o funcionamento e as características de produtos de tecnologia avançada como câmeras digitais e mp3 players. Escolhemos para o Bondvídeo os modelos mais procurados ou os que mais apresentaram crescimento em buscas. Wd :: O Bondfaro está na inter net desde 2000. de imagens é fundamental. Optamos por um layout líquido

Ao longo desses seis anos, quais foram as principais

também, de forma a permitir que usuários com resoluções

modificações no perfil do usuário que acessa o site (qual

maiores possam aproveitar melhor sua tela, já que o site se

o principal interesse, por exemplo)? Como estes dados

ajusta automaticamente à tela do usuário.

influenciaram o desenvolvimento da nova versão da

Wd :: Ainda sobre as seções, é possível reparar

página? Foram feitos testes de usabilidade?

que o logo do site fica estilizado conforme o usuário vai

Gustavo :: Como ferramenta de pesquisa de preços,

escolhendo qual caminho seguir. Como surgiu tal idéia e

presenciamos ao longo desses seis anos muitas mudanças

qual a sua importância para a navegação do usuário?

no comportamento do usuário, especialmente no que diz

Gustavo :: Nosso mascote foi pensado juntamente

respeito ao comportamento de compra. Em 2000, os livros

com a marca para quebrar um pouco a idéia fria que um

e CDs, nesta ordem, dominavam a preferência dos usuários.

serviço de tecnologia avançado como o nosso poderia

No ano seguinte, o DVD se popularizou e alcançou a

passar. A personalização dele nas páginas internas foi um

terceira posição do ranking dos 10 mais buscados, para

passo além, pois também ajuda a situar o usuário em que

não mais sair.

seção está. Adaptamos o mascote nas datas especiais de

O mesmo fenômeno ocorreu com os DVDs players.

varejo, colocando-o com roupa de Papai Noel no Natal,

A categoria de livros, apesar de ainda muito procurada,

por exemplo.

vem apresentando uma queda lenta e gradual, dando

Wd :: Quais fatores influenciaram no processo de Arquitetura da Informação dos elementos no site?

espaço para produtos tecnológicos como câmeras digitais e celulares, na medida em que os usuários brasileiros

Gustavo :: A Arquitetura de Informações é voltada

ganharam mais confiança e passaram a se interessar pela

para poupar tempo no processo de pesquisa de preços.

compra de produtos mais caros que os tradicionais livros

Nosso interesse é que o usuário encontre o mais rápido

e CDs. Os celulares, por exemplo, são muito buscados

possível o que deseja comprar.

desde 2003, reflexo da expansão da telefonia celular. A

Wd :: Como é feita a escolha dos destaques da página principal do site (por exemplo, vocês utilizam

obsolescência de alguns produtos também foi observada ao longo dos anos, como as câmeras fotográficas.


52 :: estudo de caso - Bondfaro

Apesar da internet ser pouco difundida no Brasil,

“Presenciamos ao longo desses cinco anos

p ro v a v e l m e n t e d e v i d o à b a r re i r a d e p e n e t r a ç ã o d e computadores, o usuário brasileiro navega muito tempo por dia. Ainda assim, o padrão de navegação apresentado

muitas mudanças no comportamento do usuário, especialmente no que diz respeito

não é tão sofisticado quanto o de alguns outros países. Por isso, temos que sempre antecipar os possíveis erros e vícios

ao comportamento de compra”

na navegação que nossos usuários possam cometer. Nesse sentido, trabalhamos de forma contínua no aprimoramento

de Imprensa, publicidade em outros sites, parcerias

da nossa busca e no desenvolvimento de produtos novos

etc)?

que facilitem o processo de pesquisa de preços. Somos

Gustavo :: Atuamos em várias frentes de divulgação:

auxiliados por testes de usabilidade, nos quais solicitamos

contamos com uma assessoria para dar suporte ao

que alguns usuários cumpram determinadas tarefas. A

relacionamento com os veículos de imprensa, anunciamos

análise da forma com que conseguem ou não cumprir

nos principais portais da internet brasileira como IG, MSN,

tais tarefas nos fornece material para modificarmos e até

BOL e investimos em links patrocinados tanto do Google

criarmos novas áreas no site.

quanto do Overture. Além disso, possuíamos uma rede de centenas de

Publicidade

sites afiliados que publicam peças servidas e atualizadas

Segundo Gustavo, os formatos de publicidade mais vendidos no

dinamicamente por nós. Outro serviço oferecido pelo

Bondfaro são o superbanner e o floater em DHTML. “Percebemos

Bondfaro é a administração do canal de Shopping de outros

a tendência dos anunciantes em buscar formatos alternativos, diferentes do fullbanner padrão”, revela.

sites. Atualmente, administramos uma rede de mais de 20 shoppings de diferentes parceiros como Yahoo Brasil, Yahoo México, Yahoo Argentina, Click 21, Globo Online,

Wd :: Como o Bondfaro ganha mais dinheiro: com

POP, O Dia, Telelistas, entre outros.

serviço pago ou com publicidade? E como foi o processo

Wd :: Em termos de linguagem técnica para

de expansão para outros países da América Latina

construção da infra-estrutura do site, vocês escolheram

(México, Argentina e Chile)?

o Java Server Pages (JSP). Por que a escolha do JSP e

Gustavo :: O principal negócio é a exposição dos

não do ASP ou PHP, por exemplo?

l o j i s t a s n o re s u l t a d o d e b u s c a . A p e s a r d i s s o , a á re a

Gustavo :: A escolha pela plataforma Java se deveu

d e p u b l i c i d a d e v e m a p re s e n t a n d o c re s c i m e n t o e m

principalmente ao fato dela ser multiplataforma e de

importância. A expansão para a América Latina ocorreu

que na época em que o projeto do site começou a ser

quando percebemos que havia a necessidade de um serviço

elaborado (meados de 2000), ela constituía a melhor

de pesquisa de preços em países como México, Argentina

opção para desenvolvimento orientado a objetos, o que,

e Chile.

na nossa opinião, representa o melhor paradigma para

Iniciamos pelo México (www.bondfaro.com.mx), em

desenvolvimento de médio e grandes sistemas. Java é uma

outubro de 2004. Em seguida, lançamos o site na Argentina

linguagem poderosa, flexível e com um amplo suporte de

(www.ar.bondfaro.com), em dezembro de 2004, e, por

bibliotecas com as mais variadas funções.

último, no Chile (www.cl.bondfaro.com), em julho de 2005.

Wd :: Falando ainda sobre tecnologia, dentre os

A aceitação do serviço nestes países tem sido muito boa,

principais números, o site recebe mensalmente dois

apesar do comércio eletrônico ainda não ter atingido o

milhões de visitantes únicos, 11 milhões de pesquisas,

nível de maturidade que temos no Brasil.

25 milhões de page views e 5 milhões de visitas. Qual a

Wd :: Como é feita a divulgação do site (Assessoria

importância da escolha do provedor para hospedagem


estudo de caso - Bondfaro :: 53

“A análise da forma com que os usuários conseguem ou não cumprir tais tarefas nos fornece material para modificarmos e até criarmos novas áreas no site” do site? E quais riscos a indisponibilidade de acesso

E x p l o re r. A c h a m o s q u e q u e m u s a n a v e g a d o re s f o r a

pode trazer para quem mantém um negócio na

do padrão tendem a ser heavy-users e formadores de

internet?

opinião. Portanto, propagam o Bondfaro a seu círculo de

Gustavo :: Nosso site tem que estar disponível 24x7.

contatos.

Não podemos correr o risco de termos interrupções em

Wd :: Qual o retorno que o Bondfaro obteve após

nosso serviço, porque, com apenas um clique, podemos

a finalização desse projeto? Já foi possível mensurar os

perder nosso usuário para um serviço similar. Por isso,

resultados obtidos pela remodelação do site?

tomamos o cuidado de escolher uma empresa de renome e com total redundância para hospedar nossas máquinas.

Gustavo :: Realizamos três grandes mudanças no site (layout, tecnologia e navegação). A eficiência do site foi

Wd :: O site funciona normalmente no Internet

impactada positivamente com as alterações. Para nós, a

Explorer como no Mozilla Firefox. Qual a importância de

eficiência é medida através da taxa de redirecionamentos

se desenvolver sites compatíveis com os padrões web?

a lojas sobre pesquisas realizadas. Comparando os dois

Gustavo :: De fato, um dos nossos focos é a

meses antes da última reformulação do site com os dois

Acessibilidade. Procuramos atender aos Web Standards

p r i m e i ro s m e s e s d e l a y o u t n o v o , e l e a p re s e n t o u u m

e deixá-lo acessível a diversas plataformas e sistemas

crescimento de 54,15% de cliques nas lojas.

operacionais, inclusive leitores de tela (importante para deficientes visuais). Desenvolvemos até uma ferramenta de pesquisa específica para o Firefox (www.bondfaro.com. br/firefox). Hoje em dia, Acessibilidade é um diferencial, dado à quantidade de sites que funcionam apenas no Internet


54 :: tutorial

AJAX -

Parte 2

Elcio Ferreira Desenvolvedor e instrutor em padrões web http://elcio.com.br/

Construindo um exemplo simples

Para demonstrar como funciona o AJAX, vamos cons-

Quando o usuário submete o formulário, a página cadastra.

truir um exemplo bastante simples. É um formulário de

php verifica se o login existe. Se estiver disponível, cadas-

cadastro, onde o usuário preenche o login e a senha dese-

tra o usuário e o envia para a tela de confirmação. Caso

jados. Vamos fazer com que, ao sair do campo de login, o

contrário, o manda de volta à tela de cadastro, com algum

sistema confira a disponibilidade daquele nome de usuário

texto dentro do div “mensagem”, assim:

no servidor e, se o nome já tiver sido escolhido por outra pessoa, avise o usuário.

<div id=”mensagem”>O login <b>zeh</b> não está disponível.</div>

A solução convencional É uma aplicação comum, sem AJAX, que vai funcionar em absolutamente qualquer navegador, inclusive leitores de tela e navegadores de texto. Importante: você precisa validar seus dados no servidor, mesmo que não tenha preocupação com a acessibiliNossa aplicação HTML comum é garantia de acessibilidade

O primeiro passo para a construção de uma aplicação AJAX acessível é a construção de uma aplicação convencional, sem AJAX. Ter uma aplicação HTML funcional é a etapa fundamental para a construção de uma aplicação AJAX. Não vamos explicar aqui a construção de uma validação de login convencional, porque isso é tarefa trivial. Mas veja como fica nosso formulário:

dade. Validar no servidor é obrigação do desenvolvedor. Vamos falar mais sobre isso num posterior artigo sobre segurança em AJAX. Tendo nossa aplicação funcionando, estamos prontos para fazer a mesma validação acontecer sem o refresh da página. AJAX nela! AJAX no servidor Vamos agora à construção da página que será requisitada pelo AJAX. Há duas características que sempre recomendamos no projeto de código server-side para AJAX: 1) Simples Na verdade, um pouco mais do que isso. Nossa pá-

<form method=”post” action=”cadastra.php”>

gina será muito, muito simples. Mas a forma de alcançar

<div id=”mensagem”></div> <label for=”login”>Login:<input name=”login” id=”login” /></label> <label for=”senha”>Senha:<input type=”password” name=”senha” id=”senha” /></label>

essa simplicidade é que representa a verdadeira vantagem na construção de aplicações AJAX. Vamos reusar código. Projetar para o reuso aqui é o segredo. Vamos chamá-la de ajax.php.

<label><input type=”submit” value=”Cadastrar!” /></label> </form>

Ao criar a solução convencional, o desenvolvedor criou um arquivo de funções, chamado funcoes.php, que continha, entre outras, uma função verificalogin, que re-


tutorial :: 55

na cadastra.php para verificar a disponibilidade do login

falar mais sobre JSON em breve. Ao usar um formato padronizado você tem menos tra-

escolhido. Vamos reaproveitar esta função, o que tornará nossa página ajax.php muito simples:

balho. Há uma porção de bibliotecas prontas que convertem dados nativos da sua linguagem nos formatos padro-

<? //Incluímos o arquivo de funções include(“funcoes.php”);

nizados. Assim, é muito fácil converter arrays ou objetos PHP em XMLRPC ou JSON. A mesma coisa vale para ASP, .NET, Java, Python, ColdFusion e praticamente qualquer

//Testamos o login e imprimimos o resultado if(verificalogin($_GET[“login”])) echo “true”; else echo “false”;

linguagem usada hoje. Outra grande vantagem é o fato de outras pessoas poderem acessar sua interface server-side. Isso torna sua aplicação disponível para a criação de mash-ups e outros usos Web 2.0. Isso sem nenhum trabalho extra.

?>

Criando o XMLHttpRequest Vamos agora partir para o código client. Para comeVeja como seria a mesma coisa em ASP:

çar, vamos criar o objeto XMLHttpRequest, com o seguinte código javascript:

<!-- #include file=”funcoes.php” --> <% ‘Testamos o login e imprimimos o resultado if verificalogin(RequestQueryString(“login”)) then Response.Write “true” else Response.Write “false”

try{ xmlhttp = new XMLHttpRequest(); }catch(ee){ try{ xmlhttp = new ActiveXObject(“Msxml2.XMLHTTP”); }catch(e){ try{

%>

xmlhttp = new ActiveXObject(“Microsoft.XMLHTTP”); }catch(E){ xmlhttp = false;

Naturalmente, as coisas são mais simples se o pro-

} }

gramador está acostumado a projetar antes de codificar, escrever pensando em reuso, documentar suas funções e

}

todas aquelas boas práticas de desenvolvimento que são tão recomendadas e que tanta gente esquece. 2) Reaproveitável

Como esta é apenas uma introdução ao assunto, não

Você pode trabalhar com AJAX usando qualquer for-

vamos estudar este código linha a linha. Basta para nós

mato de dados que possa ser transferido pela web. Natu-

agora saber que ele cria um objeto XMLHttpRequest na

ralmente, pode inventar ou usar soluções como texto com

variável xmlhttp. A complexidade do código é por conta de

layout, separado por pipes (|), CSV (separado por vírgulas)

querermos que ele funcione em Internet Explorer, versões

ou qualquer outro formato que sua criatividade quiser.

5 e 6, e que, em navegadores sem suporte a XMLHttpRe-

Sugerimos, porém, que você use um formato padronizado de troca de dados, como XML (pode usar XMLRPC, SOAP, REST ou mesmo RSS) ou JSON (http://www.json. org), o formato que estamos usando neste tutorial. Vamos

quest, nosso script falhe sem exibir um erro na tela.


56 :: tutorial

Usando o XMLHttpRequest

aquele login está disponível no servidor e, se não estiver,

O código para usar o objeto XMLHttpRequest não é

exibe a mensagem de aviso enquanto o usuário ainda está

muito complexo. Vamos analisá-lo linha a linha em um próximo artigo, por hora ele serve apenas como exemplo:

na página. Com isso já temos uma boa idéia do que é AJAX, como se faz e para que serve. No próximo artigo, vamos nos aprofundar no assunto, olhando em detalhes o código que já te-

function validalogin(){ tlogin=document.getElementById(“login”).value xmlhttp.open(“GET”, “ajax.php?login=”+tlogin,true); xmlhttp.onreadystatechange=function() { if (xmlhttp.readyState==4){ msg=eval(xmlhttp.responseText)?””:”O login <b>”+ tlogin+”</b> não está disponível.” document.getElementById(“mensagem”).innerHTML=msg } } xmlhttp.send(null) }

Este código não é nada original. Os trechos em negrito são os que mudam de aplicação para aplicação, o resto é sempre igual. Como o código para criação do objeto XMLHttpRequest, embora complexo, também é sempre igual, na verdade escrevemos apenas quatro linhas de código javascript para que nossa aplicação funcionasse.

A mensagem é exibida enquanto o usuário ainda está na página

A mensagem é exibida enquanto o usuário ainda está na página. Falta apenas fazer com que a função que criamos seja executada quando o campo de login perder o foco. Para isso basta:

onblur=”if(xmlhttp)validalogin()”

Certamente há maneiras mais elegantes de se fazer isso, mas é assunto para outro artigo. Com isso, já temos nossa aplicação funcionando. Quando o usuário sai do campo de login, o navegador verifica em segundo plano se

mos e acrescentando alguns detalhes a essa aplicação.


usabilidade :: 57

"A reuniĂŁo inicial com o cliente pode ser considerada um dos passos mais importantes de um projeto e o nĂ­vel de sucesso de um projeto pode ser definido nesta etapa."


58 :: experience design

Claudio Toyama Sócio da Bright Skies (www.brightskies.net), em Londres. Atua há mais de 14 anos em consultoria embasada em pesquisa nas áreas de internet, branding e experiência do cliente. É co-representante do Grupo AIGA Experience Design no Brasil e coordenador do MBA em Customer Experience do ITAE (Faculdades Rio Branco). Mestre em interatividade e multimídia pela London College of Communication, formou-se pela FGV, com pós-graduações em Marketing (CEAG) e Comunicação e Artes (Mackenzie). webdesign@claudiotoyama.com

Tecnologia: conectando ou desconectando as pessoas? Entro em uma danceteria em Londres e, quando chego na pista de dança, noto uma garota dançando completamente fora do ritmo. Começo a reparar um pouco mais e percebo que ela está dançando ao ritmo da música que toca em seu iPod e não ao ritmo da música do local. Estranho? Não necessariamente. Esta é uma das mais novas tendências que ocorrem nas cidades mais “trendy”: de se isolar totalmente do seu ambiente seja este o ponto de ônibus, o metrô, ou, como no caso acima, a pista de dança. Londres é uma cidade onde as pessoas evitam conversar entre si e até mesmo se encontrarem com os próprios vizinhos no corredor para não terem que falar com ninguém. O ponto deste artigo é que tenho notado que as tecnologias têm ajudado a aproximação de pessoas distantes, mas contribuído também para o distanciamento de pessoas fisicamente próximas. Explico melhor a seguir. Sob a ótica positiva Pouco mais de uma década atrás, quando me mudei para a Europa, a comunicação com meus amigos e familiares que haviam ficado no Brasil não era tão fácil como é agora. Imagine uma comunicação via correio, telefone e fax. Naquela época, em várias partes do mundo, a internet ainda era chamada de auto-estrada da informação e restrita a poucas empresas e universidades, não tendo conquistado os domicílios. Desde então, passei a usar e-mails, ICQ, Messenger, Yahoo! Messenger e, nos últimos anos, o Skype, que usa a tecnologia VoIP (Voice over IP) e faz com que a comunicação com meus amigos e parentes no Brasil seja efetuada instantaneamente e de graça. Isto sem mencionar o fenômeno das redes sociais online no Brasil, como é o caso do Orkut (do Google), que fez com que eu encontrasse algumas pessoas que não via há pelo menos 20 anos! Estas redes ajudam não somente a reencontrar pessoas que você não vê há décadas, mas também a conhecê-las melhor e a manter um contato muito mais freqüente. E o mais legal disto tudo é quando você encontra um amigo seu e percebe que vocês têm muito mais pontos em comum do que achavam. E no lado negativo No lado negativo, a tecnologia tem sido usada como uma desculpa para as pessoas realmente se desconectarem dos ambientes nos quais estão vivendo. Como é o caso mencionado no começo deste artigo. Mas há diversas outras situações no qual isso têm acontecido como, por exemplo, a cena hilária de vários executivos no coffee-break de qualquer congresso e/ou seminário, conversando em seus telefones celulares ou verificando e-mails em seus Blackberrys (aparel-


experience design :: 59

"...cabe a cada um utilizar a tecnologia de forma apropriada e que faça com que você não vire um alienado e desconectado de seu ambiente imediato."

hos próprios para receber e-mails), em vez de estarem trocando cartões de visita e/ou aproveitando a oportunidade para conversarem com pessoas ligadas à área. Ou a cena de uma garota em um ônibus descrevendo detalhes minuciosos de sua última relação sexual com um cara com quem ela ficou na noite anterior, detalhes estes que ela não teria coragem sequer de mencionar diretamente para qualquer pessoa no ônibus, mas que, como é uma amiga dela que está do outro lado da linha, ela não se importa e, na verdade, até ignora totalmente as pessoas a seu redor. Em algumas partes do mundo, o nível de individualidade e desconexão com a realidade chegou a tal ponto que, já que é estranho uma pessoa começar a conversar com outra pessoa no meio da rua, então elas acabam assinando um serviço de SMS no qual descrevem todas suas características e deixam bem explicitado qual tipo de pessoa que elas gostam: homo ou heterossexuais, loiro(a), moreno(a), alto(a), baixo(a) etc. Quando uma pessoa com as características mencionadas estiver próxima à ela, seu telefone lhe enviará um SMS lhe avisando. Eu sei que estes fenômenos sociais guiados pela tecnologia não são nada recentes, pois tecnologias introduzidas décadas atrás, como a televisão, os vídeo games e várias outras já contribuíam para esta dicotomia, mas o que percebo é que a cada dia presencio fatos totalmente inéditos e inimagináveis. Em resposta à pergunta inicial, na verdade acho que cabe a cada um utilizar a tecnologia de forma apropriada e que faça com que você não vire um alienado e desconectado de seu ambiente imediato.


60 :: marketing

René de Paula Jr. Diretor de conteúdo do Yahoo Brasil. É profissional de internet desde 1996, passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina.com”, portal focado no mundo online, e do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. rene@usina.com

Pecado muito pouco original Onde quer que você olhe, a mensagem é uma só: você está frito. Melhor nem ouvir a caixa postal. A caixa de entrada, então... pior ainda. E só de pensar na gritaria que te aguarda, nem dá vontade de sair da cama, isto é, se é que você ainda consegue pregar o olho e dormir. Bem-vindo à InFernet, onde demônios sem piedade te assam em fogo e enxofre. Com o tempo você acostuma. Teu pai te pergunta: como vai o trabalho, meu filho? Você responde: uma correria danada. E ambos sorriem, porque sofrer é bom sinal. Será que é? Eu acho que não. Tenho duas notícias, uma boa e outra dolorida: Comecemos pela dolorosa: se você foi pro inferno, a culpa é sua e o pecado é grave. Doeu? Lamento. Onde foi que você pecou? Well, posso arriscar? O pecado mais vergonhoso é a Preguiça. Você sabe que um bom briefing é importante, que documentar o que o cliente quer e espera é fundamental, que você deve validar ponto por ponto o que foi combinado, que deveria ter aprovado todos os detalhes do layout antes de por a mão na massa, que deveria testar tudo antes de colocar no ar... mas aí bateu a preguiça. “Para que perder tempo com essas chatices?” “Eu sou um profissional de talento, não um burocrata...” “Vamos queimar etapas!” E aí você se queima. Você que teve preguiça de fazer a lição de casa vai arder por semanas nas chamas da refação. Posso arriscar outra vez? Orgulho. Você que sabe tuuuudo de internet, um cara antenado, descolado, geek, vai dar ouvidos a esse cliente sem glamour? Quem é ele, afinal, para dizer se ficou bom ou não? Resposta: ele é o cara que paga as tuas contas. Ele é o cara, é o dono do negócio e entende disso como ninguém. Se alguém deveria enfiar o rabo no meio das pernas e aprender com humildade... é você. Ou então sua conta bancária vai atravessar desertos tórridos implorando por uma gota salobra de dinheiro. Gula é outra desgraça. Confesse: você não resistiu e aceitou três frilas ao mesmo tempo. A grana era tão boa! O cliente tão amigável! “Eu me viro”, você imaginou, e acabou virando num espeto sobre as línguas de fogo dos clientes que você deixou na mão. Avareza engana. Você faz as contas e parece lógico: por que perder dinheiro com isso? “Eu faço isso sair de graça”. Faltou um S aí: sai deSgraça. Você não quis contratar um auxiliar, não quis licenciar um software, não quis contratar um hosting decente? O dinheiro que você economizou não paga o festival de dores de cabeça que te espera: noites mal dormidas e o medo perpétuo de que alguém descubra que o pecado maior foi a economia porca que você fez.


marketing :: 61

"Perder a confiança de um cliente é quase irreversível. O estrago que você provoca nos negócios alheios não tem volta. A mancha na tua reputação não sai tão fácil."

Ok, tudo bem, você não é um mão-de-vaca mesquinho. Você é generoso, grandioso. Luxúria tem seu encanto, convenhamos. É charmoso viver à larga. Até a hora em que o cliente te larga porque você estourou o orçamento no meio do projeto. Como já dizia João Bosco, dinheiro na mão é vendaval na vida de um sonhador, sobretudo se ele achar que fazer contas é coisa de pobre. Faltam dois pecados ainda, a inveja e a ira, mas vamos deixar isso de lado, já estamos bem-servidos de tentações nesse jardim de delícias do digimundo, onde tudo parece fácil, onde tudo dá para resolver com um bom CTRL+Z. Dá mesmo? Não, não dá. Perder a confiança de um cliente é quase irreversível. O estrago que você provoca nos negócios alheios não tem volta. A mancha na tua reputação não sai tão fácil. E aquela precaução que você não tomou não tem remédio. Lamento, mas no mundo do trabalho não há perdão. Perguntei a uma colega gringa como andava o trabalho. “Acabamos o projeto e estamos fazendo o postmortem”, disse ela. Post-mortem é um jargão para uma análise de tudo o que deu errado em um projeto e poderia ter sido evitado. Um bom post-mortem traz à luz um monte

de descuidos, vícios, acidentes, distorções. Dói, mas fica claríssimo onde não errar da próxima vez. Recomendo. Eu prometi uma boa notícia, não? Lá vai: existe uma saída do Inferno. Não entrar nele.


62 :: bula da Catunda

Marcela Catunda Trabalhou na TV Globo, TV Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e SBT. Foi redatora da DM9DDB e Supervisora de Criação de Mídia Interativa da Publicis Salles Norton. É sócia do site Banheiro Feminino, está no Orkut e trabalha como autônoma. blog - http://pirei.catunda.org marcelacatunda@terra.com.br

Eu dei! eu dei! Eu dei uma palestra E eu que sempre fui a bagunceira quieta/a tímida falante, enfrentei os palcos de todo um Maksoud e palestrei no 10ºEWD em São Paulo. Passei um medo danado, fiquei desesperadamente nervosa, mas saiu. Aqui vai um modesto pout pourri dos melhores momentos da palestra, sem nenhuma pretensão, please. Antes de falarmos no que consiste o ofício freelar, é preciso dividir os freelas em dois gêneros: O primeiro é aquele QUE QUER SER FREELA, mas só até ser contratado: - Um dia ainda trabalho aqui. O segundo é o QUE QUER SER FREELA e pronto: - Adoro trabalhar aqui, lá e acolá. E o que é ser freela? Freela é aquele profissional que, assim como outro qualquer, rala pra ganhar seu dinheirinho. A diferença básica do freela pros outros profissionais é que o freela tem como endereço comercial o residencial. Parece pouco, mas não é. É preciso ter nervos de aço pra ser freela, tem mês que o telefone não toca, ou porque cortaram a conta da gente, ou porque ninguém lembrou da nossa existência, e se lembrou desistiu antes de fechar negócio. Um freela sabe que propostas voando não são um pássaro na mão. Sabe que tem que correr atrás, disparar e-mails, falar com os amigos e botar a carroça pra andar. Quando o desespero bater, ou um oficial de justiça, erga a cabeça e pense: DIAS MELHORES VIRÃO. E quem diabos chama um freela? Cada caso é um caso. No meu, por exemplo, agências de publicidade, produtoras de internet, de vídeo, animação, televisões e quem mais quiser experimentar. Se a coisa for legal, eu topo. Mas como se vender como freela? Taí uma coisa que estou constantemente aprendendo. Passei a vez. Mas posso dizer que sorte é um treco que conta. E quanto ganha um freela? Eu costumo ver quantas horas vou passar me dedicando ao job e multiplico pelo meu custo mulher/hora. Não gosto de trabalhar chutando preço. Sempre que isso me acontece me dou mal, muito mal. Mas, às vezes, eu chuto e me dou bem, muito bem. Porém, o mais seguro é calcular seu preço e multiplicar pelas horas dedicadas ao job


bula da Catunda :: 63

“Não pode ser refação pokemon, aquela que vira job do mar, job do fogo, job da terra, vinte e nove jobs num só. É duro, mas é importante lembrar que você é um freela e não funcionário do cara” em questão. "Refações" são ossos do ofício, mas tudo tem que ter limite. Não pode ser "refação" pokemon, aquela que vira job do mar, job do fogo, job da terra, vinte e nove jobs num só. É duro, mas é importante lembrar que você é um freela e não funcionário do cara, e está ganhando por trabalho e não por mês. E aí, quer pagar QUANDO? A diferença básica de um freela para o contratado é a pergunta: e eu vou receber quando? Exemplo: você vai lá, pega o job, faz direitinho e quando entrega o cara diz: “Manda a nota”. Nesse meio tempo você, que já tá ralando. Há pelo menos duas semanas, vai ter que esperar os tais 30 dias fora a nota, ou seja, vai demorar na melhor das hipóteses, uns 50 dias pra ter a grana na conta. Por isso, combine sempre QUANDO. Ele é tão importante quanto o QUANTO. Fluxo de Trabalho Quando se trabalha em casa às vezes a coisa fica desesperadora. A gente precisa do material pra começar, o cara fica de mandar dia tal, não manda e também não altera a data de entrega, ou seja, ele tá transformando você no único incompetente da coisa e isso não é justo. Deixe bem claro que, se o material não chegar, você não vai contratar uma vidente pra te brifar. VANTAGENS E DESVANTAGENS DE SER FREELA Vantagens - Eu sou meu chefe. (oba) - Eu faço minha hora. (delícia) - Eu trabalho em casa. (coisa boa) - Eu ganho grana numa tacada. (me dei bem) - Minhas Bics são minhas Bics. (ninguém me rouba) Desvantagens - Eu sou meu chefe. (que medo) - Eu faço minha hora. (socorro)

- Eu trabalho em casa. (folgada) - Eu ganho grana numa tacada. (pena que a grana não entra sempre) - Minhas Bics são minhas Bics. (ninguém pra conversar) E para encerrar aqui vão Os 10 Mandamentos do Freela by Marcela Catunda:


64 :: webdesign

Luli Radfahrer PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão de internet de algumas das maiores agências de propaganda e de alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje, é Professor-Doutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor independente. Autor do livro ‘design/web/ design:2’, administra uma comunidade de difusão do conhecimento digital pelo País. webdesign@luli.com.br

A pergunta de 1MUS$ Você está no emprego que sempre sonhou? Conquistou a mulher dos seus sonhos? Isso é só o começo Existe, em terras gringas, uma expressão diretamente ligada à relação deles com o dinheiro. Me refiro à tal “pergunta de um milhão de dólares” – um problema tão difícil e/ou insolúvel que sua resposta valeria US$ 106. Mesmo montante, aliás, oferecido aos ganhadores do prêmio Nobel. Honestamente, acho meio besta a motivação que leve alguém a se embrenhar em uma pesquisa de porte – científica ou não – seja algo tão ridículo quanto dinheiro. Não acredito que pesquisadores dedicados, que devotam 40 anos ou mais de suas vidas / carreiras na busca por respostas a problemas que afligem a humanidade (a cura do Câncer, por exemplo) o façam com a perspectiva, mesmo que remota, de ganhar uma polpuda quantia. Isso me parece a cenoura para outro tipo de burro. É só ver o que esses cientistas / literatos / políticos fazem logo depois de ganhar tais prêmios. Alguns até tiram uns poucos dias de merecidas férias, só para depois voltar a seus laboratórios e escritórios como se nada tivesse acontecido. Não se sabe de nenhum deles que tenha comprado um veleiro para navegar pelas ilhas gregas. Até porque eles já estão velhos demais para isso. O velho aqui também tem, como muitos, sua pergunta de um megadólar. Antes que você comece a reclamar, saiba que ela tem bastante a ver com a sua profissão. Com várias, aliás: — O que você faria DEPOIS de ganhar um milhão de dólares? Sim. Imagine que, por acaso, herança, presente, golpe-do-baú, falcatrua, mensalão, stock options, Google AdSense ou simplesmente por ter trabalhado duro na vida, você tenha acesso a uma quantidade de dinheiro que faz com que nunca mais tenha que trabalhar. Trocando em miúdos, um rendimento mensal de mais de 12 mil doletas sem risco. Sem esforço. Garantido para sempre. E agora, o que faria? Antes de pensar no óbvio, lembre-se que o óbvio nem sempre é sábio. As histórias daqueles que ganharam na loteria não têm sempre final feliz. Muitos deles, aliás, terminam mais pobres ou mais infelizes do que eram antes de montar na bolada. Diz-se por aí que dinheiro não traz a felicidade (manda buscar, diriam alguns). Diz-se também que ele é a raiz de todos os males (o ditado correto é o amor ao dinheiro). Acho que isso é dar importância demais para ele. Por mais que seja supervalorizado nesses tempos de freakonomics, ele é só um agente intermediário. Como tal, não tem vontade ou ideologia. O que se faz com ele (ou por ele) é que demanda avaliação.


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"...por que você faz o que faz? Qual legado pretende deixar? Como imagina ser reconhecido?"

Muitos detestam o trabalho que fazem e a empresa

legado pretende deixar? Como imagina ser reconhecido?

em que estão e só justificam sua permanência por causa do

“Um escroto rico” não me parece algo atraente, por mais

tão necessário dinheiro. Por isso, volto à minha pergunta:

que a TV esteja cheia de exemplos em seus apresentadores

se você conseguisse atingir seu sonho, o que faria depois?

de programas de auditório. Mas nem é preciso ir tão longe,

Por não ter resposta a essa pergunta que muita gente se

com seu chefe por perto para servir de exemplo.

escraviza e se perde. Acho patéticos os pobres-diabos

O carnaval está chegando. Goste ou não dele, sugiro

que dizem às massas estarem “no emprego que sempre

que você o utilize como metáfora de seus objetivos

sonharam”. Isso é politicagem ou ingenuidade. Se você

p ro f i s s i o n a i s . D e p o i s d e u n s d i a s d e e u f o r i a , s o n h o

chegou aonde sempre quis, está na hora de se aposentar.

e fantasia, a quarta-feira de cinzas é a única certeza

Em outras palavras: por que você faz o que faz? Qual

indiscutível.





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