agosto 2007 :: ano 4 :: nº 44 :: www.revistawebdesign.com.br E D I T O R A
R$ 9,90 I SSN 1806 - 0099
9 771806 009009
Transformando uma combinação de números em resultados efetivos aprenda como apresentar relatórios e utilizar as ferramentas mais adequadas para medir taxas de visitação de seu site, retorno de seu e-mail marketing e cliques em banners
Criação: conheça alguns meios para se atingir a originalidade de um site
Testes de usabilidade: é possível aplicá-los com orçamento baixo?
Vale Natureza: os detalhes da criação de um site premiado em Cannes
00044
4 :: quem somos
Editorial Procurando Nemo
Equipe Direção Geral Adriana Melo
rumo, procurando seu filho... Ótima a analogia feita por Paulo Bazeggio (página 10), ao explicar a importância das métricas. Ele diz que, sem o acesso a elas, a empresa fica perdida num mar de informações, com a certeza de que seu público está em algum lugar, mas sem saber por onde começar a procurá-lo. Se antes a única informação disponível era o número de visitantes, hoje podemos identificar as páginas mais acessadas, os links mais requisitados, as páginas de desistência, os gargalos, o comportamento do usuário, enfim, temos acesso a tantas informações que só precisamos aprender a utilizá-las, tirando o maior proveito delas. A partir do momento em que o comportamento do usuário é detalhadamente identificado, você passa a controlar as rédeas, criando estratégias para que seus objetivos sejam alcançados. Com isso, pode-se aumentar o número de cadastros e de vendas efetivadas, atrair para determinada página etc. Seja qual for seu objetivo, você vai precisar dessas ferramentas para alcançá-lo eficazmente. Espero que nossa matéria de capa desperte em vocês o interesse pelo assunto! Além disso, nessa edição temos um estudo de caso do premiado site
Direção Executiva Sergio Melo Direção de Redação Luis Rocha Criação, Diagramação e Ilustração Camila Oliveira Leandro Camacho Publicidade Débora Carvalho Atendimento Luanna Chacon
Atendimento aos assinantes atendimento@arteccom.com.br Redação redacao@arteccom.com.br Anuncie publicidade@arteccom.com.br
“Vale Natureza”, onde André Matarazzo mais uma vez dá valiosas dicas, falando, em especial, do “amor aos detalhes”. Sergio, da Sirius, também contribui com nossa revista dando uma grande aula de usabilidade. Na matéria sobre originalidade, vocês ainda vão encontrar referências incríveis, sites que inovam explorando a originalidade na forma, no conteúdo, na navegação ou no próprio uso da tecnologia. E, voltando aos peixes, abriram as inscrições para o “Concurso Peixe Grande” (www.arteccom.com.br/peixegrande), que premia os melhores cases do ano. O concurso é aberto ao público. Participe!
Revista Webdesign www.revistawebdesign.com.br Curso Web para Designers www.arteccom.com.br/curso Encontro de Web Design www.arteccom.com.br/encontro Fórum Internacional de Design e Tecnologia Digital www.arteccom.com.br/find Concurso Peixe Grande www.arteccom.com.br/peixegrande
Criação e edição www.arteccom.com.br
Adriana Melo adriana@arteccom.com.br
Produção gráfica www.ediouro.com.br
Distribuição www.chinaglia.com.br
Making of da criação Os caleidoscópios são objetos fantásticos. Com o sim-
Roman", complementado por uma abordagem histórica/con-
ples jogo de espelhos, uma forma relativamente simples
textual. O resultado são imagens fantásticas, todas em preto
como um triângulo, por exemplo, pode se transformar numa
e branco, criadas a partir de diversos caracteres. Abaixo, os
composição bastante interessante. A idéia da capa deste mês
exemplos com as letras "s", "a" e o "til". Até o próximo mês!
traz esse conceito à tona, utilizando os números como pro9
tagonistas. Como referência, vale lembrar dos cartemas de Aloísio Magalhães, criados a partir de imagens espelhadas. Uma outra grande inspiração para este trabalho foi um projeto de conclusão de graduação da Escola Superior de Desenho Industrial, de Aline Carvalho (alineccarvalho@gmail. com). O projeto, chamado "As Times goes by", reúne uma série de 64 experimentações em torno da forma da "Times New
Fale com a equipe de criação: criacao@arteccom.com.br
:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.
Quem viu o filme deve lembrar do pobre peixinho perdido no mar, sem
menu :: 5
apresentação pág. 4 quem somos pág. 5 menu contato pág. 6 emails pág. 6 fale conosco fique por den tro pág. 8 métricas e mercado pág. 10 direito na web pág. 11 post-it portfólio pág. 12 agência: Mamute pág. 18 freelancer: Rafael Nascimento pág. 20 ilustração: Elisa Sassi matéria de capa pág. 22 entrevista: Testes de usabilidade pág. 30 reportagem: Métricas na web e-mais pág. 38 debate: Formação do designer pág. 44 e-mais: Originalidade pág. 51 estudo de caso: Vale Natureza pág. 56 tecnologia na web: Escolha de provedor pág. 60 tutorial: Actionscript - Parte 5 com a palavra pág. 64 usabilidade: Marcia Maia pág. 66 webwriting: Bruno Rodrigues pág. 68 marketing: René de Paula Jr. pág. 70 publicidade on-line: Ricardo Figueira pág. 72 webdesign: Luli Radfahrer
6 :: emails
Assunto: Illustrator na web
Assunto: Direito sobre fontes
Vocês estão de parabéns pelas
Gostaria de saber como funciona
Sou músico e estou finalizando
Pessoal, adoro a revista
publicações, pois estou assinando
a questão dos direitos dos fontes
meu primeiro CD. A primeira fase
Webdesign, não perco uma edição
a revista e o custo vs. benefício
dos sites, se é do desenvolvedor
da divulgação será feita pela web,
e agora estou aqui para sugerir
está sendo ótimo, pois se tornou
ou do cliente.
devido ao custo quase zero, mas
uma matéria que fale de registro
uma fonte de pesquisa para o
Angela
também será lançado um site
de domínios, pois meus clientes
pessoal da agência. Estou com
andrimail@bol.com.br
onde quero ter muitos acessos e
sempre foram empresas e agora
downloads da música de trabalho.
que estou com um cliente pessoa
vocês sempre, sucesso! Gostaria
Assunto: Músicos na web
Assunto: Registro de domínios
também de sugerir algo voltado
Sou coordenador de projetos
Estou pesquisando que tipo de
física, descobri que não pode
para o Adobe Illustrator para
na Bendita Soluções Criativas.
interação seria apropriada para
registrar um domínio .com.br se
web, pois trabalho com ele na
Acabamos de assinar a revista
um artista independente, que tipo
não tiver um CNPJ. Entrando
agência e tenho conseguido
aqui na empresa, mas já sou leitor
de ferramentas seria interessante
em fóruns, descobri um site que
ótimos resultados! Vale a pena!
antigo. Estamos com uma dúvida
para aumentar a visitação e dar
consegue registrar sem a pessoa
Abraços a todos,
sobre direitos autorais e já vi que
maior visibilidade ao trabalho.
ter um CNPJ e também que
Leonardo Amaral
uma edição da revista abordou
Gostaria de sugestões ou, até
posso colocar o site com o CNPJ
leonardo@lacomunicacao.com
esse assunto, mas não lembro
mesmo, exemplos, se possível.
de outra empresa, logicamente
qual número. O assunto é antigo.
Diogo Darkiewicz
pedindo autorização para tal e o
Leonardo, agradecemos seus
Um cliente nos contratou, fizemos
d_Darkiewicz@yahoo.com.br
domínio desse registro fica sobre
elogios! Seu depoimento vai servir
o trabalho, mas o cliente não
também como um bom parâmetro
quer mais fazer as atualizações
Diogo, uma boa pedida é acessar o
ID. Por isso, imagino que várias
na escolha do próximo tema a ser
conosco e nós naturalmente não
site da Trama (www.trama.com.br),
pessoas devem ter essa dúvida ou
abordado na seção Tutorial. O
queremos liberar os arquivos
gravadora que procura incentivar
até mesmo têm a certeza de que
atual, sobre ActionScript básico,
fontes (fla, psd, ai etc.). Queria
o cenário independente da música
podem registrar qualquernome.
está terminando e pretendemos
saber de vocês qual a edição da
brasileira. Outra dica é ler uma
com.br. Beijos,
colocar algum material específico
revista que abordou esse assunto,
matéria na seção Audiovisual, da
Érika Lopes
sobre softwares de tratamento de
pois gostaria de saber qual a lei
revista PixTrends (www.pixtrends.
erikallc@gmail.com
imagens. Aguarde as novidades!
que fala sobre isso.
com.br), que conta a experiência
Um grande abraço,
vivida pela banda K-libre. Procure
Érika, sua sugestão é oportuna
Filipe Cunha
dar uma pesquisada também no
e vai virar uma reportagem a ser
cunha@abendita.com
Monovolume (www.monovolume.
publicada na seção “Tecnologia na
com.br), revista experimental on-
Web”, ok? Obrigado pela ajuda e
Oi, Angela e Filipe. Como vão?
line que aborda os principais temas
continue participando!
Esperamos que bem. O assunto foi
do cenário musical. E boa sorte em
abordado duas vezes, na coluna
seu projeto!
Assunto: Peixe Grande 2007 Olá, amigos da Webdesign! Já
“Direito na Web”, edições de
estou com a edição de julho em
agosto de 2006 (capa Talento) e
mãos e percebi que está faltando
abril de 2007 (capa Agências).
domínio da empresa dona do
algo... As novidades do Peixe Grande deste ano, que vocês previram para julho. Estamos na expectativa das inscrições! Demetrius demetrius@teamdesign.com.br Demetrius, a grande novidade é a classificação nas categorias Júri Técnico e Júri Popular. O prazo final para concorrer vai até o dia 1º de outubro. Participe! Mais detalhes, acesse: www.arteccom.com.br/ webdesign/peixegrande.
DESCULPE A NOSSA FALHA! - Na edição de junho, na seção Post-it, página 11, o nome do profissional Cleber Zerrenner (www. zerrenner.net) foi grafado de forma errada.
fale conosco pelo site www.revistawebdesign.com.br :: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.
8 :: métricas e mercado
Atividades desenvolvidas na internet: comunicação
R$ 1,55 bilhão Estimativa do movimento de negócios com banda larga até o final do ano no país, segundo estudo divulgado
Atividade
%*
Enviar e receber e-mail
65,0
Enviar mensagens instantâneas
38,5
Participar de sites de comunidades e relacionamentos
36,4
totalizar 8,3 milhões de usuários conectados em banda
Participar de chats e/ou listas de discussão
27,4
larga, levando o mercado a alcançar o patamar de R$ 2
Criar ou atualizar blogs e/ou websites
10,1
bilhões em negócios entre utilização residencial e cor-
Usar o telefone via internet/videoconferência
8,4
pela E-Consulting, em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. A pesquisa aponta ainda que, em 2008, o Brasil deve
porativa. Fonte: Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (www.camara-e.net)
Fonte: CETIC.br (www.cetic.br) / *Respostas múltiplas
51%
E-commerce em datas comemorativas
Percentual de mulheres, em abril de 2007, entre o total de
No Dia das Mães, o comércio eletrônico atingiu um cres-
internautas domiciliares de 2 a 24 anos, de acordo com o
cimento de 63% em relação ao mesmo período de 2006
relatório Web Brasil. Sites sobre educação e conhecimento,
e faturou aproximadamente R$ 287 milhões. Já no Dia
além de fotologs, música, e-mail e comunidades, são os
dos Namorados, as vendas pela internet garantiram ao
conteúdos que têm maior afinidade com a audiência femi-
segmento um faturamento de R$ 227 milhões, ou seja,
nina até 24 anos.
crescimento de 47% em relação ao mesmo período do ano
Fonte: Ibope/NetRatings (www.ibope.com.br)
passado, quando o faturamento foi de R$ 153 milhões. Fonte: e-bit (www.ebitempresa.com.br)
1 milhão Esse foi o total de cópias baixadas, somente em 48 horas, do navegador Safari para Windows (Safari 3 Public Beta), disponibilizado na primeira quinzena de junho pela Apple.
Qual o principal fator na escolha da hospedagem do site?
Fonte: Apple (www.apple.com/safari)
Total de votos: 180
35% Este é o percentual mensal de visitas ao YouTube, em relação à internet brasileira. Isso representaria 6,5 milhões de visitantes por mês.
Segurança - 24% Suporte - 23% Credibilidade - 23% Custo - 21% Disponibilidade - 9%
Fonte: Ibope/NetRatings (www.ibope.com.br)
acesse e participe! www.revistawebdesign.com.br
Envie sugestões e críticas para redacao@arteccom.com.br
métricas e mercado :: 9
ViuIsso?
Por Michel Lent Schwartzman - michel@viuisso.com.br Site: www.viuisso.com.br
Notícias e comentários sobre comunicação digital, internet e publicidade iPhone stress test
implementando operações nos principais mercados. O que aconteceria com a
Criador da Mantel, MediaLab (MLab) e do iBest, Wettreich
tela do iPhone se você o
nunca dá ponto sem nó quando se trata de empreender! Podem
carregasse no bolso com
apostar que o projeto dele vai decolar.
chaves e moedas? E se ele caísse em um chão acarpetado? E no meio da calçada de concreto? O pessoal da PC World (www. pcworld.com/video/id,545-page,1-bid,0/video.html) testou a
Publicidade on-line cresceu 41,96% desde janeiro/07 No Meio&Mensagem (www.meioemensagem.com.br), de 25/06, foi divulgado o último Projeto Inter-meios, estudo quadrimestral sobre o desempenho do mercado publicitário brasileiro.
resistência da belezoca.
Com o título “Em marcha lenta”, a matéria do M&M fala da queda do faturamento geral de mídia entre janeiro e abril
Para os fãs de Stephen King
de 2007, que encolheu 1,45%, sendo que segmentos como a
Essa é para os leitores fãs de Stephen King e chegados numa produção de vídeo. A Editora Objetiva vai dar uma coleção completa do mestre do terror para o melhor vídeo de suspense baseado no novo livro “O Assassino das Sombras”. Veja o vídeo teaser da promoção: http://br.youtube.com/ watch?v=b6PU4jhrqUw. Acesse para saber mais e participar: www.objetiva.com.br/assassinodassombras.
mídia exterior (por razões óbvias), rádio e guias e listas tiveram encolhimento mais dramático. Mas, se por um lado o investimento total encolheu no período, o meio internet apresentou o exato oposto: um crescimento de 41,96% no mesmo período, sendo que o aumento do faturamento, através de agências, foi ainda positivo: 54,67%. No total, a mídia on-line brasileira, comparada com mercados de outros países, ainda representa uma parcela
WeShow: Wettreich strikes back
pequena do bolo total (2,67%), mas seu ritmo de crescimento Afastado do meio há
comprova a idéia de um mercado publicitário em profunda
a l g u n s a n o s , M a rc o s
transformação - positiva para o mundo da internet.
We t t re i c h , u m d o s empresários brasileiros mais bem sucedidos do mercado de internet, está de volta com um projeto internacional chamado WeShow (www.weshow.com). Trata-se de um site agregador, cuja proposta é organizar a massa de vídeos existente no mundo. A empresa por trás do WeShow está baseada nos Estados Unidos e já está
Ou seja, no mundo dos investimentos em publicidade na internet brasileira, estamos “Em marcha rápida”!
10 :: direito na web
Colaboração em projetos participativos A contribuição com conteúdos ou si-
À parte as vantagens sociais, culturais,
va representa, sem dúvida, uma importante
educacionais, artísticas, científicas etc.,
opção para os que desejam tornar dispo-
que tais iniciativas procuram assegurar, há
nível a sua colaboração na web. Exemplos
a questão do interesse do colaborador em
como o do Wikipédia (http://pt.wikipedia.
relação a vantagens legais.
org) não poderiam ser mais eloqüentes.
Gilberto Martins de Almeida Advogado formado na PUC/RJ, com Mestrado na USP e cursos em Harvard e no M.I.T. Ex-
como condição para colaborar.
tes em projetos de participação colaborati-
Talvez a principal delas seja a de po-
Evidentemente, toda opção, e esta
der se beneficiar de um contexto que clara-
certamente não haveria de fugir à regra,
mente favorece a disseminação e a correção,
implica em alguns objetivos, de um lado, e
maximizando as chances de divulgação e
em possíveis renúncias, do outro.
acerto, e dificultar a possibilidade legal
Em geral, os esquemas participativos
d e a l g u é m s u b i t a m e n t e p l e i t e a r a re t i -
se apresentam associados a licenciamento
rada de circulação de parte essencial de
trabalhou por 11 anos, no Brasil
de direitos sob condição do caráter não
um todo formado pelas contribuições de
e nos EUA. Sócio de Martins de
comercial de sua utilização (embora, pelo
vários participantes.
Gerente Jurídico da IBM, onde
Almeida - Advogados, escritório especializado. Envie sua dúvida para: redacao@arteccom.com.br
menos em tese, não necessariamente pre-
Também, quando se estipule como re-
cise ser assim, pois se poderia conceber
gra a renúncia a intuitos comerciais, a con-
um plano participativo em que os provei-
trapartida poderá ser de que, com maior ra-
tos de sua exploração revertessem para os
zão, as contribuições devam ser entendidas
participantes-colaboradores).
como oferecidas “no estado”, sem gerar
Uma alternativa prática para se co-
maior expectativa quanto a garantias.
nhecer o quanto há de renúncia exigida na
Contudo, se deve notar que um esque-
adesão a um sistema participativo é a de
ma participativo pode gerar situações em
consultar os Termos de Uso do respectivo
que a contribuição de alguém é em seguida
site ou portal. Ali, se poderá verificar, por
modificada por outrem, e assim sucessiva-
exemplo, se há permissão, ou não, para o
mente. Portanto, para aqueles que queiram
uso de robôs ou spiders que pudessem tor-
preservar a integridade de sua contribuição,
nar mais ampla a possibilidade de divulga-
possivelmente isto dependerá de remissão
ção dos conteúdos aportados pelo colabo-
histórica e da existência de sistema que re-
rador, mas que, por outro lado, pudessem,
gistre e mantenha a íntegra da contribuição
a depender do julgamento do proprietário
de cada um ao longo do tempo.
do site ou portal, despertar interesses co-
Em resumo, a opção por contribuir num
merciais. Vale conferir qual tenha sido a
projeto participativo pode ser extremamen-
escolha do proprietário.
te interessante, inclusive do ponto de vis-
Assim, a adesão a um projeto par-
ta legal, se os objetivos do colaborador se
ticipativo deve ser vista no contexto de
encaixarem na filosofia e nas regras de tal
um contrato que se estabelece entre o
projeto. Para ver se realmente se encai-
proprietário do site ou portal, que será
xam ou não, é absolutamente fundamen-
q u e m d i t a r á a s re g r a s , e q u e m q u e i r a
tal que sejam previamente consultados os
participar, que deverá aceitar tais regras
Termos de Uso.
post-it :: 11
entro , d r o p Fique cas, eventos ias das di e referênc undo livros vimentam o m que mo ign na web do des Produção acadêmica no design para web A indicação do mês vai para "As armas da raposa: como os novos produtores de conteúdo estão mudando a comunicação - e o que a publicidade tem a ver com isso" (http://tinyurl.com/3xcpw2), de Roberta Zouain, trabalho apresentado na conclusão do curso de Publicidade e Propaganda, na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Se você possui ou conhece algum trabalho acadêmico interessante, envie sua sugestão para redacao@arteccom.com.br.
Informação digital além dos navegadores A Sinc (www.sinc.us) preparou widgets exclusivos para a nova campanha de comunicação da Cerveja Sol (www.cervejasol.com.br). Para quem não sabe, widgets são aplicativos que funcionam através de pequenas janelas que mostram, por exemplo, calendário, relógio,
Por onde anda Catunda?
calculadora, agenda, dicionários, além de informações atualizadas
Descobrimos o novo paradeiro de Marcela Catunda (http://pirei.
em tempo real. Para Alon Sochaczewski, sócio-diretor de criação da
catunda.org). Agora, ela empresta seu talento para o mercado
agência, o maior desafio "é encontrar a relevância da ferramenta com
editorial. Depois do "Eu Sento, Rebolo e Ainda Bato um Bolo", sua
o mote da campanha, de forma a se tornar o mais natural possível (e
última produção é o livro infantil "Livrinho das diferenças", publicado
não como um break de comercial)".
pela Editora Caleidoscópio (www.editoracaleidoscopio.com.br).
Blog do mês: SIBlog
Concurso de identidade visual
Se você procura algum
O Centro Cultural da Espanha em São Paulo (CCESP), com os apoios
espaço virtual que
do Senac São Paulo e da Associação dos Designers Gráficos (ADG),
valorize a produção
anuncia um novo concurso envolvendo a produção de um projeto de
do mercado nacional
identidade visual para a entidade. As inscrições vão até 10 de agosto.
de ilustração, uma boa
Mais informações podem ser obtidas nos sites www.aeci.org.br, www.
pedida é acessar o blog
sp.senac.br e www.adg.org.br.
da SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil
Livro do mês Second Life: guia de viagem
com.br). Segundo a apresentação oficial, por lá "os interessados
Autor: Edgard B. Damiani
poderão acompanhar o processo evolutivo da arte de grandes
Editora: Novatec (www.novatec.com.br)
ilustradores brasileiros - mostradas desde o desenvolvimento dos
(www.siblog.blogger.
"Nos últimos meses, você já deve ter lido
layouts até a arte-final, sempre comentadas por seus autores".
um grande número de reportagens falando
Conhece algum blog interessante voltado para o design para web?
sobre ações de comunicação de grandes empresas no Second Life
Então, mande sua dica para redacao@arteccom.com.br.
(www.secondlife.com.br). Na edição de junho, apontamos, na seção ‘Métricas e Mercado’, os seguintes números: em fevereiro, o Brasil ocupou a sétima posição entre os países participantes deste universo on-line 3D, com cerca de 300 mil usuários. Já a MTV Brasil anunciou investimentos de R$ 1 milhão na criação de sua sede virtual dentro
Agenda de eventos 18/08 - 12º EWD - Brasília (www.arteccom.com.br/encontro) 15/09 - 12º EWD - Curitiba (www.arteccom.com.br/encontro)
do SL, o que corresponderia a mais de 10% da sua verba anual
15/09 - Design na Brasa - São Paulo (www.designnabrasa.com.br)
de marketing. A febre em torno deste universo é tão grande que
29/09 - Pixel Show - São Paulo (www.pixelshow.com.br)
as agências digitais começaram a se movimentar. A Ginga (www.
19/10 - 1º Encontro Brasileiro de Arquitetura de Informação - São
agenciaginga.com.br) e a AgênciaClick (www.agenciaclick.com.br),
Paulo (www.aibrasil.org/encontro/home)
por exemplo, já montaram estruturas por lá. E quem procura um guia para entender como funciona este novo ambiente, uma boa dica de leitura está presente neste livro, que aborda os detalhes na criação e interação entre avatares, usar e criar objetos, como montar seu negócio, entre outros detalhes." Participe do Post-it! Envie sugestões para redacao@arteccom.com.br.
20/10 - 12º EWD - Salvador (www.arteccom.com.br/encontro) 10/11 - 12º EWD - Porto Alegre (www.arteccom.com.br/encontro) 08/12 - 12º EWD - São Paulo (www.arteccom.com.br/encontro)
12 :: portfólio agência - Mamute
ilustrando diferentes visões de mundo
Desenvolver peças consistentes e eficientes ao cliente, mas sem perder a graça e a criatividade. Este é o mote do estúdio Mamute (www.mamutedesign. com), localizado em Curitiba, para conquistar seu espaço no concorrido mercado de design. Tal personalidade é confirmada quando descobrimos as referências para a escolha de seu nome. “Ele foi escolhido em analogia ao elefante, reconhecidamente o animal com melhor memória visual. Pelo lado esotérico, há também a figura do deus indiano Ganesha, representado por um mamute, que, acredita-se, desenhava suas visões de mundo”, explica Marcus Brudzinski, um dos sócios do estúdio. Criado no dia do índio, o Mamute completa dois anos de existência e confirma seu perfil diversificado, apostando na animação digital, no design digital e gráfico e na ilustração como fontes para o desenvolvimento de suas habilidades. Falando especificamente sobre uma delas, o estúdio possui experiência na realização de trabalhos envolvendo ilustração, tendo inclusive participação em revistas estrangeiras. “Desde criança, a arte do desenho faz parte da nossa realidade. A ilustração é um trabalho irreverente, que desperta diferentes sentimentos nas pessoas. Por ter uma conotação mais pessoal e humorística, as pessoas se identificam com os desenhos, memorizam e interagem com eles. Por isso, é um recurso amplamente explorado no varejo e em campanhas institucionais”.
portfólio agência - Mamute :: 13
- Posimusic
- Tonsurton
Animação multimídia
www.tonsurton.com.br
Tecnologias: ActionScript 2 + Flash
Tecnologias: ActionScript 2 + Flash + MySQL + PHP
O Posimusic é um evento realizado anualmente pelo
Fugir dos padrões de sites utilizados pelos concor-
Colégio Positivo, freqüentado por estudantes do ensino mé-
rentes da empresa. Mas qual seria esse perfil? Segundo
dio. Até então, a principal referência do festival era o Oscar,
Marcus, na fase de pesquisas, foram constatados o uso de
tradicional premiação do mercado cinematográfico.
grandes estruturas em HTML, com banco de dados, menus
No entanto, para a edição de 2007, o intuito era criar algo mais dinâmico e ágil. Pensando nisso, a sugestão do Mamute foi desenvolver peças inspiradas no evento anual da MTV norte-americana, o MTV Music Awards.
laterais sempre visíveis e ocupação de espaços onde poderiam ser expostos os produtos das empresas. “Diante disso, nossa proposta foi criar um ambiente inteiramente em Flash, para dar uma maior interatividade,
Segundo Marcus, eles receberam o roteiro da apre-
prendendo a atenção do usuário com os movimentos e
sentação multimídia, mas tinham a possibilidade de suge-
instigando-o a navegar por todo site. As cores utilizadas
rir mudanças para adaptá-lo à proposta do estúdio. “Ela
seguiram os padrões do logotipo e catálogo impresso do
inicia somente com uma música e de repente aparece um
cliente, para manter a identidade e familiarizar o consu-
personagem, mas somente a sua silhueta, fazendo uma
midor com a estrutura visual”.
dança como se estivesse em uma discoteca. Junto com o
Outro detalhe interessante envolveu os motivos para
personagem entra a apresentadora do evento, também
a escolha do padrão de resolução do site. “Aparentemen-
dançando, interagindo com o personagem”.
te, ele só pode ser visualizado em 1024x768, porém uma pessoa que acesse em 800x600 também verá todo conteúdo, mas não com o mesmo impacto visual. Essa já é uma tendência no Brasil, isso pode ser verificado no portal do Yahoo!, que tem a possibilidade do mesmo site ser visualizado nas duas resoluções”.
14 :: portfólio agência - Mamute
- Volvo
- Tempo Cinematográfica
Criação de animações, apresentação multimídia e interfaces
www.tempocinematografica.com.br
Tecnologia: Flash
Tecnologias: ActionScript 2 + Flash + MySQL + PHP
O desenvolvimento do site desta produtora de vídeos pode ser considerado um bom exercício para o estúdio em O lançamento de um caminhão da Volvo exigia o desenvolvimento de um projeto novo e revolucionário. Assim, o Mamute foi chamado com a responsabilidade de criar as interfaces, as animações e a apresentação multimídia do projeto. “Procuramos idéias inusitadas e criativas, mantendo uma relação com o lúdico, a novidade e o bom humor. A proposta de apresentar a família Jetsons, desenho animado de HannaBarbera, foi com o objetivo de relacionar o veículo a uma idéia futurista e arrojada, tanto quanto estes personagens”. Um dos principais desafios era redesenhar alguns personagens (George, o pai, e Juddy, a filha adolescente), para depois animá-los. “Toda animação foi criada em cima do roteiro, que nos foi passado pronto, e desenvolvida em Flash para depois exportá-la para o formato de vídeo. Foi um projeto com um mês de duração, entre o primeiro storyboard até a apresentação final”.
termos de aplicação de cores na web. Apesar da utilização de apenas cores neutras, o desafio era criar um site que fosse diferente de outras empresas do mesmo segmento. “Além de serem as cores da empresa (preto e branco), são cores discretas que não competiriam com o produto a ser apresentado: os vídeos. Mas o cuidado primordial na utilização dessas cores foi o fato de que, na maioria dos sites do segmento de produtoras, predomina a utilização do preto. Portanto, para o nosso cliente se destacar, invertemos as cores e demos mais destaque ao branco, que passou uma sensação de clareza e mais espaço”. Outra questão a ser resolvida envolvia a abertura do site em tela inteira. “Na proposta inicial, essa era a nossa primeira opção. Porém, como cada navegador reage de uma maneira, a deixamos na janela principal. Além disso, grafismos e movimentos leves criaram percepção diversa quanto à usabilidade”.
portfólio agência - Mamute :: 15
- Ilustrações para Encore Magazine (Edição Junho/2005) www.magwerk.com Materiais utilizados: Lápis + Photoshop
O contato para a realização deste projeto internacional surgiu de maneira inusitada. “Um dos sócios do Mamute, Rafael Camargo, estava nos Estados Unidos, onde passou um tempo trabalhando. Quando estava desenhando caricaturas em um parque no Grand Canyon, ele acabou conhecendo o Daniel Harrington, publisher da revista. Desde então, o contato se tornou freqüente, com a Encore solicitando diversas colaborações”. Uma dessas participações está presente na edição 11. “Criamos as caricaturas de todos os premiados (Top 5 of International Design), bem como a concepção de cada página virtual da revista. Para a criação das caricaturas, seguimos as referências cedidas pelo editor da revista e também a linha de trabalho de cada profissional. Todos os desenhos foram feitos a lápis, coloridos no Photoshop e também algumas texturas aplicadas como fundo ou até mesmo no preenchimento das cores. A proposta era criar o cenário ideal para cada personagem, respeitando as suas características e a premiação conquistada”. Como resultado, o estúdio acabou recebendo reconhecimento internacional. “Desde que a revista foi colocada no ar, recebemos dezenas de e-mails de profissionais de todo o mundo elogiando e comentando o nosso material”.
Peixe Grande 2007 Venha pescar este troféu!
Inscrições abertas no site: www.arteccom.com.br/peixegrande
18 :: portfólio freelancer - Rafael Nascimento
De olho nas referências
- Portfólio Marina Lopes
Contato: escaphandro@yahoo.com.br Site: http://escaphandro.net
www.escaphandro.net/2005/marina
Tecnologia: Flash
A disponibilidade de um farto material, envolvendo livros, TV e cinema, talvez seja a melhor explicação para entendermos a escolha de Rafael Nascimento pelo design. “Sempre gostei de artes visuais e acredito que a disponibilidade de estímulos em casa ajudou bastante”. Outro detalhe é que a facilidade de acesso à tamanha diversidade de informações acabou ajudando na construção de sua identidade profissional. “Estilo vintage, envelhecido, antigo, são coisas que dizem com freqüência sobre meu trabalho. Acredito que as minhas influências mais marcantes foram David Carson, Neville Brody, Eduardo Recife, mk12 e emigre (quando estava na faculdade). Atualmente, Scott Hansen, Reid Miles, Emil Kozak, Marian Bantjes e Herb Lubalin. No Brasil, gosto do trabalho de Rafic Farah e J. Carlos”. Além da extensa lista de referências, Rafael não esquece a importância da convivência com outros profissionais. “As pessoas com quem trabalhei ao longo dos anos, principalmente os amigos da faculdade e meu irmão mais novo, que também é designer, me influenciaram bem mais por terem compartilhado experiências e descobertas”, afirma. Falando em experiência prática, ele acabou desenvolvendo uma maneira particular de driblar os momentos em que a criatividade parece ter ido embora. “Estudo bastante o tema em que estou trabalhando. Caso haja bloqueio, procuro dar um tempo, quando possível, para que as coisas não travem na execução”. Por outro lado, na busca por estímulo para o seu processo de criação, Rafael procura conhecer novos elementos e desligar-se do cotidiano. “Tento fazer coisas que gosto fora do dia-a-dia... Namorar, ouvir música, dormir e comer”. Para o futuro, os planos envolvem o investimento em projetos pessoais, além da reformulação de seu site. Tudo isso para fugir de um certo padrão existente no trabalho de muitos profissionais. “Estilo e competência técnica, nessa ordem, são o que eu acredito que diferencia os portfólios, apesar de eu ter notado uma certa formatação padronizada nos portfólios que vejo ultimamente, o que não me interessa”.
Um trabalho desenvolvido para uma amiga acabou se tornando um bom caso para ser apresentado como destaque entre os projetos já desenvolvidos por Rafael. A proposta era criar uma apresentação on-line do portfólio de Marina Lopes. “Minha amiga estava de partida para Londres e precisava de um portfólio estiloso e simples”. Segundo ele, um dos pontos altos deste projeto foi a possibilidade da experimentação de diversos elementos para a sua composição. “As orientações eram de algo lúdico e onírico, mas com base em referências visuais impressas. A Marina me deu bastante liberdade estilística. Então, resolvi brincar com a navegação e inserir os trabalhos como ‘quadros’ no cenário do site”, explica. Apesar da aparente simplicidade, as etapas para a definição de grid do projeto envolveram a produção de layout estático, elaboração e envio do material (conteúdo) e execução. Além disso, as preferências pessoais da cliente e a necessidade de ser algo diferenciado foram alguns dos fatores que influenciaram na usabilidade e na arquitetura da informação do site. Para finalizar, Rafael nos revela um detalhe curioso envolvendo o processo de criação do projeto. “A textura de fundo é um pedaço de pano que a Marina me trouxe para tentar explicar como queria o site. Até hoje (o site tem dois anos), as pessoas comentam a respeito, como sendo um trabalho bacana”.
Para participar desta seção, cadastre seu portfólio no site da revista: www.revistawebdesign.com.br.
20 :: portfólio ilustração - Elisa Sassi
Elisa Sassi www.elisasassi.com
Wd :: Como define seu estilo e onde você busca as referências para o seu trabalho? Elisa :: Para falar a verdade, é muito difícil racionalizar o que faço e o jeito que crio. Pode parecer - e geralmente parece - bem bobo dizer isso, mas crio aquilo que me deixa feliz e que pode deixar os outros felizes. Uma amiga minha disse uma vez que sempre que via um rabisco meu (ela trabalhava comigo, então via uns tantos ao longo do dia) ficava contente, feliz, se sentindo bem. É isso que busco. O estilo eu deixo por conta do espectador. As referências estão em todo o canto. Desenhos animados, filmes, cardápios, toalhas de mesa, decoração de loja, revista antiga e nova, azulejo do metrô, viajar muito, ainda que sem sair de casa. É preciso realmente estar antenado para captar as vibrações
BlablaLand (2006)
que estão além do óbvio.
Utilização: Convite de aniversário Material utilizado para composição: “Ilustração vetorial”
Mobile Interface (2006) Cliente: Revista Computer Arts P ro j e c t s Material utilizado para composição: “Ilustração vetorial”
Observação: a imagem que ilustra o fundo deste portfólio se chama “Outismo”, um quadro feito por Elisa para a exposição “Autista”, em São Francisco (2007). O material utilizado para a sua composição foi découpage, acrílica e caneta permanente sobre tela.
22 :: entrevista - Testes de usabilidade
Testes de
usabilidade: facilitando a navegação pelos labirintos digitais Já se foi o tempo em que vender o conceito de que “o concorrente está apenas a um clique de distância” era suficiente. Mais do que isso, hoje se tornou fundamental utilizar métodos que comprovem a eficácia no período de experiência do usuário em novos ambientes e ajudem também a melhorar a navegação de projetos já existentes. Como trazer esta realidade para o seu cotidiano profissional? Uma boa pedida é investir nos testes de usabilidade. Nesta entrevista, Sergio Carvalho, sócio e coordenador da área de experiência do usuário da Sirius Interativa (www.sirius.com.br), nos conta as principais etapas, custos e bons exemplos envolvendo sua aplicação na web. Confira a seguir.
entrevista - Testes de usabilidade :: 23
“Um projeto que tenha uma navegação exploratória precisa se tornar estimulante e não frustrante. E a distância que separa estes resultados pode ser pequena” Wd :: Passados mais de dez anos da criação do mer-
em tabs (tabbed navigation), que tem sido utilizada em
cado de internet no Brasil, podemos dizer que é inegável
vários projetos, usa um outro paradigma. Talvez para estes
o amadurecimento tanto dos usuários, quanto dos profis-
projetos seja uma solução adequada, apesar de não seguir
sionais responsáveis pela criação e desenvolvimento de
uma boa prática estabelecida.
projetos digitais. Diante de sua experiência, quais foram
O importante é não perder de vista o contexto, con-
as principais transformações na aplicação dos conceitos
teúdo e públicos-alvo do projeto e aplicar técnicas de
de usabilidade na construção de um site?
validação, como testes de usabilidade, para poder propor
Sergio :: O impacto e os benefícios desta aplicação
o esquema mais apropriado e efetivo para um dado pro-
dependem, em boa medida, do nível de sua integração
jeto que pode ser pré-existente ou mesmo completamente
ao dia-a-dia dos projetos. Quanto mais integrada ao pro-
novo. É importante que o processo de diagnóstico e de-
cesso, maiores serão os benefícios. E estas mudanças têm
senho da solução permita a proposição de novos modelos
acontecido, em grande parte, a partir dos clientes que têm
que acompanhem a incessante evolução tecnológica do
solicitado as agências e as produtoras que invistam na fa-
ambiente web.
cilidade e universalidade de uso, que traz o usuário para o
Um exemplo clássico é o do site da Audi (www.audi.com.
centro da equação e é percebido por eles como um movi-
br), que, para reforçar o atributo de inovação, propôs um
mento fundamental para o sucesso de seus projetos em um
menu de navegação do lado direito da tela, mas se preocupou
ambiente web cada vez mais competitivo. Ou seja, existe
em realizar testes com 64 usuários para validar se esta opção
o impacto visível na melhoria da qualidade de interação da
comprometeria a qualidade de navegação. O resultado dos
interface e o impacto invisível nas metodologias e no perfil
testes foi positivo e o menu foi implementado desta forma. A
das equipes de projetos web, que passam a incorporar pro-
proposição de novos caminhos deve ser incentivada, no en-
fissionais e conceitos de usabilidade em seus processos.
tanto deve ser sempre validada de forma criteriosa antes de
Wd :: Um conceito muito propagado atualmente re-
sua implementação para verificar sua efetividade.
fere-se ao design centrado na experiência do usuário.
Wd :: Dentro das etapas de criação e desenvolvi-
Pensando nisso, quais características definiriam uma boa
mento de um site, quais seriam as principais funções dos
navegabilidade de um site?
testes de usabilidade?
Sergio :: Para determinar os atributos de um sistema
Sergio :: Validar, com quem efetivamente vai usar o
de navegação, é sempre bom ter como referência as boas
site, as soluções propostas e identificar pontos de melhoria
práticas estabelecidas, e tão bem descritas em inúmeros
em seus aspectos mais relevantes, como sistema de nave-
livros, mas cuidar para que não se transformem em regras
gação, informação, busca, interface gráfica, acessibilidade,
rígidas e cômodas.
fluxos de conversão, pontos de interação, arquitetura de
Exemplo: apresentar os itens de navegação de pri-
conteúdo e outros.
meiro nível de forma consistente e visível em todas as
Na direção em que a web está evoluindo faz cada vez
páginas do site. Existe bom senso em recomendações
menos sentido que soluções interativas com crescente com-
como essa que, em muitos casos, são fruto de observações
plexidade e volumes de informação possam ser propostas
feitas em testes de usabilidade, mas seriam apropriadas em
em laboratórios de criação, sem convidar os usuários para
qualquer situação? A navegação por caminho hierárquico
participar deste processo.
24 :: entrevista - Testes de usabilidade
“Um site com baixa usabilidade é como um atendente de uma loja pouco prestativo e que não sabe onde se encontram os produtos ou informações que o cliente deseja”
tão importantes em um projeto promocional quanto em qualquer outro. Por vezes, mais. Wd :: Em qual etapa do processo de construção de um site os testes de usabilidade devem ser aplicados? Sergio :: Um teste de usabilidade é uma dentre várias técnicas que podem ser aplicadas ao longo do ciclo de desenvolvimento de projetos web. Pode-se empregar um conjunto destas técnicas que vão se mostrar mais ou menos adequadas, de acordo com a natureza do projeto e
Wd :: Atualmente, os sites focados nos conceitos de
a etapa na qual se encontra. Podem-se, de maneira geral,
entretenimento se tornaram ferramentas de branding
realizar testes de usabilidade em uma fase de diagnóstico
na web para as empresas de grande porte. Na edição de
na versão corrente do projeto, arquitetura de informação,
abril de 2007, Raphael Vasconcellos, diretor executivo
protótipo funcional e manutenção evolutiva.
de criação da AgênciaClick, ressaltou que, nestes pro-
Os testes podem ser mais rápidos ou complexos, mais
jetos, “a usabilidade e a arquitetura da informação são
abrangentes ou específicos, mais formais ou informais, com
preocupações que não desaparecem, mas que precisam
um número maior ou menor de usuários. Estas variáveis vão
ser contextualizadas na experiência criada”. Diante de
se mover de acordo com tempo e orçamentos disponíveis
sua experiência, existe um perfil de site para a aplicação
e as especificidades do projeto. O importante é criar con-
de testes de usabilidade?
dições para que sejam realizados.
Sergio :: Sim. Todos. Todos aqueles que dependam da interação com usuários para atingir seus objetivos. Dando um passo atrás, projetos interativos são o resultado de um processo de criação multidisciplinar. Não importa a natureza do projeto, seja ele um hotsite de campanha, portal corporativo, projeto experimental ou site informacional, existem atributos da solução que devem estar sempre presentes e ser cuidadosamente planejados sob pena de se comprometer o resultado. O que pode variar é o peso destes elementos na solução, mas não sua presença e importância para a solução final. Ou seja, o desenho da experiência deve variar de acordo com o contexto, mas deve-se tomar cuidado para não interpretar as palavras do Raphael como um eufemismo para a irrelevância das técnicas de usabilidade e arquitetura de acordo com o projeto, pois seria próximo a estabelecer a irrelevância do usuário na equação. Um projeto que tenha uma navegação exploratória precisa se tornar estimulante e não frustrante. E a distância que separa estes resultados pode ser pequena. Neste sentido, os conhecimentos de design centrado no usuário, design de interação e arquitetura de informação vão ser
Wd :: Por outro lado, quando um cliente solicita uma reestruturação de seu site, quando e como os testes de usabilidade devem ser aplicados? Sergio :: Na fase de diagnóstico, esta técnica deve permitir identificar qualidades e pontos de melhoria do projeto corrente. As primeiras podem ser contextualmente portadas para a nova versão e as últimas devem ser importantes referências para o desenho da solução. Por mais que a versão corrente possa parecer envelhecida sob a ótica dos gestores do projeto, ela sempre pode guardar inúmeros ensinamentos sobre o que fazer e o que não fazer em uma nova versão. Wd :: Quais são os custos envolvidos para a aplicação de testes de usabilidade e os investimentos necessários para a sua realização? Sergio :: Estes custos podem apresentar uma enorme variação, de acordo com as premissas estabelecidas. São muitos os possíveis cenários. De um lado do espectro, temos uma solução completamente terceirizada, e formal, que vai envolver os custos de H/H (Homem/Hora) dos consultores, aluguel de espaço, equipamentos, softwares e recrutamento, entre outros.
entrevista - Testes de usabilidade :: 25
Em outro extremo, temos testes realizados por profissionais capacitados, mas que fazem parte da equipe da agência em um processo que utiliza a infra-estrutura da própria empresa para a sua realização. Entre estes dois cenários, temos tantas variações quanto as variáveis acima citadas permitam. Não existe um cenário ideal, o que temos é o cenário mais adequado a um projeto específico. Com relação a custos, portanto, não se devem construir barreiras onde muitas vezes elas não existam, a menos que sejam apenas justificativas para a sua não realização. Sempre existem formas de contornar restrições de tempo e de custo. Wd :: Em termos de custos, no capítulo 9 do livro “Não me faça pensar”, Steve Krug relata que é possível fazer testes de usabilidade com um orçamento baixo. A tese foi reforçada no livro “Design para a internet” (www.experienciaperfeita.org), de Felipe Memória, com a descrição de um exemplo prático ocorrido no Globo Media Center. Pensando nisso, quando você possui uma verba baixa, quais elementos podem ser descartados de um teste de usabilidade? Sergio :: Eu diria que se podem ajustar algumas etapas do processo de testes, de acordo com a disponibilidade de tempo e de orçamento. É importante que, neste cenário, um dos profissionais da empresa possa assumir a responsabilidade de pesquisar e estudar diferentes metodologias; identificar a que se mostre a mais adequada ao contexto da empresa e do projeto; planejar e preparar o plano de teste, conduzir as sessões e ser capaz de comunicar as principais observações à equipe do projeto. O recrutamento pode ser feito internamente entre funcionários (que não tenham contato com este projeto) e seus amigos que, idealmente, devem estar dentro do perfil do público-alvo. O teste pode ser realizado em uma sala de reunião com acesso à rede ou à internet para a realização das tarefas. A comunicação das recomendações pode ser feita de forma oral, com uma apresentação visual como suporte para
26 :: entrevista - Testes de usabilidade
reforçar e ilustrar as principais observações. Com o tempo, espera-se que os benefícios destas téc-
Wd :: Pensando na aplicação prática dos testes, quais são as etapas envolvidas para a sua realização?
nicas, aos projetos da empresa, justifiquem a sua integração a
Sergio :: Começamos realizando uma imersão no
metodologia de desenvolvimento e a investimentos em capaci-
projeto, onde interagimos com o cliente para levantar infor-
tação dos profissionais e estrutura de hardware e software.
mações como seus objetivos de negócio, métricas de sucesso,
Wd :: No livro de Felipe Memória, ficamos sabendo da existência de dois tipos de testes: “aqueles que ava-
concorrência horizontal, perfil dos públicos-alvo primários, requerimentos técnicos, principais cenários de uso etc.
liam determinado elemento e aqueles que avaliam um
Depois é feita uma inspeção no estado atual do sis-
produto específico”. Como sabemos, a internet apre-
tema (pode ser um site publicado, telas de design de
senta uma rápida evolução nas tecnologias disponíveis
interface, protótipo funcional etc.) e é proposto o plano
para o desenvolvimento de projetos interativos. Um
de teste, que contém os cenários de uso, questionários pré
exemplo recente está presente na aplicação de AJAX
e pós-teste, tarefas previstas e o questionário de filtro para
como motor dos sites desenvolvidos sob o ideal do
recrutamento de usuários.
movimento Web 2.0. Assim, podemos dizer que a dispo-
Durante o teste piloto, verifi camos se são necessários
nibilidade de uma nova funcionalidade deve ser sempre
ajustes e se o tempo total das sessões individuais se encontra
permeada pela execução de testes de usabilidade?
dentro da média esperada de, aproximadamente, uma hora.
Sergio :: Essas novas funcionalidades devem ser sempre
O recrutamento deve ser feito por um profissional especiali-
acompanhadas e validadas pela aplicação de técnicas de de-
zado, que vai convidar dois usuários para cada teste individual
sign centrado no usuário que a natureza do projeto e seu
dentro do filtro previsto (um deles como backup).
orçamento permitam. É claro que, quanto menos referências
Os testes são realizados em ambiente controlado com
práticas existam sobre determinadas tecnologias, mais sen-
uma sala para a condução do teste e uma segunda para
síveis e importantes devem ser estas validações.
acompanhamento, onde tanto se pode usar um espelho entre elas para observação, quanto utilizar um sinal de
“A equipe de teste, que consiste em dois a três profissionais, deve observar, inferir, discutir e propor recomendações”
vídeo para passar a imagem de uma sala para a outra - preferível por permitir um ambiente menos invasivo. O teste, em si, é individual e, de maneira geral, tem três etapas: um questionário inicial, a aplicação das tarefas e um questionário final. As sessões podem ser registradas por softwares dedicados, como o Morae, ou através da
entrevista - Testes de usabilidade :: 27
“A comunicação e o acompanhamento do processo são chaves para se alcançar resultados efetivos” combinação de vários softwares de menor custo que
Sergio :: Encerra-se uma fase do processo e outra, tão
podem realizar a tarefa básica de sincronizar a imagem do
importante quanto, se inicia. Uma recomendação de um re-
usuário e o movimento de tela.
latório aponta direções, o que sempre permite espaço para
O relatório deve descrever as principais observações com uma escala de gravidade, incluir comentários dos
diferentes interpretações sobre qual seria o caminho mais efetivo a seguir. Isto é natural e mesmo desejável.
clientes, capturas de telas e recomendar ajustes. Adicio-
É importante que a comunicação do relatório possa
nalmente, podem-se fornecer ao cliente os vídeos digitais
ser complementada com reuniões presenciais de trabalho
dos testes para permitir análises complementares.
e de um acompanhamento próximo da implementação,
Finalmente, é feito um acompanhamento da im-
onde a interação com a equipe do projeto deve criar um
plementação dos ajustes indicados para garantir que as
ambiente mais favorável à discussão e a proposição de so-
recomendações sejam corretamente implementadas e, se
luções que atendam tanto aos requerimentos prévios do
possível, realizar um novo teste para verificar se as mu-
projeto quanto às recomendações presentes no relatório.
danças trouxeram os resultados esperados.
Wd :: Ainda sobre a questão anterior, de que forma
Wd :: Em termos de relatórios, que descrevem os
o perfil do profissional responsável pelos testes vai
diagnósticos dos comportamentos apresentados pelos
influenciar em seu resultado final? Que tipo de conheci-
usuários na execução dos testes, quais são os principais
mento é necessário para a sua aplicação?
pontos a serem apontados em sua produção? Existe um modelo ideal de relatório?
Sergio :: A equipe de teste, que consiste em dois a três profissionais, deve observar, inferir, discutir e propor
Sergio :: Existem modelos formais de relatórios, como o
recomendações. A redação do relatório é de responsabi-
CIF (Common Industry Format - http://tinyurl.com/yp9kd6),
lidade de um dos profissionais, mas a escolha dos pontos
mas, ao longo do tempo, desenvolvemos o nosso próprio mo-
a serem reportados e as recomendações são atividades
delo que acreditamos ser mais efetivo em nossa comunicação
discutidas por toda a equipe.
com o cliente. Eles desejam documentos que sejam objetivos,
Hoje, temos ótimas referências para a aquisição de
tanto nas observações, quanto nas recomendações, visual e
conhecimento na web e cursos muito bem estruturados de
textualmente relevantes (incluindo-se aqui extratos dos ví-
capacitação em alguns dos principais centros universitá-
deos digitais de teste). Deve ser apresentado em uma ou mais
rios do Brasil. Entrevistamos muitos profissionais ao longo
reuniões com os gestores e com a equipe do projeto para
dos últimos anos e a experiência eminentemente prática
discussões práticas de implementação.
de muitos tem sido cada vez mais suportada pela prepa-
A simples entrega de um documento para uma equipe,
ração teórica. Este era um movimento inevitável e muito
que muitas vezes não tem familiaridade com estas técnicas,
bem-vindo, que cria pontes entre a academia e o mercado,
pode gerar ruídos de comunicação e problemas na implemen-
beneficiando a todos e, em especial, aos usuários.
tação dos ajustes. A comunicação e o acompanhamento do processo são chaves para se alcançar resultados efetivos.
Wd :: No livro de Steve Krug, encontramos uma lista interessante, que aponta as cinco desculpas mais
Wd :: Alguns especialistas alertam que os testes de
plausíveis para não se testar sites. Resumidamente, são
usabilidade não terminam após a conclusão de seu rela-
elas: “não temos tempo”, “não temos dinheiro”, “não
tório. Dessa forma, quais seriam os erros mais comuns
temos o conhecimento”, “não temos um laboratório de
no gerenciamento de testes de usabilidade?
navegabilidade” e “não saberíamos como interpretar os
28 :: entrevista - Testes de usabilidade
“O relatório deve descrever as principais observações com uma escala de gravidade, incluir comentários dos clientes, capturas de telas e recomendar ajustes” resultados”. Quais seriam os principais argumentos para se justificar o investimento em testes de usabilidade?
projetos com ótimos fluxos de conversão de e-tickets. Já o site da BBC (www.bbc.co.uk) continua a ser uma
Sergio :: Hoje, estas justificativas se tornaram, em
das melhores referências que, apesar de possuírem um
boa medida, anacrônicas. A facilidade de uso em produtos
extraordinário volume de informações em centenas de
e interfaces web tem sido reconhecida por clientes como
sub-sites, consegue planejar e oferecer uma experiência
um dos atributos mais importantes da solução. Colocar o
de interação diferenciada do ponto de vista da organização
usuário como parte integrante da equação faz todo sen-
da informação, navegabilidade e acessibilidade. O site da
tido, não? Afinal, são eles que vão buscar informações em
BBC, inclusive, é fonte de ótimos guidelines de redação,
seu site ou comprar seus produtos.
navegabilidade e acessibilidade.
Um site com baixa usabilidade é como um atendente de uma loja pouco prestativo e que não sabe onde se en-
Wd :: Quais dicas bibliográficas você apontaria para o profissional que deseja se aprofundar no assunto?
contram os produtos ou informações que o cliente deseja.
Sergio :: Pessoalmente, sou um pouco reticente a
Ao longo do tempo, a conversão e credibilidade do projeto
propor listas de referências bibliográficas. Na web, temos
podem ser afetadas.
dezenas à disposição para todos os gostos e perfis. Diria
Wd :: Você poderia indicar alguns exemplos de sites, no qual os testes ajudaram a melhorar a sua usabilidade?
que a construção de uma lista de leituras deve ser o resultado de uma reflexão sobre a maneira que se pretende que
Sergio :: Os sites do Canadá (www.gc.ca), EUA (www.
este conhecimento seja usado em seu dia-a-dia profissional
usa.gov) e Cingapura (www.gov.sg) são consistentemente
e o nível de comprometimento e interesse que se tem com
escolhidos como as melhores experiências web em sites
este tema no médio prazo.
governamentais. São, na verdade, naturais extensões de
Criar listas a partir de diferentes fontes, consultar
projetos bem sucedidos no mundo real, que sempre ti-
resenhas sobre estes livros, ler extratos em sites como
veram o atendimento ao usuário como foco.
Amazon, consultar as opiniões em listas de discussão te-
No Brasil, um bom exemplo é o Portal do Cidadão do Governo do Estado de São Paulo (www.cidadao.sp.gov.
máticas são ações que permitem uma tomada de decisão refletida sobre quais livros vão ser mais relevantes.
br), que oferece múltiplas formas de acesso à informação
Cruzar fontes de referência é a melhor forma de fazer
e que também recorre a realização de extensivos testes
escolhas apropriadas. Depois de alguma pesquisa desisto
de usabilidade. Os sites da Continental Airlines (www.
de comprar a maior parte dos livros que, a princípio, me
continental.com) e Qantas (www.qantas.com.au) são
parecem interessantes.
30 :: métricas
descubra os parâmetros para mensurar os resultados de projetos na web Passado o primeiro semestre de 2007, podemos
argumenta Amyris Fernandes, professora de Tecnologia da
afirmar que a criação e o desenvolvimento de projetos
Informação no IBMEC-SP e de Comunicação e Marketing
digitais dentro dos planos de comunicação de empre-
em Meios Digitais na FGV-SP.
sas de grande porte é um caminho sem volta. A conse-
Dessa forma, trabalhar com métricas significa tornar
qüência direta deste cenário atinge o mercado de agên-
cada vez mais claro o retorno de um investimento. “E já
cias digitais e o perfil de profissionais web. Isso porque,
não falamos somente de resultados quantitativos, do
para garantir o aumento de verbas na área, será preciso
número de pessoas atingidas, e sim do comportamento
desenvolver metodologias que sirvam para justificar o
delas em relação à ação. Falamos de verdadeiros ‘mapas’
retorno sobre o investimento, além de ajudar na evolução
que mostram como o usuário interagiu com o projeto e
dos ambientes já existentes.
também com a marca. Se houve ‘barreiras’, onde e quais
Para quem ainda não adivinhou o assunto em desta-
foram? Existe a necessidade de redesenho de seções?
que neste mês, vamos começar apresentando os benefí-
Enfim, as novas formas de se mensurar um projeto digital
cios de se investir em processos de mensuração de resul-
certificam sua eficiência”, afirma Anderson Bordim, diretor
tados de projetos digitais. “O principal deles é a amplia-
de planejamento da Cappuccino/HZTA (www.cappuccino-
ção de conhecimento sobre o cliente. Mensurar resulta-
hzta.com.br).
dos não é apenas olhar os resultados do número de aces-
Lembrando que esta eficiência está em constante
sos ao servidor web ou do ad server (chama-se análise de
evolução. “Não consigo pensar em um projeto sem análise
logs). Há mais o que retirar das informações, porque o
de métricas. Mensurar é uma das atividades mandatórias
mais importante, depois de conquistar o cliente, é mantê-
no processo de marketing, sem a qual não é possível evo-
lo na base, comprando, recomendando sua empresa”,
luir. No meio digital, essa realidade é ainda mais evidente:
métricas :: 31
a cada semestre surgem novas ferramentas que influenciam diretamente os hábitos do consumidor. Sem métricas, o anunciante fica sem informação sobre o impacto da ação em seu público e acaba caindo na estratégia que eu chamo de ‘procurando nemo’, perdido em um mar de
“Caro mesmo é não saber se um projeto é lucrativo e, se não for, o que fazer para torná-lo” (Anderson Bordim)
informações com a certeza de que seu público está em algum lugar, mas sem saber por onde começar a procurá-
Mas, a meu ver, o ponto de partida é ter um objetivo
lo”, aponta Paulo Bazeggio, supervisor de planejamento
claro, saber exatamente o que você quer e precisa medir,
na 10’Minutos (www.10minutos.com.br).
caso contrário você jamais saberá se está no caminho
Ou seja, para direcionar os rumos de sua navegação,
certo ou não”, alerta Marcelo Sant’Iago, diretor de Novos
as métricas na web serão ferramentas eficazes na produ-
Negócios da MídiaClick (www.midiaclick.com.br). “Não
ção das coordenadas mais corretas. “A única maneira de
existem metodologias prontas para a análise de métricas.
conseguir evoluir com um projeto digital - seja ele um
O que existem são padrões de extração de dados. Trans-
site, uma intranet ou mesmo um projeto de comunica-
formar dados em informações requer conhecimento e
ção/relacionamento via celular - é sabendo, em detalhes,
principalmente prática do profissional. Arrisco a dizer que
os resultados que ele traz. Ou seja: quem está usando?
o trabalho de análise em si é empírico e deve levar em
Como? Onde as pessoas desistem? Por que? Quais os
consideração todos os efeitos relevantes do contexto do
nossos índices de satisfação, interatividade, retorno
projeto/ação”, completa Paulo Bazeggio.
sobre o investimento? Ter esses indicadores de resultado
Assim, a experiência prática de quem trabalha no
significa ter um mapa com uma bússola para o seu pro-
segmento vai nos ajudar a traçar o caminho para desco-
jeto”, revela Ricardo Almeida, diretor geral do I-Group
brirmos como ocorre a montagem de tal processo. “A pri-
(www.i-group.com.br).
meira e principal etapa é sempre a de definição das métri-
Desenvolvendo um processo de métricas
cas. É muito importante iniciar um projeto de mensuração
Para quem procura por um modelo pronto na implanta-
web elencando o que vai ser medido e para qual finali-
ção de processos de mensuração de resultados na web, os
dade. Com isso, é possível preparar o site para facilitar
especialistas ressaltam que tal medida pode ser arriscada,
sua medição e poupar muito tempo nas análises posterio-
pois tal ação deve ser desenvolvida levando-se em conside-
res. O segundo passo é decidir qual a melhor metodologia
ração o prévio conhecimento das necessidades do projeto.
para acompanhar seus resultados: a baseada em logs ou
“São diversos os softwares que podem ajudá-lo nisso,
em 'tageamento' de páginas. Cada uma tem uma forma
cada um com características e funcionalidades distintas.
totalmente diferente de implementação, sendo a segunda
32 :: métricas
mais ‘trabalhosa’, pois demanda a modificação de cada
das ferramentas utiliza-se do chamado use-centric. Neste
página de seu site para a inclusão do código javascript.
modelo, os sites ou campanhas on-line têm embutidos
Depois, é só configurar os relatórios e passar a acompa-
neles as chamadas tags, ou seja, porções de código que
nhar os resultados, fazendo ajustes toda vez que alterar
chamam as ferramentas de medição a partir das requisi-
o site”, resume Antônio Coelho, gerente de estratégia e
ções dos usuários/consumidores. Esses pequenos códigos,
planejamento da Globo.com.
colocados em cada anúncio e em cada página de um site,
Na AgênciaClick, a mensuração de métricas de um
permitem acompanhar o retorno de cada ação de mídia e
site se inicia pelo estudo minucioso do ambiente. “Quando
navegação feitas na web. Paralelamente, uma nova gera-
ele nos é apresentado, a primeira ação a ser feita é nave-
ção de cookies consegue rastrear a navegação do usuário
gar nele, identificando todas as seções e as áreas de inte-
e apresentar ao internauta uma mídia e conteúdos conve-
ração. Enquanto a navegação é realizada, em uma planilha
nientes e que sejam relevantes com seus hábitos e perfil
anotamos todos os pontos de medição, e sob que condi-
de comportamento”, explica Martino Bagini, diretor-geral
ções a métrica deve ser disparada: no carregamento de
da Realmedia Latin América.
uma seção, no clique sobre um item, no download de um
Investindo em métricas
arquivo ou nas fases de preenchimento de um cadastro.
Durante um bom tempo, a criação de um processo
Encerrada esta etapa, submetemos a planilha de métricas
de mensuração de resultados exigia um investimento con-
para a equipe de desenvolvimento, que implementa a fer-
siderado alto para os padrões do mercado brasileiro. “No
ramenta de medição escolhida no ponto indicado. A esse
passado, era necessário investir muito para se conseguir
processo damos o nome de 'tageamento'. Após a insta-
medir os resultados de projetos web. Normalmente, as
lação das marcações, iniciamos o processo de validação,
instalações requeriam servidores dedicados para o proces-
que consiste em novamente navegar por todo o site e veri-
samento e a análise dos logs, processos específicos para
fi car se as marcações foram corretamente implementadas.
consolidação e rotacionamento de logs, além de espe-
Essa verifi cação é feita com a ajuda de softwares que ana-
cialistas para ‘traduzir’ os dados em informação valiosa”,
lisam os cabeçalhos de http, identifi cando se a ferramenta
explica Antônio Coelho.
de medição está sendo acionada e com o identificador cor-
Porém, esse cenário mudou. Segundo o especialista,
reto. Concluída a validação, o site está pronto para entrar
a boa notícia é que já existem soluções adequadas ao
em produção e começar a coleta dos dados”, revela Sthefan
tamanho de cada projeto e dos detalhes de informações
Berwanger, analista de Data Intelligence pela Agência Click
a serem analisadas. “Hoje em dia, com o Google Analytics
e professor do curso de Ciência da Computação pela UNIP.
ou outras ferramentas grátis, os investimentos foram
Métricas: a evolução da tecnologia
reduzidos a muito pouco. Com wizards para criação de
Cabeçalhos de http, códigos javascript e tags. Como
relatórios e a simples cópia de um código javascript para
vimos nos depoimentos acima, o trabalho com métricas
o seu HTML, você terá uma das melhores ferramentas
exigirá do profissional um determinado nível de conheci-
para mensuração a seu dispor. Ainda que os investimentos
mento sobre as principais tecnologias disponíveis na área.
em licenças e infra-estrutura deixem de existir, é sempre
E esse aprendizado terá que ser constante, diante das
recomendado ter recursos estatísticos para analisar seus
rápidas transformações ocorridas no meio.
resultados e recomendar ações de melhoria”.
“Do ponto de vista tecnológico, o mercado evoluiu.
“Para site pequenos, o próprio responsável pela
Passou de um modelo chamado server-centric, em que as
manutenção tem condições de instalar o Google Analytics,
ferramentas de medição utilizavam-se de logs do web-
que é uma ferramenta gratuita, e com isso obter as infor-
server gerados pelo próprio servidor do cliente, a fim de
mações básicas sobre o perfil das visitas. Em um grande
gerar relatórios, para o modelo atual em que a maioria
projeto de e-commerce, por exemplo, com ações de e-mail
métricas :: 33
“Sem métricas, o anunciante fica sem informação sobre o impacto da ação em seu público” (Paulo Bazeggio) marketing, que adota estratégia de links patrocinados e
sentam ferramentas de análise de log e alguns utilizam o
peças publicitárias, além de análise navegacional e de con-
Webtrends (www.webtrends.com.br)”, diz Anderson Bor-
corrência, o mais indicado é uma ferramenta proprietária,
dim. “Há soluções para todo tipo de verba: desde o Goo-
que além de permitir maior customização de relatórios, pos-
gle Analytics, que é grátis, até ferramentas sofisticadas de
sui equipe de suporte especializada. A contratação de alguns
empresas como Webtrends, Omniture, Atlas e Predicta. Nas
analistas para a elaboração dos relatórios também se faz
soluções de Adserver (métricas de campanha), há também
necessária. Mesmo que o investimento seja alto, o retorno
um leque amplo, como a própria Predicta e Atlas, além de
obtido com as análises e a implementação das recomenda-
DoubleClick e RealMedia”, enumera Marcelo Sant’Iago.
ções é muito maior”, complementa Sthefan Berwanger.
Falando em soluções gratuitas, a qualidade das exis-
Não podemos nos esquecer ainda das situações no
tentes também garante um bom resultado. “Atualmente,
qual o projeto já está pleno funcionamento. “O investi-
uma ótima alternativa é o Google Analytics (www.google.
mento está atrelado às condições que o site se encontra.
com.br/analytics), capaz de mensurar resultados sem cus-
Inicialmente, podem ser necessários ajustes na tecnologia,
tos (pois é gratuita) e de maneira integrada - analisa sites,
pois o site pode ter sido construído de uma forma que
campanhas em sites de busca, e-mail marketing e mídia
inviabiliza ou distorce a medição. Superada a questão da
on-line”, aponta Paulo Bazeggio. “Já utilizei o CrazyEgg
tecnologia, é preciso determinar os parâmetros das medi-
(www.crazyegg.com), que é free até um certo número
ções e as regras para se determinar o ROI do projeto. Em
de tags. O bacana deste sistema é o mapa de tempera-
muitos projetos, pode parecer simples se chegar a essas
tura, muito útil em testes rápidos de usabilidade”, revela
regras, mas muitas variáveis devem ser analisadas. Por-
Anderson Bordim.
tanto, é um processo que deve ser realizado com muita
Além dos softwares de coleta de dados, o profissio-
profundidade e pesquisa, e isto envolve tempo e obje-
nal de métricas também vai contar com outras ferramen-
tividade da equipe. Não considero este tipo de serviço
tas para a realização de seu trabalho. “A melhor amiga
caro, apesar de ver muitos clientes relutantes em investir
do profissional de Web Analytics é a planilha eletrônica. É
nele. Pessoalmente, considero que não fazer é contar com
com ela que é possível transformar dados aparentemente
a sorte. E como estamos tratando de uma mídia nova,
sem sentido em análises inteligentes. Outra ferramenta
mutante, onde o número de variáveis é muito grande, não
útil são aplicativos para monitoramento de cabeçalhos de
existe espaço para sorte. Caro mesmo é não saber se um
http, que verificam se a ferramenta de coleta de dados
projeto é lucrativo e, se não for, o que fazer para torná-
está sendo chamada corretamente. O Firefox possui uma
lo”, afirma Anderson Bordim.
série de add-ons que fazem esse serviço. Posso citar dois:
Kit de ferramentas
o http live headers (http://livehttpheaders.mozdev.org)
No kit de ferramentas a serem utilizados pelos pro-
e o Firebug (https://addons.mozilla.org/en-US/firefox/
fissionais da área, as opções disponíveis para coleta de dados, por exemplo, são variadas. Para quem possui uma
addon/1843)”, relata Sthefan Berwanger. Métricas ajudando na evolução de um projeto
verba considerável, os especialistas indicam algumas
Além de apresentar uma série de dados que repre-
delas. “As ferramentas proprietárias têm mais recursos e
sentem os resultados de um site, as métricas também
são muito confiáveis. Gosto muito do trabalho da Predicta
ajudam a corrigir determinados problemas envolvendo
(www.predicta.com.br). Outra muito bem comentada no
a navegação de um usuário. “Essa é uma das principais
mercado é a Unica (www.aunica.com). Muitos hosts apre-
vantagens de se possuir um sistema de métricas on-line
34 :: métricas
“Hoje em dia, com o Google Analytics ou outras ferramentas grátis, os investimentos foram reduzidos a muito pouco” (Antônio Coelho) que meça o site em sua totalidade. É possível identificar falhas na arquitetura ou nas interfaces de um site a partir de indicadores, como: taxa de rejeição e abandono, páginas mais vistas, tempo de permanência em cada página, termos mais buscados, páginas de chegada, entre outros. É muito importante ter arquitetos de informação analisando esses números em conjunto com os especialistas em métricas. Na Globo.com, analisamos esses números a exaustão, principalmente pelo fato de sermos produtores de conteúdo e termos como finalidade informar e entreter nossos usuários. Para tanto, nos esforçamos em criar
redirecionamento de uma página, o número de perfis criados triplicou. No projeto da Fiat, a remoção de um passo na principal ferramenta do site, ‘Monte o seu carro’, aumentou o número de acessos à seção de 48% para 51%, que em números absolutos é bastante”, revela Sthefan Berwanger. Assim, tenha em mente que as métricas funcionam também como um processo pontual na evolução de um ambiente digital. “Já detectamos com um cliente, por exemplo, que 95% dos seus usuários desistiam de comprar os seus produtos na mesma página. Olhando a página, vimos que ela de fato estava confusa e fácil de o usuário se perder. Foi uma questão de reestruturar uma simples interface e pronto: os resultados se multiplicaram. Em outras palavras, cuidar dos resultados do seu projeto é justamente olhar para o futuro dele e entender melhor o usuário”, finaliza Ricardo Almeida.
sites de fácil navegação e com informações relevantes a um clique de distância”, aponta Antônio Coelho. Como exemplo, ele cita um caso ocorrido durante
Glossário básico sobre métricas Average visitor session length (AVSL) - indica o tempo
a Copa do Mundo de 2006. “Em uma dessas análises,
de permanência médio de um visitante.
descobrimos que estávamos recebendo uma quantidade
Click trough - relação entre a quantidade de cliques
considerável de visitas, vindas a partir do Google, direta-
numa peça (um banner, por exemplo) e a quantidade de
mente para a nossa tabela de jogos da Copa. Esta era a página que estava atraindo mais novos visitantes ao site, mas que, após visualizarem-na, saíam imediatamente do site sem consumir mais nada. Estávamos perdendo valiosos clientes, que deixavam de conhecer toda a oferta de conteúdo do site. Analisando o layout da página e as
exibições dessa mesma peça. Page views - quantidade de páginas visitadas de um site. Normalmente, porque nem sempre uma página é uma página mesmo, afinal sites podem ser divididos em frames, ou até em documentos para download. Então, este número deve ser avaliado em função das características do projeto.
indicações de link, percebemos que a primeira opção da
Visitor Session - contagem da freqüência com que um
página era imprimir a tabela e que os links para as pági-
site é visitado pelos internautas. Quando um usuário car-
nas dos confrontos e das seleções não estavam indicados
rega um site em seu navegador é contada uma visitação.
claramente como links (sublinhados, por exemplo). Ajus-
Durante sua interação com as diversas seções deste site,
tamos a página e, em pouco tempo, foi possível constatar
esta visitação não é incrementada. No entanto, se houver
a queda na taxa de abandono a partir desta página e o
uma inatividade do usuário superior a 30 minutos e ele
acréscimo de páginas vistas por visita”.
voltar a interagir com o site, uma nova visita é contada.
Outros casos interessantes aparecem nas análises realizadas pela equipe de Data Intelligence da AgênciaClick. “Uma situação bem interessante ocorreu com o fluxo de cadastros de perfis da Coca-Cola, em que identificamos um gargalo no momento do usuário cadastrar informações extras. Removido o gargalo, que era questão de mudar o
Unique visitor - contagem de um usuário identificado. Esta identificação se dá por IP ou por cookie, dependendo da ferramenta utilizada na medição. Note que, enquanto a visitor session mede freqüência, o unique visitor mede quantidade. Fonte: Anderson Bordim
métricas :: 35
Métricas em outros projetos digitais Além das métricas de um site, o trabalho dos profissionais de internet também envolve outros produtos. Abaixo, o especialista Sthefan Berwanger, da AgênciaClick, faz um resumo dos principais detalhes envolvendo a mensuração nestes projetos: - Blogs “O processo é similar a medir sites. Além dos KPIs (Key Performace Indicators), um bom indicador de popularidade é o levantamento da quantidade e qualidade dos blogs que fazem referência como parâmetro de comparação com a concorrência. Outras métricas importantes nesse caso são: post mais lidos, quantos posts lidos por visita, quantidade de comentários feitos por posts.” - Campanhas virais “O objetivo é estimar o seu alcance. Para isso, medir a quantidade de citações em blogs e em todas as redes sociais relevantes é imprescindível. Se envolver vídeos e outros tipos de mídia, a quantidade de visualizações e comentários realizados também conta. Nesse caso, uma análise qualitativa é necessária para verificar como a campanha foi recebida pela audiência: quantos comentários positivos, neutros ou negativos foram gerados.” - E-mail marketing “No mercado, existem ferramentas específicas para medir resultados nesse segmento. As métricas básicas são: quantos e-mails foram enviados, quantos foram abertos e em que horário, e quais links foram clicados. Com ferramentas mais complexas, é possível fazer envio personalizado e gerar análises segmentadas por sexo, idade e freqüência de abertura.” - Peças publicitárias “As métricas principais são o CTR (Click Through Rate), que é a razão de cliques por impressão, e o CPC (Custo Por Clique). Mas isto é apenas o básico, temos algumas pessoas em DI que trabalham em nosso núcleo de Varejo, dedicadas a análises de peças publicitárias e links patrocinados, que com análise estatística elaborada, tentam maximizar as aquisições com o menor investimento possível.” - Search Engine Optimization (SEO) “Também faz parte do escopo de quem trabalha com Web Analytics. O objetivo é aplicar uma série de técnicas que melhoram o posicionamento da marca na busca orgânica. Portanto, caso o cliente solicite, é elaborado um plano onde são levantadas: todas as palavras-chave relevantes, o posicionamento atual dos concorrentes, a rotina de monitoramento e eventuais mudanças na estrutura do site que favoreça a análise realizada pelos ‘spiders’ dos buscadores.” - Second Life “Na Agência Click, identificamos o Second Life como uma oportunidade para ações de nossos clientes. O maior desafio para a equipe de DI foi estabelecer métricas para esse ambiente. Conversando com a equipe de engenharia, conseguimos construir um modelo para medir o nível de interações nas ações preparadas para Fiat e Credicard Citi. Como se pode notar, o pano de fundo na mensuração acaba sempre sendo a interação e a qualidade da interação com os itens que compõem estes produtos.”
36 :: métricas
Dicas de leitura sobre métricas Livros - “Medindo resultados na web” Autor: Ricardo Almeida
Métricas sobre a web: os números do Ibope Bate-papo: Alexandre Sanches Magalhães, Coordenador
- “The big book of key performance indicators”
de Análise do IBOPE Inteligência
Autor: Eric Peterson Wd :: Diante da experiência do Ibope/NetRatings com
- “Web analytics demystified” Autor: Eric Peterson
as métricas envolvendo o uso de internet no país, você poderia nos dizer quais foram as principais transformações no perfil do usuário brasileiro nos últimos cinco anos? Alexandre :: A principal mudança no perfil dos usuários
- “Web analytics: an hour a day” Autor: Avinash Kaushik
brasileiros foi a inclusão das mulheres. Em 2000, quando iniciamos as medições no país, elas representavam cerca de 39% do total de internautas. Hoje, elas são cerca de 49%. Esse
- “Webmetrics: proven methods for measuring web
fato traz uma série de mudanças na internet. A principal delas
site success”
é a oferta de novos conteúdos, mais ao gosto delas. E são
Autor: Jim Sterne
esses conteúdos mais voltados para as mulheres que cresceram nos últimos tempos. Enquanto a internet cresceu 200%
Fontes: Anderson Bordim, Antônio Coelho, Marcelo Sant’Iago, Martino Bagini, Ricardo Almeida e Sthefan Berwanger
em número de usuários, a categoria Casa e Moda, fundamentalmente feminino, aumentou quase 8.000%. Wd :: Um dos aspectos mais interessantes dos estudos do Ibope refere-se ao fato de que o usuário brasileiro apre-
Sites - Avinash Kaushik (www.kaushik.net/avinash) - ClickZ Network (www.clickz.com) - IAB (www.iab.net) - IAB Brasil (www.iabbrasil.org.br)
sentaria o maior tempo médio de navegação residencial por internauta no mundo. Quais fatores explicariam tal cenário? Alexandre :: O brasileiro adotou a internet como seu meio de comunicação. A maneira como se usa a internet no Brasil é diferente daquilo que observamos nos outros nove países (Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos,
- iMedia Connection (www.imediaconnection.com)
França, Itália, Japão, Reino Unido e Suíça), medidos com a
- Media Post (www.mediapost.com)
mesma metodologia.
- Web Analytics Association (www.webanalyticsasso-
Aqui se usa a internet mais como mecanismo de comuni-
ciation.org)
cação e interatividade, muito mais próximo da Web 2.0. O inter-
- Web Analytics Demystified (www.webanalyticsde-
nauta brasileiro é o maior usuário proporcional de comunidades,
mystified.com)
comunicadores instantâneos (messengers), Blogs, Fotologs,
- Web Analytics World (http://manojjasra.blogspot.com)
Videologs e tudo que é participativo e interativo.
- Web Metrics Guru (www.webmetricsguru.com)
Esse tipo de mecanismo, além da música e dos games que também são campeões de audiência no Brasil, demanda
Fontes: Anderson Bordim, Antônio Coelho, Marcelo Sant’Iago, Martino
muito mais tempo dos usuários. Cada usuário de site de
Bagini e Sthefan Berwanger
banco, por exemplo, passa uma hora nessas páginas, enquanto o usuário de comunidades passa de cinco a seis
métricas :: 37
horas por mês, o mesmo tempo que passa usando um mes-
expressivo do interesse por sites com conteúdo audiovisual,
senger, um blog, um fotolog e um videolog. Isso ajuda a
principalmente quando falamos do YouTube. Pensando nisso,
aumentar muito o tempo de uso da web no Brasil.
quais são as categoriais que apresentam os maiores índices
Além disso, o Brasil saiu de uma situação onde 90% das
de acesso na internet brasileira?
pessoas navegavam com conexão discada em 2001, para 76%
Alexandre :: Em todos os países onde temos medição,
navegando por banda larga este ano. Quem usa banda larga
as três principais categorias são: 1) Portais, Buscadores e
navega muito mais do que quem usa modem. A diferença chega
Comunidades; 2) Telecom e Serviços de Internet (chats, mes-
a cinco vezes mais em algumas tecnologias. Esse outro fato tam-
sengers, Blogs etc); 3) Entretenimento (games, música, espor-
bém ajuda a entendermos porque o brasileiro cada vez navega
tes, humor, sexo etc.).
mais tempo. Em maio de 2007, mais um recorde: 22 horas e 43 minutos por pessoa, por mês.
Wd :: Em maio, o Ibope estimava que as férias escolares poderiam “aumentar a navegação em sites do tipo
Outro fator importante é a horizontalização do uso da
fotolog e, especialmente, videologs”. Ainda sobre a ques-
internet no país. Hoje, cresce mais rapidamente o número de
tão das categorias, quais seriam os elementos externos que
atividades que as pessoas fazem na web, do que o número
influenciariam em sua medição?
de novos usuários. Ou seja, se antes um usuário médio reali-
Alexandre :: A internet é um reflexo da vida das pes-
zava quatro ou cinco atividades (por exemplo: e-banking, e-
soas. Portanto, todas as questões sazonais aplicam-se à inter-
commerce, lia notícias e pesquisa preço do carro desejado),
net. No Natal, dia das mães, dia dos pais e dia das crianças,
hoje ele faz 15 ou 20 tarefas diferentes. Isso também ajuda a
o e-commerce cresce muito. Nas férias e mês com feriados,
aumentar o tempo médio por pessoa.
diminui o uso em residência. Quando há muitos anúncios de
Wd :: Alguns especialistas estimam que as estatísticas por page views parecem ter caído em desuso, sendo prati-
violência, como os ataques do PCC em SP, aumenta o uso, pois as pessoas preferem não sair de casa.
camente possível decretar sua morte como ferramenta de
No Natal e dia dos namorados, aumenta o uso de sites
medição de tráfego. Atualmente, quais são as principais
para envio de cartão de felicitações. Quando há fatos impor-
tendências envolvendo a mensuração de dados de acesso
tantes, como 11 de setembro, PCC, ou mesmo menos impor-
e navegação em sites?
tantes, como o sexo da modelo na praia, cresce a procura por
Alexandre :: Muitas ferramentas utilizadas hoje não têm
sites de notícias. Em outras palavras, a internet é hoje um ins-
páginas envolvidas, como os messengers, música, games,
trumento inserido na vida das pessoas e não mais uma brinca-
videologs etc. Isso tira um pouco o peso das páginas vistas.
deira isolada.
Apesar de continuarem sendo importantes, outras métricas como tempo de uso de cada tipo de página ou ferramenta, número de vezes que se usa a página ou ferramenta, começam a ser olhadas com maior atenção. Como a internet é uma mídia muito jovem, é normal que o foco dos gestores das empresas mude de tempos em tempos, e aquilo que tinha muita importância passa receber menos atenção em detrimento de outra métrica. Vimos isso com o e-commerce, que no início era considerado apenas se efetivasse a venda. Com o passar do tempo, entendeu-se que mesmo que uma venda não seja realizada pelo site, está colaborando no processo geral de relacionamento com o cliente. Com isso, as métricas puramente de venda perderam um pouco a importância. Wd :: Primeiro foram os ambientes envolvendo redes sociais, como o Orkut. Agora, percebemos um crescimento
38 :: debate - formação do designer
Influências do mercado na formação
acadêmica do designer Quer ver um debate acalorado entre designers?
tradicional escola de desenho industrial do Rio de
Então, proponha uma discussão sobre a sua formação
Janeiro, muitas mensagens criticavam esta nova
acadêmica. Recentemente, o surgimento de cursos
tendência, relatando a importância de disciplinas
superiores voltados para o mercado, com tempo menor
voltadas para desenvolvimento intelectual.
de duração e com menos matérias conceituais, acabou por aumentar a polêmica.
Diante disso, qual seria a formação do designer que o mercado mais vem requisitando: uma
Para se ter uma idéia, em uma lista de discussão
técnica, feita entre dois e três anos, cujo objetivo
reunindo estudantes e profissionais formados por uma
é a especialização do profissional em determinados conceitos, ferramentas e linguagens; ou uma mais ampla, com tempo maior de duração, orientada em ciclos de estudos e que ajude na construção de uma base sólida do profissional?
debate - formação do designer :: 39
Helena Sordili Mestranda em Comunicação e sócia da Carranca Design
“A formação está muito mais vinculada à postura e à atitude do designer do que exatamente ao curso de graduação, bacharelado ou tecnológica, que ele freqüentou”
“Atualmente, trabalho em bacharelado, mas já fui
designers. O que forma o designer é o pensamento crítico
professora em graduação tecnológica e acredito que elas
e a inquietude, a vontade de aprender constantemente e
não formam designers, mas mão-de-obra para o mercado.
a busca de soluções diferenciadas e personalizadas para
Digo mão-de-obra, porque muitas vezes os cursos são
os problemas de projetos que surgirem no dia-a-dia da
focados em ferramentas ou em necessidades detectadas
atividade profissional.
no mercado atual, e isso está em constante evolução.
A formação está muito mais vinculada à postura
Sendo assim, a ferramenta utilizada hoje pode não ser
e à atitude do designer do que exatamente ao curso
mais a vigente daqui a um ou dois anos e, se o aluno não se
d e g r a d u a ç ã o , b a c h a re l a d o o u t e c n o l ó g i c a , q u e e l e
mantiver atualizado, ele está fora. A premissa desses cursos é
freqüentou. Mas, é claro que, com mais tempo de curso,
atender a uma demanda de mercado e também devem estar
os conhecimentos amadurecem e ele aprende a fazer suas
instalados em locais próximos ao foco de proliferação das
escolhas e desenvolver seu método de trabalho para a
empresas da área. Isso nem sempre acontece por uma questão
busca de soluções. Poucas escolas se preocupam com o
mercadológica e física das próprias instituições de ensino.
desenvolvimento dessa postura de pesquisa e método, mas
E m c o n t r a p a r t i d a , n e m s ó o b a c h a re l a d o f o r m a
as que o fazem já são reconhecidas justamente por fazê-lo.”
40 :: debate - formação do designer
“Neste contexto, é importante ressaltar que, para ingressar em cursos de mestrado e doutorado, exige-se o diploma de graduação, que não é oferecido pelos seqüenciais” Priscila Farias Coordenadora do programa de estudos pós-graduados em Design do Centro Universitário Senac
“Embora existam cursos superiores de design no Brasil desde a década de 1960, esta é uma atividade profissional para a qual não se exige diploma de curso superior. Isso não significa que os designers formados em cursos superiores sejam apenas técnicos diplomados. A formação superior diferencia-se da formação técnica não apenas pela carga horária, ou pela profundidade com a qual os conteúdos são abordados, mas, principalmente, pela possibilidade de integrar diferentes disciplinas, visando a formação de um profissional mais consciente das múltiplas conexões e implicações de sua atuação. No Brasil, os cursos seqüenciais e a graduação tecnológica atendem a uma demanda por formação mais rápida, focada em questões pontuais. O bacharelado em design, por sua vez, oferece formação mais ampla, menos ligada a contingências de mercado, podendo se desdobrar em níveis mais altos de pesquisa e inovação. Neste contexto, é importante ressaltar que, para ingressar em cursos de mestrado e doutorado, exige-se o diploma de graduação, que não é oferecido pelos seqüenciais. O momento econômico atual aponta para a configuração de indústrias e serviços mais consistentes, com maior qualidade, e maior grau de inovação. A indústria e o comércio, assim configurados, vão demandar a atuação de profissionais com nível de formação cada vez mais alto, e é neste contexto que os designers irão atuar. Sendo assim, embora o mercado aceite hoje profissionais de design com formação técnica, ou apenas graduados, é bem provável que em um futuro próximo a pós-graduação seja exigida, especialmente em cargos de liderança.”
debate - formação do designer :: 41
“É necessário sempre lembrar de que não há fazer que dispense um pensar, e que, neste campo, não se deve fomentar um pensar distante dos fazeres, sob o risco de se tornar estéril” “Esta não é uma oposição relevante. O
arraigada a premissas complicadoras do
tratamento da questão sob viés maniqueísta
quadro geral. Uma delas sendo, exatamente,
só conduz a um reducionismo que não
uma espécie de antiintelectualismo que
colabora para a consolidação desse campo
sempre caracterizou o ensino de design no
de saber - entenda-se, da teoria e da prática
Brasil. E outra, uma recorrente recusa ao
João Leite
do design - entre nós.
ensino de habilidades específicas no campo
Professor da Escola
Como se sabe, o mercado de design não
das técnicas. Assim, constantemente nos
nasceu pronto. Faz 50 anos que ações de todo
vemos em posição que não atende a reflexão
tipo vêm auxiliando em sua conformação.
e sequer o conhecimento técnico.
E, ainda assim, não podemos considerá-lo
Deste quadro resulta enorme dificuldade
com seu contorno definitivo. Existem, sim,
para o desenvolvimento de um ensino de
demandas reais, e negá-las seria um erro. Mas
qualidade no país, que tenha por preocupação
acreditar que a expansão do mercado para
atingir um nível médio de produção altamente
além dos territórios hoje cobertos pela ação
qualificado. Nesse patamar médio elevado,
profissional dos nossos designers não possa
poderá se constituir uma base forte para um
se dar é desconhecer o potencial intrínseco
design com larga extensão social. Para que
ao campo.
tal aconteça, é necessário sempre lembrar de
Efetivamente, fato real diante de nós, é a
que não há fazer que dispense um pensar, e
evidência de que a nossa educação em design,
que, neste campo, não se deve fomentar um
ainda que multiplicada por tantos níveis e
pensar distante dos fazeres, sob o risco de se
habilitações, de um modo geral permanece
tornar estéril.”
Superior de Desenho Industrial (ESDI) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
42 :: debate - formação do designer
Rachel Zuanon Coordenadora do curso de graduação em Design Digital e do curso de pós-graduação em Design de Hipermídia, ambos da Universidade Anhembi Morumbi
“A natureza interdisciplinar do Design coloca os profissionais da área frente à necessidade de lidar com informações que requerem simultaneamente ações intelectuais e técnicas” “A formação em Design pressupõe ambos desenvolvimentos - intelectual e técnico. Na prática, essas instâncias não podem ser compreendidas separadas. Projetar significa considerar, intelectualmente e tecnicamente, todos os elementos de linguagem que se articulam para a construção e viabilização de uma idéia. A natureza interdisciplinar do Design coloca os profissionais da área frente à necessidade de lidar com informações que requerem simultaneamente ações intelectuais e técnicas. N a á re a d o D e s i g n D i g i t a l , i n v e s t i g a ç õ e s s o b re a l i n guagem hipermidiática impulsionam transformações tecnológicas, que conseqüentemente imprimem alterações t é c n i c a s . Ta l f o r m a ç ã o v i s a a a t u a ç ã o i n t e l e c t u a l q u e n ã o somente acompanha, como propõe as transformações tecnológicas e técnicas para o meio digital e interativo. É nesse sentido que a relação academia-mercado se faz promissora, com profissionais que antevêem tendências e perspectivas. Para isso, o exercício da inter e da transdisciplinaridade no fazer projetual aponta esses caminhos que entrelaçam universos intelectuais, tecnológicos e técnicos - do design e de outras áreas - e configuram o escopo híbrido do que nomeamos conhecimento humano. Ser designer significa, sobretudo, ser capaz de criar e elaborar esses trânsitos, alinhar as soluções projetuais que as especificidades de cada habilitação - digital, games, gráfico, moda, dentre outras - coloca e compreender, em todos os sentidos, a mobilidade e o dinamismo de uma área em permanente expansão e evolução.”
clube do assinante :: 43
Participação dos assinantes Quais fatores você analisa na hora de escolher um provedor de hospedagem de sites? Marcio Toledo mntoledo@gmail.com
Além da banda e espaço em disco, acredito que a flexibilidade e a autonomia para gerenciar a hospedagem sejam os fatores de maior importância. Por exemplo, acesso para instalar o que eu precisar, criar subdomínios sem precisar solicitar ao suporte, hospedar
Vencedor!
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Larissa Herbst larihweb@yahoo.com.br
O que mais conta é o fato de já ter uma experiência anterior com o provedor: se ela foi positiva ou negativa. É muito importante quando o mesmo oferece um teste gratuito de seus serviços. Depois disso, critérios como segurança e velocidade influenciam diretamen-
2º lugar
te na qualidade do projeto a ser hospedado, implicando em uma relação de parceria entre o profissional web e a empresa de hospedagem. Prêmio: 3 meses de hospedagem grátis (Patrocínio: Digiweb)
Rafael Lucena ralucena@gmail.com
Qual o cliente? Qual o tipo de site que ele quer? Banco de dados? Depende muito do cliente e da proposta do site. Maior valor nem sempre é sinal de bom provedor. Ter relacionamento com outros desenvolvedores ajuda, pois podemos saber, no boca-a-boca, o que os provedores estão oferecendo de bom e de ruim. Prêmio: Consultoria de Webmarketing (Patrocínio: Acessa Host)
Lucas Piau lucas.piau@gmail.com
Em primeiro lugar, é de extrema importância analisar a credibilidade do provedor. Em seguida, verificar as tecnologias que o site irá utilizar, comparar com o que o provedor oferece, e por fim, preço cobrado pela hospedagem. Após isso, é possível fechar um bom negócio com a certeza que o site estará em boas mãos. Prêmio: Livro “Tempo é Lucro” (Patrocínio: X25)
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44 :: e-mais - originalidade
Criação: aspectos para se atingir a originalidade de um site Originalidade é um dos conceitos principais no dicionário do profissional criativo. Quando falamos então de criatividade na web, ser original se torna uma característica fundamental para destacar os projetos de seu cliente em relação à concorrência. “Durante muito tempo, o simples fato de ter um site já era motivo de diferenciação para as marcas. Porém, à medida que a internet passa a fazer parte da vida dos consumidores, ter um site já é, no mínimo, obrigatório”, reforça Raphael Vasconcellos, diretor executivo de criação da AgênciaClick (www.agenciaclick.com.br). Se o simples fato de manter um site no ar já se tornou uma obrigação para as empresas, uma tendência natural do mercado é focar seus investimentos cada vez mais no desenvolvimento de ambientes criativos e originais. Os primeiros indícios de tal idéia surgiram na edição de dezembro de 2006, quando foram apontados os principais critérios para se definir a qualidade de um site. Na reportagem de capa, Rodrigo David, gerente de produção dos portais iG, iBest e BrTurbo, alertava que “fazer o que todos os concorrentes estão fazendo, por mais seguro que possa parecer, não garante o sucesso de um site”.
e-mais - originalidade :: 45
“O foco da criação não deve
melhor. Explorar imagem, som, movimentos. É isso que diferencia um trabalho bom de um trabalho realmente extraordinário”,
estar na tecnologia em si, mas na forma de solucionar o problema do cliente” (Guilherme de Deus)
argumenta Raphael. Fugindo da mesmice Atualmente, encontramos uma grande quantidade de sites que apresentam as mesmas funcionalidades e uma certa padronização na criação de interfaces. Diante desse cenário, um dos grandes desafios no processo criativo de projetos digitais será desenvolver maneiras para se atingir a originalidade. “Em um cenário atual que preza a velocidade de resultados, parece mais fácil trilhar por caminhos já estabelecidos, porém, sem personalidade, o que acaba por lançar vários sites num mar de mesmices. O aspecto principal é responder a algumas perguntas: ‘Qual a experiência que quero proporcionar ao meu
Assim, para se alcançar a criatividade de um projeto, é
usuário?’, ‘Como surpreendê-lo?’, ‘O que ele precisa/deve/quer
importante conhecer alguns parâmetros na sua definição. O
saber?’. As questões são as mesmas de qualquer trabalho de
primeiro deles está na reinvenção na maneira como o cliente vai se
comunicação”, diz Rodrigo Rodrigues, diretor de criação da
relacionar com o ambiente. “Essa nova forma de relacionamento
Selulloid AG (www.selulloid.com.br).
muitas vezes passa por um layout diferenciado, inovador. Mas
Nesta caminhada, conhecer os padrões de interação
não deve se limitar a isso. E nem sempre é assim que acontece.
torna-se essencial. “Por isso, os testes de usabilidade são fun-
Melhorias na navegabilidade do site, sistemas mais inteligentes
damentais, mas temos que criar novos modelos de interação a
de identificação do usuário e coleta de dados são outras formas
partir das experiências já absorvidas pelo consumidor. Isso não
de fazer com que a experiência do usuário naquele site seja nova
é fácil e nem dá para fazer em todo projeto, mas só assim con-
e mais agradável do que nos concorrentes. Uma nova interface,
seguiremos ser originais. Além desse aspecto, a originalidade
por si só, nem sempre consegue assegurar que aquele cliente
também pode ser conseguida se enxergarmos a função do site
tenha uma impressão mais positiva em relação a um determinado
como algo maior. O consumidor já confia na internet a ponto de
website. Mas aliada a outras ferramentas ‘invisíveis’, ela pode
explorarmos esse canal mais como uma ferramenta de comuni-
garantir o seu sucesso”, afirma Guilherme de Deus, diretor de
cação e experiência. Nossos projetos podem ser mais ousados,
arte da Bhtec Internet Marketing (www.bhtec.com.br).
preocupados mais em transmitir uma imagem de marca do que
Outro aspecto importante aparece no desenvolvimento da
executar somente uma função”, explica Raphael.
idéia. “Acredito que a qualidade de qualquer site começa com
Tecnologia em prol da originalidade
uma boa idéia. Uma boa idéia é geralmente muito simples, di-
Na edição de outubro de 2006, apresentamos um artigo
reta, aquela que todo mundo entende de primeira. Mas, depois,
de Felipe Memória, designer da HUGE (NY), que abordava os
essa idéia tem que emocionar, tem que ser transmitida de uma
principais pontos discutidos durante o Fórum Internacional de
maneira diferente, inédita, tem que surpreender, tem que mexer
Design e Tecnologia Digital (FIND). Sobre a apresentação da
com o consumidor: só assim ela será lembrada. Geralmente,
dupla de criação da agência AKQA, Memória destacou a parte
o que vale é contar uma história, criar um contexto inusitado.
no qual Rei Inamoto “...ressaltava como eles tomam extremo
Depois da idéia e da criação dessa história, vem uma etapa
cuidado em não aplicar a tecnologia simplesmente por ela existir,
fundamental: a produção do site. Aqui a execução tem que ser
pelo desejo de aplicá-la. Como prova disso, apresentaram um
perfeita. Se conseguir provocar os sentidos da sua audiência,
case da Microsoft em que eles usaram um enorme e tradicional
46 :: e-mais - originalidade
o problema do cliente. Ou seja, ela deve ser adaptada às necessidades de cada caso. Não existe uma ‘receita’ de utilização da melhor tecnologia por projeto. Eles devem ser utilizados de acordo com a necessidade do cliente e com a capacidade de absorção do público. Não adianta, por exemplo, criar um site totalmente baseado em vídeo e multimídia para um projeto em que o público-alvo principal utiliza internet discada”. Até porque, nesta questão, o objetivo principal da tecnologia é aprimorar a experiência de navegação de um usuário pelo ambiente. “Quem gosta de tecnologia é quem faz, quem assiste quer uma experiência agradável, estimulante, criativa - se para isso vamos construir em Flash, GIF, HTML ou outra sopa de letrinhas, o problema é nosso. A idéia da experiência vem
“À medida que a internet
antes, a tecnologia a torna possível e só”, afirma Rodrigo. “Usar a tecnologia apenas por usar vai fazer seu projeto ficar chato e
passa a fazer parte da vida dos
incompreensível pela maioria das pessoas que não vivem o mundo
consumidores, ter um site já é,
Para funcionar, a tecnologia deve passar despercebida. Ela deve
no mínimo, obrigatório” (Raphael Vasconcellos)
da tecnologia como nós, que trabalhamos nesse meio, vivemos. ser o mensageiro da comunicação”, acrescenta Raphael. Perfil de sites Existe um certo mito no mercado que destina somente a sites experimentais e de entretenimento o uso dos conceitos de criatividade e de originalidade. Dessa forma, qual seria o perfil de site para se explorar tais conceitos?
GIF animado no fundo da página”.
“Às vezes, os conceitos de ‘criatividade’ e ‘originalidade’
Diante disso, dentro das características para se conseguir
são confundidos com ‘sites muito ricos em mídias’ ou ‘sites
produzir um projeto criativo e original, a tecnologia pode ser
com excessos de recursos de animação’ ou ainda ‘com uma
um importante aliado. “De uma forma geral, a originalidade
navegação totalmente inovadora’. Um portal de informação
em um determinado projeto pode ser alcançada através de um
pode, por exemplo, oferecer uma solução de navegação que
diferencial tecnológico ‘invisível’, sob a forma de uma interface
seja extremamente diferenciada, eficiente e criativa, sem, no
inovadora com o usuário ou sob ambos os fatores. Isto é, às vezes,
entanto, fugir do formato de ‘portal’. Os sites merecem e pre-
o usuário está navegando por um site que não parece visualmente
cisam ser julgados por vários outros critérios que não somente
diferente dos outros, mas foi construído com mecanismos de
‘uma cara bonitinha e diferente’. Soluções criativas na disposição
busca, filtros e exibição de informação diferenciados que acabam
das informações da arquitetura, na navegação e nos sistemas
tornando sua experiência mais agradável do que num outro site
utilizados são tão ou mais importantes do que somente o seu
‘semelhante’ ou concorrente”, aponta Guilherme.
layout”, ressalta Guilherme.
No entanto, o especialista ressalta que esses recursos
Neste debate, ele lembra ainda a importância do conheci-
devem ser considerados como meio e não como fim. “O que
mento sobre as características do usuário que vai consumir um
é totalmente inovador hoje, em termos tecnológicos, estará
determinado projeto. “É claro que certos tipos de conteúdo,
ultrapassado em pouquíssimo tempo. Por isso, o foco da criação
em determinados ramos de atividade, oferecem mais liberdade
não deve estar na tecnologia em si, mas na forma de solucionar
criativa no sentido de utilizar um número maior de recursos
e-mais - originalidade :: 47
“Nada deve prejudicar ou confundir o usuário. Se o site não é um mero experimento visual, devemos respeitar o fácil acesso ao conteúdo” (Rodrigo Rodrigues)
multimídia ou de navegação que tornem o projeto mais ‘encan-
vendo o cadastramento de usuários em um site. “Se o objetivo
tador’. Sites de moda, por exemplo, podem usar e abusar de
é fazer 50% dos visitantes se cadastrarem, tem jeito direto: o
recursos gráficos, animações etc. Isso porque, geralmente, o
formulário de cadastramento pode estar na página inicial. Mas,
público que acessa esse tipo de site está familiarizado com essa
nesse mesmo caso, se você achar que para ele se cadastrar é
linguagem e se sente à vontade ao participar dessa experiên-
necessário explicar o benefício antes, então o formulário pode
cia. Mas esse é o conceito-chave: o público-alvo. Cada projeto
ficar depois de um vídeo que explica esse benefício. Nesse caso,
deve levar em conta a sua audiência para saber qual a solução
o vídeo tem que ser muito atraente para ele não desistir no meio
criativa mais eficiente e em determinados casos uma interface
do caminho. Os dois exemplos estão orientados ao objetivo do
mais ‘quadrada’ e tradicional tem melhores resultados do que
projeto (cadastrar 50% dos visitantes), mas uma abordagem é
uma totalmente revolucionária e inovadora”.
mais criativa e original do que a outra”.
Evitando os excessos
“Resumindo: ser ‘criativo’ ou ser ‘original’ não significa
Por outro lado, quem busca desenvolver um projeto cria-
necessariamente usar e abusar de todos os recursos que se têm
tivo e original deve tomar alguns cuidados para não exagerar
disponíveis para a construção de um projeto web. Significa dar
na dose e acabar prejudicando a transmissão da mensagem
uma solução eficiente (muitas vezes, extremamente simples)
que se deseja passar.
para um problema”, finaliza Guilherme.
“Nada deve prejudicar ou confundir o usuário. Se o site não é um mero experimento visual, devemos respeitar o fácil acesso ao conteúdo. Introduções imensas, e muitas vezes sem sentido, já criam uma predisposição negativa. Quando as pessoas querem ver filme, vão ao cinema ou assistem TV a cabo, não ficam esperando intros na web. Menus ‘muito’ animados e
Seis dicas para estimular a criatividade de sua equipe 1. Antes de começar qualquer trabalho, pergunte tudo: o que você acha que deve e o que você acha que não deve perguntar também, não tenha pudor;
navegações confusas também acabam prejudicando a percepção do site”, orienta Rodrigo. Outra dica é guiar seu processo de criação em cima dos
2. Se puder, entre na cabeça e na casa do seu usuário, aprenda o máximo que puder sobre ele;
objetivos do projeto. “Os limites estão ligados diretamente a
3. Crie um bom conceito, o design vem depois;
eles. A primeira pergunta a ser respondida é ‘qual é a reação que
4. Não se esqueça que criamos experiências, e não interfaces
eu quero causar na pessoa que acessar esse site?’. Esse objetivo
apenas;
deve ser perseguido do início ao fim do projeto, e todas as es-
5. Ouse sempre;
colhas criativas devem ser derivadas do mesmo. O excesso de criatividade e originalidade só é prejudicial quando ele atrapalha o objetivo de ser alcançado”, diz Raphael. Como exemplo prático, ele descreve uma situação envol-
6. Divirta-se no processo. Fonte: Rodrigo Rodrigues
48 :: e-mais - originalidade
Criatividade rolando solta na web - Get the Glass
- Nike Plus
www.gettheglass.com
http://nikeplus.nike.com/nikeplus
“Imagine que seu briefing é ‘lembrar as pessoas que leite faz bem à saúde’.
“O site consegue aliar alguns importantes elementos que contribuem para o
Você criaria um jogo de tabuleiro on-line? Pois o pessoal da agência Goodby
seu sucesso. Um bom exemplo é a excelente ferramenta de análise e acompa-
Silverstein & Partners criou o melhor e mais divertido jogo de tabuleiro já
nhamento de performance para corredores (toda vez que o usuário conecta o
feito na web. Do conceito à execução, tudo se encaixa. Uma curiosidade:
seu iPod ao seu computador, seus dados são enviados para o site que constrói,
para parecer mais real, eles produziram uma maquete da ilha, e trabalharam
através de uma interface gráfica excelente, gráficos de performance, histórico
mais de seis meses no projeto.” (Raphael Vasconcellos)
e comparativos de treinamentos etc.)” (Guilherme de Deus)
- Uniqlo
- Volvo C30
http://uniqlo.archive.tha.jp/us
http://tinyurl.com/yzryzn
“Clique em ‘Experience Uniqlo Explorer’. Quantos site de e-commerce já pediram para você fazer? Talvez uma dúzia. Mais uma vez, originalidade pode ser feita com clientes do dia-a-dia, com temas ‘normais’, só exige um pouco de trabalho duro. Nesse trabalho, a programação foi a parte pesada.” (Raphael Vasconcellos)
“Interface totalmente inovadora e criativa. No site, nada é óbvio ou natural. O usuário é convidado a explorar o universo do carro de forma lúdica, divertida e interativa. Destaque para a seção ‘Unbox your C30’, onde o usuário monta o seu carro de forma completamente diferente das ferramentas tradicionais de sites da indústria automobilística: através de uma maquete de papelão, o carro vai sendo construído peça por peça.” (Guilherme de Deus)
e-mais - originalidade :: 49
- Red Interactive
- Royal Caribbean
www.ff0000.com
www.hungrysuitcase.com
“Navegação de conteúdo tradicional com um visual arrasador. Basta nave-
“Como escolher o seu roteiro de férias? É o tipo de site que você recomenda
gar para sentir a qualidade do trabalho dos caras. Quem se importa com a
para os amigos e fica horas brincando com as diversas opções. Nem parece
tecnologia que eles utilizaram? A idéia é fazer uma experiência web-não-
web. Parece simples, mas não é.” (Rodrigo Rodrigues)
web. Funcionou.” (Rodrigo Rodrigues)
- Vodafone Journey
- Weave Tohsi
www.vodafonejourney.com
www.weavetoshi.co.jp
“Imagine que seu briefing é ‘lançar uma nova coleção para uma loja de cha“Este é um excelente casamento entre vídeo+web. Um vídeo interativo muito bem produzido e que permite ao usuário assistir a toda a apresentação ou interagir para aproveitar ao máximo (e ao seu ritmo) as informações. A estética do site faz com que o usuário se sinta diante de uma ‘janela’, onde vê as informações da operadora como um espectador que está sendo chamado a todo o momento para interagir e conhecer mais.” (Guilherme de Deus)
péus’. Vejam até onde os japoneses foram capazes de ir. Percebam a inovação na forma de navegar, a integração entre imagem e áudio, e procurem pelos textos.” (Raphael Vasconcellos)
50 :: estudo de caso - Vale Natureza
Trabalhando o entretenimento digital com consciência Afinal, como anda a relação entre agências de publicidade e agências interativas na disputa pelos grandes projetos? Se depender da Africa (www.africa.com.br) e da Gringo (www.gringo.nu), parece que, em vez de disputa, caminhamos para uma série de parcerias saudáveis entre estes dois segmentos de mercado. Um bom exemplo está presente no desenvolvimento do “Vale Natureza” (www.valenatureza.com.br), que procura reforçar o compromisso da Vale do Rio Doce (www.cvrd.com.br) com a preservação do meio ambiente. Além disso, responsável pela dinâmica interativa do site, a Gringo acabou transformando entretenimento digital em sinônimo de consciência ecológica. O resultado desta mistura? Uma boa aceitação do público e um Cyber Lions de Bronze no último festival de Cannes, conceituada premiação internacional do mercado da publicidade e propaganda. Conversamos com André Matarazzo, sócio da Gringo, que nos descreve os detalhes envolvidos na criação do site. Wd :: Como surgiu a oportunidade de a Gringo desenvolver a interatividade do site do projeto Vale Natureza? André :: A Suzana (Apelbaum), diretora de criação da Africa, normalmente nos chama quando tem algum projeto que seja mais pauleira para desenvolver. Gosto de achar que ela guarda os projetos especiais para a gente! Wd :: Ao digitar www.valenatureza.com. br, vocês apresentam duas escolhas de linguagens para o usuário navegar: em português e em inglês. Em termos de desenvolvimento, qual o impacto da construção de um site bilíngüe? Como a Gringo costuma negociar esta etapa dentro de um projeto?
estudo de caso - Vale Natureza :: 51
André :: Normalmente, desenvolvemos sites em mais de um idioma. Então, já temos um sistema que seguimos. Quando esse detalhe é pensado desde o início, fica fácil aplicar outras línguas. Existe uma complicação maior com alfabetos não romanos, ou idiomas escritos da direita para a esquerda, por exemplo. Wd :: Ainda sobre o assunto, uma característica legal na apresentação das duas versões do site é que vocês fugiram do uso tradicional dos ícones de bandeiras. Assim, por que vocês decidiram utilizar as imagens de animais para representar as linguagens e como vocês
Página inicial do site da Gringo: referência à Cannes
definiram o uso do mico-leão e da águia para cada uma das opções apresentadas? André :: Tentamos sair do lugar comum com estas coi-
destaques do projeto. Quais estudos foram necessários para se atingir tal conceito?
sas tão corriqueiras. No site da Agência Tudo (www.agen-
André :: Fizemos estudos de tudo. No começo, nem
ciatudo.com.br), por exemplo, escolhemos bandeiras dis-
sabíamos como esse bordado iria se comportar. Qual era
tintas para português e inglês, mas bandeiras que ninguém
o tamanho da tela? E o tamanho dos pontos? Os usuários
reconhece: Cabo Verde, para português, e Vanuatu, para
podem bordar juntos? Como funciona a agulha? Em 3D?
inglês. Acho que é uma escolha lúdica. É legal imaginar que
Faz zoom in e out ou tem um plano fixo? O que acontece
a reação das pessoas pode ser “peraí, o que é isso?”.
quando acaba a malha para bordar?
Wd :: Para se ter uma idéia de como este projeto é
Essas foram as dúvidas comuns que fomos testando
marcado por minuciosas curiosidades, vocês decidiram
e aprendendo qual era a melhor saída, à medida que o
novamente fugir do padrão. Desta vez, estamos falan-
processo foi andando. Muita coisa a gente pode supor que
do do processo de loading em sites em Flash. No site
funciona ou não, mas outras só sabemos testando.
do projeto, vocês colocaram a inscrição “Carregando”
Wd :: Falando sobre a interface do site, vocês utiliza-
sendo desfiada, fugindo da habitual contagem numéri-
ram diversos objetos envolvidos na produção de um bor-
ca. Qual a influência da criação destes detalhes para o
dado, como rolo de linha, agulha e tela para bordar. Como
processo de experiência do usuário dentro do site?
foi feito o processo de modelagem destes objetos?
André :: Na verdade, os grandes sites são cuidados
André :: Existem alguns objetos que são fotográfi-
com esse nível de amor aos detalhes. A maioria dos sites
cos e alguns que são modelados. Às vezes, compramos
tem uma gama de funcionalidades bem básicas, como idio-
imagens e as modificamos, ou fotografamos nós mesmos,
ma, loading, som on e off, play, pause, próximo assunto etc.
ou modelamos em 3D ou até criamos na “unha” com Pho-
É como entrar numa BMW. Quero que nossos sites tenham
toshop, Illustrator etc.
essa característica de bem cuidados, bem trabalhados, em todos os detalhes. Isso faz uma tremenda diferença. Wd :: A originalidade do site, no qual os usuários vão “bordando” a interface para plantar uma árvore e descobrir a figura de alguns animais, é um dos grandes
Neste caso, o diretor de arte fez layouts que continham certos objetos por vezes finais, por vezes placeholder. Depois de aprovado, fomos atrás de como fabricar/ conseguir esses materiais finais. Wd :: Além do processo de “reflorestamento vir-
52 :: estudo de caso - Vale Natureza
tual”, a interface principal instiga o usuário a encontrar
som combina mesmo com o movimento e faz pequenas (ou
cinco animais escondidos na tela (onça, arara, tucano,
grandes) alterações.
mico-leão e tamanduá). Quais fatores influenciaram na
Por fim, o áudio é codificado dentro do Flash. Então,
inclusão desta funcionalidade e os desafios para o seu
temos uma boa noção se ficou bom - o que não ficou bom
desenvolvimento?
é revisto pela última vez. É um processo normal dentro da
André :: Isso surgiu logo no início, quando achamos
“linha de montagem” de um projeto on-line. Encaramos
que apenas clicar e bordar iria ficar sem graça depois de
som como algo extremamente importante. Diria que, pelo
uns 10-15 segundos. Queríamos dar um objetivo maior e
menos, 30% do projeto todo.
mais lúdico. Assim, surgiu a idéia da “batalha naval”, onde
Wd :: Em termos de design, é possível reparar o
o canvas é em branco, mas, à medida que você borda, coi-
uso de três famílias tipográficas: em relevo, bordadas
sas novas que estavam escondidas vão surgindo.
e com serifa. Quais aspectos determinaram a escolha
Achar um animal no desenho da tela não foi uma grande complicação para desenvolver. O fato de o animal se
destas fontes e como elas se inserem dentro do conceito do site?
movimentar foi um pouco mais trabalhoso. Inicialmente,
André :: A escolha foi feita a partir de alguns cri-
tínhamos até uma idéia de fazer os animais ganharem vida
térios. Os principais foram manter a identidade gráfica
(3D) e saírem passeando pela tela afora.
do projeto (fontes que combinam com a direção de arte
Wd :: Outro aspecto curioso do site envolve o uso de áudio, que ajuda no processo de ambientação do usu-
definida) e legibilidade (fontes que fossem legíveis para o que queríamos).
ário ao conceito de meio ambiente. Além disso, serve
Todo o tempo, tentamos manter a metáfora da malha,
para reforçar o cuidado da agência com os mínimos de-
do bordado e da madeira sem perder a qualidade de lei-
talhes em seu desenvolvimento, pois até no processo de
tura das fontes. Isso nos fez escolher algumas aplicações
bordagem é possível ouvir o som da agulha costurando
tipográficas com acabamento visual bordado, “in cavo”, e
a tela. Em qual etapa da criação surgiu a idéia de preen-
outras não. Algumas fontes ficaram mais bonitas e mais re-
cher o site com estes sons?
alistas quando “bordadas”, outras ficaram menos realistas,
André :: Trabalhamos com um designer de som ex-
porém mais legíveis.
tremamente competente. Normalmente, o envolvemos no
Trabalhamos com uma equação desses dois elementos.
início do processo para que ele já vá tendo idéias. O diretor
Quando ler perfeitamente era realmente mais importante
de arte bate um bom papo e troca uma bola sobre como ele
do que emocionar graficamente e parecer “real”, optamos
imagina isso sonorizado. Depois de um tempo, começamos
por fontes mais legíveis. Quando a informação não era tão
a receber sons do designer e fica um pequeno vai-e-volta
imprescindível, optamos por deixá-la mais realista e fazer
até definir o que será realmente usado.
com que ela também fosse um elemento gráfico compondo
Num processo mais para frente, o site já está funcional e o designer pode checar se o que ele bolou como
o design do site. Resumindo, a escolha da tipografia foi um equilíbrio entre usabilidade e impacto visual. Wd :: Na edição do mês anterior, abordamos os principais aspectos na construção de logotipos. Na página principal do projeto, aparece uma versão adaptada do logotipo da Vale do Rio Doce, além de estar localizada no
estudo de caso - Vale Natureza :: 53
“No início, a idéia era fazer um site que fosse totalmente realista com a metáfora do bordado. Após alguns estudos de usabilidade e de como as coisas funcionariam, chegamos a um meio termo” canto direito superior do site. Quais características foram
raiz dessa árvore, para a apresen-
determinantes para a aprovação desta etapa do projeto?
tação dos objetivos do projeto, nome de
André :: Resolvemos utilizar a marca da Vale do Rio
quem já participou e ferramenta para divulgação
Doce modificada no canto superior do site, pois era mais
viral da campanha. Por que vocês decidiram utilizar
importante transmitir a idéia de que a Vale realmente está
esta forma de apresentação?
envolvida nesse projeto, a ponto de bordar sua marca na
André :: No início, a idéia era fazer um site que fosse
malha e deixar isso ali, preso e grudado no site, do que
totalmente realista com a metáfora do bordado. A idéia
apenas mostrar um conceito institucional.
era “que isso não se pareça com um site”. Após alguns
Sabemos que o bordado ponto cruz não permite que
estudos de usabilidade e de como as coisas funcionariam,
você construa os refinamentos visuais que uma caneta ou
chegamos a um meio termo: era necessário ter uma bar-
lápis produz. Se a marca da Vale fosse bordada em tapeçaria
rinha e algumas explicações, era preciso que o usuário,
com ponto cruz, também não ficaria com a tipografia exata-
a qualquer momento, pudesse entender o que estivesse
mente igual. Optamos por esse realismo. Queríamos passar
acontecendo. Não queríamos também que a experiência
a idéia: “é verdade, nós não apenas assinamos em baixo, nós
do bordado fosse comprometida por “ferramentas de in-
vestimos de verdade a camisa dessa idéia e desse projeto!”.
terface”, botões e links.
É sempre muito importante tomar cuidado com as regras
Por isso, criamos algumas instâncias de usabilidade:
de aplicações de marcas e como as instituições se portam em
o momento “LOADING”, que o usuário pode ler uma car-
relação a isso, mas faz parte do nosso trabalho criativo rom-
tinha e entender a nossa proposta; o momento “ZOOM
per essas barreiras e saber em que situações fazem sentido
IN”, que o usuário borda livremente e nada o atrapalha;
propor algo diferente ao cliente ou não. Isso é criar.
o momento “ZOOM OUT”, que o usuário pode ver o que
Wd :: A arquitetura da informação do site segue a linha conceitual do projeto, sendo dividida em duas
está sendo bordado e acessar as informações do menu para explicações mais detalhadas e outras funções.
partes: interface para usuários interagirem e criarem
Os critérios para essa forma de apresentação foram
uma nova árvore e um segundo plano como se fosse a
entreter da forma mais fluida possível e, ao mesmo tempo,
54 :: estudo de caso - Vale Natureza
não esconder do usuário informações e funções interativas
na web. Depende, lógico, do objetivo de campanha, verba,
importantes em um website, afinal, ele está na frente de
cronograma e outros diversos fatores.
um computador, na internet.
Sobre poder escrever algo inapropriado, isso é um
Achamos uma boa solução, após várias versões e testes:
risco que se corre com qualquer solução on-line, onde o
dois ambientes em dois diferentes níveis. Em cima, a malha
usuário tem o controle do conteúdo que é mostrado. Ou
e o bordado, o principal; em baixo, as informações e as fun-
se cria um mecanismo de censura e moderação ou se deixa
ções, secundárias, mas importantes para tudo fazer sentido.
aberto, afinal, é a expressão das pessoas ali. Gosto mais da
Wd :: Em a ná lis e ap re s e n t ad a n o b log Fa t o r W
última opção. Algumas marcas não querem dar este tipo de
(http://tinyurl.com/26q6ld), Walmar Andrade traz algu-
controle ao usuário, o que também é razoável.
mas observações, criticando a possibilidade do usuário
Wd :: Até o momento desta entrevista, já foram
entrar no site, escrever qualquer besteira e sair, além de
contabilizadas a participação de mais de cinco mil usu-
uma possível má utilização da verba da Vale do Rio Doce
ários. No processo de “reflorestamento”, usuários tra-
em apostar em projetos deste porte. Diante disso, quais
balham de forma simultânea. Qual foi o tipo de infra-
são os principais obstáculos em se aprovar e justificar o
estrutura tecnológica escolhida para suportar tamanha
investimento em projetos com este foco?
quantidade de acessos ao site do projeto?
André :: Acabei de ler o blog, acho que tem pontos
André :: Na parte de acesso multiusuário, trabalha-
muito pertinentes. Não posso responder da relação cliente-
mos com Flash Media Server, para permitir aos clientes
agência, porque isso é entre a Vale e a Africa, mas na minha
interagirem de forma direta e em tempo real, usando co-
experiência há espaço para diversas ações de uma marca
municação através de sockets. Da parte de servidor web, utilizamos servidores dedicados comuns, com recursos de script e banco de dados, balanceados para a demanda esperada. Wd :: No final de junho, vocês colocaram na página principal da agência uma frase descontraída sobre o Cyber Lions de Bronze que o projeto ganhou em Cannes: “Prêmios, não damos a mínima para eles, mas mesmo assim ganhamos alguns”. Que tipo de postura a Gringo procura adotar em relação a um mercado que valoriza tanto as premiações, principalmente a de Cannes? André :: Não inscrevemos essas peças. Elas foram inscritas pela Africa - e acabamos ganhando notoriedade e prêmios por tabela. A brincadeira da frase é que nós não nos concentramos em ganhar prêmios, mas quando eles chegam (se é que chegam), logicamente ficamos envaidecidos e sabemos que ganhar algo em Cannes tem um peso importante, principalmente no Brasil. Então, estamos felizes com o resultado.
56 :: tecnologia na web
Tecnologia na web Como escolher um provedor de hospedagem de sites? Hoje, são mais de 400 empresas atuando na área de
“Este deve ser um aspecto inegociável. Questões so-
hospedagem de sites e mais de um milhão de domínios
bre a política de segurança do provedor são a base de nos-
registrados na internet brasileira, segundo dados de um
sos questionamentos aos hospedeiros. Baseado na qualida-
dos relatórios mais recentes da HostMapper Brasil (www.
de das respostas conseguimos identificar qual a seriedade
hostmapper.com.br).
de uma proposta”, completa Érico.
Como conseqüência direta deste cenário, agências e
Não podemos nos esquecer das condições comer-
profissionais freelancers passam a contar com um segmen-
ciais a serem oferecidas pelas empresas. “Preço não é
to a cada dia mais profissionalizado e com uma oferta de
tudo, mas é importante e deve ser pesado com relação
serviços mais qualificada.
aos outros critérios, principalmente quando falamos de
Pensando nisso, já podemos traçar os principais critérios utilizados na hora de se escolher o melhor serviço,
hospedagens de prateleira. Exemplos: PHP + MySQL ou ASP + SQL Server”, diz Érico.
levando em consideração as necessidades técnicas e eco-
Além disso, o relacionamento criado ao longo tempo
nômicas de um projeto. O primeiro deles envolve o suporte
vai ajudar a consolidar a qualidade dos serviços prestados.
tecnológico oferecido pela empresa.
“O principal critério usado hoje em dia é o bom histórico
“O fornecedor suporta as tecnologias que indica-
que temos com o provedor. Como cada um tem suas ferra-
mos? Mais que isto, ele é qualificado nesta tecnologia?
mentas e processos, o bom entrosamento entre a agência e
Vemos casos de hospedeiros que se dizem aptos a supor-
o provedor é fundamental para dar agilidade à produção e
tar a tecnologia, só que não têm casos anteriores e não
publicação. Estamos sempre abertos para conhecer novos
parecem aptos a manter um serviço de qualidade quando
provedores, mas sempre acabamos indicando os mesmos
a necessidade de nosso cliente vai um pouco além das
em função disso”, orienta Fabio.
ofertas de prateleira”, aponta Érico Andrei, diretor de tecnologia e parcerias da Simples Consultoria (www.simplesconsultoria.com.br).
Erros mais comuns na escolha do provedor Segundo os especialistas, o principal deles é contratar um serviço que, num futuro próximo, represente um entrave
Segundo o especialista, outro fator fundamental pas-
para o andamento de um projeto. “Aqui, estamos falando
sa pela oferta de conectividade. “É essencial questionar
da falta de suporte e de ferramentas que lhe proporcionam
a qualidade do link utilizado, ou seja, de que me adianta
autonomia em relação ao provedor. Às vezes, um trabalho
um hosting com 1Gbit de conexão internet se ele estiver
não é publicado em tempo em função de alguma burocracia
fisicamente em Taiwan, ou seja, longe - implicando latência
do provedor. Além disso, cuidado com o mau dimensiona-
- do público que acessará meu site”.
mento das necessidades de um projeto e a conseqüente
Não menos importante é a maneira como o prove-
contratação de um plano inapropriado”, diz Fabio.
dor trabalha as questões de segurança. “Ela é muito im-
Outro muito comum envolve os detalhes para a contra-
portante para garantir a integridade dos dados que o site
tação de um provedor. “As pessoas costumam primeiro es-
apresentará. A infra-estrutura do provedor tem que ser
colher o provedor - principalmente graças ao recall de marca
confiável para garantir a disponibilidade do site de forma
- e só depois analisam se a oferta deste fornecedor supre
ininterrupta”, afirma Fabio Salles, gerente de produção da
suas necessidades. Não baseie sua escolha apenas em expe-
Made (www.made.com.br).
riências anteriores ou na opinião de seus pares. É importante
tecnologia na web :: 57
nível médio
analisar, caso a caso, cada opção de hospedagem”, analisa Érico. Principais problemas apresentados pelos provedores Nada melhor do que ouvir quem possui experiência na contratação de serviços de hospedagem para descobrirmos os principais problemas enfrentados nesta área. Uma resposta parece ser unânime: suporte técnico. “O serviço de suporte ainda é falho em muitos provedores. Seja pela demora em resolver os chamados, ou pelo despreparo em resolver problemas mais técnicos. A equipe de suporte e help desk tem que estar preparada para atender qualquer necessidade ou problema de forma eficaz e eficiente. Alguns provedores em crescimento acabam pecando em não aumentar sua estrutura de suporte de forma coerente”, argumenta Fabio. “Os atendentes/especialistas são muito bem treinados para responderem aos questionamentos padrão, mas toda vez que uma necessidade está fora do script, eles costumam não ser ágeis ou ter a autonomia para a endereçarem o mais rapidamente possível”, complementa Érico. Dicas para a uma escolha certeira O primeiro passo para garantir um bom serviço passa pela identificação das necessidades do cliente. “Analise quais são os vetores mais importantes para seus clientes e a partir daí crie uma lógica para indicação de hospedeiros. Dado que segurança é inegociável, analise cada um dos critérios dando um peso a sua importância. Cada cliente tem sua necessidade, cada cliente deve escolher seu fornecedor da maneira que melhor lhe convier. Alguns priorizam preço, outros o uptime, alguns o suporte técnico”, revela Érico. Para Fabio, nesta questão, a palavra-chave é autonomia. “As agências e as produtoras devem ter um responsável técnico que saberá exatamente o que o site precisa. Se ele tiver ao seu dispor ferramentas e um suporte ágil que tornem sua vida mais fácil, ele voltará a usar este provedor novamente. Ou seja, se o provedor disponibiliza ferramentas que possibilitem a gestão remota do seu site, se há serviços de help desk e chat 24 horas para suporte, FAQ’s com os pontos mais comuns. Além disso, é vital saber se a infra-estrutura do provedor é suficiente para o seu projeto, mas normalmente sempre haverá um plano que atenderá as necessidades do projeto”, finaliza.
58 :: tutorial
Actionscript - Parte 5 Neto Leal Programador Flash há sete anos (www.netoleal.com.br), Adobe Certified Professional and Instructor. Atua na AgênciaClick em São Paulo.
Se você vem acompanhando nossa série de artigos
demos ver características que cães e gatos possuem, que
sobre ActionScript deve saber que, no artigo passa-
são definidas para todos os mamíferos. Tanto cães quanto
do, prometi escrever sobre super, private, public, get.
gatos têm gestação e mamam. Porém, só os cães latem e
Como promessa é dívida comecemos com super. Para
só os gatos miam. Cães e gatos herdam características de
entendermos bem, precisamos antes falar sobre uma
todos os mamíferos. Enxergando essa relação entre cães
característica comum a todas as linguagens orientadas
e gatos do ponto de vista de programador, podemos di-
a objetos: herança.
zer que Mamíferos é uma superclass e cães e gatos são
Ela é a propriedade que uma classe tem que a per-
subclasses. Classes podem herdar/estender outras classes
mite herdar características de outra classe. Apesar de um
que podem herdar/estender de outras e assim por diante.
pouco abstrato de início, o conceito é tão simples quanto
Nenhuma classe é definitivamente Super ou Sub. Ela pode,
útil. Como já vimos, linguagens OOP funcionam de forma
inclusive, ser Super e Sub ao mesmo tempo. Em ActionS-
semelhante a casos da vida real. Elas usam de elementos
cript, podemos criar essa relação de herança entre classes
lógicos para criar um relacionamento entre objetos lógicos
usando a keyword extends.
da mesma forma que objetos se relacionam na realidade. Um botão de play interage com um botão de stop da mesma forma, seja no som de seu carro ou num player em Flash num site bacana. Seguindo essa ordem de analogia entre casos reais e lógicos e tendo em mente que tudo na
class animais.Mamifero { } class animais.Cao extends Mamifero { } class animais.Gato extends Mamifero { }
orientação a objetos tem uma origem real, podemos imaginar o seguinte caso: Gatos mamam. Cães mamam. Um gato não é igual a um cão, mas os dois possuem algo em comum. Gatos têm quatro patas. Cães também. Gatos têm pêlos (eu já vi gato pelado, mas ...). Cães também. Podemos dizer que gatos e cães têm muito em comum, pois ambos são mamíferos. Claro que se seu professor de biologia (ou ciências, se ainda estiver no fundamental), ver esse “diagrama” ele vai enumerar uma série de características que distinguem cães e gatos ... Coisas como felinos versus caninos etc. Mas, como vocês bem sabem, escolhi ser programador e não biólogo. Voltando ao assunto: no simplificado diagrama, po-
Encontramos três classes aqui. Podemos dizer que Mamifero é a superclass, enquanto Cao e Gato são subclasses de Mamífero. Nesse exemplo, nenhuma classe tem qualquer implementação, mas se definirmos qualquer membro em Mamifero, esse membro será automaticamente refletido em Cao e Gato. Vamos, então, a um exemplo mais prático. No Flash, crie um novo arquivo FLA e salve-o com o nome “teste_heranca.fla” em um pasta de sua escolha. Certifique-se que está configurado em seus “class-paths”, o caminho “./classes” (Você pode verificar isso, pressionando CTRL+U em ActionScript, clicando em ActionScript 2.0 settings. Se não estiver lá, por favor adicione). Isso fará com que o Flash busque por arquivos de classes adicionais dentro da pasta “classes” imediatamente no mesmo nível que seu FLA. Crie agora um arquivo ActionScript e salve-o dentro da seguinte pasta: classes/com/netoleal/revistawd/tests
tutorial :: 59
60 :: tutorial
O nome do arquivo AS é SuperClass.as. Assim, temos uma classe chamada SuperClass, encontrada no pacote com.netoleal.revistawd.tests. No arquivo AS, faremos o
trace( “Método ‘SuperClass’ chamado” ); } }
seguinte teste: class com.netoleal.revistawd.tests.SuperClass public function eco( ):Void { trace( “Método ‘eco’ de ‘SuperClass’ chamado” ); } }
‘eco’
de
Agora, a SuperClass tem um método construtor. Para provar sua funcionalidade, podemos no FLA fazer o seguinte teste: import com.netoleal.revistawd.tests.SuperClass; var b:SuperClass = new SuperClass( );
Para você testar a herança funcionando, crie agora
Se você testar o arquivo, verá que o texto Construtor
uma classe chamada SubClass dentro do mesmo pacote
de ‘SuperClass’ chamado irá aparecer na janela output. O
com.netoleal.revistawd.tests (O procedimento é exatamen-
método construtor não precisar ser chamado/executado.
te igual ao anterior).
Ele é automaticamente chamado quando você cria uma instância de uma classe. Nele, geralmente escrevemos
import com.netoleal.revistawd.tests.SuperClass; class com.netoleal.revistawd.tests.SubClass extends SuperClass { }
todo o código de inicialização dos objetos: preenchimento de variáveis, execução de métodos iniciais, definição de eventos etc. Agora, o que acontece se precisássemos acessar
No FLA, vamos fazer o teste:
em uma subclass o construtor de sua superclass? É para isso que serve a palavra que começou toda essa con-
import com.netoleal.revistawd.tests.SubClass; var a:SubClass = new SubClass( ); a.eco( );
versa: o super. A keyword super dá acesso a tudo que a superclass tem a partir de métodos de uma subclass. Usar o super( ); como
Se você testar o arquivo agora, verá que na janela output aparecerá o texto Método ‘eco’ de ‘SuperClass’
método, só é possível dentro do construtor da subclass. Assim, acessamos o método construtor da superclass.
chamado. Note que, mesmo tendo declarado a como instância de SubClass (que não tem implementação nenhuma), foi possível acessar o método eco, somente definido em SuperClass. Isso aconteceu porque SubClass herdou tudo que SuperClass tem. Todas as classes possuem um método que é responsável pela inicialização e criação do objeto que será a instância. Esse método é chamado de método construtor. Em ActionScript, o método construtor sempre tem obrigatoriamente o mesmo nome que sua classe (respeitando letras maiúsculas e minúsculas). Faremos, então, uma modificação na SuperClass: class com.netoleal.revistawd.tests.SuperClass { function SuperClass( ){ t r a c e ( “ C o n s t r u t o r d e ‘SuperClass’ chamado” ); } public function eco( ):Void {
class com.netoleal.revistawd.tests.SuperClass { function SuperClass( id:String ){ trace( “Construtor de SuperClass: “ + id ); } public function eco( ):Void { trace( “Método ‘eco’ de ‘SuperClass’ chamado” ); } } class com.netoleal.revistawd.tests.SubClass extends SuperClass { function SubClass( id:String ){ } }
62 :: tutorial
Teste no FLA:
Class passando os parâmetros necessários para a inicialização correta do objeto.
var a:SubClass = new SubClass( “testando” );
Você não só pode acessar o construtor da SuperClass como também pode acessar qualquer membro dela em
Testando o arquivo, verá que na janela output aparece
caso de “sobrescrição”.
o texto Construtor de SuperClass: undefined. Embora te-
Imagine se a SubClass também tivesse um método
nha aparecido o texto que está no construtor da superclass,
eco? Naturalmente como é um método com o mesmo
podemos ver que não apareceu tudo como esperávamos. O
nome que o da SuperClass, o método original seria so-
construtor espera um parâmetro id e no teste, o valor des-
brescrito. Porém, seria possível acessar o método origi-
se parâmetro chegou em SuperClass undefined. Por isso é
nal, usando super.eco( );.
necessário o uso do super, para que possamos passar para
O conceito de herança, quando bem usado, nos aju-
o construtor da SuperClass o valor correto. Modificando a
da muito a economizar algumas linhas de código. É muito
SubClass temos o resultado:
comum em projetos ter várias classes que se relacionam entre si através de herança. Espero que o conceito tenha ficado claro para você.
class com.netoleal.revistawd.tests.SubClass extends SuperClass { function SubClass( id:String ){ super( id ); } }
Faça experimentos e testes. Experimentando, aprendemos muito e colocamos em prática várias coisas legais que não temos a oportunidade de aplicar em projetos reais. Além disso, ainda ganhamos segurança para melhorar cada vez mais nossas práticas de desenvolvimento. A p ro p ó s i t o , c o m o v o c ê a n d a c o m o F l a s h C S 3 ?
Voltando ao FLA e testando novamente, veremos no
Já fez experimentos com ele? Falta pouco para come-
output o texto Construtor de SuperClass: testando. O uso
çarmos a falar mais sobre Actionscript 3 por aqui. Um
do super possibilitou a execução do construtor da Super-
abraço e até a próxima!
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64 :: usabilidade
Marcia Maia Designer de interface sênior, trabalha com métodos de design centrados no usuário e é responsável por pesquisas e testes de usabilidade da Globo.com. Trabalha na empresa desde 2001 e com internet desde 1997. marciamaia@corp.globo.com
Testes de usabilidade na prática Existem várias maneiras de avaliar a usabilidade de um site ou software. Um dos métodos mais conhecidos é o teste de usabilidade, que é a avaliação do sistema, em ambiente controlado (laboratório de usabilidade), com acompanhamento de moderador, onde o usuário segue um roteiro pré-determinado de tarefas. Os principais objetivos dos testes de usabilidade são identificar dificuldades e problemas de interface, interação e layout; bem como avaliar o grau de facilidade de uso, satisfação e utilidade das funcionalidades e do sistema. Para desenvolver e aplicar o teste pode-se contratar uma empresa especializada ou fazer isso internamente, mas nesse caso é importante que haja experiência e conhecimento adequado por parte da equipe envolvida. Preferencialmente, o teste deve ser conduzido por alguém que não participou do desenvolvimento do projeto para que haja garantia de isenção por parte do moderador. Tendemos a proteger “nossos filhos”, logo, se você testar o que projetou, as chances de interferência aumentam. O moderador deve conduzir e manter o processo de teste sob controle, mas não pode, de maneira alguma, interferir ou influenciar a navegação ou escolhas do usuário. Os testes de usabilidade de sites podem ser feitos com a utilização de protótipos de baixa ou alta fidelidade (utilizando interfaces digitais ou até mesmo interfaces em papel), ou ainda com o site todo implementado. No entanto, quanto mais tarde for feito o teste, mais caro será corrigir os problemas e refazer o projeto. O laboratório é um ambiente que permite que a interface seja testada pelos usuários sem influências do meio externo e sob as mesmas condições físicas fixas, como, por exemplo: velocidade de conexão, configuração do computador, resolução da tela etc. O laboratório deve contar com computador reproduzindo condições de uso do público-alvo (para testes com uso do computador). Deve contar também com equipamento de gravação de vídeo e áudio para registro das sessões. O ideal é que exista uma sala de observação com espelho falso (tipo FBI ou BigBrotherBrasil) e isolamento acústico para que a equipe envolvida possa acompanhar os testes e presenciar usuários reais utilizando seus sistemas. Costuma ser uma experiência enriquecedora para o projetista e para o cliente. Na Globo.com, contamos com um ótimo laboratório de usabilidade e a discussão sobre o que pode ser melhorado já começa na sala de observação. Muitas pessoas me perguntam sobre a infl uência que o laboratório de usabilidade pode causar sobre o usuário na hora de desempenhar as tarefas. Em geral, é importante deixar o entrevistado à vontade desde o início da sessão, posicionar a(s) câmera(s) de modo que não fique desconfortável para o usuário e deixar claro que quem está sendo testado é o site e não a pessoa. É importante fazer com que o usuário se sinta seu parceiro de trabalho para identificar o que pode ser melhorado no site. Normalmente, durante as sessões, as pessoas esquecem que estão sendo filmadas e que existem observadores atrás do espelho. Em geral, gostam de participar e contribuir. Costumamos obter ótimas indicações do que está falho e do que vale a pena manter.
usabilidade :: 65
“Considerar a usabilidade de um site não quer dizer que a facilidade de uso deve prevalecer sobre a beleza”
Outra dúvida comum é sobre o recrutamento de usuários para os testes. Dependendo dos recursos disponíveis (de tempo, de dinheiro etc.), pode-se contratar uma empresa especializada em recrutar pessoas para pesquisa ou convidar pessoas conhecidas que sejam representantes do público-alvo de seu produto. O mais importante é definir bem quem é esse público. Um recrutamento mal-feito pode colocar todos os esforços do teste por água abaixo. Para definir o público, é preciso levar em consideração dados sócio-econômicos (sexo, idade, classe social, escolaridade etc.) e o grau de familiaridade com o tipo de produto que você pretende avaliar. Por exemplo, quando testamos o 8P (www.8p.com.br), flog da Globo.com, definimos o perfil que queríamos, considerando idade, sexo etc. e também características de uso de flogs em geral. Fizemos dois testes: um com pessoas que fazem um uso básico e menos freqüente de flogs; e outro com pessoas que fazem uso freqüente de várias funções que consideramos avançadas. Não consideramos a experiência com internet em geral como um fator determinante para o recrutamento, mas sim a experiência com uso de flogs. Além das características de perfil, é comum haver dúvidas sobre quantas pessoas devem ser recrutadas. Nielsen realizou estudos que indicam que, com cinco usuários por perfil, é possível identificar a maior parte dos problemas de um site. Com um número maior que esse, os resultados começam a se repetir e o custo passa a não valer a pena. É importante lembrar que o teste de usabilidade é uma pesquisa qualitativa e não quantitativa. Uma boa idéia é unir vários métodos em diferentes fases do projeto e avaliar também dados de audiência que fornecem uma resposta quantitativa. Durante o teste, é importante registrar a sessão através de vídeo e/ou áudio, observar as reações dos usuários e fazer anotações. Ao final dos testes, os dados gravados e anotados devem ser compilados e, além de listar e hierarquizar os problemas detectados, pode-se fazer uma lista de recomendações. Considerar a usabilidade de um site não quer dizer que a facilidade de uso deve prevalecer sobre a beleza. Testes de usabilidade não têm a intenção de criticar os projetos, mas sim contribuir para a melhoria dos mesmos. Avaliar a usabilidade tem a ver como nós nos relacionamos e interagimos com os objetos no mundo, independente de estarem em ambiente físico ou virtual. Um bom projeto deve equilibrar estética e facilidade de uso nas proporções adequadas ao público.
66 :: webwriting
Bruno Rodrigues Guilhermo Reis Autor do livro “Webwriting - Redação & Informação para a web”, da editora Brasport. É consultor de Especialista em Arquitetura de Informação e Usabilidade. É autor do Kit de Conhecimento sobre AI informação para a mídia digital da Petrobras e titular da primeira coluna sobre Webwriting do mundo, (http://tinyurl.com/p4j6w). Atualmente, é responsável por coordenar projetos e manutenções nos hoje veiculada na revista on-line ‘Webinsider’. Ministra treinamentos de Webwriting e Arquitetura da websites do Banco Real. Informação no Brasil e no exterior. reis@guilhermo.com bruno-rodrigues@uol.com.br
Os jornais on-line mudaram - mas e o leitor? Acompanhar a evolução da internet é como correr atrás de 50 automóveis em alta velocidade e ter que anotar a placa de todos. Haja fôlego - e vontade. Faço isso todo dia por obrigação profissional, mas é a paixão que conta mais. Foi a fissura por novidades tecnológicas, desde a adolescência, que definiu minha profissão. Quando meu teste vocacional deu Comunicação e Informática, em plenos anos 80, achei que, se me decidisse pela dobradinha, terminaria a vida redigindo manuais para microcomputadores. O futuro se encarregou de melhorar bastante as perspectivas. Pois é essa mistura, igual à de tantos jornalistas on-line que hoje estão no mercado, que me permite ter, ao mesmo tempo, uma “visão de dentro” - como profissional - e “de fora” - como usuário - sobre como e para onde caminha a Rede. Por isso, ao rever as mudanças da versão on-line de tantos jornais no primeiro semestre deste ano, não deixo de ficar deslumbrado ao notar como, em apenas seis meses, há mais novidades no ar do que nos últimos três anos. Estamos em uma nova “era de ouro” da web, não há dúvida. Como leitor e usuário da internet, não teria tempo para abarcar todas as novidades, confesso. Noto que não sou só eu. No final de junho, por exemplo, meus alunos de pósgraduação me entregaram testes de usabilidade simples, que pedi que fizessem com amigos ou parentes. Na maioria dos sites escolhidos, as novidades simplesmente passaram batidas ou foram deixadas para depois. Nesta categoria entram RSS, podcasts e até vídeos. Comentar matérias? No way. Acho que, aos poucos, a coisa vai. Torço por isso, porque são recursos fantásticos, que ajudam os jornalistas a veicular melhor a informação, e valorizam - e muito - o trabalho realizado. Como bons exemplos, escolhi algumas das alterações que podem ser vistas este ano em jornais como “USA Today”, “The Times” e “The Guardian”: - A ordem das notícias agora absorveu de vez o raciocínio do tempo real, que era sempre um apêndice. E, no “listão de news”, você encontra de tudo - de notícias sobre economia à última da onipresente Paris Hilton. - Todas as matérias merecem, agora, ser comentadas. Não há mais escolha, do tipo “essa merece ser comentada, essa não”. E dá-lhe votação: vai para o topo da lista o que impacta mais. - Como em alguns blogs, os comentários mais recentes ficam à mostra na primeira página. É um risco, mas traz credibilidade e reafirma a interação. - Menos blá-blá-blá e mais imagens na “capa”. É sempre bom lembrar que a web é a “interface gráfica da internet”. Foto, ilustração e vídeo sempre terão vantagem no quesito
webwriting :: 67
“Ao rever as mudanças da versão on-line de tantos jornais no primeiro deste nãoasdeixo dee fi car deslumbrado “É precisosemestre criar as casas, os ano, prédios, praças principalmente as placas ao como, em apenas seis meses, há mais novidades no ar de notar sinalização.” do que nos últimos três anos”
persuasão, em especial na primeira página. - Os jornais mais avançadinhos até acompanham a navegação do leitor - se ele se logar antes, óbvio. Aí dão, de bandeja, notícias sobre os assuntos que ele mais têm acessado. - Por que criar novas comunidades, se já existem os Orkuts da vida, prontinhos para serem usados? O momento é de criar parcerias. Abra o olho, “O Globo”. Acha muita coisa? Olha que apenas escolhi os tópicos mais genéricos... É preciso tempo para conhecer tudo, mas vale a pena.
Projeto Magê-Malien Faça parte deste projeto! O Magê-Malien destina-se a buscar, através da prática da Capoeira, a realização de sonhos, idéias e expressões do indivíduo. É destinado aos grupos menos favorecidos: população carente, jovens de rua, infratores, abandonados, entre outros.
Magê-Malien - Crianças que Brilham Faça parte você também deste projeto. Para doação de alimento, entre em contato: arteccom@arteccom.com.br Informações: www.arteccom.com.br/ong
68 :: marketing
René de Paula Jr. Doula sênior de projetos interativos. É profissional de internet desde 1996, passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, AgênciaClick, Banco Real ABN AMRO. É criador da “usina. com”, portal focado no mundo on-line, e do “radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. rene@usina.com
Lembre-se do leite Eu esqueço. Esqueço mesmo. Assumo que esqueço. Esqueço o dia de pagar contas, esqueço que tenho que mandar meu artigo aqui pra revista, esqueço de comprar o que a faxineira pede... Minha semana é um festival de esquecimentos. É por isso que nunca me dei bem com agendinhas: ou eu me esqueço de anotar, ou me esqueço de conferir todo dia. Agenda boa, pra mim, tinha que ser uma que me cutucasse e dissesse: René, hoje é o dia do cartão. Ou então apitar na hora H. É por isso que ando com um PDA pra cima e pra baixo, quase o tempo todo: ele apita. O meu PDA, porém, está perdendo ibope pro meu celular novo. Não que meu celular seja um smartphone caríssimo, um iPhone ou seja o que for. É um celular singelo, despretensioso, mas... que navega na internet. Instalei o Opera Mini no bichinho e pronto, o telefone ganhou superpoderes. E eu também. O primeiro superpoder que eu ganhei foi... andar. Andar, zanzar, dirigir, passear... qualquer coisa que tire meu traseiro da cadeira. Se eu quiser acompanhar meus e-mails, não preciso mais ficar sentado o dia todo: webmails como Yahoo! e Google têm versões mobile bem bacanas. Outro superpoder sensacional é o sentido aranha: eu recebo agora notícias, alertas, alarmes e compromissos direto por SMS. Se você adotar os calendários do Yahoo! ou do Google, eles te avisam por SMS também. Minha última descoberta (ok, bem tardia, admito) foi o Remember The Milk (www. rememberthemilk.com), que serve para uma coisa só: tarefas. Pronto, agora é que não esqueço mais nada. Entrem lá no Remember the Milk, cadastrem-se e explorem um pouco. Adicionar tarefas e gerenciar to-do’s é uma delícia. E o mais legal é que ele se integra ao calendário do Google (que, por sua vez, pode ser integrado ao Outlook). E, maravilha das maravilhas, você consegue receber alertas por SMS. Por que estou contando essa história toda? Qual é a graça de saber como eu me organizo? A primeira graça é: é de graça (ou quase). A segunda graça é que, mesmo com um telefone prosaico, você consegue armar um esquema bacaninha baseado em web e SMS. A terceira graça é: eu posso me desgrudar do PC, da cadeira, das quatro paredes e viver a minha First Life feliz e contente. Digam o que quiserem da Second Life e ambientes imersivos e experiências 3D, mas eu ando muito mais fascinado por tudo o que me dá liberdade... real. Eu não quero ser um avatar lindo, nem experimentar fantasias virtuais: eu quero meu corpo e alma e coração e sentidos felizes, não apenas meu cérebro. Um bom café na Livraria Cultura, nova aqui em São Paulo (vocês foram? Imperdível), é um prazer muito mais memorável, muito mais fecundo, muito mais humano do que... navegar por lojas on-line, por melhores e mais convenientes que sejam. E, com o celular à mão, posso contar pra todo mundo como estou feliz e contente
marketing :: 69
“Design mesmo não é desenhar páginas, nem animações, nem aparelhos, é desenhar experiências humanas”
usando Twitter (twitter.com), que me permite blogar e avisar amigos usando... SMS. (Um detalhe: uma boa loja on-line como a www.livrariacultura.com.br me reconhece até mesmo quando estou na loja física. Meu histórico de compra, meus descontos, meu cadastro... Tudo é integrado. Não importa onde, eu sou eu, não?) Tem outra graça nessa história toda: ela me faz enxergar que design mesmo não é desenhar páginas, nem animações, nem aparelhos, é desenhar experiências humanas. Gente não é aquela coisa que mexe o mouse, gente tem pernas, braços, olhos, boca e uma fome danada, fome de respeito, fome de alegria, fome de experiências ricas e fome de liberdade. Comece agora mesmo a pesquisar sobre user experience. Lembre-se sempre de pensar em como tornar as pessoas mais autônomas e mais plenas. Lembre-se: gente é “mobile”, a vida é open source, felicidade é freeware. E lembre-se do leite, claro.
70 :: publicidade on-line
Ricardo Figueira Vice-Presidente de Criação da AgênciaClick. Trabalha com propaganda interativa há mais 10 anos. Acumula prêmios e participação como jurado em quase todos os festivais internacionais, incluindo CannesLion, London Festival, One Show NY e outros. É membro da Academia de Artes e Ciências Digitais de Nova Iorque e responsável pelas estratégias criativas da AgênciaClick. Blog: http://ricfigueira.blogspot.com
Cores, formas e traços das obras de Angenor de Oliveira e Ray Charles Robinson Seria Cartola o Ray Charles brasileiro, ou o Ray Charles um Cartola americano? Dois gênios que falavam línguas diferentes e que viveram circunstâncias completamente diferentes. Os dois traziam em comum o DNA da genialidade criativa, uma genialidade não aprendida com ninguém, mas surpreendentemente extraída da capacidade de transformar em arte sentimentos, idéias e pontos de vista. Suas músicas conduzem pensamentos e sentimentos. Quer ver? Experimentem criar sob a atmosfera musical de um deles, ou melhor, dos dois. Cartola e Ray Charles são tão diferentes, mas tão parecidos. As semelhanças, realmente, vão muito além do hábito de usar óculos escuros o tempo inteiro. Mas, o melhor de tudo, sem dúvida, não eram suas semelhanças, mas as suas diferenças. O pai do rhythm and blues, Ray Charles, nascido na Georgia, Estados Unidos, é o criador dessas músicas que soam circulares, que sonoramente parecem ter formas perfeitas, sem quinas, sem pontas e de ciclos mais curtos, mas muito intensos. Assim surgiu esse estilo, o estilo Ray Charles. Uma música com um ritmo que não trazia o instrumento percussivo como protagonista, mas a sua interpretação visceral. Assim, a música de Ray Charles não surgiu de uma fórmula, em absoluto, mas de uma expressão da simplicidade de um homem que transbordava, na sua voz e no seu piano, a intensidade de suas crenças e de seu sentimento. Agora, pare um pouquinho e imagine as cores e as formas que se materializariam nas músicas de Ray Charles. E se, ao invés de músico, ele fosse um diretor de arte ou um designer, como seria esse trabalho? Já aqui, do outro lado do mundo, mais precisamente no Rio de Janeiro, nasceu Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, alguém cujo apelido já diz tudo. Basta dizer que ele trabalhava como pedreiro, usando um estiloso chapéu para proteger o seu cabelo do pó de cimento. Só alguém com tanta personalidade e estilo poderia ser um dos responsáveis pela popularização e desenvolvimento do samba. É um tipo de música que mistura dois universos completamente antagônicos: a riqueza da harmonia musical e a informalidade da sua própria interpretação. Se por um lado, os ciclos das músicas de Ray Charles eram curtos, os de Cartola passavam por longos caminhos, além de completamente inesperados, mas que, quando menos se esperava, chegavam ao seu destino, concluindo frases melódicas altamente ricas, sofisticadas, lindas e altamente sensibilizadoras. Sem falar que, em uma única canção, era possível perceber alegria, deboche, profundidade, tristeza ou reflexão. Os caminhos despertados por Cartola, além de diversificados, conduziam harmonias
publicidade on-line :: 71
“Afinal, quem disse que Ray Charles e Cartola não podem servir de referências para trabalhos de direção de arte?”
mais amplas e ainda mais inesperadas. É como se formasse uma paleta de cores que você nunca imaginou antes, pelo simples fato de serem totalmente incompatíveis entre si, porém perfeitamente harmonizadas. A criação de Cartola era isso, uma espécie de combinação entre o erudito e o pagão, pelo domínio completo dos dois universos, desafiando a expectativa e acima de tudo a emoção. A direção de arte da sua música mistura a delicadeza do impressionismo de Van Gogh com a irreverência do grafiteiro das ruas, nascendo assim, por conseqüência, algo genuíno e altamente intrigante. Só há uma forma de experimentar esse mundo e tentar traduzi-lo de forma gráfica, tentando criar uma linguagem visual inspirada e baseada no mood, na mensagem e na atmosfera produzida por esses gênios. Afinal, quem disse que Ray Charles e Cartola não podem servir de referências para trabalhos de direção de arte? Claro que o mesmo pode ser feito com uma música específica, que tenha um significado especial. E mais, quem sabe um dia o trabalho de um diretor de arte vire referência para criação de uma música? Por mais que isso tudo possa parecer uma grande maluquice, uma coisa eu garanto: além desse processo ser altamente prazeroso, essa inversão de pensamento criativo contribui muito para o descobrimento de novos caminhos conceituais e metalingüísticos, ou seja, você tem grandes chances de fazer algo completamente diferente de tudo que já fez, se experimentar ouvir com os olhos e enxergar com os ouvidos.
72 :: webdesign
Luli Radfahrer PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão de internet de algumas das maiores agências de propaganda e de alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje, é Professor-Doutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor independente. Autor do livro ‘design/web/ design:2’, administra uma comunidade de difusão do conhecimento digital pelo País. luli@luli.com.br
A perspectiva “masculina” na procura por um emprego Antes que você pense bobagens, este não é um artigo sexista - até porque minha mulher me colocaria de castigo se eu escrevesse algo assim -, mas leva em consideração algumas semelhanças de abordagem (e diferenças de gênero) em dois ambientes bastante conhecidos, mas pouco relacionados: a procura de emprego e a conquista amorosa. Em outras palavras: muita gente procura emprego como homem, enquanto diversas empresas têm uma visão mais “feminina” com relação ao tipo de profissional que precisam para uma posição. Você pode dizer que uma relação dessas é absurda, ou até encará-la como uma forma de auto-ajuda (“Candidatos são de Marte, empresas são de Vênus” - estou perdendo dinheiro com design). Eu sei. Já assumo que, no mínimo, ela é um pouco genérica demais. Mesmo assim, peço a você que acompanhe o raciocínio, até porque a idéia não é minha, e a reação de incredulidade que tive quando a ouvi foi mais ou menos a mesma. Tudo começou com um bate-papo informal entre amigos. No meio da conversa, alguém me perguntou: “você não tem algum aluno bom pra me indicar?”. Não me veio nenhum nome à mente, mas achei a pergunta divertida. Respondi que deveria ser o contrário: alunos meus é que deveriam me perguntar por indicações. Para minha surpresa, todos os que ouviram a conversa se apressaram em dizer como era difícil achar um candidato decente, e começaram a listar as bobagens que já tinham ouvido em entrevistas. Foi quando alguém comentou que isso parecia conversa de banheiro feminino que a relação ficou clara. Empregos desejados - como mulheres desejadas - também têm suas necessidades e ficam, por mais incrível que pareça, sós. Os motivos são velhos conhecidos de qualquer revista feminina: não existem “príncipes encantados” e, muitas vezes, não se sabe o que se quer. Quando as opções são muitas, o foco se perde no meio do caminho e a quantidade confunde o parâmetro de qualidade. Aí, por desespero ou urgência, pega-se o primeiro que aparece pela frente, só porque, antes de uma análise mais precisa, ele parece correto. Quando a decepção surge, já é um pouco tarde demais e lamenta-se a perda de tempo. Para não errar de novo, a escolha se torna detalhada demais e, na procura pelo ótimo desnecessário, muito do que é bom é rejeitado pelo caminho. O resultado é que muitas mulheres bonitas e inteligentes são sós, muitas vagas interessantes não são preenchidas e a quantidade de picareta e cara-de-pau empregado e acompanhado que se vê por aí é grande demais para ser uma exceção. A tal ponto que a expressão “ela é boa demais para ele, merecia coisa melhor” se encaixa tão bem em relações de trabalho quanto afetivas. As primeiras costumam até ser mais duradouras. Os motivos que levam o picareta a conseguir um melhor emprego que você estão além do meu alcance. Mesmo que os soubesse, não acredito que seria ético estimulá-los. Acredito,
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“Em um mundo que se supervaloriza o ‘ficar’ e o ‘networking’, um pouco de comprometimento não faz mal a ninguém. Qualquer relação saudável é construída com muito debate e compartilhamento”
no entanto, que por mais que as empresas sejam contraditórias (tome a definição de “webdesigner”, por exemplo, que pede conhecimentos tão amplos quanto 3D ou MySQL), a culpa não é só delas. Muito pelo contrário: um bom candidato pode ajudá-las a superar os traumas passados e criar um ambiente saudável. Algumas necessidades das empresas com que trabalho hoje em dia são bastante comuns, e elas levam inevitavelmente para a velha questão das relações de conquista entre os sexos. Sei que cada caso é um caso, e os exemplos a seguir são baseados em estereótipos. Mas discorde deles se for capaz. Um bom ponto de partida pode ser o processo de abordagem. Enquanto meninos normalmente se satisfazem em conquistar, meninas costumam buscar a construção de uma relação. Na mesma linha, muitos candidatos procuram um bom salário e uma empresa de nome conhecido, sem se preocupar em dizer onde ou como podem contribuir para seu desenvolvimento. Pior: muitos têm a coragem de assumir, logo no primeiro encontro, que não pretendem passar o resto da vida por ali. Uma vez efetuada a conquista, é muito importante manter o que se conseguiu. Isso não quer dizer ostentar o que se tem como um brinquedo novo, nem relaxar e deixar o esforço de lado só porque já “chegou lá”, mas, pelo contrário, fazer por merecê-lo. Discutir a relação, como fazer uma análise de performance, deveria ser uma comemoração que levasse a um bônus, não uma dor de cabeça que busca justificativas. Expandindo a metáfora, nas melhores escolas do mundo a prova de admissão é só o início de um longo processo. Não acredito que em empresas e relacionamentos as coisas sejam tão diferentes assim. Em um mundo que se supervaloriza o “ficar” e o “networking”, um pouco de comprometimento não faz mal a ninguém. Qualquer relação saudável é construída com muito debate e compartilhamento. São atividades que podem não ser as mais prazerosas, mas são bastante eficientes em médio prazo. Aquele que se propõe a elas, que estuda o outro e se compromete a dar o melhor de si costuma se dar bem, muitas vezes até melhor que um egoísta brilhante. Até porque, queiramos ou não, é na relação profissional que costumamos passar a maior parte das horas úteis da vida. Fazê-las suportáveis (ou melhor, estimulantes) é bom para todos.
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