Noticias da India V 5 n 21

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India Vol. 5 Número 21

Calou-se a voz de ouro de Bhupen Hazarika

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Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília

Mercado lucrativo de jóias e pedras preciosas

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FMI deve lembrar das necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento

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o dia 3 de novembro, ao discursar na Cúpula do G-20 que decorreu em plena crise da dívida soberana na zona euro, em Cannes, na França, o Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh disse que a Índia apreciava os esforços feitos na “zona euro para criar mecanismos inovadores e angariar recursos para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira visando reforçar a disciplina orçamental através de uma intensa vigilância”. Mesmo que a Índia tenha apoiado o Fundo Monetário Internacional (FMI) que desempenhou seu papel e restabeleceu a estabilidade na Europa, o Primeiro Ministro disse que a instituição financeira global também deve ter em mente as necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento.

Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh durante a conferência de imprensa na Cúpula do G-20 em Cannes, França, no dia 4 de novembro. Montek Singh Ahluwalia, Vice-Presidente da Comissão de Planejamento e Shivshankar Menon, Conselheiro de Segurança Nacional da Índia, também estiveram presentes.

Texto do discurso do Primeiro Ministro: Senhor Presidente, permitame agradecer por sua hospitalidade e pela excelente organização da Cúpula. Encontramo-nos num momento em que a economia global enfrenta incertezas excepcionais. Nossa Cúpula será julgada pela capacidade de lidar com a instabilidade financeira que emana da periferia da zona euro. Esperávamos que fosse colocado em prática rapidamente o acordo ao qual chegaram os líderes da zona euro, que reduziu a dívida da Grécia e ofereceu recursos adicionais, associado com um novo

Índia convida países BRICS para a Cúpula de Nova Delhi

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o dia 3 de novembro, o Primeiro Ministro Manmohan Singh fez um convite pessoal às lideranças do Brasil, Rússia, China e África do Sul (BRICS) para participar na próxima Cúpula do países BRICS a ser realizada em Nova Delhi, em 29 de março de 2012. O convite foi feito durante uma reunião entre os líderes em Cannes, na França, antes da Cúpula do G-20 assumir uma posição conjunta no atual debate sobre como resolver a crise da zona euro e outros assuntos relativos à economia global. “Os líderes concordaram que a crise da dívida da zona euro era uma questão importante para a economia mundial que causou instabilidade e volatilidade nos mercados após a crise econômica de

2008,” de acordo com “As economias em uma declaração do d e s e n vo l v i m e n t o , Ministério indiano das como a Índia, preRelações Exteriores. cisam de um ambiente “Os líderes expreseconômico global saram total apoio aos propício para resolver esforços da Europa em os grandes desafios prol de uma solução Dr. Manmohan Singh com os líderes dos paí- que enfrentam,” disse rápida para a crise, ses BRICS, à margem da Cúpula do G-20, 3 o Primeiro Ministro, enfatizando que esta de novembro, em Cannes, França no dia 1 de novembro, deveria ser encontrada pela própria União enfatizando que não se deve recusar funEuropeia e os países da zona euro.” dos para o desenvolvimento das econoManmohan Singh com os líderes dos mias pobres e emergentes. países BRICS durante a Cúpula do G-20: a “Num mundo cada vez mais interdepenPresidente brasileira, Dilma Rousseff, o dente, temos que ter cuidado com os Presidente russo, Dmitry Medvedev, o efeitos de contágio e a importação de Presidente chinês, Hu Jintao, e o pressões inflacionárias em nossa econoPresidente sul-africano Jacob Zuma. mia,” disse ele.

programa UE-FMI. O anúncio pelo governo da Grécia de um referendo perturbou esses cálculos. Espero que possam ser encontradas formas de gerir a situação de modo que um pacote possa ser posto em prática o mais rápido possível. Congratulamo-nos com as iniciativas tomadas na zona euro para criar mecanismos inovadores e angariar recursos para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, visando reforçar a disciplina orçamental através de uma intensa vigilância. Esta medida vai abordar uma das deficiências resultantes de ter uma união monetária sem ter uma união fiscal. No entanto, para enfrentar a crise, a eficácia dessas medidas ainda deve ser testada. Embora os países da zona euro tenham a responsabilidade de lidar com esses problemas, os perigos de uma repercussão no resto do mundo é motivo de preocupação para todos nós. Num mundo cada vez mais globalizado, somos todos responsáveis pelo bom funcionamento e pela prosperidade da Europa, incluindo os países da zona euro. Uma incerteza prolongada e instabilidade nos países da zona euro podem prejudicar todos nós. O FMI deve manter a situação sob estreita vigilância no âmbito da supervisão regional. Se for necessário, também deve estar disposto a ajudar de forma adequada. Apoiamos firmemente o FMI para que desempenhe seu papel na restauração da estabilidade na Europa. Ao mesmo tempo, o FMI também deve ter em mente as necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento que não estão no centro da crise, mas podem contudo ser adversamente afetados. Continuação na Página 2

Himachal Pradesh redescobre artesanato de Chamba

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ara proteger e redescobrir as formas de artesanato do antigo principado de Chamba, conhecidas mundialmente, o estado de Himachal Pradesh está oferecendo uma formação que visa melhorar a competência dos artesãos. “Em Chamba, o governo central criou programas para formar novos artesãos e atualizar as competências dos mais antigos” disse Lalit Mohan, Diretor Executivo das Associações de Artesanato e Tecelagem do Himachal Pradesh. Ele disse que foram criados cursos para ensinar técnicas como o bordado de lenços (rumal), pinturas em miniatura, artefatos de metal e produtos de couro como

sandálias e chinelos (chappals) de Chamba. A arte de bordar lenços floresceu durante os séculos 16 e 17, quando a escola de pinturas em miniatura de Chamba recebeu um patrocínio da família real. Mohan disse que as associações artesanais também estavam implementando

três grandes projetos aprovados pelo governo indiano que incluem grupos de tecelagem de Kullu, Gohar (Mandi) e Rekong Peo. O estado montanhoso também é conhecido pelas jóias e pinturas de Kangra, bem como pelos artigos de lã, feitos a mão, como xales,

echarpes, cachecóis, gorros, meias, luvas, pulôveres e tapetes. Com bordas intrincadas em cores vivas, os belos xales de Kullu e Kinnaur são confeccionados em teares tradicionais pela população nativa e vendidos em toda a Índia e no exterior. “Também estamos criando instalações de pré-teares, teares e pós-teares para tecelões em 15 centros de produção,” acrescentou. A demanda pelo artesanato e artefatos do Himachal é bastante alta entre os estrangeiros. Também é possível fazer encomendas dos produtos através do e-shopping.


2 FOCO Índia

NOTÍCIAS DA

Índia

FMI deve ter em mente as necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento Continuação da Página 1 Ao lidarmos com o problema da instabilidade a curto prazo, devemos enfrentar o desafio de orquestrar uma ampla recuperação e um crescimento sustentável nos países industrializados e nos países em desenvolvimento. Isto deve ser feito pelo exercício do Processo de Avaliação Mútua. Enfrentamos a difícil tarefa de equilibrar a necessidade de estimular o crescimento a curto prazo e restaurar a sustentabilidade fiscal a médio prazo. Isto exige prescrições de políticas muito diferentes. O Processo de Avaliação Mútua precisa se concentrar nas reformas estruturais em todos os países do G-20 a fim de aumentar a eficiência e a competitividade a médio prazo. Isso vai ajudar a renovar a vitalidade dos investidores para transferir o pesado fardo de sustentar a demanda do setor público para o privado. Tal reequilíbrio é necessário para tornar a recuperação sustentável. Nós, na Índia, estamos tomando medidas para assegurar a retomada do crescimento. No ano em curso, nossa economia desacelerou e o crescimento do PIB deverá ser entre 7,6 e 8%. Como muitos outros países emergentes, também estamos sofrendo altos níveis de inflação. Esperamos retomar um maior crescimento e uma inflação moderada em 2012-13. A médio prazo, nossa estratégia se concentra numa retomada de investimento, especialmente em infra-estrutura, e esforços contínuos para reduzir o déficit fiscal através de uma melhor arrecadação de receitas, o que deve vir das reformas fiscais. Sr. Presidente, no momento em que o G20 enfrenta problemas para a gestão da crise a curto prazo, não devemos perder de vista as necessidades de desenvolvimento das economias emergentes. Após um longo período, essas economias tiveram uma ampla aceleração do crescimento, tornando-as colaboradoras significativas para o crescimento global. Isto é agora ameaçado por uma desaceleração da

(Da esquerda para a direita): Chegada do Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh à sessão plenária da Cúpula do G-20, em Cannes, França, 3 de novembro.O Primeiro Ministro numa foto de grupo com os líderes do G-20

tendência de crescimento nos países desenvolvidos e pelas incertezas nos mercados financeiros. Precisamos encontrar formas credíveis de fortalecer esses impulsos de crescimento. Em Seul, preconizei medidas para redirecionar as poupanças globais de modo que pudessem ser aproveitadas para aumentar os investimentos nos países em desenvolvimento. Isso deve ajudar a compensar a moderação na demanda privada dos países indus trializados. Os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento desempenham um papel fundamental na mobilização e implantação das poupanças globais. O G-20 deve, portanto, elevar seu nível de ambição para que estas instituições possam desempenhar o tipo de papel transformador que desempenharam no período do pós-guerra. O G-20 realizou progressos consideráveis no sentido de fortalecer a regulamentação financeira global e isso precisa ser levado adiante por meio de medidas suplementares. Num mundo globalizado, é importante ter normas comuns que sejam implementadas simultaneamente em todas as jurisdições, a fim de evitar uma corrida ao fundo do poço. Caso contrário, a atividade financeira vai migrar dos setores firmemente regulamentados para juris-

dições menos regulamentadas. É importante que as necessidades de desenvolvimento dos países em desenvolvimento sejam levadas em conta nessas reformas regulamentares. Em muitos países em desenvolvimento, incluindo na Índia, os mercados financeiros têm sido fortemente regulamentados. Esta regulação ajudou a evitar crises financeiras resultantes da alavancagem excessiva, mas também teve um custo, pois aumentou o custo de intermediação. Os mercados emergentes, portanto, estiveram envolvidos na redução progressiva dos regulamentos, com vistas a modernizar os mercados financeiros e ampliar a intermediação. As prioridades nos mercados emergentes, como na Índia antes da crise, não eram regulamentares, mas sim de desenvolvimento, com o objetivo de aprofundar e desenvolver novos mercados e sustentar as altas taxas de crescimento na economia real. Na Índia, antes da crise, as prioridades eram a inclusão financeira, provisão de instrumentos de financiamento de longo prazo para infra-estrutura e o desenvolvimento dos mercados da dívida líquida para melhorar a transmissão da política monetária. Nada aconteceu nos mercados financeiros indianos ou globalmente que justifique a alteração dessas prioridades. Precisamos ter certeza de que as reformas regulatórias, introduzidas globalmente,

não prejudiquem esse processo. Há áreas em que nossas preocupações são diferentes. Por exemplo, na Índia, o capital bancário precisa ser reforçado, não por conta dos grandes riscos, mas sim porque o crédito deve ser ampliado num ritmo muito rápido para alimentar o crescimento real que esperamos. Para dar outro exemplo, é sólido o princípio de que o custo de um socorro financeiro seja a responsabilidade dos detentores de capital em vez dos contribuintes. Porém, na Índia, os grandes segmentos do setor financeiro, especialmente bancos e seguros, são geralmente estatais, e os detentores de capital e os contribuintes são quase sempre os mesmos. Neste ambiente, é difícil entender porque seria apropriado um imposto do setor financeiro que aumenta ainda mais o custo do capital. Sr. Presidente, a evasão fiscal e os fluxos ilícitos no exterior são sérios problemas que causaram a migração das bases de contribuição nos países em desenvolvimento. O G-20 deve enviar uma mensagem forte para conter tal atividade. Os países do G20 devem assumir a liderança e concordar com a troca automática de informações fiscais relacionadas umas com as outras, independentemente de distinções artificiais, tais como passado ou presente, evasão ou fraude fiscal, no espírito de nossa Cúpula de Londres que proclamou que “a era da sigilo bancário chegou ao fim”.

Seis rapazes da Caxemira vão treinar futebol no Brasil

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om a cabeça cheia de sonhos e a promessa de um futuro brilhante, seis rapazes da Caxemira, um deles, preso por ter atirado pedras, viajaram ao Brasil no dia 12 de novembro para treinar futebol. Foi o técnico brasileiro Juan Marcos Troia, responsável pelo treinamento de futebol no estado da Caxemira, quem deu a notícia num evento no dia 11 de novembro. O mais jovem dos seis, Imran Bhat, tem 18 anos e nasceu na velha cidade de Rainawari. Em 2005, Bhatt foi preso pela polícia por ter atirado pedras e foi liberado mais tarde sob garantia de boa conduta dada por seus pais. “Ouvi falar que Juan Marcos Troia fazia treinos de futebol para jovens em 2006 e, então, decidi me inscrever”, disse Imran em Srinagar no evento organizado pelo treinador brasileiro, nascido na Argentina. Juan Marcos disse que logo viu que Bhatt tinha futuro no dia em que observou seus movimentos em campo. “Percebi o talento do rapaz quando ele

veio treinar comigo e hoje ele está pronto para entrar na melhor escola de futebol do mundo,” disse o treinador orgulhoso. Além de Bhatt, também vão viajar ao Brasil Basharat Bashir Baba da cidade de Pampore, Masood Maqbool de Nowgam, região de Srinagar, Abid Yaqoob do distrito de Badgam, Muzammil Mehmood Dar do distrito de Ganderbal e Tahir Maqbool

da distante cidade de fronteira Gurez, no distrito de Bandipora. No evento em Srinagar, que contou com a presença, entre outros, do Ministro dos Esportes do estado R. S. Chib, Juan Marcos disse: “O programa de desenvolvimento do futebol na Caxemira do International Sports Academy Trust (ISAT) está ajudando a realizar os sonhos de seis

jovens da região. “No Brasil, esses jovens vão acompanhar o curso de uma das mais importantes escolas de futebol do mundo, oferecido pelo sindicato de treinadores de futebol profissional de São Paulo. “Após o curso, eles receberão um certificado para treinar jogadores de futebol no nível profissional.” Juan Marcos disse que o futebol teve um crescimento impressionante em muitas áreas da Caxemira. “Hoje, temos seis escolas em Srinagar, Badgam, Nowgam, Ganderbal, Bandipora e Gurez. Cerca de 3.000 pessoas estão envolvidas em 20 times de nossa super divisão do estado com níveis que vão de 14 a 16. Até agora, já organizamos 50 competições diferentes dentro e fora do estado. Também organizamos e patrocinamos cinco campeonatos aqui em 2011,” disse o treinador. Os habitantes da Caxemira sempre foram fãs de futebol e, apesar do frio, os jovens jogam futebol nas cidades e nos vilarejos do estado.


NOTÍCIAS DA

MONITOR Mídia 3

Índia

Decolagem do primeiro voo da Indian Air Force com aeronave modificada da Embraer

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primeiro voo da Indian Air Force com a plataforma do sistema modificado Airborne Early Warning and Control (AEW&CS), construído pela Embraer, decolou da base de São José dos Campos no dia 6 de dezembro (IST 19:30) Uma delegação de alto nível, formada por cinco membros do DRDO/CABS/Air Force, assistiu ao lançamento do primeiro voo. A aeronave foi pilotada por um piloto da Embraer e pelo co-piloto N. Tiwari,

Chefe de Provas, ASTE. "A aeronave decolou com bastante facilidade e voou

mais de uma hora sem contratempos, seguindo de perto uma trajetória simulada.

Os sistemas para a aeronave EMB-145I foram desenvolvidos pela Air Borne Systems (CABS), uma divisão da Organização de Desenvolvimento e Pesquisa de Defesa (DRDO). A primeira aeronave deve chegar em Bangalore em junho de 2012 para testes de voo e integração no CABS, os testes de voos serão executados por pilotos de provas do Aircraft Systems Testing Establishment (ASTE) da Indian Air Force (IAF).

SEçãO DE FOTOGRAFIAS

Comissário das Eleições Dr. S.Y. Quraishi da Índia (à direita) com o Ministro Ricardo Lewandowski, Presidente do Supremo Tribunal Eleitoral do Brasil.

V. K. Sachdeva, Vice-Chefe da Missão, Embaixada da Índia em Brasília, presenteando um livro sobre a Índia à Dra. Kala Lyengar da Brahma Kumaris.

Lançada nova plataforma para promover relações de investimento e comércio Índia-Brasil

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o dia 9 de dezembro, foi lançada em Brasília a nova Câmara de Comércio entre o Brasil e a Índia, a BRICs-PED. Com a presença do Ministro Conselheiro da Embaixada da Índia, Vinod Sachdeva, Salviano Guimarães, Assessor Internacional do Governo do Distrito Federal e Cláudio Heckmann, Coordenador Adjunto da Assessoria Internacional do Governo do DF; os representantes de embaixadas e empresas do Distrito Federal testemunharam um momento histórico nas relações comerciais entre o Brasil e a Índia. O evento também teve o intuito de marcar e celebrar a primeira visita oficial da Câmara de Promoção e Desenvolvimento Econômico dos países BRICS à Índia. Segundo o vice-diretor executivo do BRICS-PED: “Esse encontro representa um passo importante no que diz respeito à aproxi-

mação empresarial entre empreendedores de ambos os países.” Salviano Guimarães congratulou Rodrigo Dora pela iniciativa e reiterou os votos de sucesso do GDF à nova Câmara que, com certeza, contará com o apoio daquela assessoria, ressaltando a importância das relações que os países têm desenvolvido há muitos anos. Esse relacionamento foi detalhado pelo Ministro Sachdeva que enfatizou o crescimento do comércio bilateral ao longo dos anos. De janeiro a dezembro de 2011, o comércio entre os dois países chegou a US$ 8,8 bilhões, ao passo que representou apenas US$ 800 milhões em 2000. O Ministro também desejou sucesso na empreitada ao BRICs-PED e seus membros e completou dizendo que a Embaixada da Índia em Brasília está pronta a colaborar para o êxito de suas funções.

PASSANDO EM REVISTA

Vice-Chefe da Missão Indiana em Brasília, V. K. Sachdeva, discursando para a plateia. Salviano Guimarães, Assessor Internacional do Governo do Distrito Federal e Cláudio Heckmann, Coordenador Adjunto da Assessoria Internacional do Governo do DF. Também estiveram presentes no evento representantes de embaixadas e empresas do Distrito Federal e Rodrigo Dora, CEO do BRICS-PED.

Ministro do Estado para a Defesa, Dr. M.M. Pallam Raju (direita), com o Ministro italiano para o Desenvolvimento Econômico, Paolo Romani, em Nova Delhi, 1º de novembro

Ministro canadense do Comércio Internacional, Ed. Fast (direita), em reunião com o Ministro para o Comercio & Indústria, Anand Sharma, em Nova Delhi, 3 de novembro

Feira Internacional - Pavilhão Indiano coordenado pela esposa do Vice-Chefe da Missão, Sra. Kiran Sachdeva (centro), Embaixada da Índia em Brasília e Sra. Neeru Khanna da Embaixada da Índia (direita). Também esteve presente a representante da Embaixada da Indonésia com um stande próximo ao da Índia.

Zydus Cadila no Brasil

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undada em 1956, Zydus Cadila é uma grande empresa farmacêutica indiana. Hoje, com o claro intuito de se tornar líder no mercado da saúde, a empresa possui uma equipe de mais de 13.000 pessoas e instalações de fabricação aprovadas pela OMS e por vários países. Os produtos da Zydus Cadila cobrem um amplo campo de segmentos médicos para tratar doenças cardiovasculares, gastrointestinais, anti-infecciosas, neurológicas, controle da dor, vacinas, etc. Zydus Cadila concentra no Brasil as principais operações da região América Latina. A empresa iniciou suas operações em 2003 formando uma subsidiária em São Paulo, com o nome de Zydus Healthcare Brasil Limitada. As instalações de pesquisa para a realização de estudos de bio-equivalência, bem como a fábrica foram aprovadas pela ANVISA e a empresa já comercializa sua gama de 17 produtos genéricos no Brasil. Em julho de 2007, Zydus Cadila também completou as formalidades de aquisição da Nikkho do Brasil que é uma empresa de produtos médicos de porte médio. Com esta aquisição, a empresa possui agora uma vasta base para os produtos de sua marca no Brasil. Nikkho mantém uma posição forte no mercado com mais de 200 funcionários, bem como uma base de fabricação com orais sólidos, líquidos e injetáveis. A fusão destas duas operações com o nome de Zydus Nikkho Farmaceutica Limitada está em andamento e deve ser concluída até o início de 2012. Isto deve possibilitar muitas sinergias nas operações de distribuição e marketing.

Ministro para o Carvão, Sriprakash Jaiswal (esquerda), em reunião com o Ministro australiano para os recursos e energia, Martin Ferguson, em Nova Delhi, 9 de novembro

Ministra I&B, Ambika Soni (direita), com Bogdan Zdrojewski, Ministro para a Cultura e Patrimônio Nacional, República da Polônia em Nova Delhi, 2 de novembro


4 NOTÍCIAS Indianas

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o dia 1 de novembro, o governo indiano aprovou uma reforma dos contratos públicos que torna obrigatória para todas as empresas públicas, ministérios e departamentos a compra de 20% de seus produtos e serviços pelas pequenas e médias empresas (PMEs). A medida, que visa garantir oportunidades de crescimento para as PMEs indianas, foi tomada pelo conselho dos ministros, presidido pelo Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh em Nova Delhi. Ao comentar a decisão, o Ministro para as Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPME), Virbhadra Singh, declarou que a medida entrará em vigor daqui a três anos. “Os departamentos governamentais que não estarão em conformidade com a nova norma deverão justificar seus motivos perante um comitê de fiscalização,” afirmou o Ministro. Parabenizando a medida, a Federação das Micros, Pequenas e Médias Empresas (FISME) disse que essa decisão ajudará a

NOTÍCIAS DA

Negócio da China para PMEs

proteger as MPMEs das flutuações do mercado e oferecerá inúmeras oportunidades de crescimento. “É uma ação louvável na medida em que fornece apoio ao setor das MPMEs, que sempre foi vulnerável às flutuações do mercado,” disse o presidente da FISME, V. K. Agarwal. “Acreditamos que,

com essa medida, o setor demonstrará uma capacidade de produção de alta qualidade que seja aceitável para as compras do governo." Há mais de 26 milhões de pequenas e médias empresas indianas presentes em vários setores industriais, contribuindo para 8% do produto interno bruto. No âmbito dessa política, cada ministério central ou empresa estatal estabelecerá uma meta anual de, pelo menos, 20% de compra de produtos e serviços do setor das MPMEs. Desses 20%, uma meta de 4% dos contratos públicos será reservada aos empresários oriundos das Castas e Tribos Catalogadas (SC/ST).

Me sinto em casa na Índia, declarou o modelo brasileiro Moufid

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tuar em filmes indianos é o sonho do modelo brasileiro Moufid Aziz. Ele começou a carreira em Bollywood com um papel de indiano no filme Rockstar e, agora, se sente tão bem na Índia que não tem nenhum projeto de voltar ao Brasil. Após Giselle Monteiro, Moufid é a outra descoberta brasileira do diretor indiano Imtiaz Ali. “Meu projeto inicial era ficar apenas três meses, mas não consegui ir embora porque gostei muito daqui. Agora, me sinto em casa na Índia. Não tenho nenhum projeto de voltar para o Brasil. Gostaria muito de

fazer outros filmes em Bollywood e gostei muito de fazer o papel de indiano no filme,” disse Moufid. O modelo brasileiro, que completou 32 anos, nasceu em Curitiba e tem origens portuguesa e árabe. Um contrato de modelo o levou para a Índia em 2007 e, desde então, não quis mais voltar ao Brasil. “Desde 2007, permaneci na Índia e minha impressão do país melhora a cada dia, pois entendo melhor a cultura e há mudanças positivas no país,” disse o bonitão que faz o papel do marido de Nargis Fakhri no filme Rockstar. Moufid teve uma breve experiência na indústria da beleza, aparecendo em comerciais da televisão para as marcas Lux e Slice com as atrizes Priyanka Chopra e Katrina Kaif. Mas, começou a sonhar com Bollywood quando chegou a Mumbai, a capital da indústria indiana do cinema. “Comecei a pensar em Bollywood, porque todo mundo aqui só falava disso... É imprescindível tentar a sorte em Bollywood,” disse ele. “Gosto muito de música e de dança. Acredito que é uma boa equação. Só espero estar pronto (para o cinema),” acrescentou ele. O filme é centrado na figura de Janardhan Jakhar (Ranbir Kapoor), uma criança da casta Jat que mora no bairro classe média de Pitampura, em Nova Delhi, e que

sonha em se tornar um roqueiro famoso como Jim Morrison. Moufid conseguiu um papel no filme de Ali depois de passar pelos testes de ensaio em Mumbai, como muitos outros candidatos. “Fiz a coisa certa... Participei de um ensaio, mas tive de voltar mais algumas vezes. Quando voltei ao Shree Ashtavinayak Cine Vision (co-produtores) pela quarta vez consecutiva, decidi perguntar o que estava acontecendo com o papel do filme. Imtiaz anunciou que eu tinha sido escolhido para o papel desde o segundo dia e me perguntou se eu aceitaria o trabalho. Respondei: “claro que sim”. “Sintome muito feliz de ter o papel”, acrescentou o ator brasileiro. Além de enfatizar que o diretor era ‘muito profissional e prestativo’, Moufid comentou que aprendeu muito contracenando com os principais atores do filme, Ranbir e Nargis. “Pude entender o modo como Ranbir trabalha e o quanto é profissional. Não ficamos em contato, mas nos divertimos muito e tenho certeza que poderemos ser amigos no futuro,” disse Moufid, que fez um curso de dicção em hindi para o filme. “Fiz um curso de dicção em hindi e isso me ajudou a me relacionar com Nargis e todos sabiam que eu precisava de uma maior atenção para os diálogos em hindi,” acrescentou.

Calou-se a voz de ouro de Bhupen Hazarika

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s amantes de música nunca teriam conhecido a mágica voz de Bhupen Hazarika em canções como “Dil hoom hoom kare” e “Ganga behti ho kyun”, se ele não tivesse deixado de lado sua intenção de se tornar advogado. Bhupen Hazarika, mestre indiano das baladas, emocionou milhões de pessoas com suas canções apaixonadas. No dia 5 de novembro, com 85 anos, ele morreu de falência múltipla de órgãos num hospital de Mumbai. Era um dos mais velhos cantores indianos e, há sete décadas, encantava os amantes de música com sua suave voz de barítono. “Quando fui ao Japão, os estudantes de música me pediram para cantar ‘Manuhe Manuhar Babe’. Quando visitei a Califórnia, as pessoas diziam que eu era como Paul Robeson e me pediram para

cantar “We are in the same boat brothers”, contou o famoso músico numa entrevista gravada em 2006, pouco antes de um show realizado em Guwahati. Foi durante esse espetáculo que Hazarika sofreu um acidente vascular cerebral e teve que se submeter mais tarde a uma cirurgia de ponte de safena. Mas ele não parou por aí. Bhupen Da, como era carinhosamente chamado por todos, continuou a cantar até cerca de dois anos atrás, quando sua saúde debilitada o impediu de fazê-lo. Ele começou a cantar quando tinha apenas 10 anos e produziu sucesso após sucesso, acumulando mais de 1.500 canções. Aos 13 anos de idade, compôs uma canção sobre a construção do novo estado de Assam e a nova Índia. As letras escritas por ele eram muito poderosas e

contemporâneas. Cantor, compositor lírico, ator e cineasta, Hazarika nasceu em 1926 em Assam. Cresceu na cidade setentrional de Tezpur e completou seus estudos universitários na Banaras Hindu University. Em 1948, Hazarika foi aos EUA como bolsista para estudar Comunicação de Massa na Universidade de Columbia, Nova Iorque. Foi lá que a música folk americana o influenciou a acrescentar elementos populares do Assam em suas canções. Hazarika produziu, dirigiu, compôs e

Índia

“Porém, em caso de não participação dessas MPMEs ou da incapacidade de atender aos requisitos e melhor preço, 4% de contratos públicos reservados aos empresários SC/ST poderão ser atribuídos a outras MPMEs,” disse o ministério. Em toda a cadeia de produção, as MPMEs são mais afetadas pelas bruscas variações do mercado. Para tratar esse tipo de problema, muitos países elaboraram políticas de contratos públicos que apóiam essas empresas. De acordo com um comunicado do conselho dos ministros, no âmbito das derrogações existentes na Índia, as orientações definidas pelo governo prevêem um apoio à comercialização dos produtos das MPMEs por meio de medidas tais como preços preferenciais, reserva de produtos das MPMEs para compras exclusivas, isenção de pagamento antecipado. Considerando a especificidade do setor da defesa, as importações de armamentos não serão incluídas na meta de 20% do Ministério da Defesa.

Governo promete US$ 19 milhões para inovação

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governo central indiano disponibilizou um capital inicial de US$ 19 milhões para criar um fundo de investimento que vai promover a inovação no país, anunciou o Ministro indiano das Finanças, Pranab Mukherjee, em 15 de novembro. “O governo vai contribuir inicialmente com US$ 19 milhões para formar rapidamente o Fundo indiano de Inovação Inclusiva,” declarou Mukherjee no momento da divulgação do relatório do primeiro ano do Conselho Nacional de Inovação. O relatório foi apresentado pelo Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh. Presidido por Sam Pitroda, o Conselho Nacional de Inovação submeteu uma proposta para criar o fundo destinado a apoiar o desenvolvimento da inovação em nível popular. “O capital risco não está interessado em solucionar os problemas da parte inferior da pirâmide social e o governo se comprometeu em dar uma oportunidade a essa população,” disse Mukherjee. O Ministro das Finanças disse que o governo atribuiu US$ 228,4 milhões ao projeto de Rede Nacional de Conhecimento que deve interconectar todas as instituições de conhecimento, de modo a permitir conversas interdisciplinares entre corpos docentes e estudantes. cantou trilhas sonoras de filmes de língua Assamesa como 'Era Batar Sur' (1956), 'Shakuntala' (1960), 'Pratidhwani' (1964) e 'Lotighoti' (1967). Produziu também trilhas sonoras para filmes em língua hindi, incluindo 'Rudaali', 'Saaz' e Gajagamini. Sua contribuição para o cinema foi reconhecida com a atribuição do Prêmio Dadasaheb Phalke em 1992. Ele recebeu o Prêmio Padma Bhushan em 2001.


NOTÍCIAS DA

NOTÍCIAS Indianas 5

Índia

SMS nAS lAVOuRAS

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té 2017, mais de 20 milhões de agricultores indianos vão beneficiar de serviços de informação sobre cultivos, clima e eventos meteorológicos por meio de Sistemas Integrados de Respostas Vocais (IVRS) e SMS. Esse avanço foi possível graças à revolução da telefonia móvel “Em 2009, quando foram lançados os serviços IVRS e SMS do Departamento Meteorológico da Índia, apenas 5000 agricultores foram atendidos contra 2,8 milhões atualmente. O programa deve atender 20 milhões de agricultores em 2017,” declarou N. Chattopadhayay, Vice Diretor Geral do Departamento Meteorológico da Índia (IMD). Ele acrescentou que as empresas Reliance Industries, Tata Consultancy Services, Reuter Market Light, Nokia, Handygo, Vritti Solutions e Iffco

governo indiano anuncia prêmio em homenagem a Tagore

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governo indiano instituiu o prêmio internacional Rabindranath Tagore de US$ 190.000 para promover os valores da fraternidade universal. Para comemorar o 150° aniversario de nascimento de Tagore, foi criado um Comitê Nacional (NC) composto por 36 personalidades eminentes sob a direção do Primeiro Ministro. A idéia de instituir um prêmio Tagore surgiu na primeira reunião do comitê, realizada em 20 de maio de 2010. O NC encarregou o Comitê de Implementação Nacional (NIC), dirigido pelo Ministro das Finanças Pranab Mukherjee, para executar o projeto. Em 14 de setembro de 2010, o NIC reuniu-se e aceitou a proposta de instituir os prêmios, sugerindo ao Ministério da Cultura a criação de detalhes operacionais e de um processo de seleção transparente realizado por um júri eminente. Em seguida, foram realizadas várias reuniões com especialistas e organizações culturais. Considerando a imensa contribuição de Tagore à promoção da fraternidade universal, por meio de textos e outras criações artísticas, o prêmio deve homenagear pessoas envolvidas na defesa desse mesmo ideal. Foram decididas nominações globais a serem analisadas pelo Comitê de Seleção antes da transmissão dos nominados ao júri para as deliberações finais do prêmio. O valor do prêmio deve ser o mesmo, ou seja US$ 190.000, que o Prêmio Ghandi pela Paz e o Prêmio Jawaharlal Nehru pela Compreensão Internacional. O prêmio deve promover a fraternidade internacional, pois Tagore era um dos mais ardentes defensores da paz e da fraternidade universal. O prêmio será concedido anualmente a indivíduos, associações, instituições e organizações que promovam os valores da fraternidade universal. As indicações feitas internacionalmente serão anunciadas a cada ano no dia 7 de maio.

Kishan Samachar Limited tinham assumido o compromisso de publicar informações vitais para agricultores e gerentes de empresas agrícolas. A Índia registrou um boom de telefonia móvel nos últimos anos com mais de 850 milhões de usuários, comparado a uma população de 1,2 bilhão de pessoas que usam essa tecnologia. No programa do IMD, as informações relativas às colheitas são transmitidas aos agricultores via SMS. Devido ao baixo nível de alfabetização dos agricultores, a tecnologia IVRS é usada para ouvir mensagens automáticas e obter informações. O pesquisador do Conselho Indiano de Pesquisas Agrícolas (ICAR), S. V. Ngachan disse: “Sem o avanço tecnológico, a Índia não poderá atender a demanda em cereais, prevista para atingir 280 milhões de toneladas em 2021.” De acordo com Ngachan, o IMD, ICAR e as empresas indianas de tecnologia da informação trabalham em parceria para conectar os agricultores e as outras enti-

dades que atuam no setor agrícola indiano a fim de fornecer informações sobre cultivos, clima, dados climáticos e hidrológicos o mais rapidamente possível. A opinião dos especialistas é que com métodos tradicionais e ferramentas obsoletas, a Índia não poderá levar o conhecimento necessário para enfrentar as rápidas mudanças tecnológicas, climáticas e hidrológicas a seus milhões de agricultores. “Os especialistas da proteção do meio ambiente realizaram estudos sobre a relação entre a temperatura e o rendimento das safras e descobriram que uma elevação de um grau Celsius na estação da safra reduziria o rendimento dos cereais em 10%,” disse Ngachan que acrescentou que era essencial transmitir essa informação aos agricultores. De acordo com o Diretor Geral do IMD, Ajit Tyagi, a tecnologia de sensoriamento remoto por satélite é utilizada cada vez mais na prestação de serviços agrometeorológicos. Os recentes avanços na tecnologia de satélites em termos de alta resolução e faixas multiespectrais fornecem informações importantes para operações agrícolas.

FOgO De AgnI

V

encendo preconceitos, Tessy Thomas conseguiu uma surpreendente ascensão profissional. Com apenas 48 anos de idade, a primeira mulher a dirigir um projeto de míssil indiano vai fazer com que a Índia se torne membro do restrito clube das nações que possuem Mísseis Balísticos Intercontinentais de longo alcance (ICBM). A cientista indiana deve atingir esse objetivo no início do próximo ano após o ensaio do míssil nuclear Agni-V com alcance de 5.000 quilômetros. No dia 15 de novembro, a equipe de Tessy Thomas na Organização de Desenvolvimento e Pesquisa de Defesa (DRDO) conduziu com êxito o teste do míssil de nova geração Agni-IV. Na ocasião, o país atingiu um novo recorde, com um alvo situado a 3.000 quilômetros da área de teste de Balasore, na costa do estado de Orissa. Foi a primeira vez que a Índia testou um míssil no alcance de um alvo tão distante.

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ara Shashank Kumar e Manish Kumar, obter um diploma num IIT é a certeza de entrar na categoria de colarinho-branco no mundo do trabalho. Porem, em vez de tentar uma carreira em grandes empresas internacionais, os dois jovens estão sujando as mãos nos campos do estado do Bihar para oferecer soluções aos agricultores e reduzir a distância entre compradores e vendedores. Depois de completar a graduação em 2008, comecei a trabalhar numa empresa de consultoria em Gurgaon, subúrbio de Delhi. Ao trabalhar naquela empresa, comecei a descobrir os problemas que as empresas encontram na compra de insumos agrícolas,” disse Shashank, com 25 anos. Ele deixou o emprego após dois anos e meio de atividade assalariada. Enquanto estudava engenharia no IIT de Delhi, Shashank — originário do distrito de Chhapra no estado do Bihar — examinara varias opções, mas finalmente escolheu o setor agrícola.

Tessy Thomas (direita) recebendo um prêmio do Ministro da Defesa, A. K. Antony (esquerda), na presença do chefe da DRDO, V. K. Saraswat em 2010. (Arquivo: DRDO)

Agni-IV foi o primeiro míssil indiano a cruzar a linha do Equador e a atingir um alvo no Hemisfério Sul. Ao responder como conseguiu penetrar no universo masculino da pesquisa e desenvolvimento de defesa, Tessy Thomas enfatizou que "a ciência não tinha gênero. As atividades de pesquisa e desenvolvimento de defesa baseiam-se apenas em conhecimento. Formada no Thrissur Engineering College, em Kozhikode, no estado de Kerala, ela completou sua pósgraduação no Instituto de Tecnologias Avançadas de Defesa em Pune. Em 1988, ela começou a trabalhar no desenvolvimen-

to dos mísseis Agni e se tornou uma figura-chave dos projetos Agni-II e Agni-III com alcance de 2.000 km e 3.500 km respectivamente. Ela foi a diretora de projeto, contribuindo com o design dos sistemas de navegação dos mísseis. No início de sua carreira na DRDO, ela trabalhou no projeto Agni-I com alcance de 900 quilômetros. Sua associação com os projetos Agni lhe valeu o apelido de Agni Putri! Entre os 250 cientistas que trabalham nos sistemas de míssil na DRDO, há cerca de vinte mulheres que trabalham no programa Agni.

IITs semeiam promessas de mudanças

Shashank e Manish interagem com agricultores associados com Farms & Farmers em Vaishali, Bihar

“Minha experiência profissional me permitiu entender a enorme lacuna que existe entre os cultivadores e os consumidores,” disse ele. Um amigo graduado em engenharia no IIT de Kharagpur, Manish Kumar, se juntou a Shashank para embarcar nessa aventura. Criaram a empresa Farms & Farmers para oferecer soluções agrícolas.

Manish, 27 anos, disse: “No início, foi difícil convencer os agricultores, pois eles não queriam mudar seus métodos tradicionais de cultivo.” “Os agricultores enfrentam muitos problemas. Oferecemos uma solução completa aos problemas dos agricultores. Baseando-se nas condições de exploração do solo e no perfil do agricultor, ajudamos a escolher o cultivo certo. Asseguramos que os insumos adequados estejam disponíveis. Formamos os agricultores, localizamos os problemas, tentamos co rigilos e comercializamos a produção,” disse Shashank. “Durante nosso projeto piloto, pedimos aos agricultores para cultivar feijão em vez de trigo, o que gerou 100% de lucros. A notícia se espalhou pela região e, em um ano, expandimos nossa presença para sete outros distritos do Bihar,” acrescentou Shashank.


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Índia

Índia atua como força estabilizadora da economia mundial

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o enfatizar o papel da Índia como força estabilizadora, em meio às crises financeiras que afetam a economia mundial, o Ministro indiano do Comércio e Indústria, Anand Sharma, advertiu contra o protecionismo no momento em que a crise da dívida soberana se espalha em algumas nações europeias. “O divisor de águas mudou... quando se trata de crescimento econômico, a emergência da Índia e de outras economias é um fator de estabilidade e crescimento”, declarou o Ministro durante a Cúpula Econômica da Índia organizada pela Confederação das Industrias Indianas (CII) e o Fórum Econômico Mundial em Mumbai.“Em tempos difíceis, a tendência é procurar soluções próprias e tomar medidas de proteção. A responsabilidade do G20 é assegurar que isso não aconteça”, acrescentou Sharma. Sharma lembrou que a economia mundial entrou em recessão há cinco anos e que a recuperação ainda não aconteceu. O Ministro disse que o G-20 tem desempe-

O Ministro do Comércio e Indústria, Anand Sharma, discursando na Cúpula Econômica da Índia do Fórum Econômico Mundial,13 de novembro

nhado um papel fundamental para impedir grandes cortes de emprego em todo o mundo.“O grupo G-20 é agora uma plataforma inclusiva e representativa com a participação das novas economias emer-

gentes como a China, Índia, Brasil, Rússia”, disse ele. Sharma recomendou a conclusão da atual negociação da OMC para corrigir desequilíbrios históricos e criar uma nova ordem econômica mais justa e sustentável.

Também salientou a necessidade de reformar as instituições de Bretton Wood — o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. “O novo sistema multilateral deve refletir as realidades do mundo contemporâneo”, disse ele. Participaram de várias mesas redondas o Ministro chefe do estado do Maharashtra, Prithviraj Chavan, o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, o Presidente Diretor Geral de Reliance Industries, Mukesh Ambani, o SecretárioMembro da Comissão de Planejamento da Índia, Sudha Pillai e a Diretora Executiva do Banco ICICI, Chanda Kochhar. Os participantes debateram sobre a complexidade indiana e a dificuldade de conciliar a extraordinária diversidade de opiniões e ideologias existentes no país, enquanto os líderes empresariais pediram avanços na reforma institucional, aumento de fiscalização dos gastos na infraestrutura, maior transparência e melhor governança. A cúpula foi organizada pelo Fórum Econômico Mundial e pela Confederação das Indústrias Indianas (CII).

Importante contribuição indiana no desenvolvimento de vacinas

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lose e dengue, ressaltou o Ministro. Com o apoio do Departamento de Biotecnologia, os cientistas indianos do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB) estão desenvolvendo pesquisas nas áreas de prevenção da malária e dengue, disse ele. “O setor de pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra a AIDS e a tuberculose também está melhorando. A criação do Vice-Ministro do Planejamento, Ciência e Tecnologia e Ciências da Terra, Dr. Ashwani Kumar, no Instituto Translacional de Tecnologia e Ciências da Saúde (THSTI) em Faridabad Simpósio Internacional sobre Vacinas, Surajkund, Nova Delhi, 14 de novembro e o desenvolvimento da Iniciativa Internara significativa registrada no domínio de Inovação de Pequenos Negócios (SBIRI) e cional de Vacina contra AIDS (IAVI), em pesquisa e desenvolvimento de produtos o Programa de Parceria da Indústria de parceria com o Centro de Estudos de biofarmacêuticos são exemplares, obser- Biotecnologia (RPPI), iniciados pelo Vacina contra AIDS, constituem um marco vou o Ministro Kumar. A Índia desenvolveu Departamento de Biotecnologia (DBT), importante. novas vacinas de fabricação própria que destinados a estimular a inovação no setor. Avaliamos corretamente as parcerias firforam comercializadas ou que ainda estão Referindo-se a 2010-2020 como a madas com organizações internacionais em processo de distribuição comercial ‘Década da Inovação’, Dr. Kumar afirmou como o Instituto Nacional da Saúde, a para prevenir doenças como meningite que “os projetos de pesquisa e desenvolvi- Fundação Bill & Melinda Gates e o IAVI meningocócica, Rotavirus, H1N1 e ence- mento de vacinas e o esforço para tornar a que nos ajudaram a mobilizar cientistas falite japonesa B. Os investimentos e o saúde acessível devem cumprir o manda- internacionais para atender às futuras apoio do governo indiano fazem parte mento de Gandhi de praticar a ciência com exigências da saúde pública de nossa integrante deste empreendimento, acres- humanismo”, acrescentou. nação. Porém, precisamos concentrar noscentou. A Índia tem inovado na área de vacinas sos esforços no campo das vacinas contra O Ministro também se referiu a novos para prevenir as grandes doenças mortais o câncer e doenças não transmissíveis,” programas como a Iniciativa de Pesquisa e infecciosas como AIDS, malária, tubercu- acrescentou Dr. Kumar.

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Projeto Himachal acumula créditos de carbono

Índia contribui amplamente para o desenvolvimento de vacinas no mundo, representando cerca de 60% da produção mundial e 60-80% das compras do programa anual da ONU, declarou o Vice-Ministro de Ciência e Tecnologia e Ciências da Terra, Dr. Ashwani Kumar. O Ministro discursou na cerimônia de inauguração de um simpósio internacional sobre vacinas, realizado recentemente em Surajkund, Haryana. Vários fabricantes indianos de vacinas foram pré-qualificados pela OMS, acrescentou o Ministro. No que diz respeito ao volume do mercado indiano de vacinas, o Ministro Kumar afirmou que era estimado em cerca de US$ 900 milhões e que a previsão era de US$ 4,6 bilhões em 2017 e um crescimento de 23% em 2011-12. “As vacinas são produtos de saúde publica que têm a melhor relação custo/beneficio. A cada ano, há cerca de oito milhões de pessoas que não chegam a completar 50 anos. Com efeito, essas vidas poderiam ser salvas pelas vacinas,” observou ele. A contribuição indiana na área de inovação de nível médio de vacina e a melhoProjeto da Bacia Hidrográfica do Meio Himalaia, no estado do Himachal Pradesh (MHWDP), vai beneficiar cerca de 5.000 famílias de vilarejos remotos, gerando receitas de carbono de, pelo menos, US$ 3,7 milhões para as comunidades e proprietários de terra durante o primeiro período de crédito de 20 anos. O MHWDP é um projeto integrado e multi-setorial de desenvolvimento de bacias hidrográficas na zona de colinas e altas colinas do estado do Himachal com o apoio do Banco Mundial. O objetivo geral do projeto é reverter o processo de degradação da base de recursos naturais e melhorar o potencial produtivo e os rendimentos das famílias rurais, com uma abordagem de desenvolvimento orientado pela demanda comunitária (CDD em inglês). O segundo objetivo é apoiar o desen-

O projeto abrange 272 micro-bacias hidrográficas e beneficia cerca de 25.000 famílias pobres na área do projeto. No âmbito do Protocolo de Kyoto sobre Mudanças Climáticas, os países industrializados são obrigados a cumprir as metas de redução de emissões de gás de efeito estufa, responGopalpur, em Dharamsala, onde está sendo implementado o sáveis pelo aquecimento Projeto Bacia Hidrográfica do Meio Himalaia global e pela decorrente volvimento institucional e as políticas mudança climática. Se não conseguirem estaduais de harmonização de projetos e diminuir as emissões, os países e as empreprogramas de desenvolvimento de bacias sas têm a opção de receber créditos de carhidrográficas em todo o estado, em con- bono pela implementação de projetos de formidade com melhores práticas. captura de carbono no âmbito do

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) das Nações Unidas. O projeto de micro-bacias do Himalaia deve gerar milhões de créditos de carbono nos próximos 20 anos. As receitas obtidas com o Banco Mundial beneficiarão cerca de 5.000 famílias em áreas remotas e pobres do estado e permitirão a implementação de uma cobertura vegetal de 4.000 hectares em áreas de terras estéreis de 10 distritos. É o primeiro projeto desse tipo que envolve a população local na conservação e na proteção do meio-ambiente. As pessoas que vivem nos vilarejos receberão 90% das receitas de créditos de carbono vendidos ao Banco Mundial, obtidos pelo seqüestro de dióxido de carbono dos gases de efeito estufa por meio de reflorestamento.


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TENDÊNCIAS Indianas 7

Índia

Mercado Lucrativo de Jóias e Pedras Preciosas

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Índia possui o mercado mais competitivo do mundo de jóias e pedras preciosas, graças ao baixo custo de produção e a disponibilidade de mão de obra qualificada. Jóias e pedras preciosas formam uma parte essencial da tradição indiana. Os componentes das jóias incluem ouro, diamante e platina, bem como uma variedade de pedras preciosas e semi-preciosas. O setor de jóias e pedras preciosas da Índia deve crescer com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cerca de 13% durante o período de 2011-2013, devido a esforços e incentivos do governo, juntamente com iniciativas do setor privado, de acordo com um relatório elaborado pela empresa de pesquisa RNCOS sobre a Previsão do Mercado Indiano de Jóias e Pedras Preciosas para 2013. Conforme o relatório de pesquisa, com o consumo da Índia indexado em quase 24% em 2008, o país continua sendo o maior consumidor mundial de ouro e essa participação deve crescer ainda mais. Além disso, a Índia possui a maior indústria de corte e polimento de diamantes do mundo. As políticas do go-verno e o setor bancário têm proporcionado uma grande assistência a este setor em que cerca de 50 bancos fornecem em torno de US$ 3 bilhões de crédito para a indústria de diamantes da Índia. Em breve, a Índia vai ultrapassar os EUA e se tornar o terceiro maior mercado de jóias masculinas de luxo no mundo, de acordo com um estudo realizado por Euromonitor International, principal empresa de pesquisa de mercado. O estudo estimou que o mercado nacional de jóias masculinas se manteve em cerca de US$ 194,4 milhões, em vendas e deve crescer 36,4% em 2012. “Apesar de ser um nicho de mercado, ele está crescendo. Agora, ninguém mais pode ignorá-lo,” declarou G. R. Radhakrishnan, diretor administrativo da GRT Jewellers, uma das principais lojas de jóias da Índia, que possui uma participação de jóias masculinas de 20-25% no total de vendas. Os vendedores indianos no eBay, importante mercado on-

line, exportam um artigo a cada 32 segundos, de acordo com o índice de exportadores asiáticos da empresa. Quarenta e quatro peças de jóias são vendidas a cada hora por vendedores indianos no eBay. A agência de classificação CRISIL lançou um índice do ouro para acompanhar o desempenho dos preços do metal no mercado indiano. Este é o primeiro índice lançado pela CRISIL no espaço de commodities. O objetivo do índice de ouro CRISIL é fornecer uma referência independente, relevante e comum para a avaliação de desempenho de produtos de investimento como o investimento subjacente de ouro, segundo a CRISIL. O relojoeiro suíço Rado, parte do maior conglomerado mundial de relógios Swatch Group, lançou recentemente uma coleção de jóias de luxo na boutique Rado em Banjara Hills, na cidade de Hyderabad. Esta gama apresenta belos relógios ornados com diamantes. A coleção de jóias Rado reúne uma seleção requintada dos produtos mais famosos da marca. A marca suíça de relógios foi pioneira no uso de materiais inovadores, tais como metal duro, cerâmica de alta tecnologia, lantânio e ceramos. Também possui cristais de safira convexos em forma de cúpula, com formas e designs inovadores. Os preços das jóias variam entre US$ 574,66 a US$ 76.626,75. “Nos últimos 3-4 anos, muitos indianos têm investido em ouro no formato de papel. Ao investir em ouro, as pessoas devem ter uma perspectiva a longo prazo,” disse Jiju Vidyadharan, responsável de Fundos e Pesquisa de Renda Fixa, na CRISIL Research.

estrutura do setor A indústria indiana de jóias e pedras é dominada pelo setor informal, mas como a economia está crescendo e os níveis de renda são cada vez maiores, o segmento organizado e o varejo de jóias de marca estão recuperando rapidamente o mercado atualmente fragmentado, que vale US$ 16 bilhões, evidenciando o enorme potencial de crescimento no futuro. Mumbai é o centro do comércio de jóias e pedras preciosas da Índia. A maior parte das importações de ouro e diamantes brutos chega em Mumbai. No entanto, a maior parte do processamento de diamantes ocorre no estado do Gujarat. coMPonentes-chaves da indústria DIAMANTES: a Índia é atualmente o maior centro de corte e polimento de diamantes. Também é o terceiro maior consumidor de diamantes lapidados. Na Índia, o aumento da crescente classe média e a rápida urbanização levaram o consumismo indiano a novos patamares, principalmente no setor de jóias com diamantes. De cada 12 diamantes vendidos no mundo inteiro, 11 são processados na Índia, independentemente do lugar em que são extraídos. OURO: a Índia é a nação que lidera o consumo do ouro. No terceiro trimestre de 2011, a demanda anual de ouro na Índia foi de quase 15% em toneladas e 46% em valor (US$), conforme relatado pelo World Gold Council, em novembro de 2011. Os outros principais mercados são o Japão, China, Turquia, Itália, EUA e Reino Unido. Estima-se também que cerca de 600 toneladas de ouro sejam usadas para fabricar jóias.

BIJUTERIAS: o mercado indiano de bijuterias também tem crescido no mercado internacional, conforme relata o Conselho de Promoção das Exportações de Artesanato. A federação das indústrias afirmou ainda que o governo também deseja criar normas de conformidade para a fabricação de bijuterias. O mercado atual de bijuterias e acessórios é estimado em US$ 16,3 bi-lhões, dos quais cerca de US$ 53 milhões são exportados pela Índia, proporcionando assim enormes oportunidades para os fabricantes indianos de bijuteria. exPortações A Índia é o maior mercado de jóias de ouro no mundo, com o surpreendente volume de 746 toneladas de ouro em 2010. As exportações líquidas de jóias e pedras preciosas passaram de US$ 22.616,35 em abril-outubro de 2010 para US$ 26.160,04 em abril-outubro de 2011. ruMo a seguir O enorme crescimento da indústria indiana de jóias e pedras preciosas tem sido acompanhado pela chegada de inúmeras e novas joalherias de marca em várias metrópoles do país. Marcas como Damas Jewellery, Reliance Retail, Swarovski, e Joy Alukkas estão abrindo ou já abriram novas filiais. A disponibilidade de mão de obra barata e a presença de pessoas qualificadas em vários estados indianos auxilia no crescimento nos mercados de lapidação de diamantes e de jóias de ouro. De acordo com especialistas da indústria de jóias, a crescente demanda por jóias caras na Índia é resultado do fortalecimento da economia indiana. Em breve, a Índia vai ultrapassar os EUA em termos de volume do mercado de jóias e pedras preciosas num futuro não muito distante, de acordo com uma declaração do Rapaport Group, rede internacional de empresas que apóiam o desenvolvimento dos mercados de jóias e diamantes livres, justos, eficientes e competitivos.


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NOTÍCIAS DA

Índia

Folhas vermelhas de Chinar enCantam a Caxemira

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o outono, quando a estação amarelo ouro da Caxemira chega ao fim, as majestosas árvores Chinar são resplandecentes. Suas folhas vermelhas — justamente apelidadas de ‘chamas de Chinar’ — trazem um encanto especial ao pitoresco vale. Passando do verde ao amarelo até chegar ao vermelho, antes de cair no chão, as folhas das árvores Chinar inspiraram muitos versos e poesia. “Che Nar (que fogo)?” — As palavras de um poeta que visitou o vale no passado ainda ressoam nos majestosos jardins de Chinar de Naseem Bagh, no campus da Universidade da Caxemira, às margens do lago Dal, em Srinagar Embora tenham surgido na Caxemira bem antes do período mogol, as árvores Chinar foram plantadas, em larga escala, em todo o vale pelo imperador mogol Jahangir durante seu reino de 1605 a 1627. Mais tarde, a árvore foi declarada protegida pelos governantes e se tornou um símbolo do patrimônio e da beleza da Caxemira. É proibido por lei o corte das árvores Chinar ou até mesmo de seus galhos. Acredita-se que uma das mais antigas espécies do mundo seja uma árvore Chinar com 627 anos de idade, supostamente plantada pelo santo sufi Syed Abul Qasim Shah Hamdani em 1374, no distrito de Badgam, no centro da Caxemira. “A magia criada pelas ‘resplandecentes árvores Chinar’, graças às folhas vermelhas, no final do outono, é algo inacreditável”, disse Bashir Ahmad War, veterinário aposentado. “Quando as dezenas de árvores Chinar cercam o visitante, cada uma delas irradiando um brilho de fogo, o espetáculo é simplesmente deslumbrante. Qualquer um que olhar para elas, de uma certa distância, pensa que a árvore inteira está em chamas,” acrescentou.

Majestosas e resplandecentes árvores Chinar no final do outono na Caxemira.

O vale tem alguns dos mais belos jardins de Chinar em Srinagar, Ganderbal, Anantnag e em outros lugares visitados pelos moradores e visitantes para tirar fotos. Sunil Kumar, um turista do Punjab, disse: “É um prazer estar entre as resplandecentes árvores chinar. Tive a sorte de escolher esta época do ano para visitar a Caxemira.” Quando tombam, as folhas se tornam a principal fonte de carvão para os habitantes que as recolhem e enchem seus kangris (braseiros com capa de vime). Os kangris servem como

aquecedores portáteis durante os meses de inverno. É carregado pelos moradores embaixo do pherans (capa de tweed) e seu calor reconfortante permite que os habitantes da Caxemira enfrentem o rigoroso inverno. “Apesar do aquecimento central, os aquecedores e cobertores elétricos, bem como os kangris continuam sendo nossa melhor garantia contra o

frio glacial,” disse Muzaffar Ahmad, diretor de uma faculdade. “Como a alimentação elétrica é muito irregular, os moradores continuam dependendo dos tradicionais kangris,” acrescentou.

Declaração de Exoneração de Responsabilidade: Noticias da Índia reúne conteúdos de fontes diversas e as visões expressas em entrevistas e artigos publicados não representam necessariamente as visões da Embaixada ou do Governo da Índia. Impresso e publicado pela Embaixada da Índia, SHIS QL 08, Conj. 08, Casa 01, Lago Sul, Brasília-DF 71620-285, Brasil Tel: 55-61-3248 4006 Fax: 55-61-3248 5486 E-mail: indemb@indianembassy.org.br Website: www.indianembassy.org.br


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