Bulletin Noticias da India

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N O T Í C I A S

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India Vol. 5 Número 23

Faleceu o herói romântico Dev Anand P5

Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília

BRICS é fonte de estabilidade, diz PM

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ntes da realização da cúpula dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Nova Delhi em 2012, o Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh disse que as economias emergentes podem desempenhar um papel importante na estabilidade financeira global e precisam se consultar mutuamente, tendo em vista os novos desafios políticos e de segurança que o mundo enfrenta. “Num momento de incerteza econômica, especialmente na zona do euro, o crescimento e a prosperidade das economias BRICS podem desempenhar um papel importante na garantia da estabilidade econômica e financeira no nível global,” disse Dr. Manmohan Singh em 15 de dezembro, antes de sua visita à Rússia com duração de três dias. O Primeiro Ministro disse que a relevân-

Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh

cia dos países BRICS na ordem internacional aumentou ao longo do tempo. Estes países compartilham posições semelhantes sobre questões como as refor-

mas das instituições de Bretton Woods, o protecionismo comercial e a Rodada de Desenvolvimento de Doha, a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e o apoio de uma ordem mundial multipolar, justa e democrática, disse ele. A Índia será anfitriã da cúpula BRICS em março de 2012. “O programa dos países BRICS vai além do meramente econômico e inclui questões como o terrorismo internacional, mudanças climáticas e segurança alimentar e energética. O mundo também enfrenta desafios políticos e de segurança, especialmente na Ásia Ocidental,” disse Dr. Manmohan Singh. O Primeiro Ministro ressaltou que, no contexto desses desafios globais, era “ainda mais essencial para os países BRICS se consultarem mutuamente neste momento”.

Realizada 5ª Reunião da Comissão Mista Índia-Brasil

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companhado por uma delegação de 20 membros, o Ministro brasileiro das Relações Exteriores Antonio Patriota visitou a Índia nos dia 11-13 de dezembro para co-presidir a 5ª Reunião da Comissão Mista Índia-Brasil (JCM) com o Ministro das Relações Exteriores S. Krishna. Os dois líderes encontraram-se em Nova Delhi em 12 de dezembro. Durante o JCM, ambos os lados discutiram uma ampla gama de questões relativas à Parceria Estratégica Índia-Brasil, incluindo questões políticas, econômicas e comerciais, agricultura, ciência e tecnologia, defesa, cultura, hidrocarbonetos. Eles trocaram opiniões sobre a evolução regional e assuntos internacionais de interesse comum.

Ministro das Relações Exteriores S. M. Krishna com o Ministro brasileiro das Relações Exteriores Antonio Patriota em Nova Delhi, 12 de dezembro

As relações diplomáticas entre a Índia e o Brasil foram estabelecidas em 1948. Ambos os países mantêm relações cordiais e amistosas, caracterizadas pela troca periódica de visitas em todos os níveis, valores compartilhados e interesses comuns. “A parceria estratégica mutuamente benéfica abrange um vasto leque de nossas relações. A Índia e o Brasil mantêm contatos próximos nos fóruns multilaterais, em particular nas Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio e no G-20. A cooperação entre os dois países através dos grupos IBAS, BRICS e BASIC é uma outra dimensão de nossas relações,” de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Crescimento em alta graças à tecnologia da informação

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Índia se prepara para receber cúpula BRICS

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Índia iniciou os preparativos para sediar em março a reunião dos líderes dos cinco países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com uma competição para criar um logotipo para a cúpula dos países BRICS 2012. Esta será a quarta cúpula BRICS que reunirá os líderes das potências econômicas emergentes para discutir uma série de questões globais. A Índia será a anfitriã da cúpula BRICS pela primeira vez desde que a primeira cúpula foi realizada na cidade russa de Yekaterinburg, em junho de 2009. Naquela época, a África do Sul não fazia parte do grupo que foi denominado BRIC, termo cunhado pelo economista da Goldman Sachs Jim O’Neill para designar as quatro economias emergentes que mais crescem no mundo. Pretoria juntou-se ao BRIC, mudando a nomenclatura do grupo para BRICS, apenas em abril de 2011 na cúpula de Sanya na China. O Ministro indiano das Relações Exteriores, S. M. Krishna, deve visitar as capitais dos países BRICS para convidar os líderes destes países para a cúpula de Nova Delhi. A cúpula será realizada no contexto do aprofundamento da crise financeira global com a persistente recessão na zona do euro. O Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh também deve encontrar os líderes de China, Brasil, Rússia e África do Sul para negociações bilaterais à margem da cúpula.

Kangris e Caxemira ... feitos um para o outro!

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ara Bashir Ahmad Sheikh, 40 anos, não é importante saber se a arte da tecelagem do kangri, braseiro tradicional da Caxemira, surgiu antes ou depois do período dos imperadores mogóis. Para ele, é o único modo de vida que conhece. “Aprendi a arte com meu pai e, talvez, ele também com seu próprio pai. Com certeza, tudo o que sei é que fazer um par de kangris diariamente é o meu ganha-pão de cada dia,” disse ele. O frio do inverno severo que o Vale da Caxemira vive no momento veio a calhar para esta alma resistente. “Fazer um kangri comum leva cerca de três horas. Cada kangri é vendido por

cerca de US$ 3. Sim, os melhores custam muito mais. Compro os braseiros de argila e, em seguida, fabrico a cesta de salgueiro para cobrí-los. “Os galhos do salgueiro são recolhidos na floresta que fica atrás do vilarejo, mas o pastoreio livre de grandes rebanhos de cabras e ovelhas está destruindo os arbustos dos salgueiros hoje em dia”, disse Bashir curvando cuidadosamente os galhos de salgueiro em torno do braseiro de barro. Dentro do kangri, o carvão vai queimando lentamente e produz calor embaixo do pheran, tradicional capa de lã de tweed usada pelos habitantes da Caxemira.

“Carregar o kangri embaixo do pheran é algo que os habitantes da Caxemira têm feito durante gerações. Lembro que, durante as noites de inverno, meu pai usava o kangri embaixo do cobertor e nunca aconteceu nada, até mesmo quando meu pai estava dormindo,” disse Mestre Habibullah, 64 anos, que vive no vilarejo de Chanduna, norte da Caxemira. Disponível em várias cores e tamanhos, os kangris são vendidos em todo o vale. Como a eletricidade é muito instável na região, o kangri continua sendo a melhor opção de aquecimento para enfrentar o frio do inverno rigoroso da Caxemira.


2 FOCO Índia

NOTÍCIAS DA

Índia

Negociações sobre o clima em Durban: Índia destaca princípio de equidade Principais resultados da COP-17 em Durban

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décima-sétima sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17) foi realizada em Durban, África do Sul, de 28 novembro a 9 dezembro de 2011 para debater diversas questões relacionadas às mudanças climáticas no âmbito do Protocolo de Quioto. A Índia desempenhou um papel significativo no sucesso da Conferência de Durban, no que diz respeito ao estabelecimento do segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, a partir do dia 1° de janeiro de 2013, imediatamente após o termo do primeiro período de compromisso. A COP-17 também decidiu desenvolver mecanismos legais de valorização das ações de todas as partes interessadas no âmbito da Convenção. A Índia garantiu que o novo regime, que terá que ser aprovado em 2015 e implementado a partir de 2020, será estabelecido no âmbito da Convenção. A Índia enfatizou as questões de equidade e de responsabilidades comuns, porém diferenciadas (CBDR) nas negociações sobre a mudança climática. A Índia contribuiu também para a criação do chamado ‘Green Climate Fund’ em Durban. As decisões da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17) e do Protocolo de Quioto são tomadas na base de consenso. Em seu discurso na COP-17, realizada em Durban, África do Sul, a Ministra do Meio-Ambiente e das Florestas, Jayanthi Natarajan, declarou que a Índia estava ciente de suas responsabilidades em relação às mudanças climáticas e que o país já tinha tomado novas medidas adicionais para reforçar o controle da emissão de gases de efeito estufa, em um regime de transparência internacional. A ministra indiana exortou os países desenvolvidos a cumprirem sua parte do compromisso no âmbito da Convenção-Quadro e do Protocolo de Quioto, como foi estabelecido no Plano de Bali.

Texto do discurso da Ministra Natarajan no debate especifico (High-level Segment) da COP-17, realizada em Durban, África do Sul, 7 de dezembro “Senhora Presidente, Excelências, Senhoras e Senhores, Muito obrigada por esta oportunidade de discutir uma questão tão importante como esta com a comunidade internacional. A Índia compartilha um grande vínculo histórico com a África do Sul. Nós lhes demos Mohandas Gandhi, o advogado. Mas vocês nos deram o Mahatma, a Grande Alma. Temos orgulho dele e também do país que o transformou no que ele se tornou. Estou certa que o mesmo espírito continuará a inspirar nossa jornada comum no futuro para enfrentar as mudanças climáticas. Oferecemos total apoio para garantir que a COP de Durban se torne uma COP de sucesso para as mudanças climáticas. Somos um grande país, mas com pequenas emissões de carbono. Nossa emissão per capita é de apenas 1,7 tonelada ao ano. Nossos estudos de modelagem mostram que, embora a taxa de crescimento tenha

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A Ministro Adjunta do Meio-Ambiente e das Florestas Jayanthi Natarajan e sua delegação saindo de uma reunião a portas fechadas em 10 de dezembro de 2011 no último dia das negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) no Centro Internacional de Convenções em Durban.

sido de 8-9% ao ano em 2003, nossas emissões per capita não ultrapassaram 3,7 toneladas. Nosso Primeiro Ministro declarou que seguiremos um caminho de crescimento que nos ajudará a permanecer sustentável, sem optar pelo caminho de crescimento intensivo de combustíveis fósseis seguido pelos países desenvolvidos no passado. Somos um país em desenvolvimento que tem grandes necessidades energéticas não satisfeitas. Porém, estamos avançando rapidamente no sentido de utilizar todas as vias possíveis para gerar energias mais limpas. Temos um Plano de Ação Nacional sobre Mudanças Climáticas. Também temos uma meta para gerar 20.000 MW de energia solar em 2020. Estamos fazendo isso em etapas para que os custos diminuam e o mercado se desenvolva. Estamos implementando ambiciosos programas de efi-

acordo válido legalmente, do qual todos fazemos parte, não venha a caducar devido à falta de ação de algumas partes. Isto vai questionar a credibilidade de qualquer futuro instrumento juridicamente vinculativo. Também não devemos esquecer que, para um grande número de pobres no mundo em desenvolvimento, o mundo não mudou. Eles continuam a enfrentar o desafio de manter seu sustento e satisfazer suas necessidades básicas. Eles não podem ser legalmente obrigados a reduzir suas emissões quando não há praticamente nenhuma emissão. O principal objetivo é a erradicação da pobreza e do desenvolvimento social e econômico. O desenvolvimento é o melhor remédio para o meioambiente. A Índia quer e espera que o Fundo Climático Verde (GCF) seja estabelecido

Em Durban, a Índia teve um papel fundamental no estabelecimento do segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto a partir de 1 de janeiro de 2013, imediatamente após o termo do primeiro período de compromisso. ciência energética. Em 2003, precisávamos de cerca de 190 gramas de óleo para produzir um dólar de PIB. Agora, precisamos apenas de cerca de 140 gramas em 2009 — uma diminuição acentuada de cerca de 30% em seis anos. Isso é devido a uma série de medidas políticas que adotamos. Temos impostos sobre o carvão. Seguimos um regime de preços elevados de energia, padrões obrigatórios de eficiência energética e um mecanismo de comércio inovador para a eficiência energética. Como país em desenvolvimento, a Índia enfrenta muitos desafios. Apesar disso, evoluímos de maneira muito construtiva nas negociações. Estamos conscientes de nossas responsabilidades e temos tomado novas e adicionais ações de mitigação num regime de transparência internacional. Estamos cumprindo essas obrigações. É hora dos países desenvolvidos cumprirem sua parte do compromisso no âmbito da UNFCCC e do Protocolo de Quioto como estabelecido no Plano de Bali. É muito importante que, em Durban, tomemos uma decisão clara e ratificável no segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto. Desejamos que este

em Durban. As partes dos países desenvolvidos, cujo compromisso é fornecer recursos, devem concordar para capitalizar o Fundo, seu estatuto legal, e também para a estrutura de longo prazo das fontes de financiamento para o GCF. Senhora Presidente, precisamos fazer um trabalho substancial para o futuro. A equidade é uma questão fundamental na mudança climática. Trata não só da responsabilidade comum, porém diferenciada (CBDR), mas da equidade no acesso aos recursos globais da atmosfera. Além disso, a questão das medidas unilaterais precisa ser tratada de modo que tais ações não se tornem ações comerciais disfarçadas. Da mesma forma, precisamos de mais trabalho na área dos IPRs para facilitar o objetivo de desenvolvimento e a transferência de tecnologia a custos acessíveis. Vim a Durban com uma mente aberta e um espírito construtivo. Minha convicção é de que vamos efetivamente implementar e apoiar o regime de mudanças climáticas, se o regime for sustentado no âmbito da convenção existente e aderir a estes princípios fundamentais. Muito obrigada.”

s negociações da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, realizadas em Durban, África do Sul, 4 de dezembro permitiram a adoção do Pacote de Durban em quatro pontos para salvar o planeta por meio do controle da emissão de gases de efeito estufa. Nas negociações de Durban, a Índia conseguiu uma importante vitória quando foi incluída, no texto das ações cooperativas de longo prazo, a demanda indiana de um acesso equitativo ao desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento, sem serem prejudicados por metas obrigatórias de cortes de emissões A seguir, os principais resultados das negociações de Durban: v Prorrogação do Protocolo de Quioto: Para prorrogar por cinco anos o Protocolo de Quioto — o primeiro tratado internacional para combater as mudanças climáticas a ser encerrado em 2012. As partes são divididas em dois campos: Anexo 1, ou seja, os países ricos que têm metas de cortes de emissões juridicamente obrigatórias, e Não-Anexo 1, nações em desenvolvimento que têm metas voluntárias de cortes. O segundo período do protocolo de Quioto começará a partir de 1° de janeiro de 2013. v Ações Cooperativas de Longo Prazo (LCA): São ações cooperativas de longo prazo adotadas para combater as mudanças climáticas. Em Durban, a Índia conseguiu uma importante vitória quando foi incluída no texto LCA a demanda indiana de um acesso equitativo ao desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento, sem serem prejudicados por metas obrigatórias de cortes de emissões As recomendações de texto LCA terão que ser debatidas antes da próxima reunião. v Fundo Climático Verde (GCF): Na Conferência de Cancun em 2010, os países ricos concordaram em fornecer US$ 100 bilhões ao GCF para ajudar os países pobres a tomarem as medidas exigidas pelas mudanças climáticas. Embora não haja dinheiro, um comitê foi criado para iniciar o processo de determinar as contribuições dos países comprometidos com o GCF. Foi acordado que o fundo seria controlado pela Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas Haverá 24 membros, com representação paritária dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. vFuturo do Regime de Mudanças Climáticas: A conferência de Durban concordou em lançar um novo “protocolo” ou, assinar um novo tratado no âmbito do qual todos os países terão de aceitar metas obrigatórias de cortes de emissão de carbono. Foi acordado que o novo regime deve ser concluído até 2015 para que possa ser implementado a partir de 2020.


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Media MONITOR 3

Índia

Celebrando o espírito do Natal em Shillong

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Natal chega mais cedo em Shillong, cidade situada no nordeste da Índia, onde a gastronomia tradicional se mistura com cantos cristãos e bolos de frutas para celebrar o período das festas natalinas. Quando chega o frio em novembro, as colinas ao redor de Shillong, capital do estado indiano de Meghalaya, ganham vida com o som dos canticos alegres dos grupos de jovens que percorrem as ruas, cantando canções tradicionais de Natal. Desde 1800, muitos membros das tribos locais Khasi, Garo e Jaintia se converteram ao cristianismo e, nesta época do ano, confraternizam com música e comidas. Para realmente entender o que significa o Natal aqui, decidimos passar a véspera de Natal na casa de um habitante local. No fim de semana, visitamos a família Hu Dhar Sohliya para aprender a fazer um bolo de Natal à moda de Shillong, e realmente apreciamos o profundo amor que eles têm pela cultura e pelas tradições natalinas. Embora a etnia Khasi seja muito reservada na presença de estranhos, assistimos a um contagiante entusiasmo pela vida,

pleno de alegria e de humor. Receber bem os convidados especialmente oferecendo comidas variadas é outra característica que encontramos no grupo em questão. O Natal em Shillong significa visitar amigos e familiares para trocar cumprimentos e compartilhar refeições, tal como acontece em muitas outras partes do mundo. As famílias fazem de tudo para agradar os visitantes e se esmeram, com muito orgulho, na preparação de pratos gastronômicos. O prato mais popular é o dohneiiong, um delicioso prato de carne de porco, de cor verde escuro com o gosto característico da pasta de gergelim preto. Quando preparado com a carne de porco, o gergelim libera um gosto suave que complementa perfeitamente as especiarias leves. O jastem (arroz solto cozido com gengibre, cebola e açafrão) e putharo (panquecas de arroz cozido apenas em potes de barro) são os principais acompanhamentos. O prato tradicional jadoh snam (ja significa arroz e doh, carne) de arroz preparado com

sangue de porco também é um dos preferidos dos Khasis, mas a maior parte dos cristãos o preparam com arroz, carne de porco e cúrcuma ou jastem. (É realmente muito melhor do que se pode imaginar.) Outro favorito é o doh shiang, preparado com carne bovina moída, que agrada a todos os paladares não-vegetarianos, ou seja dos que comem carne. Os vegetarianos não precisam se desesperar. Há uma versão vegetariana do dohneiiong, feita com lentilha preta da Bengala. No entanto, os vegetarianos (e outros) que não possuem um estômago frágil podem sempre provar o extremamente picante tungrymbai, que é feito com a fermentação de grãos de soja cozidos e enterrados dentro de sacos de juta durante seis meses. Cestas de vime são usadas para manter os sacos juntos e são cuidadosamente arejadas, impedindo assim de estragar a preparação. Quanto mais velhas e malcheirosas, melhor. Também muito popular durante a época festiva é o bolo tradicional de Natal (cheio de guloseimas de frutas e conhaque). Os bolos são presentes bem-vindos quando se visita os amigos e a família

e a maior parte das confeitarias fazem ótimos negócios durante o período festivo. Mas o Natal e o espírito da comunidade não estão presentes apenas na comida. A missa do galo é muito popular e as igrejas ficam lotadas e transbordam de alegria no Natal. A música desempenha um papel importante junto aos povos tribais que parecem apreciar muito os cantos natalinos, embora só alguns deles saibam ler notas musicais. Pauline Warjri, nativa de Shillong e diretora do Coral Aroha da cidade, está tentando mudar isso. “Nunca pensei que os habitantes do Meghalaya tivessem aptidão para música, até o dia em que me mudei para Kodaikanal,” cidade situada nas montanhas, disse ela. “Quando cheguei lá, me dei conta de como a música é parte integrante de nossas vidas.” Com inquieta alma musical, ela aprendeu sozi-nha piano e canto, e estudou no Trinity Guildhall College of Music em Londres. Para ler a história completa, acesse: http://india.blogs.nytimes.com/2011/12/2 6/in-shillong-carols-and-dohneiiong-forchristmas/?scp=26&sq=India&st=cse

Aventuras indianas de Jane Austen

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ecentemente, um amigo que ensina literatura britânica numa escola secundária pediu-me um conselho para criar, em meio a suas atividades, uma unidade de adaptações de obras famosas em filmes indianos. Ao colocar a questão no Twitter, surgiu

No lançamento oficial do programa “Ciência sem Fronteiras” do governo brasileiro, o Chefe Adjunto da Embaixada da Índia em Brasília Vinod Sachdeva (centro) com a Presidente Dilma Rousseff.

Chefe Adjunto da Embaixada da Índia em Brasília Vinod Sachdeva interagindo com Luciene Diniz (centro), Superintendente encarregada (representante) do Estado de Goiás.

Índia oferece inglês como trampolim

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PASSANDo Em REViStA

inju, muitas vezes descrita como a cidade mais bonita da Coreia do Sul, é um importante centro de educação com muitos colégios, faculdades comunitárias e universidades. Parece estranho, portanto, para um adolescente da cidade ter que deixar seus pais e estudar num internato de uma terra estranha, a milhares de quilômetros de sua casa. É exatamente o que está fazendo Sang Cho Hyeon, um jovem de 18 anos, estudante no penúltimo ano da escola secundária de Woodstock em Mussoorie, norte da Índia. Mas ele não é o único. Há centenas de jovens asiáticos, especialmente da Coreia do Sul, matriculados em escolas em toda a Índia, com saudades da terra natal, enquanto perseveram com seus estudos. E

a razão para essa conduta extraordinária pode ser resumida no que para eles é quase uma palavra mágica: aprender inglês. “Uma grande parte da Ásia agora considera o inglês como um veículo importante para o avanço econômico," disse Abhrajit Bhattacharjee, Diretor de Desenvolvimento em Woodstock. "Nosso programa denominado ESL [Inglês como Segunda Língua] é um fator muito importante que atrai alunos para a escola.” Woodstock, aninhada no sopé do Himalaia, tem 63 estudantes da Coreia. Também tem quatorze tailandeses, nove vietnamitas, sete japoneses e dois estudantes de Taiwan, todos atraídos pelo

General mohammed Abdul mubeen, Chefe do Estado-maior do Exército do Bangladesh em visita ao ministro da Defesa A. K. Antony em Nova Delhi, 1 de dezembro.

mesmo sonho: aprender inglês. De acordo com a Embaixada da Coreia do Sul em Nova Delhi, há 1.100 estudantes coreanos matriculados em 43 escolas na Índia. Há três anos, o número era ainda maior. "Os pais coreanos querem dar a melhor educação possível a seus filhos," disse Taeyeong Jun, mestre coreano que chegou em Woodstock há três anos com sua esposa, Mijung Park, professora de piano, depois de se formar em Belfast. "Na Coreia, mesmo endividados, os pais coreanos estão dispostos a pagar muito dinheiro para a educação de seus filhos." Para ler a história completa, acesse: http://www.guardian.co.uk/education/2011/dec/06/india-internationalschools

ministro das Finanças de trinidad e tobago, Winston Dookeran (à direita), em visita ao ministro das Finanças Pranab mukherjee, em Nova Delhi, 8 de dezembro.

ministro de DRH Kapil Sibal (à direita) com Farooq Wardak, ministro da Educação do Afeganistão, em Nova Delhi, 8 de dezembro.

uma avalanche de respostas. Shakespeare, o maior nome da literatura inglesa, está bem representado nos roteiros indianos. Além de uma longa história de desempenho e estudos na Índia (que datam do final do século 18, segundo o site Shakespeare Global), elementos típicos das obras de Shakespeare como o amor, lealdade, família, traição, gêmeos e questões de identidade são componentes da mistura (masala) facilmente adaptável ao cinema popular indiano. A geração dos heróis de Brontë, Jane Eyre e Wuthering Heights foi retratada pelo “rei da tragédia” Dilip Kumar. Os mistérios de Agatha Christie e a confusão cômica de Oscar Wilde em 'The Importance of Being Earnest' foi traduzido para o cinema Telugu, substituindo o idealizado Earnest pelo superstar Mahesh Babu.

Para ler a história completa, acesse: http://blogs.wsj.com/indiarealtime/2012/01/10/bollywood-journal-janeaustens-india- adventures/?mod=WSJ Blog

Henri Loyrette, Presidente do museu do Louvre, França, com a ministra da Habitação e Alívio da Pobreza Urbana e Cultura, Kum Selja em Nova Delhi, 2 de dezembro.


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Índia

Crise financeira é temporária, Índia vai retomar forte crescimento

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atual desaceleração da expansão econômica e industrial indiana é temporária e o país deve voltar a patamares de crescimento mais elevados em breve, pois está em melhor posição para resistir à crise econômica global, declarou o Ministro das Finanças Pranab Mukherjee, em 14 de dezembro. Em seu discurso inaugural na 'Conferência Internacional sobre as Políticas Econômicas para Economias Emergentes', realizada em Nova Delhi, o ministro indiano disse: "Acredito que a recessão atual será temporária e que nossa economia voltará a patamares de crescimento mais elevados em breve". O ministro Mukherjee acrescentou que importantes fluxos de saída de capitais levaram à recente volatilidade no valor da rupia. Ele ressaltou que, da mesma maneira que os ingressos excessivos de capital estrangeiro em conseqüência da crise econômica mundial levaram à forte valorização da rupia, a reversão desse movimento resultou numa forte desvalorização da moeda indiana. "Temos assistido à forte desvalorização

O Ministro indiano das Finanças, Pranab Mukherjee discursando na cerimônia de inauguração da Conferência Internacional sobre Políticas Econômicas para Economias Emergentes, em Nova Delhi, 14 de dezembro.

da rupia em relação ao dólar norte-americano nos últimos meses. A queda da procura externa levou à desaceleração das exportações nos últimos meses, ampliando o déficit em conta corrente

para 3% do PIB", disse ele. O ministro das Finanças afirmou que a economia indiana enfrentava problemas de inflação alta e um crescente déficit fiscal, mas a situação não era tão grave como na

Europa e em outras partes do mundo. "Também temos que enfrentar desafios fiscais, mas nossos problemas, se eles forem medidos em termos de dívida pública agregada ou de tamanho do déficit fiscal, não são tão grandes quanto os existentes em muitos países europeus", disse ele. "A economia indiana é, de certa forma, melhor colocado do que muitas outras nações para resistir a um novo período de turbulência econômica mundial. A solidez financeira da economia indiana deve-se a importância da demanda interna no PIB indiano," acrescentou Mukherjee. A expansão econômica indiana desacelerou muito neste ano. Em 2011-12, a taxa de crescimento caiu de 7,7% no primeiro trimestre para 6,9% no segundo trimestre, comparado a uma meta orçamental de cerca de 9%. "A taxa mensal de crescimento da produção industrial desabou em outubro. Em parte, isto resulta da situação econômica mundial, mas também de nossa própria luta contra a inflação que freou os investimentos das empresas indianas", disse o ministro das Finanças.

Centenário de Nova Delhi: passeio pelo Acampamento Kingsway

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á cem anos, a Índia — que na época era colônia do Império Britânico — gastou um milhão de libras esterlinas para realizar em 12 de dezembro um durbar (proclamação) de coroação do rei Jorge V, no acampamento Kingsway, situado na capital do Raj britânico. Esse dia marcou o início da transformação da antiga cidade de Delhi — a mítica Indraprashtha do Mahabharata — em uma capital moderna e cosmopolita. A nova cidade foi fundada em 15 de dezembro de 1911 — três dias depois do durbar da coroação de Jorge V. A capital recebeu o nome de Nova Delhi em 1927 e foi oficialmente inaugurada em 13 de fevereiro de 1931. Dois arquitetos britânicos, Edwin Lutyens e Herbert Baker, projetaram o plano piloto da cidade. Embora a comemoração dos 100 anos do durbar de coroação do rei Jorge V não fosse considerado um grande evento pelo governo indiano, o centenário da fundação de Nova Delhi tornou-se uma ocasião para muitas pessoas explorarem o passado colonial do país. “O governo da Índia acredita que a comemoração do durbar de Jorge V pode legitimar a dominação colonial na Índia”, comenta Sunil Raman, jornalista e ativista do patrimônio que escreveu um novo livro intitulado “Delhi Durbar — 1911: The Complete Story”. A maior mudança que trouxe a cerimônia de coroação do dia 12 de dezembro de 1911 para a cidade “foi o declínio da antiga cidade de Shahjahanabad”. “Delhi sempre foi uma capital, exceto no curto tempo em que a East India Company esteve sediada em Kolkata. Mas depois do durbar da coroação, a antiga cidade de Shahjahanabad foi praticamente abandonada. O regente britânico queria uma nova capital,” disse Raman. “O durbar da coroação — que foi realizado em um acampamento e que contou com a participação de 100.000 pessoas — foi o primeiro evento apresentado em filmes coloridos fora do Reino Unido,” disse Raman.

O pavilhão principal do acampamento Kingsway, erguido em 1911 para hospedar a realeza britânica no durbar da coroação.

Os soberanos britânicos, o Rei Jorge V e a Rainha Mary, realizam uma cerimônia especial no Forte Vermelho como parte do durbar da coroação de 1911.

Distribuído em uma área de mais de 30 hectares, o campo da coroação hospedou mais de 2.140 pessoas em 2.000 barracas, disse Raman. O rei e a rainha ocupavam um conjunto de duas fileiras de três tendas. O centro do acampamento era constituído pela grande tenda de recepção oficial, localizada abaixo da Torre Flagstaff, situada no Delhi Ridge. A cerimônia de coroação — um show de opulência e ostentação — provocou

Cidades de Delhi Lal Kot: fundada em 736 pela dinastia Tomar, em Lal Kot, perto do Qutub Minar, Mehrauli Qila Rai Pithora: os reis Chauhan de Ajmer conquistaram Lal Kot em 1180 e rebatizaram-na Qila Rai Pithora. Mehrauli: fundada por Qutubuddin Aibak no século 12 Siri: erguida por Alauddin Khilji em 1303 Tughlaqabad: erguida por Ghiyasuddin Tughlaq, 1321-1325 Jahanpanah: : fundada por Muhammad bin Tughlaq, 1325-1351 Ferozabad: construída por Firuz Shah Tughlaq, 1351-1388 Dinpanah: fundada por Humayun Shergarh: erguida por Sher Shah Suri Shahjahanabad: a cidade cercada por muralhas foi construída por Shah Jahan, 1638-1649 New Delhi: construída pelos britânicos para se tornar a Capital da Índia, em 12 de dezembro de 1911 reações diversas nas mídias britânicas e nacionalistas. “A imprensa nacionalista indiana e os jornais norte-americanos comentaram a escassez de alimentos e a fome existente na Índia. Mas o Times of

India e o Pioneer, de propriedade britânica, divulgaram todos os detalhes do evento,” disse Raman. A lista de requisição e despesas é incompreensível — como é a correspondência sigilosa entre os agentes políticos das províncias reais e o gabinete do vice-rei britânico. “O joalheiro oficial da Coroa britânica, Garrard & Co, foi solicitado para criar as novas coroas usadas na cerimônia indiana. Um novo diadema de um quilo, conhecido como a Coroa Imperial da Índia, foi realizado para o rei pelo valor de 60.000 libras esterlinas,” disse Raman. A jóia foi bancada pela receitas fiscais indianas dois anos depois. Para realizar a coroa da Rainha Mary, os joalheiros reais utilizaram o diamante Kohinoor de 103 quilates que tinha sido dado à rainha Victoria após as guerras Anglo-Sikh. “Ornamentada com 2.200 outros diamantes, a coroa da rainha foi criada de tal maneira que seus arcos podiam ser removidos e transformados em um diadema menos formal,” disse Raman. Um fio de telégrafo em cobre especial de 1530 quilômetros de comprimento foi instalado entre “Bombaim (agora Mumbai) e o escritório do Durbar em Delhi”. Houve confusão na hierarquia dos estados principescos e de seus soberanos que não foram reconhecidos por ordem de importância, observa o escritor e ativista Aggarwal Rohit. O sistema de purdah (costume pelo qual as mulheres reais e dos haréns evitavam a companhia de homens estranhos) tornou ainda mais complicada a realização dos convites para a coroação, disse ele. O iate real foi nomeado HMS Madina para lembrar o mundo árabe. Cem anos depois, as memórias do durbar da coroação permanecem um momento importante na história da capital que se prepara para usar toda sua influência e se tornar Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas.


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Índia

Telecomunicações, exemplo do sucesso indiano

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Primeiro Ministro indiano Dr. Manmohan Singh inaugurou em 7 de dezembro a sexta edição da feira de telecomunicações ‘Telecom India 2011’. O tema do evento realizado em Nova Delhi foi “mPowering India”. Ao inaugurar o evento, o Primeiro Ministro declarou que um forte setor de telecomunicações facilitaria o desenvolvimento econômico e promoveria também o bem-estar social.

Texto do discurso do Primeiro Ministro: “Antes de mais, gostaria de felicitar o Departamento de Telecomunicações e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI) pela organização da série de conferências India Telecom. Todas as edições anteriores da India Telecom revelaram-se extremamente proveitosas e produtivas, reunindo participantes do mundo inteiro que compartilharam suas experiências e debateram questões essenciais para o crescimento saudável do setor das telecomunicações em nosso país. Estou certo de que esta conferência será ainda mais produtiva do que as que a precederam. Não é possível deixar de enfatizar a importância de ter fluxos de informação eficiente numa economia em rápido desenvolvimento e modernização. Um forte setor das telecomunicações facilita o desenvolvimento econômico e promove, ao mesmo tempo, o bem-estar social. Estamos, portanto, satisfeitos em saber que o setor indiano das telecomunicações cresce com ritmo acelerado ao longo de mais de uma década. Somos hoje o mercado de telecomunicações que mais cresce no mundo, somando mais de 18 milhões de assinantes a cada mês. A penetração dos serviços de telefonia móvel aumentou cerca de 2% em 2000, atingindo 72,1% em agosto de 2011. Além disso, nossas tarifas de telecomunicações estão entre as mais baixas do mundo. Tudo isso foi possível graças à regulamentação que estimula a concorrência e a inovação das empresas do setor privado que atuam em nosso país. Manifesto minha grande satisfação por todos aqueles que contribuíram para esses resultados. Como todos sabem, a conectividade em banda larga é uma ferramenta

Primeiro Ministro, Dr. Manmohan Singh discursando na conferência ‘India Telecom 2011’ em Nova Delhi, 7 de dezembro

poderosa para impulsionar o desenvolvimento e promover a inclusão social, por meio de um acesso equitativo à informação e ao conhecimento. Estima-se que cada aumento de 10 pontos percentuais na penetração dos serviços de banda larga conduz a um aumento de 1,3% do produto interno bruto (PIB) de um país. Por isso, nosso governo luta para fornecer uma conectividade de banda larga para todos os panchayats (conselhos municipais) de nosso país. Uma vez que os requisitos de largura de banda dos panchayats se tornam mais elevados devido à natureza dos aplicativos utilizados, torna-se imperativa a utilização de fibra ótica para fornecer conectividade de banda larga. Para conseguir esse objetivo nos próximos dois anos, o governo aprovou recentemente a criação de uma Rede de Fibra Óptica Nacional (NOFN). O custo da fase inicial do projeto é estimado em cerca de US$ 4 bilhões. Há previsão de que o setor privado invista a mesma quantia para fornecer serviços de acesso à rede NOFN aos usuários individuais. O projeto deve gerar vários benefícios para os moradores das zonas rurais, tais como um melhor acesso à educação e

saúde e a prestação de serviços agrícolas. “O projeto de Regulamentação Nacional de Telecomunicações (NTP) prevê serviços de banda larga, acessíveis à demanda até 2015. Essa nova política estabeleceu uma meta de 175 milhões conexões de banda larga até 2017 e 600 milhões até 2020, com velocidade de download mínima de 2 megabits por segundo. O projeto também prevê acesso a serviços de alta qualidade e banda larga para todos os panchayats, por meio de fibra óptica até 2014 e, progressivamente, a todas as aldeias e habitações. O crescimento e o sucesso do setor indiano de telecomunicações têm sido impulsionados pelas iniciativas políticas tomadas pelo governo no passado. A NTP 1994 e a NTP 1999 foram duas importantes iniciativas políticas. Para ajudar o país a realizar plenamente seu potencial no setor das telecomunicações, o governo está trabalhando para a NTP 2011. Estou ciente das preocupações de algumas empresas de telecomunicações em relação às políticas do governo no setor. Gostaria de tranquilizar as empresas e deixar bem claro o total compromisso do governo de sustentar o crescimento e a criatividade das empresas neste setor de

Faleceu o herói romântico Dev Anand

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eterno herói romântico Dev Anand, que simbolizava o cavalheiro afável e urbano na tela, morreu após uma parada cardíaca no dia 3 de dezembro em Londres. Dev Saab, como era conhecido, tinha 88 anos. Ao longo de uma carreira de seis décadas como ator e cineasta, produziu alguns grandes clássicos do cinema indiano. Atuou, dirigiu e produziu filmes até o fim de sua vida. Sua última obra cinematográfica, Chargesheet, estreou em 2011, quando tinha 88 anos. Muito ativo e entusiasta, ele não parecia ter a idade que tinha. Dev Saab foi o parceiro de gerações de atrizes — de Nalini Jaywant até Zeenat Aman. O retrato dessa personalidade encantadora seria incompleto se não fosse mencionado seu legendário penteado, no estilo do astro de Hollywood, Gregory Peck. Ele dominou a era do cinema indiano em

preto e branco, atuando em filmes como Munimji, CID e Hum Dono e se tornou uma estrela dos filmes coloridos, produzindo grandes clássicos com Jewel Thief e Johny Mera Naam. Ele contribuiu aos lançamentos de alguns dos mais famosos astros de Bollywood, tais como Zeenat Aman e Munim Tina. Atuou no papel principal em mais de 110 filmes. A prolífica estrela também lançou uma autobiografia, intitulada “Romancing with Life” em setembro de 2007. Nascido em 26 de setembro de 1923 em Gurdaspur, sob o nome de Dharam Dev Anand Pishorimal, esse filho de um pai advogado se formou em literatura inglesa no Government College em Lahore (agora no Paquistão), antes de se mudar para a cidade dos sonhos, Mumbai, onde seu irmão mais velho, o falecido cineasta Chetan Anand, já tinha conseguido se

impor no mundo do cinema. Conseguiu um papel importante no filme Hum Ek Hain (1946) de Prabhat Talkies. Foi durante as filmagens do filme em Pune que Dev Anand encontrou Guru Dutt — e que nasceu uma amizade verdadeira. Dois anos mais tarde, o momento decisivo de sua carreira foi o papel principal no filme Ziddi, realizado por Ashok Kumar em 1948. Apesar das dúvidas em relação a sua reputação de bom ator, Dev Anand recebeu o prêmio Filmfare de melhor ator em Kala Pani (1958). Um gênio por si mesmo, Dev Anand virou produtor e lançou seu filme Navketan em 1949. Como um compromisso anterior, ele pediu a Guru Dutt para dirigir o primeiro filme policial Baazi (1951) — que fez com que Dev Anand se tornasse repentinamente uma estrela até seu último suspiro.

importância vital para nossa economia. Estou convencido de que o governo e as empresas têm em Kapil Sibal um líder que vai concretizar esse futuro. Peço a todas as empresas que antecipem e trabalhem para dar um novo impulso ao desenvolvimento e ao avanço das telecomunicações no país. A NTP 2011 dará particular ênfase à prestação de serviços de telecomunicações acessíveis e de qualidade em áreas rurais e isoladas. Estou certo de que essa nova política nos ajudará a conseguir nosso objetivo de crescimento rápido, cujos benefícios serão compartilhados por todos os cidadãos de nosso imenso país. Enquanto as redes de telecomunicações podem ser configuradas inicialmente com equipamentos importados, é motivo de preocupação que essa grande rede de telecomunicações, construída em nosso país, necessite importações constantes de equipamentos. Tendo em vista o potencial de crescimento de nosso país na fabricação de equipamentos de telecomunicações e nossos interesses estratégicos e de segurança, há necessidade urgente de impulsionar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e produção no setor de telecomunicações. Uma próspera indústria de fabricação de equipamentos de telecomunicações teria um impacto muito positivo na cadeia de valor dos produtos eletrônicos, além de gerar benefícios adicionais em termos de emprego. Espero que os debates desta conferência prestem atenção especial à forma de promover as atividades de pesquisa e desenvolvimento e de aumentar a capacidade de produção do setor de telecomunicações de nosso país. O setor de telecomunicações é um exemplo do sucesso na Índia. O governo tem o compromisso de procurar, por todos os meios, garantir mais sucessos no futuro deste setor essencial de nossa economia. Vamos trabalhar em estreita colaboração com todas as partes interessadas para desenvolver aquilo que já foi realizado. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para garantir a todos vocês que o governo vai continuar a formular políticas que incentivem um maior crescimento do setor das telecomunicações.”


6 NOTÍCIAS Indianas

NOTÍCIAS DA

Índia

Grandes oportunidades no setor petrolífero indiano

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Ministro do Petróleo, S. Jaipal Reddy, chefiou a delegação indiana que participou do 20° Congresso Mundial de Petróleo (WPC, na sigla em inglês) em Doha, Catar. Em seu discurso na Primeira Sessão Ministerial do WPC no dia 5 de dezembro, Jaipal Reddy apontou para as enormes oportunidades de investimento no setor petrolífero indiano. O ministro indiano apresentou as perspectivas das bacias sedimentares indianas, condições favoráveis para injetar tecnologia na cadeia de valor, expansão contínua da infra-estrutura de gasodutos e redes de distribuição de gás nas cidades indianas. São algumas das principais oportunidades que devem tornar a Índia um grande destino para os investimentos, comentou Reddy. O ministro acrescentou que o país tinha um sistema judicial independente e eficiente e um governo democrático estável. Várias empresas indianas dos setores público e privado, que se classificaram no ranking “Fortune 500” e que operam com alta tecnologia, oferecem grandes oportunidades para formar parcerias, enfatizou

Ministro do Petróleo e Gás Natural, Jaipal Reddy, inaugura o Pavilhão da Índia no 20° Congresso Mundial de Petróleo, em Doha, 5 de dezembro

ele. O ministro, porém, acrescentou que não houve progressos suficientes no setor dos hidrocarbonetos. “O setor de hidrocarbonetos oferece imensas oportunidades para investimentos e benefícios. Uma economia em desenvolvimento, um mercado de energia em rápido crescimento e políticas liberais favoráveis aos investidores fizeram com

que muitas empresas globais considerassem o potencial do país”, disse Reddy. Ao comentar o sucesso da nova política indiana de licenciamento, o ministro afirmou que o processo de adjudicação de blocos de exploração de petróleo e gás seria concluído em breve. Reddy acrescentou que mais de duas

Exportações aumentam 33,2% em abril-novembro

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s exportações indianas cresceram 33,2%, acumulando US$ 192,7 bilhões nos primeiros oito meses de 2011-12, enquanto as importações atingiram US$ 309,5 bilhões no mesmo período, levando a um déficit comercial de US$ 116,8 bilhões, anunciou o Secretário de Comércio, Rahul Khullar, em Nova Delhi, 7 de dezembro. Em novembro, as exportações totalizaram US$ 22,3 bilhões e as importações US$ 35,9 bilhões, resultando num déficit comercial de US$ 13,6 bilhões. Rahul Khullar afirmou que as exportações indianas registraram um taxa de crescimento saudável, apesar das turbulências na economia global. “O crescimento das exportações ainda é bom”, disse ele. O petróleo, os derivados do petróleo e os produtos de engenharia impulsionaram o crescimento das exportações. De abril a novembro, as exportações de petróleo e derivados petrolíferos subiram 62,3%, acu-

mulando US$ 39,5 bilhões enquanto os produtos de engenharia saltaram 22,3% para US$ 40,7 bilhões. Os outros setores que conseguiram bom desempenho incluem os tecidos de algodão que cresceram 13,7% para US$ 4,4 bilhões, artigos eletrônicos com crescimento de 17%

para US$ 5,85 bilhões e vestuário de prêtà-porter com aumento de 28% para US$ 8,4 bilhões. As exportações de produtos químicos básicos avançaram 34% para US$ 6,7 bilhões, medicamentos 21% para US$ 7,9 bilhões e pedras preciosas e jóias, 56,5% para US$ 30,1 bilhões. Petróleo, derivados do petróleo e lubrificantes, metais preciosos, produtos de engenharia e artigos eletrônicos impulsionaram as importações indianas nos primeiros oito meses deste exercício fiscal. As importações de petróleo, óleo e lubrificantes aumentaram 42,7%, atingindo US$ 94,1 bilhões de abril a novembro de 2011. As importações de ouro e prata atingiram US$ 41,4 bilhões, maquinarias US$ 22,8 bilhões, artigos eletrônicos US$ 22,3 bilhões, ferro e aço US$ 7,7 bilhões; fertilizantes US$ 6,6 bilhões; e carvão US$ 11,3 bilhões.

Antologia de Tagore indicada para o Book of the Year 2011

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ecomendada pela famosa filósofa e crítica norte-americana Martha Nussbaum, a nova antologia de traduções literárias e obras de arte de Rabindranath Tagore, intitulada The Essential Tagore, foi indicada para o prêmio Book of the Year 2011. O livro é um tributo ao vencedor do prêmio Nobel no 150° aniversário de seu nascimento. Coleção ambiciosa das diferentes obras de Tagore, o livro foi aclamado pelos críticos literários como o maior volume disponível de obras do poeta em inglês. A coletânea pretende reunir os avanços extraordinários de Tagore em 10 gêneros literários: poemas, canções, obras autobiográficas, cartas, diário de viagens, prosa, romances, contos, histórias humorísticas e peças teatrais. Além das mais recentes traduções em idiomas modernos, uma compilação de obras do poeta originalmente compostas em inglês, várias traduções de suas próprias obras, três poemas omitidos na versão publicada do Gitanjali em inglês e um conjunto exclusi-

vo de obras de arte foram incluídos no livro. Ex-professora da Universidade de Harvard, Martha Nussbaum publicou sua recomendação em The New Statesman:

“Proponho a esplêndida antologia The Essential Tagore (Harvard University Press, £29,95) para receber o prêmio Book of the Year. A obra, que foi editada por Fakrul Alam e Chakravarty Radha, contém uma seleção inigualável de poemas, peças de teatro, histórias, cartas e muito mais, com traduções excelentes e atualizadas.” As traduções foram feitas por escritores e críticos de renome internacional, incluindo Amit Chaudhuri, Amitav Ghosh e Sunetra Gupta. A edição sul-asiática de The Essential Tagore foi publicada por Visva-Bharati. “Comecei a trabalhar no livro em 2007, quando morava em Dhaka (Bangladesh). Meu co-editor, Fakrul Alam, e eu elaboramos juntos o projeto. Queríamos fazer algo para o aniversário de nascimento de Tagore,” disse Chakravarty. Chakravarty traduziu várias obras significativas de Tagore em inglês, incluindo Gora, Bali Chokher, Farewell Song e The Land of Cards: Stories, Poems and Plays for Children.

dezenas de empresas estrangeiras mantinham operações de exploração e produção no setor indiano de energia e petróleo (E&P). O ministro observou que era preciso muita energia para sustentar o crescimento econômico do país. “A Índia está expandindo sua capacidade de produção de gás natural liquefeito (GNL) e procura novas fontes de fornecimento de GNL a longo prazo. Nossas empresas também estão procurando oportunidades de investimento em plantas de GNL em nações produtoras. A Índia assinou assim acordos de longo prazo com o Catar. Estamos muito interessados por esse tipo de negócio”, disse o ministro. O ministro observou que as transações não-regulamentadas no mercado de balcão (OTC em inglês), as operações com deri-vativos e uma atividade especulativa desenfreada foram responsáveis pelo aumento sem precedentes dos preços em 2008. “Precisamos estabelecer limites de posições e regulamentar as atividades no mercado OTC. Esperamos essas mudanças em breve”, disse o ministro Reddy.

Identificação única para facilitar serviços de saúde

Nandan Nilekani

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Presidente da Autoridade de Identificação Única da Índia (UIDAI em inglês), Nandan Nilekani, declarou em 1° de dezembro que o sistema Aadhar (cadastro de identificação única de pessoa física) deve ajudar as pessoas a obter certidão de nascimento e receber serviços de saúde. Nilekani disse que o sistema de cédulas de identidade única (UID) deveria ajudar a resolver o problema da maioria dos indianos que não têm certidões de nascimento ou qualquer outra prova de identidade, devido a problemas de migração ou êxodo rural. “A UID vai abrir uma nova era no sistema de saúde do país”, disse Nilekani ao comentar o sistema Aadhar e seu papel na prestação de serviços universais de saúde, no primeiro dia da 8ª Cúpula de Saúde da Índia, organizada pela CII em Nova Delhi. Nilekani disse que com a capacidade da Internet de acumular e analisar grandes volumes de dados, esse cadastro poderia ser muito proveitoso tanto para o indivíduo quanto para os médicos. Nilekani disse que já foram registradas 125 milhões de pessoas no sistema UID e que esse número deve aumentar para 600 milhões nos próximos dois anos e meio. A UID deve também agilizar a prestação de serviços de saúde, tal como a imunização. Será possível monitorar o desenvolvimento das doenças infecciosas, o início de qualquer epidemia e o funcionamento das operadoras de saúde em tempo real.


NOTÍCIAS DA

TENDÊNCIAS Indianas 7

Índia

CresCimento em alta graças à teCnologia da informação

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o longo dos últimos anos, a tecnologia da informação indiana (TI) e os Serviços Habilitados pela Tecnologia da Informação (ITES) estão numa trajetória de crescimento constante. A indústria de TI tem desempenhado um papel fundamental e colocou a Índia no mapa mundial como uma grande economia baseada no conhecimento e como um importante centro de terceirização de serviços. O principal sub-segmento envolvido na terceirização de processo de negócios (BPO em inglês) está se reinventando e experimentando uma mudança de paradigma, passando de uma proposta de volume orientado para uma proposta de valor orientada, por meio da expansão do escopo de serviços e fornecimento de soluções avançadas nas áreas de análise de dados, terceirização de processo legal, etc. Na Índia, o número de usuários da internet ultrapassou a marca de 100 milhões em setembro de 2011, crescendo 13% comparado a 87 milhões no ano passado, de acordo com o último relatório da Associação Indiana de Celulares e Internet (IAMAI) coelaborado com a empresa de pesquisa IMRB. De acordo com o estudo, a população indiana que utiliza a internet deve atingir 121 milhões até dezembro de 2011. Além disso, a base de assinantes de banda larga do país ficou em 12,69 milhões em agosto de 2011, segundo dados divulgados pela Autoridade Reguladora de Telecomunicações da Índia (TRAI). Paisagem competitiva Depois dos computadores pessoais (PCs) e notebooks, os tablets estão crescendo rapidamente como um dos principais fornecedores, competindo para lançar dispositivos mais acessíveis no mercado indiano. O iPad2 foi lançado no segundo trimestre de 2011 na Índia, menos de 50 dias após o lançamento nos EUA, e Samsung representou 40% da participação no mercado indiano do tablet em 2011. No segmento do software empresarial, o gigante norte-americano Oracle é responsável pelo atendimento de cerca de 7.000

clientes provenientes do governo indiano e dos setores privados. Enquanto isso, empresas indianas de TI como Wipro, Infosys, TCS, HCL e Mahindra Satyam estão desenvolvendo tecnologias para explorar aplicações de computação em nuvem e soluções para diversos segmentos que vão desde serviços financeiros e bancários até fabricação. Principais desenvolvimentos e investimentos Entre abril de 2000 e agosto de 2011, o setor de software e hardware recebeu um investimento direto estrangeiro acumulado (IDE) de US$ 10,8 bilhões, de acordo com o Departamento de Promoção e Política Industrial (DIPP). Google, em parceria com a empresa de hospedagem web HostGator, anunciou que vai oferecer nomes livres de domínio da web para pequenas e médias empresas (SMBs) na Índia, a fim de impulsionar o uso da Internet na terceira maior economia da Ásia. A empresa manterá, sem quaisquer encargos, os sites durante um ano e no final do primeiro ano, os usuários deverão pagar uma taxa nominal se quiserem renovar seu nome de domínio. A Índia acolhe cerca de 8 milhões de pequenas e médias empresas, das quais cerca de 400.000 possuem um site e 100.000 têm presença ativa on-line, declarou Google. Portanto, o mercado apresenta um grande potencial de crescimento. Computação em nuvem - tecnologia emergente O modelo de computação em nuvem tem atraído a atenção de organizações de todos os tamanhos, visto que a tecnologia oferece menores custos operacionais, escalabilidade e mobilidade em todos os níveis. As

empresas indianas estão adotando cada vez mais a ‘nuvem híbrida’ (uma mistura de nuvem privada e pública) para tratar também questões de privacidade de dados. As empresas indianas e agências governamentais deverão receber uma enorme demanda para orientar a utilização de serviços de computação em nuvem. Já existem mais de 50 provedores de serviços de computação em nuvem no mercado indiano. Enquanto isso, os provedores indianos

de serviços de internet (ISPs) e os provedores de serviços de central de dados, incluindo Bharti Airtel, Sify, Trimax e NetMagic, investem em aplicações de investimento e de largura de banda para apoiar novas ofertas de serviços em nuvem. e-Commerce em alta Com o valor de US$10 bilhões, o mercado indiano de e-commerce vive uma expansão exponencial (cresceu 47% em 2011 até chegar ao tamanho atual) com a crescente penetração da Internet que faz com que os clientes comprem cada vez mais produtos online. Os investidores também estão apostando alto na indústria, pois investiram cerca de US$ 200 milhões em start-ups indianas de e-commerce nos último dois anos.

Como resultado de tal crescimento, evarejistas, que querem se concentrar em atividades básicas, devem terceirizar volumosas operações de back-end (atendimento ao cliente, processamento de pedidos, processamento de faturas, finanças e contas) para se tornarem uma substancial fonte de renda para BPOs. As marcas de varejo devem operar uma grande transformação no espaço on-line. IAMAI espera que a publicidade on-line aumente de 30% a 40% em 2011-12, graças ao aumento do uso da Internet pelos varejistas. iniciativas do governo O governo indiano tenta de todos os modos acelerar o crescimento do setor de TI & ITES no país. No ano passado, o ministério havia revelado sua intenção de lançar iniciativas de governança eletrônica e adotar uma lei de governança dos serviços eletrônicos moveis. Também foram destinados fundos suficientes para conectar vilarejos indianos e salas de aula em todo o país com centros de conhecimento em que o governo pretende oferecer conectividade de banda larga a todos os panchayats (autoridades municipais) em 2012. Além disso, o Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação revelou a intenção de atrair maiores investimentos para o setor de TI em cidades menores e fazer com que o setor de serviços de software cresça três vezes mais chegando a US$ 300 bilhões em 2020. O governo também quer aumentar as exportações de TI e passar dos atuais US$ 59 bilhões para US$ 200 bilhões até 2020. As projeções e áreas de foco foram estabelecidas num projeto de política nacional que também afirmou que o governo vai apoiar a inovação, investigação e desenvolvimento (P&D) de tecnologias avançadas e de desenvolvimento de aplicações em áreas como computação em nuvem, serviços de valor agregado de celulares e mídia social. A política visa empregar mais de 10 milhões de pessoas qualificadas no setor de TIC que conta atualmente com uma mãode-obra de 2,5 milhões de profissionais. rumo a seguir O mercado indiano de produtos e serviços de TI deve crescer e passar de US$ 19,7 bilhões em 2010 para US$ 41,2 bilhões em 2015, de acordo com o Relatório Indiano de Tecnologia da Informação para o terceiro trimestre de 2011 pela Business Monitor International (BMI). BMI estima que o mercado indiano de serviços de TI vai crescer ainda mais com um volume estimado em US$ 16,9 bilhões em 2015, ultrapassando US$ 7,5 bilhões em 2011. O relatório prevê uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 18% para o mercado de software indiano no período de 2011 a 2015. (Cortesia: India Brand Equity Foundation)


8 Viagem & TURISMO

NOTÍCIAS DA

Índia

Caxemira recebe 600.000 visitantes....alados!

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reserva ornitológica de Hokarsar — principal zona de pantanal em Srinagar, a capital de verão do estado de Jammu e Caxemira, está no auge de sua beleza nos dias de hoje — quando recebe mais de 600.000 aves migratórias, cujo número aumenta a cada dia que passa. Todos os anos, milhares de aves migratórias deixam suas casas de verão na Sibéria, Filipinas, Europa Oriental, China e Japão, e voam instintivamente milhares de quilômetros, durante longas e árduas jornadas, até alcançar suas casas de inverno no vale da Caxemira. Mais de 600.000 aves migratórias, incluindo o ganso-bravo, pato-real, pato frisada, marreco, zarro-comum, piadeira, narceja-comum, marrecacolhereira, e galeirões chegam a esta reserva ornitológica. “Temos cerca de 4.000 a 5.000 gansosbravos na reserva neste período e mais vão chegar a cada dia,” disse Rouf Zargar da Wildlife Warden Wetlands, acrescentando que o departamento tinha formado uma brigada especial anti-caça para controlar a caça ilegal das aves fora do reserva. A caça das aves é proibida no estado de Jammu e Caxemira desde 2001. “Confiscamos muitas armas de caçadores que foram processados pelo delito perante um tribunal. A proteção das aves tem de ser um esforço comum e

temos que entender que nossa sobrevivência está diretamente ligada ao bemestar dos animais selvagens e das aves que nos rodeiam,” afirmou o diretor. Algumas espécies de aves migratórias como o caimão-comum começaram a viver de modo permanente na reserva. “Temos cerca de 50.000 aves da espécie caimão-comum na reserva neste momento. Elas põem ovos e estão se reproduzindo,” disse Muhammad Ramzan, engenheiro florestal na reserva. “No início, eram de natureza migratória, mas nos últimos seis anos, mudaram seus hábitos e agora permanecem aqui.” Ramzan também viu dezenas de corvos-marinhos. “Os corvos-marinhos são basicamente pássaros de passagem. Eles vivem aqui durante um curto período de tempo, após a chegada. Em breve, vão partir em direção às planícies indianas onde passam os meses de inverno. Eles voltarão a passar uma parte do tempo nesta reserva na primavera, antes de voltar para suas casas de verão,” disse Ramzan. Exibindo sua plumagem mutlicolorida, os pássaros voam em padrões sistemáticos, criando um espetáculo fascinante no céu da reserva. “Também hospedamos o pato-ferrugíneo na reserva. A ave migratória é conhecida por sua capacidade de voar nas alturas,” disse o diretor. “Todas as aves migratórias deixam a

reserva à noite para se alimentar no lago Wullar e em outras fontes de água, mas com precisão aritmética, retornam no período da manhã para passar o dia em segurança na reserva.” Os pássaros se alimentam de castanhas de água e pasto selvagem, mas quando as fontes de água ficam congeladas durante o inverno rigoroso, o departamento da vida selvagem distribui refeições especiais de arroz às aves. A fim de manter o equilíbrio ecológico dentro da reserva, o departamento da vida selvagem tem trabalhado muito para manter o equilíbrio de água e pasto. “Temos de manter um equilíbrio de 6040% entre a água e o pasto dentro da reserva. Se houver crescimento excessivo de pasto, temo que cortá-lo. Os pássaros precisam de água para banho, alimentação e acasalamento e põem seus ovos

no pasto da reserva,” disse o diretor. “Nos últimos anos, tem sido estimulante constatar que alguns patos selvagens que chegaram mais cedo durante os meses de inverno para fugir dos invernos rigorosos de suas casas de verão, também permanecem aqui para se reproduzir dentro da reserva,” disse o diretor. Muitas áreas residenciais têm surgido em torno da reserva localizada a apenas 14 km do centro da cidade de Lal Chowk, entre Srinagar e Muzaffarabad. “Isso é um perigo potencial para o delicado ecosistema da reserva. Embora os limites da reserva sejam bem delimitados, a proximidade destas habitações, a poluição sonora e a interferência humana são preocupações inevitáveis,” declarou o diretor.

Declaração de Exoneração de Responsabilidade: Noticias da Índia reúne conteúdos de fontes diversas e as visões expressas em entrevistas e artigos publicados não representam necessariamente as visões da Embaixada ou do Governo da Índia. Impresso e publicado pela Embaixada da Índia, SHIS QL 08, Conj. 08, Casa 01, Lago Sul, Brasília-DF 71620-285, Brasil Tel: 55-61-3248 4006 Fax: 55-61-3248 5486 E-mail: indemb@indianembassy.org.br Website: www.indianembassy.org.br


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