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India Vol. 6 Edição 8
Construir um futuro melhor
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Uma publicação da Embaixada da Índia, Brasília
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s chefes de estado de vários países, que participaram na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) organizada no Rio de Janeiro, Brasil, de 20 a 22 de Junho, renovaram o seu compromisso político para com o desenvolvimento sustentável e acordaram em estabelecer um conjunto de objetivos de desenvolvimento sustentável (SDGs) e um fórum de alto nível político sobre o desenvolvimento sustentável. O documento intitulado “O Futuro Que Nós Queremos”, que resultou da conferência Rio+20, requer uma vasta gama de ações, tais como especificar como é que a economia verde pode ser usada como uma ferramenta para atingir o desenvolvimento sustentável; dar passos para ir além do produto interno bruto para avaliar o bem-estar de um país; fortalecer o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); desenvolver uma
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precisam de ser atacados agora.
O que é a Rio+20? A Rio+20 é a abreviatura da Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável organizada no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de Junho, vinte anos depois do marco histórico que foi a Cimeira da Terra em 1992 na mesma cidade.
Tema Os debates oficiais focaram-se em dois temas principais – como construir uma economia verde de maneira a alcançar o desenvolvimento sustentável e retirar as pessoas da pobreza; e como melhorar a coordenação internacional para o desenvolvimento sustentável.
Porque precisamos da Rio+20? De acordo com as Nações Unidas, se queremos deixar aos nossos filhos e netos um mundo onde seja possível viver, os desafios da pobreza altamente disseminada e da destruição ambiental
Sustentabilidade A sustentabilidade obriga a um nível de vida decente para todos sem comprometer as necessidades das gerações futuras ao mesmo tempo que se protege o ambiente.
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s líderes das nações do G-20 prometeram apoiar o crescimento económico fortalecendo a procura e restabelecendo a confiança dos investidores e comprometeram-se a retirar as barreiras ao comércio transfronteiriço. “Estamos empenhados em adotar todas as medidas necessárias para fortalecer a procura, apoiar o crescimento global e restaurar a confiança”, disseram os líderes do G-20 numa declaração lançada no final da cimeira de dois dias em Los Cabos, no México, a 19 de Junho. A declaração endossada pelos líderes, incluindo o Primeiro-ministro indiano Dr. Manmohan Singh, o Presidente norte-amer-
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A “Rainha das Montanhas” vai ser recuperada
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#"# estratégia para o financiamento do desenvolvimento sustentável; promover medidas de relato de sustentabilidade corporativa; e adotar uma suporte para cuidar do consumo e da produção sustentáveis. “Consideramos a economia verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, como uma das ferramentas mais importantes, disponível para atingir o desenvolvimento sustentável e que pode fornecer opções para a formulação de políticas mas não deverá ser um conjunto rígido de regras. Sublinhamos que deve contribuir para erradicar a pobreza assim como para o crescimento económico sustentável, melhoramento do bem-estar das pessoas e criação de oportunidades de emprego e boas condições de trabalho para todos”, estava observado no documento final. Através do resultado do documento, os chefes de estado e outros participantes da Conferência reconheceram a necessidade de integrar melhor o desenvolvimento sustentável a todos os níveis, integrando aspetos económicos, sociais e ambientais e reconhecer as suas interligações, de maneira a alcançar o desenvolvimento sustentável em todas as dimensões”. Ao falar na sessão plenária da Cimeira do Desenvolvimento Sustentável, o Primeiro-ministro, Dr. Manmohan Singh, enfatizou que o desenvolvimento económico, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental eram três componentes, igualmente críticas, do desenvolvimento sustentável. Continuação na página 2
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icano Barack Obama, a Chanceler alemã Angela Merkel, o Primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e o Presidente russo Vladimir Putin, prometeu todo o apoio possível para a recuperação da economia global. “O crescimento forte, sustentável e equilibrado continua a ser a prioridade do G-20, pois conduz à rápida criação de postos de trabalho e aumenta o bem-estar das pessoas por todo o mundo”, dizia o documento. “Estamos seriamente comprometidos com o comércio livre e com o investimento, com a expansão dos mercados e com a resistência ao protecionismo em todas as suas formas, sendo estas condições necessárias para a recuperação da econo-
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mia global sustentável, empregos e desenvolvimento”, dizia o documento. “Sublinhamos a importância de sistema de comércio aberto, previsível, com regras,
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transparente e multilateral e estamos empenhados em assegurar a centralidade da Organização Mundial do Comércio (OMC) ”, acrescentou.
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18 de junho a Índia, Brasil, Rússia, China e África do Sul exploraram mecanismos como os acordos de Swap e um fundo de reserva para proteger as suas moedas contra riscos externos. Os mecanismos foram discutidos durante um encontro informal, organizado pelo Primeiro-ministro, Dr. Manmohan Singh, entre os líderes dos países BRIC à margem da Cimeira do G-20 em Los Cabos, no México. “Eles (os líderes do G-20) acordaram em pedir aos seus ministros das finanças e governadores dos bancos centrais para trabalhar nesta questão importante, de uma forma compatível com os quadros jurídicos internos, e informar os líderes na Cimeira dos BRICS em 2013.” Nos acordos Swap, um país com uma
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O texto seguinte são excertos editados do discurso do Primeiro-ministro Dr. M a n m o h a n S i n g h n o P l e n ár i o d a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável a 21 de junho Deixem começar por dar os parabéns à Presidente Dilma Rousseff por organizar esta conferência e a sua capacidade de gestão excelente nas negociações. Nós agradecemos ao povo brasileiro pela sua hospitalidade e os preparativos extraordinários que foram feitos para esta conferência. O Brasil, como a
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moeda mais fraca procura proteger-se do risco da taxa de juro trocando-a por outra moeda na esperança que a transação se resolva quando a situação melhorar. Para além do Primeiro-ministro Singh, o encontro contou a presença da Presidente brasileira, Dilma Rousseff, do Presidente russo, Vladimir Putin, do Primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e do Presidente sul-africano, Jacob Zuma. Os líderes discutiram, em primeiro lugar, a atual crise financeira global. Disseram que os problemas na Zona Euro ameaçam a estabilidade económica por todo o mundo, e reclamaram soluções cooperativas. Neste contexto, concordaram em aumentar as suas contribuições para as instituições financeiras globais como o Fundo Monetário Internacional. Mais tarde, a Índia anunciou os $10 mil milhões para a instituição.
& ! ! "#! Continuação da página 1 “A tarefa que temos pela frente é a de dar forma prática e conteúdo a esta arquitetura de uma maneira que permita a cada país desenvolver-se de acordo com prioridades e circunstâncias nacionais”, disse ele. Ao dizer que os padrões atuais de consumo no mundo industrializado são insustentáveis, o Primeiro-ministro enfatizou a necessidade de encontrar novos caminhos para uma vida sustentável. “Ao nível global, a nossa abordagem ao problema deve ser guiada pela partilha equitativa dos encargos. É por esta razão que a primeira Cimeira do Rio consagrou o princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas. Estou feliz por termos reafirmado este princípio assim como o princípio da equidade durante esta Cimeira”, disse.
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Índia, é uma confluência de culturas e de pessoas. Sinto-me honrado por estar entre vocês. Reunimo-nos numa altura de séria crise económica e agitação política no mundo. A Cimeiro Rio+20 sobre o Desenvolvimento Sustentável é oportuna porque foca as nossas ideias no “futuro
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Índia prometeu $10 mil milhões ao Fundo Monetário Europeu para ajudar os países da Zona Euro a saírem da atual crise e evitar consequências adversas sobre as economias emergentes. “O Fundo Monetário Internacional tem um papel crítico de apoio a desempenhar na estabilização da Zona Euro. Todos os membros devem ajudar o fundo a desempenhar esse papel”, disse o primeiro-ministro à Cimeira do G-20 em Los Cabos, no México, a 18 de junho. “Estou muito feliz por anunciar que a Índia decidiu contribuir com $10 mil milhões para a rede de proteção de $430 mil milhões”, disse apelando aos países com excedentes como a China para fazerem contribuições semelhantes. Disse que a crise na Zona Euro permanecia preocupante, pois está a derrubar até economias emergentes como a Índia e a China, que estavam anteriormente no caminho do crescimento elevado. “Isto pede ação política em várias frentes. No presente, a maior preocupação é a incerteza que afeta a Zona Euro. A crise da dívida soberana e a crise bancária agora no horizonte têm implicações graves na saúde de toda a economia global”. O primeiro-ministro deu ênfase ao investimento em infraestruturas como tinha feito nas Cimeiras do G-20, dizen-
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que queremos” e como consegui-lo. Por muito difícil que possa parecer, temos de usar a imaginação para equilibrar os custos que incorremos no presente com os benefícios que advirão para as gerações futuras. O desenvolvimento económico, a inclusão social e a sustentabilidade ambi-
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ito dos maiores bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs) anunciaram a 20 de junho que irão investir $175 mil milhões para financiar mais sistemas de transporte sustentável durante a próxima década. A rápida motorização está a criar mais congestão, poluição do ar, acidentes rodoviários e emissões de gases com efeito de estufa – especialmente nos países em desenvolvimento, disse o presi-
dente do Banco de Desenvolvimento Asiático, Haruhiko Kuroda. Os países em desenvolvimento têm a oportunidade de avançar para um futuro mais verde, com menos motorização, viagens mais curtas e sistemas de transporte mais eficientes energeticamente. A promessa do ADB, do Banco Mundial e outros seis MDBs foi feita no início da Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), informou Xinhua.
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do que economias menos desenvolvidas e emergentes também enfrentavam sérios problemas por causa da crise global. “O investimento em infraestruturas em países desenvolvidos assume uma importância especial neste contexto. Estabelece as bases para o crescimento rápido a longo prazo, enquanto proporciona um estímulo imediato para as suas economias e também para a economia global, fornecendo uma fonte de procura robusta”. Mas mais investimento em infraestruturas no mundo em desenvolvimento só é possível se eles conseguirem acesso a capital a longo prazo, disse, acrescentando: “Bancos de desenvolvimento multilateral podem desempenhar um papel principal neste contexto”. Disse que na Índia há esforços em curso para embelezar infraestruturas com investimentos massivos e objetivos ambiciosos. O primeiro-ministro disse que enquanto o desempenho da economia indiana, agora a crescer 6,9 por cento contra os 8,4 por cento em 2010-11, possa parecer bom para o mundo exterior, não foi suficiente e os cidadãos esperavam mais. “Contudo os fundamentos da economia Indiana continuam fortes e estamos confiantes que o elevado ritmo de crescimento irá voltar aos 8-9 por cento ao ano”, disse ele.
ental são igualmente críticos como componentes do desenvolvimento sustentável. A tarefa que temos pela frente é dar forma e conteúdo a esta arquitetura de maneira a que cada país se possa desenvolver de acordo com as suas prioridades e circunstâncias nacionais. Para os países em desenvolvimento, o crescimento incluído e um aumento rápido nos níveis de rendimento per capita são imperativos do desenvolvimento. A Cimeira Rio de 1992 reconheceu corretamente que a erradicação da pobreza deve-se manter uma prioridade primordial para os países em desenvolvimento. Aqueles que vivem ao nível de subsistência não podem arcar com custos de ajustamento e as suas considerações acerca do sustento são importantes para determinar como são usados os raros recursos naturais como a terra, água e florestas. O desenvolvimento sustentável também manda a utilização eficiente dos recursos naturais disponíveis. Temos que ser muito mais frugais na forma como utilizamos os recursos naturais. Uma área-chave de foco é a energia. Um dos desafios-chave que requer ação global urgente é a diminuição preocupante da biodiversidade por todo o nosso planeta. A Décima Primeira Conferência de Partidos na Convenção sobre a Biodiversidade está a ser organizada pela Índia em Outubro deste ano em Hyderabad. É com antecipação que esperamos trabalhar com a comunidade global para tornar a cimeira num sucesso. Vamos trabalhar juntos para obter o futuro que todos desejamos.
NOTÍCIAS DA
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uando decidi ir à Índia, na imaginação, visualizei uma imensidão de país. Muita gente por todos os lugares. Carros, buzinas. Eu me vi admirando os seus monumentos e, diante deles, arregalando os olhos pela grandeza e beleza do visual diante de mim. Cheguei a imaginar a minha própria figura, a deambular por ruas incertas. Meus olhos, de ocidental, olhavam os dos meus irmãos asiáticos, largos, negros, vivos e firmes. Eles, que olhavam os meus, o que sentiam? Eles, que nem podiam imaginar de que parte do mundo eu viria. Um mistério. Aquela que me olha, de onde é? E quando ouviam Brasil, aqueles olhos negros, lindos, sorriam e esbugalhavam. Brasil! Futebol! Senna! Sorrisos largos se abriam. Senti-me uma, através desses ídolos. Estes, que deixaram de ser nossos porque já alcançaram inteireza por sua glória. E quem alcança inteireza, torna-se de domínio público, sem medida, nem fronteira. Sem limites. Sem fim. Ali, andei pelas ruas com a sensação de que os que também passavam não pertenciam ao século XXI. Para mim, pareceram impregnados de milênios, transportando ancestrais em suas entranhas através dos parques, templos e mesquitas. Aqueles, entre os quais eu me punha, mantinham um diálogo estreito com o início dos tempos, a origem de tudo e, a partir daí, me transpus a uma época que não era mais a minha e, com eles, me joguei ao infinito. Mulheres em sarees, cabelos longos negros e lisos, presos por baixo do véu. Rostos, ora firmes e rijos, ora mal tratados e francos. Ora lindos. Belíssimos. Homens com os seus turbantes, bigodes proeminentes. Cabeleiras espessas. Elas revestidas de adereços e de um colorido só delas. Narizes com piercings, ou sem eles. Os mesmos contornos dos imperadores de sua história rica e milenar. Senti-me entre fantasmas e matéria. Música e dor. Sonhos e realidade. Quando decidi ir à Índia, em minha imaginação, construí um país sem muitas diferenças do meu próprio país. Sabia sim que havia discrepâncias sociais gritantes e era assim que, em uma escala menor, ao Brasil se assemelhava. Ao admirar o Taj Mahal, apesar de ser baseado em uma história linda de amor de um homem por uma mulher, sabia também, que, em seus bastidores comportava uma histórica trágica que pode ser comparada com as discrepâncias das riquezas e pobrezas – mesmo que de almas – não apenas daquele lugar tão belo e misterioso. Mas que ele mesmo se passa por um modelo das desigualdades existentes em nossos próprios lares, ruas, bairros, cidades, e países. E por que não dizer, dentro de nós mesmos? E quem se põe fora disso? Fora dos contrastes e visões equivocadas que permitem a ilusão tomar conta, ao ponto de mascarar o real e tangível. Por isso tudo, “Estar na Índia por alguns dias já pode ser considerado um presente raro: visitar seus monumentos, provar a comida condimentada, sentir seus cheiros e o prazer ao contemplar uma cultura milenar, cheia de rebuscados, além de conviver com um povo amável e admirador de nós, brasileiros. Uma experiência mais que louvável! Contudo, estar na Índia para visitar a si próprio e se deparar com algo que por vezes evitamos, a essência humana, foi algo singular, um deleite! I am in silence descreve, em poucas palavras, as sensações deflagradas no contato da autora consiga mesma, durante o silêncio pelo qual teve de passar no Ashram de
Por que uma carta? Achei que aqueles que não foram comigo à Índia mereciam saber o que lá me ocorreu. Daí quis lhes passar uma mensagem de forma simples, até coloquial. Para que pudesse alcançar este fim, decidi lhes escrever uma carta porque, sendo uma carta, eu me poria mais próxima a eles; bem juntinho, até mesmo para que o meu coração não tivesse dúvida de se abrir por inteiro. Afinal, na era da tecnologia, receber uma carta é tão raro quanto nos levantarmos do sofá para desligarmos a televisão! Bangalore, sul da Índia, durante o curso Parte II – A Arte do Silêncio -, da Fundação Arte de Viver.” Este livro, como diz o pequeno texto acima, retirado da contracapa, foi escrito sob a influência das sensações adquiridas em um país sobre o qual – mesmo que se escreva uma obra de centenas de volumes – fica impossível relatar não apenas o que se vê de concreto , mas, e verdadeiramente, o que se é experimentado pela alma. Retornei da Índia com a impressão de que ainda estava lá e me mantive assim por um certo tempo. Agora, depois de alguns meses, neste exato momento em que escrevo, tenho a certeza de que seus mistérios e enigmas se armazenaram em algum lugar em mim. A partir da semente lançada, achei necessário ser criado algo para que germinasse e desenvolvesse. Foi aí que nasceu a ideia de escrever o livro em forma de carta, endereçado a todos que não estavam comigo, mas que deveriam saber o que foi por mim vivenciado. Pensei em um relato simples, afetuoso e amável. Assim. Assim mesmo para que todos chegassem a alcançar e até se fundir aos meus próprios sentimentos. Eu, verdadeiramente, senti a necessidade de não estar só. De não calar. Mas sim de participar do bem que a
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experiência me trouxe. Uso as palavras do prefaciador, Ricardo Japiassu: “Há uma busca que compartilha, o que torna esta singela cartilha de amor inteligente e disponível.” A viagem aconteceu em fevereiro de 2012. Surgiu a oportunidade e abracei-a totalmente. Um dos grandes presentes foi ter conhecido um grupo de pessoas de várias partes do Brasil: “Ter conhecido essas pessoas foi um deleite e vem significando uma resposta dos céus de que os caminhos que venho trilhando na vida são os caminhos verdadeiramente corretos.” (pag. 77). Procurei ser concisa, clara e direta. A obra tem 95 páginas, com algumas ilustrações, tamanho 15x10. Um livro de bolso. O lançamento está previsto para final de julho, em Recife. O evento será enriquecido por uma exposição de fotografias tiradas pelo grupo de brasileiros que fizeram parte dessa história e que se uniram por afinidades e simpatias naquele país. “Termino a carta após o meu retorno ao Brasil. Porém, e não poderia ser de outra maneira, a sensação é de que o processo continua, não importando o lugar onde esteja. Vocês sabem muito bem disso. A Índia, claro, por seus encantos e contrastes, foi o lugar ideal, e ficar por uma semana no Ashram, que é um mundo dentro de outro mundo, veio a desencadear sensações fenomenais sobre as quais lhes falei em parte. Sinto-me renovada e por isso dona de um novo olhar fora e dentro de mim. A chama continua acesa e, a partir dela, seguirei por um caminho que não tem mais retorno. Quem optou por passar por essa experiência já havia, conscientemente ou não, iniciado a caminhada. E quando olho para trás, vem a certeza de que tudo o que vivenciei, cada encontro e desencontro e os reencontros foram, em verdade, aquilo de que em meu íntimo estava à procura e, por isso, só eu teria que tê-los vivido. Dentro do meu coração só há sentimentos de prazer e muita alegria pela certeza de ter descoberto que a quietude verdadeira está enraizada em nosso mais profundo ser. E quando nos damos conta desse lugar e nos fundimos a ele, é aí, nesse momento, que podemos sentir a paz genuína.” (págs. 79/80). Esperamos vê-los em breve!! — Beatriz Brenner
(Beatriz Brenner entende que escrever é estabelecer um encontro consigo mesma. Ela se formou em arquitetura, mas não exerce a profissão que escolheu. No entanto, se deu conta de que, escrever, não deixa de significar a elaboração de um projeto, levando em consideração as suas etapas, riscos, prazeres e até horrores. Visualizar o tema, o ambiente, a ambientação, a cena, o cenário, os diálogos entre si e depois passar para o papel, alterando aqui e ali um detalhe, é verdadeiramente compor a história de um tempo, de uma época, assim tal registra e deixa para vida o arquiteto. Os personagens ali, naquele espaço, irão exercer a dinâmica das relações humanas. Abrigados num lugar idealizado para atender às suas necessidades e desejos. Vivenciarem dores, prazeres e mistérios. I am in Silence é o segundo livro solo. Beatriz aproveita a oportunidade para registrar a sua admiração e carinho pelo escritor pernambucano Raimundo Carrero que despertou nela a consciência da arte de escrever.
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ma organização de microfinança indiana com base em Karnataka venceu dois Prémios Ashden, conhecidos como os Óscares Verdes por ajudarem pessoas pobres a investir em projetos de energia renovável. O Projeto de Desenvolvimento Rural Shri Kshethra Dharmasthala (PDRSKD) foi escolhido para o Prémio Internacional de Inovação Financeira e para o Prémio de Ouro geral deste ano. O júri dos Ashden disse: “O PDRSKD é um exemplo fantástico de como a microfinança gerida eticamente pode fornecer energia aos pobres, demonstrando que conceder empréstimos aos consumidores para energia faz sentido a nível social, ambiental e económico.” “Ficámos espantados com a dimensão que o PDRKD alcançou até agora, a par com a responsabilidade que é fazer empréstimos aos pobres, estimulando os utilizadores a fazer empréstimos eficazes”. Veerendra Heggade, Presidente do PDRSKD, recebeu os prémios e a recompensa em dinheiro de 40 000 libras do Dr Kandeh Yumkella, Diretor Geral da Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas num evento pomposo organizado na Real Sociedade Geográfica em Londres a 31 de maio. “Este prémio vai redefinir o alcance do microcrédito… O nosso esforço é para convencer as pessoas a poupar energia e escolherem fontes alt ernativas de energia. A organização também apoia a construção de casas de banho para os povos rurais em Karnataka”.
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rtesãs e artesões muçulmanos marginalizados em Uttar Pradesh, Bihar e Nova Deli estão a fazer uma ligação internacional com o seu trabalho, graças a dois projetos da Associação de Mulheres a Trabalhar por Conta Própria (SEWA), um dos mais antigos ofícios do país e organizações para a promoção das mulheres. Um dos projetos da SEWA, ‘Ruaab: Companhia de Artesãos Produtores SEWA’, está a promover perto de 1500 mulheres muçulmanas na franja ocidental de Nova Deli, com trabalhos a tempo inteiro como bordadeiras e designers para marcas internacionais como a Zara, Gap IncBanana Republic, Monsoon, NEXT, Newlook e Vero Moda. As mulheres trabalham nos centros SEWA e a partir de suas casas. A designer da SEWA, Pallavi Yadav Yadav, diz que “os centros SEWA em Deli ocidental, dominados por muçulmanos, têm mais de 350 trabalhadores muçulmanos habituais e mais de 700 trabalhadores a partir de casa.” A maior parte destes trabalhadores são migrantes de Uttar Pradesh e Madhya Pradesh que vêm à procura de melhores condições de vida. As mulheres aprenderam o bordado tradicional ‘Ari’ nas aldeias de origem em distritos como Barielly e Bulandsahar.
NOTÍCIAS DA
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om a perspectiva de dispensar fundos a países estrangeiros com mais transparência e rapidez, Ministro dos Negócios Estrangeiros, S.M. Krishna, iniciou um conjunto de passos, incluindo a criação de uma agência de ajuda central. “Acreditamos em fornecer transparência total em todas as nossas operações. É um facto que nos últimos 4-5 anos a Índia emergiu como um dos maiores dadores entre os países em desenvolvimento a países mais pequenos e menos desenvolvidos”, disse Krishna. “Realizámos um sistema que garante a transparência e que não será apanhado em falta”, respondeu quando questionado acerca dos alegados desvios de fundos e atrasos na entrega da ajuda. As autoridades em Bangladesh, por exemplo, têm-se queixado muitas vezes que a implementação de projetos abaixo da linha de crédito dos $10 mil milhões fornecidos pela Índia há mais de dois anos tem sido lenta. Mas a Índia manteve que a natureza e magnitude desses projetos levam tempo. “Até agora, o nosso orçamento de ajuda tem sido pequeno. Contudo, tem estado a crescer há já algum tempo. O Primeiroministro, Dr. Manmohan Singh, anunciou $5 mil milhões para África na segunda Cimeira Fórum Índia-África em Addis Abeba no ano passado”, disse ele. Por entre o alcance diplomático agressivo da China no mundo em desenvolvimento, a Índia aumentou a ajuda e os empréstimos bonificados, para mais de $11 mil milhões, a países em desenvolvimento como parte da sua estratégia a longo prazo para impulsionar os interesses estratégicos indianos através de diplomacia económica e projeção de poder suave.
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A ajuda externa, à qual a Índia gosta de chamar assistência ao desenvolvimento, inclui $7,5 mil milhões para África, $2 mil milhões para o Afeganistão, $1 mil milhões para o Mianmar e ajuda substancial a países vizinhos como o Nepal, o Butão, o Sri Lanka e as Maldivas. “Uma das nossas prioridades principais é fornecer um quadro estrutural para a distribuição de ajuda. Toda a ajuda está agora a ser canalizada através da Administração de Desenvolvimento de Parcerias (ADP),” disse Krishna. A ADP foi criada em janeiro numa aposta para melhorar o poder suave e diplomacia económica da Índia através da entrega da ajuda mais rápida. Krishna disse que a força da ADP vai duplicar durante os próximos seis meses à
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Os bordados ‘Ari’ são uma variação do trabalho Kashmiri, uma técnica de bordado intrincado, diz Yadav.
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vista da necessidade de acelerar os compromissos feitos pela Índia a vários países. Atualmente a ADP abrange cerca de 20 oficiais que também incluem profissionais de outros países e junto debaixo do mesmo teto todos os aspetos relacionados com a implementação do projeto, desde a monotorização da implementação até à auditoria da avaliação de impacto. Sublinhando a necessidade de honradez, Krishna também salientou que quer manter as atividades e operações do ministério a descoberto. “É por isso que, em todos os projetos relacionados com o ministério, temos um sistema de amadurecimento para que consigamos o melhor prestador de serviços para um projeto em particular. Estes contratos não são feitos através de nomeação”, disse. está a promover pelo menos 90 famílias muçulmanas com as mulheres a liderarem o comércio, informou um porta-voz da organização. As suas criações, na sua maioria saris, estão a encontram plataformas globais através de missões estrangeiras como as embaixadas Alemã, Americana e Canadiana na Índia, a Comissão Handloom do governo, a Silk Mark e organizações privadas como KPMG e Aircel.
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Fios de prosperidade Outro projeto cooperativo com 100 artesãos de seda de Bhagalpur em Bihar
Padrões progressivos Em Abril, centenas de artesãs muçulmanas empregadas na SEWA criaram uma linha de decoração doméstica bordada – na maioria almofadas bordadas à mão – para o designer londrino Tracey Boyd ‘Aboydbazaar’, para uma apresentação que marca o seu regresso ao mundo do design de acessórios e vestuário depois de uma curta pausa. Boyd foi nomeado o Novo Designer Britânico do Ano em 2000. Para as mulheres muçulmanas pobres e analfabetas, que nunca saíram dos confins de suas casas, o compromisso formal com a SEWA foi social e psicologicamente capacitante. Agora podem sair sem escolta, falar com as pessoas. O grupo central de artesãos de amostra – que fazem as amostras para as marcas internacionais – desenvolveu agora uma consciência de moda internacional.
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Notícias da Índia 5
Índia
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5 de junho o governo estabeleceu a meta de 20 por cento de aumento das exportações em 2012-13 e anunciou uma série de medidas incluindo a bonificação de juros e programas de diversificação de mercado para impulsionar o comércio externo. No suplemento anual à política de comércio externo, o Ministro do Comércio e da Indústria, Anand Sharma, anunciou a extensão do esquema de juros bonificados durante um ano até 31 de março de 2013 para sectores de trabalho intensivo. No ano passado o governo criou uma dispensa especial para a indústria de trabalho intensivo estendendo a facilidade de dois por cento de juros para a subvenção de teares manuais, artesanato, tapetes e pequenas e médias empresas (PMEs). “Decidimos agora estender o esquema durante mais um ano, até 31 de março de 2013 e expandir a sua cobertura para incluir outros sectores de trabalho intensivo, nomeadamente brinquedos, artigos de desporto, produtos agrícolas processados e pronto-a-vestir”, disse Sharma. Sharma, que também controla a pasta dos têxteis, disse que o governo decidiu continuar com a maioria dos incentivos anunciados no ano passado para ajudar os exportadores. “A nossa expectativa é que com estas medidas e com a tenacidade da nossa comunidade exportadora, sejamos capazes de manter o crescimento anual de exportações de 20 por cento também durante este ano fiscal”, disse o ministro. As exportações da Índia aumentaram em 20,94 por cento para $303.71 mil milhões durante o ano financeiro terminado a 31 de março de 2012, ultrapassando o objetivo do governo de $300 mil milhões.
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Contudo a queda acentuada no crescimento das exportações, durante os últimos meses, indica que manter uma taxa de crescimento semelhante durante este ano financeiro será difícil. As exportações cresceram ao ritmo preguiçoso de 3,23 por cento para $24,45 mil milhões em abril, o primeiro ano do
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e tudo correr bem, a Prefeitura histórica local pode ser restaurada à sua glória Gótica e as pessoas poderão passear no empedrado da famosa Mall Road. A Prefeitura, um dos 91 edifícios da era Britânica desta capital Himachal Pradesh, e a Mall Road vão ser recuperadas graças a um empréstimo de 190 milhões ($3,3 milhões) do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB). Deste empréstimo, 140 milhões vão ser gastos na
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No suplemento anual de política de comércio externo 2009-14, o governo desvendou uma estratégia de sete pontos para impulsionar as exportações. Propõe: Dar um impulso focado ao emprego na indústria intensiva porque vemos as exportações não só em termos da sua contribuição económica mas também como um meio de gerar emprego remunerado; Encorajar a produção nacional e reduzir a dependência das exportações; Promover o desenvolvimento tecnológico das exportações para manter uma posição competitiva nos mercados globais; Manter uma estratégia forte de diversificação do mercado para restringir os riscos contra a incerteza global; Incentivar as expor-
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Prefeitura e 50 milhões no embelezamento da Mall Road e na criação de praças de lazer, disse um funcionário público. Construída em 1908 com pedra e madeira, a Prefeitura aloja atualmente a Corporação Municipal Shimla. “O edifício inteiro vai ser recuperado e conservado esteticamente, tendo em consideração o seu estilo arquitectónico Gótico original, em dois anos. Para isto, já foi aprovado pelo ADB um empréstimo de 140 milhões ao departamento do tur-
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tações da Região Nordeste devido à sua localização especial na economia indiana; Providenciar incentivos para a produção de produtos verdes reconhecendo o imperativo de construir competências para a sustentabilidade ambiental; Empenho para reduzir os custos de transação através da simplificação dos procedimentos e redução de interface humano.
ano financeiro atual. De fato, houve um declínio das exportações em março e foi registado um crescimento nominal nos dois meses anteriores. Os exportadores e a indústria agradecem as medidas que o governo anunciou a 5 de junho para impulsionar o comércio externo, dizendo que estas iriam ajudar a
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alcançar o objetivo de $500 mil milhões de exportações para 2013-14. “Todas estas medidas vão definitivamente dar impulso às exportações indianas e vão ajudar a Índia a atingir o seu objetivo de $500 mil milhões até 2013-14”, disse Adi Godrej, Presidente da Confederação da Indústria Indiana (CII). Através das políticas, disse ele, o governo tem discutido a maioria das preocupações dos exportadores. Rafeeq Ahmed, Presidente da Federação das Organizações de Exportação Indiana (FIEO), disse que os incentivos anunciados no suplemente anual excederam as expectativas da indústria o que terá um impacto positivo no comércio externo do país. “Isto excedeu as nossas expectativas. Os sectores de trabalho intensivo como os têxteis têm sido as áreas de confiança das políticas de comércio externo. Nós agradecemos as medidas”, disse Ahmed. O Presidente da Federação das Câmaras do Comércio Indianas (FICCI), R.V. Kanoria disse que as medidas anunciadas iriam ajudar a impulsionar as exportações e alcançar o objetivo deste ano de 20 por cento de aumento. “A jogada positiva de permitir letras de câmbio sem direitos ao abrigo de regimes de promoção de exportações para o pagamento do imposto especial de consumo merece uma menção especial. Isto foi, sem dúvida, significante e irá ajudar os exportadores a comprar a fabricantes nacionais”, disse Kanoria. A Federação Indiana de Micro, Pequenas e médias Empresas (FISME) acolheu bem as medidas mas disse que estas eram medidas táticas e têm que ser suplementadas com confiança estratégica para aproveitar a desvalorização da rupia que veio para ficar a curto e a médio prazo.
" ismo” disse à IANS Arun Sharma, o diretor do banco. Sharma disse que o exterior e o interior do edifício, construídos no estilo Tudor - com vigas de madeira visíveis em paredes de alvenaria – passariam por obras de restauração maciça. “O processo começou por fazer a mudança da corporação municipal para fora do edifício da Perfeitura e começar o trabalho de restauração tão cedo quanto possível”, disse Sharma. Os funcionário públicos envolvidos na restauração disseram que a utilização de ardósia no telhado, o trabalho de vidraceiro dentro do complexo e o trabalho ornamental em pedra nas paredes exterior seria feito respeitando o padrão original. Quanto à Mall Road, tem prevista uma restauração com a substituição da superfície de asfalto por padrões de calçada ao estilo Europeu. O co-organizador do capítulo Intach (Fundo Nacional Indiano para a Arte e Herança Cultural) Himachal, Raja Bhasin, deu as boas vindas à decisão de restaurar a estrutura de estilo Raj: “Nós agradecemos. A restauração deve ser feita com cuidado e esteticamente como o Gaiety Theatre”. Falando sobre a história da Prefeitura, Bhasin disse que tem sido o centro das atividades municipais em Shimla desde o dia em que foi inaugurada em 1908.
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sistema financeiro a Índia “mantêm-se robusto” mas os desafios à estabilidade aumentaram nos últimos meses devido à incerteza económica global e ao crescimento doméstico muito lento, disse o Reserve Bank of India (RBI) a 28 de junho. “As ameaças à estabilidade são colocadas pelo problema da crise da dívida soberana e aversão ao risco, posição fiscal doméstica, défice de contas-correntes alargado e aspetos estruturais na inflação da comida”, disse o banco central no seu Relatório de Estabilidade Financeira. A inflação geral subiu 7,55 por cento em maio em comparação com 7,23 por cento no mês anterior. A inflação da comida voltou a entrar na zona dos dois dígitos depois de um intervalo de seis meses em abril de 2012 e a tendência de escalada continuou em maio.
6 Notícias da Índia
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riyanka Chopra admite que o cinema indiano permanece dominado pelos homens mas diz que as perspectivas alteradas em relação às atrizes ajudaram o presente a tornar-se um grande momento para as atrizes trabalharem na indústria. “A indústria cinematográfica é dominada pelos homens mas é fascinante ver como a mudança tem vindo a acontecer. A mentalidade das pessoas em relação às atrizes está a mudar para que possamos interpretar papéis que vão além de fazer de menina tímida. É uma ótima altura para as atrizes estarem no cinema”, disse Priyanka no sábado. Ela falou na conferência de imprensa sobre o seu último filme Teri Meri Kahaani, à margem do fim de semana e da 13ª cerimónia dos prémios da Academia Internacioal de Cimena Indiano (IIFA). Esteve acompanhada pela coestrela Shahid Kapoor e pelo realizador Kunal Kohli. Teri Meri Kahaani, que estreou a 22 de junho, é uma história de amor que
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SINGAPURA: O galã de Bollywood Ranbir Kapoor e a atriz Vidya Balan levaram para casa os prémios pelos seus filmes Rockstar e The Dirty Picture respetivamente na 13ª gala dos prémios da Academia Internacional de Cinema Indiano (IIFA). Os prémios IIFA foram distribuídos numa cerimónia cheia de charme no Singapore Indoor Stadium. Ranbir, que interpretou o papel de aspirante a cantor, venceu atores como A m i t a b h Bachchan, Salma Khan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan, e levou o troféu de melhor ator. Por outro lado, a atriz Vdya Balan, continuou a sua maré de vitórias e levou o prémio de melhor atriz com The Dirty Picture. Emergiu vencedora entre Priyanka Chopra, Kareena Kapoor, Mahie Gill e Kangna Ranaut. — IANS
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Zindagi Na Milegi Dobara e o Imtiaz Ali”s Rockstar de Zoya Akhtar trinfou na 13ª cerimónia de entrega dos prémios da Academia Internacional de Cinema Indiano (IIFA) a 9 de junho, tenda cada um ganho quatro troféus. Zindagi Na… ganhou os prémios de melhor filme, melhor história, melhor ator secundário para Farhan Akhtar e melhor realizador para Zoya. Rockstar ganhou melhor direção musical para A.R. Rahman, melhor letra para canção e melhor cantor para Mohit Chauhan com “Nadaan Parindey”. Ranbir, que interpretou o papel de aspirante a cantor, venceu atores como Amitabh Bachchan, Salma Khan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan, e levou o troféu. Por outro lado, a atriz Vdya Balan continuou a sua maré de vitórias e levou o prémio de melhor atriz com The Dirty Picture. Emergiu vencedora entre Priyanka Chopra, Kareena Kapoor, Mahie Gill e Kangna Ranaut. O troféu de melhor cantor foi para Shreya Ghoshal pela sua canção “Teri Meri” do filme Bodyguard. Parineeti Chopra ficou surpreendida e não conseguiu controlar as lágrimas quando ganhou dois prémios como melhor atriz estreante e melhor atriz secundária com Ladies v/s Ricky Bahl. O ator Vidyut Jamwal levou o troféu de melhor ator estreante pelo seu desempenho em Force. O ator veterano Prakash Raj venceu o prémio IIFA de melhor desempenho num papel negativo em Singham. Foi nomeado a par com Naseeruddin Shah em The Dirty Picture, Irrfan Khan em 7 Khoon Maaf, Boman Irani em Don 2 e Vidyut Jamwal em Force. O prémio para melhor desempenho
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num papel cómico foi para Riteish Deshmukh no filme Double Dhamaal. Enquanto os apresentadores Shahid Kapoor e Farhan Akhtar mantiveram a audiência entretida com o seu talento e humor, o espetáculo contou com atuações fantásticas de Sonakshi Sinha, Bipasha Basu, Prabhu Deva,
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se estende por três eras – 1910, 1960 e 2012. A atriz, que ganhou um prémio nacional pelo seu desempenho em Fashion, disse que estava orgulhosa por ter iniciado a tendência dos filmes dedicados às mulheres. “Quando o Fashion foi lançado, toda a gente me disse que era um grande risco, ninguém vai ver filmes para mulheres. Sinto que dei início a uma gama de filmes feitos com papéis femininos dominantes”, acrescentou. Priyanka revelou que o seu percurso até aqui tem sido uma experiência de aprendizagem. “Ninguém pode garantir nada na vida. Apenas tens que te dedicar ao trabalho. Tens que aproveitar as oportunidades que te aparecem. Eu sou uma pessoa que chegou à indústria cinematográfica sem conhecer ninguém.” “Era tudo completamente novo para mim quando comecei, com 17 anos. Tudo o que aprendi é meu. Já caí e já me magoei e tenho muito orgulho nisso”, acrescentou.
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Priyanka Chopra, Shahid, Rishi e Ranbir Kapoor. O realizador Ramesh Sippy foi honrado durante a cerimónia pela sua contribuição excelente para o cinema indiano, enquanto a atriz veterana Zohra Segal recebeu um prémio especial pela sua contribuição para os 100 anos do
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cinema indiano, apesar de ter conseguido ir ao evento. A atriz do ano passado, Rekha, foi distinguida pelo seu sucesso proeminente no cinema indiano, enquanto a atriz norueguesa Liv Ullmann foi premiada pela sua contribuição no cinema internacional.
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NOTÍCIAS DA
Tendências da Índia 7
Índia
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América Latina tem permanecido na periferia da estratégia política e económica da Índia, não tendo apresentado desafios significantes, recebeu migração indiana marginal (sobretudo no Caribe/Atlântico), e, dependendo do país, tendo ligações históricas ou culturais limitadas ou inexistentes com a Índia. Neste país, porém, as trocas económicas, particularmente no sector da energia têm sido significantes. O continente sulamericano, juntamente com a América Central e as Caraíbas (LAC), e as suas Zonas Económicas Exclusivas (EEZ) são ricos em petróleo e gás, com prováveis, e até provadas, estimativas de aumento de reservas todos os anos. Na Venezuela, cujas reservas de hidrocarbonetos estão, segundo as últimas estimativas da OPEC, nos 296,5 mil milhões de barris excedem as da Arábia Saudita. A ONGC Videsh Ltd (OVL) assinou uma joint venture (JV) com a empresa estatal de petróleo, PdVSA, adquirindo 40 por cento das ações no campo de petróleo de San Cristobal. Em maio de 2010, três empresas indianas do sector privado adquiriram 18 por cento (OVL 11 por cento; Indian Oil Corporation 3,5 por cento e Oil India Ltd 3,5 por cento) numa JV com a PdVSA, Repsol e Petronas, para explorar o gigan-
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tesco campo de petróleo pesado Carababo-I com reservas estimadas em 27 mil milhões de barris. O investimento total indiano na Venezuela até agora é de cerca de $3 mil milhões e é esperado que a produção de todos os campos ultrapasse os 500,000 barris por dia (bpd) em 2016, com a opção das nossas empresas transferirem até 70,000 bdp para a Índia, durante um termo de licença de 25 anos, extensíveis por mais 15 anos. Na bacia costeira rica do Brasil, a OVL obteve quatro concessões, prevendo compromissos de investimento superiores a $1 milhar de milhões. As empresas indianas BPCL e Videocon em consórcio adquiriram 40 por cento das ações em 10 blocos offshore brasileiros em setembro de 2008. Na Colômbia, em consórcio com a chinesa Sinopec, a OVL adquiriu 50 por cento das ações da Mansarovar Energy Colombia Ltd (MECL) que opera um grupo de campos de petróleo no centro da Colômbia produzindo mais de 30,000 bdp, em conjunto com 189 km de gasodutos. Em setembro de 2007, a OVL adquiriu 40 por cento e 50 por cento das ações em três campos de gás offshore e em dezembro de 2008 adquiriu 50 por cento e 100 por cento, respetivamente, de dois blocos na Colômbia ocidental. O investimento
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total da OVL até à data na Colômbia vai além dos $600 milhões. Em dezembro de 2007, a Reliance Industries Limited foi premiada com dois blocos na costa colombiana do Pacífico. Outra empresa indiana, Assam Oil, montou um escritório na Colômbia em 2010. Em Cuba, a OVL adquiriu 30 por cento das ações, em consórcio com a Repsol e com a Petronas, em sete blocos de exploração em águas profundas espalhados por quase 12 000 km2 em maio de 2006 na EEZ cubana com reservas estimadas em mais de quatro mil milhões de barris. Em setembro de 2006, a OVL entrou num contrato de partilha de produção com CUPET, a empresa estatal de petróleo cubana, para dois blocos offshore, O investimentos da OVL em Cuba até meados de 2011 ultrapassavam os $70 milhões. Estima-se que Cuba tenha entre cinco e 20 mil milhões de barris de reservas de petróleo offshore. Em Trinidad e Tobago (T&T), a Gas Authority of India Ltd. (GAIL) está a negociar ativamente um investimento de $1 mil milhão com a NGL para o fornecimento de gás natural liquefeito. Em 2011 a Reliance assinou um MOU com a T&T para uma fábrica para produzir crude sintético a partir de resíduos de hidrocarbonetos que será usado pela Reliance na Índia para fazer betume. Sabe-se que a Reliance adquiriu quatro blocos de hidrocarbonetos no Peru. Jindal, outro conglomerado indiano, também recebeu concessões no Peru, enquanto descobriu gás no Sul da Bolívia onde está a explorar grandes depósitos de minério de ferro. Na Argentina, a OVL assinou um MOU com a ENARSA para possível exploração de petróleo. A segurança energética estava focada anteriormente na possibilidade de concluir contratos a longo prazo a taxas fixas e
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razoáveis, é uma esperança que parece estar cada vez mais difícil de atingir, tendo em conta a volatilidade recente e previsível dos preços do crude. Hoje o foco está na participação prospecção e na exploração. A OVL garantiu milhares de milhões de barris de reservas que pode explorar durante as próximas décadas em segurança, enquanto outras empresas indianas públicas e privadas estão a seguir o seu exemplo. A Reliance importa petróleo do Brasil desde 2000 em troca por fornecer gasóleo, o que é responsável por mais de 40 por cento de comércio bilateral entre a Índia e o Brasil durante a última década. Combinado com o menor volume de compra da Essar, as compras totais de crude da Índia à Venezuela em 2012 chegam aos $5167 mil milhões. Outra dimensão da parceria energética da Índia com a América Latina encontra-se nos combustíveis alternativos. Apesar da colaboração na energia solar, eólica e nuclear (fornecimento de urânio) ainda está para ser traçada, as joint ventures e até importação de etanol e biodiesel do Brasil, incluindo a transferência de tecnologia, são uma realidade. A Índia tem doado painéis de energia solar a alguns LACs nos últimos anos. A América Latina também é uma fonte rica em carvão. Várias empresas privadas indianas estão a examinar a economia do transporte de carvão para a Índia e a garantir de abastecimento tem que ser resolvida antes que este sector possa ser adicionado aos hidrocarbonetos como uma área de interesse significativo, apesar de já terem havido carregamentos de carvão térmico da Colômbia para a Índia. — Deepak Bhojwani (O autor trabalhou como embaixador da Índia na Venezuela, Colômbia e Cuba entre outras posições na América Latina.)
8 Viagens & TURISMO
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palavra grega para porteiro é metaphor mas eu chamava ao nosso DonQui Khota. Não estávamos na Grécia e ele era uma metáfora relutante. Enquanto estávamos na extremidade da passagem Parang La a 5600 metros, numa manhã brilhante, o glaciar Parang esticou-se debaixo de nós e eu examinei a paisagem à frente avidamente. Mas DonQui Khota deu lentamente meia volta e assumiu a sua postura habitual de repreensão suave, fixando o horizonte que tínhamos deixado para trás. O animal estava com saudades de casa. A casa para o burro era em Kibber, que, se leu o seu manual Spiti, é o aldeamento mais alto do mundo habitado permanentemente. O nosso destino era o lago da montanha de Tso Moriri e Korzok, uma pequena aldeia na margem norte, que, se leu os guias Ladakhi, é o aldeamento mais alto do mundo habitado permanentemente. Entre Kibber e Korzok existem cem quilómetros de natureza totalmente inabitada. No inverno estas marchas separam Ladakh e Spiti. No verão são a ligação, uma rota de comércio. Comboios de pequenos cavalos Spiti vão para norte e regressam, transformados pelo milagre do comércio como rebanhos felpudos de iaques. Estava à espera de uma transformação mais suave: de um sentido de saúde, bem-estar, espaço – as coisas que nos passam à medida que nos acomodamos nas profundezas de Deli. Agora,
NOTÍCIAS DA
empoleirado em Parang La, parece que o momento catártico chegou. Isto era, afinal, um divisor de águas e, pelo menos literalmente, o ponto alto da minha vida. Estava sem fôlego tanto da subida como da vista. Mas uma passagem é o limiar de um estímulo, uma ombreira, e a ideia é atravessá-la, não hesitar. Eu atravessei a linha e passei o marco cheio de bandeiras de oração esfarrapadas penduradas onde os viajantes locais deixam pequenas ofertas para perdoar a intrusão. Eu contornei o Bergschrund, a fronteira entre a montanha e o glaciar, e pisei a enorme língua de gelo. A sensação de andar nela, apesar de chegar através dos pés, foi totalmente oral. Afundar, morder, triturar. Estava a mastigar o meu caminho ladeira abaixo, quando me voltei e vi o que o glaciar estava a engolir DonQui. A engoli-lo inteiro. Os seus cascos esguios afundaram-se totalmente na neve e quanto mais lutava mais se afundava. Pouco tempo depois, tudo o que sobrava era a bolha da sua mochila e a sua cara doce e resignada a flutuar à superfície do gelo plano. De qualquer maneira, soltámo-lo e levantámos o asno, por assim dizer, de volta ao terreno alto de Parang La. Ofegantes, já fora do alcance do glaciar, decidimos que a única esperança era acampar e descer à primeira luz do dia seguinte enquanto a superfície do gelo estava firme. De repente esta parecia uma boa ideia. Ficar aqui quietos, deitados ao sol e dormir…
Eu dormi. E quando acordei, desejei estar a dormir. A minha cabeça doía intensamente, os meus ossos doíam e o meu estômago contorcia-se. Os meus companheiros montaram uma tenda, preparam uma sopa; eu rastejei para o saco cama e agarrei-me à cabeça. A Doença da Montanha é um mistério médico menor. Eles sabiam, claro, que tinha a ver com demasiada altitude e pouco oxigénio. Dizem que os sintomas podem resultar de um efeito na glândula endócrina. Pode causar um edema pulmonar e matar-te a 2500 metros. Ou deixar-te ileso a 7500. Ou como eu, podes ter a Doença da Montanha Aguda Benigna (dor de cabeça, letargia, tonturas e perda de apetite) e recuperar. A não ser que a tua DMAB se transforme de repente numa DMA Maligna e morras. Bom, a DMAB não foi nenhum mistério para mim. Sabia exatamente o que estava a acontecer. Há uma hora atrás tinha estado nas montanhas a espreitar para dentro de um abismo. Agora as montanhas estavam dentro de mim. O
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abismo olhou de volta. Estava encurralada num precipício interno. O Desfiladeiro Endócrino. Estava a delirar. Amaldiçoei DonQui Khota e a sua tribo de metáforas. Abençoei a Bayer e todos fornecedores de Aspirina. E esperei pela manhã. Mas a manhã não chegou. Evidentemente ainda não tinha sofrido o suficiente. Então quando saí da tenda encontrei uma tempestade de neve. A vista de ontem tinha-se transformado num vazio e estávamos envolvidos no barulho branco da neve. Não havia nada a fazer senão esperar, vomitar ocasionalmente e contemplar. Será que o parvo do burro me ensinou uma grande lição metafórica? Penso que não. O céu ficou limpo à terceira manhã no Parang La e à medida que descíamos o glaciar eu fui recuperando o meu equilíbrio. Lembrei-me do lema da escola: Per Ardua ad Alta. E talvez acrescente, Nauseam. (O autor é o editor da edição indiana da revista GEO)
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