Ano 2 • Número 13 • 2014
TRACEAMENTO ELÉTRICO PARA TUBULAÇÕES Conheça suas vantagens, os principais tipos de cabos e a importância do controle e monitoramento
Entrevista
SUSTENTABILIDADE
MECÂNICA
O papel dos engenheiros e arquitetos no manejo da água das chuvas em centros urbanos (pág.48)
Entenda como funcionam os condensadores de superfície (pág22)
Márcio Orofino explica o conceito, a importância e as perspectivas das edificações sustentáveis no Brasil (pág.34)
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editorial Um ano de ‘Engeworld’: o que foi feito e o que vem por aí
E
sta edição é uma edição muito especial para a equipe da Revista Engeworld. Afinal, ela marca o primeiro aniversário da revista. Esse aniversário leva-nos a refletir sobre o andamento da Engeworld em seus primeiros doze meses. A primeira edição da revista foi lançada em janeiro de 2013, exatamente um ano atrás. Seu editorial apontava o objetivo da publicação: preencher a lacuna de conhecimentos técnicos existente na engenharia de projetos, sendo a primeira revista nacional voltada para o dimensionamento de soluções para o setor. De lá para cá, a Engeworld trouxe notícias, artigos técnicos, infográficos, entrevistas e colunas sobre os mais variados temas, em todas as áreas da engenharia — civil, mecânica, elétrica, de instrumentação e de tubulação, entre outras. Se a Engeworld conseguiu completar seu primeiro ano de publicação, isso se deve a todos os nossos leitores, a todas as empresas de engenharia que recebem e distribuem a revista, aos fabricantes que confiaram nesse projeto e ajudaram que outros conhecessem a revista e a todos os autores que colaboraram enviando seus textos e assim compartilhando seus conhecimentos com todos os leitores EPCistas. A todos vocês, nossos mais profundos agradecimentos. Ficamos felizes e orgulhosos em saber que, em apenas um ano, a Engeworld tornou-se um meio de comunicação conhecido e reconhecido no mercado de engenharia do País. Aproveitamos esse reconhecimento para salientar nosso compromisso em fazer da publicação um eficiente canal de comunicação entre a engenharia e os fornecedores. Estamos sempre abertos a receber sugestões de pautas e reivindicações das necessidades de informação no setor bem como críticas ou elogios. Para nossa primeira edição deste segundo ano de existência, damos início a uma nova seção: “Sustentabilidade” — qualidade fundamental em qualquer projeto atual de engenharia. Nesta edição, o artigo sobre o tema diz respeito ao papel central dos arquitetos e engenheiros no manejo das chuvas nas cidades, diminuindo os problemas urbanos e os incontáveis casos de sofrimento e perda. A sustentabilidade, por sinal, também é tema da entrevista da presente edição, feita com o engenheiro civil Márcio Orofino, sócio-fundador da ENE Consultores. Auditor-líder em Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001, Orofino explica o que caracteriza uma edificação sustentável e a importância da sustentabilidade para nosso setor. Outros artigos e colunas abordam temas igualmente importantes, como os principais critérios que devem ser levados em consideração na escolha dos guindastes, o que é o traceamento elétrico para tubulações e os principais tipos de cabo para esse traceamento, e como definir o sensor industrial correto a ser aplicado em cada projeto. Também tratam da inovação e aplicações dos sistemas de controle autoconscientes, bem como da relação custo-benefício da automação industrial, dos custos reais associados ao ambiente de trabalho e, dessa forma, a importância de estarmos sempre atentos às práticas de segurança. Mais uma vez, agradecemos a todos vocês por terem nos acompanhado no primeiro ano de Engeworld. Esperamos que continuem conosco por este segundo ano e pelos outros anos que virão. Boa leitura!
Sandra L. Wajchman Publisher
Ano 2 • Número 13 • 2014
TrACEAMENTO ELÉTrICO PArA TUBULAÇÕES CONhEÇA SUAS vANTAgENS, OS PrINCIPAIS TIPOS DE CABOS E A IMPOrTÂNCIA DO CONTrOLE E MONITOrAMENTO
ENTrEvISTA
SUSTENTABILIDADE
MECÂNICA
O papel dos engenheiros e arquitetos no manejo da água das chuvas em centros urbanos (pág.48)
Entenda como funcionam os condensadores de superfície (pág22)
Márcio Orofino explica o conceito, a importância e as perspectivas das edificações sustentáveis no Brasil (pág.34)
A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira Publisher Sandra L. Wajchman engeworld@engeworld.com.br Editor e Jornalista Responsável Amorim Leite MTb 14.010 – SP amorim@engeworld.com.br Reportagem Fernando Saker e Thiago Borges Colunistas Cynthia Chazin Morgensztern, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza e Daniela Atienza Guimarães Publicidade Alex Martin Telefone: (11) 5539-1727 Celular: (11) 99242-1491 alex@engeworld.com.br Fernando Polastro Telefone/Fax: (11) 5081-6681 Celular: (11) 99525-6665 fernando@engeworld.com.br Direção de Arte Estúdio LIA / Vitor Gomes
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Índice
05 notícias
32 gestão de projetos
08 automação - artigo
34 entrevista
Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia
Custo ‘versus’ benefício da automação industrial
12 18 22
Organização e comunicação: habilidades cruciais para gerentes de Projeto
Edificações sustentáveis no Brasil
40 COLUNA RH
instrumentação – ARTIGO Como definir qual o sensor industrial correto a ser aplicado
elétrica – ARTIGO O que é o traceamento elétrico para tubulações?
MECÂNICA - artigo Condensadores de superfícies
Aproveite o início de ano para refletir e repensar estratégias. É produtivo e traz resultado!
42 Coluna segurança Custos reais associados ao acidente de trabalho e a importância das práticas de segurança
44 corrosão Uso de softwares CAD/CAM para a programação de robôs industriais
46 coluna qualidade
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civil – ARTIGO Guindaste: fazendo a escolha certa
29 Controle e automação
O futuro das máquinas: sistemas de controle autoconscientes
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A dissonância cognitiva
48 sustentabilidade O manejo das chuvas e o papel central dos arquitetos e engenheiros
50 infografia Os percursos do vidro plano
notícias
Criado em 4 de dezembro de 1963, com o papel de antecipar e prover as soluções tecnológicas necessárias aos negócios da Petrobras, o Cenpes encontra-se instalado em uma área total de 300 mil m2, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro. Atualmente, conta com mais de duzentos laboratórios, além de plantas experimentais e um núcleo de visualização e colaboração voltado para simulação, interatividade e imersão em diversos processos da indústria de energia.
Foto: Divulgação/SecopaCE
Fortaleza conta com primeiro estádio da Copa 2014 com certificação Leed Localizada na capital cearense, a Arena Castelão é a primeira da Copa do Mundo 2014 — e também da América do Sul — a conquistar a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) — Liderança em Design Energético e Ambiental) de impacto ambiental, concedida pelo Green Building Council. A Otec, empresa que presta serviços de consultoria para a construção civil, atuou junto à equipe de projeto e obra para alcançar a certificação ambiental. “A Arena Castelão trouxe uma certeza: é o primeiro estádio da América do Sul a conquistar uma certificação ambiental cuja origem tem idoneidade inques-
Foto: Agência Petrobras
Centro de pesquisas da Petrobras completa 50 anos No dia 4 de dezembro, houve a cerimônia de comemoração dos cinquenta anos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). O evento, realizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, contou com a presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, que aproveitou a ocasião para inaugurar o Espaço Tecnologia Antônio Seabra Moggi — homenagem, in memoriam, ao primeiro superintendente do Cenpes. Em seu discurso, a presidente da Petrobras destacou a importância do Cenpes para a história e para o futuro da companhia. “Somos respeitados pelo nosso saber, pelo nosso conhecer e por sabermos lidar com desafios e com o desconhecido”, afirmou, frisando ainda o valor dos resultados e da redução de custos para a manutenção da competitividade da Petrobras. Na cerimônia, Maria das Graças também deu posse ao novo gerente-executivo do Cenpes, André Lima Cordeiro. Ao receber o novo crachá da presidente, Cordeiro também ressaltou o papel do centro de pesquisas para o futuro da empresa, falando sobre o desafio da Petrobras de dobrar a produção nacional de petróleo até o ano de 2020.
tionável”, afirma o arquiteto David Douek, diretor da Otec. Segundo ele, o envolvimento da equipe do Castelão foi exemplar tanto no que diz respeito à disponibilidade de recursos como no comprometimento para o alcance das metas propostas. O arquiteto também destaca que a construção, de acordo com critérios de sustentabilidade, permitirá ao estádio
reduzir gastos com recursos naturais como água e energia, principalmente frente à realização dos eventos previstos durante e após a Copa do Mundo. “A expectativa é que o estádio sirva de referência para outros prédios públicos no que diz respeito à gestão dos recursos ambientais durante a construção e também durante a operação do edifício”, comenta Douek. engeworld | janeiro 2014 | 5
notícias
Foto: Gaspar Nóbrega
Foto: Fernando Araújo
Campeonato nacional de operadores de máquinas de construção tem final em Sorocaba A cidade de Sorocaba (SP) recebeu, no dia 14 de dezembro, a etapa final nacional do Rodeio Skid Case, campeonato de operadores de minicarregadeiras realizado pela primeira vez no Brasil, com o objetivo de valorizar a profissão e contribuir na formação de mão de obra, em falta no País. A competição entre operadores de máquinas de construção já é uma tradição da Case Construction nos Estados Unidos e na Europa. A etapa final reuniu os sete operadores finalistas das etapas de São Paulo, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Pará, Paraná e Minas Gerais. As provas da etapa final foram as mesmas realizadas nas etapas regionais. “Elas foram formuladas para lembrar uma competição esportiva, inspiradas nas corridas de carros e em jogos como o futebol, o basquete, o boliche e o tênis. Na preparação para estas provas, os operadores ganham habilidade, técnica e um conhecimento avançado da máquina”, explica o gerente de Marketing da Case, Carlos França. O vencedor foi Rodrigo Collere, da empresa Rodrigo Collere Terraplanagem, de Campo Limpo do Sul, no Paraná, que ganhou R$ 20 mil em barras de ouro, mais uma minicarregadeira Skid Case modelo SR250, com preço de R$ 125 mil.
Projeto integrado ligará Suzano ao Porto de Santos Em entrevista coletiva promovida em 27 de novembro, o prefeito da cidade de Suzano (SP), Paulo Tokuzumi, apresentou o projeto ViaMar – Complexo Multimodal. Produzido pela Contern, o projeto integra uma rodovia de conexão do trecho Leste do Rodoanel com o Porto de Santos e o litoral Norte: o trajeto parte de uma grande ligação entre o grande anel viário do Estado, a Estrada dos Fernandes, em Suzano, e a Rodovia ÍndioTibiriçá. Serão apenas 36 km de rodovia. O projeto prevê a construção de plataformas logísticas em pontos estratégicos, que deverão reunir um conjunto de recursos, sistemas e operações para fazer o transbordo de cargas com agilidade e notável eficiência. Com isso, segundo Tokuzumi, Suzano será o maior centro logístico da América Latina. Durante a coletiva, o prefeito de Suzano explicou que a rodovia terá condições associadas para operar diferentes meios de transporte, dando ênfase aos veículos de carga e, posteriormente, de trilhos. Os processos de construção dessa nova estrada serão inovadores, porque é preciso garantir a viabilidade técnica e equilíbrio ambiental em uma região extremamente complexa da Serra do Mar. A nova rodovia terá enquadramento classe zero, com duas pistas de três faixas de trânsito por sentido e velocidade diretriz de 120 km/h. Na baixada, ela cruzará a Rodovia Cônego Domenico Rangone, próxima ao acesso à Ilha Barnabé, e seguirá ao nível do solo até entrar em um túnel submerso que atravessará o canal do porto e fará a ligação com a avenida portuária.
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automação
artigo
Custo ‘versus’ benefício da automação industrial Fernando Gomes Capelari Gerente de Marketing Estratégico da Schneider Electric
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ários conceitos ou interpretações podem ser levados em conta quando se pensa em automação industrial. Mas, de modo a definir um denominador comum, esta reflexão irá considerar o controlador programável (também conhecido como PLC, CLP ou CP no mercado) como marco inicial na cronologia da automação industrial. Era o ano de 1968 e, mediante uma 8 | engeworld | janeiro 2014
necessidade apresentada pela General Motors nos Estados Unidos, ocorreu o desenvolvimento do que viria a ser o primeiro controlador programável do mundo, conhecido como Modicon 084. O primeiro benefício inerente trazido por esse desenvolvimento foi a flexibilidade. Substituindo a lógica de relés nos painéis de comando por lógica programável residente na memória de um equipamento, ele possibilitou alte-
rar essa mesma coerência conforme as demandas do processo exigidas sem as dificuldades vividas até então. Uma consequência imediata dessa flexibilidade foi a redução de custos, tanto na execução de novos projetos (Capex) como na manutenção de sistemas existentes (Opex). Porém, esses ganhos estavam ainda restritos à questão pura das instalações industriais e sua manutenção, sem agregar novos ganhos ao processo em si. Passada cerca de uma década, percebeu-se a necessidade de troca de informações entre diferentes células automatizadas em uma mesma indústria. Isso fez com que surgissem as redes de comunicação de campo, sendo que o primeiro exemplo foi a Modbus, em 1978. O primeiro benefício proporcionado pelos circuitos de comunicação foi permitir o intertravamento de equipamentos por partes de diferentes áreas de uma instalação, aumentando com isso a confiabilidade dos sistemas e montagens. A constante evolução dos meios de comunicação, que se tornaram cada vez mais rápidos e abrangentes (ampliando o alcance da topologia aplicada à rede) até a adoção da rede Ethernet, iniciada na década de 1990 (exemplo claro de rede que nasceu no mundo de TI e foi adotada pelo universo de TA), ampliou sobremaneira a capacidade de ge-
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ração de dados associados aos processos automatizados, agregando assim o benefício da informação em tempo real. Tamanha quantidade de informação contribuiu diretamente para outro aspecto da automação até agora não abordado: a qualidade do produto final. Mediante diferentes ferramentas desenvolvidas ao longo do tempo para o usuário, hoje, o consumidor tem condição de comparar diferentes lotes do mesmo produto, avaliar o desempenho de linhas de produção equivalentes, bem como obter a total rastreabilidade da sua produção — aspecto de enorme importância hoje para algumas indústrias como as de alimentos e medicamentos. Tais ferramentas respondem pelas funções de operação (interfaces homem-máquina — IHM; ou sistemas de supervisão e controle — Scada), historiadores de dados (Pims) e sistemas de execução de manufatura (MES). O MES, por sua vez, cumpre o papel de interligação do chão de fábrica aos sistemas de planejamento de produção (ERP), completando o que é chamado de integração vertical proporcionada pela automação, ao mesmo tempo que entrega uma visão analítica de cada etapa do processo produtivo com seus correspondentes indicadores de desempenho normalmente reunidos sob a designação de OEE (overall equipment effectiveness). Dessa forma, as ferramentas desenvolvidas ao longo de 45 anos de história da automação industrial dão hoje completo subsídio para a tomada de decisão ágil e precisa e para praticamente todas as áreas da indústria, em particular as de produção e planejamento/logística. De modo imediatamente complementar à pura análise de dados de processo, a tecnologia de sistemas existente 10 | engeworld | janeiro 2014
permite aliar as funções de automação de processos à automação de sistemas elétricos (medidores de energia, proteção, etc.), correlacionando as variáveis de processo e de energia e agregando inteligência adicional, tais como: Consumo de kWh para cada m3 de água entregue à rede de distribuição (em estações de tratamentos de água); Consumo de kWh para cada t de minério beneficiada em operações de mineração. Esse tipo de visibilidade contribui diretamente para um fator de diferenciação cada vez mais valorizado pelo mercado, que é a sustentabilidade. Se é preciso fazer a seleção de fornecedores em que, no processo de avaliação técnica, todos estejam equiparados nos pré-requisitos, a sustentabilidade tem hoje grande peso, tornando-se um importante fator. Qualquer indústria que não conte em todos os seus processos com o estado da arte em automação industrial não será ener-
geticamente eficiente em sua planta; lembrando que, nesse caso, “energia” implica todo tipo de insumo relevante ao processo, seja eletricidade, vapor ou qualquer outro tipo de matéria-prima. Mais recentemente, as tendências adotadas pelo mercado estão aplicando as tecnologias de automação para tratar com bastante cuidado das questões relativas à segurança, seja de operadores ou de ativos (equipamentos/máquinas). Independente da regulamentação existente hoje por força da NR-12 (que visa à adoção dos conceitos voltados à proteção do operador e dos equipamentos tanto em novas máquinas como em máquinas existentes), toda a indústria deve estar em busca do objetivo acidente zero, que sempre será um importante componente na imagem que o mercado consumidor tem de si próprio. Levando em conta o papel cada vez mais relevante que a área de suprimentos exerce em qualquer organização, é importante destacar o benefício que a
automação trouxe para o conceito de custo total de propriedade (ou TCO, de total cost of ownership) sobre ativos de qualquer indústria. Muitas vezes, sistemas automatizados (e que, por consequência, agregam toda a série de benefícios descritos na exposição anterior), à primeira vista parecem implicar maior custo inicial de investimento (Capex) sobre sistemas convencionais ou com menor grau de inteligência. Porém, quando se é realmente capaz de identificar todos os ganhos proporcionados pelas tecnologias de automação industrial, levando em conta a perspectiva de ciclo de vida completo do equipamento em questão (custos associados à operação e manutenção ou Opex), seguramente, a conclusão é favorável ao sistema que conta com o
maior grau de automação embarcada, que obterá assim o menor custo total de propriedade ao longo de todo o ciclo de vida da instalação. É claro que pode sempre existir o ponto ótimo ideal com base, por exemplo, em fatores externos ao equipamento automatizado como na atividade de extração mineral, cujas reservas sempre são finitas no tempo. Pode não fazer sentido ao investidor que o grau de automação embarcado ao equipamento dê a ele uma perspectiva de ciclo de vida de operação maior que o próprio tempo de exploração dos recursos presentes na mina. Por outro lado, pode ser um minério de valor agregado tão alto que o maior investimento que venha a trazer o melhor desempenho operacional e eficiência para a planta faça completo sentido.
Enfim, é inconcebível pensar hoje em qualquer novo investimento que não conte com as vantagens e benefícios proporcionados pela automação industrial. Mais do que uma questão de produtividade, trata-se de uma questão de competitividade que, aos olhos dos consumidores finais, engloba também a imagem da companhia sobre os aspectos de sustentabilidade e atenção à sociedade que nos rodeia. Em grande medida, todos os benefícios históricos aqui descritos decorrentes da aplicação de tecnologias de automação industrial se aplicam a qualquer tipo de processo industrial automatizado, seja ele manufatura discreta ou processos contínuos; quer seja contando com tecnologia CLP, SDCD ou sistemas híbridos.
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instrumentação
artigo
Como definir qual o sensor industrial correto a ser aplicado Tipos de sinal de saída
Especialistas de produtos da Turck do Brasil Automação
D
iversos tipos de sensores são utilizados na indústria, todos com características diferentes, para variadas aplicações. Porém, têm um objetivo em comum: a detecção de uma matéria em um determinado processo.
Sensores são utilizados em aplicações que variam desde o controle de processos até aplicações para segurança de um operador. Portanto, diversos detalhes devem ser levados em consideração durante o processo de especificação do sensor adequado para cada aplicação.
Diagrama de blocos de um sistema de controle
Controlador
Atuador
Processo
Sensor
Algumas perguntas podem auxiliar na definição correta do tipo de sensor a ser utilizado: Qual é o tipo de material a ser detectado? Onde o sensor será aplicado? Quais características fundamentais esse sensor deverá possuir? Para a última pergunta, deve ser considerado o tipo de sinal que o sensor deverá fornecer (digital ou analógico), o tipo de chaveamento elétrico desse sensor (Transistor NF ou NA, dois fios...), a distância de acionamento, ou se deve possuir algumas características diferenciadas como alta temperatura, alta pressão, resistência a agentes químicos ou alto grau de proteção, por exemplo. 12 | engeworld | janeiro 2014
Digital Esse tipo de sensor pode assumir somente dois valores no seu sinal de saída, os quais podem ser interpretados como zero ou um. Analógico O sinal de saída desse tipo de sensor varia ao longo do tempo, assumindo valores dentro de sua faixa de operação. Normalmente, os sinais utilizados são 4...20 mA ou 0...10 V. Esse sinal pode variar de acordo com a distância de acionamento ou com o movimento de um atuador, por exemplo. Voltagem de Saída
Michael Jimenez Victor Toledo Piza
Tipos de chaveamento encontrados em sensores 3 fios PNP 1 bn
+
3 bu pnp
3 bk
São sensores com saída transistor chaveando o terminal positivo da fonte.
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Sensor de proximidade indutivo
3 fios NPN 3 bu +
1 bn npn
Sensor de proximidade capacitivo
4 bk
São sensores com saída transistor chaveando o terminal negativo da fonte.
2 fios corrente contínua 1
+( )
4
(+)
São sensores alimentados com tensão contínua - vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.
2 fios corrente alternada 2 3
São sensores alimentados com tensão alternada — vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.
2 fios AC/DC 2
Os sensores indutivos são equipamentos eletrônicos capazes de detectar objetos metálicos. Surgiram com o objetivo de substituir as tradicionais chaves fim de curso. A detecção ocorre sem que haja o contato físico entre o sensor e o objeto metálico, não havendo desgaste e aumentando a vida útil de ambas as partes. O princípio de funcionamento é baseado na geração de um campo eletromagnético de alta frequência, desenvolvido por uma bobina em um núcleo de ferrite e um circuito oscilador. Esses sensores podem ser encontrados para instalação faceada ou não faceada no metal. É necessário consultar o datasheet do fabricante para a instalação correta dos sensores. Faceada
3
São sensores que podem ser alimentados com tensão alternada ou tensão contínua, que vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.
Sensores capacitivos são os que detectam qualquer tipo de massa. Portanto, são capazes de detectar a presença de objetos plásticos, líquidos, orgânicos e também os metálicos detectados pelos sensores indutivos. A detecção também ocorre sem que haja contato físico e, além de distância e posição, os capacitivos podem medir deformação, espessura, nível em tanques, desgaste ou vibração, por exemplo. O seu princípio de funcionamento é baseado na variação de capacitância, onde é gerado um campo eletrostático por meio de um oscilador controlado por capacitor. Quando um objeto é detectado, o valor da capacitância varia, ocorrendo o chaveamento.
Sensor de campo magnético
Namur Não faceada
Saída namur
+ 8 Vcc -
Os sensores Namur têm função semelhante aos sensores convencionais, porém não possuem transistor de chaveamento na saída e trabalham em baixa corrente. São usados em ambientes críticos, potencialmente explosivos.
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Esses sensores são ativados por campos magnéticos e são adequados especialmente para detecção de pistões em cilindros pneumáticos. Devido ao fato
de que campos magnéticos podem penetrar em metais não magnetizados, esse tipo de sensor detecta imãs permanentes instalados em um pistão por meio do corpo de alumínio do cilindro.
Sensor de temperatura
A temperatura é um fator crítico para muitos processos industriais e tem de ser constantemente monitorada a fim
de operar máquinas e sistemas com segurança e eficiência. Uma solução confiável e prática para medição de temperatura são os sensores e transmissores eletrônicos de temperatura (sensores de temperatura). A confiabilidade não é apenas alcançada pela alta precisão e repetitividade, mas também por diversas opções de interfaces disponíveis entre o processo e o operador. Em aplicações industriais, a temperatura pode ser medida com termômetros de resistência ou termopares. Os termômetros de resistência alcançam esse objetivo por intermédio de resistências elétricas sensíveis à temperatura. Enquanto a resistência das PTCs aumenta com a elevação da temperatura, as NTCs comportam-se de modo contrário.
Sensor de pressão
A pressão necessita ser medida e monitorada em aplicações de controle de processos e indústrias de manufatura. Sendo em sistemas padrão ou em ambientes com condições especiais, cada aplicação requer a solução perfeita para cada aspecto. Materiais de alta qualidade, variadas conexões mecânicas ao processo, facilidade de programação
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engeworld | janeiro 2014 | 15 Porque toda vida tem um propósito...
(IO-Link), alta precisão e várias opções de exibição de funções são, portanto, padrões essenciais para a medição eletrônica da pressão. A medição da pressão pode ser relativa, absoluta ou diferencial. Na medição da pressão relativa, a pressão zero é a do ambiente — ou seja, mede a pressão em relação à pressão externa. Já a medição de pressão absoluta começa no vácuo absoluto. Finalmente, a medição de pressão diferencial mostra a diferença de pressão entre dois pontos. O diagrama a seguir explica isso claramente:
Sensores fotoelétricos Sensores fotoelétricos usam luz visível ou infravermelha para detectar diferentes tipos de objeto sem contato, independentemente de sua consistência. Ao contrário dos sensores indutivos ou capacitivos, eles possuem distâncias sensoras bem maiores. As suas aplicações mais comuns são para controle de posição, contagem, triagem e classificação. Eles são aplicados principalmente na indústria automotiva, construção de máquinas, linhas de montagem, sistemas de armazenamento e transporte. Sensores fotoelétricos operam com o princípio de emissão e recepção de luz. Um diodo emite luz, que é cortada ou refletida por um objeto e o evento é posteriormente processado. Existem alguns modos de esse processo ser realizado: oposto, retrorrefletivo, difuso ou via sistemas de fibra óptica. O modo deve ser escolhido analisando-se vários fatores da aplicação. 16 | engeworld | janeiro 2014
Sensores ultrassônicos detectam uma infinidade de objetos sem contato e sem desgaste com ondas ultrassônicas.
é a superfície do objeto. Quanto mais lisa a superfície, melhor a refletividade da onda e maior a distância sensora. As possibilidades de aplicação dos sensores ultrassônicos são quase infinitas. Seja em medição de nível ou altura, medição de distância de um objeto ou mesmo contagem de objetos, os ultrassônicos detectam objetos de diferentes materiais e propriedades e em longas distâncias. Condições do local, tais como sprays, poeiras ou chuva afetam insignificantemente seu funcionamento.
A figura acima mostra o chamado “cone sônico”, gerado e posteriormente detectado pelo sensor. Ele possui uma zona cega (azul escuro), onde não é detectado nenhum objeto, e a faixa de detecção (azul claro).
Sensores de fluxo ou vazão
Sensores ultrassônicos Sensores ultrassônicos detectam uma infinidade de objetos sem contato e sem desgaste, com ondas ultrassônicas. Ao contrário de outras tecnologias de detecção, não importa se o objeto é transparente ou opaco (fotoelétrico), metálico ou não metálico (indutivo), sólido, líquido ou em pó — o mais importante
Os sensores de fluxo são aplicados na produção automatizada para detectar variações da velocidade do fluxo de gases e líquidos de forma rápida e confiável. Eles monitoram circuitos de refrigeração, proteção de bombas ou fluxo de ar de dutos de exaustão e sistemas de ar condicionado. Podem ser aplicados tanto para execu-
tar medições precisas como para controlar valores limite e padrões de fluxo — em outras palavras, o aumento ou diminuição da velocidade do fluxo. O sinal de saída pode ser analógico ou binário, dependendo da necessidade de medir fluxo continuamente ou apenas valores limites.
Sensores de posicionamento linear
Definido o tipo de sensor a ser utilizado na aplicação, o próximo passo é entrar em contato com os fabricantes... Alta repetitividade e linearidade, precisão, robustez e medição sem contato com o elemento atuador são as principais características desse tipo de sensor. Ele pode ser utilizado em aplicações de controle de movimento em máquinas, cilindros pneumáticos ou mesmo para controle de nível de tanques, por exemplo.
Também conhecido como transdutores lineares, esse sensor transmite um sinal analógico de acordo com o posicionamento de seu elemento atuador. É possível encontrar diferentes tipos de transdutores lineares para aplicações na indústria, cada um com diferentes princípios de funcionamento — princípio indutivo, magnetostritivo ou potenciômetro são os mais usuais. Princípio de funcionamento do sensor magnetostritivo
Sensor de inclinação Também conhecido como inclinômetro, é um instrumento utilizado para medir ângulos de inclinação e elevação. Utilizando a aceleração gravitacional como referência para medir o ângulo de inclinação, é um sensor muito utilizado para aplicações em veículos, máquinas agrícolas, aeronaves e robôs industriais. Normalmente, oferece sinal analógico de saída diretamente proporcional ao ângulo medido, com alto grau de precisão.
Considerações finais 1. O elemento de medição é o guia de onda (tubo com cobre no seu interior), é também utilizado um elemento atuador (ímã permanente); 2. Aplica-se um pulso de corrente, gerando um campo magnético em
torno do guia de onda; por meio de um efeito magnetostritivo, cria-se uma onda mecânica (deformação); 3. A distância é determinada a partir do tempo que essa onda leva para chegar ao conversor de sinal.
Definido o tipo de sensor a ser utilizado na aplicação, o próximo passo é entrar em contato com os fabricantes desse tipo de produto e se atentar às características técnicas específicas de cada sensor, como faixa de tensão de trabalho, corrente de consumo e condições de instalação, entre outras. engeworld | janeiro 2014 | 17
elétrica
artigo
O que é o traceamento elétrico para tubulações? Alan Assiz Gerente-geral da Pentair Thermal Management no Brasil
T
raceamento elétrico é a manutenção da temperatura de fluidos mediante a reposição de calor perdido por meio do isolamento térmico e/ou a elevação da temperatura para o start-up em processos. Essa manutenção de temperatura é feita com os cabos de aquecimento. O traço elétrico inibe a perda de calor da tubulação para o ambiente, por não existir um isolamento térmico “perfeito”, mas isso não quer dizer aquecimento. Entretanto, pode ser usado com esse propósito em algumas poucas aplicações. Emprega-se o traceamento principalmente para manter constante a temperatura de processo, acima da temperatura ambiente (essa aplicação é normalmente encontrada em refinarias que usam óleo — o objetivo é manter a viscosidade do fluido em nível ideal para que seu bombeamento seja possível) ou para proteção contra congelamento. O aquecimento de tanques e tubulações não é um novo conceito. Durante muitos anos, tem sido usado o traço a vapor para manter a temperatura constante em tubulações e tanques. Essa é uma boa aplicação na
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teoria, porém sofre com vários problemas na área de manutenção (exige disponibilidade de mão de obra) e não é possível efetuar um controle da temperatura. Para isso, é necessário ajuste constante de pressão, entre outras variáveis. Na instalação do sistema de traço a vapor, um pequeno tubo de cobre deve ser soldado paralelamente à tubulação que se deseja
manter aquecida. Além disso, um sistema de recirculação deve ser instalado para cada linha, individualmente. O vapor não foi uma solução prática para pequenas ramificações e para linhas com uma grande quantidade de derivações. A manutenção preventiva deve ser realizada constantemente, no intuito de assegurar que o traço esteja em perfeitas condições e não ofereça risco de umedecer o isolamento térmico. As válvulas devem sofrer manutenção ou serem substituídas no intervalo entre oito a doze meses de uso. Esses fatores vêm tornando o traço a vapor uma solução pouco popular para aquecimento de linhas. O traceamento com óleo quente, que utiliza o óleo no lugar do vapor (porém, em menor temperatura), apresenta os mesmos problemas do outro. Se projetado adequadamente, o sistema de traceamento elétrico é extremamente eficiente, elimina todos os custos com manutenção e, devido à sua flexibilidade, permite melhor manuseio, otimizando assim o tempo de instalação.
Sistema típico de traceamento elétrico para tubulações Vários testes comparativos realizados entre o traço elétrico e o traço a vapor têm mostrado que, mesmo quando o vapor é gratuito, a instalação e manutenção envolvem altos custos. Com isso, concluímos que o sistema de traceamento elétrico é com certeza mais barato, pois não possui manutenção, tendo ainda a vantagem de ser acionado somente quando necessário — ao contrário do traço a vapor, que precisa ser mantido em funcionamento contínuo. Outro grande diferencial do traço elétrico é que ele garante vida útil bem superior ao sistema de traço a vapor, pois não transfere umidade.
Principais tipos de cabo de traceamento elétrico Cabos autorreguláveis
condutor. À medida que a temperatura ambiente cai, mais calor é produzido no núcleo. Inversamente, quando a temperatura aumenta, menos calor é produzido.
Cabos limitadores de potência Ajustam automaticamente a sua potência para compensar as mudanças de temperatura. Esses cabos de aquecimento consistem em dois condutores paralelos, incorporados no núcleo de aquecimento feito de polímero condutor. O núcleo é uma radiação cruzada para assegurar a confiabilidade a longo prazo. O calor é gerado quando a corrente elétrica passa através do núcleo do polímero
o aumento de sua temperatura, criando um efeito pelo coeficiente positivo de temperatura (PTC). Esse efeito resulta na diminuição da potência de saída com o aumento da temperatura, permitindo superposições do cabo nas instalações.
Cabos de resistência em série O cabo aquecedor limitador de potência é baseado em uma resistência de alloy enrolada em um fio de fibra de vidro que é conectada por cabos de alimentação banhados a níquel. A resistência ôhmica desses elementos cresce com
Os cabos de resistência em série podem ser usados quando o comprimento do circuito exceder as classifica-
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ções dos cabos de aquecimento paralelos convencionais — é necessária uma fonte de energia única. O aquecimento ôhmico do condutor fornece o calor para esse cabo de aquecimento do circuito em série. A concepção de engenharia é necessária, uma vez que a potência de saída depende do comprimento total do circuito e da tensão aplicada. Cabos de resistência em série podem ser com um ou dois condutores para sistemas monofásicos ou trifásicos. Os condutores
de resistência são eletricamente isolados, com a alta temperatura, flúor polímeros de parede pesada, uma malha de terra e uma capa de flúor polímero. Mantêm a temperatura máxima de 250°F (121°C) e temperaturas de exposição não superior a 482°F (250°C). Esses cabos são capazes de suportar circuitos com comprimentos de até 3.600 m, com um ponto de fornecimento de energia e tensões de até 600 Vac.
Cabos efeito superfície
Os cabos aquecedores de efeito superfície são ideais para tubulações de transferência de longa distância (20 km) por circuito. O sistema é projetado para a aplicação específica. Aplicações para esse sistema incluem linhas de transferência, derretimento da neve e degelo, aquecimento fundação tanque, linhas de transferência subterrâneas e linhas pré-fabricadas e pré-isoladas. No sistema de aquecimento efeito superfície, o calor é gerado na superfície interna de um tubo de calor ferromagnético, que está acoplado termicamente ao tubo a ser traceado. Um condutor resistente à temperatura, isolado eletricamente, está instalado no 20 | engeworld | janeiro 2014
interior do tubo de calor e ligado ao tubo na extremidade distante. O tubo condutor está ligado a uma fonte de tensão alternada numa ligação em série. Esse método de aquecimento é chamado de aquecimento de superfície porque o trajeto de retorno da corrente do circuito é puxado para a superfície interior (aprox imada-
mente, 1 mm) do tubo de aquecimento, tanto pelo efeito de superfície como para o efeito de proximidade entre o tubo de aquecimento e o condutor.
Controle e monitoramento Os sistemas eletrônicos de controle de temperatura são projetados para controlar circuitos de cabos de aquecimento utilizados na proteção contra congelamento, aplicações de fusão de manutenção do processo de temperatura e neve. Cada um tem características únicas que proporcionam controle eletrônico de temperatura, monitoramento intensivo do calor, e integridade do circuito de rastreamento de baixo custo. Podem oferecer displays digitais e as comunicações inteligentes para PCs remotos ou via um DCS via protocolo Modbus. A importância do controle e do monitoramento é o requisito de segurança, com rotinas otimizadas de manutenção, faixa mais estreita de temperatura para maior qualidade de produção e aumento de rendimentos, menor custo de operação e manutenção, acesso centralizado a informações críticas de status do sistema de traceamento elétrico, funcionalidades específicas das necessidades de projeto e análise de dados que permitem, de forma simples, detectar tendências e falhas.
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mecânica
artigo
Condensadores de superfícies Paulo Teixeira Júnior Diretor-gerencial da Torr Engenharia de Vácuo e Processos
U
ma rápida pesquisa no Chemical Engineers´s Handbook, o famoso “Perry”, mostra-nos vários tópicos sobre o assunto. Temos de condensadores resfriados a ar, condensadores para ejetores e condensadores para evaporadores, até os mais variados tipos de condensador de superfície — casco e tubos, verticais e horizontais. Os condensadores nada mais são que trocadores de calor em que existe a mudança de fase de pelo menos um de seus componentes. Ou seja, uma fase vapor passará total ou parcialmente para a fase líquida. Essa mudança pode acontecer sob pressão positiva, quando o condensador opera em pressão atmosférica ou acima dela, ou sob vácuo, quando o condensador opera abaixo da pressão atmosférica do local em que está instalado. Os condensadores que operam abaixo da pressão atmosférica devem ser cuidadosamente dimensionados, pois do seu perfeito funcionamento dependem os processos industriais em que se encontram instalados.
Os condensadores são basicamente de dois tipos: 22 | engeworld | janeiro 2014
A) De contato direto — Os vapores a serem condensados entram em contato direto com o fluido de resfriamento, que, na maioria das vezes, é água (Figura 1).
B) Condensadores de superfície — Não existe contato entre o fluido a ser condensado e o fluido de resfriamento — aqui também, na maioria das vezes, água (Figura 2).
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Foto cedida po r Mazda Limited – Índia
Neste pequeno artigo, o foco será colocado nos condensadores de superfície. Os maiores condensadores de superfície são, em geral, aqueles utilizados nas turbinas de geração de energia ou nas de acionamento de grandes compressores. Esses condensadores podem operar sob pressão ou sob vácuo e devem seguir normas específicas no seu dimensionamento, como a HEI (Heat Exchange Institute) – Standards for Steam Surface Condensers.
Os condensadores que operam sob vácuo são normalmente os mais críticos, já que muitas vezes os equipamentos para a manutenção do vácuo (sistemas de vácuo com ejetores a vapor ou bombas de vácuo de anel líquido) são subdimensionados. A norma HEI define todos os aspectos a serem considerados no dimensionamento e construção dos condensadores de superfície, além de apresentar uma série de tabelas e recomendações, mas o entendimento sobre elas nem sempre é o mesmo entre os fabricantes desses equipamentos, o que torna a equalização entre eles muito difícil. 24 | engeworld | janeiro 2014
Para o perfeito funcionamento do condensador de superfície, todos os demais equipamentos devem estar corretamente dimensionados. Além do sistema de vácuo, temos as bombas de circulação de condensado, purgadores, linhas de equalização, válvulas de alívio, válvulas de bloqueio, controladores de nível e um grande número de medidores de pressão e temperatura. Dados necessários para um bom dimensionamento de um condensador de superfície aplicado em geração de energia: Todos os pontos de carga do sistema; Pressão de vapor disponível no local - mínima, normal e máxima, assim como a temperatura correspondente; Temperatura da água de resfriamento disponível - mínima, normal e máxima, mesmo que as extremas só ocorram poucos dias no ano; Qualidade da água de resfriamento; Materiais de construção desejados. Foto cedida pela Apema
Vista em corte de um condensador de superfície aplicado em geração de energia
Além da norma HEI, também podem ser aplicadas as normas ASME (American Society of Mechanical Engineers) e TEMA (Tubular Exchanger Manufacturers Association Standards), mais voltadas para o projeto mecânico e construtivo dos condensadores. Na hora de especificar e comprar um condensador de superfície, seja ele para aplicação de geração de energia, em processos químicos ou em qualquer outra aplicação de menor risco, não omita informações ao seu fornecedor e, se possível, converse com ele para que suas necessidades sejam entendidas e atendidas. Os condensadores de superfície para geração de energia devem atender a uma série de pontos operacionais, mas, na maioria das vezes, eles não são informados aos fornecedores. Isso pode causar problemas operacionais, já que todos os pontos devem ser avaliados no dimensionamento, a fim de se identificar os mais críticos. O cálculo do sistema de vácuo para os condensadores também está definido na norma, mas é um dos itens que mais geram controvérsias.
Condensador de superfície
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civil
artigo
Guindaste: fazendo a escolha certa Rodneli Lemos Supervisor de Movimentação de Carga da Cunzolo
E
m virtude das múltiplas utilidades dos equipamentos de movimentação, é preciso que o comprador ou locador fiquem atentos a alguns detalhes antes de finalizar sua escolha. Existem diferentes tipos, modelos e marcas que podem ser utilizados conforme a necessidade de cada operação. Veículos industriais e equipamentos de elevação e transferência são exemplos de equipamentos de movimentação. Os veículos industriais são equipamentos, motorizados ou não, usados para movimentar cargas em superfícies e espaços apropriados. Os principais exemplos são carrinhos industriais, empilhadeiras, rebocadores, autocarrinhos (AGV) e guindastes autopropelidos. Já os equipamentos de elevação e transferência são destinados a mover cargas variadas para qualquer ponto dentro de uma área fixa — a função principal é transferir — e podem ser exemplificados por talhas, guindastes fixos, pontes rolantes, pórticos e semipórticos. Esses equipamentos são utilizados para materiais pesados e volumosos. Os guindastes movimentam equipamentos pesados, para a montagem de máquinas de grande e pequeno portes, e frequentemente são usados em cons26 | engeworld | janeiro 2014
truções civis. Nesse caso, o tipo de equipamento a ser escolhido pode variar de acordo com a capacidade de carga e também com a topografia do local. Assim, para adequar o equipamento à função prevista, é recomendado procurar empresas capacitadas na hora da
seleção e observar o indicador tonelada x metro impresso no guindaste. Escolher um guindaste para determinada operação é um processo bastante técnico e é importante que seja realizado por alguém capacitado. Existem fatores como a carga para cada comprimento da lança
e para cada ângulo que podem definir o sucesso ou fracasso da operação. Isso sem falar do alcance, capacidade, contrapeso e diversos outros aspectos a serem considerados. Além disso, o guindaste sobre rodas, por exemplo, pode ser substituído em algumas situações por outros equipamentos de movimentação como elevador de carga, guindastes fixos (como a grua e a minigrua) e os móveis (como o guindaste sobre esteira). O diferencial do guindaste sobre rodas está na facilidade do movimento horizontal para tráfego de materiais pesados.
Além de saber escolher o equipamento que será utilizado, a postura do operador é extremamente importante para o sucesso da execução A escolha do fornecedor e a decisão se o equipamento será locado ou comprado também precisam de uma pesquisa criteriosa, que envolva o custo inicial, custo mensal, manutenção e utilização. Normalmente, as empresas optam pela locação de guindastes pela facilidade de utilização, suporte técnico e manutenção. A compra só é viável quando o guindaste for utilizado frequentemente
ou quando não houver disponibilidade no mercado do modelo especificado. Depois de comprar ou locar um equipamento, a execução do serviço deverá ser realizada por operadores capacitados e qualificados para operar determinado equipamento e que tenham conhecimento das normas NR18 — Condições e meio ambiente de trabalho na construção civil e NBR 10852 — Guindaste de rodas com pneus.
Segurança na operação Além de saber escolher o equipamento que será utilizado, a postura do operador é extremamente importante para o sucesso da execução do serviço com segurança. O bom operador é aquele que se dirige ao local do serviço, ouve as recomendações do cliente e avalia a situação do trabalho se não tiver o estudo de rigging que indique o local de patolamento, sendo que o que melhor atende ao cliente é aquele que possibilita o maior número de içamento sem precisar ficar mudando o guindaste de lugar. Depois disso, existem outras regras a serem seguidas. Patolada e configurada para trabalho, a área deve ser isolada pelo operador, que também inspeciona os materiais de içamento (cabo, cinta e manilhas) que fornecerá para o cliente executar a amarração das peças. Para a empresa, operador seguro é aquele que segue os procedimentos e normas, conhece o equipamento com o qual está trabalhando, é atencioso, calmo, observador, cuidadoso e tem o objetivo de realizar as tarefas para as quais o equipamento está destinado e retornar pra a sua família ao final de cada dia.
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O que é caminhão trucado? Veículo que possui dois eixos traseiros e é capaz de suportar capacidade maior de peso em sua carroçaria. O que é caminhão toco? Veículo com carroçaria menor que um caminhão trucado, com apenas um eixo, suporta menos peso. O que é ponte rolante? Equipamento utilizado para transportar cargas dentro de um espaço físico predeterminado. Constituída de uma viga principal, tem em suas extremidades apoios rolantes.
Principais modelos de guindastes sobre rodas Guindaste AT (all terrain): apropriado para todos os terrenos, suporta cargas leves e pesadas, podendo chegar a 1.200 t; Guindauto: caracterizado pela versatilidade no formato e por atingir proporções de capacidade que variam de 3 a 20 t/m; Guindaste sobre caminhão: equipamento veicular caracterizado por um caminhão comercial equipado com a parte superior de um guindaste hidráulico. Ele tem capacidade máxima entre 25 e 35 t/m; RT (rough terrain): frequente28 | engeworld | janeiro 2014
mente usado em terrenos acidentados, o RT é indicado para uso severo e fora de estradas; CT (compact truck): modelo compacto, para cargas médias, atua em locais com pouco espaço; Guindastes para movimentações em áreas industriais: máquinas com capacidade de carga entre 5 e 60 t, podem movimentar-se com o material transportado.
Dúvidas frequentes O que é caminhão munck? Equipamento hidráulico usado para carregamento, descarregamento, transporte e movimentação de máquinas e peças pesadas.
O que é estudo de ‘rigging’? Planejamento da movimentação do equipamento para verificar as condições gerais para a realização da operação com segurança, considerando o peso da peça e os ângulos máximos permitidos na tabela do guindaste, assim como uma avaliação do local e equipamentos necessários para o andamento dos serviços. Como é calculado o valor do guindaste? O valor do guindaste é calculado por hora, considerando-se dez horas mínimas para todos os equipamentos. Os valores são determinados conforme a capacidade técnica de cada equipamento. O que é patolamento? O patolamento consiste em estender os braços das sapatas e abaixá-las até o solo. Esse procedimento é necessário para qualquer tipo de operação efetuada com guindaste. O que é ‘jib’ do guindaste? Jib é uma lança auxiliar mecânica que aumenta o comprimento, altura e raio do equipamento.
controle automação artigo
O futuro das máquinas: sistemas de controle autoconscientes A SOLUÇÃO IDEAL PARA SUAS INSTALAÇÕES
Guilherme Yamamoto Renan Azevedo Engenheiros de Marketing Técnico e Estratégico da National Instruments
A
o examinar as tendências da indústria de máquinas, você frequentemente encontra novas tecnologias de controladores que aumentam o desempenho e rendimento de máquinas de ponto, tecnologias de motores ou algoritmos de eficiência energética, ou aprende sobre ferramentas que ajudam a diminuir o custo do projeto de máquinas. Ao longo das últimas décadas, os construtores de máquinas avançaram consideravelmente no desenvolvimento de máquinas que podem completar tarefas repetitivas com velocidade crescente. Há outras tendências e tecnologias, entretanto, que podem ter influência ainda mais significativa na próxima geração de máquinas e na maneira com que elas são integradas ao seu processo de trabalho. Depois de passar décadas otimizando a velocidade de equipamentos de máquinas, a indústria está ultrapassando novas barreiras. Altas velocidades e máquinas operando à carga máxima estão aumentando o desgaste dos componentes mecânicos e ferramentas. Isso aumenta
TUBOS METALICOS FLEXÍVEIS TERMINAIS
a importância da manutenção e de sistemas que garantam o tempo de atividade. Adicionalmente, muitas tarefas na indústria não são puramente repetitivas. Soluções para problemas de aplicação, como recolher (picking) peças com formato aleatório de uma caixa, estão longe
ELETRODUTOS TUBOS SUPERFLEXIVEIS DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
A indústria de máquinas precisa atender a preocupações de segurança que aumentam quando humanos trabalham juntamente com máquinas de ser realizadas. Por último, mas não menos importante, vários processos de manufatura ainda envolvem uma quantidade significativa de trabalho feito por humanos. A indústria de máquinas
WWW.SPTF.COM.BR (11)2065 3820 engeworld | janeiro 2014 | 29 VENDAS@SPTF.COM.BR
precisa atender a preocupações de segurança que aumentam quando humanos trabalham juntamente com máquinas e sistemas robóticos.
Inovação substancial A disponibilidade dos dados e informações sobre o ambiente e os processos e parâmetros da máquina são cruciais para endereçar esses novos desafios da indústria de máquinas. Portanto, a tecnologia de medição e os sensores que podem adquirir essas informações estão desempenhando um papel significante para a próxima geração de máquinas. O mercado de sensores ficou estático por décadas, mas os últimos anos trouxeram uma inovação substancial. Os avanços tecnológicos dos sensores foram adotados em muitos dispositivos eletrônicos, de smartphones a sistemas de automação residencial, e os preços caíram para mínimos históricos. Você pode usar sensores para criar sistemas que possuem consciência do ambiente onde estão, realizam o monitoramento de processo em tempo real e sabem cada detalhe da saúde dos seus componentes mecânicos. Porém, os sensores sozinhos não têm valor maior do que os sistemas de controle do passado. A chave para solucionar novos desafios é criar sistemas de controle que possam integrar dados de sensores, reunir informações em tempo real e usar informações de vários sensores dentro de malhas de controle da alta velocidade. Sistemas embarcados de alto desempenho com robustez de nível industrial, como os controladores programáveis para automação (Programmable Automation Controllers — PAC), fornecem conectividade direta com sensores por meio de dispositivos de E/S modulares. Você 30 | engeworld | janeiro 2014
pode usar o arranjo de portas programável em campo (Field Programmable Gate Array — FPGA) reconfigurável para pré-processar os dados dos sensores mesmo antes das informações serem transferidas para o processador de tempo real, que executa tarefas customizadas de controle ou monitoramento programadas no ambiente gráfico de programação LabVIEW.
Você pode usar sensores para criar sistemas que possuem consciência do ambiente onde estão Aplicações de monitoramento Então, como a tecnologia de medição e sensores altera o futuro das máquinas? Primeiro, integrando a tecnologia avançada de medição e sensores em sistemas mecânicos e máquinas, você pode implementar aplicações de monitoramento de condição de máquinas. Sistemas de manutenção baseados em condições ajudam a diminuir interrupções não programadas e otimizam o desempenho da máquina enquanto reduzem os custos de manutenção de reparos. Adicionalmente, pode-se usar a tecnologia de sensores e medição para aumentar a segurança das máquinas e equipamentos e fornecer ao sistema de controle informações sobre a saúde do sistema a qualquer momento durante a operação. Podem-se adicionar tarefas de monito-
ramento de condição de máquina por meio de subsistemas embarcados, que são conectados ao sistema de controle por meio de tecnologias de rede ou que são integrados no sistema de controle na forma de outra tarefa.
Os PACs oferecem conectividade com centenas de sensores e atuadores, como nessa aplicação da Oregon State University.
Com uma integração mais direta das informações de sensores na controladora, é possível criar máquinas que se regeneram automaticamente ou adaptativas e sistemas que podem se ajustar, por exemplo, a características variáveis de componentes mecânicos. Podem-se implementar rotinas que reúnam dados durante um processo de inicialização ou durante a operação da máquina e que usem algoritmos de controle adaptativos, que melhorem a operação da máquina, possibilitando que o sistema de controle identifique essas condições que estão variando, causadas pelo desgaste do componente mecânico.
Máquinas dinâmicas Finalmente, integrando sensores avançados, há como desenvolver máquinas dinâmicas que se adaptem a parâmetros ambientais variáveis e monitorem parâmetros do processo para garantir resultados de manufatura quase perfeitos. Com conhecimento adicional
sobre o processo, a máquina pode detectar imperfeições ou mudanças no material cru, ajustando para vibrações que podem aparecer dentro de uma parte usinada ou lidando com tarefas que são diferentes para cada uma das partes processadas ou iterações do processo. Bons exemplos são máquinas e dispositivos médicos, como sistemas de classificação de células ou sequenciadores de DNA, que devem processar estruturas imprevisíveis como células que estão crescendo naturalmente. Esses sistemas precisam fazer uma grande adaptação no seu processo, baseando-se nas informações que eles reúnem de sensores de imagem, sistemas de câmara ou outros sistemas de sensores avançados.
Sistemas ‘Smart Camera’ de alto desempenho podem ser usados para criar aplicações de robótica guiada por visão
A maior adoção da tecnologia de medição e sensores para aplicações de controle também vai revolucionar a indústria de máquinas robóticas. Ao se olhar de perto para o movimento bem orquestrado de uma linha de robôs de soldagem, ver-se-á que eles simplesmente realizam os mesmos movimentos pré-definidos de novo e de novo. É preciso haver tecnologia avançada de sensores para adaptar sistemas de robótica industrial
(que têm sido usados na indústria por décadas) para realizar aplicações mais avançadas, como o recolhimento (picking) de peças de uma caixa, ou lidar com peças e bens delicados. Podem-se usar sensores táteis, LIDARs (light detection and ranging) e sistemas de câmara para dar aos robôs a habilidade de detectar a presença e localização de objetos e humanos, ou controlar a quantidade de força e pressão aplicada às peças e bens. Isso abre novas áreas de aplicação para a robótica.
Com uma integração mais direta das informações de sensores na controladora, é possível criar máquinas que se regeneram automaticamente ou adaptativas Os sensores sempre foram parte de máquinas de ponta. Com novas tecnologias, preços diminuindo e sistemas de controle de alto desempenho com capacidade de incorporar e processar informações de múltiplos sensores, cria-se a próxima geração de máquinas e dispositivos que estão completamente conscientes do seu ambiente e monitoram todos os parâmetros da máquina e do processo, de forma que elas possam se adaptar a condições variáveis.
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gestão de projetos Organização e comunicação Habilidades cruciais para gerentes de Projeto Paulo Eduardo da Silva Profissional de gerenciamento de projetos (PMP), é coordenador do Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO) da Diretoria de Empreendimentos da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). Possui formação em engenharia de computação pela Escola de Engenharia de Lins, pós-graduação em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e certificação PMP.
B
em, amigos, neste primeiro artigo vou falar um pouco sobre duas habilidades que considero muito importantes para os profissionais que atuam com gerenciamento de projetos: organização e comunicação. Mas por que só essas duas? Ora, todos nós sabemos que existe uma variedade de conhecimentos e técnicas que todo bom profissional de gerenciamento de projetos precisa ter para alcançar o sucesso desejado. Há uma vasta literatura sobre o assunto. Porém, creio que seja fundamental que, antes de gerir ou apoiar a gestão de qualquer projeto, o profissional saiba o que se quer e como atingir seus objetivos. Saber o que se quer está relacionado a quanto o profissional de gerenciamento de projetos possui de informações para realizar seu trabalho. Essas informações só poderão ser obtidas se ele fizer uso extensivo de suas habilidades de comunicação para saber quem são as partes interessadas no projeto, o que deve ser levado em conta para desenvolver um bom escopo e quais são
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os requisitos, prazos e custos, restrições e premissas, etc. Alinhadas a esses conhecimentos, vale destacar também a habilidade de saber se expressar, a persuasão e a empatia, que poucos bons profissionais de GP possuem. Na maioria das vezes, vemos profissionais que, apesar de serem extremamente competentes em seus ramos de atuação, só reagem e seguem “receitas de bolo” e não levam em conta que, na maioria
das vezes, um bom papo deve ser sempre levado em conta em detrimento de tentar supor o que quer nosso patrocinador, cliente ou outros membros de uma equipe. Certa vez, em um seminário de gerenciamento de projetos, o palestrante disse que 80% dos principais problemas de gerenciamento de um projeto podem ser resolvidos com simples conversas sem muitas formalidades. Segundo ele, um bom chope resolve muitas coisas...
S.BELEGI
O como alcançar os objetivos relaciona-se à organização. Ou seja, refiro-me à necessidade de, antes de começar algo, organizar as ideias, traçar um plano, definir etapas, etc. Não adianta o profissional de gerenciamento de projetos possuir todos os conhecimentos, técnicas, certificações ou anos de experiência de campo se não tiver um mínimo de organização para realizar seu trabalho. Fazer tudo de qualquer forma, atropelando etapas somente para entregar mais rápido e com baixo custo um produto do projeto, na maioria das vezes é como dar um tiro no pé, pois, fatalmente algo terá de ser refeito, impactando principalmente os prazos e custos. Organizar e planejar são sinônimos à medida que, ao definirmos o que,
por que, quando, como, quem, quanto e para quem, precisaremos realizar um trabalho (qualquer semelhança com o 5W2H é mera coincidência) e estaremos, então, organizando e dando sentido ao que queremos alcançar. Estas duas habilidades — comunicação e organização — são extremamente relevantes para todo bom profissional de gerenciamento de projeto. Sabendo comunicar, podemos obter plenamente todos os requisitos para o projeto e desenvolver um escopo mais aderente aos desejos do patrocinador e demais partes interessadas. Sabendo organizar todos os pontos relativos ao projeto, podemos traçar um plano de trabalho mais efetivo, mobilizar os recursos adequados, definir
os prazos e custos — enfim, executar todos os demais processos relativos às áreas de conhecimento de GP que já conhecemos bem. Além disso, a comunicação e organização bem desenvolvidas fazem com que saibamos como orientar e delegar com clareza as responsabilidades para as equipes do projeto, podendo gerir e negociar melhor conflitos e interesses com todos os envolvidos, distribuindo corretamente as informações com vistas ao sucesso de nossa jornada. Não se esqueçam: conhecimentos e técnicas de gerenciamento de projetos podem ser obtidos e aperfeiçoados; porém, as habilidades e atitudes relativas à comunicação e organização também podem e devem ser constantemente aprimoradas!
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entrevista Edificações sustentáveis no Brasil toria de mais de 35 empreendimentos com certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) em todo o Brasil —, explica a importância da sustentabilidade para a engenharia e arquitetura contemporâneas, além de apontar suas vantagens, obstáculos e perspectivas.
O
consumo intenso e constante dos recursos naturais do planeta, que já acontece há décadas e cresce cada vez mais, ameaça a qualidade de vida e mesmo a sobrevivência das próximas gerações. Para evitar esse cenário, busca-se cada vez mais a sustentabilidade, tema recorrente nos meios de comunicação, nas pautas de discussão entre chefes de Estado e, como não poderia deixar de ser, no setor da construção civil. O engenheiro civil Márcio Orofino, sócio-fundador da ENE Consultores e auditor-líder em Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001, compartilha com a Engeworld sua experiência sobre o tema — já participou da audi34 | engeworld | janeiro 2014
ENGEWORLD — O que caracteriza uma edificação sustentável? Que critérios um edifício precisa atender para ser considerado sustentável? OROFINO — Uma edificação sustentável ou verde caracteriza-se por um empreendimento que reduz os impactos ambientais durante o processo construtivo, aproveita de forma racional os recursos naturais (energia, água, matérias-primas) reduzindo custos operacionais, além da forte preocupação com o bem-estar, a produtividade e a saúde de seus ocupantes durante sua vida útil. Essas características são traduzidas em ações durante as etapas de construção e tornam-se diretrizes para a concepção dos projetos de arquitetura e engenharia de forma integrada.
OROFINO — Vivemos uma situação de crescimento populacional e urbanização das áreas habitadas, aumentando a pressão e a demanda sobre os recursos naturais e o descarte dos subprodutos causados por sua transformação. A possibilidade de prolongarmos o uso desses recursos e a sua reutilização, uma vez que são limitados e finitos, impõe aos arquitetos e engenheiros novas formas de projetar, construir e operar as edificações e espaços que utilizamos para o desenvolvimento das tarefas do dia a dia.
ENGEWORLD — Qual a importância da sustentabilidade para a arquitetura e engenharia nos dias atuais?
ENGEWORLD — Há materiais mais ou menos recomendáveis para esse tipo de edificação?
Edifício Morumbi Corporate, da empresa Multiplan, em São Paulo/SP: certificação Leed nível Gold
OROFINO — Sim, há. Porém, a resposta ainda não é simples, uma vez que a correta avaliação do que é um material “mais sustentável” depende da análise de ciclo de vida em que, muitas vezes, temos parâmetros contraditórios mas todos relevantes do ponto de vista de sustentabilidade. Além disso, poucos são os fabricantes que disponibilizam esses dados ao mercado de construção. É uma área que está iniciando o seu desenvolvimento, especialmente no Brasil. De forma simples, um material sustentável é aquele que causa menor impacto durante sua extração e bene-
ficiamento, é durável e de baixa manutenção e pode ser reciclado quando descartado ao final de sua vida útil. E um fator importante: deve ser economicamente viável. ENGEWORLD — Em que consistem as certificações ambientais? OROFINO — As certificações ambientais são avaliações de credibilidade de terceira parte, fornecidas por uma entidade independente em relação ao atendimento de estratégias, ações, parâmetros, eficiência, qualidade e engeworld | janeiro 2014 | 35
Edifício Office Green, da empresa Pedra Branca S.A, em Palhoça/SC: pré-certificação Leed nível Silver
demais aspectos definidos em normas técnicas reconhecidas como boas práticas de construção e de projetos. ENGEWORLD — Houve alguma mudança nos últimos anos em relação ao interesse das construtoras, escritórios de arquitetura e outros setores por edificações sustentáveis? OROFINO — As mudanças não param de ocorrer desde que o assunto começou a virar destaque no mercado da construção civil. E essas mudanças não ocorreram por acaso. De um lado, os fabricantes de materiais buscam novas formas de posicionamento de seus produtos e melhoram seus processos 36 | engeworld | janeiro 2014
de desenvolvimento, tendo a sustentabilidade como valor e orientação. Nos escritórios, construtoras e outras empresas prestadoras de serviços, os profissionais buscam qualificação e informações, preparando-se para a transformação que o mercado vem vivenciando nessa área. As incorporadoras, por entenderem que esse aspecto é percebido por investidores e clientes, aplicam seus recursos nos empreendimentos sustentáveis em busca de maior valor agregado e liquidez em seus negócios imobiliários. ENGEWORLD — A construção de obras sustentáveis é, em geral, vista como mais cara. Tendo
isso em vista, quais benefícios são trazidos pela construção sustentável que justificam sua escolha para os construtores, arquitetos, engenheiros e representantes do setor imobiliário? E para os moradores em tais edifícios (e pessoas que vivem nos arredores)? OROFINO — Não é a edificação sustentável que é mais cara. O padrão e as necessidades incorporados ao empreendimento é que são outros. Não podemos comparar, por exemplo, um carro básico com o mesmo veículo que tenha opcionais que o transformam em outro produto mais sofisticado. A inclusão do airbag é um item que traz um custo
adicional, porém aumenta e muito a segurança do indivíduo. Em alguns casos, como de edifícios de grande porte, o aumento no custo chegou a apenas 2% ou 3%, pois já estavam sendo previstos sistemas de alta eficiência para o prédio. Instalar uma prumada para água de reúso é um custo adicional se estivermos falando de custo de construção. Porém, a economia durará toda a vida útil dessa instalação. Por outro lado, instalar um sistema de
Não é a edificação sustentável que é mais cara. O padrão e as necessidades incorporados ao empreendimento é que são outros gestão de resíduos pode diminuir e muito os custos com desperdício, limpeza e descarte de materiais subaproveitados ou resíduos gerados na obra; assim, ao invés de incremento de custos, temos economia. Um orçamento de um negócio imobiliário é um item cada vez mais complexo e, para comparar edifícios entre si, ambos devem ter as mesmas características, benefícios e mesmo padrão, Caso contrário, estaremos comparando coisas e custos que não são diretamente relacionados entre si. No caso da certificação Leed, tem-se como exigência ou pré-requisito o comissionamento (do inglês,
comissioning) de todas as instalações elétricas (no mínimo) do edifício. São meses de trabalho durante a execução da obra, conferindo a construção frente ao projeto e testando o funcionamento de todas as instalações e equipamentos antes de entregá-lo ao condomínio. Todo o processo é documentado e entregue ao futuro administrador do edifício. Raramente faz-se isso no Brasil e também é pouco comum no exterior, ou mesmo nos Estados Unidos, onde a certificação Leed foi desenvolvida. Isso é visto como um custo adicional, mas o que vemos hoje são edifícios que são entregues e não sabemos se irão operar em conformidade com o que foi projetado, e o condomínio começa a ter custos de manutenção e operação logo nos primeiros meses de obra. Como esse custo não é computado no negócio imobiliário inicial, quem paga a conta acaba sendo o cliente final. ENGEWORLD — Quais são os principais processos de certificação ambiental no Brasil? OROFINO — O sistema de certificação mais difundido no Brasil é o Leed. O Aqua [Alta Qualidade Ambiental], de origem francesa, e agora, recentemente, o Breeam [Building Research Establishment Environmental Assessment Method], selo inglês, também são aplicados no País, mas não vejo tanta repercussão como o Leed. ENGEWORLD — Há alguma iniciativa governamental voltada para o incentivo das construções sustentáveis? OROFINO — Sim, temos como exemplo o incentivo com financiamentos com taxas reduzidas, ofereci-
um bom projeto começa com um bom planejamento
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dos tanto por bancos públicos como privados para empreendimentos certificados ou com comprovado viés de sustentabilidade. Temos também o fortalecimento da legislação ambiental, que beneficia aqueles que atuam com responsabilidade ambiental em suas atividades. Diversos municípios estão com projetos de lei em desenvolvimento para que o contribuinte tenha desconto no Imposto predial e territorial urbano (IPTU) quando o empreendimento incorpora itens que reduzem o consumo de energia, como o aquecimento solar de água, promove a geração renovável ou apresenta sistemas de captação de água de chuvas e estações de tratamento de efluentes, por exemplo. Recentemente, foi aprovada a Resolução 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabelece condições gerais que possibilitam a quem gera energia que possa oferecê-la à rede pública enquanto não a está utilizando, gerando créditos de compensação quando fizer o uso da energia da rede. Ou seja, cada vez mais esse assunto faz parte da pauta governamental, pois é uma demanda da sociedade. ENGEWORLD — Quais têm sido os grandes obstáculos para a popularização das edificações sustentáveis no Brasil? Por quê? OROFINO — O maior obstáculo para que a edificação sustentável se torne prioridade no negócio imobiliário é o fato de que nem sempre o investidor é quem se beneficiará da economia e qualidade proporcionadas por ela. Ou seja, considerando todos os riscos de um negócio imobiliário convencional, 38 | engeworld | janeiro 2014
inovar e se diferenciar é um risco, pois mesmo que uma parcela dos consumidores consiga perceber os benefícios de um produto mais sofisticado (que incorpore itens que não estão presentes nas edificações convencionais) e esteja disposta a pagar por isso — pois sabe que terá retorno e economia ao longo
Municípios estão com projetos de lei em desenvolvimento para que o contribuinte tenha desconto no “IPTU” quando o empreendimento incorpora itens que reduzem o consumo de energia do tempo —, outros pouco se importam com o assunto e irão pagar a longo prazo, mas podem adquirir um produto com custo inicial menor. Sendo assim, conseguir perceber, sob a forma de resultado econômico, quando esta opção é menos arriscada é o que faz o investidor aplicar seus recursos em um produto que trará o retorno esperado, mesmo com custos iniciais mais elevados em alguns casos. Nas edificações de escritórios comerciais, essa economia já é facilmente percebida, tanto por quem investe como por quem compra; por essa razão, são os principais empreen-
dimentos que incorporam itens de sustentabilidade em seus projetos. ENGEWORLD — O que podemos esperar para a construção sustentável no Brasil para os próximos anos? OROFINO — Podemos esperar aprimoramento tanto na concepção dos projetos como no processo construtivo e na oferta de produtos e tecnologias cada vez mais acessíveis, uma vez que a demanda é crescente, por conta das razões que elencamos anteriormente. Ainda assim, nas escolas e universidades, esse assunto já é abordado com maior ênfase e propriedade, pois começamos a ter realizações (estudos, empreendimentos) que anteriormente não existiam, e esses serão os profissionais e empresários à frente dos negócios imobiliários do futuro. Também teremos a concretização dos projetos de lei e principalmente das novas tecnologias que hoje estão em desenvolvimento e evolução constante prontas para serem incorporadas aos projetos e construções. Se tivermos como norte que os edifícios devem ser unidades autônomas ao menos em relação ao consumo de água e energia, vemos que ainda temos um bom caminho pela frente a ser percorrido — e certamente um caminho sem volta, pois estamos indo, acredito, numa outra direção, na qual nossos antepassados já estiveram. Quando não tínhamos somente a tecnologia para resolver nossos problemas, precisávamos entender muito a natureza para resolver nossos problemas de arquitetura e engenharia — e é isso que estamos voltando a fazer.
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coluna rh ano novo Aproveite o início de ano para refletir e repensar estratégias. É produtivo e traz resultado!
O
início de mais um ano é época propícia para todas as áreas da empresa repensarem o que aconteceu de bom e ruim em 2013 e definirem metas desafiadoras para 2014. Essa prática envolve muitas ações e não é tão simples como sentar as equipes com as devidas lideranças em um café e iniciarem uma sessão de brainstorming (tempestade de ideias), sem hora para começar e terminar. Na realidade, estamos falando de uma prática adotada por grandes empresas que serve de estímulo para não acontecerem os mesmos erros sempre, além de proporcionar reflexão positiva em cima de lucros e prejuízos relevantes obtidos pela organização. O nome dessa prática é gerenciamento de lições aprendidas — e a área de recursos humanos pode ser um grande parceiro na sua condução. As empresas que compreendem uma gestão de pessoas mais estruturada detêm essa prática no tema gestão do conhecimento, por se tratar de uma ferramenta demasiadamente eficaz para reter conhecimentos críticos e motivar a transmissão e troca de informações. Você que trabalha na área de recursos humanos, e não conhece essa técnica valiosa, deve estar se perguntando como
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pode ser organizado esse tema, uma vez que ele pode gerar questionamentos duvidosos como, por exemplo, por que querem saber o que eu errei?; o que eu vou ganhar com isso?; servirá em que momento de minha vida profissional? Por esse motivo, qualquer ação voltada a essa prática, deve estar muito bem alinhada com a alta administração e envolver todos, uma vez que “todos” tiveram a oportunidade de aprender algo com o ano que passou. Apenas faz-se necessária a definição dos principais assuntos que deverão ser discutidos para não tornar o processo “lavação de roupa suja”, o que é desagregador e desestimulante. De acordo com grandes estudiosos do assunto, além das preliminares para convencer os principais executivos e, posteriormente, o corpo gerencial, cinco pontos são considerados fundamentais nesse processo:
1
Conscientizar os funcionários — Quebrar o paradigma de que as lições aprendidas são uma perda de tempo e promover a troca de conhecimentos, apenas como vantagens para todos. Não podemos esquecer que envolve também mudança de cultura. Cabe colocar que um processo bem dimensionado pela área de comunicação
corporativa poderá auxiliar a área de recursos humanos a explicar à população, sem que as pessoas se sintam constrangidas a se expor e “abrir o coração”;
2
Definir como as informações serão coletadas e registradas —Uma vez que as pessoas já entenderam e estão dispostas a cooperar, esse é o próximo passo. Essa é uma tarefa árdua e exige demasiado esforço de todos. A área de recursos humanos deverá orientar as equipes sobre como devem fazer para consolidar todo o material exposto e criar formas para organizar as ideias trazidas, além de informar quais temas serão discutidos para as pessoas se organizarem e estarem preparadas para uma discussão focada e assertiva. É interessante também definir tempo de início e término para a reunião;
3
Analisar sucessos e fracassos — É necessário que essas lições discutidas sejam entendidas e analisadas. Trata-se de uma excelente oportunidade de compreender e contextualizar esses registros de modo a utilizar essas medidas de melhoria quando necessárias. É importante a presença de um mediador, uma vez que algumas reuniões ficam mais calorosas devido à responsabilidade de êxito ou fracasso das pessoas perante os assuntos trazidos. Não se pode permitir que as reuniões se tornem cenários de bate-boca ou descontentamento entre os membros;
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Difundir o conhecimento — Após a realização das reuniões de apresentação dos temas e discussão, os principais registros feitos e aqueles
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que causam maior impacto para a organização serão transformados em arquivos eletrônicos para que sejam acessados por qualquer pessoa que precise tratar o tema em dado momento na empresa. A área de recursos humanos precisará consolidar as informações e transformar os temas em uma verdadeira biblioteca. Nesse momento, mais uma vez a área da comunicação corporativa será nomeada para ajudar no processo, juntamente com a área de tecnologia da informação, a qual deverá estruturar a parte eletrônica do processo;
ticipar no mesmo grupo pessoas de áreas diferentes, mas que tenham forte parceria no dia a dia de trabalho. A utilização eficaz de lições aprendidas ao longo do ciclo de vida de empresas e projetos pode trazer diversas vantagens como otimização de tempo e recursos e melhoria contínua, além de reduzir expressivamente despesas e custos. Adote essa prática. Os benefícios são significativos e expressivos!
5
Manter os registros atualizados — O processo de lições aprendidas é cíclico e deve acontecer todos os anos. Cada equipe que discutiu assuntos deverá atualizar os dados devidamente no sistema. É muito importante para a empresa que todo funcionário novo estude o que já aconteceu em sua área ou função para não cometer os mesmos erros. Para finalizar, cabe dizer que a divisão das equipes pode ser feita pelos próprios gerentes de áreas, sendo que podem par-
Cynthia Chazin Morgensztern é psicóloga e coach graduada pela Universidade Mackenzie, além de pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e com MBA em Gestão Educacional. Possui dois títulos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração e economia e acumula 15 anos de experiência na área de Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais. Site: www.primeirovoce.com E-mail: cynthia@primeirovoce.com
Líder no desenvolvimento de soluções ambientais e de segurança, a Zell Ambiental comercializa uma grande variedade de equipamentos e serviços para: Detecção Fixa e Portátil de Gases, Monitoramento da Qualidade da Água e de Metais em Água, Análise de Gases (CEM’s), Monitoramento de Particulados e Monitoramento de Radiação NãoIonizante, além de Suporte Técnico Especializado. Entre em contato e solicite um orçamento!
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coluna segurança Custos reais associados ao acidente de trabalho e a importância das práticas de segurança
A
s mudanças no mundo do trabalho, advindas das inovações tecnológicas e organizacionais, têm incrementado significativamente a produção nas empresas, eliminando assim tarefas penosas ou pesadas. Essa relação estabelecida entre o ser humano e a tecnologia trouxe novos riscos para os trabalhadores. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmam que ocorrem, anualmente, 270 milhões de acidentes do trabalho — sendo 160 milhões de doenças relacionadas ao trabalho — e se perdem 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial devido aos custos relacionados aos acidentes Atualmente, um número grande de pessoas e empresas já compreende que as doenças profissionais são decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes. Daí a importância da atuação do profissional de engenharia de segurança do trabalho, que tem o objetivo de buscar a prevenção desses riscos no ambiente de trabalho a fim de promover e preservar a integridade física dos trabalhadores, buscando a eliminação ou neutralização dos riscos sem esquecer dos custos associados. Para tanto, é necessária a antecipação 42 | engeworld | janeiro 2014
dos riscos que envolvem a análise de projetos de equipamentos e também de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e a introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação, evitando a ocorrência dos acidentes de trabalho.
O custo de um acidente percorre como uma cascata de prejuízo em toda a empresa, desde o chão de fábrica, bem como a área de funções de apoio. Visão completa e geral Ao analisarmos um acidente em termos de custos e os benefícios financeiros associados com a segurança da máquina e um ativo programa de prevenção de aci-
dentes, percebemos que o estudo é muito mais complexo do que parece. As empresas precisam ter visão completa e geral do cenário apresentado a fim de revelar o melhor entendimento das questões relacionadas às práticas de segurança e ao impacto sobre as operações e os lucros. O custo total de um acidente de trabalho vai além do hospital e contas médicas. O custo de um acidente percorre como uma cascata de prejuízo em toda a empresa, desde o chão de fábrica, bem como a área de funções de apoio. Esses custos incluem despesas diretas e indiretas e podem ser imediatos ou de longo prazo. Os custos diretos imediatos começam com a perda de tempo do trabalhador, resultante da lesão ou doença. Despesas médicas, tais como custos de internação, raio-X, medicamentos, contas do médico e transporte do trabalhador acidentado a um médico ou hospital são outros exemplos de custos diretos. Mesmo quando os trabalhadores são cobertos pelo seguro por meio de compensação ou invalidez, os custos continuarão a ter impacto financeiro sobre a empresa por intermédio de aumentos futuros das taxas e valores de seguro. Os gastos diferidos diretos incluem o custo da reabilitação do trabalhador acidentado — despesas com fisiotera-
pia, utilização de dispositivos médicos e acompanhamento de tratamento médico. Em muitos casos de acidentes, a reciclagem do trabalhador lesionado para funções de outro trabalho é uma necessidade para que ele possa voltar a entrar no mercado de trabalho. Também recairá sobre o empregador todo o ônus das leis trabalhistas vigentes em nosso país — multas e, às vezes, a interdição da máquina ou até mesmo da fábrica. Despesas indiretas são os custos resultantes do acidente, exceto os diretamente aplicáveis ao trabalhador acidentado. Por exemplo, perda de tempo adicional como o tempo de outros funcionários envolvidos em ajudar o trabalhador acidentado, como a equipe de brigada ou de emergência da empresa, bem como aqueles que param para ver “o que aconteceu”.
Tempo considerável da supervisão ou gerência será gasto na resolução de inúmeros problemas de recursos humanos, investigação do acidente e dificuldades de produção que surgem como resultado de tempo perdido decorrente de uma lesão. Também é fácil de estender esses custos incluindo a perda de tempo ou transferência do processo da máquina ou de produção envolvidos no acidente. Se a máquina estiver ociosa por causa do acidente, os custos de uma lesão irão estender-se à falta de produção de peças relacionadas com esse processo ou ainda o material fornecido pela máquina envolvida no acidente. Perda de tempo de produção pode implicar a necessidade de gastos de horas extras para retomar a produção normal programada pela fábrica. Além disso, pode ser necessário formar um novo operador ou transferir outro para executar o trabalho do operador ferido durante sua ausência. Além dos custos de produção, um acidente que resulta do uso indevido da máquina pode, em alguns casos, resultar em danos à máquina. Nesse caso, o acidente acrescenta custos de reparação e mais tempo de inatividade do equipamento danificado ou ferramentas (o que pode ser um investimento considerável). O conserto ou a substituição resultam em mais despesas e perda de produção.
Impacto em cascata de um acidente É evidente que o impacto completo de um acidente de trabalho envolvendo máquinas vai além das questões financeiras. O impacto emocional ao trabalhador lesionado e a colegas de trabalho é significativo e pode resultar em perda de confiança, orgulho e segurança ao empregador. Quando os funcionários não são capazes de trabalhar, eles vão se sentir menos parte integrante do sucesso da empresa. Analisando todos os custos associados com um acidente e considerando o seu impacto financeiro total, não é raro perceber que o custo real de um acidente pode ser de quatro a dez vezes maior que seu custo imediato visível. Ao considerar todos os detalhes do custo, incluindo os diretos e indiretos, é evidente que a influência total no lucro é significativa. Dessa forma, é possível enxergar a importância das práticas de segurança e o momento correto de sua implementação ainda em fase de projeto. Ao compararmos os custos de implementação de práticas e dispositivos de segurança com os advindos da decorrência de um acidente de trabalho, é possível afirmar que os projetos de segurança, que muitas vezes são considerados menos importantes para as empresas, são os mais importantes e que as empresas não podem se dar ao luxo de ficar sem.
Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).
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corrosão Manutenção preventiva em estruturas metálicas Dr. Yopanan C. P. Rebello Engenheiro civil
A
manutenção preventiva das estruturas de aço deve se iniciar já na fase de projeto. Em princípio, seria recomendável que os elementos estruturais de aço fossem protegidos por materiais mais resistentes aos efeitos do meio ambiente, como alvenarias e o próprio concreto. Mas, como esse nem sempre é o desejo de quem elabora o projeto de arquitetura, será necessário o estabelecimento de alguns critérios. Para compreender melhor como proteger a estrutura de aço, é necessário saber como ocorrem os problemas de deterioração do material. Para isso, vale a pena se estender rapidamente na explicação do processo de corrosão do aço.
Corrosão atmosférica Processo eletroquímico de reação do material com a atmosfera, de maneira a formar um óxido. Nesse caso, ocorrem reações químicas ou fluxo de elétrons. Para que ocorra o fluxo de elétrons, causando a deterioração do material, é necessária a existência de um meio eletrolítico, como água e oxigênio. Quanto mais impura for 44 | engeworld | janeiro 2014
a água, melhor será o meio eletrolítico e maior será o efeito da corrosão.
Corrosão galvânica Ocorre principalmente quando dois materiais de potenciais eletrolíticos diferentes — por exemplo, aço e alumínio — são postos em contato direto ou na presença de um meio eletrolítico. É importante lembrar que o acúmulo de pó pode, também, criar um meio eletrolítico. Dobras no aço podem gerar diferença de potencial entre dois pontos, criando
a possibilidade de correntes galvânicas que provoquem a corrosão. Portanto, deve-se tomar cuidado especial com os perfis de chapa dobrada. Em vista do exposto, em termos de projeto, a prevenção pode-se dar evitando que umidade e poeira possam se acumular nos perfis estruturais, por meio de um adequado posicionamento. Os perfis próximos a paredes devem ter desta uma distância adequada (em torno de 15 cm) para que se possa atingir toda a superfície durante a pintura. Deve-se evitar colocar metais dife-
rentes em contato. Porcas e arruelas são pontos críticos, pois são, em geral, constituídas de metais diferentes do aço dos perfis. Cuidado na escolha desses elementos. Os perfis devem ser afastados do contato com solo e umidade constante, principalmente os pilares. Nesse caso, é recomendável que o pilar fique distante pelo menos 5 cm do solo. Para isso, deve ser apoiado em uma base de concreto que aflore os 5 cm. Caso isso não seja possível, toda a região do pilar metálico abaixo do solo deve ser envolta em uma camada de concreto, de preferência armado, de espessura em torno de 10 cm.
A tinta é o meio mais adequado de proteção. As tintas são classificadas em tintas de fundo e de acabamento. O zarcão é a tinta de fundo mais conhecida. As tintas de fundo devem ser sempre aplicadas em superfícies limpas.
As tintas de acabamento e suas aplicações 1. Tintas epoxidicas (a base de epóxi), usadas em ambientes internos. Resistem bem à umidade. Podem desbotar quando usadas em superfícies externas.
2. Tintas alquidicas (esmaltes). Servem para espaço externo e interno. Não resistem a molhamento constante. 3. Tintas poliuretânicas e acrílicas. Usadas em espaços externos. Muito resistentes a ambientes industriais e marinhos. A manutenção durante o uso deve ser feita periodicamente em função do tipo de tinta usado (consulte a fabricante). A superfície atacada deve ser limpa, com jato de areia ou lixamento, com posterior aplicação de uma tinta de fundo e de acabamento, nessa ordem. Evite umidade e poeira junto às peças estruturais. Crédito: Portal Metálica
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coluna qualidade A dissonância cognitiva
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e acordo com estudos realizados por Leon Festinger e Carlsmith, em 1959, a dissonância cognitiva refere-se ao conflito entre duas ideias, crenças ou opiniões incompatíveis que, por serem desconfortáveis para os indivíduos que as possui, estes procuram mudar uma das crenças, ou mesmos as duas, buscando torná-las mais compatíveis. A consciência da existência desse conflito pode causar ansiedade e estresse, assim como outros estados emocionais negativos. Mas, por que estou falando sobre esse assunto? É que, há muitos anos, li um artigo que comentava o comportamento da grande maioria dos gerentes americanos. Segundo o texto, eles afirmavam acreditar num vasto conjunto de conceitos associados à qualidade, mas, na prática, atuavam de forma oposta às próprias e declaradas crenças. Foi nesse artigo que foi mencionada a dissonância cognitiva. Ela me veio à cabeça, há alguns meses, quando participava de uma reunião com os gerentes de engenharia e coordenadores de obra de uma grande construtora brasileira, na qual se discutia a adoção de ferramenta que tinha os seguintes principais objetivos: Consolidar as principais ocorrências de má qualidade observadas nos serviços executados nas obras para identificar e priorizar pontos de aperfeiçoamento; e 46 | engeworld | janeiro 2014
Associar esses resultados à avaliação dos fornecedores (empreiteiros) envolvidos, dando maior consistência e objetividade a essas avaliações. Durante a discussão, foram apresentados vários exemplos que mostravam situações alarmantes, pelo menos do meu ponto de vista, com níveis de reprovação acima de 30% para vários dos serviços executados. Adicionalmente, a ferramenta direcionava a análise de forma a permitir que fossem identificadas as falhas associadas à qualificação da mão de obra executante, assim como as falhas associadas a outras fontes, tais como método de trabalho, materiais utilizados, alocação de recursos suficientes (humanos e ma-
teriais) e planejamento e gestão dos serviços, entre outros. Para nós profissionais que dedicam o trabalho à melhoria e promoção da qualidade nas organizações por onde passamos, uma ferramenta como essa é básica e de fundamental importância para qualquer sistema de gestão da qualidade. Porém, como o leitor já deve imaginar, sua utilização teve grande resistência entre os envolvidos na apresentação. A partir das minhas provocações ao grupo, o foco dessa resistência revelou-se associado à necessidade de realização de análises minuciosas das causas dos problemas identificados, assim como a elaboração de registros detalhados dessas causas e das ações corretivas decorrentes. Na visão dos envolvidos,
essas atividades são demoradas e consomem tempo precioso da equipe envolvida, sempre enxuta. O mais intrigante é que todos entendem e percebem a necessidade de melhorar os processos pelos quais são responsáveis e que a identificação e eliminação das causas de suas falhas são atividades necessárias para isso. Foi nesse momento que o artigo sobre a dissonância cognitiva me veio à cabeça. Na verdade, essa não foi a primeira vez e, com certeza, não será a última, que me deparei com essa situação. Por mais que a lógica envolvida não escape do alcance de todos, parece ser real-
mente difícil conciliar as atividades sistemáticas de melhoria das ações mais imediatas, focadas na eliminação dos efeitos dos problemas. Na minha humilde opinião, ainda não conseguimos criar uma cultura que privilegie essas atividades, que as valorize e a quem as executa. A única coisa boa que um erro pode ter é que ele nos permite aprender e sermos melhores no futuro. Quando desperdiçamos sistematicamente essas chances, abdicamos de um caminho mais seguro e efetivo do aprimoramento profissional e, por que não dizer, pessoal.
Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.
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sustentabilidade O manejo das chuvas e o papel central dos arquitetos e engenheiros Jack Sickermann Assessor de Projetos da 3P Technik do Brasil
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m 2000, quando começamos a introduzir o conceito do aproveitamento e manejo da água de chuva como hoje é conhecido no mercado, a resistência não era pouca numa situação de aparente abundância de água no Brasil, com exceção do semiárido. Parecia para muita gente mais um gesto ecológico com pouca base econômica. Definitivamente, isso mudou e muito em face da extraordinária expansão das nossas cidades e da concentração de mais de 80% dos brasileiros nelas. Essa situação traz consigo enormes desafios para se poder atender à demanda crescente por moradias, mobilidade urbana, saneamento e abastecimento de água. Mas o que causa crescentes transtornos não é tanto o que precisamos, e sim aquilo que não queremos: as montanhas de lixo e os volumes cada vez maiores de chuva que, por falta de evaporação e infiltração, abrem caminho nas nossas ruas, com consideráveis perdas humanas e danos econômicos. Os investimentos em obras de drenagem, piscinões, etc. aumentam a cada ano,
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mas os resultados nem sempre são tão definitivos como se gostaria. Por quê? Em primeiro lugar, a impermeabilização do solo urbano por novas construções, asfaltamento, estacionamento, entre outras ações, supera em velocidade e abrangência as medidas de contenção das enchentes. Em segundo lugar, parece haver uma mudança para chuvas mais concentradas num menor espaço de tempo. Então, tem-se o seguinte cenário:
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O retorno do investimento para poder aproveitar a água de chuva para fins não potáveis (norma ABNT NBR 15.527 — Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis, de 2007) no comércio e na indústria se dá em prazos cada vez mais reduzidos diante da escala dos preços, permitindo redução de custos considerável, sobretudo quando essa água é usada nos processos produtivos da empresa. E se no setor residencial o retorno ainda é mais lento, ter uma água garantida para a descarga e a limpeza aumenta a tranquilidade.
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A conta é inversa quando olhamos para o manejo das águas pluviais “soltas” (stormwater). Quantas vidas se perdem, quantos carros, casas e móveis se estragam, quantos dias de trabalho são perdidos? A frase sempre presente nos telejornais ao entrevistar as vítimas das enchentes urbanas é “Perdi tudo”. Como então diminuir esses casos de sofrimento, dor e ruína financeira? Sabemos como profissionais que não se trata de fatalidades; a chuva não invade nossas casas, a não ser as que foram
muitas vezes construídas desrespeitando o espaço dos rios e córregos. Não há uma causa única e, para o problema, será necessária toda uma gama de intervenções, regras e procedimentos; enfim, uma visão sistêmica do organismo complexo cidade. O papel central dos arquitetos e engenheiros consiste nesta questão: evitar que o problema aumente ainda mais — e isto não é tão difícil assim. O conceito hoje mundialmente aceito diz que um terreno, antes de receber qualquer construção, tem uma determinada capacidade de infiltrar e evaporar a chuva, variável em função de fatores como tipo de solo, insolação e ventos, restando somente uma pequena parcela da chuva que vai sair desse terreno e procurar um curso d’água (run-off). Qualquer construção inevitavelmente aumenta a taxa de impermeabilização do solo e diminui a capacidade de evaporação, via de regra triplicando o run-off. E agora? A palavra mágica é “com-
pensação”, o que nada mais é do que restaurar a taxa de run-off aos valores de pré-construção, por meio de medidas como poços de infiltração, cisternas de retenção e aproveitamento dessa água, telhados verdes e pisos permeáveis. Os profissionais de arquitetura e de engenharia e os projetistas podem fazer suas escolhas de como compensar numa determinada obra, mas, como cidadãos e profissionais responsáveis, não podem ignorar que depende em boa parte deles o grau de resiliência das nossas cidades diante das enchentes urbanas. Água suja correndo pelas ruas contamina os mesmos rios da onde tiramos a água de beber. Somos capazes de fazer melhor do que isso, não somos?! Não há governo, mesmo fazendo a sua parte, que possa resolver os problemas sem a atitude proativa de todos nós, como profissionais e como cidadãos. Somos todos parte dos atuais problemas, mas igualmente parte indispensável da solução!
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infografia Os percursos do vidro plano A cadeia produtiva vidreira iniciase na extração de minerais para o abastecimento das usinas de base com as matérias-primas do vidro — sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio. As usinas produzem o vidro plano a partir da mistura e posterior fundição das matérias-primas em um forno. A massa é fundida a, aproximadamente, 1.000ºC, sendo continuamente derramada num tanque de estanho liquefeito
1
Extração de minerais não Ferrosos
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quimicamente controlado. Ela flutua no estanho, espalhando-se uniformemente. Após o recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas. São fabricadas chapas de vidro plano em tamanhos padrão, em quatro cores (incolor, verde, bronze e fumê) e em espessuras de 2 a 19 mm. Para que possam ser aplicadas em seu destino final, essas chapas passam
Fabricação de vidro
3
por transformação na indústria de processamento de vidro (corte, lapidação, têmpera, laminação, espelhação, curvação, serigrafia e insulamento, entre outros). Os canais de distribuição do produto ao consumidor final passam pelas indústrias da construção civil (construtoras e, principalmente, vidraçarias), automotiva (montadoras), moveleira (fabricantes de móveis), linha branca (fabricantes de eletrodomésticos) e decoração.
Processamento de vidros
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Indústria da construção civil
Vidros laminados
Vidraçarias
Espelhos
Indústria automotiva
Vidros insulados Vidros temperados Tampos, vidros lapidados, biselados, curvos...
Indústria moveleira Indústria da linha branca
O vidro Tipo III é composto por:
Fonte: Associação Brasileira dos Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro)
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Performance you trust. SIMATIC PCS 7: o sistema de controle de processo referência em excelência operacional. Automação de Processo
Interação harmoniosa entre conhecimento e automação é um pré-requisito fundamental para a operação eficiente de todas as plantas industriais.
transparente de processo até a monitoração da qualidade do produto, indicadores de desempenho e otimização consistente de processo.
Outro pré-requisito chave é um sistema de controle de processo que oferece performance superior. Esta é uma área onde o SIMATIC PCS 7 se destaca, oferecendo grandes oportunidades para otimizar o potencial de sua planta durante todo o ciclo de vida: desde o controle
A vantagem é maior flexibilidade no processo, assim como maior disponibilidade da planta e proteção do investimento. Não corra riscos quando se trata de eficiência, rendimento e produtividade. Confie na performance que ajuda você a obter o máximo de sua planta.
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siemens.com/simatic-pcs7