Revista Engeworld Maio 2014

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Ano 2 • Número 17 • 2014

MONITOramento DE CORROSÃO Conheça algumas das técnicas de monitoramento empregadas na engenharia

Entrevista

EVENTOS

Sustentabilidade

Confira coberturas exclusivas do Autec Day-São Paulo e NIDays 2014 (págs.11 e 18)

Análise dos impactos ambientais causados por canteiros de obras (pág.22)

Paulo Pereira comenta as possibilidades trazidas aos engenheiros pelas novas tecnologias para automação, teste e medição (pág.38)


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housepress

Juntos nós podemos usar todas as tecnologias a seu favor.


editorial NIDays e Autec Day: discutindo as novas tecnologias e suas aplicações para EPC A cidade de São Paulo foi palco de dois importantes eventos para o setor nacional (e talvez até internacional) de engenharia nos últimos meses. No dia 27 de março, a National Instruments Brasil promoveu o NIDays 2014, 12ª edição da conferência tecnológica da empresa voltada para Projeto Gráfico de Sistemas. Nela, os principais lançamentos da empresa no Brasil foram apresentados, os últimos avanços tecnológicos e perspectivas para projetos gráficos foram discutidos e profissionais de engenharia apresentaram seus trabalhos e trocaram contatos e experiências. Por sua vez, em 8 de abril, teve lugar o Autec Day – São Paulo, realizado pela Associação Nacional de Automação de Projetos de Engenharia, Construção e Operação para Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec). O evento foi inteiramente focado na metodologia BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem de Informações de Construção), com apresentação de cases de sucesso, detalhamento de novas tecnologias nessa área e discussão sobre os principais desafios atualmente enfrentados por esses sistemas e os potenciais e perspectivas que eles trazem para os setores de arquitetura, engenharia e construção. Buscando levar a vocês, estimados leitores, as principais novidades em nosso setor, a Revista Engeworld esteve presente nos dois eventos mencionados acima. Nesta edição, vocês poderão conferir a cobertura de ambos, com relatos das palestras, mesas redondas e espaços de exposição. Ainda sobre os eventos, foi na NIDays 2014 que conversamos com Paulo Pereira, diretor da National Instruments para a América Latina, sobre as novas tecnologias para os setores de automação, teste e medição. Pereira comentou os principais benefícios trazidos para os profissionais desses setores com o uso das novas tecnologias, como elas vêm sendo e como ainda podem ser aplicadas, bem como o desafio de formar engenheiros capazes de usar essas tecnologias e de acompanhar as novidades que surgem para os profissionais da área. Essa conversa pode ser lida na entrevista, a partir da página 38. Mas o conteúdo desta edição não se resume a coberturas de eventos. Trazemos também um artigo sobre monitores de corrosão, usados para medir a corrosividade de um fluido processado ou a degradação do material de um equipamento por meio do uso de provadores de corrosão e de análises químicas e microbiológicas, incluindo a descrição de duas das técnicas mais utilizadas para essa atividade: a que utiliza cupons de corrosão de perda de massa e a de resistência elétrica. Outro artigo aborda os hidrociclones, utilizados para separação de partículas por sedimentação centrífuga — nela, as partículas em suspensão são submetidas a um campo centrífugo que provoca sua separação do fluido. Na área de sustentabilidade, discutem-se os impactos ambientais dos canteiros de obras, que vão da geração de resíduos às interferências na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local em que a construção é edificada. Já as colunas da revista abordam temas pertinentes para as áreas às quais se dedicam: em segurança, são apresentados e discutidos os dispositivos de segurança para processos automatizados; para o setor de RH, ensina-se a aplicação da entrevista por competência como forma de encontrar o melhor candidato para a vaga disponível. A terceira parte do estudo para demonstração do delineamento de experimentos é apresentada na seção de qualidade. Boa leitura!

Sandra L. Wajchman Publisher

Ano 2 • Número 17 • 2014

MONiTOraMENTO DE COrrOSÃO CONhEça alguMaS DaS TéCNiCaS DE MONiTOraMENTO EMprEgaDaS Na ENgENharia

ENTrEViSTa

EVENTOS

SuSTENTabiliDaDE

Confira coberturas exclusivas do Autec Day-São Paulo e NIDays 2014 (págs.11 e 18)

Análise dos impactos ambientais causados por canteiros de obras (pág.22)

Paulo Pereira comenta as possibilidades trazidas aos engenheiros pelas novas tecnologias para automação, teste e medição (pág.38)

A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira Publisher Sandra L. Wajchman engeworld@engeworld.com.br Editor e Jornalista Responsável Amorim Leite MTb. 14.010-SP amorim@engeworld.com.br Reportagem Fernando Saker e Thiago Borges Colunistas Cynthia Chazin Morgensztern, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza e Daniela Atienza Guimarães. Publicidade Alex Martin Telefone: (11) 5539-1727 Celular: (11) 99242-1491 alex@engeworld.com.br Fernando Polastro Telefone/Fax: (11) 5081-6681 Celular: (11) 99525-6665 fernando@engeworld.com.br Débora Gomes Celular: (21) 98648-0684 debora@engeworld.com.br Direção de Arte Estúdio LIA / Vitor Gomes

www.engeworld.com.br

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Índice

05 notícias

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

08 mecânica - artigo Hidrociclones

11

autec - evento

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instrumentação - artigo

18

NIDays - evento

22

sustentabilidade

Discutindo a modelagem de informações de construção

Monitoramento de corrosão

NIDays 2014 discute evolução e futuro da tecnologia

Impactos ambientais dos canteiros de obras: preocupação que vai além dos resíduos

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32 Coluna qualidade Delineamento de experimentos Uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos Parte 3

34 COLUNA rh Entrevista por competência

36 coluna segurança Dispositivos de segurança para processos automatizados

38 entrevista Novas tecnologias para automação, teste e medição

42 infografia Etapas de produção (e reaproveitamento) do papel


notícias Foto: Agência Petrobras

Casco da P-66 deixa dique do estaleiro Rio Grande 1 No dia 5 de abril, a Petrobras iniciou o processo de retirada do casco da plataforma P-66 do dique seco do Estaleiro Rio Grande -1 (ERG-1), em Rio Grande (RS). A operação é considerada um marco por se tratar do primeiro casco replicante da série de oito plataformas que estão em construção para atender ao pré-sal da Bacia de Santos. A unidade de produção seguiu, com o apoio de quatro rebocadores, para o cais Sul do ERG-1, onde ficará atracada para a conclusão dos trabalhos. Com a saída da P-66, os megablocos (parte do casco formada por vários blocos) 1 e 2 da P-67, outra plataforma da série replicante, serão deslocados para o dique seco. Após a finalização da docagem dos megablocos, serão executados o fechamento da porta-batel, o esvaziamento do dique, o posicionamento dos megablocos e a limpeza geral. Cada um dos cascos, da P-66 e da P-67, possui 288 m de comprimento, 54 m de largura (boca) e 31,5 m de altura. As plataformas são do tipo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo e Gás) e terão capacidade de processamento diário de 150 mil barris de óleo e de 6 milhões de m3 de gás. Além disso, contam com estrutura capaz de estocar 1,6 milhão de barris de óleo e atuarão em profundidade d´água de 2.200 m.

FNE critica ideia de criação de programa ‘Mais Engenheiros’ Durante a abertura do 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, evento realizado em Brasília nos dias 27 e 28 de março, o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, declarou repúdio à ideia da implantação de um programa Mais Engenheiros, conforme defendida pelo senador Fernando Collor de Mello (PTBAL). Uma iniciativa similar do governo tomou forma na área médica. “Garantir mão de obra especializada aos municípios é uma necessidade urgente e fundamental defendida pela carreira. Sugerimos como solução para o problema a implantação efetiva da engenharia pública,

criada pela Lei 11.888/08, para assegurar a assistência técnica à população de baixa renda”, disse Pinheiro. Para a federação, desenvolver a infraestrutura nacional deve ser prioridade constante do governo, por meio da elaboração de planos municipais, para objetivos como a universalização do serviço essencial de saneamento ambiental. A FNE representa de cerca de 500 mil profissionais em todo o Brasil, com foco no desenvolvimento nacional. A entidade considera que o déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser solucionado por meio de um programa de importação de engenheiros, pois já existe mão de obra qualificada disponível no País.

Fotos: Stúdio F Imagem

20ª Feicon Batimat recebeu cerca de 130 mil visitantes De 18 a 22 de março, a 20ª edição da mostra Feicon Batimat, Salão Internacional da Construção, recebeu cerca de 130 mil visitantes, que puderam conferir os principais lançamentos de mais de 1.050 marcas, em estandes distribuídos por uma área de 85 mil m2, de expositores brasileiros e de países como Alemanha, Argentina, China, Estados Unidos, França, Itália e Turquia. Além dos estandes, o evento também trouxe painéis de palestras, oferecidos por entidades apoiadoras do evento, como a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Fundação Vanzolini e Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Liliane Bortoluci, diretora da Feicon Batimat, aponta que o evento acompanhou a mudança no perfil do consumidor brasileiro. “Nesta edição, notamos fortalecida a tendência do mercado em oferecer ao consumidor produtos de fácil uso, e que também ofereçam sustentabilidade e economia, tanto de recursos naturais como de tempo”, explica. engeworld | maio 2014 | 5


notícias Foto: Agência Petrobras

Foto: freeimages

Produção no pré-sal alcança 428 mil barris de petróleo por dia em abril A produção de petróleo na chamada Província Pré-Sal, nas Bacias de Santos e Campos, atingiu, no dia 15 de abril, o patamar de 428 mil barris de petróleo por dia (bpd). O recorde de produção diária resultou do crescimento da produção da plataforma P-58 — cuja operação foi iniciada em 17 de março —, no complexo Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. A P-58 já produz cerca de 50 mil bpd, por meio de três poços, todos da camada pré-sal. O novo patamar de produção foi obtido por meio de 24 poços produtores, sendo quinze poços na Bacia de Campos (com produção diária de 222 mil barris de petróleo) e nove na Bacia de Santos (que produziram 206 mil barris de petróleo por dia). Até o final de 2014 entrarão em operação mais quinze poços produtores, sendo onze na Bacia de Santos e quatro na Bacia de Campos. Dois desses poços serão interligados ao FPSO Cidade de São Paulo, cinco ao FPSO Cidade de Paraty, um à plataforma P-48 e três à plataforma P-58. Adicionalmente, dois novos poços serão interligados ao FPSO Cidade de Ilhabela e outros dois ao FPSO Cidade de Mangaratiba, plataformas que serão instaladas e entrarão em operação no segundo semestre deste ano.

Costa catarinense terá maior prédio da América do Sul O edifício residencial Infinity Tower, cujas obras encontram-se atualmente em andamento pela FG Empreendimentos em Balneário Camboriú (SC), figura como o maior edifício da América do Sul no banco de dados The Skyscraper Center, do CTBUH (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – Conselho de Edificações Altas e Habitat Urbano). Em termos de Brasil, o banco de dados lista 54 prédios, com o residencial da construtora aparecendo no topo da lista, com 240 m e 66 andares. Para as obras do prédio, que tem vista para o mar, foram utilizados mais de 11 mil m3 de concreto, 570 t de aço para a estrutura e uma grua para a colocação de ferragens 6 | engeworld | maio 2014

dentro do bloco. As maiores barras tinham 42 m de comprimento e foram emendadas. A fundação do bloco levou seis meses para ficar pronta e sua concretagem, cinco dias seguidos para ser realizada e envolveu mais de quinhentas pessoas. O morador do Infinity Coast terá à disposição business center, piscina infantil e para adultos, espelho d’água e bar infinity, bem como spas externos e espaço com academia, estúdio de pilates, saunas seca e úmida, sala de massagem, sala de descanso e centro estético. Haverá ainda um salão de festas com espaço gourmet, playground, muro de escalada, sala de jogos, cinema e pomar, entre outros. O edifício tem previsão de entrega para 2018.

Morador de apartamento em São Paulo deve seguir regras da ABNT para reformas Desde o mês de abril, os moradores de apartamentos residenciais de São Paulo e de todo o Brasil devem seguir uma nova norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para obras no interior da unidade. A NBR 16.280 – Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos da ABNT, que também vale para reformas em áreas comuns, mas inclui os apartamentos, estabelece regras que englobam desde o momento do projeto da obra, passando pela execução e os efeitos decorrentes da efetiva realização. Para poder realizar a reforma, é necessário elaborar um roteiro prévio dos procedimentos formais a serem seguidos em qualquer intervenção física, com exceção daquelas a serem feitas a título de manutenção. Como responsável legal pelos condomínios, o síndico precisa estar atento à mudança, pois toda a documentação referente às reformas, incluindo dos apartamentos, deve estar em conformidade com todos os quesitos estabelecidos na normativa da ABNT. Raquel Tomasini, gerente da Lello Condomínios, empresa de administração condominial no Estado de São Paulo, afirma ser fundamental que os documentos referentes às reformas sejam encaminhados para análise técnica e legal, feita por profissional habilitado que tenha conhecimentos técnicos suficientes para deferir ou indeferir o projeto, com argumentos e justificativas plausíveis e em consonância com a convenção e o regulamento interno do condomínio.


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mecânica

artigo

Hidrociclones Histórico A utilização dos hidrociclones em escala industrial se deu após o término da Segunda Guerra Mundial, principalmente para a extração e processamento de minérios. Sua história, no entanto, começa muito tempo antes, no final do século 18, época na qual o item é patenteado.

ída inferior do hidrociclone (underflow). As partículas menores, por sua vez, são arrastadas para o centro, formando um vórtex ascendente e saindo pelo orifício superior (overflow).

Tipos Os hidrociclones têm, como característica principal, a relação entre suas medidas geométricas associadas com o diâmetro da parte cilíndrica. Geralmente, são agru-

O que é O hidrociclone é formado por uma parte cônica ligada a uma parte cilíndrica. Nesta última, vê-se uma entrada tangencial para a suspensão de alimentação. Na parte superior, está um tubo para saída da suspensão diluída (conhecida pelo termo overflow); na inferior, um orifício de saída da suspensão concentrada (ou underflow).

Como funciona Para realizar separações, o hidrociclone se utiliza do princípio de sedimentação centrífuga: as partículas em suspensão são submetidas a um campo centrífugo, o que permite com que sejam separadas do fluído. A alimentação tangencial de uma suspensão sólido-líquido na região cilíndrica desse equipamento provoca a formação de um vórtex descendente. Com isso, as partículas de maior densidade relativa são projetadas contra a parede, sendo arrastadas até a sa8 | engeworld | maio 2014

Esquema típico de um hidrociclone


pados em famílias. As mais conhecidas são: “Bradley”, “Krebs” e “Rietema” – essas são também as de maior interesse técnico-científico. As principais relações geométricas referentes às famílias são apresentadas na tabela a seguir.

Razão de líquido (RL) A RL é a relação das vazões na corrente de alimentação e do underflow. As razões de líquido são sensíveis à variação do diâmetro do underflow. Portanto, quanto maior o diâmetro do underflow, maiores

Proporções geométricas das famílias de hidrociclones

os valores de RL. O contrário também ocorre: quanto menor o diâmetro, mais concentrada será a corrente. Eficiência total e a eficiência total reduzida são as principais variáveis do estudo de desempenho desses equipamentos. A razão de líquido (RL) é calculada pela equação: RL = QuQa RL - razão de líquido adimensional; Qu - vazão volumétrica no underflow, L s-1; Qa - vazão volumétrica na alimentação, L s-1.

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Eficiência total (ET) A ET é definida pela razão entre massa de sólidos coletados no underflow e massa de sólidos coletados na alimentação. ET = Wsu / Wsa = Cwu Wu / Cwa Wa ET = eficiência total, adimensional; Wsu = vazão mássica de sólidos recuperados no underflow, kg s-1; Wsa = vazão mássica de sólidos na alimentação, kg s-1; Cwu = concentração mássica de sólidos no underflow adimensional; Cwa = concentração mássica de sólidos na alimentação adimensional; Wu = vazão mássica da suspensão no underflow, kg s-1; e Wa = vazão mássica da suspensão na alimentação, kg s-1.

Eficiência total reduzida (ET’) A ET’ tem a função de demonstrar o real desempenho do hidrociclone, já que 10 | engeworld | maio 2014

O uso de hidrociclones pode ser vistos das mais diversas maneiras nas indústrias metalúrgica, química, petroquímica, de alimento e de bioengenharia considera apenas a capacidade de separação pelo efeito centrífugo, desconsiderando o fluxo que pode ser chamado de “morto”, correlacionado com a razão de líquido. Utiliza-se a seguinte equação para a quantificação desse parâmetro: ET’ = ET – RL /1 – RL ET’ - eficiência total reduzida adimensional; ET - eficiência total; RL - razão de líquido.

Uso dos hidrociclones O uso de hidrociclones pode ser visto das mais diversas maneiras nas indústrias metalúrgica, química, petroquímica, de alimento e de bioengenharia, dentre outras. No Brasil, apesar do uso difundido em várias áreas do conhecimento, esses instrumentos não são aplicados com a mesma frequência em sistemas de irrigação como em outros países, como Israel e Estados Unidos, por exemplo. Atualmente, têm-se realizado pesquisas nos setores de engenharia química, minas e alimento a respeito dos desempenhos dos hidrociclones para as atividades dessas indústrias. Entre esses trabalhos, no entanto, poucos são referentes a um assunto essencial: a avaliação do equipamento como dispositivo de separação de partículas sólidas na água de irrigação.


autec

evento

Discutindo a modelagem de informações de construção

N

o dia 8 de abril, a Associação Nacional de Automação de Projetos de Engenharia, Construção e Operação para Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec) promoveu o Autec Day–São Paulo. O evento, realizado no Hotel Blue Tree Morumbi, na capital paulista, consistiu em um dia exclusivo de palestras e debates sobre a metodologia BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informações de Construção) para troca de informações e apresentação de cases de sucesso, detalhamento de novas tecnologias nessa área, bem como discussão sobre os desafios nos empreendimentos de infraestrutura e como a tecnologia e inovação podem colaborar para que as organizações superem esses desafios. A abertura do Autec Day-São Paulo foi feita por Antonio Vellasco, presidente da Autec, que apresentou o histórico da associação e discorreu sobre a necessidade de uma entidade que promova o debate e a troca de experiências entre profissionais de automação de projetos de engenharia. Em seguida, Sergio Scheer, professor-doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador-geral da Rede BIM Brasil, apresentou a keynote do evento, mostrando a história do modelo 3D enriquecido com outras

Fotos: Fernando Saker/Engeworld

informações para a construtibilidade até o surgimento do BIM, voltado para projetos em grande escala, e a complexidade que o modelo apresenta com o uso de dados multidisciplinares e termos muitas vezes variados. Dentre as qualidades destacadas por Scheer no BIM estão sua interoperabilidade de sistemas, o aspecto colaborativo de seu uso e a habilidade de controlar custos.

Com a palavra, os responsáveis pelas tecnologias Dois tipos de apresentações tiveram lugar no Autec Day-São Paulo. O primeiro foi realizado por profissionais en-

volvidos no desenvolvimento e comercialização de tecnologias para BIM, que apresentaram seus produtos e como eles podem ser aplicados em projetos. Marco Brasiel, especialista em BIM da Frazillio & Ferroni, falou sobre as tecnologias da Autodesk, desenvolvedora de software de BIM, e explicou sua aplicação em cada etapa do processo de engenharia: planejamento, projeto, construção e operação. Brasiel destacou o potencial de interoperabilidade do BIM não só entre disciplinas ligadas a um projeto, mas também entre os softwares utilizados; também mostrou que as tecnologias apresentadas permitem a verificação de interferências geográficas e ambientais ainda na fase de engeworld | maio 2014 | 11


planejamento, o acompanhamento das alterações constantes ao longo do ciclo de vida do projeto, bem como a gestão de manutenção e das especificações técnicas. Por sua vez, Julio Calsinski, diretor-administrativo da Nemetschek Brasil, cedeu seu espaço para o engenheiro Cristiano Antunes, da Procalc Estruturas, que apresentou um estudo de caso de um reservatório apoiado cuja malha e modelagem estrutural foram definidas com as tecnologias Scia Engineer e Allplan Engineering, ambas comercializadas pela Nemetschek. Com a interoperabilidade entre as duas tecnologias por meio de BIM, foi possível simular a aplicação das cargas e as tensões mínimas e máximas nas envoltórias do reservatório. Além disso, todas as alterações feitas nos modelos 3D se refletiam nos desenhos da obra, e vice-versa. A apresentação de João Vicente Ferreira, gerente-técnico da Bentley Systems

se o profissional não souber utilizar a tecnologia, não acompanhar o projeto e nem verificar se as tarefas foram realizadas, não conseguirá tirar proveito do sistema para a América Latina, teve como foco os benefícios do BIM para construtoras e proprietários. Antes de apresentá-los, Ferreira alertou que a modelagem de informações não está sendo passada adiante e chegando ao contratante, e isso é um problema, pois a qualidade das informações é fundamental para um projeto: basta uma queda de 8% nessa qualidade para a eficiência dos funcio-

nários cair 50%. Nesse sentido, o uso de BIM ao longo do projeto é bastante útil, permitindo integrar a vida do ativo desde o começo, acompanhar o avanço do projeto em tempo real e, conforme ele é alterado no decorrer da operação das obras, o BIM também possibilita ordenar e acompanhar, em tempo real, itens como a lista de tarefas, os ativos e gráficos do projeto. Antes de apontar as vantagens do BIM em sua palestra, Ricardo Fornari, diretor-técnico da Sisgraph (parte do Grupo Hexagon Solutions), afirmou que, se o profissional não souber utilizar a tecnologia, não acompanhar o projeto e nem verificar se as tarefas foram realizadas, não conseguirá tirar proveito do sistema. Sobre a tecnologia, Fornari apresentou a Smart Modular Assembly (SMA) da Hexagon, que permite certificação precisa de desvios dimensionais durante os processos de fabricação e acoplamento, bem como feedback imediato para otimização das ações de correção, ajudando assim no processo de tomada de decisão e no aumento da eficiência operacional do projeto.

Usuários de tecnologias de BIM compartilham suas experiências O segundo grupo de palestras, intercalado ao primeiro, trazia representantes de empresas de arquitetura, engenharia e construção apresentando cases da aplicação de BIM a seus projetos e como esta contribuiu para o andamento das atividades. Carlos Cabral Salles, gerente da Camargo Corrêa, destacou em sua palestra a grande abrangência de usos para 12 | engeworld | maio 2014


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Reduzir custos, aumentar a produtividade e acelerar os tempos do projeto são somente alguns dos desafios que os engenheiros industriais enfrentam. A abordagem de projetos gráficos de sistemas combina software produtivo e hardware de E/S reconfiguraveis (RIO reconfigurable I/O) para ajudá-lo a resolver esses desafios. Essa plataforma padrão, pode ser customizada para solucionar qualquer aplicação de controle e monitoramento, integrar movimento, visão e E/S em um único ambiente de desenvolvimento de software e construir sistemas industriais complexos com maior rapidez.

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o BIM, do planejamento de barragens a canteiros de obras, refinarias e edificações, lembrando que diferentes obras apresentam diferentes desafios e, portanto, cada situação tem uma solução distinta, o que reforça a importância da informação na modelagem. Também comentou que, após o período de introdução e treinamento da equipe da Camargo Corrêa sobre o modelo, a empresa faz uso da tecnologia para compartilhamento de informações, acompanhamento de processos e imersão no projeto. Contudo, Salles ressaltou que, para trabalhar com o BIM, são necessários capacitação, estrutura e processo de fluxos, e afirmou que a experiência por meio do aprendizado, ainda que de forma gradual, é a única forma de se atingir a maturidade necessária para a aplicação do conceito BIM em sua plenitude. Daniel Fernandes, presidente da Fernandes Arquitetos Associados, apresentou o segundo case do evento, focando-se nas obras em arenas e estádios conduzidas por seu escritório — caso do Maracanã, que envolveu uma grande transformação em que foi necessário dobrar a área do estádio sem interferir nos limites estabelecidos, e da Arena Pernambuco, em que a tecnologia foi usada nas etapas de montagem e atualização da estrutura. Fernandes disse que houve uma dificuldade inicial de implementação do BIM nos projetos da Fernandes Arquitetos e que ainda há dificuldade na implementação plena de todos os aspectos do BIM, mas apontou que problemas sérios nas obras puderam ser evitados com o uso de modelagem de informações na arquitetura. O terceiro case foi apresentado pelo coronel Alexandre Fitzner do Nasci14 | engeworld | maio 2014

Para trabalhar com o BIM, são necessários capacitação, estrutura e processo de fluxos, e afirmou que a experiência por meio do aprendizado, ainda que de forma gradual, é a única forma de se atingir a maturidade necessária mento e pelo TC Washington Luke, representando o Exército Brasileiro. Os dois palestrantes apontaram tendências como o aumento da complexidade normativa, o crescimento da demanda de dados e informações e a globalização dos negócios. Para acompanhar essas tendências, os palestrantes indicaram como importante o uso de mapeamento espacial, uso de tecnologias colaborativas e integradoras e a integração de processos. Com o uso de BIM aliado a essas tecnologias, obtém-se uma gestão dinâmica e transparente de informação pelo setor público e privado, além de se fomentar os elos da cadeia produtiva e a colaboração interdisciplinar.

Considerações finais sobre o BIM Juan Carlos Alfonso, da Odebrecht Peru, não pôde comparecer ao evento para apresentar sua palestra keynote, mas enviou uma mensagem em vídeo usada na introdução da palestra

de encerramento, proferida pelo professor Eduardo Corseuil, gerente da Célula de Automação de Engenharia do Instituto Tecgraf. Corseuil definiu sua apresentação como um resumo de tudo que foi dito ao longo do Autec Day–São Paulo, além de comentar um paradoxo existente no setor: segundo ele, todos falam de BIM, mas a área de arquitetura, engenharia e construção ainda está defasada em relação a seu uso. O mercado pulverizado, explicou, é outro obstáculo para a disseminação do uso de BIM em projetos — apesar disso, a presença da tecnologia vem crescendo. Para que o crescimento seja maior, porém, é necessária a mudança de paradigmas: do projeto orientado por ferramentas para o orientado por processos; do uso de documento (seja em papel ou formato eletrônico) para o uso de modelo digital com bases de dados integradas; do projeto acelerado para maior precisão no escopo e nos requisitos; e da visão setorizada para a visão sistêmica, integrando as diferentes etapas do projeto. Além das palestras, houve duas mesas-redondas, uma com os responsáveis pelas tecnologias de BIM e outra com os usuários das tecnologias em questão. Em ambas, o consenso foi o mesmo: tem havido evolução no interesse pela modelagem de informação, mas esse interesse ainda precisa crescer mais. Para os responsáveis por projetos que pretendem fazer uso de BIM, é necessário ter maturidade e comprometimento. Os dois lados também concordaram que, cumpridos esses requisitos, as tecnologias de BIM talvez sejam o que falta para a plena evolução do mercado brasileiro de arquitetura, engenharia e construção.


instrumentação

artigo

MONITORAMENTO DE CORROSÃO Renata Ramos Engenheira Química – Gerente Comercial da IEC – Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda

M

onitoramento da corrosão é a prática de medir a corrosividade de um fluido processado ou a degradação do material de um equipamento através do uso de provadores de corrosão ou “sondas corrosimétricas” e de analises químicas e microbiológicas. Os provadores ou sondas são inseridos nos equipamentos, ficando expostos continuamente às condições de fluxo do processo. Existe uma série de técnicas de monitoramento da corrosão que são empregadas na engenharia de corrosão. Algumas podem ser acompanhadas online, por meio de monitoramento constante do processo, enquanto outras devem ser determinadas por meio de análise laboratorial. Duas dessas técnicas merecem destaque: a que utiliza cupons de corrosão de perda de massa e a de resistência elétrica, ambas não eletroquímicas.

O procedimento básico consiste em utilizar um corpo de prova (cupom) de metal ou liga, conforme o material do equipamento de exposição, além de informações sobre a morfologia da corrosão. O procedimento básico consiste em utilizar um corpo de prova (cupom) de metal ou liga conforme o material do

equipamento e colocá-lo em exposição no mesmo eletrólito do equipamento que se deseja avaliar. Depois de um intervalo de tempo pré-determinado, o cupom é retirado do processo, limpo de todo o produto de corrosão e novamente pesado. A perda de massa dividida pelo tempo de exposição ao meio corrosivo é convertida em taxa média de corrosão. Uma das principais vantagens desse método está no fato de ser possível identificar a morfologia da corrosão, isto é, se é uniforme ou localizada, além da perda de espessura real no período de tempo de exposição. Outra vantagem está no fato de ser aplicável a praticamente todos os ambientes: gasosos, líquidos e

Cupom de corrosão (perda de massa) Os cupons de corrosão de perda de massa fornecem de maneira simples e direta as taxas de corrosão de linhas e equipamentos fabricados em aço carbono ou outros materiais. Sua metodologia é relativamente barata e nos fornecem dados confiáveis para um período determinado engeworld | maio 2014 | 15


em fluxos com partículas sólidas. Um ponto negativo, no entanto, reside no fato de esses dados fornecerem informações de desempenhos do passado, não podendo ser usados para se analisar dados de curtos períodos de tempo ou fornecer respostas rápidas.

Resistência Elétrica (ER) As sondas de resistência elétrica podem ser consideradas como sondas de perda de massa automáticas, fornecendo dados de perda de metal continuamente. O monitoramento contínuo com esses dispositivos oferece a tendência da taxa de corrosão em função do tempo, permitindo identificar com clareza os períodos de aumento ou redução da corrosividade do meio associado às variáveis do processo, tais como vazão, temperatura, pressão, variações de concentrações, entre outras. Apesar disso, não podem mostrar mudanças de corrosividade nos fluidos ou taxas de corrosão em curtos intervalos de tempo. A partir da variação de área, provocada pela corrosão da seção transversal do elemento sensor (sonda) exposto ao meio, tem-se uma variação na resistência

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Na prática, os equipamentos empregados fazem a conversão automática da resistência em perda de seção do elemento sensor elétrica deste sensor. O desgaste da área exposta faz com que a seção transversal do sensor diminua, logo, a perda de seção faz com que a resistência elétrica do metal varie. As variações da resistência elétrica são medidas cumulativamente ao longo do tempo, com base na medida inicial do sensor. Na prática, os equipamentos empregados fazem a conversão automática da resistência em perda de seção do elemento sensor – essa medida se baseia em corrosão uniforme. A sonda de resistência elétrica pode ser utilizada em qualquer tipo de meio, porém seus resultados só são significativos para a média da perda de massa do sensor, não sendo possível

a leitura da taxa de corrosão instantânea. A coleta de dados pode ser realizada nas seguintes formas: Coleta manual no local Os dados aquisitados podem ser armazenados em uma estação coletora de dados (logger) para posterior resgate de informações; -Transmitidas online, via satélite, rádio ou outra forma de transmissão Como uma das principais vantagens do método, podemos citar que a técnica é sensível às mudanças operacionais e regime de fluxo, desde que não ocorram em curto intervalo de tempo. Além disso, por meio do perfil da taxa de corrosão, pode-se atuar nas variáveis do processo para minimizar a corrosão. Sua principal desvantagem reside no fato do método ser pouco sensível à corrosão localizada.

Resistência de Polarização Linear (LPR) O método da resistência de polarização linear se baseia em princípios e conceitos eletroquímicos. Os eletrodos na ponta dos sensores de LPR são polarizados em pequenos intervalos de tempo e, como resposta, tem-se a taxa de corrosão em tempo real para o eletrólitoem análise. O princípio de medição dessa técnicabaseia-se no fato de que a densidade de corrente associada a pequenos efeitos de polarização é diretamente proporcional à taxa de corrosão do eletrodo no meio em questão. A principal vantagem está no fato de oferecer uma taxa de corrosão em tempo real; os princípios eletroquímicos aplicados (para corrosão uniforme) são uma limitação dessa técnica. Caso exista corrosão por pites, as medições terão valores distorcidos e não reais.


Detecção de Gases e Chamas MSA A MSA é conhecida mundialmente pelo alto padrão de qualidade, inovação, serviço ao cliente e confiabilidade. Os produtos e serviços MSA passam por contínua evolução em tecnologia, oferecendo sempre a melhor solução em detecção de gases e chamas nas diversas indústrias no Brasil e no mundo.

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| maiopropósito... 2014 | 17 Porque toda engeworld vida tem um


nidays

evento

NIDays 2014 discute evolução e futuro da tecnologia Décima segunda edição da conferência apresentou lançamentos da National Instruments e perspectivas para automação, instrumentação e controle Fotos: Fernando Saker/Engeworld

de Máquinas Inteligentes; Sistemas de Medição, Teste e RF; e Automotivo, Aeroespacial e Defesa), e dois painéis de discussão: O futuro da indústria automotiva (na sala dedicada ao tema Automotivo, Aeroespacial e Defesa) e A evolução dos laboratórios de Pesquisa e Ensino (na sala dedicada ao tema Ensino e Pesquisa).

C

erca de mil pessoas, entre engenheiros, cientistas, desenvolvedores, pesquisadores, professores e alunos, participaram da 12ª edição do NIDays, realizada no dia 27 de março no Centro de Convenções do Expo Center Norte. Trata-se do principal evento organizado pela National Instruments (NI) Brasil, proporcionando oportunidades de networking com profissionais de engenharia, discutindo os últimos avanços tecnológicos e pers-

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pectivas para Projeto Gráfico de Sistemas, além de apresentar os principais lançamentos da empresa no país. O NIDays 2014 trouxe uma programação extensa: foram nada menos que vinte e três sessões técnicas organizadas pela equipe da National Instruments (distribuídas entre os temas Novas Tecnologias; Dicas e Truques; Imersão Tecnológica; e Projetos de Máquinas Inteligentes), oito sessões práticas divididas em três salas, quinze estudos de caso (distribuídos entre os temas Projetos


O avanço cada vez mais veloz da tecnologia A apresentação de abertura do NIDays 2014 foi iniciada por Eric Starkloff (foto), vice-presidente executivo global de Marketing e Vendas da National Instruments. Após destacar o crescimento do evento, Starkloff afirmou que vivemos numa era de grandes revoluções tecnológicas, com grande possibilidade de transformar os trabalhos do setor. Nessa era, surge a Indústria 4.0, marcada por sistemas e fábricas inteligentes e comunicação máquina-para-máquina (M2M). Também avançam as pesquisas em ciberfísica, com a tendência atual do uso de sistemas físico-cibernéticos como agentes transformadores da indústria. Segundo Starkloff, as tecnologias atu-

ais de sensores e conectividade representam apenas o começo das possibilidades de melhorar o mundo, podendo contribuir para a economia de luz e água, por exemplo, dependendo da necessidade do ambiente. Assim como o computador pessoal (PC) e a Internet mudaram o mundo anos atrás, hoje a mudança vem pelas plataformas móveis, como iOS e Android. Para elas, assim como para os PCs e outras plataformas, a NI vem desenvolvendo seus produtos. Esses produtos foram apresentados, na sequência, por André Pereira, gerente de Marketing Técnico da NI. Entre eles, o maior destaque foi o LabVIEW 2013, versão mais recente do software da empresa para projetos de sistemas: a programação gráfica é igual à do LabVIEW padrão, mas apresenta uma série de ferramentas e benefícios adicionais, tais como suporte nativo aos dispositivos mais recentes de fornecedores como ARM e Xilinx, melhoria na confiabilidade e qualidade de aplicações complexas, tecnologias de implementação simplificada, além da possibilidade de uso em plataformas móveis que habilitam a cria-

ção de dashboards para controle e monitoramento remotos de sistemas. Também foram destacados a criação da LabVIEW Tools Network, descrita por Pereira como uma “app store para engenheiros” e o lançamento do NI myRIO, dispositivo de hardware embarcado para desenvolvimento de sistemas complexos de engenharia, de tamanho compacto e uso mais fácil, voltado para estudantes. Entre uma fala e outra, Pereira chamava outros representantes da NI ao palco para apresentar outras novidades da empresa. Em suas falas, Pereira destacou a ideia que seria repetida em várias das sessões técnicas do evento: a inovação tecnológica está cada vez mais rápida, e isso tem um grande impacto sobre os usuários e especialmente sobre os desenvolvedores, que são colocados à prova por características que nunca se imaginaram analisar em sistemas de aquisição de dados e precisam estar cada vez mais atentos à evolução dos sistemas para as áreas de instrumentação, automação e controle. Essa visão é compartilhada por Paulo Pereira, diretor da NI para a América Latina (veja entrevista completa na pág. 38).

Vendo as novas tecnologias de perto Entre uma sessão e outra, os participantes do NIDays 2014 puderam visitar as duas áreas de exposição do evento. No primeiro andar do centro de convenções, o espaço de exposição trazia demonstrações das aplicações das tecnologias mais recentes da NI em projetos de empresas parceiras. Representantes das empresas expositoras explicavam aos interessados o engeworld | maio 2014 | 19


funcionamento das tecnologias exibidas e trocavam contatos para esclarecimentos posteriores e possibilidades de networking. A Nirax, por exemplo, expôs um módulo NI USRP (Plataforma de Rádio definido por Software) usado para simulação de rotas via software. Por sua vez, a Daqsys trouxe um sistema de monitoramento para sistemas de refrigeração, com medição de temperatura em vários pontos, como o compressor, evaporador e condensador. O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) apresentou um sistema de TDR (reflectômetro no domínio do tempo) para cablagem aeroespacial, por meio do qual é possível caracterizar e localizar falhas nos cabos metálicos de distribuição de comunicação em aeronaves. Já no estande do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), os visitantes puderam conferir um

sistema aberto com caixa-preta de emissão acústica, recriada com as plataformas LabVIEW e PXI, que ajudam a entender seu funcionamento e representar resultados. Uma solução em software para ensaio de motores a combustão em banco de provas foi exibida no estande do Instituto Mauá de Tecnologia. Outras inovações apresentadas incluíram interfaces de aviônicos para comunicação com aviões mostradas pela Smart Embedded Technologies (Set), o uso de sistemas equipados com hardware e software da NI para calibração de sistemas de ruídos ou vibrações expostos pela Total Safety, e um sistema modelo para medição de força, controle de torque e posição para testes estruturais desenvolvido pela Wineman Technology Incorporated (WTI), bem como novidades da Intel e da DV Pro. A própria NI Brasil também usou o espa-

ço de exposição para mostrar o uso de seus produtos na automação de testes, controle e aquisição de dados em turbinas, no carregamento de modelos matemáticos e simulação em tempo real de estímulos a veículos ou sistemas, entre outras possibilidades. No segundo andar do centro de convenções, o espaço de exposição era dedicado a entidades educacionais e parceiros de mídia. Embora não tenha contado com um estande próprio, a Engeworld teve exemplares de sua edição de março presentes em um display, que podiam ser levados pelos participantes do evento. A área trazia ainda um espaço para o LabVIEW Code Challenge, desafio de lógica e programação envolvendo o uso das funções básicas do LabVIEW.

De máquinas inteligentes a tendências para projeto, teste e controle Como dito anteriormente, o NIDays 2014 contou com mais de vinte sessões técnicas. Na grade da programação, uma das primeiras recebeu o título Máquinas inteligentes integradas a sistemas de visão 3D, ministrada pelos engenheiros de Vendas Fernando Cassão e Luciano Borges, da NI. Na palestra, foi mostrado como produtos da NI, como o software LabVIEW e a plataforma CompactRIO, podem ser usados em conjunto com sistemas de processamento de imagem para ajudar na tomada de decisões, na orientação dos robôs (em processos como a identificação para corte de borda de material, inserção de componentes e movimento de eixos), controle de processos e metrologia. O software da empresa também foi destaque na sessão Medição de energia com LabVIEW desde miliwatts até megawatts, conduzida pelo vendedor técnico Gerson Murari: o

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palestrante explicou como são medidas a potência, tensão e corrente da rede elétrica, os tipos de carga elétrica (resistiva, indutiva e capacitiva) e mostrou como o LabVIEW pode ser usado para medição e qualificação da energia elétrica, sendo customizável para a tarefa e incluindo a função de amostragem do comprimento de onda da energia. André Oliveira (foto), engenheiro de Vendas da NI, foi o responsável pela sessão técnica Seis tecnologias inovadoras para projeto, teste e controle que você deve conhecer. Essas tecnologias são: os conversores de alto desempenho, o PCI Express (usado principalmente na comunicação da CPU com seus periféricos), a Lei de Moore (a densidade e capacidade de um chip

dobra a cada dezoito meses), a computação em nuvem (armazenamento de arquivos e programas em uma rede remota de computadores, que pode ser acessada em qualquer parte do mundo), os mecanismos de gerenciamento de sistema, e a fusão (ou desenvolvimento simultâneo) de projeto e teste. Para Oliveira, essas tecnologias vêm se tornando cada vez mais importantes no mercado, e as organizações que já estão adiantadas em seu uso têm obtido sucesso. A apresentação de encerramento do NIDays 2014 ficou a cargo de Stefano Concezzi, vice-presidente de Pesquisa Científica e do Programa Lead User, que fez uma retrospectiva da ciência ao longo dos anos e apontou o desafio atual de

converter os big data (o grande número de dados gerados mundialmente, de forma cada vez mais veloz) em informações propriamente ditas. Ao final do evento, foram apresentados os projetos vencedores do II Torneio de Programação em LabVIEW, e outros produtos da NI foram sorteados entre os visitantes.

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sustentabilidade Impactos ambientais dos canteiros de obras Preocupação que vai além dos resíduos

A

etapa de construção, no ciclo de vida de um edifício, responde por uma parcela significativa dos impactos causados pela construção civil no ambiente. Tais impactos, provocados pelos canteiros de obras, podem ser separados em dois grupos: o primeiro cobre os consequentes às perdas por entulho e à geração de resíduos por essa ou qualquer outra razão; o segundo, os referentes às interferências na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local em que a construção é edificada. Dentre as diferentes formas de perda — incorporadas ao edifício, devido a furtos ou como entulho —, a que interessa aqui é a última, por gerar resíduos. Pesquisadores como Souza (2005) têm dedicado grande atenção ao tema, com resultados importantes para a academia e o meio profissional. Sabe-se que é bastante grande a importância dos resíduos gerados nos canteiros de obra, tanto pelo volume que representam — 50% da massa total dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas —, como pelos impactos que causam, principalmente ao serem leva-

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é bastante grande a importância dos resíduos gerados nos canteiros de obra, tanto pelo volume que representam — 50% da massa total dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas —, como pelos impactos que causam dos para locais inadequados. Por isso, são tratados pela Resolução Federal nº 307/2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre o seu gerenciamento. Como consequência, o tema vem sendo estudado e soluções são desenvolvidas cobrindo pontos como a redução da produção de resíduos em obras, o gerenciamento dos resíduos produzidos e a sua reciclagem e reuso. Assim, importantes pesquisas são conduzidas no Brasil e no exterior sobre o tema, tais como as de Santos et al. (1996) e Agopyan et

al.(1998), e sobre a geração de resíduos sólidos e os lançamentos não monitorados — por exemplo, os trabalhos de Pinto (1999), Ângulo (2000), Ângulo et al. (2001) e Rocha; John (2004). Esses e outros autores já identificaram alternativas de gestão e de minimização dos impactos decorrentes dos resíduos gerados (aterros, reciclagem, perdas de solos férteis e de terrenos passíveis de construção, degradação ambiental, poluição, etc.). Entidades setoriais ligadas às empresas construtoras, sobretudo motivadas pelas exigências legais criadas com a Resolução n.º 307, sobre resíduos da construção civil, têm também conduzido ações nesse sentido, como é o caso do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), por meio do Programa de gestão ambiental de resíduos em canteiros de obra (PINTO, 2005), ou do SindusCon-MG, que produziu a Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para a construção ( JÚNIOR, 2005). Já as interferências causadas pelos canteiros de obra na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local não têm merecido a devida atenção das empre-


Fotos: freeimages

sas e dos profissionais e acadêmicos, embora também causem impactos significativos, como incômodos (sonoros, visuais, etc.) e poluições (solo, água e ar), impactos ao local da obra (ecossistemas, erosões, assoreamentos, trânsito, etc.) e consumo de recursos (principalmente água e energia). Como consequência, é importante a redução desses impactos ou modificações negativas no ambiente originadas na etapa de construção do ciclo de vida de uma edificação. Tais impactos resultam das atividades desenvolvidas durante a execução de diferentes serviços presentes numa obra. Essas atividades trazem como consequência elementos

na execução da infraestrutura de um edifício, tem como um dos aspectos ambientais a emissão de vibração, que pode causar como impacto ambiental incômodo para a comunidade que podem interagir com o ambiente e sobre os quais a equipe de obra pode agir e ter controle, os chamados aspectos ambientais.

Por exemplo, a atividade fundações, presente na execução da infraestrutura de um edifício, tem como um dos aspectos ambientais a emissão de vibração, que pode causar como impacto ambiental incômodo para a comunidade. Para limitar tal incômodo, deve-se procurar reduzir ou mesmo eliminar a emissão de vibração, por exemplo, mudando-se o tipo de fundação (de uma estaca cravada para uma escavada) ou a sua tecnologia de execução (pelo uso de bate-estacas vibratório em vez de por gravidade), ou ainda agir sobre a percepção do incômodo causado, fazendo-se as cravações em horários cujas consequentes vibrações causem engeworld | maio 2014 | 23


o menor incômodo possível às pessoas. A minimização dos impactos negativos pressupõe o conhecimento de suas causas. Assim, embora os impactos sejam o problema, os aspectos ambientais e as atividades relacionadas devem ser investigados quanto à ocorrência e intensidade. Qual é, então, a importância de se conhecer os impactos ambientais? Essencialmente para a tomada de decisões em termos de prioridades, já que não se pode atuar sobre tudo, pois, normalmente, os recursos disponíveis são limitados e os aspectos muitas vezes têm impactos contraditórios. Assim, o conhecimento da intensidade dos impactos e suas consequências para os meios físico, biótico e antró24 | engeworld | maio 2014

pico permite a sua priorização. E mais, deve-se ainda saber em que medida todos aqueles que sofrem impactos consideram-se prejudicados, como o pessoal que trabalha na obra, os fornecedores, o empreendedor, os projetistas, a vizinhança e mesmo a sociedade como um todo. A priorização deve ainda considerar o contexto específico do canteiro: reduzir o impacto ao ecossistema local é fundamental em uma obra numa região de mangue, enquanto perde importância numa obra em terreno confinado no Centro de São Paulo, conseguido após a demolição de imóveis previamente existentes. Finalmente, a legislação aplicável tem, obrigatoriamente, de ser respeitada. Priori-

zados os impactos que precisam ser reduzidos ou eliminados, podem-se definir as tecnologias e as ações de natureza gerencial necessárias para tanto, estabelecendo os recursos que precisam ser introduzidos, equipamentos a serem comprados, profissionais a serem treinados ou contratados, ferramentas gerenciais a serem implementadas, os prazos e os custos envolvidos, etc. São essas as informações que interessam aos profissionais de obra preocupados com a questão da sustentabilidade. No caso de grandes canteiros, necessários em empreendimentos considerados passíveis de causar grandes impactos, a Resolução nº 001/1986 do Conama exige que seja feita uma avaliação mais completa dos impactos, o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o seu relatório resumo, Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Esse é o caso de estradas, portos, aeroportos e obras hidráulicas, dentre outros empreendimentos, e, no caso de projetos urbanísticos, também daqueles com área acima de 100 ha ou implantados em áreas consideradas de relevante interesse ambiental. Os EIA/Rima envolvem estudos cobrindo todo o ciclo de vida do empreendimento e não apenas a etapa de construção (BRAGA,2002). Este estudo, para a etapa de construção, não pretende ser um modelo de EIA/Rima, uma vez que se aplica a várias tipologias de empreendimento. No entanto, ele alinha-se a uma parte das diretrizes gerais de um EIA/Rima, à medida que aponta os impactos ambientais potenciais e relevantes para a etapa de construção, analisa tais impactos e traz previsões de importâncias relativas, baseado em critérios como permanência, reversibilidade, cumulatividade, sinergia, etc.


Objetivo O objetivo é analisar os impactos ambientais decorrentes das atividades desenvolvidas em canteiros de obra e de seus aspectos ambientais, contribuindo para ampliar o campo de estudo dos impactos considerados negativos, em particular para o caso da construção de edifícios.

Escopo Os canteiros de obras de edifícios, cobrindo os impactos ambientais causados aos meios físico (solo, ar e água), biótico e antrópico (trabalhadores da obra, vizinhança e sociedade). São consideradas as atividades relacionadas às diferentes fases de realização de uma obra, incluindo-se a execução de serviços em áreas comuns de conjuntos habitacionais: serviços preliminares, infraestrutura, estrutura, vedações verticais, cobertura e proteção, revestimentos verticais, pintura, pisos, sistemas prediais e redes e vias.

Metodologia Trata-se essencialmente de uma revisão bibliográfica, em que se procurou analisar criticamente as referências encontradas, organizando-se de forma coerente os conceitos e informações obtidos de interesse, pelo uso de um modelo consistente de apresentação das informações, as matrizes que relacionam aspectos ambientais, impactos ambientais e atividades desenvolvidas nos canteiros de obra do escopo definido. Foram diversas as origens dos documentos, como manuais, referenciais normativos de metodologias de avalia-

ção e a produção acadêmica tradicional — esta, bastante limitada. Tal revisão acabou tendo um caráter exploratório como uma consequência da bibliografia limitada sobre o tema dos impactos ambientais causados pelos canteiros e suas consequências.

Aspectos e impactos ambientais dos canteiros de obra Para a identificação e o estudo dos aspectos e impactos ambientais presentes nos canteiros de obra, a bibliografia acadêmica encontrada mostrou-se rara — e a única consultada foi um texto brasileiro (DEGANI, 2003). Já a bibliografia estrangeira é farta no que se refere a manuais práticos, voltados aos profissionais. Destacaram-se dentre eles dois: o da Agência do Reino Unido do Ambiente (NETSREG, 2005) e o do Pentágono norte-americano (PULASKI et al., 2004). No entanto, outros guias forneceram informações significativas, como o espanhol da região de Navarra (FUNDACIÓN..., 2005); os franceses da Entidade Setorial das Empresas Construtoras (FFB, 1999) e da Agência Ambiental e de Energia (ADEMI, 2002; ADEMI, s.dt.); o do Ofício Federal Alemão voltado ao Ambiente (FEDERAL OFFICE..., 2001); o da Organização Australiana Científica e de Pesquisa (FOLIENTE et ali, s.dt.). Também documentos produzidos por empresas francesas serviram de referência (ICADE, s.dt.). Como consequência das análises feitas, e de modo a favorecer a apresentação dos resultados consolidados, os aspectos ambientais foram estruturados em

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tividade, sinergismo, etc.) dos impactos negativos e as exigências legais, os mais significativos foram selecionados. A Tabela 2 volta-se especificamente aos aspectos ambientais relacionados aos Incômodos e poluições, sinalizando os mais relevantes em função da fase da obra e das atividades nelas desenvolvidas. Meio antópico

Consumo de recursos (inclui perda incorporada e embalagens Consumo e desperdício de água Consumo e desperdício de água Remoção de edificações Supressão da vegetação Risco de desmoronamento Existência de ligações provisórias (exceto águas servidas) Esgotamento de águas servidas Risco de perfuração de redes Geração de energia no canteiro Existência de construções provisórias Impermeabilização de superfícies Ocupação da via pública Armazenamento de materiais Circulação de materiais, equipamentos, máquinas e veículos Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos Impactos ambientais usualmente mais relevantes

Tabela 1. Matriz ‘Aspectos & impactos ambientais’ para as atividades de produção que acontecem nos canteiros de obras — Subsetor ‘Edificações’. Temas: ‘Infraestrutura do canteiro de obras’ e ‘Recursos’

Interferência na drenagem urbana

Aumento do volume de aterros de resíduos

Pressão sobre serviços urbanos (exceto drenagem)

Interferência na drenagem urbana

Sociedade

Danos a bens edificados

Alteração nas condições de segurança

Pressão sobre serviços urbanos (exceto drenagem)

Alteração no tráfego de vias locais

Incômodo para a comunidade

Alteração nas condições de saúde

Vizinhança

Escassez de energia elétrica

Trabalhador

Alteração da qualidade paisagística

Alteração da dinâmica dos ecossistemas global

Alteração da dinâmica dos ecossistemas locais

Interferências na flora local

Escassez de água

alteração dos regimes de escoamento

Alteração da quilidade subterrâneas

Aumento da quantidade de sólidos

Interferências na fauna local

Meio Biótico

Água

Alteração da qualidade das águas superficiais

Poluição sonora

Deterioração da qualidade do ar

Esgotamento de reservas minerais

Indução de processos erosivos

Contaminação química

Alteração das propriedades físicas

Temas Recursos

Aspectos ambientais

Ar

Alteração nas condições de segurança

Meio físico Solo

Alteração nas condições de saúde

atividades de produção que acontecem nos canteiros de obra do subsetor de edificações. A primeira delas, que consta da Tabela 1, cobre os dois primeiros temas. Considerando-se que se trata de canteiros de obras de edifícios e levando-se em conta as magnitudes e importâncias (permanência, reversibilidade, cumula-

Infraestrutura do canteiro de obras

três grandes temas: infraestrutura do canteiro de obra, recursos e incômodos e poluições. Os dois primeiros são tratados de modo geral, sendo válidos para toda a duração da obra. Assim, a Infraestrutura do canteiro de obras foi tratada de modo a, futuramente, ser possível definir como proceder para que as construções provisórias do canteiro (áreas de produção, apoio, vivência, equipamentos, proteções coletivas, etc.) sejam implementadas e funcionem de modo a minimizar os impactos ambientais decorrentes e para que atividades desenvolvidas para ou durante a construção e o uso dessas instalações ou demolições, incluindo preparo do terreno, armazenagem de produtos, uso da via pública, etc. causem os menores impactos. Por sua vez, o tema Recursos trata, dentro dos limites de decisão que a equipe de obra pode ter, do consumo de recursos naturais e manufaturados (compras e contratações que incluam aspectos ambientais como critério de decisão), do consumo e desperdício de água, energia elétrica e gás natural no canteiro (os quais se preocupam com a demanda e também com a oferta de água, energia elétrica, gases e combustíveis ao longo da obra). Já os aspectos relacionados ao tema Incômodos e poluições são analisados de modo mais específico para que, em estudos posteriores, sejam abordados de acordo com as diferentes fases de realização de uma obra. Para cada um dos três temas, são identificados os aspectos ambientais pertinentes e os impactos ambientais correspondentes causados aos meios físico, biótico e antrópico, neste último considerando os trabalhadores do canteiro, a vizinhança e a sociedade como um todo. Foram assim constituídas matrizes Aspectos & impactos ambientais para as


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cífico têm de ser consideradas. Por essa razão, trazem também os impactos que não foram considerados mais significativos, chamando igualmente a atenção para eles. Apresentam como vantagem a rapidez na manipulação e na identificação dos impactos mais prováveis.

incômodos e poluições

Manejo de materiais perigosos

ventilação

Emissão de material particulado

Lançamento de fragmentos

Emissão de ruídos

Emissão de vibração

Geração de resíduos sólidos

Geração de resíduos perigosos

Atividades

Desprendimento de gases, fibras e outros

Fase da obra

Risco de geração de faíscas onde há gases dispersos

aspectos ambientais

Demolição

Serviços preliminares

Limpeza superficial do terreno Fundações Infra-estrutura

Rebaixamento do lençol Escavação e contenções

Estrutura

Estrutura Alvenarias Divisórias

Vedações Verticais

Esquadrias Cobertura e proteção

Telhado Impermeabilização

Revestimentos verticais

Revestimento vertical

Pinturas

Pintura

Pisos

Piso

Sistemas Prediais

Sistemas prediais Redes enterradas e aéreas

Redes e vias

Sugere-se que a aplicação das matrizes seja acompanhada da criação de um grupo ad hoc, que discuta seus conteúdos, valideos e os complemente, considerando-se as especificidades da obra em questão

Terraplanagem Pavimentação Drenagem

Aspectos ambientais usualmente mais relevantes

Tabela 2. Aspectos ambientais relacionados a incômodos e poluições em função das diferentes fases de uma obra e de suas principais atividades — Subsetor ‘Edificações’

Ainda considerando os Incômodos e poluições, a Tabela 3 apresenta os impactos ambientais causados aos meios físico, biótico e antrópico correspondentes a cada aspecto ambiental. 28 | engeworld | maio 2014

Análise dos resultados Todas essas matrizes são indicativas e devem ser empregadas de modo cuidadoso. Por serem genéricas, as particularidades de cada empreendimento espe-

Sugere-se que a aplicação das matrizes seja acompanhada da criação de um grupo ad hoc, que discuta seus conteúdos, valide-os e os complemente, considerando-se as especificidades da obra em questão, legislação específica, exigência do empreendedor, características do local, características do empreendimento, etc. Do grupo de discussão ad hoc devem fazer parte representantes do empreendedor, construtora e seus principais subcontratados, projetistas, empresa gerenciadora, etc. — técnicos com formação acadêmica ou experiência profissional sobre temas específicos podem ser envolvidos, conforme o caso, de modo a subsidiar as decisões. Como podem ser muitos os impactos


Impactos ambientais Meio antópico

Interferência na drenagem urbana

Aumento do volume de aterros de resíduos

Pressão sobre serviços urbanos (exceto drenagem)

Interferência na drenagem urbana

Sociedade

Danos a bens edificados

Alteração nas condições de segurança

Pressão sobre serviços urbanos (exceto drenagem)

Alteração no tráfego de vias locais

Incômodo para a comunidade

Alteração nas condições de saúde

Alteração da qualidade paisagística

Vizinhança

Escassez de energia elétrica

Trabalhador

Alteração nas condições de segurança

Alteração da dinâmica dos ecossistemas global

Alteração da dinâmica dos ecossistemas locais

Interferências na flora local

Interferências na fauna local

Escassez de água

alteração dos regimes de escoamento

Alteração da quilidade subterrâneas

Aumento da quantidade de sólidos

Água

Alteração da qualidade das águas superficiais

Poluição sonora

Deterioração da qualidade do ar

Ar

Esgotamento de reservas minerais

Indução de processos erosivos

Contaminação química

Aspectos ambientais

Alteração das propriedades físicas

Temas

Solo

Meio Biótico

Alteração nas condições de saúde

Meio físico

Geração de resíduos perigosos Geração de resíduos sólidos

Incômodos e poluições

Emissão de vibração Emissão de ruídos Lançamento de fragmentos Emissão de material particulado Risco de geracão de faíscas há gases dispersos Desprendimento de gases, fibras e outros Renovação do ar Manejo de materiais perigosos Impactos ambientais usualmente mais relevantes

Tabela 3. Matriz ‘Aspectos & impactos ambientais’ para as atividades de produção que acontecem nos canteiros de obras – Subsetor ‘Edificações’. Tema: ‘Incômodos e poluições’ negativos a serem enfrentados e escassos os recursos para mitigá-los, uma técnica possível, após a identificação deles, é a da sua ponderação relativa. Para se ponderar, é necessário antes se estabelecer prioridades — que meios privilegiar (físico, biótico ou antrópico)? Que preocupações são mais significativas (emissão de CO2, poluição da água, preservação do

ecossistema, economia de recursos não renováveis, valorização da reciclagem, diminuição de áreas de aterros, etc.)? Essa mesma técnica pode ser usada na escolha de alternativas. Voltando-se ao exemplo da atividade Fundações e do aspecto ambiental Emissão de vibração, causando o impacto ambiental Incômodo para a comunidade, a opção sobre a

melhor maneira de reduzir ou eliminar tal vibração, envolvendo a mudança do tipo de fundação (de uma estaca cravada para uma escavada), de sua tecnologia de execução (pelo uso de bate-estacas vibratório) ou agindo sobre a percepção do incômodo causado (cravações em horários que incomodem o mínimo possível às pessoas), podem-se dar,

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segundo critérios e prioridades preestabelecidas, os custos, redução dos impactos negativos ou potencialização dos impactos positivos. Embora haja limitações, essa postura permite a ordenação rápida das alternativas, supondo-se que seja possível associar-se uma escala de ponderação representativa dos interesses priorizados envolvidos.

as da matriz da Tabela 3, possibilitando identificar os impactos referentes aos Incômodos e poluições em cada fase da obra, por atividade; • Analisar os impactos, fazendo previsões de magnitudes, para priorizar aqueles que precisam com mais premência ser reduzidos ou eliminados, embora tal definição deva considerar o contexto específico de cada canteiro de obras; • Definir as tecnologias e as ações de Foto: freeimages

Como podem ser muitos os impactos negativos a serem enfrentados e escassos os recursos para mitigá-los, uma técnica possível, após a identificação deles, é a da sua ponderação relativa Conclusões e desdobramentos As novas matrizes, ilustradas pelas tabelas 1 a 3, confirmam a diversidade de impactos ambientais causados pelos canteiros de obra a serem considerados, que vão muito além dos relacionados às perdas de materiais e à produção de resíduos. Finalmente, houve um esforço em identificar os impactos mais relevantes, considerando-se as condições médias dos canteiros de obras de edifícios. Resta, no entanto, muito ainda a ser investigado. Assim, a pesquisa que deu origem a este artigo vai continuar, cobrindo os seguintes tópicos: • Avançar no conhecimento dos impactos ambientais, cruzando as informações contidas na matriz da Tabela 2 com 30 | engeworld | maio 2014

natureza gerencial necessárias para os casos de impactos desfavoráveis, estabelecendo os recursos que precisam ser implementados para mitigá-los — equipamentos a serem comprados, profissionais a serem treinados ou contratados, ferramentas gerenciais a serem implementadas, etc. — e os prazos e custo envolvidos; • Definir indicadores de acompanhamento e monitoramento dos impactos


ambientais e das medidas mitigadoras a serem implementadas; • Apontar possíveis inovações tecnológicas e gerenciais e ações relacionadas a políticas públicas, voltadas ao tema. Com isso, pretende-se ampliar mais ainda as discussões sobre os impactos ambientais e fornecer um conjunto de

informações que possam orientar ações futuras, seja identificando temas de pesquisa, seja indicando soluções para os problemas apontados. Deseja-se, igualmente, analisar, sob bases semelhantes às anteriormente apresentadas, os impactos de natureza social e econômica dos canteiros de obra.

Referências Bibliográficas ADEME. Qualité Environnementale des Bâtiments. Manuel à l’usage de la maîtrise d’ouvrage et des acteurs du Bâtiment. France, ADEME Editions, 2002. 294p.________. Demarche HQE. Livret de bord d’operation. France, ADEME, s.dt.165p. ANGULO, Sérgio C. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. São Paulo, 2000. Dissertação (Mestrado)– Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. ÂNGULO, Sérgio C.; ZORDAN, Sérgio E.; JOHN, Vanderley M. Desenvolvimento sustentável e a reciclagem de resíduos na construção civil. São Paulo, 13p. 2001. BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. São Paulo. Apresenta informações sobre as legislações acerca do meio ambiente brasileiro. Resolução n.º 307. 2002. DEGANI, Clarice M. Sistemas de gestão ambiental em empresas construtoras de edifícios. São Paulo, 2003. 223p. e anexos. Dissertação (Mestrado)- Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Environment Agency UK. NetRegs. Apresenta um guia com boas práticas e como obedecer às leis ambientais. Acesso: 13 de outubro de 2005. FEDERAL OFFICE...Guideline for Sustainable Building. Germany, Federal Office for Buildingand Regional Planning, January 2001. FOLIENTE, Greg; SEO, Seongwon; TU-

CKER, Selwyn. Guide to Environmental Design and Assessment Tools. Australian Commonwealth Scientific and Research Organization. CSIRO Manufacturing & Infrastructure Technology, Australia. Fundación...Guía de buenas prácticas ambientales: construcción de edificios. Navarra: Fundación Centro de recursos ambientales de Navarra, 2005. 20p. ICADE CAPRI. Charte “Chantier à Faibles Nuisances”. S/l, s/dt. 17p. JÚNIOR, Nelson Boechat Cunha (coord.). Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para a construção. SindusCon-MG, 2005, 38p. PINTO, Tarcísio de P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999. 189p. Tese (Doutorado)-Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. PINTO, Tarcísio de P. (Coord.). Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do SindusCon-SP. São Paulo: Obra Limpa: I&T: SindusCon-SP, 2005. 48p. PULASKI, Michael H. (ed.). Field Guide For Sustainable Construction. Washington: Pentagon Renovation and Construction Program Office, June 2004, 312p. ROCHA, Janaíde C.; JOHN, Vanderley M. (Editores). Utilização de resíduos na construção habitacional. Coletânea Habitare Volume 4, Porto Alegre: ANTAC, 2004, 272p. SOUZA, Ubiraci E.L. Como Reduzir Perdas nos Canteiros – Manual de Gestão do Consumo de Materiais na Construção Civil. São Paulo; Editora Pini; 2005. 128p

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coluna qualidade DELINEAMENTO DE EXPERIMENTOS Uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos — parte 3

N

esta edição, vamos dar continuidade à análise dos resultados de nosso hipotético projeto de um bico para enchimento de garrafas, cujo objetivo é encontrar os valores de três importantes parâmetros do projeto que levem à minimização da variável resposta “Tempo de Enchimento”. Na edição anterior, calculamos os valores dos efeitos dos três parâmetros testados, os quais apresentaram os seguintes resultados: • P: ∅ do pino retrator: ………………………………….2,39 seg; • A: Ângulo do cone: …………………………………...-0,513 seg; • H: Altura da face de contato: ………………………...0,138 seg. Efeito do Fator P

5,5

Efeito do Fator A 5,58

5,0 4,5 4,0 3,5

3,28

3,0 Nível(-) 2,8mm

Nível(+) 2,8mm P: ∅ do Piro Retrator

5,0

Efeito do Fator H

4,68

4,5 4,0

4,16

3,5 3,0

Nível(-) 45º

A: Ângulo do Core

Nível(+) 60º

Tempo Enchimento (em seg)

6,0

Tempo Enchimento (em seg)

Tempo Enchimento (em seg)

Graficamente, esses resultados são mostrados na figura abaixo: 5,0

4,49

4,5 4,0

4,35

3,5 3,0

Nível(-) Nível(+) 8mm 12mm H: Altura da Face de Contato

Figura 1: Representação gráfica dos efeitos dos parâmetros P, A e H

A princípio, observando as figuras acima, poderíamos concluir que os melhores resultados (tempos de enchimentos mais baixos) são obtidos nas seguintes condições: • ∅ do pino retrator no nível (-): 2,8 mm; • Ângulo do cone no nível (+): 60°; • Altura da face de contato no nível (-): 8 mm. Todavia, para fazermos essa afirmação, precisamos também avaliar a existência ou não de interações entre os parâmetros testados. Sabemos que existe interação entre dois parâmetros quando “a forma como um parâmetro influencia a variável resposta depende do valor do outro parâmetro”. Para entender melhor esse conceito, vamos analisar os valores da Tabela 1. Ela mostra os valores médios do “Tempo de Enchimento” para quatro condições experimentais diferentes: P(-) e H(-), P(-) e H(+), P(+) e H(-) e P(+) e H(+).

Tabela 1: Interação entre parâmetros P e A (interação PxH)

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Graficamente, podemos representar esses valores conforme a Figura 2 a seguir:

Como observamos nos gráficos, as linhas praticamente paralelas sugerem a não existência de interações entre os parâmetros considerados. Tal fato é confirmado pelos baixos valores dessas interações: Efeito da interação PxA

Efeito da interação HxA

Figura 2: Representação gráfica da interação entre parâmetros P e A (interação PxA)

Pela figura acima, percebemos que alterar o parâmetro P do nível (-) para o nível (+) aumenta o tempo de enchimento em: • 3,275 seg (de 2,85 seg para 6,125 seg), quando H está no nível (+); • 1,3 seg (de 3,70 seg para 5,0 seg), quando H está no nível (-). Assim, a forma como o parâmetro P: ∅ do pino retrator afeta o tempo de enchimento depende do valor do parâmetro H: altura da face de contato, ou seja, existe interação entre os parâmetros P e H. Calculamos o valor dessa interação conforme segue:

Com base nesses últimos resultados, confirmamos os valores dos parâmetros de nosso projeto que proporcionam o menor valor para o tempo de enchimento: • ∅ do pino retrator no nível (-): 2,8 mm; • Ângulo do cone no nível (+): 60°; • Altura da face de contato no nível (-): 8 mm. Para podermos fazer afirmações mais confiáveis sobre os valores calculados para os efeitos dos parâmetros estudados e das interações entre eles, em especial em casos mais complexos que este exemplo, ainda nos faltaria avaliar a significância estatística dos valores dos efeitos calculados frente ao erro experimental. Mas esse é um assunto para as próximas edições. Até lá.

De forma similar, podemos calcular os valores dos efeitos das interações entre os demais parâmetros. A representação gráfica desses efeitos e os valores correspondentes estão apresentados a seguir:

Figura3: Representação gráfica das interações entre os demais parâmetros (interações PxA e AxH)

Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria. engeworld | maio 2014 | 33


coluna RH Entrevista por competência Uma importante ferramenta para o contratante encontrar o melhor candidato

O

tema Entrevista por competência é comentado no Brasil há alguns anos e muitas empresas praticam essa modalidade de entrevista. No entanto, algumas ainda confundem realizar uma entrevista por competência e adotar uma gestão por competência. Antes de entrar no assunto da entrevista, me atrevo a dizer que gestão por competência se dá quando todos os subsistemas de recursos humanos são orientados por uma régua de competências. Normalmente, essa régua é definida pela alta administração com o apoio de uma boa consultoria em gestão de pessoas. A adoção da gestão por competências é extremamente complexa. A empresa precisa ter uma cultura suficientemente aberta para aceitar e lidar com as mudan-

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ças dessa prática corporativa, pois envolve todos os funcionários. Um exemplo claro é a remuneração por competência, a qual leva em consideração as competências essenciais estabelecidas, como um dos norteadores para definir a faixa salarial, e não apenas escolaridade, idiomas, complexidade de tarefas, responsabilidades e outros fatores. Mas nosso objetivo aqui é explicar a validade de uma entrevista por competência nos processos de recrutamento e seleção. Para ficar claro, quando uma empresa decide migrar para a gestão por competência, obviamente o subsistema de recrutamento e seleção também entra em cena e todas as contratações devem seguir as competências pré-definidas para cada cargo. Essa tarefa tornou-se um sucesso a partir do momento em que as empresas começaram a acertar muito no

processo de admissão — a rotatividade diminuiu expressivamente. Como poucas empresas, principalmente as de médio e pequeno portes não conseguem adotar a gestão por competências, decidiram aproveitar a cereja do bolo, definir as competências e aplicar nas entrevistas.

Competências Mas o que é competência? São conhecimentos, habilidades e atitudes que formam um profissional e indicam se ele é adequado ao perfil de uma determinada vaga. As competências se dividem em três grupos: Técnicas (o que faz); Comportamentais (como faz); e De liderança (gestão). A preocupação das empresas hoje é mais com o “como” do que com o “que”, pois se entende que o profissional é admitido pelo perfil técnico e demitido pelo comportamental. Em outras palavras, ele pode saber fazer uma tarefa com perfeição, mas se não souber tratar as pessoas, não serve! O processo de prática de entrevista por competência inicia com um entendimento claro do que eu preciso em relação a competências para cada cargo. Seguem os passos: 1. A área de recursos humanos ou pessoa responsável por administração de pessoas na empresa definem com a alta administração, gestores ou dono do ne-


gócio quais devem ser as competências essenciais da empresa, como por exemplo, relacionamento interpessoal, ética, aprender para o futuro, negociação, etc.; 2. Aplicar o que se espera da pessoa em relação a cada uma dessas, estabelecendo níveis de complexidade, exigindo mais dos cargos de maior senioridade ou daqueles que a competência é fundamental para exercer a função; 3. Efetiva o mapeamento de cada cargo e formula as perguntas a serem questionadas no momento da entrevista. Não é difícil implantar, mas deve ser criterioso e ter bom senso para colocar os devidos pesos para cada cargo ou função.

Formulário A partir do momento em que o processo está definido, a empresa cria um formulário a ser utilizado no momento da entrevista. As perguntas são voltadas para o passado, baseando-se na premissa de que o comportamento passado do candidato pode dar dicas sobre seu comportamento futuro. São modelos de perguntas: 1) Conte um caso de sucesso profissional; 2) Fale de uma situação em que você se sentiu fracassado, mas gerou grande aprendizado para o futuro; 3) Comente um episódio em que você não quis seguir em frente com um trabalho ou meta, pois não estava em acordo com seus valores. A primeira questão avalia o que a pessoa entende como sucesso e o quanto longe ela já chegou para conquistar algo. A segunda avalia se a pessoa aprende com os erros e se preocupa em não cometê-los novamente; e a terceira avalia

a ética, transparência e se a pessoa não permite que seus valores sejam corrompidos ou colocados à prova. Esses são alguns exemplos. O importante é seguir as dicas: verbo sempre no passado e questões abertas e investigativas. É válido tomar cuidado para não se tornar agressivo, caso a pessoa tenha dificuldade em responder. Nessa situação, tente perguntar diferente ou procure outro recurso. Esse pode ser um indício de que a competência avaliada não seja “tão” importante para o cargo ou a pessoa não desenvolveu o suficiente. Todas as empresas podem adotar a prática de entrevista por competências, mas saliento que se trata de um modelo particular e cada uma deve escrever o seu. Boa sorte!

Cynthia Chazin Morgensztern — Consultora em gestão estratégica de pessoas e certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching nas modalidades personal & professional coach e executive coach. Graduada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de pós-graduada em gestão estratégica de pessoas e MBA em gestão educacional. Possui dois cursos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração estratégica e economia e acumula quinze anos de experiência em projetos na área de recursos humanos em empresas nacionais e multinacionais. www.genteemmovimento.com.br e cynthia@genteemmovimento.com.br

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coluna segurança Dispositivos de segurança para processos automatizados

A

proteção e a segurança de pessoas são essenciais nos processos automatizados. Principalmente em aplicações em que máquinas realizam movimentos de alto risco, normas totalmente relevantes relacionadas à segurança do trabalho devem ser observadas a fim de minimizar e/ou eliminar situações de riscos e ocorrências de acidentes. No Brasil, o alto índice de acidentes de trabalho ocasionados por equipamentos obsoletos, antigos e inadequados no que se refere às questões de dispositivos de segurança chama a atenção. Assim, para que as condições do local de trabalho se tornem adequadas, é necessário cumprir os requisitos legais conforme os citados abaixo 1) Consolidação das Leis do Trabalho — Art. 186 “O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.”

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2) NR 12 — Item 12.2.2 “As máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança para o seu acionamento.” 3) NBR NM 272:2001 “Definição de proteção: parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de uma barreira física, devendo: não apresentar facilidade de fraude ou burla; prevenir o contato; ter estabilidade no tempo; não criar riscos novos; não criar interferência.” Para atender aos requisitos estabelecidos na legislação vigente, existe uma diversidade de dispositivos de segurança que poderão ser utilizados nos processos industriais. A melhor opção deverá levar em conta o processo em si e principalmente o dispositivo que forneça a máxima proteção sem prejuízos para o conjunto (máquina e processo) como um todo.

Alguns tipos de dispositivos Proteções fixas — São proteções de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fechada sendo de difícil remoção, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoção ou abertura

Para que as condições do local de trabalho se tornem adequadas, é necessário cumprir os requisitos legais impossível sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas com tela metálica, chapa metálica ou policarbonato. Proteções móveis — Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou elemento de fixação adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de ferramentas. As proteções móveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertravamento de tal forma que: A máquina não possa operar até que a proteção seja fechada; Se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma instrução de parada é acionada. Quando a proteção é fechada por si só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continuação do ciclo. Enclausuramento da zona de prensagem — Essa proteção deve impedir o acesso à zona de prensagem por


todos os lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e não da mão ou dedos. Comando bimanual — Esse dispositivo exige a utilização simultânea das duas mãos do operador para o acionamento da máquina, garantindo assim que suas mãos não estarão na área de risco. Para que a máquina funcione, é necessário pressionar os dois botões simultaneamente com defasagem de tempo de até 0,5 s. Cortina de luz — O sistema cortina de luz consiste em um transmissor, um receptor e um sistema de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos transmissores e

receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de transmissores e receptores ativados, caso o receptor não receba o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de falha. Dispositivos de parada de emergência — São dispositivos com acionadores, geralmente na forma de

botões tipo cogumelo na cor vermelha, colocados em local visível na máquina ou próximo dela, sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, têm a finalidade de estancar o movimento da máquina, desabilitando seu comando. Devem ser monitorados por relé ou CLP de segurança.

Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

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entrevista Novas tecnologias para automação, teste e medição

têm aderido mais rapidamente a essas tecnologias e os desafios na formação dos engenheiros para o uso adequado delas são alguns dos tópicos abordados por Paulo Pereira, diretor da National Instruments para a América Latina, nesta entrevista para a Engeworld. ENGEWORLD — O que caracteriza as tecnologias mais recentes aplicadas nas áreas de automação, teste e medição? Que aspectos elas precisam apresentar para sua aplicação no setor de engenharia? PEREIRA — Em geral, as principais necessidades da indústria na área de engenharia são velocidade de medição, acesso remoto aos dispositivos de medição e a colocação de inteligência nesses dispositivos para o processamento de informação distribuída. Para complementar, esses dispositivos precisam ser altamente flexíveis, para aceitar modificações nas suas funcionalidades. Nesse sentido, uma grande inovação foi o conceito de plataforma.

A

s tecnologias evoluem em ritmo cada vez mais veloz pelo mundo. A cada instante, surgem novas ferramentas oferecendo análises mais precisas e completas para diversas áreas, incluindo as de automação, teste e medição. Essas três áreas são fundamentais na engenharia. Em qualquer setor, depende-se de dados exatos, envio constante de respostas e informações detalhadas para o desenvolvimento de projetos.

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Dessa forma, a chegada de novas tecnologias que permitem trabalhar com maior eficiência é algo extremamente vantajoso. Porém, não adianta ter novas ferramentas à disposição se os profissionais não estiverem devidamente capacitados para aproveitá-las. As possibilidades que as últimas tecnologias em automação, teste e medição vêm abrindo para os profissionais do setor, os principais dispositivos atualmente usados nessas atividades e suas vantagens, as áreas da engenharia que

Em geral, as principais necessidades da indústria na área de engenharia são velocidade de medição, acesso remoto aos dispositivos de medição e a colocação de inteligência nesses dispositivos


ENGEWORLD — Quais são os principais benefícios que essas tecnologias trazem para os engenheiros e para seus projetos? PEREIRA — Creio que a vantagem mais importante é a grande velocidade de aprendizado e de adaptação quanto ao uso da tecnologia. O segundo elemento que pode ser destacado é a redução drástica do tempo de desenvolvimento de um novo projeto, o que também impacta na redução de custos na implementação de um projeto novo. Tudo isso é feito para acompanhar a velocidade de demanda do usuário. Hoje, como não se

mantém um produto por muito tempo no mercado, a necessidade de atualização constante das tecnologias é grande. ENGEWORLD — Como a formação dos engenheiros vem acompanhando o surgimento dessas novas tecnologias? Os novos profissionais estão prontos para trabalhar com elas? PEREIRA — Não. As ferramentas de instrumentação, automação, controle e software que são ensinadas nas escolas e universidades encontram-se ultrapassadas, não só no Brasil, mas em escala global. Com isso, a indústria sente a pressão

de contratar engenheiros recém-formados com pouquíssimo ou nenhum conhecimento sobre as ferramentas novas que já estão disponíveis. ENGEWORLD — E como resolver esse problema? PEREIRA — A solução para isso tem sido a realização de parcerias entre o espaço profissional e o espaço acadêmico. Nesse sentido, a National Instruments tem o programa LabVIEW Academy, que proporciona uma integração de ferramentas de alta tecnologia dentro dos currículos das universidades,

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aproximando-as das necessidades da indústria nas áreas em questão.

a fim de assegurar a continuidade do serviço e a qualidade da energia.

ENGEWORLD — De que forma as últimas tecnologias de automação, teste e medição são aplicadas? PEREIRA — Elas podem ser aplicadas nos sistemas de distribuição de monitoramento de redes de distribuição e transmissão de energia elétrica e nas áreas de monitoramento e proteção de máquinas rotativas. Podem ainda ser utilizadas no desenvolvimento de sistemas inteligentes embarcados em automóveis, nos sistemas de geração de energias renováveis — como a solar e a eólica — e nas áreas de telecomunicação. Necessita-se cada vez mais de velocidade no envio de respostas. Por exemplo: um sistema de geração de energia elétrica em uma hidrelétrica de grande porte requer mais de mil sinais de medição e controle para garantir funcionalidades adequadas nas condições ideais,

ENGEWORLD — Dentre esses dispositivos novos, há algum que pode ser destacado? PEREIRA — Nas indústrias, há os chamados instrumentos inteligentes embarcados. Um tipo desse dispositivo é a instrumentação à base de FPGA (field programmable gate array): são sistemas reprogramáveis, reconfiguráveis de forma amigável e remota. Esse conceito, que é o coração da instrumentação, trouxe essa capacidade nova que revolucionou a indústria do programa controlável lógico e dos PCs industriais utilizados na área de controle.

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ENGEWORLD — Há resistência dentro da engenharia quanto à adoção dessas tecnologias? PEREIRA — Na verdade, existe uma separação na engenharia. A área volta-

da para energia, petróleo e gás é muito dependente de tecnologias já desenvolvidas nos últimos cinquenta anos. Esse tipo de negócio é muito sensível quanto à adoção em massa de novas tecnologias. Já nos setores de telecomunicação e transporte, percebe-se uma aceitação imediata das novas tecnologias, pois sofrem pressão direta do consumidor que busca benefícios em novos produtos. Percebemos isso também no caso das áreas química, petroquímica, elétrica, mecânica e robótica, uma vez que as últimas tecnologias são mais amigáveis e acessíveis para os especialistas que trabalham nesses setores. Vemos que essas áreas são praticamente obrigadas a fazer uso dessas tecnologias para obter êxito em seus processos. ENGEWORLD — É difícil falar em perspectivas para essas tecnologias no futuro quando inovações surgem a cada instante. Mesmo assim, é possível observar alguma tendência para os próximos anos? PEREIRA — Acho que a maior distinção do futuro próximo em relação a hoje será a importância ainda maior do software no desenvolvimento e implementação de soluções de automação e controle. O uso do hardware continuará sendo reduzido cada vez mais às funções físicas essenciais e, com isso, o software terá cada vez mais a responsabilidade de contemplar todas as funcionalidades do projeto. Exatamente considerando as tendências na evolução tecnológica, hoje, as universidades precisam aplicar nos seus currículos os mesmos conceitos que serão utilizados na indústria, de modo que a capacitação dos novos engenheiros possa atender adequadamente as necessidades da indústria.


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infografia Etapas de produção (e reaproveitamento) do papel

1

2

3

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Extração da madeira

A madeira é a matéria-prima utilizada na fabricação de papel. Esta madeira é cortada de áreas de reflorestamento, sendo o eucalipto o tipo de árvore quase sempre plantado nessas áreas, estando prontos para o corte sete anos após seu plantio. Após a remoção dos galhos e o corte da madeira em toras, estas são descascadas e transportadas para as fábricas.

Branqueamento do papel

A polpa processada passa por reações com diferentes substâncias químicas e é lavada a cada etapa. Ao final do processo, a polpa resultante apresenta coloração branca.

4

Processamento na fábrica de papel

Para converter madeira em polpa, suas fibras celulósicas devem ser separadas, com a remoção da lignina entre elas. Dependendo da fábrica de papel, há dois tipos de processo que podem ser usados para essa finalidade: * Processo mecânico: a polpa é obtida na prensagem dos troncos contra pedras de moer, na presença de água, resultando na separação da hemicelulose. A polpa resultante recebe a adição de reagente para a separação das fibras celulósicas da lignina. * Processo químico: o principal processo químico usado para fabricação do papel é conhecido como kraft. Nele, os cavacos de madeira são tratados com hidróxido de sódio e hidrossulfeto de sódio e cozidos a alta pressão em digestores, para dissolução da lignina.

Acabamento do papel

No acabamento, o papel é cortado em folhas de formatos padrão (A4, A3, Carta, etc.); em seguida, os produtos finalizados são empacotados e armazenados, prontos para ser levados aos consumidores.

Formação da folha Na etapa seguinte, a mistura pastosa é lançada sobre uma tela móvel, chamada de tela formadora, para extração da maior parte da água contida na polpa. A folha de papel formada é então prensada entre rolos, para remover mais água; em seguida, atravessa o espaço de secagem, para evaporação da água restante.

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Reciclagem do papel

A reciclagem é feita com a mistura de aparas (pedaços de papel) com água e a desintegração da pasta em pulpers, grandes máquinas com função semelhante à de liquidificadores. Em seguida, substâncias contaminantes são afastadas da mistura com telas e limpadores, e outros processos também podem remover a tinta. A polpa resultante pode então ser usada para fabricação de diversos tipos de papel, como o papel jornal.

Fontes: Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Portal Celulose Online e Wikipédia

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