Enken Comunicação Digital

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ANO 8 . N 93. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012

R$ 11,90

Fonte de inspiração para os seus negócios

Saiba tudo sobre as maiores plataformas de E-commerce As mudanças no mercado de banco de imagens Games como forma de branding Case Corinthians Entrevista exclusiva: Amador Perez, o herdeiro da arte e do design ESPECIAL WOB 2012 Tudo sobre o Congresso Mundial de Inovação & Negócios

Aumente seu

LUCRO

em 2013

Consultores dão dicas sobre análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos 93 > FRONT | WIDE | 1


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EDITORIAL

O Brasil vai ou fica?

FALE CONOSCO Assine a Wide:

Nosso país é um celeiro de criativos, porém falta um ambiente propício e um direcionamento adequado para que as grandes ideias gerem lucro.

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Publicidade: Por outro lado, empresários, gestores e executivos precisam estar atentos às tendências de gestão baseadas em inovação.

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Redação: redacao@revistawide.com.br

O WOB Conference (confira a cobertura na página 18) teve um objetivo claro: levar a cultura da inovação para ambas as gerações: grandes executivos e jovens empreendedores. O Congresso Mundial de Inovação & Negócios foi nossa primeira ferramenta de trabalho, uma extensão das reportagens e discussões contidas na Wide, que também segue com esse objetivo. Se você não teve a oportunidade de participar dessa primeira edição, leia a reportagem e fique atento. Neuromarketing, Economia Criativa, Design Estratégico e Empreendedorismo pautaram o congresso e continuaremos aprofundando esses e outros temas relacionados à inovação no decorrer de 2013. Enfim, o contexto mundial força o Brasil a se definir como um país que entende seu potencial. O Brasil vai ou fica? Acreditamos que, fomentando a inovação, damos mais um importante passo rumo ao reconhecimento mundial de nosso país. E nessa caminhada de passos estratégicos constatamos, por meio desta edição da Wide que sim, as oportunidades estão aí, em todos os ramos de atividades, porém a chave do sucesso é descobri-las dentro das nossas expertises. Ou seja, para alcançarmos o lucro em 2013 (matéria de capa) é necessário planejamento, educação financeira e a capacidade de identificarmos o que temos de melhor a oferecer. Diante de tantos assuntos promissores, não poderíamos deixar de presentear nossos leitores com um estudo aprofundado sobre o mercado de e-commerce. Selecionamos o tema “principais plataformas de e-commerce do Brasil”, por ser uma peça-chave desse modelo de negócio. Trata-se de uma pesquisa detalhada sobre as ferramentas/serviços disponíveis, uma compilação de dados que esperamos que ajude empresários, lojistas, agências, enfim, todos os profissionais que estiverem batalhando pelos melhores resultados para os seus negócios. E, como a publicação é bimestral, já deixo meus votos de um excelente fim de ano para todos os amigos, leitores, assinantes e anunciantes. Foi um prazer tê-los conosco em 2012. E que 2013 seja um ano de outras grandes realizações! Saúde e boas festas!

IMAGEM DA CAPA FOTOLIA br.fotolia.com

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93 Direção Geral Adriana Melo

Direção de Redação Thiago Almeida Projeto Gráfico Tabaruba Design Direção de Criação e Ilustração Camila Oliveira Publicidade Renato Maia Marketing David Costa Lima Tecnologia Neilton Silva Financeiro Geraldo Magela Atendimento Pamela Cheres Revista Wide www.revistawide.com.br Versão para eReaders www.revistawide.com.br/ereader Arteccom www.arteccom.com.br CTP, Impressão e Acabamento IBEP Grafica www.ibepgrafica.com.br Produção digital www.kahek.com.br FC Comercial e Distribuidora S.A www.chinaglia.com.br

Adriana Melo adriana.melo@arteccom.com.br A Arteccom, consciente de sua responsabilidade ambiental e social, utiliza papéis com Certificação CERFLOR para impressão desta revista.


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CAPA

Quanto mais lucro melhor Saiba dicas de como alcançar o seu lucro em 2013

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E-MAILS E TWEETS > 06 Inovação & Negócios > 07 FIQUE POR DENTRO > 08 Notícias, Blogs, Métricas, Agenda, Livros, Wide Thinking

Design > p. 14

Tecnologia > p. 54

PORTFÓLIO 14 REPORTAGEM > 54 Agência: Enken, Ilustração: Fefê Segurança em Talavera; Lente digital: Fábio dispositivos móveis Pamplona ENTREVISTA > 60 ESPECIAL WOB 2012 > 18 Conheça os Confira a cobertura exclusiva superpoderes do do Congresso Mundial de Javascript moderno Inovação & Negócios REPORTAGEM > 26 As mudanças no mercado de banco de imagens ENTREVISTA > 32 Amador Perez: um exemplo de líder criativo COLUNAS > 40 Internacional: Julius Wiedemann, Ilustração: Carolina VignaMarú, Design de interação: Amyris Fernandez

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ESTUDO DE CASO > 64 Games como ferramenta de branding: case Corinthians COLUNAS > 68 Segurança: Anderson Tamborim, Tableless: Diego Eis, Mercado de TI: Paulino Michelazzo

Marketing > p.72

E-Commerce > p. 90

REPORTAGEM > 72 A Arteccom marcou presença no Futurecom. Saiba como foi o evento.

REPORTAGEM > 90 Tudo sobre as maiores plataformas de e-commerce

ENTREVISTA > 76 Os desafios da televisão brasileira: Luis Erlanger, TV Globo OPINIÃO> 80 Conheça alguns cases e diferentes estratégias nas redes que vêm dando certo

COLUNA ESPECIAL > 106 E-commerce de moda e seus desafios COLUNAS > 108 Web & Business: Roberto Wajnsztok e Rafael Esberard

COLUNAS > 84 Web fora da caixa: René de Paula, Marketing de Conteúdo: Bruno Rodrigues, Neuromarketing: Alex Born

Acesse www.revistawide.com.br. A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.


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E-MAILS [redacao@revistawide.com.br]

E-mails e Tweets

Sou gerente de projetos e estou em uma fase de redirecionamento em minha carreira. Com isso, estou lendo muita coisa interessante para abrir minha cabeça, entender outras área de conhecimentos, e quando li o artigo de Carolina Vigna-Maru, publicado na Wide tive a certeza que poucas vezes vi algo tão inteligente, bem escrito e objetivo. Ter a mente totalflex se aplica muito a minha carreira e o que penso para ser um gestor de projetos. Li a revista pela primeira vez e adorei o conteúdo, atual, inteligente e provocativo, por sinal. Recentemente, participei de um seminário na Câmara Americana de Comércio sobre Inovação e Criatividade. Muito do que foi falado lá, está publicado nesses artigos que li na Wide. Parabéns!

Há alguns meses venho acompanhando a revista Wide e estou muito contente com o conteúdo das matérias. Impossível deixar de assinar. Já estou garantindo a minha. Parabéns a todos! JONATHAN SILVEIRA JONATHAN_LUIZ_DESIGN@HOTMAIL.COM

A cada edição, uma nova surpresa. Incrível como os assuntos da revista Wide são abrangentes para todas as áreas. A cada dois meses é impossível eu não estar com a Wide nas mãos lendo tudo e levando para o meu dia a dia novas ideias. MATHEUS CARVALHO MCARVALHO@UOL.COM.BR

VIVIANE DE PAULA VDEPAULA12@GMAIL.COM

Que bacana,Viviane! Ficamos muito felizes com seu email. Carolina, parabéns por despertar em nossos leitores esse anseio em ser “Wide”. É um orgulho tê-la como colaboradora!

W I D E I N D I C A I PORTFÓLIO FREELANCER

NOME: BRUNO “BRADS” E-MAIL: CONTATO@BRADS.COM.BR SITE: WWW.BRADS.COM.BR

Jonathan e Matheus, e-mails como os seus são inspiração para toda a equipe Wide. Sempre comemoramos quando recebemos retornos assim, pois produzimos cada edição cuidadosamente para passar o melhor conteúdo para o nosso leitor. Que bom que a Wide realmente cumpre seu papel: ser fonte de inspiração para negócios! Obrigado!

# WOB2012 EQUIPE ARTECCOM/WOB

Esse foi o time que trabalhou na realização do Congresso Mundial de Inovação (WOB 2012), realizado entre os dias 20 e 22 de setembro, no Rio de Janeiro. A cobertura completa do WOB você confere nesta edição.

Quer ter seu portfólio publicado e indicado pela Wide? Faça como Bruno “Brads”, que cadastrou seu trabalho no site da revista: Menu/Cadastre seu portfólio. Aguardamos seus bons materiais!

Sugestões dadas por meio dos e-mails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

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I N OVAÇ ÃO & N EG Ó C I O S

Alexandre Cezário Diretor Executivo de Negócios na AgenciaClick Isobar e VP Comercial na ABRADI - Associação Brasileira de Agências Digitais

O TODO É MAIOR DO QUE A SIMPLES SOMA DAS SUAS PARTES Aderi recentemente aos reprodutores de mídia digital instalados nos televisores de minha casa, embora já houvesse testado algumas possibilidades semelhantes com meu console de vídeo game, quando vi aquele pequeno aparelho produzido pela turma da maçã mordida não resisti e a conectei a minha rede domestica wi-fi. Sem nenhuma dificuldade e por um preço acessível em poucos minutos passei a ver no conforto do meu quarto conteúdos do YouTube e Vimeo, comprei um dos últimos lançamentos do cinema de Hollywood, além de ter conferido um vasto conteúdo de desenhos animados para meus filhos assistirem sem serem impactados por polêmicos comerciais infantis. Estou livre, agora assisto o que quero e quando quero! Sei que ainda não encontro todo tipo de conteúdo, mas isso é uma questão de pouquíssimo tempo até outros aderirem a mais este canal de distribuição de conteúdo digital. Passada a euforia, com o novo brinquedinho digital, refleti sobre os impactos desta tecnologia na forma de comunicação das grandes marcas e principalmente nas agencias de publicidade mirando seus públicos alvo, lembrei que os números mostram que o mundo foi assimilado pelos celulares em oito anos, pelas redes sociais em quatro anos e que agora pela primeira vez na história da humanidade o grande publico têm acesso a muita informação, informação que se bem utilizada transforma e liberta, como sempre foi, só depende o que cada um quer fazer da sua vida... Dentre os impactos que vislumbrei, o que acredito ser o mais doloroso para as agencias de publicidade tradicionais será o desapego do modelo de administração funcional e experimentar a administração matricial bastante conhecida em empresas de tecnologia, consultoria e recentemente por algumas Agencias Digitais. O universo digital é pura mensuração de resultado e isto não é mais novidade há algum tempo. Ou seja, para ganhar o jogo não basta somente o gol da "big ideIa" da criação, é necessário o envolvimento de um time de mídia cada vez mais complexo, da consolidação do papel do gerente de projetos, de um atendimento agora com visão consultiva em parceria com o planejamento reforçando a abordagem do marketing de resultados. Agora a entrega é muito mais complexa em todas as competências de uma estrutura funcional, por isso é necessário importar e adaptar métodos de trabalhos de empresas que atuam em mercados como o da tecnologia, entre outros que entregam inteligência. Vivemos tempos que deixar de

entregar um simples hotsite na data, ou "twittar" algo errado, pode destruir a relação entra a agência e seu cliente. A estrutura de administração matricial aplicada na agencia transforma as áreas funcionais (criação, planejamento, mídia, atendimento e produção) agregadas de novos perfis em um organismo dinâmico permitindo o reaproveitamento das equipes multidisciplinares, pois os projetos acontecem em grande quantidade e os profissionais seguem de um para o outro, desempenhando diferentes papeis em cada um deles, de acordo com sua especialização e as habilidades necessárias a cada ação. A grande vantagem que existe nesta abordagem, é que são otimizados recursos e especialistas, pois finalizada uma fase do projeto, alguns profissionais podem retornar aos seus respectivos órgãos funcionais, ou são remanejados para novos projetos melhorando o custo beneficio do serviço para o cliente. Neste cenário é importante destacar o "empowerment" do perfil do gerente de projetos que antes não existia na composição desta equipe e agora além de gerenciar o envolvimento das equipes internas também gerência a integração com parceiros estratégicos a cada dia mais numerosos. Esta abordagem deve ser entendida por toda a equipe, no inicio as disciplinas ou áreas funcionais compreendem, mas não mudam, pois afinal, toda mudança sempre vêm acompanhada de resistência. Mas como discurso, podemos apelar ao principio geral do holismo, resumido por Aristóteles, na sua Metafísica, quando afirma: "O todo é maior do que a simples

soma das suas partes". Temos que lembrar às equipes que comunicar para o todo agora é complexo, diverso, multi-canal, mensurável, multidisciplinar e envolve analise de riscos, por isso o modelo matricial é o único capaz de equilibrar a importância das disciplinas e provocar as sinapses necessárias para o encaminhamento de uma solução complexa e abrangente. Embora este artigo tenha começado com o simples conectar de uma caixinha de 10 x 10 cm em meu televisor, quando esse novo jeito de vir televisão se popularizar o "efeito borboleta" será devastador para quem não treinar o desapego ao jeito tradicional de trabalhar e pensar. Nunca aquela música do Raul Seixas foi tão atual: Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante! Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...

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N OT Í C I A S

Fique por dentro Uma camiseta digital Já pensou sair para a balada com uma camisa que se comunica com as pessoas ao redor? A peça, chamada “tshirt OS” e criada pela Ballantine’s em parceria com a Cute Circuit, conta com uma tela de LED ultrafina (resolução de 1024 pixels), uma câmera acoplada, acelerômetro, headphone, placa de circuito e processadores, tudo conectado a um aplicativo compatível com iOS. Quando conectada com a internet, permite compartilhar seu status do Twitter, Facebook, Instagram e também a música que está ouvindo diretamente do iTunes. O objetivo foi reinventar uma camiseta básica (100% algodão), celebrando a criatividade e a capacidade de cada um de se expressar. A tshirt OS é a 1º peça que pode ser vestida, compartilhada e programada. Mais informações pelo site www.tshirtOS.com.

132%

Segundo o mais recente relatório do Internet Advertising Bureau (IAB), conduzido pela PwC, houve um aumento de 132% nos anúncios no ambiente mobile em 2012. Esses números mostram que os anúncios no ambiente mobile estão vivendo um período de grande crescimento. E ele poderia ser maior, já que a pesquisa só incluiu empresas que submeteram suas cifras em 2011 e em 2012, e não levou em conta produção de SMS/MMS, nem receitas de marketing, como produção de apps.

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Brasil entra para a lista dos 50 países mais competitivos Pela primeira vez, o Brasil está no ranking dos 50 países mais competitivos no Relatório Global de Competitividade, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. O país subiu cinco lugares em relação ao ano passado, chegando a 48ª posição desta edição do ranking. No topo da lista, pelo quarto ano consecutivo, está a Suíça. Singapura ficou em segundo lugar, seguido por Finlândia, Suécia, Holanda e Alemanha. Já os Estados Unidos caíram da quinta posição que ocupavam em 2011 para o sétimo lugar. Em oitavo, nono e décimo lugares ficaram Reino Unido, Hong Kong e Japão, respectivamente.

1 bilhão Não se assuste, mas essa é a quantidade de aparelhos smartphones ativos no mundo. Uma pesquisa divulgada pela Strategy Analytics revelou que, no terceiro trimestre de 2012, a quantidade de aparelhos ativos passou a barreira do bilhão.


B LO G S D O M Ê S

UX.BLOG O consultor de UX e palestrante Edu Agni administra o blog (www.uxdesign.blog.br), que traz reflexões sobre Arquitetura de Informação, Usabilidade, Design de Interação, Interfaces e Experiência do Usuário. Com assuntos atuais e dinâmicos, o site possui belo layout e boa frequência de visitantes. Algumas das temáticas recentes são o grande sucesso do site: análise de usabilidade na compra de passagens aéreas; Princípios de persuasão, emoção e confiança; As interfaces gráficas do “Homem de Ferro”; Tactus Technology: interfaces touchscreens com botões físicos; Interações naturais entre dispositivos; QR Codes nas calçadas de Lisboa: junção da tradição histórica com a tecnologia, entre outros.

PEQUENO GURU O Pequeno Guru (www.pequenoguru.com.br) é um blog de reflexão sobre o mundo dos negócios. Com foco em marketing e carreira, o blog tem como objetivo contribuir para a formação profissional e pessoal dos leitores, partindo sempre do princípio de que uma vida pessoal equilibrada é essencial para carreiras e negócios de sucesso. O autor é o publicitário Sylvio Ribeiro, que já passou por agências de propaganda e departamentos de marketing de grandes empresas.

Conhece algum blog interessante focado em criação, tecnologia, marketing ou e-commerce? Envie sua dica para redacao@revistawide.com.br

80 milhões 12 Apesar de a Internet 4G nem ter chegado ao Brasil, a Inglaterra já se prepara para implantar uma Internet 5G. O governo local já se comprometeu a gastar 11,6 milhões de libras (quase R$ 40 milhões) no projeto, que também terá o incentivo privado para tornar o novo padrão de conexão móvel uma realidade nos próximos anos. Sendo assim, os investimentos são grandes: além dos milhões vindos do governo, empresas da área da telefonia como Huawei, Samsung, Telefonica, Fujitsu, Rohde-Schwarz e Aircom International irão desembolsar um total de 24 milhões de libras (R$ 80 milhões) no 5G.

A conta digital do Banco do Brasil de R$ 66 milhões foi por disputada por 12 agências e a AgênciaClick foi a escolhida para desenvolver projetos que integram planejamento, criação e ações com o foco em resultados para o negócio do BB, tendo o digital como plataforma principal. A verba é a maior da história da publicidade digital brasileira, em um total de R$ 66 milhões a serem investidos por três anos.

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L I V RO S Você é o que você compartilha GIL GIARDELLI

AG E N DA

01, 02 e 03/11 INTERACTION SOUTH AMERICA Local: São Paulo www.isa.ixda.org/2012 A 4º edição do Interaction South America 2012 é um evento internacional de design, com duração de três dias, que combina conversas inspiradoras sobre as atividades apresentadas por um conjunto de experts regionais e internacionais. O objetivo é compartilhar conhecimentos sobre o Design de Interação e a sua prática. Alguns dos mais importantes nomes globais da área já confirmaram presença na edição de 2012. O foco deste quarto ano é “Interação e Experiência”.

06/11 WORKSHOP DE NEUROMARKETING COM ALEX BORN Local: Rio de Janeiro A atual discussão em torno do neuromarketing, temática que tem despertado o interesse de grandes empresas, é a novidade preparada pela Arteccom para os profissionais atentos ao mercado. Em parceria com o especialista Alex Born, que ministrou uma palestra que fez imenso sucesso no WOB 2012, a Arteccom oferece um workshop para aprofundamento no tema. Investimento: R$ 320,00 e desconto de 10% para duas ou mais pessoas da mesma empresa.

01/12 FEEC BRAZIL Local: Recife/PE www.feec.com.br O FEEC BRAZIL é um evento para os melhores profissionais de internet do nordeste, que conta com palestras e empresas nacionais e internacionais, com destaque para cases do Facebook, Yahoo! e Ogilvy. A ideia é realizar uma convenção de profissionais da área de desenvolvimento web, visando criar um ambiente que possa integrar profissionais, empresas e academia, bem como difundir as melhores técnicas de desenvolvimento web utilizadas ao redor do mundo.

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Editora Gente www.editoragente.com.br A publicação aborda vários assuntos relacionados às megatendências das vidas digital e social, como o webempreendedorismo e o webativismo. No livro, Giardelli explica o que, de fato, é Social Good e revela se somos a “geração dos distraídos”, bem como “se vivemos uma grande infância das mídias digitais” e se está havendo uma destruição criativa dos negócios e da educação.

O instrutor online RENA M. PALLOFF E KEITH PRATT Editora Grupo A www.grupoa.com.br Quais são as características de um bom instrutor online? Como preparar docentes para lecionar em ambientes virtuais? Quais são as diferenças entre ensinar online e ensinar face a face? Os autores, profissionais renomados na área, apresentam estratégias para formar novos instrutores a fim de promover um ensino excelente, descrevem as qualidades necessárias a esses docentes e revelam como avaliá-los. O livro ainda inclui modelos ilustrativos de treinamento de docentes para o ensino online baseados em princípios de aprendizagem de adultos e identifica como a tecnologia pode ser usada para facilitar e melhorar o processo de treinamento.

Os grandes investidores GLEN ARNOLD

Editora Saraiva www.saraivauni.com.br Como essas pessoas conseguiram ser tão bem-sucedidas? Quais estratégias elas usaram para conseguir suas fortunas? O que você pode aprender de suas técnicas? Glen Arnold revela as histórias dos maiores investidores de todos os tempos: Warren Buffett, Charles Munger, Benjamin Graham, John Templeton, George Soros, Anthony Bolton, Philip Fisher, Peter Lynch e John Neff. Além disso, mostra detalhes de suas táticas para acumular riqueza, captura os elementos centrais que os levam a vencer o mercado e ensina lições para o leitor aplicá-las em suas próprias estratégias de investimento.

Construindo Aplicativos Móveis com Java JOSHUA MARINACCI Editora Novatec www.novatec.com.br Quer desenvolver aplicativos móveis com Java – e fazê-los funcionar em uma variedade de dispositivos com os sistemas operacionais iOS e Android? Este livro, orientado por projetos, mostra como criar aplicativos portáveis com dois incríveis frameworks open source, Google Web Tools (GWT) e PhoneGap.


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WIDE THINKING João Batista Engenheiro Industrial, é titular da J2B Innovation, consultoria Business Branding. É fundador e diretor de Comunicação do RDI – Retail Design Institute – Chapter Brasil, entidade mundial de designers de varejo. Trabalhou na ONU como responsável pela Direção Geral do Fórum Global na Eco 92, no Rio de Janeiro. Com escritórios em São Paulo, a partir de 2001, atuou como Regional Manager para A. Latina da Divine Inc. e da FastComm. A J2B realizou vários eventos no Brasil e no exterior, dentre eles o Brasilshop de 2007 e 2008 para a Alshop, NRF2008 & Luxo em NY, NRF2010 & Design Estratégico para o Varejo e NRF2011 & Varejo 3.0, ambos em NY.

EMOÇÃO E PAIXÃO NA ERA WIDE A revista Wide circulou no WOB2012. Fiquei observando como os participantes deste evento maravilhoso articulavam seu relacionamento com a revista. Alguns me reconheceram neste espaço e fizeram a conexão com o que eu estava fazendo – me senti muito honrado em apresentar os palestrantes do espaço Inovação. Foi lá que o conceito de pensar Wide se manifestou com muita clareza. Foi neste ambiente, lotado de corações batendo forte, onde Ricardo Amorim nos ajudou a colocar as lentes adequadas para corrigir uma possível miopia, e foi lá que nos foi revelado um cenário muito favorável para os brasileiros. Por meio do seu personagem Ching Lin, enxergamos o próximo passo adiante do mundo - que a China lidera e as oportunidades que estão esfregando em nossa “cara”. E assim foi sendo construída uma teia de saberes articulados, de pontos conectados e de perguntas certas. Com o Gil Giardelli nos emocionamos com as novas percepções. O Jürgen Klaric acendeu todas as luzes de nossos cérebros, numa tomada de consciência fulgorosa de que somos todos cegos, e que por meio de ferramentas adequadas da contribuição de todas as ciências, sobretudo as neurológicas, podemos conhecer as verdadeiras pulsões que nos impelem a consumir. Não conheço na cidade quem planta para comer. Muitos outros passaram por aquele espaço, mas todos voltados para nos enriquecer de conhecimento compartilhado e, aqui, eu destaco o meu herói, Lincoln Seragini, que lançou o movimento “Branding Já”, pois não há mais tempo a perder, e fazer o bem pode ser um bom negócio. Na nova sociedade acabamos de adentrar a época de maior criatividade da espécie humana. Estamos na infância e vamos crescer. Como será daqui a 10 anos? Tem coisas que nascemos sabendo fazer e que a cultura nos tolhe de alguma maneira para preservar a espécie, com os seus rituais de passagem e mecanismos de controle social. No entanto, os serviços estão criando condições para aflorar no

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mundo do compartilhamento jamais visto daqueles sentimentos, aqueles marcadores somáticos, que promovem a emoção autêntica, produzindo o rompimento dos grilhões institucionais, que nos oprimem, elaborados ao longo de séculos pelo poder do Estado. Algo de novo está acontecendo emergindo do saber límbico, sendo empurrado pelo nosso determinismo ancestral e revolucionando a maneira de estabelecer lógica e processo. Como será daqui a pouco? Uma coisa é certa, nada será como antes... A pergunta que não cala é "Que casa você nasceu sabendo construir?" Nós todos somos um "João de Barro". Assim, todos nascemos originais, sem ter a opção de decidir que influências a cultura vai modelar o nosso pensamento e até mesmo estabelecer condicionantes para nossos reflexos. Mas, sabemos intimamente o que é necessário fazer, pois basta disparar a emoção correta que a paixão aflora. Nosso aparato vital, nosso ser 'homo sapiens' temporário, mais um no concerto maravilhoso da vida no planeta, está alinhando-se cada vez mais. A revolução da internet permite que façamos este sexo virtual das emoções que traz o gozo de perceber, e distinguir, o que é humano do que é personagem coadjuvante de um capítulo das novelas que invadem nossa caverna, daquilo que nos engana visando extorquir o nosso mais precioso recurso social, o dinheiro, que deveria estar a serviço de nossa felicidade, nosso melhor motivo reptiliano de consumir. Conscientes de nossas emoções estamos co-criando uma revolução no mercado, obrigando aos executivos a uma cirurgia de cabeça de suas crenças.

Estamos desconstruindo sentimentos. A química que nos mobiliza: glicose + energia = mudança, afinal, começa a fazer cinco sentidos coletivamente para nossa espécie. Somos os mutantes de uma era de uma sociedade global informada pela empatia, de um saber o que o outro sente. Eu mesmo ao escrever estas linhas, automaticamente, procuro engravidar as palavras com meus sentimentos, pois já entendo que o storytelling é somente, e só isso, o modo de expressar da melodia interior. E todos sabem tocar de cor e salteado, sem precisar aprender. Mas, o exercício contínuo é necessário, para evitar ser levado pelo engodo de tentar convencer, e sim desfrutar a alegria de compartilhar. Bem-vindos ao mundo 'Wide' que chegou para ficar.


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PORTFÓLIO

Agência

Enken Comunicação Digital “Novas ideias não possuem limites de atuação - seja por meio das novas ou tradicionais mídias” A Enken é uma empresa focada em soluções de negócios. Com o objetivo maior de gerar resultados, conta com especialistas das mais diversas áreas como negócios, planejamento, mídia, criação e tecnologia, que buscam por meio da inovação e alta segmentação alcançarem os objetivos de cada cliente. Hoje, com mais de 500 projetos entregues, é responsável pelas contas de empresas como Gafisa, Citizen, Panco, Pro Matre, Santa Joana, Huntington, Vegus, GSP entre outras. A Enken acredita que o mercado digital permanece em constante evolução com grande perspectiva de crescimento no mercado brasileiro, principalmente com a forte expansão da área de e-commerce e outros negócios relacionados que não apenas realizam branding dentro do segmento digital, mas também buscam a obtenção direta de receitas. “Existe um gap cada vez maior entre a audiência e o mercado, onde enquanto a penetração da internet nas regiões metropolitanas já supera 60%, sendo o 2º principal veículo de comunicação, o volume de usuários cresce a taxas grandiosas, e quando combinada com acesso mobile, é o único meio que está presente com as pessoas o tempo todo durante o horário útil do dia. As

pesquisas já apontam que a população do Brasil ficará cada vez mais idosa e concentrada nas próximas décadas, justamente na faixa de idade que terá o público que nasceu navegando na internet a partir do ano 2000, ou seja, o consumidor de massa do futuro, mas mesmo assim os investimentos não superam 15% do share de Marketing”, diz David Reck, fundador da Enken Comunicação Digital. Apesar de ser uma agência digital, a Enken está assumindo cada vez mais volume de contas totais de clientes, e hoje já é responsável por todas as demandas independente da mídia, sejam elas online ou offline, como ocorre com Citizen, Huntington, Pro Matre, Santa Joana. Outro importante dado é que os resultados alcançados no mercado imobiliário chega a representar 40% do faturamento das companhias advindo do canal internet. “É preciso trazer para o digital uma adaptação de parte do processo que sempre ocorreu no mercado de marketing e publicitário para que o planejamento das ações esteja realmente adequado aos KPI’s (indicadores de desempenho) que se deseja alcançar na empresa, ao público- alvo, momento do público, canal de comunicação etc.”

IMAGENS DOS NOVOS SITES DA GARAGEM S.A E H-18, MARCAS DA CANDIDE, QUE A ENKEN ACABA DE LANÇAR.

AGÊNCIA ENKEN

SITE: www.enken.com.br

ANO DE FUNDAÇÃO: 2004

E-MAIL: fale@enken.com.br

CIDADE SEDE: SÃO PAULO

TWITTER: @AgenciaEnken

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PORTFÓLIO

Fonte de Inspiração

A tipografia cosmopolita Fefê Talavera cursou Artes Plásticas, mas costuma deixar claro que não gosta de nada convencional ou acadêmico. A sua grande paixão é a arte das ruas, onde tem experiência de sobra. Por onde passa, Fefê deixa sua arte em vários cantos da cidade de São Paulo, onde reside. São adesivos e colagens cheios de cores fortes e letras criativas. A artista plástica e grafiteira, de personalidade forte, já fez exposição, deu cursos, palestras e workshops de tipografia. Como todo artista urbano, ela fica triste quando picham em cima de um graffiti dela. Mas sabe que faz parte da profissão... Além de grafitar, Fefê também ama dançar. Ouve de tudo, mas prefere sons mais sossegados. Os seus estilos preferidos são reggae, dub, ragga, ska e hip-hop. Apesar de amar o que faz, confessa que não é lá muito fácil ser menina em uma profissão onde a maioria é homem. Ah, mas por enquanto, “porque elas estão cada vez mais numerosas no mundo das ruas”, orgulha-se a artista.

FEFÊ TALAVERA SITE: www.fefetalavera.blogspot.com.br

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PORTFÓLIO

Lente Digital

Fábio Pamplona Especialista em retratos de pessoas, fotografia de moda e publicidade, Fábio Pamplona descobriu a arte de produzir imagens em 1997, quando ainda morava em Aracaju. Natural do Rio de Janeiro, a maior parte de suas fotografias foi feita nessas duas cidades, mas tem trabalhos publicados em outras partes do mundo e reproduzidos por muitos sites especializados na rede mundial. WIDE Ângulo, iluminação, textura, movimento, corte... O que mais se destaca no seu trabalho? FÁBIO Trabalho sempre no sentido de ressaltar o objeto da imagem, quer seja uma pessoa, produto ou ambiente. Valorizo ângulos naturais que mantenham a imagem com um mínimo de distorção para que o observador sinta-se mais à vontade para fazer sua própria leitura da cena. Mas em alguns casos, a angulação de baixo para cima ou de cima para baixo ajuda a contar a história. Utilizo isso somente quando necessário e não como estilo. Aposto em uma iluminação intuitiva que separe bem objeto e fundo e que reproduza a maneira como a luz naturalmente se comporta nos ambientes. Adoro combinar luz natural e artificial. Acho que minha fotografia é feita em duas etapas. Existe a captação da imagem, porém já uma intenção nesse momento de “trabalhar as luzes” posteriormente de forma digital. Minha maior vontade é que a luz seja apenas uma ferramenta que dá forma a uma mensagem visual, mas não a mensagem em si, deixando essa para o objeto que está sendo fotografado. O mesmo vale para textura, movimento e corte. Prefiro ouvir alguém dizer “que linda, a modelo” a ouvir “que linda, a luz”. Acho que se a luz é bela e faz assim a modelo apresentar-se bela na imagem, então ela cumpriu o seu papel.

FÁBIO PAMPLONA E-MAIL: contato@fabiopamplona.com SITE: www.fabiopamplona.com

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Yemanjá pela apresentadora de rádio dinamarquesa Gladys Jensen


Miss Angola Edmilza dos Santos,

“Aposto em uma iluminação intuitiva que separe bem objeto e fundo e que reproduza a maneira como a luz naturalmente se comporta nos ambientes”

Modelo Renata Santana

Splash com Ator Bernardo Velasco

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“Inovar é perceber o que ninguém percebeu. Esse é o verdadeiro significado de inovação. E a única forma de inovar é estar ligado ao que está acontecendo no mundo” Ricardo Amorim

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CONGRESSO MUNDIAL DE INOVAÇÃO E NEGÓCIOS

Porque inovar é preciso! Centro de Convenções SulAmérica, Centro do Rio de Janeiro, dias 20, 21 e 22 de setembro de 2012, cerca de 3.000 pessoas sedentas por inovação, palestrantes renomados, nacionais e internacionais, networking a todo momento, novas tendências e uma enorme vontade de fazer diferença no mercado. Esse foi o cenário da primeira edição do Wide Open Business Conference (WOB2012), evento internacional sobre Inovação com foco em Negócios, Design, Tecnologia e Novas Mídias, realizado pela Arteccom. A excelência do público foi confirmada pela participação de grandes pensadores, líderes, formadores de opinião e profissionais atuantes.

A hora para empreender é já! Faltavam poucos minutos para o início da Conferência, e os participantes se apressavam no credenciamento e depois seguiam direto para o Espaço 1, Inovação e Negócios, para garantir um lugar especial na palestra do economista Ricardo Amorim, com o tema: “Aproveitando a melhor década da história”. Com uma linguagem inteligente, acessível e crítica ao mesmo tempo, Amorim iniciou sua fala com status de alerta aos conferencistas: “A hora para empreender é já!” – garantiu o apresentador do programa Manhattan Connection. Em meio à tamanha concorrência de multinacionais e pequenas empresas estrangeiras, que veem no Brasil um promissor cenário frente à crise econômica mundial, o palestrante defendeu porque aposta que empreendedores brasileiros levam vantagens - sobretudo aqueles que conhecem efetivamente o mercado e a cultura local. Entre os setores

mais promissores, Amorim acredita que Educação, Saúde, Agronegócio e Financeiro são os vetores de crescimento e possuem uma necessidade constante de inovação. Mas lembrou, também, das principais mazelas em terras brasileiras, como a falta de infraestrutura e de logística e até mesmo a falta de mão de obra especializada. Ricardo Amorim fez um panorama da economia mundial e um comparativo entre crises antigas e atuais e mostrou o quanto o Brasil cresceu nos últimos anos. “Inovar é perceber o que ninguém percebeu. Esse é o verdadeiro significado de inovação. E a única forma de inovar é estar ligado ao que está acontecendo no mundo. Mas para isso é imprescindível saber que o mundo mudou e isso gera oportunidade e desafios. Quem estiver mais atento às oportunidades, vai conquistar melhores resultados”, acredita. Brian Dyches, CEO da IkonicTonic e presidente do Retail Design Institute, especialista em tecnologias para consumidores, com ênfase em realidade aumentada e QR Code, falou aos congressistas sobre a importância de conhecer o seu público e produzir uma experiência de conteúdo customizada para ele. Com o tema: “Customer experience & technology: como engajar o consumidor com inovações para mobile, impresso e digital”, Brian afirmou que se o conteúdo é rei, o contexto é a rainha.

Neuromarketing, o assunto da vez A palestra de Jürgen Klaric, CEO da Mindcode International Inc. EUA, era uma das mais esperadas. Entre os participantes, vários diziam aguardar ansiosos o debate sobre neuromarketing, que 93 > DESIGN | WIDE |

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Palestra: Aproveitando a melhor década da história Ricardo Amorim

“O WOB2012 foi um arraso!!! Parabéns a todos!!!!” João Batista, CEO J2B Innovation, São Paulo vem ganhando cada vez mais espaço entre as organizações. Jürgen Klaric, que foi entrevistado na edição 91 da Wide, é conhecido por ajudar CEOs de multinacionais de todo o mundo a inovar e reavaliar a forma como apresentam seus produtos ao mercado. Em sua carteira de clientes atendidos constam grandes contas como Nestlé, Danone, Bacardi, Pepsico, entre outros. Em sua fala, com uma abordagem dinâmica e que prendeu a atenção dos participantes, foi categórico ao afirmar que profissionais de marketing estão cegos para as necessidades de seus consumidores. Os olhares concentrados e de certa forma surpresos com a declaração, eram facilmente perceptíveis. “Quando se trata da mente humana, deve-se entender suas práticas de consumo. Além disso, não adianta perguntar o que as pessoas querem, pois no fundo elas não sabem. Ora, o comportamento de homens e mulheres no ato da compra é totalmente diferente. Por isso é importante que o discurso de venda seja criado de acordo com o público-alvo”, aconselhou. Klaric manteve seu discurso alinhado ao que dizia Steve Jobs. Certa vez, perguntaram ao fundador da Apple se valia a pena fazer um estudo de mercado e realizar um focus group para entender as necessidades do consumidor. Jobs respondeu que não, pois consumidores não sabem o que querem até que algo seja oferecido a eles. Na ocasião, citou a famosa frase

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de Henry Ford em relação ao carro: “Se tivesse perguntado ao cliente o que ele queria, ele teria dito: ‘Um cavalo mais rápido!’”. “A publicidade bem-sucedida é aquela dirigida a um gênero específico. Em relação às preferências, desde o período das cavernas homens e mulheres são muito diferentes. Enquanto elas querem uma coisa, nós queremos outras. Mulheres costumam falar de 16 a 20 mil palavras por dia, enquanto os homens falam seis mil. Esse é apenas um ponto”, exemplificou. Outro ponto lembrado pelo especialista, é que os olhos das pessoas e dos animais têm muita força emotiva. Um exemplo disso são fotos de filhotes de animais e bebês que destacam seus grandes olhos. Ele citou experiências realizadas com duas peças publicitárias que traziam bebês como personagens principal. Em uma delas, o bebê olhava para o leitor, enquanto na outra, a criança olhava para o texto informativo da campanha. Consumidores que analisaram o primeiro anúncio prestaram muito mais atenção nos olhos do neném do que no texto, o que não aconteceu no segundo caso. Ao falar sobre inovação, tema central da conferência, o norte-americano, que já realizou trabalhos para Nike, Pepsico, Ikea, Danone e Nestlé, definiu inovar da seguinte forma: “É preciso gerar valor. O verdadeiro mistério é saber como contagiar as equipes e fazê-las pensar de forma nova.”

Outras assuntos inovadores As atuais tendências de mercado estavam em alta no WOB. Design thinking foi outro assunto muito discutido durante o congresso. Luis Arnal, CEO da Insitum Innovation, em sua palestra ‘Design thinking ou design doing’, criticou o mercado contemporâneo


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“O WOB2012 foi um sucesso! Muito bom mesmo! Vocês fizeram um ótimo trabalho!” Érick de Albuquerque, diretor-executivo Albuquerque Bastos & Correia Holding Group, Pernambuco

alegando que inovação hoje em dia é igual à medicina há 300 anos, quando todo mundo dizia ser médico. “Poucos são os que realmente inovam com afinco. Nos Estados Unidos empresas investem muito mais na divulgação de um produto do que em pesquisas para aprimorar suas qualidades”, avalia. Aos participantes, Luis Arnal deu valiosas dicas para implementar a cultura da inovação em suas empresas. Disse também que gestores e suas equipes devem ter em mente, de forma clara e estratégica, quais os processos ou mercados que merecem mais atenção. “Sem estratégias definidas, não há lógica. Ter as ferramentas certas também ajuda no processo, porém, o mais importante são as habilidades dos colaboradores.” Para o executivo e consultor, um dos caminhos para inovar é por meio do design thinking, forma de pensar que aplica o pensamento criativo e analítico para solucionar problemas. Nesse processo, os profissionais devem ser observadores pacientes para enxergar coisas novas ao seu redor. Arnal explicou que outras características desse profissional é ser questionador; possuir um pensamento sistêmico; ser um bom contador de histórias; estar apaixonado pelas suas ideias, mas não ser surdo às críticas. Hélio Beltrão abordou o tema “Propriedade intelectual – pró ou contra os negócios?” e iniciou com uma provocação, lembrando que até o que foi considerado inovação fez uso de algo já existente. Em uma segunda etapa, abordou a temática das guerras de patente e até que ponto isso é prejudicial para o desenvolvimento criativo e fomento às inovações. Por fim, impactou os participantes abordando a tônica de que copiar não é roubar. E nesse sentido, parafraseou o CEO da Yammer, David Sacks: “Ao invés de as companhias competirem entre si pelo melhor produto, estão se processando mutuamente para impedir os rivais de competirem.” Lincoln Seragini, CEO da Seragini Design, falou sobre “O Design na era da economia criativa”. Sua experiência, lapidada ao longo de uma carreira de sucesso no design brasileiro e internacional, mostrou a todos que definitivamente o design está presente em tudo que imaginamos e onde não imaginamos. Com uma simpatia peculiar, Seragini é um dos grandes nomes do design brasileiro, reconhecido, inclusive, internacionalmente por seu talento e seu grande portfólio de marcas atendidas.

Público em massa Um bate-papo sobre E-commerce de moda lotou uma das salas do WOB até o encerramento. Lojistas, profissionais da área e

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que estão pensando em criar um negócio, anotavam as inúmeras e importantes dicas dadas por Ana Claudia Freitas, gerente de E-commerce do Grupo Cantão/Redley e pelo consultor de negócios e e-commerce, Rafael Esberard. O espaço Desconferências, sempre com assuntos atuais, motivadores e provocantes, teve sua sala lotada durante os três dias. Eram jovens profissionais com anseio de criarem suas startups e serem reconhecidos no mercado. “Levamos ao WOB 45 jovens do projeto Shell, e eles tiveram a oportunidade de gerar relacionamento com outros jovens e participantes do evento, que abriu horizontes e parcerias que não teriam sido possíveis sem o WOB”, lembra Ricardo Lins, do Projeto Iniciativa Jovem Empreendedor Shell O WOB também foi palco de reconhecimento para aqueles que estão com suas startups em desenvolvimento. Em parceria com o Geeks on Beer, a Arteccom promoveu uma edição especial para o evento chamada Geeks on WOB, em que os participantes tiveram a oportunidade de apresentar seus projetos para uma banca de consultores renomados no mercado. A startup vencedora foi o Aeres (serviço de agendamento de profissionais do bem-estar – massoterapeuta, yoga, pilates etc). Outro jovem é Gustavo Iwanaga, que veio de São Paulo para participar do WOB. “Foi uma experiência única. A área de tecnologia (startups) cresce a cada dia e o evento trouxe uma nova visão, mostrando que limites podem ser ultrapassados se aglutinados com tecnologia, empreendedorismo e inovação. Os cases apresentados juntamente com o alto conhecimento dos palestrantes trouxe motivação para uma carreira mais estruturada e melhor definida, tanto para os mais antigos na área quanto para os novatos”, afirmou Gustavo, que trabalha na Nestlé e é um desses jovens com veia pulsante em empreendedorismo. “Como encaixar o processo criativo dentro das metodologias ágeis sem perder a qualidade de entrega e ainda manter a inovatividade” foi o assunto da palestra de Bernard de Luna, UX e Diretor Criativo da Melt DSP, em São Paulo. O especialista, em uma abordagem dinâmica, citou Marty Neumeier: “Designers, na verdade, não resolvem problemas. Designers trabalham com eles.” Para ele, muitos profissionais não sabem a diferença de UX e UI (experiência do usuário e interface do usuário, respectivamente) e o foco geralmente não está no problema, fato que gerou muitos profissionais reativos no mercado. Investigamos o que está errado e corrigimos, ou seja, agimos de modo aperfeiçoativo e preventivo.


“Valeu a pena sair de São Paulo para participar de um evento tão rico como o WOB2012. Com certeza foi um momento de muita troca de conhecimento e saí com ótimas ideias para o mercado. O Brasil necessita de eventos deste porte, o mercado e profissionais que buscam por constante atualização e qualidade de conteúdo agradecem.” Vinícius Lourenço, Desenvolvedor Web & Mobile Leadership 21 South America, São Paulo

Espaço FGV fomenta debates sobre inovação em diversos segmentos A Fundação Getulio Vargas (FGV) ofereceu uma série de Workshops e Palestras durante o Wide Open Business Conference (WOB2012). Os palestrantes, renomados profissionais do mercado, foram criteriosamente selecionados, assim como os temas. Nomes fortes do mercado e da academia trataram de diversos assuntos, sempre com uma abordagem em harmonia com o tema central do WOB: Inovação. Você confere, a seguir, um resumo de algumas palestras e o que cada especialista levou para os participantes da primeira edição do WOB2012. Foram três dias de “Inovação e Marketing”, nome dado ao espaço reservado à FGV durante o WOB, a conferência mundial de inovação que reuniu grandes líderes, pensadores e empresários de diversos setores no Rio de Janeiro. Logo em frente ao Espaço 4, onde aconteceram as palestras, a FGV recebia os participantes em seu estande, onde trocou conhecimento com os participantes do WOB e mostrou porque é uma das melhores instituições de ensino do Brasil. Entre os congressistas, a demanda e a procura eram por informações sobre os cursos de MBA – sobretudo o de

Palestra: Neuromarketing: blind to consumers Jürgen Klaric

Marketing Digital. Com seus kits FGV em mãos, eles puderam conhecer melhor o programa, o conteúdo do curso, o corpo docente e um pouco mais sobre a instituição. A avaliação dos participantes em relação aos palestrantes convidados foi unânime: todos foram solícitos com o público. Destaque para a interação entre a plateia e os especialistas. A FGV acertou ao abranger temas de interesse para diferentes públicos. Ao fim de cada palestra, muitos ainda permaneciam na sala a fim de sanar dúvidas, pedir esclarecimentos e até mesmo orientações a serem tomadas para o dia a dia.

Inovação em todos os setores Kleber Pinto, fundador do blog e consultoria midiaria.com falou sobre as ações inovadoras em Marketing Digital na Construção Civil. O objetivo da palestra foi ajudar os conferencistas a identificarem oportunidades e ações em demandas digitais na construção civil do Brasil. O especialista lembrou que o país está em obras, e não é somente nos estádios da Copa de 2014. Segundo ele, a cada 60 minutos, um novo apartamento, sala comercial ou quarto de hotel é colocado à venda no Brasil. A evolução do preço dos imóveis foi outro assunto pontuado. Para se ter uma rápida ideia do crescimento do setor imobiliário no Brasil, entre 2008 e 2012, o valor no Rio de Janeiro subiu 165% e em São Paulo 132%, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Kleber também falou sobre o crescimento da chamada nova classe C. Ao apresentar o case da Tecnisa com plataformas digitais, elencou uma série de diferenciais que a empresa possui, como por exemplo, a interação 93 > DESIGN | WIDE |

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“Como é bom ver o Rio de Janeiro recebendo eventos grandes como o WOB. Com certeza vocês inovaram o mercado carioca com tantos palestrantes renomados. Parabéns!” Iara Cruz, ALERJ, Rio de Janeiro

do corretor com o possível comprador. Nesse caso, o contato por SMS e ligações faz com que o interessado sinta-se especial e diferenciado por seu corretor. O uso do QR-Code também é uma inovação no mercado imobiliário digital. Quem não deseja obter mais informações sobre um determinado imóvel apenas apontando seu smartphone para um código?

A febre Google Paulo Rodrigo Teixeira, professor e consultor, falou sobre a Era Google – considerado um dos assuntos que mais despertou a curiosidade dos participantes. Como resultado, uma das plateias mais prestigiadas do Espaço FGV. Segundo Paulo Teixeira, o WOB foi o pontapé de um grande caminho que precisamos trilhar: a inovação. Em sua palestra, o professor chamou atenção para os perfis do brasileiro, que têm mudado gradativamente ao investir cada vez mais no empreendedorismo. “E para empreender, a inovação é e sempre será o grande diferencial. Na minha palestra mostrei como o Google conseguiu inovar e se transformar no investimento com o melhor ROI disponível atualmente e como ele usa a inovação para se manter na liderança do seu mercado”, diz.

Política e leis nas redes Propaganda Eleitoral nas Mídias Sociais foi o tema da palestra do advogado Diogo Cruvinel, Chefe do Setor de Propaganda Eleitoral do TRE-MG. Em ano eleitoral, o advogado apresentou o caso do TSE, que condenou por propaganda eleitoral um ex-candidato à Vice-Presidência da República. Além disso, Cruvinel também revelou regras sobre o que pode e o que não pode nas propagandas versus liberdade de expressão. “O WOB foi uma oportunidade valiosa para que os interessados na área de comunicação pudessem ter contato com os temas mais relevantes da atualidade, por meio de palestras com profissionais altamente gabaritados e importantes referências em seus campos de atuação. Foi também uma oportunidade especial para a abordagem de temas polêmicos como, por exemplo, os relativos à forma como o Poder Judiciário têm lidado com as campanhas eleitorais nas redes sociais, equacionando as liberdades de expressão dos candidatos e internautas em face dos limites

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impostos pela legislação eleitoral. O resultado desse debate foi altamente positivo, pois contou com comentários pertinentes da plateia, que enriqueceram bastante a discussão sobre o tema”, afirmou.

As organizações do futuro Carlos Nepomuceno falou sobre a Revolução Cognitiva e o Futuro das Organizações. O especialista vem se dedicando ao assunto nos últimos anos e constatou que a gestão atual das organizações não é modelo de gestão desde a época que o ser humano é ser humano. “A chegada da internet é a chamada revolução cognitiva, pois trouxe consigo uma série de mudanças na sociedade. Mas esse modelo hierárquico de gestão que estamos acostumados a vivenciar não terá continuidade. Em médio prazo isso acabará”, defende. Nepomuceno falou também sobre o aumento vertiginoso da população – somos uma sociedade de 7 bilhões de habitantes. E esta mesma sociedade precisa de ambientes de produção, inovação, de comunicação e de gestão mais dinâmicos para sobreviver com a máxima qualidade possível. O especialista chama de sociedade 7.0, que nos leva a um processo radical de desintermediação, com uso intenso de tecnologias cognitivas. “Iniciativas como essa são muito importantes. Ainda mais em momentos como o atual, no qual temos mais perguntas do que respostas. O espaço para refletir sobre as mudanças que a Internet trará para a sociedade e as organizações é muito relevante e o debate que tivemos foi muito rico.”

As organizações públicas e o relacionamento com as marcas O professor Nelson Leoni, Coordenador das Mídias Sociais do Exército Brasileiro, falou sobre como as novas redes impactam o relacionamento de marcas públicas com o cidadão para uma sala lotada de profissionais. Ele utilizou dados e cases como o do Exército Brasileiro, Superior Tribunal de Justiça (STJ), Prefeitura de João Pessoa, entre outros. Leoni apresentou o novo e-cidadão, exemplificou o potencial de impacto e alcance digital com o case que foi repercutido em todo o Brasil, o “Diário de Classe”, fanpage criada pela menina Isadora Faber, de 13 anos,


Tendências e alertas para os próximos anos Palestra de Jesper Rhode

que denunciou uma série de irregularidades em sua escola. Em pouco mais de um mês, a página “Diário de Classe”, recebeu mais de 15 mil curtidas e cada uma das publicações tem dezenas de comentários elogiosos à menina, que não teve medo de mostrar a situação da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, Santa Catarina. No tocante às organizações públicas e seu relacionamento com o cidadão, Nelson Leoni lembrou de casos como o de um servidor da assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento que foi demitido por publicar no Twitter oficial da pasta uma piada sobre a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, as regras do jogo são claras: não dá para abrir a tampa e depois não querer mais brincar. Ainda utilizando exemplos recentes, o professor Leoni citou o Exército, quem tem a página do setor público com o maior número de fãs no Brasil. Alguns dados, inclusive, surpreenderam os participantes. São eles: as publicações chegam a cerca de 900 mil pessoas únicas por semana; a fanpage conquista, em média, 600 curtidores por dia; mais de 15 mil seguidores. Outros clássicos exemplos ilustraram bem o tema do congresso. O STJ foi um dos vencedores do X Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. A página no Facebook foi contemplada com o primeiro lugar na categoria Inovação.

Tempo de mudanças Jesper Rhode, VP de Inovação Latin America da Ericsson, abordou o assunto: Tendências e Alertas para os Próximos Anos. “O WOB foi um evento importante para lidar com as rápidas mudanças que o nosso setor sofre. Os modelos de negócios digitais estão amadurecendo, e o WOB ajuda as empresas a se orientarem e se adaptarem aos novos requerimentos do

mercado. Avalio como muito importantes discussões sobre integração de serviços, aplicativos sociais e tecnologias para formatar conteúdo para web e móvel.”

Criatividade e inovação andam juntas Stefania Dargains, CEO da Dargains Projetos, professora da FGV e consultora/especialista em Gestão de Mudanças e Conhecimento, em sua palestra levou a mensagem de que nos dias de hoje criatividade e inovação são questões constantes na agenda de 10 entre 10 executivos de empresas bem sucedidas. A consultora parabenizou a realização do WOB no Rio de Janeiro, fato que segundo ela, atesta o desenvolvimento da indústria criativa na cidade maravilhosa.

Inovação é educação Luis Fernando Guggenberger destacou que ver o número de interessados em debater o futuro da educação foi uma experiência gratificante. “Este é um tema que bate em nossas agendas diariamente, é estratégico para o futuro do país, e abre-nos um horizonte de oportunidades. Muitos dos participantes não estavam apenas intrigados em discutir este futuro, mas também em ter ideias sobre como empreender na área”, lembra. Ingrid Stoeckicht, Diretora Executiva do Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação, destacou três temas como fundamentais: Inovação, Design e Tecnologia. “Com palestras diversificadas abordando estes temas sobre perspectivas diferentes, achei muito interessante a reunião de empreendedores jovens e representantes de startups, o que proporcionou um ambiente rico para a troca de experiência e conhecimento. Torço para que o Rio de Janeiro seja sede novamente do WOB 2013”. 93 > DESIGN | WIDE |

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Amador Perez: o herdeiro da arte e do design Em um bate-papo descontraído, o artista plástico e professor da ESDI-UERJ e PUC-Rio, Amador Perez, falou à Wide sobre seu amor à profissão e comparou o mercado de hoje com o do passado. Com sua voz apaixonada pela arte e pelo design, certamente o mundo real seria bem melhor se existissem mais “Amadores” espalhados por aí.

WIDE: De onde vem sua inspiração para a arte? Como surgiu o encantamento em retratar de forma artística o que se vê, ouve, sente? AMADOR: Você tocou no “x” da questão. Inspiração é fundamental e a obra de arte se cria a partir de alguma razão. A palavra inspiração e, consequentemente, o dom, carregam consigo uma forte carga de lembranças memoráveis. Uma delas é a possibilidade de nos remeter a imagens da nossa infância. E essas primeiras imagens que são gravadas permanecem para sempre. Algumas lembranças inesquecíveis da minha vida hoje são sentidas, inclusive, por conta dessas imagens registradas e guardadas. E elas vão desde um típico dia de verão, dormindo na varanda do apartamento, contando quantas estrelas havia no céu, desde tomando água mineral misturada com xarope de groselha, no bar do português da esquina, até mesmo aprontando e roubando carambolas e devorando o doce de leite da bandeja na vila vizinha. Ou seja, são memórias, imagens inesquecíveis que trazem todo o encantamento do passado aos dias de hoje. As primeiras imagens gravam a nossa memória visual, olfativa e afetiva, ficando

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registradas para todo o sempre, podendo inclusive definir o nosso futuro. Em relação à inspiração, meus pais fabricavam a maioria dos meus brinquedos, ou seja, tudo na base da improvisação. Ou seja, quem diria que anos mais tarde todo esse histórico serviria de inspiração para um professor em uma escola de design, como é o meu caso? Eles sempre estimularam a criação, o novo, e isso me definiu como artista plástico. Desde muito cedo fui “contaminado” por diversas reproduções de obras de arte. WIDE: Qual sua percepção dessa vida contemporânea que vivemos hoje, repleta de individualismo, ansiedade e competição? AMADOR: Devemos tentar olhar sempre para os outros. Para além do próprio umbigo e tentar também desacelerar esse ritmo em um processo constante de auto-reflexão. Mas é praticamente impossível refrear esse processo. Muitos fazem parte do sistema sem perceber. WIDE: Com o “boom” da tecnologia, como o design está inserido no cenário atual, em sua opinião?


“Nijinski: imagens D090110” | 1981 | grafite | 26 × 18 cm

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“1, 2, P390105” | 2011 | pigmento mineral, lápis de cor, tira de papel, placa de acrílico e perfuração sobre papel | 60 × 70 cm

“1, 2, P390106” | 2011 | pigmento mineral, grafite, lápis de cor e placa de acrílico sobre papel | 60 × 70 cm

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AMADOR: O conceito de design hoje é tão extenso e flexível, possui tantas interfaces, que acredito que ele cumpra um papel ainda mais fundamental na vida das pessoas e na própria ideia de progresso, impulsionando e sendo impulsionado pela própria tecnologia. WIDE: Você quase se formou em Arquitetura e Urbanismo. Essa veia do design e das artes sempre esteve muito presente em sua vida? AMADOR: Durante toda a minha infância tive a mágica experiência de assistir quase que diariamente meu pai

tocando violão e desenhando muito. E ele desenhava de tudo, perspectivas, detalhamento de móveis etc. Ele fazia isso como respiramos. Creio que esse envolvimento com o instante, com a arte e com o design, me influenciou e muito, assim como meu irmão, Lula Perez. Sonhávamos em trabalhar juntos e hoje ele me apoia no campo da arte digital, onde também desenvolvo projetos gráficos das minhas exposições, do livro “Coleção do Artista” e do design do site www.amadorperez.com, que está no ar há anos.

“Impressões da arte T320110” | 2004 | tonergrafia | 42 × 29,5 cm 93 > DESIGN | WIDE |

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“Gioventù D260101” | 1996 | grafite | 18 × 13 cm

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WIDE: Sua primeira exposição individual foi no MAM, em 1977, mas pode-se considerar que sua entrada no mercado de arte foi em 1981, com a exposição na Galeria Cesar Aché, também no Rio de Janeiro. O que mudou de lá para cá? AMADOR: Naquele tempo (década de 70), a vida era menos corrida. Eu era mais jovem e podia me dedicar mais à produção do trabalho das artes em si. Os críticos de arte muitas vezes faziam seus trabalhos na imprensa. Os curadores ainda não atuavam como hoje. Assim como existiam poucos projetos culturais financiados. Por outro lado, a figura do produtor cultural ainda não era tão efetiva. Então hoje, eu tenho que, simultaneamente, produzir e controlar ou administrar a minha produção, sendo que posso contar com o apoio profissional especializado, que antes não havia. WIDE: Desenho, projeto gráfico, cenografia, design. O que essa formação representa para sua carreira?

“As primeiras imagens gravam a nossa memória visual, olfativa e afetiva, ficando registradas para todo o sempre, podendo inclusive definir o nosso futuro”

AMADOR: Representa praticamente todo o meu conhecimento e cultura. Parafraseando Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Considero fundamental essa minha formação, que se deu a partir do contato com os artistas, meus mestres, críticos e designers. WIDE: Na área acadêmica, como você visualiza os sonhos e metas daqueles que ainda estão na universidade? AMADOR: Existe uma ansiedade muito grande gerada pela necessidade de segurança financeira no mundo profissional. Ora, vivemos um cenário instável de absorção pelo mercado, então sempre digo aos meus alunos para acreditarem em seus sonhos, mas que fiquem atentos às armadilhas do sistema e do mercado, tentando, na medida do possível, fazer mercado, arriscando suas próprias ideias e projetos, para que não dependam apenas do estabelecido. WIDE: Que livros/referências você indicaria hoje para os leitores da Wide? AMADOR: Na área do design, recomendo “Uma introdução à história do design, de Rafael Cardoso, pela Editora Blucher. Outra obra é “Design para um mundo complexo”, Editora Cosac Naify. Já na área da arte, indico “Impressões de um Amador”, escrito por um grande crítico do século XIX, Gonzaga Duque, pela editora UFMG e Fundação Casa de Rui Barbosa. E, por último, indico “O conhecimento secreto”, de David Hockney, também pela Cosac Naify. Para outras inspirações, recomendo que vocês criem o hábito de visitar exposições, assim como frequentar a Biblioteca Nacional e espetáculos diversos (cinema, música, teatro e dança).

Para 2013 e 2014, Amador Perez está preparando, além da edição de dois livros, duas exposições comemorativas dos seus 40 anos como artista.

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As mudanças no mercado das imagens De uns anos para cá, uma verdadeira revolução no mercado das imagens vem ocorrendo. Uns defendem que o advento da tecnologia foi crucial para tantas mudanças, fato que ocasionou a necessidade de (re)adaptação por parte das empresas de banco de imagens. Outros acreditam que tantas modificações fazem parte de um processo natural de contemporaneidade, onde hoje tudo é diferente ou, para os mais radicais, trata-se de um outro modelo. Nas próximas páginas, veja o que grandes nomes do mercado de imagens pensam sobre tantas mudanças e atualizações. 32

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“O que faz uma boa imagem ou um bom fotógrafo é um conjunto de habilidades combinadas. Fotografia envolve artesanato. Uma boa foto tem que provocar uma reação. Ela tem que estimular e oferecer mais que uma simples imagem a se observar. Ela tem que marcar. Ela tem que conter uma ideia, que não pode ser muito complicada ou obscura” Michel Freeman

A Fotolia, conhecido banco de imagens, sabe que o atual mercado vem mudando rapidamente com o avanço de novas tecnologias (redes sociais), modelos de negócios simplificados na internet, entre outras demandas. Com isso, a empresa aproveitou essas mudanças significativas e lançou-se no mercado no momento em que a internet de banda larga e as câmeras SLR digitais ficaram mais acessíveis, permitindo aos fotógrafos e compradores enviarem e baixarem arquivos pesados em apenas alguns segundos. Os fundamentos do Microstock são baseados em dois conceitos principais: as licenças e o preço, que juntos sacudiram o mercado tradicional de comercialização de imagens. O objetivo

Microstock : A fotografia de microstock é uma extensão natural da fotografia de stock, adaptada aos tempos atuais e às novas tecnologias. Trata-se normalmente de empresas que trabalham exclusivamente por meio da Internet, nas quais qualquer pessoa pode se inscrever de forma gratuita e apresentar as suas fotografias. O regime é exclusivamente “royalty-free” (uso ilimitado, livre de comissões, após a aquisição por parte do utilizador), sendo as fotos vendidas a um preço significativamente mais baixo do que nos bancos de imagens tradicionais. A contra-partida para o fotógrafo é uma comissão baseada na percentagem do valor de venda.

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IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS FOTOLIA- fotolia.com

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era democratizar e legalizar o uso de imagens, especialmente para pequenas e médias empresas que não podiam arcar com os altíssimos custos praticados pelas agências tradicionais de fotografia. Como qualquer outro negócio de sucesso, a simplicidade deveria ser a chave do negócio. Primeiramente, as imagens deveriam ser livres de royalties, permitindo que seus compradores as usassem em qualquer lugar (site, mailing, flyer, folheto, outdoor etc) e sem limites de cópias. Além disso, os preços deveriam ser acessíveis, a partir de $ 1,00 e dependendo apenas do tamanho da imagem. E finalmente, o site deveria oferecer um número relevante de imagens comerciáveis que pudessem ser utilizadas em diversas situações e por quase todos os segmentos. O cofundador e CEO da Fotolia, Oleg Tscheltzoff, lembra que, ao criar essas medidas, as primeiras reações naturais observadas foram as dos fotógrafos preocupados com uma diminuição em seus rendimentos. Mas graças aos esforços da equipe de marketing para educar as empresas a uma cobertura mundial, a Fotolia ofereceu a chance para que esses fotógrafos passassem a vender suas imagens no mundo todo com apenas um clique. “Podemos estimar que o número de compradores de imagens

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“Podemos estimar que o número de compradores de imagens atualmente é centenas de vezes maior do que o alcançado com o marketing tradicional, criando assim inúmeras oportunidades reais de negócios para fotógrafos talentosos” CEO da Fotolia


IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS FOTOLIA- fotolia.com

atualmente é centenas de vezes maior do que o alcançado com o marketing tradicional, criando assim inúmeras oportunidades reais de negócios para fotógrafos talentosos. E o sucesso está aí. Já são mais de 3,5 milhões de membros que utilizam os nossos serviços”, lembra. Muitas agências e fotógrafos reconhecem o benefício de mudar para o sistema Microstock de comercialização de imagens e certamente muitos já os tem feito. “Dentro da nossa própria comunidade, temos também uma coleção chamada ‘Infinite Collection’, que contém imagens com um perfil mais criativo e artístico. A Infinite Collection permite que a Fotolia expanda ainda mais a oferta de imagens para os compradores de mídia por meio de parcerias com agências fotográficas tradicionais que reconheceram o apelo comercial do Microstock. Os compradores têm agora a possibilidade de comprar as mesmas imagens pelas quais costumavam pagar mais de $300 por preços a partir de $20.”

VENDAS Para entender melhor a sistemática de venda, a Fotolia é um mercado entre os contribuintes e compradores e sua missão é

tentar torná-lo realmente simples. O CEO explica que se você tem fotos interessantes e algum talento (um amador avançado ou um profissional), você pode simplesmente acessar (http:// br.fotolia.com), abrir uma conta gratuita e começar a enviar suas imagens imediatamente. Após esse passo, os moderadores verificam cada imagem e se a qualidade estiver dentro dos padrões e os direitos autorais foram respeitados, a imagem será validada, indexada e passará a fazer parte do sistema, sendo reconhecida pela ferramenta de busca e assim oferecida para venda em todo o mundo. Algumas dicas são infalíveis. Ao enviar uma imagem, os contribuintes devem inserir palavras-chave para facilitar a pesquisa de suas imagens. Essas palavras, mesmo que inseridas na língua-mãe dos contribuintes, serão traduzidas em mais 12 idiomas pelo sistema da Fotolia, permitindo assim que as imagens sejam vendidas das Américas até a Ásia. Os compradores, por sua vez, ao utilizarem a ferramenta de busca, digitam algumas palavras-chave com base no tipo de imagem que eles estão buscando. A ferramenta de busca, então, apresentará ao comprador as imagens mais relevantes com base nas palavras-chave inseridas. O comprador pode selecionar 93 > DESIGN | WIDE |

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o tamanho da imagem, efetuar a compra e baixá-la imediatamente para o seu computador. O contribuinte, assim como a Fotolia, recebe pelas imagens vendidas. As porcentagens pagas são baseadas, entre outras coisas, no fato do mesmo contribuir exclusivamente à Fotolia ou não, e dependem também da colocação do colaborador. Quanto mais imagens vender, melhor será sua posição e, consequentemente, maiores serão suas comissões, dependendo se ele é exclusivo ou não. Em média, a comissão paga a um fotógrafo em torno de 20% a 63%. Os preços das imagens na Fotolia são apresentados em “créditos”, que é a chamada moeda virtual. O preço da fotografia depende do tamanho. Imagens de tamanho para a web podem ser adquiridas a partir de 1 crédito, já aquelas de resolução para outdoors, custam em média 10 créditos. Os clientes podem comprar créditos a qualquer momento por meio do cartão de crédito, transferência bancária e outros métodos de pagamento e baixar as imagens quando quiser. Todas estas imagens possuem licença livre de royalties, ou seja, permite que o comprador utilize e reutilize as imagens quantas vezes quiser para sua empresa. A Fotolia acredita ainda que cada indivíduo, profissional ou empresa é um comprador potencial, pois todos nós, de uma forma ou de outra, precisamos de imagens.

da Fotolia é ter estado presente localmente desde o início em cada mercado ingressado. “Além disso, nossa equipe está presente em 20 países e ciente das regras locais de propriedade intelectual e direitos autorais, podendo assim oferecer um produto seguro para os seus clientes. Para lidar com esta questão, procuramos construir um relacionamento próximo com os nossos fotógrafos. Se um fotógrafo começa a ter rendimentos, vender imagens, construir um portfólio com maior destaque, entramos em contato e desenvolvemos um relacionamento com esse fotógrafo”, explica. Atualmente são mais de 200.000 contribuintes em todo o mundo criando imagens para Fotolia. A fórmula desse sucesso, na avaliação do CEO, “é manter um relacionamento muito próximo e um canal de comunicação aberto com eles, conhecendo suas informações de contato, localização e informações de pagamento. Essa medida reduz a incidência de problemas com materiais protegidos por direitos autorais. E, por último, temos acordos de licenciamento muito objetivos, no que se refere diretamente ao conteúdo protegido por direitos autorais. Os contribuintes assumem plena responsabilidade por todas as imagens enviadas à Fotolia e os compradores são informados sobre as restrições de uso.”

SEGURANÇA

QUANDO A FOTOGRAFIA E ARTE SÃO UMA SÓ

No que se refere aos direitos autorais, os desafios não são tão diferentes daqueles enfrentados pelo comércio tradicional de imagens. Até mesmo as grandes agências têm os mesmos desafios. Oleg Tscheltzoff afirma que uma das principais vantagens

O fotógrafo renomado Michael Freeman – que tem mais de 30 anos de carreira, 15 livros publicados e 2 milhões de exemplares vendidos no mundo, tem o costume de abordar com detalhes práticos as melhores maneiras de se conseguir boas

IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS FOTOLIA- fotolia.com

“Como uma prática de negócios geral, você tem que descobrir o que as pessoas querem e decidir se você pode providenciar e garantir a entrega dessa demanda melhor ou mais competitivamente que outros fotógrafos ou outras fontes” Michel Freeman

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IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS GETTY IMAGES - gettyimages.com

fotos, independente do equipamento que se está usando e da disponibilidade de tratamento/edição das imagens. Uma de suas discussões é o uso e o cenário da internet hoje em dia no mundo das imagens. Freeman lembra que a tecnologia sempre foi parte integrante da arte e recentemente leu que o pintor britânico David Hockney disse exatamente isso no catálogo de sua exposição na Royal Academy, onde ele usa o iPhone, o iPad e até DSLRs para vídeos multi-tela. Ele escreveu: “A tecnologia sempre contribuiu para a arte. O pincel mesmo já foi considerado, de certa forma, tecnologia, não foi?!”. Para ele, são dois os caminhos que os fotógrafos podem seguir para lidar com a tecnologia. “Um deles é reverenciar a tecnologia, elevá-la ao status de ferramenta de criação, mas eu não tenho nenhum interesse nisso. O outro caminho é dizer: ‘é um outro modelo, é novo, é uma ferramenta – ela pode ser usada para o que eu quero fazer?’ O pintor britânico sobre quem comentei, Hockney, disse que nunca tinha ouvido falar sobre o iPad, muito menos trabalhado com um. No entanto, ele descobriu que o aparelho resolveria um problema que ele tinha. É como um papel sem fim que se encaixa perfeitamente com o sentimento que eu tinha de que a pintura deve ser grande. Essas são as palavras de um grande pintor sobre o que eu acho que seja uma aproximação saudável da tecnologia com o trabalho de qualquer um de nós – não apenas os artistas”.

Já em relação à discussão em torno do mercado da fotografia, Freeman acredita que precisamos nos manter empregados, caso contrário não conseguiremos continuar fotografando. “Portanto, tudo isso é intensamente prático. Muitos fotógrafos estão angustiados por verem as antigas fontes de renda secando – assinaturas de revistas editoriais, só para citar um exemplo. Mas o que tem de novo ou especial nisso? Que indústria ou mercado não está mudando? Nós temos que descobrir novos modelos de negócios, e eles estão aí – o desafio é encontrá-los ou criá-los”, questiona. O renomado fotógrafo defende que a internet pode ser um novo campo de atuação, porém acredita que não seja tão fácil encontrar uma boa fonte de receita a partir dela. Além disso, os grandes sucessos em áreas não-fotográficas podem ser um sinal de que é um mercado que pode funcionar bem. Freeman defende que as fotografias são, de fato, mercadorias perfeitas para a internet. Mas critica aqueles que ficam sentados esperando que algum editor de fotos ligue oferecendo trabalho. “Na verdade, nós nunca pudemos ficar sentados esperando o trabalho e a remuneração caírem do céu, mesmo nos melhores dias de imagem impressa. E, como uma prática de negócios geral, você tem que descobrir o que as pessoas querem e decidir se você pode providenciar e garantir a entrega dessa demanda melhor ou mais competitivamente que outros fotógrafos ou outras fontes. Os bancos de imagens formam uma competição 93 > DESIGN | WIDE |

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IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS GETTY IMAGES - gettyimages.com

IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS GETTY IMAGES - gettyimages.com

“Estamos convencidos de que existe mercado para todo mundo, e o banco de imagem ajuda a divulgar o trabalho dos fotógrafos de uma forma mais abrangente, no mundo todo” Renata Simões

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importante e estão nos seus direitos. Então, você deve considerar o que esses bancos de imagens não podem oferecer – imagens únicas, pessoais e no tempo que o cliente demandar. Sempre haverá, por exemplo, demanda por trabalhos de moda, esportes e casamento (e esses foram apenas os três primeiros mercados que me vieram à mente) que exigem trabalhos específicos e pontuais em fotografia”, lembra. Freeman, que concilia as duas carreiras (além de fotógrafo, é escritor), considera tarefa fácil aliar as duas profissões, pois sempre está pensando sobre o que fotografa e, segundo ele, passar isso para o papel ou falar sobre como imaginou aquelas imagens, é algo que sai naturalmente. Outra razão é que ele passou a maior parte de sua vida na fotografia construindo histórias, e descobriu que trabalhar ‘storytelling’ em diferentes meios tem muito a ver com o seu trabalho. Seja escrevendo, fotografando ou filmando; narrar, explicar e entreter têm a mesma origem e fazem parte do mesmo processo criativo. Em relação às mídias sociais, Freeman considera que as transformações no mercado de banco de imagens começaram antes da “Revolução da Social Media”. Segundo ele, a aglomeração das agências em gigantes como Getty e Corbis, foi um dos fatores dessa transformação. Outro fator que tem mudado a maneira de trabalhar junto aos bancos de imagens é a melhoria no marketing e nas vendas online. “Também podemos citar a questão da melhoria nas ferramentas de busca, além do grande número de imagens envolvidas, que tem impulsionado o preço de imagens unitárias muito para baixo. Todos esses fatores, juntos, têm feito com que poucos fotógrafos continuem achando rentável trabalhar nisso. Eu suponho que alguns desses motivos, inclusive, sejam spin-offs da aplicação das tecnologias de bancos de imagens pelas redes sociais.

suprir a demanda de cada lugar. Todo o conteúdo enviado para a Getty Images é gerenciado por editores e diretores de arte, que ficam em Nova Iorque e Londres. O designer ou fotógrafo interessado em colocar seu trabalho no site da Getty Images pode usar tanto o Flickr, por meio do link www.gettyimages.com/ flickr, quanto o próprio site da Getty images, pelo link www.gettyimages.com/contributors. A privacidade e os direitos autorais também fazem parte da política da empresa. Todas as imagens e vídeos no site da Getty Images contêm seu devido release e/ou informação sobre os direitos da imagem. Além de ajudar a educar o mercado sobre a importância dos direitos autorais das imagens e vídeos, a Getty Images oferece o “Image Guarantee” - uma segurança a mais contra possíveis reclamações futuras. A Getty Images também tem o serviço de Direitos e Autorizações para possibilitar o licenciamento de imagens ou vídeos que contenham pessoas, locais, marcas registradas ou logotipos famosos com segurança. O departamento conta com profissionais experientes e contatos globais para ajudar o cliente a conseguir a imagem que ele deseja com tranquilidade, rapidez e sem dor de cabeça.

GETTY IMAGES: EXISTE MERCADO PARA TODO MUNDO Renata Simões, gerente de conteúdo e marketing da Getty Images Brasil tem a função de levar ideias criativas para a vida por meio da mídia digital. O objetivo da empresa é oferecer aos comunicadores ferramentas para criar trabalhos inspiradores. Renata lembra que, hoje em dia, com as câmeras digitais e todos os recursos existentes, ficou muito mais fácil – tanto para amadores quanto para profissionais -, tirar boas fotos. “Não acreditamos que isso prejudique o espaço de trabalho de outros fotógrafos, mas com a grande demanda por todos os tipos de conteúdo, acreditamos que o mercado de conteúdo está suprido. Hoje atendemos a diversos pedidos de imagens, que vão das fotos ‘espontâneas’, como se tivesse sido tirada com uma câmera “point and shoot”, até fotos com produção e direção de arte. Com isso, estamos convencidos de que existe mercado para todo mundo, e o banco de imagem ajuda a divulgar o trabalho dos fotógrafos de uma forma mais abrangente, no mundo todo. Em um banco como a Getty Images, que é internacional e presente em mais de 100 países, o fotógrafo tem a certeza de que o conteúdo dele está sendo visualizado mundialmente, aumentando assim, suas chances de venda. Nós ajudamos a intermediar esse trabalho e a divulgar a arte dos fotógrafos em todos os lugares”, explica. Simões conta que a Getty Images Brasil é um escritório de vendas, porém sempre busca novos conteúdos locais para

Um pouco sobre a Getty Images... A Getty Images oferece mais de 10 milhões de imagens criativas, sendo 80% deste material produzido com direção de arte; 70 milhões de imagens editoriais de coberturas de eventos esportivos, notícias, moda, entretenimento, e imagens de arquivo desde 1930; mais de 100 mil horas de clipes de filme; mais de 90 mil músicas de artistas independentes do mundo todo, tudo atualizado diariamente e escolhido cuidadosamente pelos seus editores. O cliente também pode contar com uma equipe de pesquisa especializada que facilita o trabalho dos criativos e os ajuda a encontrarem o conteúdo perfeito para suas campanhas.

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Internacional Julius Wiedemann Tudo muda toda hora, e que bom! Eu tenho certeza que um dos legados mais importantes que estamos criando com toda a cultura digital que nos entorna é o fato de sabermos que não existe mais quase nada que dure um tempo muito longo. Quase nada estável se comparado com o que meus pais viveram. Ter emprego por 30 anos, usar o mesmo produto por 15 anos sem mudança de embalagem, morar no mesmo lugar por 20 anos. Tudo isso está mudando, e o que mais fazemos é mudar. A frase é clichê, mas diz tudo: a única constante é a mudança. Cada vez que olho meu iPhone de manhã vejo que tenho que fazer updates. Hoje foram 10 apps. Ok, nada de novo? A minha pergunta é: até quando vamos poder lidar com um sistema que nunca funciona propriamente dito? Será que vamos chegar a ver um limite e em algum momento poder focar em algo que dure mais que alguns dias? Posso começar por exemplificar um mundo recente com o qual estou interagindo muito no momento, os tablets. Os tablets são hoje o faroeste das novas mídias, onde tudo é possível, mas onde ainda não fizemos muito e nem temos muitos exemplos de sucesso que possamos olhar como modelos. O iPad é realmente dominante, e apesar de ser uma plataforma que oferece de games a livros, ele está longe de ser um book-reader. No seu mais recente updade, a resolução foi duplicada. O sistema iOS6 entrou agora em jogo, e provavelmente em breve, algumas coisas mais novas já não vão poder rodar no iPad1, como já acontece com o iPhone 3G. Isso porque a Apple é uma das empresas que mais possui consistência. Se falarmos de Android, estaríamos comentando a mudança de tamanho de telas de 20 aparelhos diferentes, de cinco marcas distintas, e que em sua maioria não são atualizadas com o sistema mais novo. E para não jogar a toalha de vez, vou deixar qualquer coisa sobre Windows Mobile e Blackberry de fora, para me poupar trabalho. Criar qualquer coisa dentro desse ambiente não é fácil, mas às vezes podemos nos dar o privilégio “viajar na maionese”, no melhor dos sentidos, de nos propor a criar algo completamente novo. E o mais divertido é poder fazer esse exercício todos os dias. Estamos começando a fazer livros como fazíamos websites há 15 anos. Chega a ser hilário. Dentro de uma indústria de 500 anos, desde Gutenberg, pode-se imaginar que mudanças sejam algo complicadas de serem aceitas. No caso do mercado editorial, existem dois agravantes. Não apenas as próprias novas tecnologias apresentam constantes desafios, mas também os próprios usuários também parecem muito céticos em relação ao que vem aparecendo de novo. Tipo internet no início dos anos 90 (se você não se lembra porque era muito pequeno, dê uma procurada no Google). Minha mensagem para todos os designers e desenvolvedores nos dias de hoje é que não devemos mais nos preocupar (tanto) com standards. Esse pensamento tem várias vantagens.

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Primeiro, ele nos liberta de uma prisão que são os standards em geral. É como na cena de Matrix, quando Morpheus fala para Neal, se referindo ao programa onde eles tinham acabado de se inserir para treinar, dentro da Matriz: “as regras aqui são como as de um software, algumas podem ser alteradas, outras podem ser quebradas”. Ter a liberdade de mudar as regras no meio do jogo pode ser considerado um privilégio. Segundo é que esse primeiro ponto que pode catapultar a nossa criatividade e permitir grandes avanços. Talvez nunca mais tenhamos stantards como tivemos antes (eu já tenho quase certeza), mas é essa ausência que nos liberta. Terceiro é que talvez seja isso que vá dar tantos empregos nos próximos anos.

Programar e desenhar não são uma religião. Podemos conviver com o incerto, e vamos fazendo melhor todos os dias, adquirindo conhecimento e expandindo os horizontes. Não precisamos fazer campanha para ir para o céu, porque é aqui na terra que temos tanto prazer de reinventar o que fazemos. Damos prazer e viabilizamos muito a muitas pessoas. Essa é a minha teoria que intitulo A TECNOLOGIA NOS LIBERTARÁ. Vão sempre me dizer que não é perfeito, e apontar as dezenas de problemas. Mas o conceito de perfeito também não existe, ou é totalmente abstrato. Sendo assim, se estivermos fazendo melhor todos os dias, acho que já deve ser suficiente para estarmos satisfeitos. O Facebook acaba de atingir 1 bilhão de usuários, e eles próprios estão toda hora mudando suas interfaces. Eles não têm fórmula, mesmo sendo os maiores do mundo. Acabei de dar o update do Facebook Messanger pro meu iPhone hoje. Se eles se dão tanta liberdade, podemos nos dar também. Viva o mundo que não para de mudar.

Julius Wiedemann Diretor de publicações digitais da editora alemã Taschen (www.taschen. com), além de editor-chefe das áreas de design e pop culture. Julius viaja 70% do seu tempo, dividindo residências entre o Rio de Janeiro, Cambridge, no Reino Unido, e Colônia, na Alemanha. E-mail: letschat@juliuswiedemann.com


Design de interação Amyris Fernandez Por que ninguém me ouve?? Acredito que parte dos leitores trabalha dentro de empresas, seja como CLT ou PJ, e que trabalhem com UX de alguma maneira. Se isso for verdade, vocês compartilham uma dor comigo: a de muitas vezes não ser ouvido. Você chega para o gerente de produto, para os diretores e VPs e diz “o usuário não sabe usar o que vocês criaram”, ou pior “não é isso que o usuário precisa”. E nada! Nem dão bola pra você, que fica achando que falou em aramaico ou qualquer outra língua morta.

multimídia. Exceto por alguma comoção depois de “verem a realidade do cliente”, efetivamente a forma de pensar e abordar os projetos não mudou. O grande foco ainda é o gerenciamento de projetos. Fazer acontecer e lançar, pronto. Creio que a única forma de mudar as pessoas e, consequentemente, a forma de agir, é fazê-las experimentar a realidade. Nada mais poderoso que colocar as equipes de marketing, design e tecnologia misturadas nas ruas, observando o usuário em ação, agindo naturalmente. Lembre-se, todos nós achamos que o mundo age à nossa “imagem e semelhança”. Não é arrogância, mas funciona assim. E nada é mais rico do que ver a realidade, vivenciá-la e incorporá-la ao nosso modo de pensar, agir e trabalhar. Acredito que quem faz as pesquisas é quem mais enriquece seu repertório, sabendo como ninguém mais tudo o que o usuário quer e precisa. E é aí que está o erro. Esse conhecimento não será útil enquanto estiver confinado a um ou outro indivíduo. Deve ser adquirido e compartilhado por todos os envolvidos nos projetos.

Pode acontecer outra situação, ainda mais triste. Você fez os testes, fez os vídeos com horas e horas de pessoas dizendo o quanto o tal software/site/produto as frustra ao usar, mas ninguém se interessa em ver esses depoimentos e continuam a criar interfaces, fazendo demandas que não tem relação com as reais necessidades do usuário. Pois é. Você não é o único ao passar por isso. Quanto mais eu converso com colegas mundo afora, mais percebo o quanto esse mal está disseminado nas empresas. Todas as empresas: Fortune 500, Exame 500 Maiores & Melhores, empresas de software e as ponto com. Sim, as pontocom também!! Surpreso? Não sei por que. As pontocom são empresas de software disfarçadas de produto, mas não tem “cabeça de marketing”, aquele direcionamento que se preocupa com as necessidades e limitações do usuário. Não tem e ponto. Competem no universo da tecnologia e, como o mercado aparentemente ainda está para ser desbravado, ligam menos do que deveriam para o usuário. A questão é que as interações que proporcionamos são determinantes na percepção da qualidade da experiência. A questão é: como promover mudanças que nos façam ser ouvidos? Tivemos algum sucesso com os Testes de Usabilidade, com Contextual Inquiry, Mental Modeling e outras tantas metodologias para trazer para dentro da empresa a visão do que é a experiência do usuário. Recentemente nos dedicamos a estudos etnográficos e levamos para dentro da empresa os resultados, mostrados em palestras com vídeos, fotos e toda a parafernália

Amyris Fernandez é consultora em Design de Interação, membro do IxDA (Interaction Design Association) e ministra aulas de Usabilidade e Design de Interação. É doutora em comunicação pela Universidade Metodista, com “bolsa sanduíche” na Universidade de Koenhagen, Dinamarca, e mestre em Comércio Eletrônico, pelo Rochester Institute of Technology, EUA. E-mail: amyris@usabilityexpert.com.br

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Ilustração Carolina Vigna-Marú Nós, as redes sociais e as baratas Contextos históricos são questionáveis e orgânicos. Não apenas por não termos inventado uma máquina do tempo, mas, principalmente, por causa do “antes”. Sempre existe um “antes”. Os períodos Paleolítico, Mesolítico e Neolítico não são diferentes. Existe um “antes” chamado Pleistoceno que é, por sua vez, posterior ao Big Bang, ao Multiverso e a outras coisas que a Física certamente ainda vai nos contar. Existem alguns estudos que apontam a existência de cultura em primatas não-humanos, o que colocaria em questão o início antropocêntrico da arte. Comecemos, porém, com a arte rupestre. O homem primitivo pintava o bisão que queria caçar. Sua arte era a expressão e materialização de seu desejo. No caso do homem pré-histórico, o problema mais radical a ser enfrentado era sua própria sobrevivência e a caça era a forma de garanti-la. Os bisões iam para a parede na fé de que de lá para o estômago era um pulo. Continuamos a fazer isso: colocamos símbolos da paz em camisetas, pintamos palavras de ordem nos muros, ostentamos símbolos religiosos em joias e bijuterias. Desejamos sinceramente a paz e acreditamos que seja esta a solução para os problemas mais radicais de hoje. Infelizmente, o símbolo da paz desenhado em uma mochila será tão eficaz quanto o bisão desenhado na caverna. O movimento é representado na arte rupestre sem muita clareza. O pintor pré-histórico era, durante o Paleolítico, naturalista e pintava a partir de observação. E, com relação a patas correndo, não existia ainda a informação que apenas o quadro a quadro nos deu. Outro bom exemplo – bem posterior ao Paleolítico – da falta que esta informação faz é o quadro O derby de Epson, de Theodore Gericault (1791-1824), que mostra uma corrida de cavalos flutuantes. Depois do cinema, sabemos que o cavalo sempre mantém pelo menos uma pata no chão todo o tempo. A arte rupestre não deixa de ser um pouco como um espelho do cinema. O cinema inventa desejos a partir de imagens. A arte rupestre inventa imagens para criar o que era desejado. Hoje “vemos” as patas de um bisão em alta velocidade porque o cinema assim nos demonstrou.

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O problema não é se nossos desejos se encontram satisfeitos ou não. O problema é saber o que desejamos. Não há nada de espontâneo, de natural, no desejo humano. Nossos desejos são artificiais. Devem-nos ‘ensinar’ a desejar. O cinema é a arte pervertida por excelência. Não te dá aquilo que deseja, te diz como desejar. (The pervert’s guide to cinema , 2006)

O ser humano deseja aquilo que acredita o libertar, sendo esta libertação real ou não. Pouco importa, posto que no momento de criação, a crença nesta possibilidade de liberdade é verdadeira. Não foi a tecnologia, entretanto, que moldou a arte, assim como não foi a arte que moldou a tecnologia. As necessidades e os desejos humanos estão inseridos organicamente na representação artística e vice-versa. Representa-se tanto o sonho quanto o visível, assim como o homem dentro da caverna, desenhando o bisão que é tanto o bisão que vê quanto o que espera que se materialize. Aproximadamente há nove mil anos, a humanidade começou a criar animais e plantar, provavelmente na Mesopotâmia. Foi a agricultura que promoveu a vida sedentária e o desenvolvimento das sociedades, nos libertando da caça para sobreviver. Depender de uma colheita, entretanto, pode ser tão incerto quanto conseguir um bisão. Conseguir água também era (e talvez volte a ser) um problema sério. Várias tentativas de construir represas foram feitas no decorrer da história. A represa mais antiga que se conhece foi feita pelos egípcios no vale de Garawi em 2800 a.C., medindo 113m ao longo da crista. A base da represa, em alvenaria, foi preenchida com terra e cascalho, mas não foi bem vedada e em pouco tempo a água drenou pelo centro. Os egípcios não se sentiram motivados a voltar a construir barragens. Já os romanos, que conheciam o concreto, foram mais bem-sucedidos. (CHALLONER , 2010, p. 68)

Chega a ser um tanto irônico falar de tecnologia e libertação na cultura mais conservadora que já existiu: o Egito Antigo passou uns bons três mil anos preservando seu modo de vida e o representando exatamente da mesma maneira, seguindo regras bastante rígidas de desenho. Os antigos egípcios podiam, de fato, não gostar muito de inovações na arte mas eram imbatíveis nas ciências da engenharia (não apenas a civil). Segundo o Online Etymology Dictionary, a palavra tecnologia (do grego techné: arte, poesia, técnica + logos: estudo) surgiu na década de 1610. Cronologicamente distante, portanto, da informática, quando assume o significado do processo empregado nas indústrias, especialmente as de computadores, internet e/ou celulares. O campo da inovação tecnológica, no


entanto, abrange mais o contexto das ideias do que o da indústria. Um novo método para um processo conhecido, mesmo que produzindo os mesmos resultados é considerado uma inovação. Existem, ainda, inovações conceituais que não são industriais, como por exemplo, um método organizacional. A tecnologia tem, por natureza, um caráter libertador. Em princípio, o ser humano cria aquilo que tornará sua vida mais simples, rentável, prazerosa ou confortável. E não gasta energia para criar algo se sabe a priori que o prejudicará. O instinto de preservação da espécie sempre falou e sempre falará mais alto. As invenções humanas têm, portanto, a intenção de superação da natureza. A relação tempo-espaço que, desde 1905 e Einstein, perdurou como indissociável, começa a se quebrar com o digital, quando o conteúdo se desprende da matéria. Um texto existe mesmo se apenas em um arquivo digital e não em um pedaço de papel; uma pintura pode ser feita sem tinta. A grande revolução tecnológica da informática é a desmaterialização que, por sua vez, é a mais clara demonstração da influência da tecnologia na humanidade, não apenas como fruto de um desejo, mas como escultora da sociedade. O teletrabalho nada mais é do que a desmaterialização do ser humano no ambiente de trabalho: ele continua trabalhando, mas a matéria – seu corpo – não está presente. Existia, até pouco tempo, uma barreira difícil de ultrapassarmos, a social, que ruiu com as redes sociais. E é por isso – e não porque você pode ver fotos da filha da sua prima que mora lá longe – que o fenômeno da rede social é tão importante: é a superação social e uma nova proposta de relação pessoal. Nossa espécie é fraca, frágil, lenta, enxerga mal, escuta pouco, não resiste a baixas temperaturas e ainda por cima morre rápido. Fisiologicamente falando, existem espécies bem superiores na Terra. A nosso favor, temos a inventividade. É a consciência da morte que nos move e que nos faz inventar. Em todos os ambientes da terra, há presença humana. Dos organismos superiores, apenas nós e as baratas conseguimos lograr essa onipresença – sendo que as baratas têm 250 milhões de anos de evolução, enquanto os humanos entraram no páreo há 4 milhões de anos somente: podemos com justiça celebrar o feito extraordinário de competirmos com as baratas. (OLIVEIRA , 2006, p. 57)

Apenas sobreviver, entretanto, não é satisfatório. Junto com a consciência da morte, vieram questionamentos existenciais e, com eles, filosofia e arte. A herança hegeliana conduz ao pensamento cronológico, taxionômico, do ovo e da galinha, mas é praticamente impossível esta relação de causa e efeito quando falamos de technè e ars. Um é o espelho do desejo do outro, outro é a força motriz do um. A grande questão é que trata-se de um diálogo. A humanidade cria a tecnologia e a tecnologia cria a humanidade, no sentido de criar e moldar desejos, necessidades, possibilidades e sonhos.

A sensação do domínio da tecnologia causa e causou, historicamente, um frenesi criativo seguido por um período de reflexão, absorção e interiorização destas conquistas. O homem inventa a agricultura e se torna sedentário; o Egito Antigo domina a engenharia civil em busca da eternidade; o Renascimento mexeu tão profundamente com nossa estrutura social que o reformaram, contra-reformaram, copiaram, negaram e pintaram à moda dele. Exemplos não faltam de que a arte e a tecnologia moldam-se entre si, são moldadas pelo humano e, em diálogo, transformam (e libertam). E o que tudo isso tem a ver com você? Bem, se, de alguma forma, seu caminho não conduz à liberdade (entenda por liberdade o que quiser, de ideias, financeira, afetiva, o que for mais importante para você), você, meu amigo, precisa rever suas metas. Foi o que aconteceu comigo quando decidi cursar Artes Visuais na Belas Artes. Ainda estou aqui no olho do furacão e minhas metas de vez em quando baleiam, mas pelo menos não estou sentada em cima da minha própria inércia. Este texto é parte (editada, adaptada) de um paper que escrevi sob a orientação da prof. Leila Rabello e que será apresentado no próximo Conic (Congresso Nacional de Iniciação Científica). Decidi enviá-lo à Wide por conta de alguns emails comoventes recebidos, de pessoas que decidiram tomar as rédeas de suas carreiras e que leem a Wide em busca de alguns referenciais. É uma honra ser parte desta bússola. Obrigada.

Exemplo: McGREW, W. C. Culture in nonhuman primates? In: Annual Review of Anthropology. n. 27 Department of Sociology, Gerontology and Anthropology and Department of Zoology. Miami University, Oxford, Ohio, 1998. PERVERT’S GUIDE to Cinema, The. Direção: Sophie Fiennes. Apresentação: Slavoj Žižek. Londres : P Guide Ltd, 2006. 1 DVD (150 min). CHALLONER, Jack (ed.). 1001 invenções que mudaram o mundo. Trad. Carolina Alfaro, Pedro Jorgensen, Paulo Polzonoff Junior. Rio de Janeiro : Sextante, 2010. 960 p. OLIVEIRA, Luiz Alberto. Homo lumies. In FATORELLI, Antonio; BRUNO, Fernanda (Org.). Limiares da imagem: tecnologia e estética na cultura contemporânea. Rio de Janeiro : Mauad X, 2006. pp. 19-38. ISBN 85-7478-203-3

Carolina Vigna-Marú é designer e ilustradora das antigas, do tipo que raspou fotolito com gilette e fez separação de cores no papel vegetal, mas que não é saudosista e acha tecnologia o máximo. Trabalhou com multimídia e foi SysOp de BBS. Desenvolve sites desde 1996, especializando-se em CMS e em SEO com tableless e CSS. Começou em uma editora pequena em 1982 e nunca mais parou. Gosta muito de ilustração vetorial, mas não dispensa um bom papel e lápis. Fotógrafa amadora e apaixonada por tudo o que é gráfico. Estuda Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes SP E-mail: vignamaru@gmail.com

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Aumente o seu lucro em 2013

Consultores dão dicas sobre análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos

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Hoje em dia, com a inovação tecnológica, houve uma série de mudanças na forma de se gerir e buscar resultados. O lucro é a grande busca de empresários e corporações. Com isso, conversamos com alguns consultores sobre como aumentar o lucro a partir da análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos.

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O que é imprescindível para uma empresa ganhar dinheiro e tornar-se lucrativa? Conheça também os desafios a serem enfrentados e como identificar oportunidades de negócio lucrativo em 2013.

o montar uma empresa, a maioria dos empreendedores deseja ver retorno de forma rápida ou ver logo “a cor do dinheiro”, como o leitor preferir. Mas será que as pessoas sabem o que vem a ser lucro? Cassiano Farani, especialista em gestão com foco em empreendedorismo e modelo de negócios, tem 16 anos de experiência na criação e gestão de negócios inovadores. Em Babson College, nos Estados Unidos – considerada a melhor escola de negócios do mundo -, especializou-se em Construção de negócios de alto potencial. Ele é também fundador da 99Canvas, importante agência brasileira de treinamento de gestores. Farani considera que entender, antes de mais nada, que o cliente não compra um produto ou serviço, mas sim “contrata” uma solução para um problema que ele tem, é um dos fatores imprescindíveis para uma empresa crescer e tornar-se lucrativa. Ele acredita que entender qual o problema que o cliente precisa resolver é o primeiro passo para qualquer modelo de negócios e, consequentemente, criar soluções melhores em produtos e serviços. Hoje em dia, a inovação tecnológica tem proporcionado uma série de mudanças na forma de se gerir e buscar resultados. Para manter um negócio de alto potencial em meio a tantas tecnologias, Cassiano Farani aconselha que as empresas tenham em mente e de uma forma bem precisa qual o seu modelo de negócios e de que forma podem usufruir da tecnologia para dar suporte ao mesmo. “Para isso, é de fundamental importância ter clareza nos nove aspectos cruciais de qualquer modelo: segmento de clientes, proposta de valor, sua estrutura de canais para fazer isso funcionar, o tipo de relacionamento que deve ter com cada um deles, suas fontes de receitas, estrutura de custos, parceiros-chave, atividades-chave e recursos-chave para dar suporte à sua operação. A tecnologia permeia principalmente a estrutura de canais e recursos-chave e se for aplicada corretamente resultará em ponderosas interações com o mercado”, diz o empresário.

Análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos Entre as estratégias existentes, Farani explica que produtos e serviços são soluções para uma necessidade de alguém. É algo simples, acredita. “O pensamento deve ser sempre de fora para dentro, e não o contrário. O desenvolvimento de produtos deve encontrar eco no que o mercado indica, ou seja, ele deve ser a

solução para alguma necessidade mal resolvida de um grupo de pessoas ou empresas. As empresas não falham porque têm um produto ruim; elas falham porque não conseguiram encontrar clientes dispostos a pagar o preço da solução oferecida. O problema é de cliente, e não de produto.” As melhores escolas de negócio do mundo tentam passar para seus alunos o que é, de fato, lucro e como alcançá-lo de forma plena. Para Cassiano Farani, as soluções devem ser pensadas sempre pelo ROI delas (ou seja, no retorno sobre o investimento que trazem para o cliente) e não apenas baseadas no Mark-up de mercado. Ele explica: “quando fica claro para o empreendedor qual é a sua proposta de valor para seus clientes e qual o impacto disso em seu cotidiano, a possibilidade de se atingir lucratividade superior é muito maior. Vamos analisar, por exemplo, o mercado de software que vende soluções “missão crítica” para banco de dados de instituições financeiras, ou seja, eles permitem que os bancos de dados não parem de funcionar. Pensando pela lógica do mark-up, quanto vale essa solução? Talvez 50, 100, 200% de seus custos. Agora vamos analisar pela lógica da proposta de valor: Quanto custa a hora do banco de dados de um grande banco parado? Certamente muito mais que qualquer Mark-up baseado em custos”, conclui. Ele chama atenção para o fato de que no Brasil ainda temos uma pequena cultura não só de educação financeira, mas de educação empreendedora como um todo. O advento das aceleradoras de empresas, fundos de investimento em private equity e venture capital e das boutiques de educação com foco em inovação e empreendedorismo, como é o caso da 99Canvas, indicam que os empresários brasileiros estão acordando para o universo de possibilidades que pode surgir. Ele aposta que certamente com esse ambiente de negócios mais maduro teremos um impacto no PIB e na economia do país, que poderá deixar de ser um exportador de commodities para ser um exportador de conhecimento e inovação.

DICAS PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO LUCRATIVO EM 2013, SEGUNDO CASSIANO FARANI -Atentar sempre para problemas mal atendidos pelas soluções existentes;

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“Muitas vezes empresas com prejuízos contábeis, têm uma incrível valorização de suas ações, resultado da perspectiva de negócios a longo prazo” João Carlos Castilho, presidente da ANEFAC

-O skype não inventou a telefonia, mas seu modelo de negócios pontuou uma necessidade mundial de comunicação que incomodava todo mundo: falar entre cidades e países era caro; -O Google não inventou a busca, apenas permitiu de uma forma rápida e gratuita que pessoas e empresas procurassem qualquer coisa que tivessem necessidade; -Entender que toda empresa para funcionar precisa de um modelo de negócios baseado em três premissas básicas: criar, entregar e capturar valor – Basta lembrar que em seu lançamento, o Twitter criava valor (as pessoas queriam compartilhar o que elas estavam pensando agora), entregava valor (existiam pessoas que queriam saber o que as outras estavam pensando agora), mas não capturavam valor, ou seja, não existia nada que monetizasse essa relação.

O especialista considera que um negócio inovador é um negócio que pontua a solução de uma necessidade real de um cliente. O fato de alguém ter entre 40 e 50 anos e ser pós-graduado não a motiva a comprar um produto. Existe até uma correlação entre esses fatores, mas esse não é o real motivo para consumir. O mecanismo por trás de uma compra é em geral a resolução de uma necessidade, ou um “job to be done”, como explica o guru de inovação de Harvard Clayton Christensen. “Você não compra um prego, mas sim um quadro pendurado na parede. Esse é o verdadeiro ‘job’. As pessoas ‘contratam’ soluções para problemas específicos que possuem e toda a lógica de funcionamento de uma corporação deve trabalhar nesse sentido. As empresas devem segmentar seus mercados de acordo com os “jobs to be done” e não na clássica divisão de mercado em categorias de produtos baseada em demografias, escopo geográfico, função ou preço. Além disso, negócios inovadores são aqueles criados para possuírem alta escalabilidade, baixo ‘burn rate’ inicial e que utilizam a lógica de desenvolvimento de clientes. Para implementar e mensurar a inovação como diferencial competitivo, indico o Business Model Canvas, de Alex Osterwalder, onde todo o time pode trabalhar esses pontos de uma forma simples e visual. O próximo passo é entender os “jobs to be done” de suas soluções e com base neles testar suas hipóteses por meio do desenvolvimento de clientes, de Steve Blank”, finaliza.

Produto certo, cliente certo e equipe certa: a chave do sucesso Para o presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), João Carlos Castilho Garcia, deve haver plena harmonia entre esses três elementos. Ele acredita que a combinação adequada dos mesmos levará a empresa para frente e atingirá seus objetivos. Cliente certo com equipe errada, produto errado para o cliente certo, equipe certa para o cliente errado são certamente a ruína das atividades e da longevidade da organização”, alerta.

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O executivo, que também é diretor da M/LEGATE – Corporate Finance and Accounting, empresa de consultoria empresarial, que atua nos mercados nacional e internacional, oferecendo soluções nas áreas de finanças corporativas, auditoria, gestão tributária e recursos humanos, afirma que o segredo é aproveitar as tecnologias a favor do negócio, gerenciando modismos que muitas vezes tomam tempo bom e recursos escassos, sem resultados esperados adequados. “O planejamento dos investimentos com tecnologia, com efetivas análises de investimentos com determinação de retornos, como as empresas fazem normalmente para gastos de capital, ajuda na otimização dos investimentos em inovação tecnológica.”

A ANÁLISE DE PRODUTOS com avaliação de margens de contribuição, volumes, ciclo de vida e outros, é peça necessária para traçar estratégias de AMPLIAÇÃO DE MERCADOS. Essa por sua vez, deve estar conectada com os planos da empresa. Já a CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTOS foge da estrutura decisória de core business da empresa, porém está presente em todas as organizações. Deve-se buscar o balanceamento ótimo entre estrutura de capital do acionista e de terceiros, considerando o risco e alavancagem envolvida da empresa e em cada ramo de negócio.

O executivo explica que a melhores escolas de negócio do mundo não enfatizam o Lucro, e sim Valor. Apesar de ligados, são conceitos muito diferentes. “O lucro está ligado a resultado em determinado período de tempo, não captando o negócio a longo prazo. Muitas vezes empresas com prejuízos contábeis, têm uma incrível valorização de suas ações, resultado da perspectiva de negócios a longo prazo, aumentando seu valor. Valor está ligado a aumento de perspectiva de geração de caixa a longo prazo. Escolas modernas focam seus estudos em estratégia para cálculo e otimização do Valor. Porém, o lucro é condição primordial para a empresa continuar existindo e chegando neste tão esperado futuro. Temos os resultados do conhecimento do assunto pelos empreendedores brasileiros pelas empresas nacionais de grande sucesso. Infelizmente, estatísticas mostram que a maioria das empresas não sobrevivem após seus primeiros anos de vida, muitas devido a falta de conhecimento de Lucro e Valor.” Ao falar sobre a deficiência brasileira na hora de executar uma gestão financeira, o presidente da AFENAC lembra que o assunto, muitas vezes deixado em segundo plano, vem da cultura de muitos empresários que primam por investimentos em negócios particulares fora do foco de seu negócio principal. Para Garcia, “todo negócio tem altos e baixos, e reservas financeiras são necessárias para períodos de crise. A educação financeira ajuda no entendimento dos negócios a longo prazo e longevidade das atividades. Um conjunto de boas ações individuais refletem no coletivo do país.” 93 > CAPA | WIDE |

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DICA: Sempre o melhor investimento é no seu próprio negócio. Oportunidades existem em todos os ramos de atividade, mas a chave é descobrir oportunidades dentro de sua expertise. Pense na sua rede de relacionamento e cruze isso com os seus produtos e serviços. Invista seu tempo nisso e você encontrará muitas oportunidades.

Mais de 92% das empresas já investem na internet para expandir negócios Mais de 92% das empresas de pequeno e médio porte já investem no mundo virtual para divulgar e expandir seus negócios. A pesquisa realizada pela Amcham (Câmara Americana do Comércio) ainda revela que os empresários acreditam que a internet impacta positivamente a empresa devido à velocidade maior de exposição, aumento de atuação e redução de custos. Para metade dos entrevistados, os recursos que a web oferece já representam mais de 50% do total previsto no plano de comunicação corporativa. Os canais de comunicação mais explorados pelas empresas na rede são sites próprios, com 96%, e páginas e perfis em redes sociais, 73%. Os anúncios em redes sociais e sites de busca representam 42%, blogs de formadores de opinião, 38%, propaganda em sites de terceiros, 12%, e lojas virtuais, 4%.

Metodologia A pesquisa foi aplicada junto a pequenos e médios empresários durante reunião do comitê da Amcham São Paulo, voltado a companhias com alto potencial de expansão.

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“Oportunidades existem em todos os ramos de atividade, mas a chave é descobrir oportunidades dentro de sua expertise” João Carlos Castilho, presidente da ANEFAC


Quando falamos de micro e pequenas empresas, startups e empreendedorismo em geral, estamos falando de uma jornada incrível, muito prazerosa, mas que nos guarda muitas pedras no caminho. Talvez a maior dessas pedras seja o ponto mais simples e elementar: ganhar dinheiro. Tornar sua empresa lucrativa é muito difícil, requer esforço, firmeza, consistência, segurança, estratégia e liderança.

A Wide separou cinco importantes passos a serem tomados por todos aqueles que desejam alcançar lucro e manter um negócio de sucesso: 1. Crie novas ofertas para aumentar sua base de clientes: Comece entendendo melhor seus consumidores e por que eles compram seu produto ou serviço. A partir daí, fica mais fácil pensar em novas maneiras de atrair clientes para novos produtos. Muitos pequenos negócios conseguem ganhar mais clientes oferecendo uma maior diversidade de produtos e serviços, que dão mais flexibilidade e liberdade de escolha ao consumidor. 2. Aumente seu investimento no marketing on-line e de baixo custo: Use e abuse de ferramentas que possibilitem a promoção gratuita do seu negócio. Twitter e Facebook podem trazer muita visibilidade. Outra ideia é criar um blog e participar de outros blogs. Aproveite a internet para se comunicar com consumidores sobre a sua empresa e as empresas concorrentes. Além de promover o seu negócio, você também estará recolhendo informações importantes para novas ideias de produtos.

titiva. Fique atento aos números de visitação, e faça uso do site para vender, e não somente promover o nome da empresa. 4. Separe algum tempo para estreitar o seu foco: Não se acomode. Organize seus dias para que você dedique algum tempo para fazer planos de melhoras que possam aumentar os lucros. Também é importante fazer intervalos durante o trabalho para recarregar as energias e garantir um bom rendimento. 5. Crie eventos para atrair os consumidores: Pense em estratégias de promoção que possam atrair mais clientes, como co-patrocinar um evento ou show, por exemplo. Faça promoções como programas de pontos para clientes, para encorajá-los a repetir as compras. Outra dica é modificar a decoração e a disposição de produtos com regularidade, para oferecer experiências novas aos consumidores. Fonte: Cassiano Farani e João Carlos Castilho Garcia

3. Melhore o website de sua empresa e comece a vender on-line: Não importa o tamanho. Toda empresa precisa de um website para se manter compe-

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Para refletir...

Karl Albrecht, grande especialista na área de serviços, tem um capítulo em seu livro ‘A Revolução Nos Serviços” que diz textualmente: “As formigas estão no poder!” As formigas são os empregados de contato com o cliente. Esses empregados cuidam do bem mais precioso que sua empresa tem: o cliente. O que o dono pode? O bem mais precioso está fora do seu alcance? Portanto o dono ou gerente, o líder atualizado, o líder moderno, sabe que a única coisa que resta fazer é dar condições materiais, financeiras e culturais (clima e ambiente organizacionais) para que os empregados se sintam bem e reflitam essa alta auto-estima para os clientes da empresa. Portanto, lembre-se: Você quer lucro? Tenha uma clientela muito bem atendida. Como ter uma clientela muito bem atendida? Propiciando um excelente clima organizacional, garantindo elevada auto-estima, tornando satisfeitos aqueles que atendem essa clientela, tornando satisfeitos os empregados de contato com os seus clientes! Não há como escapar, na área de serviços, dessa “equação”. Não é ser “bonzinho”, é saber fazer negócios. Negócios profissionais! Você já viu um atendente do McDonalds emburrado? Você pode até não gostar dos sanduíches do McDonalds, mas você não põe em dúvida a capacidade deles em fazer muito bem o negócio a que se propõem! Portanto, a resposta a esta pergunta: - “Como obter lucro em sua empresa?” Só pode ser: trate muito da auto-estima de todos os seus empregados de contato com o público.

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Já o professor de finanças da Fundação Dom Cabral (FDC), Haroldo Mota, acredita que para crescer e alcançar lucro, não se deve concorrer com a liderança. Segundo ele, empresários têm dificuldades para administrar os vários impostos e taxas que precisam pagar por falta de planejamento e educação financeira. Isso resulta na impossibilidade de alcance do lucro real. “Há erros graves no campo da gestão de riscos, na avaliação dos resultados e, principalmente, no monitoramento e na comunicação. Cada vez mais sofisticados, os mecanismos de gestão de risco – relatórios e modelos estatísticos – não têm sido bem interpretados. A comunicação, geralmente feita por relatórios e instrumentos de acompanhamento das políticas corporativas, também não é adequada. O segredo é sempre ter uma equipe responsável pela gestão de risco, seja ela de funcionários internos ou externos.”

VEJA, A SEGUIR, ALGUMAS DICAS DE COMO EVITAR POSSÍVEIS PROBLEMAS E FORMAS DE ALCANÇAR O LUCRO: COMO EVITAR O PROBLEMA: “O empreendedor deve colocar no papel metas realistas. Por exemplo, a de conseguir um novo cliente por mês. Planejar as ações para alcançar essas projeções é uma maneira de saber se elas são pragmáticas. Se não conseguir traçar um caminho claro até a realização, então talvez esses números expressem apenas entusiasmo.” COMO RESOLVER O PROBLEMA: “Um bom começo é a modelagem do fluxo de caixa, ou seja, detalhar cada entrada de dinheiro e cada gasto, da compra de material para escritório à amortização de empréstimos. Isso obriga o empresário a ter uma perspectiva mais objetiva da operação. Por exemplo: qual a consequência de diminuir meu preço em 5%? Vou ganhar em volume? Os custos fixos podem ser menores? É preciso também renegociar as condições de pagamento das dívidas para que não causem um fluxo de caixa negativo. Pensar em um conjunto de soluções para cada ponto vulnerável ajuda a traçar um planejamento para voltar a uma situação financeira confortável.” O LADO BOM DA CRISE: O APRENDIZADO “Passado o temor inicial das consequências da crise financeira internacional, as empresas estão mais humildes, preocupadas com erros, correto posicionamento estratégico e eficiência operacional — ingredientes imprescindíveis para a sua sustentabilidade. Antes da crise, quando estavam com atividade a pleno vapor, o nível elevado de estoque não constituía preocupação: o custo era facilmente coberto pelos ganhos operacionais. Depois, muitos negócios quase quebraram por conta da má administração. A solução é planejar, estabelecer objetivos claros e implantar uma gestão eficiente.”

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PLANEJAMENTO De acordo com Laecio Barreiros, diretor da L&Barreiros Controladoria, especializada em Planejamento, Finanças e Contabilidade para pequenas e médias empresas, para determinar o que deve sobrar para sua empresa no final é necessário primeiro traçar sua meta de remuneração do capital investido, ou seja, o seu lucro. A questão é: quanto eu espero que determinado produto gere de lucro para que eu invista no negócio? “Lembrando sempre que, na outra ponta, está o mercado clientes que atuam de forma concorrencial e influenciam o preço final dos produtos. De nada adianta colocar ou desejar uma margem de lucro muito alta se o mercado não aceita, por isso tratamos esta situação como uma variável não controlada. Você deve então colocar seu foco nas variáveis que pode e deve controlar dentro da sua empresa e da sua estrutura de formação de preços, que são os custos fixos e variáveis.”

O ABC DO LUCRO Como calcular a margem de lucro média para a sua atividade: O lucro é o que sobra das vendas, menos o custo das mercadorias vendidas, menos as despesas variáveis e menos as despesas fixas, inclusive o pró-labore. Cada tipo de atividade tem uma margem de lucro. Salientamos que o lucro destina-se a remunerar o capital investido na empresa. É desejável que esse capital seja remunerado no mínimo por volta de 2% a 4% ao mês.

Como aumentar a receita com soluções simples Um ponto fundamental para sucesso deste plano é garantir a receita/entrada de caixa planejada, que ela seja constante e se possível torná-la crescente através do aumento do número de clientes atendidos e aumentando o valor agregado aos seus produtos atuais. Buscar estruturar parcerias com outras empresas que não prestem o mesmo tipo de serviço para garantir fluxo contínuo de clientes, é uma medida simples que não precisa de investimentos para alavancar novos negócios. Nesta fase, criatividade e disposição para vendas são as palavras de ordem. Com esta fórmula e visão de médio e longo prazos, a geração de caixa irá aos poucos crescendo, fazendo com que as dívidas sejam aos poucos amortizadas e liberando caixa para novos investimentos. Perseverança, disciplina e novamente, visão de médio e longo prazos são requisitos fundamentais para obtenção de sucesso em qualquer plano de retomada da lucratividade, técnica denominada “Turnaround“. Vale lembrar ainda que o plano deve ser mensalmente revisado e sua realização deve ser acompanhada comparando com o que foi planejado. Chamamos isto de apurar o “Real x Orçado”.

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Um olho na criação e outro no resultado Como vimos, a busca pelo lucro passa por proposta de valor, educação financeira, definição de metas claras, soluções simples para problemas complexos e identificação de oportunidades. Para uma empresa alcançar um modelo de gestão eficiente, mais do que ter um bom time, é importante que os líderes ou aqueles que estão na linha de frente do negócio, tenham visões estratégicas, mas possuam aptidões complementares. Ou seja, um deve sempre ter um olhar apurado para o empreendedorismo, a criação. O outro deve ser um guardião dos resultados, sempre buscando a melhor forma de se obter lucro. O importante é não perder de foco a inovação, nem os resultados. Os gestores, atentos a esse equilíbrio, certamente alcançarão suas metas.

“Empresários têm dificuldades para administrar os vários impostos e taxas que precisam pagar por falta de planejamento e educação financeira. Isso resulta na impossibilidade de alcance do lucro real” Haroldo Mota, professor Fundação Dom Cabral

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tecnologia SEGURANÇA EM DISPOSITIVOS MÓVEIS É fato que a tecnologia não para de “invadir” as nossas vidas. Estamos falando, sobretudo, dos dispositivos móveis ou mobile. A cada dia que passa o ser humano se rende às novas tecnologias móveis disponíveis no mercado, aproveitando ao máximo toda a comodidade e flexibilidade proposta pela comunicação sem fio. Buscando conectividade em qualquer lugar e a qualquer tempo, empresas de tecnologia investem milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de novas formas de transmissão de dados através do ar.


Percebendo todo esse potencial, pessoas com más intenções também investem seu tempo no desenvolvimento de novas formas de burlar a segurança e se aproveitar das vulnerabilidades das novas tecnologias. A reportagem a seguir tem o objetivo de alertar você, leitor e usuário das novas tecnologias, quanto às ameaças, vulnerabilidades, formas de prevenir e combater os ataques mais comuns, entre outras demandas.

F

elipe Siqueira, ocupa o cargo de Security Officer na Módulo, e acredita que o aumento de vírus criados para dispositivos móveis está tanto ligado à popularização deste tipo de dispositivo no mundo, quanto à facilidade de desenvolvimento de código malicioso e exploração para a plataforma Android. ”O Google não possui uma política muito restritiva quanto à distribuição de códigos de terceiros para esta plataforma, permitindo, cada vez mais, o aumento deste tipo de ameaça. De acordo com pesquisa da empresa F-Secure, somente no primeiro trimestre de 2012 foram recebidas 5.033 aplicações maliciosas para a plataforma, o que representa um aumento de 64% comparado aos números do trimestre anterior”, diz. O especialista aconselha que, para uma melhor proteção do seu dispositivo móvel, um software de antivírus seja instalado e mantido atualizado. Além disso, vale também a conscientização do usuário, uma vez que este deve sempre evitar a execução e instalação de aplicações que não sejam de fontes confiáveis. Ele afirma que grande parte das aplicações com códigos maliciosos é distribuída de forma gratuita e diz realizar algum tipo de função que uma outra aplicação paga realiza, logo, o usuário acaba sendo cativado pela aplicação gratuita, visto o custo zero, e a executa ou instala, infectando seu dispositivo móvel. Para se precaver, Felipe lembra primeiramente que os riscos jamais serão eliminados, porém podem ser tratados e levados a um nível aceitável pela organização. “Cabe à área de Segurança da Informação criar Políticas e Normas que assegurem a proteção dos dados e utilização adequada deste dispositivo. Tais Políticas e Normas podem ser suportadas por meio de soluções específicas para gestão de dispositivos móveis (MDM - Mobile Device Management). Estas soluções asseguram a proteção dos dados armazenados no dispositivo, utilizando criptografia ou garantindo a sua exclusão remota em caso de perda/roubo (wipe) ou desligamento do colaborador, e o bloqueio da instalação de aplicações não autorizadas.” Ao comentar alguns dos cases mais bem sucedidos na área de segurança, o especialista da Módulo lembra que a IBM está em processo de implementação de um programa de BYOD

(Bring Your Own Device) e 80.000 funcionários já utilizam seus próprios dispositivos no ambiente corporativo em conformidade com as normas estabelecidas pela política da empresa. O objetivo é que, em breve, todos os cerca de 440 mil funcionários da IBM estejam dentro deste programa. Outra empresa que se mostra bem adiantada em programas de BYOD é o SBT. Em um primeiro momento a inclusão neste tipo de programa se deu pela diretoria da organização mas, após a ótima aceitação, já está sendo expandido para os demais funcionários. Além disso, campanhas de conscientização estão sendo criadas na empresa como forma de fortalecer o usuário, que é considerado o elo mais fraco da segurança.

Como usar a mobilidade com responsabilidade e melhor proveito? O usuário que precisa armazenar dados confidenciais (tanto pessoais quanto profissionais) no dispositivo móvel deve implementar algum nível de criptografia e mecanismos que executem a remoção total dos dados de forma remota, implementando uma camada de proteção para dados em caso de perda ou roubo do dispositivo. Uma dica importante é verificar se uma determinada aplicação faz de fato o que é prometido ou se, mesmo fazendo, implementa algum código malicioso quando instalada. Uma busca rápida no Google pelo nome da aplicação pode trazer relatos de outros usuários quanto à aplicação em questão.

FELIPE SIQUEIRA

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Já no tocante à vazamento de dados, ele lembra que é importante que exista uma Política de Classificação da Informação e esta reforce de forma criteriosa a distinção entre uma informação confidencial e uma de domínio público, mostrando como a mesma deve ser tratada e manuseada, além de estabelecer as ações e sanções cabíveis que o proprietário da informação poderá exercer junto ao responsável por um vazamento de informação. “A implementação de uma solução de IRM (Information Right Management), quando implementada de forma correta, pode garantir que uma determinada informação seja visualizada e manuseada de forma adequada, suportando a implementação de uma Política de Classificação da Informação. Para o caso de provedores de serviços na nuvem, é importante que a empresa contratante analise o contrato de prestação de serviços no que diz respeito à garantia da confidencialidade dos dados por parte da contratada e avalie se os controles existentes atendem sua necessidade”, orienta. Atualmente, em gerenciamento de segurança, a Módulo vem revisando as Políticas e Normas internas, a fim de adequar as mesmas à demanda da consumerização. Com as alterações implementadas, a empresa dará início a um processo de adequação da infraestrutura interna para a recepção destes dispositivos móveis, garantido a segurança das informações corporativas. Além de um trabalho de conscientização dos colaboradores quanto ao uso adequado destes dispositivos no ambiente corporativo. Já para o especialista em segurança da informação e CSO da TrustSign, Anderson Tamborim, o crescimento do acesso à plataforma móvel sem dúvida é o ponto de maior interesse dos atacantes. “Grande parte dos usuários está portando suas aplicações para a plataforma mobile e isso acaba gerando novos pontos de risco. Smartphones têm muitas das características que fazem com que o usuário seja vítima de ataques, uma das principais é a própria plataforma que não permite que o usuário tenha livre acesso às configurações, como teria em um computador. Um exemplo claro é dos usuários que utilizam o Android, uma das plataformas que mais teve crescimento no desenvolvimento de vírus e malwares. Grande parte destes usuários ainda utilizam uma versão desatualizada, a 2.2, que já tem mais de um ano. Isso faz com que a possibilidade de comprometimento da segurança seja bem alta. Uma das primeiras premissas ao se utilizar um smartphone é o de manter o sistema e suas aplicações sempre atualizados”, aconselha. Tamborim lembra que o próprio usuário cai em armadilhas fáceis de serem evitadas, visto que as facilidades estão cada vez maiores de interconectividade e integração entre a plataforma desktop e móvel. “O usuário pode ter seus documentos sincronizados em diversos lugares, seus contatos, e-mails, senhas, tudo isso acaba ficando armazenado no dispositivo e se torna um Pendrive de Backup vivo. Uma pessoa que perde seu dispositivo nestas situações pode ter muitos problemas porque grande parte de seus dados tanto pessoais, quanto, muitas vezes, profissionais, ficam disponíveis”, lembra.

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“UMA BUSCA RÁPIDA NO GOOGLE PELO NOME DA APLICAÇÃO PODE TRAZER RELATOS DE OUTROS USUÁRIOS QUANTO À APLICAÇÃO EM QUESTÃO”

Outra dica é para que os usuários mantenham seus aplicativos e o próprio sistema operacional da plataforma móvel sempre atualizados. Quando uma nova vulnerabilidade é encontrada os fabricantes disponibilizam rapidamente as correções, sendo assim, o usuário tem que manter seu dispositivo sempre com a última versão fornecida pelo fabricante evitando grande parte dos problemas. “Ao instalar aplicações em seus dispositivos, é sempre importante verificar a procedência desse aplicativo. Uma grande parcela dos usuários acaba se infectando por instalar aplicativos de terceiros usando repositórios não-oficiais. Nesse sentido, o grande desafio que segurança da informação tem e sempre terá é a visibilidade. É muito difícil tratar os aspectos de segurança corretamente, uma vez que em grande parte dos casos isso acaba gerando algum tipo de cerceamento no acesso a determinados serviços e aplicativos por parte do usuário.” Paulo Alessandro, gerente de soluções da EZ-Security, integradora especializada em segurança da informação e disponibilidade, complementa o debate afirmando que a explosão no uso dos dispositivos móveis que manipulam conteúdo conectado a


internet tornou-se algo inquestionável - todos já temos consciência, mas o impacto de tal prática ainda continua sendo uma pergunta, cujos modelos estatísticos e matemáticos não conseguem responder. Ele explica que, com o surgimento de sistemas operacionais de alto desempenho e baixo consumo de recursos, como processamento, memória e plataformas de hardware cada vez menores e mais robustas, tornou-se mais viável e até mais necessário, o uso de aplicações para a substituição de operações cotidianas. “No caso dos usuários domésticos, o assunto abrange as redes sociais, grupos de compra coletiva e aplicações de facilitação do dia a dia. Já no caso de usuários corporativos, isto é vinculado a uma empresa e esta mobilidade se estende para aplicações como CRM, ERP, EPM, BI e todas as siglas que forem possíveis”, diz.

À REVISTA WIDE, O GERENTE DE SOLUÇÕES DA EZ-SECURITY, AGRUPOU UM CONJUNTO DE DICAS PARA O USO COM RESPONSABILIDADE E PROVEITO DESTA MOBILIDADE: 1. EDUCAÇÃO GERA SEGURANÇA

Se você é a empresa, eduque os seus colaboradores por meio de workshops e guias de referência rápida. Caso seja um usuário doméstico, procure alguém que mostre os primeiros passos nesta nova plataforma, isso reduz consideravelmente as chances de você ter problemas mais básicos; 2. ANTIVÍRUS

Antes de qualquer coisa, tenha em mente que estes dispositivos são computadores, portanto, tenha um antivírus instalado e atualizado sempre; 3. CONCEITO “LOJAS DE APLICATIVOS”

Algumas constatações interessantes sobre o assunto: O usuário doméstico e o corporativo, mesmo com papeis desempenhados pela mesma pessoa, sempre teve meios de atuação e regras completamente diferentes. Pois bem, no caso dos dispositivos móveis existe uma fusão completa, usamos o mesmo smartphone para baixar e-mails da empresa e pessoais, aplicativos de home e business estão instalados na mesma plataforma, a rede de conexão do usuário corporativo não é mais de domínio privado, isto é, tornou-se baseada em Internet; Os laptops ou notebooks até bem pouco tempo representavam o que de mais móvel existia no universo da computação, mas ainda eram de propriedade da empresa, tinha a função e se enquadravam no papel de “Estação de Trabalho” e estavam sujeitos a todas as políticas de segurança definidas pela área de TI da empresa e estas eram facilmente aplicáveis por meio do uso de simples regras de domínio. Muito bem, mas no caso dos smartphones, tablets e demais dispositivos móveis não funciona bem assim, primeiro que a propriedade muitas vezes é do usuário, segundo que estes dispositivos nem sempre são sujeitos às políticas de domínio, terceiro que, se a propriedade não é da empresa, como a empresa pode determinar o que deve ou não ser acessado pelo usuário?

Procure optar por plataformas que possuem o conceito de “lojas de aplicações”, ou seja, você somente instalará aplicativos que foram testados pelo fabricante do dispositivo ou do sistema operacional. O mesmo vale para empresas, crie sua própria loja interna de aplicativos, evitando assim que os usuários façam o download de aplicações que possam ser nocivas; 4. BACKUP

Realize sempre o backup dos seus dados no seu computador, seja pessoal ou profissional; 5. DESBLOQUEIO DA INSTALAÇÃO DE APLICATIVOS

Os dispositivos homologados pelo INMETRO no Brasil possuem um contrato de bloqueio quanto à instalação de aplicativos de terceiros não autorizados em suas lojas e algumas pessoas realizam procedimento de desbloqueio destes celulares ou tablets, o que permite a instalação de aplicações de comunidades alternativas. Não faça e não permita que seja feito este procedimento, embora você tenha a sensação de que irá depender de muito recurso para compra de aplicações. Historicamente, a maior parte destas é gratuita e cerca de 80% dos usuários que realizam este procedimento em seu primeiro dispositivo não repetem a ação nos próximos. 6. SEGURANÇA

No caso destes dispositivos, mais do que estar seguro sobre o que se instala, é preciso certificar-se quanto à segurança do conteúdo que se acessa, publica ou recebe. Muitos crimes hoje são cometidos utilizando informações de auto localização destes dispositivos, ou seja, quando você acessa o seu Facebook, por exemplo, tome o cuidado de não autorizar que ele publique a sua localização. Siga o mesmo conselho para todo e qualquer aplicativo;

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7. SOFTWARE

Utilize softwares para bloquear e/ou rastrear o dispositivo de forma remota, isto permitirá que, em caso de roubo ou perda, através de qualquer computador você possa efetuar o bloqueio, localização e, principalmente, apagar todas as informações que, por ventura, estiverem neste dispositivo; 8. ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARE

Estes dispositivos sempre realizam atualização de software, seja do próprio sistema operacional ou de aplicativos instalados. Importante: somente realize estas atualizações dentro de redes confiáveis e protegidas. Existem muitos golpes para roubo de dados que se utilizam destes procedimentos de atualização para instalar aplicativos que acabam por roubar informações; 9. SENHAS

Utilize senhas complexas e troque periodicamente. Um formato são senhas compostas por 12 caracteres combinando os especiais, como por exemplo, “alfa@1934#AC”. No caso desta senha, a simples mudança da data no meio já permite alterar com frequência a combinação, mantendo a complexidade; 10. VIDA SAUDÁVEL

Por fim, falando um pouco menos de TI e se preocupando com o ser humano, lembre-se de não deixar que o uso destes dispositivos torne-se um hábito pouco saudável. Nada de acessar no meio da madrugada deitado na sua cama, tente não atualizar a cada minuto suas informações. Precisamos de equilíbrio para ter os uma vida saudável.

Mercado de segurança para os dispositivos móveis pode movimentar US$ 4bi em 2013 As vendas globais de produtos para a segurança de dispositivos móveis irão gerar uma receita extra de mais de US$1 bi até 2013, com o valor total do mercado chegando a US$ 4bi, de acordo com um estudo da Juniper Research. A proliferação do download de aplicativos – tanto gratuitos como pagos – facilmente instaláveis em dispositivos móveis, juntamente com o seu grande volume de utilização de dados, fizeram surgir algumas ameaças e riscos. Além disso, a análise da Juniper indica que a crescente adoção do m-commerce por parte dos usuários trouxe a necessidade de se buscar medidas de segurança distintas para os diversos riscos e ameaças que passaram a enfrentar.

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Games como ferramenta de branding:

case Corinthians Ação produzida pela Vostu antecipa a experiência de jogar dentro do Itaquerão antes mesmo dele estar pronto 60

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O Corinthians já está no GolMania, primeiro jogo social multiplayer de futebol em tempo real, produzido pela Vostu, maior empresa de jogos sociais da América Latina. A ação possibilita que os usuários do GolMania sejam os primeiros a ter a chance de jogar na Arena Corinthians, o Itaquerão, antes mesmo da equipe profissional vestir o uniforme do Timão e disputar a Copa da Fiel. A novidade já está disponível nas versões do GolMania no Facebook, Orkut e Google+. Confira, a seguir, a entrevista com o CEO da Vostu, Matias Recchia.

WIDE: A Vostu é a maior empresa de jogos sociais da América Latina e tem entre seus principais títulos os games MegaCity, Mini Fazenda, Café Mania, Candy Dash, Elemental e GolMania. Como ser referência em jogo social multiplayer? VOSTU: Temos uma longa trajetória de atuação em jogos sociais e a experiência e know-how desse tempo todo vão moldando nossa forma de fazer jogos. Mas o principal ponto que está presente desde o começo é a localização/regionalização do conteúdo e a forma de desenhar o jogo. Nossos jogos são feitos para brasileiros, com temáticas locais e levando em consideração os hábitos de uso das redes sociais no Brasil, que difere de outros países. Nos EUA, por exemplo, os jogadores costumam entrar várias vezes ao dia, por curtos espaços de tempo. Já no Brasil, os jogadores têm em média duas sessões por dia, mas de 20 minutos cada uma, 5 dias por semana. Nós acabamos levando esta diferença de perfil para a estrutura do jogo, com suas missões, atividades etc. Em 2011, a Vostu adquiriu o estúdio de jogos MP Games, que já contava com bastante experiência em jogos casuais e multiplayer. Com a união entre as empresas, nossa equipe ampliou conhecimentos e a sinergia entre os profissionais contribuiu para que pudéssemos unir a experiência sobre jogos sociais da Vostu. O primeiro resultado dessa união foi o GolMania, que trouxe muitas inovações e uma mistura muito bacana entre social e casual, com excelente aceitação do público.

ESTUDO DE CASO

WIDE: Quais são os resultados alcançados até agora com a chegada do Corinthians ao GolMania? VOSTU: O GolMania é o primeiro jogo social de futebol multiplayer onde duas pessoas podem jogar ao mesmo tempo, de qualquer lugar no mundo. O jogo foi lançado no ano passado e está disponível para Facebook, Orkut e Google+. Hoje, o jogo já conta com 520 mil usuários jogando todo mês. Além disso, 4 times já fizeram ações de marketing dentro do game. A ideia do jogo é criar e ampliar a interação entre torcedores e seus times de futebol preferidos. Diferentes times já passaram pelo game, com ações de marketing, como Boca Juniors, River Plate, Vasco da Gama e Corinthians. Hoje, o GolMania já conta com 5,5 milhões de usuários registrados. WIDE: Como se deu a ideia de criar uma ação para que os usuários do game possam antecipar a experiência de jogar virtualmente dentro do Estádio Itaquerão antes mesmo dele estar pronto? VOSTU: Nossa proposta no GolMania é proporcionar uma experiência diferenciada entre o jogador e o time pelo qual ele torce. Queremos ser mais um canal de engajamento para os times. Dentro do game, já existem outros estádios, como o do Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e do Vasco da Gama, do Brasil. Para nós, foi um desafio muito grande sintetizar o espírito da torcida corintiana e seu vínculo com seu novo estádio. Nós sabemos a importância que o Itaquerão tem para os torcedores do Corinthians. Por isso, quisemos proporcionar esta experiência. Mas outros estádios ainda vão chegar ao GolMania em breve. WIDE: O Corinthians tem uma das maiores torcidas do país e o Brasil é o principal mercado para investir nessas ações de games. Quais são as próximas ideias da Vostu para o GolMania? VOSTU: Nós estamos sempre buscando novas formas de proporcionar às empresas um espaço onde os usuários tenham a chance de interagir com as marcas, seja por meio de um vídeo, publicidade em campo, imitando um verdadeiro campo de futebol, patrocinando um time ou até mesmo uma comemoração de um gol. Estamos em contato com outros clubes de futebol para realizarmos ações em parceria no GolMania e isso estará disponível para o jogador em breve. WIDE: A novidade já está disponível nas versões do GolMania no Facebook, Orkut e Google+. Como é a adesão em cada uma dessas redes e qual mais se destaca por suas funcionalidades? VOSTU: O GolMania tem muitos usuários nas três plataformas, sendo que Facebook e Orkut concentram a maioria do jogadores e o Google+ vem apresentando um crescimento.

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“Nossos jogos são feitos para brasileiros, com temáticas locais e levando em consideração o perfil e hábitos de uso das redes sociais no Brasil, que difere de outros países” WIDE: Como foi o processo de construção da entrada no mundo de games de futebol? O que foi desenvolvido em termos de aplicativos e projetos tecnológicos? VOSTU: Nosso foco está voltado para o Brasil. Então, a criação de um jogo com a temática futebol foi uma aposta de sucesso que fizemos. O GolMania foi o primeiro jogo social de futebol multiplayer no mundo. A Vostu optou por investir em uma temática que o jogador gosta bastante e apostou nela. Todo o processo de planejamento e desenvolvimento do jogo foi feito pela nossa equipe. O restante do sucesso do game é resultado da paixão do brasileiro por futebol e seu interesse por jogos sociais. WIDE: Acreditamos que para conseguir o sucesso alcançado, a Vostu realizou diversos momentos de planejamento e estratégia, que envolveram, inclusive, muita tecnologia. Que sistemas e plataformas a Vostu contratou ou desenvolveu? VOSTU: Com a aquisição da MP Studio, no início de 2011, foi possível desenvolvermos o projeto do GolMania a partir de tecnologia própria, de engine multiplayer. WIDE: A Gameficação é um mecanismo que pode trabalhar a favor da publicidade/marketing e da

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interação das marcas, porque mexe com algo inato do ser humano: a competição. É do ser humano querer ser, nem que seja um pouco - melhor que o seu parceiro. E com as mídias sociais ficou fácil amplificar essa conquista. Como a Vostu avalia o sucesso alcançado e os resultados expressivos como o do GolMania? VOSTU: O sucesso do GolMania está no seu formato multiplayer, em que você pode enfrentar seu amigo ou um jogador qualquer dentro do jogo. O esporte também é um fator que motiva os usuários. Para tornar ainda mais real a experiência dos jogadores, a participação dos times e das marcas foi pensada de forma cuidadosa. O patrocínio está bem integrado ao game: nas placas ao redor do campo, no meio do campo, no placar de meio tempo e final do jogo. Outros formatos de publicidade estão sendo produzidos, mas sempre visando a diversão e levando em consideração a temática do GolMania. Além disso, temos a preocupação de criar ações de marketing que não sejam tão invasivas e que tragam algum tipo de interação entre o usuário (jogador do game) e a marca. Queremos sempre promover ações com marcas que sejam do universo do perfil do jogador, para que proporcione uma experiência diferente, lúdica e não algo que soe como uma publicidade invasiva. Esta é nossa maior preocupação.


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Pensando Java fora da xícara! Atenção, desenvolvedor: sim, você já pode escrever Javascript no seu servidor e isso veio para mudar toda a forma como pensamos nessa linguagem. A declaração é de Jean Carlo Nascimento, mais conhecido como Suissa, que trabalha com sites desde os 15 anos de idade. Há oito é profissional de Desenvolvimento Web, 64

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ENTREVISTA

utiliza primordialmente HTML5, CSS3, jQuery, PHP e Mysql. É também evangelista de tecnologias como NoSQL e Node.js. Formado pela UTF-PR, fez especialização em Desenvolvimento Web. Atualmente, trabalha como Webdeveloper Sênior, possuindo também projetos pessoais como nosqlbr.com.br, frontendbrasil.com.br, jquerybrasil. org, além de ser contribuinte do MongoBD. Nesta entrevista, Suissa fala sobre a evolução do Javascript e como ele tornou-se único na utilização de programação front-end.

Conheça, então, os novos “superpoderes” do Javascript Moderno. WIDE: O que é o Javascript Moderno e o que ele representa para a comunidade de desenvolvimento? SUISSA: O Javascript Moderno é o nosso Javascript atual com toda sua evolução e aplicações inovadoras. Ele representa o salto evolutivo na programação tanto do client-side como do server-side, abrindo um leque de novas possibilidades nunca antes visto. WIDE: Sobre front-end, a criação de aplicações cada vez mais complexas com JavaScript é realmente sustentável para empresas menores, diferentes de Google ou Microsoft? SUISSA: Com certeza é sustentável, pois hoje grandes empresas também estão soltando padrões, frameworks, bibliotecas e ferramentas para auxiliar nessa função. Nisso podemos citar grandes ferramentas como Twitter Bootstrap, Yeoman (Google), AngularJS (Google), entre outros. WIDE: Como você vê o desenvolvimento web para ambientes móveis? Acredita que algum dia uma aplicação móvel 100% web poderá realmente superar ou substituir uma aplicação iOS ou Android de alta qualidade? SUISSA: Esse movimento em rumo de web apps já está acontecendo a passos largos e acredito que não demorará muito tempo para que o Web App seja o nativo e não o Java ou Objective-C. Já vemos isso em sistemas como Boot2Gecko, Windows8, Chrome OS, FirefoxOS. Nesse momento, essas alternativas ainda estão engatinhando, mas com certeza serão o futuro. WIDE: Qual é o ritmo das atualizações e das novas versões dessas ferramentas? SUISSA: Varia muito da ferramenta, mas se citarmos o Node.js que é um dos marcos desse Javascript Moderno, vemos que ele já ultrapassou o número de watchers, no Github, do Ruby

on Rails. Hoje em dia, o Javascript é a linguagem mais utilizada do Github. Por isso, temos uma comunidade em franco crescimento e que está fomentando esse desenvolvimento em uma velocidade incrível. WIDE: O que você recomenda para os desenvolvedores que estão iniciando no desenvolvimento front-end? SUISSA: Recomendo que estude muito bem HTML5, CSS3, jQuery e, em paralelo, o Javascript puro. E, para auxiliar nessa tarefa, pode-se utilizar pré-processadores e ferramentas automatizadas como: Less, Sass, Compass, Zen Coding, SublimeText (ótimo editor). WIDE: No WOB2012, Wide Open Business Conference, realizado no Rio de Janeiro, você falou sobre Javascript moderno. Quais foram as principais dúvidas dos participantes? Ou seja, quais são as principais demandas se tratando desse assunto? SUISSA: Boa parte questionava sobre como construir um sistema inteiramente com Javascript. E isso já é possível atualmente. Chamamos esses frameworks de fullstack, pois oferecem todos os módulos necessários para o desenvolvimento de um sistema completo em Javascript, utilizando no front-end um sistema de templates em Javascript e no back-end o Node.js.

“Recomendo que estude muito bem HTML5, CSS3, jQuery e, em paralelo, o Javascript puro” 93 > TECNOLOGIA | WIDE |

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“Ultimamente o Flash vem perdendo seu trono na Internet e o Javascript com HTML5 veio para ocupar esse lugar” WIDE: Existem cases interessantes que podem ser citados e usados como referência? SUISSA: Na verdade, hoje em dia, a maioria dos serviços que você utiliza normalmente depende de Javascript para ter um workflow mais ágil, mesmo tendo versões sem Javascripts que perdem completamente o poder, sistemas como: Facebook, Gmails, Grooveshark e outros. WIDE: Por ser uma das linguagens mais populares nos últimos anos, é natural que muitos se questionem se ela é ideal para o desenvolvimento de jogos, visto que conquistou rapidamente mercado nos jogos de celular e obteve seu espaço na internet. Quais são as vantagens e desvantagens do Javascript nesse mercado de games? SUISSA: Nesse caso, naturalmente os jogos web são feitos ou em Flash ou em Javascript. Ultimamente o Flash vem perdendo seu trono na Internet e o Javascript com HTML5 veio para ocupar esse lugar. É uma tendência criar jogos em HTML5 e que no futuro irão rodar em bem mais dispositivos do que apenas na internet. A vantagem dele é ser nativo em todos os navegadores, podendo ser jogado desde celulares a geladeiras (no futuro).

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Tableless Diego Eis ESSE TEXTO É PRA MIM Você já leu o manifesto do engenheiro de front-end? Se não, corre para esse link: http:// f2em.com. Eu percebi neste ano que a maioria dos devs se apega tanto a assuntos técnicos que acabam ignorando assuntos importantes e básicos. São coisas simples que geralmente você só pensa quando há alguma pressão externa. Poucos profissionais tentam entender como funciona o mercado. Como funciona o sistema. A maioria está na zona de conforto.

É difícil encontrar profissionais que saibam precificar seu trabalho de forma que o preço oferecido pelo seu trabalho seja o justo. Ou se cobra muito caro ou se cobra muito barato. Seu preço deve ser bom para os dois lados. Se você cobra muito caro, não é bom para o cliente. Se você cobra muito barato, não é bom para você. Não é justo, entende?

Digitar bons códigos HTML e CSS é fácil. Todo mundo faz. O @ sobrinhoweb faz. O problema é ser bem sucedido na sua carreira. E eu não digo que você precisa virar diretor para ser bem sucedido. Você só precisa fazer as coisas bem feitas. Não é muito difícil. Mas entender como as coisas funcionam quando você não está na frente do computador é a grande sacada. É onde você vai aparecer e não o seu avatar. Estamos tão encurralados com todas as tarefas que nos pedem que nos esquecemos de como as coisas funcionam. De como uma boa conversa aparentemente sem importância com seus colegas ou com seu gerente pode mudar o rumo das coisas. Escolha suas batalhas e vá para cima. Mas faça boas escolhas. Não sei se consegui me fazer entender. Talvez eu esteja escrevendo para mim mesmo, chamando minha própria atenção. Eu quero que você entenda que assuntos técnicos são importantes, mas não é tudo o que importa. Mas já que você está aqui, tente pensar junto. Tente mudar junto. E me desculpe ser tão sentimental assim. Nas próxima eu melhoro… Não prometo, mas vou tentar. Quem sabe ano que vem? ;-)

Vamos falar de coisas mais simples: Você sabe atender bem seu cliente? Se você falar que sim, pense duas vezes. Você já atrasou algum job? E se atrasou, abriu o jogo com o cliente para falar os seus motivos em vez de tentar enrolar e dar uma desculpa? E aquela feature que você prometeu na faixa, fez? Entende o ponto? Na verdade falta muito amor. E amor, querido leitor, é tudo. É ele que vai te fazer ter calma quando aquele servidor sair do ar. É ele que te fazer ter paciência quando o seu colega fizer uma merda muito grande. É ele que te faz ter um propósito. E propósito não é algo que se compra. Quando deixei minha empresa para virar funcionário eu tinha um propósito. Ninguém larga a empresa que fundou para virar empregado em uma outra empresa qualquer por que acha legal. É preciso ter propósito até mesmo para você não achar que sua decisão é uma burrice estúpida. Você tem que se apegar a alguma coisa. É terapêutico até. Mesmo que esse objetivo não seja dominar o mundo, ter algum objetivo te faz manter o foco. Ter um propósito te faz pensar duas vezes nas coisas. Te faz filtrar o que por te fazer perder tempo e você se torna muito mais direto em suas decisões.

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Diego Eis Criador do site Tableless (www.tableless.com.br), palestra sobre padrões web e jogador compulsivo de XBOX. E-mail: diego@tableless.com.br Twitter: @diegoeis


Mercado de TI Paulino Michelazzo TENTE OUTRA VEZ Uma das passagens mais interessantes de minhas viagens aconteceu em Siem Reap, Camboja, onde conheci um motorista de tuktuk (um pequeno carrinho adaptado de moto com assento na parte de trás) que atento à globalização e aos turistas ávidos em conhecer os templos de Angkor, mandou fazer em uma plotter qualquer a frase “hi-level personal service local knowledge. Anytime/anywhere We’ll get you”, juntamente com seu endereço de e-mail. Intrigado com tal atitude pouco vista em países subdesenvolvidos, questionei se aquilo realmente lhe dava frutos e não era simplesmente uma brincadeira. Qual minha surpresa quando me confidenciou “sim, recebo e atendo muitos clientes assim”? Enorme Quando recordo esta passagem fico me perguntando por que ainda não somos capazes de perceber onde estão as oportunidades de empreendedorismo no Brasil. Se um simples motorista de tuk-tuk no meio do Camboja consegue percebê-las em seu ambiente, o que acontece com o tal povo guerreiro e trabalhador? Pior fica então quando diante dos escândalos e desmandos frequentes que assolam nosso país, o brasileiro ainda arruma tempo para bisbilhotar a vida dos outros nas redes sociais, assistir pelada no final de semana e “bater laje” regada com cerveja meio gelada e carne de matadouro clandestino. Incompreensível e decerto tema para uma boa tese de mestrado. É fato que existe uma burocracia enorme, uma máquina bruta que, na maioria das vezes, emperra o sonho de realizar qualquer coisa que não seja passar em um concurso público. Mas isso não pode ser desculpa para deixar de abraçar as oportunidades existentes ou até melhor, criar novas oportunidades, novos produtos, novos serviços. Aqueles que usam a Internet há mais tempo percebem com facilidade como ela mudou em tão pouco tempo e quantas foram as oportunidades criadas. Alguns se regozijam de as terem aproveitado enquanto outros somente as lamentam, mas pouco ou nada fizeram para abraçar as mesmas oportunidades.

Porém, não acredito que seja a burocracia ou a falta de visão os principais fatores culpados pela inércia empreendedora tupiniquim, mas sim o grande medo de mudar, ou ainda de abrir os braços para o desconhecido. Muitos até sentem aquela vontade de “meter o pé na mesa”, na carreira, no emprego ou na profissão. Porém, o medo da mudança é tão grande que retrai o indivíduo ao ponto deste não conseguir dar um passo adiante. Este é o paradigma que precisa ser alterado e rompido, se realmente queremos ser empreendedores. Muitos são aqueles que têm medo de errar, de jogar todo um status-quo pela janela e recomeçar e, muitas vezes, são estes mesmos que lamentam com mais força as oportunidades perdidas ou que invejam de alguma forma o sucesso de outros. Aqui, outro erro: não se deveria invejar o sucesso de outrem, mas sim a coragem de fazer diferente. Com o advento da Internet e sua penetração em boa parte do território nacional, oportunidades saltam aos olhos de todos e permitem que qualquer um possa fazer algo novo. Estamos vivendo um momento onde fronteiras geográficas estão desaparecendo, softwares estão se tornando cada vez mais fáceis e baratos e existe um pouco mais de dinheiro no bolso. Então, qual é o problema? Seria realmente o ambiente ou seria aquele monstro escondido atrás da porta que teima em sussurrar no ouvido “não faça, você vai se dar mal”. O final do ano está chegando, e com ele não somente aquelas infindáveis oportunidades de abraçar alguns quilos ou as eternas filas em shopping centers. Está também chegando outro momento para recapitular o ano e as oportunidades perdidas na tentativa de fazer algo diferente, principalmente quanto ao medo da mudança. Tentar de novo, sentir o ambiente de forma diferente e, principalmente, fazer diferente. O monstro pode ser grande, mas não é invencível. Então, tente outra vez! Feliz 2013!!

Paulino Michelazzo Possui quinze anos de experiência em internet e atua como consultor web em todo o mundo. Palestrante costumeiro de eventos de tecnologia, é coautor de três livros na área de internet e software livre e escreve regularmente sobre empreendedorismo e desenvolvimento em seu site: www.michelazzo.com.br E-mail: paulino@michelazzo.com.br Twitter: @pmichelazzo

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Segurança Anderson Tamborim

AUDITANDO A SEGURANÇA: ANÁLISE ESTÁTICA DE CÓDIGOS Cada vez mais serviços estão sendo direcionados para plataforma web, sendo assim acabamos ficando dependentes ainda mais destas aplicações. Estes sistemas têm que ser cada vez mais onipresentes (quero acessá-los de qualquer lugar – cloud) confiáveis (quero que ele faça o que ele precisa fazer) e ágeis (quero que façam isso rápido!). Qual a consequência disto? A consequência imediata é: sistemas cada vez mais complexos. Quando digo complexo não me refiro tão somente à complexidade do código fonte ou o seu desenvolvimento, mas também a complexidade inerente ao serviço em si. Cada vez mais APIs, cada vez mais plugins, cada vez mais sistemas interconectados e interdependentes. Uma vez que a complexidade entrou na equação ela traz o seu efeito colateral: situações inesperadas. Quando temos um ciclo de vida em nossa aplicação que não contempla o devido cuidado com segurança, temos implicações de diversos níveis. A maior delas é que em geral problemas que a primeira vista são simples e pequenos, acabam se tornando verdadeiros pesadelos. Análise Estática do Código consiste basicamente em antever problemas de segurança efetuando uma auditoria no código, sem executá-lo. Isso pode se tornar uma tarefa muito trabalhosa, especialmente quando o desenvolvedor não tem experiência com segurança e se não existe um framework de desenvolvimento seguro em uso no projeto. As aplicações web são alvos constantes de ataques, quase que 24 horas por dia. Temos estatiscas de que muitas vezes, 60% do tráfego diário que chega a um website é gerado por bots que em sua grande maioria estão procurando por scripts vulneráveis para efetuar ataques, comprometer o servidor e a aplicação e fazê-la parte de sua rede de zumbis. Não seria nada legal ter seu E-commerce em uma lista de hosts que estão disseminando Malwares para os usuários. Isto pode comprometer gravemente seus negócios. Para auxiliar desenvolvedores neste árduo processo de análise estática, temos algumas aplicações muito interessantes e que podem realmente trazer a tona, muitas vezes problemas de segurança que não eram imaginados durante o desenvolvimento. Talvez aquele “warning” que seu compilador cuspiu na tela e

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você pensou “ah mas é apenas um warning, não tem nada de grave ai..” esconda muito mais do que imagina RIPS – ANALISADOR ESTÁTICO DE VULNERABILIDADES EM CÓDIGO FONTE DE SCRIPTS PHP

RIPS é uma ferramenta escrita em PHP para encontrar vulnerabilidades em aplicações PHP utilizando o conceito de análise estática do código. Utilizando tokenização e parseando todos os arquivos de código PHP, ele consegue transformar seu código fonte PHP em program model e detectar sinks sensíveis (pontecialmente funções vulneráveis) que poderiam ser manipuladas por um userinput (influenciada por um usuário malicioso) durante o fluxo do programa. Além disto, baseado na estrutura de output de uma vulnerabilidade encontrada, RIPS também oferece um framework integrado de code audit para que você possa fazer uma análise manual. Entre algumas das features apresentas pelo RIPS, temos: RIPS consegue identificar por padrão diversas vulnerabilidades em sua aplicação, em sua grande maioria as listadas no OWASP Top 10 são identificadas. Segue, abaixo, uma pequena lista das principais vulnerabilidades identificadas pela aplicação: • Code Execution • Command Execution • Cross-Site Scripting • Header Injection • File Disclosure • File Inclusion • File Manipulation • LDAP Injection • SQL Injection • XPath Injection A interface de auditoria de código do RIPS consiste de algumas funcionalidades muito interessantes, entre elas podemos citar: • Estatísticas referentes ao Scans e as vulnerabilidades da aplicação • Linhas de código vulneraveis são agrupadas • Descrição das Vulnerabilidades com exemplo de código, PoC e patch • Engine que permite a criação do Exploit para explorer a vulnerabilidade encontrada • Exibição gráfica de arquivos (conectada pelos includes)


• Exibição gráfica de funções (conectadas pelas calls) • Userinput list (parámetros da aplicação) • Visualização do código fonte com destaque em funções e parametros Entre muitas outras que permitem que você faça o debug da aplicação utilizando inclusive expressões regulares. Efetuando a análise estática do código com RIPs, você consegue rapidez ao executar a análise (executar uma análise estática manualmente pode ser dolorosamente demorado). Você consegue identificar blind/non-blind SQL exploitation, detectar backdoors em seu código entre outras vantagens.

Engine permite criar Exploits para gerar PoC da vulnerabilidade.

DOWNLOAD + INSTALAÇÃO

Para utilizar o RIPs você precisa primeiramente de um webserver local com suporte a PHP (tendo em vista que você é um desenvolvedor PHP, você já deve ter um ). Feito isto basta baixar a ultima versão estável, extrair os arquivos em seu Document Root do servidor web e acessar a interface, disponível em: <http://ip_servidor/rips>, e iniciar as análises. Esta é apenas uma das diversas ferramentas disponibilizadas para análise estática de código. No próximo artigo veremos algumas multi-languages que irão permitir analisar códigos C/C++/ Java e muitas, inclusive, binários já compilados. Aplicação sendo analisada – Temos os resultados Preliminares com o número de funções vulneráveis.

Até a próxima!

Anderson Tamborim

Visualização gráfica dos Arquivos - Interligação ocorre por meio dos Includes.

Security Engineer da TrustSign: Intelligence to Security - possui mais de 12 anos de experiência em segurança da informação. Focado em penetration Testing, análise de Malwares e Advanced Threats, engenharia social e desenvolvimento de aplicações para testes de segurança. E-mail: anderson.tamborim@in2sec.com LinkedIn: /atamborim

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marketing

VOCÊ FAZ PARTE DA NOVA GERAÇÃO? A Arteccom marcou presença no Futurecom, evento de Telecomunicação, TI e Internet, realizado entre os dias 8 e 11 de outubro, no RioCentro. Você confere, a seguir, uma compilação de alguns temas que foram discutidos durante o congresso.


REPORTAGEM

S

e você acredita que a tecnologia 4G ainda é algo distante, você está equivocado. Neste ano os debates da Futurecom foram em torno dos desafios da implantação da nova conexão em 2013. “A Nova Geração de Tablets, Smartphones, Ultra Notebooks e Web Tv’s: uma Sociedade que se Transforma” foi o tema de uma mesa-redonda coordenada pela jornalista Elvira Lobato, que já iniciou sua fala com uma provocação bem atual: “Em relação à geração mobile, qual é a expectativa desse novo usuário? Marcelo Leite, responsável pela estratégia de vendas e desenvolvimento do portfólio de soluções tecnológicas da Cisco, falou sobre a experiência social com vídeo de alta performance. Segundo ele, esta realidade está mudando a forma das pessoas trabalharem e viverem. Ou seja, a expectativa é que se possa ver tudo, resolver situações emergenciais com apenas um dispositivo. Para ele, a sociedade já vive essa experiência de alta performance. O diretor da Oi Roberto Guenzburger ilustrou sua resposta com uma indagação que sua filha o fez recentemente. Ao ser perguntado por que os celulares estão maiores atualmente, ele respondeu que hoje queremos fazer tudo pelo celular: compras, assistir vídeos, ter uma experiência rica, então os displays estão mais sofisticados, com maiores layouts, mas é algo que tende a diminuir. A próxima geração será das telas flexíveis, dobráveis, transparentes, com necessidade de grande capacidade de processamento. Durante a discussão do tema, foram apresentados dados interessantes aos participantes, como o de uma pesquisa que apontou que se um determinado número de pessoas saísse de casa sem sua carteira, 30% voltariam para buscá-la. Se esquecessem o smartphone, por exemplo, 60% voltariam. Outra pesquisa comprova que 58% das pessoas acessam seus dispositivos móveis de 30 em 30 minutos, e desses, 55% de 10 em 10 minutos.

Roberto Guenzburger revelou o que precisa ser feito para acelerar ainda mais a penetração do smartphone no Brasil. Para ele, é preciso baratear o custo dos equipamentos, visto que lá fora um bom dispositivo 3G custa $70. Outra observação é que os fabricantes devem trazer modelos mais adaptáveis para nós, brasileiros. O pré-pago atinge 95% da classe C com pacotes de R$ 10/mês. Guenzburger acredita que a ascensão do 4G vai, de fato, acontecer no Brasil. Os Estados Unidos estão à frente, seguidos de Alemanha e logo depois vem o Brasil. Houve uma discussão intensa sobre o assunto, com diversas opiniões e previsões, a exemplo de que na Copa das Confederações, em junho de 2013, seis cidades vão operar o 4G e o Rio de Janeiro será uma delas. “É preciso ampliar também a rede wi-fi no Brasil, temos um grande desafio da qualidade (sinal ruim), e ultrapassar as barreiras culturais - os mais velhos e a massa devem receber educação do governo e das operadoras. Um exemplo clássico é no ponto de venda, onde existe uma oportunidade única de ensinar o usuário a utilizar melhor seu smartphone.” Para o diretor de vendas diretas da Dell, Henrique Sei, a principal barreira não é o custo do dispositivo, e sim o custo do serviço. Defende ainda que é preciso desonerar impostos – medida que começa a ser tomada pelo governo. O diretor de soluções da PromonLogicalis, Julian Nakasone, exemplificou como as empresas já sabem tirar proveito de toda essa tecnologia disponível. Segundo ele, 70% das empresas usam as redes para fins comerciais, como por exemplo a carta de vinhos em tablet nas enotecas. Isto significa que a utilização de iPads, iPods e celulares não é restrita ao uso pessoal. Muitas empresas têm criado soluções inovadoras para facilitar a vida do consumidor final. Os iPods e smartphones já são tendência em muitos bares e restaurantes de São Paulo, substituindo o antigo bloquinho de notas.

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MARKETING

“Hoje queremos fazer tudo pelo celular: compras, assistir vídeos, ter uma experiência rica, então os displays estão mais sofisticados” Martin Restrepo, sócio-fundador da Editacuja, levou um case bem atual para o Futurecom. Segundo ele, a escola está passando por um processo de transformação, deixando de ser o único espaço para aprender. “Hoje aprendemos em qualquer lugar com os dispositivos móveis. Você pode fazer uma trilha e conhecer novas plantas ou ainda ter uma aula de ciências no Jardim Botânico. Ou então ir a uma igreja e conhecer a história/ arquitetura por meio dos tablets. São apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode ser aplicada com sucesso em diversos segmentos educacionais. “A tecnologia está permitindo a escola pular o muro, educação em qualquer lugar, estamos falando de acesso, e o conhecimento transmitido/consumido está sendo baseado na colaboração. “Diante disso, temos a certeza de que o mundo é uma imensa sala de aula”, afirmou. Restrepo citou ainda outras estratégias para o maior alcance da educação, a exemplo de trabalhar mais com os professores para estimulá-los a criarem conteúdos para dispositivos móveis (mobile education). Nesse quesito, disse que conteúdo deve vir acompanhado de uma experiência, não é simplesmente colocar os ensinamentos na tela de um Power Point. A formação nessa área tecnológica é muito importante e aqueles que ensinam devem usar dispositivos adequados, recursos de GPS, entre outras funções. “O momento é mais que propício para que as escolas comecem a implementar essas inovações”, disse. Outra questão que gerou rico debate foi quando a mediadora Elvira Lobato fez a pergunta: “Quais são as tendências para o futuro dos smartphones e tablets? O computador vai acabar?” Henrique Sei, da Dell, foi direto e incisivo ao afirmar que ainda não. Ele lembrou que já vendemos mais notebooks do que desktops, que neste ano vendemos mais smartphones e no futuro venderemos mais tablets. “Não sei se estarei vivo para

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ver o fim do computador. A tecnologia antigamente era desenvolvida para o mercado corporativo e estendida para o uso pessoal. Agora isso inverteu, as empresas têm que se preparar para este descontrole da informação corporativa (veja reportagem de tecnologia na página 54). Já o gerente Nacional da Panasonic no Brasil, João Alberto Simões, lembrou aos participantes que devemos ficar atentos ao mercado de dispositivos móveis usados, como acontece nos EUA. Segundo ele, podemos nos preparar para isso aqui também. E foi realista ao afirmar que existe sim, a necessidade dos tablets, mas também o desejo. O painelista da Oi, Roberto Guenzburger, apostou na tendência multiscreen como a mais forte de todas. Ele lembrou recente pesquisa do Google que revelou que o novo mundo é multiscreen, ou seja, 90% das pessoas têm mais de duas telas. Lembrou ainda que computador é associado ao trabalho. Notebook é a escrivaninha da casa. Tablet é sofá. Smart é bolso, ou seja, o tempo todo, ou seja, estamos em contato com as telas. Já em relação a softwares, a tendência são os ecossistemas: Windows, Android, Google e IOS (Apple). Para o representante da Vivo, os preços vão continuar caindo. A chegada do 4G vai reduzir o custo do 3G. Mas um grande desafio é, sem dúvida, a bateria, alvo de reclamações nos EUA e que muitas vezes passa despercebido, diante de displays cada vez mais sofisticados. Já Marcelo Leite, da Cisco, assegurou que as redes precisam evoluir, ter cobertura de qualidade em todo o Brasil, com acesso seguro e alta performance multimídia, seja 3G, 4G ou wi-fi. Ao falar sobre o cenário de oportunidades, Leite lembrou que o Brasil tem 25.000 desenvolvedores de apps e na China são 250.000. Ele alerta que precisamos evoluir nesse patamar, pois isso é oportunidade, uma vez que demanda existe e de sobra. Julian Nakasone afirmou ainda que evolução tecnológica é combinar a mobilidade com cloud computing, e que as grandes tendências atuais são: economia de escala (o desktop vai diminuir a escala e desaparecer com o tempo); e fazer um smartphone virar um PC. “A questão é quando, e não se”, brincou.


CIDADES INTELIGENTES Esse foi o tema de outra importante mesa-redonda realizada no Futurecom. A coordenação foi do jornalista Márcio Gomes, da Rede Globo. A fala de Manuel Rodrigues de Sousa, da KPMG, exemplificou com propriedade o que vem a ser uma cidade inteligente. Ao analisar uma pesquisa que é realizada desde 2006 sobre tendência de consumo em meios móveis, o resultado é incentivador. Para escolher a operadora, o usuário tem uma ordem de prioridade: em primeiro lugar vem a área de cobertura, seguido do serviço/qualidade e por último o preço, fato que mostra que custo não é o mais importante. Além disso, 65% das pessoas armazenam algum dado na nuvem, ou seja, cloud é tão presente na vida das pessoas, que nem elas mesmas percebem. Outro dado interessante é que 86% dos brasileiros acessam as redes sociais durante 2h por dia. Franklin Dias, secretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, apresentou o case Piraí Digital, que faz parte do Plano Nacional de Cidades Digitais. O projeto é um sistema de conexão rápida (14 megabits), sem fios (wireless), mediante uma antena de rádio, cujo sinal abrange toda a área da cidade. A inovação reside no fato de a conexão não ser ponto a ponto. As ondas transmitidas por antenas de rádio geram uma “bolha”, na qual o sinal é disponibilizado para todos. Para o secretário, deve haver mais políticas públicas que garantam esse direito, demanda que segundo ele está na Câmara dos Deputados para ser discutida. “As comunidades inteligentes são o grande desafio para a prefeitura, bem como a conectividade. Cidade inteligente = conectividade + inovação + inteligência de sistemas + processos + pessoas. O objetivo é sempre permitir uma gestão urbana com maior eficiência e o Rio de Janeiro tem grande potencialidade na economia criativa”, afirmou. Para finalizar, o secretário exemplificou um concurso de apps em que o Brasil inscreveu mais de 1.000 e Nova York somente 800. Jorge Bittar, secretário de Habitação do Estado do Rio de Janeiro, lembrou que a cidade optou por desenvolver uma única plataforma para controlar toda a demanda tecnológica da capital, em parceria

com a IBM. Com isso, o uso intensivo da tecnologia pode permitir anteciparmos catástrofes naturais, tais como as enchentes. Para alcançar resultados ainda mais satisfatórios, Bittar lembrou que os poderes público e privado precisam trabalhar mais juntos em prol de uma conectividade plena. Não se pode haver contrastes sociais, a tecnologia deve ser acessível a todos, como o Projeto Inova Brasil, no Complexo do Alemão. Francisco Cavalcanti, da Oi, acredita que o papel da operadora deve entrar na pauta de discussão das cidades inteligentes. Afirmou ainda que a Oi busca um papel de provedor de soluções integradas, entendendo os desafios do governo para oferecer a solução adequada. Para isso, citou a criação de apps sociais, tais como de combate à dengue, trânsito, saúde da família etc. Amos Maidantchik representou a Cisco e lembrou que cidade inteligente é um espaço que entenda o profundo uso da tecnologia. Em uma escala de necessidades, citou: Educação + saúde + segurança + transporte + governo eletrônico. Para ele, banda larga é a quarta utilidade pública, ou seja, precisamos com muita urgência. O diretor de negócios para governo da NEC Brasil, Massato Takakuwa, chamou a responsabilidade para o cidadão também, que pode/deve contribuir, segundo ele. Um exemplo que o empresário citou é de um motorista fotografar um engarrafamento para oferecer alternativas, via GPS, a chamada contribuição social. E a cidade inteligente ser capaz de mudar o tempo de um semáforo por conta de uma postagem/ação. É chegado o momento desse desafio maior, com a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil. A Motorola acredita na necessidade da agilidade na tomada de decisão. Para isso, segundo um dos diretores da Motorola, Joeval Martins, é fundamental diminuir egos e cuidar da formação do time. É pela construção da equipe que se deve começar. Martins defendeu que o foco deve ser também em tecnologia nos transportes – grande desafio para os jogos. “O transporte tem nota pior que a segurança. Sem dúvida a realização dessas competições será um bom pretexto para impulsionar os investimentos e deixar um legado sustentável a longo prazo, que tanto precisamos.” 93 > MARKETING | WIDE |

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Os desafios da televisão brasileira O diretor da CGCOM (Central Globo de Comunicação), responsável pela imagem da maior emissora de TV aberta do País, fala com exclusividade à Wide sobre os desafios da comunicação, o uso das redes sociais, TV, cinema, a nova classe C, convergência de canais, entre outros assuntos.

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Luis Erlanger Diretor de Comunicação da TV Globo WIDE: Você é responsável pela imagem da maior emissora de TV aberta do País. É pelo seu estratégico departamento que passa todo e qualquer pedido de entrevista com atores e jornalistas do canal, além da divulgação de novos projetos. Como é o desafio diário de encarar tanta responsabilidade em tempos de superexposição e pouco controle sobre a informação? ERLANGER: É um privilégio trabalhar na área de comunicação neste momento histórico em que o mundo é tão globalizado. Os desafios da comunicação no século XXI são muito estimulantes e exigem dos profissionais uma inteligência rápida e uma capacidade relacional ainda maior. Com tão pouco controle sobre a informação, o importante é saber participar das conversas e contextualizar as informações. É preciso transparência, conhecimento amplo e coragem. Acho empolgante especialmente porque minha equipe é aplicada, criativa e adora desafios. WIDE: Em relação ao uso das redes sociais e da internet no Brasil, você pode elencar os lados positivos e negativos do uso exacerbado dessas novas mídias por parte dos brasileiros? ERLANGER: Acho que temos um ganho muito importante que é o de “dar voz” a qualquer um que queira se manifestar. As mídias sociais são um instrumento democrático e que trazem para o cidadão a oportunidade de fazer valer sua opinião e seu ponto de vista de forma mais relevante. O lado negativo é que em nome da democracia e da liberdade muitos abusos são cometidos. Mas esse é um processo natural de acomodação em um processo que é todo muito novo. Acho que com o tempo esse ambiente tende a se auto-regular e deixar mais evidente a separação entre o joio e o trigo. WIDE: O cinema brasileiro está cada vez mais em evidência. As novas mídias, ao invés de concorrerem com as tradicionais formas de entretenimento, estão contribuindo para a sua divulgação e crescimento? A que você atribui esse sucesso? ERLANGER: As novas mídias permitem um canal de retorno

imediato. Isso para a indústria audiovisual é um “prato cheio”, uma medição instantânea de repercussão. Não é apenas o cinema. A TV também se beneficia dessa “conversa” à sua volta. As pessoas gostam de se unir em torno de temas que proporcionem afinidade. Essa convergência funciona como um círculo virtuoso onde o conteúdo estimula a conversa e a conversa desperta a atenção para o conteúdo. É uma dinâmica muito positiva. WIDE: Certa vez, em um evento, você criticou a onda politicamente correta que toma conta de diferentes setores da sociedade. Na oportunidade, você disse que Charlie Chaplin, se vivesse hoje no Brasil, seria preso na saída do estúdio. Hoje há falta dessa “ousadia”? Por quê? ERLANGER: Acho que a ousadia continua existindo. Os artistas de maneira geral não se dobram ao “politicamente correto”. Mas o que é mais chocante é que no lugar de mudar a realidade muitos preferem amordaçar a ficção. E desrespeitam o direito de escolha do cidadão. O controle remoto é, metaforicamente, uma “urna eleitoral” instantânea que garante a cada segundo o livre arbítrio do telespectador. Acho que a tendência é que isso acabe por encontrar um equilíbrio, mas o preço da liberdade é a eterna vigilância. WIDE: O pensador francês Dominique Wolton, no livro ‘Elogio do Grande Público’, foi o primeiro a falar que o rádio não acabou com o jornal, a TV não acabou com o rádio e a internet não vai acabar com a TV. Hoje essa discussão pode se tornar irrelevante devido à convergência entre os canais ou ainda é válida? ERLANGER: Penso que a discussão de meios é irrelevante. É o consumidor que converge. O importante é que você leu alguma coisa que chamou sua atenção e ajudou a formar a sua opinião. Acho que na era pós-McLuhan já podemos afirmar que a “mensagem é a mensagem”. O conteúdo é o que importa. Mas inegavelmente a televisão aberta é uma espécie de nave-mãe da história principal. Todos os desdobramentos se configuram a partir dela. 93 > MARKETING | WIDE |

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WIDE: O Brasil vive às vésperas de um momento especial, que é a chegada das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Como você avalia a infraestrutura midiática/tecnológica do nosso país, bem como os profissionais que irão cobrir esses dois momentos únicos para milhões de pessoas em todo o mundo? ERLANGER: Acho que temos excelentes profissionais para fazer uma cobertura impecável desses eventos. A infraestrutura de telecomunicações é que ainda é sofrível. Não temos toda a velocidade de banda que gostaríamos, nem nossa cobertura de telefonia está tão bem distribuída quanto o desejável. Mas acho que as empresas e o governo estão trabalhando de forma integrada e conseguiremos melhorar o quadro geral até lá. WIDE: A TV Globo, com a novela das 7 “Cheias de Charme”, conseguiu atrair a atenção das classes A, B e C ou da nova classe C “ampliada”? E como você enxerga essa nova classe C, assunto que invadiu as mídias no ano de 2012? ERLANGER: A TV aberta é, por excelência, um veículo muito abrangente no que diz respeito ao alcance de público. Até mesmo por sua característica de oferecer conteúdo gratuito ao telespectador. Esse é o grande desafio da TV Globo: manter a qualidade de suas produções, mas ser absolutamente popular, capaz de atingir todas as classes, idades e gêneros. Acho que “Cheias de Charme”, assim como “Avenida Brasil”, são exemplos disso. De um conteúdo de qualidade inegável. Quando temos uma boa história e ela é bem contada, os resultados aparecem. Já vivemos vários momentos de desenvolvimento econômico no Brasil e todas as vezes que uma nova camada da população tem acesso a bens de consumo, precisamos nos ajustar para acolher mais esses milhões de espectadores que passam a nos prestigiar com sua audiência. É uma permanente busca da qual muito nos orgulhamos: ser capazes de entender e atender aos anseios do nosso público. WIDE: Como você analisa o perfil do brasileiro em relação à sensação de pertencimento aos meios comunicacionais? Essa característica cultural faz também com que as redes sociais, com base em relacionamento, façam sucesso no Brasil. Como você acredita que podemos extrair valor dessa peculiaridade? ERLANGER: Os veículos de comunicação de massa são um tipo de “Cimento Social”. O fato de termos no Brasil determinados fenômenos de comunicação de massa, como é o caso da novela, por exemplo, é a maior prova disso. Ter um assunto que possibilita entabular uma conversa com qualquer pessoa é muito acolhedor, confortável. Hoje, em qualquer lugar do Brasil é possível comentar sobre as desventuras da Nina, a maldade da Carminha ou a ingenuidade do Tufão. E isso é sempre um bom aquecimento para iniciar qualquer relacionamento. As redes sociais só reforçam esta característica. A sociedade brasileira é profundamente relacional e é claro que qualquer

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aspecto da comunicação tem possibilidade de extrair valor dessa peculiaridade. WIDE: Hoje, todo mundo fala em inovação. Várias corporações, assim como a TV Globo, têm seus modelos para fomentar a inovação dentro das empresas. Você acredita que o Brasil está no caminho certo? São com essas iniciativas que o país tende a progredir e se tornar um celeiro de projetos inovadores ou a falta de investimentos em educação, tecnologia, infraestrutura, vão continuar limitando esse crescimento? ERLANGER: Esses aspectos estão todos inter-relacionados. As corporações precisam estimular a inovação e propiciar o aparecimento de iniciativas neste sentido, bem como o governo precisa desenvolver a infraestrutura e investir em educação. Esses pilares precisam caminhar juntos. Mas acredito que o país está num bom caminho. O Brasil hoje é ponto focal de atenção de todo o mundo desenvolvido. Temos conquistado patamares importantes e com a democracia florescendo e a manutenção da estabilidade econômica, acredito que temos um belo caminho pela frente.

“Já vivemos vários momentos de desenvolvimento econômico no Brasil e todas as vezes que uma nova camada da população tem acesso a bens de consumo, precisamos nos ajustar para acolher mais esses milhões de espectadores”


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VOCÊ É... AGÊNCIA 11:21

PEIXE URBANO

RIO SAMPA

DONA COISA

DELIVERY SUSHIRAO

VIVA REAL

O QUE VOCÊ PUBLICA! CONHEÇA ALGUNS CASES E DIFERENTES ESTRATÉGIAS ADOTADAS NAS REDES SOCIAIS QUE VÊM DANDO CERTO 80

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OPINIÃO

Como acontece com todas as tendências, as empresas iniciam ações que viram moda e estas viram parte do nosso dia-a-dia. Mas não estamos falando apenas de modismo ou algo inventado e sim algo percebido. Por isso, convidamos alguns empresários a contarem como tem sido trabalhar nas redes sociais, que de fato se mostram cada vez mais sólidas e promissoras. Perguntamos, então, aos entrevistados, quais estratégias são utilizadas para conquistar melhores resultados. Com o atual momento do Facebook no Brasil, não há hora melhor para explorar esse “boom” como agora. Inspire-se nas ideias a seguir e bons negócios!

DELIVERY SUSHIRAO Delivery Sushirao - www.facebook.com/Delivery-Sushirao Já pensou ter uma nova opção para seus pedidos em casa, visando algo mais saudável do que fastfoods e pizzarias? A inovação pode ser por meio de um serviço simples, com comida de boa qualidade e entrega rápida. Esse é o Delivery Sushirao, especializado em comida “japa”. As PROMOÇÕES-RELÂMPAGO NO FACEBOOK são tentadoras e deliciosas. São quase 3.000 curtidas em pouco tempo de funcionamento. Recentemente, inclusive, o Delivery precisou estender seu horário de funcionamento, diante do aumento de pedidos pelo chat da fanpage.

RIOSAMPA Manoel Melo, RioSampa Transporte Executivo - www.facebook.com/riosampacar Desde o início de nossas atividades, apostamos na web como a melhor estratégia de marketing para o nosso negócio. O primeiro passo foi a campanha no Adwords do Google, que culminou na conversão de tráfego significativo para o nosso site. Combinado ao Adwords, utilizamos Landing Page em campanhas online, com o objetivo de migrar usuário para a nossa fan page no Facebook e observamos uma maior integração dos usuários com as nossas ações diárias. No Facebook, optamos por não incluir link patrocinado, entendemos que um número maior de pessoas curtindo a página não seria o fator diferencial para o nosso negócio.

Trabalhamos com a PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS SEGMENTADOS como, por exemplo, o PDES (grupo de profissionais de eventos no Facebook), participando destes , e percebemos que vale muito mais um trabalho de inteligência dentro do ambiente onde potenciais clientes terão acesso ao seu negócio do que investir em cliques de público com pouco ou nenhum interesse pelo negócio.

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AGÊNCIA 11:21 Gustavo Bastos, Agência 11:21 - www.facebook.com/onze21?fref=ts e www.facebook.com/gustavo.bastos.376?fref=ts Temos tido resultados muito expressivos NA COMBINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE WEB E REDES SOCIAIS JUNTO COM TELEVISÃO. Sempre que a estratégia combina de maneira criativa estas mídias, o resultado se multiplica. Nosso cliente Hamburguer Grã-File, por exemplo, entrou na TV e bombou no Youtube e no Twitter, apesar de ser uma campanha regional, veiculada apenas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a repercussão foi nacional e enorme. O cliente tornou-se líder de mercado no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, onde, em pesquisa, ficou em segundo em share of mind, mesmo tendo

gigantes como concorrentes. Outro cliente que combina muito bem as duas mídias é a Recreio Veículos, pra quem a gente faz TV e Facebook, além de um canal no Youtube (TV Recreio). A Recreio é hoje a maior revendedor de veículos Volkswagen no Brasil e começa a se relacionar muito bem nas redes sociais, criando uma linha direta com o consumidor.

VIVA REAL Viva Real - www.facebook.com/VivaRealBrasil Lançado em junho deste ano pelo portal VivaReal, o projeto “Guru do Corretor” disponibiliza conteúdo prático sobre marketing digital, tendências e novidades do segmento imobiliário para os 250 mil corretores existentes no Brasil. Hoje, já são 6.500 profissionais cadastrados no projeto. Por meio de estratégias em blog e Facebook, o projeto, pioneiro no setor, obteve, em seus primeiros 3 meses, mais de 27 mil visitas, de 4 países diferentes. No período,

a Fan Page do Guru do Corretor publicou cerca de 170 posts, com CONTEÚDOS DIVERTIDOS, DESCONTRAÍDOS E AO MESMO TEMPO RELEVANTES, que foram visualizados por quase 200 mil usuários e compartilhados mais de 3 mil vezes.

PEIXE URBANO Peixe Urbano - www.facebook.com/PeixeUrbano Além de divulgar as ofertas, trazemos conteúdo interessante e interativo para os mais de 1,5 milhão de fãs da nossa página no Facebook, buscando estreitar o relacionamento com o nosso público. Um exemplo são os CONCURSOS CULTURAIS, sempre que possível atrelados à nossa rede de parceiros. Em comemoração ao Dia das Crianças no ano passado, junto à Tambaú Operadora de Viagens, premiamos o autor da resposta mais criativa à pergunta: “Por que você merece ir para Orlando com tudo pago?”, com uma viagem para Orlando com 3 acompanhantes, incluindo hospedagem, passeios, entradas

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para parques e outras atrações. Recebemos 80 mil frases, um aumento de alcance dos posts da nossa página em 30% no mês do concurso e mais de 9 mil pessoas se tornaram fãs da página do nosso parceiro durante a ação.


DONA COISA Dona Coisa - www.facebook.com/donacoisa Novas coleções, criações e muita, muita inspiração. Este é o case da multimarcas Dona Coisa, da empresária Roberta Damasceno. No Facebook, o sucesso é confirmado com seus clientes e fãs exaltando o valor e o brilho da marca. Todos muito felizes com suas compras. O FEEDBACK PARA SEUS CLIENTES É ÁGIL, FUNCIONA BEM e a marca conta com a presença de grandes estilistas que sempre navegam pela fanpage Dona Coisa. Basta um lançamento de coleção postada na rede social e pronto...recorde de visualizações, comentários e curtidas. A moda nas redes sociais é um case forte e que tem dado certo para a Dona Coisa.

MAGÊ-MALIEN

CRIANÇAS QUE BRILHAM Este projeto destina-se a buscar, através da prática da capoeira, a realização de sonhos, ideias e expressões do indivíduo. É destinado aos grupos menos favorecidos: população carente, jovens de rua, infratores, abandonados, entre outros. COORDENAÇÃO Jorge Marinho (Mestre Bode) PATROCINADORES

PARA AJUDAR ENTRE EM CONTATO:

arteccom@arteccom.com.br

www.arteccom.com.br/ong www.arteccom.com.br/org 93 > MARKETING | WIDE | 83


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Web fora da caixa

René de Paula Jr.

Eu invadi a tua praia Outro dia desses alguém publicou no facebook a capa da 1ª edição da Revista de Webdesign. Você lembra como era? Well, eu não lembrava mais (faz oito anos...) e foi uma boa surpresa ver meu nome lá na capa, assinando um artigo sobre foco no cliente. Numa conta de padeiro, aquele deve ter sido o primeiro dos noventa e tantos textos que escrevi aqui. Daria um livro e tanto... se eu fosse um cara organizado e ainda tivesse backup de tudo, e se ainda fizesse algum sentido pras gerações futuras ler o que este modesto articulista que vos fala foi compartilhando mês a mês direto do front.

Tá bom, tá bom, essa história de “front” é meio estranha, ninguém está em guerra afinal, no máximo alguns campos minados, alguns tiroteios e uma bolha atômica ou outra no decorrer do período, mas eu insisto em me situar em algum lugar porque acho que é importante pensarmos sempre de onde alguém está falando. Eu sei que belas palavras e ppt’s açucarados e infográficos pululantes deixam a gente meio zonzo, mas tudo que é dito é dito a partir de um lugar, um ponto de vista, uma posição. E, simplificando, 99% dos casos se resumem a duas posições diferentes: ou o cara está falando sentado numa confortavel poltrona de autoridade “neutra” (catedrático, professor, consultor, autor, especialista, etc) e aí vai falar do mundo ideal e você que se vire com os problemas concretos, ou o cara é funcionário de uma empresa e vai provar por A mais B que você precisa do que ele vende (social media, software, gadgets, gincko biloba, red bull, sei lá). O problema aí não é haver interesses (sempre há), e é por isso que eu tento deixar claro de onde estou falando, se é como representante de alguma empresa ou simplesmente um veterano que está compartilhando experiências vividas; importante sim é a gente ter consciência de que tudo é relativo antes de aceitar como dogmas sem questionar. (Acabo de ter uma ideia pra um #desaforismo: o verdadeiro talento de quem fala bonito é fazer você engolir o papo sem mastigar). Pronto!!! Já pensei em #desaforismo de novo! Você tem ideia de quantos desaforismos eu já soltei assim, feito bala perdida? Algo como oitocentos em um ou dois anos. Foram vários por dia, disparados no Twitter e no meu Facebook, uma metralhadora de provocações ao senso comum. E é essa a razão desse artigo: eu não deveria ter feito isso. Lamento. Meaculpa. Eu invadi a tua praia, e não tenho esse direito. Ninguém deveria ter, aliás. Sim, eu sei que internet é livre, que temos direito a opiniões, que temos liberdade de expressão e tal, mas algo na internet mudou e eu não me dei muita conta: quando eu

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publico algo no meu blog, no meu site, no meu canal de vídeo, neste artigo etc, só vê quem quer, e querer, neste caso, implica digitar um endereço voluntariamente pra buscar a informação que deixei ali pra quem quiser pegar. Esse é o mundo PULL: o blog é meu, o canal é meu, vem quem quer e eu adoro essa liberdade. Quando, por outro lado, eu compartilho algo no Facebook, isso vai pipocar no facebook de um monte de gente que me adicionou. Releia essa última frase, ela tem várias implicações inéditas: você não apenas “publica” no Facebook, você compartilha com uma rede, pois um algoritmo maluco vai colocar isso no Facebook de cada um, e digo “de cada um” porque a sensação de todos nós é que aquela página inicial, composta de uma salada de coisas de todo lado, é “nossa”, tão nossa quanto nosso próprio wall ou inbox. Esse é o mundo PUSH. Ok, você é espertinho e sabe que aquilo é um agregador de feeds, mas a percepção é o que conta: se aquilo apareceu no meu Facebook, é sinal deque mandaram pra mim,é pessoal. E foi esse teu espaço “pessoal” que eu invadi com minhas alfinetadas. Pense bem que indelicadeza: alguém me adiciona porque trabalhou comigo, é um primo distante, quer manter contato, sei lá... e lá vou eu todo santo dia colocar minas explosivas no meio de uma festança de bons dias e fotos de bichinhos e ultrassons e latas de refrigerante com o nome do dito cujo (que, pasme, também é percebido como “pessoal”).

A minha tese ainda é: quem fez algo duca na internet não sabe por que acertou a mão, não sabe como melhorar o que fez e morre de medo de estragar o que está fazendo sucesso. Nenhum guru vai assumir isso, claro. “Essa é bem a praia dos meus #desaforismos ;)”

“Quem fez algo duca na internet não sabe por que acertou a mão, não sabe como melhorar o que fez e morre de medo de estragar o que está fazendo sucesso. Nenhum guru vai assumir isso, claro”

Eu não vou fazer mais isso. Eu deveria ter percebido antes que esse era um espaço pessoal, íntimo, mesmo que povoado por conteúdos aleatórios. O meio é realmente a mensagem: se a página parece minha, o que cai ali é sentido, percebido como direcionado pra mim, ponto. Vou repensar meu modusoperandi e ser menos inconveniente. Tem um aprendizado aqui que acho que pode ser útil a todos nós: o desenho de uma plataforma pode dar origem, mesmo que ninguém tenha planejado isso, a novos comportamentos, a novos sentimentos, a novas dinâmicas que a gente demora a reconhecer. Assim foi com os scraps do orkut, assim foi com os #memes no twitter, assim foi com Instagram, assim vai ser sempre que criarmos novos ambientes pra pessoas habitarem: vamos sempre ser pegos de surpresa.

René de Paula Jr. É profissional de internet desde 1996 e passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, AgênciaClick, Banco Real ABN AMRO, Microsoft Brasil. É criador da “Usina.com”, portal focado no mundo online, e do “Radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. Atualmente, trabalha na CUBOCC como diretor de new business. E-mail: renedepaula@gmail.com

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Marketing de conteúdo Bruno Rodrigues

A abrangência do conteúdo Ser único também é sinônimo de chegar ao topo no universo da gestão da informação digital – mas poucos são os que se aventuram nesta missão. Informação é poder, e informação abrangente tem um poder de fogo bem maior. Ainda são muitos, porém, os que trabalham com conteúdo sem conhecer as peculiaridades imbatíveis da mídia digital e desperdiçam tempo, dinheiro e público.

Sistemas de informação como sites e portais são repositórios ideais para trabalhar um conteúdo amplo, abrangente, que cerque a informação por todos os lados e entregue ao usuário o que ele deseja. É preciso, contudo, estar bem ciente da grande vantagem de trabalhar a informação na web: ela pode ser expandida, esmiuçada, retrabalhada. Quando o raciocínio é compreendido, é possível, então, começar a trabalhar a abrangência, o atributo mais fascinante do conteúdo digital, da maneira apropriada. A abrangência, capacidade de um sistema de informação de abarcar o máximo de dados sem a criação de ruído – e, portanto, sem prejuízo na criação de informação –, pode ser trabalhada de três maneiras em sites e portais:

ABRANGÊNCIA HORIZONTAL

O conteúdo ‘livre’ da web existe para ser usado sem limite, e talvez esse seja o ponto mais fascinante do trabalho da abrangência horizontal: contar com o conteúdo de outros para complementar o nosso, informações que estão ao alcance, mas não em nossa ‘casa’. É muito comum referenciar páginas em outros sites ou portais para contextualizar melhor uma informação – e não há nada de errado nisso: o uso deste cruzamento de informações está na base da explicação de por que sistemas de informações digitais (sites e portais) são excelentes para a construção de conhecimento, ou seja, informação + informação. A informação na web

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caracteriza-se justamente pela ligação incessante de informações, e desperdiçar o recurso da abrangência horizontal é subaproveitar ambientes perfeitos para a interseção de conteúdos, verdadeiros ‘criadouros’ de conhecimento’.

ABRANGÊNCIA VERTICAL

‘Desdobrar para conquistar’ é o lema da abrangência vertical. Diferentemente da abrangência horizontal, a vertical trabalha com o conteúdo olhando para si próprio, e não para outros além de sua ‘fronteira’. A elaboração de um conteúdo desdobrado é o trabalho de ‘dissecar’ uma informação, esquadrinhá-la e investigar cada um de seus aspectos. Um por um, cada aspecto da informação – ‘o que’, ‘por que’, ‘quando’, onde’, ‘como’ e ‘quem’ cresce em quantidade e importância, criando espaços (páginas) próprios. São ‘crias’ de conteúdo que, muito mais que explicar detalhes que foram abordados de forma superficial na página onde está a informação principal, ampliam a capacidade de criação de conhecimento (informação + informação), de persuasão e de fidelização – você sabia que as páginas apontadas a partir de ‘saiba mais’ são as mais valorizadas pelos usuários hoje em dia e as grandes responsáveis pelo seu retorno?

ABRANGÊNCIA TRANSVERSAL

O conteúdo, antes mesmo de ser aprofundado, pode ser expandido – e para o lado. Cruzar informações contidas em uma página é um recurso que se confunde com a criação do hipertexto e, conseqüentemente, da web. Qualquer informação permite expansão, e nos conteúdos adjacentes está boa parte da origem de um trabalho bem feito: são temas relativos ao que está sendo tratado em uma página, mas não propriamente o tema que está sendo abordado pelo conteúdo. Muitas informações se explicam melhor justamente quando são cruzadas com outras; a visão de uma informação ‘vizinha’ pode acrescentar um entendimento que vai além do que a nossa informação é capaz. São como ‘matrioshkas’, bonequinhas russas de madeira que se encaixam umas dentro das outras: um conhecimento se constrói com informação mais informação, e muitas vezes ele só é produz ido quando casado com outro que está em seu site e portal, mas em outras páginas. Vale observar que as três formas de abrangência devem ser trabalhadas simultaneamente. É o trabalho em conjunto que cria uma abrangência de conteúdo eficaz.


Para conhecer mais sobre meu trabalho, meus livros, cursos e treinamentos para empresas, visite www.bruno-rodrigues.blog.br; para me seguir no Twitter, sou @brunorodrigues; no Facebook estou em www.facebook.com/brunorodrigues.fb. Se ainda não conhece, vale a pena checar o padrão brasileiro de redação online que elaborei para o Governo Federal: ‘Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web’. O material é gratuito e está na web, basta checar no Google.

“É preciso, contudo, estar bem ciente da grande vantagem de trabalhar a informação na web: ela pode ser expandida, esmiuçada, retrabalhada”

Bruno Rodrigues Consultor de Informação e Comunicação Digital, autor do primeiro livro brasileiro e terceiro no mundo sobre conteúdo online, Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital (2000), de sua continuação, Webwriting – Redação & informação para a web (2006), e de Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web (2010), padrão brasileiro de redação web. Já ministrou treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação para mais de trinta empresas do Brasil e do exterior. Site: www.bruno-rodrigues.blog.br E-mail: bruno-rodrigues@uol.com.br Twitter: @brunorodrigues

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Neuromarketing Alex Born

Eu, Dona Alzira e as COISAS DA MENTE Sempre gostei de observar o mundo, as pessoas... Quando era menino, muitas coisas me intrigavam, e descobri que com o passar do tempo, muito mais coisas ainda me intrigariam, um KARMA para quem gosta de prestar atenção em GENTE. Do jeito de andar à maneira como falam, do modo como se portam diante de outras pessoas até como olham, enfim, eu gostava de observar...

Sempre tentava adivinhar se as pessoas estavam mentindo, dizendo a verdade ou até mesmo, inventando ou aumentando sobre algo e a partir daí o que era apenas um hobby e curiosidade tornaram-se uma constante em minha vida. Só não se tornou uma obsessão, pois percebi que seria um erro e uma chatice, então, tornei essa busca um prazer à parte.

E foi aí que entendi a Dona Alzira e muitas outras pessoas e seus comportamentos... ela tinha TOC, sim, o famoso e temido Transtorno Obsessivo Compulsivo, que faz das pessoas escravos da própria mente, gerando movimentos e ações sistemáticas, transformando seus servos em zumbis robóticos, sem causa ou explicação aparente. E o que isso tem a ver com este momento? Tudo, pois, foi graças a essas observações que estou aqui, neste espaço da Revista Wide, e a ideia é falar de curiosidades sobre o comportamento humano, comportamento do consumidor, coaching, dicas e outros assuntos explicáveis (ou não), que se passam no nosso dia a dia e, é claro, nessa “cachola” que damos o nome de cérebro. Acredite...vamos nos divertir muito. E se tiverem que agradecer a alguém... Thanks to Mrs. Alzira. Um abraço a todos,

Porém, uma coisa instigava minha curiosidade mais do que qualquer possibilidade de entendimento e compreensão me fossem ofertadas... Havia uma vizinha dos meus pais, uma senhora com o nome de Dona Alzira, daquelas que nascem e se criam na fazenda e mudam com toda a prole para um novo bairro em uma cidade do interior. Com o tempo, a prole cresceu e essa senhora vivia de casa em casa, visitando os “seus”. Até aí, nada de muito estranho... Salvo o fato de sempre, no mesmo horário, mais precisamente, nos mesmos horários (sim, pois eram várias vezes por dia), mesmos minutos, mesmos segundos, ela passar pelo mesmo ponto, quase como um trem sobre os trilhos, do mesmo jeitinho... Seria coincidência? Bom, o tempo passou, eu cresci, me tornei pesquisador neurocientista, estudando sinapses, buscando entender as neuras, os neurônios e as neuroses que permeiam a mente humana.

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Alex Born contato@alexborn.com.br E tem muito mais no site: www.coisasdamente.com.br com as entrevistas, os podcasts e videocasts.


Workshop de Neuromarketing com Alex Born

Neuromarketing e as novas Estratégias Comerciais A evolução do marketing com foco na mente do consumidor

A atual discussão em torno do neuromarketing, temática que tem despertado o interesse de grandes empresas, é a novidade preparada pela Arteccom para os profissionais atentos ao mercado.

Data: 06/11 (terça-feira), das 9 às 18h Local: Rua da Quitanda, 191 – 10º andar – Centro – RJ Investimento: a partir de 3 parcelas de R$ 90,00 Formas de pagamento: cartões de crédito, boleto ou transferência Inscrições: Caso tenha interesse, envie um email com o título “workshop neuromarketing” para contato@arteccom.com.br.

Instrutor: Alex Born Professor, escritor e pesquisador neurocientista, referência mundial em Neuromarketing e em Gestão Comportamental, com trabalhos realizados em mais de 21 países e autor de vários livros, inclusive a grande referência sobre o tema: “Neuromarketing - O Genoma do Marketing”. Presença constante em grandes eventos, sites, revistas e programas de entrevistas.

Este workshop é realizado pela Arteccom I www.arteccom.com.br

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e-commerce

Saiba tudo sobre as maiores plataformas de E-commerce e escolha a sua


E-COMMERCE

REPORTAGEM

Nesta edição, a revista Wide mergulhou no mundo das plataformas de e-commerce. São diversas opções para você conferir, com detalhes, tudo que é preciso para montar uma loja virtual Quer montar a sua loja virtual, mas não tem a mínima ideia por onde começar? Escolher uma plataforma de e-commerce open source (ou não)? Fazer um investimento inicial menor? Pagar para um desenvolvedor freelancer ou selecionar uma solução mais robusta, que vai atender melhor o seu negócio online a longo prazo? Pensando em ajudá-lo a sanar essas dúvidas, a Wide preparou um estudo aprofundado, uma espécie de relatório detalhado, e por meio dele você saberá como as principais plataformas de e-commerce estão trabalhando para oferecer os melhores serviços e se diferenciarem nesse concorrido mercado.

VTEX Fundada em 1999, a VTEX é pioneira em tecnologia para e-commerce e na comercialização de software como serviço (SaaS) no Brasil. Presente em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de possuir escritório em Buenos Aires, Argentina, as soluções da VTEX são voltadas para lojas virtuais que tenham fluxo de pequeno a grande porte, independentemente do segmento. Atualmente, a empresa conta com uma base de clientes de quase 300 lojas virtuais. ATUAÇÃO

A plataforma de e-commerce possui três versões. A Starter é indicada para pequenas e médias empresas com até 30 pedidos por dia na loja virtual. A versão Professional já tem um suporte maior para médias e grandes empresas com lojas virtuais que transacionem até 500 pedidos por dia. Já a versão Unlimited é focada em grandes operações de e-commerce que demandem tudo que uma plataforma world-class possa oferecer. Além disso, a VTEX está em busca de uma nova versão para atender PMEs, que será divulgada em breve e fará com que o portfólio atenda a todos os portes e segmentos de empresas interessadas em iniciar ou crescer no comércio eletrônico. LINGUAGEM UTILIZADA

A VTEX atualmente trabalha com desenvolvimento, banco de dados e ferramentas da Microsoft.

Imagem © M.studio / Banco de Imagens: http://br.fotolia.com

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A empresa possui uma equipe de engenharia para o desenvolvimento contínuo de sua plataforma de e-commerce, infraestrutura, pesquisa e inovação de mais de 100 colaboradores. Seu maior diferencial está vinculado ao modelo de negócio SaaS – Software as a Service da plataforma de e-commerce, no qual é firmado um compromisso com todos os clientes de entregar para suas lojas virtuais novas funcionalidades a cada 60 dias. E, quanto mais clientes conquistados, maior o investimento em novas funcionalidades, que são sempre focadas em aumentar a taxa de conversão das lojas virtuais. LAYOUT

Segundo Alexandre Soncini, diretor de vendas e marketing e sócio da VTEX, esse é um dos grandes diferenciais da plataforma, pois seus clientes possuem um nível de liberdade muito grande para trabalhar sua criação visual, usabilidade e navegabilidade. A plataforma da VTEX conta com um CMS (Content Management System) proprietário, onde o próprio cliente, por meio do acesso ao seu painel administrativo, pode modificar visual e estruturalmente o seu layout. Soncini assegura que essa flexibilidade adicionada ao poder da API faz com que o cliente não tenha limites para fazer o que quiser, além de trazer a agilidade que o mercado necessita atualmente para diferenciar-se da concorrência.

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E-COMMERCE

VALORES

Veja, abaixo, comparativo entre as versões da plataforma, bem como os valores e diferenciais.

EDIÇÕES

UNLIMITED

PROFESSIONAL

STARTER

SET-UP

A PARTIR DE R$ 400.000,00

R$ 80.000,00 (EM ATÉ 48X ATRAVÉS DO CARTÃO BNDES)

5 X R$ 5.000,00 ( EM ATÉ 48X ATRAVÉS DO CARTÃO BNDES)

MÍNIMO MENSAL

R$ 15.000,00

R$ 4.900,00

R$ 1.290,00

“É importante ressaltar que o investimento na plataforma não deve ultrapassar 30% da verba disponível para realização de todo o projeto, pois a plataforma é somente um dos pilares de sustentação de uma operação de e-commerce. Outros temas importantes devem ser explorados como mix de produtos, logística e expedição, marketing digital, serviço de atendimento ao cliente e televendas, entre outros”, diz Alexandre Soncini.

como: sugerir um presente para um amigo de acordo com o perfil dele na rede social, evolução do checkout da plataforma, trazendo funcionalidades como express e guest checkout, entre diversas outras funcionalidades e melhorias focadas no aumento da taxa de conversão. Nos primeiros oito meses deste ano já desenvolvemos mais horas do que nos últimos três anos. Isso sim é diferencial competitivo para nossos clientes”, afirma o sócio da VTEX.

LOGÍSTICA

PÓS-VENDA:

A plataforma tem toda estrutura para integração com os principais parceiros logísticos do mercado nacional. Por meio do painel administrativo da loja virtual, os clientes podem rastrear e manipular as informações dos pedidos que foram realizados e gerenciar sua operação logística.

O pós-venda conta com uma estrutura de gestão de projetos, acompanhamento das integrações com sistemas externos, consultoria em usabilidade, assessoria na definição das árvores de navegação e atributos de produtos, capacitação e treinamento para usar a plataforma, suporte e atendimento de acordo com os diversos planos oferecidos, bases de conteúdo para consulta, além de um canal exclusivo de ouvidoria e qualidade (ouvidoria@vtex.com.br).

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A VTEX possui uma rede de agências homologadas para atuarem junto aos seus clientes nas ações de marketing, extraindo o máximo do que a plataforma possa oferecer com o objetivo de aumentar os resultados das campanhas de cada cliente e suas taxas de conversão. MÉTRICAS

Além de diversos relatórios que podem ser acessados por meio da área administrativa da loja, a VTEX possui integração total com ferramentas como o Google Analytics para que cada cliente possa acompanhar os números de sua loja virtual e os resultados de suas campanhas. A plataforma permite integração com diversas ferramentas de BI (Business Inteligence) para permitir aos clientes transformar os dados coletados na loja virtual em informação estratégica. NOVIDADES DA PLATAFORMA

“Nosso modelo de negócio SaaS garante a evolução contínua da plataforma e temos um compromisso de upgrade a cada 60 dias entregando novas funcionalidades sempre com foco em aumentar a taxa de conversão das nossas lojas virtuais. Somente no ano passado, foram mais de 150 novas funcionalidades, além de diversas melhorias. O que vem por aí é um foco grande na possibilidade de integração com as redes sociais, trazendo funcionalidades

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MEIOS DE PAGAMENTO:

A empresa oferece integração com os principais gateways de pagamento do mercado, além de intermediadores como PayPal, Bcash, Mercado Pago, entre outros, para disponibilizar ao cliente a integração com a maioria dos meios de pagamento disponíveis para o mercado de comércio eletrônico.

PRINCIPAIS CLIENTES

Walmart – www.walmart.com.br Leader Magazine – www.leadermagazine.com.br TIM – loja.tim.com.br Nokia – www.lojaonlinenokia.com.br Polishop – www.polishop.com.br Ri-happy – www.rihappy.com.br Daslu – www.daslu.com.br Bradesco Ágora – projeto de CRM Gimba – www.gimba.com.br Chilli Beans – loja.chillibeans.com.br


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E-smart A expertise de dois nomes conhecidos do mercado brasileiro de comércio eletrônico deu origem a E-smart, companhia de software e serviços para lojas virtuais. Vinícius Pessin, ex-diretor geral do UOL Host, e Walter Sabini Junior, fundador e ex-sócio da Virid, apostaram em uma fórmula de viabilizar o comércio eletrônico para negócios de todos os portes por meio de uma plataforma funcional e o resultado tem dado certo. Hoje, a E-smart auxilia as empresas brasileiras, independente do tamanho, a venderem pela Internet. Para isso, possui um corpo de profissionais com alto conhecimento em internet, oriundos de renomadas empresas do segmento. A ideia, segundo os próprios fundadores, é trabalhar com os varejistas e com o atual ecossistema de e-commerce para compreender as necessidades dos clientes, do mercado e do ambiente competitivo.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

Os pacotes de R$50,00 e R$400,00 são contratados de forma online. Os projetos sob medida requerem orçamento. MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A Plataforma e-smart está integrada com as principais redes sociais: Twitter, Facebook e G+. E-mail MKT- MailChimp e VirtualTarget. Links Patrocinados: Google e Mercado Livre. MÉTRICAS

Google Analytics EQUIPE

A empresa conta com 25 profissionais oriundos de diversas empresas do setor, tais como Terra, UOL, Vertis e Netshoes.

LINGUAGEM UTILIZADA

PHP, Java, MySQL e Magento.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

Hering, Nutriworld, Amsterdam Condicionados e Porto Seguro.

O projeto foi desenhado junto das equipes da Amazon Web Services para funcionar em ambientes de nuvem, com escalabilidade automatizada de forma a atender o aumento de acessos de clientes automaticamente.

Sauer,

Puket,

STR

Ar

NOVIDADES DA PLATAFORMA

- Integração da Plataforma com o Mercado Livre e Buscapé; - Lançamento de ferramentas de Recuperação de Carrinho de compras e Recomendação de Produtos.

LAYOUT

A plataforma de comércio eletrônico e-smart oferece aos clientes um layout eficiente, completo, de acordo com as melhores práticas do mundo de vendas on-line. Além disso, é totalmente otimizada para os motores de busca (SEO).

PÓS-VENDA

O processo de pós-venda na e-smart é conduzido pela diretoria de projetos. Os profissionais dessa área acompanham cada passo do desenvolvimento da Loja e das integrações com o ecossistema de e-commerce.

VALORES

A e-smart possui soluções para todos os portes de empresas que desejam vender pela internet. A partir de R$50,00 é possível montar uma loja virtual e começar a vender em apenas 30 minutos. Se o Lojista Online deseja apoio para montagem da sua Loja, ele paga R$400,00 por mês e tem auxílio na escolha do layout, aplicação de logotipo na Loja Virtual, cadastros dos produtos, criação de banners internos para a loja virtual, criação de páginas institucionais, cadastro e configuração de meios de pagamento e cadastro em sites de busca. Por fim, se desejar um e-commerce exclusivo, a partir de R$12.000 de setup o cliente tem desenvolvido um e-commerce de alta performance e sob medida. LOGÍSTICA

A plataforma e-smart é integrada com as principais empresas de Logística do País, como Correios, DirectLog, Completa Logística e Pier8.

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MEIOS DE PAGAMENTO

Gateways - Braspag, Boldcron e Cobre Bem. Meios de Pagamento - Paypal, PagSeguro, Mercado Pago e BCash. SOLUÇÕES

A empresa entrega o fulfillment e-commerce. Ou seja, em um único fornecedor tudo que uma empresa necessita para vender pela Internet. Da plataforma à logística. Do marketing online aos meios de pagamento e antifraude. Para o CEO da e-smart, Vinícius Pessin, o e-commerce é a “bola da vez” na internet. Contudo, existem poucos provedores bem estruturados para acompanhar a demanda crescente dos e-varejistas. A proposta da e-smart, segundo Pessin, é prover um serviço de alta qualidade com preços extremamente competitivos.


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E-COMMERCE

JET COMMERCE A JET tem 12 anos de história com especialidade em software proprietário para e-commerce. A empresa conta hoje com mais de 200 clientes na base, 50 colaboradores, duas sedes físicas e representantes em diversas capitais. Ao longo destes anos, a JET despontou como uma das principais soluções de e-commerce no mercado nacional, com alta expertise em suas soluções contando com certificações Microsoft, HDI e Mps.Br.

e estimulam o seu crescimento como customizações de layout, help desk dedicado, versionamento a cada 45 dias, gerência de relacionamento, projetos sob medida etc. LOGÍSTICA

A plataforma conta com um módulo de gestão de transportadoras, tabelas de frete, cálculos automáticos, integração com transportadoras, tracking, módulo de cubagem (relação entre o peso e o volume da carga a ser transportada), entre outros.

ATUAÇÃO

De pequenas a grandes empresas, a JET possui um portfólio de soluções que atendem com assertividade as necessidades do varejo, atacado e indústria. LINGUAGEM UTILIZADA

ASP, .NET, VB.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

A JET trabalha no modelo Saas, ou seja, a empresa comercializa a licença de uso do software. O modelo comercial é composto por custo de SETUP para configuração e personalização da loja virtual mais uma mensalidade que dá direito a vários serviços, como suporte técnico especializado, hospedagem, monitoramento 24h, gerente de relacionamento, atualizações da plataforma etc.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A JET investe muito em estrutura de tecnologia, oferecendo 99,9% de SLA em contrato, tecnologia 100% Microsoft, Data Center de ponta, arquitetura tecnológica robusta e redundância de todos os itens de infraestrutura. LAYOUT

Grande flexibilização de customizações de layout. A empresa tem uma equipe interna de criação com expertise em navegabilidade e usabilidade. Atua também com empresas parceiras para desenvolvimento de layout e usabilidade, caso seja de interesse do cliente. VALORES

A JET trabalha com dois modelos de solução, atuando em diversas faixas do mercado: > - SOLUÇÃO ONE: plataforma para PME´s - possui modelo comercial extremamente aderente à entrada das empresas no e-commerce. Com administração intuitiva, a solução ONE proporciona uma experiência positiva neste primeiro momento das empresas no cenário de vendas online. A ONE possui grandes diferenciais, como integração nativa com propriedades do ecossistema digital Buscapé Company,Facebook Store, funcionalidades inteligentes, meios de pagamento, treinamentos, vídeos, suporte especializado, integrações com softwares de gestão etc. Seu escopo comercial foi formatado para que o lojista tenha seu foco em vendas, com foco no seu negócio, e para isso a acessibilidade é a grande aliada para os pequenos empresários. > - SOLUÇÃO ENTERPRISE: plataforma robusta, com grande flexibilidade para customizações e integrações diversas. A plataforma Enterprise proporciona escalabilidade aos seus clientes por apresentar uma suíte de serviços que agregam valor à operação

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INVESTIMENTO

Para a solução ONE, o ticket médio é de R$ 3.000,00 e mensal fixo de R$ 299,00. É importante lembrar que na maioria dos planos ONE não existe limite de pageviews e produtos; Solução Enterprise é a partir de R$ 20.000,00 e mensais a partir de R$ 875,00 com mensuração por meio de Page View ou porcentagem de vendas. MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A plataforma JET está otimizada para SEO (auditado por uma empresa especializada), ferramenta de e-mail marketing própria ou opção de utilizar player de e-mail marketing integrada à loja virtual, Facebook Store integrada, publicador de tweets no painel administrativo integrado com o portfólio de produtos da loja virtual, integração com mais de 300 redes sociais, inteligência de recomendação de produtos e mais de 50 ferramentas específicas para marketing. MÉTRICAS

As soluções JET trabalham com um módulo dedicado somente para relatórios como vendas, carrinho, perfis, além da integração com Google para análise e métricas. São inúmeros relatórios, onde o cliente tem a possibilidade de acompanhar desde o perfil dos visitantes da loja até a mensuração de ROI de campanhas específicas, inclusive em portais de terceiros ou em redes sociais. EQUIPE

A JET possui 50 colaboradores divididos em: TI (desenvolvimento, infraestrutura, gerência de projetos, engenharia de software, qualidade de foftware), P&D, atendimento pós-venda (suporte técnico e gerência de relacionamento), comercial, marketing, administrativo e financeiro.


PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

- NetFarma – Drograria online (mesmo fundador e CEO da Netshoes, o Marcio Kumruian; - E-closet – 1º E-commerce de Moda Premium do país; - Magazine com mais de 300 lojas fixas: Sergio K, Moda Any Any, Moda Íntima, Audi Collection, Bohemia, Santuário Nacional Aparecida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), entre outros. NOVIDADES DA PLATAFORMA

As soluções JET possuem uma política de versionamento com novidades a cada 45 dias. A cada momento uma melhoria, funcionalidade e/ou serviços são disponibilizados aos seus atuais e futuros clientes. A JET conta também com uma grande rede de parceiros, contando com features, web metrics, back office, análise de risco, blindagem e certificações. MEIO DE PAGAMENTO

Para comprar uma plataforma de e-commerce da Jet, o lojista pode parcelar em até 3x ou utilizar o BNDES. A Jet pode oferecer ainda um gateway próprio, sem custos adicionais, integrado com administradoras de cartões, instituições bancárias, carteiras eletrônicas, boletos bancários, financiamentos bancários, pagamento via celular, intermediadores de pagamento (ex: PayPal, Bcash, PagSeguro, Moip, etc), gateways (ex: CobreBem), pagamentos internacionais, entre outros. Na avaliação de Daniel Ribas Martins, coordenador de Marketing e Vendas da JET Commerce, o Brasil segue em constante crescimento. “Nos últimos dois anos o crescimento foi exponencial, estamos enxergando um enorme potencial de entrada em 2013. É muito interessante também o nível de maturidade do mercado. O consumidor do e-commerce está mais exigente. As empresas não querem ter investimentos sem retorno e isso implica na assertividade da escolha das plataformas em constante investimento em tecnologia e atendimento.”

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E-COMMERCE

Tray A Tray desenvolveu o primeiro gerenciador de vendas para vendedores do Mercado Livre da América Latina em 2005. O produto evoluiu durante oito anos para uma plataforma de loja virtual que hoje é composta por três edições destinadas para pequenas (Commerce), médias (Premium) e grandes (Exclusive) operações de e-commerce. Também desenvolveu em 2006 o Pagamento Digital (B Cash), atual facilitador do Grupo Buscapé. Atualmente, a Tray conta com 120 profissionais, escritórios em São Paulo/SP e Alphaville/SP e unidades de desenvolvimento em Marília/SP e São José dos Campos/SP. A Tray possui mais de 4.500 lojas virtuais ativas, o que a consolida como uma das plataformas nacionais mais utilizadas do Brasil. A Tray também se especializou em outras áreas complementares para seus clientes e hoje possui um gateway de pagamentos (SuperPay) um facilitador (Tray Checkout) e um Marketplace (Tray Shopping).

montar e manter uma vitrine hospedada com a Tray sem custos e por tempo indeterminado. Quando ele se sentir apto para começar a vender, ele transforma a vitrine em Loja Virtual. LINGUAGEM UTILIZADA

PHP (com framework CakePHP) nos sistemas de e-commerce e Ruby (com framework Rails) nos sistemas de meios de pagamento. RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

ATUAÇÃO

A Tray possui servidores próprios, todos adquiridos da DELL. Em 2011, foram investidos aproximadamente R$ 1.000.000,00 para a criação de um Cloud Computing Privado utilizando Servidores Blade DELL e softwares VM Ware. Também são utilizadas Redes de Distribuição de Conteúdo (CDN) para grandes operações e campanhas de vendas. Os servidores estão hospedados no Data Center de Barueri da Alog e a redundância na Alog/São Paulo.

O principal foco da Tray são as pequenas lojas. A plataforma conta com um área administrativa com inúmeras funções de marketing, automação e gerenciamento da operação, que possibilitam que uma pequena empresa possa atuar no e-commerce sem a contratação de outros softwares, reduzindo o investimento antes da operação começar a ter retorno. Para lojas maiores, a Tray conta com inúmeros plugins que são disponibilizados nas edições Premium e Exclusive ou que podem ser comprados em sua loja de aplicativos. Desta forma, a empresa atende uma grande loja e proporciona escalabilidade para uma pequena loja que ao crescer não necessita se preocupar em migrar de plataforma. Para atrair iniciantes, a Tray conta com uma plataforma de Inclusão Digital (eshopcidade.com.br), onde qualquer pessoa pode

“Acreditamos que a construção de uma marca é fundamental para estabelecer os diferenciais de uma empresa, dentro de uma realidade onde a competição é acirrada como no comércio eletrônico, por isso disponibilizamos uma agência de webdesign completa. Por meio da Agência Tray, podemos desenvolver o design da loja virtual para posicioná-la adequadamente no mercado. Também disponibilizamos aos nossos clientes uma rede de mais de 200 parceiros que desenvolvem layouts que são configurados pela Tray. O cliente que prefere desenvolver seu layout recebe um manual técnico para o desenvolvimento e a programação do layout é executada pela Tray”, diz o CEO da empresa, Walter Leandro Marques.

LAYOUT

VALORES

ESHOPCIDADE

COMMERCE

PREMIUM

EXCLUSIVE

SET-UP

-

-

A PARTIR DE R$ 1.000,00

A PARTIR DE R$ 6.500,00

CUSTO MÉDIO DO PROJETO PARA INICIAR A OPERAÇÃO

R$ 2.000,00

R$ 4.000,00

R$ 12.000,00

R$ 25.000,00

VALORES MENSAIS

VITRINE GRÁTIS E LOJA COM PREÇO ÚNICO DE R$ 49,00

DE R$ 99,00 A R$ 499,00 MENSAIS

DE R$ 900,00 A R$ 3.500,00

A PARTIR DE R$ 4.500,00 MENSAIS

AQUISIÇÃO DE LICENÇA

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Tray LOGÍSTICA:

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

A Plataforma da Tray está integrada com os principais operadores logísticos Brasileiros para E-commerce (Correios, DHL, Jad Log, entre outros)

Com mais de 4.500 clientes ativos, a Tray atende varejistas, distribuidores e indústrias nos mais variados segmentos de atuação, desenvolvendo soluções no modelo SAAS (software como serviço) e prestando assessoria em comércio eletrônico, por meio das verticais de plataformas, publicidade online e meios de pagamento.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

E-mail Marketing: Todas as versões da plataforma contemplam a função de envio de Newsletter. Para divulgar suas campanhas promocionais o lojista seleciona os produtos e eles são incluídos no Template de e-mail marketing e depois é realizado o disparo à sua base de contatos. O lojista pode ainda contratar o serviço de design para criação de um Template de e-mail marketing personalizado. Redes Sociais: A loja conta com uma funcionalidade que possibilita que os visitantes, ao a acessarem, compartilhem as páginas de seus produtos em suas redes sociais preferidas. Assim, o lojista cria uma relação mais humanizada com os usuários e tem um crescimento significativo no tráfego da loja, em decorrência do uso sistemático dessas redes, aumentando as possibilidades de vendas dos seus produtos e serviços. Além disso, o lojista tem a possibilidade de publicar a sua loja virtual no Facebook, conectando seus clientes, aumentando seus seguidores e divulgando seus produtos de forma viral na internet. Links Patrocinados: A Tray não oferece Serviços de links patrocinados. No entanto, os lojistas conseguem ótimos índices de indexação na busca orgânica. A plataforma é desenvolvida em PHP, com banco de dados MySQL e toda a configuração é feita utilizando HTML sem tabelas (Tableless), que favorece a captura das informações pelos robôs dos mecanismos de busca (Crawlers). Para complementar, o lojista precisa realizar um bom trabalho de descrição dos produtos, nomenclatura de categorias e organização da loja, para garantir que sejam alcançados resultados excelentes. “Nossa equipe o auxilia prestando suporte/atendimento e esclarecendo dúvidas, e seu trabalho será facilitado e ainda mais preciso por usar as integrações com o Google Analytics e assim mensurar os resultados por meio das tags de conversão da loja -identificando assim a quantidade exata de vendas que tem como origem os buscadores”, afirma o CEO.

Alguns clientes: TAM Viagens, Ferracini Calçados, Multilaser, Zamax.com.br, Joiais Lulean. NOVIDADES DA PLATAFORMA

Em 2012 a Tray lançou três novas versões e o ciclo de desenvolvimento continua constante. Neste momento, a empresa foca em ferramentas que aumentam a conversão de seus clientes, pois os investimentos em marketing online a cada dia são mais altos e é fundamental que o cliente que chegue à loja não tenha dificuldade em finalizar a compra. Para o início de 2013, as novidades ficam por conta de um novo motor de busca e a abertura completa da plataforma - como hoje já é aberta a plataforma do EshopCidade. PÓS-VENDA

Um dos diferenciais da Tray é o pós-venda. A empresa considera que cada cliente seja único e que por isso ele precisa ser atendido de acordo com sua necessidade. Não existe restrição para clientes que estejam com problemas ou dificuldades. Mesmo que ele possua uma pequena operação de e-commerce, ele é atendido até ser solucionado seu problema. Na Tray, há a garantia de que o suporte é realizado por telefone e por e-mail a todos os clientes. MEIOS DE PAGAMENTO

Todas as lojas já são habilitadas com os principais meios de pagamento: Visa, Master Card, Amex etc. A Tray possui um facilitador próprio, o Tray Checkout, que permite que, com apenas um cadastramento (adesão à Tray), ele já tenha sua loja apta a vender.

SOLUÇÕES

ESHOPCIDADE MÉTRICAS

A loja possui indicadores próprios com logs de acesso e pageviews e também integração com o Google Analytics. EQUIPE

A empresa conta com equipes especializadas em todas as fases do projeto de e-commerce; as equipes são: prospecção, comercial (vendas), relacionamento, projetos, implantação/delivery, design, configuração de interface, suporte técnico, operações, produto, desenvolvimento e infraestrutura. Para que os processos sejam dinâmicos, todas as equipes possuem contatos diretos aumentando a eficiência na entrega de projetos e inovações aos clientes.

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PLATAFORMA TRAY

A QUEM SE DESTINA Destinada para iniciantes. Possui uma plataforma simples e totalmente aberta onde pode contar com o apoio local para desenvolver seu e-commerce.

Loja Virtual Profissional e com possibilidade de Escalabilidade. Atende desde uma operação iniciante, mas que possui aspirações de se tornar uma grande operação de e-commerce, até grandes companhias.


Outras soluções disponibilizadas são o TrayCommerce, ideal para pequenos negócios e vendedores iniciantes, a TrayPremium, ideal para operações em crescimento que demandam uma ferramenta com recursos e características que contribuem para o sucesso da loja virtual, e a TrayExclusive, que possibilita contratação da Rede de Conteúdo Distribuído - CDN Tray, que garante 100% de SLA, ideal para grandes operações e vendas multicanal. “O acesso à internet não para de crescer. Seguindo essa realidade,

as pessoas estão aderindo em ritmo acelerado às compras online, pois este modelo de comércio oferece vários benefícios para o cliente, sendo altamente reconhecido e aceito. O amadurecimento do comércio eletrônico no Brasil tem sido acompanhado pela Tray, que responde prontamente às demandas dos varejistas do mundo virtual e busca em todo o tempo se antecipar às necessidades do mercado”, afirma o CEO da empresa, Walter Leandro Marques.

Quem é quem no mercado das plataformas brasileiras: PLATAFORMA

EQUIPE

VALORES

ALGUNS CLIENTES

TEMPO DE MERCADO

VTEX

160

DE R$ 1.290,00 A R$ 400.000,00

WALMART; LEADER MAGAZINE; TIM

13 ANOS

TRAY

120

DE R$ 1.000,00 A R$ 25.000,00

TAM, FERRACINI CALÇADOS; MULTILASER

7 ANOS

JET-COMMERCE

50

DE R$ 3.000,00 A R$ 20.000,00

NETFARMA; E-CLOSET; AUDI COLLECTION

12 ANOS

FAST COMMERCE

16

A PARTIR DE R$ 59,00 MENSAIS

UFC STORE BRASIL; LOJA DO PRAZER; BIJOUX BRASIL

16 ANOS

KANLO

100

A PARTIR DE R$ 149,00

AMERICANAS. COM; SHOPTIME; SUBMARINO

1 ANO DA PLATAFORMA E 9 ANOS DE EMPRESA

E-SMART

25

PACOTES DE R$50,00 E R$400,00 são contratados de forma online. Os projetos sob medida requerem orçamento.

HERING; NUTRIWORLD; AMSTERDAM SAUER

1 ANO

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E-COMMERCE

Kanlo A Ideais nasceu em 2003 dentro da incubadora de empresas da PUC-Rio. Especialista no desenvolvimento dos maiores e-commerces do Brasil como Americanas.com, Shoptime e Submarino, em 2012 lançou sua própria plataforma de e-commerce no mercado: a Kanlo. Com sede no Rio de Janeiro, é uma das grandes promessas no segmento. A fórmula do sucesso foi descoberta dentro da B2W – ser mais do que uma fábrica de software. ATUAÇÃO

Empresas de todos os portes que desejam vender online. LINGUAGEM UTILIZADA

Grails, que é uma variação do Rails para o mundo Java.

newsletter, que podem ser exportados e integrados com sua ferramenta preferida de e-mail marketing. Além disso, a Kanlo opera com várias funcionalidades relativas à captação de leads e integração em redes sociais sendo feitas com previsão de lançamento para os próximos meses. MÉTRICAS

A plataforma possui um Dashboard completo em tempo real, onde o lojista pode acompanhar as principais informações imediatamente relativas às vendas e aos acessos ao seu site. Desde o ticket médio, como as páginas mais acessadas, ficam integradas dentro da ferramenta gerando uma enorme comodidade para obtenção de métricas relevantes para o lojista.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

EQUIPE

Toda infraestrutura do Kanlo roda na nuvem da Amazon. São usados todos os principais recursos da Amazon desde bancos gerenciáveis até CDN (Content Delivery Network) para acelerar a entrega de conteúdo.

A Ideais possui um time de mais de 100 desenvolvedores trabalhando diretamente com e-commerce.

LAYOUT

O Kanlo possui planos distintos. O nível de customização do layout varia de acordo com o plano, mas desde o plano mais básico existem diversas opções de temas pré-definidos que possibilitam dar uma roupagem totalmente profissional à loja. VALORES

O Kanlo se propõe a atender todos os níveis de cliente. A plataforma possui planos básicos que custam a partir de R$ 149,00 para aqueles que pretendem ingressar no mundo online. Para clientes com necessidades especiais e níveis maiores de customização, existe o Kanlo Enteprise.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Destaque para a atuação no mundo do e-commerce, atendendo lojas online como Americanas.com, Shoptime, Submarino, SouBarato e Motorola. NOVIDADES DA PLATAFORMA

O Kanlo possui um Roadmap grande e muita coisa vem sendo feita. Por ser uma empresa com enorme background de desenvolvimento, a velocidade de funcionalidades é bem intensa. Nos últimos três meses foram lançadas mais de 10 versões. O foco principal das próximas versões será integrações com ferramentas para geração de leads para os lojistas. Entram nessa categoria integrações com redes sociais, mobile, AdWords, entre outros. PÓS-VENDA

LOGÍSTICA

A plataforma foi desenhada, desde a sua concepção, para atender as exigências de SEO e layout otimizado para a conversão. Seguindo a experiência de oito anos com e-commerce, a Ideais colocou as melhores práticas que dominam em prol do cliente.

O time de atendimento do Kanlo é o mesmo que suporta parte da operação dos grandes varejistas. Ou seja, a empresa conta com uma equipe especializada em suporte e help-desk com SLAs de atendimento agressivos. MEIOS DE PAGAMENTO

INVESTIMENTO

Nenhum inicialmente. O Kanlo foi feito para que seja possível o lojista começar a vender hoje mesmo, sem gastar nada. Basta entrar no site, preencher um formulário e pronto! O cliente já vai estar com sua loja 100% funcional no ar. Para clientes com necessidades específicas, no Kanlo Enteprise há uma taxa de setup de R$ 15 mil reais voltada apenas para customização do layout para que o site fique com a interface desejada pelo lojista. Além disso, é realizado também um trabalho de consultoria onde o cliente é auxiliado na implantação da loja. MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

O Kanlo possui funcionalidades para captação de clientes para

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O Kanlo tem ligação com quase todos integradores de pagamento do mercado, tais como MoIP, PayPal, BCash, Akatus e MercadoPaggo. Também integram com alguns gateways de pagamento e diretamente com a Cielo para o Kanlo Enterprise. SOLUÇÕES

Na linha Kanlo “Standard” são cinco versões de planos (P, M, G, GG e XG) que variam basicamente de acordo com a quantidade de produtos cadastrados. O menor plano, que é o plano P, começa com 50 produtos e o maior possui número ilimitado. Já o Kanlo Enteprise visa atender lojas com necessidades maiores de customização como, por exemplo, layout, processo, integração com legado.


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E-COMMERCE

FAST COMMERCE A Fast Commerce foi fundada em 1996 e hoje possui mais de 20 mil lojas virtuais cadastradas. Em seu portfólio, vários portais verticais de sucesso, nos mais diversos segmentos, tais como: moda, eletrônicos, perfumes e sexshops. A empresa tem sido grande parceira de negócios do Google, por exemplo, auxiliando empresas a estarem presentes na Internet e obterem resultados significativos em publicidade por meio do Google AdWords.

integração que possibilita o compartilhamento de ofertas e produtos nas redes sociais. MÉTRICAS

São disponibilizados vários relatórios para que o lojista acompanhe tudo que acontece em sua loja virtual, com dados em tempo real sobre visitantes e vendas.

LINGUAGEM UTILIZADA

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Classic ASP

Loja do Prazer – SexShop Bijoux Brasil – Bijuterias Anne Perfumes – Perfumes Lingerie.com.br – Roupas Íntimas UFC Store Brasil – Moda Copel Colchões – Cama, mesa e banho Perfumes.com.br – Perfumes

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A infraestrutura contempla servidores próprios de última geração com componentes de alta disponibilidade, redundância e disaster recovery, garantindo uma operação ininterrupta. O uptime da Fast Commerce está entre os mais altos da web. Seus diretores asseguram que interrupções são raras, com disponibilidade anual acima de 99,9%. Nos três datacenters utilizados pelo Fast Commerce tudo é redundante, a partir do nível de cada servidor (fontes, memória e discos hot-spare espelhados, múltiplas CPUs etc) até a topologia de rede, com conexões de fibra ótica redundantes e independentes. LAYOUT

A plataforma oferece dezenas de templates para o lojista montar sua loja a partir de um modelo. Existe também a possibilidade de iniciar um projeto do zero, com a personalização do layout de acordo com a identidade visual da marca.

NOVIDADES DA PLATAFORMA

A plataforma lançou a loja 3 em 1, e em um mesmo plano e com um sistema administrativo é possível ter uma loja em 3 canais diferentes: design convencional, para celular e para o Facebook, em um único sistema e sem custo adicional. Outros recursos de destaque são: Teste A/B, para que o lojista compare qual o layout tem melhor resultado para a sua loja; API – com ela é possível integrar a loja virtual com qualquer sistema externo, como um ERP; Autopaginação – o carregamento dos produtos é feito em uma página, não havendo mais a necessidade de ficar clicando página por página.

VALORES

O QUE VEM POR AÍ?

Planos a partir de R$ 59,00 mensais.

*Emissão de NFe pela plataforma; *Widget para divulgação dos produtos em outros sites; *Busca detalhada com imagens.

LOGÍSTICA

O lojista poderá utilizar a transportadora de sua preferência. O Fast Commerce tem integração com o webservice dos Correios, para cálculo de frete. INVESTIMENTO

Os planos são diferenciados pelo número de produtos cadastráveis e pela quantidade de acessos mensais, medidos em pageviews. A plataforma cobra R$ 400,00 de taxa de inscrição em qualquer plano. Esta taxa é largamente compensada pelos cupons de divulgação da loja oferecida, que totalizam mais de R$ 800,00.

PÓS-VENDA

São oferecidas diversas ferramentas para que o lojista se aproxime e fidelize cada vez mais o seu cliente. Além do e-mail marketing, há o envio de SMS, a opinião de clientes sobre os produtos e programas de fidelidade. MEIOS DE PAGAMENTO

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

Integração com diversos meios de pagamento, como as adquirentes: Cielo e Redecard, gateway de pagamento: Cobre Bem, os bancos: Itaú e Banco do Brasil e os intermediadores: Akatus, PayPal, PagSeguro, Mercado Pago e Moip.

A plataforma possui uma ferramenta para disparo de e-mail marketing, onde é possível segmentar a base utilizando diversos filtros como: sexo, região, idade, período da última compra, entre outros. Sabendo da importância das redes sociais, a plataforma possui

A empresa possui integração com o Google Shopping, além de uma estrutura de otimização (SEO) pronta para dar a devida relevância às lojas, cálculo de frete automático com a integração

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SOLUÇÕES


com os Correios, análise de risco dos pedidos, possibilidade de cadastros de parceiros, revendas e cupons. A equipe Fast Commerce lembra que hoje o e-commerce é uma indústria que tem taxas de crescimento do faturamento ao ano de mais de 20%. E em um cenário como esse, a entrada de novas plataformas possibilita o surgimento de novos empreendedores para essa indústria. A empresa acredita que com um ambiente tão competitivo, as plataformas irão se destacar mais pela qualidade do seu serviço do que por seus diferenciais tecnológicos. Como foi visto, a grande tendência do e-commerce no que diz respeito a plataformas continua sendo a de sistemas cada vez mais integrados às redes sociais. A adaptação das plataformas para os dispositivos móveis também tem uma presença bem marcante, uma vez que é esperado cada vez mais o crescimento das compras feitas por meio destes dispositivos.

Em breve, a Wide fará uma reportagem com as plataformas livres (as chamadas open sources, ou código aberto, onde o cliente é responsável por gerenciar a tecnologia) como Magento, Prestashop, OS Commerce e Open Cart. É importante frisar que a escolha da plataforma de ecommerce é essencial para o sucesso do seu projeto.

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E-COMMERCE

COLUNA ESPECIAL

E-commerce de moda Ana Claudia Freitas

O e-commerce de moda e seus desafios Há muito pouco tempo, ninguém poderia imaginar que era possível comprar roupas pela internet. O principal motivo era a não experimentação do produto antes da compra. Para tal atividade, logo era designada uma longa tarde em um shopping center lotado, com vendedores nem sempre sinceros ou simpáticos e no final do dia, ainda havia a chance de o consumidor não achar aquela peça pela qual estava procurando.

A partir de 2008 principalmente, as primeiras iniciativas em e-commerce de moda e acessórios começaram a surgir no mercado. Mas em 2009, essa categoria ocupava o 16º lugar no ranking dos segmentos com o maior volume de pedidos, conforme dados do E-bit. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Os maiores varejistas do mercado resolveram se aventurar por este mundo ainda desconhecido, e com a crise na Europa, muitas empresas, principalmente do segmento de clube de compras - mas não somente elas - resolveram montar suas filiais em nosso país.E cá estamos nós em 2012, com a grande notícia de que a categoria Moda e Acessórios já é a 3ª mais comprada no comércio eletrônico brasileiro, atrás apenas de Eletrodomésticos, em primeiro lugar, e Saúde, Beleza e Medicamentos, em segundo.

Todos esses dados são muito animadores, mas existem muitos desafios envolvendo o e-commerce de moda: PRODUÇÃO DE CONTEÚDO: Em 1996, quando Bill Gates descreveu como título de um ensaio o termo “Contentis King” (Conteúdo é Rei) ele não sabia que havia criado um mantra. A moda produz a cada quatro coleções anuais um volume considerável de peças sob um determinado conceito, que é o tema de cada coleção. Esse tema permeia todo um vasto trabalho de criação desenvolvido por estilistas, equipes de marketing e

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programação visual. É um trabalho fantástico e que torna o ato de comprar uma roupa muito mais do que uma simples necessidade, é uma paixão (pelo menos para a maioria das mulheres e alguns homens que conheço). Esse conceito é traduzido na montagem de coordenados, na ambientação das lojas, na criação de catálogos, na escolha da trilha sonora que vai tocar durante aquela coleção e é claro que o e-commerce não pode ficar de fora. Todas essas sensações devem ser traduzidas para o meio eletrônico. O DNA da marca deve estar ali: quando o consumidor digita o endereço da loja e se depara com o design de páginas e navegação, passando pelo momento em que recebe o tão esperado pacote em sua casa até o pós-venda, quando ele pode precisar trocar, devolver, elogiar ou tirar alguma dúvida sobre aquela compra. Para que isso aconteça, uma boa equipe com fotógrafos, equipe de filmagem, produtores de moda, modelos, redatores e designers precisa ser escalada para uma verdadeira missão. No e-commerce, o consumidor não compra uma roupa, ele compra uma foto e em alguns casos, o vídeo de uma roupa. Esta foto tem que ser impecável, realista, convincente e bastante informativa. O vídeo contribui ao exibir o caimento da peça. Todos os detalhes da cada peça devem ser mostrados. A modelo ou o modelo, que tem que ter “a cara” da marca e, principalmente, dos consumidores daquela marca, também contribui muito com a comunicação de cada peça. Está cada vez mais difícil entrar em uma loja física e receber informações sobre composição, estilo e maneiras de usar uma roupa. Na internet, é isso que vai contribuir para que a venda aconteça. O argumento de vendas tem que estar ali. Uma boa redatora, com disponibilidade para conversar com os estilistas e até participar do processo criativo, ajuda a deixar a argumentação de vendas bastante verdadeira. Sugestões de looks ajudam a aumentar a quantidade de peças que serão colocadas no carrinho. Então por que vender apenas uma camisa, se ela pode ficar linda com um jeans e com aquele sapato? E se o consumidor não está interessado em comprar mais de uma peça, pelo menos ele consegue visualizar como combinar a sua nova aquisição com o que ele tem em seu armário. Deixei para o final o que considero ser o maior desafio dentro da produção de conteúdo para a moda: guia de medidas. Infelizmente, o Brasil ainda não conta com um padrão de medidas e isso dificulta muito a vida de quem vende e


principalmente a de quem compra. Por isso, é fundamental mostrar para o cliente quantos centímetros possui cada parte de cada peça P, M ou G. O P de uma T-shirt em uma loja pode ser o M em outra. O guia de medidas vai ser decisivo para o fechamento da compra. Pode acreditar. GENTE: é difícil encontrar profissionais para trabalhar com e-commerce. O profissional desta área precisa ter mil e um conhecimentos distintos ou pelo menos ser muito bom em dois e ter uma noção dos outros. São eles: marketing, comunicação, comercial, finanças, logística e tecnologia da informação. Formar um time eclético como esse não é fácil. Quantos redatores você conhece que gostariam de montar um relatório com acessos e taxas de rejeição de uma página que acabou de escrever e ainda achar isso muito legal? São poucos. E na web, quem não mede não faz bem feito. Para a nossa sorte, muitos cursos de especialização estão surgindo e acredito que em pouco tempo esse problema será menor. SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE: existe uma desconfiança do consumidor antes de decidir uma compra pela internet. Principalmente se for a primeira. Portanto, é importante ter uma equipe de atendimento por chat, telefone ou e-mail sempre preparada para esclarecer as suas principais dúvidas. Quanto mais rápido e eficaz for o atendimento, mais rápida será a compra. POLÍTICA DE TROCA E DEVOLUÇÃO: o brasileiro em geral não tem o hábito de trocar ou devolver os produtos que compra com muita frequência. E comprar roupa pela internet não é nada mais nada menos do que ter a possibilidade de experimentar cada peça no conforto de sua casa. Só que as pessoas ainda não entenderam isso. Esse é um dos motivos pelos quais as taxas de troca e devolução no Brasil e também as taxas de conversão são menores do que nos Estados Unidos ou Europa. Ter uma política de troca e devolução que favoreça o cliente em sua decisão de compra, com gratuidade e rapidez, vai garantir que uma loja online tenha cada vez mais clientes fiéis. LOGÍSTICA: montar uma estrutura de logística moderna e inte-

ligente ainda é algo bastante caro. Somo a isso, o fato de que a maior parte do transporte brasileiro é realizada através de rodovias, que são as mais vulneráveis a eventos climáticos e chegamos à conclusão de que um grande desafio é fazer com que os

produtos comprados cheguem rapidamente na casa dos clientes a custo razoável para eles. POLÍTICA DE FRETES: peguei carona no tópico acima para falar de um dos grandes vilões do carrinho de compras abandonado – o frete. Políticas de frete grátis sempre estimulam os consumidores a gastar um pouco mais. O desafio é descobrir qual equação torna o frete grátis uma grande vantagem para o cliente, sem prejudicar os resultados da loja online. Com todos esses desafios pela frente trabalhados com competência e foco no cliente, é possível ter uma loja online de sucesso, lucrativa e com consumidores satisfeitos.

“No e-commerce, o consumidor não compra uma roupa, ele compra uma foto e em alguns casos, o vídeo de uma roupa. Esta foto tem que ser impecável, realista, convincente e bastante informativa. O vídeo contribui ao exibir o caimento da peça.”

Ana Claudia Freitas Formada em jornalismo com pós-graduação em marketing empresarial pela Universidade Federal Fluminense, Ana Claudia é responsável pelo e-commerce do grupo Cantão/Redley desde dezembro de 2009. Atua há 10 anos no mercado web e passou por empresas como a Duty Free Dufry e Casa e Vídeo.

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E-COMMERCE

Web & business Roberto Wajnsztok

Chegou a hora de amadurecer Para quem vive o dia-a-dia do mercado de internet há quase 15 anos, como eu e muitos outros colunistas e leitores dessa revista, está claro que chegou a hora desse mercado amadurecer. Não há mais lugar para aventureiros ou amadores sem conhecimento, nem para empresas sem estrutura ou desfocadas, muito menos para investidores ou patrocinadores que não conhecem como a dinâmica da internet funciona. Os segmentos onde empresas detinham mais de 50% de share, lucros em meses, e não havia muitos questionamentos sobre qual rumo estaria sendo dado a elas, desde que continuassem crescendo...acabou! E esses anos todos mostraram exatamente como esse amadurecimento vem acontecendo no mercado e na realidade das empresas. Sorte de quem entendeu, colocou ou está colocando em prática os principais aprendizados.

Não sei se você já viu algumas das inúmeras notícias que saem sobre empresas de internet todos os dias... “As grandes empresas de redes sociais têm dificuldades de gerar lucratividade para seus donos”, “Preferimos vender menos, mas manter nossa lucratividade”, “Sites de compras coletivas tem dificuldade de alcançar breakeven”, “Verticais de e-commerce de sucesso só começam a dar lucros depois de cinco anos de operação”, “Quando e-commerce começa a representar mais de 5% do faturamento da empresa, a mesma começa a perder rentabilidade”, “Empresas crescem abaixo das previsões” etc. Todas as frases ditas por profissionais e especialistas do ramo de internet, com total conhecimento do que estão falando, e reflexos da dinâmica desafiadora pela qual eles vêm passando, uns com menos, outros com mais dor. Quem entendeu antes e se preparou, “sofreu” menos essas dores do amadurecimento... Quando criamos uma empresa, não importa o segmento, um elemento para mim essencial é a criação da Proposta de Valor. Longe de querer fazer desse artigo um texto de Administração de Empresas I, temos que retomar esse termo básico, pois dele partirá boa parte do sucesso ou fracasso de uma empresa. E hoje falamos de uma proposta de valor mutável, de acordo com o movimento do consumidor, que ao invés de desconstruir aquilo que foi desenhado no momento da criação de uma empresa, a revitaliza e torna sua sustentabilidade possível. As que não constroem e não reconstroem suas propostas de valor estão fadadas ao fim, ou ao limbo. E por que da importância da proposta de valor? No momento da criação dessa proposta, os idealizadores e participantes dessa empresa se debruçam em uma discussão intensa sobre o posicionamento, o presente e o futuro do mercado onde estão inclusos. Nesse momento buscam alternativas para se diferenciar dos concorrentes e do mercado vigente, e gerar um modelo que mesmo copiado, tenha poder de se reinventar, quantas vezes forem necessárias. As empresas de internet com frequência seguem o lugar comum de afirmar que os pilares das suas propostas de valor são comodidade, inovação, excelência ao cliente, cauda longa, conectividade etc. Isso de fato faz sentido e as sustenta ou sustentou durante anos, e fez muitas serem vitoriosas colocando pelo menos parte disso em prática, mesmo sem a eficiência necessária. Mas o mercado amadureceu, e o número de players aumentou exponencialmente, deixando somente a opção das empresas realmente colocarem essas propostas 110% em prática, de forma profunda e detalhada, ou mudarem para algo mais relevante e atual.

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As redes sociais ainda encontram dificuldades para gerar grandes lucros, os varejistas online multicategorias no Brasil passam por desafios de crescimento e lucratividade, os e-commerces verticais têm seu crescimento somente alavancado por suntuosos investimentos, os grandes sites de conteúdo vivem crescimentos baixos, e sobrevivem de uma publicidade de retorno recorrentemente questionável, ou seja, o mercado de internet amadurecido só será viável caso se reinvente. Se ao ler essa última frase você se lembrou de empresas que não se enquadram nessa afirmação, e estão crescendo bem e de forma lucrativa, com certeza é porque as mesmas têm sido vitoriosas nesse processo de amadurecimento, mas são poucas. O desafio da revista Wide é prover conhecimento aos profissionais desse mercado, e meu papel não é diferente, então sigam meu conselho de reavaliarem imediatamente as bases que sustentam o modelo de negócio do que você faz parte, entendam se o crescimento de top e bottom line que planejaram estão de acordo com o tamanho e desenvolvimento do seu segmento. E o principal, se o consumidor-alvo realmente enxerga seu negócio como vencedor. Não tem como fugir, chegou a hora de amadurecer sua empresa, seus profissionais e seus valores. E lembre-se, o crescimento só está começando...

Roberto Wajnsztok Graduado em Publicidade e Propaganda pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - RJ, e MBA em Gestão pela ESPM - RJ. Professor de Marketing das Faculdades Integradas Hélio Alonso, Universidade Gama Filho, ESPM - SP, Curso Internet Innovation, Faculdade Impacta de Tecnologia. Gerente de Internet no Shoptime.com, Comprafacil.com, e atualmente Diretor de Marketing e Business Development do Walmart Brasil. Especialista em Consumidor, Marketing Estratégico e Ebusiness. E-MAIL: rwajnsztok@gmail.com

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E-COMMERCE

Web & business Rafael Esberard

Logística vence guerras Para os desinformados, logística é considerada a palavra da “moda”, para outros, apenas uma forma moderna das empresas de transporte e frete se posicionarem no mercado. A verdade, no entanto, é que nunca se falou tanto nesse nome porque centenas de empresas, sobretudo os e-commerces, estão descobrindo, a cada dia, que na grande maioria dos casos, é mais fácil vender do que entregar. Parece piada, mas esta é a dura realidade que estamos enfretando.

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E foi justamente isso que profetizei em uma das minhas palestras em 2006: a grande preocupação nos e-commerces em como alinhar marketing e tecnologia, sem se atentar para a logística. Sabíamos que o problema estava ali, um monstro dormindo que ninguém queria cutucar. Falei, na época, que tecnologia e marketing teriam soluções a caminho e, em poucos anos, diversas tecnologias de alta qualidade para e-commerce se consolidariam. Diversas empresas, formas e idéias de marketing se comprovaram e então chegaria a vez de resolver e trazer soluções em logística. A hora é agora e chegou até atrasada. Algumas empresas sentiram isso na pele, como nossa B2W, que até 1 semana antes das bombas de problemas com a logística começarem a explodir,c omemorava internamente a quebra de recordes e metas de volume de vendas. E hoje, teve que aprender com perda de milhões a traçar metas e recordes de qualidade de entregas com sucesso. E aí sim, comemorar. Aproveito rapidamente para deixar agora escrita outra previsão, pois a do problema logístico atual eu apenas falei em um evento, e muitos não irão acreditar, então digo: os problemas logísticos, gradativamente, serão solucionados. As empresas de logística estão se informatizando, se integrando com a web e a tendência do cenário de soluções é melhorar. Com isso, os e-commeces estarão mais tranquilos em relação à tecnologia, marketing e logística. E o próximo problema a ser discutido será o de mão-de-obra, que já é gigantesco no nosso setor, mas vamos ficar por mais um tempo com a logística como “bola da vez”. Certa vez em uma consultoria a uma grande rede de varejo, fiz uma abordagem em que aquela grande empresa deveria ser encarada, primeiramente, como uma empresa de logística. Pude perceber na hora, que alguns gerentes estranharam essa minha colocação. Então expliquei melhor: sim, é uma empresa que faz uma das principais partes do processo logístico, ao captar um produto da indústria produtora, armazenar, disponibilizar ao cliente nas prateleiras e cobrar por isso. Mostrei então na apresentação um gráfico de todo o processo logístico, desde a produção até a casa do cliente e grifando onde nesse processo a empresa era responsável. Ficou bem mais claro para os presentes. Porém, o maior incômodo ainda estava por vir, ao mostrar que o papel logístico da empresa, quando deixava de ser apenas uma rede física e passava a vender pela web, dobrava de responsabilidade. Trabalhar usando esse método sempre surtiu bons efeitos. Isole a logística de sua empresa no pensamento, pense que ela é apenas uma empresa de logística do setor em que você trabalha,


pois provavelmente representa os ossos e artérias de seu negócio. Todo o resto só funcionará e será saudável se eles estiverem cumprindo e fluindo perfeitamente. Ponha um pouco de lado as outras questões. A tecnologia então entrará suavemente no momento certo como uma ferramenta que facilita e organiza. O atendimento saberá informar melhor seu cliente sobre dezenas de problemas, baseando-se em uma logística organizada. O marketing saberá exatamente a força de venda e a capacidade de mercado que ele possui e tudo começará a funcionar melhor. Tenho constatado no mercado, nos últimos meses, que 9 em cada 10 empresas de e-commerce têm alguma debilidade em seus processos logísticos. E mesmo aquelas 1 de 10 que não possuem debilidade, também acreditam que podem melhorar ainda mais o que fazem. Então, ao pensar em montar um e-commerce, seja para seu novo negócio ou apenas uma nova frente de vendas para sua empresa, pense a logística primeiro que será necessária. Isso é tão importante que quero repetir de uma forma mais abrangente ainda: esqueça de comprar o site ou mandar desenvolvê-lo, esqueça o desenho de sua logo ou como será sua campanha online, esqueça de contratar ou de quem quer chamar para sócio. Pare e pense nas suas necessidades e como funcionarão estes 9 processos: recebimento, armazenagem, gerência de estoque, separação/escolha, acomodação/preparo, transporte, devoluções, reposição e ampliação/expansão. Ficou sem ar? É normal. Fui questionado outro dia sobre qual a forma mais comum de um e-commerce não dar certo, de quebrar. Para responder a esta questão, na verdade, fui pesquisar alguns exemplos no mundo que quebraram e o que aconteceu. Este tipo de informação é muito difícil de se conseguir de quem quebrou, pois as pessoas não costumam contar suas derrotas, porém as reclamações de clientes perduram na web e com isso pude começar a analisar . Encontrei um cenário gigantesco, onde cerca de 70% de clientes tiveram problemas com recebimentos de produtos que compraram nos casos em que analisei. Pode não ser a resposta do porquê destes e-commerces terem fechado as portas. E em alguns casos não era, pois normalmente erro de logística é uma consequência e não uma causa, mas é um dado expressivo de como a logística impacta em todo o processo. Porém, o caso é mais sério quando a logística é a causa. Em 2009, um cliente estava mantendo sua média de vendas por 8 meses seguidos e não conseguia entender como o e-commerce tinha um crescimento de 8 a 10% de cadastros ao mês e, mesmo

assim, não vendia mais do que o mês anterior. Sugeri então enviarmos um questionário aos clientes que já compraram e aos que não compravam há mais de 6 meses para saber porque não estavam comprando. Nessa pesquisa consideramos diversas opções, onde o cliente poderia escolher mais de uma, dentre elas: preço alto, site lento, atraso de entrega, falta de produtos, insegurança, falta de informação. No total, eram 12 opções, sendo que 3 delas lidavam diretamente com a logística. O resultado foi que 82% não compravam mais no site por: atrasos na entrega, falta de produtos e produtos danificados. Bem, não é preciso dizer como 82% é um número sério e expressivo em qualquer negócio. Não foi por acaso, que escolhi para título deste artigo “O Grande L”, em referência ao “The Big L” nome dado a uma das principais forças militares utilizadas para vencer a 2ª guerra mundial. A grande logística, empenhada pelos militares americanos em sua campanha na Europa foi, reconhecidamente, na época, um dos fatores determinantes para a vitória de um dos conflitos mais famosos da história. E ainda falando sobre este episódio, é bom que se lembre que a total falha na logística de suprimentos foi um dos fatores que contribuiu, naquele momento, para a derrota nazista na Rússia. A logística não apenas vence guerras, mas sua falha, certamente, representa derrotas. Não tenha dúvida: seja qual for o campo de batalha, quem tiver a melhor logística sai sempre ganhando.

Rafael Esberard Trabalha há 15 anos com internet, é consultor de novos negócios para grandes e médias empresas com foco na estratégia de novos empreendimentos no mundo digital, em específico e-commerces. Fundou a AWM Interactive há 10 anos, empresa especializada em desenvolvimento de e-commerce, e, em 2010, fundou a Hubee, empresa de consultoria com foco no preparo, ROI e melhoria de empreendimentos de e-commerces. Possui graduações e pós nas áreas de Gestão da TI, é palestrante e professor de pós-graduações nas áreas de negócios e estratégias na web. E-MAIL: rafael@hubee.com.br TWITTER: @rafaelesberard

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