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ENNIO ORSINI

O manual da dermopigmentação aplicada na calvície e nos êxitos cicatriciais do couro cabeludo

para Evan

Ennio Orsini

Revisão dos textos: Anna Leombruno Ilustrações e fotos: Ennio Orsini, Antonio Silvestri Layout, gráfica e impressão: TREBITComunicazione.it Impressão conclusa em Julho 2015

©2014 Ennio Orsini DECO STUDIO Via Aragona 23, 67039 Sulmona (AQ), Itália e-mail: info@ennioorsini.com site: www.ennioorsini.com Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados, sem autorização prévia do autor, por escrito.

A marca Tricopigmentazione® foi registrada por Orsini&Belfatto s.r.l.

A utilização das informações contidas neste livro são tuteladas pelas normas do direito italiano e, particularmente, pela Lei de 22 de abril de 1941 n. 633 e alterações sucessivas, com respeito à proteção dos direitos autorais e dos direitos conexos e, salvo disposição em contrário, pertencem exclusivamente ao autor da obra. Portanto, a reprodução e a distribuição, no todo ou em parte, sem prévia autorização dos possessores da obra, é sujeita a açõe scivis e penais, nos termos da Lei acima citada. É expressamente proibida a reprodução dos conteúdos, mesmo parcial, sejam quais forem os meios, a técnica e/ ou o instrumento utilizados, sem o consentimento prévio, por escrito, de Orsini&Belfatto s.r.l. As solicitações de autorização podem ser encaminhadas ao seguinte email: info@ennioorsini.com

O manual da dermopigmentação aplicada na calvície e nos êxitos cicatriciais do couro cabeludo

PREFÁCIO

“In nova fert animus mutatas dicere formas corpora” A inspiração me leva a narrar de formas modificadas, em corpos novos.

- Ovidio, Metamorfosi -

É a primeira vez que escrevo sobre uma matéria que conheço há pouco tempo e sobre uma pessoa que circunda a minha vida como uma borboleta enlouquecida e que, às vezes, faz com que você capte a beleza e a variedade de suas mais íntimas nuances. E, mesmo assim, como acontece muitas vezes, a paixão pelas novas coisas cria pequenos espaços de perfeição, onde se pode entrar, entender, conhecer, emocionar-se e emocionar e impor limites a si mesmos e, depois, a um certo ponto, deixar-se transportar em viagens fantásticas e reais, em mundos desconhecidos e, só aparentemente, distantes. Porém, agora, sem muitos jogos de palavra e de retórica, gostaria de tentar resumir esta aventura no universo da Tricopigmentação, governada pelo Rei Ennio Orsini.

De imediato, vi esse jovem governante como um Dobermann, sobre quem a lenda fala do crescimento do cérebro maior que o do crânio que o contém. Essa metáfora serve para ilustrar que Ennio é, realmente, um vulcão de idéias, de experiência, de pesquisa, de inovação e é sempre diferente dele mesmo, assim como um rio que flui. Expressome desse modo porque ele nunca alcança um ponto de chegada, mas busca sempre novos estímulos para reiniciar, como um verdadeiro campeão. Essa é a sua força, que nos envolve com a seriedade, a dignidade e a inspiração de um verdadeiro artista. Se não fosse assim, provavelmente, todas as pessoas que o veneram teriam, ainda, grandes manchas disformes na cabeça, sobrancelhas verde-esmeralda, lábios improváveis e alguns pequenos problemas psicológicos a mais, a serem compreendidos. Porque ele reuniu todas as suas antigas técnicas e as estudou, assistido por profissionais distantes deste mundo, mas necessários para o progresso da matéria, dos limites e dos deficit, e criou o que, atualmente, pode ser, tranquilamente, definida perfeição. Sim, a sua Tricopigmentação é algo perfeito. E o escrevo sem delongas, visto que consigo avaliar os resultados visíveis naquelas cabeças que têm, de novo, uma vida. Os sorrisos e uma nova serenidade, antes perdidas, nas pessoas que decidem submeter-se a tratamentos de Tricopigmentação, com as mãos sábias e confiáveis do Rei Ennio.

Este manual tem como objetivo divulgar os termos didáticos, bem como a história da Tricopigmentação, o cosmo que a circunda, em termos emotivos, bem como, principalmente, em termos técnicos. Para concluir, o que gostaria de dizer é direcionado a vocês, leitores não menos técnicos e experientes que eu em matéria de dermopigmentação em geral: amem seu trabalho como gostariam que amassem vocês. Somente assim, terão a sorte de ouvir um “obrigado” com um sorriso nos lábios, de quem, até pouco tempo antes, talvez não conseguisse nem mesmo olhar nos olhos dos próprios filhos.

Anna Leombruno 26 de setembro de 2012

5

Índice INTRODUÇÃO

6

9

O que significa Tricopigmentação

10

É temporária ou dura a vida inteira?

21

O que darei por certo

24

I. FUNDAMENTOS

25

I.1

História da Tricopigmentação

I.2

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

91

IV.1 Definição

92

IV.2 Profundidade correta e consequências geradas por profundidades incorretas

94

IV.3 Tempo de cicatrização de um tecido dermopigmentado

96

IV.4 As três manobras fundamentais

99

IV.5 Parâmetros fundamentais da dermopigmentação

100

IV.6 As regras fundamentais da dermopigmentação

105

26

V.

EQUIPAMENTOS E PRODUTOS ESPECÍFICOS

107

Os limites do transplante: campos de aplicação da Tricopigmentação

37

V.1

A importância de equipamentos específicos

108

I.3

Condição psicológica do autotransplantado

38

V.2

Cores adequadas e cores a serem evitadas

111

I.4

A quem é indicada a Tricopigmentação®?

42

I.5

O Lado emotivo do nosso cliente

45

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO®

115

VI.1 A situação atual: análise dos erros devidos à improvisação

116

VI.2 O Bounce®

125

II. CALVÍCIE

47

II.1

Dados gerais

48

VI.3 O short hair

II.2

Vários tipos de calvície

50

128

II.3

Descrição de AGA

57

VI.4 Timing e esquema em blocos de um tratamento de Tricopigmentação

131

II.4

Escala de Hamilton

61

VI.5 Técnica efeito raspado

136

II.5

Escala de Norwood

63

VI.6 Técnica Dermatoppik

143

II.6

Escala de Ludwig

66

VI.7 Técnica de cobertura de cicatrizes FUT

148

VI.8 Técnica de cobertura de cicatrizes FUE

155

VI.9 Gestão do tratamento em portadores de prótese

158

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

161

III. AUTOTRANSPLANTE

69

III.1 Glossário técnico comentado

70

III.2 Técnica FUT

75

III.3 Técnica FUE

81

VII.1 A consultoria

162

III.4 Êxitos cicatriciais

86

VII.2 Indicações pré-tratamento

163

III.5 Custos de um autotransplante

89

VII.3 O consentimento esclarecido

164

7

VII.4 A planilha do projeto VII.5 O memorando pós-sessão

165 165

VII.6 Interação com outros produtos ou sistemas: Minoxidil, Finasterida, prótese etc.

166

VII.7 Preços recomendados

173

VIII. EXEMPLOS de antes e depois

179

Conclusões Agradecimentos Bibliografia Lista de Sites Biografia

195 197 199

INTRODUÇÃO

P

or que continuar a escrever sobre um assunto tão saturado? Porque acredito ter focalizado alguns princípios de funcionamento fantásticos, ter melhorado o que já existia, ter aperfeiçoado intuições comuns, principalmente o que acumulei com o tempo. Só uma mente livre pode voar alto e a minha, já estava cheia de informações que organizei e disponibilizei a seguir.

201 202

O que você vai ler é fruto de um estudo que durou anos, é uma técnica comprovada, difundida e praticada por mim até não querer mais, um modo de trabalhar que quero compartilhar com você e dizer-lhe, com toda a certeza: “Este sistema funciona!”

Sem dúvida nenhuma, se trata de uma abordagem avançada à dermopigmentação. Darei tantas noções por certas e, consequentemente, se iniciou a fazer maquiagem permanente há pouco tempo, antes de ler este manual, seria melhor iniciar com o livro Dermopigmentação de Sobrancelhas, a minha primeira obra.

Dei muito enfoque ao material fotográfico e menos à teoria porque, se você pratica há muito tempo, a parte teórica já deve saber de cor e salteado. Posto isto, só me resta saber: “Deseja revolucionar o seu modo de trabalhar? Tem vontade de modificar as suas certezas? Quer abandonar os seus pontos de referência e conquistar outros?”

Se você respondeu “sim” às três perguntas, está pronto a deixar, por alguns dias, o pai e mãe, o irmão e a irmã, a esposa ou o marido e seus filhos e os amigos.

Certifique-se de ter pago todos os seus débitos e organizado os seus negócios.

Desligue o telefone. Pois bem, agora que você está com a mente livre, está pronto para voar alto.

8

9

O que significa Tricopigmentação A Tricopigmentação é a dermopigmentação estética no couro cabeludo, uma solução pouco conhecida, porém, eficaz e cômoda. Infelizmente, vem acompanhada por algumas imprecisões e trabalhos malfeitos e é proposta por pouquíssimos dermopigmentistas especializados. O emprego da tatuagem estética nos problemas relacionados com a calvície é amplo e, às vezes, providenciais. A seguir, os principais casos em que esse tratamento pode oferecer notáveis melhoramentos estéticos: • Cicatrizes na nuca decorrentes de autotransplante FUT (linear), fig. 1; • Cicatrizes na nuca decorrentes de autotransplante FUE (em forma de pontos), fig. 2; • Cicatrizes genéricas no couro cabeludo, fig. 3; • Alopecia areata, fig. 4; • Alopecia universal, fig. 5; • Alopecia androgenética, fig. 6; fig. 2: Cicatrizes na nuca decorrentes de autotransplante FUE (em forma de pontos)

fig. 1: Cicatrizes na nuca decorrentes de autotransplante FUT (linear)

fig. 3: Cicatrizes genéricas no couro cabeludo

INTRODUÇÃO

• Afinamentos genéricos, fig. 7.

10

11

fig. 6: Alopecia androgenética

fig. 5: Alopecia universal

fig. 7: Afinamentos genéricos

INTRODUÇÃO

fig. 4: Alopecia areata

12

13

Uma das técnicas fundamentais dessa disciplina é denominada Bounce®.

Consiste na implementação das técnicas antigas, já existentes para o mesmo fim: a manualidade e os parâmetros de trabalho foram considerados, revistos e aperfeiçoados, a fim de dar vida a um verdadeiro protocolo operativo denominado precisamente, Bounce (ressalto).

Tal desenvolvimento originou um sistema de trabalho capaz de produzir um efeito raspado, realístico e com menor possibilidade de mudança de tonalidade e migração da cor. Alguns inconvenientes eram comuns aos métodos antigos de trabalho, nos quais não se consideravam diversos fatores muito importantes, que podiam comprometer o resultado final.

Uma dermopigmentação do couro cabeludo realística e natural, deveria ser apresentada com microdepósitos, em forma de pontos, de pigmento castanho/ acinzentado, posicionados na derme superficial, tendo uma oportuna distância entre um e outro. Isso irá gerar um efeito de cabelo raspado ou um escurecimento das zonas dispersas, dependendo da aplicação das técnicas empregadas.

A seguir, (fig. 8-18), exponho alguns exemplos de Tricopigmentação.

DEPOIS

fig. 9a: Antes do tratamento

fig. 9c: Após a 2a sessão

DEPOIS

fig. 9b: Após o tratamento

fig. 9d: Macro HL

ANTES

fig. 9e: Macro

DEPOIS

INTRODUÇÃO

ANTES

ANTES

fig. 8a: Antes do tratamento

fig. 8c: Após a 2a sessão

14

fig. 8b: Após o tratamento

fig. 8d: Macro HL

fig. 8e: Macro

fig. 10a: Antes do tratamento

fig. 10b: Após o tratamento

fig. 10c: Pseudo-área de Brocq fig. 10d: Após a 2a sessão

fig. 10e: Macro

15

fig. 11a: Antes do tratamento

fig. 11c: Visão lateral

DEPOIS

fig. 11b: Após o tratamento

fig. 11d: Visão frontal

ANTES

fig. 12a: Antes do tratamento

fig. 12c: Após a 1a sessão

16

fig. 11e: Macro

DEPOIS

fig. 12b: Após o tratamento

fig. 12d: Visão frontal

fig. 12e: Macro

ANTES

fig. 13a: Antes do tratamento

fig. 13c: Após a 2a sessão

DEPOIS

fig. 13b: Após o tratamento

fig. 13d: Visão frontal

ANTES

fig. 14a: Antes do tratamento

fig. 13e: Macro

DEPOIS

INTRODUÇÃO

ANTES

fig. 14b: Após o tratamento

fig. 14c: Dermatite pre-trattamento fig. 14d: Visão frontal

fig. 14e: Macro

17

fig. 15a: Visão posterior

ANTES

fig. 15b: Visão frontal

DURANTE

fig. 15c: Visão posterior

fig. 15e: Visão posterior

18

fig. 16a: Visão posterior

DURANTE

fig. 15d: Visão frontal

DEPOIS

ANTES

fig. 16b: Visão frontal

DURANTE

fig. 16c: Visão posterior

DEPOIS

fig. 15f: Visão frontal

ANTES

DURANTE

fig. 16d: Visão frontal

DEPOIS

fig. 16e: Visão posterior

DEPOIS

INTRODUÇÃO

ANTES

fig. 16f: Visão frontal

19

ANTES

DEPOIS

É temporária ou dura a vida inteira?

Aviso que, neste volume, nos concetraremos no mundo da dermopigmentação com pigmentos bioreabsorvíveis (fig. 19).

fig. 17a: Antes do tratamento

fig. 17c: Após a 1a sessão

fig. 17b: Após o tratamento

fig. 17d: Visão frontal

fig. 17e: Macro

Realização de tatuagem com pigmentos bioreabsorvíveis

Quando a dermopigmentação é executada com pigmentos bioreabsorvíveis (erroneamente chamados “semipermanentes”), é denominada micropigmentação do couro cabeludo, ou seja, Tricopigmentação. Pode durar de 4 a 6 meses, até, no máximo, 14/16 meses. O espaço de tempo no qual o trabalho pode permanecer visível é muito amplo e não é possível, de forma alguma, estabelecer antecipadamente quando desaparecerá por completo. A única certeza é que, se o trabalho for executado com esse tipo de pigmento, com o tempo, o efeito desaparecerá completamente. Os fatores que podem acelerar o desaparecimento do pigmento na derme são muitos. Os mais importantes são: • o poder de fagocitose do indivíduo; • a idade da pessoa (complementa • o fator anterior); • o poder de cicatrização pós-tratamento do indivíduo; • conformação anatômica da cútis do paciente; • o tipo de pigmento pressionado na derme; • a técnica manual empregada durante o trabalho;

DEPOIS

INTRODUÇÃO

ANTES

• o tempo de exposição ao sol ou a lâmpadas de bronzeamento artificial; • o uso de fármacos dos tipos anticoagulantes e cortisônicos.

Nos termos do que foi exposto acima, pode-se afirmar que a duração de uma Tricopigmentação.

fig. 18: Antes e Depois

20

fig. 19: A Tricopigmentação pode ser efetuada em duas modalidades distintas: uma com o uso de pigmentos bioreabsorvíveis (primeiro caso), e outra, com pigmentos definitivos (segundo caso)

21

Realização da tatuagem com pigmentos definitivos

Em casos raros, é possível efetuar o trabalho com preparações colorantes definitivas. Essa escolha deve ser avaliada muito atentamente. Atrai a maior parte das pessoas interessadas em tatuagem estética na cútis, esperando a tão cobiçada solução de todos os problemas ligados aos cabelos mas, na realidade, é uma ilusão.

Na natureza, nada permanece inalterado com o passar do tempo, inclusive os óxidos de ferro empregados na criação dos pigmentos. Em outras palavras, não existe a certeza de que um trabalho executado com preparações colorantes definitivas permaneçam inalterados no decorrer da vida. Pode acontecer que a mutação de determinadas tonalidades de castanho resulte em outras cores. Embora esse inconveniente possa ser relativamente controlado com um oportuno balanceamento dos componentes cromáticos de tons castanhos, de qualquer maneira, permanece um relevante limite para a dermopigmentação em geral.

Entre os fatores que contribuem ou, de algum modo, interferem no fenômeno de mutação dos castanhos empregados na tatuagem, estão:

Se as causas elencadas acima não forem tomadas em consideração, a zona tratada com a Tricopigmentação poderá sofrer irritações, com inevitável e consequente migração de leucócitos ao redor do depósito ponteados de pigmento. Isso poderia causar um verdadeiro alargamento das bordas do “pontinho” original e, desse modo, possibilita que se perca, definitivamente, a sua definição (migração do pigmento). Assim, tal fator se torna passível de uma fagocitose adicional, induzida pelas condições inflamatórias acima elencadas. Além disso, tentar remover o pigmento através de outras Termopigmentações, pode causar um maior aumento do “pontinho” (fig. 20). Muitas vezes, ouço falar de técnicas “milagrosas”, com as quais seja possível remover uma dermopigmentação com a utilização de leite de cabra, água oxigenada, ácido hialurônico e muitas outras substâncias, normalmente utilizadas para outras finalidades. Como podem imaginar, sinto-me obrigado a enfatizar a minha discordância quanto a isso.

CORANTES BIOREABSORVÍVEIS

• exposição excessiva aos raios ultravioletas: sol ou bronzeamento artificial; • fortes variações de temperatura;

RECÉM-FEITO

APÓS UM MÊS

APÓS TRÊS ANOS

• alcalinidade dos líquidos extracelulares presentes na derme; • pureza das matérias-primas empregadas nas preparações colorantes utilizadas;

Pode acontecer que o seu trabalho passe de “pontinho”, como era originalmente, e se transforme em um mega ponto, gerando o fenômeno conhedido por migração da cor.

A tendência é que esse novo aspecto se alargue e adquira uma coloração próxima ao verde. Entre os fatores que contribuem ou, de algum modo, interferem no fenômeno da migração da cor, estão:

INTRODUÇÃO

• doenças autoimunes do indivíduo submetido ao tratamento.

CORANTES DEFINITIVOS RECÉM-FEITO

APÓS UM MÊS

APÓS TRÊS ANOS

• a exposição ao sol, as lâmpadas de bronzeamento artificial, as saunas, os banhos ou duchas com água excessivamente quente, enfim, tudo aquilo que é capaz de aumentar a temperatura corpórea; • a aplicação de substâncias alcoólicas, loções para os cabelos e uso de esfoliantes químicos (ácido glicólico, ácido mandélico, ácido pirúvico, ácido salicílico, ácido tricloroacético, fenol, resorcina); • tentativa de remoção do pigmento implantado com sistema diferente da laserterapia.

22

fig. 20: Diferença entre o uso de pigmentos bioreabsorvíveis e o uso de pigmentos definitivos

23

O que darei por certo Visto que o objetivo deste manual é fornecer uma visão completa da Tricopigmentação e que, necessariamente, combinado com um curso de formação, lhe dará todos os instrumentos para operar nesse sentido, não posso estender o assunto a outros campos que giram ao redor dessa disciplina. A infectologia, a higiene, a legislação e outros assuntos, claramente, deveriam ser examinados isoladamente: não excluo a possibilidade de falar sobre tais assuntos mas, por enquanto, tenho quase certeza que você já conhece os seguintes conceitos: • como preparar o local de trabalho; • a necessidade de usar, constantemente, material descartável e a exigência de uma adequada praxe higiênica que garanta o mais alto padrão sanitário; • como proteger-se de doenças infecciosas; • processos de esterilização; • como obter uma regular autorização sanitária, a fim de poder trabalhar com maquiagem permanente em um estúdio; • regras genéricas desse setor: texto único sobre a segurança, RESAP Européias, diretrizes ministeriais, descarte de resíduos especiais, decretos regionais e regulamentos comunais; • teoria da cor; • anatomia, fisiologia e histologia da pele.

CAPÍTULO UM

Fundamentos

24

25

A Tricopigmentação surgiu em 2008, por seus idealizadores Ennio Orsini e Toni Belfatto. O primeiro, maquiador e micropigmentista experimental e o segundo, micropigmentista, tatuador e tricólogo.

Há muitos anos atrás, sedentos da vontade de explorar e de inovar, que sempre nos caracterizou, começamos a experimentar novas técnicas de dermopigmentação corretiva. Aquela curiosidade profissional foi só o início para uma nova era da micropigmentação. O nosso projeto iniciou há muito tempo atrás: intuições, testes das técnicas e suas cores, anos de pesquisa e resultados a serem interpretados, sucessos e desilusões. Por fim, aquele sonho se concretizou em 2009, com a abertura de uma sociedade de serviços: a Orsini & Belfatto s.r.l. e, successivamente, com a registração das marcas e patentes Tricopigmentação® e Bounce®(fig. 21).

fig. 21: Patente Tricopigmentação

A Tricopigmentação tem como objetivo principal a solução para imperfeições de diferentes tipos: a calvície e a presença de cicatrizes no couro cabeludo. À Tricopigmentação, é reconhecido um grande peso emotivo, porque é a verdadeira solução dos complexos psicológicos que nascem, na maior parte dos casos, com a presença de fortes e repentinas mudanças. As habilidades e os conhecimentos do dermopigmentista devem ir além das usuais noções visagísticas comuns aos operadores atuais de maquiagem permanente. De fato, deverão adicionar as técnicas, especificamente, as técnicas tricológicas. Além disso, será necessário potenciar

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o estudo da dermopigmentação estética em geral. Aproveito a ocasião paradella salientar que este importante manual não pode, de modo algum, substituir os cursos de formação, mas poderá ser um ótimo instrumento de trabalho para você.

No mercado atual, a Tricopigmentação é proposta como válida alternativa às soluções cirúrgicas, bem como às simples aplicações de peruca e apliques; é insubstituível para as cicatrizes geradas por autotransplante. A experiência feita na área, evidenciou uma grandíssima falta de operadores especializados, capazes de auxiliar na intensa atividade desenvolvida por cirurgiões estéticos, na área de autotransplante de cabelos e a problemas ligados à calvície. Essa necessidade, unida à falta de um verdadeiro protocolo operativo específico, levou a Orsini & Belfatto a criar um novo know-how, identificado com o nome Tricopigmentação®.

Mas, gostaria de voltar um pouco no tempo, e contar-lhe alguns episódios relevantes que me levaram a ser o atual “pai” (assim que, divertidamente, me definem) da Tricopigmentação. Há dez anos atrás, aproximadamente, trabalhava na Silverlips, empresa alemã, produtora de materiais e corantes para a maquiagem permanente. Nessa multinacional, trabalhava como distribuidor e professor nos numerosos curso de formação que organizava. Na época, se falava de micropigmentação do couro cabeludo, e a minha intuição foi farejar a exigência de equipamentos específicos a serem manuseados, que se diversificassem dos que, geralmente, eram empregados na dermopigmentação. Propus à empresa a minha visão e, assim, a minha idéia, com a condição de que as minhas habilidades e as deles, bem como os interesses econômicos, fossem satisfeitos. Após um primeiro momento de reflexão, a Silver-lips recusou, mas eu não desisti: tinha certeza que a minha ideia era inovativa, estava convicto de poder transformar essa disciplina, bem como todas as pessoas que buscam uma solução adequada aos inconvenientes causados por problemas como a calvície. Sim, se hoje posso dizer que eu tinha razão, acredito que tenha sido por causa da ideia, unida à minha obstinação e à minha tenacidade. Mas, voltemos à história: após aquela decepção, participei como palestrante em uma convenção em Pisa (fig. 22) e, igualmente, o diretor da Biotek (fig. 23), outra empresa muito importante do setor, com o qual fiz o trajeto de carro, trajeto esse que se revelou determinante para a evolução da Tricopigmentação.

I. FUNDAMENTOS

I.1 História da Tricopigmentação

27

2009, ano no qual, graças aos laboratórios de vanguarda Biotek Medical, criamos e inserimos no mercado o tricodermógrafo (sistema Tricoderm®), acompanhado por uma jornada de apresentação em Milão, a fim de firmar o método como real inovação no setor (fig. 24-26).

fig. 22a: Congresso Nacional A.T.E.C. - Manifestação sobre Tricopigmentação

fig. 23: Encontro de Massimo Froio (CEO Biotek) com Ennio Orsini. Congresso nacional A.T.E.C., Pisa

fig. 24: Apresentação da Tricopigmentação Accademia Biotek, Milão. Na foto: Ennio Orsini, Massimo Froio e Toni Belfatto

I. FUNDAMENTOS

fig. 22b: Congresso Nacional A.T.E.C. - Manifestação sobre Tricopigmentação

fig. 22c: Congresso Nacional A.T.E.C. - Manifestação sobre Tricopigmentação

Fiz a mesma proposta a eles, aquela que os alemães não aderiram mas, diferentemente deles, o verdadeiro empreendedor italiano, que faz a diferença, foi perspicaz e absolutamente pronto à novidade, através de uma lucrativa negociação.

Foi quase imediata e atempada a minha passagem para a Biotek. Estávamos em

28

fig. 25: As melhores operadoras italianas, presentes no primeiro evento oficial de TTRICOPIGMENTAÇÃO ITALIA. Accademia Biotek, Milão

29

tamos uma relação sobre a Tricopigmentação, ou seja, a nossa marca, no emprego da dermopigmentação na calvície e êxitos cicatriciais (fig. 28). Na sala, estavam presentes cerca de 300 pessoas, das quais médicos e operadores do setor (fig. 29) e, na relação, foi inserida, também, a apresentação do curso de formação, dedicado aos profissionais russos, que ocorreu em maio de 2011 (fig. 30, 31).

fig. 26: Surge o primeiro TRICODERMÓGRAFO (Sistema Tricoderm) by Biotek-Orsini&Belfatto.

fig. 28a: Momento da Pauta “Tricopigmentação”, Mosca

fig. 28b: Momento da Pauta “Tricopigmentação”, Mosca

I. FUNDAMENTOS

fig. 27a: Lançamento da Tricopigmentação no mercado italiano Cosmoprof, Bologna

fig. 27b: Lançamento da Tricopigmentação no mercado italiano Cosmoprof, Bologna

O sucesso e a aceitação foram quase imediatos, graças, também, ao circuito que feiras, como a Cosmoprof, são capazes de gerar (fig. 27). Digo isso porque, logo em seguida àquela ocasião, eu e o meu sócio Tony fomos convidados para ir em Mosca, no Palácio dos Congressos da Câmera de Comércio e Indústria da federação russa, na quinta edição da Convenção Internacional de Medicina. Apresen-

30

fig. 29: Sala de conferência da Câmera de Comércio de Mosca.

O evento também foi transmitido via web, com mais de 1600 pessoas conectadas.

31

fig. 32: Fase do campeonato do mundo de maquiagem permanente. Os juízes analisam uma maquiagem permanente, a fim de dar o voto

fig. 30b: Momento do primeiro curso internacional de Tricopi mentação, na instituição BIOTEK

fig. 33: Momento da premiação no campeonato mundial de maquiagem permanente

De fato, já tinham inscrições de operadores mexicanos e japoneses para a edição sucessiva, e, quanto a mim, fui reconfirmado juiz, pelo segundo ano consecutivo (fig. 32, 33). A minha presença naquela competição ressaltou a importância e o prestígio do estilo italiano no mundo da dermopigmentação visagística. fig. 31: Conclusão do primeiro curso internacional de Tricopigmentação, ministrado em Milão, na prestigiosa instituição BIOTEK WORD, com grande aceitação por parte das operadoras russas

Durante o congresso, organizou-se uma competição internacional de maquiagem permanente, da qual 80 operadoras, provenientes de toda a Europa, participaram.

A essência da competição era a maquiagem permanente das sobrancelhas, com técnica fio-a-fio. Sendo esse o único campeonato Europeu do setor, os organizadores ambicionavam fazê-lo com que se tornasse muito abrangente.

32

Desculpe-me se, às vezes, converso muito, mas sinto fortemente a necessidade de compartilhar o meu percurso com você e a história de tudo o que aconteceu. Às vezes, corro mais rápido que a história em si. Voltemos a nós.

I. FUNDAMENTOS

fig. 30a: Momento do primeiro curso internacional de Tricopigmentação, na instituição BIOTEK

Após essa frenética experiência, pensara ao método mais eficaz e rápido para introduzir a disciplina, seja no mercado, seja como propagação orientada: indiscutivelmente, era o mundo dos blogueiros. Iniciei em um renomado fórum. Fui contatado quase que imediatamente pelos administradores, para ser qualificado como especialista em Tricopigmentação, em uma determinada sessão, dedicada somente a mim e à matéria específica. Em pouquíssimo tempo, se tornou a página mais visualizada e clicada de todo o fórum, mas logo deixaria aquela realidade,

33

que se tornara muito trabalhosa para que pudesse conciliar com o meu trabalho na área. Fui prontamente substituído pela Silver-lips, ou melhor, por algumas das minhas alunas e colegas da empresa alemã.

A diferença entre a minha proposta e a deles era elementar, mas significativa: os equipamentos utilizados na Tricopigmentação, no meu método, era e é o verdadeiro ponto central de todo o meu estudo, porque se diferencia dos outros utilizados na maquiagem permanente em geral.

bém, cursos específicos para os operadores que devem seguir um protocolo e comportamentos específicos. A partir de então, outros países ficaram curiosos de conhecer mais sobre a Tricopigmentação e solicitaram a minha participação em vários congressos mundiais. Lembro-me, com uma satisfação particular, a experiência feita em Miami, na Colômbia e a mais recente, na fria Noruega (fig. 36).

Em 2010, fui convidado a ir a Capri. Tratava-se de uma convenção médica, com somente médicos, e eu fui o pioneiro não médico a intervir com a, até então jovem, mas notável, Tricopigmentação (fig. 34, 35).

E, portanto, nasce comigo, não somente o método, como uma nova figura profissional, a do tricopigmentista e, com isso, não só serviços a pessoas, mas, tam-

fig. 36: Uma das muitas apresentações da Tricopigmentação no mundo

fig. 34: Momento da pauta intitulada “Tricopigmentação”, no congresso em Capri

fig. 35: Mesa dos oradores do congresso em Capri. Na sala, estavam presentes médicos de cirurgia de autotransplante, os mais ilustres do mundo

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Pois bem, se eu lhe dissesse de andar de Rollerblades, você entenderia, com certeza, que quero saber se você consegue andar de patins. Talvez não saiba que os termos “rollerblade” e “rollerblades” são utilizados indiscriminadamente e servem para indicar qualquer par de patins “in line”, com rodinhas mas, na realidade, esse nome representa uma empresa italiana que fabrica esse produto: Rollerblade é, primeiramente, uma marca, mas somente agora tornou-se um nome popularmente genérico e comum. Isso é, exatamente, o que está acontecendo com a marca Tricopigmentação®: esse termo refere-se à dermopigmentação do couro cabeludo, mas, na realidade, esse neologismo, composto por “trico” e “pigmentação” foi idealizado, formado e difundido por mim.

I. FUNDAMENTOS

Até hoje, a Tricopigmentação é uma disciplina em crescimento, em contínua evolução, mas, certamente, é quase que uma obrigação constatar sua natureza triunfal e o inevitável e crescente sucesso. O seu contínuo estudo e evolução, levarão à busca de novos métodos e de novos produtos, até mesmo com maior desempenho com o passar do tempo.

Antes de mim, nunca, ninguém havia utilizado essa palavra para indicar o que eu quis dizer e, além disso, ela nunca apareceu em nenhum dicionário. Quando pensei nesse termo, considerei somente o fato de que soava bem e que, de algum modo, fazia pensar em “Micropigmentação”. Por isso, logo o achei adequado e agradável ao objetivo que tinha: criar um depósito capaz de juntar todas as

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inovações, as intuições e o know-how que havia adquirido nos anos anteriores.

Para ser bem claro, a minha Tricopigmentação, origina-se de uma imprecisão na estrutura da própria palavra: analisando as duas partes que compõem o vocábulo, nota-se uma ação de pigmentação no pelo. Na realidade, como já sabemos bem, nós pigmentamos, exclusivamente, a derme.

As primeiras pessoas que notaram essa deixa foram alguns dos meus atuais concorrentes (até então, alunos) que, privados de fantasia, de orgulho, e com a mesma deslealdade de uma hiena, não hesitaram em utilizar o termo Tricopigmentação para fazerem propaganda de sua atividade, que não era nada mais que uma micropigmentação do couro cabeludo, feita com máquinas tradicionais de maquiagem permanente e com agulhas e pigmentos usados na maquiagem permanente.

Por fim, fico feliz em lembrar-me que, até mesmo, a marca gráfica atual da Tricopigmentação é minha obra: criei-a pensando na linha da cabeça vista do alto e realizada com pontinhos (fig. 37). A seguir, mostro a última implementação da marca gráfica, para expor a evolução precedente, antes de chegar à marca atual (fig. 38).

fig. 38: Versão atual da marca Tricopigmentação®

I.2 Os limites do transplante: campos de aplicação da Tricopigmentação

Quero iniciar este parágrafo afirmando o que dizem muitos cientistas, ou seja, que os cabelos não tem um papel funcional e, portanto, nossa raça poderia sobreviver, mesmo se todos os humanos fossem calvos. Questão abreviada de modo bastante simplista, se considerado que ignora totalmente os enormes significados psicológicos e sociais atribuídos aos cabelos. Essa é a razão pela qual uma quantidade considerável de pessoas sofre o desconforto da calvície e que é disposta a fazer tanto, a fim de encontrar uma solução. Fundamentalmente, existem 3 grandes soluções para esse grande e persistente problema.

A solução mais difundida é a do autotransplante, que consiste num simples deslocamento dos cabelos, de uma parte à outra. Portanto, não se trata, nem de um aumento, nem de um espessamento. É como se os limites do autotransplante se configurassem sozinhos. De qualquer maneira, se trata de uma técnica válida, mas que acarreta 3 grandes lacunas a serem seriamente consideradas:

I. FUNDAMENTOS

Gostaria de dizer que é desanimador saber que muitos de nossos supostos colegas estão se aproveitando, provavelmente de modo inconsciente, dessa nuance linguística, da trilha positiva criada pelos nossos trabalhos, consequência de muitos anos de estudos e de investimentos profissionais e econômicos. Infelizmente, chegamos a essa situação devido à nossa falta de experiência no setor de patentes. Fomos “ingênuos” ao confiarmos na responsável do Instituto de patentes de uma Câmara de Comércio de Abruzo. Essa pessoa, totalmente incapaz e ignorante no assunto, nos aconselhou muito mal, fazendo com que somente registrássemos a marca figurativa, e não aquela verbal. E é esse o motivo pelo qual todos, atualmente, podem falar abusivamente de Tricopigmentação.

• deixa cicatrizes; • atinge cabelos de uma zona denominada “donor” (doadora) e que, justamente, não é um poço infinito; • a zona que recebe sofre um trauma.

fig. 37: Primeira versão da marca Tricopigmentação®

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Deve-se levar em consideração o fato que, em algumas situações, por exemplo, em presença de alopecia avançada, tipo Norwood 7, será, evidentemente, im-

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A Tricopigmentação é bem avantajada no que diz respeito a esses deficit: absolutamente, não tem a missão, nem pretende substituir a cirurgia de autotransplante, mas tem como função ser algo complementar. Sim, porque é capaz de resolver aqueles determinados limites técnicos, como a formação de cicatrizes. E mais, tenho a certeza e a convicção de que logo se tornará um precioso suporte ao cirurgião, de modo a complementar o seu trabalho.

fig. 39: Situação típica de quando a zona doadora não pode mais prover unidades foliculares e a alopecia continua o seu curso, criando uma zona nua, onde não é mais possível implantar folículos.

I.3 Condição psicológica do autotransplantado Considero este parágrafo muito importante. Para você, é decisamente fundamental ser dotado de uma certa quantidade de sensibilidade e atitude em captar e em saber lidar com a fragilidade, com os estados de espírito e, portanto, antecipar e veicular determinados comportamentos típicos de quem tem um problema estético e, também, psicológico.

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Gostaria de acompanhá-lo neste parágrafo, contando a história do Manuele. É, também, a história do Federico, do Giovanni, do Giuseppe...e é completamente diferente da história do Luca, do Alfredo, do Gaetano...

Geralmente, mais sofremos desilusões, mais nos tornamos desconfiados. Durante a consultoria pré-tratamento, Manuele o era muitíssimo, talvez, de modo excessivo. As suas perguntas eram um espelho límpido de seu sofrimento, mas essa debilidade, junto com a dor, eram clara e evidente expressão de ajuda desesperada, de quem é consciente de estar a um passo da tão desejada salvação. A história do Manuele começa assim, submetido a um autotransplante, com técnica Strip, em virtude de uma alopecia de quarto grau na Escala de Hamilton. Infelizmente, é necessário admitir que operações de autotransplante mal conduzidas, geralmente, levam à total insatisfação de quem se submete. Se, antes, a única preocupação de Manuele era o de não ter cabelos, após a operação, suas preocupações triplicaram. Manuele continuou com a mesma calvície de antes, com uma cicatriz nucal de cerca de 27 cm, de orelha a orelha e com o arrependimento de ter gasto uma elevada soma de dinheiro.

Tudo isso foi traduzido num profundo estado de insatisfação, que pode fluir nas mais variadas tentativas de fuga e de ocultamento da própria realidade. A fim de esconder aquele curioso corte, motivo de questionamentos infinitos e exaustivos, Manuele fazia o seu possível mas, para isso, tomava emprestado o lápis preto de maquiagem de sua esposa, para cobrir toda a superfície cicatricial e levava, todas as vezes, cerca de 20 minutos para desenhar os pontinhos. Sem dúvida nenhuma, aquele era um ótimo sistema para enganar muitas pessoas mas, evidentemente, passageiro e pouco prático. Ainda, usava pozinhos coloridos, chapéus e cortes de cabelos improváveis, não ia mais à praia, evitava amigos e parentes, mas nada ajudava verdadeiramente Manuele a resolver aquele problema estético.

Após a consultoria, seguiu-se a marcação do tratamento e dividimos o percurso em duas sessões, com distância de cerca de 50 dias uma da outra. Imediatamente, informei sobre a provável necessidade de outras sessões de acabamento.

Escolhemos realizar o trabalho de cobertura da cicatriz com preparações corantes bioreabsorvíveis. Isso significava que o trabalho teria que ser reforçado, mais ou menos, uma vez por ano.

I. FUNDAMENTOS

possível tratar (fig. 39).

Quando chegou o dia marcado, Manuele estava muito nervoso. Pedi que se apresentasse àquela sessão com os cabelos raspados com a maquininha, cerca de um milímetro, e isso evidenciou melhor o claro sinal do bisturi. Algumas cicatrizes se apresentam da mesma cor do couro cabeludo, por outro lado, outras são mais

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claras, peroladas, pelo fato de o melanócito danificado no êxito cicatricial, naquela determinada zona, não ser mais capaz de produzir melanina. A cicatriz de Manuele era, exatamente, do segundo tipo. Comecei por decidir a tonalidade do colorante a ser usado, e se tratava de um castanho muito frio.

Na Tricopigmentação, existem cores específicas, diferentes das utilizadas na maquiagem permanente.

durou pouco mais de trinta minutos, e o resultado final era, com certeza, menos vistoso que na primeira sessão. Nos dias que se seguiram, a perda de cor foi muito inferior que a anterior e, depois de 3 meses, aproximadamente, Manuele envioume um email de agradecimento e de sincera satisfação, pedindo-me de marcar o próximo encontro de reforço após um ano da segunda sessão (fig. 40-41).

ANTES

DEPOIS

Despedimo-nos, depois de ter marcado o próximo encontro para, aproximadamente, dois meses. Durante o período de adaptação do trabalho, Manuele enviou-me diversos emails, pedindo-me conselhos sobre o pós-tratamento e, embora eu o tivesse informado claramente sobre o êxito da primeira sessão, ele se preocupava excessivamente com um notável clareamento.

Provavelmente, a sua tensão era gerada pelo medo de ter contado com a vitória muito cedo. De fato, alguns dias após o tratamento, a cobertura parecia perfeita e, Essa perfeição desaparece quando o pigmento começa a cicatrizar e a regeneração do extrato epidérmico cria uma película acinzentada, que opacifica e clareia notavelmente a cor aplicada. Decepção já vivido quando, após o autotransplante, viu cair, lentamente, inúmeros folículos autotransplantados e viu a sua felicidade transformar-se em um sentimento de fracasso insuportável. Chegou o dia da segunda sessão e, como eu imaginava, o trabalho tinha que ser reforçado.

Essa estratégia permite uma maior certeza de sucesso do tratamento, de fato, é sempre possível adicionar cor. Tirar, não. O risco de sobredosagens de quantidade e de tonalidade da cor é demasiadamente elevado. Após analisar a tinta sob a pele, modifiquei o pigmento empregado, com o objetivo de fazer com que o resultado futuro parecesse ainda mais com os cabelos cincundantes. O segundo encontro

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fig. 40: Manuele antes e logo depois do tratamento

Macro pós-tratamento

Tratamento concluído

I. FUNDAMENTOS

Continuei com a cobertura de toda a superfície, utilizando a técnica denominada Bounce®. O resultado dessa primeira fase é o de um efeito raspado: com uma agulha específica e com parâmetros precisos, é possível produzir micropontinhos que, expandindo-se durante algumas semanas, mimetizam a cicatriz atrás da cabeça.

Passei à repigmentação do tecido que continuou claro entre um pontinho e outro, utilizando, portanto, uma tonalidade cor de pele. Durante o trabalho, perguntava a Manuele, constantemente, se sentia dores, mas a resposta era sempre negativa.

Por fim, após cerca de uma hora e quinze de trabalho, a cicatriz se mostrava levemente inflamada e o pontinho menor de quanto deveria ser, a cor carne muito mais alaranjada mas, apesar de tudo, o resultado obtido escondia muito bem o defeito inicial.

fig. 41: Macro pós-tratamento. Manuele, com o tratamento concluído

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I.4 A quem é indicada a Tricopigmentação®?

Nos últimos dez anos, sociólogos e outros profissionais demonstraram o quanto parecer atratente seja importante. Isso implica que os menos bonitos ou menos atraentes são, potencialmente, menos avantajados em todas as relações humanas. Logo, um quarto da população terá mais de 65 anos de idade e o medo de se tornar calvo aumenta, numa cultura obcecada pela juventude e pela beleza. Não é uma surpresa que, todos os anos, sejam gastos milhões de euros em cuidados com os cabelos e nem que tricólogos improvisados, vendedores de “milagrosos crescimentos de cabelos”, como os feiticeiros de antigamente, sejam muitíssimos.

Principalmente os médicos deveriam levar a calvície mais a sério, considerando que o exército de autotransplantados cresce de modo exponencial: em 2007, foram registrados por volta de duzentos mil transplantes no mundo mas, muitos, ou seja, 7 em 10, ficam insatisfeitos, não tanto pelos resultados obtidos, mas pelos limites que esse tipo de solução implica.

Certamente, é um projeto ambicioso mas, como dizia o outro: mire sempre as estrelas, se Em muitos casos, terá que corrigir defeitos causados pelos autotransplantes: aqueles que recorreram à técnica FUE apresentarão a cabeça repleta de espaços brancos; aqueles operados com a técnica FUT, vão querer cobrir as grandes cicatrizes horizontais, com, até mesmo, 30 cm, de uma orelha à outra; mas, também, pacientes com alopecia localizada, pessoas que perderam os cabelos após um abalo emocional, ou mulheres após o parto...enfim, como pode ver, as causas e as dinâmicas podem ter diferentes origens e, nem sempre, existe uma verdadeira patologia por trás, mas se o paciente se dirige a você, é porque se sente incomodado e vê em você a solução.

Portanto, o tricopigmentista deve ser, necessariamente, aberto ao mundo médico, porque irá implementar, com a sua técnica, o trabalho do cirurgião e, em muitos casos, os êxitos negativos que esteticamente levam a um tratamento do tipo.

No momento, a colaboração é, principalmente, unilateral, mas simplesmente porque iniciamos nossa existência somente agora. Todavia, começam-se a sentir os primeiros indícios dessa abertura do outro lado também: muitos pacientes vêm até mim porque foram encaminhados pelo mundo médico. Certamente, essa sinergia tem que ser cultivada e, tenho certeza que obteremos resultados cada vez mais satisfatórios, em todos os pontos de vista. É fundamental salientar que a sua prática não é irreversível e, portanto, após cerca de 8/12 meses do reforço anterior, terá que ser realizada uma nova intervenção.

O aparecimento e o desaparecimento de cabelos sempre simbolizou o alcance da maturidade e do envelhecimento. Culturas de relevo davam à cabeça cheia de cabelos uma aura de beleza, juventude, virilidade e bem-estar. Em especial, o desejo de permanecer eternamente jovens, explica o medo difundido da perda de cabelos associada à idade.

Essa é uma profissão que não admite improvisações e é por isso que tenho muito interesse em salientar a importância dos cursos de formação: este manual dá um ótimo suporte ao trabalho, mas não substitui um curso, de modo algum.

Na Itália, nove milhões de pessoas sofrem de calvície mais ou menos grave e, desses, cerca de 50% são jovens e os outros 50% têm mais de 50 anos de idade. O dado relevante é que, de maneira quase indistinta, o problema causa sofrimento e as pessoas buscam uma solução (fig. 42).

Lembre-se que você trabalhará muito com portadores de prótese, por isso, é justo esclarecer alguns pontos, a fim de se apresentar com uma postura correta, seja técnica que emotiva. O portador de prótese, aquele que a tem há muitos anos, tem uma regeneração cutânea diferente de quem não tem nada. Por isso, a abordagem na pele deverá ser rigorosamente mirada e específica, com relação a quem apresenta outra tipologia de problema.

Pois bem, a Tricopigmentação ajuda a reencontrar um equilíbrio perdido, em muitos casos, e faz com que o paciente goste de si mesmo, com um novo visual, graças a uma pequena ajuda. Portanto, torna-se evidente que a Tricopigmentação seja

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direcionada a todas as pessoas, homens e mulheres, jovens e menos jovens, que têm problemas com os cabelos.

I. FUNDAMENTOS

Gostaria de concluir este parágrafo sugerindo a você de mostrar não só delicadeza mas, também, determinação, desde o início. O autotransplantado é agitado e decepcionado, por isso, você deverá ser claro sobre a possibilidade da Tricopigmentação e, se julgar oportuno e correto, rejeitar o trabalho caso o êxito previsto não for à altura das expectativas de seu cliente.

Para quem não tem outra solução confiável e segura, tirar a prótese é uma passagem difícil, ou, até mesmo, impossível. Que fique claro que a Tricopigmen-

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Isso quer dizer que um pontinho realizado em uma pele que não teve prótese de nenhum tipo, se transformará após um mês, aproximadamente, numa bolinha de ping pong: são necessárias pressões diversas, técnicas diversas, cores diversas e, também, tempos diversos. Parece tão óbvio e previsível mas, tendo em vista a levianidade com que alguns encaram a situação, gostaria de repetir mais e mais esse conceito.

LEGENDA 61.000.000 habitantes

70% insatisfeitos

9.000.000 calvos

30% satisfeitos

fig. 42: Gráfico de torta que ilustra a quantidade de calvos no total da população italiana.

Desses, somente 30% definem-se satisfeitos com o autotransplante.

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I.5 O lado emotivo do nosso cliente Gostaria de utilizar este parágrafo para fazer algumas reflexões sobre a doença mais ambígua da cabeça e, portanto, tentar analisar o aspecto emocional ligado ao nosso cliente. Pode ser que o motivo que leva o calvo a reprimir o sofrimento causado pela própria “doença” seja as incontáveis patologias atuais ou, talvez, o medo de ouvir dizer que aquele não é um verdadeiro problema? Ainda, apesar do progresso científico e da profunda mudança dos padrões estéticos, a falta parcial de cabelos, mais que a total, continua a fazer sofrer suas vítimas. Poderia tratar-se de um monstruoso volume de negócios gerado no mercado do cabelo mas, principalmente, no da calvície: cosméticos tricológicos, autotransplantes, próteses, produtos e sistemas milagrosos etc. O tempo corre inevitavelmente, mas é provável que os problemas ligados aos cabelos permanecem os mesmos. Inicialmente, a falta de cabelos era considerada uma punição: na Roma antiga, os traidores, as adúlteras e os prisioneiros era totalmente raspados. A instituição da “tonsura” em algumas ordens monásticas tinha, e ainda tem, um profundo valor simbólico: renunciar aos cabelos para manifestar a própria indiferença às instâncias mundanas, para poder ser tudo, menos atraente. Seria possível continuar a fazer uma longa busca com as referências históricas mais interessantes, ligadas à falta de cabelos, com um significado negativo. Por outro lado, ainda na antiguidade, a abundância de fios era considerada um sinal visível da autoridade do Chefe, assim como os cabelos eram elementos essenciais na “dignidade” de um Rei. Em vista dessa herança histórica, não é simples sair desse forte e arraigado esquema mental. Portanto, para combater a calvície, desde a antiguidade até hoje, continuam a utilizar bizarros e sangrentos sistemas de espessamento do couro cabeludo. Chega a ser cômico pensar que os nossos antepassados usavam patas de cachorros e crinas de jumentos enterradas e cozidas em óleo para combater a calvície. Ou, até mesmo, gordura de leão, hipopótamo, crocodilo, pato, cobra e íbis, aplicada diretamente na cabeça calva. Ainda, dentes de jumento ou de cavalo, gordura de urso e miolo de cervo, folhas de murta, casca de pinho, vinho branco, óleo de semente de rabanete, bagas de junípero, absinto, raízes de samambaia, óleo de linhaça, amêndoas esmagadas, farelo de trigo, pó de mástique e muito mais.

I. FUNDAMENTOS

tação é, para todos os efeitos, um suporte ao transplante.

Parece que a “tonsura” na nuca, uma forte calvície, parcial ou total, façam muito mal à autoestima: os homens que sofrem são muito mais facilmente deprimidos e introversos e com menos possibilidade de sucesso na vida.

Muitos estudiosos acham que estamos acostumados a considerar os cabelos como um “atributo sexual” e, se eles deixarem de existir, viveremos essa condição

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como uma regressão ao estado infantil, no qual não são ainda bem diferenciados os sexos e as funções.

A perda de cabelos é, assim, inconscientemente vivida como castração, como perda da virilidade, da força, da juventude, da masculinidade ou da feminilidade.

Atualmente, essa pseudodoença existe. Saiba que, somente na Itália, aproximadamente nove milhões de pessoas sofrem, alguns mais, outros menos gravemente e, dentre esses, 20% são jovens do sexo masculino, entre vinte e trinta anos. O restante 50% são homens acima de cinquenta anos.

Para falar a verdade, se uma doença é algo que causa dor física e psicológica e, considerando que o primeiro passo para a sua cura é a consciência de que ela existe, seria possível iniciar a considerar o sofrimento gerado pela calvície para que, talvez, seja garantida uma maior atenção por parte de quem pode oferecer uma cura. Claramente, o seu cliente não é de uma única tipologia, mas poderá pertencer a uma das seguintes três macro categorias: • afinamento simples; • portador de prótese; • autotransplantado.

CAPÍTULO DOIS

CALVÍCIE

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A calvície comum é a forma mais conhecida das alopecias e consiste na falta total ou parcial de cabelos em geral, mas cada caso específico, é um entre as tantas formas de alopecia. É caracterizada por uma inicial perda de cabelos no vértice da cabeça para, depois, alargar-se para toda a parte alta do couro cabeludo, salvo a nuca e as têmporas, até chegar à calvície em forma de “coroa”.

Mas, por que os cabelos começam a cair?

A forma mais agressiva desse tipo de calvície se manifesta por volta dos 18 anos: começa com uma volumosa perda de cabelos que, a cada ciclo, são substituídos por cabelos cada vez mais finos e menos coloridos, devido ao atrofiamento do folículo que, aos poucos, não consegue mais gerar um cabelo saudável e forte, como antes.

Hamilton, um dos primeiros estudiosos desse fenômeno, classificou diversos estágios que levam à calvície, mas foi o estudioso Norwood que completou os seus estudos, chegando a classificar 7 diferentes estágios de calvície, que você conhecerá melhor e mais especificamente nos próximos parágrafos.

nessa zona, o 5 alfarredutase é mais ativo e, portanto, concentra uma maior quantidade de DHT. Pelo fato que é a parte mais periférica da circulação sanguínea do couro cabeludo e, por isso, é a que é mais sujeita à atrofia dos vasos. A causa da alopecia androgenética é a Di-Hidrotestosterona (DHT), (nome completo: 5α-dihidrotestosterona, abreviado para 5α-DHT; INN: androstanolona). Além de promover (non sarebbe ridurre? In pt, reduzir) o crescimento dos pelos corporais e da barba, pode influenciar negativamente na próstata, bem como nos cabelos. O DHT é produzido em pessoas do sexo masculino, já no útero materno, e é responsável pela formação das características de gênero masculino. O DHT contribui ativamente em outras características também, geralmente atribuídas aos homens, inclusive o crescimento dos pelos e a profundidade da voz. Independente disso, o nutrimento dos bulbos é um fator crítico. Conforme já dito, a área mais periférica da circulação sanguínea é o couro cabeludo e, desse modo, é a mais suscetível aos efeitos dos hormônios vasoconstritores periféricos. Para exemplificar, vou dividir os tipos de calvície em três macrogrupos, como se fossem três grandes famílias: • alopecias não cicatriciais; • alopecias cicatriciais; • pseudo-alopecias.

Afirma-se que, aproximadamente, 88% da população masculina seja atingida, durante a vida, por esse tipo de calvície. Nesses sujeitos, determinadas áreas do couro cabeludo possuem folículos “sensíveis” aos hormônios masculinos (andrôgenos) e é quase certeza que a predisposição seja determinada por diversos fatores genéticos.

Um segundo processo patológico consiste na perda da individualidade dos ciclos papilares (característica do couro cabeludo normal de um adulto) e, assim, ocorre a perda de sua sincronização. Esse fenômeno se dá devido à redução da duração da fase de diferenciamento.

ALOPECIAS NÃO CICATRICIAIS

Por outro lado, a alopecia cicatricial é uma forma definitiva e, portanto, irreversível: a papila dérmica e todos os seus anexos sofrem um dano e ocorre a extinção do folículo e da papila germinativa. Certamente, doenças muito mais graves estão por trás desse diagnóstico.

O terceiro fenômeno é o aumento da fase kenógena: quando a haste capilar se solta no final da telógena, o folículo é, já, ocupado por outro, na anágena avançada. Pode ocorrer um intervalo entre a queda do pelo em telógena e a ocupação do folículo com um novo pelo, em anágena: durante tal intervalo fisiológico (kenógena), o folículo permanece vazio.

Na calvície androgenética, perde-se somente os cabelos da região frontal, porque

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A alopecia não cicatricial é uma forma temporária e reversível da calvície, visto que ocorre somente uma inibição funcional temporária da papila do pelo: alopecias androgenéticas, frontoparietal masculino, pós-gravídica, por radiações, por tração, por dramas psico-físicos, pósinfectivo, por desnutrição, por fármacos, areata, congênito. Todas essas alopecias específicas pertencem à área das não cicatriciais.

II. CALVĺCIE

II.1 Dados gerais

ALOPECIAS CICATRICIAIS 49

É facilmente visível que as expectativas desses dois tipos de clientes são bem diferentes. Mas você se encaminhará sempre em uma única solução: a Tricopigmentação. A Tricopigmentação é a passagem para a aceitação do problema.

II.2 Vários tipos de calvície Existem numerosas formas de calvície (alopecia) e as causas podem ser as mais variadas. Existem casos nos quais algumas delas se fundem e contribuem, em percentuais diferentes, ao desbaste ou à perda de cabelos. Por isso, quando se fala em queda de cabelos, é incompleto referir-se somente à alopecia androgenética, embora seja, certamente, a forma mais difusa de calvície e é sobre a qual falarei mais por aqui.

De qualquer maneira, repetita iuvant, como diziam os latinos. Por isso, repetirei agora alguns conceitos já expressos no parágrafo anterior, mas note quantas outras situações existem.

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1. ALOPECIA NÃO CICATRICIAL

1.A 1.B 1.C 1.D 1.E 1.F 1.G 1.H 1.I 1.J 1.K 1.L

Alopecia androgenética Alopecia frontoparietal masculina Alopecia pós-gravídica Alopecia por radiação Alopecia por tração Alopecia por traumas físicos Alopecia pós-infectiva Alopecia por desnutrição Aminoácidos e proteínas Alopecia iatrogênica Alopecia areata Alopecia congênita

1. A - ALOPECIA ANDROGENÉTICA (“CALVÍCIE ANDROGENÉTICA, CALVÍCIE COMUM”).

A alopecia androgenética (também chamada calvície androgenética) é a forma mais conhecida das alopecias não cicatriciais, tanto que se referem a ela, também, por calvície comum. Utilizando termos redutivos, a chamam de seborroica, precoce, masculina. Caracteriza-se pela perda inicial de cabelos no vértice e sucessiva presença alopécica em toda a parte alta do couro cabeludo, salvo a zona da nuca e das têmporas, até a calvície em forma de “coroa”. A alopecia androgenética é, geralmente, acompanhada por seborréia e por descamação furfurácea.

1.B - ALOPECIA FRONTOPARIETAL MASCULINA Clinicamente, é caracterizada por um ascendimento da linha frontoparietal dos cabelos que, nos homens, assume a típica forma de um M (“calvície com reentrância na testa). Corresponde ao estágio I de Hamilton e aos estágios 1 e 2 de Hamilton, modificados segundo Norwood e não é necessariamente um prelúdio à alopecia androgenética. De fato, não raro se observam sujeitos calvos que conservam inalteradas a linha frontal e vice-e-versa e, mais frequentemente, indivíduos “calvos”, com densidade de cabelos na zona do vértice perfeitamente inalteradas. A alopecia androgenética e a alopecia frontoparietal masculinas agem como duas formas independentes. Provavelmente, são determinadas por diferentes genes e não necessariamente coexistem num mesmo indivíduo.

II. CALVĺCIE

PSEUDOALOPECIAS

A pseudo-alopecia é aquela situação na qual os cabelos foram arrancados ou quebrados após eventos traumáticos, químicos, infectivos ou por anomalias congênitas na haste (como a tricotilomania: irrupção de um tique nervoso, que provoca visíveis falhas nos cabelos). Para nós, tricopigmentistas, na prática, não existe nenhuma distinção operativa quanto aos diversos tipos de calvície. Pontualizar a patologia servirá somente na fase diagnóstica e teórica para que você possa entender com quem está lidando, qual é o seu problema e como ajudálo psicologicamente. Por exemplo, se o seu cliente sofresse de tricotilomania, pode explicar que você poderá ser o ponto de ruptura entre o problema e o fim dele: uma ajuda válida e eficaz. Por outro lado, se o seu cliente sofresse de alopecia androgenética, a sua função inicial será demonstrar que a Tricopigmentação poderia se tornar uma companheira de viagem, até sua aceitação do problema.

1.C - ALOPECIA PÓS-GRAVÍDICA Manifesta-se com um effluvium, após 2-3 meses do parto: tende a regredir espontaneamente e é devida à brusca queda de estrógenos circulantes (com conse-

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quente relativa e transitória carência de tais estrógenos) e à ação da prolactina (fisiologicamente muito alta durante a gravidez e o aleitamento), associadas ao estresse do momento.

estado inconsciente por um longo período, como, por exemplo, numa mesa operatória durante uma cirurgia. O cirurgião ou o anestesista deverá ser perspicaz o bastante para mudar a posição da cabeça do paciente durante a operação.

1.D - ALOPECIA POR RADIAÇÃO

1.G - ALOPECIA PÓS-INFECTIVA

A radiodermite do couro cabeludo pode ser consequência de tratamentos radiantes com objetivos terapêuticos (tumores malignos etc.), de testes de diagnósticos, de eventos bélicos ou de acidentes de trabalho. Na radiotermite aguda, bastante rara, pode ocorrer uma alopecia transitória, enquanto na radiodermite crônica, que pode manifestar-se, até mesmo, após 20-30 anos ou mais da data de início de exposição à radiação, a pele torna-se seca e atrófica (espessore reduzido), faltando as estruturas pilossebáceas e evidenciam teleangiectasias (dilatações permanetens dos pequenos vasos superficiais da pele) e discromias (variações de tipo e de tonalidade das cores). Nas radiodermites crônicas, é facilmente possível que apareçam epiteliomas espinho-celulares, mesmo com o passar dos anos.

Manifesta-se durante ou após estados morbosos bem definidos. O tifo e o que ocorre durante graves estados febris determinam, geralmente, um effluvium em anágena, enquanto os decorrentes de doenças febris mais leves, como a sífilis secundária, a hepatite viral e as infecções com evoluções crônicas, geralmente, se apresentam com o quadro de telógena effluvium.

É uma alteração bastante frequente e representa a consequência direta de trações contínuas e repetidas nos cabelos: amarros, tranças, bigudinhos, escova, permanentes etc. Nos casos mais modestos, o dano é evidenciável somente com um microscópio, devido à presença de anagen e de cabelos quebrados, normalmente ausentes, na repartição percentual dos cabelos que caem durante uma lavagem.

Por outro lado, nos casos mais graves, observam-se eritemas perifoliculares, pústulas e descamação leve, já durante um exame clínico. No caso da tricotilomania, com o tempo, podem-se determinar danos irreversíveis. As zonas mais atingidas são as margens de inserção, visto que a tração mecânica é máxima ali.

1.F - ALOPECIA POR TRAUMAS FÍSICOS Traumas físicos como queimaduras ou lesões por pressão, podem ocasionar áreas calvas. As queimaduras ou o congelamento prolongado, obviamente, destroem algumas áreas da pele e dos folículos. Os folículos desenvolvem-se desde o estado embrional e o número predefinido deles será sempre o mesmo durante toda a nossa vida. Não podemos criar novos folículos espontaneamente, assim como não podemos criar novos órgãos internos, embora capazes de produzir uma pele nova, sem pelos, durante o processo de cicatrização. Com o tempo, a pressão simplesmente bloqueia a circulação de sangue na pele, e as células dos folículos morrem “de fome”. Esse tipo de calvície pode acontecer quando alguém está num

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Existe uma ligação direta entre o estado nutricional e sínteses de queratinas duras dos pelos e das unhas. De acordo com Rook, dietas demasiadamente rígidas e mal equilibradas contribuíram ao aumento das alopecias e das hipotriquias relevadas nos últimos anos, especialmente nas mulheres. Certamente, uma dieta inapropriada pode agravar um problema já em curso, talvez, de modo definitivo.

1.I - AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS Dado que existe uma ligação direta entre o estado nutricional e as sínteses de queratinas duras dos pelos e das unhas, dietas restritivas e/ou mal equilibradas, esses podem ocasionar o enfraquecimento estrutural e queda de cabelos. A alteração do bulbo e da haste capilar ocorrem quando os sinais hemáticos de carência protéica ainda não são evidentes, como se o organismo quisesse economizar as proteínas para as funções essenciais, pegando-as de todas as sínteses para as quais não fazem falta. Os exames de sangue, se normais, não garantem a ausência de carências protéicas e de minerais nos cabelos.

II. CALVĺCIE

1.E - ALOPECIA POR TRAÇÃO

1. H - ALOPECIA POR DESNUTRIÇÃO

1.J - ALOPECIA IATROGÊNICA (POR FÁRMACOS) É uma alopecia abrangente e, normalmente, intensa, em telógena ou, às vezes, em anágena. Como exemplo, a histórica alopecia por acetato de tálio, usado, antigamente, como alopecizante para a terapia contra micoses no couro cabeludo. Ainda hoje, pode ser encontrado em venenos para ratos (risco de ingestão acidental ou com objetivo suicida). Saliento que todas as alopecias iatrogênicas resolvem-se espontaneamente com a suspensão do fármaco responsável e, elenco, a seguir, uma relação de fármacos e de substâncias alopecizantes de uso (e

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Ácido bórico, Ácido nicotínico, Ácido retinóico, Alopurinol Anabolizantes esteroides, Andrógenos, Arsênico, Bismuto, Bleomicina, Captopril, Ciclofosfamida, Carbamazepina, Cimetidina, Citostáticos, Clofibrato, Clomifenos, Clonazepam, Cloranfenicol, Cloropreno, Colchicina, Corticosteroides, Danazol, Dicumarol, Dietilpropionato, Dixirazina, Heparina progestágenos, Etambutol, Etionamidas, Griseofulvina, Ibuprofeno, Hidantoína, Imiprazina, Indometacina, Iodo, Levodopa, Lítio, Mercúrio, Metildopa, Metisergidas, Metoprolol, Metotrexato, Monóxido de carbono, Morfina, Naproxino, Nitrofurantoína, Penicilamina, Potássio tiocianato, Probenecida, Procainamida Propanolol, Cloretos de ouro, Tálio, Tianfenicol, Tiouracil, Sulfassalazina, Verapamil.

Por curiosidade, informo que existe uma alopecia farmacológica por substâncias tóxicas ingeridas com alimentos (alopecia por fungos que contêm muscarina, alopecia por castanhas que contêm substâncias com ação dicumarólica, alopecia por ingestão de grande quantidade de alho etc.).

1.K - ALOPECIA AREATA Depois da alopecia androgenética, essa é a forma mais “abrangente” entre as alopecias não cicatriciais. Geralmente, é caracterizada por uma ou mais falhas arredondadas ou ovais, com diâmetro médio de 3-4 cm, livres de cabelos ou de pelos, sem alterações (pode apresentar uma atrofia da epiderme leve e reversível) e sinais clínicos de inflamação (somente em casos raros, a coloração poderá ser rósea e associada a um modesto edema), com folículos pilosos conservados e, aparentemente, intactos. A pele pode parecer levemente hipotônica (hiperlassitude provavelmente decorrente da perda da raiz dos cabelos). Na zona periférica das falhas, cuja tendência é alargar-se em modo centrífugo, estão presentes cabelos curtos em fase anágena, pequenos e quebrados (4-12 mm de comprimento), com aspecto distrófico, caracteristicamente sempre mais desbastados, desde a extremidade distal (escura e cheia) até o bulbo (fino e descolorido), definidos “cabelos em forma de ponto exclamativo”. São típicos da alopecia areata e consequência do alterado funcionamento das células da matriz. A retirada desses cabelos com a pinça é, particularmente, fácil por causa da falta das bainhas de ancoragem.

Tanto o tricograma quanto o controle microscópico dos cabelos perdidos numa lavagem, demontram uma afluência em anágena distrófica.

1.L - ALOPECIA CONGÊNITA Uma alopecia e uma hipotriquia podem ter origem genética e, nesse sentido, até

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a mesma alopecia androgenética comum pode ser justamente considerada nesse grupo mas, estritamente falando, consideramos uma série de síndromes, muitas delas semelhantes e que, entre outros sintomas, apresentam hipotricose ou alopecia.

2.A Pseudo-área de Brocq 2.B Esclerodermia 2.C Líquen Plano 2.D Foliculite decalvante 2.E Micose

2. ALOPECIAS CICATRICIAIS

2.A - PSEUDO-ÁREA DE BROCQ Com o nome pseudo-área, Brocq descreveu uma alopecia do tipo atrófico-cicatricial em pequenas, mas numerosas áreas, com localização eletiva ao vértice, caracterizada por uma evolução lenta e progressiva, com ausência de fenômenos inflamatórios significativos. As manchas são de cor branco-avório e sem pelos.

Não raro, a atrofia poupa alguns cabelos ao interno de cada mancha que, porém, são facilmente retiradas mediante modesta tração. Seja esses cabelos que os que estão nas zonas limítrofes das manchas mostram, se retirados, uma bainha translúcida, gelatinosa, mais ou menos espessa e que reveste alguns milímetros da raiz. Quais são os sujeitos que arriscam contrai-la? A pseudo-área atinge, principalmente, mulheres entre 20 e 40 anos e, embora alargue-se progressivamente de modo centrífugo, dificilmente determina uma alopecia total.

II. CALVĺCIE

abuso) mais comuns.

2.B - ESCLERODERMIA As esclerodermias são dermatoses crônicas, autoimunes, caracterizadas por uma transformação lenta e insidiosa da pele, localizada ou generalizada e assume um aspecto cicatricial, engrossado, sem vincos e com uma cor similar à cera ou ao alabastro. O termo esclerodermia refere-se à formas localizadas, puramente dermatológicas, caracterizadas por limitadas manchas, às vezes, circundadas por uma característica borda vermelho-lilás, com autolimitado curso benigno, com formas difusas, de tendência progressiva, no qual o estado esclerodérmico inicia insidiosamente. Por exemplo, nas mãos, no tórax, no rosto para, depois, espalhar-se às zonas adjacentes e, por fim, construir uma espécie de “armadura”, que dificulta ou impede completamente os movimentos articulares; num período posterior,

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atinge outros órgãos, como o esôfago, o intestino, os pulmões, o coração etc, com êxito final, quase sempre, fatal.

3.A Tricotilomania

2.C - LÍQUEN-PLANO O líquen plano é uma frequente erupção cutânea, caracterizada pelo aparecimento de pápulas (relevos cutâneos limitados, formados por um grupo de células) que: a) assumem um característico aspecto poligonal na pele (diâmetro 3-10 mm), de cor vermelho-lilás (principalmente na superfície dos músculos flexores dos antebraços e dos pulsos, o dorso das mãos, os genitais, os membros inferiores); b) nas regiões palmo-plantares, se manifestam como simples relevos do tipo córneo (simulam calosidades); c) nas mucosas, se apresentam como pápulas esbranquiçadas e dispostas como nervos de folhas (mucosa bucal, ou seja, parte interna das bochechas) ou arredondadas (na língua).

2.D - FOLICULITE DECALVANTE

3. PSEUDOALOPECIA

3.A - TRICOTILLOMANÌA Tal termo indica um distúrbio psico-neurótico, cujo diagnóstico acertado é, frequentemente, difícil e, ainda mais difícil a aceitação dos pais do paciente. Trata-se do hábito de, mais ou menos conscientemente, enrolar e puxar os cabelos com os dedos e atinge, na maior parte, as crianças.

II. CALVĺCIE

Muito rara, mais frequente nos homens que nas mulheres, atinge principalmente indivíduos em idade adulta e é caracterizada, inicialmente, por uma inflamação folicular com pústolas (relevos cutâneos que contêm pus), como cabeças de alfinetes, situadas em correspondência aos folículos pilosos e, sucessivamente, pela destruição do próprio folículo, com queda de cabelos e formação de manchas alopécicas cicatriciais, arredondadas ou ovaladas, com pústolas nas beiradas. Às vezes, pústolas isoladas ou algum folículo podem permanecer ao interno das manchas.

2.E - MICOSE O termo micose (tinha) se refere à agressão do cabelo (ou do pelo) por parte de um fungo. A micose no couro cabeludo se apresenta com uma ou mais manchas eritematosas, com escamas, nas quais os cabelos ficam quebrados e com um aspecto espanado. Dependendo do tipo de fungo, a mancha pode ser única ou poucas, limitadas, arredondadas, com até 5 cm de diâmetro, com cabelos truncados 2-3 mm acima do couro cabeludo (tinha microspórica). Pode ser, também, em maior quantidade, ilimitadas, com desenhos irregulares e largura inferior a 1-2 cm, com cabelos truncados na raiz (pontos pretos), associados a outros “sobreviventes” no interno da mancha (tinha tricofítica). O contágio pode derivar de contato com animais domésticos, animais de fazenda, solo ou outros seres humanos. A tinha, se bem cuidada, regride e corrige-se definiticamente em 4-6 semanas.

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II.3 DESCRIÇÃO DE AGA Trata-se de uma condição que comporta a perda dos cabelos e atinge igualmente ambos os sexos. Posso tranquilamente afirmar que refere-se à forma mais comum de calvície e desbaste dos cabelos mas é, também, a mais perigosa e temida, devido a sua natureza falsa e lenta: se não for tratada em tempo, o seu progresso será irreversível.

A calvície androgenética não é causada pela pouca energia que atinge o bulbo ou pela falta de queratina etc.. Os motivos são outros: consiste em uma progressiva miniaturização e superficialização dos folículos dos cabelos.

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Nas mulheres, afeta principalmente a “coroa”, mas não a linha frontal dos cabelos e, além disso, podem ser evidenciadas três principais formas de perda de cabelos: uma generalizada com afinamento da coroa frontal e mantida a linha dos cabelos; outra com um afinamento e ampliamento da parte central do couro cabeludo; e a terceira forma é a presença de um desbaste, associado à recessão bitemporal.

O que, muito provavelmente, é transmitido são as enzimas ligadas à conversão e à captação dos hormônios andrógenos, ou seja: as duas formas isozimáticas das 5 alfarredutase (tipo 1 e tipo 2), a P 450 aromatase e o receptor citosólico dos androgênios. Nos homens predispostos à alopecia androgenética, a queda de cabelos pode iniciar a qualquer momento depois da puberdade, quando aumentam os níveis séricos de andrógeno. Porém, é comum que inicie por volta dos 18 anos do rapaz.

Tem, também, uma outra forma de calvície mais lenta, que inicia por volta dos trinta anos e progride lentamente. Se a queda dos cabelos se manifesta mais lentamente (entre os 40 e 50 anos), a evolução é, geralmente, mais progressiva. É provável que os homens que apresentam poucos sinais de perda até, cerca de 50 anos, não se tornem calvos. A forma de calvície androgenética na mulher começa por volta dos trinta e cinco anos e se manifesta, tipicamente, nos três estágios propostos por Ludwig.

Os hormônios são mensageiros químicos, levados no corpo pelo sangue e agentes, onde quer que estejam os correspectivos receptores. São produzidos e controlados pelo sistema endócrino (hipófise, tireoide, paratiroide, supra-renais corticais e medulares, pâncreas insular, gônadas ou glândulas sexuais, ou seja, testículo e ovário, alguns acrescentam, também, timo e epífise). Por outro lado, os estrogênios são hormônios esteroides femininos, com ação feminilizante. Para que se manifeste, a calvície androgenética precisa de andrógenos, porém, a causa não são os andrógenos, mas a mensagem genética que eles levam.

LEGENDA I setor

II setor

IV setor

V setor

III setor

fig. 43: Calvície, segundo a Escala de Hamilton-Norwood

Conhecer os comportamentos alimentares da pessoa e os fármacos que usa poderá ser útil para as suas avaliações e para a sua aproximação ao caso, visto que são, muitas vezes, causas de effluvium. A avaliação clínica baseia-se no exame do couro cabeludo que é, frequentemente, normal na AGA (alopecia androgenética) mas que, muitas vezes, resulta numa dermatite seborróica, um potencial fator agravante. Existem alguns testes que podem ser feitos para confirmar o diagnóstico de AGA, mas a AGA continua, fundamentalmente, um diagnóstico clínico, nos quais as diretrizes oferecem ao médico as indicações essenciais para um enquadramento rápido e correto.

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O sujeito atingido pela calvície não tem diferentes níveis hormonais de um sujeito não atingido. Não é importante a quantidade de testosterona presente no sangue, mas as concentrações no nível pilossebáceo das enzimas necessárias para converter os andrógenos mais fracos em andrógenos mais potentes, bem como a concentração de repector dos andrógenos. A presença ou a carência dessa enzima em ambos os sexos ou em áreas diversas do couro cabeludo, pode resultar em efeitos diferentes. O receptor citosólico de andrógenos é presente na papila dérmica e no duto pilossebáceo. Nem todos os andógenos têm a mesma afinidade com os receptores. São eles os que têm afinidade maior, por ordem: DHT, testosterona, estrogênios, progestágenos. Os quatro maiores andrógenos são:

II. CALVĺCIE

No homem, a gravidade da calvície aumenta com a idade e atinge, principalmente, a zona frontotemporal e o vértice, conforme o modelo da Escala de HamiltonNorwood (fig. 43 – maiores detalhes nos próximos parágrafos).

• Testosterona; • DHT; • DHEA; • Androstenediona.

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T 5aR

T T

T

5aR 5aR DHT DHT

DHT

ii.4 eScaLa de hamiLton As primeiras classificações científicas da calvície devem-se à obra do Dr. James B. Hamilton que, em 1951, desenvolveu o primeiro sistema útil de classificação, para medir a extensão da calvície androgenética no homem (fig. 45). Hamilton tomou em consideração 312 homens e 214 mulheres, de 20 a 89 anos de idade, e os classificou em cinco estágios: I

regressão simétrica frontotemporal, com eventual sucessiva regressão da linha frontal: não representa um prelúdio obrigatório à calvície;

II

acentuação do primeiro estágio, com a linha dos cabelos maiormente regredida, leve regressão da linha frontal e desbaste do vértice;

III

as duas zonas alopécicas, anterior e posterior, tendem a confluir e somente uma faixa estreita de cabelos permanece: a essa altura, a prótese seria o próximo passo;

IV

alopecia definitiva: frontoparietal e do vértice, com permanência de uma coroa de cabelos na zona têmporo-occipital;

V

representa o último estágio da alopecia.

Normalmente, sujeitos do tipo I são aqueles que não sofrem de calvície, segundo Hamilton. Ele os descreveu como “ausência de recessão bilateral ao longo da linha anterior da nas regiões frontoparietais”.

II. CALVĺCIE

O estrógeno mais importante e potente é o 17-beta-estradiol, produzido pelo ovário e, em grande quantidade, pela placenta, durante a gravidez. É oxidado no fígado em estrona e, portanto, em estriol. No homem, o fator mais importante para a calvície androgenética parece ser o DHT, enquanto nas mulheres, o DHEA tem mais importância. É produzido pelas glândulas supra-renais na medida de 95% e a androstenediona, produzida em 50% pelo ovário e 30% pelas supra-renais. Esses hormônios têm atividade andrógena bastante fraca e, mesmo assim, em nível periférico, existe uma quota convertida em hormônios com atividade andrógena mais potente. O DHT é tóxico para os folículos pilosos no couro cabeludo, geneticamente predispostos e é o hormônio que transforma a penugem em pelos terminais no adolescente. A enzima 5-alfarredutase é tão abundante no couro cabeludo, que favorece o acúmulo de DHT. A produção de pigmento diminui, a ponto de dar a impressão de falta de cabelos que, na realidade, existem, mas apresentam-se mais finos e despigmentados. Provavelmente, tal reação é responsável pela futura “morte” do folículo; após alguns anos, os folículos não produzirão mais um cabelo terminal, mas uma penugem, ou seja, um cabelo como os cabelos de recém-nascidos, não pigmentado pela própria cor natural dos cabelos e muito pequeno, quase invisível. Após alguns anos, o folículo finalmente desaparece. Desse modo, o cabelo será morto definitivamente (fig. 44).

Portanto, é importante salientar que uma “hairline” alta não significa necessariamente uma recessão da linha frontal, mas representa o resultado de uma herança genética e traços de família. Assim, deve ser considerada uma condição normal.

fig. 44: O papel dos hormônios no processo de calvície

60

61

III

IV

VI

II

III VÉRTICE

V

II.5 Escala de Norwood Nos anos 70, Norwood pesquisou a fundo os estudos conduzidos por Hamilton nos anos 50 e chegou àquela que, hoje, é conhecida como Escala de Norwood (fig.

46) da calvície, adicionando os graus IIIa, III vértice e Iva. Mais de 25 anos depois, Norwood melhorou essa classificação “para ilustrações” da alopecia androgenética. A Escala de Norwood é mais articulada e analítica, a ponto de ser considerada modelo de referência mas, sendo ela uma integração da Escala de Hamilton, adquiriu o nome Norwood-Hamilton. Essa escala considera 7 estágios, alguns dos quais fracionados adicionalmente, de modo que existem 12 possibilidades.

I

Enquanto Hamilton não contemplava um estágio normal, Norwood sim: um sujeito normal e, portanto, saudável, sem problemas.

II

Corresponde ao estágio I de Hamilton e considera somente a regressão frontotemporal.

II.A

Igual ao II, mas ocorre uma maior regressão da linha frontal, de modo que a hairline fica ainda mais atrás.

III

Corresponde, ainda, ao estágio I de Hamilton e, portanto, o vértice permanece intacto, mas ocorre uma regressão frontotemporal mais acentuada: a calvície parecerá maiormente acentuada.

III.A

Como o estágio III no que diz respeito à rarefação acentuada, mas é associada a uma regressão da linha frontal, que vai completamente para trás, mas ainda não chega no vértice.

III

É uma extensão do III. Associa o III e o III.A, com uma rarefação no vértice: existência de uma calvície frontal abundante, com rarefação no vértice. Corresponde ao estágio II da Escala de Hamilton. A maior parte dos homens, depois dos trinta anos, encontra-se numa situação de III Vértice, que é a mais comum e difundida.

VII

Vértice

IV

II. CALVĺCIE

I

Iniciamos com os estágios mais problemáticos, que podem ocorrer até em pessoas de pouca idade, que apresentam uma faixa larga, composta

fig. 45: Escala de Hamilton

62

63

VA

II. CALVĺCIE

VII

Exata correspondência com o estágio V de Hamilton.

VI

VI

IV A

Corresponde, exatamente, ao estágio IV de Hamilton: o vértice estará tanto calvo que se unirá à calvície frontal. O que permanece é, somente, uma linha muito fina de cabelos, na altura das orelhas.

V

VI

IV

Como o estágio IV.A, em que é visível uma forte regressão da linha frontal dos cabelos e uma leve rarefação no vértice que, porém, não é uma regra. Este estágio corresponde ao IV de Hamilton, mas menos acentuado.

III A

V.A

III VÉRTICE

Como o estágio IV, mas mais acentuado. Corresponde ao estágio III de Hamilton e, portanto, ocorre uma maior ausência de cabelos frontais e uma rarefação mais visível.

III

V

II

Notável regressão da linha anterior dos cabelos que envolve a linha virtual, ou seja, a que conecta a cúpula das duas orelhas. Caso a regressão chegue naquela linha, trata-se do estágio IV.A. Todo esse fenômeno envolve a parte superficial, porque os cabelos permanecem na coroa temporal: a presença de rarefação no vértice deve ser avaliada, mas a faixa de cabelos “sobreviventes” é, de qualquer maneira, ausente.

I

IV.A

II A

por cabelos que permaneceram entre as zonas alopécicas anteriores e posteriores: este estágio corresponde, exatamente, ao III de Hamilton.

fig. 46: Escala de Norwood

64

65

II.6 Escala de Ludwig A calvície feminina foi classificada por Ludwig (por isso, o nome da escala relativa, fig. 47), embora com uma evolução muito mais simples com relação aos modelos tipicamente masculinos, vistos nos parágrafos anteriores, ou seja, em 3 simples estágios de desenvolvimento.

Ludwig dividiu arbitrariamente a alopecia androgenética feminina em três espécies, baseadas na densidade de cabelos, classificando a intensidade da calvície feminina a partir do grau mais leve (tipo I), ao grau mais intenso (tipo III).

A alopecia androgenética é tão comum nas mulheres quanto é nos homens. Nas mulheres, a diminuição na densidade dos cabelos torna-se mais evidente durante a menopausa, e pode incluir, também, uma recessão bitemporal. De qualquer maneira, a glândula supra-renal pode ter seu papel nessa perda de cabelos, pois sofre, independentemente, as mudanças da produção andrógena nas mulheres acima dos cinquenta anos.

Embora a calvície nas mulheres seja sempre mais difundida (provavelmente ligada a fatores não só hormonais e genéticos, mas ambientais, alimentares e psicológicos), o estágio III é muito raro, tanto que atinge somente 5% das mulheres que apresentam problemas de calvície comum.

I1

I2

I3

I4

II1

II2

III

AVANÇADA

FRONTAL

TIPO I

TIPO II

TIPO III

desbaste perceptível dos cabelos na coroa, limitado a uma linha situada de 1-3 centímetros atrás da linha frontal

rarefação pronunciada dos cabelos na coroa

desbaste muito avançado em toda a área classificada no tipo I e II

A calvície feminina (embora seja frequente esse tipo de calvície em homens também) tem como particularidade que os cabelos afinam-se uniformemente em toda a zona superior do couro cabeludo, deixando aparentemente íntegra a linha frontal: os indivíduos que sofrem esse tipo de calvície têm uma situação hormonal e genética diferente dos sujeitos que têm a calvície masculina (rarefação e desbaste no vértice). Tal fato poderia explicar porque, em todos aqueles sujeitos cujo caso não é perfeitamente tendente ao modelo de calvície masculino, o tratamento médico resolve o problema somente em modo parcial.

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II. CALVĺCIE

Baseando seus estudos na observação de 468 casos, Ludwig desenvolveu o seguinte esquema:

fig. 47: Escala de Ludwig

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CAPÍTULO TRÊS

AUTOTRANSPLANTE

68

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Acredito que seja, absolutamente, necessário que você se distingua de todos os outros numerosos “tatuadores” dermopigmentistas, não somente por sua alta profissionalidade, mas pelo uso de linguagem e terminologia específicas, sem improvisações e, sobretudo, de modo correto e com maestria. Por isso, gostaria de sugerir que aprenda bem os termos técnicos seguintes e os seus respectivos significados. Se considerar útil, não páre de pesquisar: nunca subestime a potência e o efeito determinante que o uso de um jargão correto pode provocar.

1. BTH;

15. HT;

2. HAIRLINE;

16. TRANSECTION;

3. DONOR (ÁREA DOADORA);

17. TRANSECTION RATE;

4. ÁREA RECEPTORA;

18. SHOCK LOSS;

5. PUNCH (BISTURI);

19. MULTIPLICAÇÃO DOS CABELOS;

6. STRIP (FAIXA);

20. PLUG;

7. SUTURA TRICOFÍTICA;

21. SCAR;

8. FUE/FIT/FUS;

22. BROW LIFT;

9. UF;

23. COROA

10. GRAFT (ENXERTO);

24. MID

11. ENXERTO COM PUNCH;

25. MID VERTEX;

12. MINI ENXERTO;

26. IMPLANTOLOGIA CAPILAR;

13. MICRO ENXERTO;

27. ROTAÇÃO DAS BORDAS;

14. ENXERTO DE UNIDADE FOLICULAR;

28. SLIT.

1. BHT: o Body Hair Transplant (transplante de pelo corporal) é uma técnica em experimentação, que indica o transplante de pelos corporais no lugar dos cabelos, retirados através da técnica FUE. Alguns estudos indicam que o pelo transplantado no couro cabeludo tende a assumir as características dos cabelos, aumentando o comprimento máximo e o diâmetro. Porém, os percentuais de sucesso parecem inferiores aos de um transplante de cabelos, e o tempo de crescimento dos fios é, em média, mais demorado.

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2. HAIRLINE: abreviada HL, indica a linha frontal dos cabelos e, para reconstruí-la, é necessário preencher novamente a área e recriar uma linha frontal que, normalmente, tende a desaparecer quando a calvície comum progride.

3. DONOR (ÁREA DOADORA): área de onde se retiram os cabelos a serem transplantados. Na calvície comum, esses cabelos não caem porque, geneticamente, não sofrem o efeito do DHT. 4. ÁREA RECEPTORA: zona na qual os cabelos são transplantados, área a ser preenchida.

5. PUNCH: bisturi circular que serve para a extração das unidades foliculares na técnica FUE. Atualmente, suas medidas vão de 0,5 mm a 1,3 mm de diâmetro.

6. STRIP: tipologia clássica de transplante de cabelos. Literalmente, Strip significa faixa: de fato, retira-se uma tira de couro cabeludo da zona occipital da nuca, que fornece os cabelos a serem transplantados nas áreas calvas e de desbaste. Assim que a faixa for retirada, deve-se aproximar e suturar as duas bordas remanescentes do couro cabeludo. O resultado será uma cicatriz, que pode ser mais ou menos fina, dependendo de vários fatores. Os cabelos, ou melhor, as unidades foliculares do couro cabeludo retirado, são retirados da faixa e transplantados. Com respeito à cicatriz, se for de 1-2 mm, é um ótimo resultado. De 3 a 5, resultado mediano e mais de 5 mm de largura é um péssimo resultado. A cicatriz mediana será invisível se os cabelos forem cortados a partir de cerca de 1,5-2 cm. Essa é a técnica mais comprovada e capaz de garantir altos percentuais de crescimento dos cabelos transplantados.

7. SUTURA TRICOFÍTICA: novo tipo de sutura, aplicada para fechar a zona de retirada de cabelos, nos transplantes Strip. As duas bordas devem ser aproximadas normalmente, mas cria-se um relevo que faz com que a parte superior de uma borda se sobreponha à outra. Desse modo, os cabelos subjacentes crescerão “dentro” da cicatriz e a tendência é que a sua visibilidade seja reduzida com o tempo (cicatriz invisível).

III.AUTOTRASPLANTE

III.1 Glossário técnico comentado

8. FUE: acrônimo inglês de Follicular Unit Extration (extração de unidade folicular).

De acordo com os vários cirurgiões que a praticam, pode ser chamada FIT (Follicular Isolation Tecnique – técnica de isolamento folicular) ou FUS etc. Refere-se à tipologia mais recente de transplante de cabelos, que prevê a extração individual das unidades foliculares nas áreas do couro cabeludo que não estão sujeitas à queda de cabelos. Assim que são retiradas, as unidades foliculares são transplan-

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9. UF: abreviação de follicular unit (unidade folicular). A unidade folicular é formada por um grupo de cabelos que crescem juntos. No adulto, é o grupo de 1 a 4 cabelos e, na maioria dos casos, são retirados e transplantados sem serem divididos. Muitas vezes, isso não acontece, especialmente em caso de pouca disponibilidade de UF e no caso em que seja necessário reconstruir a hairline (a fim de criar um aspecto mais natural). Dividir a unidade folicular e transplantar os cabelos individualmente, pode resultar num crescimento mais lento e um espessamento reduzido.

10. GRAFT: é o “enxerto” do cabelo ou do grupo de cabelos inserido na incisão feita pelo cirurgião na zona a ser avolumada. Normalmente, uma graft corresponde a uma unidade folicular, mas pode acontecer que tal unidade tenha que ser dividida para criar mais grafts, considerando as UF. Normalmente, paga-se a operação de acordo com as grafts inseridas, e não com as unidades foliculares extraídas, seja em caso de Strip que em caso de FUE. 11. ENXERTO COM PUNCH: enxerto circular, com até 4 mm de diâmetro, e contém cerca de 15 a 20 cabelos.

12. MINI ENXERTO: enxerto com cerca de 1,5 a 2,5 mm de diâmetro, e contém cerca de 5 a 10 cabelos.

13. MICRO ENXERTO: enxerto de 1 a 1,5 mm de diâmetro, que não considerava as unidades foliculares e produzia baixo percentual de recrescimento.

14. ENXERTO DE UNIDADE FOLICULAR: enxertos atuais.

mento do cabelo sofrem fisicamente os danos. No caso do transplante Strip, a transection pode ocorrer nos cabelos próximos aos dois cortes feitos com o bisturi. Na FUE, a transection pode ocorrer, em teoria, em cada extração, visto que as unidades foliculares são extraídas individualmente, e corre-se o “risco” de danificar as UF próximas. Tudo isso diz respeito à transection em área doadora. No caso das áreas receptoras, os danos aos cabelos próximos são consequências de incisões “erradas”. Isso só acontece nas zonas desbastadas, e não nas áreas calvas, visto que não possuem cabelos contíguos que podem ser danificados. Esse é um dos motivos pelos quais o transplante em áreas que ainda possuem cabelos é mais “delicado” que o transplante em áreas sem cabelos. Porém, observe que, seja em transplantes Strip que em FUE, o risco de transection é limitado ou, até mesmo, inexistente, se o paciente estiver nas mãos de cirurgiões confiáveis.

17. TRANSECTION RATE: percentual de cabelos sujeitos à transection, considerando o total de UF transplantadas.

18. SHOCK LOSS: termo utilizado para indicar a queda de “cabelos indígenas” (cabelos que o paciente tinha antes da intervenção) depois de uma cirurgia de autotransplante. É mais frequente em operações nas zonas desbastadas e é impossível prevê-lo, com certeza. Normalmente, os cabelos que caem depois do shock loss, recrescem, as isso depende do estado de saúde dos cabelos. Se os cabelos que caírem forem os que já estão enfraquecidos pela calvície, é provável que não recresçam mais. A diferença fundamental entre shock loss e transection é que o shock loss não é determinado por um erro do cirurgião e não deriva de um dano da UF. 19. HAIR MULTIPLICATION: (multiplicação dos cabelos): sua abreviação é HM e é o setor de pesquisas que estuda e desenvolve produtos e métodos usados para multiplicar o número de cabelos utilizáveis na cura da calvície. Não é mais previsto o enxerto de uma UF por vez na área receptora, mas são utilizadas micro-injeções de uma matriz celular, derivada das próprias células (obtidas com uma biópsia), a fim de induzir o crescimento dos cabelos.

III.AUTOTRASPLANTE

tadas nas zonas calvas ou desbastadas, como acontece no transplante clássico.

Os êxitos cicatriciais dessa operação são menos visíveis que a linha decorrente do transplante Strip (depende de vários fatores), ficando praticamente invisíveis com os cabelos raspados a cerca de 3-5 mm. É uma técnica menos invasiva e oferece muitas vantagens, mas é mais cara que a Strip (cerca de duas vezes mais cara) e o percentual de crescimento é “menos garantido”, pois depende, principalmente, da habilidade do cirurgião. Normalmente, é necessário “raspar” a zona doadora.

20. PLUG: são enxertos mal posicionados ou que não representam os grupos naturais de cabelos nas unidades foliculares e causam o “efeito boneca”.

15. HT: hair transplant, ou seja, transplante de cabelos.

21. SCAR: é a cicatriz.

16. TRANSECTION: refere-se à danificação que os cabelos que estão perto aos cabelos a serem extraídos, ou aos transplantados, sofrem. Nesses casos, a situação torna-se dificilmente reversível, visto que as estruturas necessárias para o cresci-

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22. BROW LIFT: nos casos em que enxertos à moda antiga (plug a ilha) sejam impossíveis de remover via FUE sem causar danos (tecido cicatricial) e caso tenham

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23. CROWN (coroa): parte mais alta da cabeça.

24. MID: meio, médio.

25. VERTEX: vértice.

26. IMPLANTOLOGIA CAPILAR: faz-se um nozinho em uma parte dos cabelos naturais de doadores saudáveis ou em cabelos sintéticos, adiciona-se uma substância em todo o redor para protegê-lo de agentes externos, criando um efeito bainha, que o tutela no decorrer do tempo. Sucessivamente, insere-se uma agulha no nozinho e, por fim, posiciona-se o cabelo numa zona específica. Essa operação é efetuada com um cabelo por vez e, naturalmente, a duração dessa solução é limitada, com o passar do tempo. Além disso, são poucos os centros que trabalham com implantologia capilar.

27. RESTRIÇÕES DO LIMITE DO COURO CABELUDO: técnica que consiste na rotação da pele, de um lado ao outro ou na aproximação de duas bordas.

28. SLIT: fenda criada pelo cirurgião para inserir uma unidade folicular ou enxerto.

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III.2 Técnica FUT A palavra FUT é acrônimo de “transplante de unidade folicular” (Follicular Unit Transplantation). Seu nome foi tirado de uma revista publicada por um grupo de cirurgiões, em 1998. Evidentemente, não se trata de uma técnica obsoleta, mas iniciou com o método da dissecação microscópica, do doutor Hillmer, em 1998.

O princípio teórico é simples. Os cabelos são transferidos desde a parte posterior do couro cabeludo para a parte anterior. Os cabelos transferidos são geneticamente diversos. A intervenção ocorre em poucas horas, com anestesia local e é, praticamente, indolor. A remoção do Strip é realizada na parte alta da nuca, em forma de faixa de cabelo que será minuciosamente cortada em seguida. A cicatriz de 1 mm de largura fica totalmente invisível, visto que fica escondida debaixo dos cabelos. Mesmo que sejam realizadas mais intervenções, o novo Sliver é extraído da velha cicatriz, de modo que permanece sempre uma só. Para facilitar o corte dos enxertos, a tira é subdividida em Sliver, ou faixas, com o auxílio exclusivo de um microscópio. Esses slivers contêm uma só fila de folículos que, em seguida, são subdivididos em enxertos. Cada micro enxerto é posicionado manualmente.

Os enxertos se adaptarão rapidamente à pele e, já no dia seguinte, podem ser tocados, sem medo que saiam das incisões.

Os cabelos crescem nos dias que seguem o tratamento. Geralmente, caem a partir do décimo dia. Os cabelos que caem são inteiros, compreendem o bulbo e isso, muitas vezes, assusta o paciente. Não é necessário preocupar-se, pois as célulasmães, que produzem o novo cabelo, estão sempre presentes no couro cabeludo e garantem o recrescimento após cerca de dois ou três meses. O objetivo de um transplante de cabelos é o de posicionar o maior número de cabelos possível no menor espaço possível. Graças ao corte efetuado com o uso de um microscópio, os enxertos prontos são muito finos, visto que a pele da superfície, a gordura da profundidade e o tecido presente entre cada folículo são eliminados. Não é necessário esperar que se torne calvo para prever um transplante capilar. É frequente ver pequenas cicatrizes na base de cada enxerto quando doutores fazem uso de materiais pouco confiáveis, que destroem os tecidos ou, pior ainda, quando usam punch para realizar as incisões. Por outro lado, quando as incisões são realizadas com pequenos instrumentos afiados, a cicatriz fica invisível. Como pode notar, é uma técnica invasiva mas, até o momento, a FUT foi avaliada como a melhor solução ao problema de calvície em geral. Além disso, é considerada golden standard e, portanto, é a técnica preferida em congressos de cirurgia tricológica (fig. 48).

III.AUTOTRASPLANTE

direções ecessivamente erradas, ou o paciente tenha necessidade de recuperar todos os plug e reutilizá-los, pode-se usar esta técnica (brow lift). É a remoção de uma pequena faixa de pele (losango) que contém o plug ou os enxertos indesejados e dissecá-los, a fim de reutilizá-los imediatamente. Obviamente, essa extração deixa uma cicatriz na hairline, que é suturada mas que, sendo em uma área elástica, tem suas medidas reduzidas no que diz respeito à largura (normalmente, 1 mm).

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primeiro passo: ANESTESIA

fig. 48a

terceiro passo: LOSANGO RETIRADO

fig. 48c

quarto passo: APLICAÇÃO (grampos)

III.AUTOTRASPLANTE

segundo passo: INCHAMENTO (tumescência)

fig. 48b

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fig. 48d

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quinto passo: SLIDERING

fig. 48e

sétimo passo: ANESTESIA NA ÁREA RECEPTORA

fig. 48g

oitavo passo: CRIAÇÃO DOS SLIT (ABERTURAS) NA ÁREA RECEPTORA

III.AUTOTRASPLANTE

sexto passo: DISSECAÇÃO DOS ENXERTOS

fig. 48f

78

fig. 48h

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nono passo: IMPLANTE DOS ENXERTOS

III.3 Técnica FUE A técnica FUE (Follicular Unit Extration – extração da unidade folicular) é um método minimamente invasivo para a restauração dos cabelos, no qual não é necessário utilizar faixas de couro cabeludo retirados da nuca. Desse modo, evitam-se cortes e pontos de sutura durante todo o procedimento, e os folículos de cabelos são extraído um por um da área doadora (nuca) e reimplantados com um único instrumento. O procedimento FUE não faz parte de intervenções comumente conhecidas como Strip extration (extração de tira) ou hair plugs e, portanto, não é efetuado nenhum corte e, nem mesmo, remoção de pele do couro cabeludo. Não se implantam “hair plugs”, que deixam a aparência muito artificial.

Com décadas de experiência, sinto-me seguro em afirmar que a densidade ideal a ser aplicada deveria ser de 50 UF/cm2 e, ainda mais, afirmo que, caso superasse esse limite, a circulação sanguínea não seria suficiente para todos os enxertos.

Isso reduziria as possibilidades de sucesso. Visto que os instrumentos utilizados são muito finos, a técnica FUE deixa alguns pontinhos, que são os únicos sinais na área doadora, visíveis exclusivamente de perto: nos anos seguintes, uma pessoa que se submeteu a uma intervenção com técnica FUE pode, tranquilamente, raspar os cabelos e preocupar-se pouco com as cicatrizes.

III.AUTOTRASPLANTE

A definição do método FUE foi feita durante os primeiros estudos de Masumi Inaba e Rassman, na metade dos anos noventa. Nessa técnica, os folículos pilosos são extraídos da área doadora um por um, com a ajuda de uma pinça extremamente fina. A escolha do diâmetro da pinça depende da espessura do folículo piloso a ser retirado. Pode ser de 0,7 mm, 0,8 mm ou 0,9 mm. Visto que os enxertos (grafts) extraídos são relativamente finos, é possível realizar um transplante de densidade maior que a técnica FUT (70-80 UF/cm2). Já que as estruturas dérmicas, que dão suporte ao folículo, são mais finas se comparadas à técnica FUT, o percentual de recrescimento, em alguns indivíduos, pode ser inferior de 10-15% (fig. 49).

A Tricopigmentação dará a você a oportunidade de obter resultados perfeitos em quem foi operado com técnica FUE: conseguirá cobrir os êxitos cicatriciais de seu cliente quase completamente.

fig. 48i

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81

primeiro passo: ANESTESIA

fig. 49c

quarto passo: CONTROLE DAS UNIDADES FOLICULARES (dividir por tamanho)

segundo passo: CRIAÇÃO DE INCISÕES COM UM PUNCH

fig. 49b

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III.AUTOTRASPLANTE

fig. 49a

terceiro passo: EXTRAÇÃO DE UNIDADES FOLICULARES

fig. 49d

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quinto passo: ANESTESIA ÁREA RECEPTORA

sétimo passo: APLICAÇÃO DO ENXERTO

fig. 49e

III.AUTOTRASPLANTE

sexto passo: CRIAÇÃO DAS FENDAS (SLIT) NAS ÁREAS RECEPTORAS

fig. 49f

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fig. 49g

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A cicatriz é um tecido fibroso que se forma para reparar uma lesão, seja ela de origem patológica que de origem traumática, e se cria por causa da proliferação da derme e da epiderme. Podem apresentar alterações no processo de cicatrização: por excesso (cicatriz hipertrófica) ou por defeito (cicatriz atrófica). Na cicatriz hipertrófica, o tecido se forma em grande quantidade, ficando sempre em relevo e dolorido. Na cicatriz atrófica, o tecido que se forma é insuficiente, fazendo com que as feridas, aparentemente curadas, possam abrir novamente. A cicatriz aparenta ser lisa, com cor mais clara ou mais escura do tecido que a circunda. Não tem pelos, nem aberturas glandulares, nem sulcos cutâneos e, comparada ao plano superior, a cicatriz pode parecer plana, desnivelada ou encavada. A sua forma segue o processo patológico que a determinou. O tecido cicatricial não é idêntico ao tecido que substitui e é, normalmente, de qualidade funcional inferior.

A terapia das cicatrizes varia de acordo com o tipo de cicatrização. É importante distinguir a cicatriz hipertrófica da queloide para fins terapêuticos: no segundo caso, é melhor evitar a remoção cirúrgica. Em todo caso, a única terapia para os cuidados estéticos das cicatrizes é a cirurgia estética.

As feridas podem curar-se de três modos diferentes: • para as feridas ocasionadas por cortes, se reduz ao mínimo a perda de substâncias para a aproximação das bordas, favorecendo o preenchimento da parte do tecido de granulação, com tempos de cicatrização rápidos e com bons resultados estéticos; • para as feridas não suturadas e, portanto, que ficaram abertas por escolha ou por necessidade, o tecido de granulação, que se forma no fundo da lesão, se enche desde baixo até a superfície, com um processo que necessita de tempos mais longos e que pode resultar em imperfeições graves; • para as feridas cirúrgicas, no período pós-operatório, ocorre uma deiscência parcial ou total. Normalmente, o tratamento para essa complicação implica a reabertura completa da ferida, uma limpeza profunda e a retirada das áreas necrotizadas. Num segundo momento, depois de avaliar a situação local e certificar-se que não existe manifestação de infecção, pode-se fazer uma nova sutura das bordas.

O processo de cura consiste numa série de eventos finalizados à neoformação

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de um tecido de natureza conectiva. Portanto, diferente do original. O processo ocorre em fases distintas mas que, em alguns momentos, podem sobrepor-se, precedidas por uma fase preliminar hemostática.

1. A fase hemostática corresponde a resposta local à hemorragia provocada pela ruptura dos vasos sanguíneos, mediante a ação de trombócitos e a ativação de fatores coagulantes ligados aos tecidos. Essa fase é caracterizada pela formação de um coágulo, estrutura que fica na ferida e é constituída por uma rede de fibrina, na qual os elementos corpuscolares do sangue ficam presos. Esse coágulo é pouco aderente às paredes e pode ser removido facilmente, sem tantas lesões.

2. A fase inflamatória representa a resposta típica do organismo aos insultos patógenos. No caso da ferida, circunda e elimina o agente micróbico, os eventuais corpos estranhos e as células necróticas. E mais, ativa os fatores-base dos processos proliferativos que seguem e, ou seja, da restauração ou da substituição do tecido danificado. A reação inflamatória começa imediatamente após o trauma e dura alguns dias. Pode prolongar-se durante a próxima fase.

3. A fase proliferativa inicia após poucas horas do evento lesivo e tem por objetivo substituir o coágulo com uma estrutura sólida, definitiva. É caracterizada pela proliferação celular das estruturas epiteliais, endoteliais e conectivas presentes nas bordas da ferida e dá origem ao tecido de granulação, conhecido por seu característico aspecto granular.

4. A fase da maturação corresponde ao momento em que a ferida, inicialmente edematosa e avermelhada, se torna estável e definitivamente fechada por uma cicatriz com características bem diferentes: com coloração pálida, lisa, inelástica, sem anexos cutâneos com reduzidas irrigação e inervação. Essa fase dura, pelo menos, três semanas, mas pode continuar por meses ou por anos.

Alguns fatores locais e outros, gerais, podem influir negativamente no processo de cicatrização.

III.AUTOTRASPLANTE

III.4 Êxitos cicatriciais

FATORES LOCAIS • Alteração da irrigação sanguínea: por deficit no fornecimento de sangue ou na drenagem venosa, devido a patologias vasculares concomitantes ou na sede da ferida.

• Doenças locais: como doenças dermatológicas, úlceras e eczemas varicosos, infecções.

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• Presença de corpos estranhos: como terra, lascas, frústulos de tecido ou, até mesmo, materiais de sutura, que podem gerar rejeição por parte do organismo.

nismo parecem ser as maiores responsáveis. É por isso que, diferentemente do caso anterior, a terapia cirúrgica não produz efeitos positivos caso não sejam corrigidas primeiramente as carências sistêmicas;

• Localização e direção da ferida: as feridas cutâneas são curadas mais eficazmente se seguirem algumas linhas virtuais e se não tiverem contato com saliências ósseas.

• quelóide. Difere-se da cicatriz hipertrófica porque é mais exuberante e, assim, descolada da ferida originária. É muito mais desfigurada. A predisposição familiar ou individual, o sexo (feminino) e a idade (juvenil) parecem ter um papel importante.

• Presença de grandes hematomas ou de coleções serosas.

FATORES GERAIS

QUELÓIDE

HIPERTRÓFICA

HIPOTRÓFICA

• Idade do sujeito: a cicatrização da ferida é mais lenta nos pacientes idosos; • Estado nutricional e carência de vitaminas: indivíduos com graves carências nutricionais, especialmente, protéicas, apresentam um atraso significativo no processo cicatricial.

• Patologias sistêmicas e terapias particulares: algumas doenças, principalmente a diabete, influem negativamente na cicatrização das feridas. fig. 50: patologia das cicatrizes (quelóide, hipertrófica, hipotrófica)

Além disso, existe uma verdadeira patologia que envolve as cicatrizes (fig. 50), com quadros de: • hipertrófica. A cicatriz parece ser um cordão avermelhado, duro, proeminente e dolorido. As causas são ligadas a fatores locais e à predisposição individual.

O quadro não muda com o passar do tempo e requer um tratamento cirúrgico, que resolve a maior parte dos casos e consiste na abscisão completa da cicatriz e reconstrução imediata, mediante sutura, com materiais inertes; • hipotrófica. Quando se nota uma cavidade na cicatriz, que se apresenta com coloração pálida, facilmente ulcerável e passível de sangramento. Nesse caso, mais que fatores locais e predisposição individual, as condições gerais do orga-

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III.5 Custos de um autotransplante A seguir, um guia geral e aproximado sobre os custos de uma intervenção de autotransplante capilar. Muito genericamente, os preços variam de acordo com a clínica escolhida e se a operação é feita pelo médico principal do centro ou pelos médicos colaboradores, membros de sua equipe. Além disso, outras variantes que podem alterar as despesas finais dependem da fama da clínica escolhida e do tipo de serviço que o paciente deseja usufruir (bônus para as despesas com o avião, algumas notas do hotel, a escolha de dividir ou não o quarto com outro paciente e a possibilidade de ter um intérprete). As principais clínicas que trabalham com técnicas FUT e Strip ficam em Beverly Hills, Chipre, Bruxelas, Toronto, Dubai, Istambul e Turquia.

III.AUTOTRASPLANTE

Do ponto de vista estético, devido à fase de maturação, cada cicatriz melhora seu aspecto com o passar do tempo, até tornar-se quase invisível, embora, muitas vezes, continue a ser considerada uma imperfeição mais ou menos grave. Todavia, em algumas circunstâncias, os êxitos podem ser objetivamente deturpantes. É importante notar que, sem dúvida nenhuma, alguns erros na técnica operatória, ou a utilização de materias de sutura inadequados ou impróprios, podem representar a causa de anomalias no processo de cicatrização de uma ferida. Porém, outras causas podem ser as maiores responsáveis: contaminação da sala de cirurgias, natureza da patologia operada, condições gerais do organismo, terapias concomitantes à base de cortisona ou antineoplásicos, predisposição individual.

Agora, darei alguns valores mais precisos, de modo que você possa ter uma ideia mais clara sobre os custos de um autotransplante com técnica FUT ou técnica FUE. Quanto à técnica FUT (ou Strip, como preferir), o custo pode ser de 5 dólares americanos para as primeiras 2000 unidades foliculares (UF) e de 3 dólares americanos

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para as demais UF. Adicionar cerca de 12% de taxas. Para a contagem financeira final e em intervenções com a técnica FUT, outras clínicas consideram os folículos implantados, e não os extraídos: o custo pode ser de, aproximadamente, 4,5 dólares para as primeiras 2000 UF e de 2,5 dólares para as demais.

Para a técnica FUE, o custo pode variar de 10 dólares até, no máximo, 20 dólares por graft (UF). Para um emprego de 200 UF, aplicam um custo fixo de 2000 dólares.

Considerando todos os folículos que morrem, saiba que é provável que não seja suficiente somente uma sessão. Para concluir, uma regra que consegue sintetizar todos esses dados é que, maior o número de graft inxertados, menor será a soma a ser paga. Ou seja, até 1000 graft, € 2,50 cada um. Acima de 1000, € 2,00 cada.

CAPÍTULO QUATRO

Dermopigmentação

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IV.1 Definição

Dermopigmentação visagística, ou seja, maquiagem permanente: tem como objetivo harmonizar o rosto, tornando-o mais atraente através de intervenções nas sobrancelhas, nos lábios e no contorno dos olhos.

Para permanecer no tema do parágrafo, gostaria de esclarecer que dermopigmentação significa empurrar, mecanicamente, pigmentos estéreis na derme através de agulhas não ocas e necessariamente estéreis, também.

A dermopigmentação divide-se em três macrogrupos voltados a diferentes áreas (fig. 51): • Dermopigmentação visagística; • Dermopigmentação estética; • Dermopigmentação artística.

estética

artística

Substancialmente, sua natureza difere-se por: • objetivo diverso; • instrumentos, produtos e cores utilizados; • desenvolver as habilidades necessárias para poder trabalhar com as 3 diferentes práticas;

Equipamentos para a dermopigmentação estética: sem dúvida nenhuma, o instrumento que representa melhor esse tipo de prática é o famoso dermógrafo, embora híbrido, visto ser possível utilizá-lo em outros e diferentes campos, como na dermopigmentação visagística e na artística. Consegue chegar a 15000 pulsações por minuto. Obviamente, quanto mais amplo o alcance, mais o preço pode variar: de 1000 a 5000 euros.

Equipamentos para a dermopigmentação artística: principalmente aqui, são empregados dispositivos com bobina eletromagnética, rotativos e dispositivos de ar comprimido. Os pigmentos são de natureza definitiva, visto que representar a cor não é secundário. O custo desses instrumentos é de, aproximadamente, 500 euros e é difícil encontrar certificações CE porque, muitas vezes, são produtos completamente artesanais.

• pseudônimos.

Em se tratando de HABILIDADES, existem algumas específicas observações:

Agora, serei mais específico e falarei sobre os elementos necessários para distinguir os já citados três macrogrupos e a distingui-los pelo papel que cada um oferece.

Habilidades para a dermopigmentação visagística: parece bastante óbvio, mas enfatizo que é necessário ter conhecimento sobre maquiagem e, assim, sobre téc-

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

Equipamentos para a dermopigmentação visagística: utiliza-se uma simples caneta para maquiagem permanente, mas com uma potência muito baixa (pode alcançar cerca de 6000 pulsações por minuto) e cores bioreabsorvíveis. Um dado que pode ser interessante é que cerca de 99% das canetas presentes no mercado são de origem chinesa e, infelizmente, não contém a marca CE (Conformidade Européia). O custo gira em torno de 500 euros.

fig. 51: Macrogrupos inerentes às áreas em que a dermopigmentação se exercita

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Dermopigmentação artística: é um modo de comunicação alternativo do artista, bem como do cliente que sente a necessidade de entregar-se a um canal diversificado, a fim de exprimir algo a si mesmo.

Vejamos agora que EQUIPAMENTOS são utilizados em cada grupo:

Dermopigmentação visagística

Dermopigmentação estética. Tenta prevenir problemas estéticos que a medicina e, também, a cirurgia não conseguem melhorar, de modo algum, determinadas situações. (É a este grupo que a Tricopigmentação pode pertencer, embora possa criar, tranquilamente, uma categoria toda sua).

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Habilidades para a dermopigmentação estética: além do acima citado, considero fundamental seguir cursos higiênico-infectológicos, sanitários e possuir bons conhecimentos científicos.

Habilidades para a dermopigmentação artística: nesse campo, é necessário ter a mão firme, que servirá como uma boa base, bem como predisposição artística, mais especificamente, no que diz respeito a desenhos.

IV.2 Profundidade correta e consequências geradas por profundidades incorretas

Este parágrafo é muito importante e, igualmente, simples de enfocar os erros a serem evitados, a correta profundidade e o que ocorre se a profundidade for errada.

Os erros que pode cometer e, portanto, deve evitar, são dois: uma pressão excessiva ou uma pressão muito fraca. A pressão correta é quando a agulha atinge a derme, passando pela epiderme (fig. 52).

pressão INSUFICIENTE

pressão EXCESSIVA

OK

A essa altura, analisemos melhor o que quero dizer com pressão excessiva ou fraca e o que ocorre se você cometer um desses erros, provocados por uma profundidade incorreta ou inexata.

Se fizer uma pressão frágil e delicada, a cor a ser aplicada ficará na epiderme e, como é provável que saiba, a epiderme se regenera continuamente. Digamos que, todos os meses, a nossa pele muda e se transforma. Assim, se a cor tiver sido depositada somente em nível cutâneo, desaparecerá muito rapidamente. Você deve estar se perguntando como identificar o nível de pressão que costuma efetuar. Simples: notará que está pressionando pouco se não sair nem mesmo uma gota de sangue e, o que aplicou, desaparecerá velozmente, durante a primeira esfoliação da pele após o tratamento.

Por outro lado, se fizer uma pressão excessiva, duas reações principais poderão surgir. Se a sua pressão fizer com que a agulha atinja a hipoderme, o organismo reagirá com uma resposta muito violenta: o sangue que sair, e não será pouco, irá diluir a cor. Será formada uma crosta que, assim que cair, levará junto a parte dermopigmentada anteriormente e, no processo de cicatrização, pode-se apresentar uma alteração por excesso, trantando-se de cicatriz hipertrófica. A essa altura, será visível uma linha transparente e com contornos desbotados (veja: cicatrizes hipertróficas, quelóide, esclerodermia). As cicatrizes podem apresentar-se lisas, côncavas mas, também, convexas: se pressionar muito, poderá atingir a hipoderme e a cicatriz decorrente será colorida, como se fosse uma tatuagem com relevo.

Esses são os riscos que uma pressão excessiva poderia causar. Erroneamente, alguns acham que uma pressão maior faz com que a cor assimile mais na pele e vice-e-versa: menor a pressão, menor eficácia nos resultados: nunca uma crença esteve tão longe da realidade! O risco seria danificar seriamente o tecido e tornálo cicatricial e esclerotizado. Ironicamente, você poderia apertar mais e mais e, então, o risco seria uma grande migração de cor, veiculada pela camada adiposa situada abaixo da hipoderme (fig. 53).

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

nica profissional e sobre habilidades estéticas e higiênicas: tudo isso unido a uma boa predisposição e paixão pelo mundo estético.

fig. 52: Profundidades erradas e profundidade correta

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dade de funções da cútis torna-se possível por causa de sua estrutura anatômica, que é caracterizada por três camadas de tecido, começando pela parte externa: 1. epiderme; 2. derme; 3. tecido subcutâneo.

fig. 53: Migração da cor por excessiva pressão

IV.3 Tempo de cicatrização de um tecido dermopigmentado

Para que você entenda bem a importância da reparação dos tecidos, é necessário que relembremos alguns aspectos da cútis e suas funções. A cútis constitui a fronteira mais externa entre o homem e o ambiente: é o órgão principal de proteção do nosso corpo e atua como barreira e como conexão entre o mundo externo e os órgãos internos.

A pele é um órgão sensorial e se comunica com o externo através diferentes receptores: tato, pressão, dor, temperatura. São muitas as funções da cútis, e variam desde a proteção e a penetração de microrganismos patógenos, até o efeito barreira contra influências externas nocivas: mecânicas, químicas e térmicas (traumas, queimaduras térmicas ou químicas, lesões ocasionadas pelo frio). A varie-

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A epiderme, que é a camada mais superficial da cútis, é um tecido epitelial pavimentoso estratificado e corneificado, constituído por cinco camadas celulares diferenciadas. Dependendo dos territórios cutâneos, vai de, aproximadamente, 0,1 a 3 mm de espessura. A regeneração ocorre nos níveis das camadas mais profundas, de onde as células impulsionam para a superfície da cútis. Durante essa migração, acontece a completa corneificação das células (queratinização) e a perda de seu núcleo. A camada córnea superior é eliminada, em um contínuo processo de descamação. Em condições fisiológicas, o renovamento da epiderme, a partir da divisão celular até a eliminação das células corneificadas, se dá em 3 ou 4 semanas. A epiderme não contém vasos e nutre-se com a difusão de substâncias nutritivas pelo leito capilar da derme. O tipo celular dominante da epiderme é o queratinócito, que tem esse nome por sua capacidade de assimilar a queratina.

As queratinas são proteínas estruturais não solúveis, com uma elevada resistência à temperatura e ao pH. Além dos queratinócitos, na camada basal da epiderme estão os melanócitos, que produzem o pigmento cutâneo chamado melanina e que, de acordo com a sua quantidade, determina a cor da pele e dos cabelos. Os melanócitos aumentam a formação de melanina com o efeito das radiações solares, como reação defensiva aos raios ultravioletas.

A derme, de origem mesodérmica, é situada abaixo da epiderme e é diretamente conectada com a membrana basal da epiderme. É um tecido conectivo rico de vasos e de nervos, subdividido em duas camadas não delimitadas uma com a outra, mas que se diferenciam entre elas pela espessura e pela ordenação das fibras de tecido conectivo. Do externo ao interno, as duas camadas são: a camada papilar e a camada reticular, a mais profunda e espessa da derme.

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

Os anexos cutâneos também fazem parte da cútis (pelos, cabelos, unhas, glândulas) e estão situados na derme. A espessura da cútis varia de 1 a 4 mm, dependendo das necessidades às quais é sujeita, nas diferentes partes do corpo: as áreas mais grossas são a palma das mãos e a planta dos pés.

A terminologia internacional define “chronic wound” (ferida crônica) como a ferida

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Voltando a nós, quando se dermopigmentiza uma pele, a primeira reação que verá será uma rachadura, com profundidade diretamente ligada à área tratada, com consequente liberação de sangue, visto que se está na derme (que é vascularizada). A cor que reveste as pontas das agulhas é como se sujasse a derme que, não tendo propriedades regenerativas com renovamento do tecido, age diferentemente da epiderme. Portanto, após uma fase inflamatória, segue-se a proliferativa. A derme fica muito escura e, junto da epiderme, parecerão sujas, logo após a dermopigmentação. Depois de alguns dias, a cor presente sofrerá uma oxidação, juntamente àquela pequena quantidade de sangue, transformando todas as cores nas mais escuras tonalidades de marrom.

A pequena crosta que se formará, ficará posicionada por alguns dias, com consequente irrupção. Nessa fase, inicia o processo de cicatrização da epiderme e da lâmina dermoepidérmica, composta principalmente de proteínas: na primeira semana e, de modo muito rápido, se formarão protuberâncias superficiais. Nesse intervalo de tempo, o seu cliente não verá um trabalho homogêneo. Porém, pouco depois, a área dermopigmentada se mostrará muito clara, tendencialmente acinzentada, até que a epiderme seja completamente limpa: é como se se tornasse opaco para, depois de alguns dias, a cor se reaflorasse (por volta da terceira semana).

Lembre-se sempre que a cor que você produzirá sofrerá variações. A cor sofrerá uma leve migração por volta da quarta semana. Os tempos mudam de acordo com o tom de pele, variam de pessoa a pessoa: esse é o motivo pelo qual o aconselho de sugerir ao seu cliente a segunda sessão após 50 dias da primeira (fig. 54).

fase 1

fase 2

fase 3

após 50 dias

fase 3

após 50 dias

fig. 54a: Tempo de cicatrização: visão lateral

fase 1

fase 2

fig. 54b: Tempo de cicatrização: visão do alto

IV.4 As três manobras fundamentais Para ser mais preciso – e correto –, as manobras nas quais se fundem toda a dermopigmentação são somente três (fig. 55):

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

que não cicatriza. As feridas podem ser classificadas em agudas e crônicas, de acordo com uma definição temporal: normalmente, lesão crônica se refere a uma alteração da estrutura dos tecidos, que não evolui para os processos reparativos normais e que não mostra nenhuma tendência à cicatrização no período de 6-8 semanas.

1. ponto; 2. linha; 3. preenchimento/ esfumado.

Na realidade, para seus trabalhos de Tricopigmentação, você terá que se especializar, principalmente, nos pontos e nas linhas. Estou falando da Manobra 1 e da Manobra 2.

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99

PONTO

LINHA

Parâmetro 1: PULSAÇÃO

fig. 55b: Linha

PREENCHIMENTO / ESFUMADO

fig. 55c: Preenchimento/ esfumado

IV.5 Parâmetros fundamentais da dermopigmentação Ainda antes de iniciar a trabalhar a pele, é necessário concentrar a atenção a todas as variáveis que regulam a pigmentação da derme e que fazem com que você realize as três manobras descritas no parágrafo anterior: • a pulsação do dermógrafo; • a pressão da mão; • a velocidade de execução; • os pontos de penetração das agulhas; • a diluição da cor.

Por meio do conhecimento e da modulação de um ou mais parâmetros, é possível obter uma quantidade considerável de efeitos: desde preenchimentos homogêneos, seguindo uma determinada forma, aos esfumados, aos efeitos fio a fio, às linhas claras e precisas até a faixa epidérmica. Analisemos os parâmetros.

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Parâmetro 2: PRESSÃO

Quando uma agulha penetra na pele através de uma grande pressão, consegue atingir uma maior profundidade e levar uma maior quantidade de pigmento na derme. Analizando uma única penetração (um pequeno ponto decorrente de uma única inserção) com a cútis cicatrizada, percebe-se que a coluna de pigmentos mais alta produz um ponto muito mais escuro que uma coluna de pigmentos mais curta, que fica transparente. O conceito fundamental a ser compreendido é que uma pressão maior não produz, necessariamente, uma linha mais escura.

Se a pressão feita sobre a pele com o seu dermógrafo for demasiada, a agulha atingirá a hipoderme, causando uma notável perda de sangue e, consequentemente, um notável clareamento da cor. Pior ainda seria se a agulha fosse ainda mais fundo, na camada adiposa. Nesse caso, ocorreria uma migração da cor que,

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

fig. 55a: Ponto

Trata-se de um parâmetro ligado às características técnicas do equipamento utilizado. Mede-se a pulsação por minuto. Define-se pulsação o movimento que a ponta da agulha realiza para ir para baixo e voltar para cima, ao ponto de partida.

Quanto mais oscilações a agulha realizar em um minuto, maior será o poder de escritura do nosso dermógrafo. Com a mesma pressão, velocidade e ponto de penetração, uma pulsação maior produzirá um pontinho mais intenso e escuro.

Porém, fique atento pois, aumentando demasiadamente as pulsações e tendo uma velocidade muito lenta de execução de uma linha, corre-se o risco cortar a pele. Isso causará uma cicatrização mais longa e uma cura mais difícil, que será convertida a uma perda quase total da cor aplicada na pele. Esse parâmetro deveria ser escolhido, sempre, baseado à sua modalidade pessoal de trabalho. Se você tende a ser apressado em traçar os pontinhos, deve aumentar levemente as pulsações do seu dermógrafo. Por outro lado, quando compreender que um bom toque tem ser traçado com uma velocidade de execução média-baixa, perceberá que será necessário diminuir as pulsações. Como já dito, esse parâmetro é diretamente proporcional: quanto mais cresce a pulsação, mais cresce o poder de escritura do seu dermógrafo.

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Por outro lado, se a pressão não for suficiente para fazer com que a agulha penetre além da lâmina dermo-epidérmica, a cor desaparecerá totalmente após cerca de um mês.

A pressão correta é quando a agulha supera a epiderme, mas não chega na hipoderme. Somente permanecendo na derme é possível que sejam realizadas todas as nuances de cor, diretamente ligadas às diferentes profundidades. Imagino que vocês se esteja perguntando como saber se está ou não na profundidade correta.

Como já mencionado, uma pressão excessiva causará uma perda de sangue excessiva também. É um sintoma a ser avaliado e significará que deve apertar menos com o dermógrafo. Quando se faz um ponto no couro cabeludo, seria ideal que o sangue parasse de sair assim que a área tatuada fosse limpa. Outro elemento que indicará se está indo de modo demasiadamente profundo é a vibração da outra mão, a que estende a pele. Se tal vibração for muito profunda, abafada e grave, quer dizer que superou a profundidade aconselhada. Caso contrário, ou seja, se você sente vibrações mais perceptíveis e acompanhadas por um zumbido estridente e agudo, provavelmente está trabalhando muito na superfície.

Enfim, gostaria de salientar que a pressão da sua mão (Pm) é um conceito diferente da profundidade atingida pela agulha (Pa): essas duas dimensões são ligadas em função aos pontos de penetração (Pdp). A fórmula matemática para isso é: Pa = Pm ÷ Pdp Considerando que a profundidade atingida pela agulha coincide com o poder de escritura, chega-se facilmente à conclusão que, com os mesmos pontos de penetração, conforme cresce a pressão da mão, mais aumenta o poder de escritura. Desse modo, o resultado será uma linha mais escura: a pressão da sua mão é diretamente proporcional ao poder de escritura.

Parâmetro 3: VELOCIDADE

Velocidade refere-se ao tempo que a nossa mão leva para percorrer uma certa distância, enquanto segura o dermógrafo. Se desenhar uma linha com velocidade e pressão constantes, obtém-se uma linha homogênea (segmento). A mesma linha, se traçada com determinada aceleração, provoca uma degradação da cor, proporcional à velocidade instantânea atingida, criando uma linha esfumada.

Substancialmente, você deve compreender que a velocidade com a qual realiza os movimentos ou os desenhos das linhas, é inversamente proporcional ao poder de escritura. Mais é apressado em desenhar as linhas e em fazer esfumados e preenchimentos, menos colorirá a pele. No começo, a sua tendência será a de ser rápido em executar diversas manobras. Com o tempo, entenderá que a pele tem que ser pigmentada lenta e eficazmente.

Parâmetro 4: PONTOS DE PENETRAÇÃO

Essencialmente, se refere ao número de agulhas utilizado para executar a ação tatuatória. Maior é o número de agulhas (Pdp) e menor é o efeito de cobertura, ou seja, a profundidade atingida pela própria ponta. É o mesmo princípio expresso no parágrafo que fala sobre a pressão: a profundidade de penetração das agulhas (e, portanto, o poder de escritura, Pa) é inversamente proporcional à superfície de contato, ou seja, ao número de agulhas que compõe a ponta Pdp: Pa = Pm ÷ Pdp

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

estando abaixo da pele, se alargaria e produziria uma mancha com bordas desfocadas. Além disso, constatou-se que pressões excessivas podem causar quelóides ou cicatrizes em relevo.

É o mesmo princípio dos alpinistas, quando utilizam raquetes de neve para não afundarem na neve fresca. Não fariam muita estrada se usassem sapatos de salto alto.

Dou-lhe um exemplo da aplicação dessa fórmula: suponhamos que eu esteja fazendo uma linha a uma velocidade constante. Nessa linha, eu coloco pressão da mão (Pm) igual a 30. No dermógrafo, está montada uma ponta com 5 agulhas.

Então, Pm =10 e Pdp = 5. Ao fazermos a divisão, teremos: 30 ÷ 5 = 6.

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Portanto, Pa é igual a 6. A profundidade atingida pelas 5 agulhas, ou seja, o poder de escritura, é igual a 6.

IV.6 As regras fundamentais da dermopigmentação

Se, posteriormente, mudarmos a ponta do dermógrafo, montando uma com 3 agulhas e continuarmos a utilizar a mesma pressão de 30, a fórmula seria: 30÷3=10.

Isso significa que a profundidade atingida pela agulha será igual a 10, bem como o poder da escritura.

Nos meus cursos, tive várias possibilidades de comparar-me com outros operadores de dermopigmentação com anos de experiência. Muitas vezes, percebi que esses colegas, embora muito capazes e com ótimos resultados em maquiagem permanente, demonstravam grande cansaço físico ao manter determinadas posições enquanto trabalhavam: tremidos nas linhas de precisão, pouca definição dos pelos. Além disso, declaravam que muitos dos seus trabalhos com maquiagem permanente, como nas sobrancelhas, por exemplo, resultavam com profundas diferenças de tonalidade, entre a direita e a esquerda. E qual é o motivo para que isso aconteça? Somente um: a posição. Infelizmente, é frequente que não reconheçam a importância da posição de trabalho. O que confirma isso é o fato de que, na maior parte dos cursos de formação, não é previsto um módulo específico que fale sobre posições corretas de trabalho.

É justo que você saiba que, por motivos óbvios, tentei expor alguns conceitos através de exemplos. Na realidade, o cálculo é um pouco mais complexo, mas o conceito não muda.

Parâmetro 5: DILUIÇÃO Na tatuagem artística, é o sistema fundamental para esfumar. Consiste em aumentar, quanto preferir, o percentual do excipiente às custas do princípio funcional, ou seja, da mistura de pigmentos. Isso comporta um efeito de maior transparência, com a mesma pressão, velocidade, pulsação e pontos de penetração. Se diluirmos um preparado colorante com um excipiente incolor, é possível obter esfumados muito transparentes. Pode-se diluir uma cor com outra cor e, nesse caso, estamos falando de “corte”. Por exemplo: quando corrigimos uma cor de base com um corretivo antivermelho, estamos cortando uma cor e, portanto, utilizando esse parâmetro para obter um determinado efeito.

Um bom dermopigmentista é aquele que consegue assumir uma posição de trabalho cômoda, sempre antes de desenhar cada linha.

A grande dúvida que a maior parte dos operadores tem é: “Trabalhar por atrás do cliente ou do lado?” Eu não tenho dúvidas sobre isso e lhe aconselho expressamente de trabalhar por trás do cliente (cabeceira da maca) e, sobretudo, sentado. Analisemos o por quê dessas afirmações.

O esforço mental que mantém ao olhar e elaborar uma imagem em prospectiva é maior do que o que você teria se olhasse a mesma imagem, mas de um ponto de vista ortogonal frontal. Já durante a fase de projetação, se o assunto é sobrancelhas, a boa regra é desenhar por trás. Isso porque as duas sobrancelhas estão num nível geométrico paritário e, desse modo, o nosso cérebro nota mais facilmente as diferenças. Na realidade, na fase de projetação, é necessário mudar muitas vezes a posição, girar ao redor do cliente, fazê-lo levantar e avaliá-lo de frente, pedir para que ele faça exercícios de mímica, mudar vários espelhos e várias condições luminosas. Ou seja, nessa fase, não é indispensável trabalhar por trás, mas o aconselho mesmo assim.

IV. DERMOPIGMENTAÇÃO

Comparando os valores, descobrimos que, com a mesma pressão da mão, usando uma ponta de 5 agulhas, escreverei 6. E, com a mesma pressão, mas com uma ponta de 3 agulhas, escreverei 10. Assim, com uma ponta com 3 agulhas, a minha linha será quase duas vezes mais escura do que aquela feita com a mesma pressão, mas com uma ponta com 5 agulhas.

Por outro lado, é indispensável posicionar-se por trás do seu cliente (que estará deitado na maca) no momento da realização da dermopigmentação. Somente assim será possível manter uma configuração da mão similar, enquanto se executa o trabalho com o dermógrafo, na sobrancelha direita e na esquerda. Mas não é só isso: constatamos que o nosso cérebro se cansa ao procurar as diferenças de dois

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objetos, vistos em prospectiva. Imagine quanto é difícil modular a mesma pressão (entre direita e esquerda), considerando que temos referências visivas diferentes entre eles. Enfim, a nossa missão é facilitar a missão do nosso cérebro. Um bom modo para isso, é fazer com que realize duas vezes o mesmo gesto, e não uma vez uma ação e, outra vez, outra ação. A seguir, um passo-a-passo sobre as posições de trabalho que terá que assumir durante a realização de uma dermopigmentação.

AS POSIÇÕES DE TRABALHO Como melhorar o resultado técnico de nossa dermopigmentação? Primeiramente, enfatizo que não espere que seus resultados sejam impecáveis, se inicou há pouco tempo essa atividade. Existe um fator chamado experiência, que tem o poder de melhorar tudo aquilo que nós, inicialmente, produzimos. Além da experiência, é necessário avaliar tantas outras pequenas coisas, capazes de melhorá-lo profissionalmente e de melhorar os resultados dos seus trabalhos. Sem dúvida, não se deve subestimar a posição que manterá enquanto realiza seus trabalhos.

Sobre as posições de trabalho, refiro-me: • posição do operador com respeito ao cliente; • posição das mãos no rosto ou na cabeça do cliente; • posição dos equipamentos e da mobília que circunda o operador (por exemplo, a altura da sua cadeira ou da maca. Tamanho da lente. Cabos de energia do dermógrafo etc.); • postura do operador durante a ação tatuatória.

Estabeleçamos, também, que: • possivelmente, trabalha-se sentado, e não em pé; • a posição de trabalho deve ser na cabeceira da maca, ou seja, atrás do cliente; • se você é destro, o carrinho com o dermógrafo deve ser posicionado à direita; • os pés devem tocar o chão. Não devem estar enganchados no banquinho; • as pernas devem estar separadas, não cruzadas; • o antebraço deve ter um ponto de apoio; • as linhas de precisão (pelos e contornos) têm de ser desenhadas sempre na direção do centro do seu peitodel tuo petto;

CAPÍTULO CINCO

Equipamentos e produtos específicos

• se possível, o pulso nunca deverá estar dobrado.

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V.1 A importância de equipamentos específicos Embora muitos operadores compitam na realização da micropigmentação do couro cabeludo, sinto-me obrigado a relembrá-lo que a micropigmentação é uma disciplina genérica. Por isso, não cometa o erro de praticar a Tricopigmentação® com máquinas, agulhas e cores típicas da micropigmentação, ou seja, da maquiagem permanente: seria muito arriscado e os resultados obtidos pareceriam, evidentemente, artificiais.

Se, atualmente, existe um sistema integrado para a execução de tratamentos no couro cabeludo é porque, com o passar dos anos, com o estudo, com a experimentação e com a paixão, convenci-me de que, de modo algum, a melhor decisão não é adaptar na cabeça as técnicas e os equipamentos da maquiagem permanente. Nem do ponto de vista das pesquisas, nem pelos resultados que se obtêm.

A Tricopigmentação® nasce devido a essa análise e insatisfação.

• Tricodermógrafo específico (fig. 56), modificado por um sistema patenteado para a redução do duty cycle (ciclo de trabalho), capaz de garantir um risco muito baixo de manchas sobre a pele, mas com uma probabilidade mais elevada de escritura em cicatrizes com um tecido particularmente esclerótico; • Corpo máquina específico. Contém um microchip que gerencia a potência do impulso através de um controle eletrônico e completo de programas com parâmetros preestabelecidos para o tratamento em cicatrizes e hairline, para uma sessão de trabalho mais segura e menos arriscada. Além disso, estão disponíveis os programas de trabalho DERMATOPPIK e BOUNCE®; • Cartuchos de agulhas específicos, construídos especificamente para um emprego no couro cabeludo: são totalmente diferentes dos utilizados na micropigmentação e na maquiagem permanente, pois são 15% mais finos e têm a ponta modificada, a fim de evitar alargamentos de cada ponto no efeito raspado; • Pigmentos específicos modificados quimicamente para garantir a estabilidade cromática com o passar do tempo e reduzir drasticamente a possibilidade fig 56: Tricodermógrafo específico - Morelia Plus

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V. EQUIPAMENTOS E PRODUTOS ESPECÍFICOS

A Tricopigmentação® é bem diferente da micropigmentação do couro cabeludo. O sistema Tricopigmentação® é dotado de:

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• Know-how específico, fruto de minha longa experiência, bem como do meu sócio Toni Belfatto. De fato, no curso de especialização voltado exclusivamente a operadores com comprovada experiência no setor, oferece-se uma altíssima preparação técnica e cultural, no que diz respeito ao mundo da calvície e de autotransplantes. Durante o curso, discute-se as melhores estratégias para tratar as cicatrizes do tipo FUT ou FUE, os portadores de prótese ou os indivíduos com alopecia androgenética, areata e universal.

A Tricopigmentação® é o melhor tratamento para a resolução de tais problemas. Praticar a micropigmentação da cútis com maquinários, agulhas e colores impróprios e sem as habilidades corretas, aumenta notavelmente os riscos de resultados problemáticos.

Não se pode e não se deve, de modo algum, improvisar nessa disciplina. Eu e o meu sócio, até hoje, somos os únicos no mundo a ter criado um sistema específico para o tratamento da calvície e de êxitos cicatriciais. E seremos sempre os primeiros, mesmo futuramente. Escolha a experiência, a tecnologia, a segurança.

V.2 Cores adequadas e cores a serem evitadas Você será capaz de escolher a cor correta para utilizar na realização de seu trabalho se souber a composição de uma cor para maquiagem permanente. Uma ampola contém, principalmente: • mistura de pigmentos • glicerina • alcool isopropílico • água Um colorante bioreabsorvível é diferente do colorante definitivo, principalmente pela ausência de resinas acrílicas e por outros fatores secundários. Os colorantes bioreabsorvíveis são projetados para desaparecer completamente em um determinado período após o tratamento. Porém, na prática, não é assim: depende de muitos fatores e, por isso, o meu conselho é o de não dar certezas acerca do destino do colorante aplicado na pele do cliente e, assim, não fornecer dados precisos, mas somente amplos períodos de tempo.

MISTURA DE PIGMENTOS Cada cor utilizada na Tricopigmentação é composta de um “cocktail” de componentes fundamentais. Algumas vezes, é necessário adicionar algum especial componente corretivo. Os componentes fundamentais são: o preto, o branco, o vermelho e o amarelo (fig. 57).

fig. 57: Componentes fundamentais

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V. EQUIPAMENTOS E PRODUTOS ESPECÍFICOS

de mudança de tonalidade para o vermelho. Essas cores são muito diferentes das cores empregadas na maquiagem permanente, seja no excipiente que no princípio funcional. Contém, dentro, um aditivo especial patenteado, que melhora notavelmente a estabilidade da substância na cútis e reduz os fenômenos de migração da cor, com consequente alargamento do pontinho (mega-dot);

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Visto que o amarelo e o preto desaparecerão primeiro da pele do seu cliente e, considerando que o branco tem uma modesta presença na maior parte das cores e que o vermelho é um dos quatro componentes mais duradouros, a mutação para o rosa/vermelho será mais frequente.

O verde, ou seja, o óxido de cromo, componente quimicamente muito estável e não facilmente fagocitável, tanto quanto o vermelho, é a cor que consegue neutralizá-lo, apagando-o e fazendo com que se torne acinzentado (cor neutra por antonomásia, fig.58). Esse é o motivo pelo qual os cremes para rosácea são todos, tendencialmente, verdes: adicionando uma pequena quantidade de verde na mistura de pigmentos, é possível contrastar a mutação para o vermelho. Isso acontece porque o óxido de cromo é suficientemente persistente, para estancar e ultrapassar o desaparecimento do amarelo e do preto. O preço a pagar por esse “seguro antivermelho” é que, corrigindo preventivamente as cores com o verde, se obterá uma tintura inicial castanho-frio, um pouco acinzentada. Preço esse que se transforma em uma vantagem na Tricopigmentação.

fig. 58: Neutralização do vermelho

EXCIPIENTES: GLICERINA, ÁLCOOL ISOPROPÍLICO E ÁGUA Os excipientes têm funções técnicas e conservativas. A partir do álcool isopropílico, que faz com que a preparação colorante não faça espuma durante a dermopigmentação e mantém baixa a possibilidade de bactérias. A glicerina desenvolve uma ação umectante, retarda a evaporação e é emoliente. Além disso, fornece um componente viscoso e denso, permitindo uma adequada mudança de cor, através do complexo ponta-agulha. Obviamente, a água fornece liquidez e fluência.

LEGENDA

preto branco vermelho amarelo

Provavelmente, um marrom quente e avermelhado pode parecer mais atraente que um frio e acinzentado. Porém, tenho certeza que, qualquer raspado no mundo, independente de que cor sejam os cabelos, aparecerá acinzentado no couro cabeludo.

cinza laranja violeta verde rosa amarelo claro fig. 59: Sistema de referência MP4E

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V. EQUIPAMENTOS E PRODUTOS ESPECÍFICOS

O componente corretivo que existe ao interno das cores da Tricopigmentação é o verde. Cada componente colorido é constituído por um pó de pigmentos minerais micronizado, até atingir o tamanho de um único grão, de 5 a 10 μm. Esses grãozinhos são insolúveis nos líquidos e, uma vez que forem aplicados na derme, serão fagocitados pelos “espacinhos” do nosso corpo, ou seja, os fagócitos. O preto, o vermelhor e o amarelo são óxidos de ferro. O branco é um dióxido de titânio e o verde é um óxido de cromo. Infelizmente, quando aplicados na derme, cada componente tem uma duração diferente e derivante da estabilidade da relativa molécula. De fato, cada componente é “comido” pelos fagócitos, com uma ordem bem precisa. Em uma cor não específica para a Tricopigmentação, esse mecanismo poderia criar um perceptível deslocamento no todo, que se manifesta através de uma notável mutação da cor. Precisamente, essas quatro partes tendem a desaparecer na seguinte ordem: amarelo, preto, vermelho e, por fim, branco.

113

CAPÍTULO SEIS

Tricopigmentação®

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VI.1 A situação atual: análise dos erros devidos à improvi-

1. pressão

sação A pressão é uma das incertezas mais recorrentes: o excessivo emprego de força usado para criar um “pontinho” com o dermógrafo, provoca a migração de cor e, assim, o alargamento das bordas de cada “pontinho” (fig. 60).

Como disciplina específica e como profissão concreta e precisa, a Tricopigmentação nasce quase como uma reação à atual situação: no momento, muitos operadores improvisados aproximam-se da dermopigmentação para problemas puramente ligados à calvície. Porém, o fazem sem pensar nas consequências e sem ter seguido algum curso específico. Esse comportamento pouco profissional tem como resultado uma improvisação desnecessária e negativa.

Os erros mais recorrentes e comuns, principais causas da péssima reputação em nosso ambiente de trabalho são, principalmente, oito: 1. pressão 2. movimento 3. inclinação 4. pulsação 5. distância entre um ponto e outro 6. circunscrição das áreas

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

7. hairline 8. cor Falarei sobre tais erros para sabermos melhor a que se referem e, evidentemente, como procurar evitá-los.

fig. 60: Pressão errada

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2. movimento

3. inclinação Erros devidos à angulação na entrada da agulha, gerando ressaltos irreais, ou seja, não circulares, mas ovais. O ângulo ideal para a penetração da agulha deveria ser de 90°, ou seja, perpendicular à base tratada (fig. 62).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

O movimento torna-se incorreto quando ocorrem flutuações da agulha dentro da derme, sejam elas voluntárias ou involuntárias. Involuntárias são quando o operador não consegue manter a mão fixa e, por isso, a agulha se move mais do que o necessário. Desse modo, começa a faltar precisão.

Voluntárias são quando, erroneamente, o operador tem certeza que o resultado final será o que ele consegue ver naquele momento. Acha que o tamanho definitivo do “pontinho” é aquele que vê ao concluir do trabalho, ignorando, portanto, sua posterior ampliação. Assim, de modo totalmente arbitrário, movimenta mais e mais, para obter a dimensão que, segundo ele, é a correta (fig. 61).

fig. 61: Erro de movimento

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fig. 62: Erro de inclinação

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4. pulsações

Consequência de uma avaliação errada do operador. Uma excessiva ou insuficiente distância entre um ponto e outro de batimento gera um efeito artificial. É sempre oportuno respeitar o PPC (ponto por cm2) mais adequado à área tratada (fig. 64).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

Trabalhando com equipamento configurado com excessiva pulsação, pode ocorrer um megaponto: em um único batimento ocorrem excessivas oscilações da agulha num mesmo ponto e o resultado será uma enorme mancha (fig. 63).

5. distância entre um ponto e outro

fig. 63: Erro de pulsação

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fig. 64: Erro de distância entre um ponto e outro

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6. circunscrição das áreas

7. hairline Quando o operador escolhe como realizar a hairline ou as várias linhas frontais, deveria evitar linhas demasiadamente definidas e irreais. O risco seria o de obter um trabalho artefato e, assim, pouco natural (fig. 66).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

Trata-se de um erro do operador, proveniente da falta de esfumado onde deveria haver. Caso esteja tratando uma calvície em estado avançado, pode provocar um evidente destacamento entre o seu “trabalho artificial” e o natural avanço do desbaste no cliente (fig. 65).

fig. 65: Erro provocado pela falta de esfumado

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fig. 66: Erro na hairline

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8. cor

VI.2 O Bounce® Uma das técnicas fundamentais da Tricopigmentação é denominada Bounce®.

O erro ligado à cor é uma consequência estrita da decisão do preparado colorante utilizado para realizar o trabalho. É muito evidente que a escolha da cor deva ser avaliada muito atentamente: é necessário considerar a cor dos cabelos que circundam, as expectativas do cliente e a situação em que vocês se encontram, que é singular e única (fig. 67).

Trata-se da implementação das técnicas antigas já existentes para esse fim.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

A manualidade e os parâmetros de trabalho foram considerados, revistos e aperfeiçoados a fim de dar vida a um verdadeiro protocolo operativo denominado precisamente Bounce® (ressalto). A dinâmica com a qual você será capaz de executar os famigerados “pontinhos” lembra realisticamente o movimento de uma bolinha acrílica, seja pelo movimento que faz, que pelo tempo que leva. A partir dessa minha observação pessoal, registrei prontamente a denominação Bounce® (ressalto), a fim de garantir a “paternidade” (fig. 68).

fig. 68: Bounce®

fig. 67: Erro de cor

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Para garantir um movimento correto com base nessa técnica de trabalho, devese seguir os seguintes parâmetros de trabalho (fig. 69):

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3 PONTOS DE FIXAÇÃO

2 PONTOS DE FIXAÇÃO

1

utilização de uma agulha com uma ponta

pulsações médias

velocidade média

pressão média

Cor marrom/ cinza escuro

fig. 69: Bounce® - parâmetros de trabalho

E deve seguir alguns fatores fundamentais: • posição de trabalho correta por parte do operador; • exata tensão da área tratada (fig. 70); • ritmo de trabalho;

fig. 70: Exata tensão na área tratada

• apropriada excurção da agulha; • específica pulsação de trabalho; • oportuno p.p.c. (como já mencionado antes, esse acrônimo indica os Pontos Por Cm2, cujo valor deve sempre oscilar entre 90 e 120 pontos, fig. 71); • outros fatores que conhecerá em cursos de formação específicos, diretamente mirados à instrução de profissionais da área.

O desenvolvimento dessas considerações e do minucioso estudo de determinadas dinâmicas, originou um sistema de trabalho capaz de produzir um efeito raspado, realístico e com menos possibilidades de mudanças de tonalidade e de migrações da cor. Tais inconvenientes eram comuns aos métodos antigos de trabalho e, infelizmente, comuns atualmente devido à incompetência de alguns: o risco de comprometer o resultado final torna-se muito outro e quase certo se a importância desses fatores não for tomada em consideração.

Uma dermopigmentação do couro cabeludo realística e natural deve haver microdepósitos ponteados de pigmento castanho/ acinzentado, posicionados na derme superficial, com uma oportuna distância entre um e outro. Isso irá gerar um efeito de cabelo raspado ou um escurecimento das zonas dispersas, dependendo da aplicação das técnicas empregadas.

126

80 ppc

90 ppc

100 ppc

110 ppc

120 ppc

130 ppc

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

• adequada pressão na área tratada;

fig. 71: O valor p.p.c. (pontos por cm2) tem sempre que oscilar entre 90 e 120

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VI.3 O Short Hair

VARIANTE SHORT HAIR DUPLO Essa outra manobra realiza-se com o tricodermógrafo que se movimenta em duas direções e modos, para frente e para trás.

O short hair é uma manobra fundamental na Tricopigmentação. É utilizada, principalmente, na cobertura das cicatrizes póstumas de autotransplantes FUT e FUE. Além disso, é usada em técnicas como o Dermatoppik. É uma manobra que visa criar um cabelo curto, com até 8-10 mm de comprimento e a sua realização pode ser feita de duas maneiras: • variante short hair individual;

Esses são os parâmetros de trabalho para a execução do short hair duplo (fig. 73):

• variante short hair duplo.

7

pulsações médias

velocidade de execução média

pressão médio-alta

VARIANTE SHORT HAIR INDIVIDUAL

fig. 73: short hair duplo – parâmetros de trabalho

Essa variante é gerada por uma única passagem do tricodermógrafo, que se movimenta e trabalha em uma única direção. Precisamente, na direção do coração do operador.

A particularidade do shor hair é a de fazer maior pressão na parte central do traço e, inversamente, menor pressão na parte inicial e na parte final (fig. 74).

TRAÇO CLÁSSICO

Esses são os parâmetros de trabalho para a execução do short hair individual (fig. 72):

SHORT HAIR INDIVIDUAL

SHORT HAIR DUPLO

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

utilização de uma agulha com 7 pontas

1

utilização de uma agulha com uma ponta

pulsações médio-altas

velocidade de execução baixa

fig. 72: short hair duplo – parâmetros de trabalho

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pressão médio-alta

fig. 74: Diferenças de short hair

129

Considere o emprego do short hair individual quando estiver lidando com tecidos cicatriciais bastante danificados (côncavos e/ou vazios e/ou moles), ou vascularizados (quando são, ainda, avermelhados): em todos os casos, quando a pele do paciente tenha demonstrado predisposição para a migração de cor.

4. A pulsação no short hair individual é média. No short hair duplo, é médio-baixa; 5. A pressão no short hair individual e no short hair duplo é médio-baixa; 6. O momento de entrada e de saída da agulha (no jargão, acompanhados) lembra muito o movimento de aterrissagem de um avião que, imediatamente depois, decola novamente: com isso, quero dizer que o movimento da agulha deverá ser suave e, necessariamente, gradual (fig. 76);

fig. 76: Metáfora do movimento de entrada e de saída da agulha fig. 75: Short hair: a inclinação da agulha na pele tem que oscilar entre 30° e 45°

Recomendo fortemente que você considere: 1. O uso do short hair duplo quando estiver lidando com tecidos cicatriciais convexos, mas nem sempre duros e cheios. Além disso, um fator importantíssimo e que gostaria que você tivesse bem em mente é que essa manobra será necessária na ripigmentação clara, cor de pele, do procedimento de cobertura de cicatrizes no couro cabeludo; 2. O short hair é a manobra que permitirá que você realize, sempre, a técnicaDermatoppik; 3. Entre as indicações genéricas e técnicas para a realização de um correto short hair, existe a correta inclinação da agulha na pele, que tem que oscilar entre 30° e 45°(fig. 75);

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VI.4 Timing e esquema em blocos de um tratamento de Tricopigmentação Ainda, para a sua formação, considero necessário conhecer os tempos que indicarão ao cliente a evolução cronológica de um tratamento de Tricopigmentação: somente assim poderá evitar que suas expectativas sejam frustradas. Necessariamente, um tratamento de Tricopigmentação deve iniciar com uma consultoria devido a motivos estritamente técnicos e por razões legais. Para isso, o consentimento esclarecido, que analisará melhor em um dos próximos parágrafos e que deve ser assinado pouco antes da realização do tratamento, terá os seguintes dizeres:

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

7. A velocidade de execução do short hair individual será média. Do short hair duplo será médio-alta.

131

O cliente tem que ter o tempo necessário à disposição a fim de decidir se continuar e submeter-se ao tratamento ou não. Se caso o seu cliente decidisse interromper o tratamento e você não fosse preparado para isso, ficaria com um incômodo e inútil espaço, em se tratando de tempo livre e de organização. Em virtude disso, recomendo vivamente de dar um tempo entre essas duas fases, para evitar a situação que acabei de ilustrar.

CONSULTORIA Dura cerca de 30 minutos nos quais, além de ilustrar os aspectos genéricos a respeito da dermopigmentação (possíveis alergias, rejeições, infecções etc), deverá fornecer informações e especificações mais técnicas.

• O resultado obtido entre a primeira e a segunda sessão não será o resultado definitivo. Por isso, o seu cliente não terá que criar muitas expectativas após a primeira sessão, seja com respeito ao efeito, como se fosse o efeito final, seja com respeito ao resultado final esperado. Querido aluno, lembre-se que a desilusão é sempre filha da expectativa.

PERÍODO ENTRE A CONSULTORIA E A PRIMEIRA SESSÃO Sugiro nunca fixar a primeira sessão num espaço de tempo inferior a três semanas após a primeira consultoria. O motivo é que esse período será cômodo e frutífero para que estude o caso em questão e, eventualmente, poder consultar o seu mentor de confiança sobre eventuais dúvidas que poderiam surgir. Além disso, deverá consultar novamente o material fotográfico anteriormente produzido e documentado e as anotações que fez, oportunamente, durante a consultoria. Nesse indispensável período de tempo, poderá reunir material que achará necessário para prosseguir: é evidente que se precisa de uma determinada cor que, naquele momento, não tem, precisará, também, de um determinado tempo. Durante esses dias, surgirão uma série de dúvidas em seu cliente: procure dar mais atenção possível a ele, que está prestes a tomar uma decisão importante e enxerga em você a solução.

PRIMEIRA SESSÃO

• Avaliação econômica do trabalho, com relativa elaboração de um orçamento do tratamento a ser realizado, que deverá ser assinado em duas vias, sendo uma para o seu cliente.

A primeira sessão terá uma duração de cerca de 2 horas por setor. Para o efeito raspado, será necessária uma hora e meia. Durante esse primeiro encontro, o cliente assina o consentimento esclarecido: procure não esquecer. A essa altura, ocorre uma breve entrevista com o interessado. Procure ilustrar tudo o que ocorrerá: que tipo de sensação ou possível dor que poderá sentir; deverá estabelecer algumas pausas precisas, que terão de ser gerenciadas durante todo o tratamento; no caso decida não efetuar um efeito raspado, deverá estabelecer juntamente ao seu cliente a eventual hairline a ser realizada. Pois bem, agora começa o trabalho.

Assim que terminar o tratamento, não se esqueça de entregar-lhe o memorando com todas as indicações para uma correta manutenção e cuidados que deverão ser tomados em casa. Esse é o momento em que terá que marcar a segunda sessão, a 50-60 dias de distância e, sempre, mediante adiantamento financeiro.

• Fazer um histórico do seu cliente e reunir o maior número de dados úteis possíveis a respeito do caso a ser tratado: tais informações serão unidas e arquivadas em seu projeto.

PERÍODO ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA SESSÃO

• Uma praxe muito importante para um bom gerenciamento de trabalho é obter materia fotográfico, que fará com que você tenha à disposição um quadro mais completo do seu cliente.

• Proceder na realização de um teste de cor.

• Se disponíveis, é permitido mostrar ao cliente as fotos de casos similares ao seu. Será útil para que ele possa tranquilizar-se e ficar mais seguro quanto ao resultado mas, também, para mostrar-lhe os efeitos que poderá haver com o tratamento de Tricopigmentação.

• Recomendo que dê a consultoria gratuitamente.

132

• A essa altura, pode-se fazer a marcar o horário da sessão.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

“além de ter sido suficientemente informado sobre todos os possíveis riscos ligados à decisão d submeter-me a essa prática, recebi explicações detalhadas quanto a fenômenos indesejados de rejeição do pigmento, cicatrizações anômalas, migrações subcutâneas do pigmento, que poderiam causar, ainda, depósitos excessivos de cor (pequenas manchas escuras) e, por fim, mudança de tonalidade dos pigmentos com o tempo”.

Sem sombra de dúvida, representa um momento bastante delicado e importante no gerenciamento do tratamento total de Tricopigmentação. O seu cliente fará muitas perguntas, será preocupado e terá muitas dúvidas. Independente do caso, com certeza, entrará em contato para atualizar e dar notícias com respeito a como

133

SEGUNDA SESSÃO Considerando que a duração da segunda sessão é de uma hora e meia por setor, enquanto para o efeito raspado é necessária por volta de uma hora para a cobertura das cicatrizes, recomendo prestar atenção ao tempo indicado, que é altamente confiável, para avaliar as marcações de horários que terá que inserir em seu planejamento cotidiano. Primeiramente, sugiro fotografar o trabalho de Tricopigmentação que está vendo, a fim de entender o tipo de resposta que apresenta a pele em questão: modificações na cor etc. Após uma breve entrevista inicial que visa esclarecer todos esses aspectos, na segunda sessão é necessário avaliar atentamente a reação que a pele gerou após o primeiro tratamento e, evidentemente, decidir se repetir a mesma estratégia operativa inicial ou modificá-la. Tais aspectos a serem avaliados são os mesmos que recomendei para a primeira sessão.

Despeça-se de seu cliente e marque uma futura revisão antes de o tratamento realizado completar 12 meses, pois o efeito de um tratamento de Tricopigmentação é sujeito a mudanças graduais, embora seja um fator subjetivo.

Utilize o esquema da fig. 77 durante a sua consultoria, de modo que o seu cliente também tenha ideias mais claras com respeito à duração do tratamento.

50/60 dias 30 minutos consultoria

8/12 meses

2/6 horas 1a sessão

1/4 horas 2a sessão

I tratamento

8/12 meses 2/6 horas

2/6 horas

1a revisão

2a revisão

II tratamento

III tratamento

TEMPO DE CURA PÓS-TRATAMENTO As perguntas mais frequentes sobre o pós-tratamento, são sempre relacionadas aos períodos de recuperação: “poderei voltar ao trabalho no dia seguinte?” ou “por quanto tempo ficará a vermelhidão?” ou “poderei dirigir logo após o tratamento?”.

Na realidade, o tratamento é muito menos invasivo e dolorido de quanto possam imaginar. Assim que o trabalho for realizado, a zona ficará imediatamente vermelha, devido à inflamação do tecido tratado. Tal vermelhidão regredirá em, no máximo, 48 horas mas, na maior parte dos casos, bastam 24 horas. Obviamente, para acelerar tal descongestão, é oportuno aplicar pomadas lenitivas específicas, as que nós aconselhamos. Assim que o vermelho desaparecer, o trabalho se mostrará muito nítido, menos coberto de quanto o cliente espera e cada pontinho será levemente mais escuro, se comparado a como será no futuro. Essa primeira situação é temporária e corresponde ao período de cicatrização da pele. Antes que a pele se cicatrize completamente, cada pontinho estará sujeito a um leve clareamento e, por fim, um último escurecimento. Quanto terminar esse período de cicatrização, ligado essencialmente à reparação do tecido, inicia o segundo período de assentamento do pigmento na derme.

DIFERENÇAS ENTRE O PERÍODO DE ASSENTAMENTO E DE CICATRIZAÇÃO Embora a área tratada pareça totalmente curada após cerca de uma semana, na realidade, a reparação estará ainda em curso. Uma completa reparação do tecido tratado com a dermopigmentação pode durar um mês, e se conclui com a fase de epitelização e consequente acinzentamento da cor utilizada. Ao final da fase de cicatrização, os microdepósitos de pigmentos em forma de pontos passarão por um ajuste, alargando suas bordas e, assim, aumentando seu diâmetro, com consequente aumento da cobertura total da área tratada. Essa segunda fase, chamada assentamento, pode durar até dois meses. Se esse período não for respeitado (antecipando a data do reforço), o risco será o de escurecer demasiadamente uma área que, provavelmente, se escurecerá sozinha, gerando uma mancha escura pouco natural.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

prossegue o tratamento: entre a primeira e a segunda sessão, ocorrerão fortes e, certamente, visíveis mudanças na Tricopigmentação, que estarão relatadas no memorando (entregue durante a primeira sessão). Você terá que ser muito paciente e será seu dever disponibilizar-se em encarar e em responder às perplexidades que acometerão o seu interlocutor, que as despejará em você. Quando considerar mais oportuno, recomendo controlar o material fotográfico, a fim de poder verificar e controlar melhor o progresso de sua prestação.

Substancialmente, é recomendável avaliar o resultado da primeira sessão tatuatória após cerca de dois meses. Nunca antes disso. Não é necessário dar atenção às transformações iniciais que ocorrem na totalidade do trabalho: a pressa de alcançar rapidamente o resultado final poderá ser muito prejudicial nesse caso.

fig. 77: Esquema em blocos do timing de um tratamento

134

135

VI.5 Técnica efeito raspado

viventes”. Em caso de alopecias mais complexas, fica mais complicado estabelecer uma posição exata. Para conseguir resolver essa específica tipologia de problema, ajudarei com a seguinte sugestão, prática e resolutiva, também conhecida por regra dos quatro dedos. Trata-se de uma verdadeira estratagema e é um sistema que deve ser utilizado somente na presença dessa determinada eventualidade. Basta apoiar a mão na testa do seu cliente, partindo da linha superior da sobrancelha.

No limite dos seus dedos, inicia a hairline. Especifico novamente que essa prática deverá ser unida ao seu bom senso. Por isso, mantenha bem suave a margem da hairline.

Neste parágrafo, vou falar sobre a técnica mais utilizada na Tricopigmentação, que representa a máxima expressão da manobra Bounce: a técnica efeito raspado. A seguir, explicarei como são, convencionalmente, subdivididas as áreas de trabalho na cabeça na Tricopigmentação.

Portanto, para esclarecer, a manobra que iremos empregar se chama Bounce®.

Esses são os parâmetros de trabalho para a execução de um efeito raspado (fig. 78):

uso de uma agulha com uma ponta

pulsações médias

velocidade média

pressão média

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

1

cor marrom / cinza escuro

fig. 78: Técnica efeito raspado – parâmetros de trabalho

primeiro setor

136

Extende-se por cerca de 5 cm e é situado atrás da linha da hairline (fig.79). Provavelmente, é a área mais solicitada no efeito raspado. Evidentemente, na calvície, é a área mais atingida e se manifesta com a regressão da hairline frontotemporal.

No caso de um desbaste simples, da fase 1 / 2 da Escala de Norwood, seria mais fácil entender a antiga hairline através dos cabelos chamados “sobre-

fig. 79: Primeiro setor

137

Com cerca de 5 cm de largura, é, normalmente, a última área atingida pela alopecia. Poderá identificá-lo por observar, do alto, a cabeça de seu cliente: se trata da faixa que está entre uma orelha e outra (fig. 80).

terceiro setor

Extende-se na zona apical do crânio, ou seja, na parte mais alta da cabeça: é um setor de formato circular e arredondado (geralmente conhecido por “tonsura”, fig. 81).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

segundo setor

fig. 80: Segundo setor

138

fig. 81: Terceiro setor

139

Para identificá-lo, é necessário posicionar-se atrás da cabeça do seu cliente e reconhecer a área perto de uma linha imaginária, que une as duas orelhas.

Se tiver que tratar essa área, significa que o caso de alopecia com o qual está lidando é bastante grave e avançado. Corresponde ao sétimo nível da Escala de Norwood (fig. 82).

quinto setor

Representa a área em que ainda se encontram alguns cabelos, embora em presença de uma alopecia de nível sete na Escala de Norwood. É a zona da nuca, próxima às orelhas. Somente em caso de alopecia universal, no entanto, muito rara, é que deverá intervir nessa área. O quinto setor é mais extenso que os outros quatro que, porém, têm dimensões bastante homogêneas. De fato, considere que esse setor se desenvolve mais que o dobro, se comparado aos outros: inclusive economicamente. Você será pagado o dobro e, evidentemente, o tempo que decorrerá será proporcional (fig. 83).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

quarto setor

fig. 82: Quarto setor

140

fig. 83: Quinto setor

141

Muitas vezes, solicitarão um tratamento no primeiro e no terceiro setor, visto que constituem as primeiras áreas em que a alopecia androgenética se enraíza e se manifesta. Particularmente, recomendo tratar os setores sempre nessa ordem sequencial, unindo o primeiro ao segundo e o terceiro ao quarto: tal sucessão garantirá um efeito mais natural ao longo do tempo e, dificilmente, o trabalho será notado por observadores externos.

VI.6 Técnica dermatoppik Dermatoppik refere-se à aplicação da Tricopigmentação em cabelos longos. O nome dessa técnica deriva de um célebre cosmético utilizado em casos de desbastes.

Estratégias operativas: GESTÃO DA PRIMEIRA SESSÃO • consultoria, decisão dos setores a serem tratados, orçamento, consulta; • fotos; • individuação da cor; • projetação HL, ao redor da orelha e da nuca; • início da primeira sessão; • inserimento de dados na planilha do projeto; • entrega do memorando; • marcação da segunda sessão.

Estratégias operativas: GESTÃO DA SEGUNDA SESSÃO • consultoria (explicação dos fenômenos de assentamento e de cicatrização), decisão sobre os setores a serem reforçados; • fotos; • individuação da cor; • projetação de eventuais modificações na HL, ao redor da orelha e da nuca; • início da segunda sessão; • cobertura com pigmento carne dos mega dot; • inserimento de dados na planilha do projeto; • recomendações finais.

142

Essa tipologia de produtos serve, principalmente, para simular um maior volume nos cabelos e para escurecer a pele a fim de camuflar o desbaste. A composição de tais produtos é à base de fibras queratínicas e de diversas tonalidades. Quando aplicados na cabeça, grudam eletrostaticamente no cabelo, que se torna mais grosso e, desse modo, cobre melhor. A quantidade que não consegue aderir perfeitamente é depositada no couro cabeludo e doa, assim, o efeito de cobertura desejado.

O Dermatoppik substitui somente a parte do escurecimento da pele, um toppik, portanto. Tem uma ação bastante limitada com o tempo, pois não é capaz de engrossar o cabelo. Com tal técnica, é como se você conseguisse empurra o toppik na derme, evitando, ademais, manchas indesejáveis em travesseiros, toalhas, chapéus etc. Porém, existem alguns requisitos mínimos, mas indispensáveis, a fim que seja possível aplicar esse sistema: • presença de limitado desbaste (por exemplo, não recomendo tratar casos com um grau superior ao 4 da Escala de Norwood); • o cabelo ao redor deve ter, pelo menos, 2 cm de comprimento; • deve estabelecer com o cliente a direção dos cabelos circundantes para que possa adequar, necessariamente, a direção de toda a área a ser tratada.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

• consentimento esclarecido;

Visto que estou falando de uma técnica muito mais invasiva que o Bounce®, recomendo utilizar um tratamento para a redução da dor por meio de bandagens de anestéticos tópicos (rigorosamente prescritos ao cliente por um médico), a serem aplicadas sempre antes de iniciar o trabalho na área em questão. Tecnicamente, realiza-se esse efeito através dos short hair, que compõem uma compensação reticulada “Y”, a fim de realizar uma textura que cubra, mas que não seja homogênea e cheia.

143

A seguir, procurarei esclarecer como realizar o reticulado Y que acabei de citar e, assim, a sua gráfica exata. Esse reticulado será indispensável na aplicação das seguintes técnicas: • Técnica Dermatoppik; • Cobertura de cicatriz FUT em cabelos longos (quando é utilizada uma cor clara, fig. 84).

Agora mostrarei o efeito que cria o reticulado “X”, que será indispensável a você, mais para a frente, na técnica de cobertura de cicatrizes. Esse reticulado será indispensável na aplicação das seguintes técnicas: • Cobertura de cicatriz FUT em cabelos raspados (quando é utilizada uma cor clara); • Cobertura de cicatriz FUE (quando é utilizada uma cor clara).

Como se vê na figura 86, os short hair que compõem o reticulado criam uma espécie de “X”.

fig. 84: Cobertura alopecia em cabelos longos

fig. 86: Os short hair que compõem o reticulado criam uma espécie de “X”

Agora, focalizemos a nossa atenção na técnica Dermatoppik (fig. 88, 89). A seguir, elenco as manobras e os parâmetros de trabalho necessários (fig. 87).

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

Como se vê na figura 85, os short hair que compões o reticulado criam uma espécie de “Y”.

fig. 85: Os short hair que compõem o reticulado criam uma espécie de “Y”

144

145

manobra: short hair duplo

1º passo

2º passo

3º passo

4º passo

7

uma ponta com 7 agulhas

pulsações médias

velocidade de execução média

pressão média

a cor mais próxima aos cabelos do cliente

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

fig. 87: Dermatoppik - parâmetros de trabalho

fig. 88: Dermatoppik

146

fig. 89: Passo-a-passo de um tratamento Dermatoppik

147

VI.7 Técnica de cobertura de cicatrizes FUT

Cobertura FUT em cabelo longo

Existem duas modalidades de cobertura para tratar uma cicatriz FUT:

A estratégia operativa que deverá adotar quando trabalhar com cobertura de cicatrizes FUT em cabelo longo (fig. 92), se divide em duas fases.

• Em cabelo longo (fig. 90); • Em cabelo raspado (fig. 91).

fig. 92: Cobertura FUT em cabelo longo

fig. 90: Cicatriz FUT em cabelo longo

fig. 91: Cicatriz FUE em cabelo raspado

A PRIMEIRA FASE constitui-se pela repigmentação com reticulado claro Y do couro cabeludo na cicatriz. Assim, você terá que recriar, cromaticamente, o tecido entre um cabelo e outro, tendo como inspiração uma área não cicatricial (porém, próxima à cicatriz). Tudo isso será possível somente se respeitar e seguir meticulosamente os parâmetros expostos na figura 93, bem como as manobras expostas na figura 94. A estratégia operativa que você terá que adotar quando estiver trabalhando com a cobertura das cicatrizes FUT em cabelos compridos (fig.92) divide-se em duas fases.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

Importante salientar que, antes de trabalhar a cicatriz a ser tratada, é aconselhável sugerir ao cliente que raspe os cabelos restantes no comprimento que pretende ter após o tratamento. Não é um aspecto que se deve subestimar porque você, operador, tem que entender bem que efeito irá recriar. Você deverá trabalhar de maneira diferente, conforme o efeito desejado sobre a cicatriz: se será curto ou se será longo. Observará muito atentamente os cabelos e seu comprimento e recriará a mesma situação sobre a cicatriz: antes, estabelecerá tudo com o seu cliente, afim de que ele dedique-se em manter os cabelos o mais igual possível ao comprimento que havia durante a primeira sessão.

A SEGUNDA FASE, ou seja, em reticulado escuro, serve para rechamar os cabelos que circundam a cicatriz. Desenvolve-se respeitando as indicações expostas nas figuras 95 e 96.

148

149

I FASE manobra: short hair duplo (para frente e para trás)

II FASE manobra: short hair individual

1

7

utilização de uma agulha com 7 pontas

pulsações médias

velocidade de execução média

pressão médio-alta

cor bege/ acinzentado médio

fig. 93: Cobertura FUT em cabelo longo – parâmetros de trabalho (I fase)

utilização de uma agulha com 1 ponta

pulsações médio-alta

velocidade de execução baixa

pressão média

cor castanho ou marrom, de acordo com a exigência

fig. 95: Cobertura FUT em cabelo longo - parâmetros de trabalho (II fase)

Observação: o reticulado realizado deve ser composto por movimentos short hair bastante verticais, quase realizando um Y (pois bem, reticulado Y).

fig. 94: Cobertura FUT em cabelo longo (I fase)

150

Observação: deverá efetuar esse short hair nos interstícios do reticulado claro, executados na fase anterior.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

Note, na figura 94, o efeito que pode criar utilizando os parâmetros mencionados.

fig. 96: Cobertura FUT em cabelo longo (II fase)

151

Cobertura FUT em cabelo raspado

I FASE manobra: short hair duplo

Esclareço que cabelo raspado refere-se a um comprimento não superior a 2 mm, mas todas as informações e as indicações dadas na explicação do tratamento anterior são válidas. Lembre sempre o seu cliente de manter os cabelos raspados após a sessão (fig. 97).

7

utilização de uma agulha com 7 pontas

pulsações médias

velocidade de execução média

pressão médio-alta

cor bege acinzentado médio-claro

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

fig. 99: Cobertura FUT em cabelo raspado - parâmetros de trabalho (I fase)

fig. 97: Cobertura FUT em cabelo raspado

Repigmentação com reticulado claro X Poderá criar esse reticulado (fig. 98) utilizando os mesmos parâmetros (fig. 99) e manobras utilizados para o reticulado Y descritos acima. A única diferença será na inclinação dos movimentos short hair que, nessa fase, são menos verticais, como se desenhasse um X (fig.100). fig. 98: Reticulado X

152

fig 100: Cobertura FUT em cabelo raspado (I fase)

153

II FASE manobra: Bounce®

VI.8 Técnica de cobertura de cicatrizes FUE

A segunda fase é constituída pela realização da técnica Bounce, executada nos interstícios do reticulado que acabou de fazer. A única e importante recomendação que falo é a de limitar a pressão (fig.101) porque o tecido cicatricial pode responder de modo anômalo e criar algumas danos mega dot.

No caso de cobertura de cicatrizes FUE, a Tricopigmentação concede a sua máxima expressão de perfeição: os resultados são extraordinários e é 100% resolutiva.

No caso de cobertura de cicatrizes FUE, não farei nenhuma diferença entre os casos de tratamento em cabelo longo ou raspado. Isso porque, normalmente, um white dot (ponto branco) fica bem coberto pelos cabelos longos que o circunda (fig. 103).

1

utilização de uma agulha com 1 ponta

pulsações médias

velocidade média

pressão médio-baixa

cor marrom / cinza escuro

Note, na figura 102, que, na segunda fase da cobertura FUT em cabelo raspado, o Bounce® é feito nos “losangos” formados na primeira fase com a cor clara.

fig. 103: Cobertura FUE em cabelo raspado

Cobertura fue em cabelo raspado

fig. 102: Cobertura FUT em cabelo raspado (II fase).

154

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

fig. 101: Cobertura FUT em cabelo raspado – parâmetros de trabalho (II fase)

Na primeira fase, avalie atentamente se as cicatrizes circulares são pequenas ou grandes. Se se trata de uma grande lesão – quando digo “grande”, quero dizer maior de 3 mm de diâmetro – começará a cobertura através de uma repigmentação com reticulado X e com as indicações da figura 104.

155

II FASE manobra: Bounce®

I FASE manobra: short hair duplo

Atenção: às vezes, é mais conveniente fazer alguns ressaltos no mesmo reticulado que acabou de ser executado.

utilização de uma agulha com 7 pontas

1

pulsações médias

velocidade de execução média

pressão médio-alta

cor bege acinzentado médio/ claro

fig. 104: Cobertura FUE em cabelo raspado – parâmetros de trabalho (I fase)

utilização de uma agulha com 1 pont

pulsações médias

velocidade média

156

cor marrom/ cinza escuro

fig. 106: Cobertura FUE em cabelo raspado - parâmetros de trabalho (II fase)

Na segunda fase, você terá que encher os interstícios gerados por esse reticulado muito pequeno (fig.105, 107), através de um Bounce®, executado com os mesmos parâmetros (fig.106), já ilustrados no parágrafo anterior.

fig. 105: Cobertura FUE em cabelo raspado (I fase)

pressão médio-baixa

fig. 107: Cobertura FUE em cabelo raspado (II fase).

A técnica de autotransplante FUE está melhorando notável e progressivamente. Os êxitos cicatriciais associados a essa técnica são sempre menores e menos visíveis. Por falar nisso, pode acontecer de você ter que trabalhar em cicatrizes circulares inferiores a 3 mm.

Nesse caso, terá que assumir o mesmo tipo de comportamento adotado no caso de cicatrizes superiores a 3 mm, porém, evitando de executar a primeira fase, ou seja, a do reticulado X.

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

7

157

VI.9 Gestão do tratamento em portadores de prótese A gestão do cliente portador de prótese merece um parágrafo inteiro só para ela.

De fato, muitas vezes, essas pessoas apresentam um couro cabeludo muito maduro. O motivo desse estresse está na permanência contínua de adesivos ou fitas dupla face. Assim, a pele mostra estar muito inchada, cheia, lisa e, muitas vezes, com dermatite. Não é raro encontrar micoses e descamações. Se a pele estiver nessas condições, você terá que prestar uma atenção particular à migração de cada ressalto individual, porque a reação mais comum é a migração da cor. Na figura 108, você pode notar um estado inicial típico do cliente portador de prótese.

da dermatite porque estarão inflamadas. Peça ao cliente de providenciar a cura, consultando seu próprio médico de confiança. Antes de iniciar a segunda sessão, você terá um trabalho muito desbotado e com pouca definição. Existirão algumas manchas claras visíveis nas áreas onde, anteriormente, tinha a dermatite. Não se preocupe e continue o seu percurso, pedindo ao seu cliente, novamente, de deixar passar uns 3 ou 4 dias antes de recolocar a prótese após essa segunda sessão.

Por fim, na terceira sessão, o seu cliente terá que se apresentar com os cabelos laterais completamente raspados. Pode raspá-los na noite anterior à terceira e última sessão.

Na manhã seguinte, poderá realizar a última fase do tratamento, trabalhando onde necessário e nos espaços que não havia identificado anteriormente. Esfume na coroa e em todas as áreas necessárias, para criar uma ligação perfeita entre a Tricopigmentação e os cabelos do cliente.

Quando trabalhar com esses indivíduos, utilize essa modalidade (fig. 109).

fig. 108: Cliente portador de prótese

Nesse caso, recomendo dividir o tratamento em três sessões. Não fazer raspar os cabelos laterais antes da terceira sessão. Comece a trabalhar e peça ao cliente que tenha paciência quanto a atingir o resultado final. Após a primeira sessão, peça ao cliente que permaneça alguns dias sem a prótese. Após os primeiros dias, poderá reutilizar a peruca. Obviamente, esse comportamento fará com que haja uma aderência dificultosa do pigmento. Assim, se justifica a sessão a mais do tratamento. Além disso, na primeira sessão não será possível trabalhar nas manchas

158

VI. TRICOPIGMENTAÇÃO

manobra: Bounce®

1

utilização de uma agulha com 1 ponta

pulsações médias

velocidade média

pressão baixa

cor marrom / cinza escuro

fig. 109: Indivíduos portadores de prótese – parâmetros de trabalho recomendados

159

CAPร TULO SETE

Aspectos burocrรกticos e legais 160

161

A consultoria é o primeiro encontro com o seu possível cliente e, talvez, por esse motivo, recomendo não subestimar a importância e nem gerenciar apressada e distraidamente esse primeiro encontro: ele significa o seu concreto cartão de visitas e um momento real para conhecer e entender melhor todo o necessário para os futuros tratamentos. A seguir, farei um elenco, em sucessão real, dos momentos que deverão compor a consultoria, a fim de não deixar nada de fora entre você e seu cliente.

LEVANTAMENTO GERAL: nessa fase, você dará uma explicação resumida sobre o que representa a Tricopigmentação, bem como a sua utilização; TIMING DO PRIMEIRO SETOR E DA MANUTENÇÃO: aqui, explicará e ilustrará os tempos de execução do tratamento. Mostrará uma possível tabela com o andamento, bem como a duração e as expectativas do produto de cada sessão individual; HISTÓRICO: fase importante par fazer uma pesquisa sobre o histórico fisiológico, patológico, individual e familiar do cliente. Será escrita diretamente por você e finalizada com a decisão do tratamento a ser feito; ORÇAMENTO TÉCNICO E COMERCIAL: nessa fase, você irá expor a estratégia operativa que pretende adotar e um relativo prospecto dos custos; PREENCHIMENTO DA PLANILHA DO PROJETO: criação de uma planilha pessoal de cada cliente, contendo os dados anagráficos, a box privacy, o custo acordado, o trabalho a ser efetuado etc. Essa planilha será assinada pelo cliente, que terá uma cópia para seu conhecimento; FOTO: lembre-se sempre de tirar uma foto, com fundo claro, que documente a situação habitual do cliente; CONSULTA: assim que acordado, faça com que o cliente deixe um adiantamento para que possa bloquear um horário individual para uma consulta; RECOMENDAÇÕES: esboços técnicos e conselhos que dizem respeito, especificamente, ao tratamento que deverá ser efetuado. Você irá sugerir, por exemplo, de:

162

• evitar exposição ao sol nos sete dias anteriores à consulta; • apresentar-se à sessão – exceto em caso de estratégias diferentes – com os cabelos raspados no comprimento ideal que, depois, será mantido por todo o tempo que pretende usufruir da Tricopigmentação; • suspender tratamentos farmacológicos em vigor e avaliar se interromper, por um período breve, o minoxidil ou a finasterida; • no caso de portador de prótese, avaliar se raspar a coroa na primeira ou na segunda sessão; • não raspar os cabelos no mesmo dia do tratamento, mas fazê-lo na noite anterior.

• evitar a sessão caso não esteja bem de saúde (sintomas de gripe, resfriados, alergias etc); • avisar que o eventual acompanhante não poderá entrar na sala operativa; • levar consigo um boné limpo; • avisar que terá que adquirir uma pasta lenitiva; • comunicar que não poderá tomar sol por, pelo menos, 30 dias após a sessão; • informar que, durante a semana seguinte à sessão, não poderá raspar os cabelos, nem praticar esporte.

VII.2 Indicações pré-tratamento No que diz respeito ao pré-tratamento, procurarei facilitar com o seguinte elenco: • TRANQUILIZAR: quando se aproxima o dia da primeira sessão, é muito provável que o pensamento do cliente esteja na dor que imagina que sentirá.

Procure tranquilizá-lo. O tratamento é bem suportável e provocará somente algum incômodo em algumas áreas; • GERENCIAMENTO DAS PAUSAS: a situação é uma corrida contra o tempo porque, quanto mais a sessão se prolonga, mais a pele se inflamará e menos a cor conseguirá aderir corretamente. Além disso, a visão do operador poderá ser alterada devido à hiperemia que ocorre. Portanto, seria oportuno sugerir ao cliente de limitar as pausas: nada de cigarros, mensagens ou telefonemas (melhor pedir para desligar o celular). Além disso, peça que vá ao banheiro antes de iniciar a sessão etc.;

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

VII.1 A consultoria

163

• INFLAMAÇÃO: lembre ao cliente que a vermelhidão permanecerá pelas 24/48 horas seguintes, mas alerte-o que a vermelhidão presente no final do tratamento é um simples efeito da inflamação; • SILÊNCIO: será uma boa prática pedir ao cliente de não falar, com o objetivo de realizar um trabalho o mais preciso possível. Infelizmente, devido à delicadeza da operação, cada microvibração poderia causar uma imperfeição no ressalto ou na manobra; • CONFIDENCIALIDADE: lembrá-lo que a utilização das fotos é destinada, exclusivamente, a uso interno (do estúdio). Qualquer utilização com fins publicitários deverá ser precedida por uma solicitação do operador. A publicação ocorrerá somente se o cliente se sente bem em permiti-la; • DÚVIDAS: desde a consultoria até a primeira sessão, o cliente poderá ter amadurecido algumas dúvidas ou algumas incertezas. Normalmente, tais hesitações são frutos do nervosismo e, desse modo, totalmente legítimas. Procure responder todas as eventuais perguntas com paciência e, somente depois, inicie a sessão de trabalho.

VII.3 O consentimento esclarecido Na Itália, qualquer simples tratamento ou pequena intervenção sanitária ou médica em geral, precisa de um consentimento prévio do paciente. No seu caso, do cliente. O seu consentimento esclarecido constitui o pressuposto fundamental da legalidade da atividade sanitária. Na ausência de tal consentimento, a atividade constitui uma infração. O objetivo da solicitação do consentimento esclarecido é o de promover a autonomia do indivíduo no âmbito das decisões médicas. Seu

164

cliente poderá decidir se deseja submeter-se ao tratamento que você explicará muito detalhada e pacientemente. Ele tem o direito/dever de conhecer todas as informações disponíveis e de perguntar o que não lhe é claro.

Lembre-se sempre de anexar o consentimento esclarecido na fatura porque é previsto por lei.

Na fig.110, verá o modelo do consentimento esclarecido que apresento aos clientes que vão em meu estúdio. Obviamente, você tem toda a liberdade de usar a minha versão ou a que preferir, desde que contenha todas as informações corretas e necessárias.

VII.4 A planilha de projeto Fazer um histórico do cliente e coletar mais informações úteis possíveis sobre o caso a ser tratado, representa um utilíssimo modo de ter sempre disponível o histórico de seu cliente, além de ser uma ótima metologia de trabalho e de arquivação de dados. Tais informações serão coletadas e arquivadas na planilha de projeto, na qual serão anotadas e atualizadas em cada sessão e sempre que necessário, as cores usadas, a área tratada, a pressão utilizada e tudo o que se refere às peculiaridades da sessão em questão.

Na fig.111, mostro a planilha de projeto que utilizamos em meu estúdio. Obviamente, você tem toda a liberdade de utilizá-la de modo preciso ou fazendo modificações que ache necessário.

VII.5 O memorando pós-sessão Agora, darei toda uma série de indicações minuciosas e indispensáveis para a sua tutela, operador, e para a recuperação de seu cliente. Por experiência, recomendo fazer com que o cliente o veja sempre e que o assine logo após a intervenção de Tricopigmentação: uma cópia ficará no estúdio e a outra será entregue imediatamente ao cliente. Como perceberá, são vários conselhos úteis que devem

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

• ASSENTAMENTO: recomendo relembrá-lo o conceito de assentamento do pigmento. Para isso, repita que, no início, notará um pontinho ou um risquinho muito fino e muito escuro mas que, com o passar dos dias, clareará de tal modo que, em alguns casos, desaparecerá. Além disso, se alargará, gerando uma pequena sombra ao seu redor. Porém, tudo o que se perde, será restaurado na segunda sessão;

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age, nem um pouco, nas causas genético-endócrinas da calvície: portanto, a sua eficácia é parcial e parece durar somente enquanto for aplicado. Em se tratando dos possíveis efeitos colaterais, é muito frequente uma inicial telógena effluvium, que dura três-quatro semanas.

Considero essa fase e a administração do memorando (fig.112) uma fase muito importante, porque lhe ajudará a não envolver-se em equívocos indesejados no que diz respeito às expectativas de recuperação do seu cliente, seja quanto às modalidades que quanto ao tempo de duração.

FINASTERIDE

Atenção: o memorando não é um serviço adicional ou facultativo, e não pode ser ignorado: entre as notas principais presentes no consentimento esclarecido, já assinado, aparece a cláusula na qual informa o reconhecimento subsequente e a assinatura obrigatória do memorando pós-sessão.

VII.6 Interações com outros produtos ou sistemas: Minoxidil, Finasterida, prótese etc.

MINOXIDIL Ainda hoje, qualquer tipo de tratamento tópico para a alopecia androgenética não pode prescindir do minoxidil, sobre o qual não conhecemos especificamente o mecanismo de ação. Certamente, envolve as vias de controle metabólico e não os mecanismos hormonais: particularmente, esse fármaco parece ativar o ciclo de Krebs e o incremento da produção de substrato energético, com um consequente aumento da síntese proteica. Substancialmente, o minoxidil imita a ação de um fator de crescimento, que poderia ser o EGF (Epidermal Growth Factor) e provoca a abertura dos canais intracelulares do potássio, no nível das células musculares lisas das arteríolas periféricas. Essa ação produz um efeito vasodilatador periférico direto, que se evidencia imediatamente no microcírculo da papila dérmica. Parece que não é a vasodilatação que promove o crescimento dos cabelos, mas esse mecanismo – segundo alguns pesquisadores – poderia favorecer, de algum modo, o prolongamento da fase anágena. Estudos recentes indicam que o minoxidil poderia aumentar a vascularização da papila dérmica, induzindo a angiogênese. Esse medicamento é capaz de parar e, às vezes, de inverter o processo de miniaturização do folículo. A eficácia do minoxidil é vista, também, pela melhora da fórmula pilosa para um prolongamento da fase anágena. O minoxidil combate o sintoma, ou seja, a miniaturização progressiva dos cabelos, mas não

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É a primeira substância ao mundo, registrada para o tratamento da alopecia androgenética, em administração por vias gerais. Para explicar o mecanismo de ação da finasterida na alopecia androgenética, é preciso relembrar que, no folículo piloso, são presentes alguns sistemas enzimáticos, que convertem andrógenos mais fracos em andrógenos mais potentes. Entre eles, a 5-alfarredutase, que desempenha o papel mais importante na patogênese da alopecia androgenética.

Estudos clínicos que duraram mais de dois anos, demonstraram que a finasterida, com uma dosagem de 1 mg/dia, retardou a progressão da queda e incrementou o crescimento dos cabelos (Kaufman, 1998). Uma outra experiência multinacional a longo prazo, estabeleceu que o tratamento com finasterida (1 mg/dia, durante cinco anos) foi bem tolerado, determinou melhoras persistentes no crescimento dos cabelos e retardou a progressão da calvície (Kaufman, 2002). A contagem dos folículos em sessões horizontais, forneceu um complemento útil aos parâmetros clínicos obtidos nos estudos sobre o crescimento dos cabelos. Nos homens jovens e nos de média idade que apresentam alopecia androgenética, a finasterida parece ser capaz de fazer regredir a miniaturização do cabelo que caracteriza essa condição (Whiting, 1999). Em um estudo recente, a finasterida aumentou o peso dos cabelos em homens que têm alopecia androgenética. O peso dos cabelos aumentou muito, seja quanto ao crescimento (comprimento) quanto à expessura dos cabelos, que contribuem aos efeitos benéficos da finasterida nos homens tratados (Price, 2002). Os efeitos colaterais mais frequentes são os relacionados à função sexual: impotência, diminuição da libido, diminuição do volume de ejaculação.

Agora que já tem uma ideia do que estou falando, posso introduzir o tema do parágrafo, que é a interação que a utilização de tais fármacos pode provocar. Acabei de indicar o que envolve o uso da finasterida, mas informo que, no que diz respeito ao nosso trabalho em um indivíduo que segue essa particular terapia famacológica, não existem contraindicações técnicas: você pode executar livremente tratamentos de Tricopigmentação, prestando muita atenção aos aspectos psicológicos que podem acometer o seu cliente. Terá que considerar que, se o seu cliente estiver tomando finasterida durante o tratamento, você será o centro de suas atenções assim que interromper o uso do fármaco: muito provavelmente,

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

ser obrigatoriamente transmitidos, seja para um correto gerenciamento do tratamento realizado, seja por qualquer eventual mutação que poderá ocorrer. Por fim, são detalhes muito úteis que devem ser mantidos para evitar contestações evidentes.

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Como já vimos, o minoxidil é um fármaco mais brando e é por ele que se inicia, geralmente. Visto que se aplica topicamente, apresenta-se como uma loção, muitas vezes, preparada pelas farmácias, e é aplicado localmente e na área desbastada.

Apresenta maiores contraindicações, em função do tratamento de Tricopigmentação: 15 dias antes de efetuar uma sessão de Tricopigmentação seria oportuno interromper o tratamento. Primeiramente, porque poderia modificar e, assim, alterar a pontencialidade de retenção de pigmentos na terapia e, depois, porque poderia comprometer o êxito, devido as possíveis migrações de cor e mudanças de tonalidade.

A essa altura, torno a repetir o quanto é importante que você pergunte, sempre, se o cliente faz uso de minoxidil e, assim, de recomendar previamente a suspensão do fármaco.

O Dermaroller é um tratamento que oferece prospectivas milagrosas, mas que mostra ser bastante brando: consiste num rolo que explora o princípio needling, ou seja, se um tecido for frequente e adequadamente estimulado, tende a regenerar-se e, assim, a reforçar os cabelos existentes. Para nós, operadores, o aspecto que pode influenciar em nosso trabalho é puramente de tipo psicológico, no momento em que o cliente interromper o tratamento. Ainda sobre isso, lembre-se de fazer com que o tratamento seja suspenso 15 dias antes e depois da intervenção de Tricopigmentação, com a possibilidade de reprendê-lo nos 15 dias seguintes.

Devido às inflamações induzidas pelo dermoroller, será necessário efetuar os de-

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vidos reforços de Tricopigmentação em períodos mais breves e, assim, mais próximos, com respeito ao timing usual.

Sistemas mecânicos mais brandos: menciono as escovas infravermelhas que se passam nas mechas, muito ou pouco, espessas do indivíduo. Dentro, existem fontes luminosas, com um determinado e específico comprimento de onda (infravermelha), que têm a missão de esquentar frequentemente a pele. A vascularização gerada engrossaria a área desejada, ou seja, a área tratada. Para esse tratamento, é, também, necessária a suspensão nos 15 dias anteriores e posteriores à Tricopigmentação, embora limitando, independentemente, a duração.

Tecnicamente, os portadores de prótese apresentam o couro cabeludo alterado porque, após anos de utilização, se torna inchado, esponjoso, liso e cheio de líquidos. Essa situação se une a frequentes dermofit, causados pela utilização de adesivos ou fitas dupla face. Com uma situação inicial desse tipo, terá que estar atento à estratégia a ser adotada inicialmente no tratamento de Tricopigmentação. Recomendo, quase sempre, de não fazer tirar a prótese antes de iniciar o tratamento, mas somente entre a primeira e a segunda sessão, de modo que garanta maior homogeneidade entre a fase inicial e a final. Por isso, sugira que use a prótese após o primeiro tratamento e a tire somente após o segundo.

Além disso, aconselho a: • Estudar com o cliente um programa de bronzeamento, para dar uma cor à pele pálida por causa da prótese, respeitando, obviamente, o tempo de cicatrização; • Na escolha dos parâmetros de trabalho, especialmente no que diz respeito à primeira sessão, reduza a pressão da mão, as pulsações de trabalho e aumente a velocidade de execução, a fim de evitar excessivos depósitos de pigmento.

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

você será alvo de seus questionamentos, cheios de dúvidas, medos e incertezas.

Isso é muito plausível, se considerar que um tratamento de Tricopigmentação em um indivíduo que acabou de interromper o uso de finasterida oferecerá um resultado com visível enfraquecimento e retardamento do recrescimento. Claramente, tal fenômeno é ligado puramente à interrupção do medicamento. Por isso, fará bem em avisar previamente o seu cliente: a atenuação do recrescimento deve-se, exclusivamente, à cessação do tratamento, e não à Tricopigmentação. Para mim, é importante aconselhá-lo de perguntar sempre, durante a realização do histórico, se o seu cliente toma ou não finasterida e, consequentemente, avisá-lo o que pode acontecer com a sua interrupção. Isso é tão importante quanto nunca subestimar os retornos psicológicos. Assim, estude bem a eventual estratégia que adotará. Será importante saber se o uso da finasterida será prolongado ou se se trata somente de um coadjuvante durante um determinado período porque, dependendo da resposta, você poderá decidir sobre a modalidade de intervenção.

O custo de um tratamento com finasterida é muito oneroso: gira em torno de mil euros por ano.

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VII. ASPECTOS BUROCRĂ TICOS E LEGAIS fig. 110: Consentimento esclarecido

170

fig. 111: A planilha de projeto

171

VII.7 Preços recomendados

LISTA DE PREÇOS EFEITO RASPADO (pag. 1/4) DESCRIÇÃO ESCALA (NORWOOD)

ESQUEMA GRÁFICO

ÁREAS RECOMENDADA

Estágio I: corresponde ao indivíduo normal.

CUSTO (EM EURO)

/

Estágio II: corresponde ao I de Hamilton*, com regressão somente frontotemporal.

Estágio IIa: como o II, mas associado à regressão da linha frontal.

800,00 + taxas I

800,00 + taxas I

Lista de preços válida até ___/___/___

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

*Estágio I de Hamilton: regressão simétrica frontotemporal, com eventual e sucessiva regressão da linha frontal.

Não representa, como já mencionado, um prelúdio obrigatório à calvície.

fig. 112: O memorando pós-sessão

172

173

LISTA DE PREÇOS EFEITO RASPADO (pag. 2/4) ESQUEMA GRÁFICO

ÁREAS RECOMENDADAS

Estágio III: corresponde sempre ao I de Hamilton*, mas com uma regressão frontotemporal mais acentuada. * Estágio I de Hamilton: regressão simétrica frontotemporal, com eventual e sucessiva regressão da linha frontal.

Não representa, como já mencionado, um prelúdio obrigatório à calvície.

CUSTO (EM EURO)

1.600,00 + taxas

Estágio IV: permanece uma faixa larga de cabelos “sobreviventes” entre as áreas aleopécicas anterior e posterior (ou seja, um estágio III de Hamilton* pouco acentuado).

ESQUEMA GRÁFICO

ÁREAS RECOMENDADAS

CUSTO (EM EURO)

2.400,00 + taxas I II

IV

* Estágio III de Hamilton: as duas áreas alopécicas, anterior e posterior, tendem a convergir e sobra somente uma faixa de cabelos estreita.

I II

Estágio IIIa: como o III, mas associado à regressão da linha frontal.

1.600,00 + taxas I II

Estágio III vértex: ao III ou ao IIIa se associa desbaste da área do vértice (corresponde, mais ou menos, ao II de Hamilton*). * Estágio II de Hamilton: acentuação do estágio I, com leve regressão da linha frontal e desbaste do vértice.

DESCRIÇÃO ESCALA (NORWOOD)

Estágio IVa: notável regressão da hairline anterior, que chega próximo à linha virtual que une as pontas das duas orelhas. A presença de desbaste do vértice não é obrigatória mas, em todos os casos, a faixa de cabelos “sobreviventes” é ausente.

2.400,00 + taxas I II III

2.400,00 + taxas I II

IV

Lista de preços válida até ___/___/___

Estágio V: como o IV, só que mais acentuado (corresponde ao III de Hamilton*). *Estágio III de Hamilton: as duas áreas alopécicas, anterior e posterior, tendem a convergir e sobra somente uma faixa de cabelos estreita.

3.200,00 + taxas I II III IV

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

DESCRIÇÃO ESCALA (NORWOOD)

LISTA DE PREÇOS EFEITO RASPADO (pag. 3/4)

Lista de preços válida até ___/___/___

174

175

IMPORTANTE

LISTA DE PREÇOS EFEITO RASPADO (pag. 4/4) ESQUEMA GRÁFICO

ÁREAS RECOMENDADAS

Estágio Va: como o IVa, só que mais acentuado (corresponde ao IV de Hamilton*, pouco acentuado). * Estágio IV de Hamilton: alopecia definitiva frontoparietal e do vértice, com permanência de uma alta “coroa” de cabelos na área têmporo-occipital.

CUSTO (EM EURO)

•

3.200,00 + taxas

LISTA DE PREÇOS COBERTURA DE CICATRIZES

I II III IV

DESCRIÇÃO DA CICATRIZ

• altura média 1 cm

I II III IV Cicatriz F.U.E.: a extensão máxima para ser considerada uma cicatriz global é:

650,00 + taxas (custo para cada cicatriz)

• cerca de 50 cm2

3.200,00 + taxas I II III IV

Alopecia Universal

Lista de preços válida até ___ / ___ / ___

5.000,00 + taxas I II III IV V Lista de preços válida até ___/___/___

IMPORTANTE • • •

176

CUSTO (EM EURO)

650,00 + taxas (custo para cada cicatriz)

• comprimento 20 cm

3.200,00 + taxas

Estágio VII: corresponde ao V de Hamilton* *Estágio V Hamilton: como o IV, mas com “coroa” resídua, de dimensões reduzidas.

ESQUEMA GRÁFICO

Cicatriz F.U.T.: o tamanho máximo de uma cicatriz individual é:

Estágio VI: corresponde ao IV de Hamilton* * Estágio IV de Hamilton: alopecia definitiva frontoparietal e do vértice, com permanência de uma “coroa” de cabelos alta, na área têmporo-occipital.

Os reforços feitos até 90 dias após a primeira sessão tem um custo, por setor, de € 150,00 + taxas.

Após os primeiros 90 dias, os reforços poderão haver um custo que varia entre € 150,00 + taxas até € 400,00 + taxas (por setor).

Os preços indicados na tabela referem-se a situações ideais teóricas. Portanto, para obter um orçamento personalizado, envie uma foto a info@tricopigmentazione.com.

Os reforços feitos até 90 dias após a primeira sessão tem um custo de €150,00 + taxas para cada cicatriz.

Após os primeiros 90 dias, os reforços poderão haver um custo que varia entre €150,00 + taxas até € 325,00 + taxas (por cicatriz).

Os preços indicados na tabela referem-se a situações ideais estereotipadas. Em caso de situações particulares, peça um orçamento personalizado, enviando uma foto a info@tricopigmentazione.com.

VII. ASPECTOS BUROCRÁTICOS E LEGAIS

DESCRIÇÃO ESCALA (NORWOOD)

• •

177

CAPÍTULO OITO

EXEMPLOS de antes e depois

178

179

DEPOIS

DEPOIS

Tabela II: Tricopigmentação no vértice, nuca e cicatrizes decorrentes de autotransplante

ANTES

Tabela III: Tricopigmentação em alopecia de VII grau

180

DEPOIS

Tabela IV: Tricopigmentação em cicatriz FUT

Tabela I: Tricopigmentação hairline

ANTES

ANTES

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

Tabela V: Cicatriz de 24 cm hipopigmentada e vascularizada

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela VI: Reforço da hairline em um êxito de autotransplante insuficiente

181

DEPOIS

Tabela VII: Tricopigmentação em V grau de alopecia androgenética

ANTES

DEPOIS

Tabela VIII: Tricopigmentação em êxito cicatricial técnica FUE (trabalho concluído há pouco)

ANTES

Tabela IX: Tricopigmentação em alopecia de IV grau

182

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

Tabela X: Tricopigmentação em alopecia de IV grau

ANTES

DEPOIS

Tabela XI: Tricopigmentação em êxito cicatricial FUE e Strip (trabalho concluído há pouco)

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XII: Tricopigmentação em ex-portador de prótese

183

DEPOIS

DEPOIS

Tabela XV: Tricopigmentação em tripla cicatriz nucal

184

ANTES

DEPOIS

Tabela XVII: Tricopigmentação em white dots (pontos brancos) FUE + crown (coroa)

Tabela XIV: Tricopigmentação em autotransplante insuficiente

ANTES

DEPOIS

Tabela XVI: Tricopigmentação em scar FUT/ Particular/ Macro

Tabela XIII: Cobertura do I e do II setor

ANTES

ANTES

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XVIII: Tricopigmentação ex-portador de prótese, VII NW

185

DEPOIS

DEPOIS

Tabela XXI: Tricopigmentação em Norwood VI + plug

186

ANTES

DEPOIS

Tabela XXIII: Tricopigmentação em Norwood VII

Tabela XX: Tricopigmentação em Norwood II

ANTES

DEPOIS

Tabela XXII: Tricopigmentação em Norwood Va

Tabela XIX: Tricopigmentação técnica short hair

ANTES

ANTES

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XXIV: Tricopigmentação em portador de prótese

187

DEPOIS

DEPOIS

Tabela XXVII: Tricopigmentação em Norwood IV

188

ANTES

DEPOIS

Tabela XXIX: Tricopigmentação em Norwood III

Tabela XXVI: Tricopigmentação em Norwood VII

ANTES

DEPOIS

Tabela XXVIII: Tricopigmentação em Norwood V

Tabela XXV: Tricopigmentação em portador de prótese

ANTES

ANTES

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XXX: Tricopigmentação em autotransplante FUT insuficiente

189

DEPOIS

DEPOIS

Tabela XXXIII: Tricopigmentação em portador de prótese com plug

190

ANTES

DEPOIS

Tabela XXXV: Tricopigmentação em portador de prótese

Tabela XXXII: Tricopigmentação em VII Norwood

ANTES

DEPOIS

Tabela XXXIV: Tricopigmentação em autotransplante com resultados insuficientes

Tabela XXXI: Tricopigmentação em pseudoárea de Brocq

ANTES

ANTES

DEPOIS

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XXXVI: Tricopigmentação em autotransplante com resultados insuficientes

191

DEPOIS

Tabela XXXVII: Tricopigmentação em autotransplante com resultados insuficientes e portador de prótese ANTES

DEPOIS

Tabela XXXVIII: Tricopigmentação em autotransplante (rotação das bordas)

ANTES

DEPOIS

Tabela XXXIX: Tricopigmentação em autotransplante (rotação das bordas)

192

ANTES

DEPOIS

Tabela XL: Tricopigmentação em autotransplante (rotação das bordas)

ANTES

DEPOIS

Tabela XLI: Tricopigmentação em alopecia universal

ANTES

DEPOIS

EXEMPLOS de antes e depois

ANTES

Tabela XLII: Tricopigmentação em pele escura

193

ANTES

CONCLUSÕES

DEPOIS

Tabela XLIII: Tricopigmentação em ex-portador de prótese. VII NW

ANTES

DEPOIS

Tabela XLIV: Dermatoppik

PRIMA

DOPO

Nas melhores das hipóteses, cada trabalho finalizado deveria introduzir futuros projetos e deveria ter, pelo menos, um embrião de novas ideias a ser desenvolvido. Sinto-me muito positivo e essa é a razão que me leva a não parar onde chego, mas a considerar tudo o que faço como etapas de um percurso que considero quase obrigadatório. Obrigatório porque é somente na Pesquisa que encontro o verdadeiro estímulo em melhorar-me, e é isso que faço diariamente. Certamente, o trabalho que desenvolvo me realiza, mas não basta para parar a minha mente no ponto exato em que se encontra agora. Sinto a Tricopigmentação como a minha mais adorada criatura, porém, reconheço os seus limites: representa um tratamento de elite mas, na realidade, representa uma necessidade muito mais popular de quanto consegue satisfazer atualmente. A exigência de reinvestir grande parte do que a Tricopigmentação me permite de produzir, em termos econômicos, origina-se dessa reflexão. Reinvestir em um possível aperfeiçoamento técnico que consiga abranger mais beneficiários, conforme o abatimento de custos que tenho por objetivo em minha pesquisa. Não somente isso, mas se prevê uma notável redução na duração do tratamento, além de tantas outras vantagens que surgirão, com certeza. Devido à minha obstinação que me faz chegar onde quer que seja, chegarão a levar à perfeição os meus estudos e os dos profissionais que englobei em minha pesquisa.

Por enquanto, os deixo dessa maneira, com as minhas ideias somente mencionadas, mas com a certeza de que voltarei com novidades grandiosas!

Ennio Orsini 194

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AGRADECIMENTOS

Após o grande sucesso da minha primeira obra, foi difícil e trabalhoso criar um texto que não frustrasse as expectativas despertadas. Mas, tentei e espero que os leitores recompensem-me dessa vez também. Portanto, o meu primeiro agradecimento vai aos leitores, porque foram os primeiros a acreditarem em mim, adquirindo o livro anterior. Se, hoje, a Tricopigmentação tem uma identidade, é porque houve quem acreditou em mim e em minhas visões: o meu incansável companheiro de sonhos, Tony, com o qual dei vida a essa criatura, decorando e tornando célebre a Tricopigmentação. Outro personagem fundamental foi o doutor Froio, que fez com que o projeto decolasse, colocando a sua experiência e a sua empresa à disposição para que os nossos desejos pudessem transformar-se em realidade. A minha esposa e a minha filha, meus agradáveis apuros, não podem ficar de fora.

Por fim, Anna Leombruno merece um lugar de destaque pois, além de doar a sua competência e talento, presenteou-me com parte de seu coração.

Ennio Orsini 196

197

BIBLIOGRAFIA • Rook Dawber, Masson - Malattie dei capelli e del cuoio capelluto, 1982 • Zviak, Masson - Scienza e cura dei capelli, 1987 • Orfanos, Spinger-Verlag - Hair and hair diseases, 1989 • Rebora, Dermatology - Le alopecie, 1992 • Olsen, Mc Growth-Hill - Disorders oh hair growth, 1993 • Marliani, Etruria Medica - Appunti e schemi di Tricologia e Trichiatria, 1995 • Marliani, Etruria Medica - Tricologia: diagnostica e terapia, 1996 • Tosti, Bibliotechne - Le malattie dei capelli e del cuoio capelluto, 1996 • Camacho-Montagna, Ala Medica - Trichology: diseases of the pilosebaceus follicle, 1997 • Kaufman, Am Ac Dermato - Finasteride nel trattamento dei soggetti maschi affetti da alopecia androgenetica, 1998 • Tosti, Simposio nazionale - Nuove prospettive nella terapia dell’alopecia androgenetica, 1999 • Michael Goodman - I capelli e l’alimentazione, 1999 • Rossi-Guarrera- Piraccini-Vena - AGA, Alopecia androgenetica, EDMES 2000 • Camacho-Randall-Price, Martin-Dunitz - Hair and its disorders, 2000 • Kaufman, Eur J Dermatol - Esperienza multinazionale a lungo termine (5 anni) con la finasteride 1 mg nel trattamento di uomini con alopecia androgenetica, 2002 • Orsini Ennio - Un sorriso conquistato, 2011 • Orsini Ennio - Altri motivi che possono causare l’allargamento dei “puntini” in un trattamento di Tricopigmentazione, 2011 • Orsini Ennio - Alopecia: Un sogno virtuale che diventa realtà, 2011 • Orsini Ennio - La cicogna … che porta i capelli!, 2011 • Orsini Ennio - Coprire i segni di un autotrapianto, 2012

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LISTA DE SITES

• Calvizie.net - www.calvizie.net • Società Italiana di Tricologia - www.sitri.it • Gruppo Italiano di Tricologia - www.gitri.it • Anagen - www.anagen.net • Portale Italiano di Tricologia - www.tricologia.it • Associazione Mediterranea Alopecia Areata - www.alopecia.it • Capelli che fare - www.capellichefare.it • Salusmaster - www.salusmaster.com • Hairtoday - www.hairtoday.com • Ennio Orsini - www.ennioorsini.com

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Biografia

ENNIO ORSINI

Faltando apenas algumas provas à graduação, decide abandonar a faculdade de engenharia eletrônica de Ancona para aventurar-se na imensa selva estética. Assim nasceu a história de Ennio Orsini, mas, na realidade, a sua paixão nasceu quando ainda era criança que, em vez de sair para brincar com seus amigos, preferia ficar no salão de beleza de sua mãe, Giovanna. Cresce cercado por cremes, massagens e maquiagens, até desenvolver uma atração especial por essa última. Após renunciar a uma respeitável carreira de engenheiro, decide iniciar a carreira de maquiador e, para isso, começa a frequentar uma escola. Estuda e começa a trabalhar por cerca de quatro anos entre produções televisivas, teatros, passarelas e agências de espetáculo. Desenvolve, assim, uma formação técnica que o leva a afastar-se da tão conhecida experiência como empregado para inaugurar a sua primeira escola de maquiagem, que destaca suas capaci-

202

dades notáveis e originais no ensino.

Nesse meio tempo, Ennio encontra tempo para tornar-se um esteticista e para apaixonar-se cada vez mais pela body-art, unindo a maquiagem definitiva, tatuagens artísticas e piercings, para criar o que ele chama de “Extreme Make Up”.

Durante aqueles anos, colabora com revistas (les Nouvelles Esthetiques, La Pelle Beauty, Esthetitaly, Trucco & Bellezza etc.), escrevendo artigos sobre maquiagem, sobre a micropigmentação e sobre estética em geral. Hoje, é proprietário da “DECO STUDIO - Centro de Decoração do Corpo”, onde realiza cursos privados, destinados a criar novos dermopigmentadores altamente especializados.

Colabora como dermopigmentista em prestigiosos centros estéticos e clínicas. Ensina maquiagem e micropigmentação em escolas regionais e particulares, incluindo a GIM International, de Latina. É consultor técnico

de famosas empresas produtoras de equipamentos para a micropigmentação. É titular de uma empresa que comercializa equipamentos para a micropigmentação. Participa de um projeto internacional, sendo co-autor de um livro sobre micropigmentação (Micropigmentação: tecnologia, metodologia e prática), traduzido em cinco idiomas.

Inventou e patenteou uma revolucionária técnica para o emprego da dermopigmentação na calvície e em êxitos cicatriciais, denominada por ele “Tricopigmentação”. Foi selecionado muitas vezes como juiz (representante italiano) em campeonatos mundiais de maquiagem permanente. O Tribunal de Roma nominou-o técnico super partes, consultor técnico do juiz em controvérsias civis que dizem respeito à dermopigmentação e à maquiagem permanente. Continua a colaborar como palestrante em importantíssimos congressos de cirurgia estética, organizados por várias associações italianas e europeias (Entre elas: ATEC – Associazione Trucco Estetico Corretivo, ISHR – Società Italiana di cura e chirurgia della Calvizie).

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VocĂŞ gostou do livro?

Se desejar, deixe um comentĂĄrio no meu site: www.ennioorsini.com ou escreva-me via email em info@ennioorsini.com

Uma obra completa e imprescindível sobre a dermopigmentação aplicada na calvície e nos êxitos cicatriciais do couro cabeludo, ilustrada em todas as suas fases pelo grande mestre Ennio Orsini, através de análise histórica, detalhadas explicações teóricas e exemplos práticos passo-a-passo.

Por isso, sonhe, crie, improvise porque tudo aquilo que você possa imaginar, a natureza já o criou.

Ennio Orsini

€ 123,00