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Esperar em Deus
Da adoração eucarística, passando pelo ícone bizantino da Virgem com o Menino Jesus, Salus Populi Romani, e do olhar para o Santo crucifixo milagroso, encontramos a sabedoria de Francisco. Na Praça São Pedro gélida e deserta, quando na longevidade de sua vida, se mostra a carregar em seus ombros o peso de uma cruz sem respostas, e na simplicidade e
humildade, próprias de seu ser, carinhosamente abre seus braços, a fim de afagar o coração da humanidade. “De Roma para o mundo”, abraça a todos, sem distinção, no Senhor. Fazendo-nos olhar para o Cristo, que em meio à tempestade não dorme, mas enfrenta conosco as torrentes do mar bravio. É Pedro quem fala! Que ensina todos a não ter medo. Sua mensagem é de esperança e de conforto, de certeza e de coragem, de ânimo e unidade, em meio a tanto sofrimento e dor, por vidas dilaceradas; pela exaustão e o cansaço de muitos, que diuturnamente lutam para diminuir o terror que assola o planeta. Este homem de 83 anos e saúde frágil nos faz olhar para a cruz de Jesus, abandonado na cruz, a fim de compreendermos que nós mesmos o abandonamos e precisamos voltar a remar, retomar a caminhada e ressignificar nossa vida em Deus. Precisamos estar unidos, juntos pela vida, sabendo que não é possível cada um seguir sua estrada por conta própria, remando sozinho, sem direção.
Este homem nos ensina a não perdermos a fé e a esperança no Pai, e nos faz enxergar que não é Deus que dorme, mas nós mesmos, quando tomados de domínio, orgulho e autossuficiência em busca de felicidades efêmeras, pensamos ser donos da própria vida. Somos fracos e frágeis, por isso dependemos e necessitamos uns dos outros, na solidariedade e na partilha, na entrega mútua e no amor- -doação, sem distinção de raça e cor, de gênero ou poder aquisitivo e econômico. Necessitamos que nossa fé não se perca, pois é nela que encontramos o caminho, para que com Ele, e Nele, saiamos vitoriosos em direção à outra margem. Obrigado, Santo Padre, por ser a todos nós um farol em meio à escuridão de uma pandemia devastadora, nos apresentando o caminho da luz. A luz de um Deus que não nos abandona e sempre cuida de nós. Um Deus que não dorme! Que possamos “abraçar o Senhor, para abraçar a esperança”, pois como nos diz São Paulo: “Sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade, e a fidelidade comprovada produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (cf. Rom 5, 3-5) Padre Alex Dias
SCE Setor D Dourados-MS