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Iniciamos o caminho da pós-pandemia para uma “nova” normalidade
Queridos membros das ENS:
Passamos alguns meses de incertezas, dúvidas, precauções, preocupações, angústias. Temos vivido imersos na realidade virtual, transformamos nossos hábitos e costumes com respeito às celebrações sacramentais, experimentamos uma relativa participação em cerimônias e reuniões sem presença física nos espaços. Em muitos lugares, ainda não é possível ir à igreja e, em outros, a possibilidade é restrita e requer a observância de turnos, distâncias e muito pouco contato físico com outras pessoas. Muitas de nossas atividades comuns definitivamente mudaram e teremos que construir a “normalidade”. Pela nossa vida espiritual, pela nossa participação eucarística, por tudo aquilo que, ao longo de nossas vidas, estávamos habituados a fazer e a viver, é necessário agora algo novo, algo diferente, algo transformado. É possível que no transcorrer dos dias, semanas e meses de quarentena, de confinamento, de prevenção e corresponsabilidade, tenhamos sido capazes de nos perguntar muito séria e serenamente qual é verdadeiramente a essência de nossa vida cristã e de nossa espiritualidade. Tivemos que mudar paradigmas e algumas
convicções; tivemos que rever nossas crenças e afirmações; pudemos também encontrar novos caminhos e maneiras de viver. Agora, pouco a pouco, abre-se a possibilidade de voltar às igrejas e celebração. As telas são deixadas um pouco de lado para olhar para os irmãos cara a cara e trocar algumas palavras, gestos e sorrisos. Com medo, com prevenção, mas com imensa alegria! O que aconteceu dentro de nós? O que mudou em nosso relacionamento com Deus, com os outros, com a Casa Comum? Olhemos para nossa espiritualidade e para nossa vivência eucarística. O que nos trouxe a virtualidade na oração, no encontro, no diálogo, no compromisso? Acreditamos que estamos saindo do confinamento com novas ferramentas, novos desafios, novos olhares? Existe em nós a disponibilidade para um compromisso responsável com o sofrimento, os abandonados à beira do caminho, aqueles que imploram misericórdia ou aqueles que, sem manifestá-la, estão sedentos de compaixão? Voltar à comunhão eucarística é reconhecer o Corpo de Cristo no corpo sofredor dos irmãos. Voltar aos templos e locais habituais de culto é reencontrar nos espaços convites aos cuidados da criação colocada em nossas mãos administradoras. Reunir-nos fisicamente com nossos entes queridos é olhar novamente para a precariedade da existência e a fragilidade de quem somos e, claro, aproveitar a nova oportunidade de continuar caminhando. Como? De que forma? Aqui está um desafio que nos interpela e nos chama! Peçamos a Deus a capacidade de não sermos inferiores à nossa vocação e ao nosso destino.
Pe. Ricardo Londoño SCE ERI