2 minute read
Festum Ominium Sanctorum
Esse é o nome que o latim nos deixou por herança para lembrarmos aqueles homens e mulheres que assumiram as ações de Cristo Jesus, por meio do batismo, na ordem da Criação: “Façamos o Homem segundo a nossa imagem e segundo a nossa semelhança” (Gn 1,26). Deus Trindade é o autor da santificação humana. Deu-nos a razão, para que pudéssemos entender o quanto ele quis precisar de nós (Karl Rahner, teólogo). O início dessa festa foi no século IV para homenagear os mártires, na Antioquia, no primeiro domingo após Pentecostes. O Papa Gregório IV oficializa em 1º de novembro do ano 835. No Primeiro Testamento, da libertação do povo da escravidão no Egito, ao longo do caminho da história da salvação, Deus fala a Moisés: “Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,1-2). Deus reforça a Aliança da Criação; a essência da humanidade, que deve trazer em si a essência da divindade, a santidade. Deus é Santo! No Segundo Testamento, os apóstolos de Jesus reafirmam a santidade de Deus, e, por sua vez, reafirmam também o querer de Deus à santidade do Homem: “Sede santos, como o vosso Pai celeste é santo” (Mt 5,48). Lembremos que este capítulo 5 de Mateus, é o célebre capítulo das Bem- -Aventuranças. Mateus nos apresenta realidades não fáceis para alcançar a santidade; contudo, enfatiza: “Bem-Aventurados – Felizes são...” Pedro, na sua primeira carta, exorta a todos aqueles que seguem à Jesus a tomar o seu exemplo, como chamados e escolhidos para darem testemunhos da maneira como vivem: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede vós também santos, em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1,15). Os santos canonizados pela Igreja assumiram essa exortação do apóstolo para as suas vidas. As ENS, por meio da vida de Pe. Henri Caffarel, atendendo ao pedido daqueles primeiros casais, apresenta ao mundo um carisma centralizado em Cristo Evangelho vivo, para dar ao matrimônio uma Espiritualidade Conjugal que visa a santidade. São os santos de hoje que, em meio a tantos outros, no seu dia a dia, representam o martirológio do Sim assumido com os sacramentos do batismo e do matrimônio. Que são tantas vezes crucificados por meio de comentários ofensivos por valorizarem ainda a aliança matrimonial querida por Deus. Que são estigmatizados por devotarem suas vidas a uma busca de oração contínua quando lutam por seus cônjuges e filhos, que parecem ter perdido o sentido da vida e dos valores. A Festa de Todos os Santos, além do reconhecimento das virtudes de todos aqueles homens e mulheres canonizados, é também uma festa de todos nós, como antecipação da glória de Deus, no que devemos ser, em vida, propagadores do amor, da verdade-justiça e da comunhão-aliança.
Pe. Fábio José Costa, fsa SCE – Província NE I