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Solenidade da Assunção de Maria
Celebremos jubilosos, louvando e bendizendo ao Deus cheio de sabedoria que exalta seus amados, especialmente a Virgem Maria! A Igreja nos ajuda a celebrar esta solenidade e diz: “Não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo”. E S. João Damasceno nos fala que “convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos... convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor... o contemplasse assentado junto do Pai”. Assim sendo, nosso olhar se enche de esperança por causa da Mãe de Deus e com a Igreja ainda cantamos: Fiel, conserva os fiéis, procura a ovelha perdida. Brilha na treva da morte, Luz e Vida.
Ao pecador auxilia, ao triste, ao fraco e ao pobre. Com teu manto materno todos cobre. Esse nosso olhar refeito também nos faz olhar com sentido, significado, as coisas que nos rodeiam, que fazem parte da nossa vida e caminhada. Maria é constante modelo, fonte de inspiração, chama acesa a nos aquecer nestes tempos de tantos contrastes e friezas. Penso em Maria diante da cruz, silenciosamente recolhida e rezando com a alma. Penso em tantos irmãos e irmãs – equipistas – que estiveram ou estão diante da cruz, também rezando sem compreender, lutando como se estivessem sozinhos numa profunda solidão, talvez amparados pela presença invisível de uma oração de intercessão, uma proximidade de alguém, ali, como Maria, suportando tudo, certos de que o momento passa e a vitória não tarda... ao pecador auxilia, ao fraco e ao pobre... Maria é fecunda, faz nascer em nosso coração a força necessária que precisamos e, neste sentido, quantas graças e bênçãos já recebemos, porque Ela abundantemente derramou sobre nós. É sua vitória construindo, ganhando espaço em nossa vida, erguendo nosso olhar, levantando nosso ânimo e mesmo em nossa fragilidade, nos tornamos paulatinamente vencedores, pois nosso olhar está fixo neste mistério de Maria vitoriosa. Falando em “olhar”, o Papa São João Paulo II destacou em 2002, no documento Rosarium Virginis Mariae, capítulo 2, o olhar de reverente estupor, interrogativo, penetrante, doloroso, radioso, ardoroso de Maria, sempre olhando fixamente para Jesus em seus mistérios, em toda a sua vida. Ela nos ensina, desse modo, também a olhar para seu Divino Filho com este olhar que visualiza a beleza, a profundidade e a largueza do Divino Redentor. No meio da mistura de coisas do dia a dia precisamos desse olhar que discerne a vontade do Senhor, seus caminhos seguros entre tantos, inclusive enganadores, falsos. Maria não se perdeu, fixou o olhar em Jesus e viveu sua doação profundamente, tornando-se generosa colaboradora na obra da Redenção. Frei Levi Jones Botke SCE Província Sul III