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Padre Caffarel: O extraordinário escondido no ordinário
Todos nós das Equipes de Nossa Senhora, além de muitos outros, pedem pela sua canonização. Mas que fatos extraordinários desse padre francês o credenciam a ser um santo oficialmente reconhecido pela Igreja? Padre Caffarel nasceu em meio a uma família católica francesa, em 30 de julho de 1903, em Lyon. Foi batizado em 2 de agosto do mesmo ano. Apenas três dias depois de seu nascimento! Fato extraordinário? Não! Tratava-se apenas de um costume da época. Assim, Pe. Caffarel, como muitos de nós, nasceu em berço católico e foi batizado no costume de sua época. No ordinário do seu tempo. É todo o fantástico do sacramento do batismo na simplicidade do cotidiano! Como nos relata Jean Allemand (Henri Caffarel: um Homem Arrebatado por Deus), mesmo na sua tomada de consciência religiosa, nada de arrebatamentos fantásticos, mas a conversão suave e sutil: “Aos vinte anos, Jesus Cristo, em um instante, tornou-se Alguém para mim. Não foi nada de espetacular”. Na mesma singeleza, Padre Caffarel faleceu em 18 de setembro de 1996. “Não há nada a discutir, nós obedecemos, nós trabalhamos, não ficamos presunçosos com os serviços realizados, e, quando terminar, nós partimos…” Foi sepultado no cemitério de Troussures, entre poucas pessoas, como havia desejado, relata-nos mais uma vez Jean Allemand (Orar 15 dias com Henri Caffarel, fundador das Equipes de Nossa Senhora). E o que há de extraordinário? Como no batismo, o excepcional está escondido no cotidiano. Na lápide, apenas três datas ordinariamente extraordinárias: seu batismo, sua ordenação e seu nascimento. Junto às datas, o chamado simples e definitivo: “vem e segue-me”. E foi nessa trajetória que aquele sacerdote comum, santo como o comum deve ser, mostrou que também o cotidiano da vida a dois se eleva ao sobrenatural no sacramento do matrimônio. E isso a centenas de milhares de casais, pelos quatro cantos do mundo, rompendo distâncias e culturas. Que poder tem o ordinário do cotidiano de se projetar em efeitos extraordinários! Possam os nossos agostos e setembros ser como aquele agosto de 1903, em que um pequeno bebê foi batizado no interior da França, de modo singelo, como qualquer outro. E como aquele setembro de 1996, em que o Padre Caffarel recebeu o prêmio da vida eterna, como haveremos nós também de receber pela misericórdia. Nada aparentemente fantástico. Apenas aparentemente...
Yanna e Miguel Eq. N. S. das Graças Setor D – Região Brasília IV