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São João, São Pedro e Santo Antônio: fogueiras acesas de nossa fé em Jesus Cristo
Chega o mês de junho e o nosso coração já se aquece e canta “pula fogueira, iá iá...”. Nosso Brasil é extremamente apegado às chamadas festas juninas! Em todo canto de nosso país estas festas são muito aguardadas: seja pelas músicas, pelas danças ou pelas comidas típicas. Apesar de ter se tornado uma festividade genuinamente cristã, nem sempre foi assim. De início, as festas de junho aconteciam, no hemisfério Norte, para celebrar o Solstício de Verão, ou seja, os dias em que aquele hemisfério está mais inclinado em relação ao Sol, fazendo com que receba mais calor. Em linhas menores, celebrava-se a chegada do Verão!
À medida em que o cristianismo se vai expandindo, a festa vai ganhando nova configuração e se passa a celebrar São João, um santo mais próximo da referida data do Solstício de Verão no Hemisfério Norte. Celebrando São João, os cristãos celebram uma “festa joanina” que, só posteriormente, vai transformar-se em “festa junina” (Festa de todo o mês de junho), incluindo, desta forma, São Pedro e Santo Antônio.
Assim como São João,o precursor dos caminhos do Deus-feito-homem, São Pedro e Santo Antônio também são bons referenciais para a nossa fé e seguimento de Jesus Cristo.São Pedro,aquele que aprendemos ter recebido de Jesus as chaves do tempo e da eternidade e reconhecemos como primeiro Papa da Igreja fundada por Nosso Senhor, ajuda-nos a perceber que, na nossa simplicidade, Deus tem muito trabalho a confiar-nos no que diz respeito à promoção de seu Reino. Santo Antônio, buscado como recuperador das coisas perdidas e conhecidíssimo como o “santo casamenteiro”, deseja ajudar-nos a reencontrar os caminhos de nossa fé e a reacender no coração dos jovens namorados o desejo de matrimônios bem solidificados pela Graça de Deus.
São João, São Pedro e Santo Antônio, santos que nos levam a acender as fogueiras por todo o nosso país, desejam, ainda em nossos dias, convidar-nos a buscar cada vez mais acender e esquentar a nossa fé em Jesus Cristo. Que as Festas Juninas não sejam somente um período de dançar e alimentar-se de comidas extraordinárias, mas de aquecer nossos corações, tão esfriados pelas distâncias e pelas indiferenças entre nós. Acendam, santos homens, a fogueira de nosso coração e nos ajudem a aproximar o nosso coração do coração amoroso de nosso Deus!
São João, São Pedro e Santo Antônio, rogai por nós!
“A proximidade é um bálsamo precioso que dá apoio e consolação a quem sofre na doença.” Papa Francisco
Nós desenvolvemos tão bem o dom da sabedoria, alcançamos um progresso tecnológico extraordinário, temos o mundo na palma da mão ... mas será que conservamos a nossa saúde “integral”, corpo, mente e espírito? Conseguimos alargar o olhar humano e ver o outro? Inseri-lo nesta realidade, que proporciona acesso às necessidades humanas essenciais?
Em Jo. 5,7-8, o paralítico disse a Jesus: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”.
Estamos sempre apressados, congelamos nossas emoções e amornamos o que vem do coração. Precisamos fazer o caminho de novo, redescobrir a importância da proximidade, do olhar, da escuta, do abraço, permitir que dentro de nós haja um movimento interior de compaixão.
Não conseguimos mais ver o outro que se encontra em nossa porta, que necessita do bálsamo da cura, de se sentir alguém, ter a dignidade de ser filho de Deus e irmão de todos.
Diz Papa Francisco, em sua mensagem, que a doença (física ou psicológica), “... pode tornar-se desumana, se for vivida no isolamento e no abandono, se não for acompanhada pelo desvelo e a compaixão. Ao caminhar juntos, é normal que alguém se sinta mal, tenha de parar pelo cansaço ou por qualquer percalço no percurso. É em
Tema do ano:
Capítulo V
Eles não têm mais saúde...
tais momentos que se vê como estamos a caminhar: se é verdadeiramente um caminhar juntos,ou se vai na mesma estrada,mas cada um por conta própria, cuidando dos próprios interesses e deixando que os outros se arranjem”. MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO PARA O XXXI DIA MUNDIAL DO DOENTE (11/02/2023).
O bom samaritano viu, caminhou junto, partiu... mas esteve presente no cuidado e não o abandonou, permaneceu unido em oração e voltou para ter com ele! Ele deixou o coração enxergar aquele que estava à margem, necessitado de cuidados físicos, mas, também, de acolhimento e amor fraterno.
A disponibilidade daquele que doou um pouco de si e cuidou deveria ser a de todos nós, que, a exemplo de Maria, partiu apressadamente, sem pensar em sua própria condição, para servir sua prima Isabel. Ninguém está imune às enfermidades que a vida apresenta diariamente, as doenças e as fragilidades fazem parte do nosso caminho. O que nos converte é a nossa disponibilidade, solicitude em buscarmos caminhar junto com os que foram “descartados” dos direitos básicos para sobrevivência. Precisamos “sair das sombras dum mundo fechado e pensar e gerar um mundo aberto”. Fratelli Tutti (cap. I e III)
Corpus Christi
irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo, que consiste precisamente no fato de eu amar, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer”.
De fato, a Eucaristia é antes de tudo a presença do ressuscitado no meio da comunidade, como em Emaús, que o reconhecem ao partir o pão, e ao mesmo tempo que gera transformação da vida interior. Partir o pão significa ser solidário com a necessidade dos irmãos e irmãs pelos quais o Senhor deu a sua vida amando-os até o fim.
“Tão sublime sacramento, adoremos neste altar. Pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar.”
Na solenidade de Corpus Christi, a Igreja concede a todos os fiéis a graça de celebrar o mistério da Eucaristia, sacramento do corpo e sangue de Cristo dado ao mundo. Esta solenidade é celebrada 60 dias depois da Páscoa, na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em referência à quinta-feira santa, quando Jesus, reunido com os apóstolos na última Ceia, instituiu o sacramento da Eucaristia.
No evangelho de São João, Jesus diz: “Quem comer minha carne e beber o meu sangue terá vida eterna” (Jo 6,54). Esta citação do evangelista nos dá a certeza de que na comunhão eucarística aumenta a nossa união com Cristo. A comunhão do corpo de Cristo conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo.
O Papa Bento XVI na Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis afirma: “Cada celebração eucarística atualiza sacramentalmente a doação que Jesus fez da sua própria vida na cruz por nós e pelo mundo inteiro. Ao mesmo tempo, na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e
A presença de Cristo no vinho e no pão da Eucaristia não é a única. É certamente a mais densa, sublime e privilegiada, porque nela Cristo se faz nossa comida e bebida, para comunicar-nos sua própria vida.
Nesta perspectiva, a Eucaristia é o sacrifício de Cristo na cruz tornado presente no sacramento. Cristo na cruz perpetua o sacrifício celeste, em sua atitude de intercessão perene por nós diante do Pai. E também, de um modo singular para nós, na celebração da Eucaristia, quando participamos de seu corpo e sangue. Desta forma, a Eucaristia é sacrifício, porque é a presença sacramental, pelo poder do Espírito que se torna presente para comunicar-se a nós.
Que a solenidade de Corpus Christi seja a oportunidade para adorar e contemplar ao Senhor na Eucaristia e seja o momento privilegiado para recebê-lo em alimento, nutrindo nossas forças para servirmos ao Senhor na disponibilidade generosa, a exemplo de Maria.