revista
#3, 08/2016
EXPEDIENTE Editor Flávio Valle A revista Ensaio Fotográfico é uma publicação eletrônica
quadrimestral,
distribuída
Curadores Flávio Valle, Isabel Florêncio, Tibério França
gratuitamente, cujo propósito é promover a fotografia autoral e a pesquisa em fotografia produzidas em Belo Horizonte no cenário nacional e internacional. A revista Ensaio Fotográfico é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura.
Colaboradores Alex Oliveira, Junior Carazzato, Lucas Hallel e Oitenta Mundos Revisão e Tradução Oficina Só Português Produção, Diagramação e Projeto Gráfico CultivArte Fotografia de capa Junior Carazzato Email contato@revistaensaiofotografico.com Site www.revistaensaiofotografico.com Facebook www.facebook.com/revistaensaiofotografico
Editorial
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BH do detalhe ao todo
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Fotografias e texto JUNIOR CARAZZATO
Entrevista com Eustáquio Neves
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Texto OITENTA MUNDOS
Fora do Lugar
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Fotografias e Texto ALEX OLIVEIRA
Entrevista com Leo Drumond
43
Texto OITENTA MUNDOS
Grades de Proteção Texto e Fotografias LUCAS HALLEL
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EDITORIAL
Com esta edição encerramos um ciclo de
Na edição de estreia, publicamos dois ensaios
trabalho iniciado em 2013, quando, pela
contemplados pelo Prêmio Marc Ferrez:
primeira vez, a equipe que hoje compõe a
Exílio, da fotógrafa Daniela Paoliello, e Hotel
Ensaio Fotográfico se reuniu para conversar
Esplêndido, de Laura Fonseca. Nessa edição,
sobre a possibilidade de produzir uma revista
também foi publicado o ensaio Educação para
sobre a fotografia produzida em Minas Gerais
todos, do fotógrafo Guilherme Bergamini, que,
ou por mineiros. Na época, não imaginávamos
em seguida, foi exposto em Belo Horizonte
o
(Brasil), em Madri (Espanha) e em Guayaquil
trabalho
que
teríamos
pela
frente:
concepção da identidade visual, elaboração
(Equador).
do projeto editorial e gráfico, programação do site, redação de chamadas de trabalhos e de
Na segunda edição, publicamos o ensaio
contratos, articulação institucional com outros
Coletivos, da fotógrafa Adriana Galuppo, que,
agentes culturais, administração e captação
em seguida, foi classificado como um dos
de recursos, criação e manutenção de redes
finalistas do Prêmio Conrado Wessel. Adriana
sociais, divulgação… Ufa!!!
nos confidenciou que a seleção do ensaio pelos curadores da Ensaio Fotográfico lhe serviu
Mas o trabalho é recompensador. Ao longo
de incentivo para concorrer ao prêmio. Nós
de 3 edições, foram recebidas mais de 120
ficamos muito felizes com sua classificação
inscrições de trabalhos, publicados 10 ensaios
e com seu comentário, pois eles indicam que
fotográficos, 3 textos críticos e 3 entrevistas.
estamos conseguindo cumprir o principal
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objetivo que nos colocamos quando decidimos
trabalhando para isso e, em breve, esperamos
produzir a revista: fomentar a fotografia
ter boas notícias. Por isso, apesar do tom de
mineira.
despedida deste editorial, espero reencontrálos nas edições futuras.
Nesta edição, publicamos os ensaios Fora do lugar, do fotógrafo Alex Oliveira, BH do
Até breve,
detalhe ao todo, de Junior Carazzato, e Grades
Flávio Valle - Editor
de proteção, de Lucas Hallel. Trabalhos cuja potência nos faz acreditar que seus autores alçarão voos ainda mais altos. Duas entrevistas também integram este número, uma com Eustáquio Neves e outra com Leo Drumond, ambas escritas pela dupla Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues. Esta edição é a última realizada com os recursos do edital 2013 da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Infelizmente, até o momento, não reunimos os meios necessários para financiar os próximos números. Estamos
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BH do Detalhe ao Todo Fotografias e Texto JUNIOR CARAZZATO
A fotografia é considerada a libertadora da
a preocupação de se manter a mesma luz, o
pintura a partir do momento em que ela
mesmo ângulo, o mesmo foco ou o mesmo
toma para si a tarefa de retratar a realidade
ponto de vista. Depois foram reconstruídas
de forma fiel. Com isso, a pintura, que tinha
por montagem digital, refazendo uma grande
a responsabilidade de ser um espelho do
imagem que remete ao objeto original, porém
mundo, pôde avançar em outras direções,
deixando bem claro todas as falhas, remendos
principalmente em terrenos modernistas,
e colagens. É visível a não conformidade de
usando a abstração. O objetivo desse projeto
suas retas e curvas, luzes e reflexos, causando,
foi levar a fotografia por esse caminho: é
a princípio, um estranhamento com a imagem,
possível tornar a imagem fotográfica abstrata?
sendo esse resolvido somente depois do
Se
reconhecimento do local retratado.
tentarmos
reproduzir
algumas
das
técnicas e maneiras de pintores modernistas, principalmente cubistas, chegamos a um resultado interessante. Com isso, neste ensaio, tentei descontruir imagens que são comuns para nós. Ele consiste em dez pontos importantes de Belo Horizonte, que fazem parte do urbano e que são conhecidos principalmente por quem vive aqui. Foram catalogados por inúmeras imagens de múltiplos fragmentos seus, sem 7
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Entrevista com Eustáquio Neves Por Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues Oitenta mundos
Conversamos com Eustáquio Neves (1955), mineiro nascido em Juatuba, que, de sua casa nos arredores de Diamantina, nos falou, entre outros assuntos, sobre seu início na fotografia, a importância do Festival de Inverno de Ouro Preto em sua trajetória autoral, o projeto de construir um ateliê próprio que resultou na criação de um programa de residência artística e sobre o que a fotografia representa em sua vida atualmente.
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Como foi seu primeiro contato com a fotografia?
mineradora. Paralelamente, comecei a me exercitar na fotografia até a hora em que senti uma evolução no meu trabalho.
Sempre tive interesse e curiosidade pelo assunto, mas imaginava a fotografia como algo
Nesse momento, o principal problema era
que estava muito além, inalcançável. Depois,
não ter com quem trocar, e, imagina, naquela
fui percebendo que era muito mais uma
época (década de 80), sem internet, não tinha
questão de começar a fazer. Independente do
nenhum recurso mesmo. Então, senti que
equipamento e até das condições financeiras,
estava na hora de sair de lá e voltei para Belo
o importante é começar.
Horizonte onde morava antes. Voltei, porque queria um diálogo com outros fotógrafos,
No meu caso, essa hora chegou no momento
entender mais sobre a linguagem da fotografia
em que terminei o curso técnico de química.
e não só a técnica.
Tinha por volta de 20 anos e comprei minha primeira câmera com recursos profissionais. Desde então, passei a me interessar cada vez
Quando você chegou em Belo Horizonte, qual era o contexto da cena fotográfica?
mais por esse ambiente. No entanto, pensando até antes disso, já tinha contato com outras
O contexto era o dessa fotografia aplicada,
artes, com pintura, música, além de desenhar
ainda bem comercial. Logo que cheguei,
desde criança. Mas hoje digo que a fotografia
ouvi falar do Miguel Aún, um cara que estava
sempre foi o ambiente mais confortável para
fazendo um trabalho interessante e tive
me expressar.
vontade de conhecer. Mas como eu era um cara muito tímido, nunca cheguei a procurar o
Em que momento você começou a notar uma evolução na sua fotografia?
Miguel. Só fui conhecê-lo um tempo depois por
Quando comprei minha primeira câmera
Logo que voltei também, a Heloísa, que já
morava em Goiás e ainda fiquei três anos
era amiga de muito tempo, ficou sabendo
por lá trabalhando como químico em uma
que eu estava envolvido com fotografia e me
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causa de um prêmio que participei.
apresentou o Roberto Reusing, de São Paulo, da turma dela na PUC, também muito interessado
Me inscrevi em concurso de fotografia amadora
na área e que tinha feito um curso de fotografia
do bairro Padre Eustáquio, idealizado pelo
na Imagem-Ação (escola coordenada pelo
Fernando Barbosa. Na época, me lembro que
Claudio Feijó, que era referência na época).
o próprio Fernando ligou para minha casa
Depois que nos encontramos, logo, eu, a
dizendo que uma das três fotos que tinha
Heloísa, o Roberto e o Robinho (Robson
inscrito foi escolhida como menção honrosa.
Pedrosa) formamos um grupo de estudo e
Fiquei muito feliz, já que era minha primeira
troca de ideias, algo semelhante ao que hoje
participação em um concurso. Mas antes que
seria chamado de coletivo.
eu pudesse comemorar ele continuou falando comigo e disse que outra foto também tinha
Na época, eu tinha um laboratório e um pequeno
ganhado uma menção honrosa. Fiquei ainda
estúdio de porta aberta. E logo o Robinho
mais feliz, mas comentei que a foto que eu mais
montou um na casa dele também. Então, nós
gostava era a que não tinha sido escolhida.
dois revezávamos os encontros, ora na casa
Então, ele falou: “mas é porque essa ganhou
de um, ora na do outro. Nos fins de semana,
o primeiro prêmio!”. E completou: “só não
fotografávamos praticamente o dia inteiro e de
vamos te dar o primeiro, segundo e terceiro
noite comprávamos umas garrafas de vinho,
lugar porque o regulamento não permite”. Eu
um macarrão e ficávamos ali fazendo cópias,
nem acreditei.
revelando filmes e discutindo a produção até altas horas.
Um dos jurados desse prêmio era o Miguel Aún, que quis me conhecer logo que saiu o
Mas fora desse grupo não tinha muita troca
resultado. Ele também me convidou para
com outros fotógrafos, acho que a fotografia
participar de encontros de fotógrafos que
em BH ainda era muito fechada.
ele fazia no Foto Elias (a loja/estúdio de equipamentos fotográficos, que tocava com o
Pode falar como foi essa participação no prêmio em que ficou conhecendo o Miguel Aún?
pai dele na Av. Bias Fortes). Lembro que o Rui Cézar Santos ia nesses encontros para falar dessa parte mais filosófica, da linguagem da 21
fotografia, etc. Também passaram por lá Inês
Outra coisa importante de ter participado
Rabelo, Rui Guimarães, Teco (Paulo Batista),
do festival foi conhecer um pessoal que
entre outros. Foi uma experiência bastante
também estava começando como eu e que
rica.
tinha interesses parecidos. Tanto que, depois dessa oficina, saí sócio de mais dois caras para
Como prêmio desse concurso você pôde participar de uma edição do Festival de Inverno de Ouro Preto, e acabou descobrindo que já fazia fotografia autoral. Pode comentar essa história? Quando ganhei esse concurso, o prêmio, na verdade, não me interessava. Era uma viagem de excursão tradicional para alguma cidade do
montar um estúdio no bairro da Serra.
No ano seguinte, você participou novamente do Festival de Inverno, expondo sua primeira série ‘Caos Urbano’, que acabou se tornando um marco importante na sua trajetória e na divulgação de seu trabalho para além de Minas. Como foi esse processo?
interior de Minas. Pedi para trocar por outra coisa e me ofereceram um curso de fotografia
Por conta da minha participação nesse
básica, que também já não me interessava na
primeiro festival fiquei querido entre o pessoal
época. Por fim, eles acabaram me dando uma
da Belas Artes, principalmente pela Beatriz
vaga em um curso do Eduardo Castanho, no
Dantas, que era coordenadora de fotografia do
Festival de Inverno.
festival, e uma figura que teve um papel bem importante na cena mineira. Além disso, ela
E foi nesse curso que descobri que já fazia
foi a responsável por trazer diversos nomes
fotografia de autor e nem sabia. Quando o
da fotografia como convidados do festival que
Eduardo Castanho viu meu portfólio, chamou
acabaram fazendo a diferença na carreira de
os alunos da classe, mostrou e falou que o que
muita gente da época.
ele tinha para falar no curso era exatamente sobre o tipo de foto que eu estava fazendo,
Então, para o festival do ano seguinte fiz uma
sobre fotografia de autor.
inscrição de exposição, mesmo sem ter um trabalho para mostrar ainda. E faltando dez
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dias para o evento acontecer a Beatriz me liga
como um ano bem difícil, mas ao fim dele tinha
e fala que o projeto tinha passado. Como não
ganhado três prêmios bem expressivos. Um
tinha feito nada mesmo, corri para o laboratório
deles me deu uma bolsa para uma residência
com uma caixa de negativos, papéis de vários
em Londres. Então, na verdade, acabei indo
tipos, e foi assim que acabou surgindo minha
de BH para Londres, e depois para São Paulo
primeira série ‘Caos Urbano’, já um pouco com
encontrar minha mulher.
esse conceito de fotografia expandida que fui explorando ao longo do tempo.
Quando ela terminou a graduação recebeu uma proposta de trabalho para uma cidadezinha bem
Quando o Rubens Fernandes Jr viu meu
pequena, Curralinho, próxima a Diamantina e
trabalho no festival, já levou para São Paulo e
acabamos voltando para Minas em 2005. No
publicou. No ano seguinte, me convidou para
começo foi bem complicado, internet discada e
participar do Mês da Fotografia, que acontecia
celular só pegava no alto do morro. Mas depois
em São Paulo e, no próximo ano, já fui para
melhorou um pouquinho. [Risos]
Festival de Inverno como professor de uma oficina. Daí para frente não parei mais.
Depois de ter passado quase uma década em Belo Horizonte, você mora por um período em São Paulo e quando sai de lá retorna a Minas Gerais, mas agora para morar em Diamantina. Pode um contar um pouco dessa história?
Como surgiu a ideia de fazer uma residência artística no seu ateliê? A ideia da residência surgiu pela experiência que tive com as residências que fiz no exterior, em Houston, 1995, em Londres, 1999, e outra que fiz na Holanda. Mas até então nunca tinha tido um ateliê de fato, tinha apenas um espaço da casa que eu usava para trabalhar.
Meu vínculo com Diamantina é pela minha esposa, ela é daqui. Também fui para São Paulo
Então, quando estava construindo minha
por causa dela. Ela estava fazendo a graduação
nova casa, decidi que não ia dividir mais o
de história na USP e mudamos pra lá em 99.
espaço doméstico com trabalho, queria ter um
Esse ano, aliás, foi bem atípico. Ele começou
espaço próprio para trabalhar. Mas pelo lado 23
financeiro a casa ainda era prioridade. Mas
dono de pousada, e não consigo produzir meu
quando terminei a construção estava quase
trabalho. [Risos]
sem dinheiro para o ateliê. Nesse momento fiz uma coisa que muita gente faz hoje, um financiamento coletivo. Isso porque quando chegou o projeto do Fernando Macular, um amigo arquiteto de Belo Horizonte, achei o espaço muito grande para uma pessoa só, e como queria colocar
Em relação à sua produção, uma das marcas do seu trabalho é a manipulação das imagens que, como disse anteriormente, esteve presente desde sua primeira série, apresentada no Festival de Inverno. Como surgiu esse processo?
o negócio de pé e não tinha muitos recursos financeiros à disposição, resolvi anunciar
Sempre estive envolvido com pesquisa nessa
nas minhas redes sociais a proposta e como
área, e busquei ir além do que o equipamento
retorno aos que contribuíssem ofereceria um
me oferecia. Começou com coisas bem
período de residência depois de terminada a
corriqueiras como fazer viragem, solarizar
obra.
a imagem, e, com o tempo, fui cada vez mais tomando gosto por esse caminho. E tudo isso
Quando ficou tudo pronto anunciei de novo
somado ao fato de que eu já vinha da química,
e comecei a receber as pessoas. Foi assim
então, o laboratório sempre esteve presente
que surgiu a residência. A ideia não era
no meu trabalho.
receber um monte de gente. Primeiramente tinha que receber os que estavam pagando,
Essa relação foi amadurecendo na medida
mas até hoje algumas pessoas continuam
que eu fotografava, e passei também a juntar
interessadas e vêm, ficam de uma semana a
referencias, não só da fotografia, mas também
um mês, dependendo da disponibilidade de
do cinema e das artes plásticas. Lembro
tempo e recursos. Algumas até se inscrevem
bem que quando vi a mostra do Arthur Bispo
para receber bolsa via Funarte como forma de
do Rosário no Museu da Pampulha em Belo
financiar esse custo. Mas a ideia não é receber
Horizonte, falei para mim mesmo “se esse
muita gente mesmo, porque senão viro um
cara fez isso aqui, posso fazer o que eu quiser
24
na fotografia”. A partir daí, comecei a perder
de discutir e como falo muito de mim, acabo
o pudor de mexer no negativo, e na cópia e fui
discutindo as minhas questões. E, dentro
ganhando liberdade.
desses temas pessoais, não deixo de trazer as questões da minha origem, do racismo e
Acho que adventos como a fotografia digital são
outros problemas sociais de modo geral. Em
ferramentas que vêm para ajudar. Possibilitou
suma, vejo a fotografia como uma ferramenta
muitas coisas para mim. Antes, para fazer uma
política de reflexão.
reprodução, tinha que recorrer a um material específico, geralmente caro e difícil de usar.
Em relação à minha produção, ultimamente
Uma boa reprodução exigia muita paciência
tenho trazido a fotografia pra mais perto de
e habilidade. Hoje, com um smartphone
mim, cada vez menos saio pra fotografar. Há
você consegue uma ótima reprodução em
muito tempo já não fotografo viagens, nem levo
segundos. Então, por esse aspecto, o digital
câmera. Mas agora mesmo, estou trabalhando
facilitou muito a minha vida.
em um fotolivro. Mas como é um projeto no qual quero contar um pouco da minha infância,
Mas a base do meu processo continua sendo
tenho me voltado mais pra dentro de casa
analógica. O digital acabo usando muito
mesmo. Já fotografei meu filho e fiz uma série
quando vou pro vídeo. Gosto de transitar
com a minha mãe. E assim, aos poucos, minha
entre as mídias, desde as mais antigas
fotografia vai ficando cada vez mais próxima
analógicas até as novas digitais, e no vídeo
de mim, mais em família.
tenho essa liberdade. Na fotografia do dia a dia geralmente uso processos digitais mais para tratar imagens e dar saída mesmo.
Qual o papel da fotografia na sua vida hoje, e o que tem fotografado ultimamente? Para mim, a fotografia sempre teve o papel 25
Fora do Lugar Fotografias e Texto ALEX OLIVEIRA
Fora do Lugar é uma série fotográfica
presença
produzida em 2014 a partir de deslocamentos
árabes na constituição histórica do povo
geográficos
cidades
local, a exemplo do memorável poeta Waly
da Bahia, sendo elas: Caetité, Ibicoara,
Salomão, filho de sírio com uma sertaneja.
realizados
por
seis
significativa
de
descendentes
Ituaçu, Jequié, Paulo Afonso e Salvador. Durante o processo de criação, busquei As fotografias foram produzidas a partir
experimentar
da construção de uma autorrepresentação
entre corpo e espaço, acaso e objetos
que propõe reforçar, na minha constituição
diversos
de brasileiro mestiço, traços fenotípicos
e
que
as semelhanças entre as paisagens da
me
assemelham
aos
descendentes
relações
encontrados
derivas,
investigando,
compositivas pelas
andanças
desta
maneira,
árabes, utilizando, para isso, uma vestimenta
caatinga,
composta por uma túnica árabe, uma taeia
e
(touca masculina) e um tecido árabe dourado.
por oásis dos países do Oriente Médio.
as
sertão
paisagens
e
chapada
diamantina
desérticas
pontilhadas
Desta forma, proponho entremear fotografia O projeto teve início quando diversas pessoas
e performance, memória e invenção, a
começaram
a
partir de um jogo narrativo que mescla
minha descendência, afirmando encontrar
elementos reais e ficcionais, trazendo em
semelhanças
com
os
árabes.
questão a minha origem, e borrando a minha
Descendência
que
aponta
uma
identidade com uma história construída.
a
sinalizar
e
questionar
povos para
possível história real, uma vez que em minha cidade natal, Jequié (BA), houve uma
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Entrevista com Leo Drumond Por Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues Oitenta mundos
Conversamos com Leo Drumond, fotógrafo, um dos fundadores da Nitro e atual presidente da ARFOC-MG. Ele nos falou, entre outros temas, sobre os motivos que o levaram à candidatura para presidir a associação, o trabalho de reestruturação e a importância da união coletiva para a classe fotográfica. E também sobre os caminhos que a agência Nitro trilhou nos últimos anos e a necessidade de pensar em novos modelos de negócio para o futuro da fotografia.
43
Como você conheceu a ARFOC-MG e o que ela representava na época?
mudaram de área ou mesmo de profissão. Com isso, a competição do mercado foi enfraquecendo o papel da tabela de referência
Em 1999, eu trabalhei com o fotógrafo Nélio
de preços.
Rodrigues e ele estimulou a minha associação na ARFOC-MG. Naquela época, a instituição ainda tinha certa representatividade, mas já era muito menor do que no momento em
Por que você decidiu montar uma chapa para se candidatar a presidente da associação?
que ela surgiu, em 1950. Uma época em que os jornais tinham muitos profissionais da
Um dos principais motivos foi a vontade
área contratados, além de órgãos públicos
de
que contavam com fotógrafos oficiais. E
Acredito que, em um país jovem como o
até empresas com maiores demandas por
nosso, as instituições de vida longa, se
imagens tinham em seu quadro fotógrafos.
tiverem alguma relevância e justificativa
resgatar
a
tradição
da
ARFOC-MG.
para continuar, merecem ser defendidas. Mas, para mim, o mais emblemático era a tabela de base de preços, coerente e ainda
Outro ponto importante que me motivou é a falta
amplamente usada pelo mercado editorial.
de representatividade coletiva da fotografia. A
Em paralelo, tinha a questão dos fotógrafos
Abrafoto, por exemplo, Associação Nacional que
de esporte, sobretudo de futebol. Já que para
já foi muito forte no passado, está com um site
ter a credencial de acesso aos estádios era
desatualizado e presença bem fraca nas redes
preciso ser membro associado.
sociais. A Fototech, outra instituição que ainda se mantém forte aqui em Minas, também sofre
Com o tempo, infelizmente, essa parte do
com perda de associados. E particularmente
credenciamento esportivo foi uma das poucas
não acho que voz coletiva seja algo restrito
funções que a ARFOC-MG manteve. Pelo
a profissões com tradição de sindicalismo
declínio dos veículos de mídia, fotógrafos
como
contratados são cada vez mais raros e muitos 44
os
metalúrgicos,
bancários,
etc.
Por exemplo, existe uma lei que pode beneficiar muito os fotógrafos sobre redução de impostos para adquirir equipamentos importados, mas
Pode contar um pouco como foi o processo e as primeiras ações depois que assumiu?
nós não temos uma voz coletiva para isso. E quando olhamos exemplos de fora como nos
Começamos a conversar com interessados em
Estados Unidos, vemos sindicatos das áreas
montar a chapa no fim de 2013, e, durante o
de comunicação e criatividade com muito
ano de 2014, fizemos diversas reuniões para
poder. É claro que essa indústria é bem mais
discutir a situação em que se encontrava a
estratégica no caso deles, principalmente do
ARFOC-MG. Basicamente, a instituição tinha
audiovisual. Imagino que os representantes
grandes problemas jurídicos, pois diversos
desses sindicatos têm reuniões com o Obama,
procedimentos não foram feitos como deveriam
muito diferente da nossa realidade. Mas,
por anos. A situação de cartório, que é onde
para mim, é uma falha dos fotógrafos não
de fato a ARFOC-MG está registrada, também
pensarem em se unir. Nós temos um dos
estava irregular, e isso nos impedia de poder
principais atributos de poder hoje que é o
movimentar dinheiro, além de participar de
financeiro, movimentamos muito dinheiro. Os
editais e festivais. E ainda, alguns membros
equipamentos fotográficos são caros, além do
que se associaram nos anos anteriores
grande espectro de fotógrafos que está entre
estavam sem o registro profissional, e isso
o amador e o profissional e que gastam muito
deveria ser uma exigência. Pois, apesar da
com esse mercado.
própria ARFOC-MG não ter poder de sindicato para conceder o registro, o profissional deve
E, por fim, uma questão que também motivou
procurar o sindicato dos jornalistas, que
a criação da chapa é que a ARFOC-MG pudesse
intercede junto ao Ministério do Trabalho para
ter um viés mais cultural, de promoção do
obter a regulamentação.
trabalho dos associados e fomento a iniciativas na área.
Em resumo, a associação estava em uma situação bem complicada, o que já exigiu 45
um extenso trabalho de assessoria jurídica
de serviços padronizados, assessoria jurídica
para conseguir convocar a assembleia para a
para os membros e até mesmo o respaldo
eleição. Mas conseguimos e a chapa foi eleita.
institucional em casos de desrespeito ou violência contra os profissionais. Fatos que,
No primeiro momento, a prioridade ainda era
na atual situação política, vêm acontecendo
regularizar essa situação, principalmente
com mais frequência e encontram o fotógrafo
no cartório, para recuperar os direitos de
na rua totalmente desprotegido, sem nenhum
movimentações financeiras e a participação
vínculo com agência ou imprensa, os deixando
em editais. Em seguida, fizemos uma reforma
expostos a sérios riscos. Nesses casos, a
na sede para que voltasse a ser usada e
instituição busca interceder, dar apoio jurídico,
pudesse receber melhor reuniões e eventos.
soltar notas à imprensa e até comparecer em audiências públicas referentes aos casos de
Outro grande trabalho foi o de renovação
violência, por exemplo. Então, nesse sentido,
dos associados e ajudar os que ainda não
o papel da associação seria de certa forma
tinham
Também
dar uma parte da estrutura que era oferecida
fizemos uma pesquisa para conhecer mais
pelo veículo ou empresa que contratava esses
o perfil e as demandas deles, e, com base
profissionais antes.
o
registro
profissional.
nisso, estamos definindo os próximos passos. Por outro lado, de maneira mais imediata, já
Com base nessa pesquisa e na situação do mercado hoje, o que você acredita que a ARFOC-MG poderia oferecer?
estamos pensando em ações como ter uma agenda de palestras e cursos e conseguir mais benefícios para os membros. Porque hoje, sendo bem sincero, quem não frequenta os estádios não tem motivo para estar na ARFOC-
Acho que, num futuro próximo, pensando nessa
MG. A representatividade ainda está muito
situação de que cada vez mais os fotojornalistas
baixa, por isso precisamos criar benefícios
são
mais concretos.
freelancers,
a
ARFOC-MG
poderia
oferecer modelos de contrato de prestação 46
Em relação ao perfil dos associados, através
antiga, mas ao mesmo tempo acho que
da pesquisa constatamos que para a maioria
repórter de imagem faz até mais sentido que
a fotografia hoje é uma segunda profissão,
fotojornalista, porque assim podemos entrar
principalmente
fotojornalistas
no vídeo sem ter tanto medo. Além disso, esse
do esporte, já que os eventos geralmente
profissional híbrido já é uma realidade, da turma
acontecem fora do horário comercial e em
mais nova praticamente todos os fotógrafos
dias pré-definidos. Também que muitos
também filmam. E essa habilidade pode ser
profissionais estão mais envolvidos com
uma oportunidade para a atuação na mídia, já
fotografia social ou institucional do que com
que alguns veículos já estão se estabelecendo
imprensa. E parte disso, para além da crise
na produção audiovisual para internet. Aqui,
que os veículos vêm enfrentando, também se
em Minas, a produção ainda é tímida e sem
deve ao desprestígio e à baixa remuneração
muita qualidade, mas sei que há interesse.
para
os
desse tipo de profissional. Acho que a turma mais velha não quer essa Por isso, uma das lutas da associação também
transição e eu entendo, são anos de outro
é retomar a força da tabela de referência de
tipo de prática. Mas o fotojornalista de hoje
preços, porque olhar para o mercado do jeito
tem que ter esse perfil híbrido, pela questão
que está atualmente e achar que ele vai se
estética, mas principalmente pela comercial.
autorregulamentar é uma ilusão.
Daqui a pouco até um entendimento básico de programação precisaremos ter. Porque
Por definição, a ARFOC é a associação de repórteres fotográficos e cinematográficos, mas hoje é muito comum que essas duas funções sejam desempenhadas pelo mesmo profissional. Como você vê essa questão? Acho que a definição de repórter já é muito
depender de programadores e designers pra lançar uma plataforma visual hoje em dia está ficando insustentável.
Sobre sua atuação com a Nitro, pode falar um pouco sobre os caminhos que a agência trilhou, e como se consolidou em um mercado tão conturbado nos 47
últimos anos?
nossa marca na história da fotografia, tímida, pequena, mas está ali, com nossos projetos,
Na minha opinião, a Nitro é um reflexo do
nossos livros. E por outro lado, uma marca
mercado pelo lado bom e pelo ruim. Quando
de profissionalismo no segmento comercial,
começamos, fazíamos casamentos, 15 anos,
com qualidade e respeito ao valor do nosso
eventos, publicidade, tínhamos até um estúdio.
trabalho.
Era aquela metralhadora giratória, fazíamos de tudo! [risos]. De qualquer forma, foi muito
Além disso, o conhecimento que geramos,
bom como aprendizado.
algo que agora virou um subterfúgio de quase todos os fotógrafos com mais experiência,
Mas quando fui para São Paulo buscar
que é o mercado de workshops e cursos, é
experiência como trainee da Folha de São
um setor interessante e que tem demanda. E
Paulo, tive a oportunidade de ter conversas
particularmente acho que atingimos um ponto
com pessoas importantes como João Bittar
em que realmente temos algo a ensinar, temos
e Pisco de Gazio. Me lembro do Pisco ser
um conhecimento de vida e de prática que já
determinante em dizer que não devíamos ser
podemos passar sem tanto pudor.
uma agência de hardnews e tentar competir com jornais e agências, porque isso não dava
Sei que ainda não investimos muito para dar
dinheiro. E a partir dessas conversas, ninguém
um passo tão grande, de criar uma escola, por
sai da Nitro sem estar pautado, é uma máxima
exemplo, porque também gostamos muito de
até hoje.
estar em campo. Com isso, as participações mais curtas em workshops de festivais e outros
Sendo bem sincero, apesar das dificuldades
lugares são mais interessantes até agora. Por
de 2015 e de 2016, até 2014 só colhemos
outro lado, estamos percebendo que temos que
bons frutos dessas decisões. Porque tanto
ter uma certa consistência, uma agenda mais
comercialmente a Nitro teve anos muito bons
fixa, mas essa é uma decisão que ainda temos
quanto em termos de realização profissional e
que ponderar com os cronogramas de trabalho
pessoal foi incrível. Sinto que estamos deixando
de campo e avaliar nossas prioridades.
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Quais são as bases do modelo de negócios da Nitro hoje?
Se a Nitro parar de desenvolver projetos autorais, eu prefiro fechar as portas. Porque viver sem fazer projetos que a gente acredita é
A maior parte da receita da Nitro vem do
difícil. Mas para além da importância pessoal
mercado corporativo e institucional, tanto
que esses projetos têm, temos conseguido ao
de fotografia quanto de vídeo. O melhor
longo dos anos trabalhar com esse lado de
de tudo é que atualmente já conseguimos
maneira mais viável, buscando editais e até
ser
patrocínios diretos com parceiros.
contratados
pela
nossa
proposta
principal que é o storytelling. A parte educacional da Nitro ainda é tímida, mas
A famosa palavra monetizar tem que estar
está crescendo, como disse anteriormente.
em tudo o que fazemos agora, porque, embora satisfação pessoal e profissional
Além disso, temos feito treinamentos para
também entra nessa conta como valor, parte
equipes
empresas,
disso é custo que precisa ser pago. Então,
capacitando seus profissionais para demandas
temos que buscar maneiras de equilibrar.
de
comunicação
em
internas. Outra grande aposta tem sido a gestão de bancos de dados de imagem para clientes. Organizamos todo esse material
Como você vê a atuação da Nitro em um futuro próximo?
em uma plataforma que a empresa possa buscar, baixar e distribuir para seu setor de
Como disse antes, o nosso modelo de negócios
comunicação e assessoria de imprensa. Estou
sempre nos trouxe bons resultados (apesar
bem otimista com as possibilidades desse
das dificuldades dos dois últimos anos). No
novo produto.
entanto, acredito que se não começarmos a ser mais criativos e pensar em novos produtos
E como fica o papel da produção autoral,
e modelos para continuar com o trabalho
que também é uma grande marca da Nitro?
estaremos arriscando muito.
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Seria muita ingenuidade achar que vamos continuar vivendo de fotografia corporativa como vivemos até agora. Até considero que a Nitro está demorando a enxergar isso de maneira pragmática. Mas a verdade é que o modelo é viável ainda hoje porque fizemos uma carteira de clientes muito grande que estamos mantendo ao longo dos anos. Mas a cada dia um pula fora do barco e uma hora, quando olharmos para trás, não veremos mais ninguém. E isso para mim é um ponto chave. Não é uma questão fácil, porque provavelmente poderemos desenvolver projetos que não irão demandar mais a nossa fotografia (como o caso do serviço de banco de imagens para empresas), mas nesse caso, para mim, também é uma questão de desapegar. No futuro, eu só quero continuar trabalhando com imagem, mas sei que não necessariamente clicando.
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Grades de Proteção Fotografias e Texto Lucas Hallel
Utilizando uma câmera com uma grande
O objetivo das imagens é de questionar
angular para capturar os edifícios com a
essa verticalização social, mostrando uma
vista de baixo para cima, busco criar um
intervenção do autor e inserindo elementos
tipo de plataforma vertical nas imagens,
que jamais serão vistos sem segurança de
representando o ambiente que a maioria
cordas ou outros meios de proteção. Esse
das grandes cidades tem como elemento de
questionamento é para mostrar que, com o
coletivismo.
crescimento populacional das cidades, todo remanejamento de seu espaço é dado para
A fotografia e a manipulação digital são meios
construção de edifícios civis e comerciais cada
que uso para criticar essa verticalização das
vez mais altos, diminuindo mais o espaço de
cidades ou, um termo que coloco em questão,
convivência e interação da população.
a verticalização humana, que é um processo
As imagens que estão representadas neste
urbanístico que ocorre em metrópoles e
trabalho
trazem
megalópoles e que tem como característica
clássicas
e
a construção de inúmeros edifícios de grande
contemporânea. Dentro disso ela ainda mostra
porte. Essa construção incessante dificulta
a surrealidade do ambiente.
outras
algumas formas
brincadeiras de
diversão
a circulação do ar, criando um problema ambiental nas cidades, mas também essa
PALAVRAS-CHAVE: Verticalização humana.
construção pode interferir na convivência
Verticalização.
coletiva, que pode ser um problema social e é
Digital.
Fotografia.
Manipulação
onde o projeto será desenvolvido.
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COLABORADORES
Alex Oliveira Alex Oliveira é fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduado em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia. Desenvolve investigações artísticas em torno da fotografia, performance, intervenção urbana, redes sociais e arte contemporânea. Na Bahia, integrou exposições na Aliança Francesa, seis edições dos Salões de Artes Visuais, XI Bienal do Recôncavo, 3ª Bienal da Bahia. Em São Paulo, participou da Temporada de Projetos 2016 do Paço das Artes. Em Belém (PA), participou do Diário Contemporâneo de Fotografia. Em Malmö (Suécia), realizou sua segunda exposição individual, na galeria Vasli Souza, expondo imagens produzidas no Brasil e durante a residência artística na Europa.
Lucas Hallel Especialista em fotografia de concertos musicais, com mais de 10 anos de trabalhos realizados em quase todo Brasil, Lucas Hallel atua como fotógrafo e consultor de imagem. É graduado em Fotografia pela Universidade FUMEC\MG. Já teve exposições realizadas no SouCafé, com seu trabalho de Memória chamado “Psychë” (2015), Exposição coleXva de “Retratos de crianças” (2015), exposição coleXva sobre “a praça da Liberdade” (2014, 2013), “Fotografe o Jazz” (2011, 2012, 2013, 2014 e 2015) e “Natureza disXnta” (2009).
Flávio Valle Doutorando em Comunicação Social na UFMG. Mestre e Bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, pela mesma instituição. Professor com experiência em atividades de ensino, pesquisa e extensão nas seguintes áreas: Cultura Visual, Fotografia, Imagem, Narrativa e Jornalismo. Editor e Curador da revista Ensaio Fotográfico. Produtor Cultural com experiência na realização de projetos fotográficos. Colaborador do Núcleo de Estudos Tramas Comunicacionais: Narrativa e Experiência. Membro fundador do Fora das Bordas, coletivo de artes visuais integradas.
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Junior Carazzato Atualmente cursando Bacharelado em Artes Plásticas na Escola Guignard em Belo Horizonte desde 2014, formado em engenharia e atuando como Analista de Sistemas em uma empresa de informática onde desenvolvo softwares para sistemas bancários. Com uma visão analítica e digital pretendo fazer habilitação em fotografia e desenvolver projetos visuais aliando o pensamento lógico de exatas com a sensibilidade artística. Já participei da XV mostra interna da Escola Guignard em 2015 sendo um dos artistas premiados, além de premiado em segundo lugar no I Concurso Fotográfico Objectif France em 2015.
Isabel Florêncio Pesquisadora no campo da intermedialidade, fotógrafa e curadora no eixo Brasil/Alemanha. Doutora em Literatura Comparada e Sistemas Semióticos pela Faculdade de Letras/UFMG. Sua tese, intitulada “Figuralidades: da tradução ao poético na fotografia de arte contemporânea”, discute a intermidialidade na fotografia contemporânea e estabelece uma relação comparada entre as estratégias discursivas da fotografia de arte e da literatura a partir da década de 1970. Possui mestrado em Comunicação Social/UFMG e graduação em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes/UFMG.
Tibério França Fotógrafo e professor de Fotografia da Escola Guignard/UEMG. Entre 2003 e 2006 foi curador da Primeira Fotogaleria de Belo Horizonte realizando exposições. Co-fundador do Núcleo Imagem Latente, coordenador do Forum Mineiro de Fotografia Autoral e realizador da Semana da Fotografia de Belo Horizonte. Membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais do Ministério da Cultura no período de 2010 a 2013. Atual Presidente Nacional da Associação de Fotógrafos Fototech e Diretor Administrativo da Rede de Produtores Culturais de Fotografia no Brasil.
Oficina Só Português Fundada por Mariana Clark, psicóloga, mestre em Literatura e licenciada em Letras e Viviana Giannaccari, administradora, especialista em organização de métodos e processos, a Oficina Só Português conta com uma equipe especializada em várias frentes de trabalho relacionadas à língua tais como: aulas, acompanhamento textual, revisão e formatação, tradução e transcrição de áudio em texto. Presta serviços ao comércio, indústria, jornalistas, escolas, publicitários e produtores culturais em todo Brasil. www.OficinaSoPortugues.com.br
CultivArte A CultivArte é um coletivo que trabalha com projetos culturais na área das artes visuais. Formado em 2013 pelos fotógrafos Beto Eterovick e Madu Dorella vem atuando na produção de exposições, de publicações, workshops e na organização de eventos ligados à fotografia. A CultivArte participou do Festival de Fotografia de Tiradentes nas edições de 2014 e 2015 com instalações e produção de exposições, além de ser a responsável pela realização das mostras fotográficas e dos eventos culturais que acontecem no Espaço Cultural Sou Café, no CCBB-BH.
Oitenta Mundos Formado pela economista e gestora cultural Manuela Rodrigues e pelo fotógrafo e editor de conteúdo Julio Boaventura Jr, o Oitenta Mundos surgiu em 2013, inspirado pelas palestras e debates do Terceiro Fórum Latino Americano de Fotografia. A partir de então começaram a investigar iniciativas e entrevistar profissionais da produção cultural fotográfica. Também já participaram das equipes de importantes festivais e eventos da área: E.CO/14- Encontro de Coletivos Ibero-americanos (2014), 9º Paraty em Foco (2014), Goa Photo (2015 / Índia), 5º Foco em Pauta Tiradentes (2015), IV Encontro, Pensamento e Reflexão na Fotografia (2015), 10º Paraty em Foco (2015) e 2º San José Foto (2016 / Uruguai).
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Patrocínio:
Produção:
Projeto 123/FPC/2013
Apoio: