EntomoBrasilis volume 10, número 3

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v. 10, n. 3

2017

15 anos 2002-2017

Publicado pelo projeto Entomologistas do Brasil Volume 10 . NĂşmero 3 . Setembro - Dezembro de 2017

Foto: Elidiomar Ribeiro Da-Silva

PeriĂłdico Online

EntomoBrasilis

eISSN 1983-0572 doi:10.12741


Periodicidade: Quadrimestral Direitos Autorais: Copyright © 2008-2017, Entomologistas do Brasil Isenção de Responsabilidade Legal: As opiniões técnico/científicas e mesmo pessoais, constantes nos artigos e/ou comunicações científicas publicados no EntomoBrasilis são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. Projeto Gráfico (Editoração): AntSoft Systems On Demand - www.antsoft.com.br Capa: Adulto de Gargaphia lunulata (Foto: Elidiomar Ribeiro Da-Silva). Santos, R.S., F.T. Hata, L.B.N. Coelho & M.U. Ventura, 2017. Registros de ocorrência e novos hospedeiros de Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) nos estados do Acre e Paraná. EntomoBrasilis, 10 (3): 254-258. Revisão do Português/Inglês/Espanhol: Corpo de Consultores Composição: Fonte: Georgia, variando de 7 a 26 pts., em estilo normal, itálico, negrito, sublinhado, podendo haver contorno e coloração preta ou verde (texto), azul (links) Site: www.periodico.ebras.bio.br e-mail: periodico@ebras.bio.br Distribuído e licenciado segundo a Creative Commons Licence http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0

Produzida no Brasil

Indexação

Latindex, SEER/IBICT, Dialnet, Agrobase - Literatura Agrícola, Sumários de Revistas Brasileiras, DOAJ, CABI Abstracts, LivRe!, RCAAP, Diadorim, Electronic Journals Library, Eletronic Journals Index, Fonte Academica EBSCO, Zoobank, Zoological Records, Agro Unitau, BASE (Bielfield Academic Search Engine)

Apoio


O

períodico online EntomoBrasilis fundado em 2008 pelo projeto Entomologistas do Brasil, tem como objetivo de publicar artigos originais, de forma rápida, das mais diversas áreas da Entomologia Brasileira e Mundial, tais como: Bionomia; Comportamento; Ecologia; Entomologia Forense; Entomologia Geral; Fisiologia; Modelos Ecológicos Aplicados à Entomologia; Morfologia; Revisões; Saúde Pública; Taxonomia e Sistemática e demais áreas afins à Entomologia Brasileira e Mundial. he online periodical EntomoBrasilis founded in 2008 by Entomologistas do Brasil project, aims to publish original articles, quickly, from various areas of the Brazilian and World Entomology such as: Bionomics; Behavior; Ecology; Forensic entomology; General Entomology; Physiology; Applied to models Ecological Entomology; Morphology; reviews; Public health; Taxonomy and systematics and other areas related to Brazilian and World Entomology.

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Expediente Editor Chefe

William Costa Rodrigues Entomologistas do Brasil / Methodos Consultoria Agronômica e Ambiental

Editores Adjuntos

Jeronimo Augusto Fonseca Alencar - Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ. Anderson Gonçalves da Silva - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Brasil

Editor Assistente

Ricardo Andreazze - Universidade Federal do Rio Grande de Norte, Brasil Consultores Adhoc deste Número

Editores Científicos

Adelita Maria Linzmeier, Universidade Federal da Grande Dourados, Brasil Adenir Vieira Teodoro, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Brasil Adriana Leal de Figueiredo, Bióloga da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Alberto Moreira Silva-Neto, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil Alexandre Ururahy Rodrigues, Universidade Severino Sombra -USS- FUSVE, Brasil Anderson Gonçalves da Silva, Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Brasil Benedito Cortês Lopes, Universidade Federal de Santa Catarina/ Ecologia e Zoologia, Brasil Cerilene Santiago Machado, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil Edilson Caron, Universidade Federal do Paraná, Brasil Elidiomar Ribeiro da Silva, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Zoologia, Brasil Elizabeth Franklin Chilson, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil Francisco Fernandes Pereira, Universidade Federal de Rondônia, Brasil Francisco José Cividanes, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/UNESP), Brasil Herbet Tadeu de Almeida Andrade, UFRN. Centro de Biociências. Depto. Microbiologia e Parasitologia. Laboratório de Entomologia, Brasil Isaias de Oliveira, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil Jose Mario D’Almeida, Universidade Federal Fluminense, Brasil Maria Kátia Matiotti da Costa, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil Milton Norberto Strieder, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Cerro Largo, Brasil Reinildes Silva-Filho, Ecossytems jardins, Brasil Ronald Rodrigues Guimaraes, Centro de Estudos e Pesquisas em Medicina Ambiental- Universidade Estácio de Sá, Brasil Rubens Pinto de Mello, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Brasil William Costa Rodrigues, Editor Chefe; Entomologistas do Brasil, Brasil

Alberto Moreira Silva-Neto, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Ana Tereza Araujo Rodarte, Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional, Brasil Anderson Gonçalves da Silva, Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Brasil Arlindo Serpa Filho, Instituto Oswaldo Cruz, Brasil Cleber Galvão, Instituto Oswaldo Cruz, Brasil Eduardo José Ely Silva, Universidade Federal de Pelotas, Brasil Eloy Guillermo Castellón Bermúdez, INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil Fábio Souto Almeida, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil Hélida Ferreira da Cunha, Universidade Estadual de Goiás, Brasil Hélcio Reinaldo Gil-Santana, Fundação Oswaldo Cruz, Brasil. Gisele Luziane de Almeida, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Brasil Herbet Tadeu de Almeida Andrade, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Maria Christina de Almeida, Universidade Federal do Paraná, Brasil Maria José do Nascimento Lopes, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil Marliton Rocha Barreto, Universidade Federal do Mato Grosso Campus SINOP, Brasil Nataly Araújo de Souza, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Departamento de Entomologia, Brasil Nicolas Dégallier, Institut de Recherche pour le Développement, França Ricardo Andreazze, Universidade Federal do Rio Grande de Norte, Brasil Roney Rodrigues-Guimarães, Universidade Iguaçu / Universidade Estácio de Sá, Brasil Rodrigo Souza Santos, Embrapa Acre, Brasil Rubens Pinto de Mello, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Brasil Ruberval Leone Azevedo, Casa Civil - Governo do Estado de Sergipe, Brasil Tatiana Chrysostomo Santos, Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Victor Py-Daniel, Universidade de Brasília, Brasil Wedson Desidério Fernandes, Universidade Federal da Grande Dourados, Brasil. Wesley Dáttilo - Universidad Veracruzana, México.

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Sumário Bionomics and Behavior/Bionomia e Comportamento Forrageio diurno de Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) em plantio de Eucalyptus sp. no município de Volta Redonda-RJ. Daytime foraging of Odontomachus bauri Emery in eucalyptus plantation in the municipality of Volta Redonda, Rio de Janeiro State, Brasil. Gustavo Correiro Amaral, André Barbosa Vargas & Fábio Souto Almeida......143-147

Ecology/Ecologia Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera: Tephritidae) community in a conservation area of the Cerrado Biome. Efeito de um incêndio acidental na comunidade de Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) em uma área de conservação do Bioma de Cerrado. Manoel Araecio Uchoa & Darcy Alves Bomfim.......................................................... 148-154

Forensic Entomology/Entomologia Forense Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes matérias orgânicas em decomposição em dois tipos vegetacionais do semiárido Pernambucano. Necrophagous dipterofauna diversity associated to different types of organic matter decomposed in two vegetation types of the semi-arid Pernambuco. Daniel Luís Viana Cruz, Aline Freitas Spíndola, Fernanda Larisse dos Santos Lima & Plínio Pereira Gomes Junior............................................................................................. 155-161 Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à carcaça de roedores na região Sul do Brasil. Survey of Coleoptera fauna (Insecta) associated with carcasses of rodents in Southern Brazil. Vinícius Costa-Silva, Patricia Jacqueline Thyssen & Rocco Alfredo Di Mare†.............................................................................................................................................................. 162-169

General Entomology/Entomologia Geral Comparative Study of the Development of Mischocyttarus cassununga Von Ihering and Mischocyttarus cerberus styx Richards Colonies (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini). Estudo comparativo do desenvolvimento colonial de Mischocyttarus cassununga Von Ihering e Mischocyttarus cerberus styx Richards (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini). Renan Hohendorff Biagiotto & Sulene Noriko Shima....................................................................................................................170-177 Effects of undercropping Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) on Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) populations in strawberry. Efeito do cultivo consorciado de Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) em populações de Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em morangueiro. Fernando Teruhiko Hata, Maurício Ursi Ventura, Vinádio Lucas Béga, Maria Tereza de Paula & Iara Muniz Camacho................................................. 178-182 Películas de partículas minerais sobre a oviposição da mosca-do-mediterrâneo em laboratório. Minerals particles films on mediterranean fruit fly oviposition in laboratory assays. Cláudia Bernardes Ourique, Luiza Rodrigues Redaelli, Caio Fábio Stoffel Efrom & Douglas Pedrini.................................................................................................................................................... 183-186

Taxonomy and Systematics/Taxonomia e Sistemática Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) presentes no Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brasil. Orthoptera (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) record present in Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brazil. Marliton Rocha Barreto & Rosane Betina Wandscheer................................................................................................................................187-193 Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia).Checklist of Histeridae from southern Brazil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia). Guilherme Machado Gonçalves & Fernando Willyan Trevisan Leivas.......... 194-213 Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre o Inaequalium pujoli sp.n. e espécies próximas no Centro-Oeste. Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) in Brazil XIV - About Inaequalium pujoli sp.n. and related species in the Central West. Victor Py-Daniel, Sixto Coscarón & Felipe Arley Costa Pessoa.........................................................................214-243

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Scientific Note/Comunicação Científica Ocorrência de Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) em solanáceas no norte do Brasil. Occurrence of Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) and Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) in solanaceous in Northern of Brazil. Cleidiane de Andrade Ferreira, Roberta de Melo Valente & Rodrigo Souza Santos.......................................................................................................................244-247 Defensive froth in Arctiidae species (Lepidoptera) in the Rio Grande do Sul State, Brazil. Espuma defensiva em espécies de Arctiidae no Rio Grande do Sul, Brasil. Tiziane Fernandes Molina & Rocco Di Mare†..................................................... 248-250 First report of the Aphis craccivora Koch on Catasetum sp. in Brazil. Primeiro relato de Aphis craccivora Koch in Catasetum sp. no Brasil. Douglas Machado Leite, Juliana Garlet & Isane Vera Karsburg...................................................................... 251-253 Registros de ocorrência e novos hospedeiros de Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) nos estados do Acre e Paraná. Occurrence records and new hosts of Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) in the states of Acre and Paraná, Brazil. Rodrigo Souza Santos, Fernando Teruhiko Hata, Luci Boa Nova Coelho & Mauricio Ursi..........................254-258 First record of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) in the state of Acre, Brazil. Primeiro registro de Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) no estado do Acre, Brasil. Ricardo Adaime, Rodrigo Souza Santos, Tatyane da Silva Azevedo, Adriana da Silva Vasconcelos, Maria do Socorro Miranda de Sousa & Miguel Francisco de Souza-Filho . ........... ........................................................................................................................................................................................................ 259-260

Obtuary/Noecrólogo Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017). Tiziane Fernandes Molina...........................................................................261-262

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ISSN 1983-0572 doi:10.12741/ebrasilis.v10i3

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Publicações 2017 Volume 10, número 1 Mosca-Branca, Bemisia tabaci (Genn.) (Hemiptera: leyrodidae) em feijoeiro: Características gerais, bioecologia e métodos de controle. Whitefly Bemisia tabaci (Genn.) (Hemiptera: Aleyrodidae) in common beans: General characteristics, bioecology, and methods of control. Anderson Gonçalves da Silva, Arlindo Leal Boiça Junior, Bruno Henrique Sardinha de Souza, Eduardo Neves Costa, James da Silva Hoelhert, Anderson Martinelli Almeida & Loryene Botelho dos Santos..........................01-08 Morfometria geométrica alar como ferramenta para a identificação de três espécies de califorídeos (Diptera: Calliphoridae) no Cerrado Brasileiro. Wing geometric morphometry as a tool for the identification of three calliphorid (Diptera: Calliphoridae) species at the Brazilian Cerrado. Marcos Patrício Macedo......................................................................................................09-13 Influência da alimentação de Ephestia kuehniella Zeller (Lepidoptera: Pyralidae) no desenvolvimento de Ceraeochrysa cubana Hagen (Neuroptera: Chrysopidae). Influence of feeding of Ephestia kuehniella Zeller (Lepidoptera: Pyralidae) on development of Ceraeochrysa cubana Hagen (Neuroptera: Chrysopidae). Gilmar da Silva Nunes, Izabela Thais Fidelis Alves da Silva, Vinícius de Oliveira Barbosa, Thais Aparecida Vitoriano Dantas, Robério de Oliveira & Jacinto de Luna Batista...................................................................... 14-18 Resistência de genótipos de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] ao Ataque do Caruncho Callosobruchus maculatus (Fabr.) (Coleoptera: Chrysomelidae). Resistance of cowpea [Vigna unguiculata (L.) Walp.] genotypes to weevil attack Callosobruchus maculatus (Fabr.) (Coleoptera: Chrysomelidae). Westerllanya Rodrigues Medeiros, Jayara Dayany da Costa Silva, Paulo Roberto Ramalho Silva, José Edmir Girão Filho, Luiz Evaldo de Moura Padua & Solange Maria de França................................................................................................................................................................... 19-25 Seletividade de inseticidas reguladores de crescimento e botânico no parasitismo de três espécies de Trichogramma em ovos de Duponchelia fovealis Zeller (Lepidoptera: Crambidae). Selectivity of growth regulators and botanical insecticides in the parasitism of three Trichogramma species on eggs of Duponchelia fovealis Zeller (Lepidoptera: Crambidae). Renata Rodrigues, Luana Isabel Jaras, Alex Sandro Poltronieri, Ida Chapaval Pimentel & Maria Aparecida Cassilha Zawadneak.............................................................................................................................................26-32 New distribution records of Sclerogibbidae (Hymenoptera: Chrysidoidea) in Brazil. Novos dados de distribuição de Sclerogibbidae (Hymenoptera: Chrysidoidea) no Brasil. Daniell Rodrigo Rodrigues Fernandes, Fabio Pereira Alves, Eduardo Mitio Shimbori, Rogéria Inês Rosa Lara, Juvenal Cordeiro Silva Junior & Nelson Wanderley Perioto.......................33-36 Annotated keys to the species of Megaspilidae (Hymenoptera: Ceraphronoidea) of the Neotropical Region. Chaves de identificação para as espécies de Megaspilidae (Hymenoptera: Ceraphronoidea) na Região Neotropical. Cleder Pezzini & Andreas Köhler...........................................................................................................37-43 Checklist and new records of Notonectidae (Hemiptera: Heteroptera: Nepomorpha) from Goiás, Brazil. Lista de espécies e registros novos de Notonectidae (Hemiptera: Heteroptera: Nepomorpha) do Estado de Goiás, Brasil. Julianna Freires Barbosa & Karina Dias da Silva............................................................................................................................................44-50 Nesting associations between Chartergus globiventris Saussure (Hymenoptera: Vespidae) and Tolmomyias sulphurescens Spix (Passeriformes: Tyrannidae) in southeastern Brazil. Associações de nidificação entre Chartergus globiventris Saussure (Hymenoptera: Vespidae) e Tolmomyias sulphurescens Spix (Passeriformes: Tyrannidae) no sudeste do Brasil. Marcos Magalhães Souza, Ângela Gomes Brunismann & Epifânio Porfiro Pires.......................................................................... 51-53 Aggregation of Somatia aestiva (Fabricius) (Diptera: Somatiidae) on leaves of Solanum stramonifolium Jacq.. Agregação de Somatia aestiva (Fabricius) (Diptera: Somatiidae) em folhas de Solanum stramonifolium Jacq.. Fernando da Silva Carvalho-Filho....................................................................................................................................................................................54-56 Ocorrência de Acrocinus longimanus (Linnaeus) (Coleoptera: Cerambycidae) em área urbana, Nordeste do Brasil. Occurrence of Acrocinus longimanus (Linnaeus) (Coleoptera: Cerambycidae) in urban area, Northeastern Brazil. Wellington Emanuel dos Santos & Alessandre Pereira-Colavite.........................................................................................................................57-59 Primeiro registro de Zaprionus indianus Gupta (Diptera: Drosophilidae) no Estado do Acre, Brasil. First record of Zaprionus indianus (Diptera: Drosophilidae) in the state of Acre, Brazil. Adriana da Silva Vasconcelos, Tatyane da Silva Azevedo & Rodrigo Souza Santos........................................................................................................................................................................ 60-63 Notes on the nesting biology of five species of Euglossini (Hymenoptera: Apidae) in the Brazilian Amazon. Notas sobre a biologia de nidificação de cinco espécies de Euglossini (Hymenoptera: Apidae) na Amazônia Brasileira. Fernando da Silva Carvalho-Filho & Favizía Freitas de Oliveira . ................................................................................................................................ 64-68 Volume 10, número 1 - Jan. - Abr. 2017

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Volume 10, número 2 Contribuição de ambientes antrópicos como habitats para formigas de solo de Floresta Estacional Decidual no Sul do Brasil. Contribution of anthropogenic environments as habitats for soil ants from Deciduous Seasonal Forest in Southern Brazil. José Ricardo Assmann Lemes & Andreas Köhler................................................................................................................69-75 Diversidade e distribuição de ninfas de Plecoptera (Insecta) por substratos em riachos do Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, Brasil. Diversity and substrate distribution of Plecoptera nymphs (Insecta) in strems of Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, Brazil. Fernanda Avelino-Capistrano, Gisele Luziane de Almeida & Leandro Silva Barbosa..... .............................................................................................................................................................................................................76-81 Seasonality and Relative Abundance of Tabanids (Diptera, Tabanidae) on Marambaia Island, Rio de Janeiro, Brazil. Variação sazonal e abundância de tabânidas (Diptera, Tabanidae) na Ilha da Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil. Ronald Rodrigues Guimarães, Ronald Rodrigues Guimarães Júnior, Ronald Storti Harlan-Rodrigues, Roney Rodrigues Guimarães, Raimundo Wilson Carvalho & Roberto de Xerez............................................................................................................................. 82-88 Distribuição espacial de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera, noctuidae) em milho convencional e Bt. Spatial distribution of Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera, Noctuidae) in conventional maize and Bt.. Rose Benedita Rodrigues Trindade, Marcos Gino Fernandes, Alyne Ciriaco Oliveira & Pedro Henrique Amaro Martins.................................................................................................................................................................. 89-93 Species composition and fauna distribution of mosquitoes (Diptera: Culicidae) and its importance for vector-borne diseases in a rural area of Central Western - Mato Grosso, Brazil. Composição de espécies e distribuição da fauna de mosquitos (Diptera: Culicidae) e sua importância para doenças transmitidas por vetores em uma área rural do centro-ocidental - Mato Grosso, Brasil. Fábio Alexandre Leal-Santos, Adaiane Catarina Marcondes Jacobina, Maria Madalena de Oliveira, Marinalva Brasilina Arruda Santana, Otacília Pereira Serra, Aldimara Vaillant Gonçalves, Angela Regina Serafine Garcêz, Sirlei Franck Thies, Renata Dezengrine Slhessarenko, Elisangela Santana de Oliveira Dantas & Diniz Pereira Leite-Jr..............................94-105 Potencial inseticida de plantas medicinais encontradas na Amazônia Central contra o pulgão-da-couve Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididae). Insecticidal potential of medicinal plants found in Central Amazon region against cabbage aphid Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididae). Thamiris Sousa de Alencar Silva, Juliana Erica Cirino Nascimento, Mariana Vieira Porsani, Leandro Lacerda Giacomin, Alex Sandro Poltronieri, Maria Aparecida Cassilha Zawadneak, Ida Chapaval Pimentel & Leopoldo Clemente Baratto.................................................................................................................. 106-111 Termorregulação em colônias de Melipona eburnea Friese (Apidae: Meliponina) criadas racionalmente em Rio Branco, Acre. Thermoregulation in colonies of Melipona eburnea Friese (Apidae: Meliponina) rationally bred in Rio Branco, Acre. Francisco Cildomar da Silva Correia, Rui Carlos Peruquetti & Marcos Gonçalves Ferreira............................................112-117 Description of two new species of Palpomyia Meigen (Diptera: Ceratopogonidae) from the Brazilian Amazon. Descrição de duas novas espécies de Palpomyia Meigen (Diptera: Ceratopogonidae) da Amazônia brasileira. Jessica Feijó Almeida, Emanuelle de Sousa Farias, Ronildo Baiatone Alencar & Felipe Arley Costa Pessoa..................................................................118-122 A new species of Ianthorntonia García Aldrete, from Bolivia, and description of the female Ianthorntonia marshalli García Aldrete (Psocodea: Psocomorpha: Epipsocetae: Epipsocidae). Uma nova espécie de Ianthorntonia García Aldrete, para a Bolívia, e descrição da fêmea de Ianthorntonia marshalli García Aldrete (Psocodea: Psocomorpha: Epipsocetae: Epipsocidae). Alfonso Neri García Aldrete................................................................................................................................ 123-126 New records of Dictyopsocus pennicornis (Burmeister) (Psocodea ‘Psocoptera’: Psocidae: Psocinae). Novos registros de Dictyopsocus pennicornis (Burmeister) (Psocodea ‘Psocoptera’: Psocidae: Psocinae). João Alves Oliveira¹, Alberto Moreira Silva-Neto, Diego Matheus Mello Mendes & Alfonso Neri García Aldrete.................................................................... 127-130 Ocorrência de Corythaica passiflorae (Berg) (Hemiptera: Tingidae) em cultivos comerciais de jiló e berinjela no Estado do Tocantins, Brasil. Occurrence of Corythaica passiflorae (Berg) (Hemiptera: Tingidae) on commercial plantations of gilo and eggplant in Tocantins state, Brazil. Cleidiane de Andrade Ferreira, Luci Boa Nova Coelho & Rodrigo Souza Santos..... 131-134 Ocorrência de Phenacoccus solenopsis Tinsley (Hemiptera: Pseudococcidae) em quiabeiro no estado do Acre. Occurrence of Phenacoccus solenopsis Tinsley (Hemiptera: Pseudococcidae) in okra in Acre state, Brazil. Rodrigo Souza Santos & Ana Lúcia Benfatti Gonzalez Peronti............................................................................................................................................. 135-138 Social wasps (Polistinae) from Pampa Biome: South Brazil, Northeastern Argentina and Uruguay. Vespas sociais do Bioma Pampa: sul do Brasil, nordeste da Argentina e Uruguai. Alexandre Somavilla & Andreas Köhler............................... 139-142 Volume 10, número 2 - Mai. - Ago. 2017

doi:10.12741/ebrasilis.v10i2

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Volume 10, número 3 Forrageio diurno de Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) em plantio de Eucalyptus sp. no município de Volta Redonda-RJ. Daytime foraging of Odontomachus bauri Emery in eucalyptus plantation in the municipality of Volta Redonda, Rio de Janeiro State, Brasil. Gustavo Correiro Amaral, André Barbosa Vargas & Fábio Souto Almeida......143-147 Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera: Tephritidae) community in a conservation area of the Cerrado Biome. Efeito de um incêndio acidental na comunidade de Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) em uma área de conservação do Bioma de Cerrado. Manoel Araecio Uchoa & Darcy Alves Bomfim.......................................................... 148-154 Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes matérias orgânicas em decomposição em dois tipos vegetacionais do semiárido Pernambucano. Necrophagous dipterofauna diversity associated to different types of organic matter decomposed in two vegetation types of the semi-arid Pernambuco. Daniel Luís Viana Cruz, Aline Freitas Spíndola, Fernanda Larisse dos Santos Lima & Plínio Pereira Gomes Junior............................................................................................. 155-161 Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à carcaça de roedores na região Sul do Brasil. Survey of Coleoptera fauna (Insecta) associated with carcasses of rodents in Southern Brazil. Vinícius Costa-Silva, Patricia Jacqueline Thyssen & Rocco Alfredo Di Mare†.............................................................................................................................................................. 162-169 Comparative Study of the Development of Mischocyttarus cassununga Von Ihering and Mischocyttarus cerberus styx Richards Colonies (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini). Estudo comparativo do desenvolvimento colonial de Mischocyttarus cassununga Von Ihering e Mischocyttarus cerberus styx Richards (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini). Renan Hohendorff Biagiotto & Sulene Noriko Shima....................................................................................................................170-177 Effects of undercropping Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) on Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) populations in strawberry. Efeito do cultivo consorciado de Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) em populações de Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em morangueiro. Fernando Teruhiko Hata, Maurício Ursi Ventura, Vinádio Lucas Béga, Maria Tereza de Paula & Iara Muniz Camacho................................................. 178-182 Películas de partículas minerais sobre a oviposição da mosca-do-mediterrâneo em laboratório. Minerals particles films on mediterranean fruit fly oviposition in laboratory assays. Cláudia Bernardes Ourique, Luiza Rodrigues Redaelli, Caio Fábio Stoffel Efrom & Douglas Pedrini.................................................................................................................................................... 183-186 Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) presentes no Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brasil. Orthoptera (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) record present in Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brazil. Marliton Rocha Barreto & Rosane Betina Wandscheer................................................................................................................................187-193 Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia).Checklist of Histeridae from southern Brazil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia). Guilherme Machado Gonçalves & Fernando Willyan Trevisan Leivas.......... 194-213 Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre o Inaequalium pujoli sp.n. e espécies próximas no Centro-Oeste. Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) in Brazil XIV - About Inaequalium pujoli sp.n. and related species in the Central West. Victor Py-Daniel, Sixto Coscarón & Felipe Arley Costa Pessoa.........................................................................214-243 Ocorrência de Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) em solanáceas no norte do Brasil. Occurrence of Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) and Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) in solanaceous in Northern of Brazil. Cleidiane de Andrade Ferreira, Roberta de Melo Valente & Rodrigo Souza Santos.......................................................................................................................244-247 Defensive froth in Arctiidae species (Lepidoptera) in the Rio Grande do Sul State, Brazil. Espuma defensiva em espécies de Arctiidae no Rio Grande do Sul, Brasil. Tiziane Fernandes Molina & Rocco Di Mare†..................................................... 248-250 First report of the Aphis craccivora Koch on Catasetum sp. in Brazil. Primeiro relato de Aphis craccivora Koch in Catasetum sp. no Brasil. Douglas Machado Leite, Juliana Garlet & Isane Vera Karsburg...................................................................... 251-253 Registros de ocorrência e novos hospedeiros de Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) nos estados do Acre e Paraná. Occurrence records and new hosts of Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) in the states of Acre and Paraná, Brazil. Rodrigo Souza Santos, Fernando Teruhiko Hata, Luci Boa Nova Coelho & Mauricio Ursi..........................254-258 First record of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) in the state of Acre, Brazil. Primeiro registro de Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) no estado do Acre, Brasil. Ricardo Adaime, Rodrigo Souza Santos, Tatyane da Silva Azevedo, Adriana da Silva Vasconcelos, Maria do Socorro Miranda de Sousa & Miguel Francisco de Souza-Filho . ........... ........................................................................................................................................................................................................ 259-260 Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017). Tiziane Fernandes Molina...........................................................................261-262 Volume 10, número 3 - Set. - Dez. 2017

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doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.659 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Bionomics and Behavior/Bionomia e Comportamento

Forrageio diurno de Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) em plantio de Eucalyptus sp. no município de Volta Redonda-RJ Gustavo Correiro Amaral¹, André Barbosa Vargas¹ & Fábio Souto Almeida² 1. Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA. 2. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

EntomoBrasilis 10 (3): 143-147 (2017) Resumo. O estudo da atividade de forrageio diurno de Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) em um plantio de Eucalyptus sp. foi realizado na Fazenda Volta Redonda localizada no município de Volta Redonda, Rio de Janeiro. Para as observações foram demarcados três ninhos distantes no mínimo 50 m entre si. Estes foram monitorados alternadamente a cada 20 min., ao longo do dia no período de 6:00 h às 18:00 h totalizando 108 horas em nove dias no período de abril a agosto de 2015. As saídas dos ninhos foram mais frequentes no período da tarde (35%), e a chegada com recurso alimentar acontecia ao longo do dia com maior frequência no período da manhã. Dentre a diversidade dos itens coletados estão insetos de várias ordens, sementes, folhas, flores e aranhas, demonstrando um ecletismo alimentar peculiar do gênero. Os itens mais coletados foram pupas de insetos e sementes. A espécie O. bauri apresentou um padrão de atividade similar ao já descrito na literatura, entretanto, demonstrou maior atividade ao final da manhã, acompanhando o aumento de temperatura. Palavras-chave: Ecologia comportamental; etologia; formigas; Ponerinae; predação.

Daytime foraging of Odontomachus bauri Emery in eucalyptus plantation in the municipality of Volta Redonda, Rio de Janeiro State, Brasil Abstract. The study of Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) daytime foraging activity in a plantation of Eucalyptus sp. was conducted in the Farm Volta Redonda, located in the city of Volta Redonda, Rio de Janeiro State, Brazil. Three nests were marked for observations. The nests were distant more than 50 m apart. These were monitored alternately every 20 min. throughout the day in the period of 6:00 h to 18:00 h. In total, the nests were monitored by 108 hours. The outputs of the ants of the nests were higher in the afternoon (35%), but the arrival with some kind of food resources was happening throughout the day more often in the morning. Amongst the diversity of items collected by O. bauri are insects of various orders, seeds, leaves, flowers and spiders. The most collected items were pupae of insects and seeds. The activity of this species was positively affected by air temperature. Thus, O. bauri shown a generalist species with foraging activity at the end of the morning, accompanying the increase in temperature. Keywords: Ants; behavioral ecology; etology; Ponerinae; predation.

s espécies da subfamília Ponerinae estão distribuídas em duas tribos, 47 gêneros, 1202 espécies e 156 subespécies (Lattke 2015). Essas formigas são bem distribuídas nos trópicos com grande variação quanto aos hábitos alimentares e forrageio predominantemente epigéico e/ou hipogéico (Lattke 2015). Entre os gêneros desta subfamília, Odontomachus é gênero encontrado em zonas tropicais úmidas, em regiões subtropicais do Velho Mundo (África e Ásia) e zonas temperadas do hemisfério Norte e Sul (Fiala et al. 1989). A agressividade é característica marcante de Odontomachus e seus ninhos podem ser confeccionados no solo, embaixo de rochas e troncos em decomposição e na serapilheira. Além disso, podem nidificar em árvores e bromélias (Camargo & Oliveira 2012). Fáceis de serem reconhecidas pelo formato de suas cabeças e pelo tamanho de suas mandíbulas as espécies do gênero Odontomachus são

caçadoras solitárias e ativas (Fernández 2008). Entretanto sementes também podem fazer parte de sua dieta (Almeida et al. 2013), assim como secreções de nectários e frutas (Lattke 2015). Apresentam predominância de comportamento epigéico durante o forrageio, mas algumas espécies utilizam troncos e folhagens (Brown 1976). Predadora de artrópodes, e necrófaga com distribuição para o sudeste da América do Sul, Galápagos e Costa Rica Odontomachus bauri Emery é considerada bem distribuída. Esta espécie foi registrada em estudos de comunidades em biomas brasileiros importantes para a conservação da biodiversidade como o cerrado (Meurer et al. 2015), Amazônia (Solar et al. 2016) e Mata Atlântica (Santos et al. 2012). Esta espécie é resistente a ambientes secos e tende a forragear na superfície do solo e sobre

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William Costa Rodrigues

Gustavo Correiro Amaral  gustavo_correiro@yahoo.com.br  No ORCID record

Article History: Received: 13.x.2016 Accepted: 28.viii.2017

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a vegetação (Lattke 2003, 2015). Apresentam forrageio solitário, sem recrutamento, e segundo Ehmer & Holldobler (1995) com uma prevalência de atividade no período crepuscular. Por outro lado, estes padrões etológicos já descritos para a espécie O. bauri não foram avaliados em ambientes simplificados como plantios de Eucalyptus sp. Desta forma, partindo do pressuposto que ambientes homogêneos apresentam menor abundância e diversidade de recursos em relação a ambientes heterogêneos o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade diurna de O. bauri, em plantio de Eucalyptus sp. e comparar os possíveis padrões encontrados com os já descritos na literatura.

Material e Métodos O estudo foi realizado na Fazenda Volta Redonda localizada no bairro Jardim Belvedere no Residencial Condomínio Mata Atlântica no município de Volta Redonda-RJ (22° 31’54” S; 44° 03’30” O), que se encontra na Região do Médio Vale Paraíba do Sul fluminense. O clima é mesotérmico, com inverno seco, verão quente e chuvoso e elevado índice de umidade relativa do ar (77%); seu índice pluviométrico atual é de 1.337 mm e a temperatura média é de 21 ºC. A fazenda onde foi realizado o estudo está em uma altitude de 480 m. A fazenda possui 245 ha com um plantio de eucalipto (Eucalyptus sp.) de quatro anos de idade, ocupando aproximadamente 60% da área da fazenda. Foram observados três ninhos de O. bauri distantes mais de 50 m entre si nos meses de abril a agosto de 2015. O ninho I estava situado na borda do plantio de eucalipto que está próximo a um remanescente florestal pequeno em estagio inicial de sucessão e da estrada de acesso principal da propriedade. O ninho II estava situado na porção mais central do plantio de eucalipto, com serapilheira escassa ao seu redor. O ninho III apresentava uma entrada bem caracterizada e com maior quantidade de serapilheira ao seu redor. De modo geral, os ninhos apresentaram uma camada de serapilheira oriunda das plantas de eucalipto e alguns troncos caídos sobre a entrada dos ninhos. Em uma escala geográfica mais ampla os ninhos estavam inseridos em uma paisagem com matriz de pastagem com pequenos fragmentos florestais e área urbana.

todos os ninhos fossem contemplados em todos os horários de observação. Durante as observações foram quantificadas as entradas e saídas dos indivíduos de cada ninho, registrando o material transportado. A identificação do material coletado pelas formigas foi realizada através da coleta manual das formigas que os carregavam. A identificação foi realizada ainda no campo ou no laboratório, com auxilio de um microscópio estereoscópico. Assim, para estimar a eficiência da atividade de forrageio foi mensurada a taxa de eficiência de forrageio de acordo com Giannotti & Machado (1992) e Chagas & Vasconcelos (2002): Eficiência = (Nº de forrageadores que transportam / número total de forrageadores) x 100. Além disso, foram mensurados atributos ambientais como luminosidade, umidade relativa e temperatura do ar com auxílio de um termohigrômetro digital ao longo do dia ao lado de cada ninho e ao nível do solo. Na análise dos dados foi utilizada a análise de correlação de Spearman para verificar a existência de relação entre o nível de atividade das formigas (número de formigas entrando no ninho e número de formigas saindo do ninho) e os atributos ambientais mensurados (luminosidade, umidade relativa e temperatura). Foi utilizada a probabilidade de 5% (P < 0,05) para considerar que as correlações foram significativas.

resultados e discussão Foram contabilizadas 108 horas de observações que mostraram dois pequenos picos de atividade (entradas e saídas) para os indivíduos de O. bauri que foram nas observações realizadas de 12:00h as 12:20h e de 17:00h as 17:20h (Figura 1). Por outro lado, a eficiência da atividade de forrageio foi maior no período de 8:30h as 9:20h embora tenha ocorrido um pico de eficiência no horário de 12:30h as 12:50h (Figura 2). Este resultado revela uma discordância ao padrão descrito por Brown (1976) para a maior parte das espécies de Odontomachus que apresentam hábitos de forrageio crepuscular, à noite e ao longo da madrugada. Como, por exemplo, no caso de Odontomachus chelifer (Latreille) (Raimundo et al. 2009) e Odontomachus hastatus (Fabricius) que possuem atividade noturna, embora também são vistas forrageando durante o dia (Camargo & Oliveira 2012). A eficiência na atividade de forrageio mostrou que durante todo o dia o ninho é abastecido com algum tipo de recurso alimentar, demonstrando que para O. bauri a atividade de forrageio não se concentra somente no período noturno (Figura 2). Certamente, este comportamento propicia pequenas variações na ocupação dos nichos o que pode proporcionar a coexistência de um maior número de espécies nos ecossistemas, principalmente nos

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As observações foram realizadas ao longo de todo o período do dia entre 6:00 h da manhã e 18:00 h. Cada ninho foi observado por 20 min. com intervalo de uma hora entre cada observação. As observações foram realizadas de modo alternado para que

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Figura 1. Registro das entradas e saídas dos indivíduos de Odontomachus bauri Emery 1892 nos ninhos monitorados em um plantio de Eucalyptus sp., no município de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro.

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EntomoBrasilis 10 (3): 143-147

Figura 2. Taxa de eficiência de forrageio total de Odontomachus bauri Emery 1892 em plantio de Eucalyptus sp. no município de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro.

impactados onde os recursos são mais escassos como no caso do cultivo de Eucalyptus sp. deste estudo.

Mesmo que para alguns grupos a temperatura não exerça influência sobre a atividade de forrageio, como o observado por Firmino et al. (2014) para espécies do gênero Pheidole. Lima & Antonialli-Junior (2013) verificaram para Ectatomma vizottoi Almeida a influencia da temperatura sobre a atividade de forrageio. Chagas e Vasconcelos (2002) também observaram maior atividade de forrageio em temperaturas mais altas para Pachycondyla obscuricornis (Emery), Camargo & Oliveira (2012) para O. hastatus e Hart & Tschinkel (2012) para Odontomachus brunneus. Neste estudo, também verificamos a influência da temperatura na atividade de forrageio de O. bauri. Quanto aos itens trazidos como recursos para os ninhos O. bauri (Figura 3) apresentou certa diversificação, mas com maior prevalência de pupas do que animais adultos. Dentre os itens coletados destacam-se indivíduos dos táxons Isoptera, Diptera, Homoptera e Formicidae. No entanto ocorreu a coleta

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O número de entradas de formigas nos ninhos esteve correlacionado positivamente com a temperatura do ar (r = 0,18; p = 0,02), mas não com a luminosidade (r = 0,14; p = 0,08) e umidade relativa do ar (r = 0,10; p = 0,22). O mesmo ocorreu com o número de saídas de formigas dos ninhos; houve correlação positiva com a temperatura do ar (r = 0,18; p = 0,02), mas não com a luminosidade (r = 0,10; p = 0,19) e umidade relativa do ar (r = 0,05; p = 0,55). Com relação a eficiência nenhum dos atributos ambientais apresentou relação [temperatura (r = 0,27; p = 0,46), umidade (r = 0,12; p = 0,51) e luminosidade r = 0,17; p = 0,69)], corroborando ao estudo de Ehmer & Holldobler (1995). Todavia sabe-se que alguns atributos ambientais como, por exemplo, a temperatura influencia a atividade de boa parte das espécies de formigas (Cerda et al. 1998), assim como a riqueza e diversidade (Vargas et al. 2007). Traniello et al. (1984) observou que em ambiente quente e úmido pode ocorrer uma redução de presas, já que a temperatura também influencia outros grupos de invertebrados que são presas em potencial (Wolda 1978). Deste modo, as temperaturas mais altas no período da manhã

influenciaram na maior diversidade destas presas no ambiente em relação ao período da tarde, o que de certa forma pode explica a redução dos fluxos de atividade e a eficiência no forrageio dos ninhos observados neste estudo.

Figura 3. Quantidade total de itens coletados por operárias de Odontomachus bauri Emery 1892 em um plantio de Eucalyptus sp., no município de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro.

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e entrada de outros itens como sementes, folhas e pequenos galhos. O. bauri não demonstrou preferência alimentar, sendo assim bastante generalista, tanto de animais vivos quanto de mortos, corroborando os dados relatados para Pachycondyla striata Smith e Ectatomma quadridens (Fabricius) (Giannotti & Machado 2012). Durante as observações de O. bauri não foram observados a coletividade entre os indivíduos no decorrer da atividade. Assim como formigas do subfamília Ponerinae as operárias de E. vizottoi não possuem esse comportamento de forrageio coletivo (Lima & Antonialli-Junior, 2013) mantendo um forrageio solitário sem recrutamento. Este resultado corrobora o observado por Arantes et al. (2008), para colônias desta espécie mantidas em laboratório, que constatou elevada flexibilidade comportamental com baixa produção de grupos de trabalhos especializados. Todavia, vale ressaltar que o ecletismo reduzido em comparação a ambientes mais complexos se deve a disponibilidade de recursos alimentares locais que certamente regem o padrão de atividade desta espécie. O. bauri apresentou um padrão de atividade similar ao já descrito na literatura, entretanto, demonstrou maior atividade ao final da manhã, acompanhando o aumento de temperatura.

AGRADECIMENTOS Agradecemos ao UniFOA pelo suporte financeiro. À Fazenda Volta Redonda por permitir a realização das observações e aos revisores pelas valiosas contribuições.

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REFERENCIAS Almeida, F.S., A.J. Mayhé-Nunes & J.M. Queiroz, 2013. The importance of poneromorph ants for seed dispersal in altered environments. Sociobiology, 60: 229-235. DOI: https://doi.org/10.13102/sociobiology.v60i3.229-235. Arantes, J.F.P., P.A.A. Rodrigues, I.C. Tannure-Nascimento & F.S. Nascimento, 2007. Divisão do trabalho e flexibilidade comportamental entre operárias de Odontomachus bauri Emery, 1881 (Formicidae, Ponerinae). Revista Brasileira de Zoociências, 2: 115-119. Brown, W.L.J.R., 1976. Contributions toward a reclassification of the Formicidae. Part VI. Ponerinae, Tribe Ponerini, Subtribe Odontomachiti. Section A. Introduction, Subtribal characters. Genus Odontomachus. Studia Entomologica, 19: 67-171. Camargo, R.X. & P.S. Oliveira 2012. Natural history of the Neotropical arboreal ant, Odontomachus hastatus: Nest sites, foraging schedule, and diet. Journal of Insect Science, 12: 1-9. DOI: https://doi.org/10.1673/031.012.4801. Cerda, X., J. Retana & S. Cros, 1998. Critical thermal limits in Mediterranean ant species: trade off between mortality risk and foraging performance. Functional Ecology, 1: 45-55. DOI: https://doi.org/10.1046/j.1365-2435.1998.00160.x. Chagas, A.D.S. & V.D.O. Vasconcelos, 2002. Comparação da frequência da atividade forrageira da formiga Pachycondyla obscuricornis (Emery, 1890) (Hymenoptera, Formicidae) no verão e no inverno, em condições de campo. Revista Brasileira de Zoociências, 1: 97-109. Ehmer, B.B. & B. Hölldobler, 1995. Foraging behavior of Odontomachus bauri on Barro Colorado Island. Psyche, 102: 215-224. Fernández, F., 2008. Subfamilia Ponerinae s.str. p. 123-218. In: Jiminez, E., F. Fernández, T.M. Arias & F.H. Lozano-Zambrano (Eds.). Sistemática, biogeografía y conservación de las hormigas cazadoras de Colombia. Instituto De Investigación De Recursos Biológicos Alexander Von Humboldt, 622 p. Fiala, B., U. Maschwitz, T.Y.Pong & A.J. Helbig, 1989. Studies of a south east Asian ant-plant association: protection of Macaranga trees by Crematogater borneensis. Oecologia, 79: 463-70. DOI: https://doi.org/10.1007/bf00378662. Firmino, E.L.B., F.S. Ferreira & N.S. Pereira, 2014. Influência das variáveis ambientais na taxa de forrageamento da formiga Pheidole sp. (Hymenoptera: Formicidae). Anais do Encontro de Iniciação Científica-ENIC, 8º ENEPEX, 6 p.

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Suggestion citation:

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Amaral, G.C., A.B. Vargas & F.S. Almeida, 2017. Forrageio diurno de Odontomachus bauri Emery (Hymenoptera: Formicidae) em plantio de Eucalyptus sp. no municĂ­pio de Volta Redonda-RJ. EntomoBrasilis, 10 (3): 143-147. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.659

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doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.661 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Ecology/Ecologia

Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera: Tephritidae) community in a conservation area of the Cerrado Biome Manoel Araecio Uchoa¹ & Darcy Alves Bomfim² 1. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). 2. Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT).

EntomoBrasilis 10 (3): 148-154 (2017) Abstract. The effects of vegetation burning on populations and species composition of Anastrepha fruit flies in environments of the Cerrado are unknown. Thus, this study investigated the influence of fire on a community of fruit flies in two Cerrado environments, namely, typical Cerrado (savanna-like) and forested Cerrado. We collected species of Anastrepha, using McPhail traps weekly from 2 May 2011 to 30 April 2013. Collection data were analyzed using non-metric multidimensional scaling (NMDS) to characterize the patterns of variation in species composition, comparing the species abundance (numbers of individuals) before and after the fire event. The NMDS results showed an influence of both annual season and fire on the populations of fruit flies in the forested Cerrado, and a trend of population growth after the fire event in the typical Cerrado. The curves of species accumulation indicated a greater diversity of species in the post-fire than the pre-fire period, and the species diversity did not reach stabilization within the post-fire observation period. The diversity of habitats formed by burning and rapid regeneration of the flora after the fire could be responsible for the increase in species abundance and species richness of fruit flies in comparison with the pre-fire period. Keywords: Conservation, Diversity; Frugivorous insects; Species richness; Trypetinae.

Efeito de um incêndio acidental na comunidade de Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) em uma área de conservação do Bioma de Cerrado Resumo. Os efeitos de queima da vegetação sobre as populações e a composição de espécies de moscas das frutas do gênero Anastrepha em ambientes do cerrado ainda são desconhecidos. Assim, este estudo investigou a influência do fogo em uma comunidade de moscas das frutas em dois ambientes de Cerrado: Cerrado típico e Cerradão. Foram coletadas espécies de Anastrepha, usando armadilhas McPhail semanalmente, no período de 2 maio de 2011 a 30 abril de 2013. Os dados das coletas foram analisados empregando-se escalonamento não-métrico multidimensional (NMDS) para caracterizar os padrões de variação na composição de espécies, comparando a abundância e diversidade das espécies antes e após o incêndio. Os resultados NMDS mostraram uma influência da época do ano e do fogo sobre as populações de moscas das frutas no Cerradão e uma tendência de crescimento da população após a passagem do fogo no Cerrado típico. Curvas de acumulação de espécies indicaram uma maior diversidade de espécies no período pós-fogo em comparação ao período anterior ao incêndio, e a diversidade de espécies não atingiu a estabilização dentro do período de observação após o incêndio. A diversidade de hábitats formados pela queimada e rápida regeneração da flora após tal incêndio pode ter sido responsável pelo aumento na abundância de indivíduos e riqueza de espécies de Anastrepha em comparação com o período anterior à passagem do fogo. Palavras-chave: Conservação; Diversidade; Insetos frugívoros; Riqueza em espécies; Trypetinae.

ire is one main determinant of the environmental structure and population dynamics in the savannas (Uehara-Prado et al. 2010). Its effects cause changes in the community structure of arthropods due to changes in the plant community (Hartley et al. 2007; Frizzo et al. 2011). If differing types of fire regimes, different ecological conditions before and after fire events and differing degrees of adaptation of organisms to fire events are ignored, results from population studies may not adequately describe typical arthropod communities in the regions under study (Moretti et al. 2004). Whereas fire is beneficial and life sustaining in ecosystems that have evolved with fire, it may be harmful in ecosystems composed mainly of plants and animals that are not adapted to fire (Hardesty et

al. 2005). Hence, fire events may have positive effects on some organisms and negative effects on others (Swengel 2001; Panzer 2002; Frizzo et al. 2011). Furthermore, the richness of ecological communities may be affected through direct or indirect impacts of fire (Swengel 2001; Frizzo et al. 2011). The Cerrado is one of the most threatened ecosystems worldwide, currently ranked number 6 on the list of priority environments for biodiversity conservation (Myers et al. 2000). It is the richest tropical savanna in the world (Frizzo et al. 2011), and fire has been considered an important component in its species dynamics (Klink & Machado, 2005). This biome occurs mainly in the central part of Brazil and supports a mosaic of vegetation types

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William Costa Rodrigues

Manoel Araecio Uchoa  uchoa.manoel@gmail.com  https://orcid.org/0000-0001-5764-1421

Article History: Received: 15.x.2016 Accepted: 25.ix.2017

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Funding agencies: CNPq–Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico; FUNDECT-Fundação de Apoio ao Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, and CAPES-Coordenação de Apoio de Pessoal de Nível Superior.


Uchoa & Bomfim (2017)

Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera:…

with heterogeneous plant communities (Sano et al. 2008; Adeney et al. 2009). Its rich biodiversity of endemic species has not been well documented and has received less attention than that of the Amazonian and Atlantic forests in terms of conservation measures. Only 2.2% of the Cerrado is legally protected in the form of protected areas (Klink & Machado 2005). Such areas, although not large enough to maintain viable populations of many species, are greatly needed because they are an effective way to maintain biodiversity (Adeney et al. 2009). According to Sano et al. (2008), Tocantins is one of three Brazilian states that have preserved the largest portion (79%) of Cerrado. The use of controlled fire in protected areas, as practiced in other savannas worldwide, can be a form of habitat diversification in the Cerrado and could enhance biological diversity (Parr & Brockett 1999). A fire event usually influences the fauna at both: population and community levels, and at least in part, the fauna of the Cerrado is resilient to fire (Frizzo et al. 2011). The influence of fire or other environmental disturbances on the abundance and richness of species can differ between certain trophic levels. Such disturbances probably induce changes in key functions in the ecosystems (Ober & DeGroote 2011). Through the use of models, Wootton (1998) demonstrated that disturbances may change dominance of species, causing sudden changes in trophic interactions. A disturbance also can interact with other ecological processes, affecting the patterns of species abundance and species diversity. Studies on fire in forests suggest that arthropod populations take a few years to recover from the fire event (Camann et al. 2008). It is possible that the frequency and annual season in which fire events occur in forests could adversely affect moisture, soil composition, composition of flora, fauna, and rates of succession (Uehara-Prado et al. 2010). Generally, responses of arthropods to fire are species specific and vary according to the frequency of fires, the elapsed time between the burnings and the features of the specific animal or plant group under study (Frizzo et al. 2011). Most studies demonstrating the effects of fire on insect communities make no references to frugivorous insects. Furthermore, most studies on Tephritoidea focus on the fruit flies’ economic importance as pests of fruit and vegetables and on their natural enemies. Fruit flies have shown great potential for applied ecological studies (Uchoa 2012), but the effects of fire events on their communities in the Cerrado are unknown. We hypothesized that species abundance and species richness of fruit flies in the Cerrado could decrease after a fire event. Thus, the aims of this study were to examine how the community of fruit flies will respond to an accidental fire event and to provide data that could aid in biodiversity conservation for the biome Cerrado.

Material and Methods

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Study Area. The study was carried out from 2 May 2011 to 30 April 2013 in the Parque Estadual do Lajeado (PEL), located at 10°00’24”S, 48°17’03”W; 10°00’13”S, 48°15’45”W; 10°11’50”S, 48°12’56”W; 10°11’25”S, 48°10’37”W and 10°09’14”S, 48°09’54”W in the city of Palmas, capital of Tocantins State, Brazil, with an area of approximately 9,931 ha (Seplan 2005). PEL is an integral protection conservation area (Law 9.985/2000, integrant of the Sistema Nacional de Unidades de ConservaçãoSNUC, Brazil). It presents grassland Cerrado (typical savannalike Cerrado) and forested Cerrado. During the period of this research, the mean monthly temperature ranged from 19.8 °C to 38.6 °C, precipitation from 0 mm to 397 mm, and air relative humidity from 34.5% to 87.5%. The climatic data were obtained from the Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Brazil.

Data Collection. Eighteen McPhail traps baited with a hydrolyzed corn protein solution (5% v/v), positioned 1.8 m from ground level and installed on previously selected points. Traps were spaced at least 500 m away from each other in transects covering environments of typical Cerrado (12 traps) and forested Cerrado (six traps), according to classification of Ribeiro & Walter (2008) for Brazilian savannas. The number of traps was proportional to the size of each environment. All traps were checked weekly to collect the captured fruit flies and to renew the bait, from 02 May 2011 to 30 April 2013. In the first half of September 2012, an accidental and uncontrolled fire event occurred in PEL, burning about 50% of the total area. Ten traps were lost in the fire, which were replaced in the following week, and data collection after the fire event continued for over seven months, following the same method as before the burning period. The traps installed in the areas not burned out were between 100 m and 2.000 m from the areas that were burned. The trapped Anastrepha species were stored in vials with 80% ethanol. The species identification was based on morphological characters such as the chromatic patterns of adult’s body and wings; shape and dimensions of the apex of females’ aculeus (by M. A. Uchoa). After identification, voucher specimens of the fruit flies were deposited in the Coleção Entomológica do Museu da Biodiversidade (MuBio-UFGD), Dourados-MS, Brazil. Data Analysis. We used data from all traps from September 2011 to April 2012 and from September 2012 to April 2013. A non-metric multidimensional scaling (NMDS) analysis with Euclidean distance was used to characterize patterns in the variation of Anastrepha species composition before and after the fire. This analysis was performed considering the presence and absence these fruit fly species, using the PAST 1.75b software (Hammer et al. 2005). The graphical representation was done using the software Statistica 7 (StatSoft 2004). To analyze the abundance of the collected Anastrepha species before and after the fire, figures with means and standard deviations of the numbers of adults caught in McPhail traps were plotted using Statistica 7 software (StatSoft 2004). To identify an increasing or decreasing trend in the species abundance, we used regression analysis, considering the average number of days after the first data reading. Curves of species accumulation were plotted for the typical Cerrado and the forested Cerrado to investigate the pattern of stabilization of species richness in the periods corresponding to before and after the fire event. For this analysis, we used the software EstimateS 8.2 (Colwell 2009).

Results During the two-year period, 903 individuals were captured in the 18 traps, belonging to 19 species of Anastrepha fruit flies (Table 1). Four species (Anastrepha macrura Hendel, Anastrepha nr. mucronota Stone, Anastrepha phaeoptera Lima and Anastrepha serpentina (Wiedemann)) were captured only before the fire, and five species (Anastrepha bahiensis Lima, Anastrepha binodosa Stone, Anastrepha nr. longicauda Lima, Anastrepha turpiniae Stone and Anastrepha zernyi Lima) were caught only after the passage of fire. Seven species (A. bahiensis, A. binodosa, Anastrepha haywardi Blanchard, A. nr. longicauda, A. macrura, A. phaeoptera and Anastrepha manihoti Lima) were new records for Tocantins State. In the forested Cerrado, the average abundance of Anastrepha species before the fire event was lowest in September, rising in the following months, with a peak in December. From December onwards, the average number of individuals of different Anastrepha species decreased. After the fire, a similar pattern e-ISSN 1983-0572


e-ISSN 1983-0572

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66

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86

2

162

Anastrepha bahiensis Lima

Anastrepha binodosa Stone

Anastrepha distincta Greene

Anastrepha fraterculus (Wiedemann)

Anastrepha haywardi Blanchard

Anastrepha macrura Hendel

Anastrepha manihoti Lima

Anastrepha nr. longicauda Lima

Anastrepha nr. mucronota Stone

Anastrepha obliqua (Macquart)

Anastrepha phaeoptera Lima

Anastrepha pickeli Lima

Anastrepha serpentina (Wiedemann)

Anastrepha sororcula Zucchi

Anastrepha striata Schiner

Anastrepha turpiniae Stone

Anastrepha zenildae Zucchi

Anastrepha zernyi Lima

Anastrepha spp. ♂♂

Species richness

Total / Month

150

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May

Anastrepha amita Zucchi

Species

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2

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Table 1. Patterns of fruit fly’s species populations (Diptera: Tephritidae), caught in McPhail traps in a conservation unity from Cerrado biome, before and after an accidental fire (Parque Estadual do Lageado, Palmas, To, Brazil, May 2011 to April 2013).

Setembro - Dezembro 2017 - www.periodico.ebras.bio.br EntomoBrasilis 10 (3): 148-154


Uchoa & Bomfim (2017)

Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera:…

was seen from September to January, followed by two abundance peaks in February and in April (Figure 1). In the typical Cerrado, there was an increasing trend in the mean abundance of individuals of Anastrepha species in the two periods, with greater values in the post-fire than the pre-fire period (Figure 1).

For the forested Cerrado, the NMDS ordination (stress = 0.05916) indicated that both seasonal variation and fire event (i.e., burning of vegetation and soil) had an effect on the variation in species composition. For both factors, the NMDS values were greater after the fire event than before the passage of fire (Figure 3).

The function of the regression analysis considering the average number of days after the first collection in the forested Cerrado was y = 6.5437 − 0.0174x (R² = 0.1059) before the fire and y = 6.2416 + 0.0008x (R² = 0.0002) after the fire. For the typical Cerrado, this function was y = −9.2228 + 0.3299x (R² = 0.6655) before the fire, indicating an average population increase of 3.3 flies every 10 days. For the period after the fire, the function was y = −165.6111 + 0.4440x (R² = 0.7452), indicating an average population increase of 4.4 flies every 10 days (Figure 2).

In the typical Cerrado, the NMDS ordination (stress = 0.3715) also indicated influences related to both seasonal variation and fire event. The variation in species composition was greater in the period after the fire than before the fire, whereas seasonal variation was less after than before the fire event, with indication of convergence between the two periods (Figure 3).

A

The curves of species accumulation indicated a greater diversity of Anastrepha species in the post-fire period compared with the pre-fire period. For both periods, the curves did not reach stabilization (Figure 4).

B

Figure 1. Patterns of fruit fly species abundance (Diptera: Tephritidae) [mean +SD] in the two environments forested Cerrado and typical Cerrado before (1 September 2011 to 30 April 2012) and after (1 September 2012 to 30 April 2013) a fire event in the Parque Estadual do Lageado, Palmas, Tocantins, Brazil.

A

B

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Figure 2. Total abundance of fruit fly species (Diptera: Tephritidae) in days after the first adult sampling with McPhail traps inforested Cerrado and typical Cerrado before (1 September 2011 to 30 April 2012, days 1 to 240) and after a fire event (1 September 2012 to 30 April 2013, days 360 to 600) in the Parque Estadual do Lageado, Palmas, Tocantins, Brazil.

A

B

Figure 3. Ordination of fruit fly species (Diptera: Tephritidae) composition in areas of forested Cerrado and typical Cerrado by non-metric multidimensional scaling (NMDS) analysis in the corresponding months before (1 September 2011 to 30 April 2012) and after a fire event (1 September 2012 to 30 April 2013) in the Parque Estadual do Lageado, Palmas, Tocantins, Brazil (the line that connects the dots indicates the temporal trajectory).

e-ISSN 1983-0572


Setembro - Dezembro 2017 - www.periodico.ebras.bio.br

EntomoBrasilis 10 (3): 148-154

A Figure 4. Curves of fruit fly species (Diptera: Tephritidae) accumulation based on all the samples taken in all areas of the Parque Estadual do Lageado, Palmas, Tocantins, Brazil, before (1 September 2011 to 30 April 2012) and after a fire event (1 September 2012 to 30 April 2013).

Protected areas play an important role in the conservation of natural environments. Because uncultivated host plants occur in these areas, there is a great possibility of finding stenophagous and monophagous species of fruit flies (see Aluja & Mangan 2008 classification), which generally are not found in agricultural systems. Thus, the likelihood of finding new fruit fly species increases when sampling is carried out in preserved environments, as evidenced by new records from the Amazonian and Atlantic forests of Brazil (Zucchi 2007; Norrbom & Uchoa 2011). However, few records of Tephritidae in natural environments are available for the Cerrado biome of Brazil. Previous to this research, 21 species of fruit flies had been recorded in the state of Tocantins, with 17 Anastrepha and four Neosilba species (Bomfim et al. 2007, 2014). In this survey, seven new records were added, namely: A. bahiensis, A. binodosa, A. haywardi, A. nr. longicauda, A. macrura, A. phaeoptera and A. manihoti, resulting in 24 Anastrepha species now reported from Tocantins State. Natural environments harbor unique communities of endemic species, and the structure and heterogeneity of the landscape are important in structuring communities of herbivores, which in turn are affected by fire (Kim & Holt 2012). The naturally occurring fires in the Cerrado form a mosaic of burned and unburned areas, resulting in great habitat heterogeneity and diverse resource availability (Ferrenberg et al. 2006). The re-growth of plants in burned areas creates vigorous vegetation, which is attractive to many species of insects - including fruit flies - that can use this environment as refuge, feeding and breeding sites. However, the patchy resource availability does not support large populations. Accordingly, the observed abundance of different species of Anastrepha recorded in this study was low. Impact of Fire on Species Abundance. Positive effects of fire on species abundance and species richness in Diptera and other insects have been observed (Hartley et al. 2007). In our survey, the abundance of Anastrepha species, measured as numbers of adult flies captured per trap per day, showed different patterns for the periods before and after the fire, with increased numbers after the passage of fire. This is opposed to our previous hypothesis, but the increase may be explained by the availability of new plant resources, which in the Cerrado generally increases within a few weeks after a burning, in response to the release of mineral compounds (Uehara-Prado et al. 2010). The rapid re-growth of the flora, with flowering and fruiting of many plant species, allowed Anastrepha species to re-colonize the area quickly. The population peaks of species of Anastrepha observed in the course of this survey likely coincided with the fruiting periods of their host plants, as has been shown by Ronchi-Teles & Silva (2005) for these fruit flies in the Amazonian forest. Prada et al. (1995) found that a fire had caused intense flowering in daisies, resulting in a e-ISSN 1983-0572

positive effect on the abundance of tephritid species associated with the inflorescences of these Asteraceae. We furthermore observed an ongoing population growth of the Anastrepha species after the fire in the typical Cerrado, indicating that a plateau had not been reached. The complete restoration of insect populations in burned areas of the Cerrado usually lasts between one and two years (Panzer 2002). Thus, our sampling likely occurred within the period of intense re-colonization of the burned area. Impact of Fire on Species Richness. The fire event also influenced the species richness of Anastrepha species in the Cerrado biome. The variation in species composition in the periods before and after the fire, despite showing similarities at the end of the sampling period, was different between the forested and the typical Cerrado. It is common for newly disturbed environments to show particular trajectories in the formation of communities, which are influenced by the scale, intensity and frequency of disturbances (Connell & Slatyer 1977). The effect of fire on species richness depends on the characteristics of the fire (mainly intensity) and the sensitivity of each species. In general, two kinds of fires, infrequent ones with high-intensity, or very frequent ones, cause major impacts on the ecosystems (Frizzo et al. 2011). The curves of species accumulation, an expression of the species diversity in a community, herein showed a higher asymptote in the post-fire than the pre-fire period, indicating an increase in species richness of Anastrepha after the fire event. These results agree with those of Ferrenberg et al. (2006), who found a positive effect of fire on the diversity of arthropods. Both curves (in the typical Cerrado, and in the forested Cerrado) did not reach stabilization, suggesting that the species diversity in that areas had not reached their maxima. Thus, it is possible that more species of fruit flies could have been caught if the samplings had continued. Re-Colonization after a Fire Event. Disturbance by fire can affect the species richness in ecological communities through direct and/or indirect effects (Swengel 2001). These effects cause changes in the community structure of plants and in turn of phytophagous arthropods (Hardesty et al. 2005; Frizzo et al. 2011). When certain plant species become limited or unavailable, monophagous species may experience local extinction whereas generalist or polyphagous species may be able to utilize alternative resources (Frizzo et al. 2011). For those herbivores, that are specialized on certain plant structures (e.g., flowers or fruit), very frequent fires can make these resources completely unavailable (Wright & Samways 1999). On the other hand, fire can release nutrients and accelerate the cycle of fruiting in some species of plants adapted to the Cerrado environments, where the fire is a common and frequent element, thus favoring populations of certain species of fruit flies.

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Discussion


Uchoa & Bomfim (2017)

Effect of an accidental fire on Anastrepha fruit fly (Diptera:…

Eggs and larvae of Anastrepha species are endophytic, living within their host fruit. By the end of the third instar, the larvae exit their host fruit and burrow 2 to 5 cm deep into the soil to pupate and to complete their metamorphosis into adults (Uchoa 2012). Fruit fly populations may suffer the effects of fire due to burning of the host plants and of the soil. On the other hand, the buried pre-pupae and pupae may survive a rapid passage of fire. Furthermore, Marini-Filho (2000) found that leaf miner insects that pupate above ground could survive a fire when they were on islands of unburned vegetation or stayed at a height where the temperature was not hot enough to kill the larvae. In that research (Marini-Filho 2000), found that the origin of re-colonization was both endogenous and exogenous. The results of research on dispersal of polyphagous fruit flies species from the genus Anastrepha in the environments are controversial. There are publications that highlight a low mobility, between 100-250 m in Mexico (Hernández et al. 2007), from 600-800 m in Brazil (Kovalesky et al. 1999). On the other hand, some papers report a high dispersive capacity, ranging from 9 km in Mexico (see Thomas & Loera-Gallardo 1998), up to 135 km of displacement, as reported by Christensen & Foote (1960) from USA. The results herein suggest a re-colonization of the burned areas from the month of October. All Anastrepha species captured in the first three months after the fire were polyphagous, which may explain the rapid re-colonization of the area. Populations of abundant Tephritidae species, like those commonly reported as pests (polyphagous), tend to re-establish quickly after fire events, whereas geographically restricted and rare species (monophagous) tend to require more time for recovery their populations after an environment burning, as reported by Swengel (2001). In this research the question remains: whether the re-colonization by Anastrepha species in the burned areas was of endogenous or exogenous origin. Some publications have shown that polyphagous species of Anastrepha are able to disperse in few days or weeks, between 9-135 km (Thomas and Loera-Gallardo, 1998; Christensen and Foote, 1960), reinforcing the possibility of re-colonization, starting from the unburned areas (exogenous re-colonization). On the other hand, it is also possible that pupae buried in the soil have survived and re-colonized the environment after the fire event (endogenous re-colonization). So, future research is needed to clear this doubt.

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Recovery after a Fire Event. Open and well-drained savannas of the Cerrado biome are adapted to fire and, according to the classification of Hardesty et al. (2005), are fire-dependent ecosystems. This may explain the response of the community of Anastrepha captured in the typical Cerrado after the fire, demonstrating high resilience. Although the fire likely caused extensive mortality of the insects, the vegetation could quickly recover and produce fruit, attracting species of frugivorous Tephritidae, including local species, to re-colonize the burned environment (Swengel 2001; Uehara-Prado et al. 2010). In addition, pupae buried in the soil may have survived a fast burning in the typical Cerrado. Sgardelis et al. (1995) found a significant reduction in the abundance and diversity of insect species after a fire, with a trend toward recovery in the second year after the fire. Pivello & Coutinho (1992) also suggested that it takes at least two years for areas affected by a fire to regenerate and reach their original diversity. Although herein the surveyed period after the fire event was not long enough to sample the expected number of Anastrepha species in the Cerrado biome, the results clearly showed that the fire affected the abundance and diversity of captured species. Our results further revealed the typical pattern of populations of frugivorous tephritid species in natural environments, with low species abundance and high species richness.

In this research, the community of Anastrepha species was influenced by both: annual seasons and fire effect in the two examined environments (typical Cerrado and forested Cerrado). In both environments, greater species diversity was found in the period after than in the period before the fire.

Acknowledgments We thank Rafael J. Oliveira and Davi B. Chagas for help with statistical analyses; Wagner F. Melo for the critical review of this manuscript (all from the Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional-TO); CNPq–Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico for the grant (Process: 305112/2012-0) based on research productivity awarded to M. A. Uchoa; FUNDECT-Fundação de Apoio ao Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul and CAPESCoordenação de Apoio de Pessoal de Nível Superior, for financial support (Chamada FUNDECT/CAPES No. 44/2014 PAPOS-MS), and Dr. Verena Lietze (Science Language Editor, Bioscience Translation LLC Gainesville, FL 32635, USA) by the English revision of the manuscript.

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e-ISSN 1983-0572

154

Suggestion citation:


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.707 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Forensic Entomology/Entomologia Forense

Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes matérias orgânicas em decomposição em dois tipos vegetacionais do semiárido Pernambucano Daniel Luís Viana Cruz¹, Aline Freitas Spíndola², Fernanda Larisse dos Santos Lima³ & Plínio Pereira Gomes Junior³ 1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva. 2. Texas A&M University (TAMU). 3. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

EntomoBrasilis 10 (3): 155-161 (2017) Resumo. No semiárido, poucos são os estudos que abordam a dipterofauna necrófaga. Assim, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento da fauna de dípteros necrófagos e avaliar sua distribuição espaço-temporal em diferentes localidades dos municípios de Serra Talhada/ PE e Triunfo/PE. Foram realizadas coletas, ao longo do período de setembro de 2013 (estação seca) e abril de 2014 (estação chuvosa), com auxilio de armadilhas aéreas contendo três tipos de iscas diferentes (peixe, frango e carne bovina) em quatro pontos de coletas, três em Serra Talhada (área rural, área urbana e lixão) e um em Triunfo (área rural). A partir de 1.215 indivíduos coletados foram identificadas 12 espécies distribuídas entre as famílias Calliphoridae, Muscidae, Fanniidae, Phoridae, Piophilidae, Stratiomyidae, Sarcophagidae, Tephritidae e Ulidiidae. Palavras-Chave: Abundância; dípteros; índice de Shannon-Wiener; riqueza de espécies; semiárido.

Necrophagous dipterofauna diversity associated to different types of organic matter decomposed in two vegetation types of the semi-arid Pernambuco Abstract. In the semi-arid region, there are few studies that address the necrophagous dipterofauna. Then, this study aimed to carry out a survey the fauna of necrophagous insects of Diptera order and assess its spatiotemporal distribution in different locations in the municipalities of Serra Talhada/PE and Triunfo PE. The insects have been collected during the September 2013 (dry season) and April 2014 (rainy season), using air traps with three different types of bait (fish, chicken and beef) in four collection points, three in Serra Talhada (rural area, urban area and dump city) and Triunfo (rural area). From 1,215 individuals collected were identified 12 species distributed among the families Calliphoridae, Muscidae, Fanniidae, Phoridae, Piophilidae, Stratiomyidae, Sarcophagidae, Tephritidae and Ulidiidae. Keywords: Abundance; Diptera; semi-arid; Shannon-Wiener index; species abundance.

ípteros necrófagos desempenham um importante papel ecológico na decomposição de matéria orgânica e, juntamente com os microrganismos, atuam na ciclagem de nutrientes, acelerando a decomposição (Rafael et al. 2012). Vários compostos voláteis são emitidos durante a decomposição de carcaças, as quais variam ao longo do tempo, na proporção que diferentes tecidos são deteriorados, gerando atratividade diferenciada (Vass et al. 2008). As variações que ocorrem em matérias orgânicas em decomposição afetam a distribuição temporal de moscas necrófagas e devem ser estudadas em conjunto com o bioma, a estação do ano e o tipo de substrato (Byrd & Castner 2010). Fatores bióticos e abióticos influenciam a flutuação de populações de dípteros muscóides, sendo alteradas por meio das estações do ano. Atualmente a dinâmica populacional e padrão de distribuição espacial das espécies de dípteros de importância forense por meio da ação de fatores antrópicos. Tais

fatores fazem com que espécies silvestres sejam encontradas em ambientes urbanos, assim como espécies tidas como urbanas, sejam localizadas em florestas. Portanto, é evidente a aptidão de espécies invasoras em se adaptarem a diversos ambientes. A esta capacidade dar-se o nome de sinantropia (Mello et al. 2007). Neste sentido, estudos que envolvem a fauna cadavérica são essenciais para que se possa obter o intervalo pós-morte (IPM) (Wolff et al. 2001). Para tanto, é preciso se ter conhecimento sobre as condições climáticas e geográficas do local de estudo, pois dependendo da espécie e da região onde habitam, podem apresentar alterações comportamentais (Greenberg 1990). Sendo assim, é de grande relevância a realização de levantamentos por localidade visto as variações alterações destes fatores entre diferentes localidades (Oliveira-Costa 2011). O município de Serra Talhada do estado de Pernambuco (Brasil) possui altitude média de 444 m (IBGE 2010). A vegetação que predomina é a caatinga hiperxerófila (Agbenin & Tiessen 1994). Tem clima

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William Costa Rodrigues

Daniel Luís Viana Cruz  daniel22bio@gmail.com  No ORCID record

Article History: Received: 29.iv.2017 Accepted: 22.x.2017

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Cruz et al. (2017)

Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes…

BSw’h’, segundo a classificação de Köppen, sendo muito quente e semiárido, porém pode chegar a temperatura mínima de 18 °C em alguns meses. Possui precipitação média anual de 639 mm (LAMEPE/ITEP 2009). O município de Triunfo, Pernambuco, fica localizado nas coordenadas 07° 50’ S e 38° 06’ W, distante 442 km de Recife. É uma região montanhosa, com altitude média de 1.010 m (IBGE 2010). A vegetação predominante é o brejo de altitude (Ferraz 1998). Quanto ao clima, as regiões mais altas são do tipo Cw’a, clima mesotérmico, apresentando inverno seco e verão chuvoso, temperatura mínima de 12 e máxima de 30 °C. Com precipitação média anual de 1230 mm, sendo fevereiro, março e abril os meses com maiores índices pluviométricos (LAMEPE/ITEP 2009). Nos estados do Nordeste a taxa de homicídios é mais frequente do que nas demais regiões do Brasil. Isso se deve a diferença socioeconômica entre a região Nordeste em comparação com as outras regiões do país. Na região Nordeste grande parte dos homicídios não são resolvidos devido à falta de investimentos em procedimentos criminalísticos e a complicação existentes no sistema legal brasileiro (Vasconcelos & Araújo 2012). Tendo em vista a falta de estudos sobre a dipterofauna necrófaga do semiárido, este estudo teve como objetivo analisar a diversidade das principais famílias de Diptera em Serra Talhada – PE e Triunfo – PE, uma vez que são regiões próximas que possuem clima e vegetação distintos. Também propôs analisar a composição das espécies em diferentes estações do ano e tipos de iscas, para testar a preferência entre as espécies, pelos diferentes compostos voláteis característicos de cada tipo de substrato utilizado.

Material e Métodos O estudo foi realizado nos Municípios de Serra Talhada/PE, cuja vegetação predominante é a caatinga, e no Município de Triunfo/PE, com predomínio de brejo de altitude. Estes dois municípios estão localizados na região do semiárido do estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Foram escolhidos quatro locais de coleta, sendo os três primeiros localizados em Serra Talhada, o primeiro refere-se ao lixão (08°01’48,3” S, 034º16’27,8” W), apresentando altitude de 457 m; o segundo é o Bairro José Tomé de Souza Ramos, de classe média baixa, conhecido popularmente por Mutirão, (07°58’19,7” S, 038°17’07,5”W), com altitude de 447 m; o terceiro localizase na zona rural da Unidade Acadêmica de Serra Talhada/ Universidade Federal Rural de Pernambuco (UAST/UFRPE) (07°57’17,1” S, 038°17’53,4” W) que se encontra em uma área de zona rural, possuindo altitude de 521 m; o quarto é uma área de zona rural de Triunfo, conhecida como Sítio do Brocoto, (07°51’31,1” S, 038º03’56,8” W), cuja altitude é de 1.047 m. Para a captura dos dípteros muscóides, foram utilizadas armadilhas descritas por Ferreira (1978) com modificações, empregando como isca carne bovina, peixe e frango com 48 horas de exposição ambiental. As coletas foram realizadas durante os meses de setembro de 2013 e abril de 2014.

156

Em cada local de coleta foram montadas três armadilhas, contendo cada uma 50 g de isca e colocadas a 1,2 m do solo, distanciadas pelo menos 25 m entre si. Em cada mês, foram realizadas sete coletas, entre 8:00 e 9:00 h da manhã, em intervalos regulares de quatro dias, havendo sempre a reposição de isca. Os espécimes coletados foram acondicionados em coletores plásticos de 50 mL contendo álcool a 70% e encaminhados ao Laboratório de Biologia da UAST/UFRPE, onde foi realizada a triagem, contagem e identificação dos espécimes, com o auxílio de microscópio estereoscópico e chave de identificação.

Em geral, para a identificação dos insetos foram utilizadas as chaves propostas por Triplehorn & Jhonson (2011), para a identificação de alguns dípteros adultos, foram utilizadas as chaves proposta por Carvalho & Mello-Patiu (2008), Carvalho et al. (2002) e Carvalho & Ribeiro (2000). Os exemplares testemunhos encontram-se depositados na Coleção Entomológica da UFRPE. As análises estatísticas foram realizadas por meio dos programas Microsoft Excel 2010® versão 2010 e Biostat 5.0®. O primeiro teste a ser utilizado foi o de Shapiro-Wilks para determinar se o conjunto de dados das variáveis segue um padrão normal ou não. Por meio dos dados coletados, calculou-se o índice de ShannonWiener (H’), para se descobrir a diversidade. Este índice foi calculado para cada família em relação ao local de coleta e à isca utilizada (Rodrigues 2005). Para avaliar o número de insetos encontrados em função dos tipos de iscas utilizadas e do período de estudo, os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com dois fatores (ANOVA), analisando o local versus estação, estação versus família e local versus família. Também foi obtida a similaridade referente a cada espécie entre os locais de coleta e entre as iscas utilizadas em cada localidade por meio do índice de Bray-Curtis, se baseia nas distâncias calculadas a partir do módulo das diferenças das densidades entre as amostras, para cada espécie dada (Nering & Von Zuben 2010). Os dados climatológicos de temperatura e de pluviosidade referentes ao período de coleta foram obtidos através dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. Resultados e Discussão Durante os dois períodos de coleta, foram obtidos 1.215 indivíduos da ordem Diptera, destes, 950 (78,19%) foram identificados em nível de espécie, distribuídos em oito espécies. A família Calliphoridae apresentou a maior riqueza, com três espécies – Chrysomya albiceps (Wiedemann), Chrysomya megacephala (Fabricius) e Lucilia eximia (Wiedemann), sendo esta última espécie a mais abundante com 39 (78%) indivíduos coletados; duas de Muscidae – Musca domestica (Linnaeus) e Ophyra chalcogaster (Wiedemann); uma de Fanniidae – Fannia canicularis (Linnaeus); uma de Phoridae – Megaselia scalaris (Loew) e uma de Piophilide – Piophila casei (Linnaeus); Stratiomyidae – Hermetia illucens (Linnaeus). Os representantes da família Sarcophagidae foram identificados em nível de gênero, Peckia com 253 (20,82%) exemplares. Em nível de família foram identificadas Tephritidae e Ulidiidae, representando 0,99% do total de indivíduos (Tabela 1). Segundo o índice de Shannon-Wiener, o local que possui a maior diversidade de espécies de dípteros é o lixão de Serra Talhada (D = 0,7940), seguido por área rural de Serra Talhada (D = 0,7882), área rural de Triunfo (D = 0,7725) e área urbana de Serra Talhada (D = 0,7497). Com relação ao local versus estação climática, houve uma diferença significativa no local (P-valor = 0,025), mas não entre as estações climáticas (P-valor = 0,151). Comparando estação climática versus família, não se observou diferença significativa, cujo P-valor foi de 0,63 e 0,424 respectivamente. Ao se comparar local versus família, houve diferença significativa tanto para a família (P-valor = 0,012) e quanto para o local houve (P-valor = 0,050). Comparando-se as quatro áreas de coletas, o lixão alcançou a maior abundância de indivíduos 582 (47,90%), com o maior número de M. domestica, 165 (28,36%) e F. casei, com 156 (26,80). Em seguida a área rural de Serra Talhada que obteve 277 (22,80%) indivíduos, área rural de Triunfo com 253 (20,82%) e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 155-161

Tabela 1. Frequência absoluta (FA) e relativa (FR) da dipterofauna necrófaga coletadas nos municípios de Serra Talhada/PE e Triunfo/PE. Famílias

Gêneros/Espécies

FA

FR (%)

Calliphoridae

Chrysomya albiceps (Wiedemann)

7

0,58

Chrysomya megacephala (Fabricius)

4

0,33

Lucilia eximia (Wiedemann)

39

3,21

Fanniidae

Fannia canicularis (Linnaeus)

47

3,87

Muscidae

Musca domestica (Linnaeus)

180

14,81

Ophyra chalcogaster (Wiedemann)

179

14,73

Phoridae

Megaselia scalaris (Loew)

254

20,91

Piophilidae

Piophila casei (Linnaeus)

238

19,59

Sarcophagidae

Peckia spp.

253

20,82

Stratiomyidae

Hermetia illucens (Linnaeus)

2

0,16

Tephritidae

1

0,08

Ulidiidae

11

0,91

1.215

100

Total

e área urbana que teve apenas 103 (8,48%). A área urbana de Serra Talhada obteve o menor valor de indivíduos e riqueza de espécies (Tabela 2). No cálculo utilizando o índice de Bray-Curtis, a comparação entre a área rural de Serra Talhada e a área rural de Triunfo apresentou o menor valor (B = 0,2692), sendo, portanto, os locais com maior similaridade. Já a comparação entre o lixão e a área urbana obteve o maior valor (B = 0,7022), consequentemente foram os locais menos similares (Tabela 3). M. scalaris foi à espécie com maior abundância, obtendo frequência em todas as localidades e durante os dois períodos de

coleta, principalmente no período chuvoso, alcançando 25,53% (N = 180) da totalidade de muscóides. Greenberg & Wells (1998) relata no seu estudo a extrema importância da M. scalaris na medicina forense por meio de estudos de caso, taxas de desenvolvimento e estrutura do ovo. Portanto, são usadas para determinar se uma morte foi causada por negligência (Singh & Rana 1989) e atua como predadora facultativa de outros insetos na fase larval (Disney 1994). Moretti et al. (2006) em uma área rural do município de Paulínia/SP utilizaram o mesmo tipo de armadilha deste trabalho tendo como isca a sardinha e as larvas presentes na sardinha, após 17 dias emergiram 138 M. scalaris, não obtendo outras espécies; Oliva (2007) com carcaças de

Espécies

Lixão (ST)

Área Urbana (ST)

Área Rural (ST)

Área Rural (T)

C. albiceps

1

2

2

2

C. megacephala

3

-

1

-

L. eximia

15

1

9

14

F. canicularis

4

3

16

24

M. domestica

165

14

-

1

O. chalcogaster

73

11

83

12

M. scalaris

92

37

53

72

P. casei

156

3

44

35

P. spp.

68

32

67

86

H. illucens

-

-

-

2

(Tephritidae)

-

-

1

-

(Ulidiidae)

5

-

1

5

582

103

277

253

Total

e-ISSN 1983-0572

157

Tabela 2. Frequências absolutas das espécies de dípteros em relação às localidades do de coleta nos quatro locais de captura em Serra Talhada/PE (ST) e Triunfo/PE (T).


Cruz et al. (2017)

Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes…

suínos em Buenos Aires na Argentina e Moretti et al., (2008) usaram carcaças de camundongos em uma floresta do sudeste do Brasil encontraram baixa frequência de M. scalaris durante as estações seca e chuvosa. Tabela 3. Valores do Índice de Bray-Curtis ao se comparar a composição das espécies de dípteros nos quatro locais de coleta Índice de Bray-Curtis Lixão (ST)/Área Urbana (ST)

0,7022

Lixão (ST)/Área Rural (ST)

0,4109

Lixão (ST)/Área Rural (T)

0,5665

Área Urbana (ST)/Área Rural (T)

0,4944

Área Urbana (ST)/Área Rural (ST)

0,5316

Área Rural (ST)/Área Rural (T)

0,2692

158

Para a família Muscidae encontrou-se a maior abundância nas quatro localidades com 359 (29,54%) indivíduos coletados, representado por M. domestica e O. chalcogaster. M. domestica e espécies do gênero Ophyra também foram bastante encontradas em coletas realizadas em carcaças de suínos em áreas de Cerrado em Uberlândia/MG (Rosa et al. 2009) e em vertebrados silvestres no município de Capão do Leão/RS (Silva et al. 2010). M. domestica esteve presente durante as duas estações climáticas, porém foi encontrado apenas um indivíduo em área rural, enquanto que O. chalcogaster esteve ausente durante todo o período seco, predominando em todos os locais de coleta durante a estação chuvosa. Monteiro et al. (2014). Em um estudo sobre a dipterofauna necrófaga do município de Feira de Santana/BA, M. domestica teve maior valor de espécimes durante a estação chuvosa, assim como no presente estudo. A presença de um único espécime de M. domestica coletada na área rural de Triunfo indica o baixo nível de antropocentrização desta área já que é uma espécie completamente adaptada ao ambiente modificado pelo homem. Embora ausente na área rural de Serra Talhada, que possui um alto nível de antropização devido a instalação de uma universidade, no Brasil alguns autores relatam que esta ocorre tanto em área urbana quanto de mata (D’Almeida 1992 & Barbosa et al. 2009). Sarcophagidae foi à segunda família em abundância. 65,61% (N=166) do total de indivíduos desta família foram encontrados no período seco, compondo 32,55% da totalidade de dípteros muscóides capturados durante o período seco. Existe uma grande dificuldade com relação à identificação taxonômica dos Sarcophagidae em nível de espécie, podendo ser explicada pelo número reduzido de especialistas e chaves de identificação, além de apresentar características morfológicas bastante semelhantes entre suas espécies, muitas vezes torna-se preciso recorrer à genitália masculina dos indivíduos (Oliveira-Costa 2008). Sendo assim, só foi possível a identificação destes indivíduos em nível de gênero. D’Almeida (1989) e Oliveira et al. (2002) realizaram um levantamento da dipterofauna em um zoológico do município do Rio de Janeiro/RJ, com armadilhas aéreas utilizando como isca: peixe, fígado bovino e vários outros substratos, observaram que houve a maior ocorrência de uma espécie do gênero Peckia, obtendo maior frequência durante o período seco. Barros et al. (2008) em um estudo da fauna de Sarcophagidae associados à decomposição de carcaças de suíno em área de cerrado do Distrito Federal, Brasil citaram uma alta diversidade de espécies do gênero Peckia, todos em baixa frequência. Rosa et al. (2009) em sua pesquisa sobre dípteros de interesse forense em um campo de vegetação herbácea e outro arbustivo de cerrado em Uberlândia/MG, utilizando como substrato suínos, também registrou a maior ocorrência de Peckia durante a estação seca, nos dois locais. Barbosa et al. (2014) realizaram um estudo em uma área de Mata Atlântica em Santa Teresa/ES, cujo clima é Tropical de Altitude, com temperatura amena, entre 18ºC e 22ºC, durante o mês de julho duas armadilhas Van Someren-Rydon e uma Malaise, tendo como isca sardinha, coletaram quatro espécies de

Peckia em baixíssima quantidade. De acordo com as informações descritas acima, indivíduos deste gênero pode ter maior taxa de fecundidade e desenvolvimento durante o período seco. A família Caliphoridae apresentou baixa abundância em relação às demais, com 50 indivíduos de três espécies, embora se destaquem pelo grande número de espécimes encontrados e sucessão durante as etapas de decomposição em vários estudos. A maioria dos autores relata que estes possuem o maior valor de espécimes em estudos de diversidade (Bornemissza 1957; Reed 1958; Payne 1965). A espécie L. eximia obteve 3,1% do total de dípteros, com ocorrência confirmada em todos os pontos de coleta. Em estudos realizados nos municípios de Campinas/SP (Linhares 1981), Belo Horizonte/MG (Madeira et al. 1982), e Goiânia/GO (Ferreira 1983), esta espécie apresentou uma preferência por áreas rurais habitadas, corroborando com nossos resultados. No entanto, o maior número de L. eximia foi coletado no lixão, o que pode ser explicado pela grande quantidade de matéria orgânica em decomposição. C. albiceps obteve baixa frequência, ocorrendo em todos os pontos de coleta. Segundo Marchenko (1985), devido ao comportamento predatório e a competição larval, C. albiceps está propensa a obter maior abundância populacional. No entanto, isso não ocorreu em nossos estudos, certamente devido ao clima semiárido. Estudos sobre a fauna de dípteros verificaram resultados bastante parecidos com relação à abundância desta família na Base de Extração Petrolífera da Bacia do Rio Urucu na Amazônia (Esposito et al. 2010), embora não tenha registrado a ocorrência das mesmas espécies. Foi obtido F. canicularis nos quatro locais de coleta em baixo número, obtendo o total de 3,87% (N = 47) dos insetos alvo. Espécies deste gênero são mais abundantes nos meses de inverno, podendo se constituir em praga, porém, geralmente, suas populações declinam em passo acelerado quando temperaturas mais elevadas atuam sob estas (Olton & Legner 1970). Tal característica ecológica pode explicar a ausência de F. canicularis durante o período seco demonstrada neste trabalho. Algumas espécies do gênero Fannia têm sido relatadas em carcaças no Brasil (Moura et al. 1997). Rosa et al. (2009) em Uberlândia/MG, também registraram a presença desta espécie somente durante o período úmido. Já Lopes et al. (2008) na região nordeste do estado de São Paulo mencionaram a existência de F. canicularis em baixa abundância durante o período seco e úmido. A família Piophilidae foi uma das famílias com maior frequência, possuindo como único representante P. casei, a qual predominou durante as coletas do período seco, com 89,08% (N = 212) do total de indivíduos desta espécie, obtendo 41,57% do total de espécies neste período. Russo et al. (2006) avaliando as tabelas de vida de fertilidade de P. casei em diferentes temperaturas (15, 19, 25, 28 e 32ºC.), constatou a menor mortalidade das larvas a temperaturas mais elevadas, desta forma, pode ser explicada a baixa incidência deste inseto durante o período chuvoso, cuja temperatura é mais baixa do que nos meses de estiagem. Os Stratiomyidae representaram somente 0,16% (N = 2) do total de dípteros muscóides capturados, representada por H. illucens, sendo encontrada no período seco em Triunfo na isca de peixe. H. illucens foram descobertos em cadáveres humanos no Brasil e possuem importância forense (Tomberlim et al. 2004; Pujol-Luz et al., 2008). H. illucens é caracterizada por reduzir a população de M. domestica (Myers et al. 2008), esta se desenvolve em condições de elevada umidade, o que não foi visto no presente estudo. Geralmente estas possuem colonização tardia, a oviposição ocorre entre 20 e 30 dias pós-morte (Lord et al. 1994), embora também tenha sido vista durante a primeira semana pós-morte (Tomberlim et al. 2005). Lopes et al. (2008) em um levantamento da fauna de dípteros muscóides em uma granja aviária de uma região do nordeste do estado São Paulo, utilizando uma isca atrativa sexual específica para mosca, encontrou baixa ocorrência de H. illucens, assim e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 155-161

Tabela 4. Frequências absolutas das espécies de dípteros em relação às estações seca e chuvosa, no período de setembro de 2013 e abril de 2014 nos quatro locais de captura em Serra Talhada/PE (ST) e Triunfo/PE (ST).

Gêneros/Espécies

Calliphoridae

Lixão (ST)

Área Urbana (ST)

Área Rural (ST)

Área Rural (T)

Total

ES

EC

ES

EC

ES

EC

ES

EC

Chrysomya albiceps (Wiedemann)

1

-

2

-

2

1

1

-

7

Chrysomya megacephala (Fabricius)

-

3

-

-

1

-

-

-

4

Lucilia eximia (Wiedemann)

-

15

-

1

-

9

3

11

39

Fanniidae

Fannia canicularis (Linnaeus)

-

4

-

3

-

16

-

14

47

Muscidae

Musca domestica Linnaeus

30

135

4

10

-

-

1

-

180

Ophyra chalcogaster (Wiedemann)

-

73

-

11

-

83

-

12

179

Phoridae

Megaselia scalaris (Loew)

8

84

16

21

9

44

41

31

254

Piophilidae

Piophila casei (Linnaeus)

151

5

3

-

37

7

21

14

238

Sarcophagidae

Peckia spp. (Robineau-Desvoidy)

40

28

16

16

55

12

55

31

253

Stratiomyidae

Hermetia illucens (Linnaeus)

-

-

-

-

-

-

2

-

2

Tephritidae

-

-

-

-

-

1

0

-

1

Ulidiidae

5

-

-

-

1

-

5

-

11

235

347

41

62

105

173

129

123

1.215

Total

como no presente estudo, porém, foram obtidos durante a estação chuvosa. Rosa et al. (2009) em áreas de cerrado em Uberlândia/MG, coletou H. illucens apenas no período úmido, não corroborando com este estudo. Somente um indivíduo, 0,08% da totalidade dos insetos alvos coletados foi classificado como Tephritidae, encontrado na área rural de Serra Talhada na isca de frango, durante a estação chuvosa. Segundo Scaglia (2014), na tabela de insetos de interesse forense, consta esta família, porém não informa qual(ais) gênero(s) ou espécie(s). Muito embora, acredita-se que seja um inseto tido como acidental e raro. Enquanto que a família Ulidiidae só não foi encontrada na zona urbana, sendo contabilizados 11 espécimes, representando 0,91% dos dípteros muscóides coletados. Assim como os Stratiomyidae, os Ulidiidae só foram encontrados durante o período seco. De acordo com o chesk-list das espécies de dípteros e coleópteros de interesse forense registrados na região nordeste do Brasil, realizado por Vasconcelos & Araújo (2012), só foi identificado um indivíduo da família Ulidiidae, o qual foi identificado somente em nível de família, assim, nosso trabalho descreveu um maior número destes insetos em ambos os municípios. Porém, a classificação supragenérica do Ulidiidae não está bem estabelecida (Steyskal 1961). Por este fato, não foi possível à identificação desta família neste estudo. Normalmente, os Ulidiidae são saprófagos, existindo algumas espécies fitófagas, tendo registro de espécies coletadas em carcaças (Souza & Linhares 1997). Levando-se em consideração a escassez de pesquisas voltadas para a fauna de interesse forense e de importância na saúde pública no semiárido nordestino, os dados levantados são de extrema importância para o embasamento dos futuros estudos na região. Deste modo conclui-se que sobre a diversidade da dipterofauna, M. scalaris (Phoridae) apresentou a maior abundância. Enquanto que a família Calliphoridae obteve a maior riqueza de espécies, com: C. albiceps, C. megacephala e L. eximia. Em relação aos locais de coletas, o lixão foi o que possuiu a maior diversidade e e-ISSN 1983-0572

abundância de espécies identificadas, independente do período de coleta. As áreas rurais de Serra Talhada e de Triunfo foram similares com relação à constituição de espécies. Não houveram diferenças estatisticamente significativas entre as estações seca e chuvosa, com relação a composição de espécies, embora a estação chuvosa apresentou maior riqueza e abundância de espécies.

Agradecimentos A Unidade Acadêmica de Serra Talhada da Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Universidade Federal de Pernambuco.

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Suggestion citation:

161

Cruz, D.L.V., A.F. Spíndola, F.L.S. Lima & P.P. Gomes Junior, 2017. Diversidade da dipterofauna necrófaga associada a diferentes matérias orgânicas em decomposição em dois tipos vegetacionais do semiárido Pernambucano. EntomoBrasilis, 10 (3): 155-161. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.707

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.733 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Forensic Entomology/Entomologia Forense

Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à carcaça de roedores na região Sul do Brasil Vinícius Costa-Silva, Patricia Jacqueline Thyssen & Rocco Alfredo Di Mare† Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Dapartamento de Biologia Animal, Laboratório de Entomologia Integrativa. †In memorian.

EntomoBrasilis 10 (3): 162-169 (2017) Resumo. Coleoptera (Arthropoda, Insecta) está entre os grupos mais importantes de organismos associados à matéria orgânica em decomposição e por isso podem ser úteis para elucidar questões no âmbito criminal. A riqueza e a abundância de besouros, incluindo os necrófagos, podem variar de acordo com as condições climáticas e fisiogeográficas presentes em diferentes regiões, tornando-se assim relevante o conhecimento da entomofauna local. A partir disso, o objetivo deste estudo foi levantar a fauna local e registrar o comportamento sazonal de espécies de coleópteros associados a carcaças de roedor expostas em ambiente silvestre no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil (29°43’02.88”S 53°43’52.24”W). As coletas foram realizadas trimestralmente ao longo de doze meses. Quatro carcaças de Rattus norvegicus (Berkenhout) de aproximadamente 400 g foram expostas, simultaneamente, em cada estação do ano, protegidas por uma gaiola de aço. Foram dispostas quatro armadilhas de queda ao redor de cada carcaça. Um total de 1.856 espécimes pertencentes a 14 famílias de Coleoptera foram coletados. A maior abundância foi observada na primavera (N= 1.006), seguida por verão (N= 518), inverno (N= 319) e outono (N= 26). Registros da fauna necrófaga para o Estado do Rio Grande do Sul ainda são bastante escassos. Além de contribuir com o fomento de banco de dados de espécies de besouros para uso forense, espera-se que estudo possa estimular a realização de mais levantamentos faunísticos, tendo em vista a importância de dois biomas na região Sul no que diz respeito à biodiversidade, o Pampa e a Mata Atlântica. Palavras-Chave: Besouros; Biodiversidade; Entomologia Forense; Insetos Necrófagos; Intervalo Pós-morte.

Survey of Coleoptera fauna (Insecta) associated with carcasses of rodents in Southern Brazil Abstract. Coleoptera (Arthropoda, Insecta) is considered one of the most important organism groups associated with organic matter decomposition and therefore may be useful to elucidate issues in the criminal context. The richness and abundance of beetles, including the necrophagous species, may vary according to climatic and physiogeographic conditions in different regions, thus the knowledge of the local entomofauna becomes relevant. Thereby, this study aimed to survey the local fauna and register the seasonal behavior of Coleoptera species associated with rodent carcasses exposed in a rural environment at Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil (29°43’02.88”S 53°43’52.24”W). The collections were carried out quarterly throughout 12 months. Four Rattus norvegicus (Berkenhout) carcasses weighing approximately 400 g were exposed, simultaneously, in each season, protected by a steel cage. Four pitfall traps were arranged around each carcass. A total of 1,856 specimens belonging to 14 families of Coleoptera were collected. The greatest abundance was observed during spring (N= 1,006), followed by summer (N= 518), winter (N= 319) and fall (N= 26). Records of the necrophagous entomofauna of Rio Grande do Sul are still scarce. Beyond contributing to the database promotion of the necrophagous species of beetle as a forensic purpose, it is expected that this paper may instigate the achievement of more faunistic surveys, regarding the biodiversity matter of two singular biomes present in the South region, Pampa and Atlantic Forest. Keywords: Beetles; Biodiversity; Forensic Entomology; Necrophagous Insects; Post-mortem Interval.

entro do contexto forense, o estudo de insetos e outros artrópodes associados à matéria orgânica de origem animal, isto é, de espécies necrófagas que se utilizam de carcaças e cadáveres, é de grande valor para o processo investigativo ou judicial (Marcondes & Thyssen 2017). Um grande número de estudos recentemente tem destacado a importância do uso de insetos para aumentar a acurácia do trabalho pericial (Oliveira-Costa & Mello-Patiu 2004; Pujol-Luz et al. 2006; Pujol-Luz et al. 2008; Kosmann et al. 2011; Vasconcelos et al. 2014). Estudos sobre a biologia, ecologia e distribuição geográfica de diversas espécies de insetos podem contribuir para estimar o intervalo pós-morte (IPM) (Souza et al. 2014), identificar

a possível causa da morte em casos que envolvam o consumo de quaisquer substâncias tóxicas ou letais (Souza et al. 2013), confirmar o local onde ocorreu um crime, ou seja, inferir se um corpo foi deslocado do local onde o óbito originalmente ocorreu (Pujol-Luz et al. 2006), investigar a origem da contaminação de produtos infestados por insetos (Pereira & Salvadori 2006), registrar modificações na cena criminal (Ururahy-Rodrigues 2008), e rastrear e/ou identificar região produtora de drogas (Macedo et al. 2013). A Ordem Coleoptera representa o maior e mais diverso grupo do Reino Animal, com aproximadamente 400 mil espécies mundialmente conhecidas (Bouchard et al. 2011). Os besouros

Edited by:

Roney Rodrigues-Guimarães

Vinícius Costa-Silva  silvavinicius92@gmail.com  https://orcid.org/0000-0002-4556-3793

Article History: Received: 06.viii.2017 Accepted: 16.xii.2017

Corresponding author:

www.periodico.ebras.bio.br

Funding agencies:  Without funding declared


Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à…

também podem ganhar grande relevância forense uma vez que a matéria orgânica de origem animal oferece condições favoráveis para a colonização, reprodução e desenvolvimento das espécies necrófagas, além de constituir recurso a ser explorado pelas espécies onívoras ou predadoras, as quais se alimentam daquelas que são necrófagas (Norris 1965). A riqueza e a abundância dos besouros podem variar de acordo com as condições climáticas e fisiogeográficas presentes em diferentes regiões, tornando-se assim relevante, para fins forenses, o conhecimento da entomofauna local (Luederwaldt 1911; Pessôa & Lane 1941; Marchiori et al. 2000; Mise et al. 2007, 2008, 2010; Rosa et al. 2011; Santos et al. 2012; Silva & Santos 2012; Mayer & Vasconcelos 2013; Celli et al. 2016; Faria et al. 2017). Por esta razão, o objetivo deste estudo foi levantar a fauna local e registrar o comportamento sazonal de espécies de coleópteros associados a carcaças de roedor expostas em ambiente silvestre no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, visando fomentar os bancos de dados de espécies de besouros para uso forense.

Material e Métodos O trabalho de campo foi conduzido entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015 em área rural do município de Santa Maria (29°43’2,88”S; 53°43’52,24”O), Rio Grande do Sul, Brasil. De acordo com a classificação de Köppen (1989), Santa Maria situase em uma área de clima subtropical úmido do tipo Cfa (isto é, temperado úmido e com verão quente), com precipitação abundante em todos os meses do ano (aproximadamente 1.700 mm anuais), e médias de temperatura entre -3 e 18ºC e superior a 22ºC nos meses frio e quente, respectivamente. Quatro carcaças de Rattus norvegicus (Berkenhout) de aproximadamente 400 g foram expostas, simultaneamente, distantes 100 m umas das outras, em cada estação do ano (primavera, verão, outono e inverno), acondicionadas em gaiolas de ferro retangulares (46 cm x 16 cm x 36 cm), cobertas por tela de metal, visando à proteção contra vertebrados detritívoros de grande porte. Distante 20 cm e ao redor das gaiolas foram posicionadas as armadilhas de queda (pitfall trap, de 20 cm x 10 cm) para coleta dos insetos terrestres. No interior de cada pitfall trap, enterradas ao nível do solo, foi adicionada uma solução de água e detergente líquido. Os roedores foram eutanasiados em câmaras de CO2, uma vez que o uso de agentes químicos tais como analgésicos e/ou anestésicos podem interferir na atratividade e consequentemente na composição da fauna cadavérica (Goff & Lord 1994), e levados imediatamente para o campo. Todos os procedimentos com os animais foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais sob registro de número 132/2014.

163

As coletas foram realizadas diariamente entre às 12:00 e 13:00 h, horário de maior atividade de insetos no hemisfério Sul (Baumgartner & Greenberg 1985). Os exemplares, acondicionados em potes devidamente etiquetados por carcaça e data de coleta, foram levados ao laboratório para triagem e montagem. A identificação, ao menor nível taxonômico possível, foi feita com o auxílio de chave dicotômica (Borror & DeLong 1988; Navarrete-Heredia et al. 2002; Almeida & Mise 2009; Vazde-Mello et al. 2011) e por comparação e consulta ao material depositado na coleção entomológica da Universidade Federal de Santa Maria. As coletas deixaram de ser realizadas assim que cessaram as visitas de insetos adultos às carcaças. Médias diárias de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação para o período do estudo foram obtidos a partir de consulta ao banco de dados meteorológico (estação número 83936 sob as coordenadas de 29°7’S; 53°7’O) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet 2015). A caracterização e a determinação dos estágios de decomposição foram feitas a partir

Costa-Silva et al. (2017)

do registro fotográfico e das anotações de campo, comparando as características físicas das carcaças com informações disponíveis na literatura. O número de espécies coletadas e sua abundância foram avaliados pelo teste de Kruskal-Wallis considerando a homogeneidade dos valores da abundância como hipótese nula. As médias foram comparadas usando o teste de qui-quadrado. Todas as análises estatísticas foram feitas com auxílio do programa estatístico R (R Core Team 2017). O nível de significância foi de α = 0,05. Para avaliar a diversidade, a dominância e a similaridade, visando compreender a variação sazonal de Coleoptera, foram calculados os índices de Shannon-Wiener (H’), dominância de Simpson (C) e o coeficiente de Jaccard (J). Os mesmos índices ecológicos foram calculados apenas para as familias com as maiores abundância (N > 200) e riqueza (S > 3). Para análise dos parâmetros ecológicos foi usada a ferramenta Biodiversity Calculator (Biodiversity Calculator 2015).

Resultados e Discussão Um total de 1.856 espécimes pertencentes a 14 famílias de Coleoptera foram coletados (Tabela 1). Dentre essas se destacaram Carabidae, Dermestidae, Histeridae, Hybosoridae, Leiodidae, Nitidulidae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae e Trogidae, classificadas como de grande relevância forense por estarem comumente associadas à matéria orgânica de origem animal em decomposição (Smith 1986). Já Chrysomelidae, Curculionidae, Elateridae e Lampyridae, por serem em maioria fitófagos (Marinoni et al. 2001), foram encontrados em menor número, evidenciando que são espécies acidentais, no que concerne à área forense. A classificação dos estágios de decomposição, levando em conta os aspectos físicos das carcaças de ratos observados neste estudo, pode ser mais bem enquadrada ao que fora proposto por Monteiro-Filho & Penereiro (1987), portanto, em: estágio fresco, de inchamento (ou gasoso), estágio de murchamento e seco. O tempo total de decomposição e de cada estágio variou para cada estação (Tabela 2), corroborando o que fora mencionado por Monteiro-Filho & Penereiro (1987) de que o processo de decomposição e seus respectivos estágios variam de acordo com os fatores abióticos. A abundância de Coleoptera foi claramente influenciada pelas estações do ano (H= 12,056; p= 0,0072), sendo a maior diferença observada particularmente entre primavera e outono (Tabela 1). Histeridae (N= 573), Staphylinidae (N= 536), Silphidae (N= 270) e Scarabaeidae (N= 239) foram as famílias mais abundantes e juntas representaram 87,2% dos besouros coletados. Exceto no outono, os histerídeos foram mais frequentes no estágio de murchamento, enquanto os estafilinídeos puderam ser encontrados em praticamente todas as etapas da decomposição; escarabeídeos e estafilinídeos mostraram padrões mais variados de frequência dependendo da estação considerada (Figura 1). Em estudo conduzido por Mise e colaboradores (2007) em Curitiba, Paraná, com carcaças de Sus scrofa L., Histeridae, Staphylinidae e Silphidae também foram as mais abundantes. Em termos de composição faunística, Scarabaiedae foi a única família que exibiu padrões semelhantes ao registrado por Monteiro-Filho & Penereiro (1987) em Campinas, São Paulo, que realizaram coletas em carcaças de roedores, fato que certamente pode estar relacionado às peculiares condições climáticas locais, tendo nossa área de estudo apresentado temperaturas bem mais baixas tanto no outono quanto no inverno (Tabela 2). Euspilotus azureus (Sahlberg) foi a espécie de maior abundância dentre os histerídeos, ausente no outono e presente em maior número na primavera e verão (Tabela 1) quando também são mais abundantes suas presas (larvas de dípteros) (Baumgartner & Greenberg 1985). Celli e colaboradores (2016) observaram e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 162-169

Tabela 1. Abundância de espécies de Coleoptera (Insecta, Arthropoda) do Sul do Brasil associados a carcaças de Rattus norvegicus por estação do ano. Letras iguais não são significativamente diferentes (p> 0,05). Traço (-) representa análises que não puderam ser realizadas devido insuficiência amostral.

Staphylinidae

ESTAÇÕES Verão

Primavera

Inverno

Outono

TOTAL

185 (a)

239 (a,b)

111 (a)

1 (a,b)

536 (p= 0,0141)

Aleochara sp2.

0

13

8

0

21

Aleochara sp1.

103

30

68

1

202

Eulissus chalybaeus Mannerheim

4

6

0

0

10

Belonuchus sp.1

21

49

15

0

85

Philonthus sp.

22

72

11

0

105

Platydracus sp.

35

66

0

0

101

Platydracus ochropygus (Nordmann)

0

0

9

0

9

Xanthopygus sp.

0

1

0

0

1

Creophilus variegatus Mannerheim

0

2

0

0

2

135 (a)

363 (a,b)

74 (a)

1 (a,b)

573 (p= 0,0235)

100

246

62

0

408

Histeridae Euspilotus azureus (Sahlberg) Euspilotus sp.

14

13

5

0

32

Omalodes foveola Erichson

2

10

0

0

12

Hister cavifrons Marseul

17

92

7

1

117

Saprinus sp.

1

2

0

0

3

Hololepta reichii (Marseul)

1

0

0

0

1

60 (a,b)

165 (a,c,d)

9 (a,c,e)

5 (b,d,e)

239 (p< 0,0001)

Ataenius picinus Harold

7

1

1

1

10

Ataenius sp.

2

0

0

0

2

Canthidium sp.

1

1

0

0

2

Canthidium trinodosum (Boheman)

0

1

0

0

1

Canthon conformis Harold

6

1

1

0

8

Canthon quinquemaculatus Castelnau

16

36

0

1

53

Coprophanaeus milon Blanchard

1

10

0

0

11

Coprophanaeus saphirinus Sturm

0

1

0

0

1

Deltochilum sculpturatum Felsche

0

3

0

0

3

Eurysternus caribaeus Herbst

2

2

1

0

5

Eurysternus parallelus Castelnau

0

2

0

0

2

Ontherus sulcator Fabricius

21

61

3

0

85

Ontherus sp.

1

1

0

0

2

Onthophagus tristis Harold

0

1

0

0

1

Onthophagus sp1.

0

2

0

0

2

Onthophagus hirculus Mannerheim

1

41

2

0

44

Uroxys terminalis Waterhouse

1

1

1

3

6

Uroxys sp.

1

0

0

0

1

Carabidae

Scarabaeidae

100 (-)

15 (-)

12 (-)

2 (-)

129 (p= 0,4363)

Bradycellus sp.

0

0

7

0

7

Harpalus sp.

0

13

0

0

13

Mesus sp.

1

0

0

0

1

Tetracha brasiliensis (Kirky)

5

0

0

0

5

Notiobia sp.

1

2

5

2

10

93

0

0

0

93

4 (-)

166 (-)

86 (-)

14 (-)

270 (p= 0,3442)

3

148

85

13

249

Odontocheila chrysis (Fabricius) Silphidae Oxelytrum discicolle (Brullé) Oxelytrum erythrurum (Blanchard) Trogidae Omorgus suberosus (Fabricius)

1

18

1

1

21

5 (-)

10 (-)

8 (-)

0 (-)

23 (p= 0,5462)

3

0

0

0

3 Continua...

e-ISSN 1983-0572

164

TAXA


Costa-Silva et al. (2017)

Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à… Tabela 1. Continuação... TAXA

ESTAÇÕES Verão

Primavera

Inverno

Outono

TOTAL

2

10

8

0

20

6 (-)

5 (-)

7 (-)

3 (-)

21 (p> 0,9999)

6

5

7

3

21

0 (-)

2 (-)

2 (-)

0 (-)

4 (p> 0,9999)

0

2

2

0

4

6 (-)

1 (-)

0 (-)

0 (-)

7 (p= 0,1960)

Elateridae sp1.

5

0

0

0

5

Elateridae sp2.

1

0

0

0

1

Polynoncus sp. Leiodidae Dissochaetus sp. Dermestidae Dermestes maculatus DeGeer Elateridae

Conoderus sp. Curculionidae

0

1

0

0

1

1 (-)

0 (-)

0 (-)

0 (-)

1 (p> 0,9999)

Curculionidae sp.

1

0

0

0

1

Chrysomelidae

1 (a)

28 (a)

0 (a)

0 (a)

29 (p= 0,0374)

Chrysomelidae sp1.

1

26

0

0

27

Chrysomelidae sp2.

0

1

0

0

1

Chrysomelidae sp3. Nitidulidae

0

1

0

0

1

0 (-)

7 (-)

3 (-)

0 (-)

10 (p> 0,9999)

Carpophilus sp.

0

3

2

0

5

Stelidota sp.

0

4

1

0

5

0 (-)

2 (-)

0 (-)

0 (-)

2 (p> 0,9999)

Lampyridae Photinus sp.

0

2

0

0

2

Hybosoridae

1 (-)

11 (-)

0

0 (-)

12 (p> 0,9999)

Hybosoridae sp.

1

11

0

0

12

26 (a,b)

1.856 (p= 0,0072)

504 (a)

1.014 (a,b)

312 (a)

165

TOTAIS

Figura 1. Ocorrência de famílias de Coleoptera (Insecta, Arthropoda), por estágio de decomposição e estação do ano, de importância forense do Sul do Brasil. Fonte: V. Costa-Silva.

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EntomoBrasilis 10 (3): 162-169

Tabela 2. Duração dos estágios de decomposição (em dias), dados abióticos (médias de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação) e parâmetros ecológicos (diversidade, dominância e similaridade) para Coleoptera e as famílias mais abundantes por estação do ano. Traço (-) representa análises que não puderam ser realizadas devido insuficiência amostral. Parâmetros

Verão

Estações do ano Primavera Inverno

Outono

Estágios de decomposição (dias) fresco

2

3

3

4

inchamento

1

3

2

2

murchamento

1

3

3

3

seco

12

10

18

8

temperatura mínima (º C)

19,7

15,2

8,2

4,7

temperatura máxima (º C)

31,9

33,8

31,7

15,5

umidade relativa do ar (%)

74

71

74

95

0,33

1,40

0,36

0,47

Dados abióticos

precipitação (mm)

46

21

7

0,971

0,978

0,952

0,857

Dominância (C)

0,029

0,022

0,048

0,143

Coeficiente de Jaccard (J)

-1,000

-1,000

-1,000

-1,000

Shannon-Wiener (H’)

0,853

0,858

0,338

-

Dominância (C)

0,427

0,476

0,165

-

Coeficiente de Jaccard (J)

-1,000

-1,000

-1,000

-

Scarabaeidae

Shannon-Wiener (H’)

1,837

1,697

1,792

1,099

Dominância (C)

0,792

0,754

1

1

Coeficiente de Jaccard (J)

-1,000

-1,000

-1,000

-1,000

Shannon-Wiener (H’)

0,945

1,601

1,037

-

Dominância (C)

0,497

0,773

0,531

-

Coeficiente de Jaccard (J)

-1,000

-1,000

-1,000

-

Taxa

a ocorrência de E. azureus em todas as fases de decomposição em carcaças expostas no Sul e Sudeste do Brasil, assim como nesse estudo (Figura 1 – ver distribuição de Histeridae). Outros besouros predadores relevantes, devido à abundância e frequência com que são encontrados associados à matéria orgânica de origem animal em decomposição, foram aqueles pertencentes ao gênero Aleochara (Staphylinidae), Oxelytrum discicolle Brullé (Silphidae, com adultos predadores facultativos e cujas larvas são necrófagas), assim como diversas espécies de Carabidae, coletados em todas as estações estudadas (Tabela 1, Figura 1). Segundo Marinoni et al. (2001), de modo geral, carabídeos são predadores vorazes de larvas de moscas, deste modo sua ocorrência é esperada ao longo de toda a decomposição, ou ao menos até quando há imaturos de dípteros presentes. Embora Mayer & Vasconcelos (2013) tenham registrado aproximadamente 96% das espécies com hábito necrófago, Santos et al. (2013) também relataram em seu estudo conduzido na caatinga um maior percentual de predadores, quando comparado às demais categorias ecológicas tais como onívoros, necrófagos ou coprófagos, sem, contudo notificar Carabidae. Faria et al. (2017) do mesmo modo não registraram Carabidae no Cerrado, já Carvalho et al. (2000) coletaram espécimes desta família em corpos humanos expostos a locais próximos de fragmentos de vegetação pertencentes ao bioma Mata Atlântica.

e-ISSN 1983-0572

Os besouros de hábitos necrófagos, Omorgus suberosus Fabricius, uma espécie de Polynoncus sp. (Trogidae) (coletados no estágio seco) e Dermestes maculatus De Geer (Dermestidae) (coletados no inverno e primavera, ambos no estágio seco, foram pouco representativos (Tabela 1, Figura 1). Mise et al. (2007) também coletaram Omorgus sp. e Polynoncus sp. em carcaças. Strümpher et al. (2014), na Austrália, coletaram Omorgus sp. em carcaças de suínos e também em cadáveres, ressaltando a preferência destes por estágios mais avançados da decomposição e sua importância no contexto forense. Carvalho et al. (2000) em São Paulo e Wolff et al. (2001) na Colômbia registraram abundâncias muito maiores de D. maculatus em carcaças de suínos do que as deste estudo, assinalando que dermestídeos são bem mais adaptados ao clima quente. Espécimes de Hysoboridae (N= 12) foram encontrados nos estágios mais avançados da decomposição durante o verão e a primavera. Apesar do baixo número de indivíduos, segundo Lawrence & Britton (1991) e Marinoni et al. (2001), essa família apresenta hábitos alimentares necrófagos. Com exceção de Ontherus sulcator Fabricius, os demais espécimes de Canthon quinquemaculatus Castelneu e Onthophagus hirculus Mannerheim (Scarabaeidae) foram coletados nas fases de murchamento e seco (Tabela 1, Figura 1). Durante o murchamento ocorre o rompimento do tecido epitelial da carcaça deixando exposta a parte interna da mesma. A maior atratividade destes besouros nesta ocasião pode estar

166

Histeridae

Coleoptera

35

Shannon-Wiener (H’)

Staphylinidae

Parâmetros ecológicos


Levantamento da fauna de Coleoptera (Insecta) associada à…

relacionada ao hábito alimentar coprófago da maioria das espécies desta família (Marinoni et al. 2001), sendo então mais pertinente classifica-las como onívoras. Dissochaetus, o único gênero do qual foram coletados espécimes de Leiodidae, em todas as estações do ano, esteve presente nos estágios mais tardios da decomposição. Moura et al. (1997) em Curitiba, Paraná, coletaram exemplares em baixo número em carcaças de ratos. Juntamente com Curculionidae e Lampyridae podem ser categorizados como acidentais no âmbito forense, uma vez que, segundo Marinoni et al. (2001), a carcaça não constitui fonte de alimentação ou recurso para sua prole. De maneira geral, a diversidade foi alta e a dominância baixa em qualquer uma das estações amostradas, incluindo aquelas onde os taxa representaram menos de 50% do total coletado (Tabela 2). No Brasil, entre 10 e 19 famílias e, dentre estas, de 15 a 88 espécies de Coleoptera tem sido associadas a corpos em decomposição. O número de taxa neste estudo, de ao menos 56 espécies, além de estar dentro do esperado no que diz respeito à entomofauna cadavérica, supera a que fora encontrada em levantamento também conduzido na região Sul (Silva & Santos 2012), em pelo menos 25 espécies, e se aproxima dos registros feitos para a Caatinga e o Cerrado, de 88 e 65 espécies, respectivamente, em carcaças de suínos (Santos et al. 2013; Faria et al. 2017). Percebese que, mais importante de que a escolha de um modelo animal apropriado para obter informações que possam ser extrapoladas para ajudar a resolver crimes, é o esforço amostral: levantar dados por um período maior e identificar os organismos até o nível mais específico possível. Coletas restritas a poucos meses e/ ou que trazem listas com identificações incompletas, ou apenas até categorias taxonômicas mais elevadas ( Monteiro-Filho & Penereiro 1987), podem gerar perfis errôneos quanto à fauna endêmica de uma dada localidade. A partir dos resultados concluiu-se que: (1) os predadores representam uma parcela significativa (81,2%) dos besouros associados à matéria orgânica na região central do Estado do Rio Grande do Sul; (2) E. azureus e O. discicolle foram as espécies predadora e necrófaga facultativa mais abundantes, respectivamente; (3) D. maculatus não é dominante nos estágios secos como ocorre no restante do país; (4) não há marcada sazonalidade ou exclusividade entre uma ou mais espécies por determinadas estações do ano; contudo, a abundância reduz-se significativamente nos meses onde há combinação de temperatura reduzida e umidade relativa do ar elevada (> 90%). Os dados ecológicos e de distribuição das espécies para essa região do país são inéditos, o que poderá contribuir para ampliar e fomentar o banco de informações acerca das espécies de importância forense. Adicionalmente, espera-se que esse estudo possa estimular a busca pela realização de mais levantamentos faunísticos, tendo em vista a importância de dois biomas presentes na região Sul no que diz respeito à biodiversidade, o Pampa e a Mata Atlântica.

Agradecimentos Agradecimento especial ao professor, orientador e amigo, Prof. Dr. Rocco Alfredo Di Mare, que infelizmente partiu para outro plano, deixando aqui seus ensinamentos que serão levados para a vida toda.

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e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.710 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

General Entomology/Entomologia Geral

Comparative Study of the Development of Mischocyttarus cassununga Von Ihering and Mischocyttarus cerberus styx Richards Colonies (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini) Renan Hohendorff Biagiotto & Sulene Noriko Shima Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP. Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia.

EntomoBrasilis 10 (3): 170-177 (2017) Abstract. Mischocyttarus is a genus of eusocial wasps belonging to the Polistinae subfamily. They build nests without envelopes, making it easier to take notes and follow the growth of the nest, allowing the observation of oviposition, development of the eggs, larvae and pupae, as well as the addition of new cells to the nest and hierarchical conflicts among adults. Mischocyttarus cerberus styx Richards and Mischocyttarus cassununga Von Ihering are representatives of a genus and tribe that occur only in the Americas and these species happen to occur in the municipality of Rio Claro (SP). The present work aimed to follow the development of colonies in order to develop a comparative approach of factors that interact with the colony cycle, to verify if the species show similar or diverse profiles from each other. Four locations were chosen to represent the sampling at the Universidade Estadual Paulista campus of Rio Claro, SP. Data collection ranged from April 2014 to April 2015. M. cerberus styx showed a more irregular profile of productivity along the four seasons, presenting in general the greatest values on summer and the lowest values on winter. M. cassununga, on the other hand, seemed to have a more stable rhythm of productivity, with less discrepancy between seasons, demonstrating a better performance concerning cold seasons, with the greatest productivity values on spring and the lowest values on fall. Both species showed a similar pattern of immature development with the shortest period corresponding to summer and the longest period corresponding to winter. Keywords: Entomology; Immature Forms; Polistinae; Productivity; Wasp.

Estudo comparativo do desenvolvimento colonial de Mischocyttarus cassununga Von Ihering e Mischocyttarus cerberus styx Richards (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini) Resumo. Mischocyttarus é um gênero de vespas eussociais pertencentes à subfamília Polistinae. Elas constroem ninhos sem envelopes, tornandoos mais facilmente observáveis e favorecendo o acompanhamento do crescimento do ninho, permitindo a observação de oviposição, desenvolvimento dos ovos, larvas e pupas, assim como a adição de novas células ao ninho e interações entre adultos. Mischocyttarus cerberus styx Richards (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini) e Mischocyttarus cassununga Von Ihering (Hymenoptera, Vespidae, Mischocyttarini) são representantes do gênero e tribo que ocorrem apenas nas américas, ocorrendo concomitantemente no município de Rio Claro (SP). O presente trabalho objetivou o acompanhamento do desenvolvimento colonial para elaborar uma abordagem comparativa de fatores que interagem com o ciclo colonial, a fim de verificar se as espécies apresentam perfil similar ou diverso entre si. Quatro locais foram escolhidos para representar a amostragem no campus da Universidade Estadual Paulista de Rio Claro, SP. O período de coleta de dados abrangeu abril de 2014 até abril de 2015, com os mapeamentos das colônias selecionadas na frequência de três vezes por semana, através do auxílio de escadas de diferentes alturas. M. cerberus apresentou um perfil mais irregular de produtividade conforme as estações, apresentando geralmente valores maiores no verão e os menores no inverno. M. cassununga por outro lado, apresentou um ritmo de produtividade mais estável, com menor discrepância entre as estações e melhor desempenho em períodos frios. Ambas as espécies demonstraram padrão similar no desenvolvimento de imaturos, sendo mais rápido no verão e mais longo no inverno. Palavras-chave: Entomologia; Formas imaturas; Polistinae; Produtividade; Vespa.

he species represented by the Polistinae subfamily are of great interest in the investigation of the origin and evolution of social behavior, since they are primitively eusocial, being a proper model for the exploration of theories on this matter (Hamilton 1964a, 1964b; West-Eberhard 1969, 1975; Trivers 1971; Wilson 1975). Among its representatives, there’s the genus Mischocyttarus, the only one of the Mischocyttarini

tribe (Carpenter 1993), being the largest group with 245 known species divided among 9 subgenders (Silveira 2008), of which mostly are found throughout South America (Richards 1978). Mischocyttarus species found their nests independently (by haplometrosis or pleometrosis), and not by swarms (Richards 1971, 1978; Jeanne 1972). Wasps with such habits are

Edited by:

William Costa Rodrigues

Renan Hohendorff Biagiotto  hb.renan@hotmail.com  No ORCID record

Article History: Received: 10.v.2017 Accepted: 25.ix.2017

Corresponding author:

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Funding agencies:  Universidade Estadual Paulista and CNPq


Biagiotto & Shima (2017)

Comparative Study of the Development of Mischocyttarus…

characterized by their lack of etary polietism (Jeanne 1991), by absence of external morphological differences between castes and the consequent flexibility of the adult hierarchical roles (Gadagkar 1991). Since they build combs without the cover of envelopes, they represent an excellent model for the verification of how the environmental factors can influence the dynamics of populational growth, allowing eye contact. Without the protective envelope, unlike most of the Epiponini wasps, which presents fully covered combs, both immatures and the characteristic low adult numbers (Giannotti 1999a) are exposed to the direct and constant action of the weather (Jeanne 1972; Silva & Noda 2000; Noda et al. 2001). For Mischocyttarus cerberus styx Richards, phenological studies conducted by Simões et al. (1985) and Giannotti (1998) showed that the colony development becomes remarkably slow during the cold and dry period. On the other hand, Mischocyttarus cassununga Von Ihering showed greater activity and production during the same period (Simões et al. 1985), being the most abundant species of the genus in the study area and probably the best adapted for the cold period (Murakami et al. 2009, 2013). In this sense, this study’s objective consisted in an analysis of aspects of the colonial development of M. cerberus styx and M. cassununga, taking into consideration seasonal data of colonial productivity and immature development time for a better understanding of the patters shown by both species.

MATERIAL AND METHODS Study area. The study was conducted under field conditions in Rio Claro municipality, at the university campus Universidade Estadual Paulista – UNESP (22º24’36”S; 47º33’36”W), in the State of São Paulo, Brazil. Data collection. All samples were taken for a thirteen month period, ranging from April 2014 to April 2015. Data was collected by the aid of ladders of many sizes, in order to reach colonies from different heights. Colonies preferentially selected were those positioned in a way so that eye contact was possible and easier. The colonies mapping happened three times a week. We tried to maintain a constant number of at least five to seven colonies of each species being monitored, since eventually there were oscillations on the number of nests due to abandonment, falls, end of the colony cicle, etc. Sampling took place in different hours of the day, ranging from 8:00h to 18:00h, according to availability and weather conditions. The values of colonial productivity were determined by the number of immatures (eggs, larvae and pupae), adults and constructed cells per colony and were analyzed according to the seasons. Each egg, larvae and pupae that completed its developmental stage had its duration registered in days for each stage of development. Colonies sampled were chosen independently of their development stage, adapted from Jeanne (1972).

Statistical analysis. Data was analyzed by the software SigmaPlot Version 12.5. Results were analyzed and compared through the parametric test One Way ANOVA. In case of significant difference between groups, the post hoc test StudentNewman-Keuls Method was used. All the data that didn’t fill the requisits for normality were analyzed by the non-parametric test Kruskal-Wallis. In the case of significant difference between groups, the post hoc test Dunn’s Method indicated which groups showed the aforementioned difference.

RESULTS Seasonal colonial productivity. Twenty four M. cerberus styx colonies and seventeen M. cassununga colonies were sampled in different developmental stages. Data’s compiled in the table bellow (Table 1). Considering M. cassununga, the greatest values for all categories were obtained on the spring, except by the main number of constructed cells. M. cassununga values were frequently greater, mostly on spring. However, we highlight summer regarding the greatest values for M. cerberus styx. The values of egg, pupae and adult productivity for M. cerberus styx showed significant difference between the groups: summer and winter (post hoc test Dunn’s Method: P = 0.02, P = 0.029, P = 0.009, respectively) shown on Figure 1. Groups of larvae productivity and constructed cells didn’t show significant difference between groups (P = 0.182, P = 0.110, respectively). It was verified for M. cerberus styx, as indicated on Table 1, a divergence of the productivity values on summer and winter. The same tendency can be seen on Figure 1, along the seasons of the year: colonial productivity reaches its lowest values on winter, ascending on spring and reaching its maximum on summer, then starts to decline on autumn. In all the groups sampled, we found colonies that didn’t present addition of new cells, visible on Figure 1-E. The construction of cells, in average ± SD, was: 1.9 ± 3.68 cell/colony (n = 13 on fall; 3.3 ± 5.54 cell/colony (n = 13) on winter; 4.7 ± 5.39 cell/colony (n = 8) on spring; 5.6 ± 5.27 cell/colony (n = 6) on summer. M. cassununga, on the other hand, didn’t show any significant difference in the statistical analysis. No groups showed significant difference among them: eggs (P = 0.193), larvae (P = 0.110), pupae (P = 0.135), adults (P = 0.095) and construction of cells (P = 0.110), Figure 2. Figure 2 show us that the lowest values of the colonial productivity of eggs, larvae, pupae and adults for M. cassununga are found on autumn and the highest values are found on summer. However, the absence of significant difference amongst the groups reveals that there’s no definite pattern. Seasonal duration of immature development stages. The results can be seen on Table 2 bellow.

Table 1. Compilation of the data on the colonial productivity of Mischocyttarus cerberus styx (Mcs) and Michocyttarus cassunnga (Ca) according to the seasons. Eggs, larvae and pupae values are in absolute numbers. Adults and constructed cells are in main value ± SD per colony.

171

Seasons

Colonies (n)

Eggs

Larvae

Pupae

Adults

Constructed Cells

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Autumn

13

13

352

276

162

143

54

42

2.4 ± 2.25

1.8 ± 2.51

1.92 ± 3.6

1.5 ± 2.25

Winter

13

9

188

346

100

183

36

56

1.7 ± 3.05

4.2 ± 5.56

3.3 ± 5.54

12.6 ± 20.71

Spring

8

7

259

580

163

299

86

94

8.1 ± 11.8

9.7 ± 11.98

4.7 ± 5.39

11.4 ± 12.29

Summer

6

7

351

374

196

200

121

87

13.6 ± 13.93

7.2 ± 5.02

5.6 ± 5.27

6.8 ± 9.09

e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 170-177

Figure 1. Boxplot representations of Mischocyttarus cerberus styx productivity. A: seasonal egg productivity; B: seasonal larvae productivity; C: seasonal pupae productivity; D: seasonal adult productivity; E: constructed cells. 1: autumn; 2: winter; 3: spring; 4: summer.

Figure 2. Boxplot representations of Mischocyttarus cassununga productivity. A: seasonal egg productivity; B: seasonal larvae productivity; C: seasonal pupae productivity; D: seasonal adult productivity; E: constructed cells. 1: autumn; 2: winter; 3: spring; 4: summer.

According to the table, the greatest number of observations (n) belong to the egg category in all the seasons of the year. The larvae category, on its turn, presents the greatest values for the interval of duration (in days) in all the seasons, comparing to the other immatures categories. It’s noteworthy that the longest developmental time for all immature forms are seem on winter, whereas the shortest period of development is seen on summer.

As indicated for the egg stage, the only group that distinguishes most is summer, with the shortest periods of development, being the overall average 16.5 ± 4.85 days (n = 169 eggs). The season with the longest period of development is winter, along with the lowest number of observations: 21.6 ± 6.42 days (n = 47 eggs).

Considering M. cerberus styx, the values regarding the egg category showed significant difference between groups (P = < 0.001): summer and autumn; summer and winter; summer and spring (Figure 3-A). The larvae category also showed significant difference (P = < 0.001): summer and winter; summer and spring (Figure 3-B). The values referent to pupae development also showed significant statistical difference between groups (P = < 0.001): winter and summer; winter and autumn; winter and spring; spring and summer. Therefore, we highlight the distinct values obtained on winter.

M. cassununga, on its turn, showed significant difference between the following groups of egg development categories: winter and summer; winter and spring; autumn and summer; spring and summer (Figure 4-A). The values for the larval stage were the only data that presented normal distribution, therefore analyzed by the parametric test One Way ANOVA and the post hoc Student-Newman-Keuls Method, indicating significant difference between the groups (P = < 0.001): winter and summer; winter and spring; winter and autumn (Figure 4-B). As well as the other immature categories, pupae also showed significant difference between the groups (P = < 0.001): winter

Table 2. Main values ± SD for the intervals of development (in days) for each immature stage sampled, according to the seasons. Colonies (n) Mcs

Ca

Autumn

12

9

Winter

5

8

Spring

7

7

Summer

7

7

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Eggs

Larvae

Pupae

Mcs

Ca

Mcs

Ca

Mcs

Ca

20.3 ± 7.42

20.2 ± 6.89

25 ± 9.03

26.9 ± 4.33

19.2 ± 5.94

16.6 ± 3.53

n = 93

n = 80

n = 21

n = 26

n = 25

n = 23

21.6 ± 6.42

21.9 ± 5.93

29.8 ± 6.88

31.7 ± 6.55

20.5 ± 2.52

20.4 ± 4.02

n = 47

n = 178

n = 33

n = 57

n = 23

n = 47

18.8 ± 4.85

17.6 ± 4.32

29.6 ± 7.58

28.2 ± 5.89

17.8 ± 2.52

16.9 ± 2.21

n = 122

n = 277

n = 76

n = 97

n = 77

n = 84

16.5 ± 4.85

16.1 ± 4.43

22.6 ± 6.78

26.9 ± 6.88

16 ± 2,65

15.4 ± 2.75

n = 169

n = 157

n = 82

n = 58

n = 102

n = 67

172

Seasons


Comparative Study of the Development of Mischocyttarus‌

Biagiotto & Shima (2017)

Figure 3. Boxplot representations of the development intervals of immature forms of Mischocyttarus cerberus styx, according to the seasons. A: intervals in days of egg development; B: intervals in days of larvae development; C: intervals in days of pupae development. 1: autumn; 2: winter; 3: spring; 4: summer.

173

Figure 4. Boxplot representations of the development intervals of immature forms of Mischocyttarus cassununga, according to the seasons. A: intervals in days of egg development; B: intervals in days of larvae development; C: intervals in days of pupae development. 1: autumn; 2: winter; 3: spring; 4: summer.

e-ISSN 1983-0572


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and autumn; winter and spring; winter and summer; spring and summer (Figure 4-C). Through Figure 4-A, referent to the egg period of development, one could notice that the values belonging to summer are made of the shortest intervals. This group, with the lowest main values (16.1 ± 4.43 days, n = 157 eggs), differs significantly from the others. The presence of outliers in the graphical representations are related to the different range of intervals (developmental time) of all the observations per season (i.e. eggs: n = 80 on autumn; n = 178 on winter; n = 277 on spring; n = 157 on summer) that distinguishes from the rest of the groups. Considering larvae category on Figure 4-B, one can see that the longest period of development corresponds to winter, being the main value 31.7 ± 6.55 days (n = 57). The same trend stands for the pupae category, since the longest period of development also occurs on winter (20.4 ± 4.02 days, n = 47).

EntomoBrasilis 10 (3): 170-177

represents the season with the longest periods of development for both species. Second, both species show the shortest periods of development on summer.

DISCUSSION Considering the general pattern of the duration of the immature stages of M. cerberus styx and M. cassununga (Figure 5 and Figure 6) and their corresponding main values (Table 2), one can see that the larval stage presents the longest interval of development, for both species, independently of the season. This is due to, besides the fact that the development and metabolism of insects are directly linked to the temperature, the larval stage that is subjected to the workforce of the colony (Jeanne 1972). The duration of immature stages could also vary according to the stage of development of their own colony, as seen to Protopolybia exigua Saussure (Rocha et al. 2009).

The main values of the intervals of immature development time are found represented in Figure 5 for M. cerberus styx and in Figure 6 for M. cassununga for a better visualization of the general pattern shown by both species according to the seasons.

M. cerberus styx showed its greatest main values of immaure development on winter, with a subsequent decrease of the values on spring and another decrease on summer, reaching the point of the shortest period of development. The main values begin to rise afterwards, on autumn (Table 2).

Both figures demonstrate two general patterns, according to the main values of the duration in days, corresponding to the seasons for all immature stages categories. First, it is seen that the winter

Egg development on summer differed from the other seasons, by its shortest interval (Figure 2-A), with the main value 16.5 ± 4.85 days. Larvae development was also faster on summer, differing

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Figure 5. Main duration in days of immature stages of Mischocyttarus cerberus styx, according to the seasons.

Figure 6. Main duration in days of immature stages of Mischocyttarus cassununga, according to the seasons.

e-ISSN 1983-0572


Comparative Study of the Development of Mischocyttarus…

from winter and spring, which showed close main values (Figure 2-B). Winter was an important season, considering pupae development, since it differed from all other seasons by the longest period of development (Figure 2-C). It is clear that for M. cerberus styx the development of immatures is faster on hot seasons like summer and slower on cold seasons like winter, being the other two seasons intermediates on this transition. Torres et al. (2009b) studying Polistes canadensis Linnaeus, found significant difference between the period of egg, larvae and pupae development on hot-wet and cold-dry seasons, being the shortest period corresponding to 12.7 ± 4.27 days for egg; 21.1 ± 6.24 days for lavae; 16.5 ± 3.07 for pupae (hot-wet season). In this sense, a study compiled data from different studies that showed a gradient of immature development intervals for Mischocyttarus drewseni Saussure, according to the environment temperature of different locations (Giannotti & Trevisoli 1993): at Belém (PA) M. drewseni showed a duration of 11.1 days for egg stage, 20.2 ± 6.1 days for larvae stage and 14.8 ± 0.8 days for pupae stage. At Rio Claro (SP), M. drewseni showed a duration of 15.1 ± 2.9 days for egg stage, 26.5 ± 5.6 days for larvae stage and 18.9 ± 3.1 days for pupae stage. On the other hand, in Curitiba (PR), M. drewseni showed a duration of 11.3 ± 1.1 days for egg stage, 34.7 ± 2.6 days for larvae stage and 19.9 ± 2.6 days for pupae stage, resulting on a larger period of overall development. M. cassununga, as well as M. cerberus styx, presented the longest period of immature development on winter, and hence, the shortest period on summer. The egg stage, for example, showed significant difference between winter and summer. Winter differed significantly from all other seasons considering larvae and pupae groups, as shown in Figure 3. Therefore, we emphasize the marking difference concerning winter and all other seasons, mainly summer. M. cassununga presented a main value of immature development of 21.9 ± 5.93 days (eggs), 31.7 ± 6.55 days (larvae) and 20.4 ± 4.02 days (pupae) on winter. On summer, it presented 16.1 ± 4.43 days (eggs), 26.9 ± 6.88 days (larvae) and 15.4 ± 2.75 days (pupae). On a previous study with the same species, Giannotti & Fieri (1991) found a main value of immature development period of 13.1 ± 2.74 days for eggs, 32.6 ± 7.02 days for larvae and 15.6 ± 4.38 days for pupae. Considering other studies on the genus, Mischocyttarus labiatus Fabricius showed a main value of 16.1 days for eggs, 16.1 days for larvae and 16.3 days for pupae (Litte 1981). Mischocyttarus flavitarsis Saussure with a main value of 14.1 days for eggs, 23.1 days for larvae and 19.7 days for pupae (Litte 1979). Mischocyttarus mexicanus Saussure with a main value of 13.9 days for eggs, 24.8 days for larvae and 16.3 days for pupae (Litte 1977).

175

Some Polistes species also had their period of immature development studied in the same area of the present study (Rio Claro, SP, Brazil). Among them, Polistes simillimus Zikán, with the main duration value of 10.2 days for eggs, 25.3 days for larvae and 18.7 days for pupae (Giannotti 1994). Polistes cinerascens Saussure with the main value of 13 days for eggs, 23.7 days for larvae and the pupal stage lasting 22.2 days (Giannotti 1997). Polistes subsericeus Saussure with the main duration period of 10 ± 1.4 days for eggs, 32.7 ± 1.5 days for larvae and 13 ± 1 day for pupae (Giannotti 1995b). Giannotti & Machado (1994) studying Polistes lanio Fabricius on Rio Claro (SP), found significant differences among the four seasons. The longest periods of development were those corresponding to winter: 28.2 days for eggs, 46.7 days for larvae and 30.6 days for pupae. On the other hand, the shortest period of development were those corresponding to summer: 16.8 days for eggs, 34.2 days for larvae and 18.6 days for pupae.

Biagiotto & Shima (2017)

The observed response of both species studied here is a similar dynamic shown by the immature forms, also verified for other species studied previously, according to the seasons. Both are found within the same context, considering their main values for productivity and immature development. Data collection about colonial productivity is subjected to the influence of the action of dynamic factors which may, as mentioned by Jeanne (1972), influence data accuracy. Therefore, we emphasize oophagy: an egg could be cannibalized and substituted by another one, exactly in the same position. This new egg could remain undetected by the researcher, causing an error considering egg production. Gadagkar et al. (1982) also highlighted some other factors that may influence the data collection for colonial productivity and immature development: different placement of the colonies sampled, different stages of development, different nesting substrates and adults present. All those aspects may interfere on the results. The frequent abandonment and termination of the colonies cycles of M. cerberus styx and M. cassununga, with the constant replacement of new colonies for sampling along the seasons, was possible due to the asynchrony exhibited by the tropical wasps (West-Eberhard 1969). As stated before, there was a divergence concerning the main values obtained for the colonial productivity mainly for winter and summer (Table 1). The productivity ascends from winter to spring, subsequently ascending even more from spring to summer, reaching its highest. The overall values for colonial productivity of M. cerberus styx on summer are mostly the highest obtained: 351 eggs/colony; 121 pupae/colony and 13.6 ± 13.93 adults/colony, for example. It contrasts to what was found for winter: 188 eggs/colony; 36 pupae/colony and 1.7 ± 3.05 adults/colony. Simões et al. (1985) found the ascension of egg productivity for M. cerberus styx on October, reaching its highest on January. In this same study, they found that on early spring (October) the species showed its highest main value of pupae and adults per colony. However, Giannotti (1998) found the highest main values of pupae and adults for the months December, January and February: 5.1; 5.6; 5.9 for pupae and 4.4; 3.5; 3.9 for adults, respectively. Cell construction is a factor that is related to the colony workforce, as seen for M. cerberus styx (Giannotti 1999a), M. drewseni (Jeanne 1972), M. labiatus (Litte 1981), M. mexicanus (Litte 1977); but it is also linked to the environmental conditions such as air humidity, temperature and luminosity (Silva & Noda 2000). It adds to the fact that cell construction didn’t show significant differences among the seasons, which is a reminder that those are neotropical wasps, with a constant rhythm of activity throughout the year (Richards 1971, West-Eberhard 1969). Considering seasonal productivity for M. cassununga, it is visible that all the values are mainly higher than those obtained for M. cerberus styx (Table 1). This difference is probably related to their own biology and behavior, since M. cerberus styx builds nests with a characteristically low number of adults and cells (Giannotti 1998). It is noteworthy that eventually the environment itself may influence such values, since human activity may lead to a lesser productivity, as seen for Polistes versicolor Olivier and for M. consimilis (Michelutti et al. 2013; Torres et al. 2014). None of the productivity categories differed significantly among the seasons for M. cassununga (Figure 3). The higher values obtained and the absence of significant differences among the seasons may be in indication of some particular biological aspects e-ISSN 1983-0572


of the species, since its hierarchy is stable and there are multiple inseminated females in the nests, being the most abundant species in the study area of the genus Mischocyttarus (Murakami et al. 2009, 2013). Furthermore, M. cassununga is probably better adapted to the environmental conditions of the area, specially cold periods, as suggested by Murakami et al. (2009). Simões et al. (1985) studying M. cassununga productivity, found the highest absolute values of eggs, larvae, pupae and adults for the months June and July (winter). On this study, done 32 years ago, they showed a good performance of M. cassunuga in cold and dry periods. The present study, done in the same area, indicates that M. cassunuga has a higher development rhythm considering this period, comparing to M. cerberus styx. Spring could represent, on its turn, a favorable season for colonial productivity, since in this hot and warm season there is a greater amount of available resources for foraging, as seen for P. versicolor (Elisei et al. 2010). P. lanio showed a higher foraging activity level in the hot and warm period (Giannotti et al. 1995a). Silva & Noda (2000) concluded, equally, that hot and warm seasons are more favorable to foraging and material gathering for M. cerberus styx. Based on the obtained results for both species, we could infer that M. cerberus styx presents a more inconstant rhythm of colonial productivity throughout the year, showing its greatest values during the hot and warm period (i.e. summer) and its lowest values during the cold and dry period (i.e. winter). M. cassununga, on the other hand, presents a more stable rhythm of colonial productivity, exhibiting less discrepancy between the seasons, reacting better to cold periods. Both species demonstrates a similar profile concerning the intervals of immature development. They develop faster on spring and summer, whereas they take longer to develop during autumn and winter.

ACKNOWLEDGEMENTS We are thankful to “Departamento de Zoologia da UNESP de Rio Claro” and its members for the material provided during the execution of the fieldwork, and to CNPq for the financial support.

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e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.718 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

General Entomology/Entomologia Geral

Effects of undercropping Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) on Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) populations in strawberry Fernando Teruhiko Hata, Maurício Ursi Ventura, Vinádio Lucas Béga, Maria Tereza de Paula & Iara Muniz Camacho 1. Universidade Estadual de Londrina.

EntomoBrasilis 10 (3): 178-182 (2017) Abstract. The twospotted spider mite (TSSM), Tetranychus urticae Koch is one of the most important pests on greenhouses/high tunnels worldwide. We evaluated effects of Chinese chive grown under the wooden structure which supports the bags used of strawberry grown, in two high tunnels from November 2016 to January 2017. TSSM mobile forms and number of eggs were counted on strawberry leaves. Five plants were randomly chosen on each plot. TSSM populations on strawberry leaves were assessed with magnifying glass (10 ×). Reductions were observed on three of eight assessments on TSSM mobile forms. On one date was observed reductions on mean number of TSSM eggs. Cumulate mite days overall data of TSSM mobile forms from two high tunnels reveals a reduction with intercrop. On the other hand, number of eggs was not altered. Results suggest that Chinese chive intercropped can reduce TSSM populations on strawberry high tunnels. Keywords: Chinese chive; Companion planting; Fragaria × ananassa; Twospotted spider mite; Suspended strawberry.

Efeito do cultivo consorciado de Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae) em populações de Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em morangueiro Resumo. O ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch, é uma das mais importantes pragas em casas de vegetação no mundo. Foi avaliado o efeito do consórcio de cebolinha chinesa, cultivada sob as estruturas de madeira que suportam as sacolas para o cultivo de morangueiro (sistema suspenso), em duas casas de vegetação, entre novembro de 2016 e janeiro de 2017. Formas móveis e ovos de ácaros foram contabilizados em folhas de morangueiro. Para as avaliações, cinco plantas foram aleatoriamente selecionadas em cada parcela. Populações de ácaro-rajado em folhas de morangueiro foram avaliadas com lupa de bolso, com 10 x de aumento. Reduções foram observadas em três de oito avaliações de formas móveis de ácaro-rajado. Foram observadas reduções no número de ovos em uma avaliação. Tomando em consideração os dados de ácaros acumulados por dia, foi observado que o consórcio reduziu em 54% a população de ácaros. Por outro lado, o número de ovos não foi alterado. Palavras-chave: Ácaro-rajado; Cebolinha Chinesa; Fragaria × ananassa; Plantas companheiras; Sistema suspenso.

trawberry (Fragaria × ananassa), a perennial plant belonging to Rosaceae, has high sensorial characteristics and is considered a functional fruit because of its high concentrations of bioactive compounds, such as phenols, flavonoids, and vitamin C (Cerezo et al. 2010; Basu et al. 2014). The Brazilian production is estimated at 128,000 tons, in an area of 3573 ha, and main producing States are Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, and Espírito Santo (EMATER-MG 2012). In Parana State, strawberry production is around 20000 tons, in an area of 679 ha (Andrade 2015), and main producing municipalities are São José dos Pinhais, Jaboti, Araucária, and Pinhalão (SEAB/EMATER-PR 2012). Strawberry growers are increasing using cultivation in bags suspended by wooden structures in high tunnels. The twospotted spider mite (TSSM), Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), is one of the most important pests in

greenhouses/high tunnels and field-grown strawberries. Its development and population growth increase under higher temperatures and low moisture (Zhang 2003). Plants under high tunnel environment are partially protected from rain, therefore more susceptible to TSSM outbreaks, making its control even more difficult. Then, finding new approaches for TSSM control are a critical need. An appropriate use of vegetation could lead to pest reductions as an alternative to chemical control. A successful example of its use is the push-pull system: desmodium, Desmodium uncinatum (Jacq.) DC (Fabaceae), planted between maize, Zea mays L. (Poaceae), crops, repels pests, and attracts natural enemies; on the other hand, napier grass, Pennisetum purpureum Schum. (Poaceae), planted around that intercropping (maize and desmodium) attracts adults of pests for lay their eggs (Khan

Edited by:

Rodrigo Souza Santos

Fernando Teruhiko Hata  hata.ft@hotmail.com  http://orcid.org/0000-0003-0590-743X

Article History: Received: 20.vi.2017 Accepted: 23.x.2017

Corresponding author:

www.periodico.ebras.bio.br

Funding agencies:  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq and Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.


Hata et al. (2017)

Effects of undercropping Allium tuberosum Rottler ex Sprengel…

et al. 2014). Therefore, studies on repelling plants are very important. Basil, Ocimum minimum L. (Lamiaceae), coriander, Coriandrum sativum L. (Apiaceae), or citronella grass, Cymbopogon sp. Spreng. (Poaceae) repels the hemipteran Bemisia tabaci (Gennadius) in olfactometer tests and on intercropping (citronella as mulching), on tomato, Solanum lycopersicum L. (Solanaceae), crops (Carvalho et al. 2017). In Botswana open field experiments, basil, garlic, Allium sativum L. (Amaryllidaceae), and marigold, Tagetes patula L. (Asteraceae), intercropping reduced Brevicoryne brassicae L. populations on kale (Tiroesele & Matshela, 2015). Studies reveal that intercropping also reduces mite populations on plants. Onion, Allium cepa L. (Amaryllidaceae) as intercrop plant reduces Tetranychus evansi Baker and Pritchard (Acari: Tetranychidae) populations on tomato leaves (Mtambo & Zeledon 2000). In study on field and greenhouse in Brazil, TSSM populations on strawberry leaves were reduced by garlic intercropping (Hata et al. 2016). In summary, these studies show that aromatic plants have potential to be included as intercropped plant for pest control. Chinese chive, Allium tuberosum Rottler ex Sprengel (Amaryllidaceae), is a commonly used plant in Oriental (Chinese, Japanese and Korean) cuisine and their leaves and/or stalks are consumed raw or in cooked dishes (Pandey et al. 2014). Leaves of Chinese chive release a strong odor, develop well under shaded environments, and do not demand great management.

Experiments were performed in Marialva County, Paraná State, Brazil, on two high tunnels: high tunnel one: 23º 29’ 09.15’’ S, 51º 45’ 57.45” W, 568 m a.s.l., and high tunnel two: 23°27’53.9”S 51°48’02.7”W, 614 m a.s.l.), distant 4.2 km between each other, in suspended strawberry system. Strawberry plants (Albion cv.) for both areas were planted in March 2015 and were grown on bags with 1.2 m length and 0.3 m width. Seven strawberry plants were cultivated per bag. Structures of the suspended system were made of wood, with 1.0 m of height above ground. Crops management was performed according to the standard technical recommendations, with adaptations to the cultivation in bags (Ronque 1998; Galina et al. 2013). Treatments were control (spontaneous vegetation in the grown below the bags) and Chinese chive grown on the ground, below the structures (one row of Chinese chive grown under each two lines of cultivation) “undercropping” (Figure 1). Planting of Chinese chive was in March 2016. Plots consisted of two bags (14 strawberry plants per plot). TSSM mobile forms (nymphs and adults) and number of eggs were counted on strawberry leaves. Five plants were randomly chosen in each plot. Observations were performed using a 10 × magnifying glass (1 cm2). Three observations were made on the abaxial surface, in the central area of young leaflets, on each of five chosen plants. The same experimental design was set up in two high tunnels. Assessments were realized on November 21; December 13 and 27, 2016; and January 15, 2017. Treatments were replicated eight times in completely randomized design. The cumulative effect of the mite feeding was evaluated by a cumulative number of mites per day (CMD) index. This formula is recommended to compare the accumulated treatment effects (Costello 2011). CMD index was calculated with the

179

Our hypothesis is that Chinese chive volatile organic compounds released by its leaves reduce TSSM populations on strawberry leaves. Hence, we evaluated TSSM populations on strawberry leaves on two situations: spontaneous plants under the wooden structures of strawberry cultivation (control) and Chinese chive grown on the ground, under the structures “undercropping”.

Material and methods

Figure 1. Chinese chive cultivated as undercrop in a high-tunnel strawberry (Albion cv.) production.

e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 178-182

formula: ∑ {[0.5 * (An + An+1)]/D} where, A n: Number of mites on sample ‘’n”; An+1: Number of mites on next sample period (n+1); D: Number of days between sample “n” and sample “n+1”.

number of eggs were observed only on November 21 (100%). The CMD data shows that undercrop reduced TSSM population in high tunnel two (80% reduction).

To verify the assumptions for the analysis of variance, tests of the variance homogeneity and normality were performed. If assumptions were accepted, analysis of variance was performed and means were compared by Tukey’s test (α = 0.05). BioEstat 5.0 (Ayres 2007) and SASM-Agri (Canteri et al. 2001) software were used.

The overall CMD data from two high tunnels reveals a significant reduction (F = 7.85; p < 0.05) of 54.23% (Figure 2). Analysis of the overall number of eggs data from the two high tunnels reveals that treatments did not differ between each other.

Results and discussion Reductions of mobile forms of TSSM were observed on three of eight assessments: on November 21 (high tunnel one: F = 6.77; p < 0.05; high tunnel two: F = 5.60; p < 0.05), and on December 27 (high tunnel two: F = 11.12; p < 0.05) and one of eight observations reductions on mean number of TSSM eggs were observed on November 21 (high tunnel two: F = 5.86; p < 0.05) (Table 1 and 2). Reductions in TSSM mobile forms populations were observed in both areas. In high tunnel one, significant reductions of mobile forms were observed in one assessment (74.80%, on Nov 21). In high tunnel two, significant reductions of mobile forms were observed in two assessments (reductions of 100 and 89.60% on November 21 and December 27, respectively). Reductions of the

Previous studies included Chinese chive as intercropping plants for plant diseases and nematode control, obtaining promising results. Intercropping of this plant has been tested against Pseudomonas solanacearum on tomatoes (Yu 1999), Fusarium oxysporum f. sp. cubense on banana Musa spp. (Musaceae) (Zhang et al. 2013), and root-knot nematode on tomatoes (Huang et al. 2016). The use of garlic, other Amaryllidaceae plant, as intercropping plant reduced TSSM populations by 65% in strawberry leaves in a previous study in field (Hata et al. 2016). Chinese chive main volatile organic compounds (VOCs) were identified as dimethyl disulfide (DMDS) and dimethyl trisulfide (DMTS) (Yabuki et al. 2010), which probably caused TSSM reductions in our study. However, TSSM mobile forms populations were reduced on 38% of observations in the present study. This suggests that insufficient VOCs concentrations were released by Chinese chive plants. Hence, before widespread recommendation of Chinese chive undercropping approach

Table 1. Mean numbers (±SD) of Tetranychus urticae mobile forms per cm2 on leaves of strawberry (Albion cv.) planted in high tunnels, in undercropping with Chinese chive, 2016/17. Marialva, Paraná, Brazil, from November, 2016 to January, 2017. High tunnel one Treatments

Nov 21

Dec 13

Dec 27

Jan 15

CMD

Control

2.50 ± 1.76 a

0.38 ± 0.52 a

0.25 ± 0.51 a

0.00 ± 0.00 a

0.57 ± 0.44 a

Undercrop

0.63 ± 0.92 b

0.88 ± 0.64 a

0.00 ± 0.00 a

0.00 ± 0.00 a

0.41 ± 0.38 a

C.V. (%)

93.42

93.20

261.86

0.00

80.85

F value

6.77

2.97

2.33

0.00

0.66

High tunnel two Treatments

Nov 21

Dec 13

Dec 27

Jan 15

CMD

Control

1.00 ± 1.20 a

0.00 ± 0.00 a

1.25 ± 0.89 a

0.13 ± 0.35 a

0.60 ± 0.40 a

Undercrop

0.00 ± 0.00 b

0.00 ± 0.00 a

0.13 ± 0.35 b

0.50 ± 0.76 a

0.12 ± 0.23 b

C.V. (%)

169.03

0.00

98.15

188.83

67.83

F value

5.60

0.00

11.12

1.62

14.97

Means ± SD within a column followed by the same letter are not significantly different by Tukey test: P>0.05. C.V.= Coefficient of Variation

Table 2. Mean numbers (±SD) of Tetranychus urticae eggs per cm2 on leaves of strawberry (Albion cv.) planted in high tunnels, in undercropping with Chinese chive, 2016/17. Marialva, Paraná, Brazil, from November, 2016 to January, 2017. High tunnel one Treatments

Nov 21

Dec 13

Dec 27

Jan 15

Control

4.75 ± 5.77 a

0.00 ± 0.00 a

0.63 ± 1.19 a

0.00 ± 0.00 a

Undercrop

1.75 ± 2.19 a

0.75 ± 1.04 a

0.50 ± 0.93 a

0.00 ± 0.00 a

C.V. (%)

134.37

195.18

189.31

0.00

F value

1.89

4.20

0.05

0.00

Treatments

Nov 21

Dec 13

Dec 27

Jan 15

Control

2.38 ± 2.77 a

0.38 ± 0.74 a

0.88 ± 1.13 a

0.00 ± 0.00 a

Undercrop

0.00 ± 0.00 b

1.00 ± 1.52 a

1.38 ± 1.85 a

1.00 ± 2.07 a

C.V. (%)

165.19

173.31

135.95

292.77

F value

5.86

1.10

0.43

1.87

Means ± SD within a column followed by the same letter are not significantly different by Tukey test: P>0.05. C.V.= Coefficient of Variation

e-ISSN 1983-0572

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High tunnel two


Effects of undercropping Allium tuberosum Rottler ex Sprengel…

Hata et al. (2017)

Figure 2. Mean number (± SEM) of Tetranychus urticae mobile forms and number of eggs per cm2 on leaves of strawberry (Albion cv.) in control or undercropped with Chinese chive, with overall data from two high tunnels. Marialva, Paraná, Brazil, 2017. we recommend that future studies could investigate if a higher Chinese chive planting density would provide more consistent TSSM reductions in strawberry leaves. Farmers reported that Chinese chive is a perennial plant that supports shading and develops well below the structures that support the bags. In addition, Chinese chive leaves remain green through almost the entire period of a year in tropical conditions (Pandey et al. 2014). Then, those aromatic plants are continuously releasing VOCs by its leaves what may provide persistent protection for strawberry plants.

Acknowledgements We would like to thank Nilson Zacarias Bernabé Ferreira, for support through experimental period; Adilson Gallo and Nelson and Sonia Tamura, for experiments areas; and the research funding agencies Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), for the scholarships granted.

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e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.740 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

General Entomology/Entomologia Geral

Películas de partículas minerais sobre a oviposição da mosca-do-mediterrâneo em laboratório Cláudia Bernardes Ourique¹, Luiza Rodrigues Redaelli¹, Caio Fábio Stoffel Efrom² & Douglas Pedrini¹ 1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2. Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

EntomoBrasilis 10 (3): 183-186 (2017) Resumo. Com o intuito de testar a tecnologia de película de partículas minerais com produtos existentes no mercado brasileiro, este trabalho avaliou a ação de caulim e calcário líquido na oviposição de Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae). Foram realizados ensaios de laboratório com maçãs e mangas, onde os frutos foram submetidos a pulverizações com caulim e calcário líquido (20% produto + água + espalhante adesivo Break Thru®) e controles (água e água + o espalhante adesivo) e expostos, individualmente, em gaiolas contendo dez fêmeas de C. capitata, alimento e água. Após 24 horas, os frutos foram removidos das gaiolas e decorridas mais 24 horas, removia-se a película mineral e contava-se as o número de puncturas nestes. A média de puncturas registradas nos frutos dos controles, em maçãs e em mangas foi maior do que a dos frutos tratados. Caulim e calcário líquido não diferiram entre si nos dois experimentos. Em condições de laboratório, os produtos testados impediram a oviposição das moscas, reduzindo a infestação nos frutos. Palavras-Chave: Ceratitis capitata; caulim; calcário líquido; Diptera; proteção de frutos.

Minerals particles films on mediterranean fruit fly oviposition in laboratory assays Abstract. In order to test the technology of mineral particle film with products existing in the Brazilian market, this work evaluate the action of kaolin and limestone liquid on Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) oviposition. Laboratory tests were carried out with apples and mangoes, where the fruits were sprayed with kaolin and liquid limestone (20% product + water + Break Thru ® adhesive) and controls (water and water + adhesive spreader) and individually exposed in cages containing ten C. capitata females, food and water. After 24 hours, the fruits were removed from the cages and after another 24 hours, the mineral film was removed and the number of punctures counted therein. The mean number of punctures recorded in the fruits of controls, apples and mangoes was higher than that of treated fruits. Kaolin and liquid limestone did not differ between the two experiments. Under laboratory conditions, the tested products prevented the oviposition of the flies, reducing infestation in the fruits. Keywords: Ceratitis capitata; Diptera; fruit protection; kaolin; limestone.

studos avaliando a cobertura de folhas e frutos com uma película de partículas minerais visando à redução de danos em produtos agrícolas iniciaram-se em 1994, com uma tentativa de controlar doenças em frutas (Glenn & Puterka 2005). Segundo os autores, essa tecnologia consiste na utilização de minerais processados em partículas finas e quimicamente inertes, de fácil dispersão em água e formuladas para criar um filme uniforme sobre as partes aéreas da planta, que não interfira nas trocas gasosas e na fotossíntese, mas que seja de fácil remoção e que altere o comportamento dos insetos. Diversas pesquisas já demonstraram a eficácia desta tecnologia na redução de danos causados por uma ampla gama de insetos, utilizando principalmente Surround® WP, um formulado comercial a base de caulim (argilo-mineral silicatado) (Lapointe 2000; Unruh et al. 2000). Com este mesmo propósito, alguns trabalhos também relataram o uso de calcário líquido (carbonato de cálcio, Eclipse e Purshade) (Yee 2010; Prager et al. 2013). Esses produtos apresentaram bons resultados no controle da infestação de diversas espécies de tefritídeos, conhecidas como

moscas-das-frutas (Mazor & Erez 2004; Saour & Makee 2004; Braham et al. 2007; Lemoyne et al. 2008; Lo Verde et al. 2011). De acordo com esses autores, a película branca formada por esses minerais sobre as superfícies das folhas, caules e frutos pode mascarar a cor das mesmas, dificultando, a longa distância, o reconhecimento do hospedeiro e também tornando a superfície do fruto áspera e menos adequada para oviposição, causando repelência. No Brasil poucos estudos foram realizados com esta tecnologia, provavelmente, devido à inexistência de um produto comercial formulado semelhante ao Surround WP®, como ocorre nos países onde o seu uso é mais difundido. O calcário líquido, embora disponível no mercado brasileiro, é indicado pelos fabricantes (Solcrop Fertilizantes e FERTEC®) como fertilizante foliar ou como corretivo de acidez do solo e protetor solar de frutos (TECNUTRI). O uso do calcário líquido para controle de insetos ainda não foi avaliado. A existência e comercialização de caulim (pó da rocha moída) e de calcário líquido no Brasil viabiliza o desenvolvimento de pesquisas visando o controle

Edited by:

Jeronimo Augusto Alencar

Cláudia Bernardes Ourique  claudiaourique@hotmail.com  No ORCID record

Article History: Received: 12.ix.2017 Accepted: 11.xi.2017

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Funding agencies:  Epagri; Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação Estadual de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS).


Ourique et al. (2017)

Películas de partículas minerais sobre a oviposição da mosca-do-…

de pragas e pode representar uma alternativa aos agrotóxicos empregados no controle de mosca-das-frutas, como Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae). Esta espécie é uma importante praga da fruticultura no Brasil e amplamente distribuída no mundo (Zucchi 2000). Testes de laboratório e de campo em Israel e na Itália, com a película de partículas minerais sobre nectarina, caqui, laranja, tangerina satsuma e maçã mostraram que a mesma foi eficaz contra a oviposição de C. capitata (Mazor & Erez 2004; D’Aquino et al. 2011). No Brasil, manga é um fruto que com frequência sofre danos por C. capitata, inviabilizando inclusive suas exportações (Paranhos 2008). Além disso, no contexto econômico do país, encontra-se entre os cinco frutos mais exportados nas safras de 2013 e 2014 (Reetz et al. 2015). Tendo em vista esta situação e a ausência de informações sobre a utilização dessa tecnologia com produtos existentes no mercado nacional, este trabalho objetivou avaliar a ação de caulim e calcário líquido sobre a oviposição de C. capitata em maçãs e mangas, em condições de laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS Os insetos utilizados nos experimentos eram oriundos da criação de C. capitata mantida no Laboratório de Biologia Ecologia e Controle Biológico de Insetos (BIOECOLAB), da UFRGS, mantidas em sala climatizada (25 ± 2 ºC, 70 ± 10% UR, fotofase de 14 horas), seguindo metodologias adaptadas de Efrom (2009). Maçãs - Quatro grupos de dez fêmeas de C. capitata com idade entre 15 e 20 dias, previamente pareadas, que obtiveram experiência com maçã como substrato de oviposição durante 24 h, foram colocados em gaiolas de madeira (15x15x25 cm), cobertas com tecido tipo voile, contendo alimento (açúcar, extrato de soja e proteína) e água e mantidas na mesma sala climatizada. Quatro maçãs (Malus domestica L. var. Monalisa), de um lote oriundo da Estação Experimental Epagri Caçador (valores médios de massa = 166,92 g, medida transversal = 72,85 mm, firmeza = 51,96 N, ° Brix = 14,375, ATT = 0,6370, colorimetria segundo sistema CIE - L* 70,177, a* 21,615 e b* 47, 487) foram submetidas aos tratamentos: 1) água (testemunha); 2) água e espalhante adesivo (Break Thru®) (0,01% do volume de calda) (adesivo); 3) calda preparada com 20% de pó de caulim (Inducal®, Caçapava do Sul, RS, Brasil), diluído em água + espalhante adesivo; 4) 20% de calcário líquido (FoliCalcium, Tietê, SP, Brasil) + água + espalhante adesivo. Cada fruto recebeu um dos tratamentos com auxílio de pulverizador manual de pressão Famastil®, com capacidade de 2 L e fluxo de 240 mL/minuto, procurando cobrir toda a superfície deste até o ponto de escorrimento e posteriormente, seco ao ar por aproximadamente 20 minutos. Um fruto de cada um dos tratamentos foi exposto individualmente (sem escolha), por 24 horas, a dez fêmeas de C. capitata. Foram realizadas 14 repetições de cada tratamento, utilizando-se em cada uma, grupos distintos de moscas. Após 24 horas de exposição, cada fruto foi retirado e colocado em um recipiente plástico sobre uma camada de areia esterilizada

de aproximadamente três centímetros, coberto com tecido tipo voile e mantido no mesmo ambiente. Decorridas 24 horas do armazenamento, a película formada pelos tratamentos foi removida, com auxílio de algodão e água, para observação (a olho nu) e registro do número de puncturas. Após a contagem as maçãs foram descartadas. Mangas - Três grupos de dez fêmeas de C. capitata com idade entre 15 e 20 dias e com experiência com manga, como substrato de oviposição, foram colocados em gaiolas idênticas às do experimento anterior e mantidas na mesma sala climatizada. Três mangas (Mangifera indica L. var. Tommy), de um lote adquirido no mercado (valores médios de colorimetria segundo sistema CIE - L* 53,09, a* -8,61 e b* 30,13) foram submetidas aos tratamentos: 1) água (testemunha); 2) caulim; e 3) calcário líquido, nas mesmas doses do experimento anterior. Os demais procedimentos de pulverização, exposição às moscas, armazenamento e contagem de puncturas foram similares aos do experimento com as maçãs. Após a contagem de puncturas, as mangas foram descartadas. Foram realizadas oito repetições de cada tratamento, utilizando-se em cada uma delas, grupos distintos de fêmeas. Análise dos dados - Com os dados obtidos em cada um dos bioensaios, calculou-se o número médio de pucturas por tratamento, que depois de testados quanto à normalidade, foram analisados por Kruskal-Wallis, comparados Student-NewmanKeuls, ao nível de significância de 5%, utilizando software Bioestat 5.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Em maçãs, a média de puncturas registrada nas testemunhas, apenas água e com água + espalhante adesivo, não diferiu entre si, entretanto, foram superiores às dos outros dois tratamentos (H = 20,0068, gl = 3, p = 0,0002) (Tabela 1). Nas mangas, o número médio de puncturas para os frutos da testemunha diferiu dos demais tratamentos (H = 6,5151, gl = 2, p = 0,0385). A mistura água e espalhante adesivo não impediu a oviposição nas maçãs, sugerindo que este produto não exerceu repelência ou alteração na oviposição de C. capitata. Os produtos (caulim e calcário líquido) utilizados neste trabalho apresentaram fácil dispersão em água e formaram uma fina camada esbranquiçada e homogênea sobre os frutos pulverizados. Essas características eram esperadas, pois segundo Glenn & Puterka (2005) são importantes para se considerar o produto como uma película de partículas efetiva. O número médio de puncturas nos frutos do controle foi, aproximadamente, sete a oito vezes maior do que o constatado nos tratados, respectivamente, com caulim e calcário líquido em maçãs, e três vezes maior em mangas, comprovando o efeito dessas películas minerais na deterrência da oviposição das moscas. O mesmo foi observado por Mazor & Erez (2004), em teste do tipo “sem escolha”, com C. capitata, onde a média de 4,95 pousos em nectarinas sem tratamento foi superior aquela das tratadas com caulim (0,05). Segundo os autores, apesar da necessidade de ovipositar, as fêmeas evitavam se aproximar dos

Tabela 1. Número médio de puncturas (+ EP) registradas em frutos de maçã (Malus domestica L. var. Monalisa) e de manga (Mangifera indica L. var. Tommy) submetidas aos tratamentos (caulim - 20%, calcário líquido - 20% e testemunhas, com água e com água+ espalhante adesivo), em laboratório. Tratamentos

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Testemunhas

Caulim (20%)

Calcário líquido (20%)

7,1 ± 1,47 a

0,9 ± 0,30 b

1,1 ± 0,32 b

----

3,4 ± 1,28 b

3,5 ± 1,64 b

Água

Água + espalhante

Maçãs

7,4 ± 1,99 a

Mangas

10,12 ± 2,55 a

Médias seguidas da mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Student-Newman-Keuls, P<0,05

e-ISSN 1983-0572


frutos cobertos com película esbranquiçada. Da mesma forma, Villanueva & Walgenbach (2007) registraram aproximadamente 3,5 mais pousos de Rhagoletis pomonella (Walsh) (Dip.: Tephritidae), em maçãs ‘Rome Beauty’ sem película do que nas cobertas com caulim, em teste com escolha. O número de pousos de Rhagoletis indifferens Curran (Dip.: Tephritidae) em cerejas, Prunus avium (L.), tratadas com calcário líquido também foi menor do que nos frutos sem tratamento, conforme registrou Yee (2010). Os autores atribuíram esses resultados a coloração esbranquiçada deixada pela película em folhas e frutos, que interferiu na detecção dos hospedeiros pela mosca. Outra possível explicação para a menor quantidade puncturas em frutos tratados no presente trabalho é uma alteração no comportamento de oviposição, como visto também por Mikami et al. (2010), em Zabrotes subfasciatus (Boheman) (Coleoptera), em grãos de feijão. Segundo GLENN et al. (1999), o pó fino da superfície do fruto, quando em contato com o corpo do inseto, pode causar irritação no mesmo, o qual ficaria totalmente imóvel ou tentaria remover essas partículas, o que desestimularia a oviposição. Com base nos resultados obtidos neste trabalho e considerando que os efeitos secundários do caulim sobre artrópodes benéficos são geralmente considerados baixos (Begonchea et al. 2010; Santos et al. 2013), pode-se dizer que o uso desta tecnologia é promissor, entretanto, há necessidade de mais estudos para ajustes de doses, testes em outros frutos e experimentos a campo de modo a viabilizar a utilização de película de partículas minerais no controle de mosca-das-frutas. Com base nesses resultados, concluímos que caulim e o calcário líquido na concentração utilizada, interferem na oviposição de C. capitata e reduzem a infestação nos frutos.

AGRADECIMENTOS À Dra. Janaína Pereira dos Santos, pesquisadora da EPAGRI - Caçador, Santa Catarina, pelo fornecimento das maçãs, ao Laboratório de Pós-Colheita da UFRGS e à doutoranda Fernanda Varela Nascimento pelas análises físico-químicas dos frutos, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação Estadual de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS) pelas bolsas concedidas.

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doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.663 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Taxonomy and Systematics/Taxonomia e Sistemática

Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) presentes no Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brasil Registered on ZooBank: urn:lsid:zoobank.org:pub:45568B01-6868-4FA4-B194-7D558D6FFD53 Marliton Rocha Barreto & Rosane Betina Wandscheer 1. Universidade Federal de Mato Grosso, Núcleo de Estudos da Biodiversidade da Amazônia Mato-grossense – NEBAM, Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais – ICNHS / UFMT.

EntomoBrasilis 10 (3): 187-193 (2017) Resumo. A ordem Orthoptera apresenta mais de 27.700 espécies descritas e milhares ainda aguardando a descrição científica. Este trabalho teve como objetivo apresentar algumas espécies de Orthoptera presentes na coleção entomológica da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop. Foram encontrados 12 ortópteros adultos, distribuídos em três famílias e 10 espécies: Acrididae (9), Romaleidae (12) e Tettigoniidae (6). Registramos como nova ocorrência para o Estado de Mato Grosso, as espécies: Acanthodis longicauda (Stål, 1874) e Gnathoclita vorax (Stoll, 1813). A espécie A. longicauda, pertencente à família Tettigoniidae, não apresenta registro de ocorrência no Brasil, sendo, portanto, registrada pela primeira vez no País. Palavras-chave: Centro-Oeste; Distribuição; Ocorrência; Orthopterofauna; Novo registro.

Orthoptera (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) record present in Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brazil Abstract. The order Orthoptera features over 27,700 described species and thousands still awaiting scientific description. This work aimed to present some species of Orthoptera present in the entomological collection of the Federal University of Mato Grosso, Sinop campus. Found 12 adults orthopteros distributed in three families and 10 species: Acrididae (9), Romaleidae (12) and Tettigoniidae (6). We recorded a new report for the state of Mato Grosso, the species Acanthodis longicauda (Stål, 1874) and Gnatho clitavorax (Stoll, 1813). The species A. longicauda belonging to family Tettigoniidae, has no record of occurrence in Brazil, therefore, first recorded in the country. Keywords: Distribution; New record; Midwest; Occurrence; Orthoptera fauna.

ordem Orthoptera apresenta mais de 27.700 espécies descritas e milhares ainda aguardando a descrição científica. Destas, em torno de 1.500 são conhecidas para o Brasil e cerca 500 espécies para a Amazônia (Nunes-Gutjahr & Braga 2012). Ocorrem em todos os continentes, à exceção dos polos e grandes altitudes, sendo mais abundantes nos trópicos, onde formam um importante componente da fauna (Rentz 2000; Cigliano et al. 2017). Os insetos pertencentes a este grupo são conhecidos popularmente como gafanhotos, esperanças, grilos, paquinhas, entre outros, apresentando tamanho relativamente grande e capacidade de saltar, coloração muitas vezes vívida e altas populações em jardins, campos e pastagens (Bland 2003). Diversas espécies de Orthoptera são listadas como ameaçadas de extinção e, pelo menos, quatro, tiveram sua extinção confirmada no último século (Hoekstra 1998). A conservação desta ordem tem constituído um campo relativamente novo, e

estes estudos têm sido apontados como um desafio, sendo tão necessários quanto os estudos para controle e erradicação de pragas (Fujihara et al. 2011). De acordo com diversos autores, as explosões populacionais de gafanhotos em certos estados do Brasil (Rondônia e Mato Grosso, especialmente) estão certamente ligadas, em grande parte, ao desmatamento, ocasionando desequilíbrio ecológico e significativa redução dos inimigos naturais, favorecendo sua explosão populacional (Carbonell 1986; Lecoq 1991). Da mesma forma, os novos cultivos introduzidos nas áreas recém-abertas certamente dão uma certa vantagem competitiva para um subconjunto de gafanhotos, influenciando na sua capacidade de sobrevivência e o tamanho populacional (Begon et al. 2006). Guerra (2011) constatou que no Mato Grosso, os levantamentos existentes de ortópteros ocorreram, sobretudo no município

Edited by:

William Costa Rodrigues

Marliton Rocha Barreto  mrb.ufmt@gmail.com  http://orcid.org/0000-0003-3793-8855

Article History: Received: 20.x.2016 Accepted: 22.x.2017

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Barreto & Wandscheer (2017)

Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera)…

de Chapada dos Guimarães e na Chapada dos Parecis, sendo muitos descritos por Rehn em 1906 e 1918 e Bruner em 1910, 1911 e 1915. Os primeiros estudos realizados no Estado se deram principalmente em decorrência da multiplicação rápida e abundante do gafanhoto Rhammatocerus schistocercoides (Rehn, 1906) (Acrididae, Gomphocerinae), causando sérios problemas às zonas cultivadas e economicamente valorizadas (Miranda et al. 1996), sobretudo nas plantações de milho, arroz e cana-de-açúcar (Avidos & Ferreira 1997). Tais ocorrências certamente estavam ligadas, conforme afirmam Lecoq & Magalhães (2006), ao desmatamento e aos novos tipos de culturas implantadas no cerrado. Este trabalho teve como objetivo apresentar algumas espécies de Orthoptera presentes na coleção entomológica da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop e coletados no norte de Mato Grosso.

Material e Métodos O trabalho foi desenvolvido no ano de 2015 a partir de exemplares de Orthoptera depositados no Acervo Biológico da Amazônia Meridional da Universidade Federal de Mato Grosso, campus universitário de Sinop, os quais foram revisados até menor nível taxonômico possível. Todo o material foi mantido com suas respectivas etiquetas contendo os dados de coleta (municípios: Lucas do Rio Verde, Santa Carmem, Sinop, Cláudia e Cotriguaçu (Figura 1); período de coleta - julho de 2009 a maio de 2011). A identificação e a confirmação das espécies foram realizadas por especialista na área.

Resultados Foram encontrados 27 ortópteros adultos, distribuídos em 10 espécies e três famílias distintas: Acrididae (9), Romaleidae (12) e Tettigoniidae (6), conforme apresentado na Tabela 1. Algumas destas espécies de gafanhotos constituem pragas regulares e de grande importância econômica no Brasil, outras são de ocorrência ocasional ou mesmo de presença insignificante. Registramos como nova ocorrência para o Estado de Mato Grosso, as espécies: Acanthodis longicauda (Stål, 1874) e Gnathoclita vorax (Stoll, 1813).

De acordo com o Orthoptera Species Files Online (Cigliano et al. 2017) das milhares de espécies de Orthoptera no mundo, aproximadamente, 560 pertencem à superfamília Acridoidea no Brasil, a qual é constituída por gafanhotos de antenas curtas (até a metade do corpo). Entre os Acridoidea a família Acrididae é a mais numerosa, possuindo mais de 361 espécies descritas, distribuídas em 129 gêneros e 10 subfamílias (Rafael et al. 2012). Acrididae Acrididae é classificada como uma família de ampla diversidade de formas e tamanhos, assim como de hábitats. Sendo as regiões de pradarias e cerrados especialmente ricas em espécies e os hábitats variam desde lugares secos de caatinga até úmidos de banhados (Rafael et al. 2012), bem como limites florestais abertos e associados a espécies arbustivas, Bromeliaceae e plantas cultivadas (Roberts & Carbonell 1981). Segundo Costa Lima (1938, 1956) e Maranhão (1976), os representantes da Família Acrididae distinguem-se morfologicamente dos Romalidae pela ausência do espinho apical nas tíbias posteriores, onde o último espinho externo é afastado do ápice. Apresentam ampla distribuição em toda a região Neotropical, tendo sido encontradas do sul do México até a Argentina, espalhando-se pela região do Chaco, região Amazônica - rio Madeira, Napo e Tapajós-Xingu, Pará, Pantanal, Caatinga e Cerrado, na região do Paraná e províncias Pampa (Costa et al. 2010). Conforme descrito por Magalhães & Lecoq (2006) nesta família encontram-se as principais espécies-praga de gafanhotos descritas no Brasil, sendo também a família que apresenta maior número de espécies relatadas no País em levantamentos a campo: 361 espécies, distribuídas em 129 gêneros e 10 subfamílias. Além de serem considerados bioindicadores, conforme menciona Carvalho et al. (2014), na avaliação de mudanças nos diversos ambientes. Abracris dilecta Walker, 1870 (Caelifera: Acrididae: Ommatolampidinae)

188

Walker (1870) descreve alguns detalhes sobre machos de Abracris dilecta, os quais apresentam olhos de coloração ferruginosa.

Figura 1. Localização dos pontos de Coleta dos Ortópteros presentes na coleção entomológica do Acervo Biológico da Amazônia Meridional: 1: Cotriguaçu; 2: Cláudia; 3: Sinop; 4: Santa Carmem; 5: Lucas do Rio Verde. Datum: Sirgas 2000. (Fonte Mapa: Wandscheer, R.B e Barreto, M.R.). e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 187-193

Tabela 1. Ortópteros presentes na coleção entomológica da UFMT / Sinop. Superfamília/Família/SubFamília/Espécie

Local de coleta

Número de indivíduos

Colider

1

Sinop

1

Colider

1

Sinop

1

Acridoidea Acrididae Ommatolampidinae Abracris dilecta Walker, 1870 Abracris flavolineata (De Geer, 1773) Jodacris ferruginea ferrugínea (Giglio-Tos, 1894) Romaleidae Romaleinae Chromacris speciosa (Thumberg, 1824) Tropidacris collaris (Stoll, 1813)

Cotriguaçu

1

Tropidacris cristata (Linnaeus, 1758)

Cotriguaçu

2

Colider

1

Lucas do R. Verde

1

Sinop

1

Sinop, Santa Carmem

2

Xyleus discoideus discoideus (Serville, 1831) Tettigonioidea Tettigoniidae Pseudophyllinae Gnathoclita vorax (Stoll, 1813) Schedocentrus nigricans (Piza, 1978)

Antenas de coloração amarelo-tostado ou amarronzadas. Protórax com listras ferruginosas irregulares. Parte posterior do fêmur com duas faixas pretas irregulares acima; tíbia com coloração aparente de cinza pálido ou verde-azulado, esbranquiçada em direção à base, espinhos esbranquiçados e com extremidades pretas. Asas dianteiras cinzas ou marrom acobreada; Veias de coloração amarronzadas; margem costal ligeiramente arredondada perto da base. Asas posteriores transparentes; nervuras pretas, de coloração aparentemente de cinza pálido ou verde-azulado da base e ao longo da borda interior.

Segundo esses mesmos autores, esse inseto apresenta ampla distribuição em Floresta tropical do México até a Argentina. Sua distribuição na América do Sul ocorre desde a Guiana Francesa, passando por Peru, México, Paraguai e Brasil (Amazonas, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Guerra et al. (2012), apresenta está espécie com registro de ocorrência no estado de Mato Grosso, por Rehn 1909, em Chapada dos Guimarães.

Dentro de Acrididae, a espécie Abracris dilecta Walker, 1870 foi encontrada como a de maior abundância relativa nos cerrados, dentro da subfamília Ommatolampidinae (Guerra et al. 2012), são comumente encontrados em limites florestais abertos, ambientes secos, arbustivos e associados a plantas cultivadas, bem como com Bromeliaceae (Roberts & Carbonell 1981) e mais14 espécies de plantas nas famílias Asteraceae, Lamiaceae, Malvales (Sterculiaceae, Tiliaceae, Malvaceae), Poaceae, Fabaceae, Verbenaceae, Aristolochiaceae, Rubiaceae e Melastomataceae, apresentando portanto características biológicas de espécie generalista (Sperber 1996).

Roberts & Carbonell (1981) descrevem Jodacris ferruginea ferruginea semelhante a J. alvarengai em cor padrão como descrito sob essa espécie, mas o cerco do macho desta espécie tem inchaço ou apresenta uma “ligeira” protuberância proximal do lobo mediano; Parte distal esbelta, nunca estranhamente voltada para cima e não torcida em direção à sua base. Esta subespécie é semelhante à outra subespécie exceto pelo lóbulo interior do cerco masculino decididamente maior; A disfunção distal delgada varia no comprimento, mas permanece curta em relação à porção proximal e virada para dentro.

Sua distribuição na América do Sul ocorre entre Bolívia, Colômbia, Uruguai, México, Argentina e Brasil (Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). É uma espécie de distribuição ampla, em comparação a outros gafanhotos neotropicais, ocorrendo em locais secos e arbustivos, como floresta seca e savana (= cerrado) (Sperber 1991) dados esses corroborados por Carbonell et al. (2007). Abracris flavolineata (De Geer, 1773) (Caelifera: Acrididae: Ommatolampidinae) Roberts & Carbonell (1981) relataram que os machos apresentam até 29 mm de comprimento do corpo e as fêmeas até 35 mm. De cor marrom clara a escura e, geralmente, com uma linha, mais ou menos diagonal e proeminente, de coloração pálida (clara) no lado do tórax. As asas variam geograficamente de incolor a ligeiramente amarelo ou verde-amarelado, a matiz azul. Cercos do macho simples, afilando a um ponto, e ligeiramente encurvado. e-ISSN 1983-0572

Jodacris ferruginea ferruginea (Giglio-Tos, 1894) (Caelifera: Acrididae: Ommatolampidinae)

Espécies de Jodacris habitam a região subtropical meridional, vivem entre as folhas de grama, arbustos e em árvore em hastes (Bruner 1911). Eles foram registrados no norte do Brasil, Pará, em São Paulo e Mato Grosso, no Paraguai e no leste da Bolívia (Roberts & Carbonell 1981). Apresentando distribuição variada em todas as províncias do Pantanal, Imeri e Roraima, que correspondem a sub-região da Amazônia, em toda a região da Mata Atlântica brasileira, na sub-região do Paraná, e em todas as províncias do Chaco, Cerrado e da Caatinga (Costa et al. 2010). Segundo Bruner (1900) Jodacris ferruginea apresenta corpo cilíndrico, região lateral do pronoto com uma faixa bem definida. Sexos iguais em tamanho, cerco do macho muito longo, esbelto, e com o ramo exterior mais ou menos curvo. Tíbia com sete espinhos no lado exterior. Romaleidae Romaleidae é uma das famílias mais importantes no Brasil, sendo encontrada exclusivamente nas Américas (Lecoq 1991). São facilmente reconhecidos por apresentarem um espinho apical na face externa das tíbias posteriores. Possuem tamanhos,

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Acanthodis longicauda (Stål, 1874)


Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera)…

formas e cores variadas, podem ser alados, braquípteros ou, raramente, ápteros, sua cabeça pode ser orthognata ou opistognata. Anteriormente era considerada como uma subfamília de Acrididae (Amédégnato, 1974), com muitos representantes na região neotropical (Amédégnato & Poulain 1986; Braga et al. 2010). Das quatro espécies apresentadas neste trabalho, pertencentes a esta família, três delas, Chromacris speciosa (Thunberg, 1824), Tropidacris cristata (Linaeus, 1758) e T. collaris (Stoll, 1813), são listadas por Magalhães & Lecoq (2006) entre as principais espécies brasileiras de gafanhotos praga, causando danos econômicos por atacarem plantas cultivadas. No Brasil, ocorrem 153 espécies de Romaleidae pertencentes a 51 gêneros (Rafael et al. 2012). O gênero Tropidacris é representado por duas espécies, T. collaris e T. cristata. Denominadas localmente “soldadinhos”, devido às suas cores vivas e ao hábito de deslocar-se em fila indiana (Rafael et al. 2012). Estas espécies causam regularmente problemas nas regiões Norte em plantios de dendezeiro, coqueiro, bananeira e mandioca, principalmente no estado do Pará, e no Nordeste atacando igualmente mangueiras, algodoeiro e cana-de-açúcar (Lecoq & Pierozzi Júnior 1994). Chromacris speciosa (Thumberg, 1824) (Caelifera: Romaleidae: Romaleinae)

190

Dentro de Romaleidae, a espécie Chromacris speciosa apresenta distribuição ampla a exemplo do Brasil: Amapá, Pará, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul; e demais países: Colômbia, Venezuela, Guiana, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai (Carbonell et al. 2007) Roberts & Carbonell (1982), ao revisar o gênero Chromacris, enfatizaram a elevada variação apresentada por exemplares de C. speciosa em função da posição geográfica que ocupa e descreveram detalhes de sua coloração em função destas diferenças. Liebermann (1935) descreve um adulto de C. speciosa da seguinte forma: de coloração forte verde com manchas amarelas e um pouco de preto. Antenas verde e preto. Frente da cabeça de cor verde com duas listras amarelas que começam antes dos olhos e segue até o clípeo. Palpos maxilares amarelas com o último segmento preto; palpos labiais negros; Atrás da gena, existem duas manchas amarelas; duas listras amarelas pós-oculares que atingem a região pronotal, cuja borda anterior também é amarela. Pronoto com duas manchas amarelas nos sulcos transversais; uma mancha, menor, nos lóbulos laterais pronotal; as bordas inferior e posterior manchadas de amarelo; exceto na linha média, onde encontramos a carena longitudinal. Quase todo o resto do pronoto, verde; entre as manchas amarelas superiores existe uma mancha preta. As asas são de coloração marrom. mesotórax metatórax verdes com bordas amarelas; ventralmente, verde; o tubérculo prosternal, com uma ponta amarela e anéis abdominais com uma banda amarelada, visível. Cada anel superior do abdomen com uma mancha amarela, triangulares, abaixo do estigma. Coxa e trocânter dos três pares de pernas, verde. Os fêmures I e II com dois anéis amarelos, completos; Tíbia I e II, com um único anel, em sua porção média. Fémur III com três anéis amarelos, completos; entre o primeiro e o segundo, uma faixa amarela que os une, ambas as faces interna e externa. T III com dois anéis amarelos e espinhos pretos. Arólios, entre as unhas, grandes. Todos os anéis abdômen são pretos na parte superior, com pequenas manchas amarelas nas suas bordas. Asas pretas com um grande ponto vermelho no ângulo humeral e dois menores na região apical, o qual, ao voar apresenta um aspecto avermelhado ao inseto. Trata-se de uma praga ocasional e de ocorrência pontual, possuidora de marcante comportamento gregário, especialmente na fase ninfal. Ataques foram verificados sobre berinjela, eucalipto,

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batateira, cana-de-açúcar, girassol, tabaco e tomateiro, dentre outros (COPR 1982). Segundo Duraton et al. (1987) Chromacris speciosa ataca as Solanáceas, as Leguminosas, os eucaliptos e as Gramíneas, com notados estragos nas berinjelas, no guandu, na batata inglesa, no arroz, na cana-de-açúcar, no girassol, no fumo e no tomate. Almeida & Câmara (2008) também reportam C. speciosa atacando Solanáceas e Ribeiro et al. (2013) relataram C. speciosa danificando Heliconia spp. no Pará. Vasconcellos (2005) e Cisneiros et al. (2012) também relataram essa espécie causando danos significativos em espécies vegetais no Brasil. Tropidacris collaris (Stoll, 1813) (Caelifera: Romaleidae: Romaleinae) Conforme Carbonell (1986) T. Collaris apresenta antenas inteiramente amarelas (a cor pode ficar castanha em espécimes mal preservados). A crista pronotal apresenta quatro lobos (os primeiros dois lóbulos, às vezes, são fundidos em um único maior); No metanoto, a crista é representada por uma carena baixa. As asas são de coloração azul, azulado-verde: castanho a preto (tesselação) na maioria das asas; Faixa da mesma cor na margem posterior. Com espinho femural dorsal apical relativamente pequeno e subterminal. Superfície com sulco de cor contrastando com o resto do fêmur. Tropidacris collaris apresenta registros de ocorrência na Costa Rica e no Brasil, estando presente principalmente nas regiões Norte e Nordeste, e no Mato Grosso há registros em Chapada dos Guimarães e Campo Novo do Parecis. Duraton et al. (1987) relatou a presença desta espécie em todo o Nordeste nas proximidades das zonas florestais, da floresta seca a floresta úmida e no cerrado. Segundo Chagas et al. (1995) T. collaris é uma das mais importantes espécies de gafanhoto de importância econômica, principalmente porque causa danos à mangueira, coqueiro, abacateiro, bananeira, mandioca, algodoeiro, limoeiro, videira, seringueira e às vezes à cana-de-açúcar e arroz. Suas ninfas são capazes de desfolhar completamente as folhas do coqueiro só deixando apenas as nervuras centrais (Duraton et al. 1987). Essa espécie não é migratória e não forma as grandes nuvens de gafanhoto que aterrorizam, mas pelo seu apetite voraz e seu grande tamanho, podem atacar diversas espécies silvestres, palmeiras e também plantas úteis ao homem, sendo uma verdadeira praga da agricultura (Duraton et al.1987) e de espécies florestais, como o Marupá (Sefer 1961), arbustos como a Casuarina glauca (ex Sieb. Spring, 1826) (Poderoso et al. 2013) e plantios de Acacia mangium (Afonso et al. 2014). Tropidacris cristata (Linnaeus, Romaleidae: Romaleinae)

1758)

(Caelifera:

Está espécie apresenta-se distribuída por toda parte norte da América do Sul - Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, nas Guianas e no Brasil nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso - Chapada dos Guimarães, Rosário Oeste, Diamantino. Conforme Carbonell (1986) T. cristata apresenta antenas com escapo e pedicelo verdes a marrom. Flagelo marrom escuro a verde escuro ou preto. Pronoto com crista pronotal com quatro lobos na região anterior, na região mediana do pronoto a crista começa a diminuir gradualmente. Asas, geralmente, carmimvermelho, às vezes tijolo-vermelho, rosa ou raramente laranja. Asas recobertas (tesselação) com coloração marrom a preto, na maioria das asas. Faixa desta cor na margem posterior. Abdome sem qualquer coloração vermelha: ovipositor forte e longo. Com espinho dorsal grande e terminal. Superfície com sulco interno de coloração semelhante ao restante do fêmur. T. cristata é um dos maiores acridídeos do mundo. De aspecto bem robusto, ele é muitas vezes confundido com o T. collaris do e-ISSN 1983-0572


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qual se distingue pelas asas membranosas vermelhas, franjeadas de preto e pontilhadas de manchas escuras. Causam danos a muitas árvores florestais como o marupá (Simarouba amara), Quassia, Inga sp., Anacardio mijão, assim como em plantações frutíferas como a bananeira, a mandioca, o limoeiro, o coqueiral e o cafezal, e em gramíneas como o milho, o sorgo e a cana-deaçúcar (Duraton et al. 1987). Azeredo et al. (2005) relataram T. collaris em Acacia mangium Willd.

não estão totalmente legíveis. Sendo a fêmea, S. Garbe (?) 1902, coletada no Rio Juruá (Amaz.) e o macho, Manacapuru(?), coletado também no estado do Amazonas, Wontz...(?) col. set. 1906(?). No entanto, se desconhece registros publicados sobre a ocorrência desta espécie no Brasil.

Xyleus discoideus discoideus (Serville, 1831) (Caelifera: Romaleidae: Romaleinae)

Gnathoclita vorax apresenta registro de ocorrência na região norte do Brasil - Pará: Rio Tapajós (Cigliano et al. 2017), Sul da Guiana e Suriname (Conservation International 2012).

De Acordo com Cadena-Castaneda et al. (2015) Xyleus discoideus apresenta fastígio longo; quilhas costais frontal sob o ocelo, paralelo apenas em parte. Crista protorácica longa e lisa. Pode ter espinhos ou aspecto serreado. Fêmures posteriores com aspecto serreado dorsalmente e lisos, ventralmente. De acordo com Braga et al. (2010) está espécie apresenta distribuição na Argentina, Bolívia (Sudeste), Paraguai, Uruguai e Brasil (Bahia, Goiás, Brasília - DF, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso - Alto Rio Xingu, Barra do Bugres - Pará, Tocantins). O primeiro registro de ocorrência desta espécie na região Amazônica e nos estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins se deram por Braga et al. (2010), o qual relatou ainda uma mudança no padrão de distribuição desta espécie, devido que anteriormente era considerada limitada ao centro e sul do continente Sul Americano. Tettigoniidae Os Tettigonidae apresentam asas pousadas verticalmente sobre o corpo, assemelhando ao telhado de uma casa. Antenas muito longas, estendendo-se frequentemente bem além da ponta do abdômen. Todos os tarsos com 4 segmentos (fórmula 4-4-4), compare grilos (3-3-3). Tímpano (órgãos auditivos) nas tíbias da frente. Ovipositor tipicamente achatado e semelhante a uma espada A família Tettigoniidae, conhecida popularmente como esperanças, são cosmopolitas, porém mais diversos nos trópicos (Rafael et al. 2012). Possuem uma ampla distribuição mundial, porém a maioria das espécies se encontram em regiões tropicais úmidas (Zapata 1997). Para o Brasil existem 566 espécies descritas. Sendo a única família com representantes vivos para Tettigonioidea (Rafael et al. 2012). Possui 19 subfamílias distribuídas a nível mundial, dos quais cinco ocorrem no Brasil e na Amazônia brasileira: Conocephalinae, Listroscelidinae, Meconematinae, Pseudophyllinae e Phaneropterinae (Cigliano et al. 2017). Sendo neste trabalho apresentado apenas representantes da subfamília Pseudophyllinae. Acanthodis longicauda (Stål, Tettigoniidae: Pseudophyllinae)

1874)

(Ensifera:

Apresenta distribuição na América do Sul (Cigliano et al. 2017) e Norte da América do Sul, Bolívia, Equador, Guyana e Colômbia (Zapata 1997). Das espécies do gênero Acanthodis listadas no Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil, apenas a espécie Acanthodis aquilina Linnaeus, 1758, apresenta distribuição geográfica conhecida no Brasil - Norte Amazonas (Chamorro-Rengifo & Lhano 2016). Segundo Zucchi (2016) (comunicação pessoal), a espécie Acanthodis longicauda apresenta dois exemplares na coleção de insetos da ESALQ/USP, os quais foram identificados pelo Prof. Salvador T. Piza (sem data), porém as etiquetas de identificação e-ISSN 1983-0572

Gnathoclita vorax (Stoll, 1813) (Ensifera: Tettigoniidae: Pseudophyllinae)

De acordo com Conservation International (2012), esta espécie é um raro exemplo de esperança com forte dimorfismo sexual, devido ao crescimento alométrico das mandíbulas do sexo masculino. E foi encontrado em números relativamente altos nos principais parques de campismo do Suriname, especialmente entre arquibancadas do bambu Guadua sp., o qual usa como abrigo. Schedocentrus nigricans (Piza, Tettigoniidae: Pseudophyllinae)

1978)

(Ensifera:

Tettigoniidae descrito por Salvador de Toledo Piza Jr., em 1978, como sendo Chibchella nigricans, foi coletado na região Centro-Oeste do Brasil, Mato Grosso - Barra do Tapirapé, e está depositado na coleção da Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Cigliano et al. 2017). Chamorro-Rengifo (2010), revisou espécies de Tettigoniidade descritos por Salvador de Toledo Piza Jr. everificou que várias espécies foram descritas em gêneros inadequados, dentre elas Chibchella nigricans, pertencente a Schedocentrus nigricans.

Discussão A ordem Orthoptera, quando comparada às ordens Coleoptera, Diptera, Lepidoptera, Hymenoptera e Hemiptera, apresentam poucos estudos e registros, principalmente de indivíduos não classificados como praga a culturas de importância econômica, dificultando assim a análise e comparação de dados de algumas espécies. Em revisão bibliográfica sobre estudos com Orthoptera para a região norte do Mato Grosso, foi verificado um número muito baixo de documentos, sendo este um dos trabalhos pioneiros para o conhecimento da diversidade de espécies desta região. Contrário à região sul do estado, conforme apresenta Guerra et al. (2012) com inúmeros registros de levantamentos realizados desde o início do século XX e em diferentes regiões de Mato Grosso (Bruner 1911; Rehn 1906, 1909, 1913, 1918, 1944; Liebermann 1955; Ronderos 1976, 1977; Ronderos & Sánchez 1983; Otte 1978; Descamps 1980, 1984; Roberts 1975; Roberts & Carbonell 1979, 1980, 1981, 1982; Descamps & Carbonell 1985; Amédégnato & Poulain 1987; Assis-Pujol 1997; Carbonell 1969, 1986, 1995, 2002, 2004; Cigliano 2007), principalmente nas regiões de Chapada dos Guimarães e Chapada dos Parecis. Dentre as espécies coletadas, pode-se observar através de revisões bibliográficas a diferença de distribuição entre as famílias. Indivíduos pertencentes às famílias Acrididae e Romaleidae apresentam ampla distribuição, podendo ser considerados espécies generalistas, por outro lado, aqueles pertencentes à família Tettigoniidae são de distribuição mais restrita. Foram encontrados 27 indivíduos da ordem Orthoptera, distribuídos em três famílias e 10 espécies. Sendo a espécie Gnathoclita vorax registrada como nova ocorrência para o Estado de Mato Grosso e a espécie Acanthodis longicauda registrada pela primeira vez no Brasil. Considerando a importância dos representantes desse grupo e a falta de informações básicas sobre a orthopterofauna no Mato

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Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera)…

Grosso, sugerem-se estudos relativos ao ciclo biológico desses insetos, os quais possam fornecer subsídios para novos estudos da biologia e preservação do meio ambiente.

Agradecimento Ao especialista Dr. Marcos Lhano, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), pela identificação das espécies.

192

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Suggestion citation:

193

Barreto, M.R. & R.B. Wandscheer, 2017. Registro de Ortópteros (Orthoptera, Caelifera, Ensifera) presentes no Acervo Biológico da Amazônia Meridional, Brasil. EntomoBrasilis, 10 (3): 187-193. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.663

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.700 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Taxonomy and Systematics/Taxonomia e Sistemática

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia) Registered on ZooBank: urn:lsid:zoobank.org:pub:774A1D01-612C-49D8-8EC8-2AC4A294944A Guilherme Machado Gonçalves¹ & Fernando Willyan Trevisan Leivas² 1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 2. Universidade Federal do Paraná, Departamento de Biodiversidade.

EntomoBrasilis 10 (3): 194-213 (2017) Resumo. Os Histeridae são besouros predadores, principalmente de larvas de Diptera, que apresentam morfologia diversificada. Ainda há pouca informação sobre os Histerídeos ocorrentes na região Neotropical e no Brasil, com carência principalmente de dados regionais. O presente estudo visa preencher esta lacuna de conhecimento por meio de elaboração uma lista de espécies para a região sul do Brasil. Os dados foram levantados por meio de revisão bibliográfica e complementados com o estudo de exemplares depositados nas principais Coleções Biológica do sul do Brasil. São registrados: 66 gêneros e 157 espécies de Histeridae para a Região sul do país, alocados em 11 tribos e sete subfamílias. Essa é a lista regional mais completa de espécies de Histeridae para o Brasil e a primeira para o sul do país. Palavras-chave: Besouros; Biodiversidade; Distribuição; Histeroidea; Neotropical. Checklist of Histeridae from southern Brazil (Insecta: Coleoptera: Staphyliniformia) Abstract. The histerid beetles are predator, mainly larvae Diptera, that present diversified morphology. There is little information about the histerid beetles from Neotropical and Brazil, with a large lack mainly about regional data. Our goal was to present a checklist of Histeridae from southern Brazil in order to fill this gap of knowledge. The data were collected through a bibliographic review and supplemented with the study of specimens deposited in the main Biological Collections from Southern Brazil. There are 66 genera and 157 species of Histeridae for the southern Brazil, allocated in 11 tribes and seven subfamilies. Were recorded: 68 species to State of Paraná, 106 species to State of Santa Catarina and 25 species to State of Rio Grande do Sul. This is the most complete regional checklist of Histeridae species from Brazil and the first to southern of the country. Keywords: Beetles; Biodiversity; Distribution; Histeroidea; Neotropical.

conhecimento da biodiversidade de besouros da região sul do Brasil tem se expandido nos últimos 15 anos, principalmente pelos estudos desenvolvidos no Estado do Paraná, decorrentes em grande parte do Projeto de Levantamento da Fauna Entomológica do Paraná (PROFAUPAR) e do Projeto Vila Velha (PROVIVE, no Parque Estadual de Vila Velha) (Marinoni & Ganho 2003, 2006; Linzmeier & RibeiroCosta 2009; Fernandes & Linzmeier 2012). Entretanto, muitas famílias permanecem pouco estudadas em função da alta diversidade ou pela falta de especialistas, como é caso da família Histeridae (Marinoni & Ganho 2003). A família Histeridae possui 4.252 espécies, 391 gêneros, 17 tribos e 11 subfamílias (Mazur 2011; Kovarik & Caterino 2016). Os histerídeos apresentam grande diversidade morfológica, devido aos diferentes ambientes e associações que podem ser encontrados, tal como em matéria orgânica em decomposição e ninhos de cupins e formigas (Kovarik & Caterino 2001; 2016). Na maioria são besouros carnívoros e algumas espécies apresentam importância nas áreas aplicadas devido ao comportamento predador, tal como na Entomologia Forense (Mise et al. 2007)

e no controle de pragas de pastagem (Kovarik & Caterino, 2001; 2016), de cultivo de banana (Mesquita, 2003), de besouros brocadores de madeira (Shepherd & Goyer, 2005) e de alimentos estocados (Hinton 1945). Embora apresentem essa importância há deficiente informação sobre os Histerídeos ocorrentes na região Neotropical e no Brasil. Os dados da fauna brasileira de histerídeos estão defasados, sendo registradas 352 espécies em 85 gêneros para o país (Costa 2000). Da mesma forma, não há listas recentes dos táxons registrados para o Brasil ou mesmo para seus Estados por completo. As listas de espécies direcionadas para o Brasil se limitam aos dados iniciais da fauna brasileira com o trabalho de Schmidt (1896) e por Guérin (1953) que mencionaram algumas poucas espécies ocorrentes no país, Leivas et al. (2013) que apresentaram a primeira lista dos táxons de Histeridae ocorrentes na região dos Campos Gerais do Paraná, e por Leivas et al. (2015) com um checklist das espécies de Histerini (Histerinae) do Brasil.

Edited by:

Ricardo Andreazze

Guilherme Machado Gonçalves  guilhermemg40@hotmail.com  No ORCID record

Article History: Received: 15.iv.2017 Accepted: 11.vii.2017

Corresponding author:

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Gonçalves & Leivas (2017)

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Listas regionais da fauna auxiliam na produção de conhecimento, tanto do ponto de vista básico como o aplicado (Leivas & Carneiro 2012). Podem ainda somar no conhecimento da biodiversidade de espécies ocorrentes em formações vegetacionais impactadas ou preservadas, e são importantes ferramentas para a elaboração de estratégias públicas para a conservação (Conservation Internacional do Brasil et al. 2000). A fim dar os primeiros passos para preencher uma lacuna quanto ao conhecimento e distribuição da biodiversidade dos histerídeos no Brasil, nós apresentamos uma lista de táxons de Histeridae ocorrentes no sul do Brasil e a distribuição geográfica conhecida das espécies.

MATERIAL E MÉTODOS Para gerar a lista dos táxons presentes nos Estados do sul do Brasil, inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica a partir de periódicos, livros, teses, dissertações e planos de manejo de Unidades de Conservação (os principais indexadores utilizados foram o Portal de Periódicos Capes, Scielo, Science Direct e Wiley Online Library), sendo que 37 bibliografias foram informativas. Os dados de literatura foram complementados pelo estudo dos exemplares depositados na Coleção Entomológica Pe. Jesus Santiago Moure do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (DZUP, Curitiba, Dra. Lúcia Massutti de Almeida), do Museu Anchieta de Ciências Naturais, (MAPA, Porto Alegre, Dr. Fernando Rodrigues Meyer) e do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (FZRG, Porto Alegre, Dr. Luciano Moura). Os exemplares foram identificados em nível mais específico possível por meio de bibliografias especializadas. Quando as coordenadas geográficas não estavam disponíveis na fonte de informação, foi utilizado o marco zero do Município como ponto referencial de distribuição geográfica, ou no caso de ausência de município foi utilizado à coordenada do marco zero do Estado (Paraná= Latitude: -25.2520, Longitude: -52.0215, Santa Catarina= Latitude: -27.2423, Longitude: -50.2188 e Rio Grande do Sul= Latitude: -30.0346, Longitude: -51.2177) (Genomics 2014; Google Inc. 2015). O mapa de distribuição das espécies foi confeccionado no SimpleMappr (Shorthouse & David 2010).

RESULTADOS Na região sul do Brasil são registrados sete subfamílias, 11 tribos, 66 gêneros, 10 subgêneros, 157 espécies e 1 subespécie de Histeridae (Tabela 1 e 2, Figura 1-62, após as referências). Os gêneros que apresentaram maior riqueza de espécies para a região sul foram: Omalodes Dejean e Baconia Lewis, com 19 espécies cada, seguido de Operclipygus Marseul com 13 espécies. Os gêneros com menor número de espécies foram: Acritus Le Conte, Aeletes Horn, Anasynodites Reichensperger, Aristomorphus Lewis, Bruchodites Tishechkin, Cheilister Reichensperger, Chrysetaerius Reichensperger, Coptotrophis Lewis, Daitrosister Helava, Discoscelis Schmidt, Ecclisister Reichensperger, Eutidium Lewis, Euxenister Reichensperger, Fistulaster Helava, Glyptosister Helava, Helavadites Tishechkin, Hemicolonides Reichensperger, Hippeutister Reichensperger, Homalopygus Boheman, Idolia Lewis, Iugulister Reichensperger, Kaszabister Mazur, Kleptisister Helava, Leptosister Helava, Nunbergia Mazur, Panoplitellus Hedicke, Paratropinus Reichensperger, Parodites Reichensperger, Plagiogramma Tarsia, Plaumannister Reichensperger, Procolonides Reichensperger, Reichenspergerites Tishechkin, Reninoides Helava, Reninopsis Helava, Sphyracus Marseul, Symphilister Reichensperger, Synoditulus Reichensperger, Tarsilister Bruch, Terapus Marseul, Teratosoma Lewis, Teretriosoma Horn, Troglosternus Bickhardt e Oxysternus Dejean, todos apresentando apenas uma espécie para a região sul. Ao total foram catalogados 1.043 registros de espécies para a região sul do Brasil. O Estado que apresentou maior número de registros compilados foi o Paraná (45%, n=473), seguido de Santa Catarina (41%, n=426) e do Rio Grande do Sul (14%, n=144) (tabela 2 e 3). Das 68 espécies registradas para o Estado do Paraná, 42 espécies são conhecidas apenas nesse Estado. Para Santa Catarina o número de espécies registradas foi de 106, sendo destas 80 ocorrentes exclusivamente para o Estado. Foram registradas 25 espécies Rio Grande do Sul sendo que 12 delas ocorrem exclusivamente no Estado (Tabela 2). Dezesseis espécies foram registradas para ambos os Estados do Paraná e Santa Catarina: Baconia bullifrons Caterino & Tishechkin, 2013, Baconia repens Caterino & Tishechkin, 2013, Carcinops (Carcinops) troglodytes(Paykull, 1811), Euclasea splendens Reichensperger, 1924, Glyptosister cornutus Heleva, 1985, Hister cavifrons Marseul, 1854, Hister lissurus Marseul,

Tabela 1. Comparação do número de gêneros e espécies de Histeridae registrados na região sul do Brasil de acordo com a literatura e informação compilada na presente pesquisa. Schmidt (1896)

Guérin (1953)1

Espécie

Gênero

Gênero

Espécie

Gênero

Espécies

Gêneros

Espécies

Gêneros

Espécies

Abraeinae

0

0

2

2

1

1

0

0

4

5

Dendrophilinae

0

0

1

1

1

1

0

0

2

7

Haeteriinae

0

0

3

12

34

43

2

2

41

56

Histerinae

0

3

1

1

5

8

5

20

13

74

Saprininae

0

1

1

1

1

1

1

6

1

6

Tribalinae

0

0

0

0

2

2

1

1

3

5

Trypanaeinae

0

1

0

0

0

0

0

0

2

4

0

5

8

17

44

56

9

29

66

157

195

Subfamília

Total

Mazur (1997)2

Mazur (2011)3

Leivas et al. (2013)4

Nesta Publicação

Registros de espécies? apenas para a região sul do Brasil, sem informação de Estado e Município; 2, 3 Registros apenas para Estados, sem informação de Município, citados nos Catálogos Mundiais de Histeridae; 4 Trabalho com dados regionais para os Campos Gerais do Estado do Paraná. 1

e-ISSN 1983-0572


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EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

1854, Iugulister clarissae Reichensperger, 1958, Metasynodites paschalis, Monotonodites nitidus (Reichensperger, 1923), Omalodes (Omalodes) anthracinus Marseul, 1854, Omalodes (Omalodes) gagatinus Erichson, 1847, Omalodes (Omalodes) planifrons, Operclipygus farctus Marseul, 1854, Operclipygus subterraneus Caterino & Tishechkin, 2013 e Phelister pumilus (Erichson, 1834) (Tabela 2).

recentemente revisados taxonomicamente (Caterino & Tisheckin 2013a, 2013b) e Omalodes está em processo de revisão (D. P. Moura, comunicação pessoal). Usualmente as revisões taxonômicas contribuem mais do que apenas ferramentas de identificação, mas também ampliam a distribuição geográfica das espécies conhecidas e descrevem outras ainda não conhecidas pela ciência devido a grande reunião de espécimes.

As espécies que foram registradas somente no Paraná e Rio Grande do Sul foram: Carcinops (Carcinops) troglodytes e Omalodes (Omalodes) fortunatus.

O aumento no número de táxons para a região sul representa ainda um cenário possivelmente discreto da real diversidade de espécies potencialmente ocorrentes nessa região. Muitos grupos de Histeridae diversos em espécies na Região Neotropical, e que são relativamente fácies de amostragem na região sul do Brasil, apresentam problemas taxonômicos para a identificação das espécies e possivelmente estejam em maior diversidade nessa região, tal como Euspilotus (78 spp. descritas com apenas 7 registradas no sul do país) e Phelister (88 spp. descritas com apenas 6 registradas no sul do país). Além disso, certamente a Região sul do país apresenta diversas espécies de Histeridae não descritas pela ciência, visto que os estudos na região (ex. trabalhos de campo e de sistemática) ainda estão longe de um cenário confortável.

Duas espécies foram registradas ocorrendo apenas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul: Hister diadema e Troglosternus dasypus (tabela 2). Apenas nove espécies foram registradas nos três Estados do sul do Brasil: Daitrosister setulosus, Euspilotus (Hesperosaprinus) azureus, Kaszabister rubellus, Metasynodites minor, Omalodes (Omalodes) angulatus, Omalodes (Omalodes) foveola, Omalodes (Omalodes) punctistrius, Omalodes (Omalodes) punctulatus, Plaumannister volitans (Tabela 2).

DISCUSSÃO Segundo o Decreto Nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 que institui os princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade e considerando os tratados assumidos pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, em 1992, o país deve promover o mapeamento da biodiversidade em todo o território nacional, gerar e distribuir amplamente mapas da biodiversidade brasileira (Brasil 2002). Nesse contexto, as listas regionais de entomofauna brasileira que agreguem o maior número de dados biológicos possíveis são um importante instrumento para conservação da mesma. A riqueza conhecida da família Histeridae para a região Neotropical é 139 gêneros e 1047 espécies, e para o Brasil é de 85 gêneros e 352 espécies (Costa 2000). Sendo assim, os táxons registrados para a região sul do Brasil representam 47% dos gêneros e 15% das espécies da região Neotropical e 78% dos gêneros e 45% das espécies da fauna brasileira conhecida de Histeridae. Embora a pequena extensão territorial do sul do Brasil (apenas 6% de todo território brasileiro: 8.515.767,049 km²) (IBGE 2015), os dados mostram que ela detém uma importante parcela da biodiversidade Neotropical e brasileira desses besouros. Essa diversidade de espécies pode estar relacionada com grande amplitude de fatores bióticos (paisagens, formações vegetacionais e biomas) e abióticos (variações de clima, precipitação, umidade, altitude e relevo) presente no sul do Brasil (Maack 2012), importante para que haja uma fauna diversificada. Segundo Mazur (2011), bibliografia mais abrangente da distribuição geográfica dos táxons de Histeridae, para a região sul do país eram registrados 44 gêneros e 56 espécies. Observase um acréscimo de 22 gêneros (ou 50%) e de 102 espécies (ou 182%) da família para a região sul, possivelmente reflexos da melhoria do conhecimento taxonômico e amostragem do grupo em coleções biológicas. Isso torna-se claro pelo fato de que a maior riqueza de espécies de Histeridae na região sul é pertencente aos gêneros Baconia, Operclipygus e Omalodes. Os dois primeiros gêneros foram

Os dados mostram que das 158 espécies registradas apenas nove encontraram-se com ampla distribuição para a região sul (todos os Estados), o que representaria um alto grau de endemismo geográfico. Entretanto, esse panorama possivelmente seja reflexo dos problemas taxonômicos descritos acima, dos métodos de coletas empregados que podem ser direcionados para apenas para determinado grupo, e da carência de coletas em algumas regiões como litoral e região Oeste dos Estados e sul dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O maior número de registros e de riqueza de espécies para o Paraná devido à existência de um grupo de pesquisa em Histeridae no Paraná (UFPR), uma vez que centros de pesquisas tendem a desenvolver um maior número coletas de campo e de identificação do material nas Coleções Biológicas do Estado em que está localizado. O segundo maior número de registros compilados para o Estado de Santa Catarina pode ser atribuído pelas coletas extensivas e periódicas de Fritz Plaumann ao longo de 70 anos na região de Nova Teutônia - SC (Spessatto 2001). A menor quantidade de dados para a família no Rio Grande do Sul certamente está relacionada com a falta de especialistas ou mesmo coletas específicas para o Estado. Entretanto, salienta-se que um esforço maior no estudo dos exemplares depositado nas principais coleções do Rio Grande do Sul (MGAP e MCNZ) deve ser conduzido, uma vez que apenas uma parcela dos exemplares depositados nessas instituições foram estudados. Embora seja regional, os dados representam a compilação mais completa de uma lista de espécies de Histeridae para o Brasil, bem como sobre a distribuição geográfica das mesmas, e auxiliam no preenchimento da lacuna sobre o conhecimento dos histerídeos ocorrentes no Brasil. Além disso, essa lista vem contribuir para a atualização do Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTBF), na qual o segundo autor é um dos colaboradores. Com objetivo de melhorar a qualidade do conhecimento do grupo na Região sul do país, mais esforços devem ser conduzidos em termos de inventariamento faunístico dos histerídeos, principalmente nas regiões Oeste e sul dos Estados.

Subfamília Abraeinae

Tribo Acritini

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Acritus (Pycnacritus) tuberculatus Wenzel & Dybas, 1941*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

53 Continua...

e-ISSN 1983-0572

196

Tabela 2. Lista de espécies de Histeridae ocorrentes na região sul do Brasil. PR: Paraná, RS: Rio Grande do Sul e SC: Santa Catarina.


Gonçalves & Leivas (2017)

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Tabela 2. Continuação... Subfamília

Tribo

Teretriini

Dendrophilinae

197

Haeteriinae

Paromalini

Hetaeriini

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Aeletes (Aeletes) nicolasi Leivas, 2012*

PR

Lat: -25.4458, Long: -49.2327; Lat: -25.4500, Long: -49.2316

55

Teretriosoma festivum (Lewis, 1879) ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

52

Teretrius (Neotepetrius) gigas (Mazur, 1978) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

1

Teretrius (Neotepetrius) tuberculifrons (Mazur, 1978) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

5

Carcinops (Carcinops) ovatula Lewis, 1888*

SC

Lat: -26.9333, Long: -49.0500

53

Carcinops (Carcinops) plaumanni Wenzel, 1944*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

44

Carcinops (Carcinops) tenella (Erichson, 1834)* ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

53

Carcinops (Carcinops) troglodytes (Paykull, 1811)*

PR, RS

Lat: -23.0667, Long: -52.4667; Lat: -31.5666, Long: -52.3833; Lat: -23.3000, Long: -51.1500

52

Carcinops (Carcinops) tuberata Wenzel, 1944*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

52

Paromalus (Isolomalus) inunctus Marseul, 1862 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

14

Paromalus (Isolomalus) samba Mazur, 1981 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

9

Alloiodites dispar (Reichensperger, 1939)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

55

Alloiodites plaumanni (Reichensperger, 1939) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.1833, Long: -52.3833; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

62

Alloiodites regulus (Reichensperger, 1939) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

61

Anasynodites striatus (Reichensperger, 1923) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

56

Aristomorphus perversus (Reichensperger, 1923) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

54

Colonides hubrichi Bruch, 1923

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816

54

Discoscelis canaliculata Schimidt, 1889*

PR

Lat: -25.3833, Long: -51.4500

55

Euclasea diadocha (Reichensperger, 1939) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -27.1167, Long: -51.4000

27

Euclasea novaeteutoniae Reichensperger, 1939 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -27.1833, Long: -52.3833

26

Euclasea pumila (Reichensperger, 1926)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

34

Euclasea splendens Reichensperger, 1924 ¹²

PR, SC

Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -26.0967, Long: -49.7933

28

Euxenister asperatus Reichensperger, 1923 ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

55

Fistulaster hamata Heleva, 1985 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

23

Glyptosister cornutus Heleva, 1985*²

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -25.4333, Long: -52.4666

22

Hemicolonides plaumanni Reichensperger, 1939 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

20

Hetaeriobus borgmeieri (Reichensperger, 1929) ¹

PR

Lat: -26.0967, Long: -49.7933; Lat: -25.2520, Long: -52.0215

56

Hetaeriobus bucki Reichensperger, 1925 ³

RS

Lat:-30.0346, Long: -51.2177; Lat: -30.0333, Long: -51.2000

55

Continua...

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Subfamília

Tribo

Nymphistrini

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Hippeutister plaumanni Reichensperger, 1936 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

59

Homalopygus commensalis Lewis, 1885*

SC

Lat: -26.9333, Long: -49.0500

43

Iugulister clarissae Reichensperger, 1958 ²

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.3166, Long: -49.0500; Lat: -25.3000, Long: -49.0833

19

Kleptisister hirsuta Heleva, 1985 ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -25.1333, Long: -49.0666

53

Parodites wasmanni Reichensperger, 1923

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

16

Plaumannister volitans Reichensperger, 1958*²

PR, RS, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -29.1000, Long: -52.5833; Lat: -25.1833, Long: -49.1333

43

Procolonides bruchi Reichensperger, 1935

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

13

Reninoides declinatus Heleva, 1985 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

6

Reninopsis reichenspergeri Heleva, 1985 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

4

Reninus arechavaletae (Marseul, 1870)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

11

Reninus meticulosus (Lewis, 1885) ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -23.1508, Long: -50.5641

42

Terapus scaphipes Reichensperger, 1933*³

RS

Lat: -30.0346, Long: -51.2177

54

Teratosoma longipes Lewis, 1885

SC

Lat: -26.9333, Long: -49.0500

42

Troglosternus dasypus Bickhardt, 1917 ³

RS SC

Lat:-30.0346, Long: -51.2177; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

9

Xylostega quadriglumis Reichensperger, 1923¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

54

Bruchodites praeclusus (Reichensperger, 1939) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

60

Cheilister lucidulus Reichensperger, 1924 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

55

Chrysetaerius iheringi Reichensperger, 1923

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

38

Daitrosister setulosus (Reichensperger, 1923) ¹²³

PR, RS, SC

Lat:-30.0346, Long: -51.2177; Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -29.4425, Long: -50.5799

37

Ecclisister bickhardti (Reichensperger, 1923) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

31

Helavadites elegantulus (Reichensperger, 1939)²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

21

Leptosister patulus Heleva, 1985 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

18

Mesynodites aciculatus (Schmidt, 1893)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

28

Mesynodites schuppii (Schmidt, 1893)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

25

Mesynodites sodalis (Reichensperger, 1924) ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

43

Metasynodites legionarius (Reichensperger, 1929) ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -26.0967, Long: -49.7933

41 Continua...

e-ISSN 1983-0572

198

Tabela 2. Continuação...


Gonçalves & Leivas (2017)

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Tabela 2. Continuação... Subfamília

199

Histerinae

Tribo

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Metasynodites minor (Reichensperger, 1931) ¹

PR, RS, SC

Lat: -26.0967, Long: -49.7933; Lat: -29.5333, Long: -52.5333; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -25.2520, Long: -52.0215

45

Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -26.0967, Long: -49.7933; Lat: -25.7000, Long: -50.7666 Lat: -25.2520, Long: -52.0215; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -26.0967, Long: -49.7933

Metasynodites paschalis (Reichensperger, 1930) ¹²

PR, SC

Monotonodites nitidus (Reichensperger, 1923) ¹

PR, SC

Monotonodites raptantis (Reichensperger, 1925) ³

RS

Lat:-30.0346, Long: -51.2177; Lat: -30.0333, Long: -51.2000

51

Panoplitellus comes Reichensperger, 1923*²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

11

Paratropinus variepunctatus Reichensperger, 1923 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

10

Psalidister furcatus Reichensperger, 1924 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

45

Psalidister quadriglumis Reichensperger, 1924 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

44

Reichenspergerites robustus Reichensperger, 1939 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

3

Sternocoelopsis auricomus Reichensperger, 1923 ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

51

Sternocoelopsis verselyi Reichensperger, 1923 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

46

Symphilister collegianus Reichensperger, 1923 ²

SC

Synoditulini

Synoditulus separatus (Reichensperger, 1924) ²

SC

Exosternini

Baconia angusta Schmidt, 1893

PR

Lat: -24.5663, Long: -50.2570

41

Baconia bullifrons Caterino & Tishechkin, 2013

PR, SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -25.4961, Long: -48.9816

41

Baconia burmeisteri (Marseul, 1870) ²

RS

Lat: -30.0346, Long: -51.2177

41

Baconia diminua Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

40

Baconia famelica Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -24.3025, Long: -50.5016; Lat: -24.5166, Long: -50.8500; Lat: -24.4833, Long: -51.2666

42

Baconia foliosoma Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

37

Baconia fortis Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

42

Baconia grossii Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -25.4934, Long: -48.9786

42

Baconia guartela Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -24.5663, Long: -50.2570

42

Baconia leivasi Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -25.3000, -49.0833

42

Baconia loricata Lewis, 1885 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

40

Baconia micans (Schmidt, 1889) ²

SC

Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -27.3000, Long: -52.6333; Lat: -27.2423, Long: -50.2188

39

Baconia obsoleta Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

32

Baconia patula Lewis, 1885 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -27.3000, Long: -52.6333

51

Baconia punctiventer Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

38

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500 Lat: -27.2423, Long: -50.21887; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

Long:

30

22

47 2

Continua...

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EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Subfamília

Tribo

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Baconia repens Caterino & Tishechkin, 2013

PR, SC

Lat: -24.3025, Long: -50.5016; Lat: -27.3000, Long: -52.6333

41

Baconia riouka (Marseul, 1861)

SC

Lat: -27.3000, Long: -52.6333

35

Baconia slipinskii Mazur, 1981 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.3000, Long: -52.6333

33

Baconia varicolor (Marseul, 1887) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

41

Kaszabister rubellus (Erichson, 1834)*

PR, RS, SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -29.3667, Long: -50.8333; Lat: -26.0967, Long: -49.7933

29

Nunbergia exosternoides Mazur, 1978 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

17

Operclipygus aff. wenzeli Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -23.1578, Long: -50.5718; Lat: -23.1508, Long: -50.5641

32

Operclipygus bidessois (Marseul, 1889)

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

24

Operclipygus farctus (Marseul, 1864) ²

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -23.2833, Long: -51.0500; Lat: -23.1697, Long: -50.5644; Lat: -23.1578, Long: -50.5718; Lat: -23.1555, Long: -50.5722; Lat: -23.1508, Long: -50.5641

12

Operclipygus friburgius (Marseul, 1864)

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816

33

Operclipygus iheringi (Bickhardt, 1917)

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5333, Long: -50.2833

28

Operclipygus novateutoniae Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

20

Operclipygus plaumanni Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.1833, Long: -52.3833

30

Operclipygus proximus Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -23.1555, Long: -50.5722

33

Operclipygus punctulatus Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.1833, Long: -52.3833

32

Operclipygus sejunctus (Schmidt, 1896)

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -25.3000, Long: -49.0833; Lat: -25.2390, Long: -50.0133; Lat: -24.3025, Long: -50.5016

29

Operclipygus simplistrius Caterino & Tishechkin, 2013

SC

Lat: -27.1833, Long: -52.3833

33

Operclipygus subrufus Caterino & Tishechkin, 2013

PR

Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

34

Operclipygus subterraneus Caterino & Tishechkin, 2013

PR, SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4458, Long: -49.2327; Lat: -25.4456, Long: -49.2323; Lat: -25.4167, Long: -49.2500; Lat: -25.3000, Long: -49.0833; Lat: -25.2521, Long: -50.0062; Lat: -25.2390, Long: -50.0133; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570; Lat: -24.5333, Long: -50.2833

31

Phelister brevistrius Marseul, 1853

PR

Lat: -25.2390, Long: -50.0133

41

PR

Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570; Lat: -23.1697, Long: -50.5644; Lat: -23.1591, Long: -50.5704; Lat: -23.1578, Long: -50.5718; Lat: -23.1555, Long: -50.5722; Lat: -23.1508, Long: -50.5641

39

Phelister panamensis LeConte, 1859

Continua...

e-ISSN 1983-0572

200

Tabela 2. Continuação...


Gonçalves & Leivas (2017)

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Tabela 2. Continuação... Subfamília

Tribo

Histerini

Hololeptini

201

Incertae sedis

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Phelister pumilus (Erichson, 1834) ²

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

8

Phelister rectisternus Lewis, 1908 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

7

Phelister testudo Lewis, 1908 ¹

PR

Lat: -25.2520, Long: -52.0215

40

Pseudister distractus (Schmidt, 1896)

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -24.6333, Long: -50.3000; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

52

Pseudister latemarginatus Bickhardt, 1920

PR

Lat: -25.3000, Long: -49.0833; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

54

Tarsilister loretoensis Bruch, 1932*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

14

Hister alegre Caterino, 1999

RS

Lat: -30.0333, Long: -51.2000

40

Hister catarinae Caterino, 1999 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

57

Hister cavifrons Marseul, 1854

PR, SC

Lat: -24.2928, Long: -53.8425; Lat: -25.1000, Long: -52.8667; Lat: -24.5663, Long: -50.2570; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -25.5167, Long: -48.5000; Lat: -25.4167, Long: -49.2500; Lat: -25.3166, Long: -49.0500; Lat: -25.2500, Long: -53.9833; Lat: -25.0833, Long: -50.1500; Lat: -24.2833, Long: -53.8333; Lat: -23.4166, Long: -50.3500

33

Hister curvatus Erichson, 1834

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -27.0500, Long: -52.3833

56

Hister diadema Marseul, 1854

RS, SC

Lat: -28.0500, Long: -53.0667; Lat: -27.3000, Long: -52.6333

43

Hister lissurus Marseul, 1854

PR, SC

Lat: -25.1000, Long: -52.8667; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -25.4333, Long: -49.5333; Lat: -25.4261, Long: -50.0033; Lat: -25.4167, Long: -49.2500; Lat: -25.3000, Long: -49.0833; Lat: -25.0833, Long: -50.1500; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

40

Hister lucia Moura & Caterino, 2015

RS

Lat: -28.1500, Long: -54.7500

1

Eutidium williamsi (Dillon, 1935)* ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

25

Hololepta (Leionota) reichii (Marseul, 1853)

PR

Lat: -24.2928, Long: -53.8422

1

Oxysternus maximus (Linnaeus, 1767)*

SC

Lat: -27.0992, Long: -48.6150

55

PR

Lat: -24.2928, Long: -53.8423; Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -25.4167, Long: -49.2500; Lat: -24.2833, Long: -53.8333; Lat: -23.3000, Long: -51.1500; Lat: -23.2833, Long: -51.0500; Lat: -23.1697, Long: -50.5644; Lat: -23.1578, Long: -50.5718; Lat: -23.1555, Long: -50.5722; Lat: -23.1508, Long: -50.5641; Lat: -24.2928°, Long: -53.8422°

53

Scapomegas aurifer Marseul, 1887*

Continua...

e-ISSN 1983-0572


Setembro - Dezembro 2017 - www.periodico.ebras.bio.br

EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Subfamília

Tribo

Omalodini

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Scapomegas gibbus Marseul, 1855*

PR

Lat: -23.2833, Long: -51.0500; Lat: -23.1555, Long: -50.5722; Lat: -23.1508, Long: -50.5641; Lat: -24.2928, Long: -53.8424

54

Sphyracus anjubaulti (Marseul, 1864)*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -27.1833, Long: -52.5500

10

Omalodes (Diplogrammicus) ebeninus Erichson, 1834 ³

RS

Lat: -30.0346, Long: -51.2177; Lat: -30.5148, Long: -53.4832

39

Omalodes (Diplogrammicus) marseuli Schmidt, 1889 ³

RS

Lat: -30.0346, Long: -51.2177

57

PR, RS, SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -29.4425, Long: -50.5799; Lat: -29.4500, Long: -51.5167; Lat: -29.3667, Long: -50.8333; Lat: -28.1500, Long: -54.7500; Lat: -27.5086, Long: -53.2086; Lat: -27.2500, Long: -53.8667; Lat: -27.1833, Long: -52.3833; Lat: -27.1333, Long: -53.7167; Lat: -27.0083, Long: -51.5150; Lat: -26.8333, Long: -49.3000; Lat: -26.3000, Long: -48.8333; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -25.5500, Long: -54.5833; Lat: -25.5433, Long: -49.0568; Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -25.4667, Long: -48.8167; Lat: -25.4500, Long: -48.7167; Lat: -25.3667, Long: -49.0833; Lat: -25.3000, Long: -49.0833; Lat: -25.2500, Long: -53.9833; Lat: -24.8173, Long: -49.2646; Lat: -24.3500, Long: -50.6167; Lat: -24.3025, Long: -50.5016; Lat: -24.2847, Long: -50.5872; Lat: -23.4500, Long: -50.2833; Lat: -23.3000, Long: -51.3667; Lat: -23.1697, Long: -50.5644; Lat: -23.1591, Long: -50.5704; Lat: -23.1578, Long: -50.5718; Lat: -23.1555, Long: -50.5722; Lat: -23.1508, Long: -50.5641

36

PR, SC

Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -26.8333, Long: -49.3000; Lat: -26.4333, Long: -49.2333; Lat: -26.3000, Long: -48.8333; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -26.2497, Long: -49.3825; Lat: -25.4500, Long: -48.7167

37

Omalodes (Omalodes) bisulcatus Desbordes, 1919

PR

Lat: -25.5433, Long: -49.0568; Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -24.3025, Long: -50.5016

39

Omalodes (Omalodes) chapadae Lewis, 1908

RS

Lat: -28.0500, Long: -53.0667

39

Omalodes (Omalodes) exul Marseul, 1854

RS

Lat: -30.0333, Long: -51.2000; Lat: -28.1500, Long: -54.7500

38

Omalodes (Omalodes) fortunatus Lewis, 1898

PR, RS

Lat: -28.0500, Long: -53.0667; Lat: -25.4536, Long: -48.9197

51

Omalodes (Omalodes) angulatus (Fabricius, 1801)

Omalodes (Omalodes) anthracinus Marseul, 1854

Continua...

e-ISSN 1983-0572

202

Tabela 2. Continuação...


Gonçalves & Leivas (2017)

Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Tabela 2. Continuação... Subfamília

Tribo

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

PR, RS, SC

Lat:-30.0346, Long: -51.2177; Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -30.0333, Long: -51.2000; Lat: -29.5833, Long: -51.0833; Lat: -29.4500, Long: -51.5167; Lat: -28.5000, Long: -49.0167; Lat: -28.3000, Long: -52.8000; Lat: -28.1500, Long: -54.7500; Lat: -27.1833, Long: -52.3833; Lat: -27.1333, Long: -53.7167; Lat: -26.8333, Long: -49.3000; Lat: -26.4333, Long: -49.2333; Lat: -26.3000, Long: -48.8333; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -26.0967, Long: -49.7933; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -24.8173, Long: -49.2646; Lat: -24.3500, Long: -50.6167; Lat: -24.3025, Long: -50.5016; Lat: -24.2500, Long: -49.7000; Lat: -24.1710, Long: -49.6657; Lat: -23.9000, Long: -51.9500; Lat: -23.6000, Long: -51.6500; Lat: -23.3000, Long: -51.3667; Lat: -23.2833, Long: -51.0500; Lat: -23.1508, Long: -50.5641; Lat: -22.9000, Long: -53.1667; Lat: -22.6554, Long: -52.8622; Lat: -24.2928, Long: -53.8426

35

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500; Lat: -26.8333, Long: -49.3000; Lat: -26.3000, Long: -48.8333; Lat: -26.2833, Long: -49.3333; Lat: -25.4500, Long: -48.7167

32

Omalodes (Omalodes) laceratus Marseul, 1854

PR

Lat: -25.4961, Long: -48.9816; Lat: -25.4934, Long: -48.9786; Lat: -24.5667, Long: -50.2605; Lat: -24.5663, Long: -50.2570

37

Omalodes (Omalodes) omega (Kirby, 1818)

PR

Lat: -24.2833, Long: -53.8333; Lat: -23.1697, Long: -50.5644; Lat: -23.1591, Long: -50.5704

51

Omalodes (Omalodes) optatus Lewis, 1911

PR

Lat: -23.0833, Long: -52.3667

51

Omalodes (Omalodes) planifrons Marseul, 1854 ²

PR, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -25.4961, Long: -48.9816

16

Omalodes (Omalodes) praevius Marseul, 1861

PR

Lat: -25.4934, Long: -48.9786

38

Omalodes (Omalodes) punctistrius Marseul, 1854

PR, RS, SC

Lat: -31.7667, Long: -52.3333; Lat: -28.1500, Long: -54.7500; Lat: -27.1333, Long: -53.7167; Lat: -24.8173, Long: -49.2646; Lat: -24.3500, Long: -50.8667

51

Omalodes (Omalodes) punctulatus Moura & Almeida, 2013 ²

PR, RS, SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -28.1500, Long: -54.7500; Lat: -27.1333, Long: -53.7167; Lat: -24.3500, Long: -50.8667; Lat: -31.7667, Long: -52.3333

13

Omalodes (Omalodes) sinuaticollis Marseul, 1854 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.3000, Long: -48.8333

35

Omalodes (Omalodes) sobrinus Erichson, 1834

PR

Lat: -25.4500, Long: -48.7167

38

Euspilotus (Hesperosaprinus) alvarengai Arriagada, 2012

PR

Lat: -23.4166, Long: -50.3500

43

Omalodes (Omalodes) foveola Erichson, 1834 ³

203

Omalodes (Omalodes) gagatinus Erichson, 1847 ²

Saprininae

Continua...

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EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Tabela 2. Continuação... Subfamília

Tribo

Espécie

Estado

Coordenadas Geográficas

Figura

Euspilotus (Hesperosaprinus) azureus (Sahlberg, 1823)

PR, RS, SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833; Lat: -30.2000, Long: -51.1667; Lat: -30.0833, Long: -51.0333; Lat: -30.0333, Long: -51.2000; Lat: -28.1500, Long: -54.7500; Lat: -27.1333, Long: -53.7168; Lat: -27.1333, Long: -53.7167; Lat: -25.4500, Long: -49.2316; Lat: -25.4167, Long: -49.2500; Lat: -25.4458, Long: -49.2327; Lat: -24.2928, Long: -53.8427; Lat: -24.2833, Long: -53.8333

42

Euspilotus (Hesperosaprinus) inversus (Lewis, 1899) ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

58

Euspilotus (Hesperosaprinus) modestus (Erichson, 1834)²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

42

Euspilotus (Neosaprinus) pipitzi (Marseul, 1887) ³

RS

Lat: -30.0346, Long: -51.2177

43

Euspilotus (Neosaprinus) rubriculus (Marseul, 1855)

RS

Lat: -31.5666, Long: -52.3833

43

Epierus bisbistriatus Marseul, 1855 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

29

Epierus lucidulus Erichson, 1834 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

34

Epierus vandepolli Schimidt, 1889 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188; Lat: -26.9333, Long: -49.0500

52

Idolia punctisternum Lewis, 1885 ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

24

Plagiogramma paradoxa Mazur, 1988*

SC

Lat: -27.0500, Long: -52.3833

15

Coptotrophis deyrolii (Marseul, 1856)* ²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

15

Trypanaeus bipustulatus (Fabricius, 1801)*²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

50

Trypanaeus thoracicus (Fabricius, 1801)*²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

48

Trypanaeus volvulus Erichson, 1834*²

SC

Lat: -27.2423, Long: -50.2188

49

Tribalinae

Trypanaeinae

* Novo registro para a região sul, comparados com os trabalhos de Mazur (1997 e 2011) e Leivas et. al.(2013). ¹ Registro para o marco zero do Estado do Paraná. ² Registro para o marco zero do Estado de Santa Catarina. ³ Registro para o marco zero do Estado do Rio Grande do Sul.

AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer a Dra. Lúcia Massutti de Almeida (e equipe) do Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Coleoptera (LSBC), Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná pela infraestrutura durante a execução da pesquisa; aos curadores das Coleções Biológicas que possibilitaram o estudo dos exemplares; e aos revisores pelas considerações na melhoria do manuscrito.

Referências Almeida, L.M. & K. M. Mise, 2009. Diagnosis and key of the main families and species of South American Coleoptera. Revista Brasileira de Entomologia, 53: 227-244. DOI: http://doi. org/10.1590/S0085-56262009000200006. Bicho, C.L., L.M. Almeida, B.P. Ribeiro & P.S. Junior, 2005. Flutuação populacional circanual de coleópteros em granja avícola, em Pelotas, RS, Brasil. Iheringia Série Zoologia Porto Alegre, 95: 205-212. DOI: http://doi.org/10.1590/S007347212005000200011. Borges, L.O., 2006. Estudo comparativo de assembléias de histeridae e staphylinidae (insecta, coleoptera) em áreas de mata semicaducifólia tropical e pastagem no campus e-ISSN 1983-0572

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204

Figuras de 1 a 62 após as referências


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Gonçalves & Leivas (2017)

Figura 1. Distribuição geografica da espécie Hololepta (Leionota) reichii, Hister lucia e Teretrius (Neotepetrius) gigas na região sul do Brasil.

Figura 2. Distribuição geografica da espécie Synoditulus separtus na região sul do Brasil.

Figura 3. Distribuição geografica da espécie Reichenspergerites robustus na região sul do Brasil

Figura 4. Distribuição geografica da espécie Reninopsis reichenspergeri na região sul do Brasil.

Figura 5. Distribuição geografica da espécie Teretrius (Neotepetrius) tuberculifrons na região sul do Brasil.

Figura 6. Distribuição geografica da espécie Reninoides declinatus na região sul do Brasil.

Figura 7. Distribuição geografica da espécie Phelister rectisternus na região sul do Brasil.

Figura 8. Distribuição geografica da espécie Phelister pumilus na região sul do Brasil.

Figura 9. Distribuição geografica das espécies Paromalus (Isolomalus) samba e Troglosternus dasypus na região sul do Brasil.

Figura 10. Distribuição geografica das espécies Paratropinus variepunctatus e Sphyrcus anjubaulti na região sul do Brasil.

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EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Figura 12. Distribuição geografica da espécie Operclipygus farctus na região sul do Brasil.

Figura 13. Distribuição geografica das espécies Omalodes (Omalodes) punctulatus e Procolonides bruchi na região sul do Brasil.

Figura 14. Distribuição geografica das espécies Paromalus (Isolomalus) inunctus e Tarsilister loretoensis na região sul do Brasil.

Figura 15. Distribuição geografica das espécies Coptotrophis deyrolii e Plagiogramma paradoxa na região sul do Brasil.

Figura 16. Distribuição geografica das espécies Omalodes (Omalodes) planifrons e Parodites wasmanni na região sul do Brasil.

Figura 17. Distribuição geografica da espécie Nunbergia exosternoides na região sul do Brasil.

Figura 18. Distribuição geografica da espécie Leptosister patulus na região sul do Brasil.

Figura 19. Distribuição geografica da espécie Iugulister clarissae na região sul do Brasil.

Figura 20. Distribuição geografica das espécies Hemicolonides plaumanni e Operclipygus novateutoniae na região sul do Brasil.

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Figura 11. Distribuição geografica das espécies Panoplitellus comes e Reninus arechavaletae na região sul do Brasil.

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Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Gonçalves & Leivas (2017)

Figura 21. Distribuição geografica da espécie Helavadites elegantulus na região sul do Brasil.

Figura 22. Distribuição geografica das espécies Glyptosister cornutus e Monotonodites nitidus na região sul do Brasil.

Figura 23. Distribuição geografica da espécie Fistulaster hamata na região sul do Brasil.

Figura 24. Distribuição geografica das espécies Idolia punctisterum e Operclipygus bidessois na região sul do Brasil.

Figura 25. Distribuição geografica das espécies Eutidium williamsi e Mesynodites schuppii na região sul do Brasil.

Figura 26. Distribuição geografica da espécie Euclasea novaeteutoniae na região sul do Brasil.

Figura 27. Distribuição geografica da espécie Euclasea diadocha na região sul do Brasil.

Figura 28. Distribuição geografica das espécies Euclasea splendens, Mesynodites aciculatus e Operclipygus iheringi na região sul do Brasil.

Figura 29. Distribuição geografica das espécies Epierus bisbistriatus, Kaszabister rubellus e Operclipygus senjunctus na região sul do Brasil.

Figura 30. Distribuição geografica das espécies Metasynodites paschalis e Operclipygus plaumanni na região sul do Brasil.

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EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Figura 32. Distribuição geografica das espécies Baconia obsoleta, Omalodes (Omalodes) gagatinus, Operclipygus aff. wenzeli e Operclipygus punctulatus na região sul do Brasil.

Figura 33. Distribuição geografica das espécies, Baconia slipinskii, Hister cavifrons, Operclipygus friburgius, Operclipygus proximus e Operclipygus simplistrius na região sul do Brasil.

Figura 34. Distribuição geografica das espécies Epierus lucidulus, Euclasea pumila, e Operclipygus subrufus na região sul do Brasil.

Figura 35. Distribuição geografica das espécies Baconia riouka, Omalodes (Omalodes) foveola e Omalodes (Omalodes) sinuaticolis na região sul do Brasil.

Figura 36. Distribuição geografica da espécie Omalodes (Omalodes) angulatus na região sul do Brasil.

Figura 37. Distribuição geografica das espécies Baconia foliosoma, Daitrosister setulosus, Omalodes (Omalodes) anthracinus e Omalodes (Omalodes) laceratus na região sul do Brasil.

Figura 38. Distribuição geografica das espécies Baconia punctiventer, Chrysetaerius iheringi, Omalodes (Omalodes) exul, Omalodes (Omalodes) praevius e Omalodes (Omalodes) sobrinus na região sul do Brasil.

Figura 39. Distribuição geografica das espécies Baconia micans, Omalodes (Diplogrammicus) ebeninus, Omalodes (Omalodes) bisulcatus, Omalodes (Omalodes) chapadae e Phelister panamensis na região sul do Brasil.

Figura 40. Distribuição geografica das espécies Baconia diminua, Baconia loricata, Hister alegre, Hister lissurus e Phelister testudo na região sul do Brasil.

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Figura 31. Distribuição geografica das espécies Ecclisister bickhardti e Operclipygus subterraneus na região sul do Brasil.

e-ISSN 1983-0572


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Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Gonçalves & Leivas (2017)

Figura 41. Distribuição geografica das espécies Baconia angusta, Baconia bullifrons, Baconia burmeisteri, Baconia repens, Baconia varicolor, Metasynodites legionarius e Phelister brevistrius, na região sul do Brasil.

Figura 42. Distribuição geografica das espécies Baconia famelica, Baconia fortis, Baconia grossii, Baconia guartela, Baconia leivasi, Euspilotus (Hesperosaprinus) azureus, Euspilotus (Hesperosaprinus) modestus, Reninus meticulosus e Teratossoma longipes na região sul do Brasil.

Figura 43. Distribuição geografica das espécies Euspilotus (Hesperosaprinus) alvarengai, Euspilotus (Neosaprinus) piprtzi, e Euspilotus (Neosaprinus) rubriculus, Hister diadema, Homalopygus commensalis, Mesynodites sodalis e Plaumannister volitans na região sul do Brasil.

Figura 44. Distribuição geografica da espécie Psalidister quadriglumis e Carcinops (Carcinops) plaumanni na região sul do Brasil.

Figura 45. Distribuição geografica da espécie Metasynodites minor e Psalidister furcatus na região sul do Brasil.

Figura 46. Distribuição geografica da espécie Sternocoelopsis verselyi na região sul do Brasil.

Figura 47. Distribuição geografica da espécie Symphilister collegianus na região sul do Brasil.

Figura 48. Distribuição geografica da espécie Trypanaeus thoracicus na região sul do Brasil.

Figura 49. Distribuição geografica da espécie Trypanaeus volvulus na região sul do Brasil.

Figura 50. Distribuição geografica da espécie Trypanaeus bispustulatus na região sul do Brasil.

e-ISSN 1983-0572


EntomoBrasilis 10 (3): 194-213

Figura 51. Distribuição geografica das espécies Baconia patula, Monotonodites raptatis, Omalodes (Omalodes) fortunatus, Omalodes (Omalodes) omega, Omalodes (Omalodes) optatus, Omalodes (Omalodes) punctistrius e Sternocoelopsis auricomus na região sul do Brasil.

Figura 52. Distribuição geografica das espécies Carcinops (Carcinops) troglodytes, Carcinops (Carcinops) tuberata, Epierus vandepolli, Pseudister distractus e Teretrosomoa festivum na região sul do Brasil.

Figura 53. Distribuição geografica das espécies Acritus (Pycnacritus) tuberculatus, Carcinops (Carcinops) ovatula, Carcinops (Carcinops) tenella, Kleptisister hirsuta e Scapomegas aurifer na região sul do Brasil.

Figura 54. Distribuição geografica das espécies Aristomorphus perversus, Colonides hubrichi, Xylostega quadriglumis, Pseudister latemarginatus, Scapomegas gibbus e Terpus scaphipes na região sul do Brasil.

Figura 55. Distribuição geografica das espécies Aeletes (Aeletes) nicolasi, Alloiodites dispar, Chelister lucidulus, Discoscelis canaliculata, Euxenister asperatus, Hetaeriobus bucki e Oxysternus maximus na região sul do Brasil.

Figura 56. Distribuição geografica das espécies Anasynodites striatus, Hetaeriobus bucki e Hister curvatus na região sul do Brasil.

Figura 57. Distribuição geografica das espécies Hister catarinae e Omalodes(Diplogrammicus) marseuli na região sul do Brasil.

Figura 58. Distribuição geografica da espécie (herperosaprinus) inversus na região sul do Brasil.

Figura 59. Distribuição geografica da espécie Hippeutister plaumanni na região sul do Brasil.

Figura 60. Distribuição geografica da espécie Bruchodites praeclusus na região sul do Brasil.

e-ISSN 1983-0572

Euspilotus

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Checklist de Histeridae do sul do Brasil (Insecta: Coleoptera:…

Figura 62. Distribuição geografica da espécie Alloiodites plaumanni na região sul do Brasil.

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Figura 61. Distribuição geografica da espécie Alloiodites regulus na região sul do Brasil.

Gonçalves & Leivas (2017)

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.XXX e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Taxonomy and Systematics/Taxonomia e Sistemática

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV Sobre o Inaequalium pujoli sp.n. e espécies próximas no Centro-Oeste Registered on ZooBank: urn:lsid:zoobank.org:pub:CDDD97C7-A1BC-4953-86C4-C150BEE18E22 Inaequalium pujoli sp. nov.: urn:lsid:zoobank.org:pub:A6DFD49B-7BE8-4DE9-9F4E-98F577031DA6 Victor Py-Daniel¹, Sixto Coscarón² & Felipe Arley Costa Pessoa³ 1. Laboratório de Entomologia Forense (LEF) / ICB / DZ / UnB, Brasilia, Brasil. 2. Universidad Nacional de La Plata, Faculdad de Ciências Naturales y Museo, La Plata, Argentina. 3. Instituto Leônidas e Maria Deane, Fiocruz – Amazônia, Manaus, Amazonas, Brasil.

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243 (2017) Resumo. É descrita uma nova espécie para o gênero Inaequalium (Inaequalium pujoli sp.n.), procedente do Brasil Central, estado de Goiás, macroregião denominada Chapada dos Veadeiros. É proposta a troca do nome da espécie (I. rappae Py-Daniel & Coscarón), por assumir a característica de nomen nudum, para Inaequalium rapporum Py-Daniel & Coscarón, sendo também apresentados comentários e caracteres para esta espécie. São comparadas e comentadas outras duas espécies, Inaequalium maranguapense Pessoa, Ríos-Velásquez & Py-Daniel e Inaequalium margaritatum Pepinelli, Hamada e Luz. É apresentada uma chave diferenciativa para estas quatro espécies. Palavras-Chave: Chapada dos Veadeiros; Chave de identificação; Estado de Goiás; Neotropical; Taxonomia.

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) in Brazil XIV - About Inaequalium pujoli sp.n. and related species in the Central West Abstract. A new species of genus Inaequalium (Inaequalium pujoli sp.n.) is described here, from state of Goiás, a macro region called Chapada dos Veadeiros, Central Brazil. Also is proposed to change the name It is proposed to change the name I. rappae Py-Daniel & Coscarón, because it takes on the characteristic of nomen nudum, to Inaequalium rapporum Py-Daniel & Coscarón. Comments and characters of Inaequalium rapporum are also presented. Two other species, I.maranguapense Pessoa, Ríos-Velásquez & Py-Daniel and I. margaritatum Pepinelli, Hamada & Luz are compared and commented.A key of differentiation to these four species is presented. Keywords: Chapada dos Veadeiros; Identification key; Goiás State; Neotropical; Taxonomy.

naequalium rapporum Py-Daniel & Coscarón, novo nome para Inaequalium rappae Py-Daniel & Coscarón, 1982. Quanto ao nome rappae, por questões de desencontro entre as datas das publicações (Py-Daniel, 1981; Py-Daniel & Coscarón, 1982), aconteceu que a descrição da espécie apenas saiu em 1982, enquanto que a citação do nome (aceito em 11/11/1980) saiu em 1981, onde o nome é mencionado na “.... Figura 3C – [S.rappae Py-Daniel & Coscarón, 1981] - O PLM é simples, afilado, com uma sinuosidade, com o ápice passando a margem inferior da mandíbula, mas não mais que ao nível da metade da maior serrilha....”. Assim, o trabalho da descrição, obviamente, não foi citado nas referências bibliográficas. Pela necessidade de ajustar a nomenclatura, o nome rappae deve ser considerado como nomen nudum e para substituí-lo propomos um novo nome, rapporum (Inaequalium rapporum). Ver etimologia.

Tendo em vista que na descrição original desta espécie, foram apresentados apenas desenhos (algumas vezes pouco representativos) acreditamos que isto possa ter levado a que autores posteriores tenham sido induzidos a ampliar, e muito, o entendimento sobre a diversidade dos caracteres desta espécie, incluindo assim, muitas outras sobre o mesmo nome. Temos que levar em consideração, também, que este gênero apresenta uma extrema uniformidade de caracteres, principalmente nos semaforontes macho e fêmea. Portanto, a re-descrição apresentada aqui visa melhorar e facilitar a caracterização da mesma. A maior parte das informações usadas na descrição original foi omitida. Dentro do gênero Inaequalium Coscarón & Wygodzinsky, 1984, até o presente apenas estavam assinaladas duas espécies, com pupas possuindo quatro filamentos branquiais terminais, Inaequalium maranguapense Pessoa, Ríos-Velasquez & Py-

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William Costa Rodrigues

Victor Py-Daniel  katukina@gmail.com  No ORCID record

Article History: Received: 18.vii.2017 Accepted: 11.xi.2017

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Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

Daniel, 2005 e Inaequalium margaritatum Pepinelli, Hamada & Luz, 2006.

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Hernández et al. (2007), na discussão taxonomica referente a espécie maranguapense, citaram que outras espécies com pupas com quatro filamentos branquiais, presentes em Inaequalium, eram I. margaritatum e I. rappae (salientando ser uma forma atípica para rappae), e que as mesmas podem ser distinguidas pela estrutura dos filamentos branquiais e apresentam série de imagens de diferentes configurações dos filamentos e diferenciações entre as pupas de I. margaritatum e I. rappae. Os autores citaram que rappae usualmente possui seis filamentos branquiais pupais (nas Figuras 219-228), e que eles examinaram espécimens com quatro filamentos branquiais em populações de Goiás e do Distrito Federal do Brasil (nas Figuras 229-234) e que I. rappae pode ser separada de I. margaritatum tendo em vista que os filamentos branquiais são distintamente alargados ao longo de todo o seu comprimento. No mesmo trabalho, ainda na discussão taxonômica de I. rappae, página 44, referente ao material coletado nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, assinalaram que os filamentos branquiais pupais poderiam ser mais alongados, com o ramo primário dorsal bifurcando basilarmente ou mais apicalmente e terminando em ponta ou arredondado, e algumas vezes tendo cinco filamentos branquiais (nas Figuras 219-234). Citaram também uma grande variação encontrada em espécimes provindos do Rio Saia Velha, estado de Goiás como também do Distrito Federal, nos quais foram achadas brânquias com quatro filamentos branquiais, sendo todos os ramos distintamente alargados, com os ramos primários dorsal e ventral bifurcando ao mesmo no meio da brânquia (nas Figuras 230-234), ressaltando que em alguns casos os filamentos não estavam totalmente desenvolvidos (na Figura 223). Hernández et al.( 2007), apresentaram uma configuração de brânquia, na Figura 217, para I. margaritatum, e comparando com a descrição original em que todos os filamentos braquiais aproximadamente do mesmo tamanho e com os ápices arredondados, fica nítido que os autores, na realidade apresentaram os filamentos branquiais de Inaequalium pujoli sp.n., e não os de I. margaritatum, devido aos ápices dos filamentos, que mesmo achatados, aparentam-se pontudos, aqui denominado por nós, mamiliformes, semelhante aos encontrados em I. rapporum – mesmo que nesta ultima espécie estejam em filamentos mais alargados. Hernández et al. (2007) citam que não viram o material de I. margaritatum, mas que o mesmo possui o término dos filamentos branquiais de forma arredondada. Se observarmos as Figuras 229-234, que representam, para os autores, variações de quatro filamentos terminais, para I. rappae, de material procedente de Saia Velha, Goias, podemos constatar que todas apresentam filamentos alargados, totalmente diferenciados de pujoli sp.n., que são muito mais afilados. Esta população polimórfica (4-6 filamentos branquiais terminais), que os autores consideraram I. rappae, merece ser melhor estudada, levando em consideração, principalmente a qualidade da água do criadouro. Quando em coletas de simulídeos coletados por um dos autores, nos córregos da divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram constatadas muitas populações, de diferentes espécies, com uma grande variação (teratologias) em diferentes estruturas dos imaturos, muito comumente, inclusive, nos filamentos branquiais pupais, causadas pelo estímulo dos despejos químicos dos diferentes curtumes existentes na região, nos criadouros (VPD, comunicação pessoal). Como são figurados exemplares com brânquias muito diferentes do que normalmente é aceito como I. rapporum (ainda como I. rappae) pode existir a possibilidade de haver uma ou mais espécies diferentes e novas [tendo como base as Figuras-231-234) apresentadas por Hernández et al. (2007)].

Py-Daniel et al. (2017)

Hernández et al.(2007), pag. 88, assinalaram para I. margaritatum, o material de um córrego sem nome, procedente de Goiás, Estrada GO 18 (Brasília- Campos Belos), km 228 (lugar 183), coletado por A.J.Shelley em 22.IV.1976 (material em alfinete, lâmina e álcool: uma fêmea criada – IOC 183; um macho farado -BMNH). Provavelmente ocorreu um erro na citação da identificação da estrada (GO 18) feito por Shelley na época que coletou este material, ou até mesmo tenha ocorrido uma modificação nomenclatural da referida rodovia, pois a mesma é identificada atualmente como GO-118 (ao nível federal a mesma rodovia é identificada como BR-010). Quanto ao local de coleta, indicando ser no km 228 da referida rodovia, o mesmo fica extremamente próximo ao local designado (km 231) aqui como localidade tipo para I. pujoli sp.n., ou seja, se não for o mesmo local, ambos os locais pertencem a mesma microbacia hidrográfica no Rio das Pedras, afluente do Rio Paranã / Tocantins. Assim, acreditamos que o material coletado por Shelley em 1976, na realidade seja de I. pujoli sp.n. e não de I. margaritatum conforme proposto por aqueles autores. Adler & Crosskey (2016), pag. 75, assinalaram que o material citado para I. margaritatum, por Hernández et al. (2007), na realidade era I. rappae. Portanto, a distribuição geográfica de I. margaritatum, até o momento, fica ausente para Goiás, no entanto, nada impede que no futuro, muito facilmente, encontremos a mesma em Goiás, por ser o estado da Bahia, um estado com fronteira com Goiás. Quanto a distribuição geográfica de I. rapporum, a mesma, até o presente, deve ser considerada ausente para esta região de Goiás – Chapada dos Veadeiros. Pereira (2011), no capítulo primeiro, que trata da identificação e distribuição de simulídeos no Distrito Federal e Goiás, assinalou I. rappae, como presente para diferentes localidades, e com uma freqüência de presença de 6 (8,5%), indicando ainda a concordância com as observações de Hernández et al. (2007), quanto as variações nos filamentos braquiais, tanto em forma como número (4-6). Se observarmos a Figura 17, apresentada por Pereira (2011), nelas estão representados diferentes tipos de brânquias de I. rappae: (Figura 17-b [Goiás / Alto Paraíso] como Ponto 71 [que, no entanto, no anexo 1, esta localidade está assinalada como Colinas de Goiás, Cachoeira da Igrejinha, e esta sem presença de I. rappae (?)]; como outras de seis filamentos, afilados, bastante diferentes do que consideramos I. rapporum (Figuras 17c –17e [Goiás /Formosa]) e uma (Figura 17d – Goiás/ Corumbá), que pode ser considerada como outra espécie. Ao observarmos as relações entre os locais de coleta feitos por Pereira (2011) e as espécies assinaladas, temos que fazer alguns comentários: 1. Quanto aos locais, ela assinalou a presença do que considerou ser I. rappae em: [Ponto 9 – GO-116 / Formosa de Goiás, estrada de Formosa, 15o28’49,0”S / 047o20’37,3” O, coletores: Eleny Pereira, Luis Siqueira; Ponto 11 – GO-116 / Formosa, cachoeira Itiquira, 15o21’50,5”S / 047o27’4,86”O, coletores Eleny Pereira, Luis Siqueira; Ponto 56 – GO / Formosa, salto Itiquira, 15o22’03,6”S / 047o27’15,0”O, coletores: Neusa Hamada, Jeferson Oliveira da Silva; Ponto 57 – GO / Pirenópolis, córrego Barriguda, 15o50’46,1”S / 048o55’17,1”O, coletores: Neusa Hamada, Jeferson Oliveira da Silva, Mateus Pepinelli, Regina Kikuchi; Ponto 61 – GO / Formosa, rio Bandeirinha, 15o28’50,9”S / 047o20’32,7”O, coletores: Neusa Hamada, Jeferson Oliveira da Silva; Ponto 62 – GO / Alto Paraíso, rio das Pedras, 13o52’30,7”S / 047o15’38,5”O, coletores: Neusa Hamada, Jeferson Oliveira da Silva; Ponto 69 – BR 010 / Teresina de Goiás, Poço Encantado, 13o52’24,3”S / 047o15’41,2”O, coletores: Neusa Hamada, Livia Fusari, Eleny Pereira, Admilton Fonseca. 2. O Ponto 69 - assinalado como na rodovia federal BR010, Teresina de Goiás, deve ser ressaltado que é uma

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sobreposição nominal com a rodovia estadual GO-118 (ambas nomenclaturas estão certas). 3. No Ponto 69 – pelo anexo 1, não foi assinalada a presença de I. rappae. 4. As Coordenadas dos pontos 62 e 69, estão muito próximas, assim, na realidade a coleta do Ponto 62 foi feita também no Município de Teresina de Goiás e não Alto Paraíso. 5. Que as anotações geográficas, quanto aos graus, para as localidades representadas pelos pontos 62 e 69, quanto ao eixo SUL/NORTE estão equivocadas, pois devem estar a 15 graus sul e não a 13 graus sul. 6. São encontrados muitos enganos, ao longo do trabalho de dissertação de Pereira (2011), por exemplo: quando comparamos as tabelas, onde estão listadas as diferentes espécies coletadas nos pontos assinalados, e o texto da Figura 17, são assinaladas variações de branquiais de I. rappae para os pontos 71,12 e 7, onde nas tabelas, esta espécie não está assinalada nas coletas. Isto também acontece com outras espécies, ficando assim um texto pouco confiável quanto a distribuição geográfica apresentada. Acreditamos que a autora poderá publicar uma tabela melhor ajustada para as localidades coletadas e as espécies presentes, o que pode ser de extrema valia para os estudos dos simulídeos do CentroOeste Brasileiro. A localidade tipo, que aqui assinalamos para I. pujoli sp.n., é a que corresponde a citada por PEREIRA (2011) como Poço Encantado, Teresina de Goiás, na qual I. rappae não foi assinalada, sendo que, esta última, no entanto, foi constatada por Pereira (2011), no Ponto 62, para o Rio das Pedras, o mesmo sistema hídrico. Para mais informações deste local de dados de coleta, ver o tópico “Material Examinado”, no presente trabalho. O não uso do semaforonte LARVA nos simulideos (aqui mais especificamente falando do Brasil) é bastante inapropriado. Ocorre uma tendência, genéricamente, de existir uma maior convergência dos caracteres nos imagos, levando a uma conclusão óbvia do que vai acontecer se mantivermos uma atitude de não analisar as larvas, tendo, principalmente, o objetivo de uma revisão genérica, pois está sujeito ocorrer um aglomerado de espécies sob o mesmo nome, assim “aparecendo”, com mais facilidade, o que denominam “complexos” (senso lato), já que a maior diversidade de caracteres está, nitidamente, nos imaturos. Neste trabalho as sequencias das descrições e análises começando pelos imaturos visam uniformizar as apresentações das descrições de Simuliidae com outras famílias de Nematocera. A tendência de iniciar as descrições pelos imagos, pode representar um vício dentro dos grupos de interesse médico-veterinários, nos quais os adultos (nitidamente as fêmeas hematófogas) estão mais facilmente disponíveis para análise. Assim, todos nós tendíamos a usar uma apresentação arcaica induzindo que as formas imaturas – apenas – complementavam as descrições dos adultos. Erro básico corrigido com a introdução da sistemática filogenética, e que deve ser evitado. Coscarón & Coscarón-Árias (2007) dentro de Inaequalium (como subgênero) apresentaram diagnóses para os semaforontes Larva, Pupa, Macho e Fêmea, que após a análise destas quatro espécies (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense e I. margaritatum) são necessárias algumas correções ou ajustes de alguns caracteres como: Larva - O caráter do corpo não ter pelos, para Inaequalium deve ser revisto, tendo em vista que para as quatro espécies estudadas neste trabalho, ocorrem setas e pelos simples, curtos. O dente central do hipostômio (DC) é do mesmo tamanho dos dentes pontas (DP) ou pouco mais longo. Número e-ISSN 1983-0572

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243

de setas hipostomiais variando entre cinco e seis. Nono segmento com dois pequenos tubérculos ventrais, subtriangulares, às vezes pouco evidentes, mas sobre uma base transversa. Papilas anais com divertículos variando de 0-15 em cada lóbulo. Pupa Brânquias com número de ramos treminais variando de quatro a seis ramos filiformes ou com 2-3 ramos robustos em forma irregular. Tricomas frontoclipeais com 2-5 ramos. Macho Asa com Sc sem ou com 3-4 pêlos. Calcipala bem desenvolvida, podendo ser como na fêmea (pouco mais longa que larga) ou com a largura e o comprimento isométricos. Fêmea – Fronte aproximadamente tão larga quanto alta [Indice Frontral (IF = AF/LF) = 1]. Asa com Sc com pêlos. Oitavo esternito abdominal com aproximadamente 30-43 pêlos de cada lado. Segundo Hernández et al. (2007) o gênero (para eles subgênero) era constituído de 14 espécies, sendo que 12 ocorrendo no Brasil). Tanto Hernández et al. (2007) como Shelley et al. (2010), convergem para a proposta apresentada por Coscarón & Coscarón-Arias (1997) que as espécies do que consideramos gênero Inaequalium, se distribuem dentro de dois grupos (botulibranchium e inaequale), sendo que Shelley et al. (2010) ainda colocam Inaequalium como sinonímia de Psaroniocompsa Enderlein, com o que não concordamos. Ambos os trabalhos apresentaram suas diagnóses para os grupos de espécies (dentro do que consideram subgênero Inaequalium, ou apenas grupos de espécies dentro de Psaronicompsa). O trabalho de Shelley et al. (2010) apresenta mais características dentro das diagnoses, mas ambos não desenvolveram análise do semaforonte “Larva”, deixando para que os interessados procurassem as mesmas nos trabalhos de outros autores citados. Hernández et al. (2007), na diagnose do semaforonte “Pupa” já acrescentam a existência de quatro filamentos branquiais, e que os filamentos branquais primários são cobertos com pêlos ou espículas irregulares. No semaforonte “Macho” acrescentam que os distímeros usualmente possuem um espinho apical, mas que podem ter 2-10 espinhos em algumas espécies. No semaforonte “Fêmea” evidenciam a condição de “não” projeção mediana do cibário em duas espécies (souzaloupesi e margaritatum). Consideram que o subgênero Inaequalium é dividido em dois grupos de espécies: o grupo botulibranchium, com três espécies, e o inaequale, com 11 espécies.” Shelley et al. (2010), como evolução dos estudos de Hernández et al. (2007), para o semaforonte “Pupa” acrescentaram presença ou ausência de protuberância dorsal-central no casulo. Diferenciam os tipos de brânquias quanto aos grupos: botulibranchium - com dois ramos primários, nitidamente alargados cobertos por espículas ou cabelos, ou nua e dispostos irregularmente; inaequale - com três, quatro ou seis filamentos dirigidos para frente, ramificando-se em várias alturas na metade basal da brânquia. Filamentos aproximadamente do mesmo comprimento, finos ou claramente alargados. Quanto as tricomas cefálicas: botulibranchium – com frontoclipeo com tricomas de simples a trífidas; inaequale - com 2 + 2 tricomas frontais e de 1 + 1 bífidas faciais até tricomas multi-ramificados. Quanto às tricomas torácicas: botulibranchium - com tricomas de simples a quadrifídas; inaequale - com 5 + 5 tricomas pequenas, de bífidas a multi-ramificadas. Para o semaforonte “Macho” acrescentam que no grupo inaequale podem ocorrer variações do número de espinhos no distímero (de 1 a 10) e que os dentes endoparamerais podem variar de pouco desenvolvidos até desenvolvidos. Para o semaforonte “Fêmea” que em ambos os grupos podem ocorrer a falta de projeção central no cibário. Que os paraproctos das espécies no grupo botulibranchium são mais longos que o grupo inaequale. Observando a união de todos os semaforontes (Pupa, Macho e Fêmea) estudados por Shelley et al. (2010), podemos constatar

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Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

que existem pouquíssimas diferenças que possam fixar, nitidamente, a existência dos dois grupos propostos (levando em consideração as variações encontradas), dando assim uma característica para Inaequalium como um gênero extremamente monomórfico. Quando forem feitos estudos genéricos com a inclusão do semaforonte “Larva” poderão ser observados caracteres que irão fortificar tanto a inconsistência proposta por aqueles autores de incluir o referido gênero como sinonímia de Psaroniocompsa Enderlein, como também pode ser extendida, esta visão, aos outros gêneros (Cerqueirellum Py-Daniel, Coscaroniellum Py-Daniel, Shelleyellum Py-Daniel & Pessoa) também inclusos como sinonímias de Psaroniocompsa, ou até, pouco provavelmente, reforçar a idéia proposta dos mesmos. Shelley et al. (2010) continuam com uma proposta de colocar o gênero (ou subgênero) Inaequalium como um de sete grupos de espécies dentro do subgênero Psaroniocompsa Enderlein, 1934, com a qual definitivamente não concordamos. Nas discussões taxonômicas das espécies [I. maranguapense, I. margaritatum e I. rapporum (ainda I. rappae)], Shelley et al. (2010), de acordo com Hernández et al.(2007) reafirmam que nestas espécies o único caracter que possibilita o reconhecimento das mesmas são as branquais pupais. Isto levando em consideração que estes autores não estudaram e evidenciaram o semaforonte larva.

MATERIAL E METODOS As microfotografias foram obtidas em equipamentos (Leica DM 2000 e Leica M-205C) do Laboratório de Entomologia Forense, do Instituto de Biologia, na Universidade sde Brasilia, DF. Tanto as microfotografias, como a foto da localidade tipo de Inaequalium pujoli sp.n. foram feitas pelo primeiro autor. Os exemplares de simulídeos utilizados são procedentes das coleções entomológicas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA-AM) e da Universidade de Brasilia (UnB-DF).

RESULTADOS

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Inaequalium rapporum Py-Daniel & Coscarón – nome novo Larva - Coloração geral verde claro. Abdome sem constrição, segmentos aumentam de tamanho gradualmente no sentido antero-posterior. Comprimento do corpo (cabeça + abdome) variando entre 4,4-5,0mm.Tegumento abdominal com setas filiformes, simples, sendo que nas 1+1 regiões laterais ao esclerito anal existe grupamentos de setas filiformes longas. Setas perianais não visualizadas. Papilas anais em número de três, múltiplas, sendo que os divertículos variam de 13-15. Presença de 1+1 tubérculos ventrais (Figuras 1 e 2), posteriores, subtriangulares, sendo a base dos mesmos transversa. Histoblastos posteriores não visualizados. Ausência de tubérculos dorsais abdominais. Ausência de expansões membranosas digitiformes no tegumento abdominal. Histoblasto branquial (Figuras 3, 4 e 5) de forma mais arredondada, quando fechado; com número de seis filamentos branquiais terminais. Histoblasto branquial com a região posterior convexa. Esclerito lateral do pseudópodo (Figuras 6 e 7) com setas em 6 grupos sendo que o número de setas variando até 1-6. Máxima largura da cápsula cefálica (Figura 8) igual a 0,50-0,54mm, sendo que a largura das regiões anterior (base da haste do leque cefálico) e posterior (extremidade posterior da cabeça) isométricas, a região mais central mais larga que ambas (ANT=POS<CEN). Forma lateral da cabeça retangular. Tórax, mais largo que a máxima largura da cápsula cefálica (TX>CA). Comprimento lateral da cápsula cefálica (CLC) (do reforço vertical anterior até a região posterior da cápsula cefálica) igual a 0,33 mm. Forma lateral da cabeça segundo a Figura 9. Largura do contorno do corpo pela vista lateral (anterior < posterior). Gânglio subesofagiano não visualizado. Apodema cefálico com setas simples e pequenas (Figura 10) Manchas do apodema

Py-Daniel et al. (2017)

positivas, com desenho escurecido em forma de um (T) invertido. Quanto a largura do apódema, a região apical é mais larga que a basilar e esta mais larga que a central (A > B > C). Maior largura do apódema cefálico = 0,33mm. Escleritos cervicais pequenos, alongados e livres na membrana. Leques cefálicos presentes, com número de raios = 37-41, com manchas. Ápice dos raios dos leques cefálicos finos e longos com microtríquias filiformes. Microtríquias arranjadas no padrão “weak complex” (Figura 11). Os raios do leque cefálico não apresentam diferenciação entre as partes basilar e apical, ou seja, são uniformes e afilando baso-apicalmente. Raios dos leques cefálicos não apresentam espinho (que normalmente, quando presente, ocorre na parte apical da região basilar). Raios petaliformes em número de 6+6. Antenas (Figuras 12 e 13) ultrapassam pouco os ápices das hastes dos leques cefálicos (ANT > HLC). O terceiro segmento da antena é mais escuro que o primeiro e segundo. Proporção dos segmentos antenais: III (1,2-1,7) > I (1) >= II (0,7-1,0). Ausência de estriações transversas nos segmentos antenais. Proporções entre Hipostômio (HIP) / Ponte Pré-Gular (PPG) e Fenda Gular (Figuras 14 e 15): 1:0,7-1,0:1,2-1,7; Fenda Gular mais longa que Hipostômio e este mais longo ou isométrico a Ponte Pré-Gular (FG > HIP >= PPG); Proporção entre Ponte Pré-Gular (PPG) e Fenda Gular: 1: 9,04. Proporção entre PPG e HIP = 1:1,6-1,7. Fenda Gular profunda e alongada. Ponte Pré-Gular (PPG) não tão reduzida. Número de dentes hipostomiais: 13 (2L/1P/3I/1C/ 3I/ 1P/2L) {L = laterais; P = Pontas; I Intermediários; C = Central}. Número de Serrilhas laterais do hipostômio: 5+5. Número de fileiras de setas hipostomiais: 1+1, com 4 + 1 (reduzida e posterior) por fileira, sendo o ápice múltiplo. Ocorrem também 1+1 pequenas setas, simples no disco hipostomial. Projeção lamelar do hipostômio presente, não recortada, sendo mais visível na base dos dentes Pontas. A borda hipostomial deixa aparecer todos os ápices dos dentes. Dentes Pontas, Intermediários e Central são diferenciados. Dentes Pontas e Central isométricos. Dentes Intermediários : 3+3: sendo o externo pouco mais longo que o interno e ambos maiores que o mediano. Dentes Pontas e Central mais largos que os Laterais e os Intermediários. Os dentes hipostomiais (P/I/C) se apresentam em uma única linha, sem agrupamento. A direção dos ápices dos dentes Pontas é para frente. Dentes Laterais (Figura 16) (2+2) menos largos que os dentes Pontas. Região anterior a inserção da primeira seta hipostomial não é prolongada; relação entre a região anterior (HIPa) e o comprimento total (HIPt) do hipostomio é de 1:3,5; Índice IH = Índice Hipostomial : (IH = [HIPa / HIPt]) é de 0,28. Relação entre as regiões anterior (HIPa) e posterior (HIPp) é de 1:2,5. Os ápices dos dentes Latero-posteriores do hipostômio não atingem a metade do comprimento do dente Ponta. Dentes hipostomiais Laterais, Intermediários e Pontas sem expansões. Esclerito labral (Figuras 17 e 18) grande e com haste pequena, com 3+3 dentes agudos anteriores com ápices direcionados para frente. Setas maiores da Escova Distal Adoral da Mandíbula apicalmente não divididos. Extremidade da mandíbula segundo a Figura 19. Setas da Escova Distal Adoral (SEA) saem logo abaixo das Setas da Área Supra Escova Distal Adoral (SS), sendo que ambas saem da área hialina (menos esclerotizada). Ápice dos raios maiores Antero-Laterais da Escova Distal Adoral (ALEDA) ultrapassando a margem inferior da mandíbula, sendo simples e sinuosos com forma do tipo “Figura 27 de Py-Daniel (1990)” (Figura 20). Setas da Área Supra Escova Adoral (ASEDA) da mandíbula presentes e inseridos na área hialina. Espinhos Laterais (EL) ausentes (ficam na mesma região de inserção do PLM). Processo LateroMandibular (PLM) (Figura 21) presente, em número de um, simples, com forma afilada e o ápice direcionado para baixo que não ultrapassa a margem inferior da mandíbula, inserido na borda do RBI. Setas Supra Marginais (SSM) da mandíbula ausentes. Setas Frontais da Mandíbula (SF) com inserção transversa supra RBI divididas medianamente e com o ápice não ultrapassando a ponta do dente apical. Ápices do primeiro e segundo dente da fileira inferior dos dentes internos direcionando para a região posterior (não retilíneos). Fileira Superior de dentes internos e-ISSN 1983-0572


presente. Inserção dos dentes internos (fileira inferior) na região anterior do reforço. Número de dentes internos na fileira inferior é 10-12. Dentes Marginais (DM) presentes (Figura 22) e em apenas um conjunto de dois, sendo o anterior maior retilíneo (em ambas as fácies), e com o ápice direcionado para a região inferior e o posterior menor e com uma pequena curvatura na face posterior, induzindo parecer que o ápice está direcionado para a região posterior. Os dentes marginais não estão inseridos em área expandida da mandíbula. Dentes Pré-Apicais (DPA) sendo o I > II > III (Figura 23). O primeiro dente interno (da fileira inferior) é isométrico ou pouco mais longo que o primeiro dente pré-apical. O Dente Apical (DA) é mais longo que o terceiro dente pré-apical. Dentes Externos (DE) da mandíbula em número de dois. Conjunto de setas dentiformes, localizado acima dos dentes externos superiores, ausente. Área latero-posterior interna da mandíbula com espinhos agudos (Figura 24). Disco Anal com 64 fileiras de ganchos, sendo que ocorrem de 12-15 ganchos por fileira. Esclerito Anal (EA) em forma de X (Figura 25), sem estruturas longitudinais de rigidez, braços posteriores do esclerito anal finos, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores, proporção entre os braços anteriores e posteriores é de: (1:1,40-1,66). Setas peri-anal não visualizadas. Escleritos acessórios do disco anal, ausentes. Áreas esclerotizadas alargadas no esclerito anal, presentes e maiores anteriormente. Presença de setas laterais (Figura 26) a parte apical dos braços posteriores do esclerito anal. Pupa -Textura do casulo filamentosa e evidente (Figura 27). Borda anterior do casulo sem festão e reforçada. Projeção dorsal do casulo muito pequena. O ápice de todos os filamentos apresenta afinamento com forma mamilar (Figura 28). Proporção entre o comprimento dos filamentos braquiais e o casulo (maior comprimento dorsal) (FIL < CAS). Filamentos branquiais rendilhados (Figura 29). Ápice dos filamentos braquiais sem esclerotização. Largura (Figura 30) dos troncos basilares primários 0,11-0,16mm. Largura dos troncos basilares secundários: 0,110,13mm. Largura dos filamentos terminais (medianamente): 0,09-0,16mm.Tronco basilar das brânquias com tegumento com expansões como espinhos subtriangulares (Figura 31). Base do tronco basilar com 7-8 setas longas. A bifurcação do ramo primário dorsal é mais próxima da base da brânquia do que a ventral. Comprimento dos filamentos branquiais menores que o maior (ventral) comprimento do casulo. Brânquias segundo as Figuras 32 e 33. Estojos antenais lisos. Tubérculos na cabeça presentes, arredondados e pequenos. Tricomas Frontais (TFR) 2+2 com 3-5 ramos.Tricomas Frontais e Faciais isométricas.Tubérculos no tórax presentes, arredondados e pequenos (Figura 34). Pterotecas com tubérculos, pequenos e arredondados. TergitosEsternitos abdominais predominantemente membranosos e diminuindo a esclerotização no sentido antero-posterior (Figura 35). Ganchos dos esternitos abdominais segundo a Figura 36. Ganchos dos tergitos abdominais segundo a Figura 37. Ganchos terminais do ápice do abdome (Figura 38) presentes, pequenos, relativamente isométricos (largura da base e comprimento). Na região pleural presença de setas. Carenas ausentes nos tergitos. Dentículos anteriores dos tergitos abdominais segundo a Figura 39. Esternitos abdominais V-VII divididos medianamente por área membranosa transversa estriada. Placas esternais do segmento V menos visíveis que as dos segmentos VI-VII, sendo todas com microespinhos. Esternito V com 2+2 ganchos, bífidos, mais próximos, entre si, que nos esternitos VI-VII. Esternitos VIVII com 2+2 ganchos (sendo os externos simples e os internos bífidos). Carenas ausentes nos Esternitos. Macho - Antena, com 11 segmentos (Figura 40). Sulco Mesepisternal presente e bem evidente. Projeções nos braços do Furcasterno presentes e grandes (Figura 41). Comprimento do corpo = 1,8-2,0mm. Comprimento da asa = 1,8mm [Hernández et all. (2007) = 1,4-1,6mm]. Largura da asa = 0,5-0,9mm [Hernández et all. (2007)]. Nervuras alares SC e SbR segundo a Figura 42. Calcipala e pedisulco segundo a Figura 43, bem desenvolvidos, sendo calcipala um pouco mais longa do que larga, alcançando o e-ISSN 1983-0572

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pedisulco. Fêmures e tíbias de todas as patas apresentando setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (Figura 44). Relação do comprimento / largura do basitarso posterior = 5,7. Segmento apical do palpo maxilar (Figura 45) mais longo que o comprimento dos segmentos III-IV juntos; vesícula sensorial (Figura 46) menor e com menos tubérculos que na fêmea, com diâmetro igual a metade da largura do terceiro segmento do palpo. Basímero (Figura 47) tão longo quanto o comprimento. Distímero (Figura 47) mais comprido do que largo. Distímero tão longo quanto o Basímero (Figura 47). Distímero com um espinho apical (Figura 48). Placa Ventral (Figura 49). Esclerito Mediano (Figura 49), com porção distal alargada e apresentando incisão mediana pronunciada. Endoparâmeros (Figura 49) com 1+1 dentes basilares mais conspícuos que os outros. Fêmea - Coloração geral preta. Comprimento da antena = 0,42-0,43mm. Membrana pleural e Catepisterno sem pêlos. Projeções nos braços do Furcasterno (Figura 50). Comprimento da antena = 0,42-0,43mm. Nervuras alares Sc e SbR segundo a Figura 51. Célula Basilar da Asa presente. Largura da asa = 1,02mm [Hernández et al.(2007) = 0,7-1,1mm]. Sulco mesepisternal evidente (Figura 53). Femures e tíbias de todas as patas apresentam setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (Figuras 53 e 54). Garras tarsais com espinho subtriangular, sub-basilar (Figura 55). Calcipala e pedisulco segundo a Figura 56. Calcipala não alcançando o pedisulco. Número de segmentos antenais igual a 11 (Figura 57). Fronte tão alta quanto larga (Figura 58); Índice Frontal (AF/LF) = 1. Triângulo fronto-ocular presente e bem desenvolvido (Figura 58). Sutura Frontal ausente (Figura 58). Ângulo Frontal (AGF) = 100o. Esclerotização da borda posterior do cibário presente (Figura 59). Maxila e Mandíbulas com dentes em ambas as margens. Vesícula sensorial do palpo maxilar segundo a Figura 60. Maxila (Figura 61) com 8 dentes internos e 13 dentes externos. Paraproctos e cercos segundo Figura 62; paraprocto arredondado; cercos arredondados e cobertos de setas; paraproctos menos altos que os cercos. Forquilha genital com processo mediano mais longo que os braços. Espermateca (Figura 63) globular, esclerotizada, com superfície lisa, depressão lateral ausente, com espículas internas dispostas em fileiras concêntricas, tubérculos ausentes, base da espermateca (área de inserção do ducto espermático) e ducto espermático membranosos. ETIMOLOGIA - Inaequalium rapporum nome novo, proposto para substituir rappae, que por ter sido citado antes da publicação da descrição da espécie, assume a característica de nomen nudum, segundo a CINZ. Este nome é uma homenagem ao casal Maria de Lourdes da Costa Rapp e José Carlos Rapp, que para o primeiro autor deste trabalho (VPD), apresentam um grande significado no início da carreira científica. Inaequalium pujoli sp.n. Larva - Coloração geral cinza entremeada de preto e branco. Abdome sem constrição, segmentos aumentam de tamanho gradualmente no sentido antero-posterior (Figuras 64 e 65). Comprimento do corpo (cabeça+abdome) variando de 4,174,22mm (n=2). Tegumento abdominal com setas filiformes, simples (Figura 66), sendo que nas 1+1 regiões laterais ao esclerito anal existem grupamentos de setas filiformes longas (Figuras 67 e 68). Setas peri-anais simples. Papilas anais (Figuras 69 a 71) em número de três, múltiplas, sendo que os divertículos variam de 11-13. Presença de 1+1 tubérculos ventrais (Figuras 69 e 70), posteriores, subtriangulares, sendo a base dos mesmos transversa. Histoblastos posteriores não visualizados. Ausência de tubérculos dorsais abdominais. Ausência de expansões membranosas digitiformes no tegumento abdominal. Histoblasto branquial de forma mais alongada e côncavo posteriormente (Figuras 72 a 74), com número de quatro filamentos branquiais terminais. Histoblasto branquial com a região posterior côncava. Esclerito lateral do pseudópodo (Figura 75) com setas em 6-7 grupos sendo que o número de setas variando até 1-6. Máxima

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Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

largura da cápsula cefálica igual a 0,47mm (n=2), sendo que a largura das regiões anterior (base da haste do leque cefálico) e posterior (extremidade posterior da cabeça) isométricas, a região mais central mais larga que ambas (ANT=POS<CEN) (Figura 76). Tórax, mais largo que a máxima largura da cápsula cefálica (TX>CA) (FIG.). Comprimento lateral da cápsula cefálica (CLC) (do reforço vertical anterior até a região posterior da cápsula cefálica) igual a 0,33 mm. Forma lateral da cabeça retangular (Figura 77). Largura do contorno do corpo pela vista lateral (anterior < posterior). Apodema cefálico com setas simples e pequenas (Figura 78). Gânglio subesofagiano não visualizado. Manchas do apodema positivas, com desenho escurecido em forma de um (T) invertido (Figura 76). Quanto a largura do apódema, a região apical é mais larga que a basilar e esta mais larga que a central (A > B > C). Maior largura do apódema cefálico = 0,33mm (n=2). Escleritos cervicais pequenos, alongados e livres na membrana (Figura 79). Leques cefálicos presentes, com número de raios = 42, com manchas. Ápice dos raios dos leques cefálicos finos e longos com microtríquias filiformes. Microtríquias (Figura 80) arranjadas no padrão “weak complex”. Os raios do leque cefálico não apresentam diferenciação entre partes basilar e apical (Figura 81), ou seja, são uniformes e afilando baso-apicalmente e não apresentam espinho que possa diferenciar a base do ápice. Raios petaliformes em número de 6+6. Antenas ultrapassam um pouco os ápices das hastes dos leques cefálicos (Figura 82). O terceiro segmento da antena é mais escuro que o primeiro e segundo (Figura 83). Proporção dos segmentos antenais: III (1,19-1,25) > I (1) > II (0,8). Ausência de estriações transversas nos segmentos antenais. Proporções entre Hipostômio (HIP) / Ponte Pré-Gular (PPG) e Fenda Gular (FG): 1:0,19-0,5:1,43-1,80; Fenda Gular mais longa que Hipostômio e este mais longo que Ponte Pré-Gular (Figura 84); Proporção entre Ponte Pré-Gular (PPG) e Fenda Gular: 1:2,859,47. Proporção entre PPG e HIP = 1:2,0-3,4. Fenda Gular (FG) profunda e alongada. Ponte Pré-Gular (PPG) bastante reduzida. Número de dentes hipostomiais: 13 (2L/1P/3I/1C/3I/1P/2L) {L = laterais; P = Pontas; I Intermediários; C = Central}. Número de Serrilhas laterais do hipostômio: 5+5. Número de fileiras de setas hipostomiais: 1+1, com 4 + 1 (reduzida e posterior) por fileira, sendo o ápice múltiplo (Figura 85). Ocorrem também 1+1 pequenas setas, simples no disco hipostomial. Projeção lamelar do hipostômio presente, não recortada, sendo mais visível na base dos dentes Pontas. A borda hipostomial deixa aparecer todos os ápices dos dentes. Dentes Pontas, Intermediários e Central são diferenciados (Figura 86). Dentes Pontas e Central isométricos. Dentes Intermediários : 3+3: sendo o externo pouco mais longo que o interno e ambos maiores que o mediano. Dentes Pontas e Central mais largos que os Laterais e Intermediários. Os dentes hipostomiais (P/I/C) se apresentam em uma única linha, sem agrupamento. A direção dos ápices dos dentes Pontas é para frente. Dentes Laterais (2+2) menos largos que os dentes Pontas. Região anterior a inserção da primeira seta hipostomial não é prolongada; relação entre a região anterior (HIPa) e o comprimento total (HIPt) do hipostomio é de 1:3,46; Índice IH = Índice Hipostomial : (IH = [HIPa / HIPt]) é de 0,28. Relação entre as regiões anterior (HIPa) e posterior (HIPp) é de 1:2,46. Os ápices dos dentes Latero-posteriores do hipostômio não atingem a metade do comprimento do dente Ponta. Dentes hipostomiais Laterais, Intermediários e Pontas sem expansões. Esclerito labral grande e com haste pequena (Figura 87), com 3+3 dentes agudos anteriores com ápices direcionados frente (Figura 88). Setas maiores da Escova Distal Adoral da Mandíbula apicalmente não divididos (Figura 89). Ápice dos raios maiores Antero-Laterais da Escova Distal Adoral ultrapassando a margem inferior da mandíbula, sendo simples e sinuosos com forma do tipo “Figura 27 de Py-Daniel (1990)”. Setas da Escova Distal Adoral (SEDA) saem logo abaixo das Setas da Área Supra Escova Distal Adoral, sendo que ambas saem da área hialina (menos esclerotizada). Setas da Área Supra Escova Adoral (ASEDA) da mandíbula presentes e inseridos na área hialina. Espinhos Laterais (EL) ausentes (ficam na mesma região de inserção do PLM). Processo

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Latero-Mandibular (PLM) presente (Figura 90), em número de um, simples, com forma afilada e o ápice direcionado para baixo que não ultrapassa a margem inferior da mandíbula, inserido na borda do RBI. Setas Supra Marginais (SSM) da mandíbula ausentes. Setas Frontais da Mandíbula (SF), com inserção transversa supra RBI divididas medianamente e com o ápice não ultrapassando a ponta do dente apical. Ápices do primeiro e segundo dente da fileira inferior dos dentes internos direcionando para a região posterior (não retilíneos) (Figura 91). Fileira Superior de dentes internos presente. Inserção dos dentes internos (fileira inferior) na região anterior do reforço. Número de dentes internos na fileira inferior é 8-9. Dentes Marginais (DM) presentes e em apenas um conjunto de dois, sendo o anterior maior retilíneo (em ambas as fácies), e com o ápice direcionado para a região inferior e o posterior menor e com uma pequena curvatura na face posterior, induzindo parecer que o ápice está direcionado para a região posterior. Os dentes marginais não estão inseridos em área expandida da mandíbula. Dentes PréApicais (DPA) sendo o I > II > III. O primeiro dente interno (da fileira inferior) é, normalmente, pouco mais longo que o primeiro dente pré-apical. O Dente Apical (DA) é mais longo que o terceiro dente pré-apical. Dentes Externos (DE) da mandíbula em número de 2. Conjunto de setas dentiformes, localizado acima dos dentes externos superiores, ausente. Área latero-posterior interna da mandíbula com espinhos agudos (Figura 92). Disco Anal com 64-66 fileiras de ganchos, sendo que ocorrem de 11-12 ganchos por fileira. Esclerito Anal (EA) em forma de X (Figura 93), sem estruturas longitudinais de rigidez, braços posteriores do esclerito anal finos, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores, proporção entre os braços anteriores e posteriores é de: (1:1,15-1,55). Setas peri-anal não visualizadas. Setas laterais a parte apical dos braços posteriores do esclerito anal, presentes (Figura 93). Escleritos acessórios do disco anal, ausentes. Áreas esclerotizadas alargadas no esclerito anal, presentes e maiores anteriormente. Pupa - Casulo em forma de chinelo (Figuras 94 a 96). Comprimento dorsal do casulo: 1,77-2,28mm (n=7). Comprimento ventral do casulo: 2,17-3,03mm (n=7).Textura do casulo filamentosa e evidente (Figura 97). Borda anterior do casulo sem festão e reforçada. Projeção dorsal do casulo muito pequena. Projeção ventral do casulo ausente. Proporção entre os comprimentos do casulo (ventral > dorsal). Brânquias de cor castanho-cinza claro, rendilhadas (Figura 98); composta de quatro filamentos terminais (Figuras 99 a 101), finos. O ápice de todos os filamentos apresenta afinamento com forma mamilar (Figuras 102 a 107) e sem esclerotização. Comprimento dos filamentos branquiais: 1,67-2,57 (n=7). Proporção entre o comprimento dos filamentos branquiais e o casulo (maior comprimento dorsal) (FIL < = > CAS), predominando a isometria. Largura dos troncos basilares primários branquiais (Figura 108): 0,04mm. Largura dos filamentos terminais (medianamente) (Figura 109): 0,0320,036mm. Base do troco basilar com 7-8 setas longas (Figura 110). A bifurcação do ramo primário dorsal é mais próxima da base da brânquia do que a ventral (Figura 98). Comprimento dos filamentos branquiais menores que o maior (ventral) comprimento do casulo. Estojos antenais lisos. Tubérculos na cabeça presentes, arredondados e pequenos e semelhantes aos do tórax.Tricomas Frontais (TFR) 2+2 com 2-3 ramos. Tricomas Faciais (TFA) 1+1 com 3+3 ramos. Proporção entre Tricomas TFR e TFA (TFR isométricos TFA). Tricomas Epicraniais, Labrais, Epicraniais, Genais e Oculares não visualizadas. Tubérculos no tórax presentes, arredondados e pequenos (Figuras 111 a 113). Pterotecas com tubérculos, pequenos e arredondados (Figura 114). Tricomas Torácicas Centro-Dorsais 5+5, múltiplas (4-5 ramos) (Figura 113). Tricomas Laterais 3+3 simples. Tricomas Supra-Laterais 1+1, simples. Tergitos-Esternitos abdominais predominantemente membranosos e diminuindo a esclerotização no sentido antero-posterior. Tergito II com esclerotização mais evidente e com 5+5 setas espiniformes. Tergitos III-IV com 4+4 ganchos simples na região posterior e-ISSN 1983-0572


e 1+1 seta transversa, sem dentículos. Tergito V, sem ganchos, com 4+4 setas simples, translúcidas, e sem dentículos. Tergito VI com 2+2 setas simples, pequenas, translúcidas, e com 1+1 áreas anteriores com dentículos pequenos. Tergitos VII-VIII com 1+1 áreas anteriores com dentículos dos dois tipos, grandes e pequenos, (Figura 115). Tergitos VI-VIII com 2+2 setas simples, pequenas, translúcidas no terço posterior. Tergito IX com área anterior aos ganchos apresentando dentículos dos dois tipos (grandes e pequenos). Ganchos terminais do ápice do abdome presentes, pequenos, relativamente isométricos (largura da base e comprimento) (Figuras 116 e 117). Na região pleural presença de setas. Carenas ausentes nos tergitos. Esternito abdominal IV com 3+3 setas espinifiliformes e com microespículas anteriormente. Esternitos abdominais V-VII divididos medianamente por área membranosa transversa estriada. Placas esternais do segmento V menos visíveis que as dos segmentos VI-VII, sendo todas com microespinhos. Esternito V com 2+2 ganchos, bífidos, mais próximos, entre si, que nos esternitos VI-VII. Esternitos VIVII com 2+2 ganchos (sendo os externos simples e os internos bífidos). Carenas ausentes nos Esternitos. Macho - Os caracteres cromáticos, desenhos torácicos e algumas medidas, não foram visualizados tendo em vista que os exemplares examinados foram retirados dos invólucros pupais. Sulco mesepisternal (Figura 118) evidente. Projeções nos braços do Furcasterno (Figura 119) com 1+1 grandes projeções. Asas com Sc sem setas e Seção basilar do radius (Figura 120), com 9 setas. Calcipala (Figura 121) e Pedisulco (Figura 122) presentes e bem desenvolvidos. Calcipala com altura e largura da base isométricas. Femures e tíbias de todas as patas apresentando setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (Figura 123). Relação do comprimento / largura do basitarso posterior = 6,6. Número de segmentos antenais igual a 11. Segmento apical do palpo maxilar pouco mais longo que os dois seguimentos anteriores juntos (Figura 124). Vesícula sensorial do palpo segundo a Figura 125. Basímero e Distímero (Figura 126) longitudinalmente isométricos. Distímero, mais longo que largo, subcônico e com um espinho apical (Figura 127). Distimero, basímero, placa ventral, e endoparâmeros segundo a Figura 128. Fêmea - Os caracteres cromáticos, desenhos torácicos e algumas medidas, não foram visualizados tendo em vista que os exemplares examinados foram retirados dos invólucros pupais. Sulco mesepisternal bem evidente. Projeções nos braços do furcasterno presentes e grandes. (Figura 129). Sc com 7-8 setas, (com espinhos a pouca distancia do seu nascimento, com uma série de espinhos entremeados com pêlos). Seção basilar do radius com pilosidade disposta em uma fileira de setas). Célula Basilar da Asa presente. Calcipala e Pedisulco (Figura 130) bem desenvolvidos. Calcipala tão larga quanto comprida, não alcançando o pedisulco. Unhas das garras tarsais do terceiro par de patas com “dente” sub-basilar (Figura 131). Basitarso do terceiro par de patas (proporção entre largura e comprimento = 1:7). Femures e tíbias de todas as patas apresentam setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (Figura 132). Fronte, clípeo e occiput com pruinosidade acinzentada. Comprimento da antena 0,32mm. Segmentos antenais em número de 11. Fronte tão alta quanto larga (Figura 133); Índice Frontal (AF/LF) = 1. Triângulo frontoocular presente e bem desenvolvido (Figuras 134 e 135). Sutura Frontal não visível. Ângulo Frontal (AGF) = 1050. Segmento apical (V) do palpo maxilar apresentando comprimento pouco maior que o dos segmentos III-IV juntos. Vesícula sensorial (Figura 136) desenvolvida, alongada, com o diâmetro igual ou pouco maior que a metade da largura do terceiro segmento do palpo; com presença de numerosos tubérculos. Cibário (Figura 137) com braços laterais bem esclerotizados; com elevação da porção mediana posterior e possuindo dentes agudos, bem conspícuos em toda a margem, sendo os centrais mais longos e afilados. Maxila e Mandíbulas com dentes em ambas as margens. Maxila (Figura 138) com um total (soma dos dentes de ambas as margens e mais o dente apical) de 19-20. Maxila com 8 dentes internos e 11-12 dentes externos (8I / 1A / 12E). Mandíbula (Figura 139) e-ISSN 1983-0572

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com 5 dentes na margem externa e 25 na margem interna. Oitavo esternito (Figura 140), sem carenas, com 1+1 áreas com setas em número aproximado de 33, sendo que algumas destas setas aparecem inseridas na base das gonapófises. Gonapófises (Figura 140) subtriangulares com abundantes microtríquias e com o bordo interno apresentando esclerotização. Cercos e Paraproctos segundo Figura 141; cercos mais altos que paraproctos [1,33/1]. Paraproctos subretangulares com borda inferior arredondada. Cercos arredondados coberto de setas. Forquilha genital com processo mediano bem esclerotizado, com 1+1 expansões subtriangulares grandes, Proporção entre comprimento do processo mediano e os braços da Forquilha genital não obtida. Espermateca globular (Figura 142), esclerotizada, com espículas internas dispostas em fileiras concêntricas, base da espermateca (área de inserção do ducto espermático) e ducto espermático membranosos (Figura 143). MATERIAL EXAMINADO: Os imaturos de Inaequalium pujoli sp.n. , apresentaram baixa densidade populacional, quando comparados com outras espécies presentes no mesmo criadouro, dentro das três coletas feitas na localidade tipo (nos meses de janeiro/fevereiro e março). Rio das Pedras, abaixo da Cachoeira do Poço Encantado (local turístico que é acessado pela rodovia GO-118), Municipio de Teresina de Goiás (13o52’31,3” S / 047o15’40,0” O, 796 mts. de altitude). Água variando com temperaturas entre 24-24,7 graus Celsius. Foram coletadas larvas e pupas em gramíneas e podostemonáceas (Figura 144). O local de coleta fica situado a jusante da ponte pênsil. A macro área geográfica é denominada como Chapada dos Veadeiros. Dentre as outras espécies de simulídeos coletadas, a predominância de densidade populacional foi de Thyrsopelma hirtipupa. Coleta feita em 17.01.2014 por V.Py-Daniel. O Rio das Pedras é afluente do Rio Paranã, que por sua parte é afluente do Rio Tocantins. Este local fica designado como localidade tipo (Figura 145) da espécie (I. pujoli sp.n.), sendo que o material da série tipo fica designado como o sendo desta coleta (e está depositado na Coleção Entomológica da Universidade de Brasilia, UnBnúmero 013861 –HOLÓTIPO - exúvia pupal e fêmea retirada do seu interior, montadas em lãmina/lamínula; UnB-número 013862 – PARÁTIPO – exúvia pupal e macho retirado do seu interior, montados em lâmina/lamínula; UnB-número 013863 – PARÁTIPO – larva de último estádio, montada em lâmina/ lamínula; UnB-número 013864 – PARÁTIPO – larva de último estádio, montada em lâmina/lamínula; UnB-número 013865 – PARÁTIPO – exúvia pupal, montada em lâmina/lamínula (a lâmina está danificada, mas com material visível). UnB-número 013865 – Duas larvas e três pupas, em álcool (PARÁTIPOS). Outras duas coletas (em 02.2014 e 06.03.2015) foram feitas na mesma localidade, e o material coletado, larvas e pupas fica como adicional e topotípico. ETIMOLOGIA: Inaequalium pujoli sp.n., é uma homenagem ao amigo e entomólogo-dipterólogo, Dr. José Roberto Pujol Luz que sempre possibilita novas oportunidades para os que estão chegando neste mundo da ciência.

DISCUSSÃO Com a descrição de I. pujoli sp.n., Inaequalium passa a ter, no mínimo, 15 espécies aceitas. Acreditamos que ainda outras espécies que se ajustam ao gênero Inaequalium, ou estão erroneamente colocadas em outros gêneros ou/e também estão colocadas como sinonímias de outras espécies. Com os caracteres já conhecidos, as diferenças entre I. pujoli sp.n. e I. rapporum se concentram mais apropriadamente no semaforonte pupa e ultrapassam de muito o simples número de filamentos terminais (I. pujoli sp.n. = 4, I. rapporum = 6), como fica evidenciado na chave diferenciativa. Um comentário necessário fica quanto as nítidas diferenças de largura dos ramos branquiais, como também da presença de projeções (que em I. rapporum foram chamadas originalmente de espinhos). Na

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Py-Daniel et al. (2017)

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

base do tronco comum, existem exteriorizações dos ductos intercomunicadores das faces internas e externas das brânquias; sendo que esta área que abrange estes ductos é muito mais larga em I. rapporum do que em pujoli sp.n.. Existe também outro caracter, comprimento dorsal do casulo, que indica diferença entre I. pujoli sp.n. (1,77 - 2,28 mm) e I. rapporum (2,4-3,0 mm).

- Abdome sem apresentar constrição, sendo que os segmentos aumentam de tamanho gradualmente no sentido antero-posterior.

1.3. - Tubérculos dorsais abdominais ausentes. 1.4.

- Tubérculos posteriores ventrais abdominais (1+1) subtriangulares.

1.5.

- Expansões membranosas digitiformes no tegumento abdominal, ausentes.

1.6.

- Setas simples no tegumento abdominal.

1.7.

- Cabeça com forma lateral retangular.

1.8.

Inaequalium pujoli sp.n. pode ser, ocasionalmente, alocada no grupo de espécies inaequale proposto por Coscarón & CoscarónÁrias (1997).

- Dorsalmente a cápsula cefálica apresenta a mesma largura entre as regiões anterior (base dos leques cefálicos) e posterior, sendo a região central mais larga (ANT=POS<CEN).

1.9.

Caracteres com comentários e ajustes, em relação as I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum e I. pujoli sp.n.

- Quanto as diferentes larguras do apódema, a região apical (A) á mais larga que a basilar (B) e esta mais larga que a central (C) [A>B>C].

1.10.

- Setas do apódema cefálico simples e pequenas.

1.11.

-Tórax pouco mais largo que a máxima largura da Cápsula Cefálica (TX>CC).

1.12.

- Escleritos cervicais, pequenos, alongados e livres na membrana.

1.13.

- PLM, simples.

1.14.

- PLM com o(s) ápice(s) direcionado(s) para baixo.

1.15.

- Raios dos leques cefálicos podendo apresentar manchas.

1.16.

- Ápice do ¼ basilar dos raios dos leques cefálicos apresentando uma curvatura.

1.17.

- Terceiro segmento antenal mais escuro que I e II.

1.18.

- Artículos dos segmentos antenais sem estriações.

1.19.

- Proporção entre PPG e FG: existe relativa variação na profundidade da Fenda Gular (FG), o que está diretamente relacionado com o comprimento da Ponte Pré-Gular (PPG) (na realidade podemos ver por outros modos: que a PPG é que varia, ou que ambos variam), assim, o uso da variação da PPG é apenas uma convenção proposta, até que seja feito um estudo que possa melhor caracterizar a variabilidade destas estruturas examinadas), sendo que o comprimento da FG é no mínimo duas vezes maior que o comprimento da PPG [I. pujol sp.n. - 1:2,85-9,47; I. rapporum - 1:9,04; I. maranguapense - 1:2,25 e I. margaritatum- 1:1,96].

1.20.

- Proporção entre o HIP e a PPG: a PPG é mais longa que o HIP (I. pujoli sp.n.– 1:2,0-3,4; I. rapporum – 1:1,6-1,7; I. maranguapense - 1:1,58; I. margaritatum – 1:1,40).

1.21.

- Quanto a relação entre o comprimento da parte anterior (HIPa) / pelo total (HIPt) do HIP pode ser observado que a HIPa é, no mínimo, três vezes menor que a HIPt (I. pujoli sp.n. - 1:3,46; I. rapporum – 1:3,5; I. maranguapense – 1:3,09; I. margaritatum – 1:3,4).

1.22.

- O Índice Hipostomial (IH) que representa o comprimento da parte anterior do hipostômio (HIPa) pelo comprimento total (HIPt) é extremamente semelhante (variando entre 0,28-0,32: I. pujoli sp.n. e I. rapporum - 0,28; I. maranguapense - 0,32 ; I. margaritatum – 0,29).

Nas larvas existe uma nítida diferença nos histoblastos branquiais entre as espécies I. rapporum (Figura 4) e I. pujoli sp.n. (Figura 76) tanto na forma geral (que na região posterior I. rapporum apresenta convexidade e I. pujoli sp.n. concavidade) como na espessura dos filamentos branquiais (I. rapporum, filamentos grossos; I. pujoli sp.n., filamentos finos). Proporcionalmente a Ponte Pré-Gular Gular (PPG), em relação ao Hipostômio (HIP) é maior em I. rapporum (1:2,0-3,4) do que em I. pujoli sp.n. (1:1,6-1,7).

Separação de grupos de caracteres (pelo estado atual de conhecimento) Uma das dificuldades para fazer uma caracterização comparativa, mais completa destas espécies, tem como base, principalmente, a falta de conhecimento de muitos caracteres cromáticos e alguns morfológicos dos adultos, mas que, em parte, podem ser visualizados, hipotéticamente, pela grande uniformidade dentro do gênero Inaequalium. Outro contratempo foi que a análise de I. margaritatum apenas foi feita pela descrição original (textos e imagens) e pelos estudos feitos por Hernández et al. (2007) e Shelley et al. (2010). Na tentativa de ajustar uma comparação, selecionamos quatro realidades existentes, que nos permitem criar um estado, mesmo transitóriamente conhecido, do grupo analisado. Foram também separados os semaforontes (aqui sugerindo, novamente, também que as descrições específicas iniciem pelas formas imaturas, como já acontece em um grande número de outros grupos zoológicos). Com a futura agregação de um maior número de espécies no gênero, e com o acesso a um maior número de caracteres possivelmente, dentro das espécies já descritas, poderá ser disponibilizada uma Figura mais realística da existência dos possíveis grupos intragenéricos. As quatro realidades propostas são: 1. Caracteres comuns as quatro espécies; 2. Caracteres faltando (informação) em pelo menos uma das espécies; 3. Caracteres com faixa de sobreposição de variações entre as espécies; 4. Caracteres diferenciativos entre as espécies. Para a diferenciação entre estas espécies, apenas usaremos os caracteres da quarta realidade, ou seja, os que já permitem diferenciar as mesmas. A. CARACTERES COMUNS PARA I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum e I. pujoli sp.n. Os caracteres comuns as quatro espécies aqui estudadas, podem ser os caracteres de uso tanto ao nível genérico como superior, que apenas poderão ser determinados em qual nível deverão estar, com segurança, após serem feitas descrições comparativas que possam abarcar a totalidade das espécies assinaladas para o que consideramos gênero.

221

1.2.

LARVA 1.1.

- Corpo visto lateralmente, com a largura posterior maior que a anterior.

e-ISSN 1983-0572


1.23.

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243

- Por convenção é proposto aqui que: (HIPa = região anterior do hipostômio = corresponde da inserção da seta anterior até o ápice do dente mais longo; HIPp = região posterior do hipôstomio = corresponde da inserção da seta anterior até o ápice central posterior do hipostômio). Ficando nominalmente que: HIPa < HIPp = não prolongada; HIPa = HIPp = isométrica; HIPa > HIPp = prolongada. Quanto a relação entre o comprimento do HIPa e o comprimento posterior (HIPp), para as espécies estudadas, ocorre que a parte anterior (HIPa) é no mínimo duas vezes menor que a posterior (HIPp) (I. pujoli sp.n. = 1:2,46; I. rapporum = 1:2,5; I. maranguapense = 1:2,09; I. margaritatum = 1:2,42), ou seja a região anterior do hipostômio é não prolongada.

1.24.

- Quanto a forma da Fenda Gular (FG) apresenta-se a profunda e alongada.

1.25.

- O hipostomio apresenta 13 dentes, sendo a seguinte distribuição (2L/1P/3I/1C/3I/1P/2L), onde L = laterais, P = pontas, I = intermediários, C = central.

1.26.

- Os ápices dos dentes hipostomiais latero-posteriores não chegam a metade do comprimento dos dentes pontas.

1.43.

- Casulo sem festão.

1.44.

– Casulo com borda anterior reforçada.

1.45.

- Casulo com projeção dorsal presente.

1.46.

- Casulo com projeção dorsal muito pequena.

1.47.

- Casulo com projeção ventral ausente.

1.48.

- Casulo com comprimento longitudinal ventral maior que dorsal

1.49.

- Comprimento dos filamentos branquiais menores que o comprimento ventral do casulo (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense), sendo que para I. margaritatum pode ser também igual ou maior.

1.50.

- Filamentos branquiais não apresentam esclerotização nos ápices.

1.51.

- Bifurcação dos ramos primários dorsais mais próximas da base que os ventrais (em I. maranguapense é pouca a diferença).

1.52.

- Estojos antenais lisos.

1.53.

- Tórax com tubérculos presentes.

1.54.

- Tubérculos torácicos pequenos.

1.55.

- Tubérculos torácicos arredondados (sendo que para I. margaritatum, está descrito que são maiores na região posterior, e que em algumas vezes podem ter pontas triangulares).

1.27.

- Os dentes hipostomiais Laterais, Intermediários e Pontas não apresentam expansões.

1.28.

- A borda anterior do hipostomio deixa aparecer todos os ápices dos dentes.

1.29.

- Dentes Pontas e Central mais largos que os dentes Laterais e Intermediários.

1.56.

- Tricomas torácicas centro-dorsais (TCD) em número de 5+5, múltiplas.

1.30.

- Os dentes Intermediários, os externos são pouco mais longos que os internos e os internos maiores que os medianos.

1.57.

- Abdome com tergitos e esternitos predominantemente membranoso.

1.58.

- Tergito abdominal II com esclerotização mais evidente.

1.59.

- Tergito abdominal II , com 5+5 setas espiniformes (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense) ou 3+3 setas simples ou bífidas (I. margaritatum, provavelmente sejam 5+5, ou seja, apenas estão faltando serem assinaladas mais 2+2 setas).

1.60.

Tergitos abdominais III-IV com 4+4 ganchos na região posterior [sendo simples para I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense, e simples ou bífidos para I. margaritatum).

1.31.

- A projeção lamelar do hipostômio (PLH) não é recortada.

1.32.

- Os dentes hipostomiais (P/I/C) se apresentam em uma única linha, sem fazer agrupamento.

1.33.

- A direção dos dentes hipostomiais Pontas é para frente.

1.34.

- Número de fileiras de setas hipostomiais, é um (1), sendo que o número de setas é cinco (5).

1.35.

- PLM inseridos na borda do RBI.

1.36.

- PLM, simples.

1.61.

Tergitos abdominais V sem ganchos.

1.37.

– PLM com o(s) ápice(s) direcionado(s) para baixo.

1.62.

- Tergito abdominalVI com 2+2 setas pequenas .

1.38.

- Número de dentes apicais igual a um (1), sendo que para I. margaritatum os autores consideraram os dois dentes externos como apicais, o que seria então três dentes apicais (consideramos apenas um apical e dois externos).

1.63.

- Tergitos abdominais VI-VIII com dentículos pequenos e grandes.

1.64.

- Tergito abdominais IX com dentículos pequenos e grandes.

1.65.

- Ganchos terminais do abdome presentes e pequenos.

1.66.

- As regiões pleurais do abdome apresentando setas.

1.67.

– Esternito abdominal IV pupal com microespiculas anteriormente.

1.68.

- Esternitos abdominais V-VII divididos medianamente por área membranosa transversa estriada.

1.69.

- Placas esternais do segmento V / segmentos VI-VII: menos visíveis no V que nos VI-VII.

1.70.

- Ganchos (2+2) no esternito abdominal V sendo muito mais próximos nos esternitos VI-VII.

1.71.

- Ausência de carenas transversas abdominais tanto nos tergitos como nos esternitos

1.39.

- Número de dentes externos igual a 2 (na descrição original de I. margaritatum os autores não consideram a existência de dentes externos).

1.40.

- Escleritos Acessórios do Disco Anal (EADA) ausentes.

1.41.

- Áreas esclerorizadas alargadas no presentes e maiores anteriormente.

1.42.

- Esclerito anal em forma de X.

1.43.

- Esclerito anal sem estruturas longitudinais de rigidez.

esclerito

anal,

PUPA 1.42. - Casulo com forma do tipo chinelo, trama filamentosa e evidente. e-ISSN 1983-0572

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MACHO 1.72.

- Segmentos do palpo V > III-IV juntos.

1.73.

- Vesícula sensorial do III segmento do palpo, menor e com menos tubérculos que na fêmea, com o diâmetro igual a metade da largura do segmento (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense) e ocupando 1/5 do segmento (I. margaritatum).

1.74.

- Asa com Célula basilar presente.

1.75.

- Número dos segmentos da antena igual a 11.

1.76.

- Calcipala e pedisulco bem desenvolvidos.

1.77.

– Calcipala alcançando o pedisulco.

1.78.

- Garras tarsais com lóbulo basilar bem desenvolvido.

1.79.

– Garras tarsais sem dente subbasilar triangular.

1.80.

- Distímero (I. pujoli sp.n., I. maranguapense) é subcônico; I. rapporum é com base larga e ápice estreito; I. margaritatum é subtrapezoidal (semelhante a rapporum). Aqui subcônico = subtrapezoidal.

1.81.

Distímero mais longo que largo (para I. maranguapense 1,5/0,9).

1.82.

- Distímero com um espinho apical.

1.83.

- Placa ventral alongada e coberta por longas setas.

1.84.

- Esclerito Mediano com porção distal alargada e com uma incisão mediana pronunciada, forma de Y.

1.85.

- Endoparâmeros (I. rapporum, I. maranguapense - com 1+1 dentes basilares mais conspícuos que os outros; I. pujoli sp.n. e I. margaritatum - com processos basilares esclerotizados e bem desenvolvidos e numerosos dentes robustos no terço apical).

223

FÊMEA 1.86.

- Asas com Nervura C com espinhos e setas.

1.87.

- Asas com Nervura Sc com setas { I. rapporum = 9-10; I. pujoli sp.n. = 7-8 e I. maranguapense: 11-12, I. margaritatum (pela Figura original) = 9, mas podem ser mais também?}.

sp.n.); 49-51 setas (I. maranguapense), fracamente esclerotizado, com setas distribuídas uniformemente e mas não citado o número (I. margaritatum)}. 1.101.

- Gonapófises subtriangulares.

1.102.

- Gonapófises com bordo interno esclerotizado.

1.103.

- Gonapófises com margens internas divergentes.

1.104.

- Gonapófises com presença de microtríquias.

1.105.

- Cercos mais alto que os paraproctos.

1.106.

- Paraproctos mais largos que os cercos.

1.107.

- Forquilha genital robusta

1.108.

- Foquilha genital com o processo mediano bem esclerotizado

1.109.

- Espermateca globular

1.110.

- Espermateca com espículas internas dispostas em fileiras concêntricas.

1.111.

- Ducto espermático e base de implantação do ducto na espermateca, membranosos, não pigmentados.

B.

CARACTERES FALTANDO (INFORMAÇÃO) PELO MENOS UMA OU MAIS ESPÉCIES (I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum e I. pujoli sp.n.)

LARVA 2.1. -

Tubérculos posteriores ventrais abdominais com a base dos mesmos transversa (apenas para I. margaritatum a base ser transversa ainda é desconhecida).

1.2.

- Número de grupo de setas no esclerito do pseudópodo entre 6-9 (I. pujoli sp.n. = 6-7; I. rapporum = 6; I. maranguapense = 7-9; sendo desconhecido para I. margaritatum).

1.3.

- Número de setas por grupo no esclerito do pseudópodo entre 1-7 (I. pujoli sp.n. e I. rapporum = 1-6; I. maranguapense = 3-7; desconhecido para I. margaritatum).

1.4.

- Gânglio subesofagiano não observado em I. pujoli sp.n. e I. rapporum, sendo não pigmentado em I. maranguapense e pigmentado em I. margaritatum.

1.5.

- Máxima largura do apódema (I. pujoli sp.n. = 0,30-0,33mm, I. rapporum = 0,30-0,33mm, I. maranguapense = 0,35-0,40mm, desconhecido para I. margaritatum).

1.88.

- Asas com Nervura Rs com setas.

1.89.

- Triangulo fronto-ocular presente e bem desenvolvido.

1.90.

- Segmento V do palpo maxilar maior que os segmentos III+IV.

1.91.

- Vesícula sensorial do segmento III do palpo maxilar alongada.

1.6.

- Raios dos leques cefálicos microtríquias filiformes (não conhecido para I. margaritatum).

1.92.

- Vesícula sensorial do segmento III do palpo maxilar com diâmetro igual ou pouco maior que a metade da largura do segmento.

1.7.

- Raios dos leques cefálicos sem apresentar diferenciação entre as partes basilar e apical (desconhecido para I. margaritatum).

1.93.

- Vesícula sensorial do segmento III do palpo maxilar com numerosos tubérculos.

1.8.

1.94.

- Cibário com braços laterais bem esclerotizados.

- Espinho ausente na região diferencial entre as partes basilar e apical dos raios dos leques cefálicos (desconhecido para I. margaritatum).

1.95.

- Maxilas e mandíbulas com dentes em ambas as bordas.

1.9.

- Microtríquias dos raios dos leques cefálicos arranjadas no padrão “weak complex” (não conhecido para I. margaritatum).

1.96.

- Calcipala e Pedisulco bem desenvolvidos.

1.10.

1.97.

- Unhas do terceiro par de patas,curvadas.

1.98.

- Unhas do terceiro par de patas, com espinho subbasilar.

- Número de raios petalifomes do leque cefálico (I. pujoli sp.n. e I. rapporum = 6; para I. maranguapense e I. margaritatum ainda desconhecidos).

1.11.

1.99.

- Esternito abdominal VIII sem carenas.

- Esclerito labral, grande, com haste pequena, com 3+3 dentes agudos e direcionados para frente (não descrito para I. margaritatum).

1.100.

- Esternito abdominal VIII com 1+1 áreas com setas {em número de 39-43 setas (I. rapporum); 33 setas (I. pujoli e-ISSN 1983-0572


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- Mandíbulas com os raios maiores (AEDA) apresentando ápice simples , sinuosos, não sendo descritos ou Figurados para I. margaritatum.

1.13.

- Setas maiores da Escova Distal Adoral da mandíbula apicalmente não divididas (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecida para I. margaritatum.

1.14.

- Ápices dos raios maiores antero-laterais da Escova Distal Adoral ultrapassando a margem inferior da mandíbula, sendo simples e sinuosos (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.15.

1.16.

1.17.

1.18.

1.19.

- As setas da Escova Distal Adoral estão inseridas logo abaixo das Setas da área Supra Escova Distal Adoral (SEA) (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), sendo que ambas saem da área hialina (menos esclerotizada), desconhecido para I. margaritatum. - Espinhos Laterais (EL), que ficam na mesma região de inserção do PLM, ausentes (I.pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), e desconhecido para I. margaritatum.

1.28.

- Presença de espinhos agudos na área latero-posterior interna da mandíbula (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.29.

- Setas laterais a parte apical dos braços posteriores do esclerito anal, presentes em I. rapporum, I. pujoli sp.n., I. maranguapense, não descritas e ou Figuradas para I. margaritatum).

1.30.

- Setas peri-anais simples, presentes em I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense, não conhecidas para I. margaritatum.

1.31.

Histoblastos posteriores não visualizados – nem possível delineamento no tecido (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), ainda desconhecido para I. margaritatum.

PUPA 1.32.

- Setas Supra Marginais (SSM) da mandíbula, ausentes (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

- Superficie das brânquias rendilhada (I. pujoli sp.n., I. rapporum), não rendilhada (I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.33.

- Ápices do primeiro e segundo dente da fileira inferior dos dentes internos, direcionados para a região posterior (ou seja, não retilíneos) (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

- Base do tronco basilar branquial com 7-8 setas, simples, longas [0,022-0,027mm] (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), caracter desconhecido para I. margaritatum.

1.34.

– Largura dos troncos basilares primários branquiais, abaixo de 0,10mm (I. pujoli sp.n. [0,04mm]), acima de 0,10mm (I. rapporum [0,11-0,16mm; I. maranguapense [0,12-0,14mm]); caracter desconhecido para I. margaritatum. Observando as Figuras na descrição original, possivelmente I. margaritatum se aproxima de I. pujoli sp.n. por este caracter.

1.35.

– Largura dos filamentos terminais medianamente, abaixo de 0,05mm (I. pujoli sp.n. [0,032-0,036mm], acima de 0,05mm (I. rapporum [0,09-0,16mm], I. maranguapense [superior = 0,13-0,15mm; inferior = 0,07-0,09mm], caracter desconhecido para I. margaritatum.

1.36.

- Tegumento do tronco basilar das branquiais com projeções tipo espinhos subtriangulares (I. rapporum), e sem (I. pujoli sp.n., I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.37.

- Tricomas frontais (TFR) isométricas com tricomas faciais (TFA) [I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense], desconhecido para I. margaritatum.

1.38.

- Tricomas epicraniais (TRE), labrais (TLA), genais (TRG) e oculares (TRO) não foram visualizadas em I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense, sendo desconhecidas para I. margaritatum.

1.39.

- Tubérculos nas pterotecas presentes, pequenos e arredondados (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), conjunto de caracteres desconhecido para I. margaritatum.

1.40.

- Tricomas torácicas laterais (TRL) em número de 3+3 e simples, para I. margaritatum o caracter é desconhecido.

1.41.

- Tricomas torácicas supra-laterais (TSL) em número de 1+1 e simples (para I. margaritatum é desconhecido).

1.42.

- Tergitos abdominais III-IV com 4+4 ganchos na região posterior [sendo simples para I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense; e simples ou bífidos para I. margaritatum), também com 1+1 setas transversas e sem dentículos (I. pujoli sp.n., I. rapporum

- Setas Frontais (SF) da mandíbula com inserção transversa supra RBI, divididas medianamente e com o ápice não ultrapassando a ponta do dente apical (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.20.

- Dentes internos, da fileira inferior, estão inseridos na região anterior ao RBI (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.21.

- Primeiro dente interno, da fileira inferior, é normalmente, pouco mais longo que o primeiro dente pré-apical (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense - também podem ser isométricos para esta espécie), desconhecido para I. margaritatum.

1.22.

- Fileira Superior de dentes internos presente (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), para I. margaritatum desconhecido.

1.23.

- Número de dentes internos na fileira superior (I. maranguapense = 5-6, I. rapporum = 8-9 e I. pujoli sp.n. = 8-10; para I. margaritatum desconhecido).

1.24.

- O dente apical (DA) é mais longo que o terceiro dente pré-apical (DPA) (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense, sendo desconhecido para I. margaritatum).

1.25.

- Dentes Pré-Apicais (DPA), segundo o comprimento (I>II>II para I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense; desconhecido para I. margaritatum).

1.26.

- Dente Pré-Apical I e Dente Interno I (da fileira inferior) com tamanhos subiguais (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense) ou DPA(I) < DI (I) (I. pujoli sp.n., I. rapporum), sendo ainda desconhecido para I. margaritatum.

1.27.

rapporum, I. maranguapense), sendo desconhecido para I. margaritatum.

- Conjunto de setas dentiformes, localizado acima dos dentes externos superiores, ausentes (I. pujoli sp.n. e I.

e-ISSN 1983-0572

224

1.12.

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243


Py-Daniel et al. (2017)

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

e I. maranguapense)], para I. margaritatum não está descrito este conjunto de caracteres. 1.43.

- Tergito abdominal V com 4+4 setas (I. pujoli sp.n., I. maranguapense: simples; I. rapporum: simples e/ou bífidas); setas presentes, mas ainda sem especificação do número (I. margaritatum).

1.44.

- Tergito abdominal VI com setas simples (I. pujoli sp.n. e I. maranguapense), simples ou bífidas (I. rapporum), não citado para I. margaritatum.

1.45.

- Tergitos abdominais VI-VIII com 2+2 setas (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense) e para I. margaritatum não citado o número.

1.46.

- Ganchos e/ou setas no esternito IV (I. maranguapense): pode aparecer um gancho bífido, menor do que os encontrados nos segmentos VI-VII, ou serem 2+2 setas mais engrossadas; (I. rapporum): 3+3 setas espinifiliformes (2+2 mais externas apresentando certa esclerotização; 1+1 mais centrais e sinuosas); (I. pujoli sp.n.): 3+3 setas espinifiliformes; desconhecido para I. margaritatum.

1.47.

1.48.

- Ganchos terminais do abdome, relativamente isométricos [quanto a largura da base e o comprimento] (I.pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), para I. margaritatum não descrito. - Placas esternais do segmento V / segmentos VI-VII: todas com microespinhos (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), não descrito para I. margaritatum.

1.57.

- Cor do mesepísterno, catepisterno e mesepímero pretos-marrons com pruinosidade cinza (I. rapporum e I. margaritatum, I. maranguapense; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.58.

- Comprimento do corpo (I. rapporum = 1,8-2,0mm; I. margaritatum = 2,2mm; I. maranguapense = 2,1mm; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.59.

- Coloração da antena: escapo, pedicelo e metade basilar do primeiro segmento do flagelo castanho-laranja, o restante do flagelo castanho-preto (I. rapporum, I. maranguapense), não descrita para I. pujoli sp.n. e I. margaritatum.

1.60.

- Comprimento da antena (I. rapporum = 0,43mm; I. margaritatum = 0,42-0,47mm; I. maranguapense = 0,5mm; não descrita para I. pujoli sp.n.).

1.61.

– Pilosidade do flagelo curta e cinza amarelo-branca (I. rapporum) e pubescência cinza (I. margaritatum), desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense.

1.62.

- Comprimento da asa = 1,8mm [I. rapporum (<1,4-1,6 mm seg, Hernández et al.>) e I. margaritatum); 2,2mm (I. maranguapense); desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.63.

- Largura da asa [I. margaritatum = 1,3mm; I. maranguapense = 1,0mm; I. rapporum = 0,5-0,9mm seg. Hernández et. all (2007) ainda como I. rappae; desconhecido para I. pujoli sp.n.].

1.64.

- Asa com a nervura C com setas e espinhos (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense.

1.65.

- Asa com a nervura Sc sem setas (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense.

1.66.

- Asa com a nervura SbR com setas (9 – I. pujoli sp.n.; 9-11 - I. rapporum) e sem setas (I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense.

1.67.

- Asa com a nervura R1 com espinhos (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense.

1.68.

- Asa com a nervura Rs com setas (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense.

1.69.

- Sulco mesepisternal presente (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense), não descrito para I. margaritatum.

1.70.

- Furcasterno com projeções grandes (I. pujoli sp.n. e I. rapporum), não descrito para I. maranguapense e I. margaritatum.

1.71.

- Coxa, trocanter e fêmur do primeiro par de patas enegrecido (I. rapporum); claros (I. maranguapense); marrom-enegrecido (I. margaritatum); desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.72.

- Tibia do primeiro par de patas (I. rapporum, I. maranguapense - 4/5 basilares pruinoso-prateados, 1/5 apical preto; I. margaritatum - com região anterior esbranquiçada e posterior marrom); desconhecido para I. pujoli sp.n..

MACHO

225

- São apresentados alguns caracteres deste semaforonte que ainda não estava descrito para I. maranguapense; assim, todos os demais caracteres desta espécie, estarão em uma descrição completa que será apresentada em trabalho futuro por Pessoa & Ríos-Velásquez & PyDaniel.

Todos os caracteres cromáticos e desenhos ainda são desconhecidos para I. pujoli sp.n. (exemplares retirados das pupas).

1.49.

- Coloração geral preta (I. rapporum, I. maranguapense) e marrom escuro (I. margaritatum); para I. pujoli sp.n., desconhecido.

1.50.

- Fronte e clípeo cinza pruinosos (I. rapporum, I. maranguapense), desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. margaritatum.

1.51.

- Cor das peças bucais, marrom-escuro (I. rapporum, I. maranguapense e I. margaritatum), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.52.

- Cor do mesonoto preta (I. rapporum, I. margaritatum e I. maranguapense), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.53.

- Desenho do mesonoto presente, variando conforme incidência da luz, com 1+1 áreas pretas (I. rapporum, I. margaritatum e I. maranguapense), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.54.

- Pilosidade do mesonoto amarela (I. rapporum, I. margaritatum e I. maranguapense), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.55.

- Cor do escutelo (I. rapporum: preta com pruinosidade prateada; I. margaritatum, I. maranguapense: marrom escuro com pilosidade amarela; desconhecida para I. pujoli sp.n.).

1.73.

- Basitarsos do primeiro par de patas marrom-escuro (I. margaritatum); basitarso pruinoso-prateado com 1/5 apical preto (I. rapporum); pretos (I. maranguapense) desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.56.

- Cor do pósnoto preta com pruinosidade prateada (I. rapporum e I. margaritatum, I. maranguapense; desconhecida para I. pujoli sp.n.).

1.74.

– Tarsos do primeiro par de patas pretos (I. rapporum, I. maranguapense) e marrom-escuro (I. margaritatum); desconhecido para I. pujoli sp.n.. e-ISSN 1983-0572


Setembro - Dezembro 2017 - www.periodico.ebras.bio.br

1.76.

1.77.

- Coxa e trocanter do terceiro par de patas (I. rapporum – pretos; I. margaritatum – marrom escuro; I. maranguapense – claros; desconhecido para I. pujoli sp.n.). - Fêmur do terceiro par de patas (I. raporrum - ¼ basilar amarelo-preto, ¾ apicais pretos, ao longo do fêmur uma fraca cobertura cinza; I. margaritatummarrom escuro; I. maranguapense – ¼ basilar preto, ¾ apicais claro com pilosidade escura; desconhecido para I. pujoli sp.n.). - Tíbia do terceiro par de patas (I. rapporum, I. maranguapense – 1/3 basilar amarelo-branco, 2/3 apicais castanho-preto; I. margaritatum – 2/3 marrom escuro e 1/3 esbranquiçados; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

– incluindo setas na área basilar), desconhecido para I. margaritatum). 1.88.

- Largura da asa (I. rapporum = 0,7-1,1mm; I. maranguapense = 0,7mm; I. margaritatum = 0,60,7mm; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.89.

- Asa com nervura R2 com setas (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense; desconhecido para I. margaritatum).

1.90.

- Célula basilar da asa (presente para I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense, desconhecido para I. margaritatum).

1.91.

- Cabeça enegrecida para I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum, desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.78.

- Tarsos do terceiro par de patas (I. rapporum, I. maranguapense - pretos; I. margaritatum – marrom escuros; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.92.

- Antena com 11 segmentos (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), não descrito e nem Figurado para I. margaritatum.

1.79.

- Calcipala (I. pujoli sp.n. - largura e comprimento isométricos; I. rapporum; I. maranguapense pouco mais longa que larga; desconhecido para I. margaritatum).

1.93.

1.80.

- Relação do comprimento / largura do basitarso posterior (I. pujoli sp.n. = 6,6; I. rapporum = 5,7; desconhecido para I. margaritatum e I. maranguapense).

- Coloração da antena (I. rapporum: escapo, pedicelo e metade basilar do primeiro flagelo, castanho-preto; I. maranguapense: escuro; I. margaritatum: escapo e pedicelo marrom claro e o restante dos segmentos marrom escuro; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.94.

- Pilosidade do flagelo (I. rapporum: curta, de cor amarelo-branca; I. margaritatum: pubescencia prateada) (não descrita para I. maranguapense e nem para I. pujoli sp.n.).

1.95.

- Fronte, clípeo e occiput com pruinosidade acinzentadaprateada (I. rapporum, I. maranguapense e I. margaritatum; não descrito para I. pujoli sp.n.).

1.96.

- Fronte tão larga quanto alta [Indice Frontal (IF) = Altura Frontal (AF) / Largura Frontal (LF) = 1 (I. pujoli sp.n. e I. rapporum); mais alta que larga (IF) = 1,44 (I. maranguapense), não descrito e nem Figurado para I. margaritatum.

1.97.

- Ângulo Frontal (AF): (I. pujoli sp.n. = aprox. 105o; I. rapporum = aprox. 102o; I. maranguapense = aprox. 95o; desconhecido para I. margaritatum).

1.98.

- Sutura Frontal (SF) ausente (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), não descrito e nem Figurado para I. margaritatum.

1.99.

- Mesonoto preto (I. rapporum - com pruinosidade amarela por toda a sua extensão, com áreas de pruinosidade acinzentada que mudam de posição e forma dependendo do ângulo de incidência luminosa, com faixas e manchas; I. margaritatum – coberto com pelos verdes dourados, uniformemente distribuídos, em alguns pelos avermelhados; desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense).

1.100.

- Úmeros (I. rapporum – pretos com pruinosidade acinzentada; desconhecido para I. pujoli sp.n., I. maranguapense e I. margaritatum).

1.101.

- Escutelo (I. rapporum – preto com longas setas marginais amarelas; I. margaritatum – marron escuro com longas setas escuras e poucas setas douradas; desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense).

1.102.

- Posnoto (I. rapporum – preto com pruinosidade nacarada, glabro; I. margaritatum – com pruinosidade prateada; desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense).

1.103.

- Mesepisterno, catepisterno e mesepímero (I. rapporum – pretos com pruinosidade acinzentada; I. margaritatum – marron escuros com pruinosidade

1.81.

1.82.

1.83.

- Fêmures e tíbias de todas as patas com setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum), desconhecido para I. maranguapense. - Abdome preto [I. rapporum – com tergitos II-V-VIVII e VIII apresentando 1+1 áreas nacaradas laterais (sendo que no tergito V estas áreas aparecem somente nas partes anteriores e posteriores; nos tergitos VI-VII ocupando a parte posterior; no tergito VIII apenas uma pequena parte basilar); I. margaritatum - tergito II preto com pruinosidade, tergito III sem pruinosidade prateada, tergitos IV-VII com pruinosidade prateada na parte latero-dorsal posterior; desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense]. - Esternitos abdominais III-VIII com pruinosidade prateada na região mediana (I. margaritatum, I. maranguapense); não observado em I. rapporum; desconhecido para I. pujoli sp.n..

FÊMEA •

1.84.

1.85.

Todos os caracteres cromáticos e desenhos ainda são desconhecidos para pujoli sp.n. (exemplares retirados das pupas). - Coloração geral (I. rapporum – preta; I. maranguapense - escura, exemplares no álcool; I. margaritatum – marrom escuro a preto); I. pujoli sp.n. ainda desconhecido. - Comprimento do corpo [I. rapporum = 1,3-2,0mm (exemplares secos), sendo até 2,3mm (exemplares no álcool); I. margaritatum = 1,8-2,2mm; I. maranguapense = 1,9-2,0mm, I. pujoli sp.n. = desconhecido].

1.86.

- Comprimento da asa (I. rapporum = 1,8-1,9mm; I. maranguapense = 1,7mm; I. margaritatum = 2,0mm, desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.87.

- Asa com nervura R1 com espinhos e setas (I. pujoli sp.n., I. rapporum - com espinhos a pouca distância do seu nascimento, com uma série irregular de espinhos entremeados com setas; I. maranguapense

e-ISSN 1983-0572

226

1.75.

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243


Py-Daniel et al. (2017)

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

prateada <mesepisterno e catepisterno>; desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense).

- Calcipala: tão larga quanto longa (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense) desconhecido para I. margaritatum.

1.104.

- Sulco mesepisternal (bem evidente – I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense; não conhecido para I. margaritatum).

1.119.

1.105.

- Catepisterno (mais alto que largo – I. maranguapense; não conhecido para I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. margaritatum).

- Calcipala não alcançando o Pedisulco (I. pujoli sp.n., I. rapporum), alcançando (I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum.

1.120.

1.106.

- Furcasterno com projeções grandes (I. pujoli sp.n. e I. rapporum), não descrito para I. maranguapense e I. margaritatum.

1.107.

- Femures e tibias de todas as patas com setas espatuliformes entremeadas com setas filiformes (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense, não conhecido para I. margaritatum).

- Abdome: preto (I. rapporum), tergito II com pruinosidade nas margens antero-laterais, placas tergais II-IX com aparencia de envernizadas (I. margaritatum), para I. rapporum (tergitos V-VIII), desconhecidos para I. pujoli sp.n. e I. maranguapense; tergitos I-IV aveludados (I. rapporum), desconhecido para as outras espécies. Esternitos cinza-marrom (I. margaritatum); desconhecido para I. pujoli sp.n., I. maranguapense e I. rapporum.

1.121.

1.108.

- Primeiro par de patas: (coxa, trocanter e femur) castanho-amareladas com setas amarelas e pretas (I. rapporum); pálidos (I. maranguapense); marrom enegrecido (I. margaritatum); não conhecido para I. pujoli sp.n..

– Forquilha Genital com processo mediano mais longo que os braços (I. rapporum, I. maranguapense e I. margaritatum), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.122.

- Esternito abdominal VIII com 1+1 áreas com setas em número de 39-43 setas (I. rapporum); 33 setas (I. pujoli sp.n.); 49-51 setas (I. maranguapense); fracamente esclerotizado com setas distribuídas uniformemente não descrito o número (I. margaritatum).

C.

CARACTERES COM FAIXA DE SOBREPOSIÇÃO DE VARIAÇÕES ENTRE I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum e I. pujoli sp.n.

1.109.

227

1.118.

- Primeiro par de patas - (tíbia): (I. rapporum – com 3/4 basilares amarelo-preto, 2/4 centrais castanho enegrecidos, e ¼ apical amarelo; I. maranguapense – ¾ basilares pálidos, e ¼ apical escuros; I. margaritatum – com região anterior esbranquiçada e posterior marrom); desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.110.

- Primeiro par de patas - tarsos (pretos – I. rapporum, I. maranguapense; marrons – I. margaritatum; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.111.

- Segundo para de patas: (coxa, trocanter e femur) castanhos com setas amarelas e pretas (I. rapporum); coxa e trocanter escuros (I. maranguapense); marrom escuros (I. margaritatum), desconhecido para I. pujoli sp.n..

1.112.

- Segundo para de patas: (tíbia): (I. rapporum – ½ basilar amarelo-preto e ½ apical preto; I. maranguapense – ½ basilar palido e ½ apical escuro; I. margaritatum – 1/3 basilar esbranquiçado e 2/3 apicais marrom escuro; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.113.

- Segundo para de patas: tarsos (pretos – I. rapporum, I. maranguapense; marrom escuros – I. margaritatum; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.114.

- Terceiro par de patas: (coxa, trocanter e femur): I. rapporum – coxa preta, trocanter castanho, fêmur castanho enegrecido, com setas pretas e amarelas; I. maranguapense – coxa, 1/3 apical do fêmur escuros, trocanter e 2/3 basilares do fêmur pálidos; I. margaritatum – marrom escuros; desconhecido para I. pujoli sp.n..

LARVA 1.1.

- Comprimento do corpo (cabeça+abdome) variando entre 4,17-5,5mm (I. pujoli sp.n. = 4,17-4,22mm; I. rapporum = 4,4-5,0mm; I. margaritatum = 4,9-5,5mm; para I. maranguapense, apenas se tem a medida do abdome = 3,8-4,5mm).

1.2.

- Largura da cápsula cefálica variando entre 0,40,56mm (I. pujoli sp.n. = 0,47; I. rapporum = 0,500,54; I. maranguapense = 0,4-0,48; I. margaritatum = 0,52-0,56).

1.3.

- Aparentemente as medidas de comprimento lateral da cápsula cefálica formam feitas, para as diferentes espécies, tendo como base pontos diferentes, assim impossibilitando comparações (I. pujoli sp.n. = 0,33mm, I. rapporum = 0,33mm, I. maranguapense = 0,35-0,4mm, I. margaritatum = 0,64-0,69mm).

1.4.

- Leques cefálicos presentes, com número de raios variando entre 37-48 (I. pujoli sp.n. – 42; I. rapporum – 37-41; I. maranguapense – 39-41; I. margaritatum – 44-48).

1.5.

- A proporção entre o Hipostômio (HIP) e a Ponte Pré-Gular (PPG) e a Fenda Gular (FG) nas quatro espécies é relativamente semelhante (FG>HIP>PPG): [I. pujoli sp.n.: 1:0,19-0,5:1,43-1,80 (FG>HIP>PPG); I. rapporum: 1:0,7-1,0:1,2-1,7 (FG>HIP>=PPG); I. maranguapense: 1:0,65-0,71:1,42-1,45 (FG>HIP>PPG) e I. margaritatum: 1:0,71:1,39 (FG>HIP>PPG).

1.115.

- Terceiro par de patas: (tíbia): I. rapporum (com 1/3 basilar amarelo-branco e o restante preto, borda anterior preta); I. maranguapense (½ apical escuro, ½ basilar palido); desconhecido para I. pujoli sp.n. e I. margaritatum.

1.116.

- Terceiro par de patas: (tarsos): (I. rapporum, I. maranguapense – pretos; I. margaritatum – marrom; desconhecido para I. pujoli sp.n.).

1.6.

- A variação quanto ao número das serrilhas laterais do hipostômio (SLH) é de 3-5 (I. pujoli sp.n. e I. rapporum: 5; I. maranguapense: 3-5; I. margaritatum: 6-7).

1.117.

- Comprimento (CB) / Largura (LB) do basitarso do terceiro par de patas [IB = CB/LB, sendo que a medida do CB vai desde a base do basitarso até base da calcipala; a medida da LB é feita na região transversa na altura da base da calcipala: (IB: I. pujoli sp.n. = 7; I. rapporum = 6,07-7,3; I. maranguapense = 5,22-5,87; desconhecido para I. margaritatum)].

1.7.

- Número de dentes na fileira inferior dos Dentes Internos (DI) [I. pujoli sp.n. = 8-9; I. rapporum = 1012; I. maranguapense = 8-11; I. margaritatum = 10?) (? - considerando que apenas estão assinalados na fileira inferior)].

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1.9.

- Dentes Marginais (DM) presentes, não estão inseridos em área expandida da mandíbula, dispostos em apenas um conjunto de dois dentes, sendo o anterior maior, retilíneo (em ambas as fácies) e com o ápice direcionado para a região inferior, e o posterior menor e com uma pequena curvatura (em ambas as fácies) com o ápice direcionado para a região posterior (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense) ou apenas uma sensila (I. margaritatum - segundo descrição original). - Braços anteriores do Esclerito Anal (EA) mais curtos (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. marigaritatum, I. maranguapense) ou isométricos (I. maranguapense) com os posteriores, sendo as proporções entre os braços anteriores e posteriores (I. pujoli sp.n. = 1:1,151,55; I. rapporum = 1:1,40-1,66; I. maranguapense = 1: 1-1,08); I. margaritatum = 1:1,39).

LARVA 1.1.

- Coloração geral: I. pujoli sp.n. (cinza entremeada de preto e branco); I. rapporum (verde claro); I. maranguapense (branca com listas verdes ao longo do corpo); I. margaritatum (cinza escuro – em Carnoy).

1.2.

- Papilas anais com três (3) divertículos, que apresentam lóbulos em número maior que dez (I. pujoli sp.n. = 11-13; I. rapporum = 13-15) e menor que dez (I. maranguapense = 1-3, na maioria apenas 1, e I. maragaritatum = 5-6).

1.3.

- Gânglio subesofagiano não observado em I. pujoli sp.n. e I. rapporum, sendo não pigmentado em I. maranguapense e pigmentado em I. margaritatum.

1.4.

- Manchas do Apódema Cefálico positivas (I. pujoli sp.n. e I. rapporum = desenho em forma de T invertido; I. maranguapense = desenho discoidal; I. margaritatum = com desenho de cruz).

1.5.

- Histoblastos branquiais com quatro filamentos branquiais terminais (I. pujoli sp.n., I. maranguapense e I. margaritatum), com seis (I. rapporum).

1.6.

- Histoblastos branquiais posteriormente côncavo (I. pujoli sp.n. e I. maranguapense, I. margaritatum), mais convexo (I. rapporum).

1.7.

- Quanto às proporções entre os comprimentos dos segmentos antenais I-II-II, podem ser vista uma diferença entre maranguapense e as outras espécies: [I. pujoli sp.n. e I. margaritatum apresentam III>I>II (I. pujoli sp.n. = 1:0,8-1,19-1,25; I. margaritatum = 0,91,0:0,7-0,8:1,3-1,4), I. rapporum apresenta III>I>=II (1:0,7-1,0:1,2-1,7) e I. maranguapense apresenta III>II>I (1:1,14-1,17:1,81-1,87)], ou seja, esta espécie apresenta o segmento II maior que o primeiro, enquanto nas outras espécies o segmento II é menor ou igual ao primeiro.

1.8.

- Antenas pouco mais longas que as hastes dos leques cefálicos (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense) (ANT>HLC), antenas tão longas quanto as hastes dos leques cefálicos (I. margaritatum) (ANT=HLC).

1.9.

– Hipostomio com Dentes Pontas e Central de isométricos (I. pujoli sp.n. e I. rapporum) ao Central pouco mais longo (I. maranguapense e I. margaritatum).

1.10.

– Mandíbula com apenas um (1) PLM com forma afilada, que não ultrapassa a margem inferior da mandíbula (I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense), ou 1-2 PLMs, grossos, com ápice que ultrapassa a margem inferior da mandíbula (I. margaritatum, segundo descrição original).

1.11.

– Mandíbula com Dente Pré-Apical I e Dente Interno I (da fileira inferior) com tamanhos subiguais (I. maranguapense) ou DPA(I) < DI (I) (I. pujoli sp.n., I. rapporum), sendo desconhecido para I. margaritatum.

1.12.

- Esclerito anal com braços posteriores afinados (para I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense, sendo que para I. margaritatum pouco mais largos).

PUPA 1.10.

- Comprimento dorsal do casulo variando entre 1,7 a 3,0mm (I. pujoli sp.n. = 1,77-2,28mm; I. rapporum = 2,4-3,0mm; I. maranguapense = 1,7-2,4mm; I. margaritatum = 2,4-2,7mm).

1.11.

- Comprimento ventral do casulo variando entre 2,6 a 3,6mm (I. pujoli sp.n. = 2,17-3,03mm; I. rapporum = 2,8-3,6mm; I. maranguapense = 2,6-3,1mm; I. margaritatum = 3,0-3,3mm).

1.12.

- Tricomas Torácicas Centro-Dorsais (TCD) em número de 5+5, múltiplas (I. pujoli sp.n.: 4-5 ramos; I. rapporum: 3-7 ramos; I. margaritatum: 3-8 ramos) e I. maranguapense: 2-5 ramos, sendo que os ápices são curvados.

1.13.

- Tergito VI com dentículos pequenos (I. pujoli sp.n. e I. rapporum) e sem e/ou com pequenos e grandes (I. maranguapense) com dentículos pequenos e grandes em I. margaritatum).

1.14.

- Ganchos (2+2) nos esternitos VI-VII: sendo os (1+1) esternos simples e os (1+1) internos bífidos [I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense (VI- externos simples/bífidos, internos simples/trífidos; VII- externos simples / internos bífidos] , I. margaritatum: simples para trífidos.

MACHO •

Sem seleção de caracteres.

FÊMEA 1.15.

- Asa com nervura Sc com setas nas quatro espécies [I. rapporum = 9-10; I. pujoli sp.n. = 7-8 e I. maranguapense: 11-12, I. margaritatum (“pela Figura original”) = 9, mas pode ser número maior também?].

1.16.

- Comprimento da antena variando de 0,32-0,43mm [I. pujoli sp.n. = 0,32mm (em lâmina); I. rapporum = 0,42-0,43mm (em lâmina); I. maranguapense = 0,370,40mm; I. margaritatum = 0,37-0,39mm].

1.17.

- Maxila variando de 19 a 27 dentes [I. pujoli sp.n.: 19-20 (8+11i-12e); I. rapporum: 19-21 (8i+13e); I. maranguapense: 23-25 (9-10i+1c+13-14e); I. margaritatum: 26-27] (i = internos / e = externos / c = central).

1.18.

- Mandíbula variando de 5 a 10 dentes externos e 25 a 33 dentes internos (I. pujoli sp.n.: 5e / 25i; I. rapporum: 7e / 27-31i; I. maranguapense: 8e / 28-33i; I. margaritatum: 10e / 29-31i).

D.

CARACTERES DIFERENCIATIVOS ENTRE I. rapporum, I. maranguapense, I. margaritatum e I. pujoli sp.n.

e-ISSN 1983-0572

PUPA 1.13.

- Brânquias e casulo – Usando a termo comparativo o comprimento dorsal do casulo (CAS), em relação ao comprimento dos filamentos branquiais (FIL), I. pujoli sp.n. e I. margaritatum apresentam total variação (FIL < = > CAS), mas com predominância de isometria, enquanto que para I. rapporum (CAS > FIL) e I. margaritatum (FIL > CAS).

228

1.8.

EntomoBrasilis 10 (3): 214-243


Py-Daniel et al. (2017)

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

1.14.

1.15.

1.16.

229

1.17.

- Comprimento dos filamentos branquiais menores que o comprimento ventral do casulo (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense), sendo que para I. margaritatum apresenta variação desde menor, igual ou maior. - Brânquias descrita com cores diferentes para cada uma das quatro espécies: I. pujoli sp.n. – castanho-cinza claro; I. rapporum – castanho claro; I. maranguapense – pálidas; I. margaritatum- marrom pálido. Estas variações podem ter como base diferentes características, como tempo de preservação; tipo de líquido conservante, conceitos cromáticos dos observadores. - Superfície das brânquias rendilha (I. pujoli sp.n. e I. rapporum), não rendilhada (I. maranguapense), desconhecido para I. margaritatum. - Número de filamentos branquiais terminais igual a quatro (I. pujoli sp.n., I. maranguapense, I. margaritatum) e seis (I. rapporum). Aqui considerando que as citações de quatro filamentos terminais para I. rapporum, tem como base teratogenias, ou outras espécies ainda não descritas, ou erros de identificação.

1.18.

- Espessura dos filamentos branquiais fina para I. pujoli sp.n. e I. margaritatum, com base grossa afinando em direção apical (I. maranguapense) e grossos (I. rapporum).

1.19.

- Ápice dos filamentos branquiais do tipo mamiliforme (I. pujoli sp.n. e I. rapporum) e do tipo digitiforme (I. maranguapense e I. margaritatum).

1.20.

- Os filamentos branquiais de I. margaritatum (3,23,7mm) se apresentam, nitidamente, mais longos que as outras três espécies (I. pujoli sp.n. = 1,67-2,57mm; I. rapporum = 1,6-2,1mm; I. maranguapense = 1,31,8mm).

1.21.

- Largura dos filamentos terminais branquiais, medianamente [I. pujoli sp.n. = 0,032-0,036mm; I. rapporum = 0,09-0,16mm; I. maranguapense = (os dorsais são mais largos que os ventrais: dorsais = 0,150,16mm, ventrais = 0,07-0,08mm), sendo que para I. margaritatum é desconhecida a medida, mas com base na fotografia é nítida ser menor que I. rapporum ou I. maranguapense.

1.22.

- Apenas I. rapporum, por ser uma espécie com seis filamentos branquais terminais, apresenta troncos basilares secundários (0,11-0,13mm).

1.23.

- Tricomas Frontais (TFR) em número de 2+2, sendo bífidas em I. maranguapense; bífidas e/ou trífidas (I. pujoli sp.n., I. margaritatum) e trífidas e/ou penta (I. rapporum).

1.24.

- Tricomas Faciais (TFA) em número de 1+1, sendo trífidas (I. pujoli sp.n.); penta em I. rapporum; simples e longas (I. maranguapense) e bífidas (I. margaritatum).

1.25.

- Tricomas Torácicas Centro-Dorsais (TCD) em número de 5+5, múltiplas (I. pujoli sp.n.: 4-5 ramos; I. rapporum: 3-7 ramos; I. margaritatum: 3-8 ramos; I. maranguapense: 2-5 ramos).

1.26.

– Tricomas Centro-Dorsais torácicos com os ápices curvados (I. maranguapense), sendo o ápice retilineo nas outras três espécies.

1.27.

- Tergito V sem dentículos (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. maranguapense) ou com dentículos (grandes e pequenos) em I. margaritatum.

1.28.

- Tergito VI com dentículos pequenos (I. pujoli sp.n. e I. rapporum) e sem e/ou com pequenos e grandes (I.

maranguapense) com dentículos pequenos e grandes em I. margaritatum). 1.29.

- Ganchos (2+2) do esternito V, [I. pujoli sp.n. (externos: bífidos; internos: trífidos), I. rapporum, I. maranguapense (externos: bífidos/trífidos; internos: trífidos/penta), I. margaritatum: bífidos/penta].

1.30.

- Ganchos (2+2) nos esternitos VI-VII: sendo os (1+1) esternos simples e os (1+1) internos bífidos [I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense (VI- externos simples/bífidos, internos simples/trífidos; {4.39.} VIIexternos simples / internos bífidos], I. margaritatum: simples para trífidos.

MACHO 1.31.

- Basímero tão largo quanto longo (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum); mais largo que longo [3,2/2,5] (I. maranguapense).

1.32.

- Distímero e Basímero longitudinalmente isométricos (I. pujoli sp.n., I. rapporum e I. margaritatum); basímero mais longo que distímero (I. maranguapense).

FÊMEA 1.33.

- Asa com nervura SbR com uma fileira de setas (I. pujoli sp.n.; I. maranguapense); I. rapporum – com pilosidade disposta em uma/duas fileiras com 1-13 setas, {para I. margaritatum: sem setas [Pepinelli et all.,2006] e com setas [Hernandez et all., 2007]}.

1.34.

- Cibário {4.43.}: [I. pujoli sp.n. e I. rapporum: com elevação da porção mediana posterior e com dentes agudos bens conspícuos, sendo os centrais mais longos e afilados; I. maranguapense: com 4 quatro fileiras de dentes bem esclerotizados medianamente, sem elevação central ou área central pronunciada; I. margaritatum: bem desenvolvido,com dentes arranjados acima de uma elevação mediana, mas em um exemplar esta elevação não existia (“na descrição original”)].

1.35.

- Gonapófises com abundantes microtríquias em toda a extensão (I. pujoli sp.n., I. rapporum), com microtríquias apenas na parte basilar (I. maranguapense, I. margaritatum).

1.36.

- Paraproctos (I. pujoli sp.n.; I. rapporum – arredondados; I. maranguapense – subretangular; pequeno e com pequena protuberância perto do cerco (I. margaritatum).

1.37.

- Forquilha genital, com o final distal da haste fracamente expandida (I. maranguapense, I. margaritatum); sem expansão visível (I. pujoli sp.n., I. rapporum).

LISTA DE CARACTERES SELECIONADOS De todos os caracteres, já evidenciados, foram escolhidos 28 caracteres, sendo que dentre estes, 27 podem ser considerados possíveis para serem utilizados filogenéticamente. Na LARVA, o caracter #02 representa o mesmo caracter (#11) do semaforonte PUPA, assim, os caracteres [#02 e #11] ficam apenas como item prático para a separação ao nível de chave diferenciativa usada em cada semaforonte escolhido. Os caracteres acompanhados do sinal (+) representam ser determinantes especificamente, no grupo estudado. #1. Número de lóbulos das papilas anais larvais. 1.

Maior que 10 <PUJOLI sp.n. (11-13), RAPPORUM (13-15)>

2. Menor que 10 <MARANGUAPENSE MARGARITATUM (5-6)>

(1-3),

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EntomoBrasilis 10 (3): 214-243

#2. Número de filamentos branquiais terminais do histoblasto branquial larval (este caracter é do #11, no semaforonte pupa). (+) Seis <RAPPORUM>

2. Quatro <PUJOLI sp.n., MARGARITATUM>

MARANGUAPENSE,

Convexa <RAPPORUM>

2. Côncava <PUJOLI sp.n., MARANGUAPENSE, MARGARITATUM> #4. Comprimento dos segmentos antenais larvais I-II. (+)

para

o

ápice

#13. Forma dos ápices dos filamentos branquiais pupais 1.

Mamiliformes <PUJOLI sp.n., RAPPORUM> <MARANGUAPENSE,

2. Digitiformes MARGARITATUM>

#3. Região Posterior do histoblasto branquial larval. (+) 1.

3. Base grossa e afinando <MARANGUAPENSE>

#14. Comprimento dos filamentos branquiais pupais. (+) 1.

Acima de 3,7mm)>

3,0mm

<MARGARITATUM

(3,2-

primeiro

2. Abaixo de 3,0mm <PUJOLI sp.n.(1,67-2,57mm), RAPPORUM (1,6-2,1mm), MARANGUAPENSE (1,3-1,8mm)>

2. Segundo menor ou igual ao primeiro <PUJOLI sp.n., RAPPORUM, MARGARITATUM>

#15. Largura dos troncos branquiais basilares primários pupais *

1.

Segundo maior <MARANGUAPENSE>

que

#5. Comprimento da antena e da haste dos leques cefálicos larvais <A = antena / H = haste>. (+) 1.

Antena maior que haste <PUJOLI RAPPORUM, MARANGUAPENSE>

sp.n.,

1.

Acima de 0,10mm <RAPPORUM (0,11-0,16mm), MARANGUAPENSE (0,12-0,14mm)>

2. Abaixo de 0,10mm <PUJOLI sp.n.(0,04mm)> 3. Desconhecida <MARGARITATUM>

2. Antena igual a haste <MARGARITATUM> #6. Comprimento dos Dentes hipostomiais Pontas e Central larvais <P = ponta / C = central>

(* - Este caracter apenas foi usado em parte da chave, por ser desconhecido para I. margaritatum – possivelmente é abaixo de 0,10mm).

Pontas e central isométricos <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

#16. Largura mediana dos filamentos branquiais pupais <V = ventrais / D = dorsais> *

1.

2. Pontas menores que central <MARANGUAPENSE, MARGARITATUM> #7. Largura do PLM larval. (+) 1.

Afilados < PUJOLI MARANGUAPENSE>

sp.n.,

RAPPORUM,

2. Grossos <MARGARITATUM> #8. Ápice do PLM e margem inferior da mandíbula larval <A = ápice / MIM = margem inferior>. (+) 1.

Ápice ultrapassa margem <MARGARITATUM>

2. Não ultrapassa margem <PUJOLI RAPPORUM, MARANGUAPENSE>

sp.n.,

Finos <PUJOLI MARANGUAPENSE>

sp.n.,

RAPPORUM,

3. Desconhecida <MARGARITATUM (mas próxima a pujoli, pela fotografia)> (* - Caracter não usado na chave, por ser desconhecido para I. margaritatum – possivelmente ventrais iguais a dorsais) #17. Troncos branquiais basilares secundários pupais. (+) 2. Ausentes <PUJOLI sp.n., MARANGUAPENSE, MARGARITATUM> 1.

#10. Superficie dos filamentos branquiais pupais*

(* - Caracter não usado na chave, apenas por ser desconhecido para I. margaritatum – possivelmente possui o estado de não rendilhado) #11. Número de filamentos branquiais terminais pupais. (+) MARANGUAPENSE,

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#19. Projeções tipo espinho no tegumento do tronco basilar branquial pupal * 1.

Presentes <RAPPORUM>

2. Ausentes <PUJOLI sp.n., MARANGUAPENSE> 3. Desconhecidas <MARGARITATUM>

#20. Número de ápices das Tricomas Faciais pupais. (+)

#12. Espessura dos filamentos branquais pupais. (+) Totalmente Finos MARGARITATUM>

RAPPORUM,

(* - Caracter não usado na chave, por ser desconhecido para I. margaritatum)

2. Seis <RAPPORUM> 1.

sp.n.,

(* - Caracter não usado na chave, por ser desconhecido para I. margaritatum)

3. Desconhecida <MARGARITATUM>

Quatro <PUJOLI sp.n., MARGARITATUM>

Sete-oito < PUJOLI MARANGUAPENSE>

2. Desconhecido <MARGARITATUM>

Rendilhada <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

2. Não rendilhada <MARANGUAPENSE>

1.

Presentes <RAPPORUM>

#18. Número de setas na base do tronco branquial pupal *

2. Grossos <MARGARITATUM> 1.

Ventrais iguais a dorsais <PUJOLI sp.n. (abaixo de 0,05mm = 0,032-0,036mm), RAPPORUM (acima de 0,05mm = 0,09-0,16mm)>

2. Ventrais menores que dorsais <MARANGUAPENSE (dorsais – 0,15-0,16mm / ventrais – 0,070,08mm)>

1.

#9. Largura dos braços posteriores do esclerito anal larval. (+) 1.

1.

<PUJOLI

sp.n.,

1.

Simples MARGARITATUM>

<MARANGUAPENSE,

230

1.

2. Totalmente Grossos <RAPPORUM>


Py-Daniel et al. (2017)

Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre…

2. Trífidas <PUJOLI sp.n.>

<#13> Ápices dos filamentos branquiais pupais digitiformes; <#20> Ápice das tricomas faciais iguais ao tipo-simples; <#26> Fêmea com Gonapófises com microtríquias apenas na parte basilar; <#28> Fêmea com Processo Mediano da Forquilha Genital com expansão apical................................................... 2-2’

3. Penta <RAPPORUM> #21. Ápice das Tricomas Centro Torácicas pupais. (+) 1.

Curvado <MARANGUAPENSE>

2. Reto <PUJOLI MARGARITATUM>

sp.n.,

RAPPORUM,

#22. Dentículos <grandes/pequenos> no Tergito Abdominal V. (+) 1.

Ausentes <PUJOLI MARANGUAPENSE>

sp.n.,

RAPPORUM,

2. Presentes <MARGARITATUM> #23. Basímero. (+) 1.

Tão largo quanto longo <PUJOLI RAPPORUM, MARGARITATUM>

2. Mais largo que <MARANGUAPENSE>

longo

sp.n.,

[3,2/2,5]

#24. Distímero e basímero (comprimento longitudinal). (+) 1.

Isométricos <PUJOLI MARGARITATUM>

2. Basímero mais longo <MARANGUAPENSE>

sp.n., que

RAPPORUM, o

distímero

#25. Largura/Altura da Fonte da fêmea <Índice Frontal> * 1.

IF Igual a 1 <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

2. IF maior que 1 (1,44) <MARANGUAPENSE> 3. IF desconhecido <MARGARITATUM> (* - Caracter não usado na chave, por ser desconhecido para I. margaritatum) #26. Microtríquias nas Gonapófises da fêmea 1.

Em toda a extensão <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

2. Apenas na parte basilar <MARANGUAPENSE, MARGARITATUM> #27. Forma do Paraprocto da fêmea. (+) 1.

Arredondado <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

2. Subretangular <MARANGUAPENSE> 3. Com protuberância <MARGARITATUM>

perto

do

cerco

#28. Expansão do final do processo mediano da Forquilha Genital da fêmea 1.

Com expansão MARGARITATUM>

<MARANGUAPENSE,

2. Sem expansão <PUJOLI sp.n., RAPPORUM>

231

CHAVE DE DIFERENCIAÇÃO ESPECÍFICA NO GRUPO TRABALHADO 0.<#1>Número de lóbulos das papilas anais larvais maior que 10 (11-15); <#6>Dentes hipostomiais Pontas e Central isométricos; <#13> Ápices dos filamentos branquiais pupais mamiliformes; <#20> Ápice das tricomas faciais pupais diferente do tiposimples; <#26> Fêmea com gonapófises com microtríquias em toda a extensão; <#28> Fêmea com Processo Mediano da Forquilha Genital sem expansão apical................................... 1-1’ 0’. <#1>Número de lóbulos das papilas anais larvais menor que 10 (1-6); <#6>Dentes hipostomiais Pontas menores que Central;

1. <#2> Histoblasto branquial larval com filamentos branquiais terminais em número de seis; <#3> Região posterior do histoblasto branquial larval convexa; <#11> Pupa com Filamentos branquiais terminais em número de seis; <#12> Filamentos branquiais pupais grossos; <#15> Pupa com largura dos troncos braquiais basilares primários acima de 0,10mm (0,11-0,16mm); <#17> Pupa com Troncos branquiais basilares secundários presentes; <#20> Pupa com Tricomas Faciais com ápices tipopenta ...................................................... Inaequalium rapporum 1’. <#2> Histoblasto branquial larval com filamentos branquiais terminais em numero de quatro; <#3> Região posterior do histoblasto branquial larval côncava; <#11> Pupa com filamentos branquiais terminais em número de quatro; <#12> Filamentos branquiais finos; <#15> Pupa com largura dos troncos braquiais basilares primários abaixo de 0,10mm (0,04mm); <#17> Pupa com troncos branquiais basilares secundários ausentes; <#20> Pupa com Tricomas Faciais com ápice tipo-trífido . ..................... ............................................................... Inaequalium pujoli sp.n. 2 . <#4> Larva com o segundo segmento antenal maior que o primeiro; <#5> Larva com o comprimento da antena maior que o do haste; <#7> Larva com o PLM afilado; <#8> Larva com o PLM não ultrapassando a margem inferior da mandíbula; <#9> Braços posteriores do esclerito anal larval finos; <#12> Filamentos braquiais pupais com a base grossa e nitidamente afinando para o ápice; <#14> Comprimento dos filamentos branquiais pupais abaixo de 3,0mm (1,3-1,8mm); <#21> Pupa com Tricomas Centro torácicas apresentando os ápices curvados; <#22> Pupa com tergito abdominal V sem dentículos (grande/ pequenos); <#23> Macho com basímero mais largo que longo [3,2/2,5]; <#24> Macho com basímero mais longo que distímero; <#27> Fêmea com paraprocto subretangular sem protuberância perto do cerco............................... Inaequalium maranguapense 2’. <#4> Larva com o segundo segmento antenal igual ou menor que o primeiro; <#5> Larva com o comprimento da antena igual ao da haste; <#7> Larva com os PLMs grossos; <#8> Larva com os PLMs ultrapassando a margem inferior da mandíbula; <#9> Braços posteriores do esclerito anal larval grossos; <#12> Filamentos braquiais pupais totalmente finos; <#14> Comprimento dos filamentos branquiais pupais acima de 3,0mm (3,2-3,7mm); <#21>Pupa com Tricomas Centro torácicas apresentando os ápices retos; ; <#22> Pupa com tergito abdominal V com dentículos (grande/pequenos); <#23> Macho com basímero tão largo quanto longo; <#24> Macho com basímero e distímero longitudinalmente isométricos; <#27> Fêmea com paraprocto com protuberância perto do cerco........... ......................................................... Inaequalium margaritatum

OUTROS CARACTERES SELECIONADOS, MAS NÃO USADOS PARA FAZER A CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO, POR DIFERENTES RAZÕES (L = larva, P = pupa, F = fêmea): 1. L - Gânglio subesofagiano <a. não observado: I. pujoli sp.n. e I. rapporum; b. não pigmentado: I. maranguapense; c. pigmentado: I. margaritatum>. Pela dúvida do não observado ser ou não pigmentado. 2. L – Forma das manchas do apódema cefálico <a. um T invertido: I. pujoli sp.n., I. rapporum; b. discoidal: I. maranguapense; c. forma de cruz: I. margaritatum. As formas podem ser apenas interpretações dos descritores e não do caracter. e-ISSN 1983-0572


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4. L – Comprimentos do Dente Pré-Apical I e do Dente Interno I (fileira inferior) <a. isométricos: I. maranguapense; b. Dente Interno I maior que Dente Pré-Apical I: I. pujoli sp.n., I. rapporum; c. desconhecido: I. margaritatum>. Tanto pela ampla variação do caracter, como pela falta de conhecimento para I. margaritatum. 5. P – Comparação do comprimento dorsal do casulo com o comprimento dos filamentos branquiais <a. filamentos podendo ser maiores, menores ou iguais ao comprimento dorsal do casulo, mas predominantemente com isometria: I. pujoli sp.n.; b. filamentos menores que o comprimento dorsal do casulo: I. rapporum, I. maranguapense; c. Filamentos maiores que o comprimento dorsal do casulo: I. margaritatum>. Pela ampla variação do caracter em I. pujoli sp.n.. 6. P – Comparação do comprimento ventral do casulo com o comprimento dos filamentos branquiais <a. filamentos menores que o comprimento ventral do casulo: I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense; filamentos podendo ser maiores, menores ou iguais ao comprimento ventral do casulo: I. margaritatum>. Pela ampla variação do caracter em I. margaritatum. 7. P – Divisão das Tricomas Frontais <a. bífidas: I. maranguapense; b. bífidas e/ou trífidas: I. pujoli sp.n., I. margaritatum; c. trífidas e/ou penta: I. rapporum>. Pela possível variabilidade do caracter. 8. P – Tipo de 4+4 setas no Tergito abdominal V <a. simples: I. pujoli sp.n., I. maranguapense; b. simples e/ ou bífidas: I. rapporum; c. presentes mas não especificado o tipo: I. margaritatum>. Pela falta de informação em I. margaritatum. 9. P – Tipo de setas no Tergito abdominal VI <a. simples: I. pujoli sp.n., I. maranguapense; b. simples e/ou bífidas: I. rapporum; c. desconhecido: I. margaritatum>. Pela falta de informação em I. margaritatum. 10. P – Presença e tipo de dentículos no Tergito abdominal VI <a. pequenos: I. pujoli sp.n., I. rapporum; b. sem ou com pequenos e grandes: I. maranguapense; c. pequenos e grandes: I. margaritatum>. Pela grande variabilidade do caracter em I. maranguapense. 11. P – Ganchos no Esternito abdominal IV <a. ausentes: I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. margaritatum; b. ausentes ou com um gancho bífido – menor que os encontrados nos esternitos VI-VII, ou serem apenas 2+2 setas mais engrossadas: I. maranguapense>. Pela grande variabilidade do caracter em I. maranguapense. 12. P – Divisões nos 2+2 Ganchos do Esternito abdominal V <a. externos – bífidos / internos – trífidos: I. pujoli sp.n.; b. externos – bífidos-trífidos / internos – trífidos-penta: I. rapporum, I. maranguapense; c. bífidos/penta (não descrita localização): I. margaritatum. Pela variabilidade do caracter em conjunto com a falta de informação para I. margaritatum. 13. P – Divisões nos Ganchos dos Esternitos abdominais VIVII <a. externos – simples / internos – bífidos: I. pujoli sp.n., I. rapporum; b. (VI – externos – simples/bífidos, internos – simples/trífidos; VII – externos – simples, internos – bífidos): I. maranguapense; c. simples para trífidos: I. margaritatum>. Pela variabilidade do caracter em conjunto com a falta de informação para I. margaritatum. e-ISSN 1983-0572

14. F – Setas no SbR da asa <a. uma fileira: I. pujoli sp.n., I. maranguapense; b. uma ou duas fileiras: I. rapporum; c. sem setas (descrição original) / com setas (Hernandez et. al. 2007): I. margaritatum>. Pela dubiedade na informação quanto a I. margaritatum. 15. F – Elevação mediana posterior no cibário <a. presente e com dentes agudos, sendo os centrais mais longos e afilados: I. pujoli sp.n., I. rapporum; b. ausente e com quatro fileiras de dentes: I. maranguapense; c. presente ou ausente, com dentes na região mediana: I. margaritatum>. Pela variabilidade do caracter em I. margaritatum. (mesmo que este caracter tenha sido, originalmente, aceito como um dos indicativos para o gênero Inaequalium). Maiores investigações devem ser desenvolvidas sobre a possibilidade de existirem informações imprecisas quanto a este caracter. 16. F – Ápice da Calcipala alcançando o Pedisulco <a. não alcançando: I. pujoli sp.n., I. rapporum; b. alcançando: I. maranguapense; c. desconhecido: I. margariatum>. Pela falta de informação do caracter para margaritatum. REFERÊNCIAS Adler, P.H. & W.R. Crosskey, 2016. World blackflies (Diptera: Simuliidae): A comprehensive revision of the taxonomic and geographical inventory. 126 p. Coscarón, S. & C.L. Coscarón-Arias, 1997. Cladistic analysis of the subgenera Inaequalium, Psaroniocompsa and Chirostilbia of the genus Simulium with comments on their distribution (Simuliidae: Diptera). Revista de la Sociedad Entomológica Argentina 56: 109-121. Coscarón, S. & C.L. Coscarón-Arias, 2007. Neotropical Simuliidae (Diptera: Insecta). Aquatic Biodiversity in Latin America, Series. Vol. 3. 685 p. Hernández, L.M., A.J. Shelley, A.P.A. Luna Dias & M. MaiaHerzog, 2007. Review of the Neotropical blackfly subgenus Inaequalium Coscarón & Wygodzinsky (Diptera: Simuliidae) based on adults and pupal morphology. Zootaxa, 1649: 1-96. Pepinelli, M. & N. Hamada & S.L.B. Luz, 2006. Simulium (Inaequalium) margaritatum, a new species of black fly (Diptera: Simuliidae) from the central region of Bahia State, Brazil. Zootaxa, 1167: 47-60. Pereira, E.S., 2011. Obtenção de novas estirpes de Bacillus thuringensis Berliner patogênicas a larvas de Simuliidae e caracterização molecular de populações de Simulium (Chirostilbia) pertinax Kollar (Diptera:Simuliidae) no Brasil. Dissertação – PPGBA- UnB, 154 p. Pessoa, F.A.C., C.M. Ríos-Velásquez & V. Py-Daniel, 2005. First survey of Simuliidae (Diptera) from the North of Ceará State, Brazil, with description of a new species and identification keys for the immature stages. Zootaxa, 1051: 1-18. Py-Daniel, V., 1981. Algumas considerações sobre Simuliidae (Diptera-Nematocera) – II. Acta Amazônica 11: 171-181. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-43921981111171. Py-Daniel, V., 1990. Revisão da Tribo Prosimuliini seg. Crosskey (Diptera, Culicomorpha, Simuliidae) nas regiões zoogeográficas neártica e neotropical (larvas e pupas). 334 f. Tese – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Brasil. Py-Daniel, V. & S. Coscarón, 1982. Simuliidae (DipteraNematocera) no Brasil – I. Sobre o Simulium rappae sp.n.. Revista Brasileira de Biologia, 42: 155-163. Shelley, A.J., L.M. Hernández, M. Maia-Herzog, A.P.A. Luna Dias & P.R. Garritano, 2010. The Blackflies (Diptera: Simuliidae) of Brazil. Aquatic Biodiversity in Latin America, Series. Vol. 6. 821 p.

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3. L – Número de PLM <a. em número de 1: I. pujoli sp.n., I. rapporum, I. maranguapense; b. em número 1-2: I. margaritatum>. Pela possibilidade de existir engano na descrição do caracter em margaritatum.

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Inaequalium rapporum – LARVA (Figuras 1 a 26): Figuras 1 e 2 – Tubérculos ventrais posteriores; Figura 3 – Histoblasto branquial aberto; Figuras 4 e 5 – Histoblasto branquial; Figuras 6 e 7 – Esclerito lateral do pseudopodo; Figura 8 – Vista dorsal da cabeça; Figura 9 – Vista lateral da cabeça; Figura 10 – Setas simples do apódema cefálico; Figura 11 – Microtríquias dos raios dos leques cefálicos; Figuras 12 e 13 – Antenas cefálicas; Figuras 14 e 15 – Hipostômio, Ponte Pré-Gular e Fenda Gular; Figura 16 – Dentes Laterais do Hipostômio; Figuras 17 e 18 – Esclerito labral, evidenciando a estrutura geral e os dentes anteriores; Figura 19 – Extremidade apical da mandíbula; Figura 20 – Ápices dos raios maiores Antero-laterais da escova distal adoral (ALEDA); Figura 21 – Processo Latero-Mandibular (PLM); Figura 22 – Dentes Marginais da mandíbula; Figura 23 – Dentes Pré-Apicais da mandíbula; Figura 24 – Espinhos latero-posteriores da mandíbula; Figura 25 – Esclerito anal; Figura 26 – Setas laterais aos braços posteriores do esclerito anal.

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Inaequalium rapporum – PUPA (Figuras 27 a 39): Figura 27 – Trama do casulo; Figura 28 – Ápice mamiliforme dos filamentos branquiais; Figura 29 – Rendilhamento dos filamentos branquiais; Figura 30 - Troncos basilares primários evidenciando a largura; Figura 31- Tegumento dos troncos basilares primários evidenciando formações espiniformes subtriangulares; Figuras 32 e 33 – Brânquias; Figura 34 – Tubérculos torácicos; Figura 35 – Abdome pupal; Figura 36 – Ganchos dos esternitos abdominais; Figura 37 – Ganchos dos tergitos abdominais; Figura 38 – Ganchos terminais do abdome; Figura 39 – Dentículos dos tergitos abdominais.

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Inaequalium rapporum – MACHO (Figuras 40 a 49): Figura 40 – Antena; Figura 41 – Furcasterno; Figura 42 – Nervuras alares Sc e SbR; Figura 43 – Calcipala e Pedisulco; Figura 44 – Setas espatuliformes e setas filiformes nos fêmures; Figura 45 – Segmentos do palpo maxilar; Figura 46 – Vesícula sensorial do palpo; Figura 47 – Distímero e Basímero; Figura 48 – Espinho apical do distímero; Figura 49 – Placa Ventral, Esclerito Mediano e Endoparâmeros.

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Inaequalium rapporum – FÊMEA (Figuras 50 a 63): Figura 50 – Furcasterno; Figura 51 – Nervuras alares Sc e SbR; Figura 52 – Sulco Mesepisternal; Figuras 53 e 54: Setas espatuliformes e filiformes dos fêmures; Figura 55 – Garras tarsais com espinho sub-basilar; Figura 56 – Calcipala e Pedisulco; Figura 57 – Antena; Figura 58 – Fronte, Triangulo Fronto-Ocular; Figura 50 – Cibário; Figura 60 – Vesícula Sensorial do palpo maxilar; Figura 61 – Maxila; Figura 62 – Paraprocto e Cerco; Figura 63 – Espermateca.

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Inaequalium pujoli sp.n. – LARVA (Figuras 64 a 93): Figuras 64 e 65 – Vistas laterais da larva; Figura 66 – Setas do tegumento larval; Figuras 67 e 68 – Setas laterais aos braços posteriores do esclerito anal; Figuras 69 e 70 – Tubérculos ventrais posteriores e papilas anais; Figuras 71 – Papilas anais; Figuras 72 a 74 – Histoblasto branquial (Figura 72 – Histoblasto branquial aberto); Figura 75 – Esclerito Lateral do Pseudópodo; Figura 76 – Vista dorsal da cabeça, evidenciando as manchas do apódema. Continua...

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Continuação... Inaequalium pujoli sp.n. – LARVA (Figuras 64 a 93): Figura 77 – Vista lateral da cabeça; Figura 78 – Setas do apódema cefálico; Figura 79 – Esclerito cervical; Figura 80 – Microtríquias dos raios do leque cefálico; Figura 81 – Raios do leque cefálico evidenciando a não separação entre partes basilares e apicais; Figura 82 – Antena e haste do leque cefálico; Figura 83 – Antena; Figura 84 – Hipostomio, Ponte PréGular e Fenda Gular; Figura 85 – Ápices das setas hipostomiais; Figura 86 – Dentes hipostomiais Pontas, Intermediários e Central; Figura 87 – Esclerito labral; Figura 88 – Esclerito labral, evidenciando os dentes anteriores; Figura 89 – Ápices das setas maiores da escova distal adoral; Figura 90 – Processo Latero-Mandibular (PLM); Figura 91 – Ápice da mandíbula; Figura 92 – Espinhos da região latero-posterior da mandíbula; Figura 93 – Esclerito anal.

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Inaequalium pujoli sp.n. – PUPA (Figuras 94 a 117): Figura 94 a 96 – Diferentes vistas da pupa; Figura 97 – Textura filamentosa do casulo pupal; Figura 98 – Brânquias evidenciando o rendilhamento tegumentar e as bifurcações dos ramos primários dorsal e ventral; Figura 99 a 101 – Filamentos branquiais; Figuras 102 a 107 – Ápices dos filamentos branquiais mamiliformes. Continua...

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Continuação... Inaequalium pujoli sp.n. – PUPA (Figuras 94 a 117): Figura 108 – Troncos basilares branquiais, evidenciando a largura. ;Figura 109 – Filamentos branquiais terminais medianamente; Figura 110 – Setas da base do tronco basilar branquial; Figura 111 a 113 – Tubérculos torácicos, sendo que na Figura 113 também evidencia as tricomas; Figura 114 – Tubérculos da pteroteca; Figura 115 – Denticulos nos tergitos abdominais; Figuras 116 e 117 – Ganchos terminais do abdome.

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Inaequalium pujoli sp.n. – MACHO (Figuras 118 a 128): Figura 118 – Sulco mesepisternal; Figura 119 – Furcasterno; Figura 120 – Nervuras alares Sc e SbR; Figura 121 – Calcipala; Figura 122 – Pedisulco; Figura 123 – Setas espatuliformes e filiformes do fêmur; Figura 124 – Palpo Maxilar; Figura 125 – Vesicula sensorial do palpo maxilar; Figura 126 – Distímero e Basímero; Figura 127 – Espinho apical do distímero; Figura 128 – Distímeros, Basímeros, Placa Ventral, Endoparâmeros.

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Inaequalium pujoli sp.n. – FÊMEA (Figuras 129 a 143): Figura 129 – Furcasterno; Figura 130 – Calcipala e Pedisulco; Figura 131 – Unhas das garras tarsais do terceiro par de patas, evidenciando o dente sub-basilar; Figura 132 – Setas espatuliformes no fêmur; Figura 133 – Fronte; Figura 134 – Triângulo Fronto-Ocular; Figura 135 – Triângulo Fronto-Ocular; Figura 136 – Vesícula sensorial do palpo maxilar; Figura 137 – Cibário; Figura 138 – Maxila; Figura 139 – Mandíbula; Figura 140 – Oitavo esternito e Gonapófises; Figura 141 – Cerco e Paraprocto; Figura 142 – Espermateca; Figura 143 – Espermateca e ducto espermático.

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Figura 144 – Local de coleta de Inaequalium pujoli sp.n. [Substrato vegetal de coleta - gramíneas - dos imaturos, Rio das Pedras – Localidade Típo; Fotografia de Victor Py-Daniel, 2016].

Figura 145. Vista aérea da Localidade Típo de Inaequalium pujoli sp.n. [Poço Encantado, Rio das Pedras, afluente da Bacia do Rio Paranã, que é afluente do Rio Tocantins, Município de Teresina de Goiás – 13o52’31,4” S / 047o15’40,0” O – altitude de 784 metros, tirada do Google Earth (DigitalGlobe) – 2015 (Foto pública com citação).

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Suggestion citation: Py-Daniel, V., S. Coscarón & F.A.C. Pessoa, 2017. Simuliidae (Diptera: Culicomorpha) no Brasil XIV - Sobre o Inaequalium pujoli sp.n. e espécies próximas no CentroOeste. EntomoBrasilis, 10 (3): 214-243. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.727

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.678 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Scientific Note/Comunicação Científica

Ocorrência de Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) em solanáceas no norte do Brasil Cleidiane de Andrade Ferreira¹, Roberta de Melo Valente² & Rodrigo Souza Santos³ 1. Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Tocantins (ADAPEC). 2. Laboratório de Invertebrados, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará–UFPA. 3. Embrapa Acre.

EntomoBrasilis 10 (3): 244-247 (2017) Resumo. Os besouros Faustinus apicalis (Faust) (Curculionidae) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Cerambycidae) foram observados atacando solanáceas no estado do Tocantins, norte do Brasil, nos meses de julho a setembro de 2015. Adultos e larvas de F. apicalis e N. bicristatum foram registrados atacando simultaneamente cultivos comerciais de jiló (Solanum aethiopicum L.) e berinjela (Solanum melongena L.). De acordo com a intensidade do ataque, os besouros causaram injúrias ou a morte das plantas. Larvas de N. bicristatum também foram observadas atacando plantas de jurubeba (Solanum paniculatum L.) localizadas próximas aos cultivos estudados. Este é o primeiro registro de F. apicalis atacando cultivos

de berinjela no Brasil, além do primeiro registro de ocorrência de F. apicalis e N. bicristatum no norte do Brasil. Palavras-chave: Broca do caule; Hortaliça; Solanum aethiopicum; Solanum melongena; Solanum paniculatum.

Occurrence of Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) and Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) in solanaceous in Northern of Brazil Abstract. The beetles Faustinus apicalis (Faust) (Curculionidae) and Nealcidion bicristatum (Bates) (Cerambycidae) were observed attacking solanaceous in the state of Tocantins, in Northern of Brazil, from July to September 2015. Adults and larvae of F. apicalis and N. bicristatum were recorded simultaneously attacking commercial crops of bitter tomato (Solanum aethiopicum L.) and eggplant (Solanum melongena L.). According to the intensity of the attack, the beetles caused injuries or the death of plants. Larvae of N. bicristatum were also observed attacking jurubeba (Solanum paniculatum L.) located near the studied crops. This is the first record of F. apicalis attacking eggplant crops in Brazil, in addition to the first record of F. apicalis and N. bicristatum in northern Brazil. Keywords: Stemborer; Solanum aethiopicum; Solanum melongena; Solanum paniculatum; Vegeteble.

olanaceae é uma das famílias de plantas de maior interesse alcançando 78 e 92 mil toneladas/ano, respectivamente (IBGE econômico mundial devido seu uso na alimentação, 2012). indústria farmacêutica, jardinagem e medicina tradicional (Lavie 1986; Roddick 1991; Hawkes 1999; Samuels 2009; Lim O jiloeiro é originário da Nigéria, África, enquanto que a 2013). Considerando somente o cultivo de batatas, tomates, berinjeleira tem origem ainda controversa, sendo comumente berinjelas e pimentões, as solanáceas correspondem a cerca de 28 sugerida a Índia, além da China e África (Lim 2013). Os frutos milhões de hectares cultivados no mundo e mais de 600 milhões dessas solanáceas, jiló e berinjela respectivamente, possuem de toneladas produzidas ao ano (FAO 2014). Com distribuição sabor amargo e são bastante apreciados na culinária, além cosmopolita, Solanaceae apresenta cerca de 2700 espécies em disso, possuem alto valor nutricional e propriedades medicinais 98 gêneros, contudo, um único gênero - Solanum, concentra (Matsubara et al. 2005; Lim 2013). Devido as suas exigências cerca de 50% (1330) das espécies da família (Olmstead & Bohs climáticas, o jiló e a berinjela são tipicamente cultivados nas 2007), incluindo quatro espécies de importância econômica à regiões tropicais da África, Ásia e América do Sul (Lim 2013). No horticultura do Brasil: Solanum tuberosum L. (batata) e Solanum Brasil, essas hortaliças foram introduzidas durante a colonização lycopersicon L. (tomateiro) que somam produção anual de cerca portuguesa: a berinjela no século XVI pelos portugueses e o jiló de 8 milhões de toneladas, além de Solanum melongena L. no século XVII pelos africanos (Madeira 2008). (berinjeleira) e Solanum aethiopicum L. var. gilo (jiloeiro) com produção menor, mas que vem se expandindo economicamente,  Edited by: Corresponding author: Funding agencies: Marliton Rocha Barreto

Article History: Received: 10.i.2017 Accepted: 22.vii.2017

Cleidiane de Andrade Ferreira  cleidiane.agro@gmail.com  No ORCID record

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 Without funding declared


Ferreira et al. (2017)

Ocorrência de Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae)…

Atualmente, o jiló e a berinjela são produzidos em maior escala nos estados do sudeste do Brasil, principalmente em pequenas propriedades e em sistema de monocultivo, fator que favorece a incidência de pragas, principalmente espécies de ácaros, percevejos, lagartas de mariposas e borboletas, além de trips, pulgões, mosca-branca, besouros broqueadores (coleobrocas) e besouros fitófagos (Ribeiro et al. 1998; Pereira et al. 2012; Pinheiro et al. 2015). De maneira geral, a cultura da berinjela é relativamente resistente a essas pragas e não necessita do uso intensivo de inseticidas e acaricidas, quando os tratos culturais são aplicados adequadamente (Ribeiro et al. 1998). Por outro lado, em culturas de jiló, doenças e pragas causam redução significativa da produção, especialmente quando não identificadas e controladas de forma adequada (Pereira et al. 2012). No estado do Tocantins, Norte do Brasil, os cultivos comerciais de hortaliças, especialmente de solanáceas (tomate, berinjela, jiló, pimenta), estão voltados ao abastecimento do mercado local. No Município de Paraíso do Tocantins, estado do Tocantins, nos meses de julho a setembro de 2015, foi verificada uma infestação por adultos e larvas de besouros em cultivos comerciais de jiló (10º10’55,5”S; 48º52’65,6”W) e berinjela (10º10’55,5”S; 48º52’65,6”W). Os plantios apresentavam área de aproximadamente 600 m2, com espaçamento de 1,5 m entre plantas, e se encontravam no período de floração e frutificação no momento da infestação. Os tratos culturais eram realizados de acordo com a experiência do produtor e sem aplicação de produtos fitossanitários para o controle de pragas e doenças. Nas plantas de jiló e berinjela, os besouros adultos foram coletados, fixados em álcool etílico 70% e mantidos em frascos de vidro, devidamente rotulados, para o transporte até o laboratório, onde foram montados de maneira usual para coleções entomológicas secas. As larvas foram mantidas vivas em frascos plásticos com serragem e no laboratório foram acompanhadas para observação do ciclo de desenvolvimento e obtenção da fase adulta. Para registro das fases imaturas, um lote de larvas e pupas foi morto em água fervente e fixado em álcool etílico 70%. Todo o material foi identificado sob estereomicroscópio. Os besouros adultos, coletados e obtidos de larvas criadas no laboratório, foram identificados como Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) (Figura 1A) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) (Figura 1B).

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Figura 1. (A) Faustinus apicalis, vista dorsal e lateral; (B) Nealcidion bicristatum, vista dorsal e lateral. Autor: C. A. Ferreira & R. Valente.

Faustinus apicalis [= Euxenus apicalis Faust e =Collabismodes apicalis (Faus); ver Costa Lima 1939 e Wibmer & O’Brien 1986] é um besouro gorgulho fitófago da família Curculionidae registrado no Brasil, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo (Costa Lima 1956; Silva et al. 1968), e ainda em outros países da América do Sul (Bolívia, Equador, Peru, Venezuela e

Trindade) e América Central (Costa Rica, Honduras, Nicaraguá e Panamá) (O’Brien & Wibmer 1982; Wibmer & O’Brien 1986). Os adultos (Figura 1A) apresentam 5 a 6 mm de comprimento e se caracterizam pelo corpo coberto por escamas castanhoescuras, formando uma mancha de escamas esbranquiçadas no 1/3 distal dos élitros; pronoto e estrias elitrais com pontos largos e profundos; cada ponto com uma escama claviforme e ereta (Faust 1896; Costa Lima 1939); além disso apresentam garras tarsais conatas e rostro longo, largo e alojado (quando em repouso) em canal ventral profundo, estendido até o mesotórax e limitado posteriormente por uma carena evidente (Anderson 2002). As larvas de F. apicalis (Figura 2A) são do tipo ápode (ver Costa et al. 1988), apresentam 4 a 5 mm de comprimento, corpo esbranquiçado com cabeça castanhoescura, três pregas transversais dorsais no abdome e espiráculos torácicos localizados entre o pro- e mesotórax. Enquanto que as pupas (Figura 2B) são adéticas e exaratas (ver Marques 2012), amarelo-esbranquiçadas e apresentam corpo com 4 a 5 mm de comprimento, sendo possível observar a presença do rostro e antenas geniculo-clavadas que são característicos da família Curculionidae.

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Figura 2. Faustinus apicalis: (A) Larva, vista lateral; (B) Pupa, vista ventral. Fotos: C. A. Ferreira. Nealcidion bicristatum (= Alcidion bicristatum Bates3; ver Monné 1977, 2005) é um besouro fitófago da família Cerambycidae registrado em todos estado do sul e do sudeste do Brasil além dos estados da Bahia, Pernambuco e Rio grande do Norte, e ainda em outros países da América do Sul: Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina (Monné 2005). Os adultos (Figura 1B) apresentam cerca de 15 mm de comprimento e se caracterizam pelo corpo coberto com escamas castanho-esverdeadas (ou acinzentadas) e tubérculos negros e esparsos; pronoto com duas protuberâncias obtusas e evidentes; élitro mais largo anteriormente, portando carenas obtusas e evidentes; cada carena elitral centro-basal com dois tubérculos pretos evidentes (Bates 1863). As larvas de N. bicristatum (Figura 3A) são ápodes, amarelo-esbranquiçada com cabeça castanho-avermelhada, alongadas, cilíndricas e ligeiramente achatadas, sendo mais largas no meso e metatórax, além disso, apresentam cerca de 10 mm de comprimento e abdome com ampolas ambulatórias dorsais nos segmentos I-VII e ventrais nos segmentos I-VI (Casari & Martins 2011). Enquanto que as pupas (Figura 3B) são adéticas e exaratas (ver Marques 2012), amarelo-esbranquiçadas e apresentam corpo com 7 a 8 mm de comprimento, sendo possível observar as antenas muitos longas e inseridas em porção emarginada dos olhos, que são característicos da família Cerambycidae. As espécies de besouros, F. apicalis e N. bicristatum, apresentaram comportamento semelhante nos cultivos de jiló e berinjela estudados. Adultos e larvas das duas espécies foram observados simultaneamente: nos dois cultivos e nos estágios de floração e frutificação das plantas. Os adultos foram observados vagando sobre as plantas, emergindo do interior do caule ou alimentando-se dos brotos tenros e, neste caso, causavam injúrias às plantas. Fêmeas adultas também foram observadas perfurando o caule das plantas e construindo um canal interno, onde a seguir faziam a oviposição. As larvas, ao eclodirem dos e-ISSN 1983-0572


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ovos, alimentavam-se do tecido medular e assim construíam galerias no interior dos caules e ramos das plantas (Figura 4B). Não foram encontradas larvas das duas espécies de besouros ocupando uma mesma galeria. Ainda dentro da galeria, a larva de último estágio construía uma câmara pupal, onde passava toda a fase de pupa até a emergência do adulto. Nas plantas de jiló e berinjela, os sintomas iniciais de ataque por larvas de F. apicalis e N. bicristatum podiam ser percebidos pelo amarelecimento das folhas, seguido de murchamento (Figura 4A e C) de parte ou de toda a planta nos períodos mais quentes do dia, e quebra das hastes pela ação do vento, manipulação da planta ou pelo peso do fruto. Finalmente, nas infestações mais severas, ocorria a morte das plantas. Durante os meses de observação (julho a setembro de 2015), houve um nítido aumento da população dessas espécies de besouros, além do aumento da severidade do ataque às plantas, culminando em uma significativa queda na produção de jiló e berinjela nos cultivos estudados.

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realizados pelo agricultor restringiam-se a capinas da área do cultivo e regas das plantas. Em adição, larvas de N. bicristatum também foram observadas atacando plantas de jurubeba (Solanum paniculatum L.) localizadas próximas aos plantios estudados (Figura 4D). As larvas apresentaram comportamento semelhante ao observado nos cultivos estudados de jiló e berinjela. De forma que, a jurubeba pode servir como fonte de inóculo e fonte alimentar para esse besouro. Porém, somente estudos futuros poderão apontar se a jurubeba deve ser utilizada como cultivo armadilha para atrair e desviar o ataque de pragas do cultivo principal, como já aplicado em outros cultivos com solanáceas (Soto 1993; Ribeiro et al. 1998; Salas 2004), ou deve ser evitada em locais próximos às áreas produtoras de jiló e berinjela por atrair mais besouros ou outros insetos-praga para o cultivo principal.

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Figura 3. Nealcidion Bicristatum: (A) Larva, vista dorsal e ventral; (B) Pupa, vista dorsal. Fotos: C. A. Ferreira.

No Brasil, os métodos mais comumente aplicados para controle de coleópteros pragas do jiló e berinjela são a retirada das partes atacadas, destruição ou incorporação dos restos culturais, destruição mecânica das larvas e adultos, aplicação de inseticidas em ataques mais severos, além do cultivo de curcubitáceas como cultivo armadilha em cultivos de berinjela (Soto 1993; Ribeiro et al. 1998; Pereira et al. 2012). Nos cultivos estudados não havia aplicação de produtos fitossanitários e os tratos culturais e-ISSN 1983-0572

Figura 4. Danos ocasionados por Faustinus apicalis e Nealcidion bicristatum: (A) Em planta de jiló; (B) Em caule de jiló; (C) Em planta de berinjela; (D) Em caule de jurubeba. Autor: C. A. Ferreira.

Os besouros N. bicristatum e F. apicalis apresentam hábito alimentar polífago, pois já foram registrados atacando várias espécies de plantas. Assim, N. bicristatum é considerado amplamente polífago, pois ataca a berinjela, jiló, jurubeba e outras espécies do gênero Solanum, além de espécies de outras solanáceas e de outras famílias de plantas (ver Monné 2001, 2005). Por outro lado, o gorgulho F. apicalis ataca somente espécies de solanáceas e, por isso, é considerado como polífago restrito. F. apicalis é registrado atacando espécies dos gêneros Solanum (jiló, berinjela, tomate e “naranjillo”), Nicotiana (fumo) e Atropa (beladona) (Costa Lima 1956; Silva et al. 1968; Posada 1989; Coto et al. 1995; Revelo et al. 2010). Além disso, este gorgulho é considerado uma das pragas mais importantes do fumo e da berinjela na América Central (Soto 1993; Coto et al. 1995) e de “naranjillo” em países da América do Sul (Morales et al. 2003; Revelo et al. 2010). Na Colômbia, cultivos de berinjela foram utilizados (cultivo armadilha) para atrair e desviar o ataque de F. apicalis de cultivos de fumo (Soto 1993). No Brasil, há registro de ataque de N. bicristatum e de F. apicalis em cultivos de jiló, no entanto, em cultivos de berinjela apenas N. bicristatum é registrado (Costa Lima 1955, 1956; Silva et al. 1968; Monné 2001, 2005). Esta publicação configura o primeiro registro de F. apicalis atacando cultivos de berinjela no Brasil, além do primeiro registro de ocorrência de F. apicalis e N. bicristatum no norte do Brasil. Referências Anderson, R.S., 2002. Family 131. Curculionidae, p. 722-815. In: Arnett, R.H. Jr., M.C. Thomas, P.E. Skelley & J.H. Frank

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As espécies de besouros, F. apicalis e N. bicristatum, apresentaram comportamento semelhante nos cultivos de jiló e berinjela estudados. Adultos e larvas das duas espécies foram observados simultaneamente: nos dois cultivos e nos estágios de floração e frutificação das plantas. Os adultos foram observados vagando sobre as plantas, emergindo do interior do caule ou alimentando-se dos brotos tenros e, neste caso, causavam injúrias às plantas. Fêmeas adultas também foram observadas perfurando o caule das plantas e construindo um canal interno, onde a seguir faziam a oviposição. As larvas, ao eclodirem dos ovos, alimentavam-se do tecido medular e assim construíam galerias no interior dos caules e ramos das plantas (Figura 4B). Não foram encontradas larvas das duas espécies de besouros ocupando uma mesma galeria. Ainda dentro da galeria, a larva de último estágio construía uma câmara pupal, onde passava toda a fase de pupa até a emergência do adulto. Nas plantas de jiló e berinjela, os sintomas iniciais de ataque por larvas de F. apicalis e N. bicristatum podiam ser percebidos pelo amarelecimento das folhas, seguido de murchamento (Figura 4A e C) de parte ou de toda a planta nos períodos mais quentes do dia, e quebra das hastes pela ação do vento, manipulação da planta ou pelo peso do fruto. Finalmente, nas infestações mais severas, ocorria a morte das plantas. Durante os meses de observação (julho a setembro de 2015), houve um nítido aumento da população dessas espécies de besouros, além do aumento da severidade do ataque às plantas, culminando em uma significativa queda na produção de jiló e berinjela nos cultivos estudados.


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Ferreira, C.A., R.M. Valente & R.S. Santos, 2017. Ocorrência de Faustinus apicalis (Faust) (Coleoptera: Curculionidae) e Nealcidion bicristatum (Bates) (Coleoptera: Cerambycidae) em solanáceas no norte do Brasil. EntomoBrasilis, 10 (3): 244-247. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.678

e-ISSN 1983-0572

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Suggestion citation:


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.696 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Scientific Note/Comunicação Científica

Defensive froth in Arctiidae species (Lepidoptera) in the Rio Grande do Sul State, Brazil Tiziane Fernandes Molina¹ & Rocco Di Mare† 1. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. † In memorian.

EntomoBrasilis 10 (3): 248-250 (2017)

Abstract. All the organisms are chemosensitive, besides being a source of substances capable of being perceived by other organisms. It is observed in Lepidoptera a great quantity of volatiles with signaling potential, or pheromones, which influence diverse behavioral aspects, such as reproduction, feeding and defense. In the Arctiidae family, the release of froth is a common defensive characteristic of these animals. This froth has not yet been investigated in regards to its pharmacological relationships, such as the relationship with secondary substances produced from host plants. This communication is intended to register the occurrence of this behavior of Phaloe cruenta (Hubner) and Hypercompe indecisa (Walker) recorded respectively in the Turvo State Park and in Alegrete, in the Rio Grande do Sul State. Keywords: Chemical ecology; insects; moths; natural defense.

Espuma defensiva em espécies de Arctiidae no Rio Grande do Sul, Brasil Resumo. Todos os organismos são quimiossenssíveis, além de serem fonte de substâncias capazes de serem percebidas por outros organismos. Em Lepidoptera pode ser observada uma grande quantidade de voláteis com potencial sinalizador, ou feromônios, que influenciam diversos aspectos comportamentais, como na reprodução, alimentação e defesa. Na família Arctiidae, a liberação de uma espuma é característica comum e defensiva desses insetos. Tal espuma ainda não foi investigada quanto à sua relação farmacológica, como a relação com substâncias secundárias produzidas a partir de plantas-hospedeiras. Nesta nota pretende-se registrar a ocorrência desse comportamento de Phaloe cruenta (Hubner) e Hypercompe indecisa (Walker) registradas, respectivamente, no Parque Estadual do Turvo e em Alegrete, no Rio Grande do Sul. Palavras-chave: Defesa natural; ecologia química; insetos; lepidópteros.

here are many species of plants, as well as vertebrates and invertebrates, which utilize chemical substances to defend themselves from their predators (Edmunds 1974; Schmitz 2009; Jared et al. 2011). The literature cites a surprising diversity of defensive secretions which are converted into froths and which inhibit the adversaries with compounds, which seem to adversely stimulate the olfactory and gustatory receptors of these predators. In general, the defensive exudates in arthropods are liberated from gland orifices or discharged as sprays (Eisner et al. 1959). The independent evolution of froths as a deterrent agent utilized by moths, grasshoppers and ants shows that this type of defensive discharge may be highly effective in selfprotection contexts (Schowalter 2009). In Lepidoptera a variety of pheromones and other chemical signals may be observed, which are liberated by individuals and detected by others, influencing aspects of reproduction, feeding, warning behavior and defense of adult animals (Cardé & Baker 1984; Eisner 1970).

The Arctiidae family comprehends about 11,000 species of small and medium sized moths, distributed around the world (Scoble 1995). In the Neotropical Region about 6,000 species are cited (Heppner 1991) and in Brazil the number is close to 1,000 species (Brown & Freitas 1999). In many species of this family the liberation of froth is very characteristic, being detected in species of the genus Rhodogastria (Carpenter 1938), Composia (Dyar 1891), Pericopsis (Dyar 1915), Dyschema (Seitz 1925), Arctia (Rothschild & Haskell 1966), Belemniastis (Blest et al. 1963), Utethesia (Eisner 1970), and Apantesis (Rothschild 1972; Resh & Cardé 2009). It has been observed many times that there is a latent period between the moment of stimulation and the froth discharge, probably indicating that it is a preadaptation favorable to the maintenance of secretion unless the moth is seriously harassed (Blum 1981). Species of the genud Asota (Africa), cited by Carpenter (1938) as Pseudhypsa, and Amphicallia (Africa, southeastern Asia and the Indo-Australian tropics) many times secrete froths, whose production may be accompanied by a whistling sound and a pungent odor, which is frequently discharged from the colored areas in the prothorax or near to it (Carpenter 1938). These secretions do

Edited by:

William Costa Rodrigues

Tiziane Fernandes Molina  tiziane.molina@gmail.com  https://orcid.org/0000-0001-6211-0991

Article History: Received: 03.iv.2017 Accepted: 04.vii.2017

Corresponding author:

www.periodico.ebras.bio.br

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Molina & Di Mare† (2017)

Defensive froth in Arctiidae species (Lepidoptera) in the Rio Grande…

not seem to contain natural plant products, but toxic substances resynthesised, such as the pharmacologically active compounds, for instance, the choline esters (Resh & Cardé 2009). Many times, the defensive glands are strengthened with hemolymph. Arctia caja (Linnaeus), releases prothoracic froths from the odoriferous glands, and these exudates present choline esters which are accompanied by hemolymph. In Amerila sp., along with hissing sounds, they respond to disturbances with the liberation of a great quantity of a repugnant smelling froth from the prothoracic glands. This froth is composed of hemolymph and pyrrolozidine alkaloids, and it is reabsorbed after the attack, probably to avoid protein and alkaloid waste (Blum 1981; Schowalter 2009). This article aims to record the species of Arctiidae of the Rio Grande do Sul State in which this defense mechanism has been evidenced: Phaloe cruenta (Hübner) (Figure 1), from the tribe Pericopini (Teston & Corseuil 2002; Ferro & Teston 2009), distributed along the zones of the Cerrado and the Pantanal and in open environments of the Brazilian Atlantic Forest, but extending up to Eastern Bolivia, Uruguay, Paraguay and the north of Argentina (Chialchia 2009); and Hypercompe indecisa (Walker) (Figure 4), Arctiini tribe (Bienzako et al. 1974; Viana et al. 2001; Teston & Corseuil 2004), species native from South America and cited in Paraguay, Uruguay and the southern Brazil, both recorded, respectively, in the Turvo State Park and in Alegrete, Rio Grande do Sul State. In Argentina, the species is widely distributed (Rizzo 1984; Pastrana 2004), but the presence of H. indecisa in Patagonia is, probably, a consequence of the drastic reduction of large spectrum insecticide use and a result of the implementation of less environmentally damaging pest control techniques, such as the use of pheromones (Dapoto et al. 2010). The release of yellowish colored froth was recorded through photographs (Figures 2, 3, 5, and 6) and videos during field

activity and the specimens collected are stored in the collection of the Evolutionary Biology Laboratory of the Federal University of Santa Maria. The individuals began to release the secretion following the light pressing of the thorax, noting that in both species the area in which the excretion originated was the end of the head and the beginning of the thorax segment. Since the froth performs a defensive function, there is a lack of information concerning the possible pharmacological relationship with the secondary substances of the host plants. The scarce literature on the subject registers for P. cruenta the plants Eupatorium inulaefolium (Kunth) (Biezanko et al. 1974.) and Artemis absinthium Linnaeus (Pastrana 2004) as hosts of the immature stages. Besides, the last author also records some species of Borraginaceae, among which are Heliotropium tiaridoides Cham. and Tournefortia brachiata Killip.. The specie H. indecisa has been reported as the corn leaves and ear pest, however, in the last few years, it has also been causing damage to the initial phase of that culture. The caterpillars feed basically of seedlings near the soil and cause their toppling. Besides corn, they also feed on the leaves of over 20 hosts, among which are the vegetables potato (Solanum tuberosum L.) Solanaceae, kale (Brassica oleracea L.) Brassicaceaea and lettuce (Lactuca sativa L.) Asteraceae, and fruit plants and trees such as the avocado tree (Persea americana Mill.) Lauraceae, persimmon tree (Diospyros kaki L.f.) Ebenaceae, strawberry plant (Fragaria ananassa duch.) Rosaceae and peach tree Prunus persica (L.) Rosaceae, Batsch (Silva et al. 1968). The pharmacological relationship of this froth still needs to be better investigated, to map the different types of chemical substances and their probable roles, searching whenever possible for coevolutionary traces between the plant and the moth. Likewise, semiochemical studies may also be carried out with the purpose of testing the variations of predator behavior when exposed to this substance.

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Figures 1 - 6. Dorsal view 1-2. 1. Phaloe cruenta (7 cm). 2. Hypercompe indecisa (6 cm). Froth release through the prethoracic glands 3-6. 3-4. Phaloe cruenta. 5-6. Hypercompe indecisa.

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Suggestion citation:

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Molina, T.F. & R. Di Mare†, 2017. Defensive froth in Arctiidae species (Lepidoptera) in the Rio Grande do Sul State, Brazil. EntomoBrasilis, 10 (3): 248-250. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.696

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.701 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Scientific Note/Comunicação Científica

First report of the Aphis craccivora Koch on Catasetum sp. in Brazil Douglas Machado Leite, Juliana Garlet & Isane Vera Karsburg Universidade do Estado de Mato Grosso

EntomoBrasilis 10 (3): 251-253 (2017) Abstract. The genus Catasetum (Orchidaceae) currently has 194 orchid species distributed throughout Central America, northern Argentina, and southern Brazil, with Brazil as the largest producer with 103 species that may be epiphytic, terrestrial, or rupicolous. Aphids are insect pests that can damage ornamental plants such as orchids, either directly by sucking their sap or indirectly via secretions. Their secretions are attractive to pathogens and other insects, which then feed on the plant and cause a loss of flowers and leaves, spots to appear, reduced flower production, and flowering deformation. These defects can then reduce the value of the plant. When an aphid attack occurs, their ability to rapidly multiply and spread can cause major disruptions to disruptions to parts of the plant’s life cycle. In this report, we examine how the aphid Aphis craccivora Koch infests Catasetum sp. and causes tissue death, decay of the buttons and base of the stem, and stains in the flowers. Thus, owing to the damage that insects of the family Aphididae can cause ornamental plants, this study aims to report the first recorded A. craccivora attack on Catasetum sp. in Brazil. Keywords: Aphids; Entomology; Orchidaceae; Ornamental plants; Pest.

Primeiro relato de Aphis craccivora Koch in Catasetum sp. no Brasil Resumo. O gênero Catasetum (Orchidaceae) tem atualmente 194 espécies de orquídeas distribuídas por toda a América Central, norte da Argentina e sul do Brasil, sendo o Brasil o maior produtor com 103 espécies que podem ser epífitas, terrestres ou rupícolas. Afídeos são insetos-praga que podem danificar plantas ornamentais, como orquídeas, diretamente sugando sua seiva ou indiretamente via secreções. Suas secreções são atrativas para patógenos e outros insetos, que então se alimentam da planta e causam danos em flores e folhas, com surgimento de manchas e deformações nas flores. Estes danos podem então reduzir o valor comercial da planta. Quando ocorre um ataque de pulgão, sua capacidade de se multiplicar e disseminar rapidamente pode causar grandes danos no ciclo de vida da planta. Neste trabalho, relata-se o ataque do pulgão Aphis craccivora Koch em Catasetum sp. O dano observado foi morte de tecidos, e deterioração dos botões e da base da haste, e manchas nas flores. Assim, devido ao dano que os insetos da família Aphididae podem causar plantas ornamentais, este estudo tem como objetivo relatar o primeiro ataque de A. craccivora em Catasetum sp. no Brasil. Palavras-chave: Afídeos; Entomologia; Orchidaceae; Plantas Ornamentais; Praga.

he Brazilian market for flowers and ornamental plants is growing in demand. The total value traded in 2016 was US$ 6,65 billion and the cooperative headquarters in São Paulo accounted for 35.5% of the market total. The main trading center in South America is Veiling Holambra, which distributes products throughout Brazil and is the largest producer of ornamental plants in the country (Sebrae 2015). The average annual per capita consumption of flowers in Brazil is R$ 26.27, which is below average with respect to the international market. Orchids represent 19 to 22% of the purchasing preference, especially smaller orchids such as the thumbnail Phalaenopsis and Dendrobium and those with large inflorescences such as Phalaenopsis and Cymbidium (Sebrae 2015). Orchidaceae is one of the largest families of angiosperms. There are over 700 genera, approximately 300 of which occur naturally

in Brazil. Of these, 28 are only found in Brazil (Reflora 2016) and these 28 genera contain 35,000 species that are mostly epiphytic. However, habitat destruction due to deforestation and exploitation has increased the extinction rate of these species. Several species of Brazilian orchids are now extinct from their natural habitat (Colombo et al. 2004). In addition to habitat destruction, the use of toxic products directly influences pollinators, which play a fundamental role in the dissemination of pollen, and in species conservation (Koch & Silva 2012). The genus Catasetum was proposed in 1822 by Karl S. Kunth and it has the greatest diversity of shapes and colors, which can confuse even experienced researchers. According to the World Checklist of Selected Plant Families, it currently has 194 species that are found in Central America, northern Argentina, and southern Brazil, which is the where the largest number of

Edited by:

Rodrigo Souza Santos

Juliana Garlet  julianagarlet@yahoo.com.br  http://orcid.org/0000-0002-0791-7060

Article History: Received: 16.iv.2017 Accepted: 24.vi.2017

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Leite et al. (2017)

First report of the Aphis craccivora Koch on Catasetum sp. in Brasil

species are found. These 103 species in Brazil may be rupicolous, terrestrial, or epiphytic (Holst 1999; Faria et al. 2016). The female flowers of the genus Catasetum are less attractive with membranous petals and sepals, fleshy, short columns, and either absent or atrophied anthers. The flowers of this genus are either uni or bisexual and can be found on the same or on separate inflorescences of the same plant (Koch & Silva 2012; Faria et al. 2016). The flowers are more susceptible to pests and diseases during the period of growth and flowering, which may lead to a loss of flowers or to plant death. The main pests include mites, caterpillars, beetles, cochineals, and aphids. Aphids (Aphididae) are sap-sucking insects that attack the leaves, roots, and flowers of a plant. Peronti & Silva (2002) emphasized that aphids damage most ornamental plants causing either directly by sap sucking or indirectly via secretions. The secretions of aphids are attractive to other pathogens and insects, which can lead to falling flowers and cosmetic patches that reduce the plant’s commercial value. An aphid attack can lead to plant death if not controlled in time (Faria et al. 2016). Aphids are easily transported with plants to other sites, which makes controlling these insects challenging. Most aphids can live in association with tree species, as observed by Leal & Oliveira (1983) who recorded this association in public squares in Recife, Brazil. In addition, Bergmann et al. (1988) identified 16 aphids–plant associations in the state of São Paulo, and Peronti & Silva (2002) recorded 59 associations by observing 25 common aphid species interact with different species of trees, shrubs, and herbaceous plants. However, Peronti & Silva (2002) excluded certain plant species that are susceptive to this kind of pest, including those kept in nurseries, in orchards, or under protection. This study aims to report the first recorded Aphis craccivora Koch attack on Catasetum sp. in the state of Mato Grosso, and in Brazil because of the damage that insects of the family Aphididae can cause to ornamental plants. The occurrence of A. craccivora damage in Catasetum sp. was observed in Orquidário Altaflorestense, an area in Mato Grosso State University, located in Campus II in Alta Floresta, Mato Grosso. The nursery has approximately 500 specimens belonging to 45 species, and the attack was verified in the species: Catasetum osculatum Lacerda & Castro, Catasetum macrocarpum Rich. ex Kunth, Catasetum juruenense Hoehne and Catasetum tigrinum Rich. ex Kunth. A. craccivora attack was found in 60 plants of Catasetum sp. whose flowering periods were during the months of July, August, and September of 2015. This flowering period also coincided with the dry season.

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The damage by A. craccivora in Catasetum sp. was observed in plants that were emitting flower. The following observations were made: tissue death, rotting of the buttons and base rod, and prevention of flowering. The leaves were also attacked in the central region where there is a greater flow of sap and where honeydew was excreted. Honeydew is a sticky, sugar-rich liquid that is secreted by aphids and some scale insects as they feed on plant sap. It is observed as a darkened portion of the leaf or limb and may possibly act as a substrate to promote fungi growth. Affected flowers have dark spots ranging from brown to black, which reduce the plant’s commercial value. The black aphid (A. craccivora) belongs to the genus Aphis, which contains about 500 species. The black aphid was first reported in Mexico (Peña & Sifurtes 1972), but it is distributed mainly throughout South America, New Zealand, and Australia. In Brazil, aphid attacks were recorded in weeds (Solanum americanum Mill. and Amaranthus hybridus L.) in the Santa Maria-RS (Sturza et al. 2011) and also in the Valley of San

Francisco Northeast, where they caused damage to mango trees (Ferreira & Barbosa 2002). There are also reports of damage caused by A. craccivora in alfafa (Medicago sativa L.) (Cunha et al. 2016) and in feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] (Rodrigues et al. 2012; Melville et al. 2016). Their secretions were also observed in the leaves and inflorescences of cashew trees in the northeast region, that favor the development of fungi and other pathogens causing wilting and death of plant parts reducing production (Mesquita & Sobrinho 2013). Similar symptoms were observed in Catasetum sp. where secreted substances covered every flower stem and inflorescences, killing the plants before the formation of flower buds. The significant damage that aphids cause ornamental plants such as orchids can reduce their commercial value and even prevent or lower their production. Therefore, it is important both to monitor these pests and to study possible methods of control.

Acknowledgements The authors would like to thank Dra. Regina Celia Zonta de Carvalho of the Marcos Enrietti Diagnostic Center (the official laboratory of Paraná Agricultural Defense Agency) for her assistance in the identification of the species.

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e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.714 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Scientific Note/Comunicação Científica

Registros de ocorrência e novos hospedeiros de Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) nos estados do Acre e Paraná Rodrigo Souza Santos¹, Fernando Teruhiko Hata², Luci Boa Nova Coelho³ & Mauricio Ursi² 1. Embrapa Acre. 2. Universidade Estadual de Londrina . 3. Universidade Federal do Rio de Janeiro .

EntomoBrasilis 10 (3): 254-258 (2017) Resumo. Foi observada a ocorrência de colônias do percevejo-de-renda Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) em folhas de quatro plantas hospedeiras: arruda (Ruta graveolens L.) e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis (L.) DC), em jardim residencial urbano, no Município de Rio Branco, AC e crotalária, Crotalaria spectabilis Roth, feijão-de-porco e quiabeiro (Abelmoschus esculentus L. Moench), em casa de vegetação, no Município de Londrina, PR. As colônias encontravam-se exclusivamente na face abaxial das folhas, causando clorose, murchamento e senescência precoce das mesmas. Pelo fato de G. lunulata ser considerada uma importante praga do maracujazeiro no Brasil, o plantio das espécies vegetais citadas, em consórcio ou próximas a cultivos de maracujá, não seria recomendado, pois poderiam servir como fonte de inóculo à cultura do maracujazeiro. Faz-se, portanto, o primeiro registro da ocorrência de G. lunulata associada à arruda e feijão-de-porco no estado do Acre e C. spectabilis, feijão-de-porco e quiabeiro, no estado do Paraná. Ademais, o presente trabalho faz o primeiro relato de ocorrência desse tingídeo para os estados do Acre e Paraná e relata dois novos hospedeiros para esse inseto, R. graveolens e C. spectabillis no Brasil. Palavras-chave: Fabaceae; Malvaceae; Passifloraceae; percevejo-de-renda; Rutaceae.

Occurrence records and new hosts of Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) in the states of Acre and Paraná, Brazil Abstract. The occurrence of Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) was observed in leaves of four host plants: rue (Ruta graveolens L.) and jack bean (Canavalia ensiformis (L.) DC ) in an urban residential garden, in the municipality of Rio Branco, Acre State, Brazil and Crotalaria spectabilis (L.), jack bean and okra (Abelmoschus esculentus L. Moench) in a greenhouse, in the municipality of Londrina, Paraná State, Brazil. The colonies were found exclusively on the abaxial face of the leaves, causing chlorosis, wilting and early senescence of the same. Because G. lunulata is considered to be an important passion fruit pest in Brazil, the planting of the mentioned plant species, in intercropping or near to passion fruit crops, would not be recommended, since they could serve as plant species inoculum to passion fruit cultivation. Therefore, the occurrence of G. lunulata associated to R. graveolens and jack bean in Acre State; and C. spectabilis, jack bean, and okra, in Paraná State is record for the first time. In addition, the present work reports the first occurrence of this tingid to the States of Acre and Paraná and reports two new hosts for this insect, R. graveolens and C. spectabillis in Brazil. Keywords: Fabaceae; Lace bug; Malvaceae; Passifloraceae; Rutaceae.

anavalia ensiformis (L.) DC, conhecida popularmente como “feijão-de-porco”, é uma planta arbustiva pertencente à família Fabaceae. Essa leguminosa, amplamente cultivada nos países tropicais como cobertura e/ou adubo verde, é uma planta muito rústica, desenvolvendo-se bem em praticamente todos os tipos de solos. Além disso, estudos sugerem que compostos químicos produzidos por C. ensiformis exerçam importantes efeitos farmacológicos, auxiliando no tratamento de diversas patologias (Lópes 2012). O feijão-de-porco é relatado na literatura como resistente ao ataque de insetos, principalmente devido à planta produzir diversos tipos de metabólitos secundários (Rosenthal & Dahlman 1986). Entretanto, insetos como a mosca-branca Bemisia tabaci (Genn.) (Hemiptera: Aleyrodidae) e o lepidóptero

Etiella zinckenella (Treit.) (Lepidoptera: Pyralidae) já foram registrados associados a C. ensiformis no Brasil (Silva 1956; Wutke et al. 2007). A crotalária, Crotalaria spectabilis Roth (Fabaceae), é uma planta de talo ereto, muito ramificado, da família Fabaceae, muito adaptada ao clima tropical e subtropical e, que pode atingir até 1,5m de altura (Pereira & Herling 2016). Existem relatos de incidência de lagartas do gênero Spodoptera em C. spectabilis (Dias et al. 2009). Entretanto, o principal artrópode-praga para essa planta é o lepidóptero Utetheisa ornatrix L. (Lepidoptera: Arctiidae), cuja forma jovem se alimenta das inflorescências e frutos (Burle et al. 2006).

Edited by:

Anderson Gonçalves da Silva

Rodrigo Souza Santos  rodrigo.s.santos@embrapa.br  https://orcid.org/0000-0002-0879-0049

Article History: Received: 07.vi.2017 Accepted: 30.viii.2017

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Funding agencies:  Without funding declared


Santos et al. (2017)

Registros de ocorrência e novos hospedeiros de Gargaphia lunulata…

O quiabeiro, Abelmoschus esculentus L. Moench (Malvaceae) é uma planta tradicionalmente cultivada em áreas de clima mediterrâneo, subtropicais e tropicais, e sua parte comestível é o fruto, mas a população de alguns países da África também usa a mucilagem do fruto ou consomem as folhas, em pratos típicos (Duzyaman 1997). O quiabeiro é uma planta consideravelmente rústica e pode tolerar até 25% de dano foliar, sem reduções na produtividade (Olasantan 1988). Dentre as pragas de tal cultura, destacam-se os: a) hemípteros [Aphis gossypii Glover e Smynthurodes betae (Westwood) (Aphididae), Empoasca kraemeri Ross & Moore (Cicadellidae)], b) tisanóptero [Frankliniella schultzei (Trybom) (Thripidae)], c) ácaros [Tetranychus urticae Koch, Tetranychus ludeni Zacher, Mononychellus planki (McGregor) (Tetranychidae), Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Tarsonemidae) e Aceria (= Eriophyes) esculenti Keifer (Eriophyidae)], d) lepidópteros [Agrotis ipsilon (Hufnagel), Helicoverpa armigera (Hübner) (Noctuidae) e Pectinophora gossypiella (Saunders) (Gelechiidae)], d) coleópteros [Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton) (Curculionidae) e Allocolaspis brunnea (Jacoby) (Chrysomelidae) (Moura & Guimarães 2014). A arruda, Ruta graveolens L. (Rutaceae), é um subarbusto originário da região mediterrânea, podendo atingir até um metro de altura (Previero et al. 2010). A medicina popular registra utilizações dessa planta em tratamentos de supressão da menstruação humana e os extratos de suas folhas são reportados apresentando atividade citotóxica, antimicrobiana (Ivanova et al. 2005), algicida, fungicida (Meepagala et al. 2005) e inseticida (Franco & Fontana 2005). Não há registros de insetos atacando cultivos de arruda no Brasil. Os hemípteros da família Tingidae são conhecidos popularmente como “percevejos-de-renda” por possuírem as asas com aspecto rendilhado. São insetos diminutos (aproximadamente 0,5 cm quando adultos), sugadores de seiva, vivendo em colônias, preferencialmente na face inferior das folhas de suas plantas hospedeiras. Em grandes infestações tais insetos podem ocasionar perda de área fotossintética, definhamento, senescência precoce de folhas e, em alguns casos, a morte da planta (Santos & Freitas 2008; Santos 2014).

Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo registrar a ocorrência e novas plantas hospedeiras de uma espécie de tingídeo, nos estados do Acre e Paraná. Em janeiro e abril de 2017 foram observadas pontuações cloróticas e injúrias em folhas de feijão-de-porco e arruda, respectivamente, cultivadas em jardim residencial urbano, localizado no Município de Rio Branco, AC (09º58’38” S; 67º50’27” O). As plantas infestadas tinham aproximadamente dois meses de idade e não sofreram nenhum tipo de controle fitossanitário desde o plantio. Após uma observação detalhada, foi verificada a presença de colônias de percevejos-de-renda na face abaxial das folhas, com presença de ninfas e adultos do inseto. Com auxílio de pincel fino, espécimes foram coletados diretamente das folhas e preservados em frasco de vidro contendo álcool etílico a 80%, de acordo com a recomendação de Coelho & Da-Silva (2015). Em relação às amostras obtidas no Paraná, os insetos foram observados em casa de vegetação, localizada no Município de Londrina, PR (23º19’44.5”S; 51º12’17.3”O). A infestação foi observada nos seguintes hospedeiros: C. spectabilis e quiabeiro (fevereiro de 2017) e feijão-de-porco (setembro de 2015 e novembro de 2016). Os mesmos procedimentos de coleta e preservação foram realizados, conforme descrito anteriormente. Foi analisado um total 38 exemplares (18 ♂ e 20 ♀) dos dois Estados, os quais sofreram montagem entomológica e foram identificados sob microscópio estereoscópico, utilizando literatura apropriada. Os espécimes foram depositados na Coleção Entomológica José Alfredo Pinheiro Dutra, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ. Os insetos foram identificados como Gargaphia lunulata (Mayr) (Hemiptera: Tingidae) (Figura 1). Gargaphia é um gênero composto por cerca de 70 espécies, exclusivo da Região Neotropical. Apesar de esse gênero incluir espécies de importância econômica, a informação sobre plantas hospedeiras não está disponível para a maioria das mesmas (Guidoti et al. 2014).

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Insetos dessa família são predominantemente monófagos, ocasionalmente oligófagos e raramente polífagos e, o registro de suas plantas hospedeiras é muito importante para estudos ecológicos, biológicos e etológicos, visto que a maioria das espécies completa todo seu ciclo de vida em um único espécime vegetal (Livingstone 1977). Ademais, algumas espécies de tingídeos são consideradas pragas de importância econômica em vários cultivos agrícolas, como, por exemplo, os pertencentes

aos gêneros Vatiga, na cultura da mandioca na região Nordeste (Gallo et al. 2002) e Gargaphia, associados a plantas de diversas ordens vegetais, tais como Malpighiales, Magnoliales, Fabales, Solanales e Ranunculales. Algumas espécies de Gargaphia são potencialmente pragas de culturas economicamente importantes no Brasil (Guidoti et al. 2014).

Figura 1. Espécime adulto de Gargaphia lunulata (Hemiptera: Tingidae) em hábito dorsal. (Crédito da imagem: E.R. Da-Silva).

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A espécie G. lunulata já foi registrada na Argentina, Brasil, Colômbia, Paraguai e Uruguai. No Brasil, ocorre nos estados do Pará, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Drake & Hambleton 1934; Drake 1935; Silva 1956; Gallo et al. 2002; Ajmat et al. 2003; Montemayor 2014; Coelho & Da-Silva 2015). Os adultos de G. lunulata são caracterizados por carenas na região do pronoto e hemiélitros hialinos, com algumas nervuras manchadas de pardo escuro na área discoidal e uma faixa curva escura que atravessa a asa (Gallo et al. 2002; Ajmat et al. 2003) (Figura 1). Trata-se de uma espécie polífaga, associada a plantas das famílias Malvaceae, Bombacaceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Euphorbiaceae, Rosaceae, Myrtaceae e Passifloraceae (Ajmat et al. 2003; Coelho & Da-Silva 2015). Esse tingídeo já havia sido registrado associado a A. esculentus, na Bahia (Silva 1956) e C. ensiformis na Argentina (Montemayor 2014). Até o presente momento, não havia relatos em literatura, da associação de G. lunulata às plantas C. spectabilis e/ou R. graveolens no Brasil.

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No presente estudo foi observado que as folhas de C. ensiformis (no Acre e Paraná) e R. graveolens, atacadas por G. lunulata, apresentavam perda de área fotossintetizante por toda sua superfície (Figura 2 A, B e C). O feijão-de-porco é relatado com o resistente ao ataque de insetos, principalmente devido à produção de metabólitos secundários (polifenóis, taninos condensados, fitatos, flavonoides, alcaloides, canavanina etc.) e ureases (Rosenthal & Dahlman 1986; Agbede & Aletor 2005; Stanisçuaski & Carlini 2012). A arruda é outra planta tida com propriedades inseticidas, principalmente devido aos metabólitos secundários cumarina e alcaloides encontrados em suas folhas e ramos (Lorenzi & Matos 2002). No entanto, a infestação de G. lunulata foi observada em todas as folhas dessas plantas, sugerindo que este tingídeo possua mecanismos fisiológicos de defesa química contra os compostos tóxicos produzidos por estas plantas. Em quiabeiro (Figura 2 D) e crotalária, os sintomas foram semelhantes aos encontrados em C. ensiformis e R. graveolens.

Figura 2. (A) Clorose em folhas de Canavalia ensiformis e (B) Ruta graveolens, devido ao ataque de Gargaphia lunulata. (C) Colônia de G. lunulata na face abaxial de folha de C. ensiformis e de Abelmoschus esculentus (D). (Crédito das imagens: R.S. Santos & F.T. Hata).

No Brasil, G. lunulata é relatada como uma importante praga do maracujá no estado do Ceará, pois sugam a seiva das folhas, deixando-as com manchas branco-esverdeadas e prejudicam o desenvolvimento normal das plantas (Gallo et al. 2002). Embora cause danos à cultura, alguns autores não a consideram como praga-chave da cultura do maracujazeiro (Caetano et al. 2000; Ajmat et al. 2003). No entanto, vale ressaltar que o status de praga refere-se ao nível populacional do inseto em determinada época do ano, bem como o nível de dano causado (Nakano 2011). Nesse sentido, o monitoramento das culturas hospedeiras de G. lunulata deve ser realizado sistematicamente, a fim de se identificar sua ocorrência, bem como o nível populacional do inseto na cultura, e-ISSN 1983-0572

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Porém, a população do inseto encontrava-se visivelmente em menor densidade no momento da observação, em relação às observadas nas plantas citadas acima.


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visando determinar o momento ideal para a tomada de alguma medida de controle. Os estados do Acre e Paraná possuem uma área plantada com maracujá de aproximadamente 88 e 1.134 ha e produção de 693 e 16.532 toneladas, respectivamente (ibge 2015). O caráter social da cultura do maracujá é de grande relevância, uma vez que é uma fruteira cultivada predominantemente por pequenos produtores em pequenos pomares (em média de 1 a 4 ha), promovendo a geração de empregos, absorção e fixação de mão-de-obra no meio rural (Souza et al. 2002). Devido à importância dessa cultura para os pequenos produtores do Acre e Paraná, medidas devem ser tomadas a fim de reduzir as perdas, principalmente pelo ataque de pragas. Dessa forma, não é recomendada a utilização de C. ensiformis ou C. spectabilis como cobertura verde, em áreas de plantio de maracujazeiro ou próximas a elas, visto que estas plantas demonstraram serem hospedeiras com qualidades nutricionais apropriadas para o desenvolvimento de G. lunulata. Ademais, como G. lunulata é uma espécie polífaga, plantas de A. esculentus, C. ensiformis, C. spectabilis e R. graveolens infestadas poderiam servir como fonte de inóculo em áreas de produção do maracujazeiro nos dois Estados. No Paraná, a produção de A. esculentus em 2015 foi de 8.793 toneladas, em área de 684 ha (seab 2016). Apesar de o estudo de Tivelli et al. (2013) demonstrar que o consórcio de C. spectabilis com A. esculentus aumenta a produção de frutos de quiabeiro por planta, bem como sua produtividade (Ribas et al. 2003), a prática deste consórcio deve ser realizada somente em áreas onde a população de G. lunulata é baixa, para reduzir os riscos de que este inseto venha a se tornar uma praga de importância econômica nessa cultura. A crotalária é comumente utilizada como adubação verde, em áreas de rotação de culturas e pode ser utilizada como consórcio em cultivo de milho (Zea mays L., Poaceae), mandioca (Manihot esculenta Crantz, Euphorbiaceae) ou outras perenes, sendo indicada para cultivo próximo a maracujazeiros, pois atrai himenópteros do gênero Bombus, himenópteros que auxiliam na polinização do maracujazeiro (Burle et al. 2006). Entretanto, seu uso deve ser limitado às áreas onde não possuem histórico de altas populações de G. lunulata, visto que ambas as plantas são hospedeiras desse tingídeo. Este estudo relata o primeiro registro de ocorrência de Gargaphia lunulata em Canavalia ensiformis e Ruta graveolens no Estado do Acre e, em Abelmoschus esculentus, C. ensiformis e Crotalaria spectabilis no Estado do Paraná. Ademais, R. graveolens e C. spectabilis são relatadas como novas plantas hospedeiras para esse tingídeo no Brasil.

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Suggestion citation:

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e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.724 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Scientific Note/Comunicação Científica

First record of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) in the state of Acre, Brazil Ricardo Adaime¹, Rodrigo Souza Santos², Tatyane da Silva Azevedo³, Adriana da Silva Vasconcelos³, Maria do Socorro Miranda de Sousa4 & Miguel Francisco de Souza-Filho5 1. Embrapa Amapá. 2. Embrapa Acre. 3. União Educacional do Norte (UNINORTE). 4. Universidade Federal do Amapá. 5. Instituto Biológico.

EntomoBrasilis 10 (3): 259-260 (2017) Abstract. We report for the first time the presence of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) in the state of Acre, Brazil, reared from guava fruit (Psidium guajava L.) and star fruit (Averrhoa carambola L.). This finding increases our knowledge about the geographical records of this fruit fly in the Brazilian Amazon. Keywords: Amazon; Averrhoa carambola; geographical records; Medfly; Psidium guajava.

Primeiro registro de Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) no estado do Acre, Brasil Resumo. Registra-se pela primeira vez a presença de Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) no estado do Acre, Brasil, a partir de frutos de goiabeira (Psidium guajava L.) e de caramboleira (Averrhoa carambola L.), aumentando o conhecimento dos registros geográficos dessa mosca na Amazônia brasileira. Palavras-Chave: Amazônia; Averrhoa carambola; Distribuição geográfica; Mosca-do-mediterrâneo; Psidium guajava.

eratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae), the medfly, is an important worldwide pest in fruit crops (Malavasi 2009), due to the extensive human spread of this fly all over the world (Hernández-Ortiz et al. 2010). Its larvae feed on a wide gamut of fruit crops of economic importance (Liquido et al. 1991). Currently, this Tephritidae is the most cosmopolitan and highly polyphagous, and it shows a notable capacity to adapt (Liquido et al. 1990; Zucchi 2015). The sepecie C. capitata was firstly recorded in Brazil in 1901, infesting citrus crops in the state of São Paulo (von Ihering 1901). It was firstly detected in the Brazilian Amazon in the state of Rondônia at the 1990s, and later on at the states of Pará, Maranhão and Tocantins, Mato Grosso and recently in the state of Roraima in October 2014 (Zucchi 2012; Trassato et al. 2017). A total of 93 species of host plant of C. capitata have been catalogued in Brazil, where five are in the Brazilian Amazon (Zucchi 2012): Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae), Garcinia acuminata Planch. & Triana, Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae), Malpighia glabra L. (Malpighiaceae) and Psidium guajava L. (Myrtaceae).

In the state of Acre, located in western Amazon, there have been reports of only six species of Anastrepha (Diptera: Tephritidae) and three species of parasitoids (Hymenoptera) (Adaime et al. 2016; Sousa et al. 2016), since there have been few surveys in this state. In view of this limited information, samplings of fleshy fruits were collected in the municipality of Rio Branco to obtain more information about Anastrepha species, their hosts and associated parasitoids in Acre. The samples were randomly collected from plants that bore an abundant quantity of almost mature or mature fruits. Such fruits were picked off from the plant or collected from the ground when recently fallen. The fruits were individually assessed, and adult insects were obtained according to the method of Silva et al. (2011a). Surprisingly, during sample evaluation in the laboratory, there was emergence of specimens of C. capitata from guava fruits (Psidium guajava L., Myrtaceae) and star fruit (Averrhoa carambola L., Oxalidaceae) (Table 1), collected in the urban zone, being the first record of the species in Acre. Identification was made according to Zucchi (2015), and voucher specimens are deposited in the Laboratório de Entomologia Econômica do Centro Experimental Central do Instituto Biológico, municipality of Campinas, São Paulo state, Brazil. In addition, we obtained

Edited by:

William Costa Rodrigues

Ricardo Adaime  ricardo.adaime@embrapa.br  https://orcid.org/0000-0001-8044-3976

Article History: Received: 04.vii.2017 Accepted: 03.xi.2017

Corresponding author:

www.periodico.ebras.bio.br

Funding agencies:  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)


Adaime et al. (2017)

First record of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera:…

specimens of Anastrepha striata Schiner (Diptera: Tephritidae) from a sample of guava fruit, its main host in this region, as demonstrated by Jesus-Barros et al. (2012) and Adaime et al. (2016). The occurrence of C. capitata in the Brazilian Amazon is still not well defined, especially with respect to its distribution and colonization of hosts. It appears that the invasion is recent and is occurring gradually (Silva et al. 2011b). On the basis of this work, seven of the nine states that make up the Brazilian Amazon now have records of this pest, excepting only the states of Amazonas and Amapá. Hence, we suggest constant

monitoring (for example, using Jackson traps with the synthetic sex pheromone Trimedlure®) for possible detection of the pest. Specifically in Amapá, Adaime et al. (2012) carried out monitoring in the periods of March 2004 to September 2006 (in four municipalities) and November 2008 to January 2010 (in three municipalities), without the pest detection. Furthermore, for the same state, there have been intense samplings of fruits in the last 13 years, confirming its absence so far. Therefore it is recommended that the sampling of fruits to be done as detailed by Silva et al. (2011b), to define the range of hosts of this pest in the region.

Table 1. Rates of infestation of Psidium guajava and Averrhoa carambola by Tephritidae in municipality of Rio Branco, state of Acre, Brazil. Hosts

Collection date

Site collection

Fruits collected (n)

Weight (kg)

Puparia (n)

Infestation rate (puparia/kg)

Tephritidae (♀ + ♂)

Averrhoa carambola

13/July/2016

10°00’30.1” S 67°47’27.0’W

22

1,90

33

17,4

C. capitata (6♀ + 6♂)

Psidium guajava

18/July/2016

10°00’29.4”S 67°47’25.8”W

24

0,75

30

40,0

A. striata (6♀ + 5♂) C. capitata (1♂)

Acknowledgements The authors thank Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) for the Research Productivity Fellowship awarded to M. F. Souza-Filho and R. Adaime.

References Adaime, R., J.D.B. Pereira, J.F. Pereira & A.L. Marsaro Junior, 2012. Monitoramento para detecção de Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae) no estado do Amapá. Macapá: Embrapa Amapá (Comunicado Técnico, 126), 4 p. Adaime, R., M.S.M. Sousa & J.F. Pereira, 2016. Anastrepha species and their host in the Brazilian Amazon. Available on: <http://anastrepha.cpafap.embrapa.br> [Access in: 29.v.2017]. Hernández-Ortiz, V., J. Guillén-Aguilar & L. López, 2010. Taxonomia e identificación de moscas de la fruta de importância económica em América, p. 49-80. In: Montoya, P., J. Toledo & E. Hernández (Eds.). Moscas de la fruta: fundamentos y procedimientos para su manejo. México, S y G Editores, 395 p. von Ihering, H., 1901. Laranjas bichadas. Revista Agrícola, 6: 179-181. Jesus-Barros, C.R., R. Adaime, M.N. Oliveira, W.R. Silva, S.V. Costa-Neto & M.F. Souza-Filho, 2012. Anastrepha (Diptera: Tephritidae) species, their hosts and parasitoids (Hymenoptera: Braconidae) in five municipalities of the state of Amapá, Brazil. Florida Entomologist, 95: 694–705. DOI: https://doi.org/10.1653/024.095.0320. Liquido, N.J., R.T. Cunningham & S. Nakagawa, 1990. Host plants of Mediterranean fruit fly (Diptera: Tephritidae) on the Island of Hawaii (1949-1985 survey). Journal of Economic Entomology, 83: 1863-1878. DOI: https://doi.org/10.1093/ jee/83.5.1863. Liquido, N.J., L.A. Shinoda & R.T. Cunningham, 1991. Host plants of the Mediterranean fruit fly (Diptera: Tephritidae): na annoted world review. Lanham: Entomological Society of America (Miscellaneous Publications, 77). 52 p.

Malavasi, A., 2009. Biologia, ciclo de vida, relação com o hospedeiro, espécies importantes e biogeografia de tefritideos, p. 1-15. In: Malavasi A, Virgínio J [Eds.], Biologia, Monitoramento e Controle de Moscas-das-frutas - V Curso Internacional de Capacitação em Moscas-das-frutas, 21 a 29 de outubro de 2009. Biofábrica Moscamed Brasil, Juazeiro, Bahia, Brasil. Silva, R.A., E.G. Deus, A. Raga, J.D.B. Pereira, M.F. SouzaFilho & S.V. Costa Neto, 2011a. Monitoramento de moscasdas-frutas na Amazônia: amostragem de frutos e uso de armadilhas, p. 33-50. In: Silva, R.A., W.P. Lemos & R.A. Zucchi (Eds.). Moscas-das-frutas na Amazônia brasileira: diversidade, hospedeiros e inimigos naturais. Amapá, Embrapa Amapá, 299 p. Silva, R.A., W.P. Lemos & R.A. Zucchi, 2011b. Ocorrência e hospedeiros de Ceratitis capitata na Amazônia brasileira, p. 197-204. In: Silva, R.A., W.P. Lemos & R.A. Zucchi (Eds.). Moscas-das-frutas na Amazônia brasileira: diversidade, hospedeiros e inimigos naturais. Macapá, Embrapa Amapá, 299 p. Sousa, M.S.M., R. Adaime & J.F. Pereira, 2016. Fruit flies parasitoids in the Brazilian Amazon. Available on: <http://parasitoid.cpafap.embrapa.br>. [Access in: 23.x.2017]. Trassato, L.B., J.L.L. Monteiro Neto, A.C.S. Lima, E.S. da Silva, B. Ronchi-Teles & I.L.G. da S. Carmo, 2017. Primeira ocorrência de Ceratitis capitata (Wied.) no Estado de Roraima, Brasil. Revista Agro@mbiente On-line, 11: 89-91. DOI: https://doi.org/10.18227/1982-8470ragro.v11i1.3594. Zucchi, R.A. 2012. Fruit flies in Brazil - Hosts and parasitoids of the Mediterranean fruit fly. Available on: <www.lea.esalq.usp.br/ceratitis>. [Access in: 23.x.2017]. Zucchi, R.A. 2015. Mosca-do-mediterrâneo, Ceratitis capitata (Wiedemann), p. 153-172. In: Vilela, E.F. & R.A. Zucchi (Eds.). Pragas introduzidas no Brasil: insetos e ácaros. Piracicaba, FEALQ, 908 p.

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260

Suggestion citation: Adaime, R., R.S. Santos, T.S. Azevedo, A.S. Vasconcelos, M.S.M. Sousa & M.F. Souza-Filho, 2017. First record of Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) in the state of Acre, Brazil. EntomoBrasilis, 10 (3): 259-260. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.724

e-ISSN 1983-0572


doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.756 e-ISSN 1983-0572 Publication of the project Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-SA) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © Author(s)

Obituary/Necrólogo

Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017) Tiziane Fernandes Molina Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

EntomoBrasilis 10 (3): 261-262 (2017) comunidade entomológica brasileira recebeu com tristeza na manhã do dia 24 de agosto deste ano, a notícia do falecimento de um de seus pesquisadores mais dedicados. A prematura partida em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, do Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare deixou a todos nós, seus amigos e colegas, alunos e familiares, muito tristes. Rocco, como os mais íntimos o chamavam, era dotado de grande curiosidade, inteligência e dedicação, que aliadas eram a base de sua sabedoria e de suas peculiares e pertinentes argumentações sobre a Ciência, a vida docente e a atual situação política do país. Nascido em 11 de janeiro de 1952, de descendência italiana, aos 65 anos, deixa o filho único Otávio e a esposa Jane com quem mantinha um casamento de mais de 30 anos. Rocco e Jane se conheceram durante o começo de suas formações acadêmicas, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde ele cursou Farmácia Bioquímica entre os anos de 1972 e 1975 e ela o curso de Ciências Biológicas. Ao cursarem algumas disciplinas em comum, estreitaram os laços de afeto e os interesses pelas atividades científicas.

Grande do Sul e estabeleceu parcerias com profissionais de várias partes do Brasil. Publicou mais de 30 artigos e muitos ainda estavam em preparação. Em 2002, pela editora PUCRS, publicou o livro “A concepção da Teoria Evolutiva desde os gregos - Ideias, controvérsias e filosofias”, onde, como diz na introdução, tentou “dar uma visão histórica dos caminhos do desenvolvimento da ideia e do pensamento evolutivo relacionando a história da ciência com a história da humanidade”. Apesar das dificuldades que poderia enfrentar, assumia novos e constantes desafios, superando-se sempre e mostrando a alegria de estar fazendo o que realmente amava. Este empenho, motivação e humildade era motivo de orgulho para todos seus orientados que reconheciam e reconhecem o quão valoroso foi à convivência com uma pessoa de coração tão nobre. Seu exemplo de dedicação e paixão pelos insetos, pela Genética e pela Evolução, sempre nos guiará e nos influenciará por novos caminhos de descobertas.

Através disto, Rocco começou a demonstrar fascínio pela Biologia, o que o fez ingressar no mestrado em 1981, onde cursou até o ano de 1984 sob a orientação do Professor Dr Aldo Mellender de Araújo, no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS. Durante esses anos desenvolveu sua dissertação com o título de “Dinâmica populacional e efeitos do endocruzamento em Heliconius erato phyllis (Lepidoptera: Nymphalidae)”. No final de 2002 concluiu o doutorado em Ciências Biológicas na Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sob a orientação do Professor Dr. Elio Corseuil com a tese intitulada “Morfometria de Papilioninae (Lepidoptera: Papilionidae) ocorrentes em quatro localidades do Rio Grande do Sul, Brasil”. Sua carreira profissional como professor universitário consolidou-se na Universidade Federal de Santa Maria, onde ministrou disciplinas nos cursos de Biologia, Odontologia, Veterinária, Fonoaudiologia, Zootecnia e Psicologia. Apesar de nos primeiros anos centrar sua carreira na docência, sua aptidão, curiosidade e o desejo de compartilhar seu conhecimento o guiou para a pesquisa. Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da mesma universidade, orientou em diferentes níveis acadêmicos alunos de diferentes regiões do Rio

Figura 1. Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017). Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Rocco_A_Di_ Mare

Edited by:

William Costa Rodrigues

Tiziane Fernandes Molina  tiziane.molina@gmail.com  https://orcid.org/0000-0001-6211-0991

Article History: Received: 19.x.2017 Accepted: 15.xi.2017

Corresponding author:

www.periodico.ebras.bio.br

Funding agencies:  Without funding declared


Molina & Araujo (2017)

Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017)

Agradecimento

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Ao prof. Aldo Mellender de Araujo pela revisĂŁo do texto. Suggestion citation:

262

Molina, T.F. & A.M. Araujo, 2017. Professor Dr. Rocco Alfredo Di Mare (1952-2017). EntomoBrasilis, 10 (3): 261-262. Available on: doi:10.12741/ebrasilis.v10i3.756

e-ISSN 1983-0572


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