Revista Estilo Zaffari - Edição 94

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Ano 12 Abril 2021 N0 94

SABOR ESPECIARIAS, A ALMA DAS RECEITAS

BEBIDA SOBREMESA + VINHO, UNIÃO PERFEITA

Trancoso Porque é preciso sonhar!




Aproveite a sua Estilo Zaffari digital e interativa! Milene Leal milene@entrelinhas.inf.br

EDITORA E DIRETORA DE REDAÇÃO

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REDAÇÃO Bete Duarte, Beto Conte, Milene Leal, Taciane Corrêa

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REVISÃO Flávio Dotti Cesa

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DIREÇÃO E EDIÇÃO DE ARTE Luciane Trindade ILUSTRAÇÕES Moa FOTOGRAFIA Letícia Remião, Beto Conte COLUNISTAS Celso Gutfreind, Cherrine Cardoso, Cris Berger,

Fernando Lokschin, Luís Augusto Fischer, Tetê Pacheco

EDITORA RESPONSÁVEL Milene Leal (7036/30/42 RS) COMERCIALIZAÇÃO Carlos Eduardo Moi

(eduardo@entrelinhas.inf.br)

Fones: 51 3026.2700 e 3024.0094

A revista Estilo Zaffari é uma publicação trimestral da Entrelinhas Conteúdo & Forma, sob licença da Companhia Zaffari Comércio e Indústria. DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVAMENTE DIGITAL. Estilo Zaffari não publica matéria editorial paga e não é responsável por opiniões ou conceitos emitidos em entrevistas, artigos e colunas assinadas. É ve­dada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem prévia autorização e sem citação da fonte.

CRIAÇÃO E ELABORAÇÃO

www.entrelinhas.inf.br

SABOR ESPECIARIAS, A ALMA DAS RECEITAS

BEBIDA SOBREMESA + VINHO, UNIÃO PERFEITA

Trancoso Porque é preciso sonhar!

FOTO: BETO CONTE

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Estilo Zaffari


N OTA

D O

E D I TO R

É PRECISO SONHAR A linda capa desta edição da Estilo Zaffari tem um grande e importante propósito: queremos que você sonhe. Mais do que nunca, sonhar é preciso. Planejar coisas boas, pensar em um futuro mais leve e colorido, sonhar em estar naquele lugar da foto, curtindo o pôr do sol, o barulho do mar, o toque da areia, a atmosfera de paz. As desventuras causadas pela pandemia são inúmeras. Todas as pessoas, no mundo todo, estão sofrendo vários tipos de perda. Nosso dia a dia não tem sido nada fácil. Esta edição da Estilo Zaffari foi feita para inspirar você a fazer planos, desligar um pouco a cabeça dos problemas, aproveitar da melhor forma possível o hoje e pensar de forma carinhosa no seu futuro. Pois a foto da capa mostra a praia de Trancoso, Bahia, um dos mais lindos e charmosos vilarejos do litoral brasileiro. Beto Conte, especialista em viagens, esteve lá e conta pra nós como aproveitou as belezas naturais para repor as energias, descansar, fazer coisas simples como nadar, caminhar na praia, andar a cavalo, relaxar. Luciane Garcia, outra profissional das viagens, também veio nos mostrar nesta edição um lugar paradisíaco, que já habita os sonhos de muita gente: Maldivas. Luciane viajou a convite de um exclusivo hotel do arquipélago e relata as sensações de estar em meio ao azul turquesa desse destino tão belo. Sim, sonhar é preciso e faz bem para a alma. Se viajar vai ficar nos planos, cozinhar em casa e desfrutar de bons momentos gastronômicos é programa para qualquer dia. Leia a matéria escrita por Bete Duarte, falando das especiarias, e experimente as receitas do chef Felipe Sicca. É muito sabor! No final da edição, conheça duas mulheres especiais, Marilene Bittencourt e Lelei Teixeira. No miolo da revista, os textos sempre inspiradores dos nossos colunistas. Aqui nas páginas iniciais, dicas colhidas com cuidado para você: um pouco de gastronomia, outro pouco de arte, um tanto de empreendedorismo e criatividade, lugares especiais, decoração, boas ideias. Aproveite!

MILENE LEAL • EDITORA

Estilo Zaffari

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Cesta Básica

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Coluna Humanas Criaturas

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Coluna Vida

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Lugar Maldivas

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Coluna Sampa

56

Coluna Equilíbrio

76

Mulheres que Amamos

78

Coluna Palavra

82

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Estilo Zaffari

Trancoso, o mais belo e charmoso vilarejo do litoral brasileiro

66 A deliciosa harmonização de


As especiarias são a alma dos pratos. Saiba como usá-las!

Peixinho da horta, uma planta alimentícia gostosa e versátil

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vinhos com sobremesas

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Cesta básica

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O DIA A DIA, CURTIR A CASA E SE DIVERTIR: MÚSICA, MODA, LITERATURA, ARTE, LUGARES, OBJETOS ESPECIAIS, PESSOAS GENIAIS, CO­MIDINHAS, COMPRAS. BOM PROVEITO! P O R

TAC I A N E

F OTO S

C O R R Ê A

D I V U LG A Ç Ã O

HOME DECOR GAÚCHA Em dezembro de 2020 chegou ao mercado a Casa Mizta, oferecendo itens exclusivos produzidos à mão por fabricantes brasileiros. Fundada pelas gaúchas Laura Rinaldi e Maria Eduarda Napoleão, a marca oferece colchas, duvets, lençóis e almofadas de design único e com matéria-prima de alta qualidade. A Casa Mizta surgiu do desejo das fundadoras de comercializar produtos de decoração ousados, sofisticados e autênticos, descolados das tendências efêmeras da moda. “Percebemos uma demanda grande por peças com personalidade, que traduzam o lifestyle das pessoas, mas, ao mesmo tempo, que sejam perenes, de alta qualidade”, afirma Maria Eduarda. Outra oportunidade que elas perceberam foram as mudanças impostas pela pandemia. “Entre elas, está a relação que as pessoas construíram com o lar. Por passarem a maior parte do tempo dentro das suas casas, entenderam que ela pode ser mais do que apenas o local onde dormem, fazem suas refeições e assistem televisão. A casa pode ser parte do seu estilo de vida, da sua personalidade”, acredita Laura. A primeira linha de peças conta com 67 itens, trazendo estampas autênticas em tons vibrantes, inspiradas em paletas florais, padrões da cultura indígena brasileira e moda praia. Uma combinação vibrante de cores e formas para transformar o ambiente externo por meio de almofadas foi o último lançamento da dupla, que já planeja muitas novidades para os próximos meses. Os produtos são entregues para todo o Brasil e podem ser adquiridos pelo e-commerce. WWW.CASAMIZTA.COM.BR

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HOSPEDE-SE EM UM CASULO O Parador Cambará do Sul (que antes se chamava Parador Casa da Montanha) traz mais uma grande novidade ao ramo de hotelaria. Depois de ser o primeiro hotel no Brasil a implementar o glamping (acomodação que une o conceito de acampamento com glamour), ele inaugura um novo tipo de hospedagem: as barracas em formato de casulo. Com design arrojado, mesclando linhas contemporâneas com detalhes rústicos, a proposta valoriza elementos da região e a natureza do entorno em sua arquitetura. As barracas foram construídas com estrutura de madeira de reflorestamento tratada, em curvas, o que trouxe um desafio maior para a implementação do projeto, mas o resultado é surpreendente. O glamour fica por conta do design de interiores, que traz elementos naturais, como galhos de árvores na cabeceira da cama e itens de decoração em madeira, palha, com destaque para uma luminária pendente feita em lã de ovelha pela artista Inês Schertel. O nome “casulo”, inclusive, é uma metáfora de transformação, já que é um lugar onde os hóspedes poderão se isolar e se integrar totalmente ao ambiente. Ao todo, são sete casulos equipados para dar o máximo de conforto, com deck privativo com banheira de hidromassagem e uma lareira ecológica para contemplar a bela vista dos Campos de Cima da Serra. Todas as barracas têm ar condicionado, lençóis térmicos, banheiro completo com amenities by L’ Occitane e minibar com mimos cortesia.

PARADOR CAMBARÁ DO SUL WWW.CASAHOTEIS.COM.BR

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Cesta básica

QUADRADINHOS QUE AQUECEM “Fios Que Aquecem em Quadradinhos” é o nome de um projeto que visa promover a produção de quadradinhos de crochê ou de tricô que, unidos, formam mantas quentinhas para serem doadas a instituições de caridade. A ideia criada em 2018 se fortaleceu com a organização de oficinas de crochê, que serviram não só como uma forma de angariar fundos para o projeto como também de promoção para que mais pessoas pudessem participar. A rede formada em torno desse eixo principal se expandiu e muitas das mulheres que fizeram as oficinas começaram a confeccionar os quadradinhos. As mãos que se uniram foram de grande importância, não só para a confecção de mantas como para a qualidade de vida das próprias colaboradoras, pois os encontros se tornaram também um espaço de acolhimento e de escuta. Hoje já são mais de uma

centena de colaboradoras voluntárias participando. As oito idealizadoras que compõem o Grupo Berta Siminovich, pertencente à instituição judaica feminina Naamat Pioneiras, explicam que o projeto estimula e viabiliza o desenvolvimento de práticas de trabalho voluntário, assim como a atividade manual com claro efeito terapêutico, promovendo elevação da autoestima e os sentimentos de produtividade e pertencimento. As ações vêm se desenvolvendo na produção de mantas, oficinas de crochê, crochetaços e mutirões. Até o fim do ano passado o projeto já havia beneficiado 21 instituições, com a doação de mais de 800 mantas. E as organizadoras afirmam que as ações não vão parar, prova disso foi que o ano passado bateu o recorde de produção. É possível também participar por meio da doação de lãs ou linhas.

WWW.FIOSQUEAQUECEM.COM.BR I @FIOSQUEAQUECEM 10

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A CASA DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS A Zazá Comidinhas estava focada em atender demandas do universo corporativo, como catering para palestras e eventos, mas com a pandemia foi mais uma das empresas que usaram de criatividade para se reinventar, criando kits de lanche para entrega a domicílio. São oferecidos desde formatos mais simples, que substituem realmente um coffee break, até formatos mais elaborados, como cestas de café da manhã. Pedro Torres, que está à frente do negócio, explica que o objetivo é levar carinho e afeto por meio da comida, e isso também é percebido e aproveitado pelo setor corporativo. “O dia da entrega dos lanches vira um acontecimento para os colaboradores que estão em home office”, conta. Novos públicos foram se agregando ao negócio, como pais que estão com os filhos em casa e querem proporcionar a eles um lanche diferente ao longo do dia. Há também os aniversários e festas virtuais, outro formato de evento que cresceu muito no último ano. Os kits podem conter cachorrinhos-quentes, minissanduíches, hamburguinhos, fatias de bolo, pizza de sardinha e docinho no copo. A pizza é uma das receitas tradicionais da avó de Pedro, que dá nome ao negócio.

O Cedinho Café está localizado em um antigo e preservado casarão, no coração da Cidade Baixa. O espaço conta com quatro amplas salas, permeadas por cores e histórias contadas nos detalhes da decoração, que proporcionam uma experiência lúdica aos visitantes. Da brincadeira com o tempo nasce o elo com a história de Alice no País das Maravilhas. Mais do que uma cafeteria, o Cedinho é um bistrô. Além da decoração, a temática está no cardápio, que oferece refeições leves, saborosas e com ingredientes de qualidade. Os nomes dos pratos brincam com personagens da obra de Lewis Carroll. O drink “Absolem, a Lagarta Azul”, por exemplo, proporciona uma experiência de sabores e cores. Há cafés e chás como o “Gatinho Preto”, um espresso, o “Beba-me Alice”, um café com especiarias, e o requisitado “Façamos de Conta + uma vez”, o cappuccino gelado da casa. Entre as opções de sanduíches, o “Pássaro Dodô” é a estrela: figos, queijo brie, copa e mel repousam sobre rúculas num pão ciabatta. Nos pratos, destaque para o “Alice através do Espelho”, um tagliatelle com corações de alcachofra. Com a pandemia, as sócias criaram vários produtos para delivery: o Fondue em Casa, a Feijoadinha Cedinho, o Nhoque da Sorte e a Happy Box, uma caixa de queijos e frios.

@ZAZACOMIDINHAS

@CEDINHOCAFE

COFFEE BREAK EM CASA

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Cesta básica

LUXO PREMIADO EM MEIO À NATUREZA Uma das unidades de luxo do grupo Belmond, o Hotel das Cataratas é o único situado dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Sua localização privilegiada proporciona aos hóspedes experiências exclusivas de visitação ao parque, além de momentos inesquecíveis de bem-estar e contato com a exuberante natureza da região. Restaurado ao seu charme original dos anos 1950, o exterior em estilo hacienda combina com o design interior aconchegante e convidativo. Com mais de 180 acomodações de luxo, o hotel também oferece piscinas climatizadas, SPA, campo de tênis, espaços para conferências, churrasqueira à beira da piscina, restaurante com terraço ao ar livre, passeios guiados pela floresta tropical e esportes de aventura. Em 2021, foi reconhecido, pela quarta vez consecutiva pela Forbes Travel Guide – principal guia de turismo de luxo do mundo –, como único do Brasil e da América do Sul a ostentar a cotação máxima de cinco estrelas. WWW.BELMOND.COM/HOTELDASCATARATAS

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ASSINATURA DE ALMOÇO O Vianda Clube foi criado em 2020, durante a pandemia, como um braço do Firma Bar. Uma forma de manter o negócio funcionando mesmo com as portas fechadas. A proposta esbanja criatividade: chega à casa do cliente uma refeição completa e saborosa, com um menu diferente a cada dia da semana. Esse novo modelo de serviço oferece comodidade para quem busca refeições práticas na hora do almoço, tem uma rotina corrida e não quer perder tempo na cozinha ou nos apps de delivery diariamente. Outro grande diferencial é a qualidade e originalidade dos preparos, que dá aos pratos do Vianda uma identidade própria, mesmo em receitas tradicionais. O menu é elaborado pelo chef Ricardo Dornelles, referência nacional na cozinha, campeão da etapa brasileira de 2019 do Bocuse D’or, maior competição de gastronomia do mundo. O Vianda tem dois planos mensais, com opções de entregas duas ou quatro vezes por semana. O assinante recebe o cardápio com antecedência e programa através de uma plataforma on-line os dias, locais e horários em que deseja receber os pratos, que chegam prontos para o consumo. Além da facilidade, o clube representa economia: o assinante não paga a entrega e ainda tem bônus para pedir acompanhamentos, bebidas e sobremesas. @VIANDA.FIRMA

CAMPANHA DE VACINAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO Há alguns meses o comunicador Miltinho Talaveira lançou em suas redes sociais uma campanha para incentivar a imunização e o respeito à coletividade. A iniciativa, que começou no Instagram com uma única voz pedindo mais consciência sobre a Covid-19, logo ganhou apoio dos seguidores e se multiplicou. Atualmente, após ganhar as ruas em mídia out of home (OOH), as mensagens chegaram à televisão. A ideia está sendo veiculada diariamente no Canal Bah TV, nos canais 20 e 520 da Claro TV durante a programação. Nas ruas, é possível conferir as criações de Miltinho em painéis eletrônicos. A ação foi executada após parceria com a empresa H MÍDIA. Ao todo, são sete equipamentos espalhados por bairros de Porto Alegre, seguindo a lógica das cores do arco-íris. Das mais de 30 publicações com a mesma identidade visual e propósito encontradas nas redes do comunicador, sete títulos foram selecionados e aplicados no fundo das cores do arco-íris pela sua simbologia de positividade, esperança e diversidade, explica Miltinho. @MILTINHOTALAVEIRA Estilo Zaffari

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Cesta básica

PALÁCIO TANGARÁ: ELEITO O MELHOR HOTEL DO BRASIL A mais relevante publicação internacional de turismo, Condé Nast Traveller, elegeu o Palácio Tangará como o melhor hotel do Brasil. O local é considerado um oásis urbano, no coração da capital paulista, com 141 espaçosos apartamentos e linda vista para o exuberante Parque Burle Marx. O hotel de luxo também oferece nove salas funcionais, com um salão de festas, spa e fitness center, além de piscinas interna e externa e do Tangará Jean-George, um restaurante com estrela Michelin. “Por dentro, o hotel é um país das maravilhas de sedas e camurças, em tons de verde, azul e amarelo, cuidadosamente orquestrados pela arquiteta Patricia Anastassiadis”, destacou a revista Condé. PALÁCIO TANGARÁ RUA DEPUTADO LAÉRCIO CORTE, 1.501 I PARQUE BURLE MARX PANAMBY I SÃO PAULO I FONE: 11 4904.4040 RESERVAS: WWW.EXPERIENCIASPALACIOTANGARA.COM.BR

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QUEIJOS, UM PROJETO DE VIDA

A empreendedora Clarissa Brinckmann, formada em Gastronomia, advogada e mãe de duas meninas, criou durante a pandemia o “Mãe Moderna na Cozinha”, com o propósito de ajudar mães a otimizar a rotina e dominar o preparo das refeições diárias com muito sabor, de um jeito mais leve e agradável. Com larga experiência na área, Clarissa acredita que o ato de cozinhar é algo mágico, que aproxima as pessoas, nutre as relações humanas e é a mais graciosa forma de transmitir amor e carinho às pessoas que queremos bem. Seu objetivo é mostrar uma nova forma de enxergar a cozinha e reinventar a relação com esse ambiente tão precioso. Clarissa afirma que existe um jeito de cozinhar que economiza tempo, chamado Batch Cooking. Entretanto, para que o Batch funcione é preciso cultivar alguns ingredientes importantes, como disciplina, organização e planejamento. “Com eles você consegue estabelecer um processo fácil e prático de cozinhar refeições muito saborosas e saudáveis”, afirma. A última novidade do “Mãe Moderna na Cozinha” é o curso on-line “Cozinha de Família”, que tem como objetivo ensinar a otimizar o tempo por meio da organização e da gestão da cozinha, sempre potencializando o sabor da comida e deixando a relação com o alimento mais leve e prática. Clarissa mostra que, mesmo tendo uma vida agitada, é possível planejar e realizar as refeições da família sem esforço e sem ficar na cozinha todo o dia.

A estilista Mariana e o publicitário Paulo trocaram Porto Alegre pelo interior do Estado, em busca de algo que fizesse seus corações pulsar diferente. O casal foi atrás de um trabalho com mais sentido e propósito. Dessa mudança de estilo de vida surgiu a “Canto.queijaria”, situada em Uruguaiana. Lá na fronteira com o Uruguai são produzidos os queijos artesanais e autorais da dupla. São feitos de leite cru, maturados pelo tempo e carregam consigo o terroir do pampa e a cultura local. Fazem parte do cardápio de queijos da Canto: o Pampeano, um queijo macio e levemente salgado; o Hermano, com casca lavada em cerveja artesanal, resultando em sabor com toque adocicado; o Aragano, com casca natural de mofo azul e branco, de massa amanteigada e sabor forte; o Madrugueiro, um queijo de massa cozida e leve em sabor; o Bumbo, de sabor picante e toque adocicado; e o Jarau, feito em infusão de chá de guabiroba, um queijo superaromático e suave no sabor. A queijaria, que fica dentro da estância leiteira do pai de Paulo – a Estância São Miguel – , produtora de leite há mais de 40 anos, tem outro projeto que espera a crise sanitária passar para ganhar força: a experiência turística Canto. O projeto Rural&Gastronômico vai oferecer uma tarde na estância vivendo todo o processo de produção de leite e queijo. Desde um passeio pela lavoura de milho, que alimenta o gado, passando pela ordenha do leite e a produção e maturação do queijo. A experiência finaliza com um happy hour para degustação de todos os queijos, acompanhados de outros produtos da região, como pães de fermentação natural, charcutaria, geleias, antepastos, cerveja artesanal e espumante.

@MAEMODERNA_NACOZINHA

@CANTO.QUEIJARIA

MÃE MODERNA NA COZINHA

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Cesta básica

DADINHOS DE TAPIOCA ENTREGUES EM CASA

MOUSSE GOURMET

Duas amigas, em meio à pandemia, resolveram empreender e espalhar pela cidade seu amor pela tapioca. Mariana Schneider e Yasmin Durand criaram uma empresa de congelados de dadinhos de tapioca, com produção 100% artesanal. Tudo preparado com muito carinho, para que os clientes possam saborear de forma prática essa iguaria tipicamente brasileira. Basta colocar no forno, na airfryer ou fritar, e não são necessários mais do que 20 minutos para que o petisco fique crocante. O produto está disponível para entrega em seis sabores: Tradicional (queijo coalho), Carbonara (com bacon), Parmesão, Gorgonzola e Brie+Parma, além da opção para quem tem restrições à lactose. Todos eles são sem glúten. Além dos dadinhos, as empreendedoras produzem artesanalmente uma geleia de pimenta, livre de conservantes, acidulantes e pectina, um acompanhamento clássico para o petisco tipicamente nordestino. Após seis meses do lançamento, a Tapí ganhou seu espaço próprio de produção, e a ideia agora é expandir as vendas para mercados de bairro e restaurantes. Também está nos planos da dupla de empreendedoras logo avançar para outras cidades.

A receita de família foi a inspiração para Henry Utz e Letícia Nardi Teixeira abrirem o próprio negócio, a Cecilia’s Mousseria Gourmet, um delivery especializado em mousse em Porto Alegre. A receita original era da avó de Henry, Cecília, que faria 100 anos em 2020. “Já pensávamos em alguma forma de homenageá-la, então, quando veio a pandemia, pegamos a receita especial de mousse que ela fazia e que era muito apreciada por familiares e amigos, recriamos, adaptamos para vários sabores e lançamos a mousseria”, explica Henry. A mousseria conta com 15 sabores da sobremesa (em potinhos), além de outros produtos como tortas e bolos com mousse. Entre os sabores mais pedidos estão o clássico de chocolate, os especiais de chocolate com licor de Amarula e com whisky Jack Daniel’s Honey, o de chocolate branco com coco. Os produtos são vendidos por três plataformas de delivery. Nos próximos meses a ideia é ampliar para atender mercados, cafés e restaurantes.

@QUEROTAPI

@CECILIASMOUSSERIA

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LAGHETTO MANHATTAN RECEBE RESTAURANTE QUINTANILHA O tradicional Restaurante Quintanilha inaugura sua quarta unidade, agora no Laghetto Vertice Manhattan, na capital gaúcha. Comandado pelo chef Edevaldo Nunes, o Quintanilha já contava com duas unidades em Porto Alegre e uma em Gramado. Atendendo o público interno e externo, o restaurante está localizado no térreo do hotel, com um deck oferecendo acesso também pela Rua 24 de outubro. Além do buffet do almoço, o chef será responsável pelo café da manhã e pelo cardápio a la carte do jantar, além do room service do hotel. Edevaldo faz questão de destacar a “pegada gastronômica” do buffet executivo de comi-

das caseiras e salienta que o restaurante não trabalha com temperos prontos, enlatados, conservas prontas, carnes congeladas e refrigerantes. O Laghetto Vertice Manhattan está oferecendo a opção de locação tipo room office, para que os clientes possam aproveitar o conforto e a segurança do hotel e trabalhar com total infraestrutura. O ambiente é higienizado seguindo normas de segurança da OMS e a locação room office proporciona um apartamento exclusivo e silencioso, com mesa de trabalho, acesso à impressora, scanner e Wi-Fi de alta velocidade, mais a vantagem de poder aproveitar as delícias do Quintanilha.

RUA MIGUEL TOSTES, 30 I MOINHOS DE VENTO I PORTO ALEGRE I @RESTAURANTEQUINTANILHA

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DELIVERY DE DRINKS Para enfrentar a pandemia, a ideia da dupla Taiane e Thais, que comanda o bar Spoiler, foi levar a experiência do gastrobar até a casa dos clientes, com lanches quentinhos e saborosos e drinks engarrafados. O sonho das idealizadoras era apresentar algo novo e único, e por isso decidiram oferecer aos clientes experiências vividas em filmes, séries e novelas. Além dos drinks clássicos, trabalham com drinks autorais inspirados em séries como La Casa de Papel, Stranger Things, Breaking Bad, Dexter, Game of Thrones. Os drinks engarrafados de 500 ml e 1 litro duram até quatro dias refrigerados. Algumas opções vão prontas para servir, outras precisam ser agitadas antes. A recomendação é apenas colocar bastante gelo no copo. O drink mais pedido no delivery é o Morgan, inspirado na série Dexter, que contém rum, purê de amoras e morangos, xarope simples, solução de ácido cítrico e pimenta rosa. Para 2021, a empresa pretende seguir com as novidades, criando experiências novas, como kits para datas especiais e drinks de edição limitada para colecionadores. @SPOILERPOA 18

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ERA UMA VEZ... UM PIQUENIQUE LITERÁRIO A pedagoga e contadora de histórias Adriana Scherner – que antes da pandemia trabalhava com formação de professores na área de Literatura em escolas infantis – também precisou se reinventar e resolveu empreender para incentivar nas crianças e adultos, de uma forma divertida e prazerosa, o hábito da leitura. A “Era Uma Vez... Cestas Literárias” reúne em cestas cheias de criatividade livros, objetos lúdicos e algumas guloseimas. A ideia tem como objetivo proporcionar recursos para as famílias realizarem com os pequenos um piquenique literário, permitindo que as crianças tenham contato com os livros e o brincar livre desde cedo. O projeto foi lançado em março deste ano. Adriana acredita que as vivências proporcionadas por esses momentos de convívio com os livros e adultos amorosos deixarão as melhores lembranças afetivas e maior será a possibilidade de as crianças tornarem-se adultos leitores. As cestas são entregues em Porto Alegre e cidades vizinhas, as encomendadas podem ser feitas diretamente com Adriana. @ERAUMAVEZ_CESTASLITERARIAS


TRIP & TRAVEL

VERDADEIRAS OBRAS DE ARTE

A Trip & Travel, agência de viagens e intercâmbios, se ajustou ao cenário de restrições de deslocamento em função da pandemia, aplicando sua expertise na criação de selecionadas experiências regionais. A empresa, que tem o selo de qualidade “Virtuoso”, que congrega empresas de excelência no turismo mundial, reforçou a parceria com os hotéis da rede que são acessíveis em voos diretos desde Porto Alegre. Um deles é o emblemático Belmond, no meio do Parque Nacional das Cataratas. Outro é o Ponta dos Ganchos, com sua península privada em Santa Catarina, que já garante o distanciamento social. A Trip & Travel também criou experiências exclusivas em pequenos grupos, explorando nossos canyons e os segredos do Vale dos Vinhedos. A empresa, liderada por Beto Conte – viajante que já percorreu 139 países –, continuou conduzindo seus passageiros pelo mundo virtualmente, pelo canal www.youtube.com/triptraveltur. Há dezenas de episódios já gravados, entre eles um sobre o Egito, primeira viagem internacional de Beto Conte desde a pandemia, realizada em fevereiro de 2021. A empresa gaúcha completou em março 33 anos de atividades.

A confeitaria clássica e a chocolataria moderna são as ferramentas da empresa gaúcha DES Confeitaria, que traz os sabores e aromas da natureza para criar momentos doces e prazerosos. Totalmente artesanais e sustentáveis, os produtos encantam em todos os sentidos. A marca valoriza a origem dos alimentos e o consumo consciente, focando na riqueza dos insumos brasileiros. Trabalha só com ingredientes naturais, o principal insumo é o chocolate bean-to-bar, um produto controlado da amêndoa à barra, formulado apenas com cacau fino e açúcar. E leite nas opções do chocolate ao leite. O cacau tem origem amazônica, procedente da Fazenda Santo Onofre, no Pará, e é produzido pelo chocolatier Andrei Martinez na cidade de Canela – RS. A pintura com manteiga de cacau colorida que cobre muitos dos produtos é feita à mão. “Foi uma forma que encontramos de expressar nossa veia artística e o prazer em encher de alegria os olhos e o paladar”, afirma Mari Däffner, idealizadora da DES. As embalagens também acompanham a filosofia da marca. Sem utilizar plástico e priorizando os materiais compostáveis e biodegradáveis, as caixas chegam aos clientes acompanhadas de uma tag de papel-semente reciclado: é só plantar e cuidar para nascer um pé de tomate. Cada detalhe é pensado com muito afeto e cuidado para surpreender.

WWW.TRIPTRAVEL.COM.BR

WWW.DESCONFEITARIA.COM

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Humanas criaturas T E T Ê

PAC H E C O

QUEM É VOCÊ QUE ME LÊ? “Fotografia não mente mas mentirosos fotografam” Lewis Hine Era a comemoração de um ano do Saia Justa, e no palco, em transmissão ao vivo, Fernanda Young, Marisa Orth, Monica Waldvogel e Rita Lee falavam sobre velhice. Lá pelas tantas, a conversa descambou para toda uma filosofada sobre passado, ancestralidade, antiguidade, enfim. Fernanda, que era ouro em forma de polêmica, lançou esta: “Que se dane a Mesopotâmia e essa coisa de que ser velho é ser sábio. Às vezes velho é só um fdp que envelheceu”. Pronto, foi o que bastou pra turma de canceladores da época sair julgando a Fernanda. Sequer prestaram atenção no que ela disse, porque obviamente somos super-rápidos em colocar as falas dos outros em caixas para catalogá-las de acordo com nossa capacidade de compreensão. A Fernanda não falou que velhos eram filhos fdp. Falou que só porque a pessoa é velha não quer 20

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dizer que ela é boa e sábia. Ou apenas porque a coisa é do passado quer dizer que ela mereça ser guardada, cultuada como mito. Lembrei disso ao ouvir a frase, que citei aí em cima, no lindo documentário Fotografação, do Lauro Escorel, exibido pelo canal Curta. Se não viram, vejam. Eu sou uma colecionadora de frases. Amo guardar o que as pessoas dizem, porque monto isso num gigante quebra-cabeça que me ajuda a entender um pouco o ser humano. E a mim mesma, claro. Por enquanto o que posso afirmar é que aquilo que é humano é naturalmente falho. Se colocamos a atenção em olhar as pessoas através do que acreditam, a forma como se manifestam, as escolhas que fazem, podemos chegar mais perto da essência delas. E compreendê-las verdadeiramente. Mais foco no humano, menos valor às representações. Tanto para o bem como para o mal, as pessoas são o que são.

TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA


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Bastidores de Cozinha

Peixinho da horta Uma hortaliça de sabor curioso que faz bem à saúde

O peixinho da horta, como é mais conhecido, é uma planta alimentícia não convencional (Panc), nativa da Turquia, sudoeste da Ásia e do Cáucaso. Aqui no Brasil, é encontrada nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, ou seja, em locais de clima ameno, pois ela não é resistente a altas temperaturas. Nessas regiões de clima temperado, é inclusive considerada uma planta ornamental de jardim e também conhecida como lambarizinho, lambari-de-folha, orelha-de-coelho e orelha-de-lebre. Trata-se de uma hortaliça com uma folha prateada aveludada e cujo sabor lembra o de um lambari frito. Esse seu sabor peculiar se deve à presença de óleo vegetal na composição química da planta. P O R

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Bastidores de Cozinha Na sua cozinha O peixinho da horta pode ser consumido em saladas e omeletes, refogado, grelhado, empanado, frito ou à milanesa. Pode ser usado também para recheio de lasanha ou no preparo de tortas salgadas.

Conheça os Benefícios Apresenta alto teor de proteína, sendo também excelente fonte de fibra alimentar, além de conter teores significativos de minerais, em especial potássio, cálcio, magnésio e ferro. Possui elevada atividade antioxidante e alta quantidade de compostos fenólicos totais. Já seus óleos essenciais têm as características de ação microbiana, assim como de calmante da tosse. Por essa razão, é utilizada na medicina popular para aliviar irritações de garganta e faringe, e alergias. A infusão de suas folhas atua também em doenças pulmonares, disso resultando o fato de o peixinho da horta também ser conhecido pelo nome de pulmonária. A infusão é uma boa alternativa de chá para combater gripes ou resfriados, sendo igualmente indicada por sua propriedade anficefálica e antifebril.

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Ele deve ser bem higienizado, pois a característica aveludada de suas folhas faz com que se prendam algumas impurezas do solo. Depois de lavá-lo, seque-o para preparar as receitas. As folhas são bem resistentes e podem ser armazenadas, desde que refrigeradas, por até oito dias dentro de um pote.

O PEIXINHO DA HORTA TEM ALTO TEOR DE PROTEÍNA E MUITA FIBRA ALIMENTAR. PODE SER PREPARADO DE VÁRIAS MANEIRAS: EM SALADAS, OMELETES, REFOGADO, EMPANADO, FRITO, GRELHADO


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Bastidores de Cozinha

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Tempurá de Peixinho A CHEF ZELDA DAL’MOLIN, ESPECIALISTA EM #COMEVIVÊNCIA E COZINHA TAILANDESA, TRAZ UMA RECEITA CHEIA DE SEGREDOS, SAÚDE E SIMPLICIDADE. SIGA @ZELDADM NO INSTAGRAM 1 OVO

OS SEGREDINHOS:

150 G DE ÁGUA GELADA COM GÁS

As folhas da hortaliça, por serem peludinhas, seguram um pouco mais da cobertura. Por isso, passe-as entre os dedos, indicador e dedão pra retirar o excesso e se certificar de que a massa está em toda a folha.

120 G DE FARINHA DE TRIGO 1 SACHÊ DE SAL DE FRUTAS 2 CUBOS DE GELO BANHA DE PORCO OU AZEITE DE OLIVA COMUM, QUANTIDADE SUFICIENTE PARA FRITAR POR IMERSÃO MOLHO PARA MERGULHAR O PEIXINHO 1/3 DE XÍCARA DE SHOYO LIGHT 1 COLHER (SOBREMESA) DE MOLHO DE PEIXE TAILANDÊS 1 XÍCARA DE ÁGUA 1 COLHER (SOPA) DE GENGIBRE RALADO FRESCO 1/3 DE XÍCARA DE SAKE MIRIN 1 POUCO DE CEBOLETE PICADINHA

MODO DE FAZER:

Em um recipiente, coloque o ovo e junte a água com gás gelada, a farinha e os cubos de gelo, misturando muito bem, até ficar uma massinha bem lisa. Cuide para não deixar grumos. Passe os “peixinhos” no creme, escorra e frite.

MODO DE FAZER O MOLHO:

Misture todos os ingredientes e sirva acompanhando a tempurá de peixinhos.

O Eno ou sal de frutas vai deixar a sua tempurá mais leve e crocante, assim como a água com gás. Deixe todos os temperos que sua imaginação permitir para usar no molho, pois se colocar na massa da tempurá, pela alta temperatura da fritura, pode queimar ou alterar demais o sabor, comprometendo assim toda a receita. Outro motivo para não temperá-lo é que o molho já é bem potente de sal e sabor (caso queira, pode acrescentar alguma pimenta no molho para dar um toque mais picante, além da do gengibre). Mas o principal segredo desta receita é trabalhar com os ingredientes da tempurá gelados e ainda acrescentar gelo na massa. É isso que faz a fritura ficar sequinha. Se sobrar massa, acrescente mais gelo e guarde na geladeira para um segundo uso.

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Sabor

A alma

do prato CONHEÇA AS ESPECIARIAS

P O R F OTO S

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B E T E

D U A R T E

L E T Í C I A

R E M I Ã O


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Sabor

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AS ESPECIARIAS PEDEM CAUTELA. USE SEMPRE COM PARCIMÔNIA, ELAS PODEM DOMINAR O SABOR DOS PRATOS. PARA LIBERAR AROMAS E SABORES, AQUEÇA AS ESPECIARIAS ANTES DE AGREGÁ-LAS ÀS RECEITAS

A busca por especiarias fez com que os homens se lançassem aos mares, percorressem terras desconhecidas, travassem guerras, estabelecessem novas formas de comércio. As quatro principais – pimenta-do-reino, cravo, canela e noz-moscada – tinham as mais altas cotações no mercado e eram moeda de troca, heranças, dotes e reservas de capital de um reino. Serviam para compra de alimentos, pagamento de impostos, de serviços e até de dívidas, além de serem utilizadas como medicamento. Pela dificuldade de obtê-las, conferiam status e revelavam as posses de quem podia delas dispor. Não foi apenas por status, no entanto, que muitas lutas foram travadas, muitas vidas perdidas nas aventuras pelos mares em direção ao Oriente. As especiarias foram durante muito tempo, quando não se conhecia a refrigeração, a defesa contra o apodrecimento da comida, além de disfarçarem o mau cheiro e o sabor ruim quando os alimentos começavam a passar do ponto. Eram fórmulas que incluíam sal, vinagre, grãos de cominho e pimenta-do-reino, e, por vezes, gengibre, cravo e canela. Já a combinação de açafrão, pimenta, cominho e coentro protegia os pães do bolor. Mesmo com a mudança na qualidade de vida, com a descoberta da refrigeração e de outros métodos de conservação dos alimentos, as especiarias mantiveram muito de seu valor. Junto com as ervas, conferem sabor aos pratos e dão destaque aos ingredientes de uma receita. Podem ser consideradas a alma de um prato. O chef Felipe Sicca é um apaixonado estudioso das especiarias. E foi com a cozinha de origem árabe que ingressou com mais afinco no preparo de pratos em que elas têm um brilho especial. Durante os quatro últimos anos,

em que trabalhou em São Paulo, percorreu restaurantes e bares de influência turca, libanesa e israelense provando receitas, especialmente de Falafel, bolinho que se tornou uma de suas paixões, e aprendendo com as elaborações de diferentes etnias. É de Falafel que, em vez de frito é preparado à la plancha, a entrada que o chef oferece aos leitores da Estilo Zaffari. “As especiarias podem estar presentes de diferentes formas em uma receita: em pó, podem ser um ingrediente e tempero, também dão muito sabor a peixes e carnes quando em crosta e, como infusão, podem compor caldas e cremes de sobremesas”, explica. O chef Felipe Sicca, que está de volta a Porto Alegre, conta que foi com uma chef indiana que aprendeu um truque superimportante em relação ao uso de especiarias. “Sempre que utilizá-las em pó, deve-se refogar junto com cebola e alho para que comecem a soltar os aromas e sabores. Só depois, acrescentar aos demais ingredientes”, ensina.Em um pilão tailandês, preciosidade que guarda com carinho, Felipe transformou as especiarias em uma crosta para empanar a posta de atum, o prato principal, que vem acompanhado de aioli de dill. Pimentas, baunilha, páprica, cúrcuma, louro, canela, coentro, mostarda, curry e noz-moscada predominam na cozinha e temperam e perfumam seus pratos. “Purê de batata com um pouquinho de noz-moscada ganha outro sabor. Vale a pena experimentar”, recomenda. E, para encerrar o cardápio com esses temperos aromáticos, o chef revela os segredos da sobremesa: maçã recheada com manteiga de nozes e calda de bergamota com anis estrelado.

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Sabor PITADAS DE SABOR AÇAFRÃO

O pistilo seco da planta é a mais cara das especiarias. São necessárias 200 mil flores, ou 600 mil pistilos, para obter um quilo. Tem aroma suave, floral, sabor delicado, agridoce e ligeiramente amargo. O uso mais conhecido é na paella espanhola, mas faz sucesso também na caldeirada de frutos do mar, em molhos de tomate e em bolos.

ALHO

De aroma fortíssimo e sabor intenso, é muito consumido nas cozinhas árabe, portuguesa e espanhola. Tempera todos os pratos, de peixes a carnes, aves, feijão, legumes, berinjela, chuchu, massas e molhos. Para algumas pessoas, é indigesto. Outras o rejeitam pelo forte aroma e intensidade de sabor.

ANIS ESTRELADO

Lembra a erva-doce, tem perfume e sabor fortes, adocicados. Muito comum em pratos asiáticos de peixes e carnes ensopadas. Combina com pato, carne de panela, vegetais, peixes, marisco, frutas assadas e cozidas, cremes doces, mingaus e chás. Em pó, integra as garam masalas indianas.

BAUNILHA

Especiaria muito cara, é muito substituída por imitações em forma líquida, muitas delas de origem química. A verdadeira e mais cara é a fava, mas pode ser encontrada em forma de extrato. É parceria perfeita para chocolate, café, pudim, sobremesas à base de frutas, bolos, doces.

CANELA

É comercializada inteira ou em pó e tem perfume delicado e sabor ligeiramente doce. Inteira, é usada para o preparo de picles, frutas assadas e algumas bebidas, como o quentão. Na cozinha francesa, vai bem com pratos salgados, como carnes assadas, galinha assada, carne de porco. Mas o forte é em pó, em doces, como rabanada, bananas assadas, sorvetes, bolo de frutas, torta de maçã, bolos, torta de abóbora, biscoitos, arroz doce, mingau, canjica.

CARDAMOMO

Depois do açafrão e da baunilha, é a especiaria mais cara. Da família do gengibre, é muito usado principalmente na Índia, no Oriente Médio e na cozinha escandinava. É recomendável que, para realçar o aroma das sementes, elas sejam previamente torradas. Se adapta perfeitamente a receitas doces e salgadas. Vai bem em bolos, licores, picles, pratos de carne, cremes, pratos com frutas, ponches e vinhos aromatizados. Sementes de cardamomo junto com o pó na hora de passar o café dão um sabor especial.

COENTRO

Apesar de presente na cozinha brasileira em folhas frescas, quando tem sabor e perfume intensos, na cozinha internacional é mais utilizado em grão ou em pó, mais suave e de sabor mais delicado. Em folha, é tempero indispensável, para temperar peixes, camarão, galinha e em muitos pratos da culinária nordestina. Como grão ou em pó, integra conservas, sopas, doces, currys, feijão, lentilha, legumes, carne de porco, carneiro, aves, peixes, molho de carne e também torta de maçã, pudim de pão.

OUSADIA É UMA DELICIOSA FORMA DE APRENDER COMO TEMPERAR COM ESPECIARIAS. EXPERIMENTE. O ERRO É UMA FORMA DE COMPREENDER CADA UMA DELAS

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Sabor PITADAS DE SABOR COMINHO

Em grão ou em pó, é ingrediente indispensável na cozinha alemã ao preparar o chucrute, pão de cominho e vinha d’alho de cogumelos. Mas vai bem com carnes, feijões, sopas, assados, ovos, cenoura, batata, lentilha, repolho. É ingredientes de currys e chilis.

CRAVO

De sabor e aroma fortes, doces e penetrantes, tem um amargor que é atenuado com o cozimento. Pede parcimônia no uso, porque a sensação de sua presença nas receita se intensifica com o tempo. Inteiro, é utilizado como decoração de pratos e de bebidas. Costuma ser espetado em cebolas no preparo de molhos e cozimentos de carnes de panela. Moído, confere sabor a bolos, pães, doces, biscoitos, verduras, abóboras, batata-doce e bebidas (como o quentão).

CÚRCUMA

Da família do gengibre, no Brasil é conhecida como açafrão-da-terra, usada para dar cor a pratos. Tem sabor levemente amargo e é utilizada em sopas, receitas à base de ovos ou de arroz, molhos cremosos, frangos, peixe, macarrão, pães e pratos indianos.

ERVA-DOCE

Frequentemente adicionada à sopa de peixe, frutos do mar, doces, pães, biscoitos, vegetais. Aromatiza, também, muitas bebidas alcoólicas, como o Onzo (na Grécia), Pastis (na França), Arak (Oriente), além de com ele ser feito um chá considerado calmante.

GENGIBRE

Foi uma das primeiras especiarias orientais conhecidas na Europa. A raiz tem sabor e cheiro fortes. É usada em picles, caldas, bebidas, marinadas, frutas assadas, molhos orientais, chás, cervejas, pudim e no quentão (bebida quente de vinho). Em pó, faz parte da preparação de bolos, biscoitos e tempera aves, carnes, porco, carneiro, vegetais. 34

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Falafel à La Plancha 250 G DE GRÃO DE BICO SECO 1 CEBOLA PEQUENA ½ MAÇO DE SALSINHA PICADA ½ MAÇO DE COENTRO PICADO 2 DENTES DE ALHO PICADOS 1 COLHER (CHÁ) DE COMINHO EM PÓ 1 COLHER (CHÁ) DE PIMENTA SÍRIA EM PÓ 1 COLHER (CAFÉ) DE CANELA EM PÓ ½ COLHER (SOPA) DE SEMENTE DE COENTRO ½ COLHER (CHÁ) DE FERMENTO EM PÓ 2 COLHERES (SOPA) DE FARINHA DE TRIGO 1 PITADA DE NOZ-MOSCADA SAL E PIMENTA-DO-REINO MOÍDA NA HORA A GOSTO MOLHO DE TAHINE 50 G DE TAHINE (PASTA DE GERGELIM) 2 LIMÕES SICILIANOS ÁGUA QUANTO BASTE SAL A GOSTO MODO DE FAZER O FALAFEL: Coloque o grão de bico em uma vasilha, cubra com bastante água e deixe de molho por 1 dia. Escorra bem, junte água e leve para cozinhar. É importante que fique al dente. Escorra novamente e retire a pele do grão de bico. Quebre a semente de coentro com a ajuda de um pilão. No processador, bata todos ingredientes, no pulsar, até que forme uma pasta com pequenos pedaços de grão de bico. Com a ajuda de um aro, dê formato ao Falafel. Grelhe na chapa em uma churrasqueira ou numa frigideira de ferro, dos dois lados, untando com azeite de oliva para não grudar. Sirva acompanhado de molho de tahine e limão siciliano tostado. MODO DE FAZER O MOLHO DE TAHINE: Numa tigela, coloque o tahine, o suco de limão e o sal e bata com o auxílio de um fouet. Se ficar muito espesso, adicione água filtrada até que fique numa textura de molho.


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Sabor

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Atum em Crosta de Especiarias com Aioli de Dill 500 G DE FILÉ DE ATUM (LOMBO) 2 COLHERES (CHÁ) DE PIMENTA-DO-REINO 1 COLHER (CHÁ) DE COENTRO EM GRÃOS 2 COLHERES (SOPA) DE GERGELIM BRANCO 2 COLHERES (SOPA) DE GERGELIM PRETO 1 COLHER (CAFÉ) DE COMINHO AZEITE DE OLIVA SAL A GOSTO AIOLI DE DILL 2 DENTES DE ALHO PICADOS 2 OVOS CAIPIRA ORGÂNICOS 1 XÍCARA DE ÓLEO DE GIRASSOL 1 RAMO DE DILL SAL E PIMENTA-DO-REINO A GOSTO MODO DE FAZER O ATUM: Misture todas as especiarias e amasse bem com um pilão. Tempere o atum com sal. Envolva na mistura de especiarias. Aqueça uma frigideira antiaderente e pincele com azeite. Grelhe o atum por cerca de 1 min de cada lado. MODO DE FAZER O AIOLI: Bata no liquidificador o alho e dill com os ovos inteiros. Acrescente o óleo aos poucos, em um fio constante, até emulsionar. Tempere com sal e pimenta. Sirva o atum acompanhado do aioli de dill.

PITADAS DE SABOR GERGELIM

Semente muito pequena, com 50% de óleo, pode ser branca, castanha ou preta. Moídas se tornam uma pasta espessa: o tahine, muito utilizado em molhos que acompanham aperitivos e sanduíches, no Oriente Médio. O tahine é ingrediente do Hummus (pasta de grão de bico) e do Babaganush (pasta de berinjela), além de aromatizar receitas de vegetais e frutas. O gergelim combina com peixes, carnes, massas, bolos, biscoitos e pães.

LOURO

É um dos temperos básicos. No Brasil, está mais presente no preparo de feijões, mas também é muito utilizado em carnes, cozidos, arroz, molhos, sopa, peixes e nas caldeiradas do Norte. Os portugueses o incluíram no vinha d’alho. Muito encontrado em receitas das cozinhas mediterrâneas, indiana e do Oriente Médio.

MACÍS

É invólucro carnoso que envolve a semente da noz-moscada. O sabor lembra a noz-moscada, mas é mais sutil e refinado. E custa bem mais caro. Confere um sabor especial a pudins, bolos, bebidas, suflês, molhos, sopas, peixes e embutidos.

MOSTARDA

As sementes podem ser claras ou escuras, com picâncias diferentes. Em pasta ou em pó, condimentam patês, charcutaria, molhos, maionese, assados e grelhados. Podem ser apenas as sementes ou pastas em que ganham a companhia de outros ingredientes como estragão, manjericão, gengibre, cúrcuma. Os italianos criaram a Mostarda de Cremona, com frutas em calda doce e vinho.

NOZ-MOSCADA

Tem sabor adocicado, amadeirado, levemente canforado e é muito aromática. Prefira a ralada na hora, usada com parcimônia, para perfumar molhos, queijos, fondues, omeletes, legumes, sopas, suflês, bolos, pudins, biscoitos, peixes e carnes. Estilo Zaffari

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Sabor PITADAS DE SABOR PÁPRICA

Resultado da maceração de uma variedade de pimentão doce, é popular para dar cor a diferentes pratos e muito utilizada nas cozinhas espanhola e húngara. Pode ser doce, meio-doce, picante e defumada. É ingrediente obrigatório do Goulash (prato húngaro de carne), mas está presente em sopas, frangos assados ou ensopados, receitas com carnes e peixes e batatas.

PIMENTAS

Um mundo de aromas, sabores, espécies e graus de ardência a descobrir. São picantes, agridoces e aromáticas. Os nomes podem depender da região em que são encontradas (dedo-de-moça, cumari, pimenta-de-cheiro, pimenta-biquinho). Podem temperar os mais diversos pratos. Algumas pessoas são altamente alérgicas a elas. Alguns povos são conhecidos por as utilizarem em grandes proporções e intensidades, como mexicanos, coreanos, africanos e tailandeses. Aqui, em nossas terras, os baianos.

PIMENTA-DA-JAMAICA

Especiaria muito versátil. Inteira, é utilizada em sopas, assados, molhos, marinadas, bebidas, conservas, frutas assadas, carnes de panela, ponches, peixes e frutos do mar. Moída, dá aroma e sabor a bolos, biscoitos, doces, coberturas, ovos, molho de massa, tortas de frutas.

PIMENTA-DO-REINO

A preta é colhida verde e seca ao sol. É a mais consumida, nos mais variados pratos. A branca tem sabor mais suave, é colhida madura, seca e descascada. A verde e tenra é colocada em conserva ou usada in natura e é extremamente forte. Seu uso mais conhecido é no Filé au Poivre. A versão mais sofisticada é a que reúne grãos da branca e da preta com pimenta-da-jamaica e pimenta-rosa (semente da aroeira).

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PIMENTA SÍRIA

Também conhecida como Ba-Har, tem sabor picante e é uma mistura de temperos muito utilizados nas cozinhas síria e libanesa. É ela que dá sabores característicos ao quibe e à esfiha. Também é muito usada para peixes assados e cozidos, no suco de tomate e nos molhos em geral. É composta de pimenta-da-jamaica, pimenta-do-reino, canela, cravo e noz-moscada.

SUMAGRE

Baga de uma planta selvagem que cresce por todo o Oriente Médio e muito utilizada nas cozinhas do Líbano, Síria, Turquia e Irã. Tem muita acidez. Os arábes costumam usar como tempero do Hummus (pasta de grão de bico) e de Kebabs (espetinhos de carne). Misturado com iogurte e ervas é usado como molho, e emulsionado com azeite, é servido com pão, peixes, saladas, vegetais, arroz, frangos e receitas à base de carne.

ZIMBRO

É ligeiramente picante, com sabor herbáceo, vegetal, e tem um aroma que lembra de longe a canela. Muito utilizado em bebidas (como Gim, Steinhaeger), patês, conservas, peixes, aves, defumados, molhos para carnes e é perfeito para temperar caça. Pode ser utilizado em lugar da pimenta-do-reino e da noz-moscada. Uma das melhores combinações é com carne de porco.


Maçã recheada com Nozes e Calda de Bergamota com Anis Estrelado 4 MAÇÃS 125 G DE MANTEIGA 125 G DE AÇÚCAR 2 OVOS 50 G DE FARINHA DE TRIGO 250 G DE NOZES PICADAS GROSSAS CALDA DE BERGAMOTA 500 ML DE SUCO DE BERGAMOTA 100 G DE AÇÚCAR 1 ANIS ESTRELADO MODO DE FAZER A MAÇÃ: Bata a manteiga e o açúcar. Adicione os ovos, um a um, e em seguida, as nozes e a farinha de trigo. Misture bem até que fique homogêneo. Retire os miolos das maçãs e recheie com o creme de nozes. Asse no forno, a 180 graus, por cerca de 25 min a 30 min. MODO DE FAZER A CALDA: Faça um caramelo com o açúcar. Adicione o suco e o anis e deixe reduzir até que fique uma calda encorpada. Resfrie. Sirva a maçã morna, acompanhada da calda de bergamota.

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Sabor

As nacionais CUMARU

Chamado de Fava Tonka da Amazônia ou baunilha brasileira. O aroma se assemelha ao da baunilha, mas em um misto com outros, como amêndoa amarga, caramelo, canela e cravo. Presente no preparo de doces à base de leite, como pudim e cremes. E também para aromatizar bolos, biscoitos, sorvetes, brigadeiros, macarons, além de pratos da cozinha indiana e africana.

DENDÊ

Tradicionalmente com forte presença na cozinha nordestina, principalmente na baiana. Transformado em azeite é base da moqueca baiana, mas também muito utilizado em refogado de frango e no preparo de peixe e camarão ensopado.

URUCUM

A semente cor de terra-vermelha é também chamada de açafrão da terra. Misturado com fubá se torna o colorau, dá cor aos alimentos, como na moqueca capixaba, em pratos à base de frango, peixe ou carne.

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Alguns combinados CURRY

Uma mistura de especiarias, cujas proporções variam de família para família, de feno-grego, cúrcuma, canela, pimenta malagueta desidratada, sementes de coentro, mostarda, pimenta-do-reino, gengibre e cravo. Tem origem na Índia e o nome, erroneamente, passou a designar todo prato indiano condimentado.

GARAM MASALA

Tempera pratos quentes, deixando-os bem condimentados, e une pimenta-do-reino, cardamomo, cravo, canela, macís, cominho, coentro e louro.

HARISSA

Condimento picante muito presente na culinária marroquina e tunisiana, composto de coentro, alho, azeite, pimenta malagueta, sal e cominho.

QUATRE EPICES

Muito utilizado para temperar embutidos árabes e franceses, combina pimenta-do-reino, cravo-da-índia, noz-moscada e gengibre.


Um pouco de História Acredita-se que foram os fenícios, que eram fãs do açafrão, que o levaram para a Espanha. Na tradição muçulmana, o alho teria nascido do pé esquerdo de Satã quando expulso do paraíso. Mulheres foram queimadas como bruxas, na Idade Média, acusadas de utilizarem o alho em poções protetoras. Quando os espanhóis conquistaram o México, os astecas já aromatizavam o xoco-late, com baunilha. Foram eles que criaram a técnica de curar as favas, deixando que fermentem e sequem. Sem esse processo, as favas não têm sabor. A canela é uma das principais especiarias monopolizadas pelos holandeses no século 17. Os beduínos usavam sementes de cardamomo quebradas para aromatizar o café. Os antigos gregos e romanos utilizavam o cominho como conservante. Durante a dinastia chinesa Han (206 a.C. e 220 a.C.), os membros da corte precisam manter cravos na boca ao se dirigirem ao Imperador. Na mitologia grega, o louro representa Daphne, a ninfa que foi transformada em árvore para escapar às perseguições amorosas de Apolo. O deus passou a usar uma coroa de folhas de louro em homenagem à amada. A mostarda é conhecida desde 400 anos antes de Cristo e muitas vezes citadas na Bíblia. No século 5, já existiam a pasta e molhos com a mostarda, que foram se sofisticando com o mosto da uva e ervas. Em 1390, Carlos VI regulamentou a fórmula para produção comercial, que passou a ser organizada, no século 17, em Dijon, quando a pasta picante guardada em potes de argila invadiu o mundo. Os mercadores árabes foram os responsáveis por levar a noz-moscada para o Mediterrâneo, nos primeiros séculos da era cristã. A pimenta-do-reino é uma das mais preciosas especiarias. Por ela, os homens cruzaram os mares, descobriram novas terras, travaram guerras. O sumagre foi utilizado pelos romanos antes de os limões terem chegado à Europa. Na Idade Média, o zimbro era queimado nas ruas, junto com o alecrim, como incenso para espantar maus espíritos, principalmente o fantasma das pestes.

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Vida C E L S O

G U T F R E I N D

O CULPADO NÃO É O MORDOMO Quando morei em Paris, um de meus empregos foi ser terapeuta em um hospital-dia, ligado ao Centro Alfred Binet, no décimo terceiro distrito. Trabalhávamos com adolescentes muito sofridos, alguns deles infratores. Acompanhavam-me na difícil tarefa Raphael Rojas, um colombiano forte, que tinha sido zagueiro na várzea de Bogotá, e Brigitte Demorest, uma bretona tão querida quanto braba. Tornei-me amigo dos dois. Ficava encafifado sobre o quanto respeitavam a autoridade do Raphael e da Brigitte, e não a minha. Nos momentos de maior agitação, quando ela aumentava o tom de voz, eles se encolhiam. E bastava um olhar do colombiano para que a gurizada recuperasse a calma. Quanto a mim, de pouco adiantava olhar ou aumentar a voz, que eles riam. Todos eram filhos de imigrantes, vindo do Mahgreb. Seguido, enquanto eu voltava, percorrendo a Avenida dos Gobellins até chegar em minha casa, perto do Jardim Botânico, ficava refletindo sobre a escassez da minha autoridade. Minhas hipóteses giravam em torno de uma falta de compleição física, como o colombiano, ou de brabeza, como a bretona. Um dia, levamos os meninos para uma partida, no Parc de Princes. Um grande evento para aqueles jovens excluídos socialmente, e também para nós. O PSG recebia o Marselha, mas o jogo não conseguia superar o sabor da pipoca, que estava incluída no nosso 42

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orçamento. Foi quando o Ahmed, um dos que mais riam de mim, pegou o pacote e, depois de amassá-lo muito bem, jogou-o três fileiras adiante, na direção de um careca. Felizmente, a pontaria não era boa, mas, infelizmente, havia fiscais (e câmeras) muito atentos e fomos levados a um Posto de Atendimento policial. Raphael só olhava para os meninos, Brigitte passava uma carraspana em todos nós, e eu não entendia muito bem o que estava acontecendo. Só me lembrava dos jogos em que levei sacos de xixi na cabeça, o que era bastante raro, pois eu sempre fui muito atento, pelo menos na geral. Nunca cheguei a atirá-los, embora não o evitasse com um ou outro amendoim. Entendendo ou não, aquilo era considerado muito grave pela polícia francesa e tivemos de assinar um termo de responsabilidade, deixando telefone e tudo. Caso o incidente “delituoso” se repetisse, poderíamos ser indiciados como irresponsáveis. No dia seguinte, quando Ahmed, Sanguê e Abdel estavam no limite do insuportável e riram novamente da minha intervenção, eu compreendi que o principal responsável pela ineficácia da minha autoridade era o Brasil. CELSO GUTFREIND É PSICANALISTA DE CRIANÇAS E ADULTOS E ESCRITOR



Lugar

Maldivas Azul perfeito, destino de sonho P O R

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LU C I A N E

G A R C I A


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Lugar

MAR EM TONS DE TURQUESA, BANGALÔS DEBRUÇADOS SOBRE AS ÁGUAS, CORAIS, EXTENSÕES DE AREIA BRANCA Aquela imagem dos bangalôs sobre as águas cristalinas habita a imaginação de férias ideais. As Maldivas têm mar em tons turquesa, habitações debruçadas sobre as águas, por onde passam raias e pequenos tubarões, e extensões de areia com corais coloridos. Mas quem disse que este é um destino somente para lua de mel? Não, não é. Aqui eu conto um pouquinho. Não estava nos meus planos começar o ano de 2021 viajando, por mais que fosse minha vontade. Até que em uma tarde de dezembro recebo uma ligação com um convite que nem parecia real: vamos para as Maldivas? Sem titubear, a resposta foi prontamente SIM (exatamente assim, com letras maiúsculas). Eu precisava ver que existia vida de viagem além da pandemia, e Maldivas é um dos poucos destinos abertos para nós.

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Lugar O JOALI É UM DOS MELHORES HOTÉIS DO ARQUIPÉLAGO. OS BANGALÔS TÊM UMA DECORAÇÃO CHIQUE SEM OSTENTAÇÃO

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O convite veio do hotel Joali, um dos três melhores do arquipélago, e da Qatar Airways, uma das mais renomadas companhias aéreas do mundo. As Maldivas têm sido o destino preferido dos brasileiros com vontade de ir para o exterior. A única exigência para entrar no país é o teste negativo de Covid-19, feito no máximo 96 horas antes da chegada. Aproveito para falar um pouco sobre viagem durante a pandemia: sim, me senti segura em absolutamente todos os momentos, desde aeroportos, voos e no hotel. Já pulando a parte em que voei na classe executiva da Qatar – eleita a melhor classe executiva do mundo por anos consecutivos, o que faz com que queiramos que o voo, em vez de quase 15 tenha umas 20 horas –, vamos ao que interessa. A descida do avião quando se está chegando em Malé, a capital do país, já é um momento daqueles de nos beliscarmos, de não acreditarmos que aqueles atóis que aparecem lá embaixo, de areias branquinhas, águas transparentes e completamente isolados do mundo sejam reais. O Joali fica em um dos atóis distantes, daquele em que se chega de hidroavião (existem hotéis mais próximos, onde o trajeto até eles é feito em lancha ou iates). Este foi um dos voos mais inesquecíveis da minha vida. Apesar do calor que faz no aviãozinho


(pequeno, no caso da ida era para 12 passageiros), o visual lá cima é de tirar o fôlego. Atóis e mais atóis, com todos os formatos e tamanhos. Grandes e pequenos, bem pequenos, muitos deles resorts, são deslumbrantes. A chegada no hotel, superexclusivo, é linda... uma recepção e tanto. Cada bangalô tem seu mordomo, que nos leva com as bagagens para o bangalô, e realmente cuida de cada hóspede durante a hospedagem inteira, seja preparando material de mergulho, mantendo o gelo sempre pronto para um drink, reservando restaurante e resolvendo tudo o que é tipo de solicitação. E o bangalô? Quase enfartei quando entrei. Não só pelo tamanho (todos os bangalôs são enormes) mas pela decoração de um gosto impecável, chique sem ter ostentação. Com uma cara sim de praia, mas com uma mistura de cores, de madeiras… lindo como poucos lugares em que me hospedei. Olhar para fora chegou a ser emocionante: uma piscina preta, linda, contrastando com o mais belo mar que já vi (na minha lista o lugar número um do ranking era o mar de Turks & Caicos no Caribe).

VISUAL QUE EMOCIONA: A BELA PISCINA PRETA DO BANGALÔ FAZ CONTRASTE COM O MAR AZUL-TURQUESA Estilo Zaffari

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Lugar

NÃO HÁ COMO ENJOAR DA PAISAGEM. O HOTEL OFERECE UMA INFINIDADE DE OPÇÕES DE LAZER, MAS FAZER NADA NESSE LUGAR LINDO É ESPECIAL...

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Passei quatro noites na ilha, mas passaria tranquilamente até umas duas semanas. Não há como enjoar da paisagem. O hotel, como tantos outros, oferece uma infinidade de opções do que fazer (mas fazer nada lá é especial): de mergulhos a academia, cursos de culinária, aulas de artes, esportes aquáticos… Só ficar sentada olhando aquele mar, ou nadando… bastou. Não tinha vontade de sair da água, de olhar e olhar. Jantares na praia, literalmente pé na areia, pés descalços… com as estrelas iluminando as noites… ponto alto na semana. Por sinal este é o clima do hotel. Nos locomovemos de bicicleta (cada bangalô tem as suas, sejam para os adultos como para qualquer tamanho de pequenos – um amor!) ou caminhando (dá para fazer uma bela caminhada tanto na ponte que liga os bangalôs como dando a volta na ilha, e o clima de todos é low profile, dia e noite: roupa de banho, shorts e chinelo. À noite, roupas confortáveis, vestidos leves e bermudas, nada de salto alto ou qualquer coisa parecida. Em duas noites jantei descalça.


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Lugar

A ATMOSFERA EM TODO O HOTEL É DESCONTRAÍDA, O DRESS CODE É TOTALMENTE PRAIANO E DESPOJADO

Vi lá famílias, muitas famílias com crianças pequenas (me chamou atenção a quantidade). Famílias multigerações também, com avós, pais e os pequenos. Vi também grupos de amigos e, sim, pessoas sozinhas, em busca de tranquilidade, de serenidade, de conexão consigo e com a natureza. Muitos dos hotéis estão muito bem preparados e incentivam as famílias a levarem as crianças. Vilas que chegam até a quatro quartos em alguns hotéis fazem com o destino seja perfeito para momentos únicos com aqueles que são importantes. Durante meus dias lá troquei de quarto, para ter a experiência completa: bangalô sobre a água e bangalô na praia. Não sei dizer de qual gostei mais. As duas experiências são maravilhosas e únicas. Enquanto em um eu estava com aquele visual incrível com a água logo ali embaixo, no outro adorei a privacidade do quarto, rodeado de muito verde. Gostei de acordar bem cedo para ver o sol nascer com a areia geladinha sob meus pés. Se, ou melhor, quando eu voltar – sim, voltarei com a família (afinal, estava sozinha, a trabalho!) –, gostaria de dividir a hospedagem entre água e areia. Acho que a questão de ficar em cima da água faz parte daquele sonho que temos quando pensamos em Maldivas ou Polinésia, mas ficar na areia… foi muito bom. 52

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Lugar

DESLIGAR, DESACELERAR, CONTEMPLAR, CURTIR. É PARA ISSO QUE SE VAI ÀS MALDIVAS. IR EMBORA É UMA TRISTEZA

Com mais ou menos luxo, grandes ou mais privativos, praticamente todos os hotéis das Maldivas têm o mesmo clima descontraído, 100% com cara de praia. Quando se chega a um hotel não há para onde ir… é olhar ao redor e ver somente aquela imensidão de mar. Em todos os hotéis o objetivo é descansar, desacelerar, curtir. Ir embora chega a dar uma dor no coração. Não dá para importar a família? Meu retorno foi em um hidroavião diferente (por mais que todos pertençam a uma única cia aérea), ele foi customizado pelo hotel. Bancos de couro, somente 8 passageiros, dava a mesma sensação de luxo e conforto que tive na hospedagem. Mais uma vez a paisagem de encher os olhos e derrubar algumas lágrimas, afinal este é um destino abençoado de se visitar, em que sentimos com os olhos que viajar é lindo, é especial. As Maldivas são daqueles destinos em que uma imagem vale muito mais que mil palavras. Aproveitem e apreciem as imagens que selecionei.

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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE MALDIVAS EM WWW.DIARIODEBORDO.TUR.BR OU COM LUCIANE GARCIA: LGARCIA@DIARIODEBORDO.TUR.BR Estilo Zaffari

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Sampa C R I S

B E R G E R

MONTE VERDE, MINAS GERAIS

VITAMINA D Este é o terceiro parágrafo inicial que eu escrevo. No primeiro fiz uma avaliação da pandemia e a promessa de cumprir um novo isolamento social. O segundo foi sobre fazer planos para quando o mundo voltar aos trilhos. E, neste, que espero ser o final, só tenho uma certeza: aposte na vitamina D e faça o seu melhor. 56

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Destino: Monte Verde, em Minas Gerais, cerca de duas horas da capital paulista. Faça o circuito que envolve curtir o ofurô ao ar livre e a sauna com vista para as araucárias da pousada ROHSLER. Nada menos do que revigorante! E termine o dia na banheira do seu quarto, que tem teto de vidro. Durante o dia vá saborear um dos pratos do tradicional e maravilhoso PAULO DAS TRUTAS. Escolha uma mesa no deck de madeira rodeado de verde, muito verde. Peça pela truta no papelote. E fique de olho, porque os esquilinhos costumam passear no parapeito para pegar amendoins. Fofos. À noite, tome uma cerveja encorpada na CONFRARIA PAULISTÂNIA (na carta tem várias ótimas!) e prove a truta defumada, que é simplesmente divina e especialidade do seu Manfred Ostemayer, pai do André que é o dono e chef da casa.


MAR À VISTA! Quando o desejo for de “água salgada” e fazer esporte à beiramar, vá correr na bela beira da praia de Pernambuco no Guarujá, que tem a areia durinha e reta, e depois dê um mergulho na piscina da MOA POUSADA, que é uma graça. A pousada tem jeitinho de casa de amigos, redes no jardim e até uma fogueira (pira) no pátio interno. Além de uma jacuzzi super-relaxante. Quem resiste? Quem gosta de hotel boutique e quarto com vista para o mar vai adorar mimar-se no DORAL GUARUJÁ localizado na praia da Enseada, também no Guarujá. Ele tem o tamanho certo: não é imenso e impessoal, mas grande o suficiente para oferecer um SPA, academia de ginástica e restaurante próprio. Tem uma piscina deliciosa rodeada de espreguiçadeiras e garçons perguntando no que podem lhe ajudar. Então, você pede um ceviche e gin tônica e sorri. Junte os amigos, coloque no GPS a praia de Maresias, no litoral norte de SP, e passe alguns dias no condomínio Village Maresias, na CASA IRRETOCÁVEL que a Lu aluga. Ela tem três quartos e possui uma varanda gourmet com churrasqueira, que é perfeita para almoços demorados e divertidos. A praia fica do outro lado da rua e é de tirar o fôlego.

OÁSIS EM SAMPA Na capital paulista, reserve um final de semana no TIVOLI MONFARREJ e curta a piscina superexclusiva com espreguiçadeiras e toalhinhas enroladas. Almoce ou jante no MUST, que fica ao lado da piscina, em um dos sofazinhos do jardim, que é puro charme. E durma naqueles lençóis com um milhão de fios egípcios, que parecem te abraçar. O hotel ganha nota 10 no atendimento atencioso e no conforto. Na verdade, ele merece nota máxima em tudo. À medida que fui escrevendo sobre essas viagens, senti uma saudade boa e vontade de reviver cada momento. Como é bom querer voltar e poder dividir essas experiências com vocês. Então, vitamina D para fortalecer a imunidade, fé no coração, cuidados básicos e vamos em frente! CRIS BERGER É JORNALISTA E ESCRITORA

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Bebida

Vinhos de sobremesa P O R

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B E T E

D U A R T E


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Bebida

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Se a sobremesa encerra a refeição com chave de ouro, quem sabe ir além do cafezinho como acompanhamento traga grandes surpresas. Harmonizada com um vinho especial a experiência pode ser ainda mais espetacular. Os brasileiros estão, aos poucos, aderindo ao hábito antigo na Europa e em muitos países pelo mundo: vinhos de sobremesa para brilhar com os doces no gran finale do jantar ou almoço. E não vale dizer que não gosta de vinhos doces. Servidos na temperatura certa, a sensação de doçura diminui. É preciso experimentar. Vinho de sobremesa faz toda a diferença quando bem harmonizado. O que faz muita gente renegar qualquer traço de doçura é uma aversão herdada do passado, quando o país foi invadido por vinhos alemães de baixa qualidade. Aqui, o produto é outro. É preciso lembrar que vinhos de sobremesa são doces naturalmente e que apresentam o alto grau de doçura sem que tenham sofrido a adição de açúcar, como acontece com os chamados vinhos suaves. O açúcar existente neles vem da própria uva. São, muitas vezes, não apenas a melhor opção para acompanhar sobremesas, mas eles mesmos a sobremesa. E mais: podem acompanhar perfeitamente também pratos com alto teor de sal, harmonização difícil de ser bem-sucedida. O sommelier e professor de enogastronomia da Unisinos e da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul, Mauricio Rollof, destaca que servir a sobremesa com um desses vinhos certamente deixará boas lembranças aos convidados. Quem deseja se aventurar na descoberta das harmonizações precisa considerar que pratos doces deixam qualquer vinho mais adstringente, mais amargo, mais ácido, menos frutado e menos doce. Para quem está dando os primeiros passos no mundo desses vinhos, Rollof recomenda os espumantes Moscatel. “São vinhos de entrada, doces, leves, frescos, descomplicados e acessíveis de preço. Quem sabe um Moscatel bem gelado com uma taça de morango com chantilly, harmonização clássica? Afinal, o morango é o par perfeito para o Moscatel.” Conhecer um pouco sobre as diferenças entre os vinhos de sobremesa pode ser de grande valia na hora de escolher o que, quando e com que servir.

DICAS Os vinhos de sobremesa devem ser servidos sempre gelados. Ficam menos enjoativos. O ideal é entre 6 e 8 graus. O vinho deve sempre ter doçura igual ou superior à da sobremesa. É preciso levar em conta o corpo da bebida e a consistência da sobremesa, que devem ser proporcionais. Sobremesas mais leves pedem vinhos mais sutis. Enquanto as mais robustas, com maior teor de açúcares e gorduras, combinam melhor com rótulos de igual intensidade.

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Bebida Os tipos de vinho de sobremesa ESPUMANTE MOSCATEL

Ainda existe quem tenha resistência a incluir espumante Moscatel no menu de um jantar ou almoço, exatamente pelo grau de doçura da bebida. Deixar o preconceito de lado pode levar a experiências muito saborosas, principalmente porque o caráter doce da sobremesa vai reduzir a sensação de doçura do Moscatel e a acidez do espumante vai completar o prazer da harmonização. Os espumantes brasileiros são o que de melhor é produzido por aqui, com reconhecimento internacional. Fica aqui o desafio: sirva uma taça de espumante Moscatel bem gelado acompanhando a sobremesa.

COLHEITA TARDIA

As uvas são deixadas na videira e colhidas após o tempo de maturação normal, perdendo água e concentrando açúcar. Em alguns casos perdem acidez e tendem a apresentar alto teor alcoólico. São os chamados Late Harvest. Por serem mais encorpados e ácidos, harmonizam com sobremesas mais gordurosas que levam frutas e creme de leite, leite de coco ou leite condensado.

PASSITOS

As uvas são colhidas na maturação normal e são submetidas à desidratação em esteiras à sombra, ventiladas. Como as uvas se transformam em passas, fora da videira, mantêm acidez alta. Nessa categoria, estão os italianos Vin Santo e Amarone. Uma harmonização clássica é cantucci ou biscotti de amêndoas mergulhados no Vin Santo.

BOTRITIZADOS

Enquanto viticultores de todo o mundo temem que fungos ataquem suas plantações, na Hungria e em alguns outros países, os produtores rezam para que um fungo específico, o Botrytes cinérea, se instale e fure a película da uva, fazendo com que a água existente na fruta evapore e na-

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turalmente concentre açúcar e acidez, o efeito chamado podridão nobre. Nessa categoria, estão os vinhos de sobremesa mais famosos e mais caros: França (Sauternes) e Hungria (Tokaji Aszú). Os dois são chamados de vinhos de meditação, porque são de tamanha qualidade que devem ser eles mesmos a sobremesa. O rei Luiz XIV classificou o Tokaji como “o vinho dos reis e o rei dos vinhos”.

ICE WINE

É elaborado com uvas congeladas pela neve e só é produzido em regiões bastante frias e que apresentam características específicas propícias para o congelamento antes que as uvas apodreçam na videira. Desta forma, os açúcares da uva não congelam, somente a água, o que mantém os aromas da fruta, alto teor de doçura e acidez elevada. De forma natural, esses vinhos só podem ser feitos em alguns lugares do mundo, como Alemanha, Canadá e Estados Unidos. Mas existe Ice Wine com congelamento artificial das uvas.

FORTIFICADOS

Têm o início do processo semelhante ao do vinho seco, mas antes que os açúcares acabem, durante a fermentação, é adicionado álcool vínico, impedindo que as leveduras consumam completamente os açúcares. Nessa categoria estão vinhos de: Portugal (Vinho do Porto, Madeira, Moscatel de Setúbal), França (Banyuls), Itália (Marsala), Espanha (Jerez PX, Jerez Oloroso e Jerez Pale Cream), Estados Unidos (Zinfandel). Os vinhos do Porto são os mais conhecidos nessa categoria. Costumavam ser servidos como aperitivo ou digestivo, sem, no entanto, fazerem parte de harmonizações com sobremesas ou mesmo pratos salgados. Podem ser secos ou doces, jovens ou envelhecidos. Para começar a desbravar o mundo dos Porto, vale começar pelos Tawny (mais aromas de caramelo) ou Ruby (frutas compotadas, figo).


DOÇURA NO PONTO: UM VINHO DE SOBREMESA FAZ TODA A DIFERENÇA QUANDO BEM HARMONIZADO

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Bebida Harmonização Um fator que pode assustar um pouco é o preço dos vinhos de sobremesa, mas existem produtos bons com preços acessíveis. É claro que um Sauterne ou um Tokaji estão numa categoria mais alta e mais cara. Valem, no entanto, todo o investimento. É preciso levar em conta também que vinhos de sobremesa são para serem compartilhados. Algumas sugestões que podem auxiliar na hora de harmonizar:

ESPUMANTE MOSCATEL Bolo de casamento Tortas de frutas cítricas (limão, morango, maracujá) Sobremesas com pêssego ou damasco Rabanada Frozen yogurt Sorvete de chocolate Chocolate branco Sobremesas à base de chocolate branco Arroz doce Pera em calda Branquinho Mousse de morango Pavlova com frutas Pudim de leite

LATE HARVEST (COLHEITA TARDIA) Torta de limão Cheesecake Pudim de tapioca Pudim Tarte tartin Torrone Flan Macaron Arroz de leite Creme Brûlée Sobremesas com oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) Churros

ICE WINE Sobremesas à base de frutas Sorvetes de frutas Abacaxi grelhado com mel Sorvete de chocolate

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PORTO TAWNY Quindim Torta de amêndoas Creme brûlée Pastel de nata Rabanada Cookie com gotas de chocolate Fios de ovos Doces árabes Arroz doce Sobremesas oleaginosas (castanha, amêndoa, nozes)

PORTO RUBY Bolo Floresta Negra Cheesecake Torta de cerejas Petit gâteau Sobremesa à base de chocolate ao leite Bombom de cereja Fondue de chocolate


BANYULS Chocolate amargo e meio-amargo Bolo Floresta Negra

MOSCATEL DE SETÚBAL Doce de leite Pudim Doces à base de leite Flan Arroz doce

MARSALA DOCE Torta de chocolate com caramelo salgado Tiramisu Canolli Strudel

MADEIRA Torta chocolate com caramelo salgado Fios de ovos Quindim Pastel de nata Brownie de Chocolate branco e amêndoas

VIN SANTO Macarons Cantucci

JEREZ PALE CREAM

JEREZ CREAM Pudim Mousse de chocolate Mousse de doce de leite

JEREZ PX É tão doce que pode ser a sobremesa Sonho Churros Doce de leite Sorvete Pode ser servido sobre o sorvete, como se fosse a calda

Torta de limão Salada de fruta Sorbet de morango Picolé de fruta Quindim

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Viagem

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O MAIS ENCANTADOR DESTINO DE PRAIA DO BRASIL, QUE COMBINA CHARME COM SIMPLICIDADE P O R

B E TO

C O N T E

F OTO S

B E TO

C O N T E

E

C R I S

L E A L

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Viagem

TRANCOSO FOI “DESCOBERTA” NOS ANOS 80. O ACESSO DIFÍCIL MANTINHA ESSE PARAÍSO AO ALCANCE SOMENTE DOS “INICIADOS” 68

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A primeira vez que ouvi falar em Trancoso foi há 4 décadas, quando fazia a trilha inca no Peru. Uma paulista me falou desse paraíso na costa sul da Bahia, então ainda não desvendado, enquanto subíamos os Andes à caminho de Machu Picchu. O local a teria fascinado tanto que Cléia, a professora de História, planejava abandonar tudo em São Paulo e se mudar para lá. No meu imaginário, ficou o registro de Trancoso como um desses lugares mágicos para se conhecer. Muitos anos depois, um outro amigo me convidou para conhecer a pousada dele em Trancoso. Fui conferir e, no meu último dia por lá, caminhava pela praia dos coqueiros


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Viagem

quando vi um rosto familiar. Era a Cléia. Ela se mudou para Trancoso em 1981, abriu uma pousadinha, que depois ampliou para cinco casas no meio da mata Atlântica. Só saia de Trancoso para se perder na África ou se encontrar na Ásia. O vilarejo fundado pelos jesuítas há mais de 450 anos foi descoberto por uma tribo de descolados, como a Cléia, nos anos 1980, quando o difícil acesso reservava eswe paraíso remoto somente aos iniciados. Mas o segredo foi se espalhando e Trancoso acabou se tornando o destino-desejo de visitantes que buscavam a autêntica costa baiana de antigamente. Logo vários famosos construíram lá suas casas de praia, como Gal Costa e a família Marinho, hoje convertidas em pousadas boutiques integradas à natureza. O LUXO DA SIMPLICIDADE O coração do povoado, no alto da falésia, preserva ares do passado, com sua igrejinha branca e casinhas simples da época colonial, sombreadas por castanheiras e floridos flamboyants, em torno de um gramado que compõe o cênico “Quadrado”. 70

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O QUADRADO É O CORAÇÃO DO VILAREJO DE TRANCOSO, É ONDE TUDO ACONTECE. LÁ ESTÃO AS CASINHAS SIMPLES DA ÉPOCA COLONIAL, HOJE CONVERTIDAS EM RESTAURANTES, LOJINHAS CHARMOSAS E POUSADAS

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Viagem

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O casario foi convertido em lojas bacanas, pousadas e restaurantes de charme, em cores tropicais e pastel, onde a rusticidade e o despojamento conferem o “luxo da simplicidade”, tão característico de Trancoso. Recomendo os restaurantes Capim Santo, Silvana & Cia e El Gordo, todos no Quadrado, fechando com a Sorveteria do Beco. Este tradicional enclave hippie-chic está aos poucos abandonando seu lado hippie para assumir mais o lado chic, como me contou Patricia, uma inglesa de pés descalços que vive há 40 anos no Quadrado. Já a minha amiga Cléia intercala Trancoso com a Chapada Diamantina, onde reencontrou a tranquilidade e a autenticidade que a levaram ao vilarejo baiano. Depois da minha estreia, voltei muitas vezes a Trancoso e, como visitante ocasional, continuo encantado com esse lugar: pequeno, mas cosmopolita, rústico e sofisticado. Além dos excelentes restaurantes, o povoado abriga o teatro L’Occitane, onde acontece o consagrado festival de Música em Trancoso, com repertório de nível internacional, sempre entre o carnaval e a Páscoa, movimentando a região.

A NATUREZA EXUBERANTE ESTÁ POR TODOS OS LADOS. TRANCOSO É UM MISTO DE RUSTICIDADE E SOFISTICAÇÃO. HÁ MUITA BELEZA E ALMA NO ARTESANATO LOCAL

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Viagem

Mais informações sobre Trancoso e reservas em suas pousadasde charme com Beto Conte em www.triptravel.com.br ou pelo (51) 99314.0587 74

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PRIMEIRA VIAGEM DO ANO Escolhi Trancoso como meu primeiro destino de viagem de 2021 para começar bem o ano, envolto na energia de Iemanjá, divindade celebrada no dia 2 de fevereiro. Já que ainda estamos em período de pandemia, decidimos ficar na pousada Villas de Trancoso, à beira da praia dos Nativos. Com apenas dez vilas, a pousada naturalmente nos garantiu o isolamento recomendável. Além de sofisticação, conforto e bom atendimento. Minha filha Elena adorou andar a cavalo nas areias entre os manguezais e o oceano, flutuar nas águas do rio da Barra e acompanhar a variação das marés – que mudava ao longo do dia a extensão de praia e o nível da agitação das águas, da tranquilidade de uma lagoa às grandes e perfeitas ondas. Aproveitei para correr na areia, nadar no mar, jogar frescobol na maré baixa e ler na rede à sombra de uma palmeira. Tudo isso combinado com um gin com tangerina e gengibre ao pôr do sol, e frutos do mar para o jantar sob lua cheia. Férias perfeitas! Recomendo muito.


ANDAR A CAVALO NAS AREIAS ENTRE OS MANGUEZAIS E O OCEANO É UM PROGRAMA ÓTIMO, ASSIM COMO ACOMPANHAR A VARIAÇÃO DAS MARÉS, NADAR, LER À SOMBRA DE UM COQUEIRO

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Equilíbrio C H E R R I N E

C A R D O S O

O QUE FICA DEPOIS QUE A TEMPESTADE PASSAR? Completamos um ano de Covid no mundo. Muitos acharam que seria algo passageiro, que em poucos meses teríamos resolvido o inimigo invisível e a vida voltaria “ao normal”. Acontece que ninguém contava com algo maior que o coronavírus, que é a falta de consciência e empatia que assola a espécie humana. Somos muitos e somos um. Paradoxal ou não, é assim. Talvez você ainda não se dê conta, talvez ainda não tenha caído a ficha, talvez ainda falte perceber a fundo a que você veio para este mundo. Porém, o que um sente, direta ou indiretamente, o outro sente também. Estamos todos interligados energeticamente. Por isso sofremos quando lidamos com alguma injustiça ou vemos alguém passando por situações injustas. Por isso dói quando presenciamos alguém se machucando. Compadecemos dessa dor, porque de certa forma dói em nós também. Não à toa há tantas pessoas com medo, inseguras, sem força, sem energia, sem vida. O planeta está experienciando exatamente isso, como não sentir? Entretanto, sabendo disso, nós também temos o poder de escolher. 76

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Este poder foi dado a cada um de nós e somente através dele podemos de forma efetiva fazer alguma mudança, em nós e no mundo mais próximo de nós. E então, o que você acha que mudou efetivamente na sua maneira de agir diante do que estamos vivendo? Você encontrou alternativas para lidar com sua profissão? Você se vestiu de sentimentos como paciência, tolerância, empatia ou está agressivo, tratando mal as pessoas com quem convive ou ignorando regras e pensando apenas em você? Lidar com a morte é algo inevitável, a maneira como reagimos a isso é que muda a maneira de encarar esta passagem. Muitos já morreram. Muitas famílias já foram devastadas ao longo deste ano. O peso energético que assola o nosso redor é grande. Se não bastasse a própria morte para lidar, ainda estamos tendo que lidar com as incertezas dentro da nossa economia. Muitos passando necessidade. Pessoas precisando recorrer às ruas por não ter outra opção. Tudo isso é realmente muito, muito triste. Mas será que entendemos o propósito real do que está acontecendo? Não posso afirmar como uma


verdade absoluta, mas dentro do pouco entendimento que acredito ter, vejo que estamos tendo grandes chances de evoluir, de melhorarmos como espécie, de acolhermos a experiência como um verdadeiro aprendizado para nossas almas. O que cada um está fazendo com esta oportunidade é uma chance única. Encontrar o equilíbrio dentro da calmaria é fácil, assim como meditar no topo de uma montanha também. Somente aqueles que conseguirem encontrar sua estabilidade emocional e mental diante do caos é que terão mais recursos e ferramentas para se desenvolver, para se tornarem melhores. Talvez esta seja a maior lição a tirar de tudo isso: como posso melhorar a mim

mesmo! Porque se não houver outra vida, amigo, que pelo menos nesta você (eu e todo mundo) tenha feito a diferença. Não sabemos quanto tempo isso ainda vai demorar. Talvez muito mais do que todos tenham condições de compreender e aceitar, mas como não depende de nós somente, faça hoje por você e por alguém escolhas mais assertivas. Cuide de si, cuide dos seus, peça ajuda quando necessário, não tenha vergonha. Respeite as regras, elas podem te salvar e salvar vidas ao seu redor. Comece por aí, já estará fazendo muito!

QUEM CONSEGUIR ENCONTRAR ESTABILIDADE EMOCIONAL E MENTAL DIANTE DO CAOS TERÁ MAIS RECURSOS PARA SE DESENVOLVER

CHERRINE CARDOSO É ESCRITORA

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mulheres que amamos

MULHERES QUE INSPIRAM. AQUI NESTAS PÁGINAS TEMOS DUAS: MARILENE BITTENCOURT E LELEI TEIXEIRA. UMA APAIXONADA PELA ARTE E PELO DESIGN BRASILEIRO, OUTRA AMANTE DAS PALAVRAS E DA COMUNICAÇÃO. MARAVILHOSAS MULHERES AS DUAS, INQUIETAS, ATIVAS, CRIATIVAS, LUTADORAS. PROFUNDAMENTE INSPIRADORAS. MULHERES QUE NÓS AMAMOS.

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MARILENE BITTENCOURT Quando coloquei os pés pela primeira vez na galeria de arte que Marilene Bittencourt criou em sua casa, em Porto Alegre, mal sabia que entraria no mundo de alguém que ajudou a mudar a história do mobiliário brasileiro, além de incentivar, por toda a sua vida, a cultura e a arte. Marilene é a mais nova de 11 irmãos e nasceu em Alecrim, onde os pais viviam do cultivo da terra. Ela estudou Belas Artes em Santa Maria e casou muito jovem, mudando-se com o marido, Carlos, para Santo Ângelo, cidade onde sua trajetória de empreendedorismo começou. Morando a 400 km da capital, aos 21 anos fundou a Habitart. A ideia era oferecer opções culturais à cidade, levando peças de teatro e exposições de arte, sendo ela a responsável pela curadoria. Enquanto se dividia entre administrar a sua empresa, cuidar dos filhos Eduardo e Leonardo e encarar as idas e vindas a Porto Alegre, onde estudou Decoração de Interiores, ela encontrou tempo para produzir uma feira chamada Decorart, que contou com expositores e palestrantes. Passou oito anos na estrada, entre interior e capital, criando projetos de decoração, fazendo representação de empresas e vendendo arte. Decidiu alçar voos mais altos e mudou-se para Porto Alegre na mesma época em que se divorciou e começou a atuar como diretora de marketing da fábrica de móveis Schuster. Apaixonada pelo design brasileiro e por mobiliário autoral, começou uma parceria com Humberto e Fernando Campana. Ela participou do desenvolvimento da cadeira Favela, que deu aos Irmãos Campana o prêmio no prestigiado Salão Internacional do Móvel de Milão. Esse projeto lançou holofotes sobre os móveis brasileiros, aumentando a exportação da Schuster e levando outras empresas do ramo a investir em obras criativas. Seu nome virou referência nessa indústria e ela seguiu atuando na criação de produtos originais e com DNA nacional. O sucesso foi tanto que, em

2003, Marilene concedeu entrevista para Tony Smith, jornalista do The New York Times, para uma matéria sobre o mobiliário brasileiro. Em 2005, reativou a Habitart, e inicialmente em parceria com a Schuster e depois, de forma independente, continuou distribuindo móveis para todo o país e desenvolvendo peças junto a importantes nomes, como Zanini de Zanine, Heloísa Crocco e Beto Salvi. Nessa época ela já estava casada com o jornalista Walmor Bergesch, um dos pioneiros da TV no Rio Grande do Sul, e que entre os muitos feitos criou o Canal Rural e a TV COM. Marilene o conheceu no final dos anos 1990 através de uma amiga em comum. Juntos de sfrutaram de paixões compartilhadas, como a arte, música e natureza. Viajaram pelo mundo, foram parceiros, cúmplices e companheiros. Até que, em 2010, Walmor foi diagnosticado com um tipo raro de câncer e faleceu um ano depois. A perda do grande amor de sua vida foi um divisor de águas. Marilene decidiu passar um período sabático em Lisboa, onde estudou fotografia e com o fotojornalista português Fernando Ricardo criou o projeto Retratos, realizado em 2015 no estado do Tocantins, junto a tribos indígenas. Também fotografou no México e, circulando por este meio cultural, tornou-se amiga de Sebastião Salgado. Retornou a Porto Alegre em 2018, pois além da forte saudade que sentia dos filhos e do labrador Aquiles, sentiu necessidade de voltar às origens. A Habitart virou então uma home gallery, um espaço intimista e um verdadeiro templo da arte criado na casa de Marilene. Lá ela recebe as pessoas com hora marcada e os visitantes são apresentados a obras assinadas por artistas renomados e novos talentos. Ela, que carrega no sangue seu amor pela cultura e trabalha com brilho nos olhos, realiza-se atuando ao lado de mentes criativas, ressignificando sua vida com e através da arte. POR ANA GUERRA, JORNALISTA

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LELEI TEIXEIRA A jornalista Lelei Teixeira colocou os pés em 2021 celebrando uma grande conquista: seu livro de estreia teve a primeira edição esgotada em menos de um mês. Ela se diz surpresa com a repercussão da obra, lançada pela Pubblicato Editora, e explica que o título “E fomos ser gauche na vida” surgiu de uma conversa com o editor Vitor Mesquita. Inspirados em um poema de Carlos Drummond de Andrade, eles escolheram a palavra “gauche”, referindo-se a quem está deslocado, à margem da sociedade, para ilustrar como é a vida de uma pessoa com deficiência. De forma leve e bem-humorada, mas também reflexiva, Lelei construiu com delicadeza e sensibilidade um texto que seria escrito a quatro mãos. Ela e a irmã Marlene, que morreu em abril de 2015, durante anos planejaram escrever sobre a vida com nanismo. O livro, que em sua concepção original teria um enfoque mais técnico e histórico, tornou-se uma obra intimista e pessoal, uma biografia que conta a história das irmãs e como elas superaram preconceitos e lutaram por acessibilidade e inclusão. Tudo começou em Jaquirana, que à época era distrito de São Francisco de Paula, no interior gaúcho. Quando Marlene nasceu, os familiares achavam que era um pouco menor que as outras crianças, e conforme ela crescia, notaram que seus braços e pernas eram mais curtos. Lelei nasceu um ano depois da irmã e com as mesmas características físicas. Quando concluíram que havia algo de diferente no desenvolvimento da dupla, os pais Coralia e Nestor as levaram em vários médicos, até que um deles, em Porto Alegre, deu o diagnóstico: “Elas não têm nada grave, e sim nanismo”. A forma tranquila como o médico deu a notícia ajudou os pais a encarem a situação com leveza. As meninas viveram uma infância sem limitações, sendo estimuladas a fazer tudo que os irmãos Mariza e Rui faziam e a conquistar total autonomia e independência. Conforme os anos passaram, viram que eram alvo de olhares e comentários de estranhos. Aos 6 anos de idade, Lelei ouviu

alguém gritar “Olha uma anãzinha” quando estava entrando na escola. Imediatamente voltou para casa chorando. Uma de suas tias, furiosa com o ocorrido, a levou de volta. O diretor do colégio a pegou pela mão e, de sala em sala, a apresentou aos alunos, pedindo que a tratassem com respeito e empatia. Os anos passaram e os olhares e risadinhas de curiosos, além de comentários inadequados e grosseiros, ocorriam de quando em vez. Mas isso nunca derrubou Lelei. Levantou a cabeça e seguiu sua vida, sempre rodeada pela família, muitos amigos, viajando pelo Brasil e pelo mundo e construindo uma linda e bem-sucedida carreira no jornalismo. Seu primeiro emprego foi no jornal Zero Hora, passando também pela TV Guaíba, Rádio Pampa, Correio do Povo e TVE, todos importantes veículos de comunicação gaúchos. Em cada um deles desenvolveu aptidões diferentes, atuando como redatora, produtora e gestora. Depois fundou uma importante agência de comunicação, a Pauta, onde por mais de duas décadas atendeu grandes clientes como o Festival de Cinema de Gramado, Massey Ferguson e Moinhos Shopping. Hoje se dedica a uma rotina diferente, escrevendo e revisando textos e livros. O fato mais duro de sua jornada foi encarar a morte da irmã após uma longa luta contra o câncer. A perda da melhor amiga e grande parceira de vida a tirou do prumo. Para enfrentar o luto, encontrou na escrita uma forma de lidar com a dor. Criou um blog chamado “Isso não é comum”, que acabou sendo o embrião para o livro, que nasceu em dezembro de 2020 como homenagem à Marlene. Durante décadas, elas sempre se apoiaram, inclusive dando sugestões e palpites uma no trabalho da outra. Todos os aprendizados desse amor fraternal guiaram Lelei no processo de criação do livro, cujo texto nasceu ao colocar em prática um pedido que a irmã, que foi professora, acadêmica e uma estudiosa da palavra, costumava lhe fazer: “Coloca teu olho de jornalista no que estou escrevendo”. POR ANA GUERRA, JORNALISTA

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Palavra LU Í S

AU G U S TO

F I S C H E R

ÁGUA A fumaça do nosso triste presente embaralha a vista. A gente nem consegue saber se o que obscurece a paisagem é a fumaça mesmo ou uma lágrima nossa. Tá difícil de manter a sanidade neste caos – e os mortos seguem aumentando em número. Ninguém sabe onde vai parar. Daí que as lembranças sejam tão valiosas. Os projetos de futuro também – porque a pandemia e a loucura de nosso país vão passar, para os que sobreviverem: aí vamos secar as lágrimas e nos abraçar como gente. Agora vou me apegar à memória, este beco obscuro em que podem despontar figuras lindas. Ocorre que eu reouvi com muita atenção o disco “Bebeto Alves”, de 1981. Logo me dei conta de que já se passaram quatro décadas. Quatro. E eu já era gente! Tanto era que comprei o LP e o ouvi incontáveis vezes. Nas novas audições – o disco não está nas plataformas de streaming, por motivos corporativos da antiga gravadora, mas se pode encontrar no youtube sem maior drama – tive muitas alegrias. Aquilo era a cara de um tempo, mas também é o nosso presente. Bebeto Alves é um imprescindível artista inquieto, que até hoje segue se propondo novos e novos desafios, agora não mais apenas no campo da música. As canções seguem fazendo sentido para muito além do que dizem imediatamente. São milongas, chamamés, uma vidala, uma valsinha, uma chacarera e uma rancheira, enfim, um desfile de gêneros musicais sulinos, que o Bebeto encontrou um jeito de gravar numa das grandes empresas do ramo, naquele tempo. Os arranjos são no geral muito felizes; ressoa por todo o disco um diálogo entre o passado, representado nas canções de inspiração regional, e o futuro, que se ouve no acompanhamento feito por músicos roqueiros, da banda Bixo da Seda. 82

Estilo Zaffari

Falemos de “Água”, a chacareira, de Cao Trein, um sujeito que faleceu jovem ainda e não teve tempo de mostrar tudo que certamente teria para compor.

Debaixo deste poente passa n’água clareando a balsa Pra quem fica, turbulência pra quem vai na asa dela É bala, é bela Essa primeira estrofe já me comove. A paisagem é interna, do Brasil fora do litoral: se trata de um rio no qual se move uma balsa. Rio volumoso, grande, largo, como o rio que banha Uruguaiana, a terra natal do Bebeto e acho que do Cao também. Quem fica na margem, vê antes a turbulência da água; mas para quem vai na asa da balsa, puxa vida, é só beleza, com a velocidade de uma bala. E por aí o ouvinte já entrou numa dimensão diferente: água, balsa, asa, bala, bela. (Repita em voz alta.) Estamos enredados num jogo sonoro que multiplica os sentidos. A canção vai adiante, e eu queria registrar apenas mais uma imagem: o balseiro navega por uma “cicatriz do pampa”. Agora, a gente foi elevado, como num zoom do Google Earth, para ver o rio lá de cima, como um risco, na grande planície do pampa. Por uns momentos, nos livramos do presente insuportável, e mergulhamos numa história que não é nossa mas é nossa sim: a história de gente, um barqueiro, o leitor destas linhas, todo mundo.

LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR




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