Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, setembro de 2009 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO ***Ano 10 - Nº 112 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
Fruit & Log foca a sustentabilidade e alavanca novos negócios Entre as atrações da feira, brincadeiras e esculturas feitas com frutas
Com uma ampla variedade de atrações, seminários, palestras e novidades aos profissionais do setor, feira realizada em São Paulo deu largada a futuras negociações e atingiu todos os objetivos traçados.
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Em defesa do alimento vivo
Flores da primavera na Ceagesp
Gérbera, violeta, orquídea e girassol e outras 30 espécies comercializadas pela Ceagesp são mais propícias durante a primavera, que vai de 23 de setembro a 21 de dezembro. Nesse período, os permissionários da estatal chegam a vender 10% mais flores, comparado com os meses sem datas comemorativas especiais, como Dia das Mães e Dia dos Namorados. Segundo a companhia, com a distribuição do produto para todo o Brasil e para os países do Mercosul, o faturamento atinge R$ 20 milhões por mês. São quatro mil toneladas de flores de corte e de vaso que passam pela empresa, mensalmente.
Foto premiada do ETSP
Médico vaticina o fim da “ditadura do agrotóxico” e lembra que a prevenção está na Ceagesp. “Todas as folhas vendidas nesse entreposto são riquíssimas em ácido fólico e de altíssimo valor biológico”, afirma. Ao caminhar recentemente pelos corredores do varejão do MLP (Mercado Livre do Produtor) com a reportagem do Jornal Entreposto, o pesquisador salientou que lugar de médico também é na Ceagesp e “no meio povo, ensinando e conscientizando”.
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Abracen defende lei nacional para as Ceasas Em entrevista ao JE, o novo presidente da entidade que representa as centrais de abastecimento do país ressaltou a necessidade de uma legislação específica para os entrepostos atacadistas do país.
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Queima do Alho reúne ‘tropeiros’ de todo o estado no ETSP LILIAN UYEMA
A foto que mostra um carregador em meio a melancias no Entreposto da Capital foi uma das 13 escolhidas pela WUWM (União Mundial de Mercados Atacadistas) para ilustrar o calendário de 2010 da entidade. A foto, feita pela fotógrafa da Ceagesp, Lilian Uyema, em agosto passado,
concorreu com cerca de 200 outras imagens de 19 países que participaram do Concurso de Fotos da WUWM. Com isso, a Ceagesp terá a sua imagem exposta em diversos locais do mundo, já que o calendário é distribuído a todos os membros da WUWM. Segundo a WUWM, as fotos vencedoras
foram selecionadas segundo critérios como qualidade, interesse, localização e tipo do mercado. O lançamento oficial e a distribuição do calendário acontece no próximo dia 25 de setembro, durante a cerimônia de encerramento da Conferência da WUWM, em Paris, França.
O festival gastronômico caipira realizado em prol da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma atraiu milhares de convidados ao Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp. A expectativa, agora, é a nova festa da entidade que promove a inserção social de crianças e jovens: o Dia das Crianças, comemoração que acontecerá dia 10 de outubro. Págs. A7, B3 e B8
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Prazo para emissão de NF-e é adiado Notícia foi bem recebida pelos atacadistas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo.
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Campanha estimula consumo de peixes Os benefícios à saúde proporcionados pela ingestão de pescados foram ressaltados durante a Semana do Peixe 2009, promovida de 1º a 15 de setembro em todo o Brasil.
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NEGÓCIOS
EDITORIAL
Fruit & Log supera expectativas Primeira edição do evento reúne mais de 90 expositores e coloca a sustentabilidade no centro dos debates da fruticultura nacional PAULO FERNANDO COSTA
Os 43 milhões de toneladas de frutas produzidas anualmente fazem do Brasil o terceiro produtor mundial desses alimentos, ficando apenas atrás da China e da Índia. O país também produz 60% do suco de laranja exportado e é, portanto, um importante player global do setor, empregando mais de cinco milhões de pessoas. Diante do cenário econômico mundial cada vez mais competitivo e otimista quanto à proximidade do fim da crise financeira que abalou os mercados, a maioria absoluta dos cerca de 90 expositores Fruit & Log (Feira Internacional de Frutas e Derivados, Tecnologia, Processamento e Logística), saiu satisfeita do evento até então inédito no país, promovido de 8 a 10 de setembro na capital paulista. Organizado pela Francal Feiras e pelo Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas), o primeiro encontro superou as expectativas de expositores e organizadores, promovendo novos negócios e aproximando fornecedores e compradores do Brasil e do exterior. No espaço coletivo cedido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 35 cooperativas, associações e companhias de micro e pequeno porte demonstraram todo o potencial dos seus produtos, a fim de promover a comercialização nos mercados interno e externo de frutas in natura como banana, abacaxi, limão, caju, uva, manga, pinha, caqui, pêssego e muitas outras, além de polpas, doces e geléias de frutas de clima tropical e temperado. Segundo a coordenadora nacional de fruticultura da entidade, Léa Lagares, essas empresas, mesmo sendo de pequeno porte, estão preparadas para atender demandas de ambos mercados. “Os projetos que apoiamos são construídos de forma participativa, agregando produtores, empresários e parceiros, nos quais as ações são definidas de acordo com os objetivos
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a serem alcançados pelos diversos grupos envolvidos”, detalha Léa. “É uma relação de duas vias, na qual o comprometimento dos produtores e empresários é fundamental, pois a proposta é fazer com, e não por eles”, acrescenta. Novos negócios O balanço promissor da primeira Fruit & Log abre a perspectiva de vida longa da feira. Quem dá esse aval à sua entrada definitiva no calendário de eventos do setor são os próprios expositores, que enxergam na realização um ambiente propício para o contato direto com seu público de interesse, para o fechamento de novos contratos de fornecimento. Com uma ampla variedade de atrações, seminários, palestras e novidades aos profissionais do setor, a feira também deu largada a futuras negociações, numa área total de 4.500, e recebeu cerca de dois mil visitantes, atingindo todas as metas traçadas. Entre os expositores, um consenso: a presença incisiva de um perfil de visitante altamente qualificado foi o grande destaque na inauguração da Fruit & Log. “Nos três dias do evento fizemos bons contatos com muitos supermercadistas e exportadores que vieram visitar a feira. Todos ficaram muito interessados nos nossos produtos, compraram e levaram amostras para apresentar em suas empresas, para avaliarem e nos contatarem em breve, e apostamos que as demandas serão boas para fecharmos novos negócios”, conta Giancarlo da Silva, secretário executivo da Abavar (Associação dos Bananicultores do Vale da Ribeira). O presidente da Francal Feiras, Abdala Jamil Abdala, também está satisfeito com os resultados do encontro. “Em fase embrionária, a feira mostra seu potencial comercial, proporcionando bons contatos entre produtores e compradores, e se transforma
em um fórum de discussão de assuntos de interesse do setor, além de ser uma vitrine de exposição de produtos e novas tecnologias”, opina. Para o próximo ano, Abdala já prevê o crescimento natural da exposição, com interesses por novas adesões geradas pelo sucesso desta primeira edição, que atraiu um público altamente qualificado. “A Fruit & Log nasce com uma forte vocação de feira de negócios”, afirma. No estande da Itaueira, produtora de caju, melão amarelo, abacaxi, suco e castanha de caju e fornecedora dos principais permissionários da Ceagesp, estiveram visitantes de várias partes do país e do exterior. Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Paraíba, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro foram os principais estados brasileiros no espaço da empresa, que ainda contou com a presença de negociantes da Dinamarca, Inglaterra, França e África do Sul. “A qualidade da visitação foi boa, pois tivemos contatos com pessoas que vieram para fazer negócios e com potencial para isso”, conta o diretor da companhia, José Roberto Prado. Para o executivo, a Fruit & Log atendeu às expectativas da Itaueira. “O evento foi muito importante, principalmente pela divulgação e pelo contato com os fornecedores”, afirma. “Provavelmente vamos participar da próxima edição”, conclui. Tendo como tema de abertura a sustentabilidade – conceito tão em voga nos tempos atuais e que tem na hortifruticultura um aliado para garantir alimentos sadios às várias gerações –, a Fruit & Log também nasceu ciente quanto às responsabilidades do setor. Durante o encontro, o Ibraf mostrou que a produção sustentável, aliada às Boas Práticas Agrícolas, garante a segurança alimentar, boas condições de trabalho aos funcionários e a preservação do meio ambiente.
Boa Estrela, permissionária da Ceagesp, marcou presença no evento
A Ceagesp e o Brasil Importante, muito importante, o programa Globo Repórter que foi ao ar este mês e destacou o papel fundamental da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) para o abastecimento do Brasil. Importante, à medida que mostrou a todos os brasileiros e quiçá a muitos povos estrangeiros o caminho das hortifrutícolas, desde sua origem até a mesa dos brasileiros, bem como a relevância delas para nossa saúde e desenvolvimento físico, social, emocional etc. O programa mostrou a diversidade dos produtos que são comercializados aqui, vindos de 1.800 municípios brasileiros e 18 países. Ficou clara a responsabilidade da maior central de abastecimento da América Latina na alimentação dos brasileiros e também foi uma boa oportunidade de explorar os desafios de distribuir os alimentos pelas estradas de todas as regiões do país. As histórias de diversas pessoas que fazem parte do dia a dia da estatal também foi apresentada ao público. Personagens conhecidas por todos que trabalham na Ceagesp, como é o caso do empresário Mário Benassi, que há 40 anos começou a trabalhar com frutas e hoje é um dos maiores atacadistas do país. A família Koga, representada pela alegre dona Alice também esteve presente, entre outros personagens dessa imensa cidade chamada Ceagesp. O programa foi importante também porque mostrou nossa Ceasa, assim como muitos de nós a chamam, o que somos, quem somos e qual nossa participação na mesa de todos. E, assim, em nome do Jornal Entreposto, parabenizo a Rede Globo pela ideia, os funcionários da Ceagesp e, em especial, os departamentos de comunicação, economia, qualidade, além dos permissionários, pelo acompanhamento e participação responsável, condição imprescindível para que o programa fosse tão completo, científico, alegre e bonito. Até porque, em primeira análise, “comemos primeiro com os olhos”. Sabemos que somos atraídos pelo que é belo e alegre, e muito melhor se isso faz bem à saúde dos brasileiros e do Brasil. Selma Tucunduva Diretora Geral
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NUTRIÇÃO E SAÚDE
Lugar de médico é na Ceagesp Afirmação é do pesquisador responsável por popularizar as bases fisiológicas da terapêutica natural e da alimentação viva no Brasil PAULO FERNANDO COSTA
ao completo uso do orgânico, objetivo do meu trabalho, que não se resume somente à medicina. O projeto que eu conduzo na cidade de Osasco embora seja uma ação de âmbito municipal, é voltado à população paulista em geral.
Paulo Fernando e Carolina de Scicco De São Paulo Doutor pela conceituada Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, Alemanha, Alberto Peribanez Gonzalez é uma das principais referências em alimentos vivos em atuação no Brasil. Especialista em nutracêutica, ou seja, nas propriedades curativas e benéficas das substâncias naturais, o médico conduz um pioneiro projeto no município de Osasco, na Grande São Paulo, que visa educar e ensinar a população a preparar todas as refeições com ingredientes 100% vivos, inclusive as sobremesas. Conceitualmente, os alimentos vivos são vegetais crus que não passam por cozimento ou processos de industrialização, assegurando todas as suas propriedades nutricionais e, nesse contexto, a culinária viva garante a preservação da saúde e previne doenças. O difícil, entretanto, é tornar atrativo esse tipo de alimentação ao paladar da maioria dos brasileiros. Pensando nisso, dr. Gonzalez, autor de mais de cem artigos científicos sobre o tema, publicou o livro Lugar de médico é na cozinha (Editora Alaúde), no qual reeduca os leitores com dicas e receitas de dar água na boca.
Responsável por divulgar o suco verde no Brasil, dr. Alberto Gonzalez também defende a extinção do uso de defensivos químicos
Ao caminhar recentemente pelos corredores do varejão do MLP (Mercado Livre do Produtor) com a reportagem do Jornal Entreposto, o pesquisador salientou que lugar de médico também é na Ceagesp e “no meio do povo, ensinando e conscientizando”. Dr. Gonzalez também é um ativo defensor da extinção dos
pesticidas e herbicidas. Ele acredita que um dia a sociedade vai derrubar a “ditadura do agrotóxico”. E, para que isso se realize, ele diz que é necessário, antes de tudo, conscientizar as pessoas do mal que fazem a si quando consomem alimentos cultivados com as substâncias do gênero. Ao som de Shamshai, músico
americano que participa de todos os festivais de alimentos vivos dos Estados Unidos, o ‘médico verdureiro’ conversou com a redação do JE, visitou o varejão e aproveitou para comprar os ingredientes da caldeirada de frutos do mato e do famoso suco verde. Jornal Entrespoto – Por
que o senhor crê na possibilidade de vivermos num mundo sem agroquímicos? Alberto Gonzalez - O próprio produtor que distribui na Ceagesp já está mudando o jeito de produzir e reduzindo a quantidade de agrotóxico. Estamos usando cada vez mais técnicas de agricultura biodinâmica. Tudo isso para chegar
JE – Este projeto já foi implantado no SUS [Sistema Único de Saúde]? Gonzalez – Ainda não existe uma implantação direta no SUS, mas estamos desenvolvendo uma firma de caráter privado, com viés público, denominada Oficina da Semente. Trata-se de uma empresa de consultoria municipal, com a intenção de qualificar os profissionais da área da saúde, para a promoção da qualidade de vida e prevenção de doenças. Osasco é o piloto desse projeto. Estamos trabalhando atualmente no Parque Chico Mendes. O atendimento é individual, porem, só são consultados os pacientes que fizeram as quatro aulas sobre o açúcar, o amido, o alimento orgânico, suco verde e, finalmente, a aula sobre alimentação de reforço, que é o almoço no qual falamos sobre como preparar verduras cruas e quentes para comer com o tradicional arroz com feijão. JE – Como tornar esse tipo de alimento atrativo para o público brasileiro, que não tem o hábito de consumi-los?
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Gonzalez – O doce é muito atrativo para o paladar porque ele vem desde a nossa infância, lembra aniversário, reunião de família. Mas estamos evoluindo para um doce composto de fruta crua, não processada. Nós podemos fazer uma musse de maracujá usando a manga para dar o volume e o maracujá para dar sabor. Joga-se linhaça para engrossar e, com isso, faz-se a consistência da musse. Esse é um dos exemplos de receitas para tornar o alimento vivo atrativo, para seduzir o paladar da população. O alimento vivo é mais saboroso que o alimento cozido. É engraçado quando as pessoas aprendem um prato que se chama caldeirada de frutos do mato. A intenção do livro não é promover receitas. Nós mostramos o método de funcionamento, como preparar o alimento e, por fim, damos dicas de receitas. A partir daí, a pessoa é estimulada a exercer sua própria criatividade. No curso em Osasco, existe uma quinta aula chamada almoço de família, na qual os que assistiram ao curso preparam o próprio almoço. Às vezes, são 100 pessoas preparando juntas a refeição. JE – Até quantos graus podemos cozinhar os alimentos sem que suas propriedades nutricionais sejam alteradas? Gonzalez – Algumas substâncias, como enzimas e antioxidantes que atuam no nível da temperatura corporal, são ativadas a uma temperatura de 40ºC, que é a temperatura da febre. Por que o corpo tem febre? Porque a febre ativa essas moléculas e todo o sistema imunológico se acelera para tentar debelar uma certa doença. O ideal é comer verduras, legumes e hortaliças crus. A abobrinha, a mandioquinha e até a batata podemos preparálas em baixíssimo cozimento, no vapor. Assim, conseguimos poupar alguns nutrientes, mas
PAULO FERNANDO COSTA
os antioxidantes se perdem. No cerne da hortaliça pode ser que a temperatura não chegue a esse nível e as propriedades nutricionais sejam mantidas. JE – As cores dos alimentos influenciam na dieta de alimentos vivos? Gonzalez – Quando eu vou trabalhar com crianças, eu cubro todo o material com um pano e pergunto para elas se elas acham que podemos comer arco-íris. Claro que elas dizem que não. Aí, eu puxo esse lençol e coloco todas as frutas e hortaliças separadas por cores, e juntos nós preparamos os alimentos e comemos o arco-íris. Cada cor do arco-íris corresponde a um determinado nutracêutico. Por exemplo, o caroteno é um nutracêutico. Ele é anticâncer, antioxidante, é bom para a pele. O caroteno é laranja. Isso se deve à transferência da luz solar para dentro do reino vegetal, uma característica das plantas. O reino vegetal é luz do sol condensada. O que está sendo vendido na Ceagesp é luz do sol condensada. As plantas são especialistas em captá-la e transformá-la em matéria. E o homem transforma essa matéria retirando seus nutrientes. Por ignorância quanto à lei da natureza, o homem estraga o alimento. Quando se faz uma compota de pêssego, estragamos esse pêssego. Que me desculpem os produtores de compota. A compota de pêssego é açúcar, e não mais pêssego. Já perdeu todos os nutrientes. O alimento, quando vem de uma planta, ele está acompanhado de uma falange de antioxidantes que são afins e atuam sinergicamente. Quando você come uma cenoura crua, você ingere o caroteno, mas o caroteno sozinho não faz nada. Quem atua junto com o caroteno é o complexo carotenóide. Por isso, na Ceagesp vende-se prevenção do câncer. Todas
Mundo de cores e aromas da Ceagesp fascina o médico verdureiro
as folhas que se vendem aqui são riquíssimas em ácido fólico. Quando se cozinha ou se processa a folha, perde-se o ácido fólico. Portanto, ensinamos a preparação do suco verde, que é todo feito de hortaliças cruas e folhas. Nós também ensinamos a produzir essas hortaliças no domicílio, que é uma forma de ter alimentos orgânicos produzidos em casa. Como o suco verde é coado, essa fração de celulose peluda da folha da abóbora e do chuchu, que é muito ingrato para a gente digerir, não vai embora. Fica tudo no suco e só recebemos os nutrientes de altíssimo valor biológico das folhas. Um fato muito importante é que as folhas são fornecedoras de proteína.
JE – Mas esse fato pode ser contestável. Gonzalez – O Instituto de Pesquisa Nutricional Max Planck, da Alemanha, detectou que os aminoácidos, as vitaminas presentes no reino vegetal folhoso e outros, são hidrossolúveis. Quando você toma um suco verde, você está recebendo proteína solúvel em água que vai se incorporar na sua célula. O que explica o fato de um gorila enorme, de quase uma tonelada, comer só folha? É aí que entra o assunto da biodinâmica, que eu quero transmitir para todos da Ceagesp, dizendo para todos investerem no orgânico. Não precisa ser radical, mas invistam na redução da utilização dos agrotóxicos. Do mesmo jeito que tem dependente de
droga, os agricultores estão dependentes dos agrotóxicos. Eles acham que não conseguem mais plantar sem agroquímicos. Mas existe sim como plantar sem pesticidas, mesmo em grande escala. Basta que algumas medidas sejam tomadas. Eu estive na Alemanha recentemente e vi produtores em áreas pequenas, produzindo grandes quantidades de orgânicos belíssimos e fazendo rotação de canteiros. Então, é tudo uma questão de técnica. Lá, todo investimento contra pragas é feito no solo. É uma técnica muito impressionante. Portanto, os produtores brasileiros têm de se preparar. A opinião pública está mudando. Os agrotóxicos são um veneno, sim, e são acumulativos. Causam um estrago muito grande no sistema nervoso central. Temos de reduzir a produção em larga escala. Acredito que um dia veremos alimentos orgânicos produzidos em escala. Se queremos ter cidadãos urbanos sadios em nosso país, é importante que eles aprendam a consumir verduras idem, que foram plantadas em terrenos sadios. Hoje, existe a ditadura do agrotóxico, que deixa o agricultor dependente. JE – O senhor visita a Ceagesp frequentemente? Gonzalez – Quando eu morava no Rio, eu freqüentava muito a Cadeg (Centro de Abastecimento e Distribuição do Estado da Guanabara). Eu adoro o clima dos entrepostos. Agora, que estou em São Paulo, já vim à Ceagesp algumas vezes e o clima aqui é o mesmo. Isso é gigantesco e aqui temos o maior mercado do Brasil. Eu me sinto encantado pela profusão de cores, de alimentos, de frutas diferentes. Eu descobri aqui frutas que eu nunca tinha ouvido falar. É muito gratificante e estimulante visitar o entreposto de
São Paulo. E estou adorando, porque já fiquei sabendo que existem boxes de orgânicos e espero que isto vire regra. JE – Documentos como a Carta da Terra já estimulam essa de postura em relação ao que comemos? Gonzalez – Penso que ela deve ser mais que um documento ou um discurso favorável. Isso deve atingir as pessoas no pensamento. E, agindo, nós conseguimos atingi-las. Discursar que estamos comendo muito mal é diferente de chegar e fazer uma musse saudável na hora, na frente de todos e dar para as pessoas experimentarem. Lugar de médico não é apenas na cozinha. Lugar de médico é na Ceagesp, no meio do povo, educando, ensinando. JE – Para finalizar, frutas secas podem ser consideradas alimentos vivos? Gonzalez – Esses alimentos não são biogênicos. Não são 100% vivos, mas contém os antioxidantes. O importante é saber como desidratar. Por isso, nós usamos hoje desidratadores caseiros.
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NUTRIÇÃO E SAÚDE
Lugar de médico é na Ceagesp Afirmação é do pesquisador responsável por popularizar as bases fisiológicas da terapêutica natural e da alimentação viva no Brasil PAULO FERNANDO COSTA
ao completo uso do orgânico, objetivo do meu trabalho, que não se resume somente à medicina. O projeto que eu conduzo na cidade de Osasco embora seja uma ação de âmbito municipal, é voltado à população paulista em geral.
Paulo Fernando e Carolina de Scicco De São Paulo Doutor pela conceituada Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, Alemanha, Alberto Peribanez Gonzalez é uma das principais referências em alimentos vivos em atuação no Brasil. Especialista em nutracêutica, ou seja, nas propriedades curativas e benéficas das substâncias naturais, o médico conduz um pioneiro projeto no município de Osasco, na Grande São Paulo, que visa educar e ensinar a população a preparar todas as refeições com ingredientes 100% vivos, inclusive as sobremesas. Conceitualmente, os alimentos vivos são vegetais crus que não passam por cozimento ou processos de industrialização, assegurando todas as suas propriedades nutricionais e, nesse contexto, a culinária viva garante a preservação da saúde e previne doenças. O difícil, entretanto, é tornar atrativo esse tipo de alimentação ao paladar da maioria dos brasileiros. Pensando nisso, dr. Gonzalez, autor de mais de cem artigos científicos sobre o tema, publicou o livro Lugar de médico é na cozinha (Editora Alaúde), no qual reeduca os leitores com dicas e receitas de dar água na boca.
Responsável por divulgar o suco verde no Brasil, dr. Alberto Gonzalez também defende a extinção do uso de defensivos químicos
Ao caminhar recentemente pelos corredores do varejão do MLP (Mercado Livre do Produtor) com a reportagem do Jornal Entreposto, o pesquisador salientou que lugar de médico também é na Ceagesp e “no meio do povo, ensinando e conscientizando”. Dr. Gonzalez também é um ativo defensor da extinção dos
pesticidas e herbicidas. Ele acredita que um dia a sociedade vai derrubar a “ditadura do agrotóxico”. E, para que isso se realize, ele diz que é necessário, antes de tudo, conscientizar as pessoas do mal que fazem a si quando consomem alimentos cultivados com as substâncias do gênero. Ao som de Shamshai, músico
americano que participa de todos os festivais de alimentos vivos dos Estados Unidos, o ‘médico verdureiro’ conversou com a redação do JE, visitou o varejão e aproveitou para comprar os ingredientes da caldeirada de frutos do mato e do famoso suco verde. Jornal Entrespoto – Por
que o senhor crê na possibilidade de vivermos num mundo sem agroquímicos? Alberto Gonzalez - O próprio produtor que distribui na Ceagesp já está mudando o jeito de produzir e reduzindo a quantidade de agrotóxico. Estamos usando cada vez mais técnicas de agricultura biodinâmica. Tudo isso para chegar
JE – Este projeto já foi implantado no SUS [Sistema Único de Saúde]? Gonzalez – Ainda não existe uma implantação direta no SUS, mas estamos desenvolvendo uma firma de caráter privado, com viés público, denominada Oficina da Semente. Trata-se de uma empresa de consultoria municipal, com a intenção de qualificar os profissionais da área da saúde, para a promoção da qualidade de vida e prevenção de doenças. Osasco é o piloto desse projeto. Estamos trabalhando atualmente no Parque Chico Mendes. O atendimento é individual, porem, só são consultados os pacientes que fizeram as quatro aulas sobre o açúcar, o amido, o alimento orgânico, suco verde e, finalmente, a aula sobre alimentação de reforço, que é o almoço no qual falamos sobre como preparar verduras cruas e quentes para comer com o tradicional arroz com feijão. JE – Como tornar esse tipo de alimento atrativo para o público brasileiro, que não tem o hábito de consumi-los?
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Gonzalez – O doce é muito atrativo para o paladar porque ele vem desde a nossa infância, lembra aniversário, reunião de família. Mas estamos evoluindo para um doce composto de fruta crua, não processada. Nós podemos fazer uma musse de maracujá usando a manga para dar o volume e o maracujá para dar sabor. Joga-se linhaça para engrossar e, com isso, faz-se a consistência da musse. Esse é um dos exemplos de receitas para tornar o alimento vivo atrativo, para seduzir o paladar da população. O alimento vivo é mais saboroso que o alimento cozido. É engraçado quando as pessoas aprendem um prato que se chama caldeirada de frutos do mato. A intenção do livro não é promover receitas. Nós mostramos o método de funcionamento, como preparar o alimento e, por fim, damos dicas de receitas. A partir daí, a pessoa é estimulada a exercer sua própria criatividade. No curso em Osasco, existe uma quinta aula chamada almoço de família, na qual os que assistiram ao curso preparam o próprio almoço. Às vezes, são 100 pessoas preparando juntas a refeição. JE – Até quantos graus podemos cozinhar os alimentos sem que suas propriedades nutricionais sejam alteradas? Gonzalez – Algumas substâncias, como enzimas e antioxidantes que atuam no nível da temperatura corporal, são ativadas a uma temperatura de 40ºC, que é a temperatura da febre. Por que o corpo tem febre? Porque a febre ativa essas moléculas e todo o sistema imunológico se acelera para tentar debelar uma certa doença. O ideal é comer verduras, legumes e hortaliças crus. A abobrinha, a mandioquinha e até a batata podemos preparálas em baixíssimo cozimento, no vapor. Assim, conseguimos poupar alguns nutrientes, mas
PAULO FERNANDO COSTA
os antioxidantes se perdem. No cerne da hortaliça pode ser que a temperatura não chegue a esse nível e as propriedades nutricionais sejam mantidas. JE – As cores dos alimentos influenciam na dieta de alimentos vivos? Gonzalez – Quando eu vou trabalhar com crianças, eu cubro todo o material com um pano e pergunto para elas se elas acham que podemos comer arco-íris. Claro que elas dizem que não. Aí, eu puxo esse lençol e coloco todas as frutas e hortaliças separadas por cores, e juntos nós preparamos os alimentos e comemos o arco-íris. Cada cor do arco-íris corresponde a um determinado nutracêutico. Por exemplo, o caroteno é um nutracêutico. Ele é anticâncer, antioxidante, é bom para a pele. O caroteno é laranja. Isso se deve à transferência da luz solar para dentro do reino vegetal, uma característica das plantas. O reino vegetal é luz do sol condensada. O que está sendo vendido na Ceagesp é luz do sol condensada. As plantas são especialistas em captá-la e transformá-la em matéria. E o homem transforma essa matéria retirando seus nutrientes. Por ignorância quanto à lei da natureza, o homem estraga o alimento. Quando se faz uma compota de pêssego, estragamos esse pêssego. Que me desculpem os produtores de compota. A compota de pêssego é açúcar, e não mais pêssego. Já perdeu todos os nutrientes. O alimento, quando vem de uma planta, ele está acompanhado de uma falange de antioxidantes que são afins e atuam sinergicamente. Quando você come uma cenoura crua, você ingere o caroteno, mas o caroteno sozinho não faz nada. Quem atua junto com o caroteno é o complexo carotenóide. Por isso, na Ceagesp vende-se prevenção do câncer. Todas
Mundo de cores e aromas da Ceagesp fascina o médico verdureiro
as folhas que se vendem aqui são riquíssimas em ácido fólico. Quando se cozinha ou se processa a folha, perde-se o ácido fólico. Portanto, ensinamos a preparação do suco verde, que é todo feito de hortaliças cruas e folhas. Nós também ensinamos a produzir essas hortaliças no domicílio, que é uma forma de ter alimentos orgânicos produzidos em casa. Como o suco verde é coado, essa fração de celulose peluda da folha da abóbora e do chuchu, que é muito ingrato para a gente digerir, não vai embora. Fica tudo no suco e só recebemos os nutrientes de altíssimo valor biológico das folhas. Um fato muito importante é que as folhas são fornecedoras de proteína.
JE – Mas esse fato pode ser contestável. Gonzalez – O Instituto de Pesquisa Nutricional Max Planck, da Alemanha, detectou que os aminoácidos, as vitaminas presentes no reino vegetal folhoso e outros, são hidrossolúveis. Quando você toma um suco verde, você está recebendo proteína solúvel em água que vai se incorporar na sua célula. O que explica o fato de um gorila enorme, de quase uma tonelada, comer só folha? É aí que entra o assunto da biodinâmica, que eu quero transmitir para todos da Ceagesp, dizendo para todos investerem no orgânico. Não precisa ser radical, mas invistam na redução da utilização dos agrotóxicos. Do mesmo jeito que tem dependente de
droga, os agricultores estão dependentes dos agrotóxicos. Eles acham que não conseguem mais plantar sem agroquímicos. Mas existe sim como plantar sem pesticidas, mesmo em grande escala. Basta que algumas medidas sejam tomadas. Eu estive na Alemanha recentemente e vi produtores em áreas pequenas, produzindo grandes quantidades de orgânicos belíssimos e fazendo rotação de canteiros. Então, é tudo uma questão de técnica. Lá, todo investimento contra pragas é feito no solo. É uma técnica muito impressionante. Portanto, os produtores brasileiros têm de se preparar. A opinião pública está mudando. Os agrotóxicos são um veneno, sim, e são acumulativos. Causam um estrago muito grande no sistema nervoso central. Temos de reduzir a produção em larga escala. Acredito que um dia veremos alimentos orgânicos produzidos em escala. Se queremos ter cidadãos urbanos sadios em nosso país, é importante que eles aprendam a consumir verduras idem, que foram plantadas em terrenos sadios. Hoje, existe a ditadura do agrotóxico, que deixa o agricultor dependente. JE – O senhor visita a Ceagesp frequentemente? Gonzalez – Quando eu morava no Rio, eu freqüentava muito a Cadeg (Centro de Abastecimento e Distribuição do Estado da Guanabara). Eu adoro o clima dos entrepostos. Agora, que estou em São Paulo, já vim à Ceagesp algumas vezes e o clima aqui é o mesmo. Isso é gigantesco e aqui temos o maior mercado do Brasil. Eu me sinto encantado pela profusão de cores, de alimentos, de frutas diferentes. Eu descobri aqui frutas que eu nunca tinha ouvido falar. É muito gratificante e estimulante visitar o entreposto de
São Paulo. E estou adorando, porque já fiquei sabendo que existem boxes de orgânicos e espero que isto vire regra. JE – Documentos como a Carta da Terra já estimulam essa de postura em relação ao que comemos? Gonzalez – Penso que ela deve ser mais que um documento ou um discurso favorável. Isso deve atingir as pessoas no pensamento. E, agindo, nós conseguimos atingi-las. Discursar que estamos comendo muito mal é diferente de chegar e fazer uma musse saudável na hora, na frente de todos e dar para as pessoas experimentarem. Lugar de médico não é apenas na cozinha. Lugar de médico é na Ceagesp, no meio do povo, educando, ensinando. JE – Para finalizar, frutas secas podem ser consideradas alimentos vivos? Gonzalez – Esses alimentos não são biogênicos. Não são 100% vivos, mas contém os antioxidantes. O importante é saber como desidratar. Por isso, nós usamos hoje desidratadores caseiros.
Lugar de médico é na cozinha Cura e saúde pela alimentação viva Editora Alaúde 296 páginas Preço sugerido: R$ 49,90
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Retiro Oficina da Semente: Alimentação correta, saúde, espiritualide e paz. Estes são alguns dos temas abordados pelo Doutor Alberto Peribanez Gonzalez na palestra que será realizada no retiro da Oficina da Semente que vai acontecer em Mairinque, interior de São Paulo entre os dias 16 a 18 de outubro de 2009. Confira duas das receitas apresentadas no livro: PÃO DOS ESSÊNIOS A receita básica tem mais de 2000 anos e consta do Evangelho de Paz dos Essênios. “Deixai que os anjos de Deus vos preparem o vosso pão. Umedecei o vosso trigo, para que o anjo da água penetre nele. Ponde-o então no ar, para que o anjo do ar o abrace. E deixai-o da manha à noite debaixo do sol, para que o anjo da luz solar desça sobre ele. E a benção dos três não tardará a fazer o germe da vida brotar no vosso trigo. Em seguida moei o vosso grão e fazei obreiras finas, como faziam seus antepassados quando partiam do Egito a casa da servidão. Tornai a pôlas debaixo do sol quando ele aparece e, quando ele subir ao ponto mais alto dos céus, virai-as do outro lado para que elas sejam abraçadas ali também pelo anjo da luz solar e deixai-as onde estão até que o sol se ponha. Pois os anjos da água, do ar da luz solar alimentaram e amadureceram o vosso trigo do campo e, da mesma forma, precisam também preparar o vosso pão” (p.43,44 SZEKELY, 1981).” É possível fazer pão sem ser cozido a partir de brotos de cereais biológicos. O pão dos essênios é feito a partir de cereais germinados, moídos. Ingredientes: • 3 copos de trigo • 3 copos de água Modo de preparar: 1. Lave o trigo em água fresca, drene e coloque de molho os grãos com mais água fresca numa bacia grande. Cubra a bacia com uma placa ou um pano, por aproximadamente 12 horas. Os grãos absorverão uma quantidade considerável de água. 2. Drene os grãos num coador, cubra o coador com uma placa (prato) para impedir que os grãos sequem, e coloque num lugar sem luz e longe do sol. Enxágüe os grãos aproximadamente 3 vezes ao dia, e começarão a brotar. Em dois dias os brotos alcançarão o seu comprimento ideal. O crescimento depende da umidade e da temperatura, seja paciente. 3. Moa num moinho ou num processador de alimentos. 4. Após moer, despeje a mistura numa superfície de trabalho limpa. Esprema e amasse os grãos por aproximadamente 10 minutos, e dê a forma então de 2 círculos pequenos, com suas mãos. Polvilhe uma folha de papel vegetal com pouco de farelo, e ponha os pães sobre ele. 5. Seque ao sol, por período de três a quatro horas, de preferência entre placas de vidro servindo de estufa. Se preferir asse em forno mínimo, no máximo em 45 graus por dez minutos ou menos. Acesse o site do Jornal Entreposto e cofira a receita do Suco Verde. www.jornalentreposto.com.br8
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l JORNAL ENTREPOSTO
ENTREVISTA
“Lei nacional para as Ceasas será nossa principal bandeira”
governos e todas as demais esferas de poder.
que avançaram bastante em questões como o combate ao desperdício e no sistema de informatização de mercado. Mas por outro lado, alguns entrepostos ainda carecem de padrões mínimos de classificação de produtos. Portanto, temos um cenário bem diversificado, com diferentes níveis de desenvolvimento. Em 2005, o governo federal trouxe à tona a importância da integração entre as Ceasas ao criar o Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). Dessa forma, o Prohort resgata a proposta inicial do Sinac, justamente no momento em que o Brasil e mundo colocam a segurança alimentar como uma das grandes prioridades. Uma das recentes iniciativas importantes do Prohort é a elaboração de um grande diagnóstico que inclui 62 entrepostos de abastecimento no país. Esse levantamento deve ser divulgado no próximo mês de outubro e vai apontar para nós dirigentes da Abracen, governos e a sociedade em geral as deficiências, potencialidades e outros aspectos deste grande sistema de abastecimento. Nós da Abracen temos procurado, por outro lado, ampliar o diálogo com os dirigentes das diferentes regiões do país, o que pode nos proporcionar uma visão mais apurada de cada uma dessas realidades específicas.
JE- Como o senhor avalia a atual estrutura de comercialização das Ceasas filiadas à Abracen? Lages- Para avaliarmos a estrutura de hoje não podemos nos esquecer da recente história das Ceasas do país. O movimento de criação das centrais surgiu em um momento de grande aumento da demanda, com intensa urbanização a partir da década de 1970, inspirados pelo modelo de abastecimento espanhol. Inicialmente, a União era responsável pela coordenação do setor, por meio do Sistema Nacional de Centrais de Abastecimento (Sinac). Esse sistema permitiu, em conjunto com Estados e municípios, a implantação de 21 Ceasas na época. O objetivo inicial do Sinac era, portanto, consolidar uma rede de dados técnicos entre todos os entrepostos, a fim de promover maior equilíbrio de preços e ofertas. Esse modelo se manteve até meados da década de 1980, quando a coordenação nacional do Sinac foi desfeita e a responsabilidade pelas Ceasas ficou a cargo unicamente dos governos estaduais e municipais. Em pouco tempo, esse desmantelamento acabou gerando grandes disparidades entre as Ceasas, já que cada uma passou a atuar à sua maneira. Hoje temos Ceasas
JE – Em geral, quais as principais demandas das centrais filiadas? Lages - Um dos problemas mais prementes é sem dúvida o do padrão atual de embalagens para acondicionamento de frutas e hortaliças. Não é admissível continuarmos adotando um modelo de reutilização de caixas de madeira que traz riscos de proliferação de pragas para as lavouras, aumento de perdas e custos maiores a longo prazo. A questão é complexa, mas já temos boas alternativas em prática, como nos entrepostos de Uberlândia e Porto Alegre, que têm adotado o modelo do banco de caixas plásticas. Esse é um modelo que vamos implantar também em Contagem até 2010, o que permitirá a higienização das caixas e a garantia de alimentos mais seguros, com menos perdas. O papelão também continuará sendo uma opção viável para vários produtos. Além disso, há outras demandas em comum como a padronização dos sistemas informatizados de controle de oferta e preços médios, a classificação e rotulagem dos produtos, além da regularização dos contratos dos lojistas em várias Ceasas. A madeira laminada é própria apenas para alguns produtos, especialmente frutas de maior valor agregado.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Entreposto, o advogado João Alberto Paixão Lages, avalia os primeiros cinco meses à frente da presidência da Abracen (Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento) e comenta os principais projetos que pretende implantar nas 22 Ceasas filiadas à entidade. Lages falou da recémcriada Comissão de Assuntos Jurídicos e da sua intenção de articular uma Frente Parlamentar das Ceasas. Entre as prioridades, ele menciona, também, a necessidade da criação de uma lei nacional específica para o setor de abastecimento agroalimentar. A seguir, você confere os principais trechos da entrevista. (V.C.)
Jornal Entreposto - Como o senhor avalia esses primeiros meses à frente da Abracen? João Alberto Paixão Lages - Tem sido uma oportunidade única para compartilharmos os grandes desafios e experiências bem sucedidas entre as Ceasas do país inteiro. Há um desejo enorme de todas filiadas de promoverem, de fato, um grande salto de qualidade no abastecimento agroalimentar nacional. Até agora, conseguimos formalizar a indicação das Ceasas responsáveis por cada um dos temas do planejamento estratégico, além de criarmos a Comissão de Assuntos Jurídicos para também concluirmos o texto que servirá de base para um futuro projeto de lei criando uma lei nacional específica para as Ceasas. Nossa gestão na Abracen tem articulado ainda o movimento para criação da Frente Parlamentar de Defesa das Centrais de Abastecimento Interno (FPDCAI), junto com o deputado federal Silas Brasileiro, que foi o autor da proposta. JE - Quais serão as prioridades da sua gestão? Lages - Temos reafirmado que a criação de uma lei nacional para as Ceasas é nossa bandeira número um. Além dela, definimos alguns temas que consideramos estratégicos, os quais têm sido desenvolvidos por comissões temáticas. São ações relacionadas a grandes temas como uma política nacional de abastecimento; integração de processos; agroqualidade; incubadora de projetos; desenvolvimento tecnológico; sustentabilidade; comunicação e marketing; articulação
e cooperação institucional e internacionalização das Ceasas; desenvolvimento e capacitação de pessoas. Todos esses temas são fundamentais. JE - O que está sendo feito para que a criação dessa lei das Ceasas se concretize? Lages - Concluímos um texto-base para um futuro projeto de lei após debates com várias Ceasas. Mas o passo mais importante foi sem dúvida a criação pelo Ministério da Agricultura de uma comissão para elaborar uma lei nacional, constituída por representantes da Conab, da Abracen, da entidade representativa dos concessionários (Brastece) e do próprio Mapa. Os nomes dos membros já foram definidos e o trabalho tem avançado. Pela Abracen, foram nomeados o diretor-técnico operacional da Ceasa/ES, Carmo Robilotta e o gerente do departamento de Armazenagem da Ceagesp, José Pectol. Ao criar a comissão, o governo federal, através do Mapa, reconhece, portanto, a urgente necessidade da lei. Desde nossa posse esse é um dos nossos objetivos: trazer os governos para a discussão, na medida em que o abastecimento deve ser visto como política pública. Vale destacar que os próprios concessionários, através da Brastece, também estão mobilizados e propuseram um texto-base para um
projeto de lei. JE - De que forma a recémcriada Comissão de Assuntos Jurídicos pode orientar as filiadas? Lages - As Ceasas possuem uma série de questões jurídicas que são bastante singulares, dada a natureza única dessas empresas. Não é por menos que uma lei específica é tão essencial. Por isso, criamos a Comissão,, para auxiliar as Ceasas filiadas nessas questões, prestando assessoria, elaborando estudos e pareceres jurídicos, fazendo recomendações a fim de padronizarmos certas práticas. A comissão está se concentrando no momento em reunir uma série de procedimentos que serão sugeridos como padrões para todas as Ceasas no que se refere às questões legais. Alguns dos assuntos mais importantes dizem respeito aos critérios de licitação e princípios dos regulamentos de mercado. JE - Qual a importância criação da Frente Parlamentar das Ceasas para as centrais de abastecimento? Lages - A Frente Parlamentar, de autoria do deputado Silas Brasileiro, é de fato um marco. A criação da Frente recoloca de maneira enfática o tema do abastecimento agroalimentar como questão essencial para o debate público. Será um instrumento de diálogo com a sociedade,
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III Simpósio brasileiro da cultura da goiaba Piracicaba - SP de 29/9 a 2/10 Promotora- FUNEP-UNESP Informações: (11) 3209-1300
Dia da laranja Campinas -SP Dia 9/10 Informações: (19) 3546-1399
Simpósio sobre boas práticas para uso eficiente de fertilizantes
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2ª Semana de Agricultura Orgância de Suzano
Piracicaba - SP De 28 a 30/9 Informações: www.ipni.org.br
Rio Preto -SP De 8 a 18/10 Informações: (17) 3232-0016
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FAZENDA PÚBLICA
FALANDO NISSO
A Nossa Turma merece todo apoio
Neno Silveira Colunista
Dentre as pessoas que frequentam o mercado da Ceagesp, principalmente dentre aquelas que têm por aqui o seu emprego ou sua atividade empresarial, dificilmente se poderá encontrar uma que não conheça o trabalho realizado pela Associação Nossa Turma. E dificilmente também se conseguirá encontrar uma pessoa que não respeite e admire o papel que o Manelão vem desenvolvendo, com sacrifício e de modo voluntário, para manter a entidade funcionando. Os benefícios que a atividade da Nossa Turma já propiciou para a comunidade da Ceagesp e para a cidade de São Paulo como um todo podem ser difíceis de medir, mas penso que ninguém duvida que eles são extremamente significativos. A importância do papel de uma instituição como esta pode ser mais bem avaliada na constatação,
aceita pela maioria dos estudiosos, de que as coisas, no Brasil, só estão como estão porque faltam entidades que, como a Nossa Turma, propiciem para tantas crianças e famílias a educação e o amparo que o poder público sozinho não consegue proporcionar. A bem da verdade, se tivéssemos no país uma destinação digna para as montanhas de dinheiro que são arrecadadas com impostos não haveria a necessidade de existirem entidades como a Nossa Turma. Com efeito, se a máquina pública não fosse tão inchada, improdutiva e corrupta, não seria necessário extorquir as empresas e os contribuintes honestos e sobrariam recursos para alimentar, educar, dar segurança e saúde para todos os brasileiros. E a Nossa Turma certamente não teria razão para existir. Mas, o fato é que estamos no Brasil, um país onde a política conspira contra o futuro. Para compensarmos essa realidade num horizonte de tempo que incluísse os netos dos nossos filhos teríamos que ter hoje 10 Manelões para cada Sarney. Como estamos caminhando em sentido contrário, com os meliantes se apoderando das instituições e com a impunidade se tornando norma, temos que
aceitar como líquido e certo o vaticínio do saudoso Roberto Campos: “não há perigo de melhorar”. Assim, o desabafo torna-se inevitável: triste país este que precisa de entidades como a Nossa Turma. Triste país este onde a possibilidade de sonegar passou a ser vista como o exercício de um dever cívico por parte das pessoas decentes, por se constituir numa das únicas armas disponíveis para drenar os recursos que alimentam uma hidra insaciável. E, pior de tudo, país sem vergonha este que produz gente capaz de conspirar para que trabalhos como o da Nossa Turma se tornem ainda mais penosos do que já são, não importando de quais motivos espúrios lancem mão para justificar tal comportamento. Ter uma entidade como a Nossa Turma dentro do espaço do entreposto paulistano é um motivo de orgulho para todos que o frequentam. A presença desta instituição significa que pelo menos uma pequena parte da imensa tarefa representada pela necessidade de diminuir as desigualdades sociais e de dar uma oportunidade mínima para crianças necessitadas foi assumida pela comunidade formada pela empresa e seus permissionários.
Governo adia prazo para emissão da NF-e Protocolo dispensa atacadistas de hortifrutigranjeiros instalados em centrais de abastecimento do dever legal de lançar eletronicamente suas operações comerciais Paulo Fernando De São Paulo A obrigatoriedade de emitir a nota fiscal eletrônica, prevista para entrar em vigor no dia 1º de setembro, foi adiada para 1º de março de 2010, conforme estabeleceu o Protocolo ICMS 101/09 para os permissionários das Ceasas controladas direta ou indiretamente pelo governo federal, estados e municípios. O novo prazo para se adaptar às mudanças exigidas pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) foi recebido com otimismo pelos permissionários da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Na avaliação do economista e técnico em abastecimento Neno Silveira, os comerciantes instalados na central de abastecimento paulista devem, entretanto, continuar implantando o sistema para a emissão da NF-e, apostando no treinamento da mão de obra e no diálogo entre todos os elos da cadeia produtiva. Segundo o especialista, não são apenas os atacadistas que terão de fazer a lição de casa para atender à exigência dentro do prazo exigido. “Na Ceagesp, por exemplo, temos muitos problemas em relação ao acesso à Internet, meio pelo qual será emitida a
NF-e”, alerta. “A estrutura telefônica obsoleta e a morosidade para solucionar o problema encarecem a adequação à nova realidade fiscal do país, que exige a comunicação integral e em banda larga entre os computadores dos atacadistas e os da Secretaria de Estado da Fazenda”, acrescenta. Outro problema apontado por Silveira é o MLP (Mercado Livre do Produtor), onde os comerciantes instalados nas pedras do pavilhão reclamam da falta de infraestrutura necessária para ligar os terminais à Internet e à rede elétrica. “Investimentos por parte da companhia serão necessários, pois não acredito que seja de interesse do governo postergar a data no ano que vem. Ou seja, quem não estiver preparado, arcará com prejuízos desnecessários”, salienta, lembrando que, apesar dos percalços iniciais, o documento eletrônico proporciona mais transparência às operações comerciais. “Aqueles que se beneficiam da sonegação e, dessa forma, prejudicam o ambiente da leal concorrência, estão com os dias contados”, avisa o especialista. Repercussão A notícia do adiamento da data estabelecida inicialmen-
te para a emissão da NF-e também foi bem recebida em outros entrepostos públicos do Brasil. De acordo com o presidente da Ceasa Goiás, Edivaldo Cardoso, a medida representa uma relevante conquista dos empresários que se esforçaram e conseguiram sensibilizar os governos estaduais e federal. “Lutamos juntos e conseguimos uma solução para o todo o país”, ressalta o diretor da estatal goiana que, ao lado dos representantes dos atacadistas, reuniu-se por duas vezes com o secretário da Fazenda daquele estado, Jorcelino Braga, para discutir uma forma de atender aos anseios dos permissionários. A pedido do segmento, a proposta de exclusão foi feita pela Secretaria da Fazenda de Goiás à Cotepe (Comissão Técnica Permanente do ICMS), que presta assessoria ao Confaz. Agora aprovada, a exclusão vale para todas as Ceasas brasileiras. Segundo a assessoria da Ceasa de Goiás, com exceção do alho, todas as mercadorias comercializadas naquela central de abastecimento são isentas do pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), inclusive as frutas nobres, geralmente produzidas fora do estado, não recolhem o tributo.
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Setembro 2009 l JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Setembro 2009
Qualidade CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
“O sabor motiva e determina a ingestão de todos os alimentos e o aumento do seu consumo”
CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A relação entre os açúcares e acidez, conhecida como “ratio”, utilizada como refe-
rência de sabor para muitas frutas. Ela consegue relacionar a percepção do sabor com uma medida instrumental. A medição da acidez é complicada e deve ser feita
em laboratório. Já os açúcares traduzem bem a percepção do sabor da fruta pelo consumidor e são fáceis de medir. Por isso, o conteúdo de açúcares é usado como referência de ponto de colheita e consumo.
Caderno de Técnico
O refratômetro
A medida do sabor
Anita Gutierrez
B1 JORNAL ENTREPOSTO
Para que a medida do conteúdo de sólidos solúveis represente bem a percepção humana do sabor, é preciso determiná-la para cada variedade, cada origem e, para alguns produtos, até para cada época de produção. Na prática, medimos o conteúdo de sólidos solúveis, que são os compostos dissolvidos no suco da fruta. Como a maior parte dos sólidos solúveis e açúcares, sua medida é referência para o teor de açúcar. A unidade de medida do conteúdo de sólidos solúveis é o grau Brix (°Brix), sendo um °Brix igual a um grama de sólidos dissolvidos em 100 gramas. Por exemplo, uma uva, com 15 °Brix, possui 15 gramas de sólidos solúveis dissolvidos em 100 gramas de suco, ou seja, 15% de concentração de sólidos solúveis.
O modo mais prático e confiável de se medir o conteúdo de sólidos solúveis das frutas e hortaliças é através do uso de refratômetro. Ele mede o índice de refração, a diminuição da velocidade da luz quando ela passa através do suco de fruta e é expresso em graus Brix. Na aquisição do equipamento é preciso verificar se o aparelho permite a calibração com água destilada e tem compensação automática de temperatura, a sua escala de abrangência (0 a 32 °Brix) e se tem boa visibilidade, leitura fácil e ajuste de foco. O conteúdo de sólidos solúveis varia dentro da fruta. Normalmente, a uva é mais doce próximo ao pedúnculo, o abacaxi na sua base e o melão amarelo próximo às sementes. Torne a sua medição mais eficiente organizando uma caixa com o refratômetro, pisseta (encontrada em casas de artigos para laboratório e de artigos de cabeleireiro), água destilada, papel macio, faca, tesoura ou furador, caderneta, lápis ou caneta. A operação de medição é muito simples: • 1. A cada dia de trabalho calibre o refratômetro para
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0°Brix com água destilada e o seque com papel macio. Consulte o manual do seu aparelho. • 2. Antes de cada medida, lave o prisma com água destilada e o seque com cuidado, usando papel macio. • 3. Coloque 2 ou 3 gotas do suco da fruta sobre o prisma • 4. Leia a escala através da ocular, com o refratômetro voltado contra a luz. Ajuste o foco se necessário e anote o valor lido. • 5. Lave e seque o prisma com cuidado após cada medição. Cuidado para não riscar o prisma. • 6. A densidade dos líquidos varia com a temperatura e, por isso, a medição dos sólidos solúveis também varia. A variação é de 0,5% de açúcar para cada 5,6 °C de variação de temperatura. • 7. Evite medir o conteúdo de sólidos solúveis quando a temperatura estiver muito alta ou a fruta estiver gelada, para evitar erros. • 8. Se possível, adquira um refratômetro com compensação automática de temperatura.
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Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h
Seg. a Sáb.
Local Flores
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
Local Flores
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Terça e Sexta
Local
10h às 18h
6h às 11h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
Dias da semana
Horário
Sáb. e Dom.
7h às 13h
Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:
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A boa qualidade das frutas e hortaliças frescas que chegam ao consumidor é o resultado de muito esforço, capricho e perseverança. Elas perdem qualidade com muita facilidade, pois continuam vivas depois da colhidas: respiram, perdem água, brilho, frescor, amadurecem e envelhecem. O manuseio brusco, batidas, cortes, aceleram o seu envelhecimento e permitem o desenvolvimento de micro-organismos oportunistas. A sua produção exige muito capricho, alta tecnologia, boa aptidão agrícola da região de produção, época de produção adequada, muito trabalho e sorte. A melhor tecnologia pós-colheita só consegue preservar a qualidade do produto. O valor das frutas e hortaliças é função da sua aparência, frescor e sabor. O sucesso exige grande competência: •Na produção, colheita, classificação, embalamento e remessa para o mercado; •No atacado, na garantia de abastecimento dos seus compradores: volume, diversidade e qualidade; •No varejo, na compra, exposição e garantia de qualidade do produto e na garantia de abastecimento dos seus clientes consumidores: volume, diversidade e qualidade; •No serviço de alimentação, na escolha do produto de melhor custo-benefício para cada classificação. O sucesso exige investimento em gente, em treinamento, em profissionalização, em competência. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp desenvolveu treinamentos específicos para cada um dos agentes de produção e comercialização de frutas e hortaliças frescas: produtores, atacadistas, varejistas e serviço de alimentação. Eles podem ser realizados na própria Ceagesp ou nos locais de trabalho dos interessados. Inscreva o seu grupo de interessados diretamente no CQH ou por meio do seu atacadista da Ceagesp. Tel.: (11) 3643-3825 cqh@ceagesp.gov.br
JORNAL ENTREPOSTO
A cadeia logística e os nutrientes do abacaxi As características da cadeia de produção de frutas e hortaliças frescas como a perecibilidade, a valoração do frescor, da aparência e do sabor exigem, para a manutenção da sua qualidade, um eficiente tratamento póscolheita. As perdas quantitativas de frutas e hortaliças frescas são bastante estudadas, o que não acontece com perdas qualitativas, tais como perda de calorias e valor nutritivo e a perda da aceitabilidade pelos consumidores. O conceito de perda pode ser associado: perda de peso por transpiração, perda da qualidade - que acarreta rejeição do varejista e do consumidor no momento da compra - e perda de valor nutricional do produto. O Prohort (Programa Brasileiro de Modernização do
Mercado Hortigranjeiro) que possui como objetivo estimular e coordenar a captação de dados relativos ao processo de comercialização dos mercados atacadistas de hortigranjeiros (Ceasas) e a integração dos respectivos bancos de dados, mostra em 2008, a comercialização nas Ceasas brasileiras de 3.681 mil toneladas de frutas e 3.777 mil toneladas de hortaliças. Os números do ETSP da Ceagesp, mostram 1.652 mil toneladas de frutas e 1.349 mil toneladas de hortaliças. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou em 2007 uma produção de 1.784 milhão de frutos de abacaxi (em média 1,20 kg por fruto) ou 2.140 mil toneladas. O Nordeste foi a principal região produtora de melão (96%) e abacaxi (43%),
seguido pelas regiões Norte (27%) e Sudeste (23%). O volume de abacaxi comercializado nas Ceasas em 2008 foi de 190 mil toneladas e de melão 84 mil toneladas, segundo o Prohort. Na Ceagesp tivemos 74 mil toneladas de melão e 53 mil toneladas de abacaxi, conforme o Sistema de Informações e Estatísticas de Mercado da Ceagesp (SIEM). O estado de São Paulo foi a principal origem do abacaxi (25%) seguido pelos estados do Pará (18%) e Tocantins (15%). A maior parte do abacaxi que chega ao ETSP da Ceagesp é transportado em caminhões de 12,0 a 14,5 toneladas de carga (cerca de 6.000 frutas). A ilustração descreve os diferentes sistemas de embalamento do abacaxi no ETSP.
Formas de embalamento do abacaxi A carga dos frutos a granel é entremeada por capim ou palha, para redução dos danos por atrito e compressão. Ela é acomodada de duas maneiras, de acordo com o tipo de carroceria: baixa - frutos deitados com as amarras da lona pressionando a carga - e graneleiro - frutos postos com a coroa para baixo, sem pressão da lona (não há contato com lona). A participação do abacaxi, embalado na origem e refrigerado, é ainda muito pequena, mas cresce a cada dia. A temperatura da polpa de abacaxi a granel no descarregamento no ETSP da Ceagesp foi medida entre maio e junho deste ano. Foram registradas as temperaturas das camadas superior, mediana e inferior e as da frente, meio e traseira das carretas.
Os resultados das medições mostraram temperaturas inadequadas e uma grande variação de temperatura entre os diferentes locais da carroceria e diferenças entre as cargas de diferentes regiões. É bom lembrar que a cada 10o C de aumento de temperatura a intensidade do metabolismo da fruta dobra (lei de Van’t Hoff) e que a temperatura recomendada para a conservação do abacaxi é 12o a 14o C. Foram medidas as temperaturas da superfície dos frutos das cargas de Minas Gerais e de Guaraçaí. A carga de Guaraçaí apresentou a maior temperatura média (31o C), a maior temperatura máxima (45o C) e a maior diferença de temperatura entre os frutos da frente e da traseira da carreta (25o C). A carga de Minas apresentou temperatura média de 22o
C, temperatura máxima de 25o C e maior diferença de temperatura de 7o C. A destruição de nutrientes em frutas e hortaliças é acelerada por alterações no pH, pela presença de oxigênio, luz calor, cobre, ferro e enzimas. Em geral, durante a maturação das frutas, as mais significantes modificações que ocorrem são o aumento nos açúcares e sólidos totais, decréscimo de amido (quando presente), acidez e adstringência. O armazenamento em baixa temperatura associado ao controle de umidade contribui para a manutenção das características desejáveis sensoriais e nutricionais nos produtos agrícolas. Os nutrientes são sensíveis a variações de oxigênio, luz e calor.
Uma fatia de abacaxi de 150 gramas consegue suprir 70% de todas as necessidades vitamínicas diárias de uma pessoa e um excesso de 7% da necessidade das vitaminas B1, B2 e B9. Altas temperaturas causam destruição dos seus nutrientes. Fabiane Mendes da Camara Guilherme Frezzarin Rosana Matias Almeida Bunho Fernanda dos Santos Assis
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JORNAL ENTREPOSTO l Setembro 2009
QUEIMA DO ALHO
Evento em prol da Nossa Turma atrai milhares de convidados Comitiva “Curva di Rio” vence festival gastronômico caipira realizado na Ceagesp Paulo Fernando De São Paulo
A quarta etapa do Circuito da Queima do Alho, realizada na tarde do dia 13 de setembro, na Praça da Batata, atraiu cerca de cinco mil pessoas e consolidou o sucesso da ação promovida em apoio ao principal projeto de responsabilidade social desenvolvido no Entreposto de São Paulo. Para o chef executivo do Clube Alto dos Pinheiros, Ivair Félix, a edição deste ano foi mais concorrida que a anterior. “Os pratos preparados pelas 25 comitivas presentes foram, realmente, muito bem elaborados, feitos com muito carinho, o que dificultou nossa avaliação”, afirma o conceituado cozinheiro, que, ao lado do professor da Unian_29x265_copanafaixa_carga.pdf camp (Universidade Estadual
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de Campinas) e perito Ricardo Molina, integrou novamente a comissão julgadora do encontro. E nem a inesperada falta de energia elétrica apagou a alegria dos convidados e participantes do concurso gastronômico realizado em prol da Nossa Turma, iniciativa que atende a 600 crianças e adolescentes no ETSP e conta com o apoio da Ceagesp e seus permissionários. Servindo o tradicional cardápio dos antigos grupos de tropeiros – arroz carreteiro, picadinho na chapa, feijão tropeiro e paçoca de carne seca –, a comitiva “Curva di Rio” venceu a etapa do festival. “A Ceagesp é uma referência para o universo gastronômico paulistano e, portanto, mais ações como a Queima do Alho e o Festival de Sopas deveriam ser realizadas no entreposto, principalmente em benefício das crianças atendidas por nosso grande amigo Manelão [Manoel da Silva Filho, presidente da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma]”, acrescenta Ivair Félix. Origem da tradição A história do ritual da Queima do Alho data dos tempos em que os tropeiros viajavam a cavalo negociando e entregando gado Brasil afora. Os 11/8/2009 grupos13:50:54 eram compostos por
um cozinheiro, um ajudante de cozinha e peões. Como as viagens eram longas, duravam entre três e quatro meses, os cozinheiros tinham a preocupação de trazer no lombo dos animais alimentos não-perecíveis conservados no sal grosso. Barretos, no interior de São Paulo, era o ponto final da longa jornada, por ser um grande mercado de compra de bois. Assim, começou a competição entre os cozinheiros para ver quem fazia o prato mais rápido e saboroso.
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Monitoramento de resíduos de agrotóxicos na Ceagesp Anita Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos surgiram ao longo do desenvolvimento tecnológico da agricultura. A concentração de plantas com as mesmas características, num mesmo local, gerou o aumento de pragas e doenças e daí a necessidade de controlá-las, para garantir a produtividade e a qualidade do produto agrícola e o abastecimento da população. Ao longo do tempo, o homem passou a compreender que os agroquímicos podem ter efeitos nocivos ao meio ambiente, à saúde humana e aos inimigos naturais das pragas. Por essa razão, foram criados mecanismos de segurança, para prevenir problemas à saúde humana e ao meio ambiente, para evitar o surgimento de resistência aos princípios ativos utilizados e para incentivar o uso do manejo integrado de pragas e doenças e o uso de produtos menos tóxicos. A legislação brasileira é muito exigente e existe um sistema complexo de registro de agrotóxicos, específico para cada cultura. O produto precisa atender às exigências de eficiência agronômica do Ministério da Agricultura, de inocuidade à saúde humana; do Ministério da Saúde e ao meio ambiente, do Ministério do Meio Ambiente. O desenvolvimento de um novo princípio ativo é muito caro e demorado. A utilização de agrotóxicos sem registro é um grande problema da horticultura (fruticultura, floricultura e olericultura), pois fica impossível garantir a segurança de um alimento quando ele apresenta resíduo de um princípio ativo não testado para aquela cultura. A competência para a fiscalização do registro do agrotóxico para a cultura é do Ministério da Agricultura em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Inocuidade do alimento é uma característica oculta de qualidade. O alimento é inócuo quando não apresenta substâncias estranhas ou as apresenta dentro de limites de tolerância aceitáveis. A inocuidade em frutas e hortaliças frescas acontece pela ausência de resíduos de agrotóxicos ou pela sua ocorrência abaixo do Limite Maximo de Resíduo (LMR). Análises de resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças frescas são realizadas pela Ceagesp desde 1978. Os resultados das análises são enviados ao Ministério da Agricultura e às secretarias de Agricultura de cada estado. O Sirah (Sistema de Informações de Resíduos de Agrotóxicos em Horticultura) é um banco de dados construído para facilitar o acesso a essas informações e está disponível para os interessados. A forma mais fácil e segura de evitar problemas é a adoção, pelo produtor, e a exigência pelo comprador da rotulagem na caixa, com a identificação do produto e do seu responsável. Procure o CQH da Ceagesp para obter mais informações.
Setembro 2009
l JORNAL ENTREPOSTO
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Setembro 2009
VARIEDADE
ARTIGO
Seminis lança melão para a Europa
O seguro rural e o gerenciamento do risco
Nova cultivar do tipo cantaloupe italiano já tem sementes disponíveis para produção
Por Rejane Cecília Ramos*
Lançado no Brasil pela Seminis, o Florentino é uma nova cultivar de melão do tipo Harper, cantaloupe -italiano, destinado ao promissor mercado de exportação, especialmente Europa.
Seguro (do latim “securu”) é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de seguro(Wikipedia). O seguro nasceu da necessidade do homem em controlar
ram dos resultados”, afirma o especialista em melão da Seminis, no Brasil, Klígio Nunes Solon. Na safra, que começou em junho, campos estão sendo plantados em escala comercial no país.
O melão no Brasil De acordo com o IBGE, em estatísticas divulgadas em 2007, o melão ocupa uma área de 22.048 hectares, que produzem 495.323 toneladas. Rio Grande do Norte e Ceará respondem pela maior parte da produção.
De textura levemente firme, com polpa de tom laranja, o novo melão apresenta características exigidas pelo consumidor internacional: atende ao requisito de doçura com alto teor de brix (brix de 12 a 14), próprio dos melões do tipo cantaloupe italiano,
tamanho de fruto tipo médio e bastante uniformes (entre 1 kg e 1,5 kg) e calibre entre 5 e 6. Uma planta vigorosa e produtiva, a nova cultivar apresenta um ciclo de produção de 65 dias e resistência às doenças: Mildio raça 1 (Sphaerotheca fuliginea) e
Produção brasileira de melão por estado 2007 Estados
Área (ha) Volume (Ton)
RN
8.570
230.690
120.255
Ceará
6.923
173.378
139.752
Bahia
2.964
51.886
29.427
RS
2.238
16.918
13.234
17.400
8.270
Pernambuco 840
Valor (Mil R$)
F2 (Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici raças 1 e 2). A casca fica prateada quando o fruto está maduro e a produtividade em campo é alta, tendo alcançado resultados com 4.500 caixas de 5 kg por hectare em áreas de teste. O sabor marcante e adocicado
permite que o melão Florentino seja comercializado tanto in natura como para processamento., tornando-se uma boa opção para os produtores e exportadores de frutas brasileiros. “Os principais produtores do Ceará e Rio Grande do Norte já testaram e gosta-
de crescimento. Os principais concorrentes do Brasil na produção agrícola mundial são os Estados Unidos e os países da União Européia, que além de excelente infraestrutura logística, acesso facilitado à irrigação e tecnologia altamente desenvolvida, ainda alocam grande volume de subsídios diretos junto ao produtor rural. O seguro agrícola demorou. O governo do Estado de São Paulo já oferecia, através do Instituto Agronômico de Campinas, seguro contra granizo na lavoura algodoeira no final da década de 1930. O Proagro, que surgiu em 1973, conhecido por todos os agricultores, que financiavam as suas lavouras, garantia o pagamento do financiamento agrícola na
o risco. Caravanas de cameleiros que cruzavam o deserto na Babilônia, 23 séculos antes de Cristo, mutualizavam entre si os prejuízos com morte de animais. Na China antiga e no Império Romano também haviam seguros rudimentares, através de associações que visavam ressarcir membros que tivessem algum tipo de prejuízo. A atividade seguradora no
ocorrência de sinistro e surgiu pela dificuldade das empresas privadas de seguro em trabalhar com agricultura. A Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo) foi criada em 1969 e representou um grande avanço. Hoje o Programa de Subvenção Econômica ao Prêmio do Seguro Rural do Governo Federal assume uma porcentagem do custo do prêmio do seguro que vai de 30% a 70%, dependendo da cultura. Essa subvenção econômica pode ser complementada pelos governos estaduais e municipais, como é feito pelo governo do Estado de São Paulo. O sistema é ágil e eficiente. O benefício é concedido ao produtor rural por intermédio das
Brasil teve início em 1808 na abertura dos portos ao comércio internacional por D. João VI. A agropecuária é uma atividade de risco muito maior que as outras atividades econômicas. O seu sucesso econômico não depende apenas da aplicação racional e eficiente de fatores de produção, como capital e trabalho, de uso correto de tecnologia
sociedades seguradoras habilitadas a operar no programa, mediante a dedução do montante da subvenção econômica do valor do prêmio a ser pago pelo produtor. Os números mostram o crescimento significativo do seguro rural. O capital segurado no Brasil subiu 166% de 2007 (R$2,71 bilhões) para 2008 (R$ 7,21 bilhões). O número de produtores cresceu 57% de 2007 para 2008, quando foram atendidos 43.642 produtores. A área segurada cresceu 109% de 2.276.245 ha em 2007 para 4.762.903 ha em 2008. A área agrícola com seguro em 2008 representou apenas 8% da área total de 61.049.022 hectares. Os 82% da área restante es-
e do comportamento do mercado. Depende também das condições climáticas e suas imprevisíveis oscilações. Os múltiplos riscos naturais que cercam as atividades agrícolas exigem medidas mitigadoras da volatilidade da renda do produtor rural. O seguro rural é, em todo o mundo, vital para o desenvolvimento mais equilibrado do agronegócio, que representou em 2008, 26,46
tão nas mãos de São Pedro. A subvenção governamental cresceu 158%, indo de R$61 milhões em 2007 para R$158 milhões em 2008. O Estado de São Paulo tem 38 culturas seguradas, num valor total de R$ 961,85 milhões. A cana participa com 29,64% do capital segurado, seguida pela soja com 15,16%, do milho com 10,54%, do tomate com 10,51%, da uva com 9,03%, do caqui com 6,31%, da floresta com 5,72%, da laranja com 2,62%. Houve um crescimento de 132% na área segurada que foi de 197.754 em 2007 para 458.683 ha em 2008. A cultura da cana respondeu por 36,68% da área segurada, a soja por 28,67%, o tomate por
% do PIB do Brasil. O seguro rural é um mecanismo de política agrícola de proteção à atividade agropecuária, prevenindo e reduzindo os riscos. A utilização do seguro rural no Brasil, comparado aos outros países agrícolas do mundo, é incipiente e tem grande potencial
14,51%, as florestas por 2,61%, o caqui por 2,47%, o milho por 2,41%,o milho safrinha por 1,9%,a uva por 0,81% e a laranja por 0,29%. As frutas e hortaliças seguradas já representaram em 2008, 28,47% do capital e 18,78% da área segurados no Estado de São Paulo e devem crescer muito em 2009. * Rejane Cecília Ramos é pesquisadora científica do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
ARTIGO
Pesquisadores alertam que consumo de frutas e hortaliças diminui risco de doenças crônicas Agência Brasil Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos querem estimular no brasileiro o hábito de comer frutas e hortaliças que, atualmente, está muito abaixo do total recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por pessoa, no mínimo, por dia. O consumo médio por brasileiro é de apenas um terço dessa quantidade recomendada pela entidade. Para isso, a Embrapa desenvolveu um projeto de promoção do consumo de frutas, legumes e hortaliças (FLV). A coordenadora do projeto, Virginia Matta, informou que o projeto pretende estimular o consumo desses alimentos por meio da distribuição de livretos educativos, em uma ação que abrange as famílias, escolas e creches, pontos de venda e empresas. Virginia Matta disse que a população brasileira, de um modo geral, ainda não percebeu os benefícios que a ingestão de frutas e hortaliças traz para a saúde. “É preciso levar às pessoas o conhecimento de como é fundamental, cada vez mais, o consumo de frutas, legumes e verduras para a promoção e a manutenção da saúde”. O projeto FLV busca promover uma mudança de hábito no brasileiro. Segundo Virginia, a ingestão desses alimentos protege o organismo contra deficiências de vitaminas e minerais e aumenta a resistência às infecções. “Hoje já se sabe que esse é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, as doenças crônicas, como doença cardiovascular, diabetes, obesidade e alguns tipos de câncer. O não consumo ou o consumo abaixo do recomendado é um dos dez principais fatores de risco para essas doenças. Se você não consome, está mais sujeito a essas ocorrências”, revelou. Com base na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Virginia afirmou que o consumo de frutas e hortaliças é baixo em todo o país, independente da classe de renda. “A gente sabe que a diferença é maior nas classes mais baixas. Mas mesmo as classes média e alta têm consumo ainda abaixo do recomendado”. Isso decorre principalmente da falta de hábito e de um problema de desinformação, explicou. O projeto “Construção de uma estratégia de intervenção em nível local para a promoção do consumo de frutas, legumes e verduras (FLV)” engloba três livretos, que são dirigidos aos professores, agentes de saúde e gestores escolares. Uma das dicas apresentadas é substituir no consumo de sopas, no dia a dia, parte da batata, inhame e aipim por chuchu, cenoura, couve e abobrinha. Os pesquisadores sugerem também que se reduza a quantidade de sal e de temperos prontos nos alimentos, trocando-os por limão e ervas, entre as quais a salsa, cebolinha, manjericão e orégano.
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Monitoramento de resíduos de agrotóxicos na Ceagesp Anita Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos surgiram ao longo do desenvolvimento tecnológico da agricultura. A concentração de plantas com as mesmas características, num mesmo local, gerou o aumento de pragas e doenças e daí a necessidade de controlá-las, para garantir a produtividade e a qualidade do produto agrícola e o abastecimento da população. Ao longo do tempo, o homem passou a compreender que os agroquímicos podem ter efeitos nocivos ao meio ambiente, à saúde humana e aos inimigos naturais das pragas. Por essa razão, foram criados mecanismos de segurança, para prevenir problemas à saúde humana e ao meio ambiente, para evitar o surgimento de resistência aos princípios ativos utilizados e para incentivar o uso do manejo integrado de pragas e doenças e o uso de produtos menos tóxicos. A legislação brasileira é muito exigente e existe um sistema complexo de registro de agrotóxicos, específico para cada cultura. O produto precisa atender às exigências de eficiência agronômica do Ministério da Agricultura, de inocuidade à saúde humana; do Ministério da Saúde e ao meio ambiente, do Ministério do Meio Ambiente. O desenvolvimento de um novo princípio ativo é muito caro e demorado. A utilização de agrotóxicos sem registro é um grande problema da horticultura (fruticultura, floricultura e olericultura), pois fica impossível garantir a segurança de um alimento quando ele apresenta resíduo de um princípio ativo não testado para aquela cultura. A competência para a fiscalização do registro do agrotóxico para a cultura é do Ministério da Agricultura em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Inocuidade do alimento é uma característica oculta de qualidade. O alimento é inócuo quando não apresenta substâncias estranhas ou as apresenta dentro de limites de tolerância aceitáveis. A inocuidade em frutas e hortaliças frescas acontece pela ausência de resíduos de agrotóxicos ou pela sua ocorrência abaixo do Limite Maximo de Resíduo (LMR). Análises de resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças frescas são realizadas pela Ceagesp desde 1978. Os resultados das análises são enviados ao Ministério da Agricultura e às secretarias de Agricultura de cada estado. O Sirah (Sistema de Informações de Resíduos de Agrotóxicos em Horticultura) é um banco de dados construído para facilitar o acesso a essas informações e está disponível para os interessados. A forma mais fácil e segura de evitar problemas é a adoção, pelo produtor, e a exigência pelo comprador da rotulagem na caixa, com a identificação do produto e do seu responsável. Procure o CQH da Ceagesp para obter mais informações.
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Seminis lança melão para a Europa
O seguro rural e o gerenciamento do risco
Nova cultivar do tipo cantaloupe italiano já tem sementes disponíveis para produção
Por Rejane Cecília Ramos*
Lançado no Brasil pela Seminis, o Florentino é uma nova cultivar de melão do tipo Harper, cantaloupe -italiano, destinado ao promissor mercado de exportação, especialmente Europa.
Seguro (do latim “securu”) é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de seguro(Wikipedia). O seguro nasceu da necessidade do homem em controlar
ram dos resultados”, afirma o especialista em melão da Seminis, no Brasil, Klígio Nunes Solon. Na safra, que começou em junho, campos estão sendo plantados em escala comercial no país.
O melão no Brasil De acordo com o IBGE, em estatísticas divulgadas em 2007, o melão ocupa uma área de 22.048 hectares, que produzem 495.323 toneladas. Rio Grande do Norte e Ceará respondem pela maior parte da produção.
De textura levemente firme, com polpa de tom laranja, o novo melão apresenta características exigidas pelo consumidor internacional: atende ao requisito de doçura com alto teor de brix (brix de 12 a 14), próprio dos melões do tipo cantaloupe italiano,
tamanho de fruto tipo médio e bastante uniformes (entre 1 kg e 1,5 kg) e calibre entre 5 e 6. Uma planta vigorosa e produtiva, a nova cultivar apresenta um ciclo de produção de 65 dias e resistência às doenças: Mildio raça 1 (Sphaerotheca fuliginea) e
Produção brasileira de melão por estado 2007 Estados
Área (ha) Volume (Ton)
RN
8.570
230.690
120.255
Ceará
6.923
173.378
139.752
Bahia
2.964
51.886
29.427
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2.238
16.918
13.234
17.400
8.270
Pernambuco 840
Valor (Mil R$)
F2 (Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici raças 1 e 2). A casca fica prateada quando o fruto está maduro e a produtividade em campo é alta, tendo alcançado resultados com 4.500 caixas de 5 kg por hectare em áreas de teste. O sabor marcante e adocicado
permite que o melão Florentino seja comercializado tanto in natura como para processamento., tornando-se uma boa opção para os produtores e exportadores de frutas brasileiros. “Os principais produtores do Ceará e Rio Grande do Norte já testaram e gosta-
de crescimento. Os principais concorrentes do Brasil na produção agrícola mundial são os Estados Unidos e os países da União Européia, que além de excelente infraestrutura logística, acesso facilitado à irrigação e tecnologia altamente desenvolvida, ainda alocam grande volume de subsídios diretos junto ao produtor rural. O seguro agrícola demorou. O governo do Estado de São Paulo já oferecia, através do Instituto Agronômico de Campinas, seguro contra granizo na lavoura algodoeira no final da década de 1930. O Proagro, que surgiu em 1973, conhecido por todos os agricultores, que financiavam as suas lavouras, garantia o pagamento do financiamento agrícola na
o risco. Caravanas de cameleiros que cruzavam o deserto na Babilônia, 23 séculos antes de Cristo, mutualizavam entre si os prejuízos com morte de animais. Na China antiga e no Império Romano também haviam seguros rudimentares, através de associações que visavam ressarcir membros que tivessem algum tipo de prejuízo. A atividade seguradora no
ocorrência de sinistro e surgiu pela dificuldade das empresas privadas de seguro em trabalhar com agricultura. A Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo) foi criada em 1969 e representou um grande avanço. Hoje o Programa de Subvenção Econômica ao Prêmio do Seguro Rural do Governo Federal assume uma porcentagem do custo do prêmio do seguro que vai de 30% a 70%, dependendo da cultura. Essa subvenção econômica pode ser complementada pelos governos estaduais e municipais, como é feito pelo governo do Estado de São Paulo. O sistema é ágil e eficiente. O benefício é concedido ao produtor rural por intermédio das
Brasil teve início em 1808 na abertura dos portos ao comércio internacional por D. João VI. A agropecuária é uma atividade de risco muito maior que as outras atividades econômicas. O seu sucesso econômico não depende apenas da aplicação racional e eficiente de fatores de produção, como capital e trabalho, de uso correto de tecnologia
sociedades seguradoras habilitadas a operar no programa, mediante a dedução do montante da subvenção econômica do valor do prêmio a ser pago pelo produtor. Os números mostram o crescimento significativo do seguro rural. O capital segurado no Brasil subiu 166% de 2007 (R$2,71 bilhões) para 2008 (R$ 7,21 bilhões). O número de produtores cresceu 57% de 2007 para 2008, quando foram atendidos 43.642 produtores. A área segurada cresceu 109% de 2.276.245 ha em 2007 para 4.762.903 ha em 2008. A área agrícola com seguro em 2008 representou apenas 8% da área total de 61.049.022 hectares. Os 82% da área restante es-
e do comportamento do mercado. Depende também das condições climáticas e suas imprevisíveis oscilações. Os múltiplos riscos naturais que cercam as atividades agrícolas exigem medidas mitigadoras da volatilidade da renda do produtor rural. O seguro rural é, em todo o mundo, vital para o desenvolvimento mais equilibrado do agronegócio, que representou em 2008, 26,46
tão nas mãos de São Pedro. A subvenção governamental cresceu 158%, indo de R$61 milhões em 2007 para R$158 milhões em 2008. O Estado de São Paulo tem 38 culturas seguradas, num valor total de R$ 961,85 milhões. A cana participa com 29,64% do capital segurado, seguida pela soja com 15,16%, do milho com 10,54%, do tomate com 10,51%, da uva com 9,03%, do caqui com 6,31%, da floresta com 5,72%, da laranja com 2,62%. Houve um crescimento de 132% na área segurada que foi de 197.754 em 2007 para 458.683 ha em 2008. A cultura da cana respondeu por 36,68% da área segurada, a soja por 28,67%, o tomate por
% do PIB do Brasil. O seguro rural é um mecanismo de política agrícola de proteção à atividade agropecuária, prevenindo e reduzindo os riscos. A utilização do seguro rural no Brasil, comparado aos outros países agrícolas do mundo, é incipiente e tem grande potencial
14,51%, as florestas por 2,61%, o caqui por 2,47%, o milho por 2,41%,o milho safrinha por 1,9%,a uva por 0,81% e a laranja por 0,29%. As frutas e hortaliças seguradas já representaram em 2008, 28,47% do capital e 18,78% da área segurados no Estado de São Paulo e devem crescer muito em 2009. * Rejane Cecília Ramos é pesquisadora científica do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
ARTIGO
Pesquisadores alertam que consumo de frutas e hortaliças diminui risco de doenças crônicas Agência Brasil Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos querem estimular no brasileiro o hábito de comer frutas e hortaliças que, atualmente, está muito abaixo do total recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por pessoa, no mínimo, por dia. O consumo médio por brasileiro é de apenas um terço dessa quantidade recomendada pela entidade. Para isso, a Embrapa desenvolveu um projeto de promoção do consumo de frutas, legumes e hortaliças (FLV). A coordenadora do projeto, Virginia Matta, informou que o projeto pretende estimular o consumo desses alimentos por meio da distribuição de livretos educativos, em uma ação que abrange as famílias, escolas e creches, pontos de venda e empresas. Virginia Matta disse que a população brasileira, de um modo geral, ainda não percebeu os benefícios que a ingestão de frutas e hortaliças traz para a saúde. “É preciso levar às pessoas o conhecimento de como é fundamental, cada vez mais, o consumo de frutas, legumes e verduras para a promoção e a manutenção da saúde”. O projeto FLV busca promover uma mudança de hábito no brasileiro. Segundo Virginia, a ingestão desses alimentos protege o organismo contra deficiências de vitaminas e minerais e aumenta a resistência às infecções. “Hoje já se sabe que esse é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, as doenças crônicas, como doença cardiovascular, diabetes, obesidade e alguns tipos de câncer. O não consumo ou o consumo abaixo do recomendado é um dos dez principais fatores de risco para essas doenças. Se você não consome, está mais sujeito a essas ocorrências”, revelou. Com base na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Virginia afirmou que o consumo de frutas e hortaliças é baixo em todo o país, independente da classe de renda. “A gente sabe que a diferença é maior nas classes mais baixas. Mas mesmo as classes média e alta têm consumo ainda abaixo do recomendado”. Isso decorre principalmente da falta de hábito e de um problema de desinformação, explicou. O projeto “Construção de uma estratégia de intervenção em nível local para a promoção do consumo de frutas, legumes e verduras (FLV)” engloba três livretos, que são dirigidos aos professores, agentes de saúde e gestores escolares. Uma das dicas apresentadas é substituir no consumo de sopas, no dia a dia, parte da batata, inhame e aipim por chuchu, cenoura, couve e abobrinha. Os pesquisadores sugerem também que se reduza a quantidade de sal e de temperos prontos nos alimentos, trocando-os por limão e ervas, entre as quais a salsa, cebolinha, manjericão e orégano.
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ECONOMIA
Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para setembro Flávio Luís Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp
QUANTIDADES COMERCIALIZADAS: O Entreposto Terminal de São Paulo – ETSP movimentou durante o período de janeiro a agosto deste ano aproximadamente 2.067.457 tonela-
das de hortifrutícolas, flores e pescados. Esse resultado representa um crescimento de 0,83% ante o mesmo período de 2008 quando foram
comercializadas 2.050.438 toneladas. O gráfico abaixo ilustra a movimentação por setor de comercialização.
Tendência
Apresentaram elevação da quantidade ofertada os setores de frutas (+2,18%), legumes (+3,21%) e verduras (+1,26%). Os setores de flores (-10,07%), pescados (-14,30%) e produtos diversos (-6,75%) apresentaram retração. O fluxo financeiro envolvido na comercialização do ETSP cresceu cerca de 9,9% no 1º semestre. Passou de R$ 2,525 bilhões para R$ 2,775 bilhões em 2009.
As chuvas atípicas ocorridas durante praticamente todo o mês de julho provocaram retração da quantidade ofertada e elevação dos preços praticados em agosto. No início de setembro confirmou-se a expectativa de normalização. Com a elevação da quantidade ofertada, os preços iniciaram processo de retorno aos patamares habituais. Novas chuvas ou calor excessivo, no entanto, poderão comprometer a quantidade e qualidade das hortaliças comercializadas, principalmente as mais sensíveis. As opções no setor de frutas devem ser abacaxi havaí, coco verde, laranja, morango, manga tommy, maçã gala, jabuticaba e caju. A partir de setembro começam a ingressar no mercado as frutas de final de ano. Assim, ameixas, pês-
segos, nectarinas, figos, damascos, uvas, entre outros, deverão incrementar a cesta de produtos comercializados. Preservadas as condições climáticas satisfatórias, os setores de legumes e verduras deverão oferecer diversas opções para o consumidor. Acelga, alface, repolho, escarola, beterraba, chuchu, cenoura, mandioca, milho verde, batata, entre outros. No setor de flores, deve crescer o número de variedades ofertadas em razão da chegada da primavera. Os preços devem seguir estáveis neste setor. O setor de pescados deve apresentar volumes e preços estáveis. Alguns produtos importantes como cação, tainha, sardinha, tilápia, entre outros, devem figurar entre as opções de compra do setor.
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Vocal mantém investimentos para 2009 A Vocal, maior concessionária Volvo de caminhões e ônibus da América Latina, foi inaugurada, em 1980, pelo Grupo Feffer. Atualmente, a revenda conta com unidades nas regiões de São Paulo, Grande ABC, Santos, Campinas, Caçapava e Porto Ferreira, além de uma unidade avançada para o segmento de caminhões cegonha, localizada em São Bernardo do Campo. Os principais diferenciais da empresa se concentram no tripé excelência em qualidade de serviços, agilidade no atendimento e soluções completas em transportes. Para 2009, prevê a inauguração da filial Guarulhos na Rodovia Presidente Dutra, principal artéria de circulação de caminhões do país. Nos últimos anos, a empresa viveu uma revolução em sua gestão. Com isso, passou de um prejuízo de R$ 2,5 milhões, em 2006, para um lucro líquido de R$ 12
milhões no ano seguinte. Em 2008, obteve faturamento de R$ 574 milhões, um resultado 77% maior que o alcançado em 2006, com o lucro recorde de R$ 23 milhões. Ainda em 2008, atingiu 8,5% de participação no mercado de caminhões semi-pesados e as receitas de serviços, que representam 32% das vendas brutas e 41% da margem de contribuição total, tiveram uma evolução de 23% no período. O primeiro semestre de 2009 adianta que este ano será o segundo melhor da história da empresa, apesar da crise econômica mundial, obtendo R$ 228 milhões em faturamento. Foram comercializados 448 caminhões pesados e 188 semi-pesados. Embora tenha havido uma queda de 16% no mercado interno – a previsão era mais pessimista, de 25% - a Vocal passa a ter, consecutivamente, 17% e 8,3% de market share nessas categorias.
Esse progresso é resultado de um trabalho focado em gestão de custos, busca por maior eficiência e produtividade nas oficinas, reestruturação das linhas de negócios e a maior capacitação das lideranças da empresa. A constante preocupação com atendimento em pós-vendas premiou a Vocal em 2009, pelo segundo ano consecutivo, como a melhor no setor de serviços automotivos, pela revista Consumidor Moderno, maior concurso voltado para este quesito em todo o país. No total, até 2012, a Vocal pretende investir R$ 32 milhões, com o reposicionamento geográfico e estratégico de suas filiais, para adequação à mudança do tráfego de caminhões, decorrente das inaugurações dos trechos restantes do Rodoanel, previstas para os próximos três anos, além de maximizar a cobertura de atendimento no estado de São Paulo.
Vende-se 1 apto com 2 quartos na Leopoldina, Valor R$ 50.000,00 Fone para contato: 8951-8136
Vende-se
1 apto. com 1 quarto na Leopoldina, Valor R$ 35.000,00 fone para contato: 8951.8136
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CÁ ENTRE NÓS
A enchente e a festa
Manelão Colunista
O olhar dos brasileiros esteve voltado para a imagem de melancias boiando pelas ruas que circundam os pavilhões de hortifuti atingidos pelas chuvas que alagaram São Paulo no começo do mês. Naquela terça-feira, o trator acoplado à carreta fez várias viagens resgatando as pessoas que ficaram impossibilitadas de sair de suas áreas de trabalho, invadidas pela subida do nível das águas do rio Pinheiros. Parabenizo a gerência da Ceagesp e as equipes de fiscalização, manutenção e limpeza que fizeram um esforço supremo para lavar e desinfetar o mercado depois que as águas baixaram. Assim, no dia seguinte todos puderam trabalhar e a mesa do brasileiro não ficou desabastecida. *** No dia 13, foi realizada a tão esperada Queima do Alho aqui na Ceagesp. Por volta das 6 horas, a berranteira Fabiana da comitiva Capiau, mãe dos gêmeos mais bonitos da festa, deu o toque da alvorada e todas as comitivas foram tomar o café da manhã na sede da Nossa Turma. A fartura foi garantida com o pão da padaria Nativa, o suco de laranja do Fortes, do RJ e
da alfa Citrus, os abacaxis doados por Hatori, Peg e Pese e Big Fruit; o mamão que veio da Dallas e da Nata; as maçãs doadas pelas empresas Frugal e Othil. Tinha até jabuticaba doada pela Victory! Depois do café, no pátio do PBCF, a imagem da padroeira do Brasil foi entronada sobre uma mesa e todos os participantes colocaram seus chapéus no chão em sinal de respeito. Os participantes fizeram uma oração pedindo que a Ceagesp, que completou 40 anos, continue com sua função social, de pôr alimentos na mesa de todos os brasileiros. O domingo estava lindo, com céu azul e sol a pino. Pouco a pouco, as bandas iam chegando, mas aí surgiu um pepino. Devido à enchente, a equipe de manutenção teve que fazer reparos na rede elétrica e todo o mercado ficou iluminado somente pela luz solar. Por isso, nós da Nossa Turma, que além de organizadores da festa, somos beneficiados pelo espetáculo da Queima do Alho, pedimos desculpas aos participantes e aos artistas que não puderam mostrar o seu talento. E, de coração, agradecemos aos presentes que, mesmo com esses transtornos, permaneceram na festa até seu encerramento, às 18 horas. A Comitiva Capiau ficou em segundo lugar e agora ocupa a segunda posição na pontuação geral, mas o Tião e o Aristides estão confiantes de que até o final do certame vão virar o jogo e, mais uma vez, irão cozinhar no Barretão. Obrigado a todos!
Parceria com o Sebrae A visita à Ceagesp da gestora nacional de fruticultura do Sebrae, Léa Maria Lagares, acompanhada dos gestores de fruticultura de todos os estados nordestinos, realizada em agosto, já rendeu bons frutos. Duas publicações do Centro de Qualidade em Horticultura foram publicadas pelo Sebrae e lançadas ns Fruit&Log – Feira Internacional de Frutas e Derivados, Tecnologia de Processamento e Logística, realizada em no início deste mês em São Paulo. A parceria entre o Sebrae e a Ceagesp possibilitará novas publicações e ações de melhoria da comercialização dos produtores parceiros do SEBRAE. MANUSEIO MÍNIMO A publicação traz as regras que devem ser obedecidas pelo supermercado para garantir a manutenção da qualidade das frutas e hortaliças no setor de FLV. FRUTAS E HORTALIÇAS: FONTE DE PRAZER E SAÚDE Orienta o consumidor como escolher as frutas e hortaliças e como conservar o seu sabor e qualidade nutricional.
JORNAL ENTREPOSTO
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Ceasas Brasil Índice Ceagesp de Agosto tem aumento de 11,46% O Índice Ceagesp, indicador que reúne 105 itens de frutas, legumes, pescados e verduras, aponta alta de 11,46% nos preços no atacado dos principais produtos comercializados na companhia. Com esse resultado, o indicador acumula elevação de 6,42% no ano e 11,47% nos últimos 12 meses. Além do frio, outros fatores como ventania e chuvas atípicas no período prejudicaram a quantidade e a qualidade ofertada e retardaram o desenvolvimento e a maturação de vários produtos. Para este mês, está prevista queda nos preços, já iniciada na última semana de agosto, e aumento expressivo na quantidade de produtos ofertados, influenciados pela melhora do clima. A maior elevação, em agosto, foi registrada no setor de Legumes, com 26,12%, influenciado principalmente pelos aumentos do pimentão vermelho (71,27%), tomate (52,16%), berinjela (77,10). O setor de pescado foi o único a apresentar baixa, com recuo de 2,40%.
SUSTENTABILIDADE
Crescem doações de alimentos da Ceagesp No primeiro semestre deste ano, o Banco de Alimentos doou mais de 860 toneladas de hortifruti às entidades beneficentes cadastradas. Um aumento de quase 30% em relação ao mesmo período do último ano, quando foram enviadas 617 toneladas. Já os alimentos impróprios para consumo transformaram-se em mais de sete mil toneladas de composto orgânico. Além disso, a estatal reciclou 718 toneladas de madeira, retirada das caixas de produtos, e 510 toneladas de palha, utilizada para acomodar alimentos.
Ofereça a seu varejista Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo tem duração de quatro horas e fornece noções de fisiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Inscreva os seus compradores no 1º módulo de FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM FLV. Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. Tel: (11) 3643-3825 3643-3827/3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br
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CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
Serviço de informação do pescado Ferramenta pretende facilitar o trabalho de produtores e comerciantes
Anita Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp é um dos maiores entrepostos de pescado do Brasil. A estatal mantém o SIEM (Serviço de Informação e Estatística de Mercado) e o Serviço de Cotação de Preços Diários. Cada carga que entra no pavilhão do pescado deixa uma cópia do documento fiscal que acompanha o produto e as suas informações – produto, origem, volume e destino dentro do entreposto – são registradas. A Cotação é um serviço diário de monitoramento dos preços (mais comum, menor e maior) praticados na venda do atacado para o varejo. O Centro de Qualidade e o FRISP (Frigorífico de São
Paulo) estão organizando os dados disponíveis visando à construção de um sistema de apoio à tomada de decisão do pescado, voltado para todos os seus agentes de produção e comercialização. A Tabela de Defeso foi o primeiro trabalho construído. Juntamos e organizamos toda a legislação referente ao defeso e criamos uma planilha onde o interessado pode consultar por espécie (nome comum e científico), região, época. É um trabalho que só teve a pretensão de facilitar a vida dos agentes de comercialização e de produção e de garantir a sustentabilidade do pescado pela obediência às exigências legais. Agora chegou a vez do Banco de Espécies que contém a relação das espécies de pescado comercializadas na Ceagesp por nome comum,
ALIMENTAÇÃO & SAÚDE
Campanha ressalta benefícios do pescado Governo federal distribui 70 mil cartazes para afixação em bares, restaurantes e supermercados participantes O Ministério da Pesca e Aquicultura lançou no dia 1º de setembro a Semana do Peixe 2009, que teve como objetivo incentivar o consumo de pescados em todo o país, com foco na alimentação saudável, durante a primeira quinzena do mês. A campanha contou com apoio do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Entre as entidades parceiras, também se destacaram a Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) e a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que coordenaram as ações de promoção do alimento e festivais gastronômicos. Segundo o Ministério da Pesca, foram distribuídos dois milhões de folhetos aos consumidores em todo território nacional, contendo informações sobre os benefícios à saúde que o consumo do pescado proporciona, além de dicas sobre como verificar a qualidade do produto na hora da compra, como limpá-lo e prepará-lo corretamente. Em 2008, a Semana do Peixe chegou a 70 redes de supermercados. No período do evento, a venda de pescados cresceu cerca de 60% nesses estabelecimentos, com relação ao mês anterior,
superando todas as expectativas do governo brasileiro. Em casos específicos, supermercados regionais superaram 300% de crescimento. Desde 2003 participando da campanha, a Abras também contribui com a organização das ações nos estados, por meio das associações regionais que mobilizam diretamente os supermercados. Tradicionalmente, fornecedores e supermercadistas entram em acordo durante a Semana do Peixe, para a realização das promoções. Dicas de compra A campanha que mostrou os benefícios do pescado à saúde do consumidor, também prestou informações. O pescado fresco, por exemplo, deve ser úmido, firme e sem manchas estranhas na pele, no caso dos peixes e moluscos, ou na carapaça, no caso dos crustáceos. Os olhos devem estar brilhantes e salientes. As brânquias têm de estar úmidas e também brilhantes e com a cor entre o rosa e o vermelho intenso. Os crustáceos devem ter a cor própria da espécie e não podem ser vendidos vivos e não apresentar cor alaranjada ou negra na carapaça.
“É um trabalho que só teve a pretensão de facilitar a vida dos agentes de comercialização e de produção e de garantir a sustentabilidade do pescado pela obediência às exigências legais.”
nome científico, se o habitat é água salgada ou doce, se é peixe de escama, couro ou exoesqueleto, a faixa de valoração (alta, média, baixa) e os dados mensais de entrada e preço de 2002 a 2008 de cada espécie. A consulta aos dados mostra que entre dos 106 peixes comercializados na Ceagesp, 77 são de
escama e 18 de couro; 76 vivem em água salgada e 30 em água doce.Os dados de volume foram obtidos a partir das informações da nota fiscal recolhida na portaria. A qualidade das informações é diretamente proporcional à qualidade do preenchimento da Nota Fiscal do produto, a principal razão para o ‘Pro-
grama de Valorização da Nota Fiscal do Produtor’. O leitor que tiver interesse em consultar ou receber as informações já coletadas e organizadas pode entrar em contato com o Centro de Qualidade da Ceagesp, através do e-mail cugliara@ceagesp. gov.br ou do telefone 36433827.
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EVENTO
INCENTIVO
Diagnóstico sobre as Ceasas será divulgado em outubro
Implantação da Ceasa TO incentiva produção de melão no Estado
O diagnóstico com informações de 62 entrepostos do país será divulgado durante evento sobre alimentação em Brasília (DF), no dia 16 de outubro, com a presença de técnicos e dirigentes ligados ao setor de abastecimento. A informação foi dada pelo superintendente substituto de Abastecimento Social da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Newton Lélio de Melo. O coordenador do estudo, o agrônomo Altivo Cunha, explicou que a demanda surgiu porque o Brasil não dispunha de informações atualizadas sobre o seu sistema de comercialização de hortigranjeiros, considerado um dos maiores do mundo, com quase 18 milhões de toneladas de alimentos comercializados por ano. Entre os dados obtidos, o diagnóstico identificou que o universo de todas as Ceasas no país abrange atualmente 21.574 produtores agrícolas cadastrados, a maioria composta de agricultores familiares, 12 mil comerciantes, 27 bancos de alimentos destinados a ações de combate à fome e 442 pavilhões para comercialização dos produtos. Essas Centrais ocupam uma área total construída de 3.330.000 metros quadrados.
A fruticultura do Tocantins conta com bons incentivos para o aumento do plantio de frutas. A boa expectativa é resultante da recém-criada Ceasa no Estado. Nos últimos dois anos, o plantio de melão vem apresentando crescimento. Na safra de 2008 foram colhidas 900 toneladas da fruta, em uma área de 30 hectares. Mas, segundo as expectativas dos produtores, este ano a produção deve aumentar. Para o agricultor Glauco Giordani, produtor do projeto São João, nos próximos anos o seu plantio deve triplicar a produção de melão. le é um dos primeiros agricultores a fornecer à Ceasa. Atualmente
Ceasa Campinas abre licitação de áreas para comércio de flores e plantas O Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais da Ceasa de Campinas está licitando 11 áreas para produtores e atacadistas interessados em comercializar seus produtos no espaço. A concorrência pública dará permissão de uso das áreas, conforme determina a lei 8.666/93. Cada área tem 24 metros quadrados sendo cinco para comercialização de flores de corte, três boxes para plantas em vasos e três de paisagismo e jardinagem. O resumo e o edital completo da licitação podem ser conhecidos no site da empresa no link http://www.ceasacampinas.com.br/novo/Licitacoes_AndamentoVer.asp?IdTipo=8. Outras informações sobre o processo licitatório podem ser obtidas no Setor de Suprimentos da Ceasa-Campinas, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O telefone é o (19) 3746-1038.
o seu plantio é de 50 toneladas por safra. No Tocantins, o período de colheita é de junho a outubro, gerando cerca de 600 empregos diretos e indiretos na época da safra. De acordo com a Diretoria de Fruticultura da Secretaria de Agricultura, Tocantins tem suas vantagens por apresentar algumas qualidades peculiares. O melão tocantinense possui maior grau de brix (teor de açúcar) devido a maior luminosidade existente no Estado, menor incidência de pragas e doenças por possuir menor umidade relativa do ar apresentada na época de produção.
Ceasa PR licita áreas em mais dois entrepostos A Ceasa do Paraná lançou edital de licitação para áreas em suas unidades de Londrina e Maringá. Cada uma dispõe 13 lojas para ocupação tanto para comércio de hortigranjeiros como atípicos em geral. O entreposto de Londrina ocupa um terreno de 242 mil metros quadrados com 8.741 m2 de área construída para o setor de atacado, e 25 mil metros quadrados destinados para o mercado do produtor, entre área coberta e pátio para o comércio sobre cami-
nhões. A central conta atualmente com 1.470 produtores cadastrados e, destes, 320 comercializam diariamente. A comercialização da unidade em 2008 foi de 167.603,95 toneladas de hortigranjeiros. Já a Ceasa de Maringá está localizada na PR 317, saída para Campo Mourão. A área total do terreno é de 211.750 metros quadrados e a construída, de 17.972 m2. O atacado de hortigranjeiros ocupa 4.973 m2, e a área destinada à comercialização dire-
ta de produtores é de 1.200 m2. No ano passado foram comercializadas 85.579,49 toneladas de produtos através da central. No primeiro semestre deste ano a comercialização de hortigranjeiros cresceu 21,5 % em relação à igual período de 2008, com grande procura de produtores interessados em ingressar no mercado. Mais informações poderão ser obtidas através do endereço www.ceasa.pr.gov.br, no ícone Licitação de Áreas.
QUALIDADE
Ceasa PE também terá sua central de embalagens
Um projeto na Ceasa de Pernambuco promete melhorar a qualidade dos produtos vendidos pelos comerciantes. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) começou a implantar uma iniciativa que contempla uma central de embalagens, que deve diminuir os riscos de contaminação dos alimentos. As caixas de papelão utilizadas atualmente pela Central deixarão de existir na primeira quinzena deste mês, quando serão substituídas por caixas novas, de plástico. Já existem 20 mil caixas higiênicas, mas, de acordo com a Ceasa, serão necessárias 300 mil para suprir a demanda. O projeto terá início com o tomate, que é um dos alimentos mais prejudicados durante o transporte em termos de higiene e desperdício, explica o professor de economia na UFRPE, Luiz Andrea Favero, que está à frente do projeto. “O tomate hoje tem 20% de perdas”, estima. “Vamos economizar com essas perdas e ganhar com a qualidade ambiental”. As vantagens são múltiplas, para o produtor rural, para o comerciante atacadista e principalmente para o consumidor, explica o professor. “Atualmente temos contaminação por vírus e outros
patógenos, que vamos diminuir com esse processo de lavagem das caixas, além de evitar que as doenças e pragas voltem para a lavoura”. Um maquinário com água na temperatura de 60ºC vai lavar a caixas, utilizando também detergentes, sanitizantes e produtos que vão eliminar os fungos. “O consumidor terá um produto com garantia de segurança do alimento”, afirma Favero. Além disso, as caixas serão padronizadas dentro das normas do Inmetro e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “A pessoa vai comprar o produto sabendo quanto vai levar, sabendo o peso. Na caixa, você não sabe quanto tem, se dez ou vinte quilos”, explica o professor. Todo o projeto também foi pensado dentro das premissas de proteção ao meio ambiente. De acordo com Favero, a água usada na máquina será reciclada e tratada. As caixas são controladas por cartões verdes e amarelos e o produto não vai sofrer alteração de preço. “Hoje se paga por uma caixa que não tem as condições de higiene”, explica. “Vamos subsidiar os atacadistas que têm essas caixas. O custo inicial vai ser diluído nas vantagens que teremos ao longo do processo”, conclui.
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TRANSPORTE
Caravana Caminho da Economia, expõe caminhões nas principais ceasas A caravana Caminho da Economia, da montadora Volvo, continua percorrendo as principais centrais de abastecimento (Ceasas) do país. Desde agosto, o evento já passou por três capitais nordestina: Recife (PE), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Salvador (BA). Para o permissionário Weverton de Jesus Barreto, transportador autônomo de Moita Bonita, Sergipe, a caravana é muito importante para os caminhoneiros e comerciantes das Ceasas porque traz os produtos e novidades da montadora para o seu local de trabalho. Transportando laranja, batata, cenoura, cebola e maçã do entreposto paulistano da Ceagesp e da Ceasa de Contagem (MG) para a Ceasa de Recife, ele tem pouco tempo para parar e conhecer os caminhões. Na etapa de Recife, Barreto conseguiu fazer o test-drive do Volvo VM e cuidar da sua saúde com o exame de pressão arterial. Gostou tanto da ação que comprou um Volvo VM para agregar à sua frota de quatro caminhões. Segundo Daniel Melo, supervisor de Marketing da Volvo, as Ceasas, além de um importante mercado, atua também como formadoras de opinião. “Toda a cadeia produtiva passa pela Ceasa, seja o produtor ou o supermercadista. Experimentando os caminhões e tendo contato com
o conforto e a economia do modelo VM, a pessoa sai convencida e quando não adquire o produto, ela recomenda”, opina. De acordo com o gerente comercial da linha de caminhões VM, Reinaldo Serafim, a Caravana é uma ótima ferramenta de divulgação dos produtos e da marca. “O grande beneficio é que o cliente ou o futuro cliente tem contato físico com o produto seja em exposição estática ou no test-drive. E isso é muito importante na decisão de escolha final”, afirma. Para o executivo, o custo operacional das empresas tem suma importância na gestão do negócio e a montadora propõe justamente baixar estes custos através de eficiência no consumo de combustível e baixo custo operacional, sem abrir mão do conforto e segurança que as longas jornadas dos motoristas exigem no transporte de cargas. Além disso, a Volvo através do seu banco – Volvo Financial Service - oferece ao transportador opções de financiamento e seguro personalizadas para as diferentes realidades dos trabalhadores. Para o motorista que ainda não participou da Caravana da Economia, a dica é não deixar de fazer o test-drive no caminhão VM e conhecer a caixa de câmbio de 9 marchas da série Eco-Experiênce, recém lançado pela montadora.
Dica para o motorista que ainda não participou da Caravana: Não deixem de fazer o seu test-drive no VM e a grande dica é conhecer a caixa de câmbio de 9 marchas da serie Eco-Experiênce, recém lançado pela montadora.
CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
ÁGUAS DE SETEMBRO
Guia de variedades da pêra europeia Anita Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A pêra é da mesma família da maçã, do marmelo e seu fruto é conhecido como pomo. A porção carnuda da fruta é resultado do desenvolvimento do receptáculo da flor.
Existem cerca de três mil variedades conhecidas de pêra no mundo e somente pequeno número é comercializado no mercado internacional. Na Ceagesp possível encontrar 13 variedades de pêra européia e sete variedades de pêra asiática. Elas são de espécies botânicas diferentes: a pêra europeia - Pyrus communis L. e a pêra asiática - Pyrus pyrifolia Nank.
A produção de pêra europeia exige clima mais frio que o brasileiro, mas a produção de pêra asiática está crescendo nos estados mais frios do nosso país. O Brasil é um grande importador de pêra fresca e a importação de pêra seca está crescendo. A importação de pêra fresca pelo Brasil passou de 137 mil toneladas em 2007, para 143 mil toneladas
em 2008 e até julho deste ano já estava em 97 mil toneladas. A importação de pêra seca é bem menor e cresce a cada ano: em 2007 importamos 20 toneladas, que em 2008 chegou a 46 toneladas e até julho deste ano foram 20 toneladas importadas. A maior parte das 90 mil toneladas da pêra comercializada no ano passado no
entreposto paulistano da Ceagesp é importada. Somente 894 toneladas são de pêras asiáticas produzidas no Brasil. A pêra é uma das frutas de maior volume, ocupando o 7o lugar entre todas as frutas comercializadas na Ceagesp. Confira a tabela em: www.jornalentreposto.com.br
Enchente causa prejuízo de mais de R$ 200 mil na Ceagesp A área de armazenagem de abacaxis e melancias foi a mais atingida pelas chuvas As fortes chuvas que atingiram a cidade de São Paulo no último dia 8 de setembro causaram a perda de cerca de 300 toneladas de frutas estocados no setor de comercialização de abacaxis e melancias do entreposto paulistano. De acordo com o órgão, essas frutas foram totalmente destruídas, antes de serem enviadas para descarte final, para evitar qualquer possibilidade de aproveitamento para consumo. A estimativa é que o prejuízo some aproximadamente R$ 220 mil. A inundação atingiu que atingiu o entreposto foi provocada pelo refluxo das águas do rio Pinheiros.
Com tanta eConomia,
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Perspectivas da agricultura tropical Demanda necessária de alimentos em todo o mundo até 2025: crescimento de
Estoques de alimentos em 2009:
1,3% anualmente
dos cultivos dos países tradicionalmente agrícolas
70% abaixo da média dos últimos dez anos
O
que a ciência pode fazer para ajudar o Brasil e o mundo a enfrentar os desafios da agricultura tropical? A pergunta foi feita no início do Seminário Internacional ‘Os Desafios da Agricultura Tropical’ por Jacques Marcovitch, presidente do Conselho Administrativo da Fundação Bunge. O evento, promovido pela Fapesp e pela Fundação Bunge, integrou o Prêmio Fundação Bunge 2009, que neste ano premiou profissionais das áreas de Agricultura e Pintura. Cientistas e docentes de diversas regiões do país presentes no evento realizado em 15 de setembro, na sede da FAPESP, em São Paulo, deram contribuições importantes para tentar responder à questão, que foi detalhada pelo próprio Marcovitch.
É importante gerar tecnologias que potencializem a relação – ainda imatura – da floresta com a agricultura.
‘Devemos olhar para a agricultura do presente pensando no futuro, porque nele se projetam as metas de 2030 e 2050, quando os dados estatísticos indicam que deveremos dobrar a produção de alimentos em escala mundial’, disse o também professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP). ‘Ao mesmo tempo, o aumento da produção de alimentos não deve nos preocupar somente em 2030. Os estoques de alimentos de 2009, por exemplo, já estão 70% abaixo da média dos últimos dez anos, o que mostra que o tema é extremamente atual’, disse. Segundo o engenheiro agrônomo Rodolfo Augusto Sánchez, da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, para satisfazer a demanda de alimentos em todo o mundo em 2025 será preciso aumentar o rendimento dos cultivos dos países tradicionalmente agrícolas em 1,3% anualmente até lá. ‘O aumento dessa produção em novas áreas poderá trazer vantagens, mas também muitos riscos. Se conseguirmos elevar o rendimento de culturas como a soja por hectare sofreremos menos pressão internacional, devido a uma atitude mais conservadora em relação ao meio ambiente’, apontou. O professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, do Departamento de Ciências do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, ganhador do Prêmio Fundação Bunge na área de Agricultura Tropical na categoria Juventude, chamou a atenção da plateia para a possibilidade de o setor agrícola ser um potencial mitigador do aquecimento global.
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O vencedor do prêmio em Agricultura Tropical na categoria Vida e Obra, João Lúcio Azevedo, também professor da Esalq, destacou em sua palestra os microrganismos e sua importância para a agricultura tropical. Azevedo comparou o número de espécies conhecidas e desconhecidas de diversos organismos para ilustrar o quanto ainda falta descobrir.
Celso Lafer, presidente da Fapesp, na abertura do evento, falou sobre os investimentos sucessivos da Fundação em estudos relacionados a ciências agrárias. ‘Essa área recebeu em 2008 recursos da ordem de R$ 52,6 milhões, que correspondem a 8,25% do investimento total da Fapesp naquele ano. De 2004 a 2008, a Fundação destinou às ciências agrárias quase R$ 200 milhões e, nos últimos 17 anos, de 1992 a 2009, contratou, em bolsas e auxílios nas diversas modalidades e linhas de fomento, 14.590 projetos na área’, disse.
‘Com relação a bactérias, por exemplo, são conhecidas apenas 4,7 mil espécies de um total estimado de mais de 40 mil existentes. Dos fungos, estima-se que somente uma parcela de 4,5% tenha sido catalogada. Isso porque, entre outras questões, acredita-se que as bactérias e fungos sejam prejudiciais à saúde dos animais e causem prejuízos às plantas. Apenas 1% desses organismos são patogênicos e os outros 99% podem ser extremamente úteis para a agricultura, apesar de ainda não serem conhecidos’, disse Azevedo, que também é coordenador de microbiologia do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ressaltou a falta de profissionais capacitados no Brasil para a identificação e catalogação de novas espécies da fauna e da flora, ainda que o país forme atualmente cerca de 10 mil doutores por ano. ‘A biodiversidade brasileira é muito pouco conhecida. Um dos grandes problemas atuais no país é a carência de pessoal em sistemática e taxonomia, tanto de animais como de plantas. Isso nos remete a uma situação de não desenvolvimento de alternativas econômicas para a agricultura, como a identificação de novas espécies e variedades agrícolas que possam dar origem a novos mercados’, afirmou.
Esses investimentos contribuíram para que, segundo outro participante do seminário, Eliseu Roberto de Andrade Alves, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da qual foi e diretor-presidente de 1979 a 1985, a ‘ciência brasileira seja atualmente do tamanho do agronegócio do país’. ‘Hoje, o agronegócio brasileiro vive uma fase plena e madura devido à capacidade histórica de a ciência apoiar o setor e vice-versa. E tanto a Fundação Bunge como a FAPESP têm grande contribuição nesse avanço do agronegócio brasileiro. Por isso, acredito que meio ambiente e agricultura podem e devem caminhar juntos para o bem do Brasil e da humanidade’, apontou.
Bactérias conhecidas: apenas 4,7
mil espécies
Investimentos sucessivos da FAPESP
Total estimado: mais de
2008 recursos da ordem de
40 mil existentes
R$ 52,6 milhões De 2004 a 2008, a Fundação destinou às ciências agrárias quase
R$ 200 milhões
Fonte: Agência FAPESP
Construindo a nova agricultura tropical Nas últimas três décadas, o Brasil – leia-se, seus cientistas e equipes, seus especialistas em políticas públicas e desenvolvimento institucional, seus produtores, e consumidores – dedicou-se a construir e a consolidar a moderna agricultura tropical. É um movimento múltiplo, plural, e complexo, de conhecimento da realidade brasileira, da potencialidade de seus recursos naturais e, em particular, de seus recursos humanos e de transformação dessa realidade cheia de contrastes historicamente sedimentados, de sorte a criar crescimento econômico e social e bemestar para todos os brasileiros. Há trinta anos, o desafio de construir a agricultura tropical requeria viabilizar a produção estável de alimentos, fibras e outras matérias-primas em todas as regiões brasileiras, o suficiente para garantir o abastecimento interno, apoiar o crescimento da agroindústria, conter a inflação e oferecer excedentes exportáveis para gerar divisas que pagassem as dívidas externas e financiassem o desenvolvimento brasileiro.
Os números alcançados a cada safra são expressivos: 120 milhões de toneladas de grãos, 16 milhões de toneladas de hortaliças, 18 milhões de toneladas de carnes, 38milhões de toneladas de frutas, 3,7 milhões de toneladas de algodão, 2,1 milhões de toneladas de café em grão, 470 milhões de toneladas de cana (25 milhões de toneladas de açúcar e 16 bilhões de litros de álcool), 120 milhões de metros cúbicos de madeira de florestas nativas e cultivadas e 22 bilhões de litros de leite. Biênio 2005/06 - Fonte: Embrapa
O lado sustentável de cada um Hoje, tornou-se politicamente correto para as empresas, profissionais ligados às áreas social e ambiental, mídia e políticos mais antenados com a realidade falar em sustentabilidade. Mas será que todos estão falando da mesma coisa quando citam esse tema? O termo sustentabilidade nos apresenta dois desafios: o primeiro é chegar a um consenso sobre o seu significado – é comum ser utilizado apenas como sinônimo de investimento na área ambiental; e o segundo é perceber qual o papel de cada um de nós dentro de uma política sustentável, o que implica em uma mudança profunda e, não superficial, de paradigmas. Essa confusão de conceitos e práticas não está apenas na cabeça do dito cidadão comum. Uma pesquisa divulgada pela ABERJE (Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial) revelou que apenas 13% dos profissionais entrevistados relacionam o tema ao conceito do triple bottom line (desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental), muito adotado pelas empresas. Uma parcela significativa, 21%, relaciona o tema apenas a um dos pilares, o ambiental – aliás, prática muito comum também entre os empresários. Outro conceito difundido, talvez mais próximo da nossa realidade, é o de “adotar práticas no presente que não comprometam as gerações futuras”. Esse conceito nos leva a pensar e questionar as nossas práticas e como estamos colaborando nesse processo. Muitas vezes, temos noção dos riscos ocasionados pelas mudanças climáticas, temos opinião formada a respeito do protocolo de Kyoto e conseguimos identificar aspectos falhos no atual modelo de crescimento
econômico global. Porém, não conseguimos perceber o nosso papel nessa engrenagem. Não entendemos que somos protagonistas e vítimas de nossas ações. Que somos formandos e formadores de um processo maior de transformação econômica, social e ambiental. Nossas práticas revelam quem somos e no que acreditamos. Precisamos de lideranças empresariais, políticas e sociais comprometidas com as mudanças que uma sociedade sustentável exige e, acima de tudo, capazes de conduzir esse processo. Porém, precisamos também começar a fazer a nossa parte. Somos responsáveis em exigir práticas macroeconômicas éticas , mas também em sermos éticos nas pequenas decisões econômicas que gerenciamos nas nossas relações interpessoais, nos nossos lares, nos nossos ambientes de trabalho. Somos responsáveis por reivindicar a preservação dos nossos ecossistemas, mas também por adotar o consumo consciente para minimizar o descarte de produtos na natureza. Somos responsáveis por cobrar políticas sociais eficientes sem interesses meramente eleitorais, mas também temos de nos sentir instigados a compartilhar o nosso conhecimento em prol do desenvolvimento do outro. No século passado, certamente para falar de outro tema, o pacifista Mahatma Gandhi nos sinalizou com o caminho a ser trilhado para garantirmos a sustentabilidade de nossas ações: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” Por Cláudia Buzzette Calais, gerente de projetos da Fundação Bunge
Eucalipto é alternativa para reflorestar áreas devastadas Cultura se adapta a qualquer clima do Brasil e tem produtividade 30 vezes maior que a madeira de lei
Engana-se quem pensa que o eucalipto é uma monocultura que degrada o meio ambiente. Pelo contrário: o eucalipto é uma alternativa para reflorestar áreas devastadas, pois contribui com a manutenção do solo, ao permitir a infiltração da água, e reduz a pressão sobre as florestas naturais. “O eucalipto absorve grande quantidade de CO2 da atmosfera, o que diminui a poluição e combate o efeito estufa. Estima-se que 1 hectare de floresta sequestra anualmente 41 toneladas de CO2”, conta Carlos Roses, gerente operacional da Unidade Madeira da Eucatex. A empresa possui 44 mil hectares de florestas próprias de eucalipto, e toda essa área é certificada com a ISO 14001 e o Selo Verde, concedido pela Scientific Certification Systems (SCS), entidade ligada ao Conselho de Manejo Florestal, o Forest Stewardship Council (FSC), dos Estados Unidos. Roses chama a atenção para o seguinte dado: 1 hectare de floresta de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas naturais. “Apesar de ser uma cultura que se desenvolve em qualquer clima brasileiro, dos 300 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos anualmente no Brasil somente um terço provêm de florestas plantadas”, salienta. Hoje, as plantações de eucalipto cobrem mais de 3 milhões de hectares de terras no país e são usadas como matéria-prima para as indústrias de painéis (chapa dura, MDP e MDF), de papel e celulose e siderurgia (carvão de madeira). Para garantir a biodiversidade, a Eucatex faz um monitoramento permanente da fauna em suas florestas, onde já foram identificadas mais de 150 espécies de aves e 20 de mamíferos. Cinco desses animais figuram entre os que estão em extinção, tais como Pinhé, Pavó, Soldadinho, Nhambu e Coleirinha. “O plantio de eucalipto, respeitando o correto manejo florestal, constitui um importante mecanismo de sustentabilidade do planeta. Reduz o aquecimento global, preserva as nascentes e os corpos d’água, diminui a pressão sobre mata nativa, gera empregos no campo e é uma fonte de renda autorrenovável. Daí ser uma alternativa contra o desmatamento”, finaliza o executivo da Eucatex.
Pará substitui pimenta-do-reino por cacau e vira exemplo de agricultura sustentável
Encontro para estimular consumo de frutas e hortaliças O Ministério da Agricultura está envolvido na produção de frutas e hortaliças desde o início do processo de certificação de sementes, mudas, fertilizantes e agrotóxicos, passando pela sanidade desses vegetais, até a garantia da qualidade final dos produtos e derivados. A explicação é do diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Odilson Silva, que participou, em Brasília, do 5º Congresso Pan-Americano de Incentivo ao Consumo de Frutas e Hortaliças para a Promoção da Saúde. O evento, realizado este mês, buscou promover a troca de experiências dos países e, por meio da articulação de políticas públicas, estimular o consumo seguro, a produção sustentável e o abastecimento ampliado de frutas e hortaliças, sem perder de vista a segurança alimentar e nutricional, a alimentação sustentável e adequada. Sediado no Brasil pela primeira vez, o congresso envolve, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. O encontro reuniu cerca de 650 participantes, entre autoridades, representantes de órgãos do governo e da sociedade civil, além de especialistas em alimentação e nutrição do Brasil, México, Argentina, Chile e Colômbia, entre outros.
Hortaliças: Câmara Setorial apresentou sistema de embalagens Pará, maior produtor de pimenta-do-reino do país, começa a substituir os pimentais por cacaueiros. Bastante valorizada pelo mercado internacional no passado, a pimenta-do-reino foi uma valiosa fonte de renda para as famílias de imigrantes japoneses que chegaram ao estado há 80 anos. A partir da década de 70, entretanto, os pimentais começaram a ser acometidos pela Fusariose, doença que dizima a plantação e ainda não tem cura. Por conta disso, agricultores da região de Tomé-Açu (oeste do estado, a 200 km de Belém), conhecida como a terra da pimenta, estão intercalando a lavoura de pimenta-do-reino com o cultivo do cacau que tem crescido expressivamente em todo o Pará. Hoje, Tomé-Açu, um dos maiores produtores de pimenta do Brasil, já é também o 6º maior produtor de cacau do estado, cultivado principalmente pela colônia nipo-descendente que é a segunda maior do Brasil com 1200 famílias. A pimenta-do-reino é uma espécie perene, trepadeira e arbustiva, originária de regiões tropicais da Índia. O Brasil participa com aproximadamente 15% do volume comercializado no mercado internacional. No que diz respeito à produção nacional, o Pará contribui com mais de 90% do total.
Para ser cultivado, o cacau necessita de sombreamento oferecido por espécies de porte alto e de matéria orgânica, características que fazem dele uma espécie ecologicamente correta e possibilita o plantio consorciado.Com isso, os agricultores de Tomé-Açu puderam abandonar a monocultura e implantar o Sistema Agroflorestal, que combina o cultivo de espécies frutíferas com espécies florestais, proporcionando maior biodiversidade. Isso os torna menos vulneráveis à Fusariose que, instalada, compromete a viabilidade econômica da propriedade. A fazenda de Michinori Konagano é um exemplo bem sucedido de plantio consorciado. Ele tinha apenas dois anos, quando chegou com sua família do Japão, para plantar pimenta-do-reino no Norte do país. A exemplo de seu pai, Michinori ainda cultiva pimenta-doreino, mas hoje a produção de cacau de sua propriedade equivale à da pimenta, 50 toneladas ao ano. Além disso, ele introduziu o cultivo de cupuaçu, laranja, coco, banana, mogno e castanheira. “A produção de cacau deve ultrapassar à de pimenta-do-reino no próximo ano e hoje já consigo produzir mais de 20 espécies. Acho que encontramos a solução para recuperar as áreas alteradas pela agricultura”, afirma Michinori com orgulho. Essa forma de produzir, o chamado Sistema Agroflorestal, ainda contribui para a proteção dos recursos hídricos, redução no uso de agrotóxico, aumento da qualidade nutritiva dos alimentos e menor erosão do solo. Quase todos os produtores de Tomé-Açu já aderiram ao Sistema Agroflorestal, tornando o município referência internacional em termos de agricultura sustentável.
Padronizar embalagens, contribuir para a qualidade dos produtos comercializados e diminuir a perda de alimentos na pós-colheita. Esses são os objetivos do Sistema de Embalagens Retornáveis para Transporte de Produtos, apresentado na 20ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, em Brasília. O programa, adotado por algumas centrais de abastecimento, consiste em vender, receber, higienizar, estocar e entregar embalagens plásticas. A primeira a aderir ao sistema, em 2004, foi a unidade de Uberlândia, que possui 95% das embalagens plásticas padronizadas. Goiânia já utiliza esse procedimento para comercializar banana. A empresa responsável prevê que o projeto esteja nas Ceasas em Pernambuco e Campinas/SP, até o fim do ano.
Comemore a Chegada da Primavera em Holambra Mariana Gonçalves Marques
Com a devastação causada pela segunda Guerra Mundial em toda a Europa, muitos holandeses viram a falta de oportunidade em seu país. Autoridades governamentais da época, tanto da Holanda como do Brasil, oficializaram em 15 de junho de 1948 um acordo de imigração. Nesta mesma data formou-se a cooperativa Agropecuária Holambra,cujo nome se originou das iniciais das palavras Holanda, América e Brasil. Até os anos 1980, Holambra era uma pequena comunidade sem grandes problemas sociais, tudo era resolvido entre eles mesmos, com várias comissões de voluntários. Hoje, é uma das cidades brasileiras com maior índice de qualidade de vida e um dos principais roteiros turísticos de todo o estado de São Paulo. Conhecida nacionalmente como a Cidade das Flores, o município ostenta atualmente o título de maior produtor e centro de comercialização de flores e plantas ornamentais do país, respondendo por cerca de 40% da produção brasileira nos dois setores e por 80% das exportações destes produtos. Com uma população estimada em 10 mil habitantes - 2.500 deles são holandeses e descendentes - e serviços públicos de primeiro mundo, como o tratamento de 100% de esgoto e a pavimentação de toda a sua área urbana, a Cidade das Flores tem sua economia baseada, principalmente, nas atividades agrícola e turística, contando em seu território com empresas e fábricas não-poluentes voltadas para o atendimento dos respectivos segmentos. A estância turística oferece muitas opções aos seus visitantes. Para justificar o slogan, “Holambra - turismo o ano inteiro”, a cidade conta atualmente com diversos tipos de atrações turísticas, como o Museu Histórico de Holambra, o Núcleo de Artesãos de Holambra, passeio turístico com caminhadas e visitas a estufas de flores, o Parque Lindenhof, com animais em campo, plantas e flores em produção, músicas típicas ao vivo, passeio turístico com trenzinho e os belíssimos campos de flores. Em Holambra, o turista tem a oportunidade de conhecer de perto um campo de produção de flores com toda a sua beleza, pois alguns produtores abrem seus campos para o visitante, além de uma rica e especializada gastronomia, que viaja das delícias típicas holandesas e brasileiras até aos mais elaborados pratos da cozinha internacional. A cidade é hoje também, sede de grandes eventos e feiras como o Enflor (Encontro Nacional de Floristas), o Gardenfair, a Hortitec, e diferentes eventos esportivos, como o Trekker-Trek (competição de arrancada de tratores), a Corrida na Lama (prova individual com obstáculos naturais e artificiais), a Gincana de Charretes (competição em equipes) e a Média Paulista de Ciclismo, que reúnem participantes de todo o país e até mesmo do exterior. Mas o evento mais importante para a cidade é a Expoflora que acontece todos os anos em setembro e chega a 28ª edição. O espaço de 200 mil metros quadrados é a maior estrutura permanente montada no Brasil, onde há palcos, praças e até prédios de arquitetura holandesa, que é a origem da cidade. No galpão de exposição são exibidas 250 mil flores em hastes que são trocadas inúmeras vezes para que as plantas estejam sempre lindas. No mercado de plantas e flores há cerca de 150 tipos de plantas. Contando-se gêneros e cores, esse número ultrapassa mais de duas mil variedades, é um espetáculo de cor e de forma. No
:: Serviço
28ª Expoflora De 3 a 27 de setembro De quinta a domingo das 9h às 19h Rodovia Campinas-Mogi Mirim, Km 141 – Holambra –SP Ingressos: R$ 26,00 nas bilheterias do evento
Agência Theos Turismo em Holambra Fone: 3802-4675/ 9125-3102/ 91682199 Site: www.theosturismo.com.br
espaço há também inúmeras atividades e atrações como: ::2º Exposição para Festas e Eventos - repetindo o sucesso do ano anterior, estará de volta este ano. O ponto de encontro para quem precisa organizar uma festa com os melhores profissionais do segmento. :: 3ª Mostra de Paisagismo Minha Casa & Meu Jardim: Diversos e belos ambientes, apresentados por paisagistas e decoradores, para que você possa adquirir reproduzi-los na sua casa. :: Passeio Turístico: Conheça a história, a arquitetura e os famosos campos de flores dessa cidade que mantém as características de sua colonização holandesa. O passeio tem saída do recinto e pode ser realizado por todos os visitantes. Estagiários do curso de turismo da Puc Campinas são especialmente preparados para atendê-los como monitores e contar a história do município, da Cooperativa Holambra e também dar noções básicas sobre o cultivo de flores e plantas em uma das fazendas disponíveis a visita. A visita inclui uma parada no maior Moinho Típico Holandês da América Latina. O total do percurso é de 20 km em estrada asfaltada e com duração aproximada de 50 minutos. Dois roteiros a sua disposição: Conheça uma fazenda de Rosas, especialmente preparada para esta atividade, cenário de novela de televisão com rosas abertas no campo e uma fazenda de crisântemos coloridos que irão encantá-lo. :: Agricultor holandês Piet Schoenmaker que é o “garoto” propaganda e o “mestre de cerimônia” da Expoflora e coordena o grupo de danças desde 1962 e que congrega cerca de 300 dançarinos, divididos em 10 grupos. É uma das pessoas mais populares de Holambra, tanto entre as crianças, como entre os jovens e adultos. Piet permanece os 16 dias do evento vestido de holandês, calçando grandes tamancos, dançando e alegrando o público. As pessoas fazem fila para serem fotografas ao lado dele! :: Parada da Expoflora - desfile de carros alegóricos ornados com flores reunindo as atrações artísticas e musicais para conduzir o público ao “palco” da Chuva de Pétalas. :: Chuva de Pétalas - espetáculo diário, no qual são utilizados 18 mil botões de rosas, despetalados um a um, onde você tem a oportunidade de realizar seus desejos, pegando uma pétala ainda no ar. :: Culinária Holandesa e Brasileira - os confeiteiros e chefs holandeses criam sempre novas receitas para atrair os turistas pelo paladar. São duas praças de alimentação com 16 lanchonetes e 5 restaurantes. :: Atração Especial – este ano o cantor Sérgio Reis faz uma única apresentação no dia 26, às 18 horas (O show está incluído no preço do ingresso da Expoflora).
Dica Logo que chegar em Holambra, não deixe de visitar o grande Portal Turístico e conhecer melhor as tradições holandesas. Localizado na rodovia SP107, na entrada da cidade, o Portal ostenta arquitetura típica holandesa e oferece gratuitamente o FotoTur, que possibilita aos turistas a rara oportunidade de tirar fotos com as vestimentas típicas e levar para casa uma autêntica recordação da cidade mais holandesa do país
Holambratur www.holambra.tur.br Serviço de Atendimento ao Turista (SAT): Fone: (19) 3902-4013