Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, dezembro de 2009 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 10 - No 115 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
FOTOS: PAULO FERNANDO COSTA
Procura por ofertas natalinas anima atacadistas do Entreposto de São Paulo, onde compradores de todos os segmentos encontram ampla variedade de produtos do gênero
Volkswagen e Apta comemoram vendas na Ceagesp
De janeiro a novembro, concessionária VW forneceu 200 caminhões aos atacadistas do Entreposto de São Paulo. A isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a demanda interna aquecida favoreceram a comercialização de caminhões em 2009. De acordo com o gerente comercial da Apta/VW, Alberto Capellini, as vendas aos permissionários da Ceagesp superaram as expectativas da concessionária. Pág. B7
Ceagesp registra aumento no volume de pinheiros de Natal
Economia aquecida impulsiona comércio de alimentos no Natal
A poucos dias da mais tradicional data comemorativa do ano, comerciantes de alimentos estão otimistas com as vendas desta época. Inflação sob controle, dólar baixo e ampla oferta de crédito são fatores que sustentam a retomada da economia e impulsionam a expectativa de quem trabalha com alimentos Pág. A2 PAULO FERNANDO COSTA
As tuias, também conhecidas como pinheirinhos natalinos, já dominam o cenário da feira de flores da Ceagesp, a maior do gênero no Brasil. O volume de tuias tem aumento de até 70% nesta época do ano. Pág. A5
Estudo da Abracen traça pefil das ceasas brasileiras O levantamento, realizado em 62 entrepostos, detectou os principais problemas enfrentados e listou os desafios a serem vencidos. O uso de embalagens para hortifrutícolas é um dos principais fatores limitantes das centrais de abastecimento. Pág. C1
Eduardo Hayek é o novo presidente da Apesp
Ceagesp tem horários especiais para o final de ano
PAULO FERNANDO COSTA
Varejões
Tradicional confraternização reúne 500 empresários da Ceagesp A festa de fim de ano da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo, realizada dia 4 de dezembro no restaurante Ponteio Grill, marcou a posse da nova diretoria da entidade que representa os atacadistas do
Sábados: 26 de dezembro e 2 de janeiro serão antecipados, respectivamente, para os dias 24 e 31 de dezembro (quintafeira), das 7h às 14h. Domingos: 27 de dezembro e 3 de janeiro não haverá Varejão Quartas-feiras: 23 e 30 de dezembro, 8h às 20h Feira de Flores Sextas-feiras: feriados de 25 de dezembro e 1º de janeiro não será realizada a Feira de Flores. Setor atacadista Vésperas dos feriados, dias 24 e 31 de dezembro, o mercado funcionará até às 12h.
entreposto paulistano da Ceagesp. O empresário Eduardo Hayek, permissionário do ETSP há duas décadas, dirigirá a associação nos próximos dois anos. Pág. A6
* Preço de referência do mês de novembro l 2009 - Expectativa para dezembro l 2009
BAIXA
ENG
R$ 9,65
BAIXA
KG
R$ 5,54
ESTÁVEL
Estrelicia DZ
R$ 5,59
ALTA
Cação KG
Alho Chinês
R$ 13,18
CX K
Brocolis Ninja
CENTO R$ 162,84 ESTAVEL
Pimentão Verde
Abacaxi Havai
R$ 4,95
ESTÁVEL
A2
Dezembro 2009 l
JORNAL ENTREPOSTO
NATAL
Comércio de alimentos se prepara para Natal de fartura em 2009 Inflação sob controle, dólar baixo e ampla oferta de crédito são fatores que sustentam a retomada da economia brasileira e impulsionam a expectativa otimista dos comerciantes em relação às vendas de final de ano
Otimismo deve ser a palavra que marcará o ânimo da economia brasileira neste final de ano. Faltando poucos dias para as festas natalinas e afastado o fantasma da crise financeira que abalou o mundo em 2008, os comerciantes estão otimistas para fechar 2009 superando as vendas do final do ano passado e as expectativas indicam que a ceia de Natal pode ser a mais barata dos últimos dois anos. De acordo com levantamento divulgado no início do mês pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os produtos que compõem o jantar natalino estão mais baratos neste ano. Embora a ceia seja composta por itens que fogem do tradicional e que também estão mais baratos, a FGV destaca que itens básicos como arroz e carnes – que tiveram reduções entre dezembro de 2008 e novembro de 2009 – são os principais responsáveis barateamento do jantar de Natal. No período, o preço do arroz caiu 16,84%, o do frango, 6,13% e o do lombinho suíno, 8,87%. “O foco são os produtos que as famílias consomem o ano inteiro e que fazem parte do Natal. As quedas registradas nos últimos 12 meses nos permitem dizer que em relação a 2008 a ceia está mais barata”, reforçou o economista da FGV André Braz. “O Natal com uma cesta mais completa é o que a gente prevê para 2009”, completou. A projeção de que o dólar feche 2009 valendo cerca de R$ 1,70 leva a crer que a ceia natalina do brasileiro ficará mais em conta do que no ano passado, quando a moeda norte-americana valia R$ 2,33. Segundo o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda, os produtos importados como castanha portuguesa, nozes, avelãs, amêndoas, condimentos, vinhos estrangeiros e outros tendem a ficar mais baratos. No caso dos produtos tradicionais e de importação contínua, como bacalhau, azeite e mesmo alguns tipos de frutas oleaginosas que passaram a ser vendidas no dia a dia, a variação será menor. “A variação [dos preços] desses produtos é menor porque, como no ano passado o dólar subiu muito, os importadores procuraram segurar os preços, trabalhando com dólar médio, então o produto não chegou a subir tanto”. Ceagesp A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerias de São Paulo) se prepara para encerrar o ano com crescimento de 2% no volume comercializado em comparação com 2008, quando a estatal bateu o recorde histórico dos últimos 20 anos, com cerca de 2,9 milhões de toneladas de flores, frutas, verduras e pescados. Segundo o economista Flávio Godas, chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da estatal, o fluxo
financeiro, que no ano passado movimentou quase R$ 4 bilhões, deve subir cerca de 10% a 12%, impulsionado pelo aumento de produtos importados, que apresentam maior valor agregado. “O dólar baixo favoreceu as importações”, observa Godas. Apesar de ainda não ter atingido o pico, o movimento de final de ano já é perceptível e os comerciantes são unânimes em dizer que já estão preparados para a segunda quinzena de dezembro, época em que as vendas, principalmente de perecíveis, ficam mais aquecidas em virtude do Natal. Somente em dezembro de 2008, a Ceagesp comercializou cerca de 288 mil toneladas de produtos, volume que este ano deve atingir 399 mil toneladas, segundo estimativas da companhia. Inflação sob controle, dólar baixo e ampla oferta de crédito são fatores que sustentam a retomada da economia brasileira e a expectativa otimista dos comerciantes em relação às vendas de final de ano. O comprador dos Supermercados São Roque, Murillo Silveira Filho, é prova desse otimismo. Todos os dias ele compra quatro caminhões de frutas e verduras na Ceagesp para abastecer as 14 lojas da rede, localizadas em cidades do interior paulista. Por conta do Natal, já está comprando dois caminhões a mais de produtos e reforçou o volume de compras das chamadas frutas de caroço, as mais consumidas no Natal, como uva, pêssego, ameixa e nectarina. De acordo com ele, a expectativa da rede é vender 15% mais em relação a 2008. “No ano passado havia a crise econômica que assustou os consumidores, mas este ano está diferente, já sinto uma certa euforia nas pessoas”, opina. Outro exemplo é o crescimento nas vendas de produtos importados, como bacalhau e castanha portuguesa. “A queda do dólar vai aumentar o volume de compra desses produtos em cerca de 10%”, prevê Silveira. Outro que aposta num bom cenário é Gilson Martins, gerente da distribuidora e atacadista de frutas Hetros, instalada no entreposto paulistano da Ceagesp. Para expandir os negócios, a empresa adquiriu mais um box e, assim, está comprando maior quantidade de produtos. Martins cita a romã, fruta símbolo das simpatias de ano novo, como exemplo que faz sucesso nesta época. A caixa com 13 quilos da fruta vinda dos Estados Unidos é vendida a R$ 110 e, apesar do preço, tem apresentado boa procura, com um aumento de 60% nas vendas em relação a 2008, segundo Martins. Tanto que antes ele comprava em menor quantidade, via fretamento aéreo e agora é comprada em container. “Reduziu o custo de frete e a qualidade do produto também está superior, com um ótimo sabor”, diz. “Por tudo isso estou apostando num crescimento de 20% nas vendas em relação ao ano passado”, completa.
DADOS DEZEMBRO 2007 262.319 2008 287.680 *2009 299.000 * Previsão para dezembro de 2009
Pedro Pereira da Cruz, da Banca do Juca
Risonaldo Silva, do Empório Lucky
Gilson Martins, gerente da Hetros
Roberto Brunasse, proprietário do Rei do Bacalhau
Mercados municipais Pelos 14 mercados municipais da capital paulista também passa grande parte dos alimentos que abastecem a população da maior cidade do país. No período que antecede as festas de final de ano, os comerciantes já reforçam seus estoques para atender ao público que aumenta de forma significativa em dezembro. De acordo com a Acomel (Associação dos Comerciantes do Mercado
da Lapa), passam pelo local cerca de oito mil pessoas por dia, mas em dezembro o movimento é 30% maior. Para o proprietário do empório Rei do Bacalhau, Roberto Brunasse, tudo indica que este Natal será melhor do que o anterior, com um aumento de 10% nas vendas em relação ao ano passado. Frutas secas e bacalhau são os produtos mais vendidos. “O bacalhau está há dois anos com o mesmo preço e já virou tradição na ceia do brasileiro”, comemora. Já Risonaldo Silva, geren-
O comprador dos Supermercados São Roque, Murillo Silveira Filho
te do empório Lucky, também instalado no mercado da Lapa, aposta nas frutas cristalizadas como as campeãs de vendas deste Natal, tanto que normalmente costuma comprar 50 quilos dessas frutas, mas já ampliou os estoques adquirindo uma tonelada do produto para as festas. “Os preços estão bons e a expectativa é melhor ainda”, diz. O Mercado Municipal Paulistano, popularmente conhecido como Mercadão, movimenta 350 toneladas de alimentos diariamente. Nas semanas que antecedem o
Natal, a circulação de pessoas que vêm de todos os cantos do Estado fica bem maior. É neste clima que o comerciante Pedro Pereira da Cruz, proprietário da Banca do Juca, uma das mais tradicionais do Mercadão, espera a chegada da segunda quinzena do mês, quando as vendas de frutas perecíveis consumidas no Natal atingem o ápice. “Os preços estão razoáveis e estou otimista para fazer boas vendas neste fim de ano” diz Cruz. Com informações da Agência Brasil
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JORNAL ENTREPOSTO
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Dezembro 2009
CQH - CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
FIM DE ANO
A nota fiscal do produtor e os seus desafios
Ceagesp tem aumento de até 70% em volume de pinheiros de Natal
A Nota Fiscal do Produtor é o documento fiscal de emissão obrigatória pelo produtor na circulação de bens e materiais relacionados com suas atividades e de mercadorias/produtos produzidos na sua propriedade ou em propriedade alheia, explorada sob contrato
Tuias, bico de papagaio e orquídeas são algumas das opções mais procuradas nessa época do ano
A poucos dias do Natal, a feira de flores da Ceagesp, considerada a maior do gênero no Brasil, já está repleta de plantas que enfeitam os lares nessa época do ano. As tuias, também conhecidas como pi-
nheirinhos de Natal, dominam o cenário. Os produtos comercializados na feira de flores têm origem no estado de São Paulo e são cultivados nas cidades de Holambra, Mogi das Cruzes, Cotia, Bragança,
entre outros municípios. Pela companhia, que distribui flores para praticamente todo o Brasil e também para países do Mercosul, entre outros, passam cerca de quatro mil toneladas de flores de corte e
Um grande movimento em prol da moralização da comercialização, da redução de inadimplência uniu atacadistas e produtores de frutas e hortaliças frescas nos anos de 1997 e 1998.O movimento foi conside-rado um grande sucesso, conseguiu a sua principal solicitação – o retorno da obrigatoriedade de emissão da Nota Fiscal do Produtor em cada operação comercial pelos produtores de frutas e hortaliças. A adequação dos produtores foi dolorosa. Muitas propriedades estavam irregulares, não haviam sido transferidas de pai para filho e até de avô para neto. Algumas propriedades estavam localizadas em áreas urbanas o que impossibilitava a inscrição como produtor rural. Já se passaram 11 anos, mas muitas dificuldades persistem: •1. O produtor é considerado pela Receita Federal como ‘Pessoa Física’, tem um registro estadual, a ‘Inscrição do Produtor’ e agora é obrigado a ter um CNPJ, o que não significa que ele seja considerado uma empresa ou ‘Pessoa Jurídica’. •2. Os impostos devidos sobre o valor da produção são diferidos. Eles são descontados do produtor pelo primeiro comprador, que é responsável pelo seu recolhimento. A maioria das frutas e hortaliças frescas não paga ICMS, mas todas pagam ‘Funrural’, como é conhecido o imposto para a Previdência Social recolhido sobre o valor da produção rural. Alguns anos atrás os produtores de feijão foram autuados pela Receita Estadual porque os compradores de feijão não recolheram o ICMS apesar de o terem descontado do produtor. Como as empresas não existiam mais a responsabilidade pelo recolhimento passou a ser do produto, que pagou duas vezes o valor, além de multa, juros e correção monetária no segundo pagamento. O primeiro pagamento foi feito quando o comprador descontou o valor do imposto na compra do feijão. •3. O comprador deve emitir uma ‘Contra-Nota’ ou ‘Nota Fiscal de Entrada’ para cada Nota Fiscal do Produtor Rural. Ela registra a operação de comercialização e a responsabilidade do comprador pelo recolhimento dos impostos. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo exige a apresentação das ‘Contra-Notas’ para emitir a autorização da impressão das notas fiscais de produtor. •4. A não emissão da ‘ContraNota’ impede a autorização da impressão da Nota Fiscal do Produtor, o recolhimento do Funrural, base da aposentadoria do pequeno produtor e a comprovação de renda do produtor rural para fins de financiamento e aquisição de maquinários e impede também a emissão do CFO (Certificado Fitossanitário de Origem), exigido para a remessa de muitas frutas e hortaliças para
outros estados brasileiros ou para exportação. •5. A exigência da emissão da ‘Contra-Nota’ é um sinal de que o governo trata o agricultor como um ‘adolescente irresponsável’, que pode votar aos 16 anos e não pode dirigir carro. Ela não existe para outros comércios e é causa de muitas desavenças entre produtores e seus compradores. •6. As reclamações mais comuns dos produtores são a recusa dos compradores em emitir a ‘Contra-Nota’ e quando a emitem, o desconto do Funrural no valor cheio da Nota Fiscal do Produtor e a emissão da ‘Contra-Nota’ por um valor
muito inferior. Essas situações impedem a confiança mútua necessária a um bom relacionamento comercial. •7. A Nota Fiscal Eletrônica, que será obrigatória para os atacadistas de frutas e hortaliças a partir de abril de 2010, coloca todas as operações comerciais dentro do sistema e do controle da Receita. Agora cada fornecedor e cada comprador deverá estar cadastrado no sistema e cada entrada e saída de produto serão registradas e conferidas pelo sistema. A obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica deve contribuir para diminuir as reclamações dos produtores quanto à emissão da ‘Contra-Nota’.
Ilustração: Bertoldo Borges CQH
O produtor Luiz Henrique Bueno
O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp desenvolveu uma cartilha de orientação de preenchimento da Nota Fiscal do Produtor. A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo e a Senar são parceiros na impressão da cartilha que versará também sobre o relacionamento do produtor com a Previdência Social e com as questões trabalhistas.
O produtor Luiz Henrique Bueno, que cultiva 10 mil tuias em Parelheiros (SP). Vendas chegam a 50 árvores por feira
Minoru Kawana: cinco mil vasos de bico de papagaio cultivados durante todo o ano para vender no Natal
de vaso, que geram receitas mensais de R$ 20 milhões. Em 2008, a Ceagesp comercializou quase 184 mil tuias de diversas variedades, como Áurea, Europa, Prata e Maçã, entre outras. O produtor Luiz Henrique Bueno planta tuias há 20 anos e hoje tem cerca de 10 mil árvores da variedade áurea, cultivadas em Parelheiros, zona sul da capital paulista. Ele diz que uma tuia de 1,5 m leva cerca de seis anos de cultivo e é preciso muito cuidado para que não tenha problemas. De acordo com ele, este ano as vendas estão 20% mais fracas em relação a 2008. “Mas mesmo assim tenho vendido 50 árvores por feira porque sempre tem consumidores interessados”, diz. Ele nota que as vendas têm caído nos últimos anos, principalmente por causa da concorrência desleal com as plantas artificiais. Há 15 anos ele trabalhava o ano todo produzindo pinheirinhos para vender em dezembro, mas com a queda nas vendas, passou a diversificar sua produção, cultivando outras plantas de vaso. “Assim diminuo meus prejuízos e diversifico os negócios”. Outra planta que costuma fazer sucesso nas festas de final de ano é a poinsétia, também conhecida como bico de papagaio, flor de origem mexicana que se destaca pelo contraste entre as colorações verde e vermelha. No hemisfério norte, tornouse um símbolo do Natal, já que floresce naturalmente no inverno daquela parte do mundo. Aos poucos, a tradição vai ganhando espaço no Brasil, onde os produtores já conseguem fazer com que ela abra suas flores em tempo de alcançar as festas de fim de ano, em pleno verão. Para atingir a coloração vermelha, a planta tem que ficar 13 horas em total escuridão, daí a dificuldade da produção. O produtor Minoru Kawana produz cinco mil vasos durante todo o ano para vender no Natal. Para ele o consumo dessa planta tem aumentado, assim como o número de produtores. Segundo ele, a planta é vendida pelo mesmo preço – R$30 o vaso - há três anos, mas é um preço razoável e tem expectativa de aumentar suas vendas até a véspera de Natal. “Por enquanto as vendas estão devagar, mas costumam melhorar nas duas últimas semanas de dezembro porque as pessoas deixam para comprar na última hora”, diz. De acordo com a Ceagesp, o consumidor pode economizar, no mínimo, 20% nas compras de flores e plantas com vasos de pinheirinho que podem ser encontrados a partir de R$10. A flor Bico de Papagaio pode ser encontrada em diversos tamanhos, a maior por R$ 40 (0,80 cm) e a menor, em caixa com 12 vasos, por R$ 25. A Orquídea é outra opção muito procurada para presentear, principalmente a Catleias na cor amarela, que sai a partir de R$ 25. A feira de flores, que acontece às terças e sextas-feiras, é montada em uma área com mais de 20 mil m², onde, além de flores e plantas, são comercializados também grama, mudas, vasos, acessórios e artesanato, no atacado e no varejo e ainda enfeites, velas, guirlandas, objetos de decoração e embalagens.
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FIM DE ANO
A nota fiscal do produtor e os seus desafios
Ceagesp tem aumento de até 70% em volume de pinheiros de Natal
A Nota Fiscal do Produtor é o documento fiscal de emissão obrigatória pelo produtor na circulação de bens e materiais relacionados com suas atividades e de mercadorias/produtos produzidos na sua propriedade ou em propriedade alheia, explorada sob contrato
Tuias, bico de papagaio e orquídeas são algumas das opções mais procuradas nessa época do ano
A poucos dias do Natal, a feira de flores da Ceagesp, considerada a maior do gênero no Brasil, já está repleta de plantas que enfeitam os lares nessa época do ano. As tuias, também conhecidas como pi-
nheirinhos de Natal, dominam o cenário. Os produtos comercializados na feira de flores têm origem no estado de São Paulo e são cultivados nas cidades de Holambra, Mogi das Cruzes, Cotia, Bragança,
entre outros municípios. Pela companhia, que distribui flores para praticamente todo o Brasil e também para países do Mercosul, entre outros, passam cerca de quatro mil toneladas de flores de corte e
Um grande movimento em prol da moralização da comercialização, da redução de inadimplência uniu atacadistas e produtores de frutas e hortaliças frescas nos anos de 1997 e 1998.O movimento foi conside-rado um grande sucesso, conseguiu a sua principal solicitação – o retorno da obrigatoriedade de emissão da Nota Fiscal do Produtor em cada operação comercial pelos produtores de frutas e hortaliças. A adequação dos produtores foi dolorosa. Muitas propriedades estavam irregulares, não haviam sido transferidas de pai para filho e até de avô para neto. Algumas propriedades estavam localizadas em áreas urbanas o que impossibilitava a inscrição como produtor rural. Já se passaram 11 anos, mas muitas dificuldades persistem: •1. O produtor é considerado pela Receita Federal como ‘Pessoa Física’, tem um registro estadual, a ‘Inscrição do Produtor’ e agora é obrigado a ter um CNPJ, o que não significa que ele seja considerado uma empresa ou ‘Pessoa Jurídica’. •2. Os impostos devidos sobre o valor da produção são diferidos. Eles são descontados do produtor pelo primeiro comprador, que é responsável pelo seu recolhimento. A maioria das frutas e hortaliças frescas não paga ICMS, mas todas pagam ‘Funrural’, como é conhecido o imposto para a Previdência Social recolhido sobre o valor da produção rural. Alguns anos atrás os produtores de feijão foram autuados pela Receita Estadual porque os compradores de feijão não recolheram o ICMS apesar de o terem descontado do produtor. Como as empresas não existiam mais a responsabilidade pelo recolhimento passou a ser do produto, que pagou duas vezes o valor, além de multa, juros e correção monetária no segundo pagamento. O primeiro pagamento foi feito quando o comprador descontou o valor do imposto na compra do feijão. •3. O comprador deve emitir uma ‘Contra-Nota’ ou ‘Nota Fiscal de Entrada’ para cada Nota Fiscal do Produtor Rural. Ela registra a operação de comercialização e a responsabilidade do comprador pelo recolhimento dos impostos. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo exige a apresentação das ‘Contra-Notas’ para emitir a autorização da impressão das notas fiscais de produtor. •4. A não emissão da ‘ContraNota’ impede a autorização da impressão da Nota Fiscal do Produtor, o recolhimento do Funrural, base da aposentadoria do pequeno produtor e a comprovação de renda do produtor rural para fins de financiamento e aquisição de maquinários e impede também a emissão do CFO (Certificado Fitossanitário de Origem), exigido para a remessa de muitas frutas e hortaliças para
outros estados brasileiros ou para exportação. •5. A exigência da emissão da ‘Contra-Nota’ é um sinal de que o governo trata o agricultor como um ‘adolescente irresponsável’, que pode votar aos 16 anos e não pode dirigir carro. Ela não existe para outros comércios e é causa de muitas desavenças entre produtores e seus compradores. •6. As reclamações mais comuns dos produtores são a recusa dos compradores em emitir a ‘Contra-Nota’ e quando a emitem, o desconto do Funrural no valor cheio da Nota Fiscal do Produtor e a emissão da ‘Contra-Nota’ por um valor
muito inferior. Essas situações impedem a confiança mútua necessária a um bom relacionamento comercial. •7. A Nota Fiscal Eletrônica, que será obrigatória para os atacadistas de frutas e hortaliças a partir de abril de 2010, coloca todas as operações comerciais dentro do sistema e do controle da Receita. Agora cada fornecedor e cada comprador deverá estar cadastrado no sistema e cada entrada e saída de produto serão registradas e conferidas pelo sistema. A obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica deve contribuir para diminuir as reclamações dos produtores quanto à emissão da ‘Contra-Nota’.
Ilustração: Bertoldo Borges CQH
O produtor Luiz Henrique Bueno
O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp desenvolveu uma cartilha de orientação de preenchimento da Nota Fiscal do Produtor. A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo e a Senar são parceiros na impressão da cartilha que versará também sobre o relacionamento do produtor com a Previdência Social e com as questões trabalhistas.
O produtor Luiz Henrique Bueno, que cultiva 10 mil tuias em Parelheiros (SP). Vendas chegam a 50 árvores por feira
Minoru Kawana: cinco mil vasos de bico de papagaio cultivados durante todo o ano para vender no Natal
de vaso, que geram receitas mensais de R$ 20 milhões. Em 2008, a Ceagesp comercializou quase 184 mil tuias de diversas variedades, como Áurea, Europa, Prata e Maçã, entre outras. O produtor Luiz Henrique Bueno planta tuias há 20 anos e hoje tem cerca de 10 mil árvores da variedade áurea, cultivadas em Parelheiros, zona sul da capital paulista. Ele diz que uma tuia de 1,5 m leva cerca de seis anos de cultivo e é preciso muito cuidado para que não tenha problemas. De acordo com ele, este ano as vendas estão 20% mais fracas em relação a 2008. “Mas mesmo assim tenho vendido 50 árvores por feira porque sempre tem consumidores interessados”, diz. Ele nota que as vendas têm caído nos últimos anos, principalmente por causa da concorrência desleal com as plantas artificiais. Há 15 anos ele trabalhava o ano todo produzindo pinheirinhos para vender em dezembro, mas com a queda nas vendas, passou a diversificar sua produção, cultivando outras plantas de vaso. “Assim diminuo meus prejuízos e diversifico os negócios”. Outra planta que costuma fazer sucesso nas festas de final de ano é a poinsétia, também conhecida como bico de papagaio, flor de origem mexicana que se destaca pelo contraste entre as colorações verde e vermelha. No hemisfério norte, tornouse um símbolo do Natal, já que floresce naturalmente no inverno daquela parte do mundo. Aos poucos, a tradição vai ganhando espaço no Brasil, onde os produtores já conseguem fazer com que ela abra suas flores em tempo de alcançar as festas de fim de ano, em pleno verão. Para atingir a coloração vermelha, a planta tem que ficar 13 horas em total escuridão, daí a dificuldade da produção. O produtor Minoru Kawana produz cinco mil vasos durante todo o ano para vender no Natal. Para ele o consumo dessa planta tem aumentado, assim como o número de produtores. Segundo ele, a planta é vendida pelo mesmo preço – R$30 o vaso - há três anos, mas é um preço razoável e tem expectativa de aumentar suas vendas até a véspera de Natal. “Por enquanto as vendas estão devagar, mas costumam melhorar nas duas últimas semanas de dezembro porque as pessoas deixam para comprar na última hora”, diz. De acordo com a Ceagesp, o consumidor pode economizar, no mínimo, 20% nas compras de flores e plantas com vasos de pinheirinho que podem ser encontrados a partir de R$10. A flor Bico de Papagaio pode ser encontrada em diversos tamanhos, a maior por R$ 40 (0,80 cm) e a menor, em caixa com 12 vasos, por R$ 25. A Orquídea é outra opção muito procurada para presentear, principalmente a Catleias na cor amarela, que sai a partir de R$ 25. A feira de flores, que acontece às terças e sextas-feiras, é montada em uma área com mais de 20 mil m², onde, além de flores e plantas, são comercializados também grama, mudas, vasos, acessórios e artesanato, no atacado e no varejo e ainda enfeites, velas, guirlandas, objetos de decoração e embalagens.
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CONFRATERNIZAÇÃO
Jantar da Apesp reúne centenas de empresários da Ceagesp Evento marca a posse da nova diretoria da entidade, agora sob a liderança do empresário Eduardo Hayek A nona edição da tradicional confraternização de fim de ano da Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo) superou, mais uma vez, todas as expectativas, reunindo cerca de 500 permissionários, além de amigos, familiares e fornecedores da Ceagesp. O jantar promovido no Ponteio Grill da avenida Imperatriz Leopoldina também marcou a posse da diretoria que conduzirá a entidade no biênio 2010/11. Sob a liderança do empresário Eduardo Hayek, a associação prosseguirá trabalhando pela união do setor. Em seu discurso, o atacadista
elogiou a gestão de Cláudio Furquim, saudando todos os colaboradores do ex-presidente e seus antecessores. “Nessa nova fase, vamos consolidar a luta iniciada pelo saudoso Nelson Fortes”, disse. Ao encerrar a solenidade, Furquim e Hayek entregaram um cheque de R$ 2 mil para a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma. “Esse projeto é um grande exemplo de responsabilidade social e, por isso, merece todo nosso respeito e apoio”, salientou. “E, para finalizar, desejo a todos os permissionários paz, saúde, alegria e prosperidade em 2010”, acrescentou.
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FALANDO NISSO
A PEC do calote (Para quem é credor do Estado, um péssimo Ano Novo)
Neno Silveira Colunista
Com a aprovação da escandalosa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, popularmente rebatizada com o nome mais apropriado de “PEC do Calote”, fica evidenciada a inviabilidade dos cidadãos deste país esperarem que o nível de decência do Estado brasileiro e, por extensão, dos governantes, possa evoluir pelas vias normais e deixar a marca rasa na qual se encontra há tanto tempo. Caso os leitores não saibam do que se trata, pelas novas regras aprovadas pelo Congresso, os entes públicos, União, Estados e Municípios, além dos órgãos vinculados, ficam desobrigados de pagar as dívidas que possuem (ou que vierem a contrair) com desafortunados indivíduos ou empresas, pelo menos nas condições que devem ser seguidas por qualquer devedor normal no cumprimento dos seus compromissos atrasados, ou seja, com juros e outros encargos. É obvio que a desfaçatez dos atrasos nos pagamentos dos precatórios é uma história lamentável que se arras-
ta há muito tempo dentro do setor público brasileiro. Não é novidade para ninguém, principalmente para quem tem alguma coisa a receber. Agora, no entanto, a picaretagem e a irresponsabilidade dos órgãos públicos foram devidamente formalizadas, receberam a chancela da lei. A Constituição cidadã já não é tão cidadã assim. Pela nova PEC, os órgãos públicos ganham 15 anos para pagamento dos precatórios e ficam dispensados de observar a regra da ordem cronológica no pagamento de 50% das dívidas que já possuem, originadas de desapropriações, processos de indenização, ou de quaisquer outras ações e intromissões do poder estatal na vida das pessoas ou empresas. Essa regra era uma garantia para impedir favorecimentos a este ou aquele credor do Estado em detrimento de outros que estivessem na fila há mais tempo. Baseava-se, entre outros, nos princípios constitucionais da impessoalidade e da isonomia de direitos. Agora, vamos assistir à corrida dos desesperados, pois a nova regra estabelece que vai receber primeiro o cidadão ou empresa que se sujeitar aos maiores descontos nos créditos a que fizer jus frente aos órgãos públicos. Ou seja, aqueles mais necessitados ou outros que, enfrentando situações críticas, não hesitarão
em se sujeitar à humilhação de abrir mão da quase totalidade de seus direitos, para ficar com um mínimo que lhes permita sobreviver ou manter um negócio funcionando. O que se pode esperar são inúmeros casos de velhinhas que tiveram suas casas desapropriadas e que, ao invés de receberem uns R$ 200 mil que o Estado lhes deva, vão ter que se contentar com R$ 20 mil se quiserem ver “algum” em vida. Estas novas regras institucionalizam uma pilantragem das mais explícitas e desavergonhadas que se poderia imaginar saindo da cabeça de um legislador público. Além de representarem uma afronta às decisões do judiciário, elas implicam também um assalto direto aos direitos dos cidadãos. Adicionalmente, abrem uma enorme avenida pela qual vão transitar governantes irresponsáveis, certos de que terão maiores facilidades para postergar o pagamento de dívidas contraídas. Como mimo adicional, esses governantes irresponsáveis poderão comprometer só 2% das receitas líquidas para fazerem frente às dívidas com precatórios, no caso dos Estados e 1,5% no caso dos municípios. Assim, senhores leitores, se os senhores são credores do Estado, não que eu deseje, mas, para vocês, um péssimo 2010, 2011, 2012...
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Qualidade
B1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Técnico
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CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
Os primeiros clientes do Centro Logístico de Caixas Anita de Souza Dias Gutierrez Claúdio Inforzato Fanale CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A Ceagesp de São Paulo precisa de um Centro Logístico de Caixas que tire do mercado as caixas vazias, viabilize a utilização de embalagens retornáveis num circuito aberto,que impeça a reutilização das caixas descartáveis e que as encaminhe para a reciclagem.O seu tamanho e o volume de caixas amedrontam. A proposta é começar devagar e ir crescendo, dentro de um programa de adesão voluntária. Alguns produtos dominam o mercado e a sua comercialização está concentrada nas mãos de poucos atacadistas. O Centro Logístico de Caixas será implantado rapidamente se os atacadistas que respondem pela comercialização de 80% do volume de frutas cítricas, de banana e de tomate participem deste programa de adesão voluntária. Existe grande utilização de embalagens re-
tornáveis nos três produtos. A mudança de embalagem no tomate induziria a mudança das embalagens dos outros legumes, que são embalados em caixa já utilizada de tomate. O quadro abaixo mostra o volume comercializado de cada produto, o número de atacadistas (total e os responsáveis por 80% do volume de entrada) e a participação percentual no volume comercializado dos maiores atacadistas de cada produto (primeiro, cinco primeiros, dez primeiros e vinte primeiros). O Princípio 80/20, desenvolvido pelo economista italia-
no Vilfredo Pareto em 1897, é utilizado até hoje nas grandes empresas. Um dos seus enunciados diz que 20% dos fornecedores são responsáveis por no mínimo 80% do volume negociado de qualquer produto. Esse princípio é verdadeiro para os atacadistas de frutas cítricas, banana e tomate que trabalham no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp. Oitenta e seis comerciantes, que representam 20% dos 429 atacadistas, respondem por 89% do volume total comercializado de frutas cítri-
cas. Treze atacadistas, 20% dos 66 atacadistas, respondem por 92% do volume total comercializado de banana. Cinquenta atacadistas, 20%
dos 251 atacadistas, respondem por 92% do volume comercializado de banana. A adesão dos 59 maiores atacadistas de frutas cítricas,
dos sete maiores atacadistas de banana e dos 28 maiores atacadistas de tomate já garantem o sucesso do Centro Logístico de Caixas.
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Dezembro 2009 l
JORNAL ENTREPOSTO
CATI
SP lança campanha para produção caseira de frutas Objetivo é disponibilizar mudas de qualidade genética e sanitária
Atacado
Produto Legumes Frutas
Local Verduras
Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h
Seg. a Sáb.
Local Flores
Local Flores
Local
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
10h às 18h
Terça e Sexta
6h às 11h
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
Dias da semana
Horário
Sáb. e Dom.
7h às 13h
Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:
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“Tenha mais frutas no seu quintal” é mote da campanha que a Secretaria de Agricultura e de São Paulo lançou este mês. A ideia é aumentar a oferta de frutas à população, iniciada pelo plantio de mudas frutíferas em áreas urbanas ou rurais. De acordo com a Secretaria, as mudas estarão disponíveis em 22 unidades, em todo o Estado, com preços a partir de R$ 2. “O objetivo é disponibilizar mudas com qualidades genética e sanitária comprovadas, aos agricultores paulistas e às populações urbanas que possam ter três ou quatro fruteiras no quintal,” afirma o engenheiro agrônomo, Armando Azevedo Portas. Moradores de cidades de porte médio, como Araçatuba, Avaré, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Marília já se acostumaram a procurar os postos de sementes ou de mudas. É o caso de Antonio Ângelo Ciocca, proprietário do sítio Jandaia da Peroba, em Ocauçu. “De vez em quando venho comprar umas ‘mudinhas’ com o pessoal da Cati em Bauru, para acrescentar no pomar e, com isso, tenho frutas o ano todo.” “Os interes-
sados podem não só adquirir as mudas em estoque, como encomendar outras em fase de produção. Eventualmente podem ser solicitadas mudas que ainda não são produzidas”, informa o engenheiro agrônomo e diretor do Núcleo
de Produção de Mudas de Itaberá, Emmanuel Moraes. “Para isso, temos um modelo de contrato que garante a entrega futura”, informa. Além das frutíferas comerciais, como, caqui, bananas, lichia, figo, ameixa, pêsse-
go, uva, atemoia e castanha portuguesa, estarão à venda as frutíferas silvestres que se prestam para consumo in natura, sucos ou compotas, tais como abio, amora, cabeludinha, jambo, seriguela, tamarindo, cambuci e outras que, além de alimento para humanos, servem para atrair pássaros. Nos 22 postos de atendimento há agrônomos e auxiliares que podem dar noções sobre as escolha das espécies e das variedades, além de um folder com explicações e dicas sobre como plantar e conduzir um pomar, receitas de sucos, geléias e doces de frutas. Caso o interessado queira informações complementares, pode recorrer à publicação Pomar Doméstico, editada pela Cati e que pode ser encomendada pelo e-mail carmen@cati.sp.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. Mais informações: www.cati.sp.gov.br/dsmm e (19) 3743-3831/3832 ou 0300-010510.
CQH - CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
Variedades de romã comercializadas na Ceagesp A história da romã, espécie Punica granatum, está profundamente associada às civilizações da região mediterrânea e da Mesopotâmia, que a apreciavam como um componente saboroso e importante da dieta, reverenciado pelo seu simbolismo e muito apreciado por suas propriedades medicinais. É estranho que a romã tenha sido relegada, por muito tempo, nos países europeus e americanos a uma planta ornamental. A compreensão recente das propriedades de proteção à saúde e de sabor da fruta estão revertendo esta injustiça. A romã é um dos dois membros da família botânica Punicaceae. A família foi domesticada no Irã 10 mil anos atrás, onde é nativa, e na Turquia. A romã deve ser a ‘maçã’ que levou Eva a ser seduzida pela serpente no Jardim do Paraíso. O cultivo da fruta se disseminou rapidamente no Norte da África, Sudeste europeu e Centro sul da Ásia (inclusive a Índia), pois é facilmente propagada por semente e estaquia. A fruta é uma estrutura complexa que compreende muitos frutinhos com sementes ou arilos envoltos por um exocarpo ou casca semelhante a um couro. Existem cultivares com diferentes colorações de casca (vermelho, rosa, vinho, amarelo), diferentes colorações de arilo (de branco a vermelho), diferentes texturas da semente e outros caracteres. Hoje as romãzeiras são cultivadas em todos os conti-
nentes, com exceção da Antártida. O estado americano da Califórnia é o maior produtor, seguida por Turquia, Tunísia e Espanha. Apesar de existirem registro de cerca de três mil cultivares, somente a variedade Wonderful é comumente plantada no mundo todo, especialmente na Califórnia, Chile e Israel. No ano passado, a romã ocupou a 172ª posição entre 355 produtos em volume de tonelagem no ranking geral de produtos comercializados na Ceagesp, com 170 toneladas e a 146ª posição em volume financeiro com R$ 920 mil, não chegando a 0,1% de participação. Já entre as frutas, ficou na 45ª de um total de 72 frutas, com participação abaixo de 0,1%. Em 2009 houve um aumento de oferta de romã no Entreposto Terminal de São Paulo. O volume de entrada em 2008 até o mês de novembro, foi de 113 toneladas e em 2009 de 156 toneladas, um crescimento de 35%. Se considerarmos que dezembro recebe cerca de 40% do volume anual, serão comercializadas no entreposto, 254 toneladas em 2009, um crescimento de 48% na comparação com 2008. O ápice da comercialização da romã acontece nas festas de final de ano, pois existe a simpatia popular que recomenda chupar nove arilos sem engolir as sementes e depois guardá-las na carteira na noite da passagem de ano para que não falte dinheiro durante todo o ano novo.
Variedades de Romã (Punica granatum)
Desenho: Bertoldo Borges Filho - Técnico da SECQH-Seção do Centro de Qualidade Hortigranjeira - Ceagesp
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TRANSPORTE
LOGÍSTICA
Refrigeração garante transporte seguro de frutas e hortaliças frescas
Climatização e refrigeração veicular são destaques na Fenatran
Tecnologias associadas ao frio reduzem a intensidade do metabolismo e constituem o principal método de conservação dos alimentos do gênero durante sua armazenagem, movimentação e exposição ao consumidor final
Maior evento latino-americano do setor de transporte exibe lançamentos de alto desempenho energético destinados à conservação de alimentos frescos e ao conforto térmico dos motoristas que rodam diariamente pelas rodovias do país
As exportações brasileiras de maçã, mamão, manga, melão e uva totalizaram US$ 562 milhões em 2008. Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também revelam que as frutas e hortaliças já representam 26% do valor da produção agrícola nacional, que soma R$ 98 bilhões. A trajetória de crescimento das exportações mostra, por exemplo, que o volume de maçãs destinadas ao exterior saltou, de 1996 até o ano passado, 34 vezes. Frutas como mamão, melão e uva também registraram aumentos expressivos. No entanto, as estatísticas impressionam ainda mais quando se compara 2003 a 2008. Segundo a pesquisadora Anita de Souza Dias Gutierrez, coordenadora do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), as vendas de maçã ao exterior aumentaram 45 vezes nesse período. “As de uva também cresceram bastante, quase 30 vezes, atingindo mais de 80 mil toneladas no ano anterior”, salienta. E escoar grandes quantidades de frutas e hortaliças demanda a adoção de sistemas modernos de climatização em todos os elos da cadeia produtiva, uma vez o nível de perecibilidade desses alimentos faz com que os produtores e atacadistas percam seu poder de negociação com clientes em um período muito rápido de tempo. Para os especialistas, portanto, os problemas graves relativos à manutenção da cadeia do frio verificados no Brasil terão de ser equacionados em curto prazo. “A quebra dessa cadeia acelera o processo de maturação dos alimentos e, por isso, é pior do que a própria falta de refrigeração”, adverte. De acordo com a pesquisadora da Ceagesp, os ganhos obtidos com investimentos em sistemas de armazenagem ocorrerão mais rapidamente se o transporte das frutas e hortaliças frescas ocorrer em caminhões frigorificados. “A refrigeração é o principal método de conservação desses alimentos durante a armazenagem, movimentação e exposição ao consumidor, principalmente nos países desenvolvidos”, lembra. No Brasil, entretanto, a falta veículos preparados para atender à demanda de carga refrigerada ainda é agravada pela deficiente infraestrutura rodoviária do país e a quase inexistência de outros modais, fatores que aumentam as perdas e oneram produtores e consumidores. As hortifrutícolas, ensina a especialista, atingem o ponto máximo de sua qualidade no momento da colheita. “Portanto, não dá para melhorá-la após a colheita. É apenas possível preservá-la até um determinado limite”, afirma Anita Gutierrez, salientando que a adoção efetiva das boas práticas de refrigeração, aliada às de pós-colheita, garantiriam a redução drástica do desperdício e das suas consequências econômicas e socioambientais, que se materializam em prejuízos financeiros, fome e uso desnecessário de recursos naturais. “Na realidade, o mercado necessita de um sistema de entregas mais rápidas, de controle rigoroso da cadeia do frio e de um método de gerenciamento de qualidade que contemple o uso de embalagens adequadas para cada tipo de produto e que possam ser movimentadas em cargas unitizadas sobre pallets”, conclui a pesquisadora.
CARRIER/DIVULGAÇÃO
PAULO FERNANDO COSTA
De olho no potencial do frio alimentar, a Frigoking, do empresário Marcos de Paula, apresentou novo equipamento ao mercado brasileiro durante feira realizada na capital paulista
Diante do cenário positivo que está sendo desenhado pela retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e dos esforços políticos e empresariais em voga para derrubar as emissões de gases agravantes do aquecimento global, novas tecnologias priorizando a perfomance ambiental foram ao mercado brasileiro na Fenatran 2009, realizada de 26 a 30 de outubro, no Pavilhão Anhembi, em São Paulo. Segundo o empresário Marcos Augusto Pordeus de Paula, as cargas frigorificadas representam apenas 1,5% das exportações brasileiras. “Já em países europeus, esse índice chega a 35%”, salienta o diretor da Frigoking, para exemplificar o potencial do setor. “Nós ainda temos pouco cuidado com o manuseio dos nossos alimentos, entre os quais frutas e verduras que comumente são transportadas em veículos abertos e não da maneira adequada”, avalia. “E mudar a consciência das pessoas sobre a necessidade da conservação adequada dos alimentos seria um passo importante para mudar esse paradigma”, acrescenta o executivo. Durante o 17º Salão Internacional do Transporte, a Embraco, líder no mercado nacional de compressores, marcou sua estreia no segmento de caminhões, mostrando aos visitantes o AeroTruck, um sistema de climatização para as cabines dos veículos do gênero semelhante aos refrigeradores domésticos “O desenvolvimento de um compressor com melhor eficiência energética possibilitou à companhia desenvolver um produto específico para veículos nos quais o consumo de energia é limitado pela bateria”, explica líder de negócios da empresa do grupo Whirpool, Clayton Juncker Teixeira. De acordo com o gerente de produto e marketing da Thermoking, Paulo Lane, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a crescente preocupação com a qualidade ambiental do planeta se traduziram em tecnologias dotadas de fluidos refrigerantes inofensivos à camada de ozônio e componentes recicláveis. “Por isso, exibimos na Fenatran duas soluções para caminhões frigoríficos, com compressor scrol que garante baixo nível de ruído, é mais eficiente do ponto de vista energético e, portanto, polui menos e apresenta uma excelente relação custo-benefício para o transportador”, informa. Entre outras companhias apresentaram novidades na Fenatran, estão a Carrier Transicold, Truckvan, Climatruck e Elber Geladeiras.
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TRANSPORTE
LOGÍSTICA
Refrigeração garante transporte seguro de frutas e hortaliças frescas
Climatização e refrigeração veicular são destaques na Fenatran
Tecnologias associadas ao frio reduzem a intensidade do metabolismo e constituem o principal método de conservação dos alimentos do gênero durante sua armazenagem, movimentação e exposição ao consumidor final
Maior evento latino-americano do setor de transporte exibe lançamentos de alto desempenho energético destinados à conservação de alimentos frescos e ao conforto térmico dos motoristas que rodam diariamente pelas rodovias do país
As exportações brasileiras de maçã, mamão, manga, melão e uva totalizaram US$ 562 milhões em 2008. Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também revelam que as frutas e hortaliças já representam 26% do valor da produção agrícola nacional, que soma R$ 98 bilhões. A trajetória de crescimento das exportações mostra, por exemplo, que o volume de maçãs destinadas ao exterior saltou, de 1996 até o ano passado, 34 vezes. Frutas como mamão, melão e uva também registraram aumentos expressivos. No entanto, as estatísticas impressionam ainda mais quando se compara 2003 a 2008. Segundo a pesquisadora Anita de Souza Dias Gutierrez, coordenadora do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), as vendas de maçã ao exterior aumentaram 45 vezes nesse período. “As de uva também cresceram bastante, quase 30 vezes, atingindo mais de 80 mil toneladas no ano anterior”, salienta. E escoar grandes quantidades de frutas e hortaliças demanda a adoção de sistemas modernos de climatização em todos os elos da cadeia produtiva, uma vez o nível de perecibilidade desses alimentos faz com que os produtores e atacadistas percam seu poder de negociação com clientes em um período muito rápido de tempo. Para os especialistas, portanto, os problemas graves relativos à manutenção da cadeia do frio verificados no Brasil terão de ser equacionados em curto prazo. “A quebra dessa cadeia acelera o processo de maturação dos alimentos e, por isso, é pior do que a própria falta de refrigeração”, adverte. De acordo com a pesquisadora da Ceagesp, os ganhos obtidos com investimentos em sistemas de armazenagem ocorrerão mais rapidamente se o transporte das frutas e hortaliças frescas ocorrer em caminhões frigorificados. “A refrigeração é o principal método de conservação desses alimentos durante a armazenagem, movimentação e exposição ao consumidor, principalmente nos países desenvolvidos”, lembra. No Brasil, entretanto, a falta veículos preparados para atender à demanda de carga refrigerada ainda é agravada pela deficiente infraestrutura rodoviária do país e a quase inexistência de outros modais, fatores que aumentam as perdas e oneram produtores e consumidores. As hortifrutícolas, ensina a especialista, atingem o ponto máximo de sua qualidade no momento da colheita. “Portanto, não dá para melhorá-la após a colheita. É apenas possível preservá-la até um determinado limite”, afirma Anita Gutierrez, salientando que a adoção efetiva das boas práticas de refrigeração, aliada às de pós-colheita, garantiriam a redução drástica do desperdício e das suas consequências econômicas e socioambientais, que se materializam em prejuízos financeiros, fome e uso desnecessário de recursos naturais. “Na realidade, o mercado necessita de um sistema de entregas mais rápidas, de controle rigoroso da cadeia do frio e de um método de gerenciamento de qualidade que contemple o uso de embalagens adequadas para cada tipo de produto e que possam ser movimentadas em cargas unitizadas sobre pallets”, conclui a pesquisadora.
CARRIER/DIVULGAÇÃO
PAULO FERNANDO COSTA
De olho no potencial do frio alimentar, a Frigoking, do empresário Marcos de Paula, apresentou novo equipamento ao mercado brasileiro durante feira realizada na capital paulista
Diante do cenário positivo que está sendo desenhado pela retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e dos esforços políticos e empresariais em voga para derrubar as emissões de gases agravantes do aquecimento global, novas tecnologias priorizando a perfomance ambiental foram ao mercado brasileiro na Fenatran 2009, realizada de 26 a 30 de outubro, no Pavilhão Anhembi, em São Paulo. Segundo o empresário Marcos Augusto Pordeus de Paula, as cargas frigorificadas representam apenas 1,5% das exportações brasileiras. “Já em países europeus, esse índice chega a 35%”, salienta o diretor da Frigoking, para exemplificar o potencial do setor. “Nós ainda temos pouco cuidado com o manuseio dos nossos alimentos, entre os quais frutas e verduras que comumente são transportadas em veículos abertos e não da maneira adequada”, avalia. “E mudar a consciência das pessoas sobre a necessidade da conservação adequada dos alimentos seria um passo importante para mudar esse paradigma”, acrescenta o executivo. Durante o 17º Salão Internacional do Transporte, a Embraco, líder no mercado nacional de compressores, marcou sua estreia no segmento de caminhões, mostrando aos visitantes o AeroTruck, um sistema de climatização para as cabines dos veículos do gênero semelhante aos refrigeradores domésticos “O desenvolvimento de um compressor com melhor eficiência energética possibilitou à companhia desenvolver um produto específico para veículos nos quais o consumo de energia é limitado pela bateria”, explica líder de negócios da empresa do grupo Whirpool, Clayton Juncker Teixeira. De acordo com o gerente de produto e marketing da Thermoking, Paulo Lane, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a crescente preocupação com a qualidade ambiental do planeta se traduziram em tecnologias dotadas de fluidos refrigerantes inofensivos à camada de ozônio e componentes recicláveis. “Por isso, exibimos na Fenatran duas soluções para caminhões frigoríficos, com compressor scrol que garante baixo nível de ruído, é mais eficiente do ponto de vista energético e, portanto, polui menos e apresenta uma excelente relação custo-benefício para o transportador”, informa. Entre outras companhias apresentaram novidades na Fenatran, estão a Carrier Transicold, Truckvan, Climatruck e Elber Geladeiras.
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JORNAL ENTREPOSTO
ECONOMIA
Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para dezembro OPÇÕES DE COMPRA
Flávio Luís Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp PRODUTO
EMBAL.
PESO(KG)
OUTUBRO PREÇO MÉDIO(R$)
NOVEMBRO PREÇO MÉDIO(R$)
TENDÊNCIA P/ MÊS DEZEMBRO
FRUTAS
QUANTIDADES COMERCIALIZADAS: O Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp movimentou durante o período de janeiro a novembro deste ano aproximadamente 2.872.088
toneladas de hortifrutícolas, flores e pescados. Este resultado representa um crescimento de 1,63% ante o mesmo período de
2008 quando foram comercializadas 2.826.085 toneladas. O gráfico abaixo ilustra a movimentação por setor de comercialização.
ABACATE GEADA
CX K
22,00
-
24,28
BAIXA
ABACAXI HAVAI
CENTO
180,00
183,61
162,84
ESTAVEL
AMEIXA FLA
KG
1,00
2,56
1,82
BAIXA
BANANA NANICA
KG
1,00
0,84
0,86
BAIXA
GOIABA BRANCA
CX T
2,00
3,90
3,85
ESTÁVEL
LICHIA
CX T
3,50
-
46,52
BAIXA
LIMÃO TAITI
CX M
25,00
32,31
36,66
BAIXA
MANGA TOMMY
KG
1,00
0,95
0,86
BAIXA
MELANCIA
KG
1,00
0,72
0,80
BAIXA
MELÃO AMARELO
CX
13,00
16,66
16,01
BAIXA
NECTARINA SUN RIPE
KG
1,00
2,77
3,06
BAIXA
PESSEGO CHIMARRITA
KG
1,00
2,98
3,50
BAIXA
PESSEGO ESTRANGEIRO
KG
1,00
6,45
4,18
BAIXA
LEGUMES ABÓBORA MORANGA
KG
1,00
0,68
0,66
ESTÁVEL
ABOBORA SECA
KG
1,00
1,09
1,10
BAIXA
ABOBRINHA BRASILEIRA
CX K
20,00
14,51
11,24
ALTA
BATATA DOCE ROSADA
CX K
22,00
13,87
12,92
ESTÁVEL
BERINJELA
CX K
12,00
17,01
10,89
ESTAVEL
MANDIOCA
CX K
23,00
10,51
10,21
ESTÁVEL
PEPINO CAIPIRA
CX K
23,00
13,37
9,20
ALTA
PEPINO COMUM
CX K
23,00
11,73
8,19
ALTA
PIMENTAO AMARELO
CX K
11,00
33,04
23,19
BAIXA
PIMENTAO VERDE
CX K
11,00
15,09
13,18
BAIXA
VERDURAS
Tendência
Apresentaram elevação da quantidade ofertada os setores de frutas (+3,06%), legumes (+2,99%) e verduras (+3,02%). Os setores de flores (-7,72%), pescados (-9,48%) e produtos diversos (-5,67%) apresentaram retração.
: A expectativa para dezembro que era de acentuada elevação da quantidade ofertada nos setores de legumes e verduras foi prejudicada pelo excesso de chuvas. Verduras e legumes mais sensíveis deverão apresentar perda de qualidade, redução do volume ofertado e majoração dos preços praticados. As condições climáticas adversas, normalmente registradas no verão foram antecipadas para novembro e dezembro e prejudicaram a oferta de ambos os setores. No setor de frutas espera-se elevação da quantidade ofertada em razão da maior entrada dos produtos de final de ano como ameixas, pêssegos, nectarinas, uvas, mangas, cerejas, lichias, figo, melão, entre outros. Assim, estas boas ofertas atuarão
em conjunto aos produtos convencionais como banana nanica, laranja pêra, e oferecerão boas opções para os consumidores. Limão, que vivia seu período de entressafra, já iniciou processo de retorno aos patamares habituais. No setor de flores, deve crescer o número de variedades ofertadas em razão da primavera. Os preços devem seguir estáveis. O setor de pescados deve apresentar volumes e preços estáveis. Alguns produtos importantes como cação, corvina, tilápia, entre outros, devem figurar entre as opções de compra do setor. Já a sardinha deverá apresentar retração da quantidade ofertada em razão do período de defeso.
ACELGA
ENG
12,00
6,53
6,83
ESTAVEL
ALFACE CRESPA
ENG
7,00
8,78
6,15
ALTA
ALFACE LISA
ENG
8,00
9,53
7,95
ALTA
BROCOLIS NINJA
ENG
8,00
10,42
9,65
BAIXA
COUVE
DZMÇ
6,00
7,25
6,78
ESTÁVEL
MILHO VERDE
SC
20,00
8,02
5,90
ESTAVEL
REPOLHO LISO
ENG
25,00
7,94
8,08
ESTAVEL
DIVERSOS ALHO CHINÊS
KG
1,00
5,70
5,54
ESTÁVEL
OVO BRANCO
CX
20,00
39,64
40,27
BAIXA
FLORES AGAPANTO
PCT
3,50
3,75
4,28
BAIXA
ANGÉLICA
PCT
3,00
7,51
7,18
BAIXA
BOCA DE LEÃO
MÇ
0,66
5,79
5,00
BAIXA
COPO DE LEITE
DZ
0,36
4,61
4,09
BAIXA
CRISANTEMO COMUM
PCT
1,50
8,63
9,04
BAIXA
DALIA
MÇ
0,44
4,94
4,50
ESTÁVEL
ESTRELICIA
DZ
0,90
5,53
5,59
ALTA
GIRASSOL
PCT
2,60
4,77
4,47
BAIXA
LISIANTHUS
DZ
0,25
12,66
7,42
BAIXA
ROSA
DZ
0,30
10,00
9,96
BAIXA
PESCADOS ABROTEA
KG
1,00
3,62
3,31
BAIXA
BONITO
KG
1,00
2,15
1,83
ESTÁVEL
CAÇÃO
KG
1,00
4,95
4,95
ESTÁVEL
CAVALINHA
KG
1,00
1,42
2,46
ESTÁVEL
PESCADA
KG
1,00
5,61
3,96
BAIXA
PESCADA GOETE
KG
1,00
2,27
1,73
BAIXA
PESCADA MARIA MOLE
KG
1,00
2,55
2,37
BAIXA
PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS
GOIABA VERMELHA, LARANJA LIMA, LIMA DA PÉRSIA, MARACUJÁ AZEDO
LEGUMES
ABOBRINHA ITALIANA, ERVILHA TORTA, PEPINO JAPONES, VAGEM MACARRÃO
VERDURAS
AGRIÃO, BROCOLOS, COENTRO, COUVE-FLOR, RABANETE E RÚCULA
DIVERSOS
COCO SECO, MILHO DE PIPOCA E CEBOLA
PESCADOS CAMARÃO ROSA, NAMORADO E ROBALO FONTE: CEAGESP
B7
JORNAL ENTREPOSTO l Dezembro 2009
CONFRATERNIZAÇÃO
VW e Apta festejam vendas de 200 caminhões aos permissionários Apta promove confraternização para festejar número de veículos fornecidos aos atacadistas do Entreposto de São Paulo em 2009
Paulo Fernando Costa De São Paulo A crise financeira internacional não abalou as vendas de caminhões aos permissionários do Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp. A Apta/VW registrou recorde de vendas para o segmento responsável fornecer mais de 60% das frutas e hortaliças consumidas pela população da região metropolitana de São Paulo. Entre janeiro e novembro de 2009, os atacadistas da Ceagesp adquiriram 200 veículos do gênero. “Esse resultado é surpreendente e confirma nossas expectativas em relação ao mercado brasileiro e ao potencial do Ceasa paulistano”, afirma o gerente comercial da concessionária, Alberto Capellini. “Superamos a nossa meta e, com esse resultado, esperamos atingir outra meta ambiciosa em 2010”, prossegue. Para comemorar o que classifica de “ótimo desempenho”, a Apta promoveu, dia 26 de novembro, uma confraterniza-
ção para os permissionários e transportadores do entreposto, antecipando as festas carnavelescas. A desoneração fiscal, explica o executivo, foi um dos motivos que favoreceu o resultado positivo. “A isenção do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] fez a gente passar praticamente incólume pelas turbulências econômicas provocadas pela quebra do sistema financeiro dos EUA”, afirma. De acordo com Capellini, as vendas aos atacadistas da Ceagesp representam, atualmente, 10% do faturamento da concessionária de caminhões. “Estamos estreitando nossas parcerias com os empresários da Ceagesp”, revela. O gerente da revenda Volkswagen também salienta que os “caminhões sob medida” da montadora atendem “perfeitamente” às necessidades da cadeia produtiva de frutas, legumes e verduras. “Nosso diferencial também abrange o pronto-atendimento e o crédito concedido pelo Banco VW”, salienta.
B8
Dezembro 2009 l
JORNAL ENTREPOSTO
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27
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JORNAL ENTREPOSTO l
Dezembro 2009
Ceasas Brasil
C1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Notícias
C
DIAGNÓSTICO
Estudo da Abracen traça perfil das Ceasas Levantamento feito em 62 entrepostos aponta necessidade de revitalização e modernização dos mercados atacadistas; o estudo lista também os principais desafios a serem vencidos
Principais desafios das Ceasas apontados pelo estudo: 1• Estruturar uma rede de informações e de intercâmbio técnico e cooperação entre as instituições gestoras de mercados atacadistas, nacionais e internacionais, para geração de informações estratégicas de domínio público de forma disseminada. 2• Promover a modernização dos mercados atacadistas por meio da recuperação das estruturas existentes e ampliação e criação de novos entrepostos com logística adequada para facilitar e diminuir custos operacionais e de transação para o sistema.
Embalagens inadequadas para frutas, legumes e verduras, infraestrutura deficiente, logística precária, necessidade de expansão e reformas dos imóveis, receitas insuficientes, equipamentos obsoletos e falta de mão-de-obra qualificada. Esses são alguns dos problemas detectados nas Centrais de Abastecimento Brasileiras (Ceasas), de 22 estados, e que estão registrados na publicação Diagnóstico dos Mercados Atacadistas de Hortigranjeiros, lançada no último dia 2 pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O trabalho é resultado de uma pesquisa realizada nos últimos 15 meses por técnicos da estatal, por meio do Prohort (Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro), para conhecer a realidade dessas centrais e sugerir medidas que possam melhorar o desempenho do setor. Para isso, foram entrevistados 47 dirigentes de 62 entrepostos, especialistas da área, agentes públicos, operadores do sistema, produtores e comerciantes. O coordenador do estudo e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Altivo Cunha, diz que uma das alternativas para enfrentar essas dificuldades é a criação de um acordo de cooperação entre instituições nacionais e estrangeiras para intercâmbio de informações técnicas. “Essa parceria seria importante para amadurecermos e avaliarmos questões como práticas ambientais, bancos de alimentos, assistência técnica e capacitação dos agentes e operadores do setor”, defende . “A idade média dos entrepostos é de 40 anos, e não
houve nesse período um processo relevante de revitalização”, ressalta Cunha. Segundo o gerente do Prohort, Newton Araújo, uma vez dimensionadas estaticamente essas falhas será possível priorizar as soluções mais urgentes, como a necessidade de modernização dos mercados atacadistas. “É o caso, por exemplo, do processo de classificação, embalagem, transporte, acondicionamento, manipulação e rastreabilidade dos produtos que circulam nas unidades”, completa. Ele cita ainda a aplicabilidade correta das normas sanitárias e o combate ao desperdício como outros fatores que precisam ser observados pelas Ceasas. Porte A pesquisa dividiu os entrepostos em quatro categorias, de acordo com o porte da comercialização em 2007. As Ceasas que comercializam mais de 6% do total nacional estão no nível hiper. No nível grande, estão as instituições gestoras que comercializam entre 2% e 6%. As Ceasas de médio porte são aquelas cujo valor de comercialização está entre 0,5% e 2% do total nacional, e as de pequeno porte são as que apresentam valores inferiores a 0,5%. De acordo com os entrevistados das Ceasas maiores, os pontos mais críticos se referem a aspectos como asfaltamento e trânsito, classificação de produtos, reforma, vagas para estacionamento e expansão. “Isso sinaliza para o estrangulamento da infraestrutura dos grandes entrepostos brasileiros”, explica Cunha. Segundo ele, o investimento em infraestrutu-
ra dos mercados atacadistas envolve também a construção de novos pavilhões, lojas, câmaras frias e demais ações de logística. Para as pequenas e médias Ceasas, foram apontados como mais problemáticas situações ligadas a frete e carregadores, ambulantes, atravessadores e sanidade de alimentos. “Esses aspectos refletem problemas relativos à estruturação de normas e serviços e a maior demanda por assistência técnica para solução destes aspectos”. Em relação à gestão das empresas, os principais fatores limitantes apontados foram a ausência de fontes de receitas e as receitas baixas. O levantamento foi realizado entre setembro de 2008 e julho de 2009. Em primeiro lugar na lista dos principais fatores limitantes das Ceasas está o uso de embalagens para hortigranjeiros. Atualmente, a grande maioria das Ceasas adota como padrão as caixas de madeira, que trazem riscos de propagação de doenças vegetais para as lavouras, uma vez que não podem ser higienizadas, além de gerarem mais perdas para os produtos. Os entrepostos de Uberlândia, Porto Alegre, Brasília, Recife, Campinas e Goiânia já adotam como alternativas bancos de caixas plásticas higienizáveis. Mas de acordo com Cunha, “a solução para a questão das embalagens de hortigranjeiros pressupõe uma ação coordenada em todo o sistema em escala nacional. Destaques Os dez maiores entrepostos do país respondem por
70% do total comercializado. São eles, o entreposto paulistano da Ceagesp (2,9 milhões de toneladas), do Rio de Janeiro (1,6 mi t), de Contagem (1,4 mi t), do Mercado do Produtor de Juazeiro (859 mil t), do Recife (840 mil t), de Goiânia (770 mil t), de Curitiba (691 mil t), de Campinas (646 mil t), de Cariacica (510 mil t) e de Porto Alegre (505 mil t). Em nove Ceasas foram identificados Bancos de Alimentos. Esses espaços são responsáveis pelo aproveitamento dos produtos sem valor comercial, mas próprios para consumo, possibilitando o giro de estoques e o atendimento a pessoas carentes. “As Ceasas são os locais ideais para implantação dos Bancos de Alimentos, que aliam funcionalidade logística à responsabilidade social”, ressaltou Cunha. Números O levantamento aponta que o setor hortigranjeiro movimenta anualmente através das Ceasas cerca de 15,5 milhões de toneladas, congrega 10,6 mil empresas e 21,5 mil produtores rurais cadastrados. De acordo com o diagnóstico, os mercados atacadistas são considerados hoje espaços urbanos com grande movimentação de pessoas e negócios. “Isso demanda ações integradas de políticas públicas voltadas à segurança, ao trânsito, à educação e à saúde”, afirma Cunha. No estudo, ele defende ainda a criação de um modelo de gestão integrada entre as centrais para a consolidação desses mercados.
3• Promover a sanidade e inocuidade de alimentos no comércio atacadista pela disseminação de boas práticas operacionais e adequação às normas sanitárias. 4• Promover a qualidade dos produtos hortigranjeiros por meio da melhoria das atividades de pós-colheita, classificação, embalagem, transporte, acondicionamento e manipulação e rastreabilidade. 5• A promoção da segurança alimentar através de programas de aproveitamento e distribuição de alimentos, como bancos de alimentos e coleta urbana, educação alimentar e outras iniciativas de orientação nutricional aos consumidores. 6• A promoção de boas práticas ambientais e do uso racional de recursos
renováveis como energia e água, por meio de programas de controle e destinação de resíduos. 7• O reconhecimento dos mercados atacadistas como centros das cadeias agroalimentares, sendo o espaço privilegiado para difusão de técnicas e procedimentos, assistência técnica e políticas agrícolas de apoio à agricultura familiiar e patronal. 8• Capacitação dos agentes técnicos e operacionais do sistema para melhoria dos serviços em termos de qualidade, sanidade e eficiência no atendimento aos consumidores. 9• O reconhecimento dos mercados atacadistas como espaços urbanos com grande movimentação de pessoas e negócios, demandando ações integradas de políticas públicas nas áreas de desenvolvimento urbano e social nas áreas de segurança, trânsito e demandas sociais em educação e saúde. 10• Firmar um novo marco regulatório para o sistema de comercialização atacadista hortigranjeiro através da consolidação de normas e regras existentes (econômicas, sanitárias, ambientais e sociais), do reconhecimento da especificidade e do papel sistêmico dos mercados atacadistas e da necessidade de um modelo de gestão.
C2
PROPOSTA
Mobilização da Abracen reúne assinaturas para Frente Parlamentar Em uma mobilização com a participação de dirigentes de Ceasas de dez estados, a proposta de criação da Frente Parlamentar em Defesa das Centrais de Abastecimento Interno (FPDCAI) reuniu, apenas no dia 1 de dezembro, 61 novas assinaturas de deputados federais e senadores em Brasília (DF). Com isso, o número de adesões saltou para 158. O presidente da CeasaMinas e da Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento), João Alberto Paixão Lages, que organizou a mobilização, destacou o compromisso dos parlamentares apoiar o fortalecimento do setor agroalimentar por meio da participação na nova Frente. “A Ceasas vivem um momento muito importante. A Frente dará um novo rumo para o setor, sendo importante para criar uma política clara para o abastecimento”, ressaltou Lages, durante reunião com o deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), autor da proposta da Frente Parlamentar, e dirigentes presentes à mobilização. O deputado Silas Brasileiro ressaltou que, enquanto o resto do mundo tem se voltado cada vez mais para as políticas de abastecimento, o Brasil ainda carece de uma lei específica para o setor. Participaram da mobilização, as Ceasas de Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Paraíba, Goiás e Espírito Santo. “Esse trabalho de convencimento junto aos parlamentares é muito importante e a mobilização por estado traz um comprometimento ainda maior de cada um”, afirmou Silas Brasileiro. Para ser encaminha à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a proposta deve contar com 198 adesões. Aprovada a criação da nova entidade, os membros devem promover o primeiro encontro para formalizar o estatuto e eleger os componentes da Mesa Diretora. A Frente também atuará nas discussões acerca da proposta de lei específica e nacional para as Ceasas, cujo texto foi enviado em outubro para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes. A proposta de lei foi elaborada por uma comissão formada pelo Mapa, Abracen, Companhia Nacional de Abastecimento e Confederação das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece).
Dezembro 2009
Espírito Santo inaugura nova unidade da Ceasa Os produtores rurais das Regiões Norte e Noroeste do Espírito SAnto já contam com um novo espaço para comercialização de hortigranjeiros. Foi inaugurada, no início do mês, a unidade regional Noroeste da Ceasa/ES), em Colatina. Ao todo, 2.500 produtores rurais e 1.300 estabelecimentos comerciais da região e, ainda, o Leste de Minas Gerais, serão beneficiados com a nova unidade. A região atingida pelo novo mercado compreende aproximadamente 400 mil habitantes. A Ceasa projeta um volume anual de 48 mil toneladas por ano de hortigranjeiros, e uma movimentação financeira de R$ 46,3 milhões. O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, ressaltou que a unidade Noroeste da Ceasa além de fomentar a agricultura regional vai propiciar o fortalecimento econômico e social da região. “Essa unidade vai proporcionar uma nova gestão administrativa
no Estado, o de consórcio, e vai trazer oportunidade para todos os produtores para comercializar os produtos da região”, afirmou o secretário. O vice-governador Ricardo Ferraço destacou que o Espírito Santo está consolidando uma rede descentralizada de centrais de abastecimento, com pólos em Cachoeiro, Cariacica, Colatina e São Mateus (em construção). “Estamos avançando em uma logística melhor para a comercialização de produtos agrícolas. Com a melhoria da infraestrutura, teremos uma cadeia produtiva mais justa, até com preços melhores para os consumidores finais”. Obras Além de Colatina, o Espírito Santo contará em breve com uma nova unidade da Ceasa, em São Mateus. Metade das obras já estão concluídas e o término está previsto para março de 2010. Atualmente a Ceasa do estado conta com quatro entrepostos.
ALTA
Índice Ceagesp fecha novembro com 0,36% de elevação No mês de novembro, o Índice Ceagesp aponta alta de 0,36% nos preços no atacado dos principais produtos comercializados na estatal. Com esse resultado, o indicador acumula elevação de 1,16% no ano e retração de 0,61% nos últimos 12 meses. A maior redução, em novembro, foi registrada no setor de Legumes, de 12,73%, influenciado principalmente pelas quedas da berinjela, pepino comum, pimentão e tomate. Em seguida, aparecem os setores de Verduras, que apresentou baixa parecida, de 12,70%, puxada pelas quedas da salsa, alface crespa e milho verde, e de Pescados, com queda de 5,37%. As altas do mês ficaram por conta dos setores de Diversos, com 14,46%, e Frutas, com 6,26%. Na avaliação da compa-
nhia, as chuvas registradas durante o período surtiram efeitos, ao atenuar as quedas de preços previstas para Verduras, e contribuir para a elevação de valores de Diversos ao prejudicar a ofertas dos dois principais produtos do setor, batata e cebola. Além disso, o setor de Frutas sofreu com aspectos sazonais e condições climáticas adversas, que acarretaram em menor oferta dos principais produtos. Em dezembro, mesmo com maior oferta, as frutas devem seguir com preços em alta, em razão da demanda aquecida pelos produtos do setor. Além disso, as chuvas e altas temperaturas podem prejudicar folhas e produtos mais sensíveis do setor de Verduras, que também deve apresentar elevação de preços. Para os demais setores não há previsão de altas.
Índice CEAGESP - Novembro 2009 Geral
0,36%
Frutas Legumes
6,26% -12,73%
Verduras
-12,70%
Diversos*
14,46%
Pescados
-5-37%
(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos FONTE: CEAGESP
l JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Dezembro 2009
C3
CÁ ENTRE NÓS
Natal vermelho
Manelão* Colunista
Pela segunda vez nos anos as águas dos rios Pinheiros e Tietê invadiram a Ceagesp na primeira semana de dezembro. O que se viu foi imagens de melancia boiando no maior entreposto da América Latina. Mas a população foi tranquilizada porque todo o produto que teve contato com a água da enchente foi triturado nos caminhões coletores de resíduos orgânicos e enviado para a compostagem e transformado em adubo. Agora é hora de cuidar com carinho das empresas afetadas pela intempéerie. Passada a enchente, a bonança chegou na cor vermelha do tomate e do pimentão que vai acompanhar o bacalhau da ceia do Natal. E também no vermelho da cereja do Chile, da ameixa Santa Rosa da Argentina, da romã da Flórida, das uvas da Bahia e de São Miguel Arcanjo e da rosada de Jundiaí. Novamente agradecemos aos atletas da bola que prestigiam a Nossa Turma. O jogador Ernani, do São Paulo Futebol Clube, eleito pela mídia especializada como o melhor jogador brasileiro da sua posição, autografou, jun-
tamente com todos os atletas da equipe, a camisa que foi sorteada durante o concorrido jantar da Apesp. Graças a ela, conseguimos arrecadar R$ 4.500 para a nossa instituição. O goleiro Marcos, do Palmeiras, que tem uma carreira marcada por glórias alcançadas no Verdão e na Seleção Brasileira, também autografou a sua camisa que será leiloada em breve. O craque Falcão, camisa 12 da Seleção Brasileira de futebol de salão, modalidade que em 2012 estará nas Olimpíadas, também autografou uma camisa juntamente com toda a equipe. Ela será sorteada no final do mês para as pessoas que contribuíram adquirindo o kit do presente das crianças da Nossa Turma. Agradeço ao Sérgio, da Topper que contribui com todo esse material. Que Deus abençoe seu trabalho. *** No último dia 12, o bispo Dom João Mamede, acompanhado pelo diácono Luiz de Laet, abençoou o trabalho de todos aqueles que fazem parte da família Ceagesp durante a missa realizada no galpão dos carregadores. A esperança foi representada pela centena de crianças que ali foram levadas por seus pais. Na oportunidade, todos puderam conhecer o carregador Pedro que trabalha aqui desde o primeiro dia de funcionamento da Ceagesp. Hoje ele está com 85 anos e, junto com a esposa, recebeu a ben-
ção pelos 64 anos de casamento. O coral Amigos do Padre Kirano prestou uma homenagem póstuma à salmista Regina Abade que em julho, na missa dos 40 anos da Ceagesp, encantou a todos os presentes. Na missa de Santa Luzia foi celebrado o sétimo dia de seu falecimento. Minhas condolências ao viúvo Marinho e aos filhos Pedrinho e Joãozinho. *** Na sede da Nossa Turma, a festa de Natal aconteceu com grande pompa. Os presentes foram arrecadados pelo Instituto da Criança e pela Viva Condomínio, que tornou nossa associação mais conhecida no entorno da Ceagesp. Os voluntários da empresa Vibropac trouxeram presentes, pintaram a quadra e cuidaram da recreação das crianças. Os voluntários do HSBC trouxeram cama elástica, pipoca, algodão doce e cachorro quente e, claro, o Papai Noel. A padaria Nativa mandou 50 quilos de bolo brigadeiro. Helena Barbosa, do Alto de Pinheiros e suas amigas mandaram também um bolo delicioso para a festa. Agradecemos a Deus por tudo que a comunidade Ceagesp fez em prol da Nossa Turma em 2009. Feliz Natal a todos e um Ano Novo vermelho de amor.
ARMAZÉNS DA CEAGESP
Resultado �inanceiro da rede cresce 62,5% De janeiro a setembro deste ano, as receitas menos despesas da rede armazenadora da Ceagesp, que reúne 19 unidades em atividade, atingiram R$ 2,156 milhões, com crescimento de 62,5% sobre o R$ 1,326 milhão do resultado financeiro contábil de igual período de 2008. A
rede registrou um estoque médio (índice de ocupação) de 30,34% em 2009, contra 26,28% em igual período do último ano. De acordo com a estatal, a diminuição no recebimento de açúcar neste ano, em razão do aumento do preço do produto no mercado externo,
contribuiu para a queda de 35% no volume de entrada de mercadorias em comparação a igual período de 2008. Nos nove primeiros meses de 2009, as unidades da rede receberam 540 mil toneladas, enquanto, no último ano, registraram entrada de 823 mil toneladas.
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C4
Dezembro 2009
l JORNAL ENTREPOSTO
O aquecimento no Brasil poderá ser 20% maior que a média mundial durante o século XXI
O
Centro Hadley de Meteorologia do Reino Unido, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançou em Copenhague, durante a 15ª Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas, novos dados sobre os impactos do aquecimento global em território brasileiro. De acordo com modelo construído com os dados das duas instituições, o aquecimento no Brasil poderá ser 20% maior que a média mundial durante o século XXI. Isso significa, por exemplo, que se o planeta tiver uma alta de 1,8 C° na temperatura, a resposta no Brasil será 2 C°. Pode parecer pouco, mas basta lembrar que o mundo já se aqueceu 0,7 C °nos últimos 50 anos.
A conclusão é assustadora e reforça as previsões de que o país está no mapa das nações vulneráveis à mudança do clima. Um simples aumento de 2 C° nos termomêtros afetaria fortemente o regime de chuvas nas principais Bacias Hidrográficas do país. No mesmo relatório - “Alterações climáticas no Brasil: o futuro” - os pesquisadores britânicos e brasileiros mostram que as chuvas seriam reduzidas em 15% na Bacia do São Francisco e 12% na Bacia Amazônica. Por outro lado, haveria um aumento de 2% nas chuvas na Bacia do Prata. Na imagem acima, as projeções mostram um quadro ainda mais dramático, com aumentos de temperatira que podem chegar até 6,6oC, algo que está dentro da gama de possibilidades já levantada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Neste caso a diminuição de chuvas na Amazônia e na calha do São Francisco pode ser de 40% e 47%, respectivamente. Os impactos destas mudanças devem ser observados, por exemplo, no setor de geração de energia, onde 70% do suprimento são obtidos com hidrelétricas. Mais do que isso, o estudo abre uma grande dúvida sobre o futuro do rio São Francisco. Foi ali que os cientistas previram a maior queda nas chuvas. O rio já está debilidado e parte de suas águas serão retiradas no projeto de transposição. Richard Betts, pesquisador do Centro Hadley que coordenou o estudo em parceria com Carlos Nobre e José Marengo do INPE, afirma que os resultados mostram um quadro preocupante para o Brasil. “Nosso papel é melhorar o entendimento destas relações”. Ele reforçou o papel do combate ao desmatamento para garantir mais resistência do Brasil às mudanças do clima. “A cobertura de vegetação tem um papel muito importante no clima. As florestas fazem uma espécie de reciclagem da chuva, devolvendo a a umidade na atmosfera. É a evaporação das árvores, que reforça a cobertura de nuvens e provoca mais chuvas. Se a floresta é desmatada, também vai diminuir o volume de chuvas. A remoção das florestas pode afetar regiões muito grandes”, ponderou.
D-2 | Ambiente Agrícola
Jornal Entreposto
Brasil tem 2,6 milhões de empregos verdes, diz relatório da OIT Agência Brasil O Brasil já tem 2,6 milhões de empregos verdes e a transição para uma economia que leve a menores emissões de gases de efeito estufa pode aumentar a criação desses postos de trabalho, segundo o relatório Empregos Verdes no Brasil: Quantos São, Onde Estão e Como Evoluirão nos Próximos Anos, lançado no início do mês pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O levantamento considera verdes os postos de trabalho em atividades econômicas quer contribuem para a redução de emissões e para a melhoria da qualidade ambiental. Em 2008, o total de empregos verdes no país – 2.653.059 – representava 6,73% do total de postos de trabalho formais. A conta da OIT considerou dados da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, e agregou os empregos verdes em seis categorias: produção e manejo florestal; geração e distribuição de energias renováveis; saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais; manutenção, reparação e recuperação de produtos e materiais; transportes coletivos alternativos ao rodoviário e aeroviário; e telecomunicações e teleatendimento. Entre as ocupações listadas estão a produção de mudas, a gestão de manejo florestal, a reciclagem, a fabricação de biocombustíveis e atividades menos óbvias do ponto de vista ambiental, como as telecomunicações (evitam deslocamentos e emissão de poluentes com transporte) e a manutenção de equipamentos eletrônicos (reduzem necessidade de fabricação de novos e aumentam eficiência energética). De acordo com a OIT, “a geração de empregos verdes não pode estar dissociada da noção de trabalho decente”. Por isso, o levantamento exclui da conta o enorme contingente de catadores de materiais recicláveis, pela falta de proteção
social da atividade e pelo grau de insalubridade a que estão expostos. “Embora atualmente não restem muitas dúvidas quanto ao papel positivo desempenhado por esses trabalhadores em relação ao meio ambiente, o fato é que certamente não é esse tipo de postos de trabalho que a OIT pretendia promover”, justifica o relatório. Além das vagas em atividades econômicas que contribuem para a redução de emissões e para a melhoria da qualidade ambiental, a OIT considerou o potencial de criação de empregos verdes por setores baseados na exploração de recursos naturais e que dependem da qualidade ambiental: extração mineral e indústrias de base; construção, comercialização, manutenção e uso edifícios; agricultura, pecuária e pesca; e turismo e hotelaria. Pelos dados de 2008, esses setores foram responsáveis por cerca de 5,8 milhões de empregos formais. Parte das vagas poderá se tornar sustentável, segundo a OIT, se os setores passarem por um “esverdeamento” dos processos de produção e distribuição. “O potencial de geração de empregos verdes dessas atividades decorre do fato de serem ao mesmo tempo grandes empregadoras e grandes emissoras de carbono ou ainda grandes consumidoras de energia e de recursos ambientais, muitos deles não renováveis”, aponta o estudo. No documento, a OIT lista o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, a obrigatoriedade de inspeção veicular para controle de emissões, a regularização fundiária na Amazônia e a Política Nacional de Resíduos como medidas que poderão impulsionar a geração de empregos verdes no Brasil nos próximos anos.
“Precisamos produzir mais alimentos, pois cerca de um bilhão de pessoas passam fome ao redor do mundo e até mesmo no Brasil, mas não podemos abrir mão de nossas florestas, da nossa biodiversidade”
Projeto prevê investimento de R$ 20 milhões em pesquisa sobre agricultura sustentável Agência Brasil
Parceria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Ministério da Agricultura e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vai permitir que se invista R$ 20 milhões, em nove anos, em pesquisas para a prática da agricultura sustentável. Serão pesquisados os seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. É o projeto Biomas, que tem o objetivo de conciliar preservação do meio ambiente e ampliação da oferta de alimentos. O termo de cooperação técnica foi assinado no dia 10 de dezembro pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). “Precisamos produzir mais alimentos, pois cerca de um bilhão de pessoas passam fome ao redor do mundo e até mesmo no Brasil, mas não podemos abrir mão de nossas florestas, da nossa biodiversidade”, afirmou Kátia Abreu. Segundo ela, com o projeto, serão realizados estudos científicos para recuperar áreas de cobertura nativa em propriedades rurais com mecanismos que também garantam a geração de renda para o produtor rural.
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Dezembro de 2009
NOTA
Vocal apresenta Assembléia do Consórcio Volvo A Vocal, maior concessionária Volvo de ônibus e caminhões da América Latina, realizou, no último dia 19, um evento para 150 clientes da revendedora, entre eles, alguns dos principais permissionários da Ceagesp. Os convidados assistiram, ao vivo, a Assembléia do Consórcio Volvo, que é transmitida via satélite para todo o Brasil, com o objetivo de sortear os contemplados do consórcio. “Com isso criamos uma relação mais próxima com o cliente, podendo, inclusive, gerar novos negócios, já que nossa equipe de vendas está presente para instruir qual é o melhor caminho para ser contemplado”, afirma o diretor superintendente da empresa, Cláudio Zattar.
Jornal Entreposto
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Ambiente Agrícola |
Dezembro de 2009
Código Florestal converte multa em compensação ambiental
Agência Brasil legislação”, explicou. O produtor rural multado por desobedecer o Código Florestal poderá ficar isento de multa, caso regularize sua situação nos órgãos ambientais no prazo de 180 dias, a contar da data da notificação. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse no último dia 11 que, para isso, o proprietário terá que, dentro do prazo estipulado, procurar um cartório e registrar termo de compromisso em recuperar a área. Essa regra está prevista no Decreto Presidencial 6.514, publicado hoje, no Diário Oficial da União, que também estabeleceu o adiamento do prazo para o registro e compromisso de recuperação da reserva legal de propriedades rurais. Segundo ele, a regra também valerá para aqueles que ainda não foram fiscalizados e que poderiam vir a ser multados. O ministro considerou que esse procedimento não é uma anistia para os que não cumpriram as regras, mas, sim, uma conversão da multa em serviços ambientais. “O governo não está dando anistia, ele está convertendo em serviços ambientais a multa que a pessoa recebeu, que ainda não teve seu processo esgotado e que não pagou, desde que ela se adapte à nova legislação e aos novos prazos. Esse produtor tem agora um ano e meio para se regularizar. Se ele não foi notificado ainda, após esse período, ele poderá ser notificado e terá um prazo de 180 dias para se adaptar à nova an_29x265_@.pdf 19/10/2009 18:45:18
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Stephanes reconheceu que o prazo de 180 dias é apertado para que os proprietários rurais consigam realizar os procedimentos de adequação à nova legislação. “Eu acredito, pessoalmente, que haverá muita dificuldade. Mas, de qualquer forma, foi o prazo estabelecido. O próprio decreto prevê uma facilitação para isso, com uma ajuda, principalmente, para os pequenos produtores, mas, mesmo assim, é um trabalho extremamente difícil, bastante complexo e o volume é muito grande. São milhões de propriedades”, destacou o ministro ao se referir ao Programa Mais Ambiente, criado para apoiar a regularização ambiental de pequenos e médios produtores. O programa prevê assistência técnica, distribuição de mudas e sementes, capacitação e ações de educação ambiental. O Mais Ambiente também criou o Cadastro Ambiental Rural, um sistema eletrônico de identificação de propriedades por georreferenciamento. A adesão ao Mais Ambiente é gratuita e será facilitada para agricultores familiares e comunidades tradicionais. O prazo para a adaptação, por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não se aplica aos proprietários de terra localizados no bioma amazônico. Nesse caso, a adesão ao programa deve ser feita de imediato, sob risco de serem multados imediatamente.
D-3
D-4 | Ambiente Agrícola
O espírito de Natal nas luzes de São Paulo
Jornal Entreposto
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Dezembro de 2009
Mariana Gonçalves Marques
Até o dia 6 de janeiro, Dia de Reis, as noites paulistanas serão cobertas de magia e encantamento, com diversos equipamentos de iluminação que, juntos, somam mais de 120 quilômetros de vias decoradas, que irão compor o Natal Iluminado da cidade de São Paulo. Toda a decoração foi promovida pela prefeitura em parceria com empresas da iniciativasa que patrocinaram ações da São Paulo Turismo (SPTuris). Em 2008 eram apenas três parceiros e este ano são 11. Os investimentos por parte da prefeitura são de R$ 5,9 milhões e a participação das empresas ultrapassa a casa dos R$ 10 milhões.mais eclético das últimas edições. O Natal Iluminado de São Paulo se aproxima cada vez mais das grandes capitais do mundo como Nova Iorque, Paris, Londres, etc. Além de ser um programa cultural, a programação aproxima as pessoas e transforma a cidade fria de concreto numa cidade de luz, acolhedora, familiar que são os princípios do espírito de Natal. Os passeios, promovidos pela São Paulo Turismo e vendidos a preços populares (de R$ 8,00 a R$ 10,00 por pessoa) vão até 23 de dezembro, com saídas diárias no Viaduto do Chá às 19h30. O itinerário percorre os principais pontos iluminados da cidade, como o centro e a avenida Paulista, todos os ônibus terão o acompanhamento de guias turísticos e o passeio dura cerca de três horas. Os ingressos podem ser adquiridos na Central de Informação Turística (CIT) Olido (avenida São João, 473, das 9h às 18h, todos os dias). Ao todo foram disponibilizadas quase 4,1 mil vagas, quantidade quase 20% maior que a do ano passado. Mas quem estiver interessado em conferir a decoração natalina da cidade tem várias outras opções, como o Turismetrô de Natal e os roteiros de diversos formatos disponibilizados por agências de turismo da capital paulista. Aproveite!
Roteiros Natalinos Turismetrô de Natal Os paulistanos e visitantes que buscam opções baratas para visitar os pontos decorados especialmente para as festas de fim de ano têm ainda esta outra opção, desta vez diurna: o Turismetrô de Natal, que acontece até 4 de janeiro. São roteiros especiais, que utilizam a rede metroviária como meio de locomoção entre as atrações. São passeios com saídas aos domingos, às 9h e às 14h, os pacotes e ingressos são adquiridos no balcão do Turismetrô na estação da Sé, de onde partem os trajetos. Guias bilíngües acompanham grupos de até 25 pessoas que podem conhecer um pouco melhor a história da cidade e ainda passar por presépios e outros pontos com cenografia e decoração natalina diurna como o Conjunto Nacional, prédios do Banco Itaú Personalité e do Banco Real, ambos na avenida Paulista, e finalizam na Catedral da Sé. Para quem prefere passeios mais exclusivos, existem roteiros de agências de turismo receptivo da cidade. Os preços são a partir de R$ 29 por pessoa, mas algumas agências podem fechar pacotes mais em conta para grupos e ainda realizam roteiros personalizados, ou seja, de acordo com o que os visitantes desejarem. Além dos city tours que passam pelas mais bonitas decorações natalinas, há também roteiros de compras e percursos que visitam tradicionais pontos turísticos de São Paulo. Para os que desejam opções diferentes, há ainda um roteiro de Natal de bicicleta. É o Sampa Bike Tour, uma pedalada de 50 quilômetros pelas ruas de São Paulo, com visita aos pontos mais pitorescos da capital. E para quiser conferir a árvore de Natal da Represa de Guarapiranga, o restaurante Prainha oferece passeios de barco até a Ilha dos Amores, onde está a árvore. Os interessados devem consultar diretamente no local.
Papai Noel da Normandia Uma rua toda iluminada, cheia de papais noéis pendurados em árvores, sentados em muros e vários outros bonitos adereços natalinos têm atraído nos últimos anos centenas de pessoas. Adultos que querem resgatar um pouquinho da magia do Natal e crianças, alucinadas e felizes com a idéia de ver Papai Noel. Esse lugar mágico é a rua Normandia, em Moema, que se transformou num dos símbolos de Natal da cidade. Com 100 metros e quase 40 lojas de presentes, decoração e moda, além de vários cafés, a rua, nesta época, vira um bulevar repleto de charmosos enfeites e diverte seus visitantes, inclusive, com uma “chuva de neve”, feita de espuma. A Rua Normandia fica próxima do Shopping Ibirapuera, também em Moema. Para mais informações: http://www.prefeitura.sp.gov.br http://www.spturis.com/natal
Réveillon na Paulista O Réveillon 2010 na aenida Paulista promete muita animação com diversos shows e queima de fogos para quem for ficar em São Paulo neste final de ano. As edições anteriores já foram surpreendentes, e contaram com a presença de Skank, Babado Novo e Daniel, mas a entrada numa nova década promete ser ainda melhor. A aenida Paulista é um dos pontos mais conhecidos da capital paulistana, o local existe desde o século 19 e hoje é considerado o centro financeiro de São Paulo. Passar o Réveillon 2010 nesse local é uma ótima oportunidade para os paulistanos que não podem viajar para o litoral e desejam desfrutar de um ambiente urbano agradável. A programação de shows para o Réveillon 2010 ainda não foi confirmada, mas a tendência é que em breve essa informação seja divulgada, para quem estiver interessado fique atento no site: www.cidadedesaopaulo.com e acompanhe as novidades. A prefeitura espera receber um público superior a dois milhões de pessoas.