Jornal Entreposto | 122

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Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

São Paulo, julho de 2010 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - No 122 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste

Compre direto das Ceasas Chegou o Anuário Entreposto 2010, a mais importante ferramenta de consulta de empresas atacadistas das Ceasas do estado de São Paulo. Esta terceira edição traz uma listagem atualizada com informações para compra de produtos hortifrutícolas, além de artigos técnicos de fácil consulta. O Grupo de Mídia Entreposto alcança seu objetivo final, proporcionando ao mercado um produto de qualidade para uso profissional de compradores dos setores de supermercados, bares, restaurantes, cozinhas industriais, sacolões, feirantes e outros interessados em adquirir produtos in natura dos entrepostos paulistas.

Leia mais na pág.A2

Citrus de mesa

PAULO FERNANDO COSTA

da produção à comercialização Evento em Cordeirópolis reuniu empresários, produtores, profissionais e especialistas que debateram o futuro da citricultura, os desafios atuais e as perspectivas para o setor nos próximos anos. Pág.A4 | A5 | A6

Ceasas contam com frente parlamentar no Congresso

Reajuste de pedágio aumenta custo do transporte em São Paulo Pág.D1

Ceagesp

receberá aporte de R$ 11,3 milhões

Pág.C1

Pág.C2

* Preço de referência do mês de junho l 2010 - Expectativa para julho l 2010

ESTÁVEL

ENG

R$ 7,96

BAIXA

KG

R$ 1,12

BAIXA

PCT

R$ 5,21

ESTÁVEL

Tilápia KG

Girassol

R$ 16,90

CX

 BAIXA

Batata Comum

R$ 1,01

Alface Lisa

KG

Melão Amarelo

Cenoura

R$ 3,53

ESTÁVEL


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JORNAL ENTREPOSTO

LANÇAMENTO Anuário Entreposto 2010 Informação de fácil acesso para a boa gestão de negócios em agroalimentos O Anuário Entreposto 2010 chega ao mercado trazendo dados atualizados das empresas atacadistas dos entrepostos de produtos hortifrutícolas do estado de São Paulo. Esta é a terceira edição e para sua realização, o Grupo de Mídia Entreposto contou com um time de profissionais que trabalhou integralmente na sua elaboração, desde a seleção de artigos, levantamento de dados e análise setorial até a execução editorial, buscando, através de um projeto gráfico bem elaborado, oferecer facilidade na visualização e consulta das empresas listadas. O principal objetivo do anuário é ser instrumento colaborativo nos negócios das companhias ligadas a este mercado, dando a oportunidade aos compradores de otimizar suas consultas de forma rápida e eficiente.

Compradores e profissionais do setor de agroalimentos vão receber gratuitamente a edição do Anuário Entreposto 2010, já que o principal objetivo é isentar os permissionários e seus clientes de qualquer custo

PROTEÇÃO

O transporte rodoviário é o principal sistema deste tipo no Brasil. Por ele passam 56% das cargas movimentadas no País, contra 21% por ferrovia e 18% por hidrovia. Sendo assim, os caminhoneiros são profissionais fundamentais para alavancar a economia nacional, especialmente na área agrícola, mas continuam sofrendo com o trânsito brasileiro. A cidade de São Paulo tem o sexto pior do mundo. Na semana do santo padroeiro, empresas do setor de transporte de carga, preocupadas com a responsabilidade social e com a saúde de seus funcionários, promovem diversas iniciativas que visam a prudência e a educação no trânsito. Aos poucos, a data santa se transforma, também, em um período de reflexão sobre os perigos e as responsabilidades que envolvem a profissão de caminhoneiro. Para colaborar com São Cristóvão na difícil missão de proteger os motoristas nas caóticas estradas brasileiras, o Jornal Entreposto reuniu algumas dicas que ajudam carreteiros nas viagens pelo país: Vistorie seu caminhão, equipamentos e documentação Verifique freios, lanternas, faróis, buzina, limpador de pará-brisa, pneus, espelhos retrovisores e cintos de segurança; Confira se os extintores estão carregados e se o triângulo de segurança, macaco, ferramentas obrigatórias e kit de emergência estão no veículo; Carregue sempre no caminhão rolo de cor-

“Em outras palavras, proporcionamos as informações contidas em ferramentas que permitem melhorar substancialmente o desempenho das empresas e profissionais ligados ao setor do agronegócio, sejam eles fornecedores ou compradores”, explica o gerente de negócios Paulo Cesar Rodrigues. São mais de 200 páginas com divisão por entrepostos: Ceagesp (SP), Campinas, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. A circulação do Anuário Entreposto é feita através de distribuição gratuita no mercado atacadista, mala direta personalizada do Jornal Entreposto, mailing segmentado de bares, restaurantes e supermercados, além de aquisição realizada diretamente na redação.

Para adquirir a edição 2010 ligue para (11) 3831.4875.

SERVIÇO

Dia de São Cristóvão: nas rodovias do Brasil é preciso muito mais que fé O Dia do Motorista é festejado no dia do seu padroeiro, São Cristóvão, em 25 de julho. Cristóvão significa “aquele que carrega Cristo” e carreteiros de todo o Brasil aproveitam para renovar a sua fé e pedir proteção. Missas, procissões e festas acontecem em diversas partes do País homenageando os profissionais do volante. O santo ajuda mas, diante da precariedade das estradas brasileiras e da falta de conscientização de muitos motoristas, só a fé não basta.

O Grupo de Mídia Entreposto entende que a escolha de um fornecedor é fundamental para aplicar adequadamente os recursos em negócios que venham gerar lucratividade. Neste ponto, o Anuário Entreposto fornece uma ferramenta de inteligência em competividade, atuando como provedor de conhecimento, conteúdo e informações técnicas do setor de

comercialização de produtos in natura no atacado.

da ou fita com 50 m para isolamento de área, lanterna , calço de madeira, cones e caixa de primeiros socorros; Verifique sempre o óleo e a pressão dos pneus; Tenha conhecimento básico sobre o seu veículo. Tenha uma postura social e ambientalmente correta Use o caminhão apenas para o trabalho, pois o excesso deles nas ruas provoca congestionamento do trânsito e o aumento da poluição do ar; Mantenha o automóvel em bom estado de conservação; Não buzine sem necessidade, principalmente perto de hospitais, casas de repouso e escolas; Ajude a manter a sua cidade limpa; Respeite as leis de trânsito; Nunca desrespeite os sinais e as faixas de pedestre;

Cuide-se Use sempre o cinto de segurança; Não beba ou use drogas antes de dirigir; Mantenha os faróis sempre acesos; Não dirija por mais horas do que possa aguentar; Cuidado ao parar nas estradas. Procure um lugar seguro.

Ipem-SP disponibiliza Código de Defesa do Consumidor no site para impressão Depois de entrar em vigor no dia 22/7 a lei que exige um exemplar do Código de Defesa do Consumidor (CDC), acessível para consulta em todos os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), autarquia vinculada à Secretaria da Justiça, disponibilizou em seu site: www.ipem.sp.gov.br uma versão digital da lei, pronta para acesso, download ou impressão. Segundo o superintendente do Ipem-SP, Fabiano Marques de Paula, a medida foi tomada para facilitar a vida dos lojistas e prestadores de serviços.

Com essa iniciativa queremos oferecer mais um serviço de utilidade pública para o setor produtivo. Além disso, queremos conscientizar o consumidor cada vez mais em relação aos seus direitos previstos na legislação”

Em caso de dúvidas, reclamações ou denúncias, o consumidor pode recorrer ao serviço da Ouvidoria do Ipem pelo telefone 0800 0130522 de segunda a sexta, das 8h às 17h, ou enviar e-mail para: ouvidor-ipem@ipem.sp.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. . No site do Ipem, além de informações sobre toda a legislação metrológica e da qualidade vigentes no país, estatísticas de fiscalização, orientações ao cidadão e empresários, o interessado pode levantar detalhes das ações diárias do instituto.


hyUndAI hR. o ĂşnIco FAbRIcAdo no bRASIL E com 4 AnoS dE GARAnTIA SEm LImITE dE qUILomETRAGEm. poRqUE cAmInhĂŁo TEm qUE dAR LUcRo, nĂŁo dESpESA.

LIbERAdo pARA cIRcULAR Em ĂĄREAS RESTRITAS

Os equipamentos descritos nas fotos e textos sĂŁo opcionais e podem ou nĂŁo estar disponĂ­veis nas versĂľes apresentadas neste anĂşncio. Imagens somente para fins ilustrativos.

moToR TURbo dIESEL EURo III InTERcooLER poTĂŠncIA mĂĄXImA. ! -!)/2 #!0!#)$!$% $% #!2'! $! #!4%'/2)! +' / -%./2 #534/ /0%2!#)/.!, 0/2 +- 2/$!$/

s #AMINHâO URBANO LIBERADO PARA CIRCULAĂ€âO CARGA E DESCARGA SEM RESTRIÀ¾ES s 6OLUME DE CARGA ¢TIL COM BA¢ M3 s #ARGA ¢TIL KG s "A¢ OU CAĂ€AMBA DE CHAPA DE AĂ€O OPCIONAL s 0LATAFORMA DE CARGA A MM DO SOLO s &AR˜IS DE NEBLINA s $IREĂ€âO HIDRĂ–ULICA PROGRESSIVA

IpI

0% pREÇo ESpEcIAL ImbATívEL com ISEnÇão ToTAL do IpI.

våRIAS opÇþES dE cARRocERIA

cAmInhĂŁo GUIncho

AmbULâncIA

Zona Sul BerrInI ............................................5501-8000 ChĂĄCara SantO antOnIO ..........5187-0000 IBIrapuera .....................................5538-1100 InterlagOS ....................................5682-7000 IpIranga .........................................2271-0700 ItaIm ................................................3049-0100 JardInS...........................................3894-4000 JOĂŁO dIaS .......................................5641-0770 mOema.............................................3040-8555 mOrumBI........................................ 3740-4400

boUTIqUE dE cARnE

FRUTARIA

LoJInhA

GASEIRA

cAÇAmbA

FRIGoRĂ­FIco

FĂĄbRIcA dA hyUndAI no bRASIL. AnĂĄpoLIS - GoIĂĄS

Zona oEStE anhangĂźera ................................. 3909-4400 CeaSa............................................... 3643-5700 SumarĂŠ ........................................... 3879-3030

GRanDE SĂŁo paulo alphavIlle ..................................... 4133-4377 autOnOmIStaS.............................. 3699-8080 guarulhOS..................................... 2461-8000

Zona noRtE faCĂł .................................................3977-6100 Santana .........................................2971-5555

abc SantO andrĂŠ ................................ 4428-4428 SĂŁO BernardO ............................. 4122-8230

Zona lEStE tatuapĂŠ........................................... 2076-6700

MAIS

175

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FOTOS: PAULO FERNANDO COSTA

AGRONEGÓCIO

Produtores e especialistas debatem futuro da citricultura

Falta de novas variedades prejudica citricultores Produtor da região de Bauru também critica a infraestrutura precária das Ceasas brasileiras

Controle do greening e de outras doenças, manejo, valoração, tecnologia e qualidade centralizam discussões

Citricultor há 22 anos, Geraldo Killer sente no dia a dia as principais dificuldades vividas pelo setor. Durante sua apresentação no encontro realizado em Cordeirópolis, ele também lembrou que o greening está tirando o sono dos produtores.

Paulo Fernando Enviado a Cordeirópolis

O encontro técnico “Citros de Mesa: da produção à comercialização”, realizado dia 15, no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis (SP), reuniu os principais nomes da citricultura paulista para debater os desafios atuais e as perspectivas para setor nos próximos anos. A pinta preta e o greening na laranja e a mancha marrom de alternaria na murcott continuam ameaçando os pomares do estado. A taxa de câmbio também preocupa quem exporta, analisaram os especialistas. Segundo o engenheiro agrônomo Arlindo de Salvo Filho, consultor desse mercado desde 1977, o greening já afeta 30% da produção nacional. “Nos próximos três anos, o volume de queda da produção brasileira, em função dessa doença, será ainda maior e o nosso parque citrícola, que gera 400 mil empregos diretos e mais de US$ 1 bilhão, poderá ser destruído”, alertou. “Isso já aconteceu nos EUA, na China e na África do Sul e serve de aviso para nós. Os produtores da Flórida descuidaram de seus laranjais e a produção foi dizimada. Nos próximos três ou quatro anos, a produção daquele estado norteamericano deve ser menor que 100 milhões de caixas”, acrescentou. Transmitida pelo inseto psilídeo, o greening entope o florema da planta, que, por sua vez, não dá frutos. “E quando ela produz, eles caem antes da colheita”, explica, lembrando que a solução para o problema está na engenharia genética. “Isso vai demorar oito anos para acontecer. E corre-se o risco de a

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Pioneiros da fruticultura são homenageados Ao fim do encontro técnico “Citros de Mesa: da produção à comercialização”, realizado em Cordeirópolis, as famílias pioneiras da atividade foram agraciadas com uma placa comemorativa instalada em sua homenagem no Centro de Citricultura Sylvio Moreira.

Em entrevista ao Jornal Entreposto, Killer foi enfático sobre a doença: “O perigo é iminente e o risco é elevado”. A seguir, trechos da conversa: JE – Quais gargalos afetam a citricultura nacional? Killer – Em relação ao citros de mesa, a maior dificuldade enfrentada pelos produtores é a falta de opção de novas variedades de frutas de descascar com a mão. Falta uma integração entre produtor e a ciência. Por indução e pedido do produtor, que conhece as preferências do consumidor, os centros de pesquisas teriam de desenvolver novas variedades para plantar e colocar no mercado. JE – Quais as variedades mais comuns de citros de mesa cultivados no Brasil? Killer – Em relação aos frutos de mesa de fácil descascamento, as variedades mais comuns são as poncãs e a família das mexericas. Em seguida, temos a murcott, com a casca mais firme e que é mais tardia.

nova variedade resistente desenvolvida não ser adaptável ao mercado”, salientou. Na avaliação do biólogo Carlos Van Parys de Wit, diretor financeiro da Fazenda Sete Lagoas, a obsolência da lei de propriedade intelectual adotada pelo Brasil é um entrave às pesquisas no país. “Adotamos a Upov [Convenção Internacional para Proteção das Obtenções Vegetais] 1978, sendo que ela já está em sua versão 2003. Ou seja, se alguém patentear uma nova

variedade no país e esta planta for roubada, nada acontece”, explicou. “Temos, aí, a seguinte situação: o governo não subsidia a pesquisa e nenhum laboratório privado tem o interesse em fazê-la”, completou. De acordo com o executivo, outro grande desafio do setor é a padronização, uma demanda dos mercados interno e externo. “Precisamos padronizar os citros. Comenta-se, inclusive, que nos próximos dois anos a Europa deverá impor uma nova barreira comercial para o Bra-

sil”, disse. No evento promovido em Cordeirópolis, também proferiram palestras Eduardo Feichtenberger (Instituto Biológico), Ondino Cleante Bataglia (Conplant), Luciano Gasparini (Defensive), Camilo Medina (Gconci), Geraldo Killer (Citrus Killer), Lenice Magali do Nascimento (IAC), Gabriel Bittencourt de Almeida (Ceagesp), Roberto Fkugatti (Fazenda Santa Eliza), David Ferreira (Dfskill), Luiz Fernando Musa (Ogilvy & Mather Brasil), Waldyr Promicia e Antonio Ambrósio Amaro.

JE - Como está a questão do greening no país? Killer – Atualmente, o greening é a doença mais nova e perigosa dos citros no Brasil e continua se alastrando. Houve uma mudança nos órgãos que regula a inspeção e isso é muito preocupante. O produtor precisa estar mais consciente do que está fazendo. O perigo é iminente, o risco é elevado. Algumas variedades são mais afetadas e algumas regiões são mais ainda. Essa situação vem tirando muita gente do mercado. Alguns grandes grupos estão perdendo fa-

zendas, que eram grandes áreas de investimento. Tem de haver uma rápida e firme ação, com medidas fortes e rápidas para combater a doença. JE – E qual a maior dificuldade enfrentada em relação à logística? Killer – As Ceasas tem um modelo muito ultrapassado de distribuição. Temos de copiar modelos e fazer adaptações, tirando essas centrais de grandes regiões metropolitanas. As centrais apresentam um trabalho muito ruim com esses produtos destinados à alimentação. Podemos ver lixo pelo chão, pessoas pisando em frutas. E as centrais ainda encarecem muito o produto. Ao invés de agregar valor, elas depreciam o produto. Esse é o conceito que eu tenho. Não gosto de ir até uma Ceasa, mas é o único lugar que distribui um grande volume de frutas. Acredito que precisa de uma revisão completa nesse sistema logístico, que se concentra na Ceagesp. JE – Qual seria a solução para a Ceagesp em São Paulo: revitalizá-la ou mudá-la? Killer –A solução seria mudar de local, como o Rodoanel e o governo tem de fazer o papel dele, continuar sendo o ‘paizão’ do setor. Se não for assim, é melhor passar para a iniciativa privada. Afinal, se é para fazer mal feito, é melhor não fazer.


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FOTOS: PAULO FERNANDO COSTA

AGRONEGÓCIO

Produtores e especialistas debatem futuro da citricultura

Falta de novas variedades prejudica citricultores Produtor da região de Bauru também critica a infraestrutura precária das Ceasas brasileiras

Controle do greening e de outras doenças, manejo, valoração, tecnologia e qualidade centralizam discussões

Citricultor há 22 anos, Geraldo Killer sente no dia a dia as principais dificuldades vividas pelo setor. Durante sua apresentação no encontro realizado em Cordeirópolis, ele também lembrou que o greening está tirando o sono dos produtores.

Paulo Fernando Enviado a Cordeirópolis

O encontro técnico “Citros de Mesa: da produção à comercialização”, realizado dia 15, no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis (SP), reuniu os principais nomes da citricultura paulista para debater os desafios atuais e as perspectivas para setor nos próximos anos. A pinta preta e o greening na laranja e a mancha marrom de alternaria na murcott continuam ameaçando os pomares do estado. A taxa de câmbio também preocupa quem exporta, analisaram os especialistas. Segundo o engenheiro agrônomo Arlindo de Salvo Filho, consultor desse mercado desde 1977, o greening já afeta 30% da produção nacional. “Nos próximos três anos, o volume de queda da produção brasileira, em função dessa doença, será ainda maior e o nosso parque citrícola, que gera 400 mil empregos diretos e mais de US$ 1 bilhão, poderá ser destruído”, alertou. “Isso já aconteceu nos EUA, na China e na África do Sul e serve de aviso para nós. Os produtores da Flórida descuidaram de seus laranjais e a produção foi dizimada. Nos próximos três ou quatro anos, a produção daquele estado norteamericano deve ser menor que 100 milhões de caixas”, acrescentou. Transmitida pelo inseto psilídeo, o greening entope o florema da planta, que, por sua vez, não dá frutos. “E quando ela produz, eles caem antes da colheita”, explica, lembrando que a solução para o problema está na engenharia genética. “Isso vai demorar oito anos para acontecer. E corre-se o risco de a

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Pioneiros da fruticultura são homenageados Ao fim do encontro técnico “Citros de Mesa: da produção à comercialização”, realizado em Cordeirópolis, as famílias pioneiras da atividade foram agraciadas com uma placa comemorativa instalada em sua homenagem no Centro de Citricultura Sylvio Moreira.

Em entrevista ao Jornal Entreposto, Killer foi enfático sobre a doença: “O perigo é iminente e o risco é elevado”. A seguir, trechos da conversa: JE – Quais gargalos afetam a citricultura nacional? Killer – Em relação ao citros de mesa, a maior dificuldade enfrentada pelos produtores é a falta de opção de novas variedades de frutas de descascar com a mão. Falta uma integração entre produtor e a ciência. Por indução e pedido do produtor, que conhece as preferências do consumidor, os centros de pesquisas teriam de desenvolver novas variedades para plantar e colocar no mercado. JE – Quais as variedades mais comuns de citros de mesa cultivados no Brasil? Killer – Em relação aos frutos de mesa de fácil descascamento, as variedades mais comuns são as poncãs e a família das mexericas. Em seguida, temos a murcott, com a casca mais firme e que é mais tardia.

nova variedade resistente desenvolvida não ser adaptável ao mercado”, salientou. Na avaliação do biólogo Carlos Van Parys de Wit, diretor financeiro da Fazenda Sete Lagoas, a obsolência da lei de propriedade intelectual adotada pelo Brasil é um entrave às pesquisas no país. “Adotamos a Upov [Convenção Internacional para Proteção das Obtenções Vegetais] 1978, sendo que ela já está em sua versão 2003. Ou seja, se alguém patentear uma nova

variedade no país e esta planta for roubada, nada acontece”, explicou. “Temos, aí, a seguinte situação: o governo não subsidia a pesquisa e nenhum laboratório privado tem o interesse em fazê-la”, completou. De acordo com o executivo, outro grande desafio do setor é a padronização, uma demanda dos mercados interno e externo. “Precisamos padronizar os citros. Comenta-se, inclusive, que nos próximos dois anos a Europa deverá impor uma nova barreira comercial para o Bra-

sil”, disse. No evento promovido em Cordeirópolis, também proferiram palestras Eduardo Feichtenberger (Instituto Biológico), Ondino Cleante Bataglia (Conplant), Luciano Gasparini (Defensive), Camilo Medina (Gconci), Geraldo Killer (Citrus Killer), Lenice Magali do Nascimento (IAC), Gabriel Bittencourt de Almeida (Ceagesp), Roberto Fkugatti (Fazenda Santa Eliza), David Ferreira (Dfskill), Luiz Fernando Musa (Ogilvy & Mather Brasil), Waldyr Promicia e Antonio Ambrósio Amaro.

JE - Como está a questão do greening no país? Killer – Atualmente, o greening é a doença mais nova e perigosa dos citros no Brasil e continua se alastrando. Houve uma mudança nos órgãos que regula a inspeção e isso é muito preocupante. O produtor precisa estar mais consciente do que está fazendo. O perigo é iminente, o risco é elevado. Algumas variedades são mais afetadas e algumas regiões são mais ainda. Essa situação vem tirando muita gente do mercado. Alguns grandes grupos estão perdendo fa-

zendas, que eram grandes áreas de investimento. Tem de haver uma rápida e firme ação, com medidas fortes e rápidas para combater a doença. JE – E qual a maior dificuldade enfrentada em relação à logística? Killer – As Ceasas tem um modelo muito ultrapassado de distribuição. Temos de copiar modelos e fazer adaptações, tirando essas centrais de grandes regiões metropolitanas. As centrais apresentam um trabalho muito ruim com esses produtos destinados à alimentação. Podemos ver lixo pelo chão, pessoas pisando em frutas. E as centrais ainda encarecem muito o produto. Ao invés de agregar valor, elas depreciam o produto. Esse é o conceito que eu tenho. Não gosto de ir até uma Ceasa, mas é o único lugar que distribui um grande volume de frutas. Acredito que precisa de uma revisão completa nesse sistema logístico, que se concentra na Ceagesp. JE – Qual seria a solução para a Ceagesp em São Paulo: revitalizá-la ou mudá-la? Killer –A solução seria mudar de local, como o Rodoanel e o governo tem de fazer o papel dele, continuar sendo o ‘paizão’ do setor. Se não for assim, é melhor passar para a iniciativa privada. Afinal, se é para fazer mal feito, é melhor não fazer.


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A foto abaixo ilustra o início das operações na Ceagesp da Cítricola Lucato, uma das pioneiras do ramo de frutas e que atua no mercado há mais de cinco décadas. Na imagem, trabalhadores aparecem ao lado de um dos primeiros carregamentos de laranja recebidos no entreposto paulistano. Hoje, a empresa possui um packinghouse na cidade de Limeira, no interior paulista, e produz mais de 30 mil toneladas de citrus de diversas variedades vendidas para todo o Brasil. A empresa é hoje um exemplo de eficiência, com uma estrutura moderna, capaz de manter total controle desde a produção do pomar até a distribuição, passando pelo beneficiamento e armazenagem. Tanto que foi uma das homenageadas no encontro realizado pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira no dia 15 de julho, em Cordeirópolis (SP).

HISTÓRIA

Mural

Brasil é referência para México na produção de mudas cítricas

O viveirista César Graf apresenta o modelo brasileiro para orientar os primeiros passos dos mexicanos em viveiros protegidos

Para contribuir com a produção de mudas sadias, a Organização Norte-Americana de Proteção de Plantas convidou o viveirista César Graf, primeiro a produzir mudas em viveiros telados no Brasil, para participar do segundo Workshop Internacional sobre Greening e seu vetor (International Workshop on Citrus Huanglongbing and The Asian Citrus Psyllid), realizado em Mérida, a capital do estado de Yucatán, no México, entre os dias 19 e 23 de julho. Preocupados com a disseminação do greening, pior doença de citros no mundo, os mexicanos deram os primeiros passos na produção de mudas cítricas em viveiros telados e usam como referência o modelo brasileiro, pioneiro na produção de mudas em sistema protegido. O objetivo do evento foi sensibilizar o governo e a indústria dos países produtores de citros sobre os riscos do greening e seu potencial devastador. “Usando a nossa experiência, darei sugestões e orientações aos citricultores do México, que estão em fase inicial da produção de mudas em viveiros protegidos”, afirma Graf. O viveirista lembra que, mesmo com a presença da doença naquela região, a maioria dos produtores ainda prefere comprar mudas mais baratas, que muitas vezes têm origem e qualidade duvidosa. “O workshop é uma oportunidade para mostrarmos as medidas necessárias para a detecção e controle da doença e do psilídeo, além de identificar medidas que possam

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impedir um surto de greening.” No dia 21 de julho, Graf falou sobre o papel dos viveiristas no controle do greening e abordou a evolução dos viveiros nos últimos 13 anos, desde a construção do primeiro viveiro protegido no estado de São Paulo em 1997. Em discussão, foram colocadas as mudanças, dificuldades, problemas e resultados no manejo da doença. Durante a apresentação, Graf, associado da Vivecitrus – entidade que reúne produtores de viveiros protegidos, enfatizou a importância do cuidado com a origem e qualidade do material genético (sementes e borbulhas), pois, além de sadias, as mudas devem ter um alto potencial produtivo. O México é um importante país para a citricultura com 526 mil hectares de citros. Casos de greening já foram detectados na costa do Pacífico e em Yucatan, no Golfo do México. O país iniciou a construção de viveiros protegidos em 2009, porém a medida ainda não é obrigatória. Sobre César Graf Graf foi pioneiro na construção de viveiros telados a partir de 1997. Hoje, é um dos maiores viveiristas do país com unidades nos municípios de Conchal, Rio Claro e Ipeúna. É diretorpresidente da Citrograf, empresa com mais de 40 anos que produz mais de 1,2 milhão de mudas por ano. Ele foi presidente fundador da Organização Paulista de Viveiros de Citros (Vivecitrus), entidade que reúne viveiristas para o estudo e defesa da produção de mudas cítricas.

Produtor de limão aposta no mercado externo Companhia vê futuro promissor nas exportações

A Itacitrus, maior exportadora brasileira de limão taiti, quer criar uma marca global e outras segmentadas, que representarão os novos mercados em que está entrando – até agora concentrada na Europa, A empresa está prospectando mercados como o dos Emirados Árabes, Canadá e Europa Oriental. Já confirmada sua participação na Fruit & Tech – Feira Internacional de Frutas, Legumes e Derivados, Tecnologia e Logística, que acontece de 27 a 29 de setembro, no Expo Center Norte-SP, a Itacitrus vai encontrar nesse evento um ambiente de negócios propício nas Rodadas de Negócios, que na edição passada efetivou 255 reuniões em três dias de evento com a participação de 65 empresas produtoras de frutas e legumes frescos e processados, com a presença de 15 compradores internacionais de mercados já consolidados, como Europa e Estados Unidos, além de importadores do Oriente Médio, África do Sul, Rússia e América do Sul. A edição passada da feira trouxe compradores de países com potencial de crescimento na importação de frutas e seus derivados do Brasil para atender à demanda dos empresários brasileiros por inserção de seus produtos em novos mercados. Entre os países visitantes, marcaram presença Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, China, Equador, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel e Tunísia. Para 2010, o Projeto

Comprador organizado pelo IBRAF com apoio da Apex já está em andamento. Presente no mercado desde 1988, a Itacitrus quer aproveitar a visibilidade proporcionada pela Fruit & Tech 2010 para ampliar ainda mais sua participação no mercado externo, além de divulgar sua marca para o mercado interno. “As exportações já respondem por 55% do faturamento da Itacitrus, que chegou a R$ 40 milhões no ano passado”, revela Waldyr Promicia, atual presidente da empresa. Segundo ele, “alguns países como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha, entre outros, absorvem a maior fatia de vendas da Itacitrus no Exterior”. Desde que começou a exportar, em 2000, a empresa vem crescendo a uma média de 30% ao ano. Para este ano, Promicia prevê que “o ritmo de crescimento deverá ser bem mais acelerado, com a diversificação da produção e comercialização, com a inclusão de outras frutas no portfólio da Itacitrus, acabando com a hegemonia absoluta do limão”. Maçã, melão, manga, uva, abacaxi e mamão estão no foco da empresa, sendo que esta última fruta já iniciou operação neste ano. Junto com o aumento das exportações de limão, o mamão fará a Itacitrus chegar a uma receita de R$ 80 milhões em 2010, e em 2011 começa a vender manga e uva.


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Fundecitrus ensina produtor a reduzir custos na produção

Efetuamos cobranças em todo território nacional

Dias de Campo acontecem até o final do cano em diversas cidades do interior paulista A partir de 23 de julho, o Fundecitrus realizará 10 edições do “Dia de Campo” em propriedades citrícolas do Estado de São Paulo. Os encontros abordarão a tecnologia de aplicação, com intuito de mostrar aos produtores como o controle químico de doenças e pragas pode ser feito com economia. Estima-se que mais de 40% dos custos de produção de citros no Brasil estejam relacionados às práticas de pulverização para o controle de doenças e pragas. A má regulagem e falta de técnica para a operação de turbopulverizadores têm feito com que os produtores usem volumes

cada vez maiores de inseticidas, elevando os custos de produção. De acordo com o Fundecitrus, a realização os eventos levarão conhecimentos sobre a forma e quantidade corretas a ser usada nos equipamentos agrícolas, de maneira econômica, evitando contaminação de outras áreas. Os participantes dos encontros terão atividades teóricas e práticas, que contarão com engenheiros agrônomos do Fundecitrus para a discussão de temas como agitação e distribuição de calda, economia na aplicação, utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e descarte

Antes da dinâmica no campo, os citricultores assistirão a uma palestra sobre a importância de se adotar o manejo regional das pragas e doenças dos citros. “Vale lembrar que a equipe de conscientização do Fundecitrus está à disposição para ajudar na regulagem dos equipamentos de pulverização no dia a dia dos produtores”, destaca o gerente da entidade, Cícero Augusto Massari. O primeiro Dia de Campo será realizado na cidade de Tabatinga (SP). Os eventos são gratuitos e abertos a todos os interessados.

Confira o calendário: 23/07 30/07 13/08 27/08 10/09 24/09 01/10 22/10 05/11 26/11

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Julho 2010 l JORNAL ENTREPOSTO

PESQUISA

Descoberta vai gerar tomates mais resistentes a doenças Uma pesquisa realizada pela Embrapa Hortaliças em conjunto com a Universidade de Brasília (UnB) poderá, nos próximos anos, minimizar os impactos de uma das principais doenças do tomateiro, o vira-cabeça. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Carlos Alberto Lopes, essa patologia é causada por um complexo de vírus chamado Tospovirus, que são transmitidos por trípes. “O vira-cabeça ocorre em todas as regiões produtoras do País e pode causar até perda total da lavoura, quando ataca mudas muito novas. O controle dessa doença é complexo, por isso a melhor estratégia para resolver o problema está no melhoramento genético”, explica. E é justamente no desenvolvimento de novas plantas que a pesquisa do aluno de doutorado da UnB Érico de Campos Dianese, realizada na Embrapa Hortaliças, pode fazer a diferença. Ele vasculhou um gene chamado Sw-5 no DNA do tomate. O gene Sw-5 é um fator de resistência ao vírus do vira-cabeça. Érico descobriu uma “impressão digital” que mostra, sem margem de erro, quando um tomateiro é resistente à doença. Em termos científicos, essa impressão digital é chamada marcador molecular,

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uma característica única do DNA, que pode identificar se a planta é mais produtiva, resistente a doenças ou nutritiva, entre outras características. Na prática, a utilização dos marcadores moleculares torna mais rápido o desenvolvimento de novas variedades e com mais segurança nos resultados. Por isso, atualmente caracterizar essas “impressões digitais” são objeto de tanto esforço de pesquisa. Na década de 1990, o viracabeça era a principal limitação do cultivo do tomateiro no Brasil e o controle dessa doença era objeto de estudos de diversas instituições. O primeiro grande avanço científico-tecnológico foi a descoberta de que os Tospovirus formavam um complexo de espécies de vírus com características diferentes. Outro grande avanço no melhoramento genético foi o isolamento e caracterização do gene Sw-5, identificado em espécies de tomate silvestre, que foi introduzido em variedades comerciais brasileiras. Estudos posteriores confirmaram que variedades contendo o gene Sw-5 apresentavam resistência às principais espécies de Tospovirus que infectam o tomateiro no Brasil, além de não alterar a qualidade dos frutos e a produtividade das plantas.

Tomateiro sem vira-cabeça O gene Sw-5 já é utilizado pelas empresas de sementes e sua inserção em novas variedades é o objetivo de qualquer programa de melhoramento que vise gerar tomateiros resistentes ao viracabeça. Por isso esse novo marcador é tão importante. Uma prova disso foi a publicação do trabalho na revista científica Molecular Breeding, uma das mais importantes publicações da área no mundo. Segundo a pesquisadora Maria Esther de Noronha Fonseca, que orientou o projeto na Embrapa Hortaliças, a importância da descoberta se justifica porque a maioria dos marcadores moleculares utilizados atualmente para monitorar a incorporação do gene Sw-5 são apenas próximos ao gene e podem ser separados nos cruzamentos de plantas realizados no melhoramento genético. “O novo marcador, derivado do próprio gene Sw5, é ideal para diferenciar, com certeza, plantas suscetíveis e resistentes”, explica a pesquisadora. De acordo com o pesquisador Leonardo Boiteux, que coordena o programa de melhoramento de tomate da Em-

brapa Hortaliças, a principal vantagem do novo marcador é que ele assegura a manutenção da resistência ao vira-cabeça sempre que for identificado em uma planta, uma vez que o gene Sw-5 é dominante. Ele destaca ainda que esse sistema pode ser utilizado para qualquer tipo de tomate. “Essas características são cruciais para as empresas de sementes que visam o desenvolvimento de novos híbridos de tomate. Desta forma, o desenvolvimento deste novo marcador aumentará a capacidade de monitoramento da incorporação do gene Sw-5 em variedades comerciais de tomate no Brasil e no mundo”, afirma.

9/16/09 10:28:34 AM


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Qualidade

Preenchimento da nota fiscal de produtor

Dando sequência à publicação, aqui estão as respostas às perguntas 17 a 23 do terceiro capítulo do ‘Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor’. 17. A emissão das Notas Fiscais de Produtor deve obedecer alguma ordem? Sim. As notas devem ser emitidas cronologicamente, obedecendo à sua sequência numérica. 18. Quais são os tipos de emissão de Nota Fiscal de Produtor? A emissão da Nota Fiscal de Produtor, que não poderá conter emenda ou rasura, pode ser feita por processo eletrônico, mecânico ou manuscrito, com decalque a carbono ou em papel carbonado nas vias subsequentes à primeira, garantida a legibilidade dos seus dados em todas as vias. O uso do sistema eletrônico de emissão da Nota Fiscal de Produtor requer autorização da Secretaria da Fazenda do Estado. 19. O produtor rural está obrigado a emitir a Nota Fiscal Eletrônica? Não. A finalidade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é a alteração da sistemática atual de emissão da Nota Fiscal em papel Modelo 1 ou 1A, por Nota Fiscal Eletrônica com validade jurídica para todos os fins. Como o produtor rural - pessoa física emite Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, ele não está obrigado a emitir a NF-e. Todavia, como o Fisco vem constantemente aperfeiçoando os procedimentos de controle das obrigações tributárias do produtor rural, provavelmente a obrigatoriedade de emissão de NF-e será, em determinado momento, exigida também para o produtor rural. 20. Em quantas vias deve ser emitida a Nota Fiscal de Produtor e qual deve ser a destinação de cada uma dessas vias?

Caderno de Técnico

B

Abag realiza congresso e questiona candidatos à Presidência

Capítulo III

O CQH (Centro de Qualidade em Horticultura) desenvolveu, com a colaboração técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, da Faesp e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), cartilhas destinadas ao produtor rural, com o objetivo de facilitar a sua vida no trato com as exigências legais. A cartilha foi dividida em partes. A primeira parte, que trata do ‘Produtor Rural e a Previdência Social’, foi publicada em edições anteriores do JE em três capítulos. A segunda, que trata do ‘Preenchimento da Nota Fiscal do Produtor’, vem sendo publicada há duas edições. A terceira e última parte está sendo elaborada pelo Senar e trata de ‘As Obrigações Trabalhistas do Produtor Rural’.

B1 JORNAL ENTREPOSTO

O número de vias depende do destino da mercadoria, como segue: 1º Na saída de mercadoria para destinatário paulista A Nota Fiscal de Produtor deverá ser emitida, no mínimo, em 04 (quatro) vias, que terão a seguinte destinação: • A 1ª via acompanha a mercadoria para ser entregue, pelo transportador, ao destinatário; • A 2ª via fica presa ao bloco, para exibição ao Fisco; • A 3ª via acompanha a mercadoria e será retida na portaria da CEAGESP e de outras CEASAS (essa via é necessária para abastecer o Sistema de Informações e Estatísticas de Mercado – SIEM); • A 4ª via acompanha a mercadoria e poderá ser retida pelo Fisco, mediante visto na 1ª via. • A 2ª via da Nota Fiscal de Produtor, presa ao bloco, e a 3ª via da Nota Fiscal de Entrada recebida do adquirente, pelo produtor rural, serão apresentadas à repartição fiscal na forma e no prazo fixados pela Secretaria da Fazenda do Estado. 2º Na saída de mercadoria para destinatário localizado em outro estado A Nota Fiscal de Produtor deverá ser emitida, no mínimo, em 05 (cinco) vias, que terão a seguinte destinação: • A 1ª via acompanha a mercadoria e será entregue, pelo transportador, ao destinatário; • A 2ª via fica presa ao bloco, para exibição ao Fisco; • A 3ª via acompanha a mercadoria e será destinada ao controle do Fisco de destino; • A 4ª via acompanha a mercadoria e será retida na portaria das CEASAS (essa via faz-se necessária para alimentar o Sistema de Informações Estatísticas de Mercado – SIEM); • A 5ª via acompanhará a mercadoria e poderá ser retida pelo Fisco estadual, mediante visto na 1ª via.

ção fiscal, que reterá a 3ª via e visará a 1ª, servindo esta como autorização de embarque. Se o embarque ocorrer no CEAGESP e/ou nas CEASAS, a Nota Fiscal de Produtor deverá ser emitida em 04 (quatro) vias, conforme descrito no item 1º. • Se o embarque tiver de ser processado em outro estado, em 05 (cinco) vias, conforme descrito no item 2º. Antes da saída da mercadoria de seu estabelecimento, o produtor rural entregará a 4ª via à repartição fiscal, a que estiver vinculado, que visará a 1ª e 3ª vias, que acompanharão a mercadoria no transporte. Observação: Considera-se como embarque o local onde a mercadoria é embarcada para o seu destino. 21. Há alguma orientação impressa no bloco de notas sobre a destinação de cada via da Nota Fiscal de Produtor? Sim. As gráficas utilizam folhas de cores distintas, com indicação expressa do destino de cada uma das vias. 22. A Nota Fiscal de Produtor só pode ser emitida em uma única série ou o produtor rural tem mais opções? É facultado ao produtor rural utilizar Nota Fiscal de Produtor de séries distintas. A opção vai depender da conveniência ou do volume das diferentes operações que ele realizar. Ele pode adotar uma série para as vendas internas, outra série para vendas para outros Estados e uma terceira série para as vendas para o Exterior. 23. Como fica o caso de produtores que, além de venderem ao mercado atacadista, também operam em feiras e varejões, vendendo diretamente ao consumidor? O produtor rural poderá utilizar blocos com séries distintas: uma para as operações no atacado e outra para as vendas diretas ao consumidor. Em caso de venda direta ao consumidor, o produtor rural poderá emitir uma única Nota Fiscal de Produtor no final do dia, englobando todas as operações de venda. Nenhuma das vias desta Nota Fiscal de Produtor poderá ser destacada do talão.

3º Na saída de mercadoria para o exterior A Nota Fiscal de Produtor será emitida: • Se a mercadoria tiver de ser embarcada no estado de origem, em 03 (três) vias. A 1ª e a 3ª vias acompanharão a mercadoria até o local de embarque, onde serão entregues à reparti-

O CQH gostaria de receber sugestões, críticas e dúvidas que permitam o aperfeiçoamento desse serviço. cqh@ceagesp.gov.br Tel.: ( 11) 3643-3825

A Abag (Associação Brasileira de Agribusiness) prepara um plano de ação que pretende questionar os principais candidatos à presidência da República quanto às propostas de cada um para o agronegócio nacional. O documento será apresentado durante o 9º Congresso Brasileiro de Agribusiness, no dia 9 de agosto, em São Paulo.

“Por isso é de extrema importância para o desenvolvimento sustentado do agribusiness nacional que os profissionais de nosso setor e produtores rurais que não puderem, infelizmente, comparecer fisicamente ao evento, tenham a chance de conhecer o posicionamento de cada um deles a respeito de grandes temas do segmento”, explica Lovatelli.

Junto com a proposta, os candidatos vão receber seis perguntas. Todas elas tratam das principais demandas do setor rural: garantia de renda, logística, defesa agropecuária, comércio exterior, pesquisa e institucionalidade.

O acesso aos interessados será viabilizado através da aquisição de logins e senhas, cujos custos e demais informações podem ser obtidas no site www.safras.com.br, pelo telefone (51) 3224-7039 e email: congresso@ safras.com.br.

O presidente da Abag, Carlo Lovatelli, está otimista quanto o comprometimento dos candidatos em relação aos problemas do setor rural. “Acho que existe hoje um consenso em relação à necessidade de resolver os grandes entraves do agronegócio”, diz. A Abag firmou parceria com a Safras & Mercado, consultoria especializada em agronegócio, para transmissão do evento com imagens em tempo real através da internet.

Serviço:: 9º Congresso Brasileiro de Agribusiness Data: 9 de agosto de 2010 Horário: 9h00 às 22h30 Local: Sheraton São Paulo WTC Hotel - Avenida Nações Unidas 12559 - Brooklin Novo • São Paulo Mais informações: http://www.abag.com.br/cba


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Feira de Hortifruti prevê crescimento de 50% em sua segunda edição Depois de uma estréia promissora no ano passado, a Fruit & Tech, evento voltado para negócios e tecnologias relacionados à fruticultura, prevê um crescimento de 50% em sua segunda edição, que acontece em setembro na capital paulista. Organizada pela Francal Feiras, em parceria com o Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas) a expectativa é superar as marcas dos 3 mil visitantes e 94 expositores registrados na primeira edição. A aposta se deve ao cenário promissor que o setor representa para quem tem como objetivos ampliar as oportunidades de negócios e fortalecer vínculos comerciais. “Os números alcançados na primeira Fruit & Tech comprovam que conseguimos atingir o principal objetivo da feira, de promover bons negócios de ponta a ponta da cadeia de frutas, do produtor ao comprador, passando pelos fornecedores, importadores e exportadores”, comemora o presidente da Francal Feiras, Abdala Jamil Abdala. Reforçando essa tese, o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, lembra que foram efetivadas 255 reuniões em três dias de evento com a participação de 65 empresas produtoras de frutas e legumes frescos e processados. Além disso, ele destaca, “participaram das rodadas 15 compradores internacionais de mercados já consolidados, como Europa e Estados Unidos, além de importadores do Oriente Médio, África do Sul, Rússia e América do Sul”. A feira trouxe compradores de

Organizadores esperam superar as marcas de 3 mil visitantes e 94 expositores

países com potencial de crescimento na importação de frutas e seus derivados do Brasil para atender à demanda dos empresários brasileiros por inserção de seus produtos em novos mercados. Entre os países visitantes, marcaram presença Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, China, Equador, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel e Tunísia. Além disso, foram registradas as presenças nas rodadas de negócios de compradores nacionais de redes de varejo, distribuidoras e comerciais exportadoras, visando aumentar o contato com novos fornecedores. Os organizadores acreditam que a primeira edição do evento aproximou a demanda com a oferta, possibilitando às pequenas empresas a oportunidade de negociar de frente com grandes compradores. Além dos negócios, a feira tem como objetivo atuar como um fórum de debates, com a promoção de discussões e a difusão de tendências e novas tecnologias. “Vamos repetir esse sucesso, com uma ampla variedade de atrações, seminário, palestras e novidades aos profissionais do setor, além de compradores, distribuidores, fornecedores e supermercadistas”, acredita Abdala.

Números Por ano, o Brasil produz 43 milhões de toneladas de frutas tropicais, subtropicais e de clima temperado, e é responsável por 60% do suco de laranja exportado no mundo. As técnicas de cultivo avançadas empregadas possibilitam a produção de alguns tipos de frutas durante todo ano. O setor emprega 5,6 milhões de pessoas, o que equivale a 27% da

mão-de-obra agrícola. Gera oportunidades de dois a cinco postos de trabalho na cadeia produtiva por hectare cultivado e está fundamentado em pequenas e médias propriedades. Diante desses números, os organizadores acreditam que o evento está diante de um panorama propício, com potencial de ampliar ainda mais as oportunidades do setor.

Serviço:: Fruit & Tech De 27 a 29/9, das 13h às 20h Expo Center Norte Pavilhão Amarelo Rua Otto Baumgart, 1.000 Vila Guilherme


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A medida do tamanho dos citros Estudo mostra a classificação de frutas cítricas na Ceagesp

Distribuição da homogeneidade de tamanho

Participação % de cada variação

Alguns exemplos mostram bem esta situação nos 12 atacadistas entrevistados: • São utilizadas 18 denominações diferentes de dúzia para laranja, (14 a 21) e 19 para tangerina (2 a 18). • A empresa de maior número de classificações de laranja utiliza 29 classes de tamanho e a de menor sete classes de tamanho. • Quatro, entre as doze empresas entrevistadas, utilizam mais que 15 classes de tamanho. • O número de classes de tamanho de tangerina e de limão apresenta uma variação menor que o da laranja, indo de oito a 13 na tangerina e de seis a 13 no limão. • Hoje a denominação de dúzia de cada empresa indica tamanhos diferentes de fruto (diâmetro).

Variação % entre os diâmetros A homogeneidade visual de tamanho pode ser avaliada pela diferença (%) entre o diâmetro máximo e o mínimo estabelecido pela regulagem da máquina. Apesar da grande diferença de regulagem entre as máquinas de classificação, a homogeneidade visual de tamanho da maioria das empresas é semelhante ou maior à exigida pelas Normas de Classificação de

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Julho 2010

O consumo de laranja nos Estados Unidos e no Brasil Ainda é preciso conhecer o comportamento dos consumidores brasileiros para depois estimular o consumo de citros frescos

Anita de Souza Dias Gutierrez Luiz Henrique Parreira Avelino Manoel Alves Filho Paulo Roberto Ferrari CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O desenvolvimento de normas de classificação do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura exige a compreensão da prática no mercado atacadista e nos barracões de classificação pelos técnicos do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. Podemos dizer que hoje a totalidade dos frutos citrícolas comercializados frescos passa por máquinas de classificação e que a grande maioria apresenta boa homogeneidade visual de tamanho. Foram consultados 21 atacadistas produtores e um grande produtor sobre as classificações utilizadas para cada fruto citrícola (laranja, limão e tangerina): denominação da classificação e o maior e o menor diâmetro ou peso de cada classe. Doze responderam às nossas perguntas. Eles são os responsáveis pela maior parte dos citros comercializados na Ceagesp. A caixa M e a meia caixa M são as embalagens tradicionalmente utilizadas. As classificações são denominadas de acordo com o número de unidades na caixa em dúzias ou em número de frutos. As medidas da caixa M (largura e altura iguais) e a engenhosidade dos citricultores criaram um sistema de arrumação dos frutos na camada superior da caixa M (com medidas internas de 520 X 290 X 290 mm) que informa o número de dúzias nela contidas e o seu número de camadas. A soma do número de frutos das duas primeiras linhas no sentido do comprimento, informa o número de dúzias e o número de frutos da linha transversal na largura informa o número de camadas. Estamos ainda tentando entender melhor a geometria desta arrumação. As máquinas de classificação selecionam por tamanho, utilizando o diâmetro ou o peso do fruto. A grande maioria utiliza o diâmetro. Confira a seguir alguns resultados apontados pelo levantamento. As medidas de classificação não se repetem, cada empresa tem a sua classificação. A regulagem da máquina, a definição dos diâmetros máximo e mínimo em cada classe de tamanho, é diferente para cada empresa.

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Laranja do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura (4% a 5%). A grande maioria (86%) das empresas utiliza classificações que apresenta variação, entre o maior e o menor diâmetro dentro de cada classe, igual ou menor que 5%. Uma parte das empresas apresenta alta homogeneidade na classificação, com a variação de 2% a 3% entre o diâmetro máximo e o mínimo, como

mostra o gráfico ao lado. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp agradece a colaboração e a paciência dos atacadistas e produtores de citros que têm colaborado conosco. O trabalho visa aprimorar as Normas de Classificação de Laranja, Limão e Tangerina e desenvolver uma caixa paletizável que possa substituir a caixa M, em todas as suas funções.

O estudo ‘Características do consumo de laranja’ feito pelo Ministério da Agricultura dos Estados Unidos traz alguns dados interessantes. A seguir, listamos algumas constatações. O estudo completo pode ser acessado em www.ers.usda.gov O consumo de laranja nos EUA vem caindo vagarosamente desde 1960. A laranja ainda é a fruta mais consumida (fresca e em suco). O consumo de laranja fresca só perde para banana e maçã. O suco de laranja é o mais consumido. Os americanos consomem duas vezes e mais suco de laranja que de maçã, que ocupa o segundo lugar. Os consumidores da Região Nordeste dos EUA preferem suco de laranja e os da Região Oeste preferem laranja fresca. Consumidores das regiões Sul e Meio Oeste são os que menos consumem laranja. Os descendentes de hispânicos e de outras raças (como os asiáticos) consomem mais laranja. Os consumidores pertencentes a classes de renda mais alta preferem suco de laranja e os de menor renda bebidas a base de laranja. Os homens consomem mais laranja do que as mulheres. O consumo de laranja como fruto fresco caiu, entre 1960 e 2000, de nove quilos para cinco quilos por ano por pessoa. O consumo de suco disparou em meados de 1940 com a introdução do suco gelado concentrado e teve um pico em 1997/98, quando a demanda por suco não concentrado cresceu. O consumo de suco de laranja cresceu de 30 quilos 1960 a 34 quilos em 2000. O consumo da laranja fresca e do suco de laranja nos Estados Unidos acontece predominantemente em casa, 78% e 92% respectivamente. Cerca de 5% das laranjas consumidas frescas são adquiridas nas escolas. No Brasil, a pesquisa de hábitos de consumo está praticamente restrita ao POF ( Pesquisa de Orçamentos Familiares) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ela investiga os hábitos de consumo, a alocação de gastos e a distribuição dos recebimentos da população estudada. Além disso, permite obter informações que se direcionem a resultados de quantidades de alimentos e bebidas adquiridas com dispêndiogasto monetário - para consumo domiciliar. Estão disponíveis em www.sidra,ibge.gov.br as POF realizadas em 1986/87, em 1995/96 e em 2002/03. A POF levantou o consumo per capita de laranja-baía, laranja-lima, laranja-pera, outras laranjas, limão comum e tangerina. O levantamento de consumo de sucos não detalha o suco de laranja. Encontramos suco de fruta em pó, suco de fruta envasado, refrigerante de laranja e refrigerante de limão. Os resultados são assustadores. O consumo domiciliar per capita de frutas cítricas foi de 19 kg para 8 kg entre 1987 e 2002, uma diminuição de 2,4 vezes o consumo. Os mesmos dados mostram uma diminuição do consumo per capita da laranja pêra de 12 kg para 3 kg no mesmo período uma diminuição de 4 vezes e de laranja baia de 1,48 kg para 0,07 kg. O consumo de suco, em pó e envasado, e de refrigerante mais do que dobrou. Uma nova POF foi realizada em 2008/09 e os seus dados de consumo domiciliar por produto deverão ser divulgados em breve. Vamos ver que nova surpresa nos espera. É preciso estabelecer uma estratégia para o aumento do consumo de citros fresco no Brasil. O primeiro passo é conhecer o comportamento dos consumidores. Quem consome? Quanto consome? Quando consome? O que consome? Onde compra? Onde consome? Como consome? Porque não consome?


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A medida do tamanho dos citros Estudo mostra a classificação de frutas cítricas na Ceagesp

Distribuição da homogeneidade de tamanho

Participação % de cada variação

Alguns exemplos mostram bem esta situação nos 12 atacadistas entrevistados: • São utilizadas 18 denominações diferentes de dúzia para laranja, (14 a 21) e 19 para tangerina (2 a 18). • A empresa de maior número de classificações de laranja utiliza 29 classes de tamanho e a de menor sete classes de tamanho. • Quatro, entre as doze empresas entrevistadas, utilizam mais que 15 classes de tamanho. • O número de classes de tamanho de tangerina e de limão apresenta uma variação menor que o da laranja, indo de oito a 13 na tangerina e de seis a 13 no limão. • Hoje a denominação de dúzia de cada empresa indica tamanhos diferentes de fruto (diâmetro).

Variação % entre os diâmetros A homogeneidade visual de tamanho pode ser avaliada pela diferença (%) entre o diâmetro máximo e o mínimo estabelecido pela regulagem da máquina. Apesar da grande diferença de regulagem entre as máquinas de classificação, a homogeneidade visual de tamanho da maioria das empresas é semelhante ou maior à exigida pelas Normas de Classificação de

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O consumo de laranja nos Estados Unidos e no Brasil Ainda é preciso conhecer o comportamento dos consumidores brasileiros para depois estimular o consumo de citros frescos

Anita de Souza Dias Gutierrez Luiz Henrique Parreira Avelino Manoel Alves Filho Paulo Roberto Ferrari CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O desenvolvimento de normas de classificação do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura exige a compreensão da prática no mercado atacadista e nos barracões de classificação pelos técnicos do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. Podemos dizer que hoje a totalidade dos frutos citrícolas comercializados frescos passa por máquinas de classificação e que a grande maioria apresenta boa homogeneidade visual de tamanho. Foram consultados 21 atacadistas produtores e um grande produtor sobre as classificações utilizadas para cada fruto citrícola (laranja, limão e tangerina): denominação da classificação e o maior e o menor diâmetro ou peso de cada classe. Doze responderam às nossas perguntas. Eles são os responsáveis pela maior parte dos citros comercializados na Ceagesp. A caixa M e a meia caixa M são as embalagens tradicionalmente utilizadas. As classificações são denominadas de acordo com o número de unidades na caixa em dúzias ou em número de frutos. As medidas da caixa M (largura e altura iguais) e a engenhosidade dos citricultores criaram um sistema de arrumação dos frutos na camada superior da caixa M (com medidas internas de 520 X 290 X 290 mm) que informa o número de dúzias nela contidas e o seu número de camadas. A soma do número de frutos das duas primeiras linhas no sentido do comprimento, informa o número de dúzias e o número de frutos da linha transversal na largura informa o número de camadas. Estamos ainda tentando entender melhor a geometria desta arrumação. As máquinas de classificação selecionam por tamanho, utilizando o diâmetro ou o peso do fruto. A grande maioria utiliza o diâmetro. Confira a seguir alguns resultados apontados pelo levantamento. As medidas de classificação não se repetem, cada empresa tem a sua classificação. A regulagem da máquina, a definição dos diâmetros máximo e mínimo em cada classe de tamanho, é diferente para cada empresa.

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Laranja do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura (4% a 5%). A grande maioria (86%) das empresas utiliza classificações que apresenta variação, entre o maior e o menor diâmetro dentro de cada classe, igual ou menor que 5%. Uma parte das empresas apresenta alta homogeneidade na classificação, com a variação de 2% a 3% entre o diâmetro máximo e o mínimo, como

mostra o gráfico ao lado. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp agradece a colaboração e a paciência dos atacadistas e produtores de citros que têm colaborado conosco. O trabalho visa aprimorar as Normas de Classificação de Laranja, Limão e Tangerina e desenvolver uma caixa paletizável que possa substituir a caixa M, em todas as suas funções.

O estudo ‘Características do consumo de laranja’ feito pelo Ministério da Agricultura dos Estados Unidos traz alguns dados interessantes. A seguir, listamos algumas constatações. O estudo completo pode ser acessado em www.ers.usda.gov O consumo de laranja nos EUA vem caindo vagarosamente desde 1960. A laranja ainda é a fruta mais consumida (fresca e em suco). O consumo de laranja fresca só perde para banana e maçã. O suco de laranja é o mais consumido. Os americanos consomem duas vezes e mais suco de laranja que de maçã, que ocupa o segundo lugar. Os consumidores da Região Nordeste dos EUA preferem suco de laranja e os da Região Oeste preferem laranja fresca. Consumidores das regiões Sul e Meio Oeste são os que menos consumem laranja. Os descendentes de hispânicos e de outras raças (como os asiáticos) consomem mais laranja. Os consumidores pertencentes a classes de renda mais alta preferem suco de laranja e os de menor renda bebidas a base de laranja. Os homens consomem mais laranja do que as mulheres. O consumo de laranja como fruto fresco caiu, entre 1960 e 2000, de nove quilos para cinco quilos por ano por pessoa. O consumo de suco disparou em meados de 1940 com a introdução do suco gelado concentrado e teve um pico em 1997/98, quando a demanda por suco não concentrado cresceu. O consumo de suco de laranja cresceu de 30 quilos 1960 a 34 quilos em 2000. O consumo da laranja fresca e do suco de laranja nos Estados Unidos acontece predominantemente em casa, 78% e 92% respectivamente. Cerca de 5% das laranjas consumidas frescas são adquiridas nas escolas. No Brasil, a pesquisa de hábitos de consumo está praticamente restrita ao POF ( Pesquisa de Orçamentos Familiares) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ela investiga os hábitos de consumo, a alocação de gastos e a distribuição dos recebimentos da população estudada. Além disso, permite obter informações que se direcionem a resultados de quantidades de alimentos e bebidas adquiridas com dispêndiogasto monetário - para consumo domiciliar. Estão disponíveis em www.sidra,ibge.gov.br as POF realizadas em 1986/87, em 1995/96 e em 2002/03. A POF levantou o consumo per capita de laranja-baía, laranja-lima, laranja-pera, outras laranjas, limão comum e tangerina. O levantamento de consumo de sucos não detalha o suco de laranja. Encontramos suco de fruta em pó, suco de fruta envasado, refrigerante de laranja e refrigerante de limão. Os resultados são assustadores. O consumo domiciliar per capita de frutas cítricas foi de 19 kg para 8 kg entre 1987 e 2002, uma diminuição de 2,4 vezes o consumo. Os mesmos dados mostram uma diminuição do consumo per capita da laranja pêra de 12 kg para 3 kg no mesmo período uma diminuição de 4 vezes e de laranja baia de 1,48 kg para 0,07 kg. O consumo de suco, em pó e envasado, e de refrigerante mais do que dobrou. Uma nova POF foi realizada em 2008/09 e os seus dados de consumo domiciliar por produto deverão ser divulgados em breve. Vamos ver que nova surpresa nos espera. É preciso estabelecer uma estratégia para o aumento do consumo de citros fresco no Brasil. O primeiro passo é conhecer o comportamento dos consumidores. Quem consome? Quanto consome? Quando consome? O que consome? Onde compra? Onde consome? Como consome? Porque não consome?


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JORNAL ENTREPOSTO

Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para julho

Flávio Luis Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp

Quantidades comercializadas O Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) registrou números próximos à estabilidade da quantidade ofertada neste primeiro semestre. Nestes primeiros seis meses do ano houve ligeira retração de 0,04% em relação ao mesmo período de 2009. Foram comercializadas 1.555.925 toneladas em 2010 ante 1.556.631 negociadas em 2009. O quadro ao lado demonstra os volumes comercializados no ETSP:

Atacado

Produto Legumes Frutas

Local Verduras

Dias da semana Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.

Horário 14h às 21h 8h às 18h

AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.

Local Pescados

MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.

Local Diversos *

Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h

Seg. a Sáb.

Local Flores

AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta

Local Flores

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Terça e Sexta

Local

10h às 18h

6h às 11h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana

Varejo

Produto Varejão

Local Varejão Noturno

Local Flores

Dias da semana

Horário

Sáb. e Dom.

7h às 13h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3 Quarta

17h às 22h

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 Seg. e Quinta

Local

10h às 18h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques

Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita

Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:

Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues Web Master Michelly Vasconcellos

diretoria@jornalentreposto.com.br jornalismo@jornalentreposto.com.br comercial@jornalentreposto.com.br Os artigos e matérias assinadas não refletem, necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.

www.jornalentreposto.com.br

Houve crescimento nos setores de legumes (0,73%), verduras (3,74%) e diversos (2,27%). Os setores de frutas, flores e pescados apresentaram ligeira retração do volume comercializado. O volume financeiro no ETSP atingiu R$ 2,3 bilhões neste 1º semestre, ou seja, crescimento de 10,9% em relação a 2009.

Tendência As condições climáticas registram nesta época do ano poucas chuvas e temperaturas mais amenas, ou seja, boas condições para a produção de hortifrutícolas. Com a expectativa de retração do consumo, os preços devem se manter em patamares reduzidos. Assim, os índices que medem a inflação devem refletir estas reduções de preços dos produtos in natura no item alimentação e alguns podem apresentar deflação neste período. Legumes e verduras, preservadas as condições climáticas atuais, também deverão continuar o processo de queda dos preços praticados já que o clima favorece a produção e a demanda apresenta retração nesta época do ano. Nos setores de frutas, flores e pescados a expectativa é de preços e volumes estáveis. A rede de entrepostos da Ceagesp, formada por 12 centrais atacadistas, comercializou R$ 2,81 bilhão no semestre, ante R$ 2,53 bilhão em 2009. Considerado a maior central de abastecimento da América Latina, o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) mais uma vez foi o recordista de comercialização, com participação de 80% do acumulado em tonelada e 82,1% em volume financeiro.

OPÇÕES DE COMPRA EMBAL.

PRODUTO

PESO(KG)

MAIO PREÇO MÉDIO(R$)

JUNHO PREÇO MÉDIO(R$)

TENDÊNCIA P/ MÊS JULHO

FRUTAS BANANA NANICA

KG

1,00

0,90

0,96

ESTÁVEL

CAJU

ENG

3,00

12,27

10,34

ESTÁVEL

CARAMBOLA

CX T

2,00

6,62

6,07

BAIXA BAIXA

FIGO

CX T

1,50

7,90

8,16

MAMÃO FORMOSA

KG

1,00

1,02

1,23

BAIXA

MANGA PALMER

KG

1,00

1,98

1,99

BAIXA

MANGA TOMMY

KG

1,00

1,24

1,45

BAIXA

MELANCIA

KG

1,00

0,71

0,68

ESTÁVEL

MELÃO AMARELO

CX

13,00

17,90

16,90

ESTAVEL

MORANGO

KG

1,00

9,93

6,70

BAIXA

LEGUMES ABÓBORA MORANGA

KG

1,00

0,86

0,86

ESTÁVEL

ABOBRINHA BRASILEIRA

CX K

20,00

14,66

17,76

BAIXA

BATATA DOCE ROSADA

CX K

22,00

13,34

14,06

BAIXA

BERINJELA

CX K

12,00

8,80

7,31

ESTAVEL

CARA

CX K

22,00

14,52

17,87

BAIXA

CENOURA

KG

1,00

1,20

1,01

BAIXA

CHUCHU

CX K

22,00

12,82

17,03

BAIXA

MANDIOCA

CX K

23,00

11,52

10,82

ESTÁVEL

PEPINO COMUM

CX K

23,00

16,29

15,56

BAIXA

PIMENTÃO VERDE

CX K

11,00

13,45

10,92

BAIXA

TOMATE

KG

1,00

2,26

1,85

BAIXA

12,00

9,15

7,30

ESTÁVEL

VERDURAS ACELGA

ENG

ALFACE CRESPA

ENG

7,00

8,35

6,65

BAIXA

ALFACE LISA

ENG

8,00

9,13

7,96

BAIXA

CEBOLINHA

DZMÇ

6,00

10,18

9,26

ESTÁVEL

MILHO VERDE

SC

20,00

6,41

7,81

ESTÁVEL

NABO

3,00

4,02

3,55

BAIXA

REPOLHO LISO

ENG

25,00

12,17

8,04

BAIXA

DIVERSOS BATATA BENEFICIADA COMUM

KG

1,00

1,40

1,13

BAIXA

BATATA COMUM

KG

1,00

1,45

1,12

BAIXA

OVO BRANCO

CX

20,00

44,20

45,71

ESTÁVEL

FLORES ALSTROMÉRIA

0,40

8,96

8,77

ESTÁVEL

BOCA DE LEÃO

0,66

6,94

6,52

BAIXA

CRAVO COMUM

DZ

0,25

9,75

11,00

ESTÁVEL

CRISANTEMO COMUM

PCT

1,50

11,85

12,08

ESTÁVEL

CRISANTEMO POLARES

VS

2,50

2,58

2,78

ESTÁVEL

DALIA

0,44

5,85

4,93

ESTÁVEL

ESTRELICIA

DZ

0,90

4,79

4,92

BAIXA

GIRASSOL

PCT

2,60

5,25

5,21

ESTÁVEL

LISIANTHUS

DZ

0,25

13,99

13,95

BAIXA

PESCADOS ABROTEA

KG

1,00

2,82

3,49

BAIXA

BAGRE

KG

1,00

2,86

2,95

BAIXA

BERBIGÃO

KG

1,00

12,00

12,00

BAIXA

BETARRA

KG

1,00

2,06

2,37

ESTÁVEL

CAVALINHA

KG

1,00

2,13

2,81

BAIXA

CORVINA

KG

1,00

2,77

2,95

ESTÁVEL

ESPADA

KG

1,00

1,65

1,81

ESTÁVEL

MANJUBA

KG

1,00

5,67

6,08

ESTÁVEL

SARDINHA FRESCA

KG

1,00

1,91

1,94

BAIXA

TILÁPIA

KG

1,00

3,36

3,53

ESTÁVEL

PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS

ABACAXI PEROLA,CAQUI, LIMA DA PÉRSIA E TANGERINA PONCAM

LEGUMES

ERVILHA TORTA, PIMENTÃO VERMELHO E VAGEM MACARRÃO.

VERDURAS

ESPINAFRE, BROCOLO, COENTRO E ERVA DOCE

DIVERSOS ALHO ARGENTINO, CEBOLA E COCO SECO. PESCADOS PINTADO, ROBALO E CAMARÃO FERRO. FONTE: CEAGESP


B7

JORNAL ENTREPOSTO l Julho 2010

CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP

Cebola para todos os gostos

Morfologia da cebola

Estudo do CQH traça perfil das variedades comercializadas na Ceagesp Coloração da polpa (catáfilos internos e túnicas) A cebola (Allium cepa, Lineu) é uma das hortaliças mais antigas e mais consumidas pelo homem. O seu registro mais antigo é de 3.200 anos a.C. na Ásia. Foi uma das primeiras plantas introduzidas na América, por Cristóvão Colombo no Caribe. Nós consumimos o órgão de reserva da cebola - o bulbo, formado por um conjunto de catáfilos, folhas modificadas que armazenam reserva sob o solo. A cebola é utilizada como medicina e condimento. A sua diversidade é imensa. Existem nove formatos diferentes de cebola madura, nove colorações de casca, quatro colorações de polpa, características das inúmeras variedades no mundo. Existem diferentes sabores, segundo o teor de pungência, que vai da cebola doce a bem pungente. A produção mundial fica em torno de 64 milhões de toneladas que são produzidas em 3,45 milhões de hectares. Os maiores produtores de cebola do mundo são a China, Índia, EUA, Paquistão, Turquia, Rússia, Irã, Brasil, México e Espanha. A China é o maior produtor de cebolas do mundo sendo que 44.5% de toda a cebola colhida no mundo são provenientes da China e da Índia. A cultura da ce-

93 milhões de toneladas de cebola foram comercializadas no ETSP em 2009

Coloração da casca (catáfilo externo)

bola no Brasil produz 1.367 mil toneladas em 65 mil hectares no valor de R$ 1,4 bilhões e emprega 782 mil pessoas. No Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp são foram

comercializados 90 mil toneladas de cebola no valor de R$ 93 milhões, em 2009. A seguir você confere as variedades mais comuns comercializadas na Ceagesp.

Formatos

Desenho: Bertoldo Borges Filho / CQH -Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp - Revisão: Claudio Inforzato Fanale/ Técnico Qualidade CQH/ Ceagesp


B8

Julho 2010 l

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JORNAL ENTREPOSTO


JORNAL ENTREPOSTO l

Julho 2010

Ceasas Brasil

C1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Notícias

C

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO

Ceasas contam com frente parlamentar no Congresso Debater e solucionar as principais carências das centrais de abastecimento estão entre os desafios dos parlamentares Os 72 entrepostos de abastecimento do país contam agora com uma força extra no Congresso Nacional. Foi lançada no dia 1 de julho a frente parlamentar em defesa das centrais de abastecimento, composta por 202 deputados e senadores de diferentes orientações políticas. A partir de agora, esses parlamentares terão de enfrentar o desafio de encontrar soluções para melhorar o funcionamento das ceasas brasileiras. Um dos principais temas a ser debatido pela frente é a discussão e aprovação do projeto de lei específico para o abastecimento, que deve ser enviado ao Congresso até o final deste ano. O projeto cria um plano de abastecimento alimentar e fixa as normas gerais para os entrepostos públicos. Durante o lançamento, o autor da proposta de criação da Frente, deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), lembrou a necessidade de defesa das Ceasas, que beneficiam, ao longo do sistema, tanto os produtores rurais como comerciantes e consumidores. O deputado ainda destacou alguns benefícios que o anteprojeto de lei específica poderá trazer, como a garantia de mais segurança para os comerciantes investirem e novas possibilidades de parcerias público-privadas (PPPs) nos entrepostos. A Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento) estima que os entrepostos do país movimentem, por ano, cerca de 17 milhões de toneladas com valor comercializado de aproximadamente R$ 17 bilhões

em hortigranjeiros, cereais, industrializados, pescados e flores, dentre outros produtos complementares. O sistema todo congrega dez mil empresas e gera em torno de 200 mil empregos. O presidente da Abracen, João Alberto Paíxão Lages, destacou algumas das principais carências das centrais, como a necessidade de expansão e revitalização dos mercados atacadistas, a implantação dos conceitos de classificação de produtos, rastreabilidade e rotulagem, além da reestruturação de uma rede compartilhada de informações. A criação de uma frente parlamentar para as Ceasas era uma das principais bandeiras do atual presidente da Abracen. “A frente parlamentar será um instrumento de diálogo com a sociedade, governos e todas as demais esferas de poder”, disse Lages em entrevista concedida ao JE pouco depois de assumir a presidência da Abracen. Para Lages, o surgimento da frente e os debates acerca do anteprojeto de lei representam o “prenúncio de um novo tempo, que pode criar os mecanismos para um futuro promissor no abastecimento. De acordo com presidente da Brastece (Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento), Virgílio Villefort, várias Ceasas passam por um processo de sucateamento. “É necessário que todos tenham condições de investir nos entrepostos, já que muitas Ceasas estão paradas no tempo”, ressaltou.

Visão sistêmica Segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, a frente parlamentar sinaliza a retomada de uma visão sistêmica do abastecimento, permitindo a coordenação de uma política nacional integrada para os entrepostos. Até meados da década de 1980, segundo lembrou Fontelles , era a União responsável por definir as diretrizes nacionais para o setor, por meio do extinto Sinac (Sistema Nacional de Abastecimento). Durante o Sinac, a União detinha co-participação acionária nas administrações dos entrepostos. Atualmente, com exceção das Ceasas de São Paulo e de Minas Gerais, todos os entrepostos são municipais ou estaduais.

Raio-X 72 entrepostos 17 toneladas de produtos comercialziadas por ano R$ 17 bilhões em volume financeiro movimentado por ano 10 mil empresas congregadas 200 mil empregos gerados

DIVULGAÇÃO

n

Lages: a nova frente criará mecanismos para um futuro promissor no abastecimento

Rede de armazenagem da Ceagesp registra alta de 27,65% no semestre A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) fechou o primeiro semestre de 2010 com resultado positivo na sua rede de armazenagem. Com alta de 27,65% em comparação ao mesmo período de 2009, o volume geral entradas de produtos nas 19 unidades ativas da rede atingiu 443,89 toneladas. Entre os produtos que mais se destacaram, o açúcar com aumento de 68%, atingiu as 201,54 mil toneladas, enquanto o milho, com alta de 60%, chegou a 68 mil toneladas. Valores que juntos representam pouco mais de 60% do volume total de entradas do primeiro semestre deste ano. A soma dos demais produtos recebidos pelos armazéns é de 174 mil toneladas. Já os entrepostos da estatal comercializaram 1,92 milhão de toneladas de frutas, legumes, verduras, diversos e pescados. O total é quase igual ao registrado no primeiro semestre de 2009, quando a rede negociou 1,93 milhão de toneladas. O volume financeiro teve um acréscimo de 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado. “Os meses de janeiro e fevereiro foram marcados por fortes altas em praticamente todos os setores, em razão, principalmente, das adversidades climáticas (excesso de chuvas e altas temperaturas). A partir de março, com o clima favorável, começaram as quedas crescentes e consecutivas, com retração nos preços de vários setores, interrompidas no mês passado”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. A rede, formada por 12 centrais atacadistas, comercializou R$ 2,81 bilhão no semestre, ante R$ 2,53 bilhão de 2009. Considerado a maior central de abastecimento da América Latina, o entreposto paulistano mais uma vez foi o recordista de comercialização, com participação de 80% do acumulado em tonelada e 82,1% em volume financeiro. Lá, os produtos mais comercializados foram frutas, legumes e diversos. No acumulado em volume de tonelada do primeiro semestre, laranja (10,4%), tomate (9,8%) e batata (6,8%) seguem no topo da lista dos produtos campeões de vendas. Nas unidades no interior, os destaques em volume comercializado foram Ribeirão Preto com elevação de 31%; São José do Rio Preto com avançou de 12,8%; Sorocaba, com elevação de 12,4%; e São José dos Campos, com aumento de 9,7%.


C2

Julho 2010

l JORNAL ENTREPOSTO

Governo libera aporte de R$ 11,3 mi para a Ceagesp

Polpa de frutas aumenta doações ao banco de alimentos

Recursos serão aplicados na recuperação da infraestrutura da rede de entrepostos

Congelamento de polpas reduz risco de perdas dos alimentos doados na CeasaMinas

O governo federal autorizou o aumento de capital da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Por intermédio do Ministério da Agricultura, a companhia receberá aporte de até R$ 11,3 milhões até o final deste ano. A autorização para a operação consta de decreto, publicado no Diário Oficial da União de 18 de junho. De acordo com a estatal, os recursos serão destinados a investimentos na recuperação da infraestrutura de seus equipamentos, entre os quais entrepostos, armazéns e silos. Entre as prioridades estão obras de adequação das

a companhia receberá aporte de

R$ 11,3 milhões até o final do ano

unidades armazenadoras com vistas à certificação. Os recursos do subsídio também serão usados para custear obras de recuperação em áreas mais críticas do ponto de vista de segurança

e para fomentar ações que gerem receitas adicionais à companhia. O aumento de capital chega no momento em que a Ceagesp e os comerciantes atacadistas do entreposto paulistano, o maior da rede, criaram o Fundo de Melhorias, instrumento que arrecada recursos exclusivos para a execução de obras de recuperação no mercado. O fundo é gerido por um comitê gestor que tem a participação de todas as entidades representativas dos permissionários, que elege as prioridades e fiscaliza a execução das obras, tocadas pela central de abastecimento.

As instituições filantrópicas beneficiadas pelo banco de alimentos da CeasaMinas passaram a receber as doações de frutas também na forma de polpas congeladas. A nova máquina despolpadeira utilizada pela equipe do programa processou, em um mês de utilização, 1.361 quilos principalmente de banana, mamão, goiaba, pêssego e kiwi. Além de diversificar a forma de consumo das frutas, a produção de polpas reduz o risco de perdas das doações pelas entidades atendidas. O último balanço men-

sal, o banco de alimentos doou ao todo em junho 71.254 quilos de produtos, valor 14,5 % superior ao registrado em maio. As doações são recebidas ao todo por cerca de 500 instituições, como creches, asilos e casas de abrigo, atingindo um público de aproximadamente 90 mil pessoas. As mercadorias recebidas são selecionadas e higienizadas antes das doações. Além da produção de polpas, parte dos alimentos pode ser minimamente processada e embalada a vácuo, possibilitando aumentar o aproveitamento dos produtos. De janeiro a junho, foram doados 628.207

quilos de alimentos não-comercializáveis, mas próprios para consumo, repassados principalmente por produtores rurais e comerciantes do entreposto de Contagem. No comparativo anual, o volume em junho de 2009 foi maior, alcançando 98.655 quilos. A queda está ligada à redução da quantidade geral ofertada no entreposto de Contagem nesse mês de junho de 2010. O histórico de doações do programa revela que o período entre setembro e dezembro é o mais favorável às doações por causa do bom volume de mercadorias que entram no mercado atacadista.


JORNAL ENTREPOSTO l

C3

Julho 2010

Recuperação da rede elétrica deve pôr fim às interrupções de energia no entreposto DIVULGAÇÃO

As constantes interrupções de energia que atormentam quem trabalha no entreposto paulistano da Ceagesp parecem estar próximas de serem solucionadas. De acordo com a estatal, as obras de recuperação da rede de alta tensão, previstas para terminar em outubro, garantirão energia suficiente já para o próximo verão, período em que a rede é mais exigida. Conforme explica o engenheiro chefe do departamento de engenharia e manutenção da Ceagesp, Paulo Eduardo Mendes Pereira, a rede de alta tensão do entreposto está sobrecarregada e próxima do limite de carga, portanto, sua recuperação é a prioridade no momento. Por isso, segundo ele, a recuperação da rede de baixa tensão, que atende internamente os

Ceasa Londrina inaugura banco de alimentos

A exemplo de outros mercados brasileiros, o entreposto de Londrina (PR) também conta agora com um banco de alimentos. A estrutura é resultado de convênio firmado entre a Ceasa e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e teve investimento de R$ 281 mil. De acordo com o governo paranaense, outras três unidades estão previstas para as cidades de Maringá, Cascavel e Curitiba, com repasse de R$ 559 mil do MDS e contrapartida de R$ 269 mil do governo estadual para as quatro unidades. O novo equipamento tem capacidade para processar até 50 toneladas de alimentos por mês.

Índice Ceagesp acumula queda no 1º semestre

Nos primeiros seis meses de 2010, o Índice Ceagesp, indicador que acompanha a variação de preços no atacado de produtos in natura, permaneceu praticamente estável, com oscilação negativa de 0,04%. Em junho, teve ligeira elevação de 0,08%, puxada pelos aumentos nos setores de pescados e de frutas. Nos últimos 12 meses, o índice acumula elevação de 7,43%. Segundo o economista da estatal, Flávio Godas, atualmente, mais de 80% dos produtos são opções de compra. “É uma excelente época para o consumidor, pois o clima favorece, principalmente legumes e verduras, que já registram preços próximos aos custos de produção e não devem cair mais”

pavilhões, será feita em outra oportunidade. “A estratégia de começar pelo circuito de alta tensão é disponibilizar energia até a entrada dos pavilhões”, informa Pereira. As obras de alta tensão estão orçadas em cerca de R$ 800 mil e cada uma das etapas de execução deverá durar 90 dias. Pereira diz que a ideia é causar o menor impacto possível na operação do mercado. “Algumas obras serão executadas de madrugada, outras só aos finais de semana”, explica. De acordo com o engenheiro, é importante ressaltar que se trata de uma recuperação de carga de energia, o que não significa, portanto, “que cada permissionário poderá ligar todo e qualquer equipamento elétrico que quiser, depois da conclusão das obras”, explica.

Ceasa Campinas coloca programa de rádio no ar

Prestação de serviços, dicas sobre saúde e paisagismo, alimentos de época, informações sobre hortifrutis, flores, plantas e notícias. Estes são os temas do “Momento Ceasa”, um programa de rádio de três minutos, em média, que vem sendo veiculado desde o final de junho. Viabilizado por meio das entidades representativas dos atacadistas da central, o programa é semanal e vai ao ar de segunda a sexta-feira e também pode ser ouvido em qualquer dia e horário no site da empresa: www.ceasacampinas.com.br. Os temas principais são os hortifrutigranjeiros e as flores e plantas que serão abordados em cada edição alternadamente.


C4

Julho 2010

l JORNAL ENTREPOSTO

Mercedes-Benz, marca do Grupo Daimler.

DESAFIO

Não deixe sua frota rodar nas mãos dos piratas.

Se beber não dirija.

Antigamente, os piratas dominavam os mares, espalhando o terror entre os navegantes. Hoje, eles continuam a assustar, atacando sua frota com ineficiência, baixa durabilidade e nenhuma garantia de qualidade. A única forma de evitar isso é investir na segurança das Peças

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JORNAL ENTREPOSTO l

Julho 2010

Transporte

D1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Notícias

D

ESTRADAS PAULISTAS

Reajuste de pedágio aumenta custo do transporte em São Paulo Aumento desagrada motoristas e encarece frutas, legumes e hortaliças que percorrem rodovias paulistas Os caminhoneiros que trafegam por São Paulo estão desembolsando mais dinheiro nas 227 praças de pedágio do estado, devido ao reajuste em vigor desde o dia 1º julho. Para as concessões efetivadas entre 1998 e 2000, com base no IGP-M, o reajuste será de 4,17%. A malha dessa etapa totaliza 3.565 quilômetros de rodovias. Já nas rodovias cujos contratos de concessão foram assinados entre 2008 e 2009, o índice adotado foi o IPCA (índice oficial de inflação do país), com reajuste de 5,22%. A malha dessa etapa totaliza 1.741 quilômetros de estradas Com o aumento, ir de carro da capital até Santos e voltar já custa R$ 18,50. Entretanto, os veículos de carga pagam mais caro e, dependendo do número de eixos, o transportador pode deixar até R$ 100 na cabine de cobrança. “Com o que se paga de pedágio em São Paulo durante um ano, dá para comprar outro caminhão”, avalia o

caminhoneiro Jaílson de Souza, que transporta legumes para a Ceagesp há cerca de 20 anos. “E quem paga por esse aumento é o consumidor, pois o produto fica mais caro”, acrescenta. Atualmente, o estado de São Paulo possui mais de 35 mil quilômetros de estradas pavimentadas. Nas rodovias estaduais, 5,6 mil quilômetros estão nas mãos das concessionárias, cerca de 15% do total. Segundo a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), o pedágio é o principal recurso para investir na ampliação e modernização da malha concedida no estado, o que inclui obras, manutenção e serviços como o socorro médico e mecânico. De acordo com pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), as 10 melhores rodovias do país são do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo, que

já destinou R$ 12 bilhões para a ampliação e modernização de 5,2 mil quilômetros de rodovias. Na operação e manutenção da malha rodoviária concedida, foram destinados outros R$ 8,4 bilhões em recursos também oriundos da arrecadação dos pedágios.

Os investimentos, informa a agência, viabilizam ainda a prestação de modernos serviços de socorro médico e mecânico que contribuíram para a redução de 40,9% do índice de mortos nas rodovias concedidas (no ano de 2009 com relação ao ano 2000).

Venda de veículos cresce quase 10% no semestre A venda de veículos automotores cresceu 9,29% no primeiro semestre de 2010, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses do ano foram vendidos 2,4 milhões de unidades contra 2,2 milhões no primeiro semestre de 2009. Em junho, o setor registrou elevação de 1,32% nas vendas, com 411 mil unidades faturadas. Na comparação com junho do ano passado, houve queda de 6,94%, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), divulgados m (1º). Segundo o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, os resultados não diferem da previsão feita pela entidade. “Na comparação semestral, é nítido o curso de crescimento do setor em função de o consumidor estar tranquilo, se aproveitando das promoções que estão sendo feitas e da situação da economia e da política, que está calma”. Quando divididos em segmentos, os automóveis e comerciais leves totalizaram no semestre 1,4 milhões de unidades vendidas, 7,32% a mais do que no mesmo perí-

odo do ano passado. Na comparação com maio houve elevação de 4,97% : 247,5 mil em junho contra 235,7 mil no mês anterior. Mas quando comparado a junho do ano passado, que registrou 289,7 mil unidades vendidas, a queda foi de 14,58%. Os caminhões recuperaram as vendas, com um crescimento de 30,31% no semestre (13,1 mil unidades) e de 7,97% no mês (2,2 mil unidades). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas cresceram 28,3%. “Nós esperávamos um crescimento mais contido das vendas de caminhões, mas o segmento cresce fortemente porque a economia puxa a necessidade de substituição da frota”. Com relação às motocicletas, as vendas em junho foram inferiores às de maio. Com 138,6 mil unidades, a queda foi de 3,62%. No entanto, na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 3,19% e, no semestre, de 8,56%, com vendas totais de 831.200 motocicletas.“O consumidor de motocicletas está pagando um alto preço pela seletividade iniciada na crise de 2008. Para conceder

crédito, os bancos procuram privilegiar os processos de compra para marcas mais tradicionais”. Ao ser perguntado sobre os impactos de novos aumentos na taxa básica de juros Selic - nas vendas e nos financiamentos de veículos, Reze enfatizou que não acredita em impactos negativos. Ele citou como exemplo a crise econômica iniciada em 2008 e disse que, naquele momento, o que impactou a decisão de compra do consumidor não foi a taxa de juros e, sim, a ausência de fundos para o financiamento. “Quando se tem recursos, os próprios bancos fazem uma avaliação entre os juros que eles pagam com os juros aplicados ao mercado e a necessidade do banco de aplicar esses recursos. Podemos verificar que não houve uma diminuição das vendas e a taxa Selic já teve dois ou três aumentos [atualmente está em 10,25%]. O que as pessoas fazem é ampliar as prestações do financiamento”. Reze ressaltou que os veículos de entrada (conhecidos como carros populares) sem opcionais são comprados principalmente por frotistas.

Já o consumidor comum, que consegue prazos maiores de financiamento, está optando por veículos com maior valor agregado. “O veículo 1.0 [litro] equipado está custando o mesmo preço de um veículo 1.6 [litro]. Então, nem nesse sentido, o aumento dos juros vai influenciar”, disse.

De acordo com a agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo, a Artesp, o pedágio é o principal recurso para investir na ampliação da malha viária. Com o aumento, o transportador pode deixar até R$ 100,00 na cabine de cobrança

Tolerância de 7,5% de peso nos eixos é adiada até dezembro

O Conselho Nacional de Trânsito prorrogou, através da Resolução nº 353/10, publicada no Diário Oficial da União, a tolerância máxima de 7,5% sobre os limites de peso bruto transmitidos por eixo de veículos à superfície das vias públicas. A medida, que adia pela terceira vez a entrada em vigor da tolerância de 5% nos eixos, atende aos pedidos da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (ANUT). A finalidade principal desta prorrogação é dar prazo para que a Câmara Temática de Assuntos Veiculares conclua estudos realizados em conjunto com o Inmetro sobre procedimentos para pesagem dinâmica de cargas. Apesar dos testes com granéis líquidos e sólidos terem concluído que estas cargas podem ser pesadas normalmente, o Inmetro ainda não finalizou o Regulamento Técnico Metrológico para aferição dinâmica do peso.

Os caminhões recuperaram as vendas, com um crescimento de

30,31%

no semestre

O adiamento também oferece mais tempo para as empresas se prepararem para a mudança, já que as Resoluções 102/99 e 104/00, que vigoraram por sete anos, além de fixarem a tolerância em 7,5%, dispensavam a multa por eixo. Para o coordenador técnico da NTC&Logística, Neuto Gonçalves dos Reis, um dos grandes problemas do setor é a dificuldade de distribuir corretamente as cargas por eixo e o fato de muitos caminhões saírem da origem sem serem pesados. Em outros casos, conforme destaca, a aferição é feita por “balanção”, que se limita a verificar apenas o peso bruto. Além disso, existem mercadorias difíceis de serem remanejadas como bobinas, big bags e cargas transportadas em contêineres.


D2

Julho 2010

Prefeitura prorroga rodízio especialdo VUC até o final de novembro

Caminhoneiro terá fundo garantidor

DIVULGAÇÃO

A prefeitura de São Paulo prorrogou, mais uma vez, o regime de rodízio placa par e placa ímpar para a circulação dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), caminhões com até 6,3 metros entre pára-choques, na Zona de Máxima Restrição à Circulação. O prazo para que este rodízio terminasse era dia 1 de julho, no entanto, foi prorrogado até 31 de novembro. O texto da publicação da portaria afirma que a prorrogação da medida se deve ao fato de ela estar “apresentando excelentes resultados para a fluidez do sistema viário”. Para o Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), a medida frustra o setor, que aguardava o término do rodízio. “O abastecimento da metrópole precisa de mais do que apenas prorrogar uma medida que deixa 50% dos veículos VUC parados a cada dia. Esperávamos que a Prefeitura de São Paulo liberasse os veículos, que são ideais para a distribuição urbana de cargas e que otimizam as operações de forma definitiva”, disse o presidente em exercício do sindicato, Manoel Sousa Lima Jr.

Produção de caminhões cresce no primeiro semestre

taxa de juros de financiamento do Procaminhoneiro permanecerá em

aumento é de

53,7%

4,5%

No primeiro semestre deste ano, a produção brasileira de caminhões de todas as categorias cresceu 66,8%, em relação ao mesmo período de 2009, ocasião que atingiu total de 89.548 unidades. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entre junho deste ano e junho do ano passado, a indústria de caminhões registrou aumento de 66,4%. Apesar da queda de 1,6% nas vendas de maio deste ano, em relação a junho, o setor registrou crescimento de 51% entre os meses de junho de 2009 e junho de 2010, que fechou com 12.987 unidades comercializadas. O primeiro semestre de 2010, entretanto, registrou 71 mil unidades vendidas, ante as 46,2 mil comercializadas no mesmo período de 2009, significando aumento de 53,7%. No geral, a produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) registrou crescimento de 19,1% no primeiro semestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2009.

até o final de dezembro

A partir do dia 27 de agosto, as operações de crédito através do Procaminhoneiro serão realizadas com base no Fundo Garantidor de Investimento (FGI), que tem como meta minimizar eventuais riscos de inadimplência e ampliar a participação dos autônomos ao solucionar a questão da garantia de bem. O custo do denominado encargo de contratação da garantia é calculado com base em 0,10% multiplicado pelo valor garantido – que pode chegar até a 80% - e o prazo de financiamento. Esse valor do encargo, também financiado pelo BNDES, será incorporado ao saldo devedor da operação do bem adquirido. As condições de financiamento do Procaminhoneiro não mudam e a taxa de juros de 4,5% ao ano permanecerá até o final de dezembro. De acordo com o BNDES, há um total de onze bancos em fase de habilitação e seis já habilitados a operar.

O Veículo Urbano de Carga (VUC) é um caminhão de menor porte, caracterizado por ter 6,30 metros de comprimento entre pára-choques e 2,20 metros de largura. Seu peso bruto total pode chegar a oito toneladas e comportar até quatro toneladas de carga.

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Julho 2010

Mercedes-Benz lança linha de caminhões com novas tecnologias A montadora MercedesBenz acaba de lançar a linha Axor Premium de caminhões pesados, que saem da fábrica com algumas inovações tecnológicas, com destaque para a introdução do câmbio ComfortShift e do freio ABS como itens de série para os modelos com motor OM 457 LA de 12 litros. “A Mercedes-Benz é a primeira e única fabricante no país a oferecer esses avançados componentes como itens de série e não como opcionais”, afirma Eustaquio Sirolli, gerente de Marketing de Produto da Mercedes-Benz do Brasil. Desde 2005, ano de lança-

mento da linha Axor, até junho deste ano, a Mercedes-Benz é a marca que mais vendeu caminhões pesados no Brasil, com mais de 40 mil unidades no volume acumulado. Só em 2010, no acumulado entre janeiro e junho, foram comercializadas 4.433 unidades da Linha Axor, o que representa 20% das vendas totais de caminhões da montadora no Brasil. Os novos modelos saem de fábrica com o logotipo “Premium” afixado nas portas do caminhão. Segundo a montadora, essa é uma forma de criar uma diferenciação, valorizando mais a frota dos transportadores. DIVULGAÇÃO


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Julho 2010

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