Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, agosto de 2010 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - No 123 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
Brasil / EUA Acordo converte dívida em proteção ambiental
Pág.C2
Brasil assina
Ambiente
convênio ambiental para proteção de �lora e fauna Pág.C3
Projeto ajuda a formar consumidores de hortaliças Pág.B1
Embrapa
leva seus livros à Bienal e busca aproximação com público urbano
Pág.A2
QUALIDADE
CQH debate restrição fitossanitária ao trânsito dos produtos hortícolas frescos O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, ciente da complexidade das exigências legais fitossanitárias ao trânsito das frutas e hortaliças frescas, espera que esta contribuição simplifique a vida do produtor e do atacadista na difícil tarefa de cumprir a lei e contribuir com a saúde fitossanitária do Brasil. O objetivo do controle do trânsito de vegetais é conter e evitar a disseminação de pragas de áreas em que foram encontradas para áreas onde ainda não ocorrem.
FOTO DO MÊS: O cerrado e a Caatinga ocupam cerca de dois milhões de Km2 do território brasileiro e agora podem ser transformados em patrimômio nacional pelo Senado. O objetivo é assegurar sua preservação e melhorar a qualidade de vida da população que habita essas regiões.
Pág.A4, A5 e A6
Ceasa de Uberlândia inicia troca de caixas quebradas
Exportações do agronegócio paulista atingem US$ 10,63 bi
Pág.C1
Índice Ceagesp mantém queda em julho
Pág.B5
Planta oriental pode ser alternativa no controle de moscas-das-frutas
Pág.C1
Não perca a Fruit&Tech 2010 Pág.B2
Pág.A7
Falta frio na distribuição de hortifrutis Diversos setores do agronegócio nacional enfrentam problemas em decorrência da ausência da cadeia do frio e milhares de toneladas de produtos frescos se perdem no caminho da plantação até a chegada às gôndolas de supermercados e feiras.
Informação de fácil acesso para a boa gestão de negócios em agroalimentos INFORMAÇÕES: (11) 3831.4875
Pág.D2
* Preço de referência do mês de julho l 2010 - Expectativa para agosto l 2010
ESTÁVEL
ENG
R$ 6,37
BAIXA
KG
R$ 0,83
BAIXA
MÇ
R$ 8,02
ESTÁVEL
Corvina KG
Alstroméria
R$ 8,92
ENG
BAIXA
Batata Comum
R$ 0,94
Alface Crespa
KG
Caju
Tomate Salada
R$ 2,81
ESTÁVEL
A2
Agosto 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
BIENAL DO LIVRO 2010
Embrapa leva seus livros à Bienal e busca aproximação com público urbano Objetivo é desmistificar a ideia de que seus livros tratam apenas de assuntos técnicos; títulos sobre gastronomia e com temática infanto-juvenis foram os mais procurados Popularizar a ciência na maior cidade do Brasil e desmistificar a ideia de que suas publicações são voltadas somente ao público com conhecimento técnico sobre agropecuária. Foi com esses objetivos, além de ampliar a rede de parceiros que revendem seus títulos, que a Livraria Embrapa, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, participou da 21ª edição da Bienal Internacional do Livro, realizada este mês na capital paulista. Grande parte dos títulos tem como público-alvo engenheiros agrônomos, estudantes de agronomia e produtores rurais, mas a Embrapa também tem publicações voltadas para crianças e adolescentes, além de donas de casa e profissionais da gastronomia. Para esta edição da Bienal foram apresentados 340 títulos sobre agricultura, pecuária, meio ambiente, agroindústria, além de livros de receitas, dos quais 40 foram lançados neste ano. Segundo Andréia Siqueira, da Embrapa Informações Tecnológicas, unidade que coordena a livraria, a maior procura durante o evento foi por títulos de gastronomia e por aqueles que explicam como cultivar hortas, além dos livros infanto-juvenis, bem recebidos por grupos de alunos em excursão escolar. Montado estrategicamente em frente ao espaço gourmet onde acontecem palestras e degustações, o estande da Embrapa também atraiu a curiosidade de chefs que passaram pelo evento, como o baiano Anderson Cruz, responsável pela cozinha de um restaurante em Salvador. “A Embrapa tem várias publicações que atraem quem gosta de trabalhar com alimentos. Eu sempre fico de olho nos lançamentos porque gosto de saber tudo sobre os ingredientes que uso nos meus pratos”, disse. O também chef de cozinha Haroldo Meelão, sitiante nos finais de semana, procurou o estande para encontrar informações técnicas sobre práticas agrícolas que podem ser facilmente usadas. Publicações das Coleções Plantar, Saber, Agroindústria Familiar e os livros 50 Hortaliças: como comprar, conservar e consumir e Pimentas Capsicum, que abordam temas como a melhoria da qualidade dos alimentos produzidos e consumidos, fizeram parte das aquisições de Meelão. “Essas publicações me interessam porque complementam os conhecimentos que tenho para atuar tanto em meu sítio quanto na culinária”, explicou. Para o gerente geral da Embrapa, Fernando Amaral, a participação no maior evento de livros do país, foi uma oportunidade para reforçar junto ao público urbano a importância de se praticar uma agricultura sustentável para garantir alimentos mais saudáveis e com menor impacto ambiental. Por ser uma empresa pública e sem fins lucrativos, as parcerias com a iniciativa privada e mesmo com outras instituições públicas são fundamentais para a manutenção dos lançamentos. Os recursos disponibilizados pelo
governo e as vendas das publicações também ajudam a garantir a média de 60 títulos novos por ano. Sucessos de venda Algumas coleções que têm público garantido também foram destaques na bienal, entre eles, a Coleção 500 Perguntas 500 Respostas – neste ano com o lançamento do título Hortas – o qual apresenta informações básicas sobre o cultivo das hortaliças, organizadas na forma de perguntas e respostas e agrupadas em capítulos temáticos. Os livros das Coleções Plantar, Saber e Criar, com abordagens sobre castanha-do-brasil e minhocultura, entre outros também foram bastante procurados pelos visitantes. Frutas nativas da Região Centro-Oeste do Brasil – que apresenta as 16 espécies de frutíferas nativas de maior ocorrência nos biomas Cerrado e Pantanal, seu potencial econômico, nutricional, social e ambiental e as perspectivas de fomentar seu uso por comunidades rurais e Mudanças climáticas globais e a produção de hortaliças – sobre os possíveis efeitos negativos dessas mudanças sobre a produção de alimentos no País, estiveram entre os lançamentos deste ano. Lançamento A Embrapa aproveitou a Bienal para lançar o livro Planejamento ambiental do espaço rural com ênfase para microbacias hidrográficas, voltado, especialmente, para engenheiros agronômos, pesquisadores, estudantes e geólogos. Segundo a empresa, o livro foi editado em linguagem acessível, com o objetivo de sensibilizar todos os segmentos da sociedade em especial técnicos, extensionistas, profissionais e tomadores de decisões que atuam na ela-
boração de políticas públicas ligadas à temática agroambiental para que contribuam com a prevenção ou a redução dos passivos ambientais e mostrem que é possível desenvolver a agricultura com um mínimo de impacto ambiental. Conforme o chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Celso Manzatto, a obra é resultado de trabalho integrado de diversos especialistas de centros de pesquisa da Embrapa e de outras instituições do país e oferece subsídios para o entendimento teórico, procedimentos, práticas e técnicas utilizadas na atividade de planejamento ambiental do espaço rural. Marco Gomes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e um dos editores técnicos explica que o livro foi organizado em função da necessidade de divulgação de resultados de pesquisa de grande relevância na área ambiental, sobretudo na interface agricultura e meio ambiente, missão principal da Embrapa Meio Ambiente. “Embora exista muito discurso nessa área, há pouca divulgação para o público em geral sobre os resultados efetivamente gerados bem como os reais benefícios para a sociedade”, acredita Gomes. “Nesse sentido, a importância do livro envolve vários aspectos, tais como o grande alcance do público externo, o conteúdo de grande relevância, fruto de resultados de trabalhos de pesquisa com foco agroambiental, sobretudo para os profissionais que atuam ou pretendem atuar nessa área e a orientação com proposta de solução de vários casos, considerando alguns cenários objetos de pesquisa, principalmente para dar subsídios aos legisladores ou tomadores de decisão nos âmbitos municipal, estadual e federal”, enfatiza o pesquisador. Como o ambiente agrícola tem sido alvo de constantes
questionamentos sobre os impactos ambientais negativos gerados, principalmente a partir do uso intensivo de agroquímicos e suas consequências ao meio ambiente, sobretudo para os recursos hídricos, o pesquisador acredita que essa publicação mostra ao leitor que existem diversas técnicas e procedimentos que podem contribuir, e muito, para a prevenção e mesmo redução dos passivos ambientais no ambiente agrícola e adjacências - misto de ambiente rural e urbano. Assim, explica o pesquisador, a obra aborda, de forma sintetizada, alguns aspectos relacionados ao manejo dos recursos hídricos, uso de ferramentas de computação e adoção de práticas de educação ambiental, necessários aos procedimentos que buscam a sustentabilidade do meio rural, sobretudo dentro da visão de planejamento ambiental sustentável do espaço rural.“Já a efetividade do planejamento ambiental depende do estabelecimento de uma escala de trabalho que viabilize o reconhecimento e a investigação integrada dos aspectos ambientais - econômicos, ecológicos e sociais, razão pela qual a escala da microbacia hidrográfica vem sendo a mais adotada”, diz Gomes. “Assim, pode-se desenvolver propostas de integração harmoniosa entre o desenvolvimento econômico local e a conservação e proteção do meio ambiente onde o processo de produção se realiza, fornecendo subsídios imprescindíveis à sustentabilidade ambiental da agropecuária brasileira”, conclui. Serviço: Livro: Planejamento ambiental do espaço rural com ênfase para microbacias hidrográficas Preço: R$ 25,00 Venda: Livraria Embrapa www.livraria.sct.embrapa.br
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Agosto 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Agosto 2010
A5
SAÚDE FITOSSANITÁRIA
Produtor:
Restrição fitossanitária ao trânsito dos produtos hortícolas frescos
-Registro de Unidade de Produção -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de CFO
Certificação fitossanitária na exportação O trânsito de vegetais, com restrição fitossanitária na exportação, exige a PTV, o Certificado Fitossanitário e o Certificado Fitossanitário de Reexportação.
Pragas A Instrução Normativa, que trata das pragas quarentenárias, define as pragas como todos os seres - insetos, ácaros, fungos, bactérias, nematóides ou vírus - capazes de impingir danos às plantas e prejuízos irreparáveis aos agricultores e à economia. Elas são divididas em Pragas Quarentenárias A1, A2 e as Não Quarentenárias Regulamentadas. Pragas Quarentenárias A1 são aquelas não presentes no país, porém com características de serem potenciais causadores de importantes danos econômicos, se introduzidas.
Pragas Quarentenárias A2 são aquelas de importância econômica potencial, já presentes no país e que ainda não se encontram amplamente distribuídas e que possuem programa oficial de controle. Pragas Não Quarentenárias Regulamentadas são aquelas não quarentenárias cuja presença em plantas, ou partes destas, para plantio, influi no seu uso proposto com impactos econômicos inaceitáveis. Certificação fitossanitária no mercado interno A certificação fitossanitária atesta a inocuidade dos vegetais, com risco de transmissão de pragas, e autoriza
o seu trânsito interestadual. Os documentos da certificação fitossanitária são: Certificado Fitossanitário, Certificado Fitossanitário de Reexportação, Certificado Fitossanitário de Origem e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado e a Permissão de Trânsito de Vegetais. O trânsito de vegetais, com restrição fitossanitária, no mercado interno exige o Certificado Fitossanitário de Origem, o Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado e a Permissão de Trânsito de Vegetais. Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e o Certificado Fitossani-
tário de Origem Consolidado - CFOC são documentos que servem para atestar a condição fitossanitária da partida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal do MAPA. O CFO e CFOC são documentos emitidos na Unidade de Origem e na Unidade de Consolidação por Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal, autônomo ou de empresa particular, em suas respectivas áreas de competência profissional, credenciados, após aprovação em curso para habilitação específico por praga, organizado pelo Órgão Estadual de Defesa Sanitária Vegetal e aprovado pelo MAPA.
Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV é necessária à emissão do Certificado Fitossanitário - CF e do Certificado Fitossanitário de Reexportação - CFR, com declaração adicional do MAPA. Certificado Fitossanitário – CF é um documento emitido pelo fiscal agropecuário do MAPA, por solicitação do exportador, para atestar a condição fitossanitária na partida de plantas, partes de vegetais, produtos de origem em relação às pragas regulamentadas, incluindo os requisitos estabelecidos nas permissões de importação, desde que acordado entre a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do país importador e o exportador. Os CF e CFR são exigidos pelo país importador e devem atender os requisitos fitossanitários de cada país, em relação às pragas regulamentadas.
Unidade de produção e de consolidação A origem do CFO é a unidade de produção, propriedade rural ou área de agroextrativismo, a partir da qual saem partidas de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal certificadas. A origem do CFOC é a unidade de consolidação que poderá ser beneficiadora, processadora ou embaladora, incluindo as localizadas nas centrais de abastecimento, a partir da qual saem partidas provenientes de lotes de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal certificadas. A empresa atacadista de produtos hortícolas frescos precisa ser cadastrada como CFOC, se quiser enviar produtos com restrição fitossanitária para outros estados.
Atacadista: -Registro da Unidade de Consolidação -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de novo CFOC -Pagamento da PTV -Solicitação da PTV ao Posto de Defesa Agropecuária
Posto de Defesa Agropecuária: -Verificação do CFOC -Emissão da PTV
Fluxo de documentos para a comercialização interestadual de frutas e hortaliças com restrição quarentenária
Outros estados do Brasil A Unidade de Produção e de Consolidação devem ser inscritos na Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo. A emissão da PTV é de responsabilidade do Posto de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de São Paulo. CFO: Certificado Fitossanitário de Origem/ CFOC: Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado / PTV: Permissão de Trânsito Vegetal
q q
A emissão de PTV exige a apresentação do CFO ou do CFOC. O fiscal estadual é um engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal do quadro do órgão de defesa sanitária vegetal de cada Estado, habilitado e submetido, periodicamente, a curso de treinamento e de capacitação técnica sobre normas de certificação fitossanitária de origem e consolidada, normas do trânsito de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal.
Certificado Fitossanitário de Reexportação – CFR é um documento emitido pelo fiscal agropecuário do MAPA, como suporte do certificado fitossanitário original do país exportador, de ingresso do produto no Brasil. No Certificado de Reexportação devem estar contempladas as exigências fitossanitárias do país de destino, anexando-se cópia autenticada do Certificado Fitossanitário original.
-Registro da Unidade de Consolidação -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de CFOC
q
Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV é o documento emitido pelo fiscal estadual do órgão de defesa sanitária vegetal, destinado a acompanhar o trânsito da partida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal, no transporte rodoviário, aéreo doméstico, hidroviário e ferroviário, de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal.
Paulo Roberto Ferrari Bertoldo Borges Filho CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, ciente da complexidade das exigências legais fitossanitárias ao trânsito das frutas e hortaliças frescas, espera que esta contribuição simplifique a vida do produtor e do atacadista na difícil tarefa de cumprir a lei e contribuir com a saúde fitossanitária do Brasil. O Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura é o responsável pela regulamentação fitossanitária nacional e o cumprimento da legislação vigente. A fiscalização, a inspeção e a execução das medidas e ações necessárias ao combate e prevenção das pragas e doenças que possam comprometer a sanidade da população vegetal são de responsabilidade do Ministério de órgão de defesa vegetal de cada estado brasileiro. No Estado de São Paulo estas ações são realizadas sob o planejamento, orientação e controle da Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O objetivo do controle do trânsito de vegetais é conter e evitar a disseminação de pragas de áreas em que foram encontradas para áreas onde ainda não ocorrem. O controle do trânsito de vegetais é feito nas barreiras nas divisas entre estados, onde é realizada a inspeção de cargas de produtos vegetais portadores de pragas quarentenárias. Só é permitida a entrada de produtos acompanhados da documentação de trânsito vegetal. A legislação, listada no final deste artigo, que regulamenta o trânsito de vegetais, é farta e antiga, e vem sendo alterada ao longo dos anos. Ela trata das pragas, dos conceitos, da documentação necessária no mercado interno e na exportação e dos procedimentos para a emissão dos documentos em diferentes situações.
Barracão de Classificação:
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Agosto 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Agosto 2010
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SAÚDE FITOSSANITÁRIA
Produtor:
Restrição fitossanitária ao trânsito dos produtos hortícolas frescos
-Registro de Unidade de Produção -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de CFO
Certificação fitossanitária na exportação O trânsito de vegetais, com restrição fitossanitária na exportação, exige a PTV, o Certificado Fitossanitário e o Certificado Fitossanitário de Reexportação.
Pragas A Instrução Normativa, que trata das pragas quarentenárias, define as pragas como todos os seres - insetos, ácaros, fungos, bactérias, nematóides ou vírus - capazes de impingir danos às plantas e prejuízos irreparáveis aos agricultores e à economia. Elas são divididas em Pragas Quarentenárias A1, A2 e as Não Quarentenárias Regulamentadas. Pragas Quarentenárias A1 são aquelas não presentes no país, porém com características de serem potenciais causadores de importantes danos econômicos, se introduzidas.
Pragas Quarentenárias A2 são aquelas de importância econômica potencial, já presentes no país e que ainda não se encontram amplamente distribuídas e que possuem programa oficial de controle. Pragas Não Quarentenárias Regulamentadas são aquelas não quarentenárias cuja presença em plantas, ou partes destas, para plantio, influi no seu uso proposto com impactos econômicos inaceitáveis. Certificação fitossanitária no mercado interno A certificação fitossanitária atesta a inocuidade dos vegetais, com risco de transmissão de pragas, e autoriza
o seu trânsito interestadual. Os documentos da certificação fitossanitária são: Certificado Fitossanitário, Certificado Fitossanitário de Reexportação, Certificado Fitossanitário de Origem e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado e a Permissão de Trânsito de Vegetais. O trânsito de vegetais, com restrição fitossanitária, no mercado interno exige o Certificado Fitossanitário de Origem, o Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado e a Permissão de Trânsito de Vegetais. Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e o Certificado Fitossani-
tário de Origem Consolidado - CFOC são documentos que servem para atestar a condição fitossanitária da partida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal do MAPA. O CFO e CFOC são documentos emitidos na Unidade de Origem e na Unidade de Consolidação por Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal, autônomo ou de empresa particular, em suas respectivas áreas de competência profissional, credenciados, após aprovação em curso para habilitação específico por praga, organizado pelo Órgão Estadual de Defesa Sanitária Vegetal e aprovado pelo MAPA.
Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV é necessária à emissão do Certificado Fitossanitário - CF e do Certificado Fitossanitário de Reexportação - CFR, com declaração adicional do MAPA. Certificado Fitossanitário – CF é um documento emitido pelo fiscal agropecuário do MAPA, por solicitação do exportador, para atestar a condição fitossanitária na partida de plantas, partes de vegetais, produtos de origem em relação às pragas regulamentadas, incluindo os requisitos estabelecidos nas permissões de importação, desde que acordado entre a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do país importador e o exportador. Os CF e CFR são exigidos pelo país importador e devem atender os requisitos fitossanitários de cada país, em relação às pragas regulamentadas.
Unidade de produção e de consolidação A origem do CFO é a unidade de produção, propriedade rural ou área de agroextrativismo, a partir da qual saem partidas de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal certificadas. A origem do CFOC é a unidade de consolidação que poderá ser beneficiadora, processadora ou embaladora, incluindo as localizadas nas centrais de abastecimento, a partir da qual saem partidas provenientes de lotes de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal certificadas. A empresa atacadista de produtos hortícolas frescos precisa ser cadastrada como CFOC, se quiser enviar produtos com restrição fitossanitária para outros estados.
Atacadista: -Registro da Unidade de Consolidação -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de novo CFOC -Pagamento da PTV -Solicitação da PTV ao Posto de Defesa Agropecuária
Posto de Defesa Agropecuária: -Verificação do CFOC -Emissão da PTV
Fluxo de documentos para a comercialização interestadual de frutas e hortaliças com restrição quarentenária
Outros estados do Brasil A Unidade de Produção e de Consolidação devem ser inscritos na Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo. A emissão da PTV é de responsabilidade do Posto de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de São Paulo. CFO: Certificado Fitossanitário de Origem/ CFOC: Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado / PTV: Permissão de Trânsito Vegetal
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A emissão de PTV exige a apresentação do CFO ou do CFOC. O fiscal estadual é um engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal do quadro do órgão de defesa sanitária vegetal de cada Estado, habilitado e submetido, periodicamente, a curso de treinamento e de capacitação técnica sobre normas de certificação fitossanitária de origem e consolidada, normas do trânsito de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal.
Certificado Fitossanitário de Reexportação – CFR é um documento emitido pelo fiscal agropecuário do MAPA, como suporte do certificado fitossanitário original do país exportador, de ingresso do produto no Brasil. No Certificado de Reexportação devem estar contempladas as exigências fitossanitárias do país de destino, anexando-se cópia autenticada do Certificado Fitossanitário original.
-Registro da Unidade de Consolidação -Contratação de agrônomo credenciado -Emissão de CFOC
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Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV é o documento emitido pelo fiscal estadual do órgão de defesa sanitária vegetal, destinado a acompanhar o trânsito da partida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal, no transporte rodoviário, aéreo doméstico, hidroviário e ferroviário, de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal.
Paulo Roberto Ferrari Bertoldo Borges Filho CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, ciente da complexidade das exigências legais fitossanitárias ao trânsito das frutas e hortaliças frescas, espera que esta contribuição simplifique a vida do produtor e do atacadista na difícil tarefa de cumprir a lei e contribuir com a saúde fitossanitária do Brasil. O Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura é o responsável pela regulamentação fitossanitária nacional e o cumprimento da legislação vigente. A fiscalização, a inspeção e a execução das medidas e ações necessárias ao combate e prevenção das pragas e doenças que possam comprometer a sanidade da população vegetal são de responsabilidade do Ministério de órgão de defesa vegetal de cada estado brasileiro. No Estado de São Paulo estas ações são realizadas sob o planejamento, orientação e controle da Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O objetivo do controle do trânsito de vegetais é conter e evitar a disseminação de pragas de áreas em que foram encontradas para áreas onde ainda não ocorrem. O controle do trânsito de vegetais é feito nas barreiras nas divisas entre estados, onde é realizada a inspeção de cargas de produtos vegetais portadores de pragas quarentenárias. Só é permitida a entrada de produtos acompanhados da documentação de trânsito vegetal. A legislação, listada no final deste artigo, que regulamenta o trânsito de vegetais, é farta e antiga, e vem sendo alterada ao longo dos anos. Ela trata das pragas, dos conceitos, da documentação necessária no mercado interno e na exportação e dos procedimentos para a emissão dos documentos em diferentes situações.
Barracão de Classificação:
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Agosto 2010
As unidades de produção e de consolidação devem ser inscritas no órgão estadual de defesa sanitária vegetal. A unidade de produção deverá ser inscrita para se habilitar à certificação fitossanitária de origem, no prazo previsto na legislação da praga ou no plano de trabalho bilateral firmado pelo MAPA. A unidade de consolidação será inscrita para se habilitar a emitir o CFOC.
+ CITRUS
Plantações de laranja no estado da Flórida, USA.
Em cada unidade de produção e consolidação é necessário o cadastramento de um responsável técnico devidamente habilitado em curso específico para cada praga pelo MAPA.
Safra paulista de citros chama atenção de agentes externos, observa Cepea
Emissão DE PTV, CFO, CFOC, CF E CFR Permissão de Transito Vegetal – PTV
As primeiras estimativas privadas para a safra de laranja da Flórida, divulgadas na semana passada, indicam que a temporada será de aproximadamente 151 milhões de caixas. Agentes internacionais, no entanto, estão cada vez mais atentos também à oferta da fruta do estado de São Paulo, que deve ser inferior a 300 milhões de caixas na atual safra (2010/11).
O PTV é exigido para a movimentação no trânsito de partidas de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal com potencial de veicular praga quarentenária A2, pragas não quarentenárias de produtos destinados à propagação, praga específica, nas seguintes situações: 1. Na saída do Estado onde ocorra a praga quarentenária A2 e que tenha como destino ou trânsito para outros estados:
De modo geral, colaboradores do Cepea comentam que a produção paulista nunca influenciou de forma tão expressiva os preços internacionais, devido à relativa estabilidade na produção. Em São Paulo, conforme pesquisas do Cepea, produtores e processadoras ainda estão focados nas entregas e no processamento da temporada paulista 2010/11.
1º Livre da ocorrência da praga; 2º Área livre de praga, local livre de praga, área de baixa prevalência de praga ou sistema de mitigação de riscos de praga, com rota de trânsito definida nessas áreas; 3º Adote programa de prevenção, controle e vigilância fitossanitária, com o objetivo de erradicação da respectiva praga, visando à condição de área livre ou área de baixa prevalência, com rota de trânsito definida. O órgão estadual de defesa sanitária vegetal deverá apresentar as rotas de transito ao MAPA, que avaliará a execução do programa de prevenção, controle e vigilância fitossanitária e determinará o prazo durante o qual o órgão estadual poderá exigir a PTV. O órgão na qual está presente uma praga quarentenária A2 só poderá exigir a PTV de outro Estado em que ocorra a mesma praga, se o seu estado tiver reconhecido pelo MAPA o preenchimento das exigências das 2a e 3a situações aqui descritas. O Estado reconhecido como livre da ocorrência da praga quarentenária A2 deverá encaminhar ao MAPA os levantamentos de detecção, nos prazos estabelecidos pelo regulamento específico da praga, para a manutenção do reconhecimento desta condição fitossanitária. O sistema de mitigação de risco de praga é um procedimento fitossanitário adotado para o controle e manejo de determinada praga, evitando a sua disseminação e contaminação em áreas livres da praga. Esse sistema envolve o controle da praga na produção, colheita e pós-colheita do produto, através de programas fitossanitários regulamentados e supervisionados pelos órgãos oficiais.
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2. Na saída do Estado reconhecido pelo MAPA como livre de ocorrência da praga quarentenária A2 para: 1º No atendimento à exigência de certificação fitossanitária de origem do país importador para a emissão do CF, com declaração adicional do MAPA; 2º Na comprovação da origem de área livre de praga ou local livre de praga e emissão do CF, com declaração adicional do MAPA, para atender a exigência da Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do país importador; 3º Na comprovação da origem do Estado reconhecido pelo MAPA como livre da ocorrência da praga quarentenária A2, quando houver exigência para o trânsito. 3. Na remessa de vegetais ou parte de vegetais destinados à propagação ou multiplicação – pragas não quarentenárias. 4. No atendimento à exigência de certificação fitossanitária de origem de interesse de outros estados brasileiros ou da Organização Nacional de
Proteção Fitossanitária do país importador para pragas específicas. 5. Na fundamentação da emissão do CF e CFR, com declaração adicional do MAPA, nos casos específicos. A PTV é isenta, quando na origem, a partida é lacrada pelo Fiscal Agropecuário Federal e acompanhada do CF e CFR. 6. Por exigência do MAPA, que pode estabelecer a exigência da emissão da PTV para o trânsito entre Estados, em decorrência da categoria do risco fitossanitário do Estado de origem do produto com potencial de veicular praga qarentenária A2. Certificado Fitossanitário – CF e Certificado Fitossanitário de Reexportação - CFR Os CF e CFR são exigidos pelo país importador e devem atender os requisitos fitossanitários de cada país, em relação às pragas regulamentadas, incluindo os requisitos estabelecidos nas permissões de importação, desde que acordado entre a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do país importador e do país exportador.
O CF e CFR somente são emitidos após inspeção da partida e atendidos os requisitos fitossanitários, e serão fundamentados pela PTV, com declaração adicional do MAPA, nos casos específicos. Os termos da declaração adicional utilizada para a emissão dos CF e CFR serão fornecidos pelo MAPA ou farão parte do requisito fitossanitário do país importador, e deverão ser incluídos somente como informação de ordem fitossanitária. A partida lacrada na origem acompanhada de CF e CFR emitidos por Fiscal Agropecuário Federal do MAPA fica isenta da exigência da emissão da PTV durante o trânsito interno até o ponto de egresso.
2º Produto com potencial de veicular praga quarentenária A2 e houver exigência para o trânsito; 3º Comprovação da origem de área e local livre de praga, sistema de mitigação de riscos de praga ou área de baixa prevalência de praga, devidamente reconhecidas pelo MAPA; 4º Atendimento às exigências específicas de certificação fitossanitária de origem no mercado interno ou da Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do país importador.
Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e o Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado - CFOC O CFO ou CFOC fundamenta a emissão da PTV exigida para a movimentação de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal, nos seguintes casos: 1º Produto com potencial de veicular praga não quarentenária regulamentada, quando destinadas à propagação ou multiplicação;
Errata – A tabela “Relação de pragas quarentenárias e plantas hospedeiras” publicada na página 28 do artigo “Restrição fitossanitária ao trânsito dos produtos hortícolas frescos” do Anuário Entreposto 2010 deve ser substituída pela tabela acima.
Por enquanto, as primeiras estimativas para a safra da Flórida não devem ter influência sobre o preço recebido por produtores paulistas. A maior preocupação no momento é quanto à estiagem prolongada nas regiões citrícolas de São Paulo.
Liquidez dos citros segue em ritmo satisfatório, avalia Cepea As vendas de laranja in natura no mercado paulista seguem em ritmo satisfatório, conforme pesquisas do Cepea. No entanto, as frutas em alguns pomares não estão atingindo as características exigidas para vendas no mercado de mesa. A baixa remuneração nas safras anteriores resultou em menor investimento, prejudicando a qualidade das laranjas. Nesses casos, segundo dados do Cepea, a produção é destinada ao portão das indústrias (mercado spot, sem contrato). Quanto à safra 2010/11 da Flórida, as apostas de agentes do setor são de que a safra será maior que a anterior, quando foram colhidas 133,6 milhões de caixas.
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Planta oriental pode ser alternativa no controle de moscas-das-frutas O Brasil é um país que possui enorme potencial para o desenvolvimento de uma fruticultura sustentável, apresentando vocação e competitividade em nível mundial. Em geral, as áreas de fruticultura que se destinam à exportação de frutas in natura oferecem alto padrão de qualidade, pois apresentam controle fitossanitário eficiente, resultando em grande capacidade de competitividade internacional. Contudo, um dos maiores entraves que se encontra em relação à produção e comercialização de frutas frescas no Brasil consiste na presença de moscas-das-frutas nas áreas comerciais. Para garantir a produção de frutas in natura com baixos níveis de agrotóxicos e sem presença de moscas-das-frutas, uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ Esalq) estudou o controle alternativo de Anastrepha fraterculus (Wied.) e Ceratitis capitata (Wied.), duas espécies de moscas-das-frutas mais prejudiciais à friticultura brasileira. Marcio Alves da Silva, autor do estudo “Avaliação do potencial inseticida de Azadirachta indica (Meliaceae) visando ao controle de moscas-das-frutas (Díptera: Tephritidae)” comenta que a produção brasileira de frutas é concentrada em pólos regionais de desenvolvimento, caracterizados pela presença de produtores de pequeno, médio e grande porte, com pacote tecnológico variável e objetivos mercadológicos
diversificados. Considera, ainda, que o Brasil apresenta um mercado interno grande, pouco exigente e lucrativo. “Nesse cenário, ocorre migração de insetos-praga, para as áreas exportadoras, principalmente de moscas-das-frutas. Essas moscas são provenientes de áreas abandonadas ou de áreas com controle fitossanitário deficiente, resultando em aumento de custo de produção e posterior desestímulo ao modelo exportador”, ressalta o pesquisador. No Brasil, as moscas-dasfrutas são controladas basicamente por meio de iscas à base de inseticida mais atraente alimentar. Diferente dessa proposta, Silva optou pelo uso do nim (Azadirachta indica A. Juss.), planta indiana que possui vários compostos inseticidas e que foi introduzida no país na década de 80. De acordo com o orientador do trabalho, José Djair Vendramin, do Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA), algumas características específicas do nim o tornam bastante promissor para o uso no controle de pragas: “a planta não precisa ser distruída para se produzirem os extratos; possui uma multiplicidade de compostos, o que torna mais difícil aos insetos adquirirem resistência; a concentração dos compostos ativos é alta; os compostos são solúveis em água, são fáceis de extrair e com baixo custo; pela sua forma de ação, os compostos são, de modo geral, mais tóxicos às pragas do que os inimi-
gos naturais; os produtos são praticamente inócuos ao ambiente e ao homem; são totalmente biodegradáveis e com baixa persistência no ambiente. Silva estudou a utilização de derivados do nim (extratos aquosos e orgânicos de amêndoas, folhas e ramos, além do óleo da amêndoa) compondo uma isca para adultos, substituindo os inseticidas. Avaliou o efeito dos derivados do nim como regulador de crescimento dos imaturos, esterilizante de adultos e, por fim, como deterrente de ovoposição. “Os resultados iniciais obtidos com esse trabalho sugerem a adoção de duas medidas de controle alternativo para moscas-das-frutas. A primeira, visando ao controle da fase de larva em trânsito e ou pupa, estádio em que o inseto fica imobilizado no solo e, conseqüentemente, bastante vulnerável a medidas de controle. A segunda, utilizando os derivados do nim (Azadirachta indica A. Juss) como agentes repelentes de ovoposição numa perspectiva de implementação da estratégia de “push-pull” (atrai e mata)”, conclui o pesquisador. Investigações pormenorizadas no sentido de disponibilizar essas duas estratégias para o fruticultor brasileiro serão executadas no LEA nos próximos anos.
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Qualidade A mandioca na Escola do Sabor Objetivo é formar consumidores de frutas e hortaliças e promover melhoria da saúde
Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O projeto Escola do Sabor faz parte do planejamento estratégico da Ceagesp. A parceria entre o projeto Escola do Sabor e a Nossa Turma, associação beneficente que trabalha com crianças das comunidades vizinhas ao entreposto, tem objetivos ambiciosos: 1. Desenvolver a metodologia de introdução de frutas e hortaliças frescas no cardápio de crianças de 3 a 6 anos de idade; 2. Aproximar a criança da agricultura; 3. Introduzir o conceito e a compreensão da cadeia de produção do produto (mesa e indústria) e do caminho percorrido pelo produto, da produção ao consumo; 4. Promover maior diversidade no consumo de frutas e hortaliças; 5. Tornar as frutas e hortaliças fontes de prazer e diversão; 6. Aumentar o consumo de frutas e hortaliças; 7. Provocar mudanças nos hábitos alimentares dos alunos envolvidos no projeto e de seus familiares; 8. Promover a prevenção de doenças e a melhoria da saúde; 9. Formar consumidores de frutas e hortaliças; 10. Introduzir o consumidor no mundo de imensa diversidade de produtos, variedades, cores, texturas e sabores, das frutas e hortaliças frescas. O produto escolhido para iniciar os trabalhos foi a mandioca e a decisão foi trabalhar com um produto de cada vez. A raiz é uma boa fonte energética (100 gramas de mandioca fornecem 30,1 gramas de carboidratos), de minerais, potássio, cálcio, fósforo e de vitaminas do complexo B e possui grande quantidade de fibras. Ela faz parte do grupo das hortaliças feculentas, como a batata, o cará, o inhame, a batata doce e a mandioquinha salsa.
49% aumento do volume comercializado na Ceagesp foi entre 1999 e 2009
Um estudo do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp estabeleceu o custobenefício de cada hortaliça feculenta, comparando os seus preços mensais históricos e o seu aproveitamento. O resultado mostrou que o custobenefício da mandioca e da batata doce é muito superior ao da batata durante todo o ano. O cardápio da alimentação escolar é restrito a poucas frutas e hortaliças e dominado pela batata, como fonte de hortaliça feculenta. As outras hortaliças feculentas são pouco ou nada utilizadas. O mesmo recurso utilizado para adquirir batata coloca o dobro do alimento no prato, se utilizado para comprar mandioca. A mandioca é uma planta nativa, parte importante da alimentação dos índios, desde o descobrimento do Brasil, e da população do Norte e Nordeste brasileiro. A produção de mandioca acontece em todos os estados brasileiros, sendo a Bahia, o Maranhão e o Pará os maiores produtores. Ela dobrou de 1995 até 2006 para 16 milhões de toneladas e 2,7 milhões de hectares. A responsabilidade pela sua produção é compartilhada por 832 mil propriedades, que empregam três milhões de pessoas, predominantemente agricultores familiares (89% da área e 91% das propriedades). O Estado de São Paulo
produz 2% da produção brasileira, mas é a origem de 99% da mandioca comercializada no entreposto paulistano da Ceagesp – 26 mil toneladas. São 79 municípios paulistas produzindo mandioca, sendo Capela do Alto, Mogi Mirim, Porto Feliz, Artur Nogueira, com 48% do volume total, os maiores produtores. O volume de mandioca comercializado na Ceagesp paulistana aumentou 49% entre 1999 e 2009. A mandioca é uma planta de mil utilidades. A variedade de mesa ou mansa é consumida frita, cozida, na forma de pão, sopa, bolo entre outras preparações. Já a raiz destinada à indústria ou brava é utilizada para a produção de inúmeros produtos como as féculas e os amidos modificados, como matériaprima para papéis fotográficos, colas, cervejas, tintas, vestuário, embalagens biodegradáveis, álcool combustível e de alimentos como farinha de mandioca, sagu, pão de queijo, biscoito de polvilho, tapioca, entre outros. A dificuldade de introdução de novos alimentos no cardápio infantil, o crescente distanciamento entre a agricultura e a população urbana e o desconhecimento da origem dos alimentos tornam imprescindível o investimento no desenvolvimento de uma nova metodologia de educação alimentar e aí que entra a Escola do Sabor. O trabalho foi iniciado com a introdução da mandioca na alimentação de 98 crianças divididas em Maternal (2,5 a 3 anos de idade), Jardim I (3 a 4 anos de idade), Jardim II ( 4 a 5 anos de idade) e PréEscola (5 a 6 anos de idade) da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma. A iniciativa conta com o entusiasmo de toda a equipe da entidade, o ingrediente mais importante para o sucesso do projeto.
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EVENTO
Tecnologia agroindustrial é um dos destaques em feira de FLV Dirigidas a produtores, as palestras serão uma atração paralela da Fruit & Tech e abordarão assuntos relacionados ao processamento de frutas De volta à segunda edição da Fruit & Tech – Feira Internacional de Frutas, Legumes e Derivados, Tecnologia e Logística, neste ano a Embrapa, além de estar presente no evento com estande, traz uma atração especial à feira: o “Encontro Embrapa - Tecnologias Agroindustriais para a Fruticultura”, atração que reunirá palestras temáticas com especialistas. “No estande, esperamos divulgar nossas tecnologias, produtos e serviços, no intuito de realizar trabalhos para o setor produtivo e conseguir parceiros para o desenvolvimento de projetos”, explica Luciana Leitão Mendes, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, unidade da empresa voltada a todo o trabalho pós-colheita de conservação, armazenagem, análise, manuseio, processamento de frutas, hortaliças, cereais e outros produtos alimentícios. Luciana conta que a ideia do “Encontro Embrapa”surgiu a partir de um convite feito pela Francal Feiras, promotora do evento. “Achamos uma boa oportunidade para divulgar tecnologias e nosso trabalho na área de processamento de frutas para um público específico que está indo ao evento interessado no tema”, diz. A gerente de negócios da Francal Feiras, Lúcia Cristina de Buone, explica que “a feira já conta com o Seminário Fruit & Tech, que trata de temas gerais do mercado de frutas, legumes e verduras (FLV), e com a realização do Encontro Embrapa foi possível explorar um viés mais técnico, dirigido ao produtor”. Ela destaca que “os eventos
acontecerão paralelamente, mas são complementares, atingindo diferentes públicos da feira”. Palavra de especialistas No primeiro dia do evento, a engenheira química e pesquisadora Lourdes Cabral debate os métodos não convencionais no processamentos de sucos e frutas.“Na minha apresentação, vou falar sobre as tecnologias convencionais de obtenção, conservação e concentração de sucos e, posteriormente, comparar com as tecnologias não convencionais ou emergentes”, diz Lourdes. Além disso, ela vai destacar processos de pasteurização, evaporação a vácuo, tecnologia de membranas, de alta pressão, e algumas tecnologias baseadas em energia pulsante, eletromagnética, entre outras. “Quero divulgar junto aos produtores novas tendências no setor de processamento de frutas e os novos processos que têm alvo na qualidade sensorial e nutricional”, completa. Já o pesquisador, Sergio Cenci ministra a palestra “Tecnologia de Processamento Mínimo”. O especialista abordará a agregação de valor aos produtos FLV, mercado de frutas e hortaliças minimamente processadas, seus requerimentos e os requisitos da tecnologia de processamento mínimo. Além disso, irá discorrer sobre a evolução no manejo/manuseio pós-colheita de frutas e hortaliças; definição de frutas e hortaliças minimamente processadas; exigências de mercado. “Trata-se de uma novidade com valor
agregado, pronta para consumo, com qualidade de produto fresco, ‘in natura’. Com a globalização e o aumento do poder aquisitivo, frutas e hortaliças minimamente processadas já são uma tendência, e existe um potencial de mercado enorme para esse segmento, que ainda é pouco explorado”, explica Cenci. A programação do Encontro Embrapa continua com a palestra “Qualidade e Conservação pós-Colheita de Frutas”, apresentada por Marcos Fonseca, pesquisador na área de fisiologia e tecnologia pós-coheita de frutas e hortaliças. “Vou abordar questões sobre o ato da colheita, manuseio do produto, práticas de seleção, classificação e embalagem dos vegetais”, antecipa Fonseca. Em sua palestra, o especialista quer orientar o produtor sobre como apresentar seu produto ao mercado com qualidade, pois assim pode obter ganho dife-
renciado. “A tecnologia mais pertinente é a de atmosfera modificada”, diz. Segundo ele, já existe uma quantidade de tecnologias para conservação póscolheita suficiente para o produtor melhorar a apresentação de seu produto e aumentar sua vida útil. “Os produtores precisam avaliar o custo/benefício de se modificar seu status tecnológico para enfrentar o mercado, que é dinâmico. O que deu certo no passado não é garantia de sustentabilidade em futuro próximo”, alerta. E no último dia do evento, é a vez da especialista em tecnologia de alimentos, Virgínia da Matta, falar sobre processamento de frutas. “Na minha apresentação, abordarei alguns processos tradicionais utilizados no processamento de frutas”, diz. Virgínia adianta que, entre os processos mais tradicionais, vai destacar a obtenção de polpas e sucos, doces e geléias. “Vou focar na importância
da obtenção de produtos à base de frutas, tanto para conservação como para agregação de valor.” Ela aproveita para destacar a importância da manutenção da qualidade e da segurança do produto durantes todas as etapas dos processamentos. E acrescenta que entre as tendências, os produtos com menos açúcar vêm ganhando mercado, além dos produtos mistos, à base de mais de uma fruta. A participação no “Encontro Embrapa - Tecnologias Agroindustriais para a Fruticultura” é gratuita. Serviço: Fruit & Tech De 27 a 29 de setembro, das 11h às 20h Local: Expo Center Norte - Pavilhão Amarelo Rua Otto Baumgart, 1.000 - São Paulo - SP Informações: www.fruitetech.com.br
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CQH- CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
ECONOMIA
As famílias botânicas das hortaliças folhosas
Exportações do agronegócio paulista atingem US$ 10,63 bi
O quadro abaixo mostra o crescimento nos últimos 10 anos, o volume por produto e a participação de cada produto no volume total de hortaliças folhosas em 2009 Família
Produto
Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Quenopodiaceae Quenopodiaceae
Alface Almeirão Catalonha Chicória Endívias Escarola Radicchio Agrião Couve Mostarda Repolho Rucula Acelga Espinafre
Total
Idalina Lopes Rocha CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Acelga, agrião, alface, almeirão, catalonha, chicória, couve, endívias, escarola, espinafre, mostarda, radicchio, repolho e rúcula formam o grupo das hortaliças folhosas mais comercializadas na Ceagesp. Elas pertencem a três famílias botânicas: Brassicaceae ( antiga Cruciferaceae) e Asteraceae (antigo Compositae) e Quenopodiacea. A família botânica agrupa vegetais com características semelhantes. Na classificação vegetal vem antes do gênero e da espécie botânica e depois da ordem, subclasse, classe e divisão. A acelga e o espinafre são da família Quenopodiaceae. O agrião, a couve, a mostarda, o repolho e a rúcula são da família Brassicaceae. A família Asteraceae é a que tem maior número de espécies: alface, almeirão, catalonha, chicória, endívia, escarola e raddichio. Os dados levantados pela Ceagesp permitem quantificar a evolução do volume comercializado de hortaliças folhosas no entreposto paulistano, que cresceu, entre 1999 e 2009, de 84 mil para 136 mil toneladas, um aumento de 63%. Os números do ano passado mostram a proporção entre as famílias botânicas. A Quenopodiaceae responde por 10% do volume, a Brassicaceae por 52 %, a Asteraceae por 38%. A Asteraceae teve o maior crescimento de 27 mil para 52 mil toneladas, um aumento de 93%. A alface domina a família Asteraceae com 82% do volume, seguida pela escarola (11%), pelo almeirão(3%), catalonha ( 2%), endívia (0,7%), chicória e radichio (0,5% cada uma). O registro da entrada de endívia e o de radicchio só começou em 2007. A Quenopodiaceae teve o segundo maior crescimento de 7 mil para 13 mil toneladas, um aumento de 186%. A acelga dobrou de volume, entre 1999 e 2009, de 4,7 mil para 10 mil toneladas e o espinafre aumentou 31%, de 2,1 mil para 2,8 mil toneladas. A Brassicaceae foi a que cresceu menos, entre 1999 e 2009 com 71 mil toneladas – um aumento de 44%. 317 toneladas de mostarda, 2,9 mil toneladas de agrião, 3,4 mil toneladas de rúcula e 57 mil toneladas de repolho.
% cresc.
Toneladas
% produto
108 276 64 -24 164 26 66 -14 -4 -13 58 103 131 14
42.879 1.449 1.306 252 377 5.843 254 2.901 7.723 317 56.683 3.445 10.196 2.831
31,42 1,06 0,96 0,18 0,28 4,28 0,19 2,13 5,66 0,23 41,54 2,52 7,47 2,07
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O saldo comercial do agronegócio paulista cresceu 19,8%, para US$ 6,34 bilhões, nos primeiros sete meses do ano, comparado com o mesmo período de 2009, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Este resultado é fruto das exportações crescentes do setor (24,5%), atingindo US$10,63 bilhões, ainda que as importações tenham mostrado maior acréscimo (32,0%), para US$4,29 bilhões. As importações nos demais setores da economia paulista (exclusive o agronegócio) somaram US$32,81 bilhões, para exportações de US$17,20 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ 15,61 bilhões. “Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos e crescentes”, dizem os pesquisadores José Roberto Vicente e José Sidnei Gonçalves. Da mesma forma, o desempenho
? Qual é o tempo certo
do agronegócio sustentou a balança comercial brasileira, segundo os técnicos do IEA. O superávit do setor, em janeirojulho, foi de US$31,82 bilhões (7,8% superior ao do mesmo período de 2009). As exportações cresceram 12,7% (para US$44,17 bilhões) e as importações elevaram-se em 27,7%
(para US$12,35 bilhões). Nos demais setores da economia brasileira, as exportações atingiram US$ 62,69 bilhões, abaixo das importações (US$ 85,28 bilhões), gerando no período um déficit de US$ 22,59 bilhões. Em relação ao agronegócio brasileiro, a participação paulista nas ex-
portações setoriais subiu 2,3 pontos percentuais, representando 24,1%, em relação ao período janeiro-julho de 2009. Já a participação das importações foi 1,1 ponto percentual superior a do período anterior, representando 34,7%. (Para consultar o artigo na íntegra, acesse: http:// www.iea.sp.gov.br/).
Conhecer o tempo certo para cada fruta e hortaliça permite o planejamento da compra na época de menor preço e melhor qualidade
Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Uma boa produção agrícola exige uma grande parceria com a natureza. O crescimento das plantas é o resultado da ‘mágica’ da fotossíntese que transforma luz, água e gás carbônico em alimento e oxigênio. A evolução natural das plantas nos diferentes climas e solos do mundo e o melhoramento genético, praticado pelo homem desde os primórdios da agricultura, geraram grande diversidade e complexidade do comportamento das plantas. Uma boa parceria com a natureza exige o conhecimento do comportamento de cada planta e o da sua melhor região de produção e época de plantio (luz, temperatura, fertilidade do solo, altitude, relevo). O plantio na melhor época e região permite maior produtividade, melhor qualidade, menor custo de produção, menor ocorrência de pragas e doenças e menor aplicação de insumos, como defensivos, menor custo e melhor qualidade do produto para o consumidor. O Brasil é grande em área, população, diversidade e complexidade. Cento e noventa milhões de habitantes, concentrados em grandes aglomerações urbanas, ocupam 850 milhões de hectares. A diversidade geográfica do Brasil garante, para muitas frutas e hortaliças, a existência de diferentes origens de produção em diferentes épocas do ano. O Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp é um dos maiores entrepostos de abastecimento de frutas e hortaliças do mundo. Nos últimos três anos, horticultores de 2.500 dos 5.560 municípios brasileiros, 25 dos 27 estados brasileiros e doze países enviaram produtos para serem comercializados na Ceasa de São Paulo. Ela concentra 38% das frutas e 30% das hortaliças comercializadas nas principais Ceasas brasileiras. O conhecimento do tempo certo para cada fruta e hortaliça permite o planejamento da compra na época de menor preço e melhor qualidade, o crescimento do volume comercializado e clientes mais felizes. Utilize a Tabela de Sazonalidade da Ceagesp para adquirir e consumir cada fruta e hortaliça na sua melhor época, no tempo certo.
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ECONOMIA
As famílias botânicas das hortaliças folhosas
Exportações do agronegócio paulista atingem US$ 10,63 bi
O quadro abaixo mostra o crescimento nos últimos 10 anos, o volume por produto e a participação de cada produto no volume total de hortaliças folhosas em 2009 Família
Produto
Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Brassicaceae Quenopodiaceae Quenopodiaceae
Alface Almeirão Catalonha Chicória Endívias Escarola Radicchio Agrião Couve Mostarda Repolho Rucula Acelga Espinafre
Total
Idalina Lopes Rocha CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Acelga, agrião, alface, almeirão, catalonha, chicória, couve, endívias, escarola, espinafre, mostarda, radicchio, repolho e rúcula formam o grupo das hortaliças folhosas mais comercializadas na Ceagesp. Elas pertencem a três famílias botânicas: Brassicaceae ( antiga Cruciferaceae) e Asteraceae (antigo Compositae) e Quenopodiacea. A família botânica agrupa vegetais com características semelhantes. Na classificação vegetal vem antes do gênero e da espécie botânica e depois da ordem, subclasse, classe e divisão. A acelga e o espinafre são da família Quenopodiaceae. O agrião, a couve, a mostarda, o repolho e a rúcula são da família Brassicaceae. A família Asteraceae é a que tem maior número de espécies: alface, almeirão, catalonha, chicória, endívia, escarola e raddichio. Os dados levantados pela Ceagesp permitem quantificar a evolução do volume comercializado de hortaliças folhosas no entreposto paulistano, que cresceu, entre 1999 e 2009, de 84 mil para 136 mil toneladas, um aumento de 63%. Os números do ano passado mostram a proporção entre as famílias botânicas. A Quenopodiaceae responde por 10% do volume, a Brassicaceae por 52 %, a Asteraceae por 38%. A Asteraceae teve o maior crescimento de 27 mil para 52 mil toneladas, um aumento de 93%. A alface domina a família Asteraceae com 82% do volume, seguida pela escarola (11%), pelo almeirão(3%), catalonha ( 2%), endívia (0,7%), chicória e radichio (0,5% cada uma). O registro da entrada de endívia e o de radicchio só começou em 2007. A Quenopodiaceae teve o segundo maior crescimento de 7 mil para 13 mil toneladas, um aumento de 186%. A acelga dobrou de volume, entre 1999 e 2009, de 4,7 mil para 10 mil toneladas e o espinafre aumentou 31%, de 2,1 mil para 2,8 mil toneladas. A Brassicaceae foi a que cresceu menos, entre 1999 e 2009 com 71 mil toneladas – um aumento de 44%. 317 toneladas de mostarda, 2,9 mil toneladas de agrião, 3,4 mil toneladas de rúcula e 57 mil toneladas de repolho.
% cresc.
Toneladas
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108 276 64 -24 164 26 66 -14 -4 -13 58 103 131 14
42.879 1.449 1.306 252 377 5.843 254 2.901 7.723 317 56.683 3.445 10.196 2.831
31,42 1,06 0,96 0,18 0,28 4,28 0,19 2,13 5,66 0,23 41,54 2,52 7,47 2,07
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136.457
100
O saldo comercial do agronegócio paulista cresceu 19,8%, para US$ 6,34 bilhões, nos primeiros sete meses do ano, comparado com o mesmo período de 2009, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Este resultado é fruto das exportações crescentes do setor (24,5%), atingindo US$10,63 bilhões, ainda que as importações tenham mostrado maior acréscimo (32,0%), para US$4,29 bilhões. As importações nos demais setores da economia paulista (exclusive o agronegócio) somaram US$32,81 bilhões, para exportações de US$17,20 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ 15,61 bilhões. “Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos e crescentes”, dizem os pesquisadores José Roberto Vicente e José Sidnei Gonçalves. Da mesma forma, o desempenho
? Qual é o tempo certo
do agronegócio sustentou a balança comercial brasileira, segundo os técnicos do IEA. O superávit do setor, em janeirojulho, foi de US$31,82 bilhões (7,8% superior ao do mesmo período de 2009). As exportações cresceram 12,7% (para US$44,17 bilhões) e as importações elevaram-se em 27,7%
(para US$12,35 bilhões). Nos demais setores da economia brasileira, as exportações atingiram US$ 62,69 bilhões, abaixo das importações (US$ 85,28 bilhões), gerando no período um déficit de US$ 22,59 bilhões. Em relação ao agronegócio brasileiro, a participação paulista nas ex-
portações setoriais subiu 2,3 pontos percentuais, representando 24,1%, em relação ao período janeiro-julho de 2009. Já a participação das importações foi 1,1 ponto percentual superior a do período anterior, representando 34,7%. (Para consultar o artigo na íntegra, acesse: http:// www.iea.sp.gov.br/).
Conhecer o tempo certo para cada fruta e hortaliça permite o planejamento da compra na época de menor preço e melhor qualidade
Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Uma boa produção agrícola exige uma grande parceria com a natureza. O crescimento das plantas é o resultado da ‘mágica’ da fotossíntese que transforma luz, água e gás carbônico em alimento e oxigênio. A evolução natural das plantas nos diferentes climas e solos do mundo e o melhoramento genético, praticado pelo homem desde os primórdios da agricultura, geraram grande diversidade e complexidade do comportamento das plantas. Uma boa parceria com a natureza exige o conhecimento do comportamento de cada planta e o da sua melhor região de produção e época de plantio (luz, temperatura, fertilidade do solo, altitude, relevo). O plantio na melhor época e região permite maior produtividade, melhor qualidade, menor custo de produção, menor ocorrência de pragas e doenças e menor aplicação de insumos, como defensivos, menor custo e melhor qualidade do produto para o consumidor. O Brasil é grande em área, população, diversidade e complexidade. Cento e noventa milhões de habitantes, concentrados em grandes aglomerações urbanas, ocupam 850 milhões de hectares. A diversidade geográfica do Brasil garante, para muitas frutas e hortaliças, a existência de diferentes origens de produção em diferentes épocas do ano. O Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp é um dos maiores entrepostos de abastecimento de frutas e hortaliças do mundo. Nos últimos três anos, horticultores de 2.500 dos 5.560 municípios brasileiros, 25 dos 27 estados brasileiros e doze países enviaram produtos para serem comercializados na Ceasa de São Paulo. Ela concentra 38% das frutas e 30% das hortaliças comercializadas nas principais Ceasas brasileiras. O conhecimento do tempo certo para cada fruta e hortaliça permite o planejamento da compra na época de menor preço e melhor qualidade, o crescimento do volume comercializado e clientes mais felizes. Utilize a Tabela de Sazonalidade da Ceagesp para adquirir e consumir cada fruta e hortaliça na sua melhor época, no tempo certo.
B6
Agosto 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para agosto
Flávio Luis Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp
Quantidades comercializadas
Atacado
Produto Legumes Frutas
Local Verduras
O volume ofertado no entreposto terminal de São Paulo – ETSP continua registrando números próximos à estabilidade nestes primeiros sete meses do ano. No período de janeiro a julho houve elevação de 0,15% ante o mesmo período de 2009. Foram comercializadas 1.815.184 toneladas em 2010 contra 1.812.398 negociadas em 2009. O quadro abaixo demonstra os volumes comercializados no ETSP: Dias da semana Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
Pescados
Diversos *
Local Flores
Local Flores
Local
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
CX T
2,00
6,07
6,60
BAIXA
FIGO
CX T
1,50
8,16
6,34
BAIXA
MAMÃO FORMOSA
KG
1,00
1,23
1,00
BAIXA BAIXA BAIXA
14h às 21h 8h às 18h
1,00
0,68
0,63
ESTÁVEL
MELÃO AMARELO
CX
13,00
16,90
14,91
ESTAVEL
MORANGO COMUM
KG
1,00
6,70
5,96
BAIXA
9h às 20h
10h às 18h
6h às 11h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3 Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:
Web Master Michelly Vasconcellos
ESTÁVEL
CARAMBOLA
KG
7h às 13h
Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues
ESTÁVEL
8,92
MELANCIA
Sáb. e Dom.
Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti
0,93
10,34
1,39
Horário
Estagiária Mariana G. Marques
0,96
3,00
1,90
Dias da semana
Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo
1,00
ENG
1,99
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848
KG
CAJU
1,45
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores)
Departamento Comercial José Felipe Gorinelli
BANANA NANICA
1,00
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva
FRUTAS
1,00
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
TENDÊNCIA P/ MÊS AGOSTO
KG
Praça (Peixe, sardinha e congelados)
Terça e Sexta
JULHO PREÇO MÉDIO(R$)
KG
MLP- Mercado Livre do Produtor
Seg. e Quinta
JUNHO PREÇO MÉDIO(R$)
MANGA TOMMY
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais
Seg. a Sáb.
PESO(KG)
MANGA PALMER
Terça. a Sáb.
Local
EMBAL.
PRODUTO
Horário
Seg. a Sáb.
Local
OPÇÕES DE COMPRA
diretoria@jornalentreposto.com.br jornalismo@jornalentreposto.com.br comercial@jornalentreposto.com.br Os artigos e matérias assinadas não refletem, necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
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Por setor de comercialização, houve crescimento nos setores de legumes (0,86%), verduras (3,45%) e diversos (2,21%). Os setores de frutas, flores e pescados apresentaram ligeira retração do volume comercializado. O volume financeiro no ETSP atingiu R$ 2,65 bilhões nestes primeiros sete meses do ano, ou seja, crescimento de 10,2% em relação a 2009.
Tendência As condições climáticas registram, nesta época do ano, pouca chuva e temperaturas mais amenas, ou seja, boas condições para a produção de hortifrutícolas. Assim, legumes e verduras, preservadas as condições climáticas atuais, deverão continuar com preços em baixa já que o clima favorece a produção e a demanda apresenta retração nesta época do ano. O setor de diversos, impulsionado pela queda de preços da batata, também deverá apresentar preços reduzidos. Nos setores de frutas, flores e pescados a expectativa é de preços e volumes estáveis.
LEGUMES ABÓBORA MORANGA
KG
1,00
0,86
0,76
ESTÁVEL
ABOBRINHA BRASILEIRA
CX K
20,00
17,76
15,65
BAIXA
BATATA DOCE ROSADA
CX K
22,00
14,06
15,46
BAIXA
BERINJELA
CX K
12,00
7,31
9,31
ESTAVEL
CARA
CX K
22,00
17,87
16,46
BAIXA
CENOURA
KG
1,00
1,01
0,93
BAIXA
CHUCHU
CX K
22,00
17,03
16,02
BAIXA
MANDIOCA
CX K
23,00
10,82
10,43
ESTÁVEL
PEPINO COMUM
CX K
23,00
15,56
10,84
BAIXA
PIMENTÃO VERDE
CX K
11,00
10,92
9,25
BAIXA
TOMATE SALADA
KG
1,00
1,40
0,94
BAIXA
VERDURAS ACELGA
ENG
12,00
7,30
5,74
ESTÁVEL
ALFACE CRESPA
ENG
7,00
6,65
6,37
BAIXA
ALFACE LISA
ENG
8,00
7,96
8,34
BAIXA
CEBOLINHA
DZMÇ
6,00
9,26
8,85
ESTÁVEL
MILHO VERDE
SC
20,00
7,81
7,16
ESTÁVEL
NABO
MÇ
3,00
3,55
3,10
BAIXA
REPOLHO LISO
ENG
25,00
8,04
6,79
BAIXA
DIVERSOS BATATA BENEFICIADA COMUM
KG
1,00
1,13
0,79
BAIXA
BATATA COMUM
KG
1,00
1,12
0,83
BAIXA
OVO BRANCO
CX
20,00
45,71
43,47
ESTÁVEL
FLORES ALSTROMÉRIA
MÇ
0,40
8,77
8,02
ESTÁVEL
BOCA DE LEÃO
MÇ
0,66
6,52
6,73
BAIXA
CRAVO COMUM
DZ
0,25
11,00
9,50
ESTÁVEL
CRISANTEMO COMUM
PCT
1,50
12,08
10,93
ESTÁVEL
CRISANTEMO POLARES
VS
2,50
2,78
2,67
ESTÁVEL
DALIA
MÇ
0,44
4,93
4,68
ESTÁVEL
ESTRELICIA
DZ
0,90
4,92
4,48
BAIXA
GIRASSOL
PCT
2,60
5,21
4,93
ESTÁVEL
LISIANTHUS
DZ
0,25
13,95
9,44
BAIXA
PESCADOS ABROTEA
KG
1,00
3,49
2,79
BAIXA
BAGRE
KG
1,00
2,95
2,94
BAIXA
BERBIGÃO LIMPO
KG
1,00
12,00
12,08
BAIXA
BETARRA
KG
1,00
2,37
2,11
ESTÁVEL
CAVALINHA
KG
1,00
2,81
-
BAIXA
CORVINA
KG
1,00
2,95
2,81
ESTÁVEL
ESPADA
KG
1,00
1,81
1,51
ESTÁVEL ESTÁVEL
MANJUBA
KG
1,00
6,08
5,00
SARDINHA FRESCA
KG
1,00
1,94
2,46
BAIXA
TILÁPIA
KG
1,00
3,53
3,50
ESTÁVEL
PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS
ABACAXI PEROLA,CAQUI, LIMA DA PÉRSIA E TANGERINA PONCAM
LEGUMES
ERVILHA TORTA, PIMENTÃO VERMELHO E VAGEM MACARRÃO.
VERDURAS
ESPINAFRE, COENTRO E ERVA DOCE
DIVERSOS ALHO ARGENTINO, CEBOLA E COCO SECO. PESCADOS PINTADO, ROBALO E CAMARÃO FERRO. FONTE: CEAGESP
JORNAL ENTREPOSTO l Agosto 2010
Cenoura Variedades de cenoura na Ceagesp A cenoura, espécie Daucus carota L., pertence à família Apiaceae, a mesma da salsinha, aipo, coentro, ervadoce e nabo. É originária de áreas temperadas da Ásia Central (Índia, Afeganistão e Rússia) e sua cultura remonta há mais de dois mil anos. Foi trazida ao Brasil pelos portugueses. O Brasil produziu , no ano passado, cerca e 800 mil toneladas de cenoura em uma área de 26 mil hectares. O cultivo da hortaliça emprega em torno de 315 mil trabalhadores e o valor da produção superou os R$ 815 milhões. As cultivares do tipo Nantes são as mais apropriadas para a produção no inverno; a Kuroda é utilizada para a colheita com ramas e a Brasília foi desenvolvida como uma alternativa para a produção no verão. Na Ceagesp, a cenoura representou 11% do volume no setor de legumes e 3% entre todos os produtos, com 93 mil toneladas comercializadas. No setor de legumes, o volume financeiro gerado pela comercialização de cenoura só é menor que o do tomate, com R$ 113 milhões em 2009.
O valor da produção superou os
R$ 815 milhões
Em uma área de 26 mil hectares produziu
800 mil toneladas de cenoura
Pesquisa: Priscilla Pereira Rosenbaum/Estagiária de Agronomia/ESALQ-Piracicaba, SP. / Revisão: Claudio I. Fanale/ CQH-Ceagesp | Desenho: Bertoldo Borges Filho/ CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp.
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Agosto 2010 l
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JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l
Agosto 2010
É hora de criar uma unidade de distribuição Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Nos últimos anos aconteceram grandes mudanças na comercialização das frutas e hortaliças frescas no Brasil. Abaixo, o leitor pode conferir algumas mudanças observadas no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp, ponto privilegiado de monitoramento do comportamento do mercado de frutas e hortaliças: • Queda na participação da madeira de 56% para 41%; crescimento da participação do papelão de 35% para 44% e do plástico de 1% para 7%, entre 2004 e 2009. O papelão já responde por 54% das embalagens de frutas e por 41% das embalagens de legumes. Produtos, como o abacaxi e o mamão Formosa, comercializados tradicionalmente a granel, estão chegando ao mercado embalados, paletizados, rotulados e até protegidos individualmente por uma redinha; • Crescimento da utilização e da importância da marca do produtor na diferencia-
ção de valor do produto; • Crescimento da adesão ao conceito do Manuseio Mínimo, com a colocação da caixa do produtor na gôndola do supermercado. Hoje no Entreposto Terminal de São Paulo, assim como em todas as centrais de abastecimento do Brasil, convivem diferentes sistemas de embalamento, movimentação e identificação. A grande maioria dos produtos chega embalado da roça e não sofre reembalamento no mercado. A caixa que vem do produtor é a caixa que vai para o comprador – varejo ou serviço de alimentação. A legislação fitossanitária exige para a autorização do trânsito interestadual de frutas e hortaliças hospedeiras de pragas quarentenárias, a emissão do Certificado Fitossanitário de Origem e do Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado. A remessa das centrais de abastecimento, de lotes de frutas e hortaliças com restrição fitossanitária, a estados isentos da praga, exige a apresentação do Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado, caracterizando as centrais de
Ceasa de Uberlândia inicia troca de caixas quebradas
abastecimento como unidade de consolidação. A grande maioria das empresas instaladas nas centrais de abastecimento não realiza operações de recepção, lavagem, limpeza, seleção ou classificação, climatização, embalagem e rotulagem. Elas são unidades de distribuição, ou seja, realizam operações de fracionamento dos lotes para distribuição aos diferentes destinos. As empresas e produtores das centrais de abastecimento que investem na modernização, na manutenção da rastreabilidade do seu produto, na oferta de produtos classificados, embalados e rotulados na produção são penalizados pelo Ministério da Agricultura, que os trata como ‘ unidade de consolidação’ na legislação fitossanitária. A solução é a criação na legislação fitossanitária da ‘unidade de distribuição’ e a emissão da PTV com base em CFOs e CFOCs que acompanharam as cargas desde a origem, sendo rigorosamente vedada às empresas caracterizadas como ‘unidade de distribuição’ o reembalamento e a mistura de produtos de lotes diferentes. É preciso alterar a Instru-
ção Normativa 55, de 4 de dezembro de 2007, que trata de Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado – CFOC e a criação da unidade de distribuição, distinta da unidade de consolidação, conforme conceitos e requisitos descritos ao lado. A criação da ‘unidade de distribuição’ será um grande incentivo à adoção, pelos agentes de produção e de comercialização de frutas e hortaliças frescas que atuam nas centrais de abastecimento da classificação, do embalamento e da rotulagem na região produtora, gerando riqueza na produção e centrais de abastecimento mais limpas e eficientes, menores perdas e melhorando a qualidade e o preço do produto para o consumidor. Ela incentivará a comercialização interestadual das frutas e hortaliças principalmente por pequenas e médias empresas, incapazes de enfrentar o custo burocrático do sistema atual. Ela contribuirá para a modernização da pós-colheita e a garantia da rastreabilidade das frutas e hortaliças frescas e para a melhoria da saúde fitossanitária do Brasil.
Ceasa de Londrina emite certi�icação �itossanitária
O entreposto de Uberlândia (MG) iniciou em de agosto um novo sistema de substituição de caixas quebradas do mercado. Segundo a central de abastecimento, o objetivo é melhorar o manuseio da carga e descarga dos produtos e beneficiar os usuários que poderão trocar as embalagens danificadas por novas. São consideradas caixas quebradas aquelas que, por defeitos estruturais, impossibilitam o transporte e a comercialização dos produtos. As embalagens deverão ser entregues pelos usuários ao Banco de Caixas, onde será feita a reciclagem do material. O gerente da unidade, Expedito Antônio da Silva, esclarece que para a substituição das caixas, os usuários terão as seguintes alternativas: trocar três caixas quebradas por uma nova; entregar a caixa quebrada mais R$ 7,00 por uma nova; entregar a caixa quebrada como sucata em troca de R$ 3,00. Outra novidade no entreposto mineiro é a proibição do uso de ganchos para arrastar as embalagens, e os que já existem serão recolhidos pela administração do mercado. Será impedida também a entrada de embalagens plásticas vazias no mercado, incluindo as que estiverem quebradas. Todas as embalagens vazias encontradas serão recolhidas pelos funcionários do Banco de Caixas, e, em troca, os usuários receberão vales-caixa. O comprador ou permissionário que receber do fornecedor caixas quebradas deverá retê-las e oferecer a ele uma das três opções citadas acima. Uma das vantagens das caixas plásticas é a possibilidade de reutilização após serem higienizadas, diferentemente das embalagens de madeira e papelão, as quais são descartáveis. Com isso, evita-se o risco de proliferação de doenças vegetais em lavouras. As caixas plásticas também acondicionam melhor os produtos, possibilitando a redução de perdas.
Ceasas Brasil Centrais de Abastecimento As centrais de abastecimento concentram a oferta e a distribuição de alimentos frescos local, estadual e internacional. Nas centrais de abastecimento estão localizadas empresas e produtores que atuam somente como unidades de distribuição e empresas que atuam também como unidades de consolidação.
Unidade de Consolidação A legislação que trata do Certificado de Origem Consolidado – CFOC, IN MAPA nº 55, de 04.12.2007, em seu art. 1º, § 2º, define a unidade de consolidação como a unidade que poderá ser beneficiadora, processadora ou embaladora. A unidade de consolidação, para fins de emissão de CFOC, é caracterizada como a estrutura física onde atividades intermediárias no processo de comercialização ocorrem como: operações de recepção, lavagem, limpeza, seleção ou classificação, climatização, embalagem, rotulagem, armazenagem e expedição de produtos para os mercados atacadistas ou diretamente para o varejo, localizadas fora da unidade de produção.
Unidade de Distribuição Empresas ou produtores localizados nas centrais de abastecimento, que recebem somente produtos embalados e rotulados e procedem ao fracionamento dos lotes, com a manutenção da embalagem e da identificação de origem, para o atendimento de clientes atacadistas, varejistas ou do serviço de alimentação. As unidades de distribuição devem obedecer aos seguintes requisitos: 1. O seu abastecimento fica restrito a produtos na embalagem de destino e rotulados; 2. A proibição de operações de classificação e reembalamento; 3. A restrição de suas operações ao fracionamento de cargas e lotes para formação de novas cargas e lotes.
Normatização de unidade de distribuição:
Convênio entre o Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento de Londrina (PR) e a Central de Abastecimento paranaense permite que a Certificação Fitossanitária de Origem para emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais- PTV seja emitida dentro da própria unidade. O engenheiro agrônomo Juliano Farinacio Galhardo, da Defesa Sanitária Vegetal, atua diretamente com os permissionários, para comprovação da origem e sanidade dos produtos comercializados que saem de Londrina para os mercados interestaduais ou mesmo internacionais. De acordo com a Ceasa, o trabalho atende ainda às crescentes exigências dos consumidores no que se refere à segurança alimentar, pois confere rastreabilidade aos produtos. Segundo o gerente da Ceasa de Londrina, Ismael Batista da Fonseca, mais de 180 toneladas de produtos paranaenses foram certificadas em julho com garantia de qualidade e segurança alimentar. “Um trabalho que visa não só a fiscalização, mas principalmente a orientação dos comerciantes para o pleno funcionamento e credibilidade do sistema”, explica.
1. A ‘unidade de distribuição’ deverá ser cadastrada junto ao OEDSV, ficando sujeita a sua vistoria e a sua aprovação 2. Não será exigida a inscrição de responsável técnico no cadastramento da ‘unidade de distribuição’
Permissão de Trânsito Vegetal A existência da figura ‘unidade de distribuição’ exige um novo modelo de Permissão de Transito Vegetal – PTV – que deve prever campos e folhas em numero suficiente para o registro de diversos produtos e respectivas pragas quarentenárias, suficientes para uma carga de caminhão.
C1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Notícias
C
Índice Ceagesp mantém queda em julho Em julho, o Índice Ceagesp, veri�icador que acompanha a variação de preços de produtos in natura, apresentou baixa de 2,78% nos preços no atacado dos principais produtos comercializados na central de abastecimento. Com exceção do setor de frutas, que registrou ligeira alta de 1,83%, todos os demais setores mantiveram a trajetória de recuo dos preços praticados em razão do clima frio e retração no consumo. “Um dos principais fatores para o aumento nas frutas é que, sazonalmente, de um modo geral, o frio retarda o desenvolvimento e a maturação de boa parte dos produtos do setor, reduzindo a oferta”, a�irma o economista da Ceagesp, Flávio Godas. As verduras, com retração de 13,98%, e os legumes, com queda de 12,51%, apresentam preços próximos ao custo de produção e não devem registrar recuos expressivos neste mês de agosto. “A tendência é de ligeira recuperação dos preços no próximo mês”, analisa Godas. O balizador acumula queda de 2,82% e, nos últimos 12 meses, alta de 4,94%. Os produtos que puxaram para cima o setor de Frutas foram o abacaxi (12,5%), a uva (19,5%), o abacate (21,7%) e a laranja lima (22,1%). Já as quedas �icaram por conta do mamão papaya (-39,72%), melão (12,5%), coco verde (-10,7%) e morango (-8,3%). Pelo quinto mês de recuo consecutivo, o setor de verduras registra retração. No ano, o setor acumula signi�icativa queda de 31,65%. As principais baixas foram da couve-�lor , da acelga, do brócolis, do coentro e da couve. Não houve elevações no setor. No setor de legumes, as quedas foram do tomate (-27,6%), da abobrinha brasileira (-12,1%), do pepino japonês (-38,7%), do pimentão verde (-15,74%) e da beterraba (-6,1%). As principais altas ocorreram nos preços de batata doce, mandioquinha, jiló e berinjela.
O setor de frutas registrou alta de
1,83%
E foi a exceção do índice de julho. A queda registrada no setor de verduras foi de 13,98% e deixou os preços próximos ao custo de produção
2,82%
é a queda acumulada nos últimos 12 meses
C2
Agosto 2010
l JORNAL ENTREPOSTO
Meio Ambiente Brasil e EUA assinam acordo que converte dívida em proteção ambiental Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga serão beneficiados com os recursos do acordo
Agência Brasil
Os governos do Brasil e dos Estados Unidos assinaram no últimod ia 12 de agosto, acordo para reduzir pagamentos de uma dívida brasileira com os EUA no valor aproximado de US$ 21 milhões ao longo dos próximos cinco anos. Em troca do pagamento da dívida, o governo brasileiro se compromete a destinar recursos para projetos de conservação nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. “Essa iniciativa representa um salto qualitativo. É mais um instrumento que fortalece a cooperação bilateral, amplia a participação de atores e a oferta de recursos”, avaliou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O documento foi assinado pela procuradora da Fazenda Nacional, Fabíola Saldanha, e pela Encarregada de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Lisa Kubiske, representando o embaixador Thomas Shannon. O acordo entre os dois países tornou-se possível graças ao Tropical Forest Conservation Act (TFCA), também conhecido como Lei para a Conservação de Florestas Tropicais, promulgada pelos EUA em 1998. Recursos oferecidos por meio do TFCA vêm dando apoio a iniciativas como conservação de áreas protegidas, manejo de recursos naturais e apoio ao desenvolvimento de atividades sustentáveis de subsistência para comunidades silvestres. Este é o primeiro acordo do tipo entre EUA e Brasil, mas o 16º assinado pelos Estados Unidos. Já foram assinados acordos com Bangladesh, Belize, Botsuana, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Indonésia, Jamaica, Panamá (dois acordos), Paraguai, Peru (dois acordos) e Filipinas. A expectativa é de que esse mecanismo gere mais de US$ 239 milhões para proteger florestas tropicais em todo o mundo.
Dívida A dívida que será convertida em proteção ao meio ambiente foi contraída pelo Brasil por volta dos anos 1960. De acordo com Izabella Teixeira, o País vinha cumprindo o cronograma de pagamento, e já teria pagado mais de US$ 100 milhões. A credora é a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development - USAID). Agora, os cerca de US$ 21 milhões restantes serão
destinados a um fundo e, posteriormente, a projetos de conservação na Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Segundo a ministra, o primeiro desembolso ocorrerá em outubro e será de aproximadamente US$ 7 milhões. O embaixador Luis Alberto Figu eiredo, chefe do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Itamaraty, que também participou da cerimônia de assinatura do acordo, explicou que os pagamentos e a aplicação dos recursos
serão geridos por um comitê a ser criado. “Serão nove membros, entre eles um representante da USAID”, disse. Para Lisa Kubiske, da Embaixada Americana, assinar o acordo com o Brasil “é um prazer”. “Ele representa vários anos de trabalho e, em teoria, é simples. Mas na verdade é complexo, porque se trata de um compromisso financeiro entre os dois países”, avaliou. A representante estadunidense ressaltou o interesse
de seu país em contribuir para a preservação da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga. “Os três biomas são áreas que necessitam de mais recursos”, considerou. De acordo com a ministra Izabella, a Floresta Amazônica não foi incluída no acordo por já possuir o Fundo Amazônia e outras fontes de captação de recursos.
JORNAL ENTREPOSTO l
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Agrotóxicos aguardam banimento Ibama deve restringir uso do acefato, metamidofós e endosulfan
Pelo menos dez defensivos agrícolas rejeitados pela União Europeia, EUA e outros países são utilizados nas lavouras brasileiras, aponta levantamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A legislação nacional prevê a reavaliação das substâncias que podem causar danos à saúde dos trabalhadores rurais, consumidores e ao meio ambiente, mas divergências no governo, pressões políticas e ações na justiça tornam lento o processo de restrição.
Desde que o sistema de avaliação foi criado, em 2000, apenas quatro princípios ativos destinados ao controle de pragas e doenças na agricultura foram banidos. Dos 14 produtos que deveriam ser reavaliados, somente um será proibido, a partir de 2011. Trata-se da cihexatina, empregada na citricultura e nas culturas de morango, café, pêssego, berinjela e maçã. Para reverter a situação, uma nova lista de análise foi feita em 2008. Entretanto, três substâncias – acefato, metamidofós e
endosulfan – ainda aguardam a proibição pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Anvisa. Enquanto as decisões não acontecem, o uso de agroquímicos sob suspeita aumenta. “Fitossanitários banidos em outros países e candidatos à revisão no Brasil têm registrado aumento anormal de consumo entre produtores daqui”, informa o coordenador geral de agrotóxicos e afins do Mapa, Luís Rangel. Um exemplo da elevação do
uso desses agrotóxicos é o pesticida endosulfan, componente químico associado a problemas endócrinos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil importou 2,37 mil toneladas do produto em 2009. Substância proibida na União Europeia, China, Índia e Paraguai, o inseticida metamidofós, também é cada vez mais importado pelo país. Marcelo Firpo, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, explica que a redução do seu consumo no mercado internacional é a razão do aumento do uso no Brasil.
“
Por isso, pagamos por um preço invisível, que é a elevação dos gastos na área da saúde”
Marcelo Firpo, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz
Proposta do Senado transforma Cerrado e Caatinga em patrimônio nacional Biomas devem ser utilizados dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população Agência Câmara
A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 504/10, do Senado, que inclui o Cerrado e a Caatinga. O Cerrado é caracterizado pela vegetação de savana, que já ocupou 25% do território brasileiro no CentroOeste do País e nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte dos estados de São Paulo, Paraná, Maranhão e Piauí. Esse bioma ocupa cerca de dois milhões de km2 do território brasileiro. Nos chapadões, estão 30% da biodiversidade nacional e 5% da biodiversidade mundial. O Planalto Central é o berço das nascentes das bacias do Amazonas, do São Francisco e do Paraná/Paraguai. Potencial agrícola Atualmente, a região Centro-Oeste, na qual se localiza a área do Cerrado de maior potencial agrícola, é responsável por 50% e 13% da soja produzida no País e no mundo, respectivamente. A região é responsável, também, por 20% da produção nacional de milho; 15% do ar-
roz; e 11% do feijão. Em relação à produção agropecuária, por 30% do rebanho bovino e 20% do suíno. O cultivo de soja na região, por exemplo, cresceu cerca de 70% no período de 2000 a 2005. Sertão brasileiro A Caatinga, também chamada de sertão brasileiro, é uma região semi-árida, muito seca. Compreende parte dos estados da Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Ocupa cerca de 700 mil km2, cerca de 10% do território nacional. entre os bens considerados patrimônio nacional. Atualmente, segundo a Constituição, são patrimônio nacional a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira. Esses biomas devem ser utilizados dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população. O autor da proposta, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), argumenta que o
legislador buscou “enfatizar a importância desses biomas e assegurar tratamento diferenciado no tocante a sua utilização, coibindo práticas predatórias na exploração dos recursos naturais”. O senador lembra ainda que o Cerrado ocupa cerca de 1/4 do território nacional mas, principalmente, engloba ampla variedade de ecossistemas e alta diversidade biológica, que se manifesta na flora e na fauna. Já a Caatinga ocupa cerca de 850 mil km² no semiárido nordestino e interage com o Cerrado. “Talvez esse seja o bioma brasileiro mais severamente devastado pela ação do homem”, avalia Demóstenes Torres. Uma proposta semelhante está pronta para entrar na pauta do Plenário da Câmara desde 2006: é a PEC 115/95, que ainda não foi votada por falta de acordo. Essa PEC já foi aprovada por uma comissão especial e também inclui o Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional.
Acordo amplia proteção a espécies da �lora e da fauna ameaçadas O Brasil assinou, no final de julho, um convênio com a União Internacional para a Conservação da Natureza, objetivando melhorar a avaliação, a conservação e a recuperação das espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção no país. Até o final do ano, o governo deve estender a proteção a espécies em risco para 26%. Atualmente, o percentual é de 3%. De acordo com o diretor de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Marcelino, um plano de ação define as estratégias de redução de riscos e de recuperação de uma espécie. “O plano também cria um calendário de ações e condições para avaliar o que está sendo executado e que ações estão sendo eficientes para a proteção”, afirma Marcelino. Apesar do esforço, os resultados apresentados pelo Brasil estão muito aquém dos compromissos assumidos pelo país no âmbito da Convenção
sobre Diversidade Biológica, o mais importante acordo internacional para a proteção da fauna e da flora do planeta. “Não cumprimos a meta de ter planos de ação para todas as espécies, mas estamos repactuando essa meta para atingir 100% das espécies em 2014”, acrescenta. O diretor reconhece que, mais do que criar os planos de ação, o desafio é colocá-los em prática. Ele defende que a conservação da biodiversidade seja considerada uma questão central na definição de políticas e de investimentos do governo. “O Brasil vai crescer muito nos próximos anos e isso causa impacto à biodiversidade. Nossa missão é compatibilizar os dois interesses. O ICMBio não é um órgão de obstáculo ao crescimento. Queremos o crescimento, mas de forma compatível com a conservação”, alega. Dono da maior biodiversidade do planeta, o Brasil tem 629 espécies ameaçadas de extinção.
Ministro propõe políticas integradas para desenvolvimento rural sustentável Agência Brasil
A importância de uma agricultura social, econômica e ambientalmente sustentável para um novo ciclo de desenvolvimento foi o tema debatido nesta quarta-feira no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). A necessidade de políticas integradas foi um consenso entre o participantes. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, destacou que é fundamental uma agricultura diversificada voltada para a exportação e outra para a agricultura familiar, além de se alterar a idéia de uma agricultura produtiva e outra atrasada. “A gente descobriu que o Brasil não é um país dos grandes ou dos pequenos. Fomos capazes de tirar da invisibilidade populações como as extrativistas e incorporá-las à economia brasileira. Este setores não precisam de políticas
sociais, mas econômicas. A renda média no campo cresceu 30% e a renda média nacional cresceu 11% entre 2002, e 2008, segundo a Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios] ”, destacou o ministro. Cassel ressaltou também que os desafios do século 21 passam pela resolução de três agendas: a da segurança alimentar, das mudanças climáticas e da mudança da matriz energética, que estão diretamente ligadas com o desenvolvimento rural sustentável. “O Brasil tem um papel importante para contribuir com estes três temas. O mundo precisará produzir até 2025 70% mais alimentos. Apenas a África e o Brasil podem agregar alimentos, os demais países esgotaram sua capacidade e isto representa uma ampliação do mercado para o Brasil”, afirmou.
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Especialista aponta relação entre aumento das queimadas e expansão rural O coordenador do Centro Nacional de Prevenção aos Incêndios Florestais (Prevfogo) em Mato Grosso, Cendi Ribas Berni, afirmou que o período de seca e a expansão rural são os principais responsáveis pelos mais de 12 mil focos de incêndios registrados no mês de agosto em todo país. Segundo ele, é preciso uma mudança de pensamento sobre o meio ambiente. “Esse ano está sendo muito seco e, associada a isso, temos a expansão rural com a abertura de novas áreas. O fogo é a maneira mais barata de expandir territórios. Estamos vivendo um momento como em 2007, com essas duas características, a seca e a expansão rural afetando o meio ambiente”, disse hoje (20) o coordenador, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia. O Prevfogo é ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Desde janeiro até ontem (19) foram registrados 33.177 mil focos de incêndio no Brasil. Isso equivale a um aumento de 100% em comparação com o mesmo período de 2009. Nos últimos cinco anos, o maior número de focos de incêndio nesse período
foi registrado em 2007, 59.915, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ). Desde 2004, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia desenvolve um experimento para apontar transformações na Floresta Amazônica por causa dos incêndios. Um espaço de 150 hectares no nordeste de Mato Grosso foi dividido em três partes iguais. Da área total, 50 hectares não sofrem queimadas, 50 são queimados anualmente e 50 são queimados a cada três anos. A pesquisa mostra, até agora, que a mortalidade de árvores nas áreas queimadas é 80% maior do que naquelas onde não ocorrem incêndios. Outro dado é que nos locais de queimada houve uma diminuição de 50% na quantidade de espécies em relação às florestas que não foram afetadas pelo fogo. Segundo o Ipam, antes da queima, os pesquisadores coletam diversos tipos de informações como espécies de árvores, quantidade de galhos e folhas espalhados e também sobre alguns grupos de animais como insetos e pequenos mamíferos. Agência Brasil
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RECURSOS HÍDRICOS
Portal apresenta informações sobre águas de superfície Até 2015, investimentos no programa alcançarão R$ 95 milhões Para ampliar o conhecimento sobre a qualidade dos recursos hídricos superficiais no Brasil, a ANA (Agência Nacional de Águas) lançou o PNQA (Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas). Além de disseminar o conhecimento sobre as águas de superfície no Brasil, o programa pretende debater políticas públicas em questão que visam recuperar a qualidade ambiental dos rios e reservatórios, principalmente aliando iniciativas em conjunto com os órgãos gestores estaduais, para ampliar a Rede Nacional de Monitoramento. Atualmente, dez estados – Pará, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe, Paraná e Roraima – já assinaram o termo de cooperação para integrarem o programa. Para toda a implementação, estima-se o investimento de R$ 95 milhões, até 2015. Durante o lançamento do PNQA, também foi assinado
acordo de doação de U$ 800 mil do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para a ANA. De acordo com o diretor da agência, Paulo Varela, os outros recursos virão do próximo Plano Plurianual da União, que terá dotação orçamentária para águas de superfície. Para divulgar essas informações, o programa conta com um espaço virtual, o portal http://pnqa.ana.gov.br, no qual é possível intercambiar conhecimento sobre a situação da qualidade das águas
no país. No site, é possível consultar a relação das instituições que participam do PNQA, encaminhar solicitações, sugestões, dúvidas e reclamações ou ainda fazer pesquisas específicas. O usuário também pode acessar rapidamente o Servidor de Mapas do Portal, escolhendo o estado de interesse em um mapa interativo. Nessa área, estão disponíveis mapas dinâmicos para visualização da temática selecionada.
Ibama proíbe a caça de espécies que afetem a agricultura Uma instrução normativa, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (18), revogou uma norma do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que autorizava o controle populacional do javali, por meio de captura e abate. O javali e seus híbridos
exóticos são considerados animais invasores e nocivos às espécies nativas, aos seres humanos, ao meio ambiente e, principalmente, à lavoura agrícola. Por isso, o controle é autorizado em caráter emergencial e circunstancial, em algumas ocasiões, para preservar as safras. A instrução normativa pre-
vê ainda um grupo de trabalho, que terá de apresentar e definir propostas para melhorar a eficiência do controle e elaborar alternativas para minimizar os impactos desses predadores. O grupo terá representantes das superintendências do Ibama nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Acre, Maranhão, de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e da Bahia. O desequilíbrio populacional das espécies é resultado do desmatamento realizado para dar lugar ao cultivo agrícola. A devastação retira as condições de sobrevivência dos predadores naturais, principalmente gaviões e corujas. Sem eles, e com grande oferta de alimento disponível nas lavouras, as espécies encontraram as condições ideais para sobreviver. Agência Brasil
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Transporte Número de caminhoneiros que fizeram cadastramento obrigatório ainda é baixo O número de transportadores rodoviários de carga que fizeram a atualização obrigatória de dados entre março e julho deste ano é considerado baixo pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O registro nacional é obrigatório para todos os transportadores rodoviários de carga, exceto os que conduzem mercadoria própria. A multa para quem não atualizar os dados varia entre R$ 500 e R$ 5 mil. “Apenas 25% atualizaram. Percebemos que eles não estão comparecendo para fazer o recadastramento, por isso a gente precisa divulgar, fazer com que eles tenham consciência da necessidade disso”, afirmou o superintendente de
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, Dias destacou que, durante a última vistoria dos veículos de carga e de documentação, realizada na semana passada, os caminhoneiros foram instruídos sobre a renovação dos dados. “O objetivo é fiscalizar, mas também orientar aqueles que estão ainda com data por se recadastrar para que regularizem a situação com a ANTT”, disse o superintendente. Outra operação com o mesmo intuito deve acontecer ainda este ano.
O endereço dos postos credenciados, o prazo e a lista de documentos a serem apresentados para recadastramento de caminhoneiros está disponível no site da agência (www.antt.gov.br).
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Deputados pedem compromisso de presidenciáveis com trânsito seguro
fiscalização da ANTT, José Glauco Dias.
Agência Brasil
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Deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e da Comissão de Viação e Transportes cobrarão dos candidatos à Presidência da República medidas de combate à violência no trânsito. Os parlamentares lançaram hoje o “Manifesto pela Redução de Mortes e Lesões no Trânsito - Uma Década de Ações para a Segurança Viária”, documento enviado há duas semanas a todos os coordenadores de campanha dos candidatos.
putado Milton Monti (PR-SP), lembrou que o Brasil registra mais de 35 mil mortes por ano no trânsito. O manifesto contém 14 sugestões aos candidatos. Uma delas é a definição de um plano nacional de redução de mortes e lesões no trânsito, a ser financiado com recursos arrecadados com as multas nas estradas. Albuquerque já apresentou um projeto de lei (PL 5525/09) que prevê a criação desse plano.
“Espero que, até a próxima semana, eles possam assumir ou não o compromisso com essa causa. É um trabalho não apenas simbólico, mas de colocar essa questão na ordem do dia”, afirmou o presidente da frente, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). Segundo o parlamentar, a frente vai divulgar em seu site (www.frentetransitoseguro. com.br) os candidatos que se manifestarem a favor e contra o documento. O presidente da Comissão de Viação e Transportes, de-
O manifesto também sugere que o País adote uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que 1/3 dos condutores sejam fiscalizados anualmente, especialmente por meio do teste do bafômetro. Outra proposta é a realização de campanhas educativas de trânsito permanentes, com a participação de governos estaduais e municipais, de organizações não governamentais e da população em geral.
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Falta frio na distribuição de hortifrutis na Grande São Paulo
Expresso corujão e Fique isolação térmica para atento: pequenas distâncias
Alternativas mais baratas de conservação de temperatura, como isolantes térmicos, ainda são maioria nos veículos de transporte de FLV
Como a maioria dos veículos não atendem as exigências do transporte de produtos perecíveis, muitos motoristas fazem o percurso no período da noite, horário em que as temperaturas são mais amenas. Apesar de fugir um pouco do calor do dia, a prática não é a ideal. Quando a distância é maior, não dá para arriscar. José Antonio Pessim, que trabalha na área de compras dos Supermercados Tome Leve, que fica em Barretos, interior de São Paulo, carrega frutas e legumes em caminhões refrigerados. A temperatura no interior dos baús fica em torno de 80C a 120C.
Carolina de Scicco De São Paulo
A cadeia do frio tem papel essencial para alguns produtos agrícolas brasileiros e é fundamental para a boa manutenção das propriedades organolépticas de frutas, verduras e legumes, ou seja, características que podem ser percebidas pelos sentidos humanos e que diferencia o FLV para venda in natura do processado ou do que será descartado. Diversos setores do agronegócio nacional enfrentam problemas em decorrência da ausência dessa cadeia do frio e milhares de toneladas de produtos frescos se perdem no caminho da plantação até a chegada às gôndolas de supermercados e feiras. A frota de veículos da cidade de São Paulo que transporta produtos perecíveis é imensa e pode ser percebida pelos adesivos colados em caminhões e furgões, mas a quantidade de baús e carrocerias refrigerados é ínfima. No interior da Ceagesp, caminhões refrigerados são normalmente utilizados por empresas que trabalham com exportação e importação. Os veículos responsáveis pela distribuição de hortifrutis na Grande São Paulo, em sua maioria, contam apenas com isolação térmica, ou seja, uma placa, geralmente de isopor, colocada em todo o interior que reveste o compartimento de carga. Algumas empresas, ainda, revestem o interior do veículo com madeira, como explica Elton Teixeira, que transporta produtos hidropônicos da cidade de Itapecirica da Serra para o Entreposto de São Paulo. “Além do isopor, instalamos a madeira, já que ela é considerada um dos melhores isolantes térmicos”, explica ele, que trabalha com um caminhão Volks 13-180. A principal causa da falta de veículos preparados para este tipo de carga, segundo os transportadores, é o alto custo do equipamento comparado com o valor do hortifruti. Sem capital para investir em baús refrigerados, suas mercadorias são ainda mais desvalorizadas ou descartadas antes de serem expostas para a venda. Atualmente, com o aumento do consumo de FLV in natura e com as constantes exigências do consumidor final, algumas empresas fizeram o investimento e só trabalham com veículos refrigerados, como a All Green, que retira os hortifrutis diretamente do produtor, armazena em câmaras frias e transporta para restaurantes, hospitais, cozinha industrial e hotéis. “Com a adoção da rastreabilidade, alguns clientes verificam a temperatura dos alimentos na hora em que a mercadoria está sendo entregue. Trabalhamos com caminhões e furgões refrigerados e com uma Kombi isotérmica, para casos de emergência”, explica Hugo Lambert, sócio-diretor.
Alguns atacadistas e compradores do Entreposto de São Paulo defendem que somente a isolação térmica é eficaz para percorrer pequenas distâncias. “Compramos os produtos em Mogi das Cruzes, portanto o revestimento de isopor mantém a temperatura das verduras no inte-
rior do veículo. As entradas e saídas de ar nas laterais do baú garantem a circulação e um ambiente mais fresco”, diz Marcelo Aparecido de Miranda, atacadista da Takoish. Ele enfatiza também que a empresa utiliza Sprinters com isolamento térmico que vem de fábrica e alguns alimentos ainda mais frágeis, como rúcula e brócolis ninja, são transportados em caixas de isopor forradas de gelo. Carrocerias de pequenas vans também se aproveitam do ar-condicionado ligado na cabine para manter o ar fresco. Apesar de estar a menos de 10 minutos da Ceagesp, a empresa Snack Point utiliza uma Van da Volkswagen com isolação térmica de isopor e alumínio para o transporte de hortifrutis. “Quando eu ligo o ar lá na frente, a temperatura se espalha pelo interior do veículo e garante o frescor por mais tempo”, garante Erivan Barbosa, responsável pelas compras da hamburgueria.
• Os materiais utilizados no isolamento térmico devem ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); • Procure fazer uma boa distribuição dos produtos dentro do veículo para que o ar circule;
MONTADORAS
Mercedes lança caminhão que privilegia tecnologia e espaço
• Verifique a temperatura ideal da carga que está carregando e procure establilizá-la; • É proibido transportar no mesmo compartimento de um veículo substâncias estranhas que possam contaminar o alimento; • No exterior do veículo deve constar os dizeres “Transporte de Alimentos Perecíveis” e os dados da empresa.
Mercedes-Benz do Brasil acaba de lançar no mercado brasileiro o extrapesado Actros 2546 LS, nas versões 4x2, 6x2, 6x4 e 8x4, ampliando para 21 modelos sua oferta de produto no segmento. A linha é equipada com motor monoturbo de 12 litros V6 e 456 cv de potência. Para completar o trem de força foi adotado como item de série o câmbio G330 PowerShift de 12 velocidades totalmente automatizado, sem pedal de embreagem e com joystick no lugar da alavanca de trocas e eixo traseiro do Axor. Em termos de tecnologia, o Actros oferece equipamentos de série como freio ABS, controle eletrônico de estabilidade (ASR), suspensão pneumática no eixo traseiro e ar condicionado. Outros itens disponíveis são sistema ativo de frenagem, controle de proximidade e de orientação de faixa, retarder de cinco estágios e ar condicionado noturno, que funciona mesmo com o motor desligado. O Actros é oferecido com três configurações de cabine: Conforto, Megaspace Conforto e Megaspace Segurança, com preços que vão de R$ 370 a R$ 440 mil. Junto com o lançamento, a MercedesBenz colocou à disposição de seus clientes um serviço de pós-vendas com três opções de pacotes de revisão, socorro 24 horas e uma gama de 5 mil peças genuínas para reposição, sendo que algumas são intercambiáveis com o modelo Axor. Nova fábrica O novo Actros será importado da Alemanha até 2012, quando de acordo com as estratégias da Mercedes-Benz será inaugurada nova unidade fabril em Juiz de Fora/MG, com capacidade de produzir até 15 mil modelos por ano. Até lá, o índice de nacionalização do caminhão, que começa com cerca de 40%, aumentará gradativamente. Hoje a montadora conta com a planta de São Bernardo do Campo/SP, aonde produz 65 mil unidades anualmente, com investimentos para aumentar para 75 mil. Pelo Brasil, os clientes da marca contam com 200 concessionárias e 40 pontos de assistência especializados na linha extrapesada Axor e Actros.
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Falta frio na distribuição de hortifrutis na Grande São Paulo
Expresso corujão e Fique isolação térmica para atento: pequenas distâncias
Alternativas mais baratas de conservação de temperatura, como isolantes térmicos, ainda são maioria nos veículos de transporte de FLV
Como a maioria dos veículos não atendem as exigências do transporte de produtos perecíveis, muitos motoristas fazem o percurso no período da noite, horário em que as temperaturas são mais amenas. Apesar de fugir um pouco do calor do dia, a prática não é a ideal. Quando a distância é maior, não dá para arriscar. José Antonio Pessim, que trabalha na área de compras dos Supermercados Tome Leve, que fica em Barretos, interior de São Paulo, carrega frutas e legumes em caminhões refrigerados. A temperatura no interior dos baús fica em torno de 80C a 120C.
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A cadeia do frio tem papel essencial para alguns produtos agrícolas brasileiros e é fundamental para a boa manutenção das propriedades organolépticas de frutas, verduras e legumes, ou seja, características que podem ser percebidas pelos sentidos humanos e que diferencia o FLV para venda in natura do processado ou do que será descartado. Diversos setores do agronegócio nacional enfrentam problemas em decorrência da ausência dessa cadeia do frio e milhares de toneladas de produtos frescos se perdem no caminho da plantação até a chegada às gôndolas de supermercados e feiras. A frota de veículos da cidade de São Paulo que transporta produtos perecíveis é imensa e pode ser percebida pelos adesivos colados em caminhões e furgões, mas a quantidade de baús e carrocerias refrigerados é ínfima. No interior da Ceagesp, caminhões refrigerados são normalmente utilizados por empresas que trabalham com exportação e importação. Os veículos responsáveis pela distribuição de hortifrutis na Grande São Paulo, em sua maioria, contam apenas com isolação térmica, ou seja, uma placa, geralmente de isopor, colocada em todo o interior que reveste o compartimento de carga. Algumas empresas, ainda, revestem o interior do veículo com madeira, como explica Elton Teixeira, que transporta produtos hidropônicos da cidade de Itapecirica da Serra para o Entreposto de São Paulo. “Além do isopor, instalamos a madeira, já que ela é considerada um dos melhores isolantes térmicos”, explica ele, que trabalha com um caminhão Volks 13-180. A principal causa da falta de veículos preparados para este tipo de carga, segundo os transportadores, é o alto custo do equipamento comparado com o valor do hortifruti. Sem capital para investir em baús refrigerados, suas mercadorias são ainda mais desvalorizadas ou descartadas antes de serem expostas para a venda. Atualmente, com o aumento do consumo de FLV in natura e com as constantes exigências do consumidor final, algumas empresas fizeram o investimento e só trabalham com veículos refrigerados, como a All Green, que retira os hortifrutis diretamente do produtor, armazena em câmaras frias e transporta para restaurantes, hospitais, cozinha industrial e hotéis. “Com a adoção da rastreabilidade, alguns clientes verificam a temperatura dos alimentos na hora em que a mercadoria está sendo entregue. Trabalhamos com caminhões e furgões refrigerados e com uma Kombi isotérmica, para casos de emergência”, explica Hugo Lambert, sócio-diretor.
Alguns atacadistas e compradores do Entreposto de São Paulo defendem que somente a isolação térmica é eficaz para percorrer pequenas distâncias. “Compramos os produtos em Mogi das Cruzes, portanto o revestimento de isopor mantém a temperatura das verduras no inte-
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Mercedes-Benz do Brasil acaba de lançar no mercado brasileiro o extrapesado Actros 2546 LS, nas versões 4x2, 6x2, 6x4 e 8x4, ampliando para 21 modelos sua oferta de produto no segmento. A linha é equipada com motor monoturbo de 12 litros V6 e 456 cv de potência. Para completar o trem de força foi adotado como item de série o câmbio G330 PowerShift de 12 velocidades totalmente automatizado, sem pedal de embreagem e com joystick no lugar da alavanca de trocas e eixo traseiro do Axor. Em termos de tecnologia, o Actros oferece equipamentos de série como freio ABS, controle eletrônico de estabilidade (ASR), suspensão pneumática no eixo traseiro e ar condicionado. Outros itens disponíveis são sistema ativo de frenagem, controle de proximidade e de orientação de faixa, retarder de cinco estágios e ar condicionado noturno, que funciona mesmo com o motor desligado. O Actros é oferecido com três configurações de cabine: Conforto, Megaspace Conforto e Megaspace Segurança, com preços que vão de R$ 370 a R$ 440 mil. Junto com o lançamento, a MercedesBenz colocou à disposição de seus clientes um serviço de pós-vendas com três opções de pacotes de revisão, socorro 24 horas e uma gama de 5 mil peças genuínas para reposição, sendo que algumas são intercambiáveis com o modelo Axor. Nova fábrica O novo Actros será importado da Alemanha até 2012, quando de acordo com as estratégias da Mercedes-Benz será inaugurada nova unidade fabril em Juiz de Fora/MG, com capacidade de produzir até 15 mil modelos por ano. Até lá, o índice de nacionalização do caminhão, que começa com cerca de 40%, aumentará gradativamente. Hoje a montadora conta com a planta de São Bernardo do Campo/SP, aonde produz 65 mil unidades anualmente, com investimentos para aumentar para 75 mil. Pelo Brasil, os clientes da marca contam com 200 concessionárias e 40 pontos de assistência especializados na linha extrapesada Axor e Actros.
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Agosto 2010
l JORNAL ENTREPOSTO
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