Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, setembro de 2010 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - No 124 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
O Jornal Entreposto está na
Ministra anuncia verba para banco de alimentos da Ceagesp
ELEIÇÕES 2010
Conheça os candidatos à Presidência Pág. A2
FRUIT & TECH
27 a 29 de setembro das 11 às 20 horas
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Proibição a caminhões na Marginal Pinheiros afeta a Ceagesp Permissionários e compradores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo encontram dificuldades em chegar ao mercado de frutas, verduras e legumes depois que a prefeitura proi-
biu a circulação de veículos pesados na importante via da cidade. Como alternativa, usuários desviam por bairros residenciais e chegam a percorrer 50 quilômetros a mais em suas viagens.
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CET vai proibir veículos pesados em quatro vias do Morumbi
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Vendas de caminhões registram alta desde o início do ano
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Conheça o Mercabarna em Barcelona, um dos mais modernos entrepostos da Europa
Consumo de pescados cresce 40% no Brasil
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Fique atento ao horário de verão
* Preço de referência do mês de agosto l 2010 - Expectativa para setembro l 2010
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Tecnologias evitam o uso do fogo na agricultura
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Repolho Liso
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Melão Amarelo
Pimentão Verde
Produção integrada ajuda a reduzir custos e conservar meio ambiente
O horário de verão deste ano começa no dia 17 de outubro e termina no dia 20 de fevereiro de 2011. Neste período, os moradores das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste terão que adiantar o relógio em uma hora. A medida é adotada sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda por energia, que é resultado do calor e do crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Neste período, os dias têm maior duração por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada. O Ministério de Minas e Energia estima que o país economizará cerca de 5% no consumo de energia elétrica durante o período em que o novo horário vigorar.
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Plantio direto e re�lorestamento Empresas brasileiras valorizam são alternativas para efeitos do ações de sustentabilidade aquecimento na agricultura ambiental, revela pesquisa
Preenchimento da NF do Produtor Capítulo IV
R$ 3,63
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Setembro 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
ELEIÇÕES 2010
ARTIGO
Conheça os candidatos
Confecção da lista de candidatos
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil tem mais de 135 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições que ocorrem no próximo dia 3 de outubro, quando os brasileiros escolherão os políticos que irão representar a população pelos próximos quatro anos.
Prof. J. Vasconcelos* Para ajudar o leitor na decisão, o JE publica abaixo a biografia e informações dos três candidatos à Presidência da República mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto.
ABr
Na Democracia Representativa, a lista dos candidatos aos parlamentos é preparada pelos partidos políticos. Essas agremiações adotam como critérios: lideranças sindicais, lideranças religiosas, indivíduos com destaque na mídia e elementos que possam dispender recursos econômicos na campanha e no partido. Preenchendo esses requisitos, qualquer coisa é válida e não são mais exigidos outros atributos, como: honestidade, capacidade, humanitarismo, trabalhos intelectuais e de pesquisas, idealismo, etc. De sorte que, não importa que entre os candidatos possam surgir personalidades bizarras ou nocivas à sociedade. O que os qualificou foram as condições de atração de eleitores aos seus nomes. Assim, temos: Tiririca, Boca Nervosa, Mulher Pera, Tati Quebra-Barraco e outros que se apresentam em situação hilariante ou de deboche aos próprios eleitores.
Candidata: Dilma Rousseff Partido: PT Data de nascimento: 14/12/1947 Naturalidade: Belo Horizonte – MG Formação: Economista Principais cargos: Secretária de Minas e Energia do RS (1999-2002), ministra de Minas e Energia (2003-2005) e ministrachefe da Casa Civil (2005-2010) Eleições: nenhuma Site oficial: www.dilmanaweb.com.br
Candidato: José Serra Partido: PSDB Data de nascimento: 19/03/1942 Naturalidade: São Paulo – SP Formação: Economista Principais cargos: Presidente da UNE (6364), ministro do Planejamento (95-96), ministro da saúde (1998-2002) Principais eleições: Presidência em 2002, prefeito de SP em 2004, governador de SP em 2006 Site oficial: www.joseserra.psdb.org. br/home
Candidata: Marina Silva Partido: PV Data de nascimento: 08/02/1958 Naturalidade: Breu Velho – Acre Formação: Historiadora Principal cargo: Ministra do Meio Ambiente (2003-08) Eleições: Vereadora de Rio Branco (1988), deputada estadual do AC (1990), senadora (1994 e 2002) Site oficial: www.minhamarina.org.br
Dilma Rousseff tem uma trajetória marcada pela militância política. Na juventude, foi presa e torturada por fazer oposição à ditadura militar. Na década de 70, depois de quase três anos presa, passou a viver no Rio Grande do Sul, onde engajou-se na campanha pela anistia e ajudou a fundar o PDT.
A carreira política de José Serra começou na militância estudantil nos anos 60, quando estava na universidade e foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Com o golpe militar, deixou o país e ficou exilado no Chile e nos Estados Unidos. Depois de 14 anos no exílio, Serra retornou ao Brasil e passou a lecionar no curso de economia da Universidade de Campinas (Unicamp). Nos anos 80, tornou-se secretário estadual de Planejamento no governo do peemedebista Franco Montoro (que morreu em 1999). Em 1986, ele foi eleito deputado federal por São Paulo pelo PMDB e participou da Assembleia Nacional Constituinte.
A candidata do PV, Marina Silva, deu seus primeiros passos nos movimentos social e sindical ao lado de Chico Mendes, líder seringueiro assassinado em Xapuri, em 1988. Antes de chegar ao Senado, em 1994, foi vereadora em Rio Branco e deputada estadual pelo PT. Alfabetizada apenas na adolescência, é formada em história pela Universidade Federal do Acre e pós-graduada em psicopedagogia.
Foi também no Sul do país que começou a carreira de gestora pública. Em 1986, foi nomeada secretária da Fazenda de Porto Alegre, na administração de Alceu Collares. Nos anos 90, assumiu a presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Depois, comandou a secretaria estadual de Minas e Energia. Em 2001, integrou o grupo que saiu do PDT para se filiar ao PT, partido pelo qual disputará, em outubro, a Presidência da República. Dilma ingressou no governo Lula em 2003, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia. Entre outras ações, implantou um novo modelo para o setor. Dois anos depois, passou a chefiar a Casa Civil. No comando da pasta, gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - o que lhe rendeu o título de “mãe do PAC” - e se tornou uma das ministras mais importantes do governo Lula. Em abril deste ano, saiu da Casa Civil para tentar ser a sucessora de Lula no Palácio do Planalto. Antes disso, em 2009, passou por um tratamento para câncer no sistema linfático.
Dois anos depois, ajudou a fundar o PSDB. Em 1990, conquistou o segundo mandato na Câmara dos Deputados. Na eleição seguinte, assumiu a vaga de senador. Licenciado do Senado, Serra comandou os ministérios do Planejamento (em 1995 e 1996) e da Saúde (de 1998 a 2002) na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Na primeira pasta, desenvolveu programa de execução de obras do governo federal em parceria com estados e prefeituras. Na saúde, a administração dele foi marcada pela implantação do programa de combate à aids – que serviu de modelo para outros países e teve reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2002, concorreu ao posto mais alto do país, o de presidente da República. Porém, perdeu a disputa para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Após dois anos, foi eleito prefeito de São Paulo. Em 2006, assumiu o governo estadual, eleito em primeiro turno. No início deste ano, renunciou ao posto para ser o pré-candidato dos tucanos à Presidência da República nas eleições de outubro.
Marina começou a carreira política em seu estado, em 1984. Sua trajetória é marcada por defender o crescimento sustentável, com proteção do meio ambiente. No Acre, ela foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Chegou ao Senado com 36 anos, como a mais jovem senadora do país. Agora, parte para um desafio maior: disputar a Presidência da República pela primeira vez. Marina comandou o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula de 2003 até 2008, quando deixou o cargo. No ano passado, depois de quase 30 anos de filiação, saiu do PT e ingressou no Partido Verde. À época, disse discordar da proposta do partido de priorizar o desenvolvimento em detrimento da preservação ambiental. Em 2007, Marina Silva integrou a lista das 50 pessoas mais influentes para ajudar a salvar o planeta, feita pelo jornal britânico The Guardian.
Todavia, colocando de lado esses personagens excêntricos, verifica-se que a concentração de candidatos fica restrita a jogadores de futebol, personagens conhecidas da televisão, cantores, comediantes e músicos populares e pregadores impetuosos de crenças religiosas. A um espectador desavisado, pode até parecer democrático, porquanto entre estes indivíduos constam muitos ex-favelados e pessoas vindas da pobreza. Mas vale uma correção: não se tratam, de forma alguma, de cidadãos comuns, pois estão nos degraus da fama e da riqueza. Podem ter nascidos pobres, porém hoje representam pessoas acima dos demais, com privilégios e recursos. Não raciocinam como aqueles que enfrentam a costumeira burocracia dos serviços públicos, o sofrimento dos transportes e do trânsito, as necessidades da saúde e da segurança, os arrochos fiscais ou a escassez dos rendimentos. Ou seja, aquele pobre ou favelado que tem grandes qualidades e inteligência, mas que não se integra no quadro exigido pelos partidos políticos está nesse caso excluído. De fato, à primeira vista, constata-se que os cidadãos comuns são excluídos da lista de candidatos. Professores, cientistas, pesquisadores, estudiosos, publicitários, médicos, advogados, engenheiros, operários e camponeses, que não dispõem de grandes recursos econômicos e de fama, são totalmente eliminados; e geralmente indivíduos dedicados aos estudos e pesquisas não têm tempo nem carisma para aparecer nas massas populares. Logicamente a seleção de candidatos tende a cair em pessoas despreparadas, com pouco estudo e sofrível leitura. Não é certamente uma boa, sabendo-se que os candidatos eleitos irão discutir assuntos demasiadamente complexos que estabelecerão os destinos de gerações numa sociedade. Essas figuras enfrentarão decisões de profunda natureza filosófica e cientifica. Resolverão sobre a natureza, o ambiente, os recursos naturais, a direção da nação, do planeta, sobre a população e o seu crescimento, família, enfim, sobre tudo. Além dessa forma antidemocrática e primitiva de seleção dos candidatos, ainda vale saber sobre o processo interno realizado nos partidos políticos, o qual acelera mais ainda o ritmo antidemocrático. Nos partidos, apenas poucos decidem sobre as listas, talvez uma meia dúzia; em alguns casos a decisão é somente de um indivíduo, o marechal da legenda. Os filiados apenas convalidam as listas manipuladas pelos chefões dessas organizações. Em palavras finais, aos eleitores são empurradas listas já previamente preparadas por uma ínfima minoria, atendendo especificadamente interesses políticos dos dirigentes partidários e sobre nomes de gente na expectativa de poderem proporcionar objetivos de marketing eleitoral ou de benefícios financeiros aos respectivos partidos políticos. Estão absolutamente excluídos milhões de cidadãos, mesmo que estes possam ter os mais relevantes atributos para o desempenho dos cargos parlamentares. Milhões, portanto, jamais podem pleitear tais candidaturas. Isto, por conseguinte, não é democracia, mas uma simples oligarquia moderada, que tende ao primitivismo e regresso intelectual. Esta é a razão da doutrina da Democracia Pura não ter listas de candidatos, nem partidos políticos e tão pouco eleições primitivas. O pleito de cargos em comitês e conselhos da sociedade é oferecido pela democracia pura a todos os cidadãos comuns. Estes podem se candidatar livremente sem passar pelo crivo de chefias partidárias. Basta acionar a Internet se auto-registrando na Central Programada. Eleitor: não desperdice seu voto. A participação popular está diretamente ligada a atitude de cidadania e interesses da comunidade. * Prof J. Vasconcelos é advogado e autor do livro “Democracia Pura” (Ed Nobel) - www.democraciapura.com.br
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OS EQUIPAMENTOS DESCRITOS NAS FOTOS E TEXTOS SÃO OPCIONAIS E PODEM OU NÃO ESTAR DISPONÍVEIS NAS VERSÕES APRESENTADAS NESTE ANÚNCIO. IMAGENS SOMENTE PARA FINS ILUSTRATIVOS.
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Setembro 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Setembro 2010
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PRIMAVERA
Feira de Flores da Ceagesp tem diversidade, qualidade e preços atrativos na primavera Os consumidores podem economizar, no mínimo, 20% nas suas compras na Feira de Flores do Entreposto Terminal São Paulo
Considerada a maior do País e uma das maiores do mundo no gênero, a Feira de Flores da Ceagesp está ainda mais colorida com a chegada da Primavera. Durante a estação, 70% dos tipos de flores comercializados são mais propícios nesse período. “Neste ano, a falta de geadas nas regiões produtoras contribui ainda mais com a produção. A tendência é ainda de mais variedades e preços atrativos, seguindo o crescimento de 12% na comercialização no mês de agosto”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. Gérbera, orquídea, rosa, boca-deleão, copo-de-leite, estrelícia, violeta, lírio, dália e girassol são ótimas opções para a Primavera. As rosas nacionais podem ser encontradas a partir de R$ 5, o maço com 30 unidades, enquanto 20 unidades das rosas colombianas saem a partir de R$ 25. Outras sugestões de flores de corte são o lírio, de R$ 15 a R$20 o maço, o cravo por R$ 15 e o crisântemo por R$ 10. Para quem procura flores de vaso, as dicas são as orquídeas, nas variedades dendrobium, a partir de R$ 10, e phalaenopsis, a partir de R$ 17. Azaléia, caixa com seis vasos nº 13, pode ser encontrada a R$ 25; já a caixa com 12 vasos nº 9 sai por R$ 20, enquanto as mudas para jardim estão a partir de R$ 15 a caixa com 15. A Feira é montada em uma área com mais de 20 mil m², onde são comercializados plantas, flores, grama, mudas, vasos, acessórios e artesanato, no atacado e no varejo. Os produtos têm origem no Estado de
São Paulo e são cultivados nas cidades de Holambra, Mogi das Cruzes, Cotia, Bragança, entre outros municípios. Pela companhia, que distribui flores para praticamente todo o Brasil e também para países do Mercosul, entre outros, passam cerca de 4 mil toneladas de flores de corte e de vaso, que geram receitas mensais de R$ 20 milhões. A Feira de Flores também é realizada no interior, nas unidades da Ceagesp em Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba
Ibirapuera recebe Festival Internacional de Jardins
Um dos mais importantes eventos de paisagismo do mundo, o Festival Internacional de Jardins de Chaumont-surLoire, ganha pela primeira vez versão fora da França, produzida pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Brasil. O Festival começou a partir do dia 22 de setembro (quarta-feira), às 10h, coincidindo com o dia inicial da primavera no hemisfério Sul. Com curadoria de Felipe Chaimovich e cocuradoria de Chantal Colleu-Dumond, em colaboração da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo e do Domaine de Chaumont-sur-Loire, o Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera traz nove jardins projetados por paisagistas franceses, entre eles Louis Benech e Florence Mercier, e por artistas brasileiros como Ernesto Neto e Beatriz Milhazes. O tema da curadoria é a alimentação, que foi interpretado pelos participantes em dois sentidos: alimentação do corpo ou do espírito. A abertura contou uma breve apresentação acompanhada de café-da-manhã nas dependências do museu. Na sequência, será aberta a visitação aos jardins. O patrocinador exclusivo do Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera é a Fundação Nestlé Brasil.No dia seguinte foi realizada uma mesa-redonda debatendo temas relativos ao Festival com seus curadores, sob mediação de Magnólia Costa. O Festival expõe nove jardins com 200 m² cada. Eles são distribuídos em volta da marquise projetada por Niemeyer, onde está localizado o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Assim, o museu dá continuidade a sua linha de arte e ecologia, desenvolvida com as exposições de Frans Krajcberg (2008), de Roberto Burle Marx (2009) e com a coletiva Ecológica (2010). O Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire é uma referência internacional em paisagismo, sendo organizado pelo Domaine de Chaumontsur-Loire desde 1992 nas dependências desse museu francês. No Ibirapuera, ficará exposto até o dia 31 de setembro.
Autores e projetos Beatriz Milhazes
Serviço
Feira de Flores CEAGESP Todas as terças e sextas-feiras, das 5h às 10h30 Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 – Vila Leopoldina – Pavilhão MLP Entrada pelo portão 4 (estacionamento pago)
A artista fluminense cria um sol, fonte primeira de vida e alimentação, em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares, totalmente plantados com girassóis. As formas remetem à sinuosidade de seus trabalhos em pintura, imprimindo delicada poesia ao verde do Parque. Christine & Michel Péna O casal de paisagistas criou Le jardin amuse-guele (em livre tradução, O
jardim aperitivo), simulando uma toalha de piquenique que remete a hábitos de alimentação locais. Erik Borja Apropriando-se de símbolos da cultura oriental, o paisagista cria um espaço em que uma estrutura de metal bruto forma o ideograma chinês Hé, que significa cereal, base da alimentação na China. Ernesto Neto & Daisy Cabral Nogueira O jardim do artista carioca chamase Ovogênese, jardim e é delimitado por um caminho sinuoso, cujo desenho forma uma entrada única para o centro do jardim, que visto de cima se assemelha a um feto em gestação. Florence Mercier Planos verticais formados por tecido translúcido resultam numa construção penetrável, cujos caminhos serão cobertos de ardósia. No centro, inacessível ao visitante, serão espalhadas sementes de flores campestres. Louis Benech No formato de um labirinto, o jardim tem estrutura circular dividida por pés de milho, entremeados por árvores frutíferas. No entanto, as árvores e plantas frondosas criam obstáculos para o visitante, como num pomar que se fechasse sobre si mesmo, causando a sensação de estar perdido como nos antigos labirintos de plantas de castelos e afins. Maro Avrabou & Dimitri Xenakis O jardim é composto por estantes metálicas que delimitam um espaço interno para os visitantes andarem como por entre corredores de um supermercado. Nas estantes estão fixadas latas com plantas comestíveis, identificadas por rótulos que figuram a espécie cultivada. Michel Racine & Béatrice Saurel Uma composição de tecidos é delimitada por árvores e cerca vegetal. Os elementos de tecido retomam a tradição europeia de amarrar tiras de roupa de uma pessoa doente numa árvore, pela crença no seu poder de cura. Pazé Os dois conjuntos de mandacarus plantados pelo artista têm esferas vermelhas com iluminação interna, mimetizando os frutos naturais dessa planta. Para o artista, esses cactos isolados compõem uma visão fantástica, que contrasta a secura típica da caatinga brasileira com o potencial alimentar do mandacaru.
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JORNAL ENTREPOSTO
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PRIMAVERA
Feira de Flores da Ceagesp tem diversidade, qualidade e preços atrativos na primavera Os consumidores podem economizar, no mínimo, 20% nas suas compras na Feira de Flores do Entreposto Terminal São Paulo
Considerada a maior do País e uma das maiores do mundo no gênero, a Feira de Flores da Ceagesp está ainda mais colorida com a chegada da Primavera. Durante a estação, 70% dos tipos de flores comercializados são mais propícios nesse período. “Neste ano, a falta de geadas nas regiões produtoras contribui ainda mais com a produção. A tendência é ainda de mais variedades e preços atrativos, seguindo o crescimento de 12% na comercialização no mês de agosto”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. Gérbera, orquídea, rosa, boca-deleão, copo-de-leite, estrelícia, violeta, lírio, dália e girassol são ótimas opções para a Primavera. As rosas nacionais podem ser encontradas a partir de R$ 5, o maço com 30 unidades, enquanto 20 unidades das rosas colombianas saem a partir de R$ 25. Outras sugestões de flores de corte são o lírio, de R$ 15 a R$20 o maço, o cravo por R$ 15 e o crisântemo por R$ 10. Para quem procura flores de vaso, as dicas são as orquídeas, nas variedades dendrobium, a partir de R$ 10, e phalaenopsis, a partir de R$ 17. Azaléia, caixa com seis vasos nº 13, pode ser encontrada a R$ 25; já a caixa com 12 vasos nº 9 sai por R$ 20, enquanto as mudas para jardim estão a partir de R$ 15 a caixa com 15. A Feira é montada em uma área com mais de 20 mil m², onde são comercializados plantas, flores, grama, mudas, vasos, acessórios e artesanato, no atacado e no varejo. Os produtos têm origem no Estado de
São Paulo e são cultivados nas cidades de Holambra, Mogi das Cruzes, Cotia, Bragança, entre outros municípios. Pela companhia, que distribui flores para praticamente todo o Brasil e também para países do Mercosul, entre outros, passam cerca de 4 mil toneladas de flores de corte e de vaso, que geram receitas mensais de R$ 20 milhões. A Feira de Flores também é realizada no interior, nas unidades da Ceagesp em Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba
Ibirapuera recebe Festival Internacional de Jardins
Um dos mais importantes eventos de paisagismo do mundo, o Festival Internacional de Jardins de Chaumont-surLoire, ganha pela primeira vez versão fora da França, produzida pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Brasil. O Festival começou a partir do dia 22 de setembro (quarta-feira), às 10h, coincidindo com o dia inicial da primavera no hemisfério Sul. Com curadoria de Felipe Chaimovich e cocuradoria de Chantal Colleu-Dumond, em colaboração da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo e do Domaine de Chaumont-sur-Loire, o Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera traz nove jardins projetados por paisagistas franceses, entre eles Louis Benech e Florence Mercier, e por artistas brasileiros como Ernesto Neto e Beatriz Milhazes. O tema da curadoria é a alimentação, que foi interpretado pelos participantes em dois sentidos: alimentação do corpo ou do espírito. A abertura contou uma breve apresentação acompanhada de café-da-manhã nas dependências do museu. Na sequência, será aberta a visitação aos jardins. O patrocinador exclusivo do Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera é a Fundação Nestlé Brasil.No dia seguinte foi realizada uma mesa-redonda debatendo temas relativos ao Festival com seus curadores, sob mediação de Magnólia Costa. O Festival expõe nove jardins com 200 m² cada. Eles são distribuídos em volta da marquise projetada por Niemeyer, onde está localizado o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Assim, o museu dá continuidade a sua linha de arte e ecologia, desenvolvida com as exposições de Frans Krajcberg (2008), de Roberto Burle Marx (2009) e com a coletiva Ecológica (2010). O Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire é uma referência internacional em paisagismo, sendo organizado pelo Domaine de Chaumontsur-Loire desde 1992 nas dependências desse museu francês. No Ibirapuera, ficará exposto até o dia 31 de setembro.
Autores e projetos Beatriz Milhazes
Serviço
Feira de Flores CEAGESP Todas as terças e sextas-feiras, das 5h às 10h30 Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 – Vila Leopoldina – Pavilhão MLP Entrada pelo portão 4 (estacionamento pago)
A artista fluminense cria um sol, fonte primeira de vida e alimentação, em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares, totalmente plantados com girassóis. As formas remetem à sinuosidade de seus trabalhos em pintura, imprimindo delicada poesia ao verde do Parque. Christine & Michel Péna O casal de paisagistas criou Le jardin amuse-guele (em livre tradução, O
jardim aperitivo), simulando uma toalha de piquenique que remete a hábitos de alimentação locais. Erik Borja Apropriando-se de símbolos da cultura oriental, o paisagista cria um espaço em que uma estrutura de metal bruto forma o ideograma chinês Hé, que significa cereal, base da alimentação na China. Ernesto Neto & Daisy Cabral Nogueira O jardim do artista carioca chamase Ovogênese, jardim e é delimitado por um caminho sinuoso, cujo desenho forma uma entrada única para o centro do jardim, que visto de cima se assemelha a um feto em gestação. Florence Mercier Planos verticais formados por tecido translúcido resultam numa construção penetrável, cujos caminhos serão cobertos de ardósia. No centro, inacessível ao visitante, serão espalhadas sementes de flores campestres. Louis Benech No formato de um labirinto, o jardim tem estrutura circular dividida por pés de milho, entremeados por árvores frutíferas. No entanto, as árvores e plantas frondosas criam obstáculos para o visitante, como num pomar que se fechasse sobre si mesmo, causando a sensação de estar perdido como nos antigos labirintos de plantas de castelos e afins. Maro Avrabou & Dimitri Xenakis O jardim é composto por estantes metálicas que delimitam um espaço interno para os visitantes andarem como por entre corredores de um supermercado. Nas estantes estão fixadas latas com plantas comestíveis, identificadas por rótulos que figuram a espécie cultivada. Michel Racine & Béatrice Saurel Uma composição de tecidos é delimitada por árvores e cerca vegetal. Os elementos de tecido retomam a tradição europeia de amarrar tiras de roupa de uma pessoa doente numa árvore, pela crença no seu poder de cura. Pazé Os dois conjuntos de mandacarus plantados pelo artista têm esferas vermelhas com iluminação interna, mimetizando os frutos naturais dessa planta. Para o artista, esses cactos isolados compõem uma visão fantástica, que contrasta a secura típica da caatinga brasileira com o potencial alimentar do mandacaru.
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AQUICULTURA E PESCA
Consumo de pescados cresce 40% no Brasil País está perto de atingir a quantidade recomendada pela OMS O Ministério da Pesca e Aquicultura divulgou no início do mês os resultados do estudo que revela um aumento no consumo de pescado por pessoa no país. Houve um crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009, o que representou um aumento de 39,78% nos últimos sete anos. A meta, estipulada no programa “Mais Pesca e Aquicultura”, era chegar em 2011 ao consumo de 9 kg por habitante/ano e foi cumprida com pelo menos um ano de antecedência. O novo dado se aproxima do patamar considerado ideal pela OMS (Organização Mundial de Saúde) de 12 kg por habitante/ano. O ministro Altemir Gregolin atribuiu esse resultado às políticas adotadas pelo governo federal para o desenvolvimento da pesca e aquicultura, principalmente com relação ao cultivo de peixes em cativeiro, que vem crescendo de forma significativa nos últimos anos. Ele ressaltou ainda que o aumento da renda média do brasileiro colaborou para esse aumento. No estudo “Consumo Per Capita Aparente de Pescado no Brasil” foi verificado um crescimento médio anual no consumo de pescado em torno de 6% no período analisado. Somente entre 2008 e 2009,
esse aumento chegou a 8%, com um volume total consumido pela população brasileira saindo de 1,5 milhão de toneladas para 1,7 milhão de toneladas. O levantamento buscou também mapear os hábitos de consumo de pescado da população brasileira e revelou que do total consumido no Brasil, 69,4% é produzido aqui e 30,6% vêm de países como Chile, Noruega e Argentina. A pesquisa mostrou ainda que 96% da produção nacional em 2009 foi comercializada no mercado interno e consumida pelos brasileiros e apenas 4% dos produtos foram destinados à exportação. Os países que mais importaram pescado brasileiro foram Estados Unidos, França, Espanha, Japão e Reino Unido. A queda nas exportações se deveu em grande parte à retração do mercado internacional, justificada pela crise financeira mundial, que teve fortes consequências nos EUA e Europa. Nos últimos três anos, entre 2006 e 2009, observa-se uma estabilidade na proporção entre o consumo de produtos nacionais e importados, com 70% para produtos nacionais e 30% importados. O percentual revela que a produção nacional é crescente e tem conseguido manter a proporção na participação do consumo no país.
N Semana do Peixe A divulgação desses números ocorreu durante a 7ª edição da Semana do Peixe. Desde 2004, durante o período (1º a 15 de setembro) é realizada a campanha de incentivo ao consumo de pescado, que conta com a participação de várias redes supermercadistas. Em 2009, houve um aumento médio de até 20% nas vendas de pescados de categorias de produtos complementares durante o período de vigência das promoções.
Para incentivar a participação dos supermercados, a Abras, associação que representa os varejistas, está promovendo, com apoio do Ministério da Pesca, a campanha “A melhor Peixaria do Brasil”, com o intuito de fomentar a criatividade junto ao setor supermercadista no que diz respeito à exposição e divulgação da área de pescado nas lojas brasileiras. Serão premiados o proprietário, o gerente e o encarregado da peixaria.
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Conab vai apoiar atividades pesqueiras em vários portos do país A Conab vai apoiar a atividade pesqueira na Paraíba. Nesta quarta-feira (15), o presidente da estatal Alexandre Aguiar assinou um protocolo de intenções com o ministro da Pesca e Aquicultura (MPA), para a gestão compartilhada do Terminal Pesqueiro Público de Cabedelo, no estado (TPP/ PB). As principais atividades que serão realizadas incluem recepção, beneficiamento, lavagem, classificação, pesagem, armazenamento de pescado fresco e congelado e de iscas, bem como o fornecimento às embarcações de combustível, gelo, energia elétrica. O termo celebrado prevê a transferência de conhecimento técnico de logística, como o apoio às ações de compra, venda e armazenagem do produto. A iniciativa vai se estender também a outros estados brasileiros. Para isso, a Conab já está promovendo estudos dos terminais, para a viabilidade técnica e econômica, também sob a forma de gestão compartilhada com o Ministério da Pesca. “O corpo técnico da estatal já está pronto para prestar todas as orientações que são de sua competência, bem como planejar, organizar e operar os serviços de movimentação e armazenagem”, disse Aguiar. O Terminal - A obra envolvendo o TPP/PB foi realizada com recursos dos governos federal e estadual, com um investimento de mais de R$ 14
milhões que contribuirá para o fortalecimento e dinamização da cadeia produtiva da pesca na região. A área compreende as instalações de apoio à atividade pesqueira, tais como ancoradouros, docas, cais de acostagem, galpão industrial com salas de beneficiamento, câmaras frigoríficas e entreposto comercial. O complexo
dispõe, ainda, de edificações destinadas às atividades administrativas e de apoio, além de sala para os fiscais federais agropecuários, estação de radiocomunicação, uma casa de máquinas para os equipamentos de refrigeração, sala de manutenção e uma subestação de energia elétrica.
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Qualidade
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As frutas da Ceagesp e suas famílias botânicas Conhecer a família botânica da planta pode ajudar a compreender seu comportamento na produção Idalina Lopes Rocha Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A humanidade agrupa, organiza e classifica os diferentes espécimes para conseguir compreender a Natureza. A classificação vegetal organiza as plantas com características semelhantes em divisão, classe, subclasse, ordem, família, gênero e espécie. A família botânica é considerada pelos botânicos a categoria mais importante. Foram caracterizadas as 43 famílias botânicas das frutas e hortaliças comercializadas na Ceagesp em 2009, utilizando os dados levantados pelo Sistema de Informação e Estatística de Mercado (Siem)
da Ceagesp. As 65 frutas levantadas são de 30 famílias botânicas. Algumas famílias botânicas abrangem um grande número de produtos. A Rosaceae é a família botânica com o maior número de frutas (10), seguida pela Rutaceae (8), a Anarcadiaceae (4), a Myrtaceae (4), a Annonace-
Húmus é usado para adubação
Dentre os produtos desenvolvidos por uma pesquisa da Embrapa Clima Temperado, o destaque fica por conta do húmus líquido. Segundo o pesquisador, Gustavo Schiedeck, a utilização de fertilizantes orgânicos alternativos com alto valor nutricional e biológico é uma das principais demandas dos horticultores que optam por uma produção de base ecológica. Ele destaca que a aplicação do húmus de minhoca é complexa em adubações de pós-plantio nos cultivos com cobertura morta, podendo se tornar um agente disseminador de sementes de plantas espontâneas, especialmente quando o esterco é proveniente de diferentes áreas. Devido a este aspecto, Schiedeck defende a aplicação do húmus líquido na adubação orgânica aplicada em hortaliças. Este novo fertilizante é composto principalmente por húmus de minhoca, porém seu diferencial é a adição de água em sua composição. “Para cada 100 litros de húmus líquido, em concentração aproximada de 10% na relação entre sua massa e seu volume, é necessária a utilização de 20 kg de húmus sólido adicionados à água preferencialmente sem cloro”, salientou. Preparada a mistura, o húmus líquido deve ser agitado durante dois ou três dias, pelo menos uma vez a cada 24 horas, para que os nutrientes possam ser liberados para a água. Após este período, o fertilizante deve ser deixado em repouso para que as partículas sólidas que ainda possam estar presentes em sua constituição se dirijam ao fundo do recipiente. Segundo o pesquisador, o húmus líquido pode ser aplicado em hortaliças via sistema de irrigação através do Tuboventure, equipamento que mistura o fertilizante à água que será destinada à irrigação das plantas. Durante este processo, a entrada de água nos canos de irrigação é desviada até o Tuboventure, onde o húmus líquido será automaticamente misturado à água para posteriormente ser aplicado nas hortas através dos gotejadores. Schiedeck ressalta que nas hortas de morango da Embrapa Clima Temperado é utilizado 1 l/m2 de húmus líquido a cada quinzena, sendo colhido, em média, um quilo de frutas em áreas onde há a aplicação do fertilizante. Outro aspecto favorável à utilização do húmus líquido é a reutilização do material obtido após a filtragem de suas partículas finas em outras adubações, pois, mesmo contendo menos nutrientes do que o material original, sua eficácia como fertilizante ainda é significativa.
ae (3), a Cucurbitaceae (3), a Moraceae (3), a Solanaceae (3) e depois seguem as famílias com 2 ou 1 fruta. A classificação por volume é um pouco diferente. A primeira é a Rutaceae,seguida pela Rosaceae, a Cucurbitaceae, a Caricaceae, a Anarcadiaceae, a Musaceae, 6 famílias
botânicas que respondem por 83% do volume de frutas – total de 1.655.022 toneladas em 2009. A Rutaceae é responsável por 36% (587.456 toneladas em 2009) do volume de frutas comercializado na Ceagesp paulistana. Ela abrange os frutos cítricos: laranja, tangerina,
limão, mexerica, lima da pérsia, quincan, grape-fruit, cidra. A laranja, a tangerina e o limão são responsáveis por 97% dos frutos cítricos comercializados na Ceagesp. A Rosaceae responde por 19% ( 314.222 toneladas em 2009) do volume de frutas e abrange, por ordem de volu-
me, a maçã, a pera, a ameixa, o pêssego, o morango, a nectarina, a cereja, o marmelo, o damasco, a framboesa. Maçã, pera, ameixa e pêssego são os responsáveis por 94% do volume de frutas da família Rosaceae comercializadas na Ceagesp em 2009. A Cucurbitaceae, família que tem muitos produtos nos legumes, responde por 9% (155.861 toneladas em 2009) do volume e abrange três produtos nas frutas, por ordem de volume, a melancia, o melão e o quino. A melancia é responsável por 65% do volume da família, seguida pelo melão com 35%. A Caricaceae responde por 8% do volume (141.542 toneladas em 2009) e abrange um único produto o mamão. A Anarcadiaceae responde por 5% do volume (89.174 toneladas) e abrange 4 produtos, por ordem de volume a manga, o caju, o embu e a seriguela. A manga responde por 97% do volume da família. A Musaceae completa os 83% do volume. É a família das bananas com 79.840 toneladas em 2009 e 5% do volume das frutas. O conhecimento da família botânica pode ajudar a compreender o comportamento da planta na produção.
Embrapa lança variedades de feijão para colheita mecanizada
As novas variedades são indicadas para o plantio em diversos estados Produtores de feijão terão mais opções para ampliar a produtividade da lavoura. A unidade Arroz e Feijão da Embrapa desenvolveu três cultivares com alto potencial produtivo e estrutura propícia para colheita mecanizada, reduzindo custos com mão-de-obra e garantindo maior segurança para o trabalhador rural. As sementes das cultivares BRS 9435 Cometa, BRS Estilo (grupo do carioca) e BRS Esplendor (grupo do preto) estão sendo distribuídas sem o pagamento de royalties para a empresa. Outra vantagem da BRS Cometa é a sua precocidade, com ciclo de aproximadamente 78 dias entre plantio e colheita. A cultivar ainda é resistente às principais doenças que atingem o grão e apresenta boa produtividade - pode chegar a 2,7 mil quilos por hectares, conforme o estado onde é plantado e a época da safra. Outra característica é a aptidão culinária do grão. A variedade pode ser produzida nos períodos de seca e chuva em Santa Catarina e Paraná; na estação chuvosa, em São Paulo e nas safras com seca, chuva e no inverno em Goiás e Distrito Federal. Também é indicada na seca e no inverno em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; no inverno, em Tocantins e na estação chuvosa na Bahia, Sergipe e Alagoas. A BRS Estilo e a BRS Esplendor também têm boa produtividade e resistência a doenças. As cultivares podem ser produzidas em todas as regiões do país. Os períodos mais adequados de plantio variam conforme o estado.
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A mandioca na escola do sabor II Objetivo é formar consumidores de frutas e hortaliças e promover melhoria da saúde Beatriz Porciuncula Fiúza Carolina de Barros Liguori CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O Projeto Escola do Sabor é o resultado da parceria entre a Associação Nossa Turma, o Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo e o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp e conta com a colaboração dos atacadistas que atuam no entreposto. O projeto tem como objetivos principais desenvolver a metodologia de introdução de frutas e hortaliças frescas no cardápio de crianças de 3 a 6 anos de idade e aproximálas da agricultura através da compreensão do caminho da produção ao consumo e dos seus subprodutos. O trabalho começou no final de julho com a mandioca, conforme mostramos na última edição do Jornal Entreposto. A proposta é que a introdução do alimento e da compreensão da cadeia, da produção ao consumo, seja feita de maneira gradativa, divertida e saborosa, entremeando brincadeiras com degustações.
O trabalho seguiu algumas etapas: 1ª etapa: Reunião com os Coordenadores da Nossa Turma para apresentação do projeto 2ª etapa: Levantamento de informações sobre a mandioca pelos técnicos e estagiários do Centro de Qualidade em Horticultura 3ª etapa: Apresentação do projeto e da proposta de trabalho com a mandioca às merendeiras, coordenadora pedagógica e professoras e debate sobre a sua inserção nas atividades pedagógicas programadas. A importância da mandioca na alimentação brasileira e na sobrevivência do agricultor familiar, dos seus subprodutos, a sua cadeia de produção e a sua competitividade em relação a outras hortaliças feculen-
tas foram alguns dos temas tratados. O entusiasmo pelo projeto foi imediato e o seu sucesso se deveu ao envolvimento das merendeiras, professoras e coordenadoras, que procuraram incorporar a mandioca em cada atividade pedagógica e alimentar. 4a etapa: Desenvolvimento de material pedagógico de apoio pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp: • Desenho do “casal mandioca” para as crianças pintarem; • História da lenda indígena de surgimento da mandioca; • Levantamento de músicas, para serem cantadas pelas crianças, e que falam da mandioca. A música foi ensinada para as crianças pelas professoras; • Levantamento de material audiovisual que falam da produção e da fabricação
de produtos da mandioca e colocação num formato que pudesse se apresentado pelo material áudio visual da Nossa Turma; • A cadeia de produção foi retratada através de dois jogos, um de figuras e outro de fotos, ambas imantadas. As fotos foram tiradas numa lavoura de mandioca em Mogi Guaçu. O desafio do jogo é montar num quadro imantado, o caminho do plantio da mandioca até chegar à mesa do consumidor, como farinha de mandioca, sagu, pão de queijo, bombocado de mandioca, sopa de mandioca; • Jogo com fotos para adivinhar o produto feito de mandioca; • Plantio de manivas na horta da escola, após as crianças conhecerem o pé de mandioca com as raízes e participarem da retirada e preparação das manivas para o plantio: uma maneira simples e diver-
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tida de aproximar a criança da agricultura; • Teatrinho sobre os produtos da mandioca; • Jogo tipo trilha para seguir o caminho da mandioca da produção ao consumo e reforçar os produtos oriundos da mandioca; • Montagem de dois bonecos grandes representando o Mandioco e a Mandioca; • Levantamento das receitas já conhecidas de mandioca pelas merendeiras e professoras e de outras receitas; • Preparação das receitas de mandioca que fizeram sucesso com as crianças; • Aula de culinária, ralando a mandioca para a preparação de bombocado; • Montagem de um quadro com as fotos das atividades com mandioca mostrando as crianças em cada atividade; • Cada professora usou a sua criatividade para demonstrar a mandioca e seus produtos às crianças.
Um dos resultados do trabalho será publicar o relato da experiência para cada produto para que outras escolas, outras merendeiras, outras professoras, outros grupos de crianças possam utilizar uma metodologia já testada com sucesso. A experiência com a mandioca foi um grande sucesso. A próxima fase é avaliar o que pode ser melhorado e escolher o próximo produto. A beterraba, o chuchu e a batata doce estão na lista e as informações sobre cada produto já estão sendo levantadas. As fotos mostram um pouco da experiência. Sempre é bom lembrar que 47 milhões de crianças são alimentadas pelo Programa de Alimentação Escolar, que podem formar consumidores que apreciem a mandioca e outras frutas e hortaliças.
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CAPÍTULO IV
Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Ossir Gorenstein Ubiratan Martins Ferraz CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O CQH (Centro de Qualidade em Horticultura) desenvolveu, com a colaboração técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, da Faesp e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), cartilhas destinadas ao produtor rural, com o objetivo de facilitar a sua vida no trato com as exigências legais. A cartilha foi dividida em partes. A primeira parte, que trata do ‘Produtor Rural e a Previdência Social’, foi publicada em edições anteriores do JE . A segunda, que trata do ‘Preenchimento da Nota Fiscal do Produtor’, vem sendo publicada há três edições. A terceira e última parte está sendo elaborada pelo Senar e trata de ‘As Obrigações Trabalhistas do Produtor Rural’. Dando sequência à publicação, aqui estão as respostas às perguntas 25 a 32 do quarto capítulo do ‘Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor’. 25. É permitido o uso de romaneio pelo produtor rural? Sim. Desde que a sua impressão tenha sido autorizada pela repartição fiscal e que ele contenha os requisitos mínimos de indicação estabelecidos pela legislação. O produtor rural poderá adotar o romaneio quando o espaço disponível para preenchimento dos dados do produto na Nota Fiscal de Produtor, “Quadro Produtos”, não for suficiente, como nas vendas de flores e plantas ornamentais. O romaneio deverá ter a mesma série da Nota Fiscal de Produtor e passará a constituir parte inseparável dela. Da mesma forma, a Nota Fiscal de Produtor deverá conter as indicações do número e da data do romaneio. 26. Como será documentado o retorno de mercadoria remetida pelo produtor rural e por qualquer motivo não entregue ao destinatário? O transporte da mercadoria em retorno será acompanhado pela própria Nota Fiscal de Produtor emitida pelo produtor rural. O verso da 1ª via dessa Nota Fiscal de Produtor deverá conter indicação, efetuada pelo destinatário, ou pelo transportador, do motivo de não ter sido entregue a mercadoria. Essa via da Nota Fiscal de Produtor deverá ser arquivada. O retorno do produto à origem deve ser registrado na via presa ao bloco. O produtor deverá mencionar e, quando exigido, exibir ao Fisco os comprovantes do não recebimento da importância eventualmente debitada ao destinatário. O produtor rural deverá emitir ainda Nota Fiscal de Produtor de entrada da mercadoria no seu estabelecimento, contendo os dados do documento fiscal original de remessa. 27. Como deve ser a emissão da Nota Fiscal de Produtor no caso de mercadorias que são enviadas pelo produtor rural ao comprador com preço a fixar? O produtor deverá anotar no corpo da Nota Fiscal de Produtor que se trata de “mercadorias com preço a fixar”, por meio de um carimbo com esses dizeres. Nesse caso, é dispensada a indicação do valor unitário e do valor total, relacionados com o quadro “Dados do Produto”, existente na Nota Fiscal de Produtor. Com referência ao quadro “Cálculo do Imposto”, são dispensadas as indicações da base de cálculo, do valor do ICMS incidente na operação, do valor total dos produtos e do valor total da nota fiscal. 28. E quando se tratar de remessa de animal para exposição ou feira? O estabelecimento rural de produtor que promover a saída de animal, exclusivamente para fins de exposição ao público (exposição ou feira), deverá emitir normalmente a Nota Fiscal de Produ-
tor, preenchendo todos os campos existentes. Exceção feita ao quadro “Cálculo do Imposto”, campo “valor do ICMS incidente na operação”. Por se tratar de uma operação isenta de ICMS, o valor do imposto não deve ser destacado no campo correspondente da Nota Fiscal de Produtor, com a ressalva de que essa informação deve constar no quadro “Dados Adicionais”, campo “Informações Complementares”: operação isenta de ICMS (artigo 33 do Anexo I do RICMS/SP - Decreto 54.338/00). Por fim, quando da entrada do animal no estabelecimento rural, em retorno da exposição ou feira, o produtor rural deverá emitir Nota Fiscal de Produtor (de entrada), que é a contra-nota da nota fiscal emitida para o transporte do animal para a exposição ou feira. No campo “Informações Complementares”, recomenda-se que a Nota Fiscal de Produtor contenha os dados do documento fiscal correspondente à respectiva remessa. 29. Como o produtor rural que trabalha com produtos tributados (não isentos) pelo ICMS deve proceder? A maioria das operações com produtos agropecuários é amparada pelo diferimento, ou seja, o recolhimento do imposto é feito em etapa
posterior à da produção agropecuária. Em outras palavras, não é o produtor rural que recolhe o imposto, e sim o adquirente da produção, que desconta o seu valor do pagamento ao produtor e fica responsável pelo seu recolhimento.No entanto, se a operação de venda não for amparada pelo diferimento do imposto, isenção, não-incidência ou suspensão, o produtor rural deverá pagar o imposto em seu próprio nome, mediante guia de recolhimentos especiais (GARE), relativamente às saídas de mercadorias de sua produção com destino a: a)outro Estado; b)pessoa de direito público ou privado não inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS; c)outro produtor rural; d)consumidor final; e e)destinatário incerto. A guia de recolhimento que deverá conter, ainda que no verso, o número, a série e a data da emissão da respectiva Nota Fiscal de Produtor, deverá acompanhar a mercadoria para ser entregue ao adquirente - destinatário da mercadoria. O produtor rural poderá abater na própria guia de recolhimento o crédito do imposto do ICMS. Além disso, o valor do imposto deverá ser destacado na Nota Fiscal de Produtor no campo correspondente.
A Nota Fiscal de Produtor deverá conter a indicação da guia de recolhimento do imposto, indicando ainda, o número e a data da autenticação, bem como o nome do banco arrecadador. Se o valor da base de cálculo for diverso do valor da operação, o produtor rural deverá mencionar essa circunstância na Nota Fiscal de Produtor, indicando o dispositivo pertinente da legislação, bem como o valor sobre o qual tiver sido calculado o imposto Na exportação de qualquer produto para o Exterior não há incidência de ICMS. 30. Existe algum caso previsto na legislação do ICMS no qual não se pode destacar o imposto na Nota Fiscal de Produtor? Sim. É vedado o destaque do imposto na Nota Fiscal de Produtor quando na operação houver isenção, não-incidência, suspensão, diferimento ou, ainda, quando estiver atribuída a outra pessoa a responsabilidade pelo pagamento do ICMS. Essa circunstância deverá constar na Nota Fiscal de Produtor no campo correspondente às “Informações Complementares”, com a indicação do dispositivo pertinente da legislação. 31. Quais cuidados o produtor rural deve ter para evitar que a Nota Fiscal de Produtor deixe de ter validade?
Ao confeccionar o talonário, o produtor rural deve respeitar as dimensões estabelecidas para o documento fiscal e as indicações obrigatórias que a Nota Fiscal de Produtor deve conter, entre elas, no quadro “Emitente”, o número de sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e o número de sua Inscrição Estadual de Produtor. Facultativamente, no quadro “Dados Adicionais”, espaço “Informações Complementares”, da Nota Fiscal de Produtor, o produtor pode informar o seu número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou outro número ou código de seu interesse. A aposição de carimbos na Nota Fiscal de Produtor, durante o trânsito da mercadoria, deve ser feita no seu verso, salvo quando as vias forem carbonadas. A Nota Fiscal de Produtor não pode conter rasuras. É muito importante que ela esteja bem preenchida (preferencialmente em letra de forma) e contenha as seguintes informações: • Identificação completa e correta do produtor rural, do destinatário, do produto e do transportador; • Caracterização completa de cada lote do produto, a saber:
• Nome do produto, variedade e a classificação; • Capacidade da unidade de embalagem em quilos; • Quantidade em número de caixas e em quilos; • Valores unitários e totais por item; e • Valor total da nota quando a natureza da operação for venda (remessa com preço prédeterminado). 32. Existe algum prazo para o produtor rural conservar em seu poder as Notas Fiscais de Produtor? Sim. Os documentos fiscais, bem como faturas, duplicatas, guias, recibos e todos os demais documentos relacionados com o imposto de ICMS deverão ser conservados, no mínimo, pelo prazo de cinco anos e, quando houver operações ou prestações objeto de processo pendente, até a sua decisão definitiva, ainda que esta seja proferida após aquele prazo. O CQH gostaria de receber sugestões, críticas e dúvidas que permitam o aperfeiçoamento desse serviço. cqh@ceagesp.gov.br Tel.: ( 11) 3643-3825
A Ceagesp paulistana e o Rio Grande do Sul Cláudio Inforzato Fanale Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os dados levantados pelo Sistema de Informações e Estatística de Mercado (SIEM) da Ceagesp sempre surpreendem pela riqueza de informações. A qualidade das informações só é possível em função da qualidade de preenchimento da Nota Fiscal do Produtor. Abaixo, você confere algumas informações sobre o Rio Grande do Sul a partir dos dados de 2009. Não consideramos aqui as flores e plantas ornamentais. Os produtos são separados em frutas, legumes, verduras e diversos. Verduras, legumes e diversos são hortaliças separadas pelo seu grau de perecibilidade e pela tradição. • O Rio Grande do Sul responde pelo abastecimento de 10% do pescado, 8% das frutas e por quase 2% dos diversos. • O SIEM levanta informações de 76 diferentes frutas, 3 legumes, 53 verduras, 12 diversos e 110 pescados. O Rio Grande do Sul fornece para a Ceagesp paulistana 23 frutas, 33 legumes, uma verdura (salsão) e 53 tipos de pescado. • O Rio Grande do Sul é um grande fornecedor de mirtilo (38%), de amora (38%), pêssego (29%), framboesa (25%), maçã (23%) e melancia (20%). • A maçã, a melancia e o pêssego são os produtos de maior volume. • A participação do Rio Grande do Sul no fornecimento dos legumes foi pequena em 2009. A beterraba com 5% do volume é seguida pela abóbora com 1%. Os outros legumes têm uma participação menor que 1%. • A beterraba, o tomate, a cenoura e a abóbora são os legumes de maior volume. • A participação do Rio Grande do Sul no fornecimento de diverso foi pequena em 2009. A batata e a cebola gaúchas respondem por 4% do volume total de cada uma. • O Rio Grande do Sul é um grande fornecedor de pescado ao entreposto paulistano. Ele domina o mercado de alguns pescados como o biru e o lambica com mais de 95%, o papa terra com 795, o pampo, o peixe batata, o olhete e o vira com mais de 50% de origem gaúcha. • O grande volume de pescado do RS é composto pela pescada com 2502 toneladas, que representa 38 % do volume total. O pescado gaúcho é originário dos municípios de Rio Grande, São Lourenço do Sul, Canoas e São José do Norte. • Os municípios de Bom Jesus, São José dos Ausentes, São José do Norte, Tavares e Vacaria respondem por mais de 85% do volume de diversos (gaúchos) que chegam à Ceagesp. • A oferta de frutas é bem concentrada em alguns municípios como Vacaria (32%) e Caxias do Sul (11%). Os dois municípios mais Ipê, Farroupilha, Pinto Bandeira, Encruzilhada do Sul, Antonio Prado, Bento Gonçalves e Flores da Cunha são responsáveis por 80% da fruta gaúcha que chega ao entreposto paulistano.
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CAPÍTULO IV
Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Ossir Gorenstein Ubiratan Martins Ferraz CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O CQH (Centro de Qualidade em Horticultura) desenvolveu, com a colaboração técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, da Faesp e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), cartilhas destinadas ao produtor rural, com o objetivo de facilitar a sua vida no trato com as exigências legais. A cartilha foi dividida em partes. A primeira parte, que trata do ‘Produtor Rural e a Previdência Social’, foi publicada em edições anteriores do JE . A segunda, que trata do ‘Preenchimento da Nota Fiscal do Produtor’, vem sendo publicada há três edições. A terceira e última parte está sendo elaborada pelo Senar e trata de ‘As Obrigações Trabalhistas do Produtor Rural’. Dando sequência à publicação, aqui estão as respostas às perguntas 25 a 32 do quarto capítulo do ‘Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor’. 25. É permitido o uso de romaneio pelo produtor rural? Sim. Desde que a sua impressão tenha sido autorizada pela repartição fiscal e que ele contenha os requisitos mínimos de indicação estabelecidos pela legislação. O produtor rural poderá adotar o romaneio quando o espaço disponível para preenchimento dos dados do produto na Nota Fiscal de Produtor, “Quadro Produtos”, não for suficiente, como nas vendas de flores e plantas ornamentais. O romaneio deverá ter a mesma série da Nota Fiscal de Produtor e passará a constituir parte inseparável dela. Da mesma forma, a Nota Fiscal de Produtor deverá conter as indicações do número e da data do romaneio. 26. Como será documentado o retorno de mercadoria remetida pelo produtor rural e por qualquer motivo não entregue ao destinatário? O transporte da mercadoria em retorno será acompanhado pela própria Nota Fiscal de Produtor emitida pelo produtor rural. O verso da 1ª via dessa Nota Fiscal de Produtor deverá conter indicação, efetuada pelo destinatário, ou pelo transportador, do motivo de não ter sido entregue a mercadoria. Essa via da Nota Fiscal de Produtor deverá ser arquivada. O retorno do produto à origem deve ser registrado na via presa ao bloco. O produtor deverá mencionar e, quando exigido, exibir ao Fisco os comprovantes do não recebimento da importância eventualmente debitada ao destinatário. O produtor rural deverá emitir ainda Nota Fiscal de Produtor de entrada da mercadoria no seu estabelecimento, contendo os dados do documento fiscal original de remessa. 27. Como deve ser a emissão da Nota Fiscal de Produtor no caso de mercadorias que são enviadas pelo produtor rural ao comprador com preço a fixar? O produtor deverá anotar no corpo da Nota Fiscal de Produtor que se trata de “mercadorias com preço a fixar”, por meio de um carimbo com esses dizeres. Nesse caso, é dispensada a indicação do valor unitário e do valor total, relacionados com o quadro “Dados do Produto”, existente na Nota Fiscal de Produtor. Com referência ao quadro “Cálculo do Imposto”, são dispensadas as indicações da base de cálculo, do valor do ICMS incidente na operação, do valor total dos produtos e do valor total da nota fiscal. 28. E quando se tratar de remessa de animal para exposição ou feira? O estabelecimento rural de produtor que promover a saída de animal, exclusivamente para fins de exposição ao público (exposição ou feira), deverá emitir normalmente a Nota Fiscal de Produ-
tor, preenchendo todos os campos existentes. Exceção feita ao quadro “Cálculo do Imposto”, campo “valor do ICMS incidente na operação”. Por se tratar de uma operação isenta de ICMS, o valor do imposto não deve ser destacado no campo correspondente da Nota Fiscal de Produtor, com a ressalva de que essa informação deve constar no quadro “Dados Adicionais”, campo “Informações Complementares”: operação isenta de ICMS (artigo 33 do Anexo I do RICMS/SP - Decreto 54.338/00). Por fim, quando da entrada do animal no estabelecimento rural, em retorno da exposição ou feira, o produtor rural deverá emitir Nota Fiscal de Produtor (de entrada), que é a contra-nota da nota fiscal emitida para o transporte do animal para a exposição ou feira. No campo “Informações Complementares”, recomenda-se que a Nota Fiscal de Produtor contenha os dados do documento fiscal correspondente à respectiva remessa. 29. Como o produtor rural que trabalha com produtos tributados (não isentos) pelo ICMS deve proceder? A maioria das operações com produtos agropecuários é amparada pelo diferimento, ou seja, o recolhimento do imposto é feito em etapa
posterior à da produção agropecuária. Em outras palavras, não é o produtor rural que recolhe o imposto, e sim o adquirente da produção, que desconta o seu valor do pagamento ao produtor e fica responsável pelo seu recolhimento.No entanto, se a operação de venda não for amparada pelo diferimento do imposto, isenção, não-incidência ou suspensão, o produtor rural deverá pagar o imposto em seu próprio nome, mediante guia de recolhimentos especiais (GARE), relativamente às saídas de mercadorias de sua produção com destino a: a)outro Estado; b)pessoa de direito público ou privado não inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS; c)outro produtor rural; d)consumidor final; e e)destinatário incerto. A guia de recolhimento que deverá conter, ainda que no verso, o número, a série e a data da emissão da respectiva Nota Fiscal de Produtor, deverá acompanhar a mercadoria para ser entregue ao adquirente - destinatário da mercadoria. O produtor rural poderá abater na própria guia de recolhimento o crédito do imposto do ICMS. Além disso, o valor do imposto deverá ser destacado na Nota Fiscal de Produtor no campo correspondente.
A Nota Fiscal de Produtor deverá conter a indicação da guia de recolhimento do imposto, indicando ainda, o número e a data da autenticação, bem como o nome do banco arrecadador. Se o valor da base de cálculo for diverso do valor da operação, o produtor rural deverá mencionar essa circunstância na Nota Fiscal de Produtor, indicando o dispositivo pertinente da legislação, bem como o valor sobre o qual tiver sido calculado o imposto Na exportação de qualquer produto para o Exterior não há incidência de ICMS. 30. Existe algum caso previsto na legislação do ICMS no qual não se pode destacar o imposto na Nota Fiscal de Produtor? Sim. É vedado o destaque do imposto na Nota Fiscal de Produtor quando na operação houver isenção, não-incidência, suspensão, diferimento ou, ainda, quando estiver atribuída a outra pessoa a responsabilidade pelo pagamento do ICMS. Essa circunstância deverá constar na Nota Fiscal de Produtor no campo correspondente às “Informações Complementares”, com a indicação do dispositivo pertinente da legislação. 31. Quais cuidados o produtor rural deve ter para evitar que a Nota Fiscal de Produtor deixe de ter validade?
Ao confeccionar o talonário, o produtor rural deve respeitar as dimensões estabelecidas para o documento fiscal e as indicações obrigatórias que a Nota Fiscal de Produtor deve conter, entre elas, no quadro “Emitente”, o número de sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e o número de sua Inscrição Estadual de Produtor. Facultativamente, no quadro “Dados Adicionais”, espaço “Informações Complementares”, da Nota Fiscal de Produtor, o produtor pode informar o seu número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou outro número ou código de seu interesse. A aposição de carimbos na Nota Fiscal de Produtor, durante o trânsito da mercadoria, deve ser feita no seu verso, salvo quando as vias forem carbonadas. A Nota Fiscal de Produtor não pode conter rasuras. É muito importante que ela esteja bem preenchida (preferencialmente em letra de forma) e contenha as seguintes informações: • Identificação completa e correta do produtor rural, do destinatário, do produto e do transportador; • Caracterização completa de cada lote do produto, a saber:
• Nome do produto, variedade e a classificação; • Capacidade da unidade de embalagem em quilos; • Quantidade em número de caixas e em quilos; • Valores unitários e totais por item; e • Valor total da nota quando a natureza da operação for venda (remessa com preço prédeterminado). 32. Existe algum prazo para o produtor rural conservar em seu poder as Notas Fiscais de Produtor? Sim. Os documentos fiscais, bem como faturas, duplicatas, guias, recibos e todos os demais documentos relacionados com o imposto de ICMS deverão ser conservados, no mínimo, pelo prazo de cinco anos e, quando houver operações ou prestações objeto de processo pendente, até a sua decisão definitiva, ainda que esta seja proferida após aquele prazo. O CQH gostaria de receber sugestões, críticas e dúvidas que permitam o aperfeiçoamento desse serviço. cqh@ceagesp.gov.br Tel.: ( 11) 3643-3825
A Ceagesp paulistana e o Rio Grande do Sul Cláudio Inforzato Fanale Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os dados levantados pelo Sistema de Informações e Estatística de Mercado (SIEM) da Ceagesp sempre surpreendem pela riqueza de informações. A qualidade das informações só é possível em função da qualidade de preenchimento da Nota Fiscal do Produtor. Abaixo, você confere algumas informações sobre o Rio Grande do Sul a partir dos dados de 2009. Não consideramos aqui as flores e plantas ornamentais. Os produtos são separados em frutas, legumes, verduras e diversos. Verduras, legumes e diversos são hortaliças separadas pelo seu grau de perecibilidade e pela tradição. • O Rio Grande do Sul responde pelo abastecimento de 10% do pescado, 8% das frutas e por quase 2% dos diversos. • O SIEM levanta informações de 76 diferentes frutas, 3 legumes, 53 verduras, 12 diversos e 110 pescados. O Rio Grande do Sul fornece para a Ceagesp paulistana 23 frutas, 33 legumes, uma verdura (salsão) e 53 tipos de pescado. • O Rio Grande do Sul é um grande fornecedor de mirtilo (38%), de amora (38%), pêssego (29%), framboesa (25%), maçã (23%) e melancia (20%). • A maçã, a melancia e o pêssego são os produtos de maior volume. • A participação do Rio Grande do Sul no fornecimento dos legumes foi pequena em 2009. A beterraba com 5% do volume é seguida pela abóbora com 1%. Os outros legumes têm uma participação menor que 1%. • A beterraba, o tomate, a cenoura e a abóbora são os legumes de maior volume. • A participação do Rio Grande do Sul no fornecimento de diverso foi pequena em 2009. A batata e a cebola gaúchas respondem por 4% do volume total de cada uma. • O Rio Grande do Sul é um grande fornecedor de pescado ao entreposto paulistano. Ele domina o mercado de alguns pescados como o biru e o lambica com mais de 95%, o papa terra com 795, o pampo, o peixe batata, o olhete e o vira com mais de 50% de origem gaúcha. • O grande volume de pescado do RS é composto pela pescada com 2502 toneladas, que representa 38 % do volume total. O pescado gaúcho é originário dos municípios de Rio Grande, São Lourenço do Sul, Canoas e São José do Norte. • Os municípios de Bom Jesus, São José dos Ausentes, São José do Norte, Tavares e Vacaria respondem por mais de 85% do volume de diversos (gaúchos) que chegam à Ceagesp. • A oferta de frutas é bem concentrada em alguns municípios como Vacaria (32%) e Caxias do Sul (11%). Os dois municípios mais Ipê, Farroupilha, Pinto Bandeira, Encruzilhada do Sul, Antonio Prado, Bento Gonçalves e Flores da Cunha são responsáveis por 80% da fruta gaúcha que chega ao entreposto paulistano.
B6
Setembro 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para setembro
Flávio Luis Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp
Quantidades comercializadas O volume ofertado no entreposto terminal de São Paulo (ETSP) registrou elevação de 0,28% no período de janeiro a agosto de 2010 ante o mesmo período de 2009. Foram comercializadas 2.073.256 toneladas em 2010 contra 2.067.457 negociadas em 2009. O quadro ao lado demonstra os volumes comercializados no ETSP:
OPÇÕES DE COMPRA EMBAL.
PRODUTO
Atacado
Produto Legumes Frutas
Local Verduras
Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h
Seg. a Sáb.
Local Flores
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
Local Flores
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Terça e Sexta
Local
10h às 18h
6h às 11h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
Dias da semana
Horário
Sáb. e Dom.
7h às 13h
Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
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Por setor de comercialização, houve crescimento nos setores de legumes (1,05%), verduras (3,41%) e diversos (2,82%). Os setores de frutas, flores e pescados apresentaram ligeira retração do volume comercializado. O volume financeiro no ETSP já ultrapassou os R$ 3 bilhões nestes primeiros oito meses do ano, ou seja, crescimento de 8,5% em relação a 2009.
Tendência As condições climáticas registram, nesta época do ano, pouca chuva e temperaturas mais amenas, ou seja, boas condições para a produção de hortifrutícolas. Apesar deste quadro favorável, o produtor que não utiliza sistemas de irrigação vem encontrando algumas dificuldades em razão da longa estiagem em praticamente todas as regiões do país. No setor de frutas, os citros (laranja, limão e tangerina) já apresentam redução do volume ofertado e perda de qualidade em função da estiagem, acarretando elevação dos preços praticados. Por outro lado, as altas temperaturas aceleram o desenvolvimento e a maturação e produtos como mamão formosa, mamão papaya, banana nanica, além daqueles em plena safra como morango, melão, manga, entre outros, apresentam aumento do volume ofertado e são ótimas opções de compra. Legumes e verduras, preservadas as condições climáticas atuais, deverão continuar com preços em baixa já que o clima favorece a produção e a demanda apresenta retração nesta época do ano. Tomate e, principalmente, as folhas estão com preços próximos ao custo de produção e não há margem para mais quedas. O setor de diversos, impulsionado pela queda de preços da batata e cebola também deverá apresentar preços reduzidos e elevação do volume ofertado. O setor de flores deve, com a chegada da primavera, apresentar elevação do volume ofertado e das variedades produzidas. Os preços devem registrar ligeira retração. O setor de pescados deve apresentar preços e volumes estáveis.
PESO(KG)
JULHO PREÇO MÉDIO(R$)
AGOSTO PREÇO MÉDIO(R$)
TENDÊNCIA P/ MÊS SETEMBRO
FRUTAS BANANA NANICA CLIMATIZADA
KG
1,00
0,93
0,90
ESTÁVEL
CAJU
ENG
3,00
8,92
9,92
ESTÁVEL
CARAMBOLA
CX T
2,00
6,60
6,99
BAIXA
MAMÃO HAVAÍ
KG
1,00
1,77
1,47
BAIXA
MAMÃO FORMOSA
KG
1,00
1,00
1,09
BAIXA
MANGA TOMMY
KG
1,00
1,39
1,40
BAIXA
MELANCIA
KG
1,00
0,63
0,71
ESTÁVEL
MELÃO AMARELO
CX
13,00
14,91
15,96
ESTAVEL
MORANGO COMUM
KG
1,00
5,96
4,99
BAIXA
1,00
0,76
1,39
ESTÁVEL
LEGUMES ABÓBORA MORANGA
KG
ABOBRINHA BRASILEIRA
CX K
20,00
15,65
23,45
ESTÁVEL
BERINJELA
CX K
12,00
9,31
9,82
BAIXA
CARA
CX K
22,00
16,46
15,72
BAIXA
CENOURA
KG
1,00
0,93
0,82
BAIXA
CHUCHU
CX K
22,00
16,02
22,04
BAIXA
MANDIOCA
CX K
23,00
10,43
11,04
ESTÁVEL
PEPINO COMUM
CX K
23,00
10,84
17,83
BAIXA
PIMENTÃO VERDE
CX K
11,00
9,25
9,75
BAIXA
TOMATE MADURO
KG
1,00
0,96
1,20
BAIXA
VERDURAS ACELGA
ENG
12,00
5,74
5,61
BAIXA
ALFACE AMERICANA
ENG
10,00
10,49
10,14
BAIXA
ALFACE CRESPA
ENG
7,00
6,37
6,04
BAIXA
ALFACE LISA
ENG
8,00
8,34
7,88
BAIXA
CEBOLINHA
DZMÇ
6,00
8,85
8,62
ESTÁVEL
NABO
MÇ
3,00
3,10
3,58
BAIXA
REPOLHO LISO
ENG
25,00
6,79
6,38
BAIXA
DIVERSOS BATATA BENEFICIADA COMUM
KG
1,00
0,79
0,55
BAIXA
BATATA COMUM
KG
1,00
0,83
0,60
BAIXA
CEBOLA DO ESTADO
KG
1,00
-
0,90
BAIXA
OVO BRANCO
CX
20,00
43,47
43,73
ESTÁVEL
FLORES ALSTROMÉRIA
MÇ
0,40
8,02
6,32
ESTÁVEL
BOCA DE LEÃO
MÇ
0,66
6,73
5,47
BAIXA
CRAVO COMUM
DZ
0,25
9,50
9,61
ESTÁVEL
CRISANTEMO COMUM
PCT
1,50
10,93
11,67
ESTÁVEL
COPO DE LEITE
DZ
0,36
6,80
4,48
BAIXA
DALIA
MÇ
0,44
4,68
5,18
ESTÁVEL
ESTRELICIA
DZ
0,90
4,48
4,09
BAIXA
GIRASSOL
PCT
2,60
4,93
5,38
ESTÁVEL
PESCADOS ABROTEA
KG
1,00
2,79
3,01
BAIXA
BETARRA
KG
1,00
2,11
2,51
ESTÁVEL
CAVALINHA
KG
1,00
-
3,04
BAIXA
CORVINA
KG
1,00
2,81
3,20
ESTÁVEL
ESPADA
KG
1,00
1,51
1,88
ESTÁVEL
MANJUBA
KG
1,00
5,00
5,56
ESTÁVEL
SARDINHA FRESCA
KG
1,00
2,46
1,36
BAIXA
TILÁPIA
KG
1,00
3,50
3,63
ESTÁVEL
PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS
FIGO, LARANJA LIMA, LIMA DA PÉRSIA, LIMÃO E TANGERINA PONCAM
LEGUMES
ERVILHA TORTA, PIMENTÃO VERMELHO E VAGEM MACARRÃO.
VERDURAS
COENTRO E MILHO VERDE
DIVERSOS
ALHO ARGENTINO E COCO SECO.
PESCADOS PINTADO, ROBALO E CAMARÃO FERRO. FONTE: CEAGESP
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JORNAL ENTREPOSTO l Setembro 2010
Grupos varietais de alho comercializados na Ceagesp Plantado em todo o mundo, o alho é consumido como condimento, remédio e proteção pela humanidade desde o tempo dos faraós. O bulbo ou a cabeça do alho, composto por bulbilhos ou dentes, é o resultado do acúmulo subterrâneo de reservas nas folhas modificadas da planta da espécie Allium sativum. A capacidade de acúmulo de reservas é um mecanismo de sobrevivência desenvolvido pela planta para resistir aos períodos de clima desfavorável. A sua diversidade é muito grande: colorações da película externa (casca), da película do bulbilho, número, tamanho e arranjo dos bulbilhos, poder de condimentação.O alho é umas quatro hortaliças mais consumidas no Brasil, atrás somente da batata, do tomate e da cebola. A produção de alho no Brasil está cres-
Em 2009 foram comercializadas
22 mil
cendo, mais de 200 mil toneladas, um terço do consumo brasileiro de 600 mil toneladas por ano. Ela abastece os brasileiros com alho roxo no segundo semestre do ano. O alho roxo pode ser reconhecido pela predominância da cor na película do bulbilho. O Brasil é um grande importador de alho e a China o seu maior fornecedor. O alho chinês branco é caracterizado pela predominância da cor
branca na película do bulbilho, que pode apresentar laivos arroxeados. A produção chinesa abastece o Brasil principalmente no primeiro semestre do ano. O alho roxo tem um poder de condimentação superior ao alho branco, três vezes maior segundo alguns culinaristas. No ano passado, foram comercializadas 22 mil toneladas de alho na Ceagesp, no valor de R$ 96 milhões.
toneladas de alho na Ceagesp
Pesquisa: Priscila Pereira Rosenbaum / Estagiária Agronomia-ESALQ- Piracicaba-SP Desenho: Bertoldo Borges Filho / CQH-Centro de Qualidade em Horticultura- Ceagesp
Milho e soja puxam safra brasileira de grãos
O clima favorável e os ganhos em produtividade foram os principais fatores que beneficiaram a produção brasileira da safra 2009/2010 de 149 milhões de toneladas de grãos, segundo o secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos. A desenvoltura e a criatividade do agricultor, que avança cada vez mais em gestão rural, favorecem também a produção de alimentos no Brasil. “Os produtores estão investindo em tecnologias avançadas, com emprego de variedades adequadas e seguindo o zoneamento agrícola definido pelo Ministério da Agricultura e isso traz ganhos de produtividade”, lembrou José Maria. Os números da Conab foram ajustados em relação ao último levantamento feito em agosto, principalmente para o milho segunda safra (milho safrinha), com aumento de 27%, o que corresponde a mais 4,7 milhões de toneladas, totalizando 22 milhões de toneladas. O milho total fechou em 56 milhões de toneladas. Outro destaque foi a cultura da soja, com crescimento de 20%, ou 12 milhões de toneladas sobre o ciclo anterior, somando 69 milhões de toneladas. De acordo com José Maria, o apoio do governo à comercialização de 12 milhões de toneladas de milho e a reação dos preços no mercado interno também resultaram em melhor remuneração para os produtores brasileiros. A Conab também estimou um aincremento nas exportações do grão neste ano, saltando de 8,5 milhões de toneladas para 9,5 milhões de toneladas. A comercialização do milho está equilibrada, dando sustentação ao produtor. “Subiu 12% no mercado externo e 16% internamente nos últimos 30 dias”, avalia. José Maria dos Anjos disse também que o abastecimento nacional está garantido, pois o estoque de passagem no final do ano será de 12 milhões de toneladas, o maior da história. O cenário internacional do trigo também contribuiu para a reação dos preços do milho nacional. “A quebra da safra de trigo na Rússia, devido às condições climáticas, aumenta a demanda do milho para ração, refletirá na produção de carnes suína e de frango”, ressalta o secretário substituto do Mapa. Ele citou também o mercado chinês, que entra como grande consumidor do cereal e influencia os preços, como ocorreu com a soja. A próxima safra de grãos estará condicionada aos fenômenos climáticos, que este ano tem influência do La Niña, com previsão de seca no Sul e chuva no Nordeste. “Essa condição, apesar de favorecer o preparo do solo e o plantio para a produção de verão, poderá causar também prejuízos às lavouras”, aafirma. Há maior risco de estiagens prolongadas no fim da primavera e durante o verão em função da intensidade do La Niña. Os preços dos produtos agrícolas também estão favoráveis, principalmente, soja, milho, trigo e algodão.
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Setembro 2010 l
JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l
Setembro 2010
Ceasas Brasil Índice Ceagesp fecha agosto com ligeira alta Em agosto, o Índice Ceagesp, balizador que acompanha a variação de preços no atacado de produtos comercializados pela estatal, apresentou aumento de 0,55%. Com exceção dos setores de frutas, com retração de 2,21%, e o de diversos, com queda de 15,55%, todos os demais setores apresentaram elevação dos preços praticados. “O forte calor registrado em agosto impulsionou o consumo de frutas tropicais e hortaliças que, normalmente, apresenta forte retração no período de inverno. Dessa forma, os preços devem apresentar ligeira elevação em setembro” prevê o economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Flávio Godas. Os produtos responsáveis pela queda no setor de Frutas foram ameixa estrangeira (-57,42%), o mamão papaya (-17,45%), o morango (-15,92%) e o abacaxi pérola (-9,09%). Enquanto os aumentos ficaram por conta do figo (39,78%), da uva Itália (18,6%) e da laranja lima (10,0%). No setor de Diversos, as baixas foram da cebola nacional (-32,35%), batata comum (-25,59%), batata lisa (-24,59%), coco seco (-5,25%) e amendoim (-2,49%). A única alta do setor foi ovo branco (0,56%). “O setor de Diversos deve seguir em ligeira queda em função dos preços baixos da batata e cebola”, afirma Godas.
comercializadas com valores muito próximos ao preço de custo. “Cabe ressaltar que esse setor sofre menos os efeitos da estiagem na produção, uma vez que mais de 95% das áreas de plantio no cinturão verde de São Paulo contam com sistemas de irrigação. A quantidade ofertada e a qualidade dos produtos estão plenamente satisfatórias”, comenta Godas. As principais altas do setor foram do milho verde (40,12%), do rabanete (29,71%) e da rúcula (15,23%). E as principais quedas foram do coentro (-
17,15%), do agrião (-6,95%) e do repolho (-5,31%). Já legumes registrou elevação de 11,38%, o que comprova a tendência de alta prevista no mês anterior. “O setor apresentava preços próximos ao de custo de produção e, em agosto, houve a recuperação dos preços”, afirma Godas. Diferentemente do mês de julho, o setor de pescados registrou alta de 5,84%. “Os preços dos pescados devem permanecer estáveis para o próximo mês”, conclui o economista.
Ministra anuncia verba para banco de alimentos da Ceagesp A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, anunciou, no início do mês, o repasse de cerca de R$ 924 mil para o banco de alimentos da Ceagesp, que deverá ser liberado até o início de outubro. “Faltam apenas alguns detalhes burocráticos que já estão sendo finalizados”, adiantou a ministra durante visita ao entreposto paulistano da companhia. Para a ministra, a parceria com o banco de alimentos da Ceagesp é fundamental para colocá-lo e consonância com a rede Bancos de Alimentos do país. A rede funciona com a implantação de diversos equipamentos de combate à fome e ao desperdício, entre os quais restaurantes populares e cozinhas populares. A passagem da ministra de Márcia Lopes pela Ceagesp terminou com um visita às instalações do banco de alimentos no entreposto. Lá, ela cumprimentou os funcionários e prometeu voltar, antes mesmo do final deste ano.
“
Quanto estiver de volta, certamente, vou encontrar o banco de alimentos em obras”, ressaltou.
Caderno de Notícias
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Entreposto capixaba bate novo recorde de vendas A unidade Noroeste da Ceasa ES registrou em agosto a maior movimentação de mercadorias desde a inauguração da unidade, em 2009. A empresa comercializou 1.185.082 milhão de quilos de produtos hortifrutigranjeiros em seus dois pavilhões. O montante é 4,7% superior ao movimentado em julho deste ano. O entreposto, é composto por dois pavilhões de comercialização. Em agosto, o pavilhão dos produtores foi responsável por negociar 691.482 mil quilos de mercadorias, enquanto o destinado aos lojistas negociou 493.600 mil quilos.
O índice acumula quedas de 2,26% no ano e 4,79% nos últimos 12 meses. “A estiagem prolongada poderá diminuir a quantidade ofertada de algumas frutas cítricas e de legumes, como tomate e abobrinha. No entanto, produtos como mamão, melão, melancia, berinjela, cenoura apresentam desenvolvimento e maturação mais acelerados e tendem a registrar elevação da oferta”, analisa Godas. Apesar do aumento dos preços, as verduras, com alta de 1,39%, continuam sendo
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De acordo com o coordenador da Ceasa Noroeste, Mauro Massucatti, os resultados positivos da unidade são resultado do trabalho feito junto aos municípios consorciados. “Alcançamos e superamos a meta de um milhão de quilos de mercadorias, mas o trabalho tem que ser constante. A unidade precisa agora de uma loja de frutas finas importadas e estamos batalhando para isso. Cada vez mais agregamos novos compradores e cativamos também os produtores, que identificam na Ceasa Noroeste uma nova opção de comercialização”, destaca.
Mossoró receberá nova Ceasa no próximo mês As obras do entreposto de Mossoró, no Rio Grande do Norte, estão na fase final e dvem ser concluídas em outubro. De acordo com a Ceasa RN, a construção do complexo, orçada em R$ 1,4 milhão, pretende atender aos produtores locais e aos agricultores familiares, através de uma estrutura adequada para comercializar a sua produção, incentivando a economia da região. A construção do entreposto conta com uma estrutura de dois galpões, sendo um, para o mercado com box e o outro, para o mercado livre, abrigando a agricultura familiar e a orgânica. Além dos galpões, a Ceasa vai oferecer
um espaço para o funcionamento de programas sociais mantidos pelo governo estadual. “A nova Central da Ceasa vai oferecer uma estrutura física para coleta, armazenamento e comercialização de produtos da agricultura, tanto para a rede varejista de Mossoró e regiões vizinhas, quanto para outros estados, como também, para a venda de produtos para os consumidores finais. O resultado desta iniciativa é a agregação de valor ao pequeno produtor, garantindo melhores rendas e condições de vida, além do benefício para a população local”, destacou o presidente da central de abastecimento, Múcio Navarro.
Ceagesp promove curso gratuito sobre alimentação saudável O programa “Alimente-se Bem”, do Sesi, está de volta ao entreposto paulistano da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) , de 21 de setembro a 16 de outubro, nos períodos da manhã, tarde e noite. O curso ensina como aproveitar integralmente os alimentos e, no final do curso, os participantes receberão um livro com 200 receitas saudáveis, preparadas com partes não convencionais de alimentos, como cascas, sementes e talos, pelo preço simbólico de R$ 5. Este é o segundo ano consecutivo em que a Ceagesp, por intermédio do Banco Ceagesp de Alimentos (BCA), traz o programa do Sesi para suas dependências. Os alunos aprenderão, por exemplo, a fazer bolo nutri-
tivo de abobrinha, crepe de banana, suco de morango vitaminado, omelete assada de arroz, entre outras receitas nutritivas. Grátis e aberto a todos os interessados, para participar, basta inscrever-se pelos telefones (11)3643-3832 /36433832 /3643-3920. É necessário informar o nome completo, o endereço, a data de nascimento, os números do RG e CPF, a quantidade de integrantes da família e um valor médio da renda familiar. Serão formadas 12 turmas com 30 pessoas. A unidade móvel do Sesi, onde funcionará a cozinha experimental, ficará estacionada, neste ano, no bolsão de veículos do Portão 3 do ETSP, local de fácil acesso a todos, entrada pela av. dr. Gastão Vidigal, 1946, na Vila Leopoldina, Capital.
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Meio Ambiente Plantio direto e re�lorestamento são alternativas para efeitos do aquecimento na agricultura Projeções e análises de modelos que mostram mudanças na geografia de produção das principais culturas agrícolas brasileiras são apontados como fatores que podem causar a redução, em um futuro próximo, do número de municípios aptos a plantarem milho, segundo o zoneamento agrícola de riscos climáticos, e a migração das lavouras de café mais para o Sul do país. Em relação à produção de milho, o número de municípios em condições de plantio atestadas pelo Ministério da Agricultura cairá de 4400 para 3800 até 2070, segundo as projeções. No entanto, de acordo com o pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp Hilton Silveira Pinto, alternativas para reverter essas projeções têm que ser colocadas em prática. “O objetivo é diminuir a concentração de gases de efeito estufa”, destacou. Entre essas alternativas, estão o plantio direto na pa-
lha, capaz de aumentar o estoque de carbono no solo, a arborização de áreas e a adoção do sistema de ILPF (Integração Lavoura-PecuáriaFloresta). “Estudos mostram
Relatório sobre alterações no Código Florestal desagrada ambientalistas e ruralistas Agência Brasil
A apresentação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoBSP) sobre mudanças no Código Florestal, causou polêmica entre deputados das bancadas ruralista e ambientalista. A leitura do parecer foi feita no último dia 9 na comissão especial da Câmara dos Deputados que trata do tema. Entre as mudanças propostas pelo relator estão a atribuição de mais autonomia aos estados para legislar sobre meio ambiente e a retirada da obrigatoriedade de reserva legal (fração destinada à preservação ambiental) em pequenas propriedades. O deputado Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Ambientalista, repudiou as alterações feitas pelo relator. “Nós, ambientalistas, vamos votar contra o código todo. Vamos pedir vista se colocarem em votação e vamos usar todos os meios legítimos para protelar e obstruir essa votação”. Segundo Sarney Filho, há pelo menos seis pontos que merecem uma discussão mais aprofundada, como a anistia geral e irrestrita a todo desmatamento ilegal ocorrido até julho de 2008 e a redução em até 50% das Áreas de Preservação Permanente (APP). “Isso é inconcebível, pois vai favorecer a ilegalidade, vai ensinar que não cumprir a lei é legal. Nós entendemos e sabemos que algum perfeiçoamento na alteração do Código Florestal precisa ser feito, mas isso [o relatório] mais parece um código de agricultura. Acho que essa proposta é nociva à discussão sobre um futuro melhor e sustentável para o Brasil”. Para o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, o relatório foi tímido nas mudanças. Segundo ele, algumas questões apresentadas ainda não foram esclarecidas. “Precisamos entender se a legislação que vai ser feita pelos estados terá averbação da reserva desmatada. A questão da zona de amortecimento [áreas preservadas onde a ação humana está sujeita a restrições] também não está clara. Aqui no meu estado isso inviabilizaria 10 municípios”.
uma absorção de 2,5 toneladas de dióxido de carbono por hectare por ano com esse sistema”, disse o pesquisador. Atualmente, o Brasil emite, de acordo com Silveira,
1,9 bilhão de toneladas de carbono na atmosfera. Aliada às alternativas anteriores, o pesquisador cita a necessidade de recuperação de mais de 40 milhões de hectares de
pastagens degradadas, “sequestrando carbono e reduzindo os gases de efeito estufa”. “A fixação biológica de nitrogênio é mais uma saída, além de ações contundentes
de reflorestamento”, afirmou. O painel foi coordenado pelo pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Reinaldo Lúcio Gomide, da área de Agrometeorologia.
Embrapa fará estudo inédito sobre o Cerrado Ameaçada pelo desmatamento, a sustentabilidade do bioma Cerrado – cujo Dia Nacional foi comemorado no último 11 – depende da implementação de políticas públicas específicas para a região. Para subsidiar com informações a decisão de gestores públicos, a Embrapa Cerrados inicia neste ano um novo estudo em rede, que vai reunir mais de 40 pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. Entre as ações governamentais que o projeto pode respaldar está o zoneamento ecológico e econômico para a região, importante ferramenta de ordenamento territorial que enfoca o que o meio ambiente pode oferecer. O novo estudo deve estabelecer modelos e indicadores sobre as condições ambientais atuais do bioma, que ocupa cerca de 25% do território brasileiro. Com o nome de GeoCerrado, o projeto vai avaliar de forma específica seis ecorregiões dentro do bioma: Planalto Central, Oeste baiano, Sudoeste goiano, alto Rio Pardo, depressão do médio Araguaia e a região de Sinop (MT). Segundo a coordenadora do projeto e pesquisadora da Embrapa Cerrados, Adriana Reatto, as áreas são vértices de expansão da agricultura e, por isso mesmo, locais em que as políticas públicas podem nortear e subsidiar o uso racional e sustentável do bioma. A pesquisa envolve vários aspectos, como a cobertura vegetal, o uso da terra e a caracterização do solo e dos recursos hídricos (quantidade e qualidade da água). “Com a integração dessas informações serão gerados indicadores geoambientais, que apontam a fragilidade ou a potencialidade de cada local específico”, explica Adriana. Os dados poderão ser usados para o governo conhecer dois tipos de realidades que demandam diferentes políticas públicas – tanto as regiões que ainda não produzem com sustentabilidade, quanto as que já trabalham com a preocupação ambiental e, por isso, podem receber incentivos. Para gerar os indicadores, os estudos comparativos vão avaliar espaços de matas nativas e os já ocupados pelo homem. Em uma segunda fase do projeto, os serviços ambientais – que são os benefícios que o ser humano pode obter de um ecossistema – serão valorados economicamente. “Vamos caracterizar o potencial que as áreas em estudo têm para prestar esses serviços”, explica a pesquisadora. Além de levantar mais dados, o projeto vai sistematizar os já estudados. “É um desafio, pois há muitas informações que estão dispersas e precisam ser integradas”, afirma.
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Empresas brasileiras valorizam ações de sustentabilidade ambiental, revela pesquisa As empresas brasileiras estão mais conscientes sobre a importância de implementar ações de sustentabilidade ambiental, inclusive para o desenvolvimento do seu próprio negócio. Essa é uma das conclusões da pesquisa realizada pelo Instituto Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain), divulgada no último dia 13. O estudo foi feito junto a diretores e gerentes da área de logística das 109 maiores empresas do Brasil, englobando 14 setores econômicos. De cada dez empresas, sete já têm unidades específicas voltadas para a sustentabilidade e a maior parte (72%) desenvolve ações que procuram reduzir os impactos ambientais das atividades logísticas de seus negócios. “São indícios que demonstram que as empresas, de forma geral, estão se estruturando cada vez mais, até porque é o futuro. Não adianta ter lucro e não ser sustentável”, ponderou em entrevista à Agência Brasil a coordenadora de Inteligência de Mercado do Instituto Ilos, Mônica Barros, responsável pela pesquisa. A sondagem mostra que os clientes de 69% das empresas consultadas estão exigindo um crescente número de soluções ecologicamente corretas. Mais de 70% das companhias relataram estar sofrendo também pressão do governo no sentido de terem iniciativas sustentáveis. “Você percebe que têm várias empresas cujos clientes já aceitam pagar mais para ter soluções verdes. Tem clientes pressionando cada vez mais as empresas para que desenvolvam produtos com foco ambiental. Por outro lado, têm ações do governo pressionando isso”. Mônica citou o exemplo do setor automotivo, em que os produtores estão direcionando investimentos para o desenvolvimento de motores mais limpos. Assim como na Europa, o governo brasileiro está incentivando a in-
Amazônia perdeu 49 mil Km2 de áreas protegidas em um ano, diz ONG
A Amazônia perdeu pelo menos 49 mil quilômetros quadrados (km2) de áreas protegidas por causa da extinção e redução de unidades de conservação (UCs) e terras indígenas entre 2008 e 2009. A área equivale aos estados de Alagoas e Sergipe juntos. Os números são de levantamento da organização não governamental (ONG) do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Entre novembro de 2008 e novembro de 2009, a ONG identificou e avaliou 37 tentativas formais de alteração de 48 áreas protegidas na Amazônia. Entre as medidas, estavam projetos legislativos sugerindo redução ou extinção das reservas, ações judiciais, decretos, portarias e propostas de zoneamento econômico-ecológico. Até julho de 2010, segundo o Imazon, 93% das iniciativas que foram concluídas resultaram na perda de 49.506 km² de áreas protegidas. Na grande maioria dos casos, a supressão se deu em áreas estaduais. O relatório do Imazon cita, por exemplo, a redução de UCs para implantação de projetos de infraestrutura – estradas e pequenas centrais hidrelétricas – em Rondônia e Mato Grosso. A redução de unidades de conservação de responsabilidade federal também entrou na conta. Um dos casos é a Floresta Nacional de Roraima, reduzida por decreto legislativo. O outro é o da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, próxima às usinas do Rio Madeira. Após um impasse para liberação de uma licença estadual para a obra da Usina de Jirau, um acordo entre o Ministério do Meio Ambiente e o governo do estado resultou na cessão de parte da Floresta Nacional para a regularização de um assentamento. Além dos quase 50 mil km² que perderam status de áreas protegidas, mais 86,5 mil km² correm o mesmo risco, segundo o Imazon. As áreas são alvos de 13 projetos legislativos e ações judiciais ainda em tramitação. Os pesquisadores sugerem o fortalecimento da fiscalização, a consolidação das áreas protegidas e mais rigor na análise das propostas de alteração de UCs como medidas para evitar novas supressões ou reduções de reservas.
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Cresce preocupação de paulistanos com a poluição
Agência Brasil A poluição é o quinto tema que mais preocupa os habitantes da capital paulista, segundo levantamento divulgado dia 16 de setembro pelo Movimento Nossa São Paulo e o Ibope. Outro dado importante é que a preocupação com a qualidade do ar foi o segundo tema que mais cresceu de 2009 para 2010. De acordo com o estudo, no ano passado, 21% dos paulistanos entrevistados apontavam a poluição como um dos principais problemas da cidade. Neste ano, o percentual subiu para 28%. Só a preocupação com a segurança cresceu mais. O percentual de pessoas que acreditam que a área é problemática passou de 29% para 43%.
dústria automotiva a desenvolver esse tipo de produto visando a melhoria do meio ambiente, além de combustíveis mais adequados e menos poluentes. “Quando você casa combustível adequado com motor adequado, você tem um potencial aí de redução de emissões de até 34%”, relatou a coordenadora da pesquisa. “O governo está, de uma forma ou de outra, direcionando ou fazendo com que o segmento automotivo se torne mais limpo”. Então, por pressão do governo e dos clientes, as empresas acabam por adotar ações que levam ao desenvolvi-
mento de produtos mais nobres e à melhoria da eficiência logística, para que ela colabore com o meio ambiente. “Você sendo mais eficiente na logística significa que vai ter menos caminhão rodando, menos diesel sendo consumido e, em última instância, você estará poluindo menos”. As duas principais barreiras para que as empresas adotem iniciativas de sustentabilidade ambiental na cadeia de suprimentos são o alto custo, apontada no estudo por 84% das companhias entrevistadas, e poucos incentivos governamentais (81%).
Ainda segundo o estudo, 96% da população de São Paulo consideram o problema da poluição grave ou muito grave. No ano passado, esse percentual era de 92%. Neste ano, 95% dos entrevistados afirmaram que a poluição afeta muito ou pelo menos um pouco a sua vida. “A poluição é o principal problema de saúde de São Paulo”, disse o coordenador do Nossa São Paulo, Oded Grajew, durante entrevista coletiva concedida na Câmara de Vereadores da capital. “Por dia, 12 pessoas morrem devido à má qualidade do ar. Precisamos reduzir a poluição”. A pesquisa aponta ainda que os moradores de São Paulo acreditam que os veículos são os principais responsáveis pelo problema. Justamente por esse motivo, 52% dos motoristas disseram estar dispostos a reduzir o uso do automóvel como forma de promover melhorias no meio ambiente. O estudo também indica que 43% estariam dispostos a trocar seu carro a gasolina por um carro a álcool e 47%, a trocar seu carro por um menos potente e menos poluente.
Flora brasileira ganha lista de espécies A lista de espécies da flora do Brasil está disponível para acesso pela internet, com informações sobre mais de 40 mil espécies da flora brasileira, divididas em angiospermas, algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e 3,6 mil fungos. A lista é resultado do trabalho de cerca de 400 taxonomistas de instituições de pesquisa brasileiros e está inserida nas metas da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), que compreende, entre seus compromissos, a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), que tem o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local para impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas. Das 16 metas estabelecidas pela GSPC, a primeira é a elaboração de uma “lista funcional amplamente acessível das espécies conhecidas de plantas de cada país, como um passo para a elaboração de uma lista completa da flora mundial”. A elaboração da lista foi coordenada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em parceria com o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). O sistema de informação foi desenvolvido pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria). A intenção é que a lista seja atualizada periodicamente para incluir novas espécies e mudanças taxonômicas. A estimativa dos organizadores é que a lista seja transformada em livro. Mais informações: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010
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CERTIFICAÇÃO
Produção integrada ajuda a reduzir custos e a conservar meio ambiente O sistema possibilita aumento da produtividade e redução do uso de defensivos Conservação do meio ambiente, maior produtividade, redução de custos e certificação oficial são algumas das vantagens do Sistema de Produção Integrada apontadas pelo Ministério da Agricultura. O coordenador de Produção Integrada, Adilson Kososki mostrou a situação desse tipo de certificação no Brasil a técnicos, produtores rurais e representantes de entidades que participam do 1º Workshop Nacional de Boas Práticas e Certificação Agropecuária, em Brasília (DF). De acordo com Kososki, atualmente há 16 projetos de produção integrada normatizados no Brasil, incluindo abacaxi, banana, caju, caqui e citros. Estão em desenvolvimento mais 22 cadeias produtivas como ameixa, amendoim, arroz e batata. Ele explica que o sistema foi adotado no País pelos produtores de maçã, a partir de 2001, por exigência de certificação de mercados como o europeu. O sistema garante ao consumidor um alimento seguro e com qualidade diferenciada ao produtor. Além disso, diminui o consumo de água, energia, fertilizantes e agrotóxicos, contribuindo para menor impacto ao meio ambiente. Dados do Ministério da Agricultura comprovam que o sistema possibilitou a redução de 100% na aplicação de fungicidas e inseticidas na plantação de arroz irrigado e de 50% no plantio da batata. A certificação da produção integrada também favoreceu o ganho de 100% na produtividade de batata e café e, de 50% no cultivo de maçã. Kososki diz que o sistema pode reduzir em até 25% os custos de produção. Para o diretor de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Pasta, Sávio Mendonça, existe um grande mercado para produtos com esse tipo de certificação. “Pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que, até 2050, a produção mundial de alimentos deverá dobrar para atender à demanda e essa é uma grande oportunidade para o Brasil acessar novos mercado”, explica. O diretor informa que o País dispõe de tecnologias sustentáveis, para o atendimento aos clientes que exigem produtos certificados e o crédito facilitado. Ele mencionou iniciativas como o Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que nesta safra 2010/2011, tem um R$ 1 bilhão a juros que variam entre 5,75% e 6,75% ao ano, para financiar recuperação de áreas degradadas e promover o uso de técnicas agrícolas eficientes de preservação do meio ambiente.
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Tecnologias ajudam a evitar uso do fogo na agricultura Queima provoca perda da qualidade do solo
A época de maior estiagem em algumas regiões do Brasil acontece entre os meses de agosto e setembro. Este período é marcado pela intensificação das queimadas e pela espessa nuvem de fumaça que cobre as cidades. Além dos danos causados à natureza, as queimadas prejudicam a saúde porque afetam a qualidade do ar e provocam doenças respiratórias. Por isso, encontrar alternativas ao uso do fogo na agropecuária tem sido um desafio para instituições de pesquisa e fomento do País. Com esta preocupação, há vários anos a Embrapa atua no desenvolvimento de soluções tecnológicas acessíveis ao pequeno produtor, para evitar o fogo nas atividades agrícolas e pecuárias da região. O fogo é uma das mais antigas práticas incorporadas aos sistemas de produção, por facilitar a limpeza de área e porque, acredita-se, a prática torna a terra mais fértil, incorporando nutrientes da vegetação ao solo. Apesar dessa crença ser verdadeira, parte dos nutrientes incorporados com a queimada como cálcio, potássio e magnésio - promotores do efêmero fenômeno de fertilização do solo - se perde na atmosfera, fazendo com que o efeito dessa “fertilização” seja de rápida ação. Pesquisas comprovam que a queima provoca a perda de 98% de carbono, 96% de nitrogênio, 76% de enxofre, 48% de potássio, 47% de fósforo,
40% de magnésio e 30% de sódio, provocando o empobrecimento do solo. Em 2005, quando o Acre vivia uma das maiores secas de sua história, foram registrados 22.948 focos de calor e um recorde de incêndios florestais, com prejuízos para a biodiversidade, fertilidade dos solos, produtores, governo e a população em geral. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), este ano os satélites registram, em um único dia de agosto, 12.629 focos de queimadas em todo o País, a maioria nas regiões Norte e Centro-Oeste. Dados da fiscalização estadual revelam que a quantidade de focos de incêndio no Acre cresceu 123% em comparação a 2008 e 587% em relação ao ano passado. Alternativas Tecnologias simples e acessíveis, como o uso de leguminosas, podem substituir o sistema de derruba e queima. A mucuna preta está entre as alternativas utilizadas por agricultores de diversos municípios acrianos para evitar o uso do fogo na agricultura, ajudando na recuperação de áreas degradadas. De fácil cultivo, a planta proporciona benefícios ao solo e pode melhorar a produtividade agrícola. Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa, o cultivo de plantas de cobertura de solo, como as leguminosas, ajuda na proteção
contra os processos erosivos, causados pela ação da chuva, adiciona nitrogênio orgânico ao solo, para cultivos sucessores às leguminosas, auxilia no combate às ervas daninhas, com reflexos na limpeza das áreas para cultivo, e incorpora matéria orgânica ao solo, servindo de adubo natural. “O uso destas plantas, porém, deve ser associado a outras práticas agronômicas para garantir a recuperação e o aumento da fertilidade de solos empobrecidos com o sistema de derruba e queima. Para maior eficiência desta técnica é necessário, por exemplo, a associação a programas de correção e fertilização de solos, além da diversificação da produção e dos sistemas agrícolas que revolvam minimamente o solo, como é o caso do plantio direto”, explica Costa. Outra alternativa para uma agricultura sem fogo é a trituração da capoeira, que serve de cobertura e adubo natural para o solo. Esta prática é possível com o equipamento conhecido como Tritucap, um trator de grande porte equipado com triturador de capoeira. A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), em parceria com duas Universidades alemãs, já é adotada em alguns estados da Amazônia e, em breve, será realidade também para produtores familiares do Acre. Por meio de um programa de transferência de tecnologias voltado para o fortalecimento da agricultura familiar, a Embrapa Acre adquiriu dois destes equipamentos para uso em atividades de pesquisa em propriedades rurais nas regiões do Alto Acre, Baixo Acre e Purus, e para atendimento de demandas tecnológicas de comunidades rurais do Vale do Juruá. Segundo Francisco de Assis Silva, chefe adjunto de Comunicação e Negócios da Unidade, os tratores vão estimular a utilização de métodos de recuperação e conservação da fertilidade do solo, evitando a abertura de novas áreas de produção e a prática das queimadas. As tecnologias alternativas ao uso do fogo, desenvolvidas pela Embrapa Acre, também contemplam a pecuária. Entre elas está o amendoim forrageiro, leguminosa bastante utilizada em consórcio com gramíneas. Suas folhas e talos secos servem para adubar o solo, aumentando a fertilidade e a capacidade produtiva, resultando em melhoria na qualidade das pastagens e aumento da longevidade dos capins e evitando a queima para renovação de pastagens.
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Integração entre tecnologias mostra bons resultados em produção orgânica Um sistema agrícola que integra técnicas orgânicas de produção tem apresentado resultados promissores na Embrapa Milho e Sorgo. Implantado em uma área de aproximadamente 15 hectares, na unidade de pesquisa de produção orgânica, também chamada Fazendinha Orgânica, são desenvolvidos experimentos com a cultura do milho e feijão e avaliações de cultivares de arroz que melhor se adaptam ao sistema. O milho vem sendo plantado no sistema de plantio direto, com produção destinada para minimilho e milho verde. “Dados preliminares mostram retornos econômicos principalmente no cultivo do milho verde no sistema orgânico de produção”, explica o pesquisador José Aloísio Alves Moreira, um dos coordenadores do projeto. As variedades de milho são preferidas em relação aos híbridos para plantio neste sistema, já que o custo de produção é menor e o agricultor pode reutilizar as sementes sem perdas do seu potencial produtivo.
A capina dos experimentos usando tração animal é outra medida que vem sendo adotada para contornar o problema. A área ainda dispõe de dois hectares irrigados que permitem o cultivo dos experimentos de milho e feijão na época seca. Controle de pragas
No local, os pesquisadores plantam a variedade BR 106, produzida também por agricultores que fazem a seleção das melhores sementes do chamado milho de paiol. Para adubar o solo, esterco aviário e adubação verde, com o uso de leguminosas que atuam como fonte de
nitrogênio e também agem como supressoras de plantas espontâneas. De acordo com o pesquisador Moreira, um dos pontos promissores do projeto é justamente esse. Na comunidade de Bonfim, localizada no município mineiro de Três Marias, a experiência vem sendo
implementada no dia a dia de agricultores. Um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais e coordenado por ele, com ênfase na adubação verde para a produção de milho e feijão, tem revelado dados positivos. Ainda na Fazendinha Orgâ-
nica, para intensificar o controle de plantas espontâneas, a Embrapa Milho e Sorgo vem testando também a eficiência de plantas que inibem o crescimento das ervas daninhas, como uma substância extraída de raízes de sorgo, e outras alternativas de compostos citados na literatura.
Para o controle de pragas que atacam o milho, principalmente a lagarta-do-cartucho e a broca-da-cana-de-açúcar, o pesquisador Ivan Cruz vem testando com sucesso o uso de inimigos naturais. O uso da vespinha Trichogramma spp., parasitoide de ovos da lagarta-do-cartucho, e dos inimigos naturais Trichogramma galloi (parasitoide de ovos) e Cotesia flavipes (parasitoide de larvas), no controle da broca-da-cana, são estratégias que têm se mostrado eficientes. Ivan Cruz ainda reforça que a utilização de parasitoides de ovos pode ser apontada como a melhor alternativa para o controle, tanto pela eficiência, como pela facilidade de uso e custo inferior.
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Transporte
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COMERCIAIS LEVES
Montadora inova em tecnologia com linha 2011 de furgões As vans também já saem de fábrica com itens de conforto, como vidros elétricos e travamento de portas com controle remoto A montadora Mercedes-Benz, atenta ao crescente mercado de comerciais leves, lançou no dia 14 de setembro, na fábrica de São Bernardo do Campo, São Paulo, a linha Sprinter 2011. Desde 1997, 80.000 unidades de vans, furgões e chassis cabina foram comercializados no Brasil. De acordo com a empresa a nova linha prioriza a segurança e o conforto de motoristas e passageiros, tanto que alguns itens, antes considerados opcionais, agora já saem da fábrica instalados nos veículos. Airbag do motorista e freios ABS/ASR equipam toda a linha. Já as Vans Sprinter 2011 passam a contar com vidros elétricos, retrovisores externos elétricos com aquecimento e travamento de portas centralizado com controle remoto, tudo de série. “Com a inclusão desses componentes como itens de série, agregamos ainda mais valor ao Sprinter, um veículo já reconhecido pelos clientes por sua tecnologia avançada e pela alta performance, o que assegura elevados níveis de qualidade, conforto, confiabilidade e segurança”, diz Sérgio Galhardo, gerente de Vendas da linha Sprinter da Mercedes-Benz do Brasil. Além de já contar com airbag para o motorista, os clientes podem solicitar, opcionalmente, airbag também para o acompanhante. O padrão de segurança inclui ainda freios a disco nas 4 rodas, cintos de segurança com regulagem de altura, imobilizador eletrônico, farois de neblina e regulagem de alcance dos farois com comando no painel de instrumentos. Atendimento antecipado à legislação Segundo Sérgio Galhardo, com a introdução de airbag e freio ABS/ASR como itens de série na linha Sprinter, a Mercedes-Benz antecipa-se às Resoluções 311 e 312 do Contran – Conselho Nacional de Trânsito. Essas resoluções determinam que, até 2014, esses equipamentos devem ser oferecidos como série nos veículos. “Independentemente disso, já a partir de agora, toda a produção do Sprinter sai de fábrica com esses componentes, o que demonstra o compromisso da Empresa com a evolução tecnológica dos produtos e com o atendimento à legislação”, destaca o executivo.
Em entrevista ao Jornal Entreposto, o gerente de vendas da linha Sprinter da Mercedes-Benz do Brasil, Sérgio Galhardo, destacou os diferenciais dos novos veículos. Jornal Entreposto - Quais os principais diferenciais competitivos dessa nova linha Sprinter? Sérgio Galhardo - O principal diferencial da linha Sprinter 2011 é a colocação como ítem de série o airbag do motorista e os freios ABS. Isso agrega valor ao produto e nós, praticamente, nem estamos repassando esse valor ao produto. Isso nos chama a atenção para a antecipação de legislação, que deve ocorrer até 2014. Se você se antecipa, os clientes já saem com esses novos equipamentos que serão obrigatórios e, quando a lei entrar em vigor, os seus veículos não perdem valor de revenda e nem será preciso fazer um investimento imediato. JE- E as principais características da Sprinter 2011? Sérgio - Continua sendo a tração traseira, onde existe uma economia de pneus comprovada. Outro bom elemento é o valor de revenda, que continua sendo excelente. JE - Para o público da Ceagesp, formado por transportadores de hortifrutis, quais veículos da linha o senhor recomenda? Sérgio - O furgão e o chassi-cabina são perfeitos e a tomada de força serve também para refrigeração. Antes, tinha que fazer ligação externa e o
Sprinter assegura rentabilidade e agilidade no transporte
Linha Sprinter 2011 da Mercedes-Benz traz airbag e ABS/ASR de série
risco de você ter problemas com adaptações externas era grande. Os veículos Sprinter já vem com a tomada de força original de fábrica e alinhada aos componentes do trem de força. Na Ceagesp nota-se uma grande quantidade de furgões de 10 metros cúbicos e o chassi cabina, que podem chegar até 15 metros cúbicos de carga. São veículos da linha Street, que podem circular em São Paulo sem restrição e quem tem uma ótima manobrabilidade e fácil condução. É praticamente um carro de passeio. JE - E a questão da agilidade, já que eles são classificados como picape? Sérgio - Esses tipos de veí-
Gerente de vendas da linha Sprinter da Mercedes-Benz do Brasil, Sérgio Galhardo
culos podem andar a 120 km/ h, podem trafegar em qualquer pista e não sofrem restrições de circulação. Outro diferencial é a flexibilidade de se colocar vários tipos de implementos, de baús a carga seca. JE - Quando a nova linha chega às revendas? Sérgio - Começamos o envio para as revendas no dia 30 de agosto. Hoje já está disponível em todo o Brasil. JE - Quando foi lançada a linha Sprinter? Sérgio - A linha Sprinter foi lançada em 1997 e a geração que temos hoje foi lançada em 2002. De 1997 para cá, foram vendidas 80.000 unidades no Brasil.
Os veículos Sprinter destacam-se no mercado por sua rentabilidade, graças a vantagens como baixo consumo de combustível, reduzido custo operacional e excelente valor de revenda. Além disso, conquistou uma imagem muito positiva também por sua agilidade no trânsito, vantagem especialmente importante no tráfego intenso dos grandes centros urbanos. A Mercedes-Benz compete no mercado de comerciais leves com uma linha completa de veículos na faixa de 3,5 a 4,6 toneladas de peso bruto total - PBT, assegurando ampla flexibilidade de escolha para os clientes. Esta linha é formada pelos modelos 413 CDI (4.600 kg de peso bruto total - PBT), 313 CDI (3.550 kg de PBT) e 311 CDI Street (3.500 kg de PBT). São 12 versões de van para transporte de passageiros, 16 de furgão e 5 de chassi com cabina para transporte de cargas. Os veículos Sprinter são equipados com o motor eletrônico OM 611 LA com tecnologia CDI (Common Rail Direct Injection), que oferece 129 cv de potência a 3.800 rpm e 31 mkgf de torque entre 1.600 e 2.400 rpm (413 CDI e 313 CDI) ou 109 cv de potência a 3.800 rpm e 28 mkgf de torque entre 1.400 e 2.400 rpm (311 CDI Street). Com isso, assegura força e ótima capacidade de aceleração, subidas e retomadas, fatores essenciais no tráfego intenso das grandes metrópoles.
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Proibição a caminhões na Marginal Pinheiros pode interferir nos negócios da Ceagesp A restrição de veículos comerciais na via altera rota de usuários do mercado de FLV e alguns chegam a ficar estacionados durante todo o dia no Entreposto A restrição a caminhões em um trecho da Marginal Pinheiros, entre as pontes do Jaguaré e do Morumbi, começou no dia 2 de agosto e desde então, compradores e atacadistas do maior entreposto da América Latina encontram dificuldades para chegar até ele. O horário da proibição (5h às 21h) coincide com o período de funcionamento do mercado de frutas, verduras e legumes e restringe a locomoção de usuários da Ceagesp que utilizavam a Marginal Pinheiros. O empresário Roberto Hayama explica que vinha de Santos, onde tem um sacolão, para comprar FLV no entreposto e levava cerca de 1h40 de caminhão, percorrendo a Rodovia os Imigrantes, a Av. dos Bandeirantes e a Marginal Pinheiros. Atualmente, ele gasta duas horas e meia e percorre 25 quilômetros a mais na ida e na volta. Da Imigrantes, ele precisa utilizar o Rodoanel para chegar à Rodo-
via Raposo Tavares, onde tem acesso às Avenidas Politécnica e Jaguaré para, finalmente, chegar na Ceagesp. Alguns usuários do mercado acham que a solução é voltar a trabalhar de madrugada, como acontecia antigamente. Outros, como Roberto, discordam. “O meu sacolão fun-
ciona das 6h às 18h. Preciso comprar de dia e descarregar durante a noite, já que não consigo fazer isso no horário em que a loja está aberta”, explica. Aloísio Pedro Nunes, conhecido como Pernambuco, trabalha como carregador há 20 anos na Ceagesp e disse
que o movimento no mercado diminuiu depois da restrição aos caminhões. “Acho que o pessoal está comprando em outros lugares. Compradores de Santo Amaro, que antes vinham para cá “na reta” da Marginal Pinheiros, agora precisam desviar pelo Morumbi e alguns não estão conse-
guindo chegar a tempo ou estão passando o dia estacionados aqui para voltarem à noite. A quantidade de trabalho já diminuiu”, reclama. “E se todos os caminhoneiros resolverem ficar estacionados de dia por aqui, não terá espaço”, completa.
l JORNAL ENTREPOSTO
CET vai proibir caminhões em quatro vias do Morumbi Os caminhoneiros que utilizavam a Marginal Pinheiros estão desviando por alguns bairros da cidade para chegarem a seus destinos. O Morumbi, na zona sul da cidade, é um dos desvios mais procurados. Desde a restrição, o fluxo de caminhões em suas ruas aumentou visivelmente. Além do aumento do trânsito, as vias precisam de cuidados, já que o aslfalto não é adequado para suportar tantos veículos pesados. O secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco informou que a proibição acontecerá nas avenidas Morumbi, Giovanni Gronchi, Jorge João Saad e Guilherme Dumont Vilares. Ainda não se sabe detalhes sobre dias e horários da restrição, mas provavelmente será nos padrões da lei na Marginal. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que os usuários estão “cortando” pelas ruas do bairro para não pegar o Rodoanel, onde o trajeto se torna mais longo. A data de início da proibição ainda não foi divulgada.
JORNAL ENTREPOSTO l
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Setembro 2010
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Brasil procura recuperar tempo perdido no setor de transportes Ministro diz que País precisa superar gargalos para aspirar ao desenvolvimento Agência Brasil
O Brasil tem hoje um cronograma de pagamentos na área de construção e manutenção de rodovias dez vezes maior do que no início da década, estima o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Segundo ele, o país viveu “uma paradeira de 25 anos” a área, mas nos últimos anos “as obras que não saíam do papel vieram à tona”. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, ele afirma que “hoje se pode dizer que a malha rodoviária não tem nenhum trecho importante que não seja sendo objeto de algum contrato de recuperação ou pavimentação. Quanto às obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, que vai se realizar no Brasil, Passos lembra que os planos estão em andamento, com a participação de diversas areas, como os ministérios do Esporte e das Cidades. Sobre o transporte ferroviário, o ministro lembra que os maiores investimentos nessa malha ocorreram no século 19 até metade do século 20 e não tiveram continuidade ou manutenção. Para ele, o fato de as linhas antigas terem bitola estreita inviabiliza a sua utilização para suprir as necessidades de um transporte de carga ou de passageiros mais rápido e, por isso, são necessários novos investimentos. “O Brasil procura recuperar o tempo perdido”, diz o ministro,. Ele lembra ainda que todos os grandes países se preocuparam com essa alternativa e oferecem à população um transporte regional e urbano de passageiros e de carga compatível com o seu nível de desenvolvimento, incluídos os metrôs e outras alternativas como os veículos leves sobre trilhos, os VLTs. Segundo Paulo Sérgio Passos, “o Brasil andou na contramão da história e agora quer recuperar o tempo perdido, pois nenhum país pode aspirar ao desenvolvimento sem antes superar os gargalos mais importantes. A área de infraestrutura, diz, deve comportar investimentos como se faz nos setores sociais, entre eles a saúde e a educação. O ministro destaca a importância para a economia brasileira das obras das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste. Na parte oeste, na Bahia, as obras contam com 9 mil trabalhadores. Essa ferrovia, de acordo com ele, deverá, no futuro, se estender até o Rio Grande do Sul, sendo de grande importância para o escoamento agrícola. A interligação das duas ferrovias deverá envolver trecho de cerca de mil quilometros. Paulo Sérgio Passos diz que na medida em que vão sendo construídas linhas de alta capacidade, de traçado mais moderno, como no caso da Transnordestina, abre-se a perspectiva futura de o país usar o transporte sobre trilhos tanto para carga quanto para transporte de passageiros.
Setembro 2010
Veículos pesados têm novo limite de velocidade
Começou a vigorar o novo limite de velocidade para veículos pesados na Marginal Tietê, em São Paulo. Com a adequação da sinalização vertical (placas) ao longo da via, a velocidade máxima para ônibus e caminhões na pista expressa caiu de 90 km/h para 70 km/h. De acordo com a CET, o objetivo dessa medida é reduzir o número de acidentes e de mortes no mais importante corredor de tráfego da cidade de São Paulo. Com 23,5 quilômetros de extensão em cada sentido, a Marginal Tietê concentra o maior volume de veículos, com 1,2 milhão de viagens por dia (350 mil veículos/dia, sendo 70 mil caminhões), e é a via que registra o maior número de acidentes e de mortes no trânsito. A fiscalização será feita por meio de cinco radares eletrônicos instalados ao longo da pista expressa da Marginal Tietê. A infração por excesso de velocidade varia de média a gravíssima, conforme o excedente do limite permitido.
l JORNAL ENTREPOSTO
Vendas de caminhões registram alta desde o início do ano As vendas de veículos cresceram 10,14% no acumulado dos oito meses do ano em comparação ao mesmo período de 2009, totalizando 3.410.604 unidades, segundo balanço divulgado No início de setembro pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Em agosto, o aumento foi de 4,5% em comparação a julho, com a comercialização de 482.379 veículos. As vendas de caminhões foram as que tiveram a maior alta no acumulado desde o início do ano. O crescimento de janeiro a agosto deste ano em relação a 2009 foi de 54,44%, o que significou a comercialização de 98.836 de unidades. De julho para agosto, no
entanto, o setor apresentou queda de 9,71%, com a venda de 13.265 de caminhões. O presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, atribuiu os resultados do setor à conjuntura econômica. “O desempenho do setor automotivo reflete o bom momento da economia. O país está crescendo. As promoções e os financiamentos também estão atrativos, com custos menores e fluxo abundante de recursos”. Os veículos comerciais leves registraram aumento de 8,5% nos oito meses do ano, com a venda de 2.077.521 unidades. Enquanto no mês passado foram comercializados 296.609 veículos comerciais leves, o que representou uma elevação de 3,99% em relação a julho.
JORNAL ENTREPOSTO l
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Inmetro fiscalizará produção de aditivo que vai reduzir gases poluentes Agência Brasil O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinou um acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para regulamentar a produção e comercialização do Arla 32, aditivo para motores a diesel que reduz emissão de gases poluentes. Uma norma do Ibama, do ano passado, determina a obrigatoriedade do uso do Arla 32, a partir de 2012, em veículos novos que utilizam diesel como combustível. Segundo o presidente do Inmetro, João Jornada, com o acordo assinado hoje, o instituto ficará responsável por elaborar os padrões de qualidade para o Arla 32 e as regras para medição e fiscalização do produto. “O produto que não estiver conforme a portaria do Ibama e com as regras do processo de certificação que serão feitas pelo Inmetro não poderá ser comercializado. Isso vai ser verificado e fiscalizado em todo o país”, disse Jornada.
O Arla 32 é o aditivo para motores a diesel que reduz emissão de gases poluentes
Segundo o coordenador de Controle de Resíduos e Emissões do Ibama, Paulo Macedo, as montadoras de automóveis já estão se preparando para adequar seus carros ao uso do Arla 32. O produto, à base
de ureia, captura grande parte do óxido de nitrogênio emitido na combustão do motor, antes que o gás poluente seja liberado para a atmosfera. “O óxido de nitrogênio é um gás poluente e nocivo à saúde, que cau-
sa problemas respiratórios e cardíacos”, afirmou Macedo. O Arla 32 não será misturado ao diesel, mas ficará em um recipiente separado, assim como o óleo lubrificante. O proprietário da caminhone-
te, caminhão ou ônibus terá que abastecer o carro com o Arla 32, em média, a cada cinco vezes em que abastecer o veículo com o diesel. O aditivo à base de ureia é utilizado há dois anos na Eu-
ropa. Segundo o Ibama, já há empresas brasileiras interessadas em fabricar o produto. A produção, no entanto, só poderá ser iniciada depois que o Inmetro divulgar as regras de qualidade para o Arla 32
Autopeças não produzidas no Mercosul terão imposto reduzido Agência Brasil
O Camex (Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior) reduziu em 2% o Imposto de Importação de 116 itens do segmento de autopeças não produzidas no Mercosul e utilizadas na produção industrial nacional. A listagem, aprovada em reunião da Camex na última terça-feira (14), foi elaborada a partir de propostas das entidades representativas do setor privado. Teve por base o fim do redutor de 40% na alíquota de importação de autopeças, anunciado no último dia 6 de maio pelo governo, como parte das medidas de apoio às exportações. O redutor em vigor há dez anos terá queda gradual - 10% em agosto, 10% em novembro deste ano e 20% em maio de 2011. A partir dessa data, as montadoras terão de recolher de 14% a 18% de Imposto de Importação, dependendo do componente. A lista de produtos poderá ser revista a qualquer momento, por solicitação das entidades representativas do setor privado. Para se habilitar à redução do imposto, os interessados devem se dirigir à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), órgão responsável por disciplinar o assunto. Na entrevista coletiva realizada após a reunião do Conselho de Ministros, o secretário executivo substituto da Camex, André Rizzo, explicou que o uso concomitante dos dois benefícios não será possível. “Até maio de 2011, as empresas terão que optar entre o redutor ou a lista com 116 itens”, esclareceu.
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Brasil procura recuperar tempo perdido no setor de transportes Ministro diz que País precisa superar gargalos para aspirar ao desenvolvimento Agência Brasil
O Brasil tem hoje um cronograma de pagamentos na área de construção e manutenção de rodovias dez vezes maior do que no início da década, estima o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Segundo ele, o país viveu “uma paradeira de 25 anos” a área, mas nos últimos anos “as obras que não saíam do papel vieram à tona”. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, ele afirma que “hoje se pode dizer que a malha rodoviária não tem nenhum trecho importante que não seja sendo objeto de algum contrato de recuperação ou pavimentação. Quanto às obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, que vai se realizar no Brasil, Passos lembra que os planos estão em andamento, com a participação de diversas areas, como os ministérios do Esporte e das Cidades. Sobre o transporte ferroviário, o ministro lembra que os maiores investimentos nessa malha ocorreram no século 19 até metade do século 20 e não tiveram continuidade ou manutenção. Para ele, o fato de as linhas antigas terem bitola estreita inviabiliza a sua utilização para suprir as necessidades de um transporte de carga ou de passageiros mais rápido e, por isso, são necessários novos investimentos. “O Brasil procura recuperar o tempo perdido”, diz o ministro,. Ele lembra ainda que todos os grandes países se preocuparam com essa alternativa e oferecem à população um transporte regional e urbano de passageiros e de carga compatível com o seu nível de desenvolvimento, incluídos os metrôs e outras alternativas como os veículos leves sobre trilhos, os VLTs. Segundo Paulo Sérgio Passos, “o Brasil andou na contramão da história e agora quer recuperar o tempo perdido, pois nenhum país pode aspirar ao desenvolvimento sem antes superar os gargalos mais importantes. A área de infraestrutura, diz, deve comportar investimentos como se faz nos setores sociais, entre eles a saúde e a educação. O ministro destaca a importância para a economia brasileira das obras das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste. Na parte oeste, na Bahia, as obras contam com 9 mil trabalhadores. Essa ferrovia, de acordo com ele, deverá, no futuro, se estender até o Rio Grande do Sul, sendo de grande importância para o escoamento agrícola. A interligação das duas ferrovias deverá envolver trecho de cerca de mil quilometros. Paulo Sérgio Passos diz que na medida em que vão sendo construídas linhas de alta capacidade, de traçado mais moderno, como no caso da Transnordestina, abre-se a perspectiva futura de o país usar o transporte sobre trilhos tanto para carga quanto para transporte de passageiros.
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Veículos pesados têm novo limite de velocidade
Começou a vigorar o novo limite de velocidade para veículos pesados na Marginal Tietê, em São Paulo. Com a adequação da sinalização vertical (placas) ao longo da via, a velocidade máxima para ônibus e caminhões na pista expressa caiu de 90 km/h para 70 km/h. De acordo com a CET, o objetivo dessa medida é reduzir o número de acidentes e de mortes no mais importante corredor de tráfego da cidade de São Paulo. Com 23,5 quilômetros de extensão em cada sentido, a Marginal Tietê concentra o maior volume de veículos, com 1,2 milhão de viagens por dia (350 mil veículos/dia, sendo 70 mil caminhões), e é a via que registra o maior número de acidentes e de mortes no trânsito. A fiscalização será feita por meio de cinco radares eletrônicos instalados ao longo da pista expressa da Marginal Tietê. A infração por excesso de velocidade varia de média a gravíssima, conforme o excedente do limite permitido.
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Vendas de caminhões registram alta desde o início do ano As vendas de veículos cresceram 10,14% no acumulado dos oito meses do ano em comparação ao mesmo período de 2009, totalizando 3.410.604 unidades, segundo balanço divulgado No início de setembro pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Em agosto, o aumento foi de 4,5% em comparação a julho, com a comercialização de 482.379 veículos. As vendas de caminhões foram as que tiveram a maior alta no acumulado desde o início do ano. O crescimento de janeiro a agosto deste ano em relação a 2009 foi de 54,44%, o que significou a comercialização de 98.836 de unidades. De julho para agosto, no
entanto, o setor apresentou queda de 9,71%, com a venda de 13.265 de caminhões. O presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, atribuiu os resultados do setor à conjuntura econômica. “O desempenho do setor automotivo reflete o bom momento da economia. O país está crescendo. As promoções e os financiamentos também estão atrativos, com custos menores e fluxo abundante de recursos”. Os veículos comerciais leves registraram aumento de 8,5% nos oito meses do ano, com a venda de 2.077.521 unidades. Enquanto no mês passado foram comercializados 296.609 veículos comerciais leves, o que representou uma elevação de 3,99% em relação a julho.
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Inmetro fiscalizará produção de aditivo que vai reduzir gases poluentes Agência Brasil O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinou um acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para regulamentar a produção e comercialização do Arla 32, aditivo para motores a diesel que reduz emissão de gases poluentes. Uma norma do Ibama, do ano passado, determina a obrigatoriedade do uso do Arla 32, a partir de 2012, em veículos novos que utilizam diesel como combustível. Segundo o presidente do Inmetro, João Jornada, com o acordo assinado hoje, o instituto ficará responsável por elaborar os padrões de qualidade para o Arla 32 e as regras para medição e fiscalização do produto. “O produto que não estiver conforme a portaria do Ibama e com as regras do processo de certificação que serão feitas pelo Inmetro não poderá ser comercializado. Isso vai ser verificado e fiscalizado em todo o país”, disse Jornada.
O Arla 32 é o aditivo para motores a diesel que reduz emissão de gases poluentes
Segundo o coordenador de Controle de Resíduos e Emissões do Ibama, Paulo Macedo, as montadoras de automóveis já estão se preparando para adequar seus carros ao uso do Arla 32. O produto, à base
de ureia, captura grande parte do óxido de nitrogênio emitido na combustão do motor, antes que o gás poluente seja liberado para a atmosfera. “O óxido de nitrogênio é um gás poluente e nocivo à saúde, que cau-
sa problemas respiratórios e cardíacos”, afirmou Macedo. O Arla 32 não será misturado ao diesel, mas ficará em um recipiente separado, assim como o óleo lubrificante. O proprietário da caminhone-
te, caminhão ou ônibus terá que abastecer o carro com o Arla 32, em média, a cada cinco vezes em que abastecer o veículo com o diesel. O aditivo à base de ureia é utilizado há dois anos na Eu-
ropa. Segundo o Ibama, já há empresas brasileiras interessadas em fabricar o produto. A produção, no entanto, só poderá ser iniciada depois que o Inmetro divulgar as regras de qualidade para o Arla 32
Autopeças não produzidas no Mercosul terão imposto reduzido Agência Brasil
O Camex (Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior) reduziu em 2% o Imposto de Importação de 116 itens do segmento de autopeças não produzidas no Mercosul e utilizadas na produção industrial nacional. A listagem, aprovada em reunião da Camex na última terça-feira (14), foi elaborada a partir de propostas das entidades representativas do setor privado. Teve por base o fim do redutor de 40% na alíquota de importação de autopeças, anunciado no último dia 6 de maio pelo governo, como parte das medidas de apoio às exportações. O redutor em vigor há dez anos terá queda gradual - 10% em agosto, 10% em novembro deste ano e 20% em maio de 2011. A partir dessa data, as montadoras terão de recolher de 14% a 18% de Imposto de Importação, dependendo do componente. A lista de produtos poderá ser revista a qualquer momento, por solicitação das entidades representativas do setor privado. Para se habilitar à redução do imposto, os interessados devem se dirigir à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), órgão responsável por disciplinar o assunto. Na entrevista coletiva realizada após a reunião do Conselho de Ministros, o secretário executivo substituto da Camex, André Rizzo, explicou que o uso concomitante dos dois benefícios não será possível. “Até maio de 2011, as empresas terão que optar entre o redutor ou a lista com 116 itens”, esclareceu.
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l JORNAL ENTREPOSTO
ESPECIAL
Mercabarna é muito mais do que um mercado O Jornal Entreposto visitou o Mercabarna, o entreposto de abastecimento de Barcelona, um dos principais da Europa, e fez um raio-x de um mercado exemplar, moderno e dinâmico que busca a cada dia aprimorar sua capacidade e qualidade na comercialização de produtos agroalimentares É assim que a empresa Abastecimentos Mercado de Barcelona S/A se apresenta. Uma entidade gestora do setor de alimentação que reúne mercados atacadistas em Barcelona, interagindo no marketing, distribuição, importação e exportação de produtos frescos e congelados. Sua localização geográfica é bem privilegiada, já que historicamente Barcelona é umas das principais cidades europeias com importância comercial e turística. Além disso, o Mercabarna está estrategicamente localizado do ponto de vista logístico, o que favorece a chegada e envio de mercadorias por terra, mar e ar: a poucos quilômetros do aeroporto internacional de El Prat, o porto de TIR terminal de contâiner, o transporte ferroviário e rodoviário, com acesso direto às auto-estradas, e apenas a 10 km do centro da cidade. Este fator contribuiu muito para o Mercabarna ocupar
uma posição de destaque entre os grandes centros europeus de distribuição de produtos fescos. O Mercabarna fica localizado na Zona Franca de Barcelona, numa área de 900.000 m2, com cerca de 800 empresas que atuam no setor agroalimentar, onde trabalham 25 mil pessoas. A companhia também tem uma área de 45.000 m2 próxima ao aeroporto de Barcelona, onde construiu o Mercabarna-Flor, um centro de negócios especializado em flores por atacado, plantas e acessórios. Os produtos do entreposto são distribuídos pela Espanha e para muitos países ao redor do mundo, mas a sua esfera de influência abrange todo o território da Catalúnia, o norte de Valência, Aragão, Ilhas Baleares, Andorrra, sul da França e norte da Itália. No total, o Mercabarna fornece produtos frescos para cerca de 10 milhões de consumidores.
O horário de comercialização se intensifica entre 12 e 18 horas, diferente de outros mercados europeus.
Cronologia: Um pouco da história do Mercabarna Tradicionalmente, os mercados atacadistas estavam localizados no coração de Barcelona, porém com o crescimento sócio-urbano da cidade foi fundamental a mudança para evitar problemas de todos os tipos: capacidade, comunicação, meio ambiente, entre outros. Por esses motivos, os mercados foram tranferidos gradualmente para área onde hoje está localizado o Mercabarna.
1967 Constituição da corporação comercial Abastecimentos Mercado de Barcelona SA (Mercabarna).
go Mercado Central da Rua Wellington, próxima ao litoral. Em seu centro, que ocupa 30.000 m2, mais de 50 empresas trabalham com 80 pontos de venda por atacado, equipados com salas de manuseio e corte, e 14 pontos de distribuição em espaços adequados para a comercialização de congelados. Durante esses anos, o mercado tem registrado um crescimento constante e incorporou melhorias na sua infraestrutra para se adaptarem às novas normas de higiene. Todas estas melhorias colocam o Mercado Central de Peixe Mercabarna como líder entre os mercados europeus de atacado, em termos de requisitos de desempenho técnico, comercial, de saúde e ambiental.
1984 1971 Instalação do primeiro centro atacadista, o Mercado Central O Mercabarna passa a operar no atacado de flores e plantas de Frutas e Vegetais, que veio a partir de um outro mercado tradicional de Barcelona. Ocupa a maior área do mercado, mais de 230.000 m2 distribuídos em sete edifícios. Atualmente, 200 empresas atuam em 440 estabelecimentos e vendem mias de 1 milhão de toneladas de mercadoria por ano em todo o mundo. Em 1989, o Mercado central de Frutas e Legumes fixou sua comercialização durante o dia, ao contrário dos demias mercados atacadista ao redor do mundo que permanecem com sua comercialização durante a madrugada.
1979 O antigo matadouro muncipal mudou-se para o Barcelona Mercabarna Matadouro. Ocupa uma área de 40.000 m2 e tem duas linhas de sacrifício equipadas com tecnologia moderna, um para bovinos e equínos, e outro para ovinos e caprinos. O Mercabarna Matadouro abate 31.500 toneladas por ano, sendo o primeiro na Calaúnia e o segundo em toda Espanha em termos de toneladas de carne de abate.
ornamentais com a instalação do Mercado das Flores.
Ele herdou uma longa tradição de floristas comerciais, iniciada no começo do século XX e que desde 1964 operava nas ruas de Barcelona, o Lleida, uma área que hoje é um teatro de renome. O Mercado Central de Flores começou a funcionar em uma instalação de 30.000 m2, mas em abril de 2001 um violento incêndio destruiu completamente estas instalações. Ao longo de sete anos, mais de 60 atacadistas operaram temporariamente ao lado do mercado velho destruído. Recentemente, uma mudança ofereceu instalações novas para o chamado Mercabarna Flor, que se tornou um importante centro de negócios, especializado principalmente em flores, plantas e acessórios. Esse novo mercado, que coupa uma área de 44.000 m2 está situado fora do Mercabarna, no município de Sant Boi, a 500 metros do aeroporto. Foi também instalado o pavilhão multiuso que reúne uma gama de empresas envolvidas na comercialização de produtos e semi-processados: vinho, congelados, conservas, laticínios, bebidas, ovos, queijos, peixe salgado, especiairias, embutidos, doces, etc.
1987 1983 Da-se início a construção da área de serviços complementaÉ inaugurado o Mercado Central do Peixe proveninete do antires. Estas instalações proprocionaram um melhor posiciona-
mento da Unidade de Alimentação, já que seu sucesso reside na grande concentração de empresas especializadas no comércio,transformação e distribuição de alimentos frescos. Essas empresas cada vez mais oferecem produtos de valor agregado e serviços ao cliente. Portanto, o Mercabarna tem 300 empresas localizadas no Mercado Central, distribuídas pelos diferentes mercados (Mercado Central de Frutas e Vegetais), Mercado Central do Peixe, Mercabarna-Flor e Mercabarna Matadouro), e mais 500 empresas localizadas na área de atividade complementares, ou ZAC, como é denominada. O ZAC desenvolveu uma série de atividade em torno dos Mercados Centrais e é um dos melhores exemplos da evolução do Mercabana ao longo de sua história. O ZAC é dividido em grupos, destacando-se as companhias que especializam no tratamento, maturação, processamento, embalagem, armazenamento, distribuição, importação e exportação de todos os tipos de produtos frescos e congelados. Empresas especializadas em reciclagem e reaproveitamento, e uma série de empresas especializadas em apoio logístico e de abastecimento para os usuários: motoristas de caminhão refrigerado, controle de qualidade e laboratório, as empresas de embalagem, garagens, bancos, restaurantes, hotéis, postos de gasolina, creche, farmácia, empresa de serviços de informática, correio, consultoria, hardware, etc.
1988 A mudança de horário de comercialização do Mercado Central de Frutas e Legumes para o dia.
1989 Incorporação do mercado de frutas em Hospitalet de Llobregat para Mercado Central de Frutas e Legumes Mercabarna.
2008 Início das operações do Mercabarna-flor próximo ao aeroporto.
2010 O Mercabarna enfrenta nos próximos anos um forte nível de investimentos em infra-estrutura e serviços, a fim de se consolidar como o maior entreposto de comida mediterrânea e um dos principais fornecedores de produtos frescos para toda a Europa.
JORNAL ENTREPOSTO l
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RESPONSABILIDADE SOCIAL Desde 2002 a gestão do Mercabarna oferece uma loja no interior das instalações da Unidade de Alimentação, para servir como central de coleta e plataforma de distribuição de frutas, legumes e peixe que não são negociáveis no mercado mas são próprias para consumo. Este banco distribui alimentos para diversas instituições assistenciais que ajudam necessitados. Em um único dia, 20 mil pessoas são beneficiadas com o recebimento de produtos frescos de empresas do mercado. No ano passado, após uma campanha em 2009 para que as empresas aumentassem suas contribuições ao banco de alimentos, o recolhimento passou de 10.000 kg/semanal para 20.500 kg/semanal, um aumento de 105%.
SUSTENTABILIDADE Produtos exposto sempre com ótima apresentação e embalagens para atrair compradores.
O Mercabarna é pioneiro na Europa entre os mercados atacadistas em seu sistema de separação e reciclagem, com tecnologia desenvolvida especificamente para este mercado. Atualmente, recicla cerca de 80% dos respiduos gerados em suas instalações, gerando economia de cerca de 45 milhões de euros são economizados por ano. O Mercabarna tem uma estação de tratamento de águas residuais que serve várias instalações do Centro, como a área de pescado e o matadouro. A estação de tratamento de águas residuais, que purifica em média 1.000 m3 de águas residuais por dia, permite cumprir as regras comunitárias sobre o estado das águas residuais na região, com aprovação garantida. O mercado tem implementado uma série de ações para reduzir o consumo das instlações de água potável na gestão centralizada. Para estimular o uso racional da água, o administração realizou uma reunião técnica com as empresas onde um conjunto de propostas de ações a curto e médio prazo, irão aumentar a eficiência no cosumo de água. Uma equipe de 25 pessoas, munida de maquinaria especializada, trabalha dia e noite para manter o mercado limpo. Além disso, 65 % da água utilizada para limpeza é subterrânea. E realmente é n otável a limpeza dos recintos, não se vê qualquer tipo de lixo no chão.
Corredores amplos para facilitar a logística. As mercadorias são abastecidas na parte da manhã com empilhadeiras e carrinhos de mão.
Para dar força aos procedimentos de sustentabilidade, 10 associações de usuários (atacadistas e compradores) em conjunto com o Mercabrarna, assinaram um acordo de princípios com o objetivo de se envolverem no Plano de Gestão de Resíduos e executarem um compromissso de padrão diário de coleta seletiva e também um instrumento para avaliar periodicamente a qualidade da limpeza e de gestão de resíduos do Mercabarna. Um verdadeiro exemplo de política ambiental. Desde 2004 o sitema de gestão de resíduos do Mercabarna foi certificado com o ISO 14001. Uma garantia de qualidade ambiental que este mercado ser mais competitivo, transparente e sustentável. E por fim, o mercado tem um compromisso de energias sustentáveis e renvováveis, também conhecida como energia limpa. E já começõu a instalar painéis solares em algumas das suas novas instalações, como a o mercado novo de flores.
Não há comercialização nas plataformas. A compra e venda dos produtos é feita na parte interna dos pavilhões.
CONSTITUIÇÃO
SEGURANÇA ALIMENTAR
CAMPANHAS
O Mercabarna é uma empresa comercial com acionistas públicos e privados, entre eles o BSM-Conselho da Cidade (51%),a Mercasa 37% (empresa que gere a rede nacional de mercados atacadistas da Espanha) e o Conselho Regional de Barcelona 12% (agência constituida por instituições e empresas do setor público, que visa prestar assistência técnica nas áreas de infraestrutura e desenvolvimento urbano na Região Metropolitana de Barcelona).
A segurança alimentar é um fator chave na atividade das empresas comerciais dentro do Mercabarna.
A queda no consumo de produtos frescos, especialmente frutas, verduras e peixes, entre ciranças e adolescentes, em favor de outros produtos processados, que normalmente têm grande suporte publicitário, levou o Mercabarna a implantar programas para incentivar o hábito de consumo alimentar em favor de uma dieta saudável e equilibrada.
No Mercabarna a maioria das empresas estão agrupadas em associações e sindicatos, que participam das grandes decisões que afetam o funcionamento da Unidade de Alimentação, como é chamada, tomadas em conjunto entre a gestão Mercabarna e as diversas associações empresariais. Segundo a administração, este mecanismo dá força para as decisões e os encoraja a 0respeitar.
Todas as suas instalações seguem os mais rigorosos padrões de higiene e segurança alimentar, bem como todos procedimentos exigidos pela rastreabilidade. Uma equipe de veterinários e um agente de apoio da Agência de Saúde Púlbica de Barcelona, é responsável por assegurar o cumnprimento destas normas. O próprio Mercabarna oferece serviços de consultoria em área de formação profissional.
A campanha “5 por dia”, promovida pelo Mercabarna e a Associação dos Empregadores Atacadistas de Frutas e Vegetais da Província de Barcelona, é uma iniciativa que tem como principal objetivo promover o consumo de frutas e legumes entre as ciranças nas escolas em torno da Catalúnia, bem como entre suas famílias. O slogan da campanha refere-se à importância da nutrição adequada para o consumo de crianças de cinco porções diárias e frutas e legumes. Todos os anos participam nesta campanha, mais de seis mil crianças.
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Setembro 2010
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