Jorna Entreposto | Outubro de 2010

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Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

São Paulo, outubro de 2010 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - No 125 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste

FRUIT & TECH

Salão do Automóvel de

Paris

O Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura e a melancia

Atacadistas do entreposto de São Paulo marcam presença em mostra internacional

Com 90 lançamentos, evento comemora o reaquecimento do mercado póscrise Pág. D2

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Montadoras ampliam negócios e anunciam fabricação de modelos internacionais no País Bom momento da conjuntura econômica e mercado consumidor em alta têm impulsionado os negócios da indústria automobilística nacional. Diversas montadoras instaladas no país anunciam a expansão de suas instalações e a fabricação em solo brasileiro de modelos já consagrados no exterior.

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Salão do Automóvel de São Paulo bate recorde em número de expositores Pág. D1

Mercado revela charme curitibano

Street View estreia no Brasil com cenas polêmicas

Chega ao Brasil o Google Street View, serviço que mapeia ruas com fotos de 360o e permite ao usuário um passeio virtual como se estivesse na própria via. Desde a estreia, no final de setembro, a ferramenta já acumula algumas cenas bizarras captadas por suas câmeras.

A revitalização do Mercado Municipal de Curitiba segue a todo vapor e, até o ano que vem, as obras de reforma e ampliação do mais tradicional ponto de cultura gastronômica da cidade vão deixá-lo maior e mais confortável, tornando-o referência em abastecimento público.

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Pág. A6 FOTO: PAULO FERNANDO

Australiano ministra treinamento em FLV no entreposto paulistano

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Caminhão feito de latinhas de alumínio recicladas exposto no estande da montadora Volkswagen, na Exposucata 2010

O monitoramento de resíduos de agrotóxicos na Ceagesp

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Hortaliças folhosas: um grande desa�io para um futuro promissor

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Preparo inadequado do solo pode aumentar emissões de gás

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* Preço de referência do mês de setembro l 2010 - Expectativa para outubro l 2010

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Outubro 2010 l

ARTE EM FOCO

JORNAL ENTREPOSTO

ARTIGO FOTO: PAULO FERNANDO

Safra 2010/2011, entre a euforia e a realidade Por Edivaldo Del Grande*

A exposição “Um Percurso, Uma História: Os Salões Paulistas de Belas Artes” prossegue até o próximo dia 15 de novembro em São Paulo. A mostra, que acontece no Palácio dos Bandeirantes, exibe aproximadamente 60 obras expostas nos eventos realizados entre 1934 e 2006. Aberto ao público de terça a domingo, das 10h às 17h, o espaço apresenta trabalhos de Aldo Bonadei, Victor Brecheret, Volpi, Anita Malfatti, De Fiori, Rebolo, Tarsila do Amaral - autora de“Operários” (foto acima) -, entre outros nomes consagrados. As visitas são monitoradas e devem ser agendadas pelo telefone (11) 2193-8740

O que devemos fazer na hora de votar Quando votamos, delegamos nossas funções para outras pessoas. Alguém que julgamos que vá nos representar muito bem no plenário. Alguém que lute por nossos direitos. Escolha bem, porque candidatos a político, tem muitos, mas fazer política em favor do povo são muito poucos.

Painel eleitoral

Tranquilos

Números interessantes

Enquanto Dilma e Serra seguem se esfaqueando para ganhar as eleições de 31 de outubro, a justiça brasileira parece não se incomodar com os candidatos exóticos e fichas-sujas eleitos no primeiro turno, a exemplo de Tiririca e Maluf, em São Paulo, e outras figurinhas carimbadas Brasil afora.

Mais de 50% dos eleitores de Guajará (AM) não compareceram às urnas no primeiro turno. Em Pernambuco, o governador reeleito, Eduardo Campos, conseguiu 99,01% (3.395) dos votos válidos em Granito, contra 0,67% (23) do seu adversário. No Sudeste, o PT foi o partido que mais elegeu deputados federais; somando os eleitos em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, serão 30 parlamentares petistas representando a região a partir do ano que vem na Câmara Federal.

Não foi dessa vez Manelão (PV) e Cláudio Furquim (PSDB), candidatos do entreposto de São Paulo à Assembleia Legislativa, não foram eleitos. O setor continuará, mais quatro anos, sem representação direta no parlamento paulista.

O mais velho e o mais novo O mais jovem deputado federal eleito foi o estudante de medicina paranaense Hugo Motta, 21 anos, que exercerá seu primeiro mandato pelo PMDB. Já o mais velho vai para o seu quinto mandato. É Vicente Arruda, 81 anos, do PR cearense.

De fora O primeiro turno tirou da cena eleitoral personagens famosos da política brasileira. Destaque para Aloísio Mercadante e José Genoino, ambos do PT paulista, Romeu Tuma (PTB-SP). Arthur Virgílio (PSDB-AM), César Maia (DEM-RJ) Ideli Salvatti (PT-SC), Heloísa Helena (PSOL) e Fernando Gabeira (PV-RJ), entre outros, também não foram eleitos para os cargos que disputavam.

Famosos na política Entre os eleitos na primeira rodada das eleições, também se destacam as celebridades. O ator Stepan Nercessian (PPS-RJ), o apresentador Wagner Montes (PDT-RJ), a atriz Myriam Rios (PDT-RJ) e até o ex-BBB Jean Wyllys estão nesse rol.

Puxadores de votos Além de Tiririca, outros candidatos que obtiveram votações expressivas puxaram consigo os nanicos. Entre os bem votados, destacamse Manuela D´Avila (PC do B-RS), ACM Neto (DEM-BA), Ratinho Junior (PSC-PR) e Anthony Garotinho (PR-RJ).

Superpopulares No Distrito Federal, Marisa de Sousa Requia (PDT), Roberta Chaves (PDT), Iraci Claro (PSB) e Nerineuma Godoy (PT do B) obtiveram apenas um voto. “Não conhecia ninguém melhor para votar e, por isso, votei em mim”, justificou uma das candidatas.

Fique atento! Existem muitas formas de acompanhar o trabalho desses representantes. Além do noticiário, muitos portais da internet trazem informações sobre o que acontece no “mundo da política”.

O campo vive momento de euforia. Nem mesmo as previsões de queda na produção, divulgadas pela Conab, desanimam os produtores rurais com relação aos resultados financeiros da safra 2010/2011. A alta dos preços de mercado dos produtos agrícolas, constatada no segundo semestre deste ano, deverá compensar a perda do volume de produção. Os parcos resultados das safras do Hemisfério Norte esvaziaram os estoques agrícolas neste último ano, causando a elevação dos preços das commodities no mercado internacional. Caso do algodão, da soja, do milho e do trigo que beneficiam os produtores brasileiros que se preparam para semear a nova safra, sob a perspectiva de maiores preços e maior rentabilidade. O clima de animação presente entre os nossos produtores ainda foi ampliado graças às compras antecipadas das companhias exportadoras, as quais já adquiriram metade da safra que ainda não foi plantada. Entretanto, devemos ter o pé no chão quanto a algumas questões. Se o mercado parece se movimentar a favor do produtor rural, o mesmo não se pode dizer da política agrícola brasileira. Por mais que haja uma bem estruturada retomada na rentabilidade da safra de grãos, ela não nos livra das mudanças que podem acontecer. É bom reforçar que o La Niña só não terá efeitos significativos na rentabilidade brasileira graças ao mercado externo. Não fosse isso, estaríamos todos sem dormir, preocupados com os possíveis prejuízos. Portanto, essa boa fase que provavelmente nos bafejará deve nos levar também a uma reflexão sobre o que a provocou e os mecanismos de seguridade do campo. Não basta exaltar o momento de bonança, é necessário levar em conta as flutuações históricas de mercado que sempre prejudicaram o agricultor. O clima irregular e suas consequências na produção ainda são os principais obstáculos que enfrentamos. Os produtores de feijão que o digam. Vítimas da seca rigorosa dos últimos meses, somente os agricultores mais estruturados, com capacidade de promover irrigação artificial em suas plantações, estão sendo beneficiados pela alta do preço do produto provocada pela quebra da safra. A grande maioria dos pequenos e médios produtores não conseguiu aproveitar o período, pois teve de vender o feijão no início da safra, com preços baixos. Mais uma vez, restou ao produtor arcar com os prejuízos de uma colheita minguada e de baixa qualidade. O Fundo de Catástrofe, reivindicação antiga do setor, no qual o Governo divide com as seguradoras a responsabilidade pelos ressarcimentos, acabou de ser sancionado pelo governo Lula. Ainda é necessário adequar a redação para a sua efetividade, uma vez que o Fundo não pode ser contingenciado, não pode estar atrelado ao orçamento da União, sob o risco de sofrer cortes nos recursos. Mesmo assim, a iniciativa foi um passo importante, mas apenas o primeiro para a instalação de uma política agrícola eficiente, já que sozinho o Fundo de Catástrofe não resolve, por exemplo, o problema dos produtores de feijão, mas estimula a redução dos riscos das seguradoras que operam no setor e, consequentemente, a redução dos custos do seguro oferecido aos produtores. E quando o assunto é seguro rural, fica evidente que o setor demanda atitudes mais concretas de proteção à produção. Nos moldes de hoje, o seguro rural que se aplica no Brasil não atende às especificidades da área, já que se restringe ao investimento inicial e não contempla a expectativa da receita. O que significa que o produtor, ao ter perda de safra, é ressarcido apenas pela parte correspondente aos investimentos iniciais, sem considerar sua previsão de lucro. Ficando para ele o ônus de optar por utilizar a indenização para reinvestir na produção ou para sobreviver. Isso quando consegue ter acesso ao seguro rural, haja vista as exigências extremadas das seguradoras. Além disso, a burocracia para a liberação de crédito, a débil política de preços mínimos e as constantes tentativas de se mudar os índices de produtividade sem parâmetros técnicos são gargalos que intensificam a insegurança do agronegócio. A formação de um fundo anticíclico para épocas de bonança e uma efetiva política de subsídios em tempos de dificuldades são escudos vitais para a produção rural. Só assim obteremos no campo o desenvolvimento agrícola e a modernização socioeconômica que garantirá uma base social forte, organizada e cooperante, capaz de gerar renda para todos. * Edivaldo Del Grande é presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp)


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JORNAL ENTREPOSTO

JORNAL ENTREPOSTO l Outubro 2010

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FEIRAS E NEGÓCIOS

A fruticultura em números

Permissionários expõem qualidade da Ceagesp na Fruit & Tech Atacadistas do entreposto de São Paulo marcam presença em mostra internacional promovida na capital paulista FOTOS: PAULO FERNANDO

Empresários, especialistas, executivos e outros tomadores de decisões estratégicas participaram da segunda edição da Feira Internacional de Frutas, Legumes e Derivados, Tecnologia e Logística, realizada de 27 a 29 de setembro, no Expo Center Norte. Neste ano, a programação do 2º Seminário Internacional Fruit & Tech incluiu apresentações de acadêmicos e profissionais do Brasil e do exterior. Um dos destaques foram as palestras de engenharia, tecnologia de alimentos e procedimento mínimo proferidas por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária). No espaço reservado à estatal, os participantes do evento puderam conhecer, por meio de degustações, frutos e geleias desenvolvidas por pesquisadores brasileiros. O público provou o sabor das compotas de abacaxi com melado (derivado da cana-de-açúcar), oriundas de um projeto que a empresa desenvolveu no Rio de Janeiro, em Campos, junto a produtores, para agroindustrialização de produtos que eles cultivam em assentamento, como forma de geração de renda e agregação de valor. “Com a exposição dos nossos trabalhos, muito visitantes e expositores se interessaram em saber mais sobre as novas tecnologias que oferecemos para melhorar processos e produtos para o mercado interno e externo”, enfatizou Luciana Mendes, do departamento de marketing da companhia. Os supermercadistas, produtores, processadores, distribuidores, atacadistas da Ceagesp e importadores de todas as partes do mundo também se encontraram na rodada internacional de negócios promovida pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), que trouxe ao Brasil executivos da Rússia, Espanha, Alemanha, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, Oman e Emirados

Mercado externo De janeiro a julho, as exportações de frutas para os países árabes somaram US$ 6,17 milhões, um aumento de 3,51% em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume, as vendas apresentaram uma queda de 12,%, saindo de 11,37 mil toneladas em 2009 para 9,98 mil toneladas este ano. Segundo a Apex, os compradores internacionais estão cada vez mai interessados em maçã, uva, laranja, limão, melão, melancia, abacaxi, figo, goiaba e abacate. De acordo com o Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas), há uma demanda externa por frutas tanto tropical quanto de clima temperado, o

que demonstra que a entidade está no caminho certo em mostrar toda a diversidade de sabores do país. No mercado mundial de sucos de frutas, seja na forma integral ou concentrada, o ranking em volume é liderado de longe pela laranja e maçã, que, com demandas na ordem de milhões de toneladas ano, são commodities. Outras, como uva, aparecem em escala intermediária de algumas centenas de toneladas, incluindo-se aqui o abacaxi, como sendo a fruta tropical de maior demanda mundial na faixa de 250 mil 300 mil toneladas ao ano. Outras frutas tropicais, que repre-

Caso de sucesso

Árabes. Abdul Rahiman, diretor da empresa Interworld Foods, de Dubai, veio pela segunda vez ao Brasil. No ano passado, ele demonstrou grande interesse nas frutas nacionais, principalmente em melancia, melão e açaí. Além de frutas, como laranja, limão e uva, a empresa dos Emirados Árabes importa frango do Brasil.

As exportações já respondem por 55% do faturamento da Itacitrus, que chegou a R$ 40 milhões no ano passado. Alguns países como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha, entre outros, absorvem a maior fatia de vendas da empresa que mantém atividades na Ceagesp e expôs na Fruit & Tech. Desde que começou a exportar, em 2000, a Itacitrus vem crescendo a uma média de 30% ao ano. Para 2010, o ritmo de crescimento deverá ser bem mais acelerado, com a diversificação da produção e comercialização, com a inclusão de outras frutas no portfólio, acabando com a hegemonia do limão. Maçã, melão, manga, uva, abacaxi e mamão estão no foco da empresa, sendo que esta última fruta já iniciou operação neste ano. Junto com o aumento das exportações de limão, o mamão fará a Itacitrus chegar a uma receita de R$ 80 milhões em 2010.

sentam no Brasil um potencial enorme e que podem ser consideradas tradicionais no mercado mundial de bebidas são banana, manga, maracujá, goiaba, mamão, e ultimamente acerola, com volumes anuais na faixa de 10 mil toneladas (acerola, mamão) a 50 mil toneladas (maracujá, manga). Uma série de outras frutas, denominadas de exóticas ou de superfrutas, devido algumas características marcantes, apareceram nos mercados de bebidas nos últimos anos, explorando a linha de inovação em busca do natural, saudável e, seguramente também de alimentos de cunho étnico e ecológico.

Tomate doce faz sucesso na exposição A Trebeschi que ganhar novos mercados com o tomate Sweet Grape para crianças, com sabor suave e doce, que está conquistando novos mercados no mundo todo. Na Fruit & Tech, a degustação promovida atraiu grande parte do público visitante do evento. Segundo a empresa mineira, os tomates são cultivados em vasos nas estufas, ou seja, sem contato com o chão e são livres de agrotóxicos. Com brix 6%, os frutos contêm poucas calorias, são ricos em Vitaminas A e C, folato (ácido fólico), potássio, licopeno (antioxidante).

• No ranking de produção mundial de frutas, o Brasil, com suas 43 milhões de toneladas produzidas anualmente, cultiva frutas tropicais, subtropicais e temperadas ao longo de todo o ano; • Nesse ranking, o Brasil ocupa terceiro lugar, atrás da China (175 milhões de toneladas) e da Índia (57 milhões de toneladas); • Do total produzido no País, 20 milhões de toneladas de frutas são destinadas ao consumo in natura, distribuídas entre os mercados interno e externo; • Dos 23 milhões de toneladas de frutas aplicadas no processamento, 12 milhões são exportadas, ou seja, 55% da produção tem como destino o mercado internacional; • E das 43 milhões de toneladas de frutas produzidas no país, cerca de 30% destinam-se ao mercado internacional; • Desse volume, 18 milhões de toneladas são de laranja, das quais 80% vão para as indústrias e geram mais de US$ 1,2 bilhão de exportação; • 97% da produção de caju são encaminhados ao beneficiamento para exportação de castanhas, com volumes exportados superiores a US$ 187 milhões; • 80% dos cocos, maracujás e pêssegos são beneficiados; • 50% de goiabas e uvas e mais de 20% dos abacaxis têm o mesmo destino, além das porcentagens menores de outras frutas que se somam aos 50% da produção nacional de frutas destinadas à indústria. • A União Européia continua sendo o maior comprador de frutas brasileiras, representando 75% do volume das exportações; • A Holanda é o principal comprador do bloco, isto porque o país funciona como um centro re-exportador da UE, distribuindo as frutas para outros países, principalmente para a Alemanha; • Esforços despendidos pelo setor visam descentralizar as exportações à Holanda e aumentar o volume direto para os países de destino. • As principais frutas exportadas em valor em 2009 foram melão, uva, manga, maçã, limão e banana; • No total, foram exportadas 780,4 mil toneladas de frutas frescas, equivalente a US$ 560 milhões; • Já as frutas processadas, neste mesmo ano, renderam US$ 2.065 bilhões. Os principais produtos exportados foram o suco de laranja e a castanha de caju. Fonte: Ibraf - Instituto Brasileiro de Frutas


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FEIRAS E NEGÓCIOS

A fruticultura em números

Permissionários expõem qualidade da Ceagesp na Fruit & Tech Atacadistas do entreposto de São Paulo marcam presença em mostra internacional promovida na capital paulista FOTOS: PAULO FERNANDO

Empresários, especialistas, executivos e outros tomadores de decisões estratégicas participaram da segunda edição da Feira Internacional de Frutas, Legumes e Derivados, Tecnologia e Logística, realizada de 27 a 29 de setembro, no Expo Center Norte. Neste ano, a programação do 2º Seminário Internacional Fruit & Tech incluiu apresentações de acadêmicos e profissionais do Brasil e do exterior. Um dos destaques foram as palestras de engenharia, tecnologia de alimentos e procedimento mínimo proferidas por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária). No espaço reservado à estatal, os participantes do evento puderam conhecer, por meio de degustações, frutos e geleias desenvolvidas por pesquisadores brasileiros. O público provou o sabor das compotas de abacaxi com melado (derivado da cana-de-açúcar), oriundas de um projeto que a empresa desenvolveu no Rio de Janeiro, em Campos, junto a produtores, para agroindustrialização de produtos que eles cultivam em assentamento, como forma de geração de renda e agregação de valor. “Com a exposição dos nossos trabalhos, muito visitantes e expositores se interessaram em saber mais sobre as novas tecnologias que oferecemos para melhorar processos e produtos para o mercado interno e externo”, enfatizou Luciana Mendes, do departamento de marketing da companhia. Os supermercadistas, produtores, processadores, distribuidores, atacadistas da Ceagesp e importadores de todas as partes do mundo também se encontraram na rodada internacional de negócios promovida pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), que trouxe ao Brasil executivos da Rússia, Espanha, Alemanha, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, Oman e Emirados

Mercado externo De janeiro a julho, as exportações de frutas para os países árabes somaram US$ 6,17 milhões, um aumento de 3,51% em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume, as vendas apresentaram uma queda de 12,%, saindo de 11,37 mil toneladas em 2009 para 9,98 mil toneladas este ano. Segundo a Apex, os compradores internacionais estão cada vez mai interessados em maçã, uva, laranja, limão, melão, melancia, abacaxi, figo, goiaba e abacate. De acordo com o Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas), há uma demanda externa por frutas tanto tropical quanto de clima temperado, o

que demonstra que a entidade está no caminho certo em mostrar toda a diversidade de sabores do país. No mercado mundial de sucos de frutas, seja na forma integral ou concentrada, o ranking em volume é liderado de longe pela laranja e maçã, que, com demandas na ordem de milhões de toneladas ano, são commodities. Outras, como uva, aparecem em escala intermediária de algumas centenas de toneladas, incluindo-se aqui o abacaxi, como sendo a fruta tropical de maior demanda mundial na faixa de 250 mil 300 mil toneladas ao ano. Outras frutas tropicais, que repre-

Caso de sucesso

Árabes. Abdul Rahiman, diretor da empresa Interworld Foods, de Dubai, veio pela segunda vez ao Brasil. No ano passado, ele demonstrou grande interesse nas frutas nacionais, principalmente em melancia, melão e açaí. Além de frutas, como laranja, limão e uva, a empresa dos Emirados Árabes importa frango do Brasil.

As exportações já respondem por 55% do faturamento da Itacitrus, que chegou a R$ 40 milhões no ano passado. Alguns países como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha, entre outros, absorvem a maior fatia de vendas da empresa que mantém atividades na Ceagesp e expôs na Fruit & Tech. Desde que começou a exportar, em 2000, a Itacitrus vem crescendo a uma média de 30% ao ano. Para 2010, o ritmo de crescimento deverá ser bem mais acelerado, com a diversificação da produção e comercialização, com a inclusão de outras frutas no portfólio, acabando com a hegemonia do limão. Maçã, melão, manga, uva, abacaxi e mamão estão no foco da empresa, sendo que esta última fruta já iniciou operação neste ano. Junto com o aumento das exportações de limão, o mamão fará a Itacitrus chegar a uma receita de R$ 80 milhões em 2010.

sentam no Brasil um potencial enorme e que podem ser consideradas tradicionais no mercado mundial de bebidas são banana, manga, maracujá, goiaba, mamão, e ultimamente acerola, com volumes anuais na faixa de 10 mil toneladas (acerola, mamão) a 50 mil toneladas (maracujá, manga). Uma série de outras frutas, denominadas de exóticas ou de superfrutas, devido algumas características marcantes, apareceram nos mercados de bebidas nos últimos anos, explorando a linha de inovação em busca do natural, saudável e, seguramente também de alimentos de cunho étnico e ecológico.

Tomate doce faz sucesso na exposição A Trebeschi que ganhar novos mercados com o tomate Sweet Grape para crianças, com sabor suave e doce, que está conquistando novos mercados no mundo todo. Na Fruit & Tech, a degustação promovida atraiu grande parte do público visitante do evento. Segundo a empresa mineira, os tomates são cultivados em vasos nas estufas, ou seja, sem contato com o chão e são livres de agrotóxicos. Com brix 6%, os frutos contêm poucas calorias, são ricos em Vitaminas A e C, folato (ácido fólico), potássio, licopeno (antioxidante).

• No ranking de produção mundial de frutas, o Brasil, com suas 43 milhões de toneladas produzidas anualmente, cultiva frutas tropicais, subtropicais e temperadas ao longo de todo o ano; • Nesse ranking, o Brasil ocupa terceiro lugar, atrás da China (175 milhões de toneladas) e da Índia (57 milhões de toneladas); • Do total produzido no País, 20 milhões de toneladas de frutas são destinadas ao consumo in natura, distribuídas entre os mercados interno e externo; • Dos 23 milhões de toneladas de frutas aplicadas no processamento, 12 milhões são exportadas, ou seja, 55% da produção tem como destino o mercado internacional; • E das 43 milhões de toneladas de frutas produzidas no país, cerca de 30% destinam-se ao mercado internacional; • Desse volume, 18 milhões de toneladas são de laranja, das quais 80% vão para as indústrias e geram mais de US$ 1,2 bilhão de exportação; • 97% da produção de caju são encaminhados ao beneficiamento para exportação de castanhas, com volumes exportados superiores a US$ 187 milhões; • 80% dos cocos, maracujás e pêssegos são beneficiados; • 50% de goiabas e uvas e mais de 20% dos abacaxis têm o mesmo destino, além das porcentagens menores de outras frutas que se somam aos 50% da produção nacional de frutas destinadas à indústria. • A União Européia continua sendo o maior comprador de frutas brasileiras, representando 75% do volume das exportações; • A Holanda é o principal comprador do bloco, isto porque o país funciona como um centro re-exportador da UE, distribuindo as frutas para outros países, principalmente para a Alemanha; • Esforços despendidos pelo setor visam descentralizar as exportações à Holanda e aumentar o volume direto para os países de destino. • As principais frutas exportadas em valor em 2009 foram melão, uva, manga, maçã, limão e banana; • No total, foram exportadas 780,4 mil toneladas de frutas frescas, equivalente a US$ 560 milhões; • Já as frutas processadas, neste mesmo ano, renderam US$ 2.065 bilhões. Os principais produtos exportados foram o suco de laranja e a castanha de caju. Fonte: Ibraf - Instituto Brasileiro de Frutas


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TECNOLOGIA

Serviço da Google chega ao Brasil e gera polêmica Street View, ferramenta que mapeia ruas por meio de fotografias em 360º, mostrou cenas constrangedoras em sua estreia no país Anunciado em julho do ano passado, o Google Street View finalmente chegou ao Brasil no final de setembro e já é tema de discussões e polêmica por conta de algumas cenas capturadas por suas poderosas câmeras. O serviço, que fotografa todas as ruas de uma cidade, de todos os ângulos e depois permite que qualquer pessoa entre na internet e passeie pela cidade, surgiu nos Estados Unidos em 2007 e desde então vem se espalhando por outros países. No Brasil, a Google usa um Fiat Stilo equipado com câmeras de alta tecnologia para captar as imagens. Por enquanto apenas as cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte tiveram quase todas as ruas mapeadas por fotografias em 360 . Parte das regiões metropolitanas dessas cidades também estão visíveis e, ainda, algumas cidades históricas de Minas Gerais, como Mariana e Ouro Preto. No total, 51 municípios já tiveram pelo menos uma foto tirada pelo veículo. A intenção da empresa é mapear ruas de cerca de 90% do Brasil em até dois anos.

Como usar o Google Street View

Acesse maps.google.com

Digite o endereço que você quer visitar e clique em pesquisar

As fotos são tiradas em alta resolução, o que permite mostrar com fidelidade a aparência das regiões visitadas. A empresa vem tomando algumas precauções por conta de experiências indesejáveis ocorridas em países onde o Street View já não é mais novidade. Por causa disso, os rostos das pessoas e as placas de veículos aparecem borrados para evitar reclamações em excesso quanto a invasão de privacidade.

Arraste o Pegman – o famoso homenzinho amarelo – para cima do mapa

Mesmo com tantas precauções, o programa não conseguiu escapar de algumas bizarrices encontradas nos 150 mil quilômetros de ruas já mapeadas por aqui. Uma visita ao site permite visualizar cenas de pessoas vomitando ou procurando serviçoes de prostitutas nas ruas. Um dos fatos que mais chamou a atenção e causou polêmica desde a estreia foi a cena de dois corpos estirados no chão nas ruas do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Essas curiosidades já fizeram pipocar na internet diversos sites dedicados a explorar o serviço em busca de esquisitices captadas pela versão nacional do Street View. Embora a Google borre o rosto das pessoas que aparecem nas fotos, o bacharel em Direito, Carlos Gregório, questiona o respeito à privacidade. “Não gostaria de me ver exposto num site acessado por milhares de pessoas e duvido um pouco da capacidade do Google em filtrar todo o conteúdo captado”. Quem se sentir ofendido pode solicitar a remoção da imagem. A empresa promete resolver o problema com agilidade.

Aparecerá um balão sobre o mapa com uma prévisualização da vista

A Google estreou também o site exploreostreetview.com.br, com uma galeria de lugares que valem a visita virtual. Vale ressaltar a seção lugares imperdíveis, em que o usuário pode sugerir regiões do Brasil que deveriam ser visitadas pela “trike”, um triciclo equipado com a mesma câmera 360 , utilizada em locais onde o não consegue chegar.

As ruas ou áreas destacadas em azul oferecem visualização no nível da rua, com as fotos tiradas em 360º

Arraste o ícone ao ponto a partir do qual você quer ver e solte o clique, a rua e terá a imagem 3D

Use o mapa para navegar e o mouse para mover a imagem de acordo com as setas. Clique sobre o mapa e vá de um lado para o outro para rotacionar, clique nas setas marcadas para avançar ou retroceder o caminho e duplo clique no círculo para avançar diretamente e dar zoom.

O analista de sistemas Robson dos Santos, que já utilizava a ferramenta antes mesmo da estreia no Brasil, aprova o serviço. “No ano passado eu passei férias nos Estados Unidos e usei o Street View no planejamento da viagem, pesquisando fotos dos lugares turísticos por onde eu passaria”. A exemplo das redes sociais e outras novidades que surgem na internet, num primeiro momento, o Street View ainda é visto mais como forma de entretenimento, mas, se bem explorado, pode ser de grande utilidade para diversas aplicações. Tome-se como exemplo um cidadão interessado em comprar ou alugar um imóvel. Antes mesmo de visitar o local pessoalmente, ele pode passear pelas rua e analisar os arredores da vizinhança. Ficou curioso? Ao lado, você confere o passo a passo para acessar o Street View e explorar as cidades que já estão disponíveis.

Você controla o zoom, o ângulo e a direção por onde quer andar na rua ou no ponto turístico.

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Outubro 2010

ENTREVISTA

Australiano ministra treinamento em FLV na Ceagesp

Chega ao Brasil a safra 2010/2011 das peras americanas

FOTO: PAULO FERNANDO

John Baker, presidente da PMA (Produce Marketing Australia), tem mais de 35 anos de experiência em frutas, legumes e verduras e gerenciou o Sydney Market (Mercado de Sydney, Austrália) por três anos. Desde 2008, o agrônomo ministra programas de treinamento em FLV no varejo. Em outubro, esteve na Ceagesp para treinar permissionários e vendedores do mercado. Em entrevista concedida ao Jornal Entreposto, Baker explica o objetivo do treinamento e dá a sua opinião sobre o maior entreposto da América Latina. JE - Como surgiu a oportunidade de treinar comerciantes da Ceagesp ? JB - Eu faço um trabalho institucional em associações de produtores americanos. Sou agrônomo com especialização em técnicas de póscolheita no varejo. Em 2009 me uni a quatro empresas exportadoras de frutas (Washington Apples, USA Pears, Northwest Cherries e Wahington Potatoes) e desenvolvi um treinamento em FLV para vendas no varejo. Percebi que as empresas que importavam esses produtos tinham o interesse de treinar e aperfeiçoar os funcionários que lidam com hortifruti. Dessa maneira, pude conhecer a Ceagesp e passar um pouco de conhecimento pós-colheita para este

da cabine do que com as instalações da carroceria. Quanto a estutura do Entreposto de São Paulo, falta cobertura para isolar todo o mercado do calor, inclusive cobertura para os caminhões. A cadeia do frio não pode ser quebrada. JE - Como estimular o consumo de hortifruti in natura no Brasil?

grande mercado. Hoje em dia, ministro palestras no México, Índia, China, Europa e agora também no Brasil. Jornal Entreposto - Qual é o objetivo do treinamento em FLV no varejo e o que ele abrange? John Baker - O principal objetivo comum das empresas para as quais presto serviço é o aumento das vendas e a diminuição de perdas. Vale lembrar, que adaptamos o seminário e falamos dos produtos que o varejista comercializa. A ideia é trabalhar tanto com os produtos importados, quanto os produtos domésticos. No caso do Brasil, incluimos aulas sobre o mamão, a manga e o abacaxi, por exemplo. A

palestra é bastante abragente. O seminário aborda assuntos sobre como manter a ordem no fundo de loja e na área de vendas, limpeza e sanidade, produtos (armazenamento, manuseio, técnicas de venda). No último capítulo, fazemos uma viagem ao redor do mundo do FLV no varejo, para exemplificar o que é realizado em outros países (tanto exemplos bons quanto ruins). O treinamento também serve para relembrar conceitos básicos que são esquecidos na correria do dia a dia. Depois da parte teórica, visitamos a loja e colocamos em prática as lições aprendidas. JE - Qual é a sua opinião a respeito do Entreposto de São Paulo?

JB - A Ceagesp é muito parecida com o Mercado de Sydney e outros espalhados pelo mundo. Os vendedores são expansivos, brincam e conversam com os clientes. A atmosfera de trabalho é alegre e mantem-se um ambiente confortável, apesar da brutalidade típica dos mercados, como carrinhos, paletes e caixas por todos os lados. Um grande pecado, que talvez não seja responsabilidade do entreposto, é a falta de caminhões adequados para o transporte de FLV. Não falo somente de falta de refrigeração, mas deveria ter, no mínimo, isolação térmica em todos os veículos, principalmente por causa do clima brasileiro. Percebe-se que os transportadores estão mais preocupados com o conforto

JB - O que realmente faz as pessoas se sentirem estimuladas é apostar no sabor. Muitas vezes tentamos atrair consumidores de FLV pelas qualidades nutricionais dos alimentos, mas nem sempre isso dá certo. Precisamos ensiná-los que se determinada fruta for colhida no tempo exato e estiver no ponto certo de maturação, ela terá um sabor magnífico. JE - Como o senhor avalia a receptividade dos varejistas brasileiros? JB - Essa viagem foi excelente, pois consegui atingir varejistas diferentes e percebi que são pessoas realmente interessadas em aperfeiçoar suas técnicas de venda e levar conhecimento a outras regiões do país. Fico satisfeito em saber que o Jornal Entreposto dedica espaço para discutir qualidade do FLV pós-colheita, inclusive em conjunto com o CQH. Isso é sinal que estamos todos trabalhando numa mesma direção.

A safra 2010/2011 das peras americanas - USA Pears, desembarca em todo o Brasil no final de setembro. As frutas, cultivadas nos estados americanos de Oregon e Washington, são conhecidas pela doçura e pela riqueza de vitaminas, minerais e fibras. Elas chegam ao país nas variedades Anjou verde e vermelha, Barlett amarela e vermelha, Bosc, Concorde e Comice. A USA Pears comemora a chegada da nova safra com expectativa de crescimento no volume importado de 10% m relação ao ano passado (11.674 toneladas/US$ 13.679). Para atingir esse objetivo, serão realizados concursos culturais, como o ciclo de treinamentos ministrados pelo agrônomo australiano John Baker na Ceagesp e em outros pontos de venda (ver entrevista nesta página). Para manter sabor, o frescor e a qualidade, as peras amercicanas são acondicionadas em embalagens de atmosfera controlada para criar uma equalização interna do oxigênio e do gás carbônico. Esse cuidado diminui o tempo de perecibilidade das frutas.


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JORNAL ENTREPOSTO l Outubro 2010

Qualidade

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O monitoramento de resíduos de agrotóxicos na Ceagesp Ossir Gorenstein CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A Ceagesp participa ativamente do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, instituído pela Instrução Normativa Nº21, de 30 de junho de 2009, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. O Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Ceagesp e o MAPA oficializou essa parceria e garantiu a continuidade do monitoramento de resíduos de agrotóxicos realizado pela Ceagesp desde 1978. As metas estabelecidas pelo plano de trabalho para o período de julho de 2009 a junho deste ano foram cumpridas integralmente. Foram coletadas e analisadas 450 amostras dos seguintes produtos: abacaxi, alface, banana, batata, limão, maçã, mamão, manga, melão, morango, tomate e uva. As análises foram realizadas por laboratórios credenciados pelo MAPA e por ele contratados mediante licitação. O laboratório do ITEP (Instituto de Tecnologia de Pernambuco), de Recife, analisou 105 ingredientes ativos em abacaxi, alface, banana, limão, maçã, mamão, manga e tomate. O laboratório do Bioensaios – Análise e Consultoria Ambiental, de Viamão (RS), analisou 53 ingredientes ativos em melão, morango e uva; e o laboratório da Plantec, de Iracemápolis (SP), analisou 12 ingredientes ativos em batata.

TECNOLOGIA

Os resultados gerais mostram que, entre as 450 amostras analisadas, 1/3 (34%) não apresentaram nenhum resíduo e em 2/3 (66%) das amostras foram detectados resíduos. A grande maioria dos resíduos detectados (90%) apresentaram concentrações inferiores aos Limites Máximos de Resíduos - LMR, uma parte pequena (4%) com concentrações acima do LMR e 6% resíduos de pesticidas não

registrados para as culturas onde foram detectados. Os resíduos abaixo do LMR estão dentro dos limites regulamentares. O LMR é estabelecido no registro do pesticida para cada cultura e tem a aprovação do Ministério da Agricultura, do Meio Ambiente e da Anvisa. Uma grande margem de segurança é utilizada para o estabelecimento do Limite Maximo de Resíduos.

Houve diferença no percentual de ocorrência de resíduos entre as frutas e hortaliças analisadas. O melão apresentou 80% das amostras sem detecção de resíduo, seguido pela manga com 73%, pelo abacaxi com 70%, pela uva e batata com 60%. Todos os resíduos detectados na uva, na banana e na batata estavam abaixo do LMR, sendo inócuos à saúde humana. A grande maioria dos resíduos detectados estavam abaixo do LMR no tomate (98%), na maçã (97%) e no mamão (91%). O morango foi o produto com maior numero de detecções irregulares, pela utilização de pesticidas não registrados para o morango, mas registrado para outras culturas. As 10 detecções de pesticidas sem registro em 30 amostras analisadas de morango, apresentaram baixíssimas concentrações, de 0,01 a 0,19 mg/kg ou ppm (partes por milhão), mas mostram a necessidade de encaminhamento de uma solução para esta situação da falta de registro. Os ingredientes ativos mais detectados foram os fungicidas dos grupos químicos benzimidazóis e ditiocarbamatos. Os resultados mostram uma situação bem diferente da veiculada pela imprensa, cujo alarmismo acaba prejudicando o consumo de frutas e hortaliças e seus produtores. A utilização de agrotóxicos exige atenção e cuidados, e um trabalho constante de melhoria na aplicação e na regularização da situação de registro para pequenas culturas como o morango e outras “culturas com suporte fitossanitário insuficiente”.

NOTA FISCAL ELETRÔNICA

Alta tecnologia a serviço da agricultura capixaba

Como proceder com a baixa de estoque e quebra de produtos

Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Cláudio Inforzato Fanale CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O lançamento do Google Earth foi uma grande revolução. É possível conhecer o mundo com a ferramenta, entretanto a nitidez das imagens variar conforme o local. Você pode enxergar até a sombra de um tenista numa cidade da Inglaterra e enxergar somente áreas enevoadas em áreas do Mato Grosso e até próximas da cidade de São Paulo. Mas ainda assim, mesmo com todas as falhas, é um serviço maravilhoso e quem não conhece deve experimentar. O Governo do Espírito Santo, em parceria com instituições públicas e privadas criou o PortalGeobases.

O Centro de Qualidade em Horticultura tem recebido vários questionamentos sobre o procedimento de baixa de produtos deteriorados (quebra) no estoque fiscal/contábil, depois da implantação da Nota Fiscal Eletrônica. Consultamos a RR Contabilidade que gentilmente nos orientou sobre a legislação sobre o assunto e a existência do Artigo 2004 do Regulamento do ICM SP que diz: “É vedada a emissão de documento fiscal que não corresponda a uma efetiva saída ou entrada de mercadoria ou a uma efetiva prestação de serviço, exceto nas hipóteses expressamente previstas na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados ou do Imposto de Circulação de Mercadorias e de Prestação de Serviços (Lei 6.374/89, artigo 67, § 1º, Convênio de 15/12/70 - SINIEF, artigo 44, e Convênio SINIEF-6/89, artigo 89, “caput”).” O procedimento adequado na constatação de quebra, é acertar o saldo do estoque, considerando a quantidade física existente real, com a justificativa:

http://www.geobases.es.gov.br/portal/ O Geobases - Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo - é um sistema multiinstitucional, que integra instituições públicas e privadas de diferentes áreas de atividades, para composição, manutenção, utilização e compatibilização das informações geoespaciais básicas do Estado do Espírito Santo A coordenação do Geobases é do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), sede e Secretaria Executiva e os integrantes hoje somam 60 instituições. Agora é possível contar o número coqueiros em uma plantação, calcular a área de plantio de cada talhão, planejar a melhor utilização e o manejo da cada parte da propriedade rural com a utilização de informações geográficas. Mapas detalhados e ferramentas modernas estão à disposição dos agricultores capixabas no endereço: http://200.140.47.75/geobasesonline/mapa.html Os capixabas estão de parabéns. Só nos resta esperar que os outros estados consigam oferecer o mesmo serviço aos seus agricultores.

Ajuste de estoque conforme artigo 204 do Regulamento de ICMS SP”

Para mais informações consulte: www.utilitas.com.br/Ricms0182a0204.htm


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JORNAL ENTREPOSTO

O cálculo da sazonalidade e a batata-doce Anita de Souza Dias Gutierrez Priscila Rosenbaum cqh@ceagesp.gov.br CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

01. Variação % do volume mensal em relação ao volume médio anual da batata doce amarela 45 35

A sazonalidade da batata-doce amarela e rosada foi calculada a partir dos preços e dos volumes mensais do período de 1999 a 2009, coletados pelo SIEM (Sistema de Informação e Estatística de Mercado) da Ceagesp de São Paulo. O método utilizado para o cálculo da sazonalidade foi desenvolvido pelo Centro de Qualidade em Horticultura.

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A beterraba na Escola do Sabor da Ceagesp

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O volume da batata doce amarela variou, em relação ao volume médio anual, de mais de 48% acima em junho a menos de 31% em dezembro

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Acompanhe os passos utilizados no cálculo:

Carolina de Barros Liguori CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

02. Variação % do preço mensal em relação ao preço médio anual da batata doce amarela

• 1º passo: Cálculo da variação percentual do preço e volume para cada mês em relação à média de cada ano.

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• 2º passo: Cálculo do coeficiente de variação do preço e do volume em cada mês no período estudado.

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Os gráficos 1 e 2 mostram o comportamento da batatadoce amarela de variação de volume e preço em relação à média anual:

3. O coeficiente de variação é inferior a 15, em todos os meses, no volume e no preço, o que mostra a consistência dos dados.

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O maior preço da batata doce amarela acontece no mês de outubro, 6,5% superior ao preço médio anual e o menor no mês de maio, 10% inferior ao preço médio anual.

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Os gráficos 3 e 4 mostram o comportamento da batata-doce rosada de variação de volume e preço em relação à média anual: • 3. O coeficiente de variação é inferior a 15, em todos os meses, no volume e no preço, o que mostra a consistência dos dados.

• 1. O volume é consistentemente superior à média nos meses de maio, junho e julho. • 2. Os meses de preços inAferiores à média vão de janeiro a julho. A variação de preço ao longo do ano é pequena. O mês de menor preço é maio – 5% inferior ao preço médio anual e o mês de maior preço é novembro – 9% superior ao preço médio anual.

• 4. O melhor mes de compra da batata-doce é maio que apresenta volume mais que 5% superior ao volume médio anual e preço mais que 5% inferior ao preço médio anual e comportamento consistente ao longo dos anos.

03. Variação % do volume mensal em relação ao volume médio anual da bata doce rosada 25

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O volume da batata doce rosada oscilou 26% superior ao volume médio anual em junho a 25% inferior em dezembro.

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4. Os melhores meses de compra da batata-doce amarela são maio e junho, que apresentam volume mais que 5% superior á média anual e preços mais que 5% inferiores ao preço médio anual e comportamento consistente ao longo dos anos.

04. Variação % do preço médio mensal em relação ao preço médio anual da batata doce rosada

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O método utilizado para o cálculo da sazonalidade foi desenvolvido pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp e está em processo de aperfeiçoamento. Um estudo estatístico foi solicitado à faculdade de Matemática da USP para verificar a adequação da metodologia proposta e a possibilidade de previsão do comportamento futuro da sazonalidade. Sugestões e críticas são bem vindas.

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1. O volume é consistentemente superior à média nos meses de abril, maio, junho e julho. Em junho o volume chega ser quase 50% superior ao volume médio mensal. 2. Os meses de preços inferiores à média são abril, maio, junho e julho. A variação de preços ao longo do ano é pequena. Maio é o mês de menor preço – 10% inferior ao preço médio mensal. Outubro é o mês de maior preço – quase 7% superior ao preço médio mensal.

3

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Os critérios para a escolha dos melhores meses de compra de um produto são: 1º O volume do produto no mês deve ser no mínimo 5% superior ao seu volume médio mensal. 2º O preço no mês deve ser no mínimo 5% inferior ao preço médio mensal do ano. 3º O coeficiente de variação em cada mês deve ser igual ou inferior a 20. 4º O comportamento dos preços e do volume devem ser estáveis por mais de um mês.

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• 3º passo: Cálculo da média da variação percentual do preço e do volume de cada mês em todos os anos. 4º passo: Estabelecimento do melhor período de compra.

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O maior preço da batata doce acontece no mês de novembro - 9 % superior ao preço médio anual eo menor preço em maio - 6% inferior ao preço médio anual.

O projeto Escola do Sabor começou com a mandioca e contou com a parceria entusiasmada da coordenadora, professoras e merendeiras, transformando-se num grande sucesso. A beterraba foi o produto escolhido para dar continuidade ao programa por se tratar de uma raiz nutritiva e barata. Apesar de ter uma coloração atraente, ela ainda é rejeitada pela maioria das crianças. E o objetivo do projeto é reverter esse quadro. A beterraba é uma das hortaliças mais ricas em ferro, sódio, fósforo, cálcio, vitaminas e açúcares. A sua utilização ajuda a garantir uma alimentação saudável e balanceada, especialmente no cardápio infantil, época de maior desenvolvimento corporal e intelectual e maior necessidade de nutrientes. A cor avermelhada da beterraba se deve à antocianina, poderoso antioxidante que combate radicais livres no organismo. Pesquisas realizadas recentemente na Grã-Bretanha mostram que a hortaliça aumenta a resistência física. O experimento comparou o desempenho físico de atletas, quando tomaram suco de beterraba e quando tomaram placebo, por seis dias consecutivos. O resultado mostra que quando os atletas tomam suco de beterraba, eles correm 16 % mais tempo do que quando eles tomam placebo. A explicação desta diferença de comportamento é que o nitrato da beterraba ajuda a reduzir o consumo de oxigênio, aumentando o tempo sem sinais de exaustão. A descoberta pode beneficiar pessoas com doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas, além de esportistas que praticam atividades de resistência. A imigração europeia e asiática no Brasil trouxe o crescimento do cultivo de beterraba de mesa. Na década passada, o aumento da demanda ficou evidente com a crescente utilização em alimentos industrializados, principalmente alimentos infantis, além do próprio consumo in natura. Os dados do IBGE de 2006 mostram uma produção bra-

sileira de 180 toneladas de beterraba. No ano passado, o estado de São Paulo produziu 87.677 toneladas, cerca de 50% da produção brasileira. A produção paulista está concentrada nas cidades de Mogi das Cruzes, Piedade e São José do Rio Pardo, responsáveis por 75% do seu total. A beterraba é uma planta da família das Quenopodiáceas, assim como a acelga e o espinafre e é originária da Europa e Norte da África. Seu cultivo ocorre durante todo o ano e a planta se desenvolve melhor em épocas de clima frio . A cor da polpa pode ser vermelha, amarela ou branca e está relacionada com a sua utilização. A beterraba vermelha, predominante no Brasil, é a de mesa, utilizada para o consumo in natura ou processamentos simples - como fabricação de tintas comestíveis e farinha de beterraba. A beterraba amarela e algumas cultivares de maior tamanho da vermelha são utilizadas, em outros países, como forragem para o gado (por ser rica em açúcar é uma boa fonte de carboidratos na época de seca). Já a hortaliça de polpa branca é utilizada na produção de açúcar, principalmente nos países frios da Europa, onde não é possível o cultivo da cana de açúcar. O trabalho com a beterraba na Escola do Sabor da Nossa Turma começou com o desenvolvimento de jogos educativos, desenhos e novas opções de preparo da beterraba. A proposta pedagógica é que a cada brincadeira a criança experimente uma nova receita preparada com beterraba. As crianças já plantaram a hortaliça na horta e estão observando o seu crescimento. Elas usarão tinta extraída da beterraba para colorir desenhos experimentarão um pão de beterraba como o primeiro passo de degustação orientada. Os interessados em adotar o projeto Escola do Sabor podem procurar a Nossa Turma ou o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp.


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JORNAL ENTREPOSTO l Outubro 2010

Hortaliças folhosas: um grande desafio Anita de Souza Dias Gutierrez Paulo Roberto Ferrari CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A população brasileira está concentrada em grandes regiões metropolitanas: 31 milhões de pessoas (16% da população total) em 2 grandes regiões metropolitanas e 70 milhões (37%) em 18 regiões metropolitanas. As características de alta perecibilidade das hortaliças folhosas e a baixa e incorreta utilização da cadeia do frio exigem a produção em áreas próximas das cidades. As grandes regiões produtoras de hortaliças folhosas enfrentam os desafios das grandes regiões metropolitanas, onde estão localizadas, acrescidos dos desafios inerentes à produção, à comercialização e às exigências crescentes de segurança do alimento. A produção de hortaliças folhosas exige solos férteis, água de boa qualidade para irrigação e mão de obra treinada. Ainda tem o obstáculo da falta de registro de defensivos agrícolas para a maioria das culturas – uma situação de difícil solução, mesmo com a nova legislação para as culturas e de pequeno suporte fitossanitário. Nas grandes regiões metropolitanas existe a invasão das áreas rurais, a contaminação da água de irrigação por esgotos das cidades, a violência e a falta de segurança,

A produção paulista de hortaliças folhosas no ano passado foi de

299.309 toneladas

as exigências ambientais que restringem o aproveitamento dos solos mais férteis e a ocupação da propriedade com atividades rentáveis, o alto custo da terra, a mão de obra de baixa qualificação e as exigências trabalhistas. O crescimento e a consolidação de grandes empresas do varejo e do serviço de ali-

mentação tornam ainda mais desigual a negociação na comercialização. A desigualdade comercial é agravada pela perecibilidade do produto, que determina as exigências de entrega direta na loja, a manutenção de repositores na loja, a devolução do produto não vendido e dificulta a existência da figura do atacadista.

As grandes redes do varejo exigem dos seus fornecedores a utilização da embalagem com a sua marca de hortaliças folhosas. A marca do produtor aparece em tamanho pequeno, pouco visível na embalagem. A prática garante a responsabilização do produtor no caso de problemas, impede a construção da marca do

produtor junto ao consumidor e torna o fornecedor descartável, já que pode ser substituído a qualquer momento. Uma boa parte das hortaliças folhosas é consumida fresca sem cocção. Os cuidados para evitar a contaminação por vermes, salmonelas, shigella são complexos e exigem água limpa na irrigação,

na lavagem, mão de obra qualificada e barracões modernos para lavagem, manipulação e embalamento. Nos Estados Unidos não é muito rara a ocorrência de “recall” de hortaliça folhosa. O crescimento da atuação da vigilância sanitária no Brasil deverá ter o mesmo efeito. As hortaliças folhosas estão crescendo apesar de todas as dificuldades. O volume comercializado no entreposto paulistano da Ceagesp cresceu 63% entre 1999 e 2009, passando de 84 mil para 136 mil toneladas. A produção paulista de hortaliças folhosas no ano passado foi de 299.309 toneladas. O potencial de crescimento do consumo é imenso. Se considerarmos que a produção paulista abastece a população paulista de 42 milhões de pessoas, teremos um consumo de hortaliças folhosas por pessoa por dia de 19,53 gramas, se não houver perda entre a produção e consumo. Se o consumo passar a 50 gramas por dia, a produção terá que ser triplicada. A compreensão dos desafios é fundamental para a definição de uma estratégia que garanta um futuro promissor para as hortaliças folhosas.

A origem das frutas e hortaliças na Ceagesp Entreposto recebe produtos de quase todos os estados brasileiros Cláudio Inforzato Fanale Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

As frutas e hortaliças comercializdas na Ceagesp paulistana são provenientes de quase todos os estados brasileiros. No total, 24 estados fornecem frutas, 21 legumes, 12 verduras e 22 produtos classificados como ‘diversos’, caso de alho, batata e cebola. A Região Metropolitana de São Paulo concentra 10 % da população brasileira e a Ceagesp ainda abastece outras regiões do Brasil e do interior paulista. O volume comercializado no entreposto paulistano é impressionante: 3.064.104 toneladas, sendo 11% diversos, 55 % frutas, 26 % legumes e 8 % verduras, ou seja, 55 % do volume é constituído por frutas e 54 % por hortaliças. O Estado de São Paulo responde por 56 % do volume total de frutas e hortaliças: 28% dos diversos, 51% das frutas, 67 % dos legumes e por 97 % das verduras. J á Minas Gerais vem em segundo lugar com 10 % do volume total de frutas e hortaliças: 24% dos diversos, 3% das frutas, 20 % dos legumes e 2 % das verduras. Já a Bahia ocupa o terceiro lugar com 6 % do volume total de frutas e hortaliças frescas: 1% dos diversos, 10% das frutas e 0,5 % dos legumes. Os produtos importados ocupam o quarto lugar e devem estar subestimados, pois uma parte da importação é internalizada fora da Ceagesp e entra como transferência dentro da mesma empresa ou da

empresa importadora para a empresa atacadista. Eles respondem por 5 % do volume total das frutas e hortaliças, 8% dos diversos e 8% das frutas. O número de cidades de origem das frutas e hortaliças que chegam à central paulistana gira em torno de 1.500 a dois mil municípios diferentes em um ano. Existe grande concentração da produção em algumas cidades brasileiras. Considerando-se os 30 municípios de maior volume de cada grupo de produtos, eles são responsáveis por 45 % do volume de frutas, 62 % dos diversos, 56 % dos legumes e 89 % das verduras. A cidade que mais fornece frutas é Limeira, com 6 % do volume, seguido pela Argentina com 5% do volume. Os dez maiores municípios respondem por 24 % do volume. O 11º colocado é o Chile, com pouco mais de 1 % do volume. Os dez maiores municípios fornecedores de legumes respondem por 35 % do volume e Piedade fornece 13% do volume de legumes, seguido por Ribeirão Branco (5 %), Cabreúva (3 %), Apiaí, Elias Fausto e São Gotardo de Minas Gerais com 2 %. Piedade, além de grande produtor, abriga barracões de classificação e embalamento de legumes. São Gotardo e Santa Juliana, municípios mineiros, são os únicos fora de São Paulo que constam da lista dos dez maiores fornecedores. A oferta de verdura é mais concentrada. Os dois maiores fornecedores são Ibiúna e Piedade, responsáveis por 40 % do volume total da verdura comercializada na Ceagesp paulistana e os dez maiores

municípios por 68 %. Na lista dos 30 maiores fornecedores, somente Munhoz e Andradas (MG)são cidades de foram de São Paulo. O comportamento dos produtos diversos é muito diferente dos outros setores. Na lista dos dez maiores destacam-se Argentina e China com 3 % do volume cada. O valor deve ser subestimado em virtude das transferências dos armazéns importadores. O município mineiro de Ipuíuna é o maior fornecedor (10%) e outras cidades de outros estados estão entre os dez maiores, como Senador Amaral (MG), Cristalina (GO), Guarapuava (PR), Alfredo Wagner e Ituporanga, ambos de Santa Catarina. Casa Branca e são Miguel Arcanjo são os únicos municípios paulistas na lista dos dez maiores, com 2 % do volume cada um. A origem varia conforme a época do ano. Os produtos ‘diversos’ serão utilizados como exemplo. A oferta mensal se mantém estável, em torno de 8 % a 10% do volume total. O município de Ipuiúna distribui bem a sua oferta, fraca só nos meses de abril e maio. A Argentina concentra a sua oferta (60 %) nos meses de maio e junho e a China, de agosto a janeiro; Piedade de junho a novembro; Senador Amaral de janeiro a maio; Cristalina de julho a novembro; Guarapuava de janeiro a maio e Casa Branca de julho a outubro, cada lugar no sua melhor época de produção. Os dados foram coletados pelo SIEM (Sistema de Informação e Estatística de Mercado) da Ceagesp, por meio das notas fiscais recolhidas na portaria.


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l JORNAL ENTREPOSTO

JORNAL ENTREPOSTO l

O Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura e a melancia Hélio Satoshi Watanabe Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura, começou em 1997, como Programa Brasileiro para a Melhoria dos Padrões Comerciais e de Embalagens de Hortifrutigranjeiros, por decisão das Câmaras Setoriais de Frutas e de Hortaliças da Secretaria da Agricultura e de Abastecimento do Estado de São Paulo. O Programa cria soluções para os dois principais entraves à comercialização dos produtos hortìcolas frescos: a inexistência de uma linguagem de caracterização da qualidade e do tamanho do produto na comercialização – as normas de classificação, a inexistência de padrões mínimos de qualidade e a má qualidade das embalagens. Hoje já existem normas de classificação para 33 frutas

e hortaliças. Outros produtos estão sendo estudados como o cará, o inhame, as anonáceas. Agora é a vez da melancia, uma das frutas (ou hortaliçafruta) de maior produção e consumo no Brasil. A construção das suas normas de classificação de melancia é mais complexa, pelo seu tamanho e transporte a granel. As normas de classificação estabelecem o grupo varietal, a classe de tamanho (a caracterização do tamanho e a garantia de homogeneidade no lote), a qualidade (padrão mínimo de qualidade por categoria). Elas permitem a premiação do produto de melhor tamanho e qualidade e que a diferenciação de valor, já praticada do atacado para o varejo, chegue ao produtor. O agrupamento varietal organiza cultivares com as mesmas características de tamanho varietal, coloração da polpa, coloração de fundo da casca, presença de sementes e presença de listras.

Tamanho Varietal

Mini

Pequeno Grande

Cor do fundo da Casca

Amarela

Verde

Cor da Polpa

Amarela

Rosada

Listras

Presença

Ausência

Semente

Presença

Ausência

A medida do tamanho é do peso do fruto em gramas. O peso médio dos frutos, o número de frutos e o peso líquido da caixa ou do lote devem ser informados. A garantia de frutos igualados exige a obediência à regra de variação máxima de 12,5% entre os pesos do maior e do menor fruto em relação ao peso médio dos frutos de mesma classificação. O peso máximo permitido pode ser calculado multiplicando o peso médio

dos frutos por 1,125. O peso mínimo permitido pode ser calculado dividindo o peso médio dos frutos por 1,125. A caracterização da qualidade passa pela definição dos defeitos graves, variáveis e leves e da % de tolerância aos defeitos em cada categoria. Os defeitos graves são anomalias que comprometem muito a aparência, conservação e qualidade do produto, restringindo ou inviabilizando

B5

Outubro 2010

defeito. São defeitos variáveis: barriga branca, dano por sol, defeito de casca. O defeito de casca é leve até 5% da casca e grave quando maior que 5%. A barriga branca só é defeito a partir de 5% até 20% da casca e grave acima de 20%. O dano por sol restrito á casca é defeito leve e grave quando profundo. Os defeitos leves são alterações que prejudicam a aparência do fruto, mas não constituem fatores importantes na diminuição do seu aproveitamento e não se desenvolvem na pós-colheita. São defeitos leves: barriga branca leve, dano leve por sol, defeito leve de casca, deformação, textura ondulada, presença de substâncias estranhas na casca. A categoria Extra só pode conter até 5% de frutos com defeitos leves e 1% com defeitos graves e nenhum defeito muito grave. A categoria I só pode conter até 1% de defeitos muito graves, 5% de defeitos graves e 10% de defeitos leves. A soma total dos defeitos graves e muito graves só pode ser 5%. A categoria II só pode contar até 3% de cada defeito muito grave, 10% dos defeitos graves e 100% dos defeitos leves. A soma total dos defeitos graves e muito graves só pode ser 10%. As exigências de qualida-

Vermelha

o seu uso ou a sua comercialização. Eles podem ser separados em muito graves e graves. Os defeitos muito graves são: dano profundo, dano grave por sol, imaturo, passado. Os defeitos graves são: alteração da polpa, amassado,ausência de pedúnculo, barriga branca grave, dano leve por sol, defeito de casca grave, oco. Os defeitos variáveis podem ser graves ou leves de acordo com a intensidade do

Defeito Grave Polpa Ocada

Defeito de Casca Grave

Defeito de Casca Leve

de devem ser obedecidas no atacado e no varejo. Na produção devem ser descartados todos os defeitos muito graves e graves. A tolerância aos defeitos muito graves e graves prevê a evolução dos problemas pós-colheita da colheita ao consumo. As fotos que acompanham este texto mostram algumas

das ilustrações que farão parte das publicações das normas de classificação: Você ainda pode contribuir com a finalização da proposta das normas de classificação da melancia. Entre em contato com ao Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp através do e-mail: cqh@ ceagesp.gov.br

Produção de alimentos precisa crescer 70% até 2050

Soja e milho derrubam produtividade da safra

Uma em cada seis pessoas no mundo passa fome e a cada cinco minutos uma criança morre por desnutrição. “É uma fome que dói e mata”, afirmou o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Hélder Muteia. Segundo ele, até 2050, a população mundial deverá crescer dos atuais 6 bilhões para 9 bilhões de habitantes. Para que todos tenham acesso à comida, a oferta de alimentos precisa aumentar 70% nos próximos 40 anos.”Alcançar esse objetivo é um grande desafio, mas não é impossível”, disse Muteia. Para ele, cada vez mais será exigido aumento de produção com menos investimentos. Contudo, ele alertou para a necessidade de um crescimento sustentado da produção de alimento, sob pena de o homem comprometer ainda mais o ecossistema. “Com a pressa de produzir estamos degradando o meio ambiente e há uma utilização exagerada de agroquímicos, o que pode afetar a sustentabilidade ambiental. É importante ganhar dinheiro, mas é preciso pensar também nos valores, tanto em sustentabilidade social quanto ecológica”, ponderou ele, defendendo a regulamentação do uso de produtos químicos na agropecuária. Para ele, o Brasil pode ser um grande colaborador na tarefa de erradicar a fome mundial, “não só por ter recursos naturais como solo e água, mas também pela sua capacidade técnica, exportando conhecimentos e experiências”. Na avaliação dele, o Programa Fome Zero e a estabilidade econômica atingida desde o governo Fernando Henrique Cardoso são políticas de êxito reconhecido internacionalmente. Hoje, os grandes focos de segurança alimentar, conforme observou, estão mais voltados para a África e para alguns países asiáticos. Entre 2009 e 2010 o número famintos no mundo passou de 1,023 bilhão para 925 milhões.

A tendência de queda na produção agrícola, apontada pelo levantamento divulgado no início de outubro pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), tem como principais responsáveis a soja e o milho. De acordo com a entidade, a previsão é que os produtores de soja colham entre 67,6 milhões de toneladas e 68,9 milhões de toneladas. Na comparação com a safra anterior, que ficou em 68,68 milhões de toneladas, os números significariam uma produção até 1,5% menor. Na hipótese mais otimista, o volume de soja a ser colhido nesta safra praticamente repetiria o desempenho da safra passada (+0,3%). Apesar disso, a Conab estima crescimento de 1,3% a 3,1% da área plantada de soja. Em números absolutos, um aumento entre 23,76 milhões de hectares e 24,20 milhões de hectares. Já o milho teve redução da produtividade estimada entre 7,5% e 6,5%, em relação aos 56 milhões de toneladas colhidas no último ciclo. A projeção indica que serão produzidas nesta safra entre 51,83 milhões de toneladas e 52,41 milhões de toneladas do grão. Mas, ao contrário da soja, a área plantada de milho deve ser menor: ficará entre 12,71 milhões de hectares (-2,1%) e 12,81 milhões de hectares (1,3%). O destaque positivo ficou com o algodão em caroço, favorecido pelos bons preços do mercado. A Conab prevê que a produção deverá aumentar entre 32,5% e 29,3%, o que significaria, em volume, de 2,43 milhões de toneladas a 2,57 milhões de toneladas. No período passado, foram colhidas 1,84 milhão de toneladas. Também cresceu a produção de feijão. A Conab estima que o produto supere as 3,26 milhões de toneladas colhidas na safra passada. A previsão é que sejam produzidas de 3,39 milhões de toneladas (+4%) a 3,42 milhões de toneladas (+5%).

Agência Brasil

CAOA

DIVEPE

SOUZA RAMOS

SOUZA RAMOS ABC

TEL.: 3837-3000

TEL.: 4338-1230

TEL.: 2984-3366

TEL.: 3377-0000

AV. DR. GASTÃO VIDIGAL, 1.555 VILA LEOPOLDINA - SP

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS - S. BERNARDO DO CAMPO - SP

AV. TEN. JOSÉ J. DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO - SP

AV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA - SANTO ANDRÉ - SP

)DoD UHYLV}HV HP VHX YHtFXOR UHJXODUPHQWH Ford Transit Chassi 2010/2010 (cat. CC01), sem implementos de carga, a partir de R$ 69.900,00 à vista. Oferta válida entre 01/10/2010 e 30/10/2010, para o total de 100 unidades do modelo ou enquanto durarem os estoques. Consulte no Distribuidor Ford Caminhões sobre outras ofertas, opções de taxas e financiamento para estes e outros modelos e os itens de série de cada catálogo. Crédito sujeito a aprovação da instituição financeira. Preços e condições sujeitos a alterações sem prévio aviso, conforme determinação do fabricante, do agente e/ou medidas governamentais. Os veículos Ford estão em conformidade com o PROCONVE (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Use o cinto de segurança. Ford Transit. Quem trabalha feliz, trabalha melhor. Imagens meramente ilustrativas. www.fordcaminhoes.com.br • Centro de Atendimento Ford: 0800 703 3673


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Outubro 2010

l JORNAL ENTREPOSTO

JORNAL ENTREPOSTO l

O Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura e a melancia Hélio Satoshi Watanabe Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura, começou em 1997, como Programa Brasileiro para a Melhoria dos Padrões Comerciais e de Embalagens de Hortifrutigranjeiros, por decisão das Câmaras Setoriais de Frutas e de Hortaliças da Secretaria da Agricultura e de Abastecimento do Estado de São Paulo. O Programa cria soluções para os dois principais entraves à comercialização dos produtos hortìcolas frescos: a inexistência de uma linguagem de caracterização da qualidade e do tamanho do produto na comercialização – as normas de classificação, a inexistência de padrões mínimos de qualidade e a má qualidade das embalagens. Hoje já existem normas de classificação para 33 frutas

e hortaliças. Outros produtos estão sendo estudados como o cará, o inhame, as anonáceas. Agora é a vez da melancia, uma das frutas (ou hortaliçafruta) de maior produção e consumo no Brasil. A construção das suas normas de classificação de melancia é mais complexa, pelo seu tamanho e transporte a granel. As normas de classificação estabelecem o grupo varietal, a classe de tamanho (a caracterização do tamanho e a garantia de homogeneidade no lote), a qualidade (padrão mínimo de qualidade por categoria). Elas permitem a premiação do produto de melhor tamanho e qualidade e que a diferenciação de valor, já praticada do atacado para o varejo, chegue ao produtor. O agrupamento varietal organiza cultivares com as mesmas características de tamanho varietal, coloração da polpa, coloração de fundo da casca, presença de sementes e presença de listras.

Tamanho Varietal

Mini

Pequeno Grande

Cor do fundo da Casca

Amarela

Verde

Cor da Polpa

Amarela

Rosada

Listras

Presença

Ausência

Semente

Presença

Ausência

A medida do tamanho é do peso do fruto em gramas. O peso médio dos frutos, o número de frutos e o peso líquido da caixa ou do lote devem ser informados. A garantia de frutos igualados exige a obediência à regra de variação máxima de 12,5% entre os pesos do maior e do menor fruto em relação ao peso médio dos frutos de mesma classificação. O peso máximo permitido pode ser calculado multiplicando o peso médio

dos frutos por 1,125. O peso mínimo permitido pode ser calculado dividindo o peso médio dos frutos por 1,125. A caracterização da qualidade passa pela definição dos defeitos graves, variáveis e leves e da % de tolerância aos defeitos em cada categoria. Os defeitos graves são anomalias que comprometem muito a aparência, conservação e qualidade do produto, restringindo ou inviabilizando

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defeito. São defeitos variáveis: barriga branca, dano por sol, defeito de casca. O defeito de casca é leve até 5% da casca e grave quando maior que 5%. A barriga branca só é defeito a partir de 5% até 20% da casca e grave acima de 20%. O dano por sol restrito á casca é defeito leve e grave quando profundo. Os defeitos leves são alterações que prejudicam a aparência do fruto, mas não constituem fatores importantes na diminuição do seu aproveitamento e não se desenvolvem na pós-colheita. São defeitos leves: barriga branca leve, dano leve por sol, defeito leve de casca, deformação, textura ondulada, presença de substâncias estranhas na casca. A categoria Extra só pode conter até 5% de frutos com defeitos leves e 1% com defeitos graves e nenhum defeito muito grave. A categoria I só pode conter até 1% de defeitos muito graves, 5% de defeitos graves e 10% de defeitos leves. A soma total dos defeitos graves e muito graves só pode ser 5%. A categoria II só pode contar até 3% de cada defeito muito grave, 10% dos defeitos graves e 100% dos defeitos leves. A soma total dos defeitos graves e muito graves só pode ser 10%. As exigências de qualida-

Vermelha

o seu uso ou a sua comercialização. Eles podem ser separados em muito graves e graves. Os defeitos muito graves são: dano profundo, dano grave por sol, imaturo, passado. Os defeitos graves são: alteração da polpa, amassado,ausência de pedúnculo, barriga branca grave, dano leve por sol, defeito de casca grave, oco. Os defeitos variáveis podem ser graves ou leves de acordo com a intensidade do

Defeito Grave Polpa Ocada

Defeito de Casca Grave

Defeito de Casca Leve

de devem ser obedecidas no atacado e no varejo. Na produção devem ser descartados todos os defeitos muito graves e graves. A tolerância aos defeitos muito graves e graves prevê a evolução dos problemas pós-colheita da colheita ao consumo. As fotos que acompanham este texto mostram algumas

das ilustrações que farão parte das publicações das normas de classificação: Você ainda pode contribuir com a finalização da proposta das normas de classificação da melancia. Entre em contato com ao Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp através do e-mail: cqh@ ceagesp.gov.br

Produção de alimentos precisa crescer 70% até 2050

Soja e milho derrubam produtividade da safra

Uma em cada seis pessoas no mundo passa fome e a cada cinco minutos uma criança morre por desnutrição. “É uma fome que dói e mata”, afirmou o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Hélder Muteia. Segundo ele, até 2050, a população mundial deverá crescer dos atuais 6 bilhões para 9 bilhões de habitantes. Para que todos tenham acesso à comida, a oferta de alimentos precisa aumentar 70% nos próximos 40 anos.”Alcançar esse objetivo é um grande desafio, mas não é impossível”, disse Muteia. Para ele, cada vez mais será exigido aumento de produção com menos investimentos. Contudo, ele alertou para a necessidade de um crescimento sustentado da produção de alimento, sob pena de o homem comprometer ainda mais o ecossistema. “Com a pressa de produzir estamos degradando o meio ambiente e há uma utilização exagerada de agroquímicos, o que pode afetar a sustentabilidade ambiental. É importante ganhar dinheiro, mas é preciso pensar também nos valores, tanto em sustentabilidade social quanto ecológica”, ponderou ele, defendendo a regulamentação do uso de produtos químicos na agropecuária. Para ele, o Brasil pode ser um grande colaborador na tarefa de erradicar a fome mundial, “não só por ter recursos naturais como solo e água, mas também pela sua capacidade técnica, exportando conhecimentos e experiências”. Na avaliação dele, o Programa Fome Zero e a estabilidade econômica atingida desde o governo Fernando Henrique Cardoso são políticas de êxito reconhecido internacionalmente. Hoje, os grandes focos de segurança alimentar, conforme observou, estão mais voltados para a África e para alguns países asiáticos. Entre 2009 e 2010 o número famintos no mundo passou de 1,023 bilhão para 925 milhões.

A tendência de queda na produção agrícola, apontada pelo levantamento divulgado no início de outubro pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), tem como principais responsáveis a soja e o milho. De acordo com a entidade, a previsão é que os produtores de soja colham entre 67,6 milhões de toneladas e 68,9 milhões de toneladas. Na comparação com a safra anterior, que ficou em 68,68 milhões de toneladas, os números significariam uma produção até 1,5% menor. Na hipótese mais otimista, o volume de soja a ser colhido nesta safra praticamente repetiria o desempenho da safra passada (+0,3%). Apesar disso, a Conab estima crescimento de 1,3% a 3,1% da área plantada de soja. Em números absolutos, um aumento entre 23,76 milhões de hectares e 24,20 milhões de hectares. Já o milho teve redução da produtividade estimada entre 7,5% e 6,5%, em relação aos 56 milhões de toneladas colhidas no último ciclo. A projeção indica que serão produzidas nesta safra entre 51,83 milhões de toneladas e 52,41 milhões de toneladas do grão. Mas, ao contrário da soja, a área plantada de milho deve ser menor: ficará entre 12,71 milhões de hectares (-2,1%) e 12,81 milhões de hectares (1,3%). O destaque positivo ficou com o algodão em caroço, favorecido pelos bons preços do mercado. A Conab prevê que a produção deverá aumentar entre 32,5% e 29,3%, o que significaria, em volume, de 2,43 milhões de toneladas a 2,57 milhões de toneladas. No período passado, foram colhidas 1,84 milhão de toneladas. Também cresceu a produção de feijão. A Conab estima que o produto supere as 3,26 milhões de toneladas colhidas na safra passada. A previsão é que sejam produzidas de 3,39 milhões de toneladas (+4%) a 3,42 milhões de toneladas (+5%).

Agência Brasil

CAOA

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SOUZA RAMOS

SOUZA RAMOS ABC

TEL.: 3837-3000

TEL.: 4338-1230

TEL.: 2984-3366

TEL.: 3377-0000

AV. DR. GASTÃO VIDIGAL, 1.555 VILA LEOPOLDINA - SP

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS - S. BERNARDO DO CAMPO - SP

AV. TEN. JOSÉ J. DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO - SP

AV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA - SANTO ANDRÉ - SP

)DoD UHYLV}HV HP VHX YHtFXOR UHJXODUPHQWH Ford Transit Chassi 2010/2010 (cat. CC01), sem implementos de carga, a partir de R$ 69.900,00 à vista. Oferta válida entre 01/10/2010 e 30/10/2010, para o total de 100 unidades do modelo ou enquanto durarem os estoques. Consulte no Distribuidor Ford Caminhões sobre outras ofertas, opções de taxas e financiamento para estes e outros modelos e os itens de série de cada catálogo. Crédito sujeito a aprovação da instituição financeira. Preços e condições sujeitos a alterações sem prévio aviso, conforme determinação do fabricante, do agente e/ou medidas governamentais. Os veículos Ford estão em conformidade com o PROCONVE (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Use o cinto de segurança. Ford Transit. Quem trabalha feliz, trabalha melhor. Imagens meramente ilustrativas. www.fordcaminhoes.com.br • Centro de Atendimento Ford: 0800 703 3673


B6

Outubro 2010 l

JORNAL ENTREPOSTO

Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para outubro

Flávio Luis Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp

Quantidades comercializadas O volume ofertado no entreposto terminal de São Paulo – ETSP registrou elevação de 0,24% no período de janeiro a setembro de 2010 ante o mesmo período de 2009. Foram comercializadas 2.335.153 toneladas em 2010 contra 2.067.457 negociadas em 2009. O quadro ao lado demonstra os volumes comercializados no ETSP:

OPÇÕES DE COMPRA EMBAL.

PRODUTO

Atacado

Produto Legumes Frutas

Local Verduras

Dias da semana

Horário

Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.

14h às 21h 8h às 18h

AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.

Local Pescados

MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.

Local Diversos *

Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h

Seg. a Sáb.

Local Flores

AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta

Local Flores

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Terça e Sexta

Local

10h às 18h

6h às 11h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana

Varejo

Produto Varejão

Local Varejão Noturno

Local Flores

Local

Dias da semana

Horário

Sáb. e Dom.

7h às 13h

Quarta

17h às 22h

Seg. e Quinta

10h às 18h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques

Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita

Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:

Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues Web Master Michelly Vasconcellos

diretoria@jornalentreposto.com.br jornalismo@jornalentreposto.com.br comercial@jornalentreposto.com.br Os artigos e matérias assinadas não refletem, necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.

www.jornalentreposto.com.br

Por setor de comercialização, houve crescimento nos setores de legumes (1,17%), verduras (2,40%) e diversos (2,70%). Os setores de frutas, flores e pescados apresentaram ligeira retração do volume comercializado. O volume financeiro no ETSP já ultrapassou os R$ 3,3 bilhões nestes primeiros nove meses do ano, ou seja, crescimento de 7,3% em relação a 2009.

Tendência As condições climáticas continuam registrando nesta época do ano, chuvas reduzidas e temperaturas mais amenas na região sudeste, ou seja, boas condições para a produção de hortifrutícolas. No setor de frutas, os citros (laranja, limão e tangerina) continuam apresentado redução do volume ofertado e perda de qualidade em função da estiagem, acarretando elevação dos preços praticados. Por outro lado, as altas temperaturas aceleram o desenvolvimento e a maturação e produtos como mamão formosa, mamão papaya, melão, além daqueles em plena safra como pêssego, ameixa, morango, carambola, caju entre outros, apresentam aumento do volume ofertado e são ótimas opções de compra. Legumes e verduras, preservadas as condições climáticas atuais, deverão continuar com preços em baixa já que o clima favorece a produção e a demanda apresenta retração nesta época do ano. As folhas continuam com preços reduzidos e são ótimas opções. O setor de diversos, impulsionado pela queda de preços da batata e cebola também deverá apresentar preços reduzidos e elevação do volume ofertado. O setor de flores já apresenta elevação do volume ofertado e são muitas as variedades que atraem os consumidores. Os preços devem registrar ligeira retração. O setor de pescados deve apresentar preços e volumes estáveis.

AGOSTO PREÇO MÉDIO(R$)

SETEMBRO PREÇO MÉDIO(R$)

TENDÊNCIA P/ MÊS OUTUBRO

FRUTAS AMEIXA NACIONAL

KG

1,00

-

3,23

ESTÁVEL

CAJU

ENG

3,00

9,92

9,41

ESTÁVEL

CARAMBOLA

CX T

2,00

6,99

8,07

BAIXA

MAMÃO FORMOSA

KG

1,00

1,09

1,00

BAIXA

MAMÃO HAVAÍ

KG

1,00

1,47

0,99

BAIXA

MANGA TOMMY

KG

1,00

1,40

1,02

BAIXA

MELANCIA

KG

1,00

0,71

0,79

ESTÁVEL

MELÃO AMARELO

CX

13,00

15,96

17,06

ESTAVEL

MORANGO COMUM

KG

1,00

4,99

5,21

ESTÁVEL

PESSEGO AURORA

KG

1,00

-

3,58

BAIXA

LEGUMES ABÓBORA MORANGA

KG

1,00

1,39

0,73

ESTÁVEL

BERINJELA

CX K

12,00

9,82

9,58

ESTÁVEL

CARA

CX K

22,00

15,72

17,24

BAIXA

CENOURA

KG

1,00

0,82

0,80

BAIXA

CHUCHU

CX K

22,00

22,04

14,40

BAIXA

MANDIOCA

CX K

23,00

11,04

11,61

ESTÁVEL

PIMENTÃO VERDE

CX K

11,00

9,75

12,15

BAIXA

TOMATE MADURO

KG

1,00

1,20

1,00

ESTÁVEL

VERDURAS ACELGA

ENG

12,00

5,61

6,23

BAIXA

ALFACE AMERICANA

ENG

10,00

10,14

10,23

ESTÁVEL

ALFACE CRESPA

ENG

7,00

6,04

5,99

BAIXA

ALFACE LISA

ENG

8,00

7,88

7,93

BAIXA

CEBOLINHA

DZMÇ

6,00

8,62

7,54

ESTÁVEL

NABO

3,00

3,58

3,66

BAIXA

REPOLHO LISO

ENG

25,00

6,38

5,78

BAIXA

DIVERSOS BATATA BENEFICIADA COMUM

KG

1,00

0,55

0,59

ESTÁVEL

BATATA COMUM

KG

1,00

0,60

0,59

ESTÁVEL

CEBOLA DO ESTADO

KG

1,00

0,90

0,86

BAIXA

OVO BRANCO

CX

20,00

43,73

43,19

ESTÁVEL

FLORES ALSTROMÉRIA

0,40

6,32

6,91

ESTÁVEL

BOCA DE LEÃO

0,66

5,47

5,75

BAIXA

COPO DE LEITE

DZ

0,36

4,48

4,99

BAIXA

CRAVO COMUM

DZ

0,25

9,61

8,92

ESTÁVEL

CRISANTEMO COMUM

PCT

1,50

11,67

11,05

ESTÁVEL

DALIA

0,44

5,18

5,17

ESTÁVEL

ESTRELICIA

DZ

0,90

4,09

4,65

ESTÁVEL

GIRASSOL

PCT

2,60

5,38

5,25

ESTÁVEL

PESCADOS BETARRA

KG

1,00

2,51

2,49

ESTÁVEL

CAMARÃO SETE BARBAS

KG

1,00

4,08

3,68

BAIXA

CAVALINHA

KG

1,00

3,04

3,33

BAIXA

CORVINA

KG

1,00

3,20

3,17

ESTÁVEL

ESPADA

KG

1,00

1,88

1,50

BAIXA

MANJUBA

KG

1,00

5,56

5,33

ESTÁVEL

SARDINHA FRESCA

KG

1,00

1,36

1,67

ESTÁVEL

TILÁPIA

KG

1,00

3,63

3,81

ESTÁVEL

PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS

FIGO, LARANJA LIMA, LIMA DA PÉRSIA, LIMÃO, TANGERINA PONCAM.

LEGUMES ERVILHA TORTA, MANDIOQUINHA, VAGEM MACARRÃO. VERDURAS COENTRO, MILHO VERDE. DIVERSOS ALHO ARGENTINO, COCO SECO.

O quadro ilustra as principais opções de compras em outubro:

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PESCADOS PINTADO, ROBALO. FONTE: CEAGESP


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JORNAL ENTREPOSTO l Outubro 2010

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O MAIOR GRUPO DE CONCESSIONÁRIAS DA AMÉRICA LATINA

ORIGEM DO ALIMENTO

Brincando e aprendendo na Escola do Sabor Achamos engraçado quando ao perguntarmos a uma criança de onde vem o leite, temos como resposta que sua origem é a caixa onde ele vem embalado ou o supermercado. Entretanto, em vez de rir deveríamos chorar porque a resposta é uma boa medida do distanciamento da população urbana da agricultura. O projeto Escola do Sabor é uma parceria entre o Centro de Qualidade em Horticultura (CQH)da Ceagesp a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma e tem entre seus principais objetivos a aproximação da criança com a agricultura. Alguns jogos educativos foram desenvolvidos e testados com sucesso pelas professoras. O primeiro jogo utiliza um quadro imantado e de fotos e de desenhos das várias etapas da produção, industrialização e comercialização e dos produtos da mandioca. Um imã é colocado no verso de cada foto e desenho. A produção é retratada desde o plantio da maniva até a colheita, embalamento e carregamento do caminhão. Depois da colheita a mandioca pode ir para o mercado para consumo fresco ou para a indústria e dali para o varejo, restaurantes, escolas e casas. O jogo é a construção do caminho da produção ao consumo, com a colocação das ilustrações - foto ou desenho, na sequência correta. Aqui está um modelo simplificado sem os detalhes da produção, feito pelo técnico do CQH Bertoldo Borges Filho, mas que mostra as diferentes utilizações da mandioca. As brincadeiras e o material pedagógico estão à disposição no CQH. O projeto Escola do Sabor conta agora com a contribuição da empresa Iguape Comércio de Legumes, garantindo o suprimento de mandioca e beterraba na alimentação das crianças da Nossa Turma. Desenho: Bertoldo Borges Filho CQH- Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

GRÃOS

Clima será decisivo para novo recorde da produção O fenômeno La Ninã é a maior preocupação O comportamento do clima será decisivo para que a safra de grãos 2010/2011 atinja novo recorde. A perspectiva foi apresentada, no início do mês pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Silvio Porto, durante o anúncio da intenção de plantio do novo ciclo. Se o clima for semelhante ao da última safra, podemos dizer que 150 milhões, até 151 milhões de toneladas, são bastante plausíveis, afirmou. Os números oficiais divulgados neste primeiro levantamento, porém, são mais cautelosos. A previsão preliminar é de que a safra colhida fique entre 145,72 milhões e 147,93 milhões de toneladas, com uma redução de 0,6% a 2,1% na comparação com a safra 2009/2010. A área plantada deve se manter estável ou sofrer ligeiro aumento (1,3%), chegando a 47,99 milhões de hectares cultivados. O La Niña é a principal preocupação do governo nas estimativas. Esse fenômeno climático pode afetar as lavouras do Sul do Brasil e de parte de Mato Grosso do Sul, por exemplo, por causa da estiagem.

Porto ressalta que o estudo da intenção de plantio é feito a partir da avaliação de área plantada. Com a produtividade, a Conab é sempre cuidadosa nos primeiros levantamentos, pois não há como colher informações mais concretas em relação ao desempenho da lavoura, explica. Para a consolidação desta primeira pesquisa, é aplicada a média da produtividade dos últimos cinco anos juntamente com a análise do clima. A recuperação de renda para o produtor, em especial de algodão e soja, também aparece nas perspectivas para este novo ciclo, por conta do aumento dos preços já apresentados nessas culturas. Na opinião de Porto, há um momento eufórico em relação aos preços, combinado com as intervenções realizadas pelo governo nos últimos oito anos. Ele lembrou que o patamar dos preços mínimos cresceu entre 40% e 65%, na comparação com 2003, houve aumento de recursos para a Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), além do volume recorde de R$ 100 bilhões de recursos disponíveis para custeio desta safra.


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Ceasas Brasil União libera R$ 11 milhões para reformas na Ceagesp Parte da verba será utilizada na restauração das estruturas do MLP O Ministério da Agricultura anunciou a liberação de R$ 11,3 milhões para a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Desse total, cerca de R$ 7 milhões serão usados para obras de recuperação do espaço conhecido por MLP (Mercado Livre do Produtor) no entreposto localizado na Vila Leopoldina, o maior administrado pela estatal. “O governo federal está empenhado em apoiar a diretoria e os permissionários da Ceagesp”, enfatizou o ministro interino da Agricultura, José Gerardo Fontelles, para permissionários e seus representantes, além de sindicatos rurais que compareceram à reunião no mercado paulistano. Fontelles ressaltou a responsabilidade de cada um em manter a Ceagesp no topo do cenário nacional, dada a sua importância no abastecimento do país. “Vocês são responsáveis pelo grande abastecimento nacional; parabéns pelo trabalho e empenho de todos”, disse. O presidente da Ceagesp, Mário Maurici, lembrou dos compromissos que havia assumido recentemente para a recuperação do MLP, e que aguardavam a chegada dos recursos que foram liberados. Ele informou que a companhia enviou, no último dia 20, uma nora à subprefeitura da Lapa garantindo a segurança do espaço. Ele acrescentou que, paralelamente, a

Ceagesp está contratando um laudo junto ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para ratificar a integridade do prédio do MLP e para orientar as obras de reforma, que deverão ter início até dezembro. “Queremos dar tranquilidade a todos que trabalham ou utilizam o MLP”, frisou.

Vistoria Em setembro, uma vistoria da subprefeitura da Lapa, a pedido do Ministério Público, obrigou a estatal a iniciar uma reforma imediata ou interditar o local, por apresentar in-

Ceagesp recebe prêmio em automação de FLV Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A Ceagesp foi uma das empresas ganhadoras da 13ª edição do Prêmio Automação, realizado pela Associação Brasileira de Automação (GS1). Realizado anualmente, o evento tem como objetivo identificar as organizações que se destacaram no setor de automação ao longo do ano. A cerimônia de entrega do prêmio será realizada no dia 9 de novembro e reunirá empresas de todos os setores. A Ceagesp receberá o prêmio pela sua atuação no grupo de trabalho de Frutas, Legumes e Verduras (FLV). A necessidade de identificação rápida do produto e da garantia de rastreabilidade no processo de movimentação de produção ao consumo determinou o desenvolvimento de códigos de identificação e de seus aparelhos de leitura. A EAN (European Article Numbering) e a UCC (Uniform Code Council) foram as organizações internacionais responsáveis pela administração dos códigos de identificação do produto e do seu fornecedor e da manutenção do banco de dados necessário à automação comercial. A GS1 é o resultado da união das duas organizações. A GS1 Brasil, fundada 1983, recebeu do governo federal a incumbência de administrar e disseminar, em todo o território brasileiro, o Có-

digo Nacional de Produtos, Sistema GS1. A utilização de códigos de identificação como o código de barras na embalagem e até na unidade do produto é prática generalizada para os produtos industrializados. A demanda pela sua utilização na movimentação, na comercialização e na identificação individual das frutas e hortaliças frescas cresce a cada dia.

A adesão do fornecedor à automação comercial exige a sua inscrição na GS1, a sua capacitação na utilização dos códigos de identi�icação e o cadastramento do seu produto

A GS1 Brasil tem atuação setorial através de grupos de trabalhos de calçados, carne, construção, FLV, alimentação, móveis, saúde, telecomunicações, têxtil e varejo, que tratam de assuntos específicos de cada setor. A Ceagesp é parceira da GS1 Brasil no grupo setorial FLV. A parceria tem como objetivo conseguir que os produtores e consumidores de frutas e hortaliças frescas consigam aproveitar plenamente os benefícios da automação comercial. O código de identificação permite uma identificação precisa e detalhada do fornecedor e do produto e o acompanhamento automatizado da competitividade e do desempenho do produto no processo de comercialização. A adesão do fornecedor à automação comercial exige a sua inscrição na GS1, a sua capacitação na utilização dos códigos de identificação e o cadastramento do seu produto. Vale ressaltar que uma descrição incompleta do produto anula os benefícios da automação comercial. A Ceagesp está colaborando com a GS1 na criação de descritores das frutas e hortaliças, que facilitem a vida do fornecedor e garantam que informações importantes sobre cada produto estejam disponíveis no seu código de identificação, como: variedade, tamanho, qualidade e embalagem. Mais informações podem ser obtidas em www.gs1br.org

filtrações, fiação exposta, telhado instável e ferrugem no teto e nas pilastras. De acordo com a companhia, a previsão é que a reforma tenha início até dezembro.

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Entreposto de Contagem terá banco de caixas a partir de janeiro Em reunião realizada no último dia 21, os produtores rurai conheceram o projeto de implantação do Banco de Caixas Plásticas, cuja estrutura tem previsão de início de operação já em janeiro de 2011. Com os objetivos de comercializar, alugar, higienizar e armazenar caixas plásticas, o banco deverá representar uma opção mais rentável e correta para o transporte dos produtos. De acordo com a CeasaMinas, o sistema utiliza a lógica de créditos do vale-caixa ou cartão, que promove a rotatividade das embalagens plásticas. Assim que entra no entreposto, o comprador passa pelo Banco e deixa um determinado número de embalagens, o que lhe dará direito ao vale-caixa. De posse do cartão, o comprador adquire mercadorias no entreposto e repassa o vale ao lojista ou produtor rural. Quem recebe o vale, pode trocá-lo no Banco de Caixas, o qual irá entregar as embalagens já higienizadas. O professor em pós-colheita da Universidade Federal de Lavras, Luiz Carlos demonstrou, através de sua palestra, as vantagens do uso da embalagem plástica que inclui além da redução das perdas, a possibilidade do produtor agregar valor e coibir a proliferação das doenças vegetais. Os produtores, além de assistirem às palestras, também puderam tirar dúvidas sobre o funcionamento do Banco de Caixas e receberam, também, uma cartilha com todas as explicações a respeito do projeto.

Índice de preços mantém alta em setembro Influenciado pelo setor de frutas, o Índice Ceagesp, balizador que analisa a variação de preços de alimentos frescos no mercado atacadista, registrou elevação de 2,04% em setembro e, apesar do segundo mês consecutivo em alta, o verificador aponta, no acumulado de 2010, queda de 1,71% e ligeira redução de 0,17% nos últimos 12 meses. “Em setembro, somente o setor de frutas registrou elevação, estimulado principalmente pela majoração dos preços dos citros, em especial o limão, que vive período de entressafra”, analisa o economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Flávio Godas. Outra fruta cítrica que colaborou para a alta do índice foi a laranja, com a oferta e a qualidade prejudicadas pela estiagem no Estado de São Paulo, o maior produtor do País. Além disso, os preços internacionais elevados do suco provocaram compras em maior volume pela indústria. “Este conjunto acarretou redução do volume ofertado no mercado interno e a consequente elevação dos preços praticados”, explica Godas. No geral, o setor de frutas registrou elevação de 5,37%. As principais altas foram para o maracujá azedo (29,03%), a laranja pêra (17,26%), o limão (47,01%), o figo (52,1%), e

a carambola (15,31%). As baixas mais acentuadas foram para o abacaxi pérola (-11,39%), a manga tommy (-26,99%) e o mamão papaya (-31,32%). Os legumes tiveram queda de 4,87%, influenciados pelos preços baixos do tomate. As principais quedas foram para o próprio tomate (-16,35%), o chuchu (-32,54%), a abobrinha italiana (-19,6%), e o pepino japonês (-32,78%). As principais altas foram para a mandioquinha (8,62%), o quiabo (18,07), a mandioca (6,84%) e a vagem (6,75%). Já o setor de verduras, apesar dos preços próximos ao custo de produção, caiu 5,08%. Principais quedas: brócolis (-29,15%), rúcula (-13,10%), rabanete (-14,51%), repolho (-9,65%), e escarola (-9,65%). Principais altas: milho verde (8,24%), acelga (13,94%) e nabo (7,54%). No setor de diversos houve recúo de 5,48%, com baixa acentuada para a cebola nacional (-26,09%) e as quedas para a batata comum (-4,33%) e os ovos (-1,05%). O setor de pescados oscilou negativamente somente 0,02%, com quedas principais para a anchova (-13,89%) e a espada (-16,67%). As principais altas foram para o cação (12,17%), e para a cavalinha (10,04%).


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GASTRONOMIA E TURISMO

Mercado revela charme curitibano FOTOS: PAULO FERNANDO

Ícone da capital paranaense, entreposto que abriga o primeiro espaço exclusivo de orgânicos do país acaba de comemorar 52 anos A revitalização do Mercado Municipal de Curitiba segue a todo vapor e, até o ano que vem, as obras de reforma e ampliação do mais tradicional ponto de cultura gastronômica da cidade vão deixá-lo maior e mais confortável, tornando-o referência em abastecimento público. As primeiras intervenções, que começaram em janeiro, não pararam a rotina do entreposto, onde 190 permissionários comercializam, todos os dias da semana, frutas, legumes e verduras, oriundos de diversas regiões brasileiras e do mundo. Entre os 300 boxes, também há floriculturas, mercearias, lojas de utilidades domésticas, massas e molhos, calçados, carnes exóticas, cafés, aquários de peixes ornamentais e materiais de pesca, presentes e lembranças, confecções, bebidas, delicatessen, especiarias, açougues e peixarias. Para a ampliação, terrenos vizinhos foram adquiridos pela prefeitura e, nessa primeira etapa, está sendo construída a nova entrada principal, na lateral da avenida Sete de Setembro. No hall, ainda será aberta uma arena para aulasshows de culinária. Com a revitalização, o espaço público que completou 52 anos em agosto ganhará 18,6 mil metros quadrados, quase o dobro do tamanho atual. Segundo a administração municipal, o plano é melhorar o atendimento das cerca de 50 mil pessoas que passam semanalmente por lá e novo projeto segue o mesmo padrão adotado no Mercado de Orgânicos do entreposto, o primeiro do gênero no país, inaugurado em fevereiro do ano passado. “A cidade tem muito a comemorar, pois nosso Mercado Municipal é mais que um ponto de compras, é um ponto de convivência para os curitibanos”, afirmou o prefeito Luciano Ducci durante a comemoração do aniversário organizada pela associação local dos comerciantes.

Mercado Municipal

Perfil do consumidor Pesquisas realizadas pela administração do Mercado de Curitiba mostram que, em média, 60% dos frequentadores do local têm renda superior a 15 salários mínimos, e 40% deles têm nível superior completo. A intenção de compra, especialmente de gêneros alimentícios, é de 41,73%, geralmente por homens, que compõem 50% desse universo. Desse total, 62,33% são casados.

Mercado de Curitiba em números 300 boxes

190

História

permissionários

Na década de 1940, o urbanista francês Alfred Agache, responsável pelo plano urbanístico adotado pela capital paranaense em 1943, previu um espaço exclusivo para construção de um Mercado Municipal, na região do antigo bairro Capanema, hoje Jardim Botânico. Entretanto, o projeto só começou a ser viabilizado na década seguinte, quando o entreposto foi criado pela lei municipal 1.136, de 14 de outubro de 1955. As obras começaram em 1956 e, três anos mais tarde, em 2 de agosto de 1958, o complexo comercial – localizado numa das áreas mais charmosas da cidade – abriu suas portas e decretou o fim de um período de 21 anos em que a metrópole sulista ficou sem mercado público.

50 mil consumidores toda semana

60% Acima a fachada do Mercado Orgânico, o primeiro do país e ao lado o Jardim Botânico

dos consumidores ganham mais de 15 salários mínimos

:: SERVIÇO :: Mercado Municipal de Curitiba Avenida Sete de Setembro, 1.865 – Jardim Botânico Horário de funcionamento: segunda-feira, das 7h às 14h; de terça a sábado, das 7h às 18h; e domingo, das 7h às 13h


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Meio Ambiente Preparo inadequado do solo pode aumentar emissões de gás O Brasil é considerado o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e, consequentemente o principal exportador de etanol. Os resíduos fibrosos da cana como os topos, as folhas e a palha contêm mais de 50% de energia produzida fotossinteticamente e armazenada em fibras celulósicas na biomassa. Apesar do bagaço ser a matéria prima principal, esses resíduos podem ser incluídos em sistemas de cogeração para o setor sucro-alcooleiro. Diante dessa afirmação, há um crescente interesse para a utilização desses resíduos para geração de energia. No entanto, o impacto ao ambiente para originar o biocombustível pode ser reduzido quando considerados os valores de emissão de gases do efeito estufa (GEE) resultantes das diferentes etapas do seu ciclo produtivo, principalmente aquelas derivadas da fase agrícola. A aplicação de fertilizantes nitrogenados, irrigação com vinhaça, uso da torta de filtro como adubo e o preparo do solo no processo de reforma do canavial podem alterar a dinâmica da matéria orgânica do solo, contribuindo com a emissão de óxido nitroso, metano e dióxido de carbono para a atmosfera, intensificando o fenômeno de efeito estufa. Como valioso compartimento, o solo desempenha importante papel nos processos de mitigação das emissões de GEE. Assim, uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, pela engenheira agroecóloga formada pela Universidad de la Amazônia (Colombia), Adriana Silva-Olaya, avaliou o efeito do preparo do solo sobre as emissões de CO2 quando este é realizado na presença ou ausência de palha na superfície do solo, considerando o crescente interesse da utilização da palhada com fins energéticos. “Uma pequena variação no C acumulado poderia resultar em mudanças consideráveis na concentração atmosférica de CO2. Atualmente, 50% da área total de cana-de-açúcar

é colhida mecanicamente, prática que além de evitar emissões decorrentes da queima da biomassa vegetal, favorece o incremento no estoque de C do solo”, relata a autora do trabalho “Emissões de dióxido de carbono após diferentes sistemas de preparo do solo na cultura da canade-açúcar”. A dissertação de mestrado realizada pelo programa de pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, sob orientação do professor Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP/CENA), aponta que o cultivo do solo por tecnologia de aração e outros processos de preparo incrementa a mi-

neralização do carbono orgânico do solo (COS) e as emissões de CO2. O acúmulo de COS pode ser diminuído durante a reforma do canavial dependendo do sistema de preparo utilizado. A decomposição da matéria orgânica do solo é aumentada pela perturbação física causada pelo preparo, a qual provoca a quebra dos macroagregados e expõe o carbono protegido no interior deles à atividade microbiana. “Diante dessa situação, esse estudo se propôs quantificar as emissões de CO2 derivadas de três sistemas de preparo do solo utilizados durante a reforma dos canaviais no estado de São Paulo, assim como avaliar a influência da palha nesses

Produção brasileira de biodiesel deve crescer 50% este ano A produção brasileira de biodiesel deve crescer 50% em 2010 em relação a 2009, alcançando 2,4 bilhões de litros. A informação e os avanços do mercado de biodiesel no Brasil foram apresentados no final de setembro, pelo secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, no I Seminário Internacional Universidade-Sociedade-Estado, realizado em Buenos Aires (Argentina). Durante o encontro, representantes de governo e acadêmicos da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai vão discutir as políticas públicas adotadas para impulsionar o uso de energias renováveis. De acordo com o secretário, o programa brasileiro de biodiesel, com apenas cinco anos, já mostra resultados expressivos. A produção do biocombustível saiu de 732 mil litros, em 2005, para 1,6 bilhão de litros, em 2009. “O governo criou condições e o mercado respondeu bem. Por isso, conseguimos antecipar em três anos o percentual da mistura obrigatória de 5% (B5) de biodiesel ao diesel”, explica. A mistura obrigatória de biodiesel ao diesel foi instituída por lei em 2005 e prevê uma ampliação gra-

dativa de percentual. O B5 deveria vigorar a partir janeiro de 2013, mas a regra foi antecipada para 2010. Conforme Bertone, a resposta do setor produtivo, tanto no contexto industrial como agrícola, possibilitou a medida. “A disponibilidade de óleo e a capacidade de processamento permitiu o atendimento de 5% da demanda de diesel no País, que deverá atingir 45 bilhões de litros em 2010”, informa o secretário.

Outro ponto que será abordado é a diversificação de matérias-primas para produção do biocombustível, apontada por Bertone como essencial para a promoção do desenvolvimento regional, um dos focos centrais do programa brasileiro. O biodiesel é feito, principalmente, a partir de soja, sebo bovino e caroço de algodão, produtos mais competitivos. A palma de óleo (dendê), oleaginosa mais produtiva do mundo, é apontada como outra alternativa. Cada hectare de palma rende até cinco toneladas de óleo, enquanto a soja alcança em torno de 500 quilos de óleo por hectare. O secretário lembra que, para incentivar a produção de palma de óleo, o governo federal lançou, em maio, o Programa de Produção Sustentável da Palma de Óleo no Brasil, que indica áreas aptas para o cultivo, oferece linhas facilitadas de crédito e define investimentos em pesquisa e desenvolvimento da cultura. Até 2011, o governo vai aplicar R$ 60 milhões em melhoramento genético, ampliação da capacidade de produção de sementes e estabelecer parcerias internacionais com centros de excelência em palma de óleo.

processos de emissão”, explica a pesquisadora. Foram avaliados o preparo convencional, o qual envolveu a realização de gradagens aradoras em combinação com subsolagem; preparo mínimo, que caracterizou-se pela eliminação química da soqueira seguida duma subsolagem; e preparo semireduzido, no qual a soqueira foi eliminada mecanicamente (destruidor mecânico de soqueira) e realizadas operações de subsolagem no sentido da linha de plantio. A emissão de CO2 foi monitorada utilizando-se uma câmera que coleta e analisa o fluxo de CO2 em tempo real. Essas avaliações foram realizadas um dia antes do preparo do solo

e imediatamente após a passagem dos implementos. A pesquisadora destacou que no sistema de preparo convencional a emissão acumulada no tempo de estudo esteve 34% e 39% acima do valor acima do valor encontrado no preparo semireduzido e preparo mínimo, respectivamente, resultados esses que indicam o efeito conjunto da palha e do preparo do solo sobre a emissão de CO2. Essas e demais avaliações feitas nos três sistemas de preparo do solo – convencional, mínimo e semireduzido – demonstram que é de grande importância a seleção de práticas de manejo sustentáveis que permitam aumentar o seqüestro de carbono, melhorar a qualidade do solo e ajudar a minimizar a emissão de CO2 dos solos agrícolas. No Brasil, 60% da área plantada com cana encontra-se sobre Latossolo, mesmo tipo de solo da pesquisa. Cerca de 15 a 20% desses canaviais são renovados anualmente (0,7 a 0,9 milhões de hectares) o que permite que as perdas do C no solo sejam promovidas em função do sistema de preparo adotado durante tal reforma. Se aplicado o sistema convencional, será causada uma perda anual aproximada de 660 a 850 mil toneladas de carbono na forma de CO2. Porém, se o preparo do solo for realizado sob as técnicas associadas ao preparo semireduzido e preparo mínimo, o valor da perda anual de carbono à atmosfera na forma de CO2 será entre 90-120 mil toneladas no preparo semireduzido e 10 mil toneladas no preparo mínimo. “A seleção de práticas de manejo sustentáveis que permitam aumentar o sequestro de carbono, melhorar a qualidade do solo e ajudar a minimizar a emissão de CO2 dos solos agrícolas, contribui para a redução do valor da pegada de carbono do etanol (footprint), aumentando consequentemente o benefício ambiental da substituição do combustível fóssil com este biocombustível”, finaliza Adriana.

Desmatamento na Amazônia cai 47% Em agosto, a Amazônia perdeu 265 quilômetros quadrados (km²) de floresta, de acordo com os dados do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na comparação com agosto de 2009, quando os satélites registraram 498 km² de derrubadas, houve redução de 47%.A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o número confirma a tendência de queda do desmate na região nos últimos meses. “Está se confirmando um padrão sustentável de redução do desmatamento”, avaliou. Em agosto, o Pará liderou o desmate na região, com 134 km² de desmate, seguido por Mato Grosso, com 54,85 km² e pelo Amazonas, com 26,4 km² a menos de florestas no período. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, os números do Inpe apontam redução do desmatamento em quase todos os estados da Amazônia Legal, menos

no Amazonas. “O Amazonas ainda representa esse vazamento. Estamos em campo procurando entender se é uma nova vertente de desmatamento, se é uma nova ocupação de território”, disse a ministra. O Deter monitora áreas maiores do que 25 hectares e direciona a fiscalização ambiental. A taxa anual de desmatamento é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso, por avaliar áreas menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes. Os dados do Prodes para o período 2009/2010 devem ser apresentados em novembro. Se a tendência de queda se confirmar, o governo espera chegar a um novo recorde de queda do desmatamento. Em 2008/2009, a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos de monitoramento. Agência Brasil


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Exposição apresenta carro sustentável produzido no Brasil

Um carro sustentável produzido no Brasil foi a grande atração da abertura da 19ª edição da Exposição Internacional de Tecnologia da Mobilidade, que aconteceu no início do mês em São Paulo. O automóvel é totalmente elétrico, pesa menos do que os atuais que estão em circulação

e é construído com polímeros recicláveis. Os componentes são reforçados com fibras naturais e o carpete feito com material de garrafas plásticas recicladas. A roda não utiliza metal, é feita de plástico industrial mais leve que o alumínio. Em 1994, a exposição foi palco da primeira aparição do

carro com tecnologia bicombustível, lançado comercialmente em 2003 e que hoje é realidade nas ruas. Segundo o presidente da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade do Brasil que organiza a feira, Besaliel Botelho, partes do carro sustentável devem estar em uso nos pró-

ximos anos. No entanto, ainda será necessário esperar mais tempo para que os carros elétricos passem a ser maioria. “Há tecnologias que já estão em um dois anos no mercado e outras demoram um pouco mais. O tema da eletrificação do veículo, com certeza vai demorar mais. Há questões a se-

rem discutidas, como modelo de negócios para veículos elétricos, como vamos abastecer. O tempo de recarga de bateria ainda são muito longos, de 12 horas de carga”. A exposição ocorreu no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 5 e 7 de outubro.

Programa tem meta de reduzir consumo de sacolas plásticas em 3,9 bilhões até �im do ano

Os idealizadores do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas estimam que, até o final deste ano, 3,9 bilhões de unidades deixem de ser usadas no país. A iniciativa, existente desde 2007, por meio da parceria entre a indústria e o varejo, visa a despertar no consumidor a prática de um consumo responsável, além de incentivar o descarte adequado de sacolas plásticas. O programa foi implementado em sete capitais brasileiras (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro e Recife). Até o fim do ano, será estendido a Florianópolis e a Belo Horizonte. Estima-se que, a cada hora, os brasileiros usem 1,712 milhão de sacolas plásticas. Seguindo esse cálculo, o total consumido por mês chega a 1,2 bilhão, e por ano, a cerca de 15 bilhões. Para reduzir esse volume, o Ministério do Meio Ambiente lançou, em junho de 2009, a campanha Saco é um Saco, que busca incentivar o consumidor a utilizar ecobags (sacolas retornáveis). Hoje (15), data em que é comemorado o Dia do Consumidor Consciente, serão promovidas ações em vários estados para destacar o uso e a importância das sacolas retornáveis na redução de impactos ambientais. De acordo com o diretor e superintendente do Instituto Nacional do Plástico, Paulo Dacolina, a produção de sacolas mais resistentes tem colaborado para a redução do consumo desordenado de sacolas plásticas, o que foi possível consolidar a partir da parcerias com grandes redes de supermercados do país. “A produção de sacolas resistentes, que atendam às normas técnicas, têm colaborado para que o consumidor utilize uma em vez de duas sacolas para levar seus produtos. A parceria com os supermercados também tem colaborado de forma positiva nessa ação, já que o treinamento de funcionários desses empreendimentos vão ajudar na disseminação do uso consciente das sacolas pelo consumidor”, destaca. Para a técnica de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente Paula Galvani, a mudança de hábito é importante para diminuir os impactos ambientais. “Queremos incentivar o consumidor a utilizar as ecobags, alertando para a importância de preservar o meio ambiente do uso indiscriminado do plásticos. Esse material leva 400 anos para se degradar no meio ambiente. Fazendo o uso sustentável desse material, o país lucra no quesito sustentabilidade e o meio ambiente sofrerá, indiscutivelmente, menos impactos.” Agência Brasil


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Negócios LOGÍSTICA

Agronegócio perde US$ 4 bilhões anuais por erros na logística Perdas da produção na colheita, no transporte e na armazenagem fazem com que o Brasil perca 10% do volume produzido pelo setor primário. Segundo a Elizabeth Chagas Consultoria e Assessoria em Comércio Internacional, a ineficiência logística do agronegócio rouba do Brasil US$ 4 bilhões todos os anos. O dado leva em conta as perdas geradas no varejo e consumo. O cálculo foi feito com base na projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que aponta produção de 147 milhões de toneladas de alimentos para a safra de 2009/2010 e perda de 10% do volume produzido. Com o montante perdido, o Brasil poderia construir quatro portos com 16 berços de atracação ou 20 terminais de fertilizantes iguais ao que já existem no porto de Santos. A situação reflete também as deficiências enfrentadas pelo agronegócio capixaba. “O setor primário capixaba apesar de estar em evolução, também enfrenta problemas logísticos. Ele carece de investimentos estruturantes, contemplando as áreas de transportes, energia elétrica e armazenagem. Também te-

mos necessidade da construção de açudes e barragens”, comenta o presidente da Faes (Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo), Júlio Rocha. Segundo Rocha, no quesito transportes, o Estado precisa avançar nos trechos estratégicos do contorno de Vitória, bem como nos perímetros diretamente responsáveis pelo escoamento da produção dos municípios. “Há também demanda por uma ampliação de nossas potencialidades, alcançando o uso racional do transporte intermodal, como forma de baratear os custos de produção”, informa. Outra queixa do setor primário capixaba é na área de armazenagem da produção. Ainda não foi criado um substitutivo para reparar a perda dos armazéns do Instituto Brasileiro do Café, em Jardim da Penha, construídos com recursos dos cafeicultores. Enquanto aguardam a construção de outro local para estocagem dos alimentos, produtores temem a ameaça de terem que armazenar a produção em estados vizinhos, como Bahia e Minas Gerais. Isso implicaria gastos ainda maiores.

Vendas dos supermercados crescem 4,74% em 2010 As vendas reais do setor supermercadista em agosto cresceram 1,20% em relação a agosto de 2009, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado mensalmente pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Em comparação com julho deste ano, houve queda de -1,40%. No acumulado dos oito primeiros meses, as vendas do setor supermercadista alcançam alta de 4,74%, na comparação com igual período de 2009. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 5,74% em agosto em relação a agosto de 2009 e queda de -1,37% sobre julho deste ano. O acumulado nominal, nos primeiros oito meses de 2010, chega a 9,83%, na comparação ao mesmo período do ano passado. “As vendas em volume nos supermercados brasileiros mantêm uma considerável alta, com 6,8%. Sinal de que mais pessoas estão entrando no mercado de consumo, o que é um indicador importante de ascensão social”, avalia o presidente da Abras, Sussumu Honda. Em agosto, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK, apresentou queda de -0,27% em relação a julho deste ano. Já na comparação com agosto de 2009, o AbrasMercado apresentou crescimento de 4,11%, passando de R$ 260,24 para R$ 270,94. Os produtos com as

maiores altas em agosto, na comparação com julho, foram: papel higiênico, com 4,16%; carne dianteiro, com 3,09%; e biscoito maisena, com 2,85%. Já os produtos com as maiores quedas foram: cebola, com -27,12%; batata, com -18,17%; e desinfetante, com -3,51%. Índice de Volume De acordo com o Índice Nacional de Volume, pesquisado pela Nielsen para a Abras, o autosserviço brasileiro apresentou, até agosto de 2010, crescimento de 6,8% nas vendas em volume, em comparação ao mesmo período de 2009, quando a variação ficou em 2,00% (primeiros oito meses de 2009 sobre mesmo período de 2008). O bom

desempenho foi puxado pelas cestas de bebidas alcoólicas, com 16,3%, e bebidas não alcoólicas, com 11,1%. Também registraram crescimento as cestas de perecíveis, com 9,2%; limpeza caseira, com 6,2%; mercearia salgada, com 5,2%; mercearia doce, com 3,9%; higiene e beleza, com 3,7%. A cesta “outros”, que contém principalmente produtos de bazar, foi a única a ter queda no volume vendido, com -1,2%. Nas regiões do país, todas as áreas pesquisadas registraram aumento no volume vendido. Em comparação aos oito primeiros meses de 2009, o maior crescimento aconteceu na região que engloba Espírito Santo, Minas Gerais e interior do Rio de

Janeiro, com 10,4%, seguida pelo Sul, com 8,7%; Nordeste (Ceará até Bahia), com 8,3%; Grande São Paulo, com 8,1%; interior e litoral de São Paulo, com 4,0%; Grande Rio de Janeiro, com 3,9%; e Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, com 3,0%. Os produtos que apresentaram as maiores altas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: cerveja (19,5%); queijo (15,7%); suco de frutas pronto para consumo (15,1%); refrigerante (12,0%); e salgadinho para aperitivos (11,8%). Os produtos com as maiores quedas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: purê de tomate (-21,3%); sidra (-20,1%); rum (-12,7%); vermute (-9,1%); e extrato de tomate (-8,9%).


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Criação de rã com custo acessível

Há cerca de cinco anos, os contadores Márcia Bruno Rodrigues Soares e Sidney Rodrigues Soares pesquisaram sobre criação de rã e perceberam que não existe um parâmetro seguido por todos os criadores. Hoje, os proprietários do King Ranário, eles destacam que um dos fatores mais importantes para iniciar a criação é a escolha do local exato para iniciar o negócio. Outro ponto fundamental é verificar se a água presente na região é de boa qualidade e quente, pois as rãs gostam de calor. “Estes são os cuidados necessários para não comprometer o investimento logo no inicio”, diz Márcia. O sistema adotado pelo casal foi o patenteado pela

empresa Rana Piscina, em que baias são inundadas em piscina de lona. Este sistema apresenta custo mais acessível do que os métodos utilizados antigamente, em construções de alvenaria. Segundo os empresários, a carne de rã é rica em sais minerais e proteínas, além de possuir dez aminoácidos essenciais para o ser humano e é indicada para qualquer tipo de alergia e para pessoas que estão com o colesterol alto. “A carne de rã é saudável porque não tem gordura entre as células, ou seja, a gordura da rã se localiza em uma bolsa abaixo do abdômen”, explica Márcia. Por enqaunto, o ranário, localizado em Igaratá (SP), opera em fase experimental

e já comercializa cerca de 40 quilos por mês. “Começaremos a produção desde o acasalamento até a fase final com novas instalações a partir do próximo ano”, ressalta Márcia. Para aprimorar o negócio, o casal participou de um workshop promovido pela Embrapa em que aprenderam a aproveitar também o dorso da rã, já que a preferência dos consumidores de bares e restaurantes é pelas coxas do animal. Com o que aprendeu no evento, o casal promoveu uma degustação de casquinha de rã para clientes de um restaurante de Igaratá. A iguaria fez tanto sucesso que já entrou para o cardápio do restaurante. Ranário King: (11) 96255143)


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Transporte

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CRESCIMENTO

Lançamentos acirram disputa entre fabricantes de veículos no País

A partir de 2011 dois modelos de caminhões consagrados na Europa passarão a ser produzidos em território nacional Com a forte demanda no mercado interno e a concorrência acirrada, as fabricantes de veículos se empenham para atrair os consumidores. Para isso, boa parte dos investimentos das empresas é aplicada em lançamentos de modelos cada vez mais modernos e funcionais. Não é só na categoria carros de passeio que o lan-

çamento de novos modelos occore com frequência. Com o bom momento da economia e o crescimento da indústria e do agronegócio, as montadoras têm investido em novos modelos de veículos comerciais leves e de caminhões que atendem a diversos segmentos da economia. A Mercedes Benz, por exemplo, anunciou no mês passado

que seu caminhão pesado Actros será produzido a partir de 2011 na fábrica brasileira de Juiz de Fora. O modelo, especializado no transporte de longas distâncias, atualmente é montado nas fábricas da Alemanha e da Turquia. O Brasil se transformou no maior mercado de caminhões da Mercedes Benz no primeiro semestre deste ano, com 21.700 unidades vendidas sobre um total de 56.300 no mundo. O crescimento do mercado brasileiro superou as previsões da montadora, que antes disso já havia anunciado em março uma ampliação de sua fábrica de São Bernardo do Campo.

A MAN Latin America também anunciou que o primeiro caminhão da marca fabricado no Brasil será um TGX de cavalo mecânico e deve chegar ao mercado já no primeiro semestre do ano que vem. A empresa informou que o modelo terá motor da mesma marca e será o primeiro no país a atender as normas de emissões Euro IV. Outro destaque do caminhão fabricado em solo brasileiro será a cabine, idêntica a que hoje é disponibilizada mno mercado europeu. O veículo fabricado no Brasil complementará a linha de veículos da marca. Ao mesmo tempo em que fez o anúncio, a MAN Latin America, detentora da marca

Volkswagen Caminhões, lançou no Brasil o caminhão VW Constellation, de 57 toneladas de peso bruto total. Em março de 2011, a montadora comemora 30 anos de atividades no Brasil e promete o lançamento de dois modelos de caminhões médios. Outra montadora que tem se beneficiado da alta do consumo é a Ford, cujo furgão Transit vem crescendo rapidamente no mercado de veículos comerciais. As restrições à circulação de caminhões nos grandes centros urbanos também contribuem para a grande procura por veículos deste segmento. No ano passado, quando chegou ao país, de janeiro a

agosto, obteve 3,5% de participação. Este ano, no mesmo período, já é dona de 7,2% desse segmento. E em setembro completou a venda de 2.500 unidades no Brasil. “Esse volume é mais um marco do crescimento da Transit no Brasil. Porém, mais importante que o número absoluto é o ritmo desse avanço, que está em plena aceleração. Por isso, vamos fechar o segundo semestre com um resultado muito importante para a consolidação da Transit no mercado”, explica Oswaldo Jardim, diretor de Operações da Ford Caminhões na América do Sul. O segmento de vans vem crescendo com força no Brasil. De janeiro a agosto de 2009, as vendas somaram 24.000 unidades. No mesmo período de 2010 já superaram as 35.000 unidades, ou seja, crescimento de 47,6%. A capital paulista lidera esse mercado com 60% das vendas, o que confirma a sua vocação urbana. A Iveco também celebra o primeiro ano de sua unidade de caminhões pesados com a impressionante marca de 8.500 veículos fabricados. A unidade de pesados nasceu como parte da expansão de R$ 80 milhões do complexo industrial integrado da Iveco em Sete Lagoas (MG), inaugurado em novembro de 2000. A planta brasileira é a mais flexível fábrica da Iveco do mundo, produzindo caminhões leves , semi-pesados, pesados e extra-pesados (Stralis e Trakker, além de micro-ônibus. Também produz o comercial leve Fiat Ducato. A capacidade total da planta integrada é de 70 mil veículos por ano ano. A julgar pelos investimentos e pelos sucessivos lançamentos, o mercado brasileiro deve continuar a contribuir com os bons negócios da indústria automobilística.

Salão do Automóvel bate recorde em número de expositores O 26º Salão Internacional do Automóvel acontece de 27 de outubro a 7 de novembro de 2010, no Pavilhão de Exposições do Anhembi e é organizado e promovido pela Reed Exhibitons Alcantara Machado. O evento está em festa pelo seu cinqüentenário, no momento igualmente histórico em que o Brasil alcança o posto de quarto maior produtor mundial de automóveis. Associado a um mercado automotivo em expansão, o Salão deste ano espera receber 600 mil visitantes, que terão a oportunidade de ver de perto 42 diferentes marcas, entre nacionais e importadas, quantidade superior às 36 apresentadas na edição de 2008. Ao todo, estarão expostos no evento 450 modelos de veículos, ante os 400 do Salão anterior. O evento estará aberto ao visitante durante 12 dias, transformando os 85 mil metros quadrados de área num grande acontecimento. De acordo com Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, 40% dos modelos apresentados no Salão Internacional do Automóvel são inéditos.

Serviço: 26º SALÃO INTERNACIONAL DO AUTOMÓVEL Data: 27 de Outubro a 7 de Novembro de 2010 Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo – SP www.salaodoautomovel.com.br

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ESPECIAL

Salão do automóvel de Paris mostrou 90 lançamentos O Salão do Automóvel de Paris que encerrou dia 17 de outubro exibiu 90 lançamentos com uma forte tendência em mostrar carros híbridos, com zero emissão de carbono. Foi um show de lançamentos dos carros no Salão Mundial do Automóvel, em Paris. Assim descreveram os jornalistas que acompanharam o evento. O mercado em franca recuperação, que estima registrar um volume recorde na produção mundial de 69 milhões de carros, se mostrou bastante inovador após a crise que atingiu a Europa no último ano. Especialistas identificam uma regionalização deste crescimento, principalmente em países emergentes como a China, que se tornou o primeiro mercado automotivo mundial. Estima-se que até 2012 este países representarão a metade da produção mundial de automóveis, conforme artigo do Jornal O Estado de São Paulo. Independente dos lançamentos, o evento é um verdadeiro passeio ao mundo da fantasia para os amantes do automóvel, este objeto de mobilidade tão criticado pela sustentabilidade. Carros com emissão zero e 100% elétrico foram bastante apreciados e puderam pela primeira vez ser encomendados durante a exposição, que, para os mais entusiastas defensores, é ótimo, já que o Salão do Automóvel de Paris é uma das mais influentes mostras do planeta.

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A francesa Renault apresentou quatro modelos de carros elétricos no Salão do Automóvel de Paris. Em uma entrevista ao jornal Le Monde, o presidente da Renault, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, diz ter “certeza de que o carro elétrico será um sucesso”. Ghosn afirmou que os carros elétricos deverão representar 10% do mercado mundial em 2020. Muitas montadoras também apresentaram no salão parisiense protótipos de carros-conceito, com formas futuristas, que são a grande vitrine da indústria automobilística. Um deles é o carro desenvolvido pela Citroën em parceria com a grife de moda Lacoste. O modelo, com teto inflável e calotas que lembram bolas de golfe, permite também abaixar totalmente o para-brisa até que ele desapareça, se integrando às linhas do capô. Foram oito pavilhões no Centro de Exposições de Versailles ricamente sinalizados, com carros populares, luxuosos, elétricos, antigos e concepções futuristas.

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1 - Porsche GT2 2 - Citröen C-Zero 3 - Volvo C-30 Elétrico 4 - Skoda Green Line 5 - Kia Pop 6 - Abarth 500-C Essesse 7 - Ford GT 8 - Range Rover Evoque 9 - Audi e-Tron Spyder 10 - Jaguar CX7S 11 - Lamborghini Sexto Elemento 12 - BMW Vision Efficient Dynamics Concept 13 - Peugeot HR1

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